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CIRURGIA TORACOABDOMINAL DE CÃES E GATOS – V2.0

PROF. FABIANO ZANINI SALBEGO

FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


CIRURGIA TORACOABDOMINAL EM CÃES E GATOS – V2.0

PREFÁCIO
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Ao longo dos últimos dois séculos, o advento da anestesia, a identificação e isolamento de


microorganismos e o surgimento dos antibióticos, mudaram a forma com que as intervenções cirúrgicas eram
realizadas. No entanto, a despeito desta evolução, o trauma cirúrgico excessivo continuava a resultar em dano
celular, ocasionando o extravasamento de enzimas que retardavam a cicatrização dos tecidos. Desta forma a
necessidade de aplicação da técnica operatória minimamente traumática tornou-se fundamental para o sucesso
dos procedimentos.
A aplicação de tal técnica é regida por princípios que norteiam a cirurgia geral na atualidade e que foram
instituídos com o propósito de minimizar os danos teciduais e prover boa evolução cicatricial no período após as
intervenções. O cirurgião norte americano Willian Stuart Halsted, está entre os principais responsáveis pela
implantação de tais princípios, o que juntamente com a importante contribuição deixada por ele pelo advento das
luvas de borracha, lhe confere um dos títulos de pai da cirurgia moderna.
Estes princípios requeridos pela cirurgia requerem que o cirurgião não apresente tensão durante o
procedimento, tenha bom conhecimento anatômico, disseque somente o necessário, realize movimentos mínimos
e precisos, manipule suavemente as estruturas, use instrumentos e das técnicas indicadas, reduza a exposição dos
órgãos e tecidos ao ambiente, evite o ressecamento tecidual e reduza o tempo de cirurgia.
Dois fatores inter-relacionados, trauma tecidual e infecção cirúrgica, são de extrema importância para o
sucesso ou falha das cirurgias. Tem-se por meta em qualquer procedimento cirúrgico, direta ou indiretamente, a
limitação do trauma e a diminuição do risco de infecção. Os dois principais aspectos que contribuíram com o
aperfeiçoamento da cirurgia moderna foram o surgimento e desenvolvimento da anestesia e a aplicação dos
princípios da assepsia.
Este manual foi elaborado com o propósito de servir como guia de orientação para as aulas práticas e
como base para consulta dos acadêmicos e profissionais da área durante a realização destes procedimentos.

FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


CIRURGIA TORACOABDOMINAL EM CÃES E GATOS – V2.0

SUMÁRIO

Celiotomia Longitudinal Mediana e Paramediana .............................................................................05


Laparotomia de Flanco, Paracostal e Acessos Combinados ..............................................................07 3

Ovariosalpingohisterectomia ..............................................................................................................09
Orquiectomia ......................................................................................................................................11
Nefrotomia e Nefrectomia ..................................................................................................................13
Cistotomia ...........................................................................................................................................15
Uretrostomia Escrotal no Cão .............................................................................................................17
Uretrostomia Perineal no Gato ...........................................................................................................19
Gastrotomia ........................................................................................................................................21
Gastrostomia e Gastropexia por Sonda ..............................................................................................23
Enterotomia ........................................................................................................................................25
Enterectomia e Anastomose Término-terminal .................................................................................27
Toracotomia Intercostal .....................................................................................................................29
Toracostomia .....................................................................................................................................31
Toracocentese ....................................................................................................................................33
Métodos de Restabelecimento da pressão negativa intratorácica ...................................................34
Lobectomia pulmonar ........................................................................................................................35
Herniorrafia Diafragmática ...............................................................................................................37
Penectomia parcial e correção de Lacerações Penianas ...................................................................39
Biópsia Hepática .................................................................................................................................41
Esplenectomia e correção de Lacerações Esplênicas .........................................................................43
Pericardiotomia e Pericardiectomia....................................................................................................45
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FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


CIRURGIA TORACOABDOMINAL EM CÃES E GATOS – V2.0

PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


CELIOTOMIA LONGITUDINAL MEDIANA E PARAMEDIANA VENTRAL

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Procedimento indicado para intervenção cirúrgica das vísceras abdominais, Realize a preparação de rotina,
exploração abdominal para diagnóstico, procedimentos de suporte, drenagem com banho e tricotomia ampla para
abdominal e reconstrução cirúrgica. abordagem abdominal.
O jejum hídrico e sólido deverá ser
adequado a cada paciente, respeitando-se a
idade, o procedimento desejado e a afecção
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em curso.
Não há necessidade de profilaxia
antimicrobiana, exceto se houver
abordagem a órgãos e estruturas que
justifiquem o seu uso. Caso necessária a
mesma deverá atender os princípios de
aplicação e será realizada previamente a
cirurgia.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Realize a lavagem prepucial no
macho e a cateterização urinária para evitar
a contaminação do campo operatório com
urina.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com PÓS-OPERATÓRIO
o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-
inflamatória adequada por 3 a 5 dias,
conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza e os curativos
de duas a três vezes ao dia até a remoção dos
pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o
procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano
e roupa cirúrgica em tempo integral durante
este período.
Prescreva repouso e manutenção
do animal em ambiente apropriado durante
os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional
adequado durante o período de
convalescença ou conforme a afeção exigir
Realize os suportes
complementares (enfermagem, fisioterapia,
etc) conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

Infecção, Deiscência de sutura (hérnia incisional, eventração, evisceração), Hemorragia.

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CELIOTOMIA LONGITUDINAL MEDIANA E PARAMEDIANA VENTRAL

TÉCNICA OPERATÓRIA

Incise magistralmente a pele e subcutâneo com bisturi. O comprimento da incisão será orientado conforme o objetivo
da celiotomia e o critério do cirurgião, mas deve ser amplo o suficiente para que se trabalhe de maneira adequada podendo
variar conforme o órgão a ser abordado.
Para abordagem paracostal realize a incisão muscular individualmente em cada camada acompanhando a curvatura do
arco costal, mantendo entre 2 a 3 centímetros de distância do mesmo. Incise primeiro o músculo grande dorsal, depois o músculo
obliquo abdominal externo, obliquo abdominal interno e por último o músculo transverso abdominal e peritônio parietal. Para
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abordagem pelo flanco escolha o padrão de incisão simples ou composta e incise individualmente as camadas musculares,
iniciando pelo músculo obliquo abdominal externo até o peritônio parietal. A incisão irá se estender 2 a 3 cm ventral à coluna
vertebral até a mesma distância dorsal à linha média ventral do abdome.
Realize a hemostasia plano a plano utilizando método adequado para cada padrão hemorrágico.
Proteja os bordos da incisão com compressas umedecidas com solução salina aquecida e afaste os mesmos com
afastadores manuais ou autoestáticos, conforme disponibilidade e preferência do cirurgião.
No caso de cirurgia exploratória, realize a exploração sistemática da cavidade abdominal, inspecionando-se o primeiro
e segundo quadrantes, trato intestinal e canaletas abdominais. No caso de cirurgia específica, realize o procedimento desejado.
Para laparorrafia paracostal ou de flanco, utilize no peritônio e camadas musculares preferencialmente fio absorvível
de calibre compatível com o porte de cada animal. Fio inabsorvível também pode ser empregado.
Recomenda-se o uso de padrão de sutura aposicional interrompido ou contínuo, conforme preferência do cirurgião,
sempre ancorando a camada inferior.
Os calibres de fio mais utilizados variam com o porte do animal e o material utilizado.
No plano subcutâneo deve-se optar preferencialmente por fio absorvível aplicando-se suturas de padrão isolado ou
contínuo de efeito aposicional, sempre realizando a ancoragem deste no plano inferior. O calibre do fio deve ser compatível com
o porte do animal. Os fios inabsorvíveis também podem ser usados.
Para sutura de pele recomendam-se padrões de sutura de aposição ou leve eversão, utilizando-se padrão intradérmico
contínuo ou padrões interrompidos, a critério do cirurgião.
Respeitar as regras de uma boa sutura para que a mesma apresente eficiência e aspecto estético apropriado.

ANOTAÇÕES

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LAPAROTOMIA DE FLANCO, PARACOSTAL E ACESSOS COMBINADOS

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Procedimento indicado para intervenção cirúrgica das vísceras abdominais, Realize a preparação de rotina,
exploração abdominal para diagnóstico, procedimentos de suporte, drenagem com banho e tricotomia ampla para
abdominal e reconstrução cirúrgica. abordagem abdominal.
O jejum hídrico e sólido deverá ser
adequado a cada paciente, respeitando-se a
idade, o procedimento desejado e a afecção
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em curso.
Não há necessidade de profilaxia
antimicrobiana, exceto se houver
abordagem a órgãos e estruturas que
justifiquem o seu uso. Caso necessária a
mesma deverá atender os princípios de
aplicação e será realizada previamente a
cirurgia.
Posicione o animal em decúbito
lateral direito ou esquerdo conforme o lado
a ser abordado. Estenda os membros
torácicos em posição cranial e os pélvicos em
posição caudal.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
PÓS-OPERATÓRIO

Realize analgesia e terapia anti-


inflamatória adequada por 3 a 5 dias,
conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza e os curativos
de duas a três vezes ao dia até a remoção dos
pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o
procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano
e roupa cirúrgica em tempo integral durante
este período.
Prescreva repouso e manutenção
do animal em ambiente apropriado durante
os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional
adequado durante o período de
convalescença ou conforme a afeção exigir.
Realize os suportes
complementares (enfermagem, fisioterapia,
etc) conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

Infecção, Deiscência de sutura (hérnia incisional, eventração, evisceração), Hemorragia.

FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


LAPAROTOMIA DE FLANCO, PARACOSTAL E ACESSOS COMBINADOS

TÉCNICA OPERATÓRIA

Incise magistralmente a pele e subcutâneo com bisturi. O comprimento da incisão será orientado conforme o objetivo
da celiotomia e o critério do cirurgião, mas deve ser amplo o suficiente para que se trabalhe de maneira adequada podendo
variar conforme o órgão a ser abordado.
Para abordagem paracostal realize a incisão muscular individualmente em cada camada acompanhando a curvatura do
arco costal, mantendo entre 2 a 3 centímetros de distância do mesmo. Incise primeiro o músculo grande dorsal, depois o músculo
obliquo abdominal externo, obliquo abdominal interno e por último o músculo transverso abdominal e peritônio parietal. Para
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abordagem pelo flanco escolha o padrão de incisão simples ou composta e incise individualmente as camadas musculares,
iniciando pelo músculo obliquo abdominal externo até o peritônio parietal. A incisão irá se estender 2 a 3 cm ventral à coluna
vertebral até a mesma distância dorsal à linha média ventral do abdome.
Realize a hemostasia plano a plano utilizando método adequado para cada padrão hemorrágico.
Proteja os bordos da incisão com compressas umedecidas com solução salina aquecida e afaste os mesmos com
afastadores manuais ou autoestáticos, conforme disponibilidade e preferência do cirurgião.
No caso de cirurgia exploratória, realize a exploração sistemática da cavidade abdominal, inspecionando-se o primeiro
e segundo quadrantes, trato intestinal e canaletas abdominais. No caso de cirurgia específica, realize o procedimento desejado.
Para laparorrafia paracostal ou de flanco, utilize no peritônio e camadas musculares preferencialmente fio absorvível
de calibre compatível com o porte de cada animal. Fio inabsorvível também pode ser empregado.
Recomenda-se o uso de padrão de sutura aposicional interrompido ou contínuo, conforme preferência do cirurgião,
sempre ancorando a camada inferior.
Os calibres de fio mais utilizados variam com o porte do animal e o material utilizado.
No plano subcutâneo deve-se optar preferencialmente por fio absorvível aplicando-se suturas de padrão isolado ou
contínuo de efeito aposicional, sempre realizando a ancoragem deste no plano inferior. O calibre do fio deve ser compatível com
o porte do animal. Os fios inabsorvíveis também podem ser usados.
Para sutura de pele recomendam-se padrões de sutura de aposição ou leve eversão, utilizando-se padrão intradérmico
contínuo ou padrões interrompidos, a critério do cirurgião.
Respeitar as regras de uma boa sutura para que a mesma apresente eficiência e aspecto estético apropriado.

ANOTAÇÕES

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OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA
INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A ovariosalpingohisterectomia é indicada nos casos como endometrite, fetos Realize a preparação de rotina,
enfisematosos, hiperplasia cística endometrial, torção uterina, desequilíbrios com banho e tricotomia ampla para
hormonais, piometra, neoplasias de ovário, neoplasias de útero, pseudociese e evitar abordagem abdominal.
o cio e a reprodução. O jejum hídrico e sólido deverá ser
adequado a cada paciente.
Como trata-se de procedimento
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limpo-contaminado, é sempre recomendado
que antibiótico seja empregado na
modalidade profilática antes da cirurgia.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.

PÓS-OPERATÓRIO

No período pós-operatório o uso de


antibiótico na modalidade terapêutica é
instituído em caso de necessidade, a critério
do cirurgião.
O animal deve receber analgésico e anti-
inflamatório por 2 a 3 dias consecutivos.
Procure evitar o uso de substâncias a base de
iodo ou pomadas sobre a ferida. A limpeza da
ferida com solução fisiológica é suficiente
para uma boa evolução cicatricial. A incisão
pode ser protegida somente com gaze e fita
microporosa.
O uso de colar elisabetano é obrigatório para
que se evitem complicações decorrentes de
autotraumatismo.
Especialmente nas gatas e não menos
importante nas cadelas, o uso da roupa
cirúrgica auxilia muito na prevenção à
infecção do sítio cirúrgico. No entanto, é
importante ressaltar que a roupa não deve
ser usada em substituição ao colar
elisabetano.
Quando não houverem intercorrências, os
pontos de pele poderão ser removidos com 7
a 10 dias após a cirurgia.
Recomenda-se repouso e que atividades de
COMPLICAÇÕES grande esforço somente sejam liberadas
após duas semanas da cirurgia.
As principais complicações associadas ao procedimento são as hemorragias (problema
mais comum), infecções, fístulas, síndrome do ovário remanescente, piometrite de coto,
ligadura do ureter, incontinência urinária, hipoplasia da vagina e vulva e persistência de
comportamento juvenil.

FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


OVÁRIO-SALPINGO-HISTERECTOMIA
TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize a celiotomia longitudinal mediana em posição retroumbilical. Na cadela, quando muito obesa ou com tórax
profundo, uma leve ampliação cranial da incisão pode facilitar a exposição dos ovários. Para detalhes e cuidados com a celiotomia
consulte o tópico sobre o assunto.
Após abordagem, realize a hemostasia plano a plano, proteja os bordos da incisão e localize o corpo uterino, cornos e
ovários.
Faça a transposição do mesoduodeno da direita para a esquerda para expor o ovário direito e do mesocolon da
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esquerda para direita para expor o ovário esquerdo.
Posicione um afastador manual na borda da parede abdominal e tracione o mesmo ventrolateralmente, para facilitar a exposição.
Perfure o ligamento mesovárico com uma pinça de Rochester Pean (ou a critério do cirurgião) na janela avascular,
imediatamente caudal ao pedículo arteriovenoso ovariano. Alguns cirurgiões preferem realizar a ruptura do ligamento suspensor
para facilitar a exposição dos ovários, porém essa é uma prática quase sempre desnecessária quando a adequada abordagem é
realizada.
Existem variações de técnica, mas tradicionalmente são utilizadas três pinças hemostáticas para o procedimento, sendo
assim chamadas de primeira pinça (proximal ao rim), segunda pinça (intermédia, entre a primeira e a segunda) e terceira pinça
(distal ao rim e/ou distal ou proximal ao ovário).
Posicione as pinças hemostáticas, preferencialmente curvas com o ramo voltado em posição lateromedial e com a
concavidade voltada para cima, para facilitar a a passagem do fio para ligadura e a visualização do cirurgião. O ramo da pinça
deve englobar todo o pedículo arteriovenoso e o ligamento suspensor.
Na técnica convencional as três pinças sequenciais são posicionadas desta maneira entre o polo renal e o ovário. Na
técnica modificada, a terceira pinça é colocada distal ao ovário.
Seccione o pedículo arteriovenoso ovariano e o ligamento suspensor entre a segunda e terceira pinças (intermédia e
distal).
Incise com tesoura de Metzembaum o ligamento largo do útero em direção às artérias uterinas no corpo, com antes
de tracionar o corno uterino caudalmente.
Realize a ligadura do pedículo arteriovenoso e ligamento suspensor. O pedículo pode ser ligado duplamente com fio de
calibre 0 a 2-0 preferencialmente absorvível, embora uma ligadura simples seja suficiente para conferir segurança quando a
técnica correta for empregada.
O primeiro nó (de cirurgião) deve ser cerrado abaixo da primeira pinça (próxima ao polo renal). Após o nó inicial,
recomenda-se que sejam realizados mais dois nós quadrados em cada pedículo (seis laçadas), iniciando-se pelo nó de cirurgião.
Realize o mesmo procedimento no ovário contralateral.
Exponha o corpo uterino pela tração cranial dos cornos e ligamento largo e redondo. Se houver repleção vesical a
mesma deve esvaziada. Se não houver retração completa da bexiga para a pelve, a retroflexão vesical pode auxiliar na
visualização.
Realize o triplo pinçamento no corpo do útero, cranial a cérvice.
Para o cirurgião mais inexperiente ou quando o corpo estiver muito aumentado de tamanho, recomenda-se que as
artérias uterinas sejam ligadas independentes imediatamente cranial a cérvice com o mesmo padrão de fio utilizado nos ovários,
antes da ligadura em massa, para evitar escape e hemorragia acidental. Nos casos em que houver coleção uterina, as bordas do
coto devem ser invaginadas ao invés de aposicionadas pela ligadura em massa, o que pode ser obtido com a aplicação da sutura
de Parker-kerr.
Realize omentopexia no coto uterino após a ligadura ou sutura.
Os instrumentos e luvas que mantiverem contato com a luz do órgão ou com secreções deverão ser trocados antes da
celiorrafia.
A celiorrafia abdominal, plano subcutâneo e pele são realizados de forma rotineira, conforme descrito na sessão sobre
celiotomia/laparotomia.

ANOTAÇÕES

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ORQUIECTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A orquiectomia está indicada para controle da reprodução, tratamento de O jejum hídrico e sólido deverá ser
afecções inflamatórias dos testículos, neoplasias, alteração comportamental e adequado a cada paciente.
alterações benignas da próstata. Realize a tricotomia sobre a bolsa
escrotal e região pré-escrotal, o mais
próximo possível do momento da cirurgia.
Realize a lavagem prepucial e a
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cateterização urinária para evitar a
contaminação do campo operatório com
urina.
Para a orquiectomia no cão, o
animal deve ser posicionado em decúbito
dorsal com os membros torácicos
tracionados em sentido cranial.
Especialmente em cães maiores e/ou em
condição corporal magra, o uso de calha
cirúrgica auxilia mantendo o
posicionamento adequado do animal
durante o procedimento.
Para orquiectomia no gato, devido
a posição perineal dos testículos,
recomenda-se que o animal seja posicionado
em decúbito dorsal, tracionando-se os
membros pélvicos em sentido cranial para
elevação do períneo, colocando-se um
anteparo sobre a região lombar.
Realize a antissepsia sobre a área
tricotomizada utilizando protocolo e
antisséptico a critério do cirurgião e
exigência do paciente.
Devido a cirurgia ser considerada
limpa, não se justifica o uso de antibióticos
profiláticos neste caso, quando for
respeitada a técnica asséptica.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
No período pós-operatório o uso
de antibiótico somente é instituído em caso
de necessidade, a critério do cirurgião,
porém não é necessário se a técnica
asséptica for respeitada.
O animal deve receber analgésico e
anti-inflamatório por 2 a 3 dias consecutivos
e recomenda-se repouso por 3 dias após a
cirurgia.
Procure evitar o uso de substâncias
a base de iodo ou pomadas sobre a ferida. A
limpeza da ferida com solução fisiológica é
suficiente para uma boa evolução cicatricial.
COMPLICAÇÕES A incisão pode ser protegida somente com
gaze e fita microporosa.
O uso de colar elisabetano é
As complicações relacionadas são o edema pós-operatório, hemorragia e obrigatório .
hematoma na bolsa escrotal (mais comum quando o acesso for escrotal), infecção e Quando não houverem
lesões penianas iatrogênicas, embora estas últimas menos comuns e mais relacionadas intercorrências, os pontos de pele poderão
ao acesso pré-escrotal. ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia.

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ORQUIECTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

A castração no macho pode ser realizada como técnica aberta ou fechada.


Nos felinos se preconiza o acesso ela bolsa escrotal enquanto no cão o acesso pela região pré-escrotal é o mais
recomendado devido a complicações e ao manejo pós-operatório.
Se o acesso for pré-escrotal, contenha os testículos com a mão não dominante e empurre-os individualmente em
sentido cranial, em posição a frente da bolsa escrotal.
Se o acesso for escrotal, contenha os testículos em posição e incise sobre a bolsa escrotal.
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A incisão da pele e subcutâneo é realizada com bisturi e mais tradicionalmente no sentido longitudinal, com relação ao
eixo testicular.
Estenda a incisão e aprofunde a mesma até que a pele e as fáscias do escroto (fáscia espermática externa, túnica
cremastérica e fáscia espermática interna) sejam incisadasexpondo a túnica vaginal parietal.
A túnica vaginal é separada em duas camadas, sendo uma externa que reveste a bolsa escrotal internamente e a outra
interna, que reveste o testículo recobrindo a túnica albugínea. Entre estas duas camadas, circula o fluido peritoneal.
Se a técnica escolhida for fechada, divulsione a camada parietal da túnica vaginal separando-a das fáscias do escroto.
Isole e identifique o cordão espermático e realize o triplo pinçamento sobre o mesmo utilizando pinças de Rochester
Pean (ou outra a escolha do cirurgião).
Seccione o cordão entre a segunda e a terceira pinça.
Realize a ligadura em massa das estruturas do cordão, utilizando preferencialmente fio absorvível de calibre compatível
com o tamanho e volume do cordão espermático. Nesta modalidade recomenda-se que a ligadura seja dupla ou trasnfixante
para minimizar os riscos de escape. Podem ser utilizados fios absorvíveis ou inabsorvíveis, monofilamentares ou
multifilamentares, embora estes últimos normalmente confiram uma maior segurança nos nós.
Após a ligadura e remoção o outro testículo pelo mesmo procedimento realize a lavagem dos cotos remanescentes
com solução fisiológica aquecida.
Se a técnica escolhida for a aberta, realize uma pequena incisão com bisturi (0,5 a 1 cm) sobre a mesma túnica vaginal
parietal sobre o eixo longitudinal do testículo até que o fluido peritoneal seja drenado.
Amplie a incisão com tesoura de Metzembaum e exponha as estruturas testiculares juntamente com os componentes
do cordão espermático. Retraia a túnica vaginal parietal seccionando o ligamento próprio do testículo.
Identifique o mesórquio e perfure uma janela entre o ducto deferente e os componentes vasculares do cordão (artéria
e veia testicular).
Conforme a preferência do cirurgião, realize o triplo pinçamento individual do ducto deferente e do plexo vascular ou
em massa, para posterior secção entre a segunda e terceira pinças. O procedimento de ligadura individual é mais recomendado
devido a segurança.
Realize as ligaduras dos cotos preferencialmente com fio absorvível, embora os inabsorvíveis também possam ser
utilizados.
Repita o procedimento de ligadura para o testículo contralateral.
Se a técnica escolhida for a aberta, a túnica vaginal parietal é deixada aberta, sendo reduzidos somente o subcutâneo
e a pele. Já se a técnica escolhida for a fechada, a própria ligadura do cordão mantém o canal inguinal fechado.
Quando se opta pela técnica semi-aberta, realiza-se o procedimento similar a técnica aberta, porém após a ligadura
dos cotos os mesmos são sepultados para dentro do canal inguinal e a túnica vaginal parietal é pinçada, seccionada e ligada, para
permitir o fechamento do canal.
Quando o acesso cirúrgico realizado for escrotal, pode-se manter a bolsa escrotal aberta (sem sutura), especialmente
no gato. No entanto, um ponto de aposição de uma sutura interrompida pode também ser usado, a critério do cirurgião.
Quando o acesso realizado for pré-escrotal no cão, realize obrigatoriamente a síntese da incisão, evitando envolver o
pênis e o sulco uretral na sutura durante a ancoragem. Utilize fios absorvíveis ou inabsorvíveis em padrão isolado ou contínuo
no plano subcutâneo.
Realize a síntese de pele pode com fio inabsorvível em padrão interrompido.

ANOTAÇÕES

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NEFROTOMIA E NEFRECTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A principal indicação para nefrotomia é a remoção de urolitíases (nefrólitos). Realize a preparação de rotina,
Já a nefrectomia pode ser indicada em uma variedade maior de causas como trauma e com banho e tricotomia ampla para
hematoma renal, cistos renais, abcesso, neoplasia, hidronefrose, ectopia ureteral e abordagem abdominal.
parasitas renais. Especialmente a nefrectomia parcial tem indicação quando houver O jejum hídrico e sólido deverá ser
caso de trauma que comprometa menos de 50% do parênquima renal. Em toda cirurgia adequado a cada paciente.
renal, mesmo naquelas que não realizem a remoção parcial ou total do órgão é Como trata-se de procedimento
importante avaliar a função de ambos os rins, tendo em vista que o dano cirúrgico ou 13
limpo-contaminado, é sempre recomendado
a remoção, não comprometa a função renal como um todo. que antibiótico seja empregado na
modalidade profilática antes da cirurgia.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Para abordagem renal
descreveremos o acesso padrão realizado
pela linha média ventral, embora a
abordagem mais direcionada a um dos rins
possa ser realizada por acessos sagitais,
paracostais e outras variações.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
O animal deve receber analgésico e
anti-inflamatório por 2 a 3 dias consecutivos.
Procure evitar o uso de substâncias
a base de iodo ou pomadas sobre a ferida. A
limpeza da ferida com solução fisiológica é
suficiente para uma boa evolução cicatricial.
A incisão pode ser protegida somente com
gaze e fita microporosa.
O uso de colar elisabetano é
obrigatório para que se evitem complicações
decorrentes de autotraumatismo.
Quando não houverem
intercorrências, os pontos de pele poderão
ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia.
Recomenda-se repouso moderado
por 5 a 7 dias após a cirurgia.
Mantenha o animal em
fluidoterapia para intensificar a filtração
renal e monitorar o débito urinário.
Nos casos de nefrotomia e
nefrectomia pode ocorrer hematúria nas
primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia.
O uso de antibiótico no pós-
operatório é dependente da necessidade,
embora em muitos casos apenas a profilaxia
COMPLICAÇÕES seja indicada.
Para os animais que foram
nefrectomizados recomenda-se que sejam
As principais complicações relacionadas são a deiscência de sutura, formação mantidos controles semestrais da função
de hemoperitônio e peritonite química pelo derrame de urina. Os cuidados gerais de urinária.
enfermagem no pós-operatório são mandatórios para que se evite complicações gerais
como infecção, eventração, evisceração, choque e óbito.

FABIANO ZANINI SALBEGO, PROF, MV, DR. 2017 - CURSOSVET.BR


NEFROTOMIA E NEFRECTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize uma incisão pré-umbilical caudal, levemente estendida para a posição retro-umbilical.
Localize o rim, e incise o peritônio parietal para a exposição do hilo renal.
O rim esquerdo é exposto trasnpondo-se o mesocólon descendente da esquerda para direita e o rim direito é exposto
transpondo-se o mesoduodeno descendente da direita para a esquerda
Disseque de forma romba o tecido perirenal e identifique a artéria renal, veia renal e o ureter.
Para nefrotomia, realize a oclusão dos vasos renais com um clampe vascular ou fita umbilical usando sistema de
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Rommel. A oclusão não deve extrapolar mais que 20 a 25 minutos para se evitar danos as células renais. O ureter não deve ser
ocluído.
Realize uma incisão longitudinal de polo a polo na capsula e cortical, aprofundando a mesma até atingir a pelve renal.
Explore a pelve com uma pinça hemostática, remova cuidadosamente os cálculos e lave a pelve com solução fisiológica
aquecida em jatos.
Realize pontos de sutura hemostáticos em padrão de Wolf, que transfixem todo o parênquima renal, sendo estes
aplicados sobre o corpo no eixo longitudinal do rim, evitando que o fio entre em contato com a pelve renal, especialmente
quando for inabsorvível. Dê preferência ao uso de fio absorvível de padrão monofilamentar de calibre entre 2-0 a 4-0.
Aplique uma sutura contínua ou interrompida de padrão aposicional na cápsula renal, usando o mesmo padrão de fios
de sutura, porém de calibre 3-0 a 5-0.
No caso de nefrectomia parcial, o procedimento será bastante similar a nefrotomia.
Identifique o polo a ser removido e aplique as suturas hemostáticas na área de transição entre a área hígida e a área
lesada.
Realize a incisão em sentido transversal aos polos, para remoção de um segmento inteiro do parênquima e pelve renal.
Sempre que possível, incise a capsula renal de forma a conservar parte do tecido capsular para que o mesmo possa ser utilizado
para revestir o parênquima seccionado.
Seccione com bisturi o segmento renal afetado e recubra o parênquima exposto com o remanescente da cápsula,
suturando a mesma com pontos interrompidos ou contínuos em padrão aposicional.
Em caso de nefrectomia total, após exposição do hilo renal, identifique e ligue individualmente a artéria e veia renais
o mais próximo possível da aorta e veia cava. Quando o motivo da nefrectomia decorrer de causas neoplásicas ou infecciosas,
recomenda-se ligar inicialmente a veia renal, seguido da artéria renal. Recomenda-se a realização de ligadura dupla, dando
preferência para fios absorvíveis ou inabsorvíveis multifilamentares.
Identifique e preserve a veia ovariana esquerda nos cães, pois a mesma drena para a veia renal e não para a veia cava
caudal.
Disseque e ligue o ureter o mais próximo possível de sua inserção na vesícula urinária.
Ao término da nefrotomia ou nefrectomia parcial lave o local com solução salina aquecida, remova eventuais coágulos
e realize a omentalização. Libere o clampeamento dos vasos e observe a reperfusão renal. A critério do cirurgião pode ser
realizada a nefropexia à parede abdominal.
Substitua as luvas e os instrumentais postos em contato com a pelve renal, antes da síntese da parede abdominal e
realize a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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CISTOTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A cistotomia está indicada para a remoção de cálculos vesicais não tratáveis Recomenda-se que exames de
clinicamente, remoção de coágulos, debris teciduais e exploração da luz vesical, como sedimento urinário sejam realizados, além
no caso de diagnóstico de ureteres ectópicos. de exames de imagem quando necessários,
os quais podem fornecer informações
preciosas sobre a condição e integridade da
vesícula urinária.
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Realize a preparação de rotina,
com banho e tricotomia ampla para
abordagem abdominal. O jejum hídrico e
sólido deverá ser adequado a cada paciente.
Em caso de procedimento limpo-
contaminado, é sempre recomendado que
antibiótico seja empregado na modalidade
profilática antes da cirurgia.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial. Realize a
lavagem prepucial nos machos e a
cateterização uretral tanto no macho quanto
na fêmea para esvaziamento vesical.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.

PÓS-OPERATÓRIO

No período pós-operatório recomenda-se imediatamente ao termino da cirurgia, seja realizada a lavagem vesical através do
cateter urinário, utilizando-se solução fisiológica aquecida. A lavagem deve ser repetida até que solução drenada esteja translúcida.
É recomendado que o animal seja mantido em fluidoterapia por algumas horas após o procedimento, especialmente em
pacientes obstruídos, para intensificar o fluxo urinário e evitar a estase e formação de coágulos.
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada.
No caso de terapia o recomendado é que a mesma seja baseada na cultura e antibiograma da urina.
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina
e para sinais de peritonite.
Procure evitar o uso de substâncias a base de iodo ou pomadas sobre a ferida. A limpeza da ferida com solução fisiológica é
suficiente para uma boa evolução cicatricial. A incisão pode ser protegida somente com gaze e fita microporosa.
O uso de colar elisabetano é obrigatório para que se evitem complicações decorrentes de autotraumatismo, especialmente
quando o cateter urinário for mantido.
Quando não houverem intercorrências, os pontos de pele poderão ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia. Recomenda-se
repouso moderado por 5 a 7 dias após a cirurgia.
É considerado normal a presença de traços de sangue na urina durante as primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia. Se a hematúria
persistir pode indicar a ocorrência de cistite.
Os cálculos removidos devem ser enviados para análise laboratorial, pois a identificação do cálculo poderá auxiliar na profilaxia
do mesmo, evitando a ocorrência de recidivas.

COMPLICAÇÕES

Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura, a formação de uroperitônio e peritonite química
e a recorrência da urolitíase.
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CISTOTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realiza-se uma incisão retro-umbilical caudal padrão nas fêmeas. Já nos machos, a incisão deve ser orientada a realizar
o desvio em posição lateral ao prepúcio na pele e subcutâneo
Proteja a bainha do pênis e os vasos epigástricos caudais superficiais que devem ser isolados e ligados para rebatimento
lateral do pênis e prepúcio.
Acesse a cavidade através da linha alba de forma similar à fêmea.
Localize a vesícula urinária e exponha a mesma por pinçamento digital utilizando compressa de gaze umedecida.
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Revista os bordos da parede abdominal com compressas cirúrgicas embebidas em solução fisiológica aquecida, para
completo isolamento do órgão.
Se a vesícula urinária estiver repleta, drene a urina por cistocentese com agulha fina.
Aplique pontos de reparo não contaminantes e envolvendo a submucosa em posição cranial e caudal aos vértices da
incisão planejada para a cistotomia. Para isso pode-se utilizar fios absorvíveis ou inabsorvíveis de calibre 2-0 a 4-0,
preferenciamente de padrão monofilamentar com agulhas atraumáticas.
A cistotomia pode tanto ser realizada na face dorsal como ventral da vesícula urinária, preferencialmente no sentido
longitudinal na parte central do corpo.
Após tração dorsal dos reparos, realize uma punção com bisturi e sua expansão com tesoura de Metzembaum.
Com uma pinça de dissecção ou hemostática explore a luz vesical, remova os cálculos ou debris, realize a biópsia,
cateterize a uretra e lave a bexiga com solução salina aquecida.
Seccione delicadamente com tesoura de Metzembaum o excesso de mucosa vesical evertida anteriormente a síntese
da parede vesical.
Realize a cistorrafia em duas camadas de sutura de espessura total, que podem ser de padrão interrompido ou
contínuo, utilizando na primeira linha um padrão de aposição ou invaginante e na segunda linha um padrão invaginante
obrigatoriamente não contaminante.
Dê preferência a fios absorvíveis monofilamentares com agulhas atraumáticas de calibre entre 3-0 e 5-0. No entanto,
fios inabsorvíveis também podem ser empregados, desde que não entrem em contato com a luz vesical.
A critério do cirurgião, o teste de impermeabilidade da linha de sutura por repleção vesical através de injeção de solução
fisiológica pela sonda, pode ser realizado.
Ao término da sutura, lave a mesma copiosamente com solução salina aquecida e realize a omentalização.
Substitua as luvas e os instrumentais postos em contato com a pelve renal, antes da síntese da parede abdominal e
realize a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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URETROSTOMIA ESCROTAL NO CÃO

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A uretrostomia está indicada sempre que houver dano irreversível a uretra Realize a preparação de rotina,
distal, processo obstrutivo com impossibilidade de cateterismo, obstrução recorrente com banho e tricotomia ampla para
e correção de estenose decorrente de traumatismo ou técnica prévia de uretrotomia. abordagem abdominal. O jejum hídrico e
A uretrostomia escrotal é indicada como a técnica de eleição para cão, sendo sólido deverá ser adequado a cada paciente.
obrigatória a realização de orquiectomia seguida de ablação da bolsa escrotal. A Posicione o animal em decúbito
uretrostomia escrotal no cão é preferida porque a hemorragia neste local é geralmente dorsal com os membros torácicos
menor que em outras localizações, a uretra é mais superficial e apresenta diâmetro 17
estendidos em posição cranial. Realize a
relativamente mais largo que em outros locais. lavagem prepucial nos machos e a
cateterização uretral, tanto no macho
quanto na fêmea para esvaziamento vesical
e delimitação da uretra.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
A profilaxia antimicrobiana é
necessária antes da cirurgia. O uso de
antibióticos anteriormente a cirurgia é
indicado para animais obstruídos ou com
lesão de uretra, devido ao efeito de retardo
que a urina apresenta sobre a cicatrização,
além do risco de estenose cicatricial.
Sempre que possível realize a
tentativa de sondagem retrógrada e o
deslocamento do cálculo por hidropropulsão
para a vesícula urinária antes da
uretrostomia.
O pênis deverá ser sondado
quando possível, mais no intuito de
identificar o ponto de obstrução do que
propriamente demarcar a uretra.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Há discussão sobre a manutenção do cateter uretral após a cirurgia com relação as suas vantagens e desvantagens. Normalmente
a remoção do cateter é recomendado, porém a decisão de manutenção do cateter pelas primeiras horas após a cirurgia dependerá de
criteriosa avaliação do cirurgião, levando em conta fatores como infecção, lesão tecidual e temperamento do paciente, entre outros. É
relativamente comum a ocorrência de hematúria entre as primeiras 24 a 48 horas após a intervenção, o que não deve persistir depois
deste período.
A literatura descreve que a hemorragia pode persistir em alguns casos por até mais de duas semanas, porém normalmente nos
casos em que a hemorragia se prolonga em demasia pode haver relação com distúrbio de coagulação ou técnica operatória e manejo pós-
operatório inapropriados.
No período pós-operatório recomenda-se que o animal seja mantido em fluidoterapia, especialmente em pacientes obstruídos,
para intensificar o fluxo urinário e evitar a estase e formação de coágulos.
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada.
Mantenha o animal em repouso evitando atividades de esforço excessivo nos primeiros 5 a 7 dias.
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina
e sinais de extravasamento no subcutâneo ou irritação da ferida.
O uso do colar elisabetano é essencial para evitar o autotraumatismo, especialmente quando o cateter urinário for mantido.
Quando não há intercorrências, os pontos da uretrostomia podem ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia.
Para os animais que permaneceram obstruídos, recomenda-se que azotemia pós-renal seja monitorada.

COMPLICAÇÕES

Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura e o extravasamento de urina no
subcutâneo, a estenose do novo óstio uretral e a recorrência da obstrução.

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URETROSTOMIA ESCROTAL NO CÃO

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize a orquiectomia pré-escrotal ou escrotal, seguida de ablação da bolsa escrotal.


Identifique e retraia lateralmente o músculo retrator do pênis após sua liberação.
Contenha o corpo esponjoso do pênis firmemente com a mão não dominante, palpe o corpo cavernoso do pênis sob a
região escrotal e identifique o sulco uretral. A uretra pode ser identificada através da sonda uretral, embora muitas vezes a sonda
não esteja posicionada no local devido a impossibilidade de sondagem. Nestes casos segue-se o trajeto do sulco uretral.
Realize uma pequena incisão longitudinal de aproximadamente 1 a 2 cm na linha média ventral do corpo peniano sobre
18
o sulco uretral utilizando uma lâmina de bisturi delicada e amplie a incisão com tesoura delicada (Metzembaum ou Iris).
Expanda a incisão uretral o suficiente para permitir sua espatulação na pele. As incisões devem proporcionais ao
tamanho do animal e da uretra, para evitar estenose pós-operatório. Normalmente incisões de 1,5 a 2 centímetros são adequadas
para cães menores e incisões de 3 a 4 centímetros para cães maiores.
Controle a hemorragia através de técnica compressiva, evitando o pinçamento direto sobre a uretra.
Remova os cálculos identificados com uma pinça hemostática e lave a uretra no local instilando solução fisiológica
aquecida.
Realize a sondagem normógrada e retrógrada a partir do orifício da uretrostomia e se houver necessidade lave a
vesícula urinária.
Suture o tecido subcutâneo à túnica albugínea do corpo do pênis com sutura isolada em padrão de aposição utilizando-
se fio absorvível 3.0 a 5-0.
Realize a espatulação da mucosa uretral com a pele do orifício uretral distribuição pontos de sutura na espatulação da
mucosa uretral na pele aplicando 4 pontos de sutura de aposição em ângulo de 45º nas extremidades da incisão. Posteriormente
distribua pontos equidistantes entre eles mantendo um espaçamento não superior a 3mm.
Dê preferência a fios inabsorvíveis monofilamentares com agulha atraumática de calibre 4-0 a 5-0. O ponto
interrompido simples é o mais comumente usado para esta finalidade.
Evite posicionar os nós sobre a mucosa uretral e corte os fios de sutura ao término do ponto, deixando longa a ponta
voltada para pele e curta a ponta voltada para mucosa uretral.
Realize a lavagem copiosa do local de sutura com soro fisiológico aquecido, remova os possíveis coágulos locais e realize
compressão local com compressa cirúrgica por 5 a 7 minutos.

ANOTAÇÕES

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URETROSTOMIA PERINEAL NO GATO

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A uretrostomia está indicada sempre que houver dano irreversível a uretra Realize a preparação de rotina,
distal, processo obstrutivo com impossibilidade de cateterismo, obstrução recorrente com banho e tricotomia ampla para
e correção de estenose decorrente de traumatismo ou técnica prévia de uretrotomia. abordagem abdominal. O jejum hídrico e
No gato a técnica de escolha é a uretrostomia perineal, sendo obrigatória a realização sólido deverá ser adequado a cada paciente.
de orquiectomia e penectomia concomitante a este procedimento. Posicione o animal em decúbito
esternal com os membros pélvicos caídos
19
para fora do plano da mesa e a cauda
tracionada dorsalmente, utilizando-se um
anteparo na região abdominal ventrocaudal
ou ser mantido em decúbito dorsal, com os
membros pélvicos tracionados em sentido
cranial, onde o anteparo pode ser
pocisionado na região lombar.
Realize a lavagem prepucial para
minimizar os riscos de contaminação. A
antissepsia deverá ser realizada em toda a
área tricotomizada, utilizando-se protocolo a
critério do cirurgião ou conforme restrições
do paciente.
Posicione os campos ou use
campos autoaderentes.
A antibioticoprofilaxia é
recomenada. O uso de antibióticos
anteriormente a cirurgia é indicado para
animais obstruídos ou com lesão de uretra,
devido ao efeito de retardo que a urina
apresenta sobre a cicatrização, além do risco
de estenose cicatricial. Sempre que possível
realize a tentativa de sondagem retrógrada e
o deslocamento do cálculo por
hidropropulsão para a vesícula urinária antes
da uretrostomia.
Sonde o pênis do gato
previamente para facilitar a localização da
uretra, embora essa prática nem sempre
seja possível.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Há discussão sobre a manutenção do cateter uretral após a cirurgia com relação as suas vantagens e desvantagens. Normalmente
a remoção do cateter é recomendado, porém a decisão de manutenção do cateter pelas primeiras horas após a cirurgia dependerá de
criteriosa avaliação do cirurgião, segundo fatores como infecção, lesão tecidual e temperamento do paciente, entre outros. É
relativamente comum a ocorrência de hematúria entre as primeiras 24 a 48 horas após a intervenção, o que não deve persistir depois
deste período.
A literatura descreve que a hemorragia pode persistir em alguns casos por até mais de duas semanas, porém normalmente nos
casos em que a hemorragia se prolonga em demasia pode haver relação com distúrbio de coagulação ou técnica operatória e manejo pós-
operatório inapropriados.
No período pós-operatório recomenda-se que o animal seja mantido em fluidoterapia, especialmente em pacientes obstruídos,
para intensificar o fluxo urinário e evitar a estase e formação de coágulos.
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada.
Mantenha o animal em repouso evitando atividades de esforço excessivo nos primeiros 5 a 7 dias.
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina
e sinais de extravasamento no subcutâneo ou irritação da ferida.
O uso do colar elisabetano é essencial para evitar o autotraumatismo, especialmente quando o cateter urinário for mantido.
Quando não há intercorrências, os pontos da uretrostomia podem ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia.
Para os animais que permaneceram obstruídos, recomenda-se que azotemia pós-renal seja monitorada.

COMPLICAÇÕES

Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura e o extravasamento de urina no
subcutâneo, a estenose do novo óstio uretral e a recorrência da obstrução.

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URETROSTOMIA PERINEAL FELINA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Aplique uma sutura em bolsa de tabaco no ânus para evitar a contaminação do campo operatório durante a cirurgia.
Realize a orquiectomia pelo método aberto e sepulte os cotos fechando o canal inguinal.
Contenha o pênis pelo pinçamento digital e faça uma incisão elíptica ao redor do escroto e prepúcio.
Disseque o pênis com precisão junto ao tecido frouxo circundante até a inserção do mesmo no arco isquial e seccione
ventralmente ao pênis o ligamento peniano.
Disseque e seccione na base do pênis os músculos isquiouretrais e isquicavernosos em sua inserção no ísquio, tomando
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cuidado para não produzir hemorragia excessiva e não lesar os nervos pudendos.
Exponha a parte dorsal do pênis e identifique as glândulas bulbouretrais. E disseque e rebata o músculo retrator do
pênis na face dorsal da uretra.
Localize a uretra e realize uma pequena incisão longitudinal de aproximadamente 1 a 2 cm na linha média ventral do
corpo peniano sobre o sulco uretral utilizando uma lâmina de bisturi delicada e amplie a incisão com tesoura delicada
(Metzembaum ou Iris). Expanda a incisão uretral o suficiente para permitir sua espatulação na pele. As incisões devem
proporcionais ao tamanho do animal e da uretra, para evitar estenose pós-operatório. Normalmente a incisão é expandida até o
limite máximo permitido pelo coto remanescente do corpo do pênis. As incisões de 2 a 4 centímetros são geralmente suficientes
para permitir uma adequada espatulação.
Evite a tração excessiva do pênis afim de não provocar lesões na inervação da uretra e seccione o corpo do pênis
transversalmente na região do terço distal.
Controle a hemorragia através de técnica compressiva sobre a incisão longitudinal evitando o pinçamento direto sobre
a uretra e aplique sutura hemostática distal ao coto peniano.
Remova os cálculos ou plugue identificados com uma pinça hemostática ou através de sondagem e lave a uretra no
local instilando solução fisiológica aquecida.
Realize a sondagem normógrada e retrógrada a partir do orifício da uretrostomia e procure sempre lavar a vesícula
urinária.
Suture o tecido subcutâneo à túnica albugínea do corpo do pênis com sutura isolada em padrão de aposição utilizando-
se fio absorvível 3.0 a 5-0.
Realize a espatulação da mucosa uretral com a pele do orifício uretral distribuição pontos de sutura na espatulação da
mucosa uretral na pele aplicando 4 pontos de sutura de aposição em ângulo de 45º nas extremidades da incisão. Posteriormente
distribua pontos equidistantes entre eles mantendo um espaçamento não superior a 3mm.
Dê preferência aos fios inabsorvíveis monofilamentares com agulha atraumática de calibre 4-0 a 5-0. O ponto
interrompido simples é o mais usado para esta finalidade.
Evite posicionar os nós sobre a mucosa uretral e corte os fios de sutura ao término do ponto, deixando longa a ponta
voltada para pele e curta a ponta voltada para mucosa uretral.
Realize a lavagem copiosa do local de sutura com soro fisiológico aquecido, remova os possíveis coágulos locais e realize
compressão local com compressa cirúrgica por 5 a 7 minutos.
A sutura em bolsa de tabaco deve ser removida do ânus ao final do procedimento.

ANOTAÇÕES

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GASTROTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Algumas das indicações para realização de gastrotomia incluem a remoção Realize a preparação de rotina,
de conteúdo do estômago em pacientes com dilatação ou torção vólvulogástrica, a com banho e tricotomia ampla para
remoção de corpo estranho, a realização de biópsia gástrica e procedimentos abordagem abdominal.
exploratórios. Quando possível é importante que
o animal passe por jejum hídrico e sólido
previamente a cirurgia. Quando possível em
21
casos de dilatação a descompressão gástrica
através de sondagem orogástrica ou por
punção da parede do estômago é
recomendada, para auxiliar na estabilização
do animal e diminuir os riscos de
contaminação durante a cirurgia.
Em caso de procedimento limpo-
contaminado realize a profilaxia
antimicrobiana.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Especialmente em cães maiores e/ou em
condição corporal magra, o uso de calha
cirúrgica auxilia mantendo o
posicionamento adequado do animal
durante o procedimento.
Realize a lavagem prepucial nos
machos e a cateterização uretral tanto no
macho quanto na fêmea para esvaziamento
vesical e para minimizar o risco de
contaminação do campo operatório com
urina. Realize a antissepsia em toda a área
tricotomizada, utilizando-se protocolo a
critério do cirurgião ou conforme restrições
do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Para abordagem gástrica existem
várias opções de acesso, porém aqui é
descrito o acesso padrão realizado pela linha
média ventral.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza e os curativos de duas a três vezes ao dia até a remoção dos pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o
procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período.
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença. Um jejum sólido inicial de 3 a 4 horas pode ser
adequado. Forneça alimento semi-líquido pelas primeiras 24 horas. Entre 24 e 72 restitua o fornecimento de alimento pastoso e após este
período a restituição gradual do alimento sólido. Fracionado o alimento em 3 a 5 refeições diárias e forneça o alimento em volume reduzido,
portanto é recomendável que se utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão.
Em alguns casos pode ocorrer vômito com leve traços de sangue, o qual deve caracterizar um episódio isolado. Pode ainda ocorrer
melena leve a moderada nas primeiras 24 à 48 horas após a cirurgia, a qual não deve persistir após este período.
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade.
Monitore o animal quanto a sinais de distensão abdominal ou abdome agudo.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações relacionadas são a deiscência de sutura e formação de peritonite séptica focal ou generalizada,
hemoperitônio e choque, além daquelas relacionadas ao procedimento de celiotomia como aderências, eventração e evisceração.

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GASTROTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize uma incisão pré-umbilical sobre a linha média ventral.


Localize o estômago caso não esteja vidente e exteriorize o mesmo por tração com uma pinça Babycock ou por
pinçamento digital direto, utilizando uma compressa de gaze ou cirúrgica umedecida.
Proteja os bordos da incisão da celiotomia com compressas cirúrgicas embebidas em solução aquecida, no intuito de
isolar o campo operatório.
Determine o ponto de gastrotomia e aplique pontos de reparo de forma não contaminante na parede gástrica,
22
orientados nos vértices dos pontos planejados para a incisão no estômago e os ancore por pinças hemostática
Dê preferência a incisão no estômago no plano longitudinal, no ponto médio entre a curvatura maior e menor, embora
incisões em outros eixos também possam ser realizadas. Realize a punção da linha média do eixo planejado para incisão com
bisturi e amplie a mesma com tesoura de Metzembaum.
Após a abertura da luz gástrica drene o conteúdo através de aspirador cirúrgico ou com seringa e sonda de aspiração.
Inspecione a cavidade gástrica, remova o corpo estranho, realize a biópsia ou o procedimento desejado.
Antes da gastrorrafia seccione a mucosa gástrica evertida.
A sutura da parede gástrica deve preferencialmente ser realizada em dois planos respeitando os princípios de sutura
de vísceras ocas. Utilize padrões interrompidos ou contínuos de aposição ou inversão contaminante ou não no primeiro plano e
padrões obrigatoriamente de inversão não contaminante no segundo. Dê preferência a fios absorvíveis de padrão
monofilamentar com agulhas atraumáticas de calibre 3-0 à 4-0., Fios inabsorvíveis também podem ser usados com os devidos
cuidados.
Ao término da gastrorrafia realize a lavagem copiosa da linha de sutura com solução salina morna e a proceda com a
omentalização.
Nesta etapa, substitua os instrumentais que tiveram contato com a luz gástrica e troque as luvas cirúrgicas, antes da
síntese da parede da cavidade abdominal.
Realize a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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GASTROSTOMIA E GASTROPEXIA POR SONDA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A gastrostomia está indicada nos caso em que há necessidade de se manter Realize a preparação de rotina,
uma comunicação do ambiente com a luz gástrica, no intuito de drenar conteúdo e gás com banho e tricotomia ampla para
ou administrar medicamentos e alimentação. Já a gastropexia é um procedimento abordagem abdominal.
necessário para prevenir ou corrigir alterações de posicionamento do estômago, que Quando possível é importante que
podem ocorrer por diferentes causas, porém especialmente associadas a síndrome da o animal passe por jejum hídrico e sólido
dilatação vólvulo-gástrica. previamente a cirurgia. Quando possível em
23
casos de dilatação a descompressão gástrica
através de sondagem orogástrica ou por
punção da parede do estômago é
recomendada, para auxiliar na estabilização
do animal e diminuir os riscos de
contaminação durante a cirurgia.
A profilaxia antimicrobiana é
recomendada.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Lave o prepúcio nos machos e faça
a cateterização uretral tanto no macho
quanto na fêmea para esvaziamento vesical
e para minimizar o risco de contaminação do
campo operatório com urina.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.

PÓS-OPERATÓRIO

Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade.


Mantenha a limpeza e os curativos de duas a três vezes ao dia até a remoção dos pontos de pele da parede abdominal, entre os
07 e 10 dias após o procedimento.
Proteja o local da sonda envolto por gaze embebida em antisséptico e protegido por bandagem.
Monitore o animal para certificar que não há secreção no ponto de inserção da sonda e para que a mesma não seja danificada ou
removida precocemente.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período.
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença. Um jejum sólido inicial de 3 a 4 horas pode ser
adequado. Forneça alimento semi-líquido pelas primeiras 24 horas. Entre 24 e 72 restitua o fornecimento de alimento pastoso e após este
período a restituição gradual do alimento sólido. Fracione o alimento em 3 a 5 refeições diárias e forneça o alimento em volume reduzido,
portanto é recomendável que se utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão.
Em caso de fornecimento de alimento através da sonda, realize a administração de um volume compatível de líquido (água)
sempre antes e após a administração do alimento.
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade.
Monitore o animal quanto a sinais de distensão abdominal ou abdome agudo.
Após o período destinado ao uso da sonda (não inferior a 5 a 7 dias), a mesma pode ser facilmente removida pelo corte do ponto
em sapatilha romana e tração leve a moderada. Por vezes, é necessário que o animal seja sedado para minimizar o desconforto. Em 72 a 96
horas após a remoção da sonda, o canal tenderá a fechar espontaneamente por segunda intensão.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações estão relacionadas à ruptura do ponto de fixação do estômago à parede, deiscência de sutura, remoção
precoce da sonda, obstrução do dispositivo e ocorrência de peritonite.

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GASTROSTOMIA E GASTROPEXIA POR SONDA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Embora existam várias técnicas de gastropexia, será descrita aqui a técnica por sonda, a qual fixa o estômago à parede
abdominal mantendo uma comunicação da luz gástrica com o ambiente. Em minha experiência considero a técnica por sonda
como a mais versátil e de bons resultados, por promover adequada fixação, boa segurança e permitir o acesso a luz estomacal
auxiliando no controle da dilatação gástrica.
Para abordagem gástrica existem várias opções de acesso, porém aqui é descrito o acesso padrão realizado pela linha
média ventral.
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Realize uma incisão pré-umbilical sobre a linha média ventral.
Localize o estômago caso não esteja evidente e exteriorize o mesmo por tração com uma pinça Babycock ou por
pinçamento digital direto, utilizando uma compressa de gaze ou cirúrgica umedecida.
Proteja os bordos da incisão da celiotomia com compressas cirúrgicas embebidas em solução aquecida, no intuito de
isolar o campo operatório.
Exponha o espaço médio entre a curvatura maior e menor, determine o ponto de gastrotomia e aplique pontos de
reparo de forma não contaminante na parede gástrica e os ancore por pinças hemostática, para facilitar a manipulação e incisão
no estômago.
Na área escolhida para gastrostomia aplique uma sutura em bolsa de tabaco utilizando fio de sutura absorvível de
calibre entre 2-0 e 4-0 com agulha atraumática.
Realize a punção da parede gástrica com bisturi no centro da sutura, sendo esta de tamanho suficiente para permitir a
passagem da sonda escolhida para a gastrostomia.
Após a abertura da luz gástrica, se houver muito conteúdo ou gás o mesmo deverá ser drenado com aspirador cirúrgico
ou com seringa e sonda de aspiração.
Embora existam várias opções de sonda, descreveremos o uso da sonda de Foley, a mais usual delas.
Escolha o calibre apropriado para a sonda, teste a integridade do balão e o volume de ar ou solução a ser injetado,
tanto no balão quanto na luz.
Determine a posição de exteriorização da sonda na parede abdominal, preferencialmente em posição dorsolateral
esquerda, caudal ao último arco costal e realize a tunelização da parede abdominal para passagem da sonda.
Depois de exteriorizar a sonda, introduza a ponta livre da mesma na luz gástrica no ponto de gastrostomia entre a
sutura em bolsa de tabaco, infle o balonete, inverta a mucosa gástrica entre o bordo da incisão e a sonda e cerre o ponto.
Acomode a sonda sobre a parede gástrica acompanhando o eixo entre as curvaturas, e realize a gastroplicatura,
utilizando preferencialmente padrões de suturas invaginantes e fio de padrão absorvível e monofilamentar com agulhas
cilíndricas.
Oriente a extremidade final do túnel formado a coaptar-se com o orifício produzido na parede abdominal e escarifique
o local para produzir aderência.
Aplique pontos não contaminantes na borda do túnel em posição de 03, 06, 09 e 12 horas com uma sutura isolada
simples e transfixe a parede abdominal com os fios, exteriorizando-os. Dê preferência a fios inabsorvíveis monofilamentares de
calibre 0 a 2-0.
Ajuste a tensão do túnel à parede e cerre os nós da sutura aplicando captons contra a pele e fixe a sonda de foley com
uma sutura em sapatilha romana.
Lave copiosamente a região da sutura com solução fisiológica aquecida omentalize a região da gastrostomia e o ponto
de inserção do túnel à parede abdominal.
Nesta etapa, substitua os instrumentais que tiveram contato com a luz gástrica e troque as luvas cirúrgicas, antes da
síntese da parede da cavidade abdominal.
Realize a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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ENTEROTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

As principais indicações para a enterotomia são a remoção de corpos Realize a preparação de rotina,
estranhos, fecaloma, realização de suporte nutricional e para diagnóstico. com banho e tricotomia ampla para
abordagem abdominal.
Em muitos casos, além do jejum
tradicional pode ser indicado o uso de dieta
rica em fibras para auxiliar na limpeza do
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trato intestinal, o uso de emolientes e
antifiséticos ou de procedimentos como o
enema para reduzir a formação de gazes e
do bolo fecal.
A abordagem ao intestino grosso
pode requer uso antecipado de antibióticos.
Já em caso de procedimento limpo-
contaminado realize sempre a profilaxia
antimicrobiana de rotina.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Especialmente em cães maiores e/ou em
condição corporal magra, o uso de calha
cirúrgica auxilia mantendo o
posicionamento adequado do animal
durante o procedimento.
Realize a lavagem prepucial nos
machos e a cateterização uretral tanto no
macho quanto na fêmea para esvaziamento
vesical e para minimizar o risco de
contaminação do campo operatório com
urina.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
PÓS-OPERATÓRIO mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza e os curativos de duas a três vezes ao dia até a remoção dos pontos de pele da parede abdominal, entre os
07 e 10 dias após o procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período.
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença. Um jejum sólido inicial de 3 a 4 horas pode ser
adequado. Forneça alimento semi-líquido pelas primeiras 24 horas. Entre 24 e 72 restitua o fornecimento de alimento pastoso e após este
período a restituição gradual do alimento sólido. Fracione o alimento em 3 a 5 refeições diárias e forneça o alimento em volume reduzido,
portanto é recomendável que se utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão. Evite alimentos que formem bolo fecal ressequido ou que
possam produzir fermentação.
Em alguns casos pode ser útil o uso de emolientes para facilitar a defecação, devendo-se evitar o uso de laxantes. Monitore a
frequência, volume, consistência e aspecto do bolo fecal. Pode ocorrer hematoquezia leve nas primeiras 24 à 48 horas após a cirurgia, a
qual não deve persistir após este período.
O animal deve ser monitorado para sinais de prostração, inapetência, febre, distensão e dor abdominal.
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações relacionadas são a deiscência de sutura e formação de peritonite séptica focal ou generalizada,
hemoperitônio e choque, aderências e estenose cicatricial, além daquelas relacionadas ao procedimento de celiotomia.

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ENTEROTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Devido a variação anatômica, topográfica e de mobilidade do trato intestinal, há várias opções de acesso cirúrgico mais
direcionado a segmentos específicos. A descrição aqui apresentada fará menção a uma abordagem padrão pela linha média
ventral para abordagem ao jejuno, segmento mais móvel de todo intestino e que será tomado como exemplo.
Realize uma celiotomia longitudinal mediana pré-umbilical.
Proteja os bordos da parede abdominal com compressas embebidas em solução fisiológica aquecida.
Localize o jejuno (ou segmento intestinal a ser abordado) expondo as alças intestinais com uma compressa de gaze ou
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cirúrgica umedecida através do pinçamento digital. Se a mobilidade permitir, procure manter a alça abordada fora da linha de
incisão da parede abdominal.
Faça a contenção da alça para manipulação cirúrgica por pinçamento digital, por pontos de reparo ou ainda com o uso
de clampes intestinais (Kocher ou Doyen) sem lesionar o mesentério correspondente.
Realize a ordenha do conteúdo intestinal pelo massageamento da alça em posição cranial e caudal ao ponto de
abordagem.
A enterotomia deve ser realizadoa pela borda antimesentérica, normalmente no eixo longitudinal. Em casos
excepcionais pode ser realizada no eixo trasnverso, o que depende calibre da alça abordada. No caso de processo obstrutivo
evitar realizar a incisão sobre o mesmo, dando preferência pelo acesso em posição mais cranial ou caudal.
Determinado o ponto de enterotomia, realize a punção com bisturi e amplie a incisão o quanto necessário com tesoura
de Metzembaum.
Inspecione a luz intestinal, remova o corpo estranho, realize a biópsia ou o procedimento desejado.
Seccione cuidadosamente as bordas da mucosa intestinal evertidas.
Quando no intestino delgado, a enterorrafia pode ser realizada em plano de sutura de aposição em camada única e
não contaminante. Quando no intestino grosso, há possibilidade da realização de dois planos de sutura, sendo um primeiro de
aposição ou inversão e o segundo de inversão. Também podem ser utilizados ambos padrões de aposição apresentando bons
resultados. Os padrões de sutura no plano longitudinal unindo vértices da incisão normalmente são desnecessários, pois os
resultados com a técnica de sutura no plano transversal são bastante satisfatório e raramente apresentam estenose cicatricial,
quando a técnica cirúrgica correta é aplicada
Dê preferência a fios absorvíveis de padrão monofilamentar, 3-0 a 5-0 com agulhas cilíndricas, mas fios multifilamento
e inabsorvíveis também podem ser usados com os devidos cuidados.
Realize a lavagem copiosa da linha de sutura com solução salina morna e independente do padrão de sutura escolhido
ou do número de planos de sutura, sempre proceda com a omentalização da linha.
Nesta etapa, substitua os instrumentais que tiveram contato com a luz intestinal e troque as luvas cirúrgicas, antes da
síntese da parede da cavidade abdominal.
Realize a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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ENTERECTOMIA E ANASTOMOSE TÉRMINO-TERMINAL

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A enterectomia está indicada especialmente nas situações em que há Realize a preparação de rotina, com
desvitalização de alça intestinal (volvo, rupturas, encarceramento e estrangulamento), banho e tricotomia ampla para abordagem
obstrução do fluxo por alteração da integridade da parede ou ocorrência de neoplasia, abdominal.
Intussuscepção. Quando possível é importante que o
animal passe por jejum hídrico e sólido
previamente a cirurgia. Quando possível em
casos de dilatação a descompressão gástrica 27
através de sondagem orogástrica ou por
punção da parede do estômago é
recomendada, para auxiliar na estabilização do
animal e diminuir os riscos de contaminação
durante a cirurgia.
Em caso de procedimento limpo-
contaminado realize a profilaxia
antimicrobiana.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos estendidos
em posição cranial. Especialmente em cães
maiores e/ou em condição corporal magra, o
uso de calha cirúrgica auxilia mantendo o
posicionamento adequado do animal.
Realize a lavagem prepucial nos
machos e a cateterização uretral tanto no
macho quanto na fêmea para esvaziamento
vesical e para minimizar o risco de
contaminação do campo operatório com urina.
A antissepsia deverá ser realizada em toda a
PÓS-OPERATÓRIO área tricotomizada, utilizando-se protocolo a
critério do cirurgião ou conforme restrições do
paciente.
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, Posicione os campos paralelos a
conforme a necessidade. incisão e após os transversais ou use campos
Mantenha a limpeza e os curativos de duas a três vezes ao dia até a autoaderentes.
remoção dos pontos de pele da parede abdominal, entre os 07 e 10 dias após o No período pré-operatório, deve-se
procedimento. considerar a estabilização hidroeletrolítica e
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral ácido-básica do animal. A profilaxia
durante este período. antimicrobiana está indicada e deve ser
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado realizada seguindo os seus princípios, além dos
durante os primeiros 07 dias. caso que podem requer a implantação de
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença. terapia prévia conforme a necessidade. Em
Um jejum sólido inicial de 3 a 4 horas pode ser adequado. Forneça alimento semi- muitos casos, além do jejum pode ser indicado
líquido pelas primeiras 24 horas. Entre 24 e 72 restitua o fornecimento de alimento o uso de dieta rica em fibras para auxiliar na
pastoso e após este período a restituição gradual do alimento sólido. Fracione o limpeza do trato intestinal, além do uso de
alimento em 3 a 5 refeições diárias e forneça o alimento em volume reduzido, emolientes e antifiséticos ou de
portanto é recomendável que se utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão. procedimentos como o enema.
Evite alimentos que formem bolo fecal ressequido ou que possam produzir Para abordagem ao intestino,
fermentação. existem várias opções de acesso, embora cada
Em alguns casos pode ser útil o uso de emolientes para facilitar a defecação, segmento intestinal apresente mobilidade
devendo-se evitar o uso de laxantes. Monitore a frequência, volume, consistência e distinta, o que pode indicar a necessidade de
aspecto do bolo fecal. Pode ocorrer hematoquezia leve nas primeiras 24 à 48 horas direcionamento do acesso para pontos mais
após a cirurgia, a qual não deve persistir após este período. craniais ou caudal no abdome, como por
O animal deve ser monitorado para sinais de prostração, inapetência, febre, exemplo, um acesso ao duodeno (cranial e
distensão e dor abdominal. mais a direita do plano médio) e um acesso ao
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) cólon descendente (Caudal e mais a esquerda
conforme necessidade. do plano médio). A descrição aqui apresentada
fará menção a uma abordagem pela linha
COMPLICAÇÕES média ventral.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membro torácicos tracionados
As principais complicações relacionadas são a deiscência de sutura e em sentido cranial.
formação de peritonite séptica focal ou generalizada, hemoperitônio e choque, Posicione os campos paralelos a
aderências e estenose cicatricial, além daquelas relacionadas ao procedimento de incisão e após os transversais fixando os
celiotomia. mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
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ENTERECTOMIA E ANASTOMOSE TÉRMINO TERMINAL

TÉCNICA OPERATÓRIA

Devido a variação anatômica, topográfica e de mobilidade do trato intestinal, há várias opções de acesso cirúrgico mais
direcionado a segmentos específicos. A descrição aqui apresentada fará menção a uma abordagem padrão pela linha média
ventral para abordagem ao jejuno, segmento mais móvel de todo intestino e que será tomado como exemplo.
Realize uma celiotomia longitudinal mediana pré-umbilical.
Proteja os bordos da parede abdominal com compressas embebidas em solução fisiológica aquecida.
Localize o jejuno (ou segmento intestinal a ser abordado) expondo as alças intestinais com uma compressa de gaze ou
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cirúrgica umedecida através do pinçamento digital. Se a mobilidade permitir, procure manter a alça abordada fora da linha de
incisão da parede abdominal.
Avalie a viabilidade do intestino e determine o segmento intestinal a ser removido.
Analise a árvore vascular do mesentério e determine os segmentos vasculares que devem ser ligados na base do ramo
vascular, quando o segmento a ser removido for o intestino delgado. Quando no intestino grosso, as ligaduras dos segmentos
vasculares devem ser feitas o mais próximo possível do segmento a ser removido, devido ao padrão segmentar da vascularização.
Incise o mesentério correspondente, posicionando a incisão o mais distante possível dos ramos vasculares que serão
preservados.
Faça a contenção da alça para manipulação cirúrgica por pinçamento digital, por pontos de reparo ou ainda com o uso
de clampes intestinais (Kocher ou Doyen).
Realize a ordenha do conteúdo intestinal pelo massageamento da alça em posição cranial e caudal ao ponto de
abordagem.
Realize a enterectomia com bisturi ou tesoura de Metzembaum no ponto desejado e avalie a viabilidade dos cotos
intestinais remanescentes.
Realize hemostasia por compressão digital com compressa de gaze e evite o pinçamento direto da alça.
Seccione cuidadosamente as bordas da mucosa intestinal evertidas e proceda o alinhamento dos cotos remanescentes,
orientando as bordas mesentérica e antimesentérica.
A anastomose intestinal pode ser realizada por diferentes, porém aqui descreveremos o principal padrão utilizado,
sendo a anastomose término-terminal. Embora existam vantagens e desvantagens entre as técnicas de enteroanastomose, deve-
se ressaltar que na dependência de uma técnica operatória apropriada qualquer uma delas pode apresentar bons resultados.
Para enteroanastomose preserve o alinhamento das bordas mesentérica e antimesentéria e aplique pontos de arrimo
em padrão isolados simples em posição de 6 e 12 horas, podendo deixar os fios cortados longos para reparo da sutura ou
conforme preferência do cirurgião.
Distribua pontos de sutura de camada única em padrão isolado simples ou de Swift, de forma equidistante entre os
pontos de arrimo. Realize a disposição dos pontos a 3 a 4 mm de distância da borda e entre pontos. Realize a sutura do mesentério
incisado, com padrão de sutura interrompido ou contínuo, a critério do cirurgião.
Dê preferência a fios absorvíveis de padrão monofilamentar, 3-0 a 5-0 com agulhas cilíndricas, mas fios multifilamento
e inabsorvíveis também podem ser usados com os devidos cuidados.
A vedação da linha de sutra pode ser conferida pelo ordenha do conteúdo intestinal através da área de anastomose,
não sendo necessário a injeção de solução fisiológica dentro da alça.
Realize a lavagem copiosa da linha de sutura com solução salina morna e sempre proceda com a omentalização da
linha.
De forma geral, para que se tenha sucesso na cirurgia intestinal é imperativo que se incorpore a submucosa nos pontos
de anastomose, se mantenha o contato entre a camada serosa, se evite dano ao suprimento vascular e se previna a tensão na
linha de anastomose.
Nesta etapa, substitua os instrumentais que tiveram contato com a luz intestinal e troque as luvas cirúrgicas, antes da
síntese da parede da cavidade abdominal.
Realize a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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TORACOTOMIA INTERCOSTAL

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Está indicada quando há necessidade de abordagem de estruturas Realize a preparação de rotina,


intratorácicas, para acesso e tratamento de lesões esofágicas, da traqueia e pulmões, com banho e tricotomia ampla para
do coração e grandes vasos, do sistema linfático e da parede torácica e diafragma, ou abordagem torácica. A tricotomia deve
ainda no caso de exploração diagnóstica. abranger uma área compreendida desde os
processos transversos vertebrais até o
esterno em sentido dorso ventral e do limite
29
da inserção escabulhar no tórax até após a
última costela.
Realize jejum hídrico e sólido
previamente a cirurgia, adequando o
protocolo a cada paciente e afecção.
Não há necessidade de profilaxia
antimicrobiana se a regra asséptica for
respeitada e não ocorra procedimento
limpo-contaminado.
Posicione o animal em decúbito
lateral conforme a necessidade de
abordagem, os membros torácicos
estendidos em posição cranial e os pélvicos
em posição caudal. Realize a antissepsia em
toda a área tricotomizada, utilizando
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais ou use campos
autoaderentes.
Realize o bloqueio intercostal, o
que irá conferir satisfatória analgesia
durante e após o procedimento,
especialmente no acesso entre as costelas.
Embora existam outras opções de
acesso, abordaremos apenas a técnica
intercostal, por ser esta a mais usual e uma
das menos traumáticas ao paciente. A
abordagem pode ser realizada desde o 3º até
o 10º espaço intercostal. Cabe ressaltar que
dentre as desvantagens desta técnica estão
o acesso restrito a determinadas estruturas
acessíveis pelo espaço intercostal escolhido.
As informações mais detalhadas sobre as
estruturas a serem abordadas são
encontradas em qualquer livro de cirurgia
geral veterinária.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade. Mantenha a limpeza da ferida uma
vez ao dia até a remoção dos pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período E prescreva repouso e manutenção
do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias. Pode-se aplicar bandagem para auxiliar na proteção da ferida e da sonda
de toracostomia, quando esta for colocada.
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença, oferecendo o alimento fracionado em 3 a 5 refeições
diárias. Utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão.
Monitore com atenção a frequência e o padrão respiratório do paciente durante as primeiras 24 à 48 horas após a cirurgia, a qual
não deve sofrer alteração no período. Monitore sinais de prostração, inapetência, febre, dispneia, enfisema subcutâneo ou dor excessiva
na região. Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações estão relacionadas a deiscência da ferida, dor excessiva na expansão da caixa torácica, formação de
enfisema e/ou seroma subcutâneo, coleções intratorácicas como hemotórax, piotórax, quilotorax ou ainda formação de pneumotórax.

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TORACOTOMIA INTERCOSTAL

TÉCNICA OPERATÓRIA

Identifique e confira o espaço intercostal correto antes da incisão.


Incise a pele e músculo cutâneo do tronco em sentido dorso ventral acompanhando a leve curvatura das costelas.
Para diérese muscular, embora sejam abordados os músculos grande dorsal, serrátil (dorsal e ventral), escaleno e
intercostais (externo e interno), ocorre variação dos músculos abordados conforme o espaço intercostal abordado.
Realize a incisão do plano muscular superficial e profundo em duas etapas, utilizando técnica combinada. Primeiro
incise com bisturi para a abertura inicial da fáscia e ventre muscular e em seguida realize a tunelização entre as camadas
30
musculares e proceda a aplicação com tesoura.
Ao visualizar o espaço intercostal e o músculo intercostal externo, confirme novamente o posicionamento do espaço
intercostal a ser abordado.
Incise os músculos intercostais e a pleura parietal, os quais estão de forma geral intimamente aderidos, seguindo o
mesmo padrão combinado de diérese e direcionando a incisão na região central do espaço intercostal, para evitar lesão aos vasos
e nervo intercostais.
A incisão dos músculos intercostais e pleura parietal ocasionam a comunicação da cavidade pleural com o ambiente,
permitindo a entrada de ar que produz a perda da pressão negativa intratorácica, restringindo assim a expansão pulmonar e
interferindo no processo de ventilação. Por este motivo no ato da incisão, o anestesista deve ser informado para que seja
instituída ventilação positiva durante o procedimento.
Estenda a incisão desde 1 a 2 centímetros distal a junção costocondral até 1 a 2 centímetros da junção com o esterno
e evite dano a artéria torácica interna ventralmente na região.
Proteja os bordos costais com compressas umedecidas com solução salina aquecida antes de posicionar os afastadores
autoestáticos.
Aplique tração nas bordas da incisão com o afastador o suficiente para afastar os arcos costais, não excedendo o limite
tolerado pela conformação da caixa torácica para não provocar danos aos tecidos.
Realize a exploração da cavidade, o procedimento desejado ou procedimento diagnóstico e lave brevemente a cavidade
com solução fisiológica aquecida. Se o procedimento for prolongado, recomenda-se que a cada 10 minutos o recrutamento
pulmonar seja realizado.
Realize a toracorrafia em cinco planos de sutura distintos, dando preferência para uso de fios absorvíveis
monofilamentares, porém fios multifilamento e mesmo inabsorvíveis podem ser usados. Os calibres dos fios irão variar conforme
o porte do animal, porém fios de calibre 2-0 à 4-0 praticamente atendem a maioria da demanda.
No primeiro plano realize a aproximação dos arcos costais utilizando suturas interrompidas de aposição, distribuídas
de forma equidistante e em número suficiente para resistir a tensão dos arcos costais. Normalmente de 3 a 5 pontos de sutura
são suficientes. As suturas são aplicadas em posição cranial à costela cranial a incisão e caudal à costela caudal a incisão.
No segundo plano utilize suturas interrompidas ou contínuas de padrão aposicional unindo o remanescente dos
músculos intercostais e os bordos dos ventres musculares do plano muscular profundo. Esta camada apresentará a função de
vedação da cavidade torácica. Para informações sobre vedação da cavidade e realização da manobra de hipersuflação, consulta
a sessão sobre Drenagem torácica e reposição da pressão negativa intratorácica.
No terceiro plano utilize suturas interrompidas ou contínuas de padrão aposicional unindo os bordos dos ventres
musculares do plano muscular superficial sempre ancorando o mesmo ao plano profundo.
No quarto plano realize a síntese do subcutâneo com sutura interrompida ou contínua de aposição, ancorando a mesma
no plano muscular utilizando fio absorvível preferencialmente, ou ainda inabsorvível.
No quinto plano realize a sutura de pele fio inabsorvível em padrão interrompido de aposição ou leve eversão a critério
do cirurgião.
Ao término da cirurgia restabeleça a pressão negativa intratorácica. Para maiores informações sobre as técnicas e
manejo do paciente consulte a sessão referente ao assunto.

ANOTAÇÕES

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TORACOSTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A toracostomia está indicada sempre que houver necessidade de drenagem Realize a preparação de rotina,
torácica em curtos intervalos de tempo ou com aumento progressivo do volume de com banho e tricotomia ampla para
drenagem de ar como no caso de pneumotórax, quando há coleções líquidas viscosas abordagem torácica. A tricotomia deve
que são de difícil drenagem, como no caso do piotórax ou ainda quando se deseja abranger uma área compreendida desde os
monitorar com frequência a pressão negativa intratorácica ou administrar medicação processos transversos vertebrais até o
no espaço pleural. esterno em sentido dorso ventral e do limite
31
da inserção escabulhar no tórax até após a
última costela.
Realize jejum hídrico e sólido
previamente a cirurgia, adequando o
protocolo a cada paciente e afecção.
Não há indicação de uso de
antibiótico se a regra asséptica for
respeitada e se não houver histórico de lesão
do trato respiratório ou digestório. Sempre
que houver dúvida, a profilaxia
antimicrobiana deve ser instituída.
Posicione o animal em decúbito
lateral conforme o lado escolhido para a
toracostomia e mantenha os membros
torácicos estendidos em posição cranial e os
pélvicos em posição caudal.
Realize a antissepsia em toda a
área tricotomizada, utilizando protocolo a
critério do cirurgião ou conforme restrições
do paciente.
Posicione os campos dorsal e
ventral ao tórax e após os campos cranial e
caudal ou use campos autoaderentes.
Realize o bloqueio intercostal, o
que irá conferir satisfatória analgesia
durante e após o procedimento.
A toracostomia pode ser realizada
no terço dorsal do tórax entre o 6º e 8º
espaço intercostal direito ou esquerdo.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-
inflamatória adequada nas primeiras 24
horas, ou conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza da ferida e o
curativo com bandagem uma vez ao dia até a
remoção da sonda torácica.
Oriente o uso de colar elisabetano
e roupa cirúrgica em tempo integral durante
este período.
Prescreva repouso e manutenção
do animal em ambiente apropriado
enquanto a sonda não for removida. A sonda
pode ser mantida com os devidos cuidados
até que seu propósito seja atingido.
Monitore com atenção a posição e
a integridade da sonda e maneje o sistema de
drenagem com cuidado.
O animal deve ser monitorado
COMPLICAÇÕES quanto a frequência e o padrão respiratório,
além de sinais de prostração, inapetência,
febre, dispneia, enfisema subcutâneo ou dor
As principais complicações estão relacionadas a formação de enfisema e/ou seroma
excessiva na região.
subcutâneo, remoção precoce da sonda, dano ou obstrução do dispositivo e ocorrência Realize os suportes
de hemotórax e pneumotórax. complementares conforme necessidade.

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TORACOSTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Identifique e confira o espaço intercostal desejado para inserção da sonda torácico.


Faça uma pequena incisão na pele com bisturi, dois espaços intercostais caudais ao ponto desejado para inserção da
sonda. A incisão deve ser grande o suficiente para permitir a inserção conforme o calibre da sonda torácica escolhida.
Realize a manobra de tunelização do subcutâneo entre o espaço de incisão da pele e o espaço desejado para inserção
da sonda, utilizando uma pinça hemostática curva de tamanho mediano.
Segurando a pinça com a mão dominante, introduza o ramo da mesma no túnel subcutâneo e progrida o ramo até que
32
o mesmo atinja o espaço intercostal desejado para penetração da sonda. Empunhe a pinça com o dedo indicador apoiado sobre
o ramo e faça o movimento de punção com a ponta da pinça, perfurando os músculos intercostais e pleura parietal.
Selecione um dreno torácico de calibre equivalente a 2/3 do espaço intercostal e realize a medida do comprimento do
mesmo com relação a cavidade torácica.
Abra os ramos da pinça entre os ventres musculares e mantendo a pinça aberta, introduza a ponta do dreno para sua
inserção na cavidade, o qual desse assumir posição ventrocranial.
Com a sonda inserida na cavidade, remova a pinça e feche a extremidade distal da sonda, acoplando a mesmo no
dispositivo de drenagem que for mais conveniente.
Fixe a sonda com uma sutura em sapatilha romana, na borda da incisão cutânea.

ANOTAÇÕES

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TORACOCENTESE

INDICAÇÕES PROCEDIMENTO

A toracocentese é um procedimento menos traumático indicado sempre que A toracocentese pode ser realizada
for necessário realizar a drenagem de ar ou líquido da cavidade torácica, no entanto com o animal consciente ou com o animal
quando houver necessidade de drenagem frequente, volumes crescentes de ar ou inconsciente durante a anestesia, tanto no
líquidos de alta viscosidade, a toracostomia deverá ser o procedimento de escolha. transoperatório como no pós-operatório.
A tricotomia deve abranger uma
área suficientemente grande para permitir a
33
técnica asséptica no caso de não ser
realizada durante a cirurgia ou seguir os
mesmos cuidados e preparação do paciente
que a toracostomia. Consulte estes cuidados
na sessão sobre toracostomia.
A toracocentese pode ser realizada
no terço dorsal do tórax entre o 6º e 8º
espaço intercostal bilateral.
Com o animal posicionado em
decúbito esternal (normalmente consciente)
ou lateral (normalmente inconsciente),
identifique e confira o espaço intercostal
desejado para a toracocentese.
Preferencialmente utilize cateter
periférico, porém agulhas hipodérmicas e
escalpes podem ser utilizados para esta
finalidade, acoplados a uma torneira de três
vias e seringas de 20 ou 60 ml, que podem
ser de vidro ou hipodérmicas.
Introduza o cateter, agulha ou
escalpe de calibre compatível com o porte
do paciente e introduza o mesmo em
posição de 90 graus com a pele até transpor
a espessura completa da parede.
Ao penetrar a cavidade, incline o
dispositivo mantendo um ângulo de 45 graus
com a pele. No caso do cateter, remova o
mandril e no caso dos demais, rotacione o
bisel da agulha voltado para a pleura
parietal.
Realize a drenagem desejada e ao
término da mesma remova o dispositivo do
ponto de penetração. Higienize o local com
soro fisiológico ou álcool e se houver ponto
de hemorragia aplique um curativo com fita
micropore.
Monitore o animal quanto a
frequência e o padrão respiratório, além de
sinais febre, dispneia e enfisema subcutâneo
na região.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com COMPLICAÇÕES
o método desejado ou use
campos autoaderentes.
As principais complicações estão
relacionadas a formação de enfisema
subcutâneo, lesão ao parênquima pulmonar,
pequena hemorragia local ou drenagem
insuficiente.

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MÉTODOS DE REPOSIÇÃO DA PRESSÃO NEGATIVA INTRATORÁCICA

MÉTODO DA HIPERINSUFLAÇÃO

Método que visa drenar o ar e liquido remanescentes da cavidade torácica a partir da expansão sustentada do
parênquima pulmonar. Procedimento utilizado durante a cirurgia de toracotomia.

PROCEDIMENTO
Durante a finalização do primeiro plano de sutura muscular (plano de vedação), o cirurgião prepara a laçada do último
ponto e introduz no interior da cavidade um pinça hemostática mantendo-a aberta pelo auxiliar.
34
O anestesista é instruído a realizar uma hiperinsuflação pulmonar sustentada por 3 a 5 segundos, quando o auxiliar
remove a pinça e o cirurgião cerra a laçada final do nó, ocluindo a comunicação do meio externo com a cavidade.

MÉTODO DA TORNEIRA DE TRÊS VIAS

Procedimento que visa realizar a drenagem do ar contido na cavidade de forma ativa.

PROCEDIMENTO
A torneira de três vias é um direcionador de fluxo, que pode ser acoplada tanto em um dispositivo de punção utilizado
na toracocentese quanto em uma sonda de toracostomia. Da mesma forma, pode ser adaptada a uma seringa, a um aspirador
cirúrgico ou a um dreno de sucção contínua.
Quando utilizadas as seringas, preferencialmente as de 20 ou 60 ml, a drenagem é tida como concluída quando o
êmbolo da seringa apresentar resistência à tração e/ou retornar sozinho a posição original. Quando do uso de aspirador cirúrgico
ou do dreno de sucção contínua, a monitoração deve recair sobre o padrão respiratório do animal, uma vez que a aferição da
pressão intratorácica torna-se bastante subjetiva.

MÉTODO DO SÊLO DÁGUA

Procedimento que visa realizar a drenagem do ar contido na cavidade de forma passiva.

PROCEDIMENTO
O sistema de sêlo dágua é um dispositivo que mantem comunicação direta com a cavidade pleural através de uma
sonda torácica. Neste sistema, a sonda torácica é mantida em comunicação direta com um sistema de frascos, onde um destes
mantém uma cânula mergulhada em uma coluna de água. Quando o paciente respira ativamente, durante a expiração o ar
contido na cavidade pleural é direcionado para dentro da sonda torácica e daí para cânula. Ao atingir a coluna de água no frasco,
uma bolha forma-se no interior da coluna e estoura na superfície. Ao retornar ao movimento de inspiração, o ar não consegue
retornar para a sonda, bloqueado pela coluna de água.

ANOTAÇÕES

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LOBECTOMIA PULMONAR

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A lobectomia parcial estar indicada quando se deseja realizar biópsia ou A abordagem aos pulmões requer
remover uma parte ou até 2/3 periféricos do lobo pulmonar devido a lesão focal, como acesso ao tórax, mediante toracotomia e
lacerações, atelectasia ou torções de lobo. A lobectomia total geralmente é indicada normalmente os pulmões podem ser
quando existe torção de lobo pulmonar ou grande quantidade de material purulento acessados entre o quarto e quinto espaços
no lobo pulmonar, além de traumas com lacerações irreparáveis. No caso de lobo intercostais. O acesso lateral é o mais usual
torcido este deve ser removido sem sua distorção, enquanto nos casos de coleções por ser menos traumático, embora outros
purulenta, o brônquio correspondente deve ser fechado para evitar que o conteúdo 35
acessos possam ser realizados para esta
seja direcionado ao restante do pulmão. finalidade, como a esternotomia mediana ou
acesso transesternal.
Realize a preparação de rotina,
com banho e tricotomia ampla para
abordagem torácica. A tricotomia deve
abranger uma área compreendida desde os
processos transversos vertebrais até o
esterno em sentido dorso ventral e do limite
da inserção escabulhar no tórax até após a
última costela.
Realize jejum hídrico e sólido
previamente a cirurgia, adequando o
protocolo a cada paciente e afecção.
O uso de antibiótico profilático é
essencial, no entanto a extensão a terapia
dependerá de critérios definidos pelo
cirurgião.
Posicione o animal em decúbito
lateral conforme a necessidade de
abordagem, os membros torácicos
estendidos em posição cranial e os pélvicos
em posição caudal.
Recomenda-se a realização do
bloqueio intercostal, o que confere
satisfatória analgesia durante e após o
procedimento, especialmente no acesso
entre as costelas.
Realize a antissepsia em toda a
área tricotomizada, utilizando protocolo a
critério do cirurgião ou conforme restrições
do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza da ferida e os curativos uma vez ao dia até a remoção dos pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o
procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período.
Pode-se aplicar bandagem para auxiliar na proteção da ferida e da sonda de toracostomia.
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença.
Monitore com atenção a frequência e o padrão respiratório do paciente durante as primeiras 24 à 48 horas após a cirurgia, a
qual não deve sofrer alteração no período.
Monitore o animal para sinais de prostração, inapetência, febre, dispneia, enfisema subcutâneo ou dor excessiva na região.
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações estão relacionadas a formação de coleções intratorácicas como pneumotórax, hemotórax, piotórax
e enfisema e/ou seroma subcutâneo.

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LOBECTOMIA PULMONAR

TÉCNICA OPERATÓRIA

Identifique e realize a toracotomia intercostal no espaço intercostal apropriado para abordagem ao lobo pulmonar
afetado. Comunique o anestesista para assumir a ventilação positiva ao passo que a cavidade torácica estiver aberta. Identifique
e isole o lobo pulmonar acometido realizando o afastamento dos demais lobos periféricos.
Para lobectomia parcial, manipule gentilmente o pulmão afetado e na extremidade distal à lesão utilize pinças teciduais
ou suturas de reparo para contenção do mesmo.
Após determinada a região a ser removida, isole o fragmento pulmonar afetado daquele sadio utilizando duas linhas
36
de suturas contínuas ou isoladas que produzam efeito aposicional ou de leve eversão. Suturas como Wolf ou Colchoeiro são
apropriadas para este fim.
Dê preferência para fios absorvíveis ou inabsorvíveis monofilamentares com agulhas atraumáticas e mantenha um
espaçamento curto de 5 a 8 mm entre as passagens da agulha, realizando entre elas uma leve sobreposição.
Realizada a sutura, seccione o tecido pulmonar distal a linha de sutura, deixando uma pequena margem de 3 a 5 mm
seja mantida distal a linha de sutura para evitar escape por retração.
Para lobectomia total, isole a base do lobo com compressas úmidas.
Disseque e isole a artéria e veia pulmonar na base do lobo e os ligue duplamente e individualmente em sua base sempre
que possível, tendo o cuidado para não danificar ou ocluir o vaso que dá origem ao ramo lobar.
Isole o brônquio e oclua o mesmo preferencialmente com uma pinça vascular (Satinsky ou Mixter) e o seccione em
posição distal a pinça. Realize a síntese do brônquio na base da pinça aplicando sutura contínua em dupla camada, sendo no
primeiro plano uma sutura de colchoeiro seguida de um segundo plano de uma sutura de padrão aposicional. Quando paciente
muito pequenos e o tamanho do brônquio for diminuto, em alguns casos é possível realizar uma ligadura direta sobre a base do
brônquio em detrimento da sutura.
Dê preferência por fios absorvíveis ou inabsorvíveis de padrão monofilamentar com agulhas atraumáticas.
Ao término da sutura, instile solução fisiológica aquecida no interior da cavidade e mantenha submerso tanto o
segmento remanescente do lobo pulmonar ou coto pulmonar suturados, e oriente o anestesista a realizar a ventilação, para
teste de vedação da linha de sutura ou ligadura.
Drene o líquido instilado na cavidade e realize a aplicação de um dreno torácico (Para isto consulte a sessão sobre
toracostomia).
Realize a toracorrafia de forma rotineira e proceda com a drenagem torácica.

ANOTAÇÕES

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HERNIORRAFIA DIAFRAGMÁTICA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Correção cirúrgica de lesão direta ou indireta ao diafragma, para restabelecimento dos A hérnia diafragmática acomete
limites entre cavidade torácica e abdominal e reposicionamento das vísceras herniadas. cães e gatos vítimas de trauma contuso por
atropelamento ou quedas, sendo uma típica
hérnia falsa. As principais vísceras projetadas
para o tórax são o fígado, estômago, baço e
alças intestinais. Por vezes o fígado tampona
37
o defeito da ruptura quando a lesão é
pequena.
Realize a preparação de rotina,
com banho e tricotomia ampla para
abordagem abdominal. O jejum hídrico e
sólido deverá ser adequado a cada paciente,
respeitando-se a idade e o curso da afecção.
Não há necessidade de profilaxia
antimicrobiana, exceto se houver lesão
visceral ou abordagem a órgãos e estruturas
que justifiquem o seu uso. Caso necessária a
mesma deverá atender os princípios de
aplicação e será realizada previamente a
cirurgia.
O acesso para o diafragma pode
ser feito através de celiotomia ou
toracotomia. Neste caso, descreveremos a
abordagem abdominal devido a
versatilidade no acesso ao diafragma. Com
base no diagnóstico da lesão, o acesso pode
ser melhor direcionado para facilitar a
manobra de reconstrução.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Lave o prepúcio no macho e faça a
cateterização urinária para evitar a
contaminação do campo operatório.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais ou use campos
autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
PÓS-OPERATÓRIO incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por no mínimo 72 horas ou conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza da ferida e o curativo uma vez ao dia até a remoção dos pontos de pele, aos 7 a 10 dias após a cirurgia.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período.
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado enquanto a sonda não for removida.
A sonda pode ser mantida com os devidos cuidados até que seu propósito seja atingido.
Se a sonda de toracostomia for mantida, siga com atenção as recomendações de manejo e remoção da mesma, as quais estão
disponíveis da sessão sobre o assunto. Monitore com atenção a posição e a integridade da sonda e maneje o sistema de drenagem com
cuidado.
O animal deve ser monitorado quanto a frequência e o padrão respiratório, além de sinais de prostração, inapetência, febre,
dispneia, enfisema subcutâneo ou dor excessiva na região.
Realize os suportes complementares conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações estão relacionadas a deiscência de sutura e recidiva da hérnia, aderências viscerais à linha de sutura,
lesão de vísceras durante a redução e complicações gerais associadas ao procedimento de celiotomia, toracotomia e toracostomia quando
estes foram realizados.

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HERNIORRAFIA DIAFRAGMÁTICA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize uma celiotomia mediana pré-umbilical ou acesso direcionado ao ponto de lesão se este for identificado.
Antes de acessar a cavidade abdominal, comunique o anestesista para que a ventilação positiva seja assumida após a
abordagem.
Realize a inspeção visual, localize o ponto de ruptura ou avulsão e verifique quais vísceras se encontram projetadas
através da abertura no diafragma. Para esta manobra os afastadores autoestáticos são de grande utilidade.
Confira a condição de mobilidade das vísceras envolvidas testando a sua aderência a estruturas periféricas e outras
38
vísceras e desfaça-as através de divulsão romba. Alguns casos de encarceiramento podem requerer abordagem combinada entre
tórax e abdome.
Realize o afastamento das vísceras projetadas pela abertura e realize o reparo dos bordos do músculo diafragma com
pinças de Allis para testar a tensão muscular o posicionamento para sutura.
Se os bordos aproximarem facilmente, mantenha o reparo das pinças e realize em sentido dorso ventral uma sutura
interrompida ou contínua de aposição ou eversão entre os bordos, para qual recomendamos a sutura Wolf ou Colchoeiro.
Finalizada a primeira linha, realize na crista da primeira linha uma sutura contínua de aposição. Para as suturas dê
preferência para fios absorvíveis monofilamentares com agulhas atraumáticas.
Se houver avulsão da parede costal, faça a reinserção do músculo na parede suturando o mesmo rente ao periósteo
dos arcos costais ou inserido a sutura periférica ao arco costal. Para isso utilize suturas de Wolf.
Se houver laceração com perda tecidual, utilize alguma técnica de retalho à escolha do cirurgião, uma malha ou
membrana biológica para reconstrução do defeito
Teste a linha de sutura realizando a drenagem torácica por toracocentese. No caso de haver lesão pulmonar, dano à
parede torácica ou contaminação, realize a toracostomia para monitoração da cavidade torácica. Após a drenagem torácica
monitore a ventilação do paciente para observar a expansão do diafragma.
Confira a topografia das vísceras abdominais e lave a cavidade se for necessário, com solução salina aquecida.
Realize a celiotomia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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PENECTOMIA PARCIAL E CORREÇÕES DE LACERAÇÕES PENIANAS

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A amputação do pênis pode ser indicada em situações em que ocorre lesão Realize a preparação de rotina,
peniana irreversível, neoplasia ou como correção de hipospadia. A penectomia pode com banho e tricotomia ampla para
ser feita sobre o corpo do pênis na região do osso peniano ou caudal ao osso peniano, abordagem abdominal ventral.
normalmente esta última associada a uretrostomia escrotal. O jejum hídrico e sólido deverá ser
adequado a cada paciente.
Em caso de procedimento limpo-
39
contaminado, é sempre recomendado que
antibiótico seja empregado na modalidade
profilática antes da cirurgia.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Realize a lavagem prepucial nos
machos e a cateterização uretral tanto no
macho quanto na fêmea para esvaziamento
vesical e delimitação da uretra.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente. Utilize uma
solução antisséptica tópica para realizar a
higienização da mucosa prepucial.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.

PÓS-OPERATÓRIO

Na atualidade há discussão sobre a manutenção do cateter uretral após a cirurgia com relação as suas vantagens e desvantagens.
Normalmente a remoção do cateter é recomendado, porém a decisão de manutenção do cateter pelas primeiras horas após a cirurgia
dependerá de criteriosa avaliação do cirurgião, levando em conta fatores como infecção, lesão tecidual e temperamento do paciente, entre
outros.
A literatura descreve que a hemorragia pode persistir em alguns casos por até mais de duas semanas, porém normalmente nos
casos em que a hemorragia se prolonga em demasia pode haver relação com distúrbio de coagulação ou técnica operatória e manejo pós-
operatório inapropriados.
O uso de antibiótico no pós-operatório é dependente da necessidade, embora em muitos casos apenas a profilaxia seja indicada.
Mantenha o animal em repouso evitando atividades de esforço excessivo nos primeiros 5 a 7 dias.
O animal deve receber analgésico e anti-inflamatório por 3 a 5 dias consecutivos e ser monitorado quanto à drenagem da urina
e sinais de extravasamento no subcutâneo ou irritação da ferida.
O uso do colar elisabetano é essencial para evitar o autotraumatismo, especialmente quando o cateter urinário for mantido.
Quando não há intercorrências, os pontos da uretrostomia podem ser removidos com 7 a 10 dias após a cirurgia.

COMPLICAÇÕES

Dentre as principais complicações da cirurgia estão a hemorragia, a deiscência da sutura e o extravasamento de urina no
subcutâneo, a estenose do novo óstio uretral.

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PENECTOMIA PARCIAL E CORREÇÕES DE LACERAÇÕES PENIANAS

TÉCNICA OPERATÓRIA

CORREÇÃO DE LACERAÇÕES PENIANAS

Nas lacerações penianas, as quais envolvem parte da circunferência do corpo do pênis, produzindo ruptura da túnica
albugínea e corpo cavernoso, é possível realizar reparos de lesões leves a moderadas.
Isole o pênis apartir de sua exposição do ostio prepucial e aplique um torniquete em posição proximal ao ponto de laceração.
Avalie a integridade da túnica albugínea e do corpo cavernoso, para o caso de necessitar de reavivamento cirúrgico.
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Alinhe os fragmentos da lesão e aplique suturas de efeito hemostático para aproximar os bordos da lesão, utilizando
fios absorvíveis sintéticos monofilamentares com agulhas atraumáticas.
Higienize o local da sutura com solução fisiológica resfriada e realize uma sessão de crioterapia por 7 a 10 minutos.

PENECTOMIA PARCIAL SOBRE O OSSO PENIANO


Expor o pênis através do ostio prepucial e conter o mesmo de forma não permitir sua retração.
Para penectomia parcial sobre a região do osso peniano, identificar o ponto a ser removido e aplicar um torniquete em
posição distal no pênis.
No local proposto para amputação, realize uma incisão em “V” sobre a túnica albugínea e tecido cavernoso de ambos
os lados da uretra e do osso peniano.
Realize a osteotomia do osso peniano em posição o mais caudal possível e evite lesionar a uretra.
Transeccione a uretra em posição de 1 a 2 centímetros cranial ao ponto de incisão no corpo do pênis e incise a uretra
em suas laterais para forma os retalhos da espátula.
Afrouxe o torniquete, identifique e ligue a artéria dorsal do pênis.
Suture a mucosa uretral à túnica albugínea e ao tecido cavernoso realizando a espatulação. Utilize pontos de sutura
interrompidos simples, dando preferência para fios absorvíveis monofilamentares sintéticos com agulhas atraumáticas de calibre
4-0 a 5-0.
Realize a plastia prepucial encurtando o mesmo se a nova ponta do pênis não puder ser facilmente exposta.

PENECTOMIA PARCIAL COM URETROSTOMIA ESCROTAL


Para penectomia parcial associada a uretrostomia escrotal, realize uma incisão elíptica ao redor do prepúcio, pênis e
escroto, procurando manter pele suficiente para o fechamento.
Disseque o pênis da parede abdominal e identifique e ligue os vasos prepuciais.
Realize a orquiectomia, a ablação da bolsa escrotal e a uretrostomia escrotal.
Identifique e ligue os vasos dorsais do pênis em posição distal ao ponto de amputação e rebata ou transeccione o
músculo dorsal do pênis.
Mantenha o pênis sondado e em posição distal a uretrostomia, aplique um garrote ou sutura circunferencial e seccione
o pênis com incisão em cunha.
Aplique pontos de sutura para unir a túnica albugínea nos bordos da incisão, utilizando pontos de sutura interrompidos
de Wolf, dando preferência para fios absorvíveis monofilamentares sintéticos com agulhas atraumáticas de calibre 4-0 a 5-0.
Depois de espatular a mucosa uretral a pele no ponto de uretrostomia, realize a redução do tecido subcutâneo e
posteriormente a da pele remanescente de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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BIÓPSIA HEPÁTICA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Realize a preparação de rotina,


Para conformação diagnóstica de pacientes enfermos com suspeita de doença com banho e tricotomia ampla para
hepática. abordagem abdominal.
O jejum hídrico e sólido deverá ser
adequado a cada paciente.
Use antibiótico profilático, pois bactérias
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aeróbicas e anaeróbicas que residem no
fígado podem proliferar em condições de
isquemia ou hipóxia hepática. Evitar
antibióticos hepatotóxicos.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Realize a lavagem prepucial nos
machos e a cateterização uretral tanto no
macho quanto na fêmea para esvaziamento
vesical e evitar a contaminação do campo
operatório.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
A biópsia pode ser feita de forma
percutânea cega ou guiada, por laparoscopia
ou por visualização direta durante o ato
cirúrgico. Será descrita aqui a biópsia
cirúrgica do fígado (Método da Guilhotina)
devido a mesma ser realizada associada a
celiotomias exploratórias, direcionar a área
e o tamanho do fragmento de biópsia e
permitir um adequado controle da
hemorragia após o procedimento.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com PÓS-OPERATÓRIO
o método desejado ou use
campos autoaderentes.

Realize analgesia e terapia anti-


inflamatória adequada por no mínimo 72
horas ou conforme a necessidade.
Mantenha a limpeza da ferida e o
curativo uma vez ao dia até a remoção dos
pontos de pele, aos 7 a 10 dias após a
cirurgia.
Oriente o uso de colar elisabetano
e roupa cirúrgica em tempo integral durante
este período.
Prescreva repouso e manutenção
do animal em ambiente apropriado
enquanto a sonda não for removida. A sonda
pode ser mantida com os devidos cuidados
até que seu propósito seja atingido.
O animal deve ser monitorado
COMPLICAÇÕES quanto a de sinais de prostração,
inapetência, febre ou dor excessiva na
região. Sempre monitore o paciente para
Hemorragia, diagnóstico incorreto, peritonite biliar e inviabilização da amostra. sinais de abdome agudo.
Realize os suportes
complementares conforme necessidade.

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BIÓPSIA HEPÁTICA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize uma celiotomia mediana pré-umbilical.


Proteja os bordos da incisão com compressas umedecidas e realize o afastamento dos mesmos com afastador
autoestático, tracioando o omento maior e a curvatura maior do estomago caudalmente para facilitar a visualização do fígado.
Inspecione macroscopicamente o órgão e determinar o lobo, o local e o tamanho do fragmento a ser biopsiado.
Realize gentilmente a tração do lobo por pinçamento digital ou elevar o mesmo apoiando a sua base com afastador
manual ou a empunhadura de uma tesoura.
42
Aplicque sobre o local a ser removido, 2 ou mais pontos de sutura de efeito aposicional ou de eversão que transfixem
a espessura do lobo e levemente se sobreponham uns aos outros. Com as suturas passadas através do lobo, finalize a laçada para
formação do nó aplicando tensão ao fio o suficiente para permitir que o lobo seja seccionado (Efeito Guilhotina) até o ponto em
que a primeira resistência seja encontrada. Nesse ponto (momento em que os vasos e ductos biliares são obliterados), finalize o
nó e aplique os demais nós de segurança para terminar a sutura.
Seccione o tecido a ser removido a cerca de 3 a 5 mm distal ao ponto de aplicação da sutura. Confira a ocorrência de
hemorragia no ponto de secção e caso esta ocorra proceda com a aplicação de pontos hemostáticos extras no local, use um
hemostático tópico ou omentalize o lobo no ponto hemorrágico.
Evite manipular o fragmento de biopsia com pinças e conserve o mesmo em solução de formalina 10%.

ANOTAÇÕES

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ESPLENECTOMIA E CORREÇÃO DE LACERAÇÕES ESPLÊNICAS

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

A esplenectomia parcial está indicada para lesões focais ou traumáticas, Realize a preparação de rotina,
quando se deseja preservar a função esplênica, desde que as lesões não sejam de com banho e tricotomia ampla para
caráter neoplásico. A esplenectomia total é indicada para neoplasias esplênicas, abordagem abdominal.
obstruções isquêmicas (torções esplênicas), aumento generalizado secundário a Realize o jejum hídrico e sólido
doenças infiltrativas e traumas difusos. previamente a cirurgia.
O uso de profilaxia antimicrobiana
43
não se faz necessário se a técnica asséptica
for respeitada.
Posicione o animal em decúbito
dorsal com os membros torácicos
estendidos em posição cranial.
Especialmente em cães maiores e/ou em
condição corporal magra, o uso de calha
cirúrgica auxilia mantendo o
posicionamento adequado do animal
durante o procedimento.
Realize a lavagem prepucial nos
machos e a cateterização uretral tanto no
macho quanto na fêmea para esvaziamento
vesical e para minimizar o risco de
contaminação do campo operatório com
urina.
A antissepsia deverá ser realizada
em toda a área tricotomizada, utilizando-se
protocolo a critério do cirurgião ou
conforme restrições do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com PÓS-OPERATÓRIO
o método desejado ou use
campos autoaderentes.

Realize analgesia e terapia anti-


inflamatória adequada por 3 a 5 dias,
conforme a necessidade.
Prescreva repouso e manutenção
do animal em ambiente apropriado durante
os primeiros 07 dias.
Mantenha a limpeza e os curativos
de duas a três vezes ao dia até a remoção dos
pontos de pele da parede abdominal, entre
os 07 e 10 dias após o procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano
e roupa cirúrgica em tempo integral durante
este período.
Forneça suporte nutricional
adequado durante o período de
convalescença.
Monitore o animal quanto a sinais de
distensão abdominal ou abdome agudo. Se
houver hemorragia detectada, esta pode ser
COMPLICAÇÕES por falha técnica ou por distúrbios de
coagulação (CID). Pode-se observar
leucocitose discreta, já a leucocitose
A maior complicação da cirurgia esplênica é a hemorragia, infecção e o abdome acentuada pode caracterizar sinal de
agudo, os quais podem ocorrer quando se realiza biópsia ou esplenectomia parcial. Na infecção.
esplenectomia total, pode a hemorragia pode ter origem por falhas nas ligaduras dos Realize os suportes
vasos. complementares (enfermagem, fisioterapia,
As demais complicações são relacionadas as complicações gerais da celiotomia. etc) conforme necessidade.
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ESPLENECTOMIA E CORREÇÃO DE LACERAÇÕES ESPLÊNICAS

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize uma celiotomia mediana pré-umbilidal ou paramediana umbilical esquerda.


Realize a hemostasia plano a plano e isole os bordos da cavidade com compressas cirúrgicas umedecidas.
Localize e isole o baço, exteriorizando-o da cavidade abdominal através de pinçamento digital, para exploração e
identificação da lesão.
Determine a técnica a ser realizada após a inspeção.
44
CORREÇÃO DE LACERAÇÕES ESPLÊNICAS
No caso de correção de pequenas lacerações, aplique suturas isoladas de Wolf alinhando as bordas dos fragmentos
lacerados. Ancore a agulha na capsula esplênica com margens de 3 a 5 mm de distância da borda e tracione gentilmente o fio de
sutura até que ocorra aposição das bordas.

ESPLENECTMIA PARCIAL
No caso de esplenectomia parcial, identifique o fragmento a ser removido e realize a fratura do parênquima esplênico
através de compressão digital. Levemente caudal ao ponto de fratura, realize a compressão do fragmento remanescente com
um clampe tecidual (Clampe de Doyen, de Kocher, etc) e seccione o fragmento a ser removido acima do instrumental, deixando
uma pequena margem de 3 a 5mm.
Para síntese do coto remanescente, aplique duas linhas de sutura. Na primeira, utilize sutura interrompida ou contínua
de efeito hemostático (Wolf ou Colchoeiro), a qual pode ser aplicada sobre ou sob a pinça, conforme preferência do cirurgião.
Na segunda linha aplique sutura interrompida ou contínua de padrão aposicional na crista remanescente da capsula esplênica,
após a remoção do clampe.
Ao término da segunda linha proceda com a omentaçização do coto. Dê preferência a fios absorvíveis sintéticos
monofilamentares com agulhas atraumáticas de calibre entre 3-0 e 4-0. No entanto, fios inabsorvíveis também podem ser
utilizados.

ESPLENECTMIA TOTAL
Para esplenectomia total, identifique o hilo esplênico, disseque e isole cuidadosamente cada ramificação vascular.
Realize o duplo pinçamento, seccione o vaso e ligue individualmente cada ramificação o mais próximo possível do hilo
esplênico. Utilize fios absorvíveis multifilamentares para ligadura, porém fios monofilamentares ou inabsorvíveis também
podem ser utilizados.
Confira a hemostasia em cada ligadura ao término da manipulação e a integridade vascular dos bordos próximos ao
fundo do estômago e pâncreas.
Embora a literatura descreva que podem ser realizadas as ligaduras dos vasos esplênicos maiores, ao invés de ligar
todos os vasos menores próximos ao hilo, vnão recomendo tal prática devido ao risco de maiores complicações.
Lave a cavidade e/ou remova coágulos se houverem e proceda com a celiorrafia de forma rotineira.

ANOTAÇÕES

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PERICARDIOTOMIA E PERICARDIECTOMIA

INDICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIO

Indica-se a realização de periocardiotomia quando se faz necessária a O pericárdio envolve o coração


abordagem cirúrgica do coração para diversos procedimentos. Assim como a formando um saco resistente que engloba os
pericadiotomia, a pericardiectomia tem indicação para os casos de tratamento curativo grandes vasos da base cardíaca (origens da
ou paliativo e de longo prazo para casos de efusão e constrição pericárdica. aorta ascendente, artéria pulmonar, vias
pulmonares distais e veias cava) e tem forte
ligação ao diafragma pelo ligamento frênico-
pericárdico. O pericárdio possui duas 45
camadas, uma fibrosa externa e uma serosa
interna e é banhado pelo fluido pericárdico
em seu interior. O volume de fluido
pericárdio de para cães hígidos é em torno
de 1 a 15 ml.
Realize a preparação de rotina,
com banho e tricotomia ampla para
abordagem torácica.
Realize jejum hídrico e sólido
previamente a cirurgia, adequando o
protocolo a cada paciente e afecção.
O uso de antibiótico não é
necessário se a regra asséptica for
respeitada, exceto em caso de procedimento
limpo-contaminado.
Posicione o animal em decúbito
lateral conforme a necessidade de
abordagem.
Realize a antissepsia em toda a
área tricotomizada, utilizando protocolo a
critério do cirurgião ou conforme restrições
do paciente.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais ou use campos
autoaderentes.
Realize o bloqueio intercostal, o
que confere satisfatória analgesia durante e
após o procedimento, especialmente no
acesso entre as costelas.
Posicione os campos paralelos a
incisão e após os transversais fixando os
mesmos com o método desejado ou use
campos autoaderentes.
PÓS-OPERATÓRIO

Realize analgesia e terapia anti-inflamatória adequada por 3 a 5 dias, conforme a necessidade.


Mantenha a limpeza da ferida uma vez ao dia até a remoção dos pontos de pele, entre os 07 e 10 dias após o procedimento.
Oriente o uso de colar elisabetano e roupa cirúrgica em tempo integral durante este período.
Pode-se aplicar bandagem para auxiliar na proteção da ferida e da sonda de toracostomia.
Prescreva repouso e manutenção do animal em ambiente apropriado durante os primeiros 07 dias.
Forneça suporte nutricional adequado durante o período de convalescença, oferecendo o alimento fracionado em 3 a 5 refeições
diárias. Utilize alimento hipercalórico e de fácil digestão.
Monitore com atenção a frequência e o padrão respiratório do paciente durante as primeiras 24 à 48 horas após a cirurgia, a qual
não deve sofrer alteração no período. O animal deve ser monitorado quanto a drenagem de efusão através da sonda e para sinais de
prostração, inapetência, febre, dispneia, enfisema subcutâneo ou dor excessiva na região.
Realize os suportes complementares (enfermagem, fisioterapia, etc) conforme necessidade.

COMPLICAÇÕES

As principais complicações associadas são a hemorragia, a abertura insuficiente do pericárdio ou a lesão iatrogênica de vaso e
nervos durante a abertura e/ou remoção do pericárdio. As demais complicações como deiscência da ferida, remoção ou dano à sonda,
dor excessiva na expansão da caixa torácica, formação de enfisema e/ou seroma subcutâneo ou formação de coleções intratorácicas estão
relacionadas as complicações gerais da toracotomia e toracostomia.

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PERICARDIOTOMIA E PERICARDIECTOMIA

TÉCNICA OPERATÓRIA

Realize a abordagem através de uma toracotomia intercostal direita no quarto ou quinto espaço intercostal.
Tracione digitalmente o ligamento frênico-pericárdico para facilitar a exposição.
Identifique o nervo vago e nervo frênico que cruzam a região da base cardíaca.
Para pericadiotomia, realize ventralmente ao nervo frênico um incisão em forma de “T”, expandido a incisão da perna
do “T” em sentido ventral até o ápice cardíaco. Não suture o pericárdio após a sua abertura.
Para pericardiectomia parcial (subtotal) estenda a incisão circunferencial na base cardíaca ao redor da veia cava, tomando
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cuidado para não lesar as paredes dos vasos. Estenda a incisão até o lado oposto elevando o ápice cardíaco e cuide para não lesar
o nervo frênico contralateral.
Para pericardiectomia total realize uma incisão longitudinal do pericárdio ventral ao nervo fênico o mais próximo
possível da base cardíaca, unindo as incisões bilateralmente.
Independente da técnica, sempre realize a toracostomia.
Realize a toracorrafia de forma rotineira. Ao término da cirurgia restabeleça a pressão negativa intratorácica. Para
maiores informações sobre as técnicas e manejo do paciente consulte a sessão referente ao assunto.

ANOTAÇÕES

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BOJRAB, M. J. Técnicas atuais em cirurgia de pequenos animais. 5ed. São Paulo: Roca, 2005. 869p. Edição Universitária.

DAVID, T. Atlas de cirurgia de Pequenos Animais. 1ed. São Paulo, Manole Ltda., 1985. 597p.

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47
FOSSUM, T.W. Small Animal Surgery. 3d. ed. Missouri: Mosby, 2007. 1400 p.

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HICKMAN, J., WALKER, R. G. Atlas de cirurgia veterinária. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983. 236p.

MAGALHÃES, H. P. Técnica cirúrgica e cirurgia experimental. São Paulo: Sarvier, 1989. 338p.

MUIR, W. W., HUBBELL, J. A E. Handbook of veterinary anesthesia. 2.ed. Missouri: Mosby, 1995. 510p.

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