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CENTRO DE EDUCAÇÃO
VITÓRIA – ES
2018
JAIR HUGO SILVINO DE OLIVEIRA;
JESES DA CRUZ PEREIRA;
JOSIANE FÁTIMA PIOTTO;
LUCAS DE BARROS SANTOS;
VALTEMIR XAVIER COSTA.
VITÓRIA – ES
2018
JAIR HUGO SILVINO DE OLIVEIRA;
JESES DA CRUZ PEREIRA;
JOSIANE FATIMA PIOTTO;
LUCAS DE BARROS SANTOS;
VALTEMIR XAVIER COSTA.
Banca Examinadora
___________________________________________________
Professor: Dr. Vilmar José Borges (CE/UFES-Orientador)
___________________________________________________
Professora Esp. Tainá Guimarães Ricardo (Examinadora Externo)
____________________________________________________
Professora Dra. Regina Celi Frechiani Bitte (UFES-Examinadora Interno Titular)
AGRADECIMENTOS
Paulo Freire
RESUMO
The present work, entitled "Visual language: using cartoons and images as a possibility
for the teaching of Geography", aims to approach the cartoons and images as didactic
resources for purposes of motivation, interest and learning of students in Geography
studies in the classroom. The use of different visual aids assists in the work of the
educator, contributing to the development and the critical thinking of the student, since
the cartoons and images in the classes of Geography are resources that can be used
to mediate the process of teaching and learning. The choice of this topic arose from
the need to know and understand the importance and how to work Visual Language in
Geography classes. Thus, based on the theoretical basis discussed, proposes and
implements an alternative teaching, placing the cartoons and images into the
classroom and the applied work methodology. This initiative is intended to make
classes more enjoyable and pleasant, enhancing curiosity for the study of geographic
science. It is understood that cartoons and images are valuable didactic resources,
which contribute to understanding the approximation of content with reality.
PALAVRAS INICIAIS................................................................................................. 09
PALAVRAS FINAIS................................................................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 58
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PALAVRAS INICIAIS...
Depreende-se daí, que os recursos visuais são precedentes da linguagem verbal, pois
dela, torna-se possível tirar deduções e/ou conclusões observando as informações
visuais que são expostas. Na atualidade, a utilização dos recursos visuais se
intensifica com o avanço da tecnologia, sendo produzida com diversos fins, indo do
entretenimento à utilização profissional.
de pesquisa na UMEF “Irmã Feliciana Garcia”, localizada no bairro Ilha dos Ayres na
cidade de Vila Velha/ES.
Assim, após os contatos iniciais com a referida professora, foi possível um refinamento
de nosso campo de pesquisa. Portanto, foi definido que a proposta alternativa de
ensino a ser implementada deveria trabalhar com o conteúdo relacionado às
características do Nordeste brasileiro, tendo como público alvo a turma “C” do 7º ano
do Ensino Fundamental no período vespertino, cuja especificação será apresentada
no segundo capítulo.
A partir dessa intervenção pedagógica poderemos analisar se, somente o fato de fazer
uso de um bom recurso, vai garantir ou não uma boa aprendizagem do alunado.
Sendo importante ressaltar inicialmente, que tal recurso não vai superar o papel do
professor, mas sim auxiliá-lo. Isso poderá ser notado durante o caminho metodológico
que orientou as construções dessas reflexões realizados com base nos textos de
alguns educadores e pesquisas bibliográficas, como também em algumas práticas
pedagógicas vivenciadas por nós em sala de aula.
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CAPÍTULO I
Além disso, a Geografia é uma ciência fundamental para se entender o que ocorre no
espaço, as alterações impostas pela sociedade, bem como todos os elementos que o
incorporam constantemente. Atualmente, movida por uma série de transformações no
campo econômico, social e educacional, a Geografia mais do que nunca necessita
buscar compreender e explicar os processos que se desencadeiam no espaço. No
entanto, para se entender esses processos, há a necessidade de realizar uma análise
retomando o contexto histórico da Geografia, sua sistematização como ciência e as
transformações que ocorreram ao longo da história.
Essa aparente “inutilidade” da Geografia escolar parece ganhar mais força nos dias
atuais, com as mudanças proporcionadas pelo momento da globalização, que
proporcionam um acesso muito grande à informação. Contudo, o ensino da Geografia
precisa acompanhar essa evolução, caso não queira ser extinta, tendo em vista as
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Nos colégios se tem de tal forma "as medidas cheias" da geografia que,
sucessivamente, dois Ministros da Educação (e entre eles, um geógrafo!)
Chegaram a propor a liquidação desta velha disciplina "livresca, hoje
ultrapassada" (como se tratasse de uma espécie de latim). Outrora, talvez,
ela tenha servido para qualquer coisa, mas hoje a televisão, as revistas, os
jornais não apresentam melhor todas as regiões na onda da atualidade, e o
cinema não mostra bem mais as paisagens? (LACOSTE, 1989, p. 21)
Diante desses desafios, percebe-se que o ensino da Geografia nas escolas possui
mesmos dilemas que deparamos em outras matérias. Destacamos, como exemplo, o
dilema da memorização, que para muitos a torna uma matéria não muito atrativa,
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Basta uma simples reflexão sobre nosso próprio processo formativo, para que
possamos perceber que geralmente as informações sobre dadas explicações são
melhores absorvidas intelectualmente, quando o professor lança mão de
determinados recursos visuais, em detrimento de uso de recursos estritamente orais,
por exemplo. No que diz respeito aos processos de ensino-aprendizagem em
Geografia, isso não é diferente e, ainda, considera-se que essa área do saber escolar
permite utilizar muitas imagens, sejam estas de cunho humano (econômico, social,
político, etc.) ou física (natureza, sensoriamento remoto, rochas, etc.).
Consoante a isso, pode-se dizer que a maneira pela qual estão sendo
trabalhados os conteúdos geográficos, em sua grande maioria, apresenta-se
distanciada da realidade do aluno. Isso pode contribuir para os alunos se
sentirem desmotivados, levando-os a não enxergarem os propósitos da
disciplina que poderiam fazer parte de sua vida alinhando a teoria à prática,
de acordo com sua realidade social (PIRES, 2012, p. 4).
sua maioria, possuem como por exemplo, as constantes queixas docentes, relativas
à falta de livros, folha A4, mapas entre outras.
Essa precariedade torna-se, via de regra, uma das responsáveis pela desmotivação
docente e o consequente desinteresse de boa parte dos estudantes quanto à
Geografia, contribuindo para que denúncias, como a de Pires (2009), sejam ainda
constantes entre os estudiosos e educadores.
Daí o grande desafio imposto aos educadores, de uma maneira geral e, de forma
bastante específica, aos professores de Geografia atuantes na educação básica: ter
clareza de intencionalidades de suas ações e opções ao selecionar conteúdos e
formas (metodologias) de ensino, tendo em vista a ciência da importância e relevância
dessa área do saber, para a formação cidadã. Destaca, portanto, a relevância do
hábito de ao planejar suas aulas, buscar motivação própria, isto é, de dentro para fora,
bem como despertar o interesse no ensino-aprendizagem dos educandos.
Assim, o uso de imagens, como recursos didáticos nas aulas de Geografia podem
contribuir para tornar tais aulas mais atrativas, despertando maior interesse nos
educandos e proporcionando uma aprendizagem muito mais significativa. Nessa
direção, questiona-se: como podemos tratar o ensino da Geografia na educação
básica de forma a buscar alternativas metodológicas para melhor compreensão do
conteúdo aplicado em sala de aula? Os educadores estão preparados para utilizar
metodologia diferenciada ou ficam restritos ao que determina o currículo? A busca
por respostas à tais questões, podem fazer diferença no ensino e aprendizado da
Geografia.
concepção que tem como eixo a práxis, será formado como sujeito em processo de
identificação profissional, um intelectual portador de saberes teórico-práticos sobre a
realidade em que atua. A formação profissional orienta-se por objetivos de formação
de saberes docentes.
Não se pode ser educador sem domínio pleno de conteúdo disciplinar, o que requer a
clareza sobre o que é ter esse “domínio pleno”. Certamente não se trata de conhecer
todos os desdobramentos da ciência de referência, com suas inúmeras teorias,
fórmulas, modelos e tipologias para analisar a realidade; também não se trata de ter
em mente todas as informações atinentes a essa ciência. Trata-se, isso sim, de
exercitar o hábito de refletir na ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação. Em
outras palavras, implementar a prática reflexiva.
É bem verdade que nem todas as estratégias tem o resultado garantido, mas as
frustações, podem ser traduzidas como formas de aprender e aperfeiçoar seu modo
de ensinar, e o educador necessita estar atento para as dinâmicas de sala e disposto
a buscar alternativas para que possa obter sucesso.
[...] assim, não existe segurança do que ‘dá certo’. Nessa perspectiva, o
professor necessita questionar o seu pensamento e a sua prática, agir
reflexivamente no ambiente dinâmico, tomar decisões e criar respostas mais
adequadas para cada situação. (GRILLO, apud PIRES, 2009, p. 58).
No entanto, ao lidar com essa ferramenta na área didática, o educador deve estar
atualizado e atento para que possua a fórmula e os caminhos ideais a serem seguidos.
Considerando a linguagem visual e verbal, como uns dos princípios norteadores para
o ensino da língua materna, vamos diferenciar os conceitos e os termos aqui
trabalhados.
No Dicionário Online, recurso significa “ato ou efeito de recorrer, pedir ajuda; auxílio.
Meio empregado para vencer uma dificuldade ou problema”. (DICIO, 2018). Recurso,
portanto, pode ser definido como um meio alternativo utilizado para ajudar a resolver
problemas.
O uso de outras linguagens, como a charge, nas aulas de Geografia, pode, portanto,
auxiliar na análise e reflexão do que acontece na sua região e no mundo, propiciando
uma visão mais ampla e completa da realidade, conforme explica Romualdo (2000, p.
30), ao destacar que “os textos chárgicos transmitem informações (informatividade)
[...]. Os chargistas colocam neles suas opiniões, suas críticas a personagens e fatos
políticos (intencionalidade) [...]”. Também Gurgel (2004, p. 5) reforça essa
potencialidade, ao afirmar que “a charge é uma forma de comunicação condensada
com muitas informações, cujo entendimento depende de um conjunto de dados e fatos
contemporâneos [...]”.
No entanto, não se pode cair na armadilha que julgar que somente com as charges e
as imagens puramente, os educandos irão conseguir compreender determinados
assuntos, devendo ser considerado em quais contextos pretende-se explorar tal
recurso auxiliar. Esse é um processo que se inicia na escolha do tema, a partir de uma
fonte alternativa ou do livro didático, abordando temas e/ou fenômenos que
acontecem em determinada região ou até mesmo por escolha dos educandos. Diante
disso é que o docente deve selecionar as imagens e charges que melhor se adequem
aos conteúdos/temas a serem trabalhados e que sirvam de tema gerador/instigador
das reflexões e debates,
CAPÍTULO II
Também utilizamos, como critério de refinamento de nossa busca, a opção por eleger,
como nosso universo de pesquisa, a unidade escolar onde o professor atuante de
Geografia se dispusesse a participar espontaneamente da pesquisa. Assim, após os
primeiros contatos, e mediante a disponibilidade e abertura propiciada pela professora
de Geografia Tainá Guimarães Ricardo, elegemos como nosso universo de pesquisa
na UMEF “Irmã Feliciana Garcia”.
Fonte: Google Maps – Trajeto UFES/ UMEF “Irmã Feliciana Garcia” e Imagem livre, capturada na
internet, 2018.
O corpo docente que atua no turno vespertino é constituído por um total de dezenove
professores, sendo três professores de Português, Matemática e Ciências, dois
professores de História, Geografia, Educação Física e Artes, um professor de Inglês
e Ensino Religioso, cada.
Sobre a infraestrutura da escola, podemos informar que existem treze salas de aula,
cinco salas de usos diversos em dois pavimentos, uma sala-ambiente, um laboratório
e uma biblioteca em bons estados de conservação. Possui também um pátio, um
ginásio de esportes e área de recreação, cantina e refeitório com cozinha, quatro
setores administrativos e uma sala dos professores, contam como recursos didáticos
televisão, datashow, computadores.
31
A turma “C”, do sétimo ano, conta com cerca de 25 estudantes, alguns dos quais
apresentam grande dificuldade de aprendizagem, havendo a necessidade de retomar
periodicamente conceitos importantes.
Nesse sentido, visando obter subsídios para elaborar o planejamento, bem como a
implementação de uma Intervenção Pedagógica, explorando as potencialidades do
uso de imagens e charges no ensino da Geografia, a ser testada na referida turma,
buscando aliar as reflexões teóricas propiciadas no primeiro capítulo, partimos para
um diagnóstico prévio da turma/professora parceira. Para tanto, lançamos mão do
questionário para obtenção de dados da turma e da professora.
[...] pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever
de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das
classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na
prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho
sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes
em relação com o ensino dos conteúdos (FREIRE, 1996, p. 15).
Ao serem questionados sobre quais áreas do saber (disciplina escolar) que a turma
mais se identifica, os dados apontam que existe uma certa identificação com a
Geografia, conforme observa-se no Gráfico 1.
34
Geografia
6
Ciências
Línguas
5
Estrangeiras
História (Inglês e/ou
4 Espanhol)
Educação Física
3
Língua
Portuguesa Artes
2
Matemática
1
Reforça ainda mais essa percepção, os dados constantes do gráfico 2, que trazem os
percentuais de respostas dos educandos da referida turma, ao serem perguntados se
percebem alguma relação entre as atividades desenvolvidas nas aulas de Geografia
com a realidade no dia a dia. O gráfico 2 revela que mais da metade da turma
consegue notar uma certa aproximação dos conteúdos tratados pela Geografia
escolar com o seu respectivo cotidiano e apenas 10% (dez por cento) não percebe
nenhuma aproximação.
35
Talvez
38%
Sim
52%
Não
10%
Outro
7% Televisão
19%
Livro didático
26%
Jornais e Revistas
Internet
11%
37%
Não Talvez
0% 19%
Sim
81%
Para além desse diagnóstico prévio junto aos estudantes, ouvimos também a
professora Tainá Guimarães Ricardo, responsável pela turma que, ratificando
pesquisas e reflexões abordadas no primeiro capítulo, também ressalta que para o
desenvolvimento de uma boa aula, é necessário não apenas a exposição do conteúdo
em formato de texto escrito, mas com a utilização de uma linguagem textual gráfica.
Conforme a referida professora, a utilização de imagens e charges em slides, podem
enriquecer grandemente o conteúdo disciplinar, tornando-o mais atrativo ao
educando, potencializando o senso crítico e desenvolvendo a aprendizagem.
CAPÍTULO III
U.M.E.F. “IRMÃFELICIANAGARCIA”
PLANEJAMENTO
18 de Outubro de 2018 –
Turma: 7º C Data / Período:
1h e 40mins/ 2 aulas.
É interessante também notar que uma boa parte dos consumidores com maior poder
aquisitivo do país estão nas três principais regiões metropolitanas do Nordeste:
41
Salvador, Recife e Fortaleza. Além disso, Boligian e Alves (2016, p. 200) diz que “o
poder de compra dos nordestinos já supera 450 bilhões de reais anuais, valor superior
ao PIB de países como Peru e a República Tcheca.” Tais fatores, fazem do Nordeste
uma região com forte potencial para investimentos.
Salientamos, mais uma vez, que optamos por utilizar imagens que tanto se referem à
região Nordeste do Brasil, como também de imagens de outras regiões, no intuito de
verificar o saber prévio do educando.
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(A) (B)
(C) (D)
(A) (B)
(C) (D)
(A) (B)
(C) (D)
(A) (B)
(C) (D)
Charge 1
Charge 2
Charge 3
49
Charge 4
Charge 5
Charge 6
No que diz respeito à seleção das charges, também buscamos contemplar a inserção
de conteúdos da Geografia do Nordeste Brasileiro. Observamos que a primeira charge
apresentada retrata o Sertão, que apresenta um clima semiárido, com temperaturas
elevadas e duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa. A economia do
Sertão baseia-se na agropecuária, sendo a pecuária bovina sua principal atividade
econômica. Porém, a baixa pluviosidade e a ocorrência de estiagem no Sertão
comprometem o desenvolvimento das atividades agropecuárias nessa sub-região.
A terceira charge destaca o descaso dos políticos do país com relação a seca e outros
problemas enfrentados pelos nordestinos. Enquanto os políticos vivem no “bem bom”,
a região apresenta alguns dos indicadores sociais mais baixos do país, especialmente
nas áreas rurais, ainda sendo necessário solucionar problemas antigos da região,
como: alta concentração de terras e de renda, alto índice de desemprego e baixa
qualidade de vida de grande parte da população.
A quarta charge, mostra um dos ícones do Nordeste, o rio São Francisco, no qual os
sertanejos lhe deram o apelido carinhoso de "Velho Chico". Trata-se de um rio que fez
parte do cotidiano na ocupação do Sertão. Porém, nos últimos anos, o rio São
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Francisco está passando pela mais severa crise hídrica, chegando aos menores níveis
de reserva. É necessário frisar que a Bacia do São Francisco é a maior dessa sub-
região, e as populações que residem ali fazem uso dessa bacia tanto para irrigação
quanto para fonte de energias, como as hidrelétricas. Porém, o despejo de esgoto
urbano nas águas do São Francisco é um dos problemas mais graves que afetam hoje
a bacia, além do assoreamento, com a constante queda de barrancos, que alargam
as margens do rio, tornando suas águas mais rasas. Destacar também, a
contaminação por resíduos industriais de grandes empresas e por agrotóxicos vindos
das lavouras. Em vista disso, além de políticas públicas serem fomentadas para a
preservação do rio, é fundamental a sua conservação desde a nascente por serem
adotadas algumas medidas de proteção do solo e da vegetação, que vão desde a
eliminação das práticas de queimadas até o enriquecimento das matas nativas. A
charge abre, ainda, a possibilidade para se trabalhar e refletir sobre a necessidade de
evitar a construção de currais, chiqueiros, galinheiros e fossas sépticas nas
proximidades acima das nascentes, pois, com a chuva, os dejetos podem contaminá-
las. Da mesma maneira, o desmatamento no entorno das nascentes e o acúmulo de
lixo nas regiões próximas a elas também precisam de atenção. É preciso também não
fazer vista grossa para o desmatamento e a ocupação irregular do solo, bem como se
conscientizar com relação a simples mudanças de hábitos que ajudam a manter os
rios em bom estado, como por exemplo, não jogar lixo próximo as encostas ou próximo
ao rio, evitar jogar bitucas de cigarro, pois estas podem provocar queimadas que
podem atingir as matas ciliares, que são de vital importância para a preservação dos
nossos rios.
A quinta charge pode propiciar debates e reflexões tanto acerca do preconceito contra
os nordestinos, quanto da questão da cultura e tradição do Nordeste. Pois, quando se
fala em nordestinos, negativamente muitas vezes se pode lembrar de atos
preconceituosos contra eles, porém pelo lado positivo, o nordestino tem uma forte
identidade cultural quando se trata da cultura e tradições locais. No que diz respeito
ao ponto ruim, o preconceito, a fala do sulista na charge equivocadamente, sugere
que o nordestino é preguiçoso. Já olhando pelo lado cultural, a culinária, dança,
música e tradições nordestinas, são um forte chamariz ao turismo na região
impulsionados por seus artistas, suas festas juninas e o Carnaval.
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A sexta charge faz uma ligação com a corrupção existente em nosso país e a seca no
Nordeste. Destaca que em algumas regiões do Nordeste em que a seca é agravante,
notando-se grandes períodos de estiagem, apresentando muitas vezes animais
vivendo com dificuldade no solo árido, cheio de espinhos e carcaças por todo lado.
Nessas regiões, o aspecto das pessoas que vivem lá, é retratado com semblantes
tristes, corpos magros, pele maltratada pelo sol e pela falta de cuidados com
proteção relacionadas a cuidados com a saúde. Apesar de tais condições
socialmente lamentáveis, muitas vezes, infelizmente o dinheiro repassado para
combater a seca se perde na ineficiência, através de desvios desse próprio dinheiro,
ligados a esquemas de corrupção e mau uso do dinheiro público.
Ruim
0%
Regular
32%
Bom
68%
Nessa direção, Freire (1996) destaca como umas das exigências na prática do ensino,
o respeito aos saberes dos educandos. Sendo a instituição escolar responsável por
parte dessa construção, torna-se estritamente necessário a presença de um corpo
docente atento as perspectivas ou demandas dos educandos, para que estes, possam
compreender de forma mais abrangente as questões da sociedade na qual se
encontram inseridos.
Recorrendo, mais uma vez à Martins (2014), ratificamos que o uso de imagens e
charges são prenhes de ricas possibilidades para o ensino da Geografia,
possibilitando as mais diversas representações do espaço e suas relações de
espacialidades. Assim, reafirmamos que a proposta aqui empreendida não tem a
pretensão de esgotar tais possibilidades. Nosso objetivo foi o de contribuir para as
reflexões e, como alternativa para o debate, testamos uma entre tantas outras
possibilidades...
O caminho é longo e seus traçados são definidos no caminhar. Não existem receitas
prontas e acabadas. Existe sim, o convite para o caminhar...
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PALAVRAS FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLOGRÀFICAS
GURGEL, Nair. A charge numa perspectiva discursiva. Primeira Versão. Ano II,
nº135. Fevereiro. Porto Velho, 2004. Volume IX. Disponível em:
http://www.primeiraversao.unir.br/atigos_pdf/numero135Nair.pdf >. Acesso em: 10 de
outubro de 2018.
LACOSTE, Yves. A Geografia Isso Serve, em Primeiro Lugar, para Fazer a Guerra.
Tradução: Marília Cecília França. 2. Ed. Campinas, SP: Papirus, 1989.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. Disponível em: <
https://drive.google.com/file/d/0B1Cd9oH5xwRWRG5NdmZ2ck5JM3M/view >.
Acesso em 09 de Outubro de 2018.