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O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
Na maioria dos casos, bons projetos realizados
para hotéis de grande porte transformam-se
em edifícios com maior arrojo arquitetônico e
que, devido ao uso e características, possuem
a capacidade de enriquecer o seu entorno em
termos humanos, urbanísticos e comerciais.
Ou seja, a vida pulsante e arquitetura dessas
edificações – seus volumes, fachadas e a forma
como se inserem na paisagem urbana – tendem a
influenciar positivamente as edificações vizinhas,
o comércio da rua onde se encontram, os fluxos e
investimentos do bairro e, por fim, a cidade.
Este é o roteiro bem sucedido de empreendimentos
hoteleiros em todo mundo que, ao dar início às
suas atividades, passam a agregar valor ao meio
onde se inserem.
O BEIRA-RIO
O projeto originário do edifício localizado na região central
de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais
(Brasil), foi realizado em 1984 e previa a construção de
um hotel que seria batizado de “Beira Rio”, em alusão ao
ribeirão Arrudas, que corta o município e passa pelo local.
O hotel de 27 andares e jamais inaugurado, tinha projeto
arrojado para a época e tornou-se famoso na cidade por
ser o único a possuir um heliponto. Poucos anos após o
início das obras, a construção foi paralisada por falta de
recursos dos investidores e assim permaneceu por mais de
duas décadas.
SITUAÇÃO GENEROSA
O projeto do Golden Tulip Belo Horizonte parte de uma situação
existente extremamente generosa. A estrutura inacabada permitiu
projetar um hotel com quartos amplos, com metragens muito
superiores às que se encontram no mercado e incomuns nos dias
de hoje – fator de enorme importância em termos de conforto e
qualidade de hospedagem.
Além disso, o corpo do edifício existente já contava com a estrutura
do heliponto e com uma extensa área que possibilitou projetar o
enorme e completo centro de convenções, o que alavanca em muito
o já comprovado potencial de Belo Horizonte para o turismo de
negócios.
Os desafios do projeto eram múltiplos, incluindo todas as instâncias envolvidas na difícil tarefa de
“acordar” esse verdadeiro “gigante adormecido”: política, legal, executiva e popular. Afinal, após
quase três décadas, dar um novo destino àquela edifição não se resume a interromper o sono de
um enorme monolito congelado no tempo. O “descongelamento” do Hotel Beira Rio revelou-se um
processo complicado, pois se a edificação continuou praticamente a mesma nessas décadas, tudo à
sua volta mudou: as leis, os parâmetros urbanísticos, as tecnologias e, por fim, a opinião pública.
Mudanças essas que representam o maior desafio deste retrofit.
LAZER E DESCANSO
NEGÓCIOS OU TRABALHO
CONGRESSOS E CONVENÇÕES
ESTUDOS
COMPRAS PESSOAIS
VISITAR AMIGOS E PARENTES
RELIGIÃO
SAÚDE
NÚMERO DE HOTÉIS
1 24 35 47
ACESSO E MOBILIDADE
• O entorno do hotel é servido
por pontos de taxi, duas estações
de metrô e vizinho das novas
estações de BRT (Bus Rapid
Transit), inauguradas em 2013;
• Acesso direto ao Expominas
utilizando o metrô (o centro de
convenções tem ligação direta
com uma estação de trens
metropolitanos);
Bar 94 Vagas de
Estacionamento
Restaurante Heliponto
SPA Piscina
JOGO DE PROPORÇÕES
Para diferenciá-lo, não seria possível ampliá-lo para cima
ou para os lados, por limites ligados sobretudo à legislação
vigente. Na concepção do projeto de retrofit foi necessário
um aprofundado exercício de redistribuição de espaços para
readequá-lo à sua nova condição.
Esteticamente, o maior desafio estava relacionado com a
proporção, afinal, proporcionalmente o prédio não era
agradável. Seu corpo se dividia em três blocos: o longo
“pescoço” representado pelo heliponto, o “tronco” do edifício
e a base mais larga. Foi necessário um trabalho meticuloso de
identificação de um desenho que pudesse representar uma
nova proposta de volume, uma solução capaz de harmonizar
o jogo de volumes existentes.
Com a proporção já definida, a solução encontrada para as
fachadas baseou-se em um design com estilo limpo e
contemporâneo, capaz de redimensionar o conceito daquele
espaço e contaminar positivamente todo o entorno do
empreendimento.
Pele de Vidro
ACM Auto-Estruturante
Palácio das Artes - Projeto: Oscar Niemeyer Vista da Serra do Curral Edifício JK - Projeto: Oscar Niemeyer
Praça da Estação Mapa de Referências - Pontos de destaque do entorno Praça Sete de Setembro
23° Pavimento
LEGENDA
Suíte Royal
23° Pavimento
LEGENDA
Área Técnica
Estacionamento
Circulação
Circulação Vertical
Lojas
1º Pavimento
LEGENDA
Circulação
Circulação vertical
Áreas Técnicas
2º Pavimento
LEGENDA
Área Técnica
Circulação
Circulação Vertical
Convenções / Auditórios
3º Pavimento
LEGENDA
Áreas Técnicas
Circulação
Circulação vertical
Convenções / Auditórios
4º Pavimento
LEGENDA
Área Técnica
Circulação
Circulação Vertical
Convenções / Auditórios
5º Pavimento
LEGENDA
Jardim
Áreas Técnicas
Circulação
Circulação vertical
Bar / Restaurante
6º Pavimento
LEGENDA
Suíte Standard
Circulação
Circulação Vertical
Área Técnica
7º a 20° Pavimento
LEGENDA
Suíte VIP
Circulação
Circulação Vertical
Área Técnica
LEGENDA
Suíte Presidencial
Suíte Royal
Circulação
Circulação Vertical
Área Técnica
23° Pavimento
LEGENDA
SPA
Suíte Temática
Circulação
Circulação Vertical
Área Técnica
25° Pavimento
LEGENDA
Academia
Suíte Temática
Circulação
Circulação Vertical
Área Técnica
26° Pavimento
LEGENDA
Área de Lazer
Bar / Restaurante
Circulação
Circulação Vertical
Área Técnica
27° Pavimento
LEGENDA LEGENDA
Circulação Vertical Área Técnica
Área Técnica Circulação Vertical
LEGENDA
Circulação Vertical
Área Técnica
LEGENDA
Sala VIP
Circulação Vertical
Área Técnica
LEGENDA
Área de Lazer
SPA
Suíte Standard
Suíte Temática
Circulação Circulação
Estacionamento Estacionamento
Corte AA Corte BB
O Sistema de Prevenção e Combate a Incêndios foi um dos pontos mais críticos da readequação do projeto.
Após 30 anos, obviamente as normas, restrições e exigências evoluíram e, adequar todo o edifício não seria tarefa
fácil. No entanto, esta questão foi incontestavelmente tratada por todos os envolvidos com a devida seriedade,
presteza e atenção e muitos pontos que eram até mesmo de caráter facultativo (por se tratar de uma edificação
existente) foram incluídos e contemplados em projeto, para dar aos seus usuários a segurança que se espera de
um hotel deste padrão.
LEITURA DINÂMICA
No caso específico do Golden Tulip Belo Horizonte,
o BIM foi essencial, tanto na execução do projeto
quanto na execução da obra dentro do curto ELEMENTOS A DEMOLIR ESTRUTURAS A ACRESCENTAR MODELO BIM DA EDIFICAÇÃO
prazo estabelecido.
Primeiramente, a partir do desenvolvimento de
um edifício virtual parametrizado do antigo Hotel
Beira Rio, foi possível compreender a fundo a
estrutura completa da edificação que seria usada
como base para o retrofit e visualizar, com precisão,
quais as intervenções imediatas de áreas a serem
demolidas. Isso foi primordial no ganho de tempo
de execução, pois permitiu dar início ao trabalhos
na obra, enquanto se definiam as próximas soluções
de projeto, como o que seria mantido e contruído
dentro do edifício.
A documentação em BIM também foi fundamental
no canteiro de obras. A representação em 3D, com
simplificada visualização, permitiu executar a obra em
menor tempo, reduzindo ao máximo a possibilidade
de erros. Sem o BIM, mesmo com farta documentação
e pranchas detalhadas, a complexidade deste retrofit
significaria uma imensa dificuldade de leitura na fase
construtiva.