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O testemunho interior do Espírito e o seu papel na percepção e conhecimento

Há um elemento intuitivo irredutível em todo o conhecimento, embora a maioria das escolas filosóficas deseje
expurgar a intuição de sua teoria do conhecimento. Mesmo a lógica é ineficaz a menos que o aluno enxergue
como as conclusões se seguem. Ler uma sentença palavra por palavra, como o principiante em alguma língua,
não revela seu significado; o leitor precisa enxergar as palavras em suas relações para entender o significado da

sentença. Sem a intuição, pouco se pode aprender no processo do conhecimento. O testemunho interior do
Espírito Santo (testimonium) tem o caráter da intuição e não do raciocínio discursivo. Ele é a apreensão direta de
algo enquanto verdade, e não a conclusão no final de uma pequena ou longa cadeia de raciocínios.

A dificuldade do homem como pecador não está em não poder calcular com adequação os símbolos lógicos. O
problema não é ter perdido certa habilidade para raciocinar. Se fosse o caso, a solução divina seria um curso de
lógica. A real dificuldade humana reside na cegueira espiritual: a verdade divina não impressiona a mente
pecadora. O homem sempre se engana em relação à verdade, de uma maneira ou de outra. A solução não é
tentar enganar os equívocos. A solução consiste em restaurar a visão espiritual, em abrir os ouvidos e olhos,
resultando em intuição da verdade divina.

O testimonium não é, portanto, uma voz audível; uma exclamação repentina de que “a Bíblia é a Palavra de Deus”;
um milagre que nos tira da existência de criatura; o surgimento repentino de uma emoção religiosa; uma
revelação com luzes brilhantes e novas ideias; uma experiência religiosa; a criação de algo novo ou de um órgão
de visão espiritual especial; mas, sim, um toque do Espírito nos poderes nativos e residentes na alma que se
mostraram ineficazes pelo pecado. É a abertura dos olhos resultante em visão intuitiva. É a remoção de um véu; é
a luz que dissipa a escuridão. É a iluminação que confere poderes de percepção espiritual. Todo o interior do
homem, agora, vê a revelação como revelação; ele intui a verdade como verdade; ele ouve as Escrituras como a
verdade divina. O testimonium age com a simplicidade (característica de uma intuição) de ver e ouvir; e resulta na
certeza de um objeto visto ou um som ouvido com clareza.
No entanto, essa intuição não é uma visão de frases teológicas; ela é, basicamente, dirigida a Jesus Cristo e seu
Evangelho. Vê-se e ouve-se na verdade, antes de tudo, Jesus Cristo e seu Evangelho de maneira profundamente
espiritual. Vemos a ele e sua verdade para nós, incluindo-nos, direcionados a nós. Nessa intuição, não somos
introspectivos, não ponderamos sobre o que acontece em nós, mas estamos em estado perceptivo e receptivo.

O resultado dessa intuição é plerophoria – a certeza espiritual. Não é apenas a concessão de uma visão
espiritual, pois a persuasão do Espírito é parte do testimonium. Ele é, ao mesmo tempo, intuição e persuasão. O
que dissemos dos termos jurídicos empregados em relação ao Espírito Santo deve, agora, ser trazido à mente. O
resultado da plerophoria é que o cristão, então, aceita o Evangelho como a verdade de Deus e nela descansa
satisfeito. Ele não volta a ter sede de outras águas religiosas. E como a plerophoria não ocorre por meio dos
sentidos ou da razão, ela não corre o risco de ser extinta pelos sentidos ou pela razão. Ela é dom do Espírito
Santo e, por isso, repousa na simplicidade e na certeza da intuição espiritual.

Para os filósofos, as experiências que não deixam dúvidas são como um caminho colorido. O que é mais real que
o comportamento de olhos sadios que se fixam em um simples objeto? Ilusões ocasionais da visão não
diminuem a certeza da percepção do caminho de cores vívidas! Assim, vive-se o cotidiano na certeza absoluta da
percepção dos sentidos. Outros filósofos, contudo, encontram o ponto de indubitabilidade em alguma forma de
lógica ou raciocínio discursivo. Se tudo estiver em ordem lógica, as conclusões necessariamente acontecerão (ou
em questões empíricas, se darão segundo uma maior ordem de probabilidade).

Porém, o testimonium não é uma sensação, nem o destilar de sensações em forma de abstrações; nem o produto
da aplicação da lógica a questões históricas ou sensoriais. Ele é produto da ação do Espírito Santo em nós. É a
libertação da faculdade deturpada pelo pecado, resultando na percepção espiritual.

Ninguém pode negar que a Palavra divina entra na consciência pelos sentidos (audição ou leitura), e que o
testimonium convida nossas capacidades racionais a atuar. É uma ação que afeta o homem todo. Dela resulta
pensar, avaliar, sentir e desejar de modo diferente, mas no testimonium, nossa mente, sentimentos e vontade
funcionam em sentido ministerial, não magisterial.

O resultado do testimonium é a certeza espiritual mais forte que os sentidos ou a razão. Ele é mais forte por ser a
ação do Espírito divino sobre nós, e não apenas ação nossa. Ele é mais forte porque o Espírito Santo age com
mais profundidade em nós que nós mesmos ou outras pessoas. Ele é mais forte por ser o Espírito Santo fazendo
algo para nós que não podemos fazer por nós mesmos. É mais forte por ser a abertura dos olhos do
entendimento; a abertura dos ouvidos da alma; a remoção do véu de nossa mente; por ser a persuasão do
advogado divino, o Parakletos, o Advocatus, o Fürsprecher, I’Avocat.

Portanto, o testimonium não é passível de prova. Para prová-lo, teríamos de apelar a algo sensorial, mas que,
como tal, está excluído da natureza do testimonium. Ou teríamos de apelar para a experiência, o que só revelaria
que pessoas diferentes têm experiências diversas. O testimonium é autônomo; portanto, não é passível de
qualquer tipo de prova.

O que o teólogo cristão estabelece é a estrutura do testimonium. Essa estrutura é dada dentro de uma revelação
especial. Ele investiga os versículos que discutem o assunto. E pode, então, continuar com os textos de teólogos
que se ocuparam com o testimonium. Ele dispõe da própria experiência com a graça de Deus e dos relatos de
seus irmãos cristãos como dados relevantes, mas não convincentes. E quando está pronto, busca estabelecer a
estrutura do testimonium tão clara e fidedigna quanto possível. Não se trata de uma prova, pois, se fosse,
competiria com o testimonium; ele é, em vez disso, testemunha do testimonium.

A intuição do testimonium é, em princípio, voltada ao Evangelho, mas depois se abre para toda a revelação cristã.
Não é um clarão que logo se extingue, mas uma unção permanente (1Jo 2.27). A Palavra e a verdade de Deus
residem em nós. Portanto, o cristão lê tudo das Escrituras sagradas com olhos iluminados. Ele, agora, atenta às
“verdades espirituais” (1Co 2.13) e, como homem espiritual, pode discernir todas as coisas. Ele dispõe agora da
mente de Cristo e pode encontrar Jesus em todas as Escrituras. Quando o véu é removido (2Co 3.12ss.), ele lê as
Escrituras com olhos sábios que enxergam.

Assim, ele conta com poder espiritual para perceber nas Escrituras a verdade de Deus. O salmo 119 dedica-se a
essa maravilhosa questão. O cristão quer viver por toda palavra procedente da boca de Deus (Mt 4.4). As
Escrituras tornaram-se para ele puro leite espiritual (1Pe 2.2), e com a maturidade espiritual, o leite torna-se
alimento sólido (Hb 5.4). Na linguagem utilizada por Calvino, como a língua pode sentir o doce e o amargo, e os
olhos enxergam preto e branco, o cristão pode “sentir” e “ver” a verdade de Deus nas Escrituras (I.VII.2).
Trecho extraído e adaptado da obra “O testemunho do Espírito: A relevância contemporânea do testemunho
interior do Espírito Santo (http://vidanova.com.br/866-o-testemunho-do-espirito.html)”, de Bernard Ramm,
publicada por Shedd Publicações: São Paulo, 2017, pp. 100-104. Traduzido por Vivian do Amaral Nunes.
Publicado com permissão.

Fonte: TUPOREM

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