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Quem pensa que futebol feminino é novidade, está muito enganado.

Inglaterra e
Escócia foram os personagens da primeira partida de futebol entre mulheres, em
1898, em Londres.
No Brasil, a primeira partida de futebol feminino foi realizada em 1921, na zona norte
de São Paulo, onde enfrentaram-se os times de Cantereira (Santana) e Tremembé.
Mas o que hoje é tão normal para nós levou muito tempo para ser conquistado. Em
1964, o Conselho Nacional de Desportos – CND proibiu a prática do futebol feminino
no Brasil. Levou tempo para mudar essa situação. A decisão só foi revogada em 1981.
E em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas Olimpíadas. O Brasil
ficou com o quarto lugar, a mesma colocação que obteve nas Olimpíadas de Sydney,
em 2000.
Em 2003, sob o comando do técnico Paulo Gonçalves, as meninas conquistaram a
medalha de ouro nos Jogos Panamericanos e também o tetracampeonato sul-
americano.
A seleção brasileira conquistou a medalha de ouro do torneio de futebol feminino dos
XV Jogos Pan-Americanos Rio-2007.
Foi um fim de filme perfeito. Com tudo saindo conforme o script. Maracanã lotado,
festa da torcida na arquibancada, show de Marta em campo, goleada de 5 a 0 sobre
os Estados Unidos e medalha de ouro no peito. Ainda que os EUA tenham trazido o
time B, isso não diminuiu os méritos das brasileiras. A campanha foi irretocável. As
meninas do futebol feminino terminaram a campanha do bicampeonato no Pan-
Americano, com seis vitórias em seis jogos. Foram 33 gols marcados e nenhum
sofrido.
O show foi comandado pela estrela brasileira Marta que fez dois gols e ainda deu
passes para outros dois. A melhor jogadora do mundo teve o nome gritado pela torcida
e ganhou até uma música durante o segundo tempo. No fim, ela termina o Pan-
Americano como melhor jogadora e também artilheira da competição, com 12 gols.
As meninas do futebol deixaram o Estádio Karaiskaki com a medalha de prata no
peito, mas fizeram campanha de ouro em Atenas. A derrota por 1 a 0 na prorrogação,
depois de empate por 1 a 1 no tempo normal, nesta quinta-feira (26/08), em Atenas,
não abalou em nada o desempenho da seleção, que superou inúmeras dificuldades
para alcançar o segundo lugar e subir ao pódio pela primeira vez na história.
Na foto:Pretinha (dir) é abraçada por Mônica pelo gol de empate do Brasil
O fato de terem encarado o poderoso time dos Estados Unidos de igual para igual, e
até terem jogado melhor na maior parte do confronto, mostrou a grandeza das
jogadoras. Durante a período de preparação e da Olimpíada, elas, que em sua maioria
estão desempregadas, receberam a irrisória quantia de R$ 35,00 por dia, além de uma
ajuda de custo. As campeãs ganharam cerca de US$ 4 mil mensais nos quatro meses
em que ficaram treinando para os Jogos. Ou seja, aproximadamente 11 vezes mais.
Pelo título, cada americana vai embolsar US$ 25 mil ou R$ 75 mil, mais do que muitas
brasileiras faturaram em toda a carreira.
Na cerimônia de entrega de medalhas, um misto de decepção e alegria. A felicidade
pela conquista da inédita medalha. A tristeza pela forma como o Brasil perdeu o ouro.
Criou chances para ganhar, foi prejudicado pela arbitragem, pecou em pequenos
detalhes e acabou caindo diante de seu maior rival. Em 20 duelos até nesta quinta-
feira, os Estados Unidos haviam vencido 17, perdido só um e empatado dois.
“No vestiário, algumas jogadoras choraram, eu tentei levantar o ânimo delas, foi difícil
aceitar uma derrota como essa, mas é o futebol”, declarou René Simões, visivelmente
aborrecido.
O jogo foi digno de uma grande final, com tom dramático do começo ao fim,
oportunidades de gol e indefinição até o último segundo. A personalidade das
brasileiras em campo foi marcante. Não se intimidaram em nenhum momento contra o
“dream team” do futebol feminino, ouro em Atlanta-96 e prata em Sydney-2000, além
de vencedor de dois Mundiais, em 1991, na China, e, em 99, em casa.
Se é que existe justiça ou injustiça no esporte, o Brasil, sem dúvida, merecia ter saído
como campeão olímpico. O início foi equilibrado e as americanas acabaram acertando
o primeiro bom chute, com Lindsay Tarpley, para abrir o placar, aos 39 minutos. A
origem do lance, porém, foi irregular. Kristine Lilly passou a bola para a companheira
com o braço, mas a juíza Jenny Palmqvist não percebeu.
As sul-americanas não desanimaram e foram em busca do empate. O gol de Pretinha,
após excelente jogada de Cristiane, aos 28 da segunda etapa, levantou ainda mais o
astral do time e calou a torcida americana, maioria entre os 10 mil espectadores. Até o
fim do tempo normal, só o Brasil jogou. Cristiane e Pretinha acertaram a trave da
sortuda goleira Briana Scurry, enquanto as rivais não viam a bola.
Os deuses pareciam estar ao lado de Mia Hamm, a famosa atacante norte-americana,
de 32 anos, que pendurou as chuteiras assim que acabou a partida. Queriam dar a ela
o ouro na despedida.
Antes da prorrogação, um fato curioso. A árbitra Palmqvist torceu o tornozelo direito e
foi substituída por Dianne Ferreira-James, da Guiana. E Dianne não entrou bem. Na
primeira etapa do tempo extra, não deu um pênalti para o Brasil. Daniela arrematou
para o gol. A bola foi desviada pela mão de uma zagueira americana. No fim, faltando
9 minutos para a decisão por pênaltis, Abby Wambach cabeceou com força para dar o
ouro aos Estados Unidos, o segundo em três Olimpíadas.

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