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LEANE MENDONÇA RODRIGUES MAGALHÃES

ANHANGUERA EDUCACIONAL S/A

O PAPEL DA PSICOLOGIA ESCOLAR NA MEDIAÇÃO


FAMILIAR

Campinas
2018
1
LEANE MENDONÇA RODRIGUES MAGALHÃES

O PAPEL DA PSICOLOGIA ESCOLAR NA MEDIAÇÃO


FAMILIAR

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Anhanguera Educacional,
como requisito parcial para a obtenção do
título de graduado em Psicologia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Campinas, de de .

2
Dedico este trabalho primeiramente a Deus e a minha família e a todos
que contribuíram de alguma forma para idealização deste trabalho

3
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar Deus, por ter me ajudado, dado forças e saúde para conseguir
alcançar meu objetivo e concluir uma etapa da minha vida acadêmica com
esforço e determinação.
Também a minha família e amigos, que me incentivaram e me deram todo
suporte ao longo desse período.
E aos meus professores que me ensinaram e me mostraram os caminhos
corretos a serem perseguidos.

4
MAGALHÃES, Leane Mendonça R. O papel da psicologia escolar na
mediação familiar: revisão bibliográfica. 2018. 22 folhas. trabalho de conclusão
de curso de Bacharel em Psicologia – Anhanguera Educacional S/A – unidade
3, campinas, 2018.

RESUMO

A escola sempre foi tida como a extensão da família no que diz respeito à
formação de valores e nas instruções de conceitos básicos. Porém, é necessário
que família e a escola caminhem juntas, para que ocorra uma comunicação
efetiva, sendo assim, entende-se que a interação dos pais junto aos seus filhos,
no contexto de aprendizagem, é de extrema importância para o bom
desenvolvimento das habilidades cognitivas. No entanto, existem fatores que
comprometem esta comunicação. Este trabalho vem levanta dados, além da
demonstração de novos caminhos para que de fato possa existir uma
participação efetiva dos pais na vida escolar de seus filhos, fortalecendo assim
o vínculo pais – escola, contribuindo socialmente para a formação de indivíduos
devidamente preparados para vida, além de ampliar e definir o papel do
psicólogo escolar frente a essa demanda, estabelecendo assim, pontos
importantes, para que cada vez mais, o profissional possa assumir o seu papel
de direito e estabelecendo portanto uma relação acadêmica com a prática.

Palavras-chave: Psicologia escolar, Família-escola, Participação familiar,


Problemas Ensino-Aprendizagem.

5
MAGALHÃES, Leane Mendonça R. The role of school psychology in family
mediation: a literature review. 2018. 22 leaves. Final paper of bachelor’s in
psychology - Anhanguera Educacional S / A - unit 3, Campinas, 2018.

ABSTRACT

The school has always been considered as the extension of the family with
respect to the formation of values and in the instructions of basic concepts.
However, it is necessary for the family and the school to walk together in order
for effective communication to occur. Thus, it is understood that the parents'
interaction with their children in the context of learning is of extreme importance
for the proper development of skills cognitive disorders. However, there are
factors that compromise this communication. This work raises data, as well as
the demonstration of new ways for effective participation of parents in the school
life of their children, thus strengthening the parents - school bond, contributing
socially to the formation of individuals properly prepared for life, in addition to
expanding and defining the role of the school psychologist in face of this demand,
thus establishing important points, so that the professional can increasingly
assume his role of law and establish an academic relationship with practice.

Keywords: School Psychology, Family-School, Family Involvement, Teaching-


Learning Problems.

6
SUMÁRIO

1 PSICOLOGIA NO AMBIENTE ESCOLAR ............................................... 08


1.1 MODELOS PSICOLOGICOS NO CONTEXTO EDUCACIONAL .............. 10
1.1.1 Importância Familiar No Ensino Infantil ................................................ 10
2 A EFICIÊNCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM VS. PARTICIPAÇÃO
DA FAMÍLIA NO DIA-A-DIA ESCOLAR ................................................... 12
2.1 AS DIFICULDADES DOS PAIS EM PARTICIPAR DA VIDA ESCOLAR DE
SEUS FILHOS ............................................................................................ 14
3 ATUAÇÃO DO PSICOLOGO NO TRATO DE PAIS AUSENTES ............. 16
3.1 PSICOLOGIA NO INCENTIVO DA PARTICIPAÇÃO ESCOLAR .............. 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 20
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 21

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1. PSICOLOGIA NO AMBIENTE ESCOLAR

Essa é uma relação, segundo Marafon e Tondin (2010), muito antiga


principalmente no que se diz respeito na mediação do relacionamento escola-
família, sua relação existe desde o tempo colonial, período em que a Psicologia
não se reconhecia como ciência autônoma e a educação se baseava nas obras
jesuítas.
O termo Psicologia Escolar e Educacional se refere à articulação entre
uma subárea do conhecimento psicológico, a Psicologia Educacional, a um
campo de prática social específico de atuação – a escola – do profissional
dessa subárea, a Psicologia Escolar (ANTUNES, 2008).
Ainda segundo Marafon e Tondin (2010), apenas na segunda metade do
século XIX, ocorreu a preocupação com as práticas pedagógicas e o psiquismo
infantil, a partir disso viria caracterizar o que hoje se conhece como Psicologia
Educacional.
De acordo com os estudos de Meira (2003); Tanamachi (2003), o
profissional da Psicologia, após a década de 1980 passa a ser responsável não
só pela aplicação de teorias e práticas psicológicas, mas também para auxiliar a
instituição a lidar com situações cotidianas, desde a reapropriação dos sujeitos,
fazendo com que a escola pudesse assumir sua função social (MARAFON e
TONDIN, 2010). Segundo Valle (2003), a necessidade de atuação preventiva do
psicólogo, abrange a escola e a família, tendo um distanciamento da atuação
clínica no contexto de cura, para fixar-se nos elementos que podem contribuir
para o fracasso escolar.
Para Meira (2003); Tanamachi (2003) para que haja sucesso na prática
da psicologia escolar em relação a construção de novas práticas educativas
cidadãs, existem alguns passos básicos que devem ser observados, como:
[...] construir metodologias de trabalho fundadas em um movimento de
ação/reflexão/ação, de tal forma que todos os envolvidos possam
refletir sobre a própria prática social [...] e comprometer-se com o
desenvolvimento de projetos que traduzam em ações concretas essa
nova compreensão crítica sobre si mesmo e sobre a realidade social.
(TANAMACHI; MEIRA, 2003, p. 53).

Tais passos garantem que o profissional seja um mediador entre os


elementos escolares como educadores, profissionais e alunos e a comunidade
e os elementos familiares, porém, para Marafon e Tondin (2010), essa prática

8
só é possível quando há projetos concretos no campo da educação, que
tenham como finalidade a democratização de relações escolares, definindo os
indivíduos inseridos nesse processo como sujeitos ativos.
No entanto segundo resultados obtidos no estudo de Marafon e Tondin
(2010) o psicólogo ainda é visto pelos indivíduos inseridos dentro do contexto
educacional como um “detector” de problemas, ainda sendo associado ao papel
clínico e não tendo reconhecida a importância institucional do profissional da
psicologia, e muitos outros ainda observam esse papel como sendo uma relação
dirigida somente em relação aluno-família, no contexto de família ausente - aluno
com problemas de aprendizado, não englobando a definição escola-família.
Essa perspectiva é confirmada no estudo de Sant’Ana et al., (2009), quando
declara que o psicólogo dentro da instituição de ensino é visto como um
profissional que atua na identificação e resolução de problemas emocionais, de
comportamento ou de aprendizagem, ou seja, um modelo de intervenção
pautado em uma perspectiva clínica (SANT’ANA et al., 2009). Portanto é
importante ressaltar que Guzzo et al., (2010) aponta várias formas de atuação
do psicólogo escolar, entre elas, faz-se o uso da avaliação psicológica,
diagnóstico, atendimento e encaminhamentos para diversas áreas dos alunos
com dificuldades escolares.

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1.1 MODELOS PSICOLOGICOS NO CONTEXTO EDUCACIONAL

A atuação da psicologia no contexto escolar no Brasil pode ser observada


e contextualizada historicamente a partir de três modelos: o psicométrico, o
clínico, e o crítico. O modelo psicométrico, segundo Lima (2005), foi marcado
pelo forte uso de instrumentos psicológicos para selecionar e classificar as
crianças em normais ou anormais, visando a separação dos aptos dos não aptos
para o processo de aprendizagem (GUZZO et al., 2010).
Já o segundo modelo propõe a obtenção de diagnósticos e o tratamento
das denominadas crianças-problema, que possuíam dificuldades de
aprendizagem (LIMA, 2005), baseando-se em uma perspectiva clínica e
terapêutica, centrando-se em sua dimensão individual (ANTUNES, 2008).
Quanto ao modelo crítico, trata-se de um movimento de análise crítica da
prática desse profissional que surgiu a partir da década de 1980, despertando a
atenção dos profissionais para a necessidade de considerar o contexto envolvido
no processo da educação escolar (LEAL et al., 2016). Assim, as dificuldades dos
alunos em relação à aprendizagem passaram a ser vistas como socialmente
constituídas e analisadas conforme os fatores envolvidos em sua produção, tais
como os históricos, econômicos, políticos, sociais, pedagógicos e familiares
(LIMA, 2005).

1.1.1 Importância Familiar No Ensino Infantil

De acordo com estudo de Bassedas et al., (1996, p. 26) apud Valle (2003),
o potencial de desenvolvimento aumenta em função do número de vínculos
apoiadores e que entre esses sistemas, o familiar é mais relevante, no que se
refere à educação e assim, na atualidade, vê-se a escola e a família em inter-
relação contínua.
Em um estudo realizado a partir do levantamento realizado pelo instituto
Cemada (2000) de 159 crianças, entre 3 e 14 anos, que realizaram o estudo,
122 delas apresentaram após avaliação psicológica, dificuldades emocionais
quase em sua totalidade, sendo de fundo psicossocial, resultado da interação
ambiental e familiar, dentre elas se destacaram: desestruturação familiar,

10
insegurança, retraimento e agressividade, dentre elas 58% apresentaram
alteração de leitura, dificuldade na escrita ou elaboração de textos.
Para Crepaldi (2014), a família representa o alicerce para que o indivíduo
construa sua estrutura social, pois é dentro do espaço familiar que a criança
determina os primeiros relacionamentos, que depois vai contemplar o ambiente
escolar e por fim a sociedade. Portanto, a participação familiar durante a fase
educacional da criança é de suma importância, pois atuará de parâmetro de
relacionamentos para que, mais tarde, ela se relacione com outras pessoas.
A participação dos pais na vida da criança é essencial, e quando se
estende até a escola, torna-se o processo de aprendizagem uma
extensão daquilo que se iniciou em seu convívio familiar. Com essa
participação dos pais no processo de ensino aprendizagem, a criança
fica mais confiante, uma vez que percebe que todos se interessam por
ela, e também porque passam a conhecer quais são as dificuldades e
quais os conhecimentos que ela tem (CREPALDI, 2014).

E ainda segundo Crepaldi (2014), é preciso que a escola e a família


estejam em perfeita sintonia, pois, a escola tem o dever de complementar a
formação educacional da criança, sendo a família responsável pelo início do
processo educacional, devem, portanto, caminharem juntas na tentativa de
garantir a formação integral da criança.
Para que o aluno tenha um bom desenvolvimento depende principalmente
da interação das duas instituições, ou seja, escolar e familiar. Assim, segundo
Lopes et al., (2016), ocorrerá a sensibilidade da escola em averiguar a
mudança do aluno no sentido comportamental e seu reflexo no desempenho
de aprendizagem, se estiver passando em seu lar por um momento de
instabilidade, irá se refletir dentro da escola, e é neste momento que a escola
entrará afim de promover um ambiente favorável para seu desenvolvimento,
mas para isto acontecer faz-se necessário a interação da família e escola, e
esta ação terá êxito se a escola conhecer a criança que ela tem em suas
repartições (LOPES et al., 2016).

11
2 A EFICIÊNCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM VS.
PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO DIA-A-DIA ESCOLAR

Ao tratar o assunto da falta de eficiência e efetividade no processo da


aprendizagem da criança, a culpa geralmente se detém por conta da abordagem
dos métodos utilizados pelos educadores, ou pela falta de estrutura do próprio
recinto onde são ministradas as aulas, porém, essas normalmente são
explicações dadas por pais, onde, a grande maioria apenas reclama, porém não
tem uma participação ativa no dia-a-dia escolar do aluno, sendo assim, pouco
conhecedores do que realmente acontece.
Segundo Crepaldi (2014), “a família representa o alicerce para que o
indivíduo construa uma boa estrutura social, pois é dentro do espaço familiar que
a criança determina os primeiros relacionamentos, que depois abrangerá a
escola e por fim a sociedade”, portanto, é dentro de casa onde a criança aprende
a se relacionar e é educada para que entenda limites, respeito e valores para
que ao ingressar na escola possa se relacionar com os demais de forma correta,
pois não cabe a escola a tarefa de educar e sim aos pais.
Aos pais é dado como como dever social ensinar os devidos valores a
criança e à escola o papel de reforçar e sociabilizar a criança cognitivamente
através dos conteúdos base para o aprendizado. Marafon e Tondin (2010)
reforçam essa idéia dizendo “a família é caracterizada como a primeira instância
responsável por impor normas e valores sociais e culturais à criança e a escola
por dar continuidade a esse processo, mas principalmente transmitir o
conhecimento acadêmico”.
Devido as mudanças que ocorreram com o decorrer de cada fase da
humanidade e as prioridades de custo doméstico no dia-a-dia, ao longo dos anos
as mulheres tiveram a necessidade de trabalhar fora para auxiliar nos suprimento
da casa, sendo assim, cabendo a escola o papel de transmitir os conceitos
d’antes cabível aos pais. O aumento do numero de escolas de Ensino Infantil foi
significativo para que atendesse essa nova necessidade devido à falta de tempo
no cotidiano, causando assim desde cedo o costume do afastamento dos pais
na vida escolar dos filhos.

12
A família e a escola são as instituições mais importantes na vida da
criança, pois nelas são contemplados todos os âmbitos para um
desenvolvimento completo do indivíduo, portanto:
“(...)a família estabelece um elo entre a escola, possibilitando que as
práticas pedagógicas tenham a dinâmica de explicar conteúdos, tomar
decisões, compartilhar problemas, conflitos, dúvidas, ansiedades,
expectativas e satisfações, levando em conta o respeito e a autonomia.
Esse comportamento é possível mediante a comunicação estabelecida
na instituição escolar, esta tem a função de promover o crescimento
humano, auxiliando o aluno a ser protagonista de sua própria história,
envolvendo a família no processo de ensino e aprendizagem”. (LOPES
et al., 2016)

O aluno que tem qualquer uma dessas bases danificadas, este poderá vir
a ser um agravante durante o período de passagem deste pelo ambiente
estudantil, onde, problemas em casa são refletidos no dia-a-dia escolar do aluno,
dificultando assim todo um processo de aprendizagem para com este.
Crepaldi (2014) reafirma essa idéia, quando diz:
“Os(as) alunos(as) que passam por problemas dificilmente
conseguirão manter concentração nos estudos, ou vontade de assistir
às aulas, uma vez que estão constantemente amedrontados(as),
revoltados(as), nervosos(as) e inseguros(as). Quanto aos(às)
professores(as), sentem-se desmotivados(as), perdem o estímulo para
o trabalho, trazendo prejuízo para o desenvolvimento do ensino e
aprendizagem dos(as) alunos(as)“ (CREPALDI, 2014).

Portanto, podemos ver que um bom relacionamento familiar é uma chave


para que o aluno tenha um bom rendimento e relacionameto na escola por ja
trazer uma bagagem de boas experiências vindas de casa, sendo assim, ao
observar comportamentos que prejudiquem o processo de ensino e
aprendizagem é necessário que se faça um reconhecimento familiar para que se
tenha conhecimento da situação, e tentar resolver isso da maneira mais eficaz
afim de melhorar o desempenho do aluno e o relacionamento familiar.

13
2.1 AS DIFICULDADES DOS PAIS EM PARTICIPAR DA VIDA ESCOLAR
DE SEUS FILHOS

A família é fundamental na vida dos filhos, contudo, de acordo com Araújo


(2010), atualmente o processo de educar os filhos enfrenta dificuldades relativas
à disponibilidade de tempo dos pais para o acompanhamento das demandas da
criança. A família, muitas vezes, na busca sobrevivência, tem os pais submetidos
a jornadas de trabalho extenuantes, o que diminui o contato com os filhos e
dificulta o acompanhamento atendimento das expectativas da escola e a
participação na vida escolar das crianças (SILVA e KAULFUSS, 2015).
No estudo de Almeida (2014), podemos ver que as estruturas familiares
que possuem ambos os pais inseridos no mercado de trabalho e que
desempenham tantas outras atividades, acaba resultando na diminuição do
tempo que teriam para se dedicar com exclusividade a preocupação sobre a vida
acadêmica de seus filhos. E também por se sentirem desconfortáveis quando
inseridos nesse ambiente, como vemos no trecho de Paro (2000, apud Almeida,
2014),
“[...] muitas vezes a família não se aproxima da escola, pois pensa ser
um ambiente muito diferente do qual esta acostumada, “a timidez
diante dos professores, o medo da reprovação dos filhos e a distancia
que sentem da “cultura” da escola os levam a ver a escola não como
uma continuidade em suas vidas, mas como algo separado de suas
experiências”.

No estudo de Marafon e Tondin (2010), observa-se que a maioria dos


familiares relatam que acompam as atividades encaminhadas pela instituição
para que os filhos façam em casa e que para que ocorra a presença dos pais na
escola, dependem de alguns fatores, como relatados no trecho a seguir:
“As mães entrevistadas podem participar das atividades escolares
quando alguém da própria família as substitui no serviço doméstico e
no cuidado dos filhos e relatam que os pais são mais “independentes”
para esta participação porque não acumulam o trabalho doméstico e
porque possuem habilitação para dirigir automóvel, nos casos em que
as famílias moram distantes da escola” (MARAFON e TONDIN, 2010).

Segundo Marafon e Tondin (2010), devem-se estabelecer práticas


educativas, como por exemplo a criação de novos meios para que ocorra a
participação das famílias na instituição de ensino e não apenas incentivar o
pressuposto da escola, em “só chamar as famílias”, mas favorecer que a escola

14
também encontre meios de ir até as famílias, com intuito de conhecer sua
realidade social, além de contribuir, assim, para a efetividade de práticas
democráticas e participativas, que busquem a valorização dos indivíduos
inseridos.

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3 ATUAÇÃO DO PSICOLOGO NO TRATO DE PAIS AUSENTES

Segundo texto de Leal (2016), vemos que os problemas de aprendizagem


são identificados muito tarde, quando já se percebem suas consequências
negativas na aprendizagem, entretanto o psicólogo tem o intuito de prevenir o
surgimento dos problemas na escola. Para este o trabalho do psicólogo dentro
da escola é preventivo, sempre contemplando o atendimento aos alunos, pais e
professores, em meio à complexidade e os aspectos psicológicos que
pressupõem os relacionamentos e comportamentos que envolvem o processo
da aprendizagem.
Os principais problemas de aprendizagem para Piaget (2007, p.50),
geralmente estão ligados a alunos com pais pouco participantes na vida escolar,
sendo a escola responsável em trazer esses pais para junto de si, através do
processo de mediação, estabelecer relacionamento significativo, entre família e
escola, tendo como ponto de partida a própria escola, visto que os pais pouco
ou quase nada sabe sobre características de desenvolvimento cognitivo, afetivo,
moral e social, tampouco sabem como se dá a aprendizagem, por isso a
dificuldade em participar da vida escolar dos filhos. Para os pais, os professores
são os especialistas em educação, devendo estes auxiliá-los.
Ainda segundo Paro (2007) o envolvimento parental é umas das mais
importantes temáticas neste momento, visto que é um assunto atual, mas que
há muito tempo vem sendo discutido por especialistas em educação, sendo que
o desenvolvimento das crianças na escola é extremamente importante, uma vez
que esse processo é bem acompanhado em parceria com os pais, estas crianças
serão com certeza indivíduos com uma perspectiva de vida melhor, tanto no que
diz respeito a ensino – aprendizagem, quanto no que diz respeito ao enfrentar
situações práticas do cotidiano.
O estudo de Perrenoud (apud Reis, 2008, p.39) afirma que a educação
precisa de mudança e que essas mudanças podem ser negociadas entre os
diferentes agentes educativos, cabendo à escola o papel de torná-las mais
visíveis e reais, ficando as famílias mais interessadas, próximas e conscientes
da sua importância.
Os principais problemas de aprendizagem para Piaget (2007, p.50)
geralmente estão ligados a alunos com pais pouco participantes na vida escolar,

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sendo a escola responsável em trazer esses pais para junto de si, através do
processo de mediação, portanto, o trabalho do psicólogo ira abranger um nível
acima do que se é esperado, entre essas atribuições vemos no trecho extraído
de um estudo a seguir:
O psicólogo deverá estar preocupado com a prevenção e a promoção
da saúde e do bem-estar subjetivo, envolvendo-se em atividades que
permitam aos estudantes obterem sucesso em suas atividades da vida,
diminuindo as situações de risco, do fracasso escolar e de outros
fatores que possam ameaçar sua sanidade e inibir suas
potencialidades. Esse psicólogo estará preparado para integrar
equipes, comissões e grupos de trabalho multidisciplinares, no sentido
de interferir no desenvolvimento da criança, sobretudo com a família, a
escola e a comunidade. (DAZZANI, 2010).

Frente a toda esta demanda, o psicólogo encontrará um verdadeiro


desafio ao tentar estabelecer meios para criar uma rede de comunicação entre
família – escola, devendo este avaliar todo o contexto em si, como dito por Valle
(2003) o trabalho do psicólogo no âmbito escolar apresenta várias vertentes, o
seu objetivo primordial é colaborar para que o processo ensino e aprendizagem
cheguem ao seu objetivo. Assim como para Guzzo et al., (2010) esse objetivo
deve contribui para a aprendizagem do aluno, para isso, é preciso conhecer
sobre a ciência que estuda o pensamento e o comportamento das pessoas para
que possa propor soluções e estratégias para os possíveis problemas.

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3.1 PSICOLOGIA NO INCENTIVO DA PARTICIPAÇÃO ESCOLAR

No levantamento realizado por Marafon e Tondin (2010), sugere que,


entre outras maneiras de atuação, seja realizado o desenvolvimento de grupos
de formação que reúnam os pais ou responsáveis pelos estudantes, com
encontros mensais afim de discutirem os temas relacionados à educação
(televisão, drogas, sexualidade, entre outros), de forma que seja evitado se
prenderem apenas em assuntos da escola. Nestes encontros, os pais
participam ativamente, perguntando, manifestando suas opiniões, mostrando-
se pertencentes ao grupo (MARAFON e TONDIN, 2010).
Resulta, assim, atividades satisfatórias tanto para os pais quanto para
os professores, e a escola e a família passam a dialogar de uma
maneira mais clara e objetiva, despertando ainda mais o interesse dos
pais pela escola, e o estímulo dos professores, criando espaços de
autonomia, participação e aprendizado em torno da cultura e da vida
desses sujeitos. Portanto, a escola deveria investir no fortalecimento
de estratégias que permitam aos familiares acompanharem as
atividades escolares, beneficiando tanto a escola quanto os familiares
dessas crianças, implementando ações que assegurem a parceria
entre esses dois ambientes, visando à busca de objetivos em comum
e de soluções para os desafios enfrentados pela comunidade escolar
(MARAFON e TONDIN, 2010).

Segundo Valle (2016) a necessidade de atuação preventiva do psicólogo,


abrange a escola e a família, tendo um distanciamento da atuação clínica no
contexto de cura, para fixar-se nos elementos que podem contribuir para o
fracasso escolar. Vemos no estudo de Silva e Kaulfuss (2015) que a família e a
escola precisam buscar um lugar equilibrado e saudável para que a criança seja
estimulada durante o seu processo de educação e aprendizagem, pois a
qualidade da educação infantil depende cada vez mais dessa parceria. A
participação dos pais em reuniões, conselhos escolares e até mesmo na
organização de eventos na escola auxiliam para que a criança seja motivada
nesse contexto. Assim a família assume o papel de suporte para a criança e
identifica-se que a ausência dos pais pode acarretar problemas na alfabetização
e na aprendizagem (SILVA e KAULFUSS, 2015).
É indispensável o envolvimento da família para eficácia no ensino
escolar. Isto pode ser obtido por meio de serviços da escola para e com
a comunidade, envolvendo-a em uma parceria, o que além de propiciar
à sociedade informação a predispõe positivamente para o atendimento
das demandas escolares. Mostram-se relevantes propostas de
aproximação das famílias, para que as crianças também conheçam os
pais de seus colegas, brinquedos e locais onde moram, e por meio

18
disso seja possível conhecer a realidade e integrar as famílias (SILVA
e KAULFUSS, 2015).

Segundo apontado por Araújo (2010), a família deve aprender a valorizar,


auxiliar na estimulação dos filhos, pois são responsáveis pelo desenvolvimento,
aprendizagem e educação dos filhos em seu aspecto psicológico, físico,
intelectual e social durante a fase de formação infantil. A escola sozinha não é
capaz de obter sucesso, dependendo da presença dos pais na educação da
criança (SILVA e KAULFUSS, 2015).
Além de que, esse profissional também deve fundamentar sua prática em
uma perspectiva preventiva no sentido de proporcionar a reflexão e a
conscientização de responsabilidades dos envolvidos no processo de
escolarização, tais como os familiares dos alunos, buscando remover bloqueios
que se interpõem à apropriação do saber por parte deles (MARINHO ARAUJO;
ALMEIDA, 2010).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos o quão importante é a participação da família durante a formação


educacional dos alunos, assim como a importância da atuação do psicólogo
inserido no contexto escolar, afim de garantir uma melhoria dos serviços
prestados pela instituição de ensino, principalmente quando em conjunto do
apoio familiar. Foi possível correlacionar os efeitos positivos, da participação
familiar no processo de aprendizagem infantil, quanto os efeitos negativos da
ausência familiar no âmbito escolar, bem como sua diminuição do
desenvolvimento educacional do aluno.
Pudemos observar como o profissional inserido dentro da instituição de
ensino, pode mediar situações, fazendo a ligação das partes envolvidas no
processo de ensino (escola-aluno-família) e sua importância na criação de meios
para que ocorra a participação efetiva entre as bases de formação de um
indivíduo na sociedade (família-escola).
A psicologia escolar favorece, portanto, o processo de aprendizagem ao
garantir a inclusão, bem como, a participação familiar no meio escolar,
favorecendo, principalmente, quando garante meios de levar a escola até os pais
que não podem comparecer assiduamente na instituição de ensino.

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REFERÊNCIAS

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