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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E

DAS MISSÕES – URI – CAMPUS DE SANTO ÂNGELO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO E


ADMINISTRAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DE EMPRESA
FABRICANTE DE LINGERIES

MÁRCIA BIANCHI
SIMONE GOMES CALLEGARO

Santo Ângelo, novembro de 2000.


GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO E
ADMINISTRAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DE EMPRESA
FABRICANTE DE LINGERIES

Por

Márcia Bianchi
Simone Gomes Callegaro

Relatório de pesquisa apresentado ao Departamento de Ciências Sociais


Aplicadas da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das
Missões – Campus Santo Ângelo

Orientador: Sérgio Jung

Santo Ângelo, novembro de 2000.


“O rio atinge seu objetivo
porque aprendeu a contornar
os seus obstáculos.”
André Luís
AGRADECIMENTOS

Para alcançar a vitória é necessário enfrentar os obstáculos e superar as dificuldades


que o destino lança no caminho. Para isso é necessário força, determinação, disposição,
dedicação e perseverança.

Agradecemos a Deus pela vida, pela força e esperança que nos dá, em especial pela
proteção ao longo de nossa caminhada.

Aos nossos familiares, nossos pais, namorados e amigos pelo carinho, apoio e
compreensão durante todo o curso.

Aos colegas do Curso de Ciências Contábeis, agradecemos pela convivência e troca de


experiências ao longo destes anos de estudos e aprendizado.

Ao orientador, professor Sérgio Inácio Jung que colocou-se a disposição para nos
orientar no decorrer da prática profissional.

À professora Rosane Seibert, pela dedicação, orientação e encorajamento nos


momentos de dificuldades e, principalmente pela amizade que nasceu e cresceu ao longo do
curso.

À URI – Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – direção,


professores e demais funcionários que contribuíram de uma forma ou de outra para a
realização de nosso objetivo.
5 iv

À empresa Siede & Siede Ltda. por permitir que nossa prática profissional fosse
realizada em suas dependências. À proprietária e suas funcionárias agradecemos pela atenção,
pela confiança, pela disponibilidade e auxílio no desempenhar das funções.

De maneira geral, a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram,


apoiaram e se dispuseram a ajudar durante todo o transcurso, e ainda nos fizeram acreditar
que éramos capazes e venceríamos mais esta etapa.
RESUMO

O objetivo deste relatório de pesquisa foi a localização e analise dos custos de


produção, diretos e indiretos, da empresa Siede & Siede Ltda., sob a ótica do custeio por
atividades - ABC, a formação do preço de venda e analise do custo/volume/lucro com ênfase
para a margem de contribuição e análise comparativa de posicionamento e competitividade
mercadológica do empreendimento.

Os métodos desenvolvidos para analisar esse objetivo, compreenderam a pesquisa de


campo, telematizada, documental, bibliográfica, ex post facto e estudo de caso.

Os dados foram tratados de forma quantitativa pela distribuição física e financeira dos
custos dos produtos e também pelos cálculos dos custos, ponto de equilíbrio e dos preços de
vendas. Os dados foram tratados também de forma qualitativa quando se trataram da
organização dos centros de custos da empresa e da análise gerencial dos custos dos produtos
analisados, também quanto da comparação dos preços praticados pela empresa com seu
mercado de competição.

Os resultados deste estudo mostraram que a empresa apresenta resultados positivos,


quando analisado o custo/volume/lucro e também o preço de venda em comparação ao
mercado competitivo.
LISTA DE SIGLAS

CFT – Custo Fixo Total


CIF – Custos Indiretos de Fabricação
CV – Custo Variável
MC – Margem de Contribuição
MOD – Mão-de-Obra Direta
PC – Preço de Custo
PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil
PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico
PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro
PV – Preço de Venda
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P ......................................... 47


Tabela 2 - Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M ........................................ 47
Tabela 3 - Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M ................................. 48
Tabela 4 - Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M .................................... 48
Tabela 5 - Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M ........................................... 48
Tabela 6 – Custo Total de Matéria-prima por Produto .................................................... 49
Tabela 7 – Salário das Funcionárias da Fábrica ................................................................ 52
Tabela 8 – Despesas com Salários da Fábrica .................................................................... 52
Tabela 9 – Quantidade da Produção das Peças Analisadas .............................................. 53
Tabela 10 – Quantidade da Produção Mensal .................................................................... 53
Tabela 11 – Distribuição do Valor de Mão-de-Obra por Peça Produzida ...................... 54
Tabela 12 - Depreciação das Máquinas e Equipamentos e dos Móveis e Utensílios ....... 56
Tabela 13 - Distribuição da Área Total do Apartamento ................................................. 56
Tabela 14 – Rateio por Área de ocupação entre os Setores .............................................. 57
Tabela 15 – Despesa com Material de Expediente ............................................................. 58
Tabela 16 – Rateio por Número de Funcionárias entre os Setores .................................. 58
Tabela 17 – Rateio por Número de Máquinas entre os Setores ........................................ 59
Tabela 18 - Mapa de Custos Indiretos – Fábrica ............................................................... 60
Tabela 19 – Custo Unitário de Cada Produto Analisado .................................................. 61
Tabela 20 – Sugestão de Preço de Venda ............................................................................ 63
Tabela 21 – Resumo de Multiplicadores .............................................................................67
Tabela 22 - Depreciação das Máquinas e Equipamentos e dos Móveis e Utensílios ...... 77
Tabela 23 – Salário das Funcionárias da Loja ................................................................... 79
Tabela 24 – Despesas com Salários da Loja ....................................................................... 79
Tabela 25 – Mapa dos Custos Indiretos – Loja .................................................................. 80
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Contabilidade de Custos .................................................................................... 16


Figura 2 – Atividades das Empresas Industriais, Comerciais
e Prestadoras de Serviços ................................................................................. 19
Figura 3 – Fachada Atual da Loja ....................................................................................... 43
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Análise do Ponto de Equilíbrio ......................................................................... 35


Gráfico 2 – Representação dos Custos para Cada Produto .............................................. 62
SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................iii
RESUMO ..................................................................................................................................v
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................vi
LISTA DE TABELAS ...........................................................................................................vii
LISTA DE FIGURAS ...........................................................................................................viii
LISTA DE GRAFICOS ..........................................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 3


2.1. CONTABILIDADE GERAL ................................................................................................... 3
2.1.1. Função ...................................................................................................................... 4
2.1.2. Campo de Aplicação ................................................................................................. 4
2.1.3. Fins da Contabilidade ............................................................................................... 5
2.1.4. Objeto ....................................................................................................................... 5
2.1.5. Usuários .................................................................................................................... 6
2.1.6. Princípios Fundamentais de Contabilidade .............................................................. 7
2.2. CONTABILIDADE DE CUSTOS ............................................................................................ 8
2.2.1. Origem ...................................................................................................................... 9
2.2.2. Função ...................................................................................................................... 9
2.2.3. Campo de Aplicação ............................................................................................... 10
2.2.4. Objetivos da Contabilidade de Custos .................................................................... 10
2.2.5. Princípios Fundamentais de Contabilidade Aplicados em Custos ......................... 10
2.2.6. Princípios Fundamentais da Gestão Estratégica de Custos .................................... 11
2.2.7. Classificação dos Custos ........................................................................................ 12
2.2.8. Elementos de Custos............................................................................................... 14
2.2.9. Fases do Processo ................................................................................................... 15
2.2.10. Os Parâmetros ....................................................................................................... 17
2.2.11. Departamentalização ............................................................................................ 18
2.2.12. Composição do Custo de Produção ...................................................................... 19
2.2.13. Sistemas de Acumulação de Custos ..................................................................... 20
2.2.13.1. Sistemas de Acumulação de Custos por Ordem de Produção ....................... 20
2.2.13.2. Sistemas de Acumulação de Custos por Processo ......................................... 20
2.2.14. Sistemas de Custeio .............................................................................................. 21
2.2.14.1. Custeio Direto ou Variável ............................................................................ 21
2.2.14.2. Custeio por Absorção .................................................................................... 22
2.2.14.3. Custeio Baseado em Atividades .................................................................... 23
2.2.14.3.1. Campos de Aplicação do Critério ABC ................................................. 26
2.2.15. Definição Gráfica de Contabilidade de Custos..................................................... 27
2.3. CONTABILIDADE GERENCIAL.......................................................................................... 27
2.3.1. Preço de Venda ....................................................................................................... 28
2.3.2. Impostos e Taxas sobre Vendas ............................................................................. 30
2.3.3. Margem de Contribuição ........................................................................................ 31
2.3.4. Ponto de Equilíbrio ................................................................................................. 33
2.3.4.1. Tipos de Pontos de Equilíbrio ......................................................................... 33
2.3.4.2. Análise do Ponto de Equilíbrio........................................................................ 35
2.3.5. Margem de Segurança ............................................................................................ 36
2.3.6. Análise das Relações Custo/Volume/Lucro ........................................................... 36
3. METODOLOGIA............................................................................................................... 37
3.1. TIPO DE PESQUISA .......................................................................................................... 37
3.1.1. Quanto aos Fins ...................................................................................................... 37
3.1.2. Quanto aos Meios ................................................................................................... 38
3.2. UNIVERSO ....................................................................................................................... 39
3.3. AMOSTRA ....................................................................................................................... 39
3.4. SELEÇÃO DOS SUJEITOS .................................................................................................. 39
3.5. COLETA DE DADOS ......................................................................................................... 39
3.6. TRATAMENTO DOS DADOS .............................................................................................. 40
3.7. LIMITAÇÃO DO MÉTODO ................................................................................................. 41
4. A EMPRESA ....................................................................................................................... 42
4.1. HISTÓRICO DA EMPRESA................................................................................................. 42
4.2. ESTRUTURA DA CONTABILIDADE GERAL ........................................................................ 44
4.3. ESTRUTURA DE CONTABILIDADE DE CUSTOS ................................................................. 44
5. FLUXOGRAMA DA PRODUÇÃO .................................................................................. 45

6. MÁTERIA-PRIMA PARA FABRICAÇÃO .................................................................... 47

7. DEMONSTRATIVO DE HORAS TRABALHADAS .................................................... 50


7.1. HORÁRIO DE TRABALHO DA FÁBRICA ............................................................................ 50
7.2. HORÁRIO DE TRABALHO DA LOJA .................................................................................. 51
8. MÃO-DE-OBRA DIRETA ................................................................................................ 52
8.1. DESPESA DE MÃO-DE-OBRA ........................................................................................... 52
8.2. QUANTIDADE DE PEÇAS PRODUZIDAS DIARIAMENTE ..................................................... 53
9. CUSTOS FIXOS DA FÁBRICA ....................................................................................... 55
9.1. DEPARTAMENTALIZAÇÃO ............................................................................................... 55
9.2. DEPRECIAÇÃO DOS BENS ................................................................................................ 55
9.3. RATEIO DOS CUSTOS INDIRETOS ..................................................................................... 56
10. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DA FÁBRICA .............................................. 63
10.1. ANÁLISE COMPARATIVA DE MERCADO ........................................................................ 67
11. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DA FÁBRICA ....................................................... 70

12. PONTO DE EQUILÍBRIO DA FÁBRICA .................................................................... 72


12.1. PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL................................................................................. 72
12.2. PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ............................................................................. 73
12.3. PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ............................................................................. 75
13. CUSTOS FIXOS DA LOJA ............................................................................................ 77
13.1. DEPRECIAÇÃO DOS BENS .............................................................................................. 77
14. DESPESAS COM SALÁRIOS ........................................................................................ 79

15. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DA LOJA ............................................................... 81

16. PONTO DE EQUILÍBRIO DA LOJA ........................................................................... 83


16.1. PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL................................................................................. 83
16.2. PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO ............................................................................. 84
16.3. PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO ............................................................................. 86
17. CONCLUSÃO................................................................................................................... 88

18. ANEXO .............................................................................................................................. 91


ANEXO 1 – FOTO DOS PRODUTOS ANALISADOS .................................................................. 92
19. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 93
1. INTRODUÇÃO

O Brasil está passando por várias mudanças, principalmente na área econômica,


exigindo das empresas a adoção de sistemas de informação e de controle, objetivando a
tomada de decisão. É importante salientar a necessidade dos sistemas serem baseados em
fatos reais e atuais.

Esses sistemas de informações e de controle permitem melhorar o gerenciamento das


empresas. Aos empresários cabe aceitar essas mudanças e adotar medidas que satisfaçam seus
negócios, tudo de maneira rápida para poder vislumbrar oportunidades de novos mercados.

Aí é que entra a importância da contabilidade, pois é através dos relatórios e das


informações que ela fornece que serão tomadas as decisões. Sua preocupação é a
administração dos empreendimentos.

A própria contabilidade gerencial mudou seu enfoque ao longo dos anos, no início ela
compreendia funções mais restritas em setores de produção, marketing e finanças. Atualmente
o seu emprego se expandiu para muitas outras áreas.

Enquanto no passado a utilização da contabilidade gerencial estava limitada às


empresas industriais, hoje em dia é muito utilizada em empresas de software de
computadores, de telecomunicações, de publicidade e outras empresas de serviços, ou seja, a
contabilidade gerencial pode ser utilizada tanto para empresas industriais e comerciais, quanto
em empresas prestadoras de serviços.

Diante de tantas mudanças os custos tornaram-se altamente relevantes pelo aumento


2

significativo da competitividade que vem ocorrendo no mercado, as empresas precisam


controlar seus custos para terem preços de venda compatíveis com a economia globalizada.

No caso específico da empresa, objeto de estudo desse relatório de pesquisa, que é


fabricante de roupas íntimas, a competição do mercado é ainda mais evidente, isso devido ao
fato de serem várias as marcas famosas disponíveis no mercado para os consumidores.

Sabemos também, que fica difícil para a empresa competir apenas com qualidade,
então, ela precisa ter custos baixos na fabricação de seus produtos para competir com preço
baixo. Por esse motivo levantou-se o seguinte problema: Quais são os custos de produção da
empresa Siede & Siede Ltda. e qual deve ser o preço de venda praticado por ela, para ser
competitiva no mercado?

Para resolver o problema proposto, objetivou-se neste relatório de pesquisa, a


localização dos custos de produção, evidenciando uma avaliação de custos diretos e análises
dos custos indiretos de produção da empresa Siede & Siede Ltda., sob a ótica do custeio
baseado em atividades, a formação do preço de venda e analise do custo/volume/lucro com
ênfase para a margem de contribuição e análise comparativa dos preços praticados pela
empresa em relação aos seus concorrentes.

A hipótese levantada foi que a falta de informações gerenciais, no que tange à


formação do custo de produção direto e indireto e na formação do preço de venda, poderia
estar afetando consideravelmente a tomada de decisões da empresa.

A seguir, o relatório está apresentado em 19 capítulos divididos em: referencial


teórico, metodologia e desenvolvimento prático que é composto por matéria-prima para
fabricação, mão-de-obra direta, custos fixos, formação do preço de venda, margem de
contribuição e ponto de equilíbrio da fábrica, custos fixos, margem de contribuição e ponto de
equilíbrio da loja.
2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Contabilidade Geral

Para PADOVEZE (1996:41):

“Sempre se discutiu se a contabilidade é arte ou ciência. Arte


no sentido de ser apenas um ferramental à disposição da
sociedade para acompanhamento de suas riquezas, sem bases
teóricas que a fundamentem como ciência. A visão de ciência é
mais profunda, já que busca classificar a contabilidade como
um ramo do conhecimento humano.”

Padozeve vai mais longe, ele diz que para que um ramo do conhecimento seja
considerado com ciência é necessário apresentar uma série de características que o tirem da
condição de simples técnica ou ferramenta.

Conforme entendimento de PADOVEZE (1996:41) “não há dúvida de que a


contabilidade é uma ciência.” Pois a contabilidade tem objeto de estudo próprio, utiliza
métodos racionais, estabelece relações entre os elementos patrimoniais, apresenta constante
evolução, seus estudos têm o caráter de generalidade e está relacionada com os demais ramos
do conhecimento específico.

Segundo GONÇALVES e BAPTISTA (1998:23):

“Contabilidade é ciência porque possui objeto determinado e


4

método de investigação próprio. Estuda fenômenos que se


verificam de forma universal, apresentando verdades (leis) em
torno do mesmo objeto.”

Após pesquisar diversos autores, conceituaremos contabilidade como uma ciência que
estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos
quantitativos e qualitativos e as variações por ele sofridas.

2.1.1. Função

Para GONÇALVES e BAPTISTA (1998:24) “a contabilidade tem por fim registrar os


fatos e produzir informações que possibilitem ao titular do patrimônio o planejamento e o
controle de sua ação.”

As informações de natureza econômica compreendem, principalmente, os fluxos de


receitas e de despesas, que geram lucros ou prejuízos, e as variações no patrimônio da
entidade.

As informações de natureza financeira abrangem principalmente os fluxos de caixa e


do capital de giro.

2.1.2. Campo de Aplicação

Segundo GONÇALVES e BAPTISTA (1998:25):

“No mundo moderno, as entidades, assim entendidas empresas,


instituições sem fins lucrativos e organismos governamentais,
desempenham papel fundamental como catalisadores do
processo de desenvolvimento econômico e social, delas
dependendo toda a sociedade (investidores, financiadores,
fornecedores e empregados), bem como o próprio poder
público, que, ao arrecadar tributos gerados pelo exercício das
atividades econômicas, aufere os recursos necessários à
manutenção e desenvolvimento do País.”
5

Assim, podemos dizer que o campo de aplicação da ciência contábil é toda pessoa,
seja física ou jurídica, pública ou privada, de fins lucrativos ou não.

As pessoas jurídicas podem ser: instituições filantrópicas, de assistência social,


governamentais, empresas comerciais, industriais e de prestação de serviços.

2.1.3. Fins da Contabilidade

Quanto ao fim a que se destinam, as entidades econômico-administrativas podem ser


assim classificadas:

 Entidades com fins econômicos - chamadas empresas, visam ao lucro para preservar e/ou
aumentar o patrimônio líquido. Exemplo: empresas comerciais, industriais, agrícolas, etc.

 Entidades com fim socio-econômico - intituladas instituições, visam superávit que


reverterá em benefício de seus integrantes. Exemplo: associações de classe, clubes sociais,
etc.

 Entidades com fins sociais - também chamadas instituições, têm por obrigação atender às
necessidades da coletividade a que pertencem. Exemplo: a União, os Estados e os
Municípios.

2.1.4. Objeto

O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio das entidades econômicas-


administrativas.

Segundo FRANCO (1997:36) “a contabilidade estuda e controla o patrimônio dessas


entidades, registrando todos os fatos nele ocorridos, para demonstrar e interpretar, a qualquer
6

momento, seu estado e suas variações.”

O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, cuja composição e


variação a contabilidade estuda e controla, por meio do registro de todas as ocorrências nele
verificadas.

2.1.5. Usuários

Compreendem todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham


interesse na avaliação da situação e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas
individuais), sócios, acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos, etc.
Cada qual tem interesse distinto dos demais, pois para cada um é necessário uma informação
diferente.

 Sócios e acionistas - Estão interessados na rentabilidade e segurança de seus investimentos.


Necessitam de informações claras e concisas às suas perguntas. Normalmente relatórios
elaborados pela administradora são suficientes. Quase sempre estão afastados da
administração.

 Administradores, diretores e executivos - Este é o grupo de maior interesse, pois o


interesse dessas pessoas atinge uma alto grau de profundidade e análise. São eles os
responsáveis pela tomada de decisões, pela administração da empresa.

 Governo e economistas governamentais - tem duplo interesse Baseados nas informações


contábeis é que se exerce o poder de tributar e arrecadar impostos, taxas e contribuições.
Dessas informações são tirados os dados para as análises setoriais e globais da nossa
economia e tomadas de decisões governamentais.

 Fornecedores e bancos - Também estes, tem grande interesse na situação financeira da


empresa, pois estão interessados nas garantias de pagamentos das mercadorias fornecidas e
dos financiamentos.
7

 Pessoas físicas - para estas também há interesse na contabilidade, mas diferentemente dos
demais, para elas vale o conhecimento no controle e equilíbrio do orçamento doméstico.

2.1.6. Princípios Fundamentais de Contabilidade

Segundo o Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio Grande do Sul


(2000:22-26), os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das
doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade, consoante o entendimento
predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à
contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das
Entidades.

São Princípios Fundamentais de Contabilidade:

 Princípio da Entidade – Este princípio reconhece o patrimônio como objetivo da


contabilidade e afirma autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentes de pertencer a
uma pessoa, um conjunto de pessoas uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou
finalidade, com ou sem fins lucrativos. O patrimônio não se confunde com aqueles dos
seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade por constituição.

 Princípio da Continuidade – Para a contabilidade a entidade é um organismo vivo que irá


viver ou operar por longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes
evidências em contrário.

 Princípio da Oportunidade – Este princípio refere-se, à tempestividade e à integridade do


registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e
com a extensão correta, independente das causas que a originaram.

 Princípio do Registro Pelo Valor Original – O custo de aquisição de um ativo ou dos


insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a
entidade representa a base de valor para a contabilidade, expresso em termos de moedas de
8

poder aquisitivo constante.

 Princípio da Atualização Monetária – Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda


nacional, deve ser reconhecido os registros contábeis através do ajustamento da expressão
formal dos valores dos componentes patrimoniais.

 Princípio da Competência – Determina quando as alterações no passivo ou ativo resultam


em aumento ou diminuição do patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para
classificação das mutações patrimoniais.

 Princípio da Prudência – Determina a adoção do menor valor para os componentes do


ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresente alternativas igualmente
válidas para a quantificação das mutações do patrimônio líquido.

2.2. Contabilidade de Custos

Para W. B. Laurence apud Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São


Paulo (1992:15):

“Contabilidade de Custos é o processo ordenado de usar os


princípios da contabilidade geral para registrar os custos de
operação de um negócio, de tal maneira que, com os dados da
produção e das vendas, se torne possível à administração
utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e de
distribuição, tanto por unidade como pelo total, para um ou
para todos os produtos fabricados ou serviços prestados e os
custos das outras diversas funções do negócio, com a finalidade
de obter operação eficiente, econômica e lucrativa.”

Portanto, é um ramo da contabilidade aplicado às empresas industriais. Custo


industrial refere-se aos procedimentos contábeis e extra-contábeis necessários para se
conhecer o quanto custou para a empresa industrial a fabricação dos seus produtos, através do
processo industrial.
9

O que torna a contabilidade de custos diferente dos demais ramos da contabilidade são
os procedimentos praticados na área de produção da empresa industrial, os quais exigem a
aplicação de critérios específicos para se apurar o custo de fabricação.

Para LEONE (1996:18):

“A Contabilidade de Custos refere-se hoje às atividades de


coleta e fornecimento de informações para as necessidades de
tomada de decisão de todos os tipos, desde as relacionadas com
operações repetitivas até as de natureza estratégica, não
repetitivas, e, ainda, ajuda na formulação das principais
políticas das organizações.”

Segundo Bierman e Dyckman apud LEONE (1996:18) “a função da Contabilidade de


Custos não é fornecer informações numa base constante para planejamento e tomada de
decisões, mas, antes, agir como um arquivo em que a informação é guardada até que seja
necessária.”

2.2.1. Origem

Baseadas nos diversos autores lidos, podemos concluir que a contabilidade de custos
originou-se da contabilidade geral com o fim específico de controlar os custos de produção.
Essa necessidade surgiu com o advento da Revolução Industrial, pois até então as operações
resumiam-se basicamente em comercialização de mercadorias.

2.2.2. Função

A função da contabilidade de custos é definida por Eric L. Kohler apud LEONE


(1996:43):

“A Contabilidade de Custos projeta e opera sistemas de custos,


10

determina os custos por departamentos, por função, por centros


de responsabilidades, por atividades, por produtos, por
territórios, por períodos e por outros segmentos, faz a
estimação de custos, estabelece padrões, manipula custos
históricos, compara custos de diferentes períodos, compara
custos reais com custos calculados, determina custos de
alternativas, interpreta e apresenta informações de custos como
um auxílio à gerência no controle de operações correntes e
futuras.”

2.2.3. Campo de Aplicação

Abrange o patrimônio das empresas não só as industriais como prestadoras de serviço


e comerciais e visa atender aos fins próprios de levantamento e análise na formação dos
custos de produção, comercialização e prestação de serviços.

2.2.4. Objetivos da Contabilidade de Custos

Segundo LEONE (1997:21) “os objetivos da Contabilidade de Custos serão fixados de


acordo com as necessidades apresentadas pelos diversos níveis gerenciais, (...) a grande
maioria dos estudiosos do assunto os estabelece (...) em três grandes grupos.”

Resumidamente, são estes os três grupos de objetivos da contabilidade de custos:

 Determinação do lucro;

 Controle das operações e dos estoques;

 Fornecer informações para a tomada de decisões.

2.2.5. Princípios Fundamentais de Contabilidade Aplicados em Custos

Segundo o CRC (1992:16-17) os princípios fundamentais de contabilidade aplicados


11

em custos são:

 Competência (da Realização) – A receita é reconhecida apenas quando realizada; a


realização ocorre quando há a troca de mercadorias, bens ou serviços por elementos do
ativo, portanto o lucro ou prejuízo só se realizam no ato da venda. Respeitando a
competência dos exercícios, as receitas e despesas devem ser reconhecidas contabilmente,
não quando do reconhecimento ou pagamento, mas quando da incorrência das mesmas,
obedecendo à data do fato gerador.

 Uniformidade (Consistência) – Uma vez escolhido um processo para os registros


contábeis, não deve ser mudado com freqüência, para que os resultados contábeis não
fiquem prejudicados. Porém, se houver necessidade de mudanças de critério, deve ser feita
a divulgação do seu feito das demonstrações contábeis.

 Prudência (Conservadorismo) – Entre duas alternativas para o registro de um ativo deve-se


escolher entre o custo e o valor de mercado dos dois o menor. O mesmo raciocínio deve
nortear o contador no registro dos gastos que provocam dúvida de classificação entre o
custo de produção ou despesa do período, devendo prevalecer a escolha que representa
redução imediata do resultado, portanto despesa do período.

2.2.6. Princípios Fundamentais da Gestão Estratégica de Custos

Conforme MARTINS (1998:316-318) a estrutura da gestão estratégica de custos é


constituída de princípios reunidos em três grandes grupos:

 Princípios de Custos – Custos relevantes devem ser apropriados diretamente aos objetos
que se pretende custear, devem ser utilizadas bases de alocação que reflitam as relações de
causa e efeito entre recursos consumidos e as atividades e entre estas e os objetos que se
pretende custear, devem ser estabelecidos centros de custos com base em grupos
homogêneos de atividades e a utilização do Custeio Baseado em Atividades (ABC) deverá
melhorar o processo de apropriação.
12

 Princípios de Mensuração de Desempenho – Devem ser estabelecidas mensurações de


desempenho para atividades relevantes, as mensurações de desempenho devem ser
consistentes com os objetivos da empresa e devem melhorar a visibilidade dos
direcionadores de custos.

 Princípios de Gestão de Investimentos – A gestão de investimento deve ser mais do que


um processo de orçamento de capital, deve ser consistente com os objetivos da empresa,
devem dar suporte para o atingimento do custo-meta, as decisões de investimentos devem
ser tomadas com suporte de múltiplos critérios, e todos os investimentos devem ter efetivo
acompanhamento posterior para que seu desempenho possa ser comparado com o que fora
originalmente previsto.

2.2.7. Classificação dos Custos

LEONE (1996:54-76) classifica os custos em:

 Custos Diretos - são os gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação
aplicados diretamente no produto. São assim denominados porque seus valores e
quantidades em relação ao produto são de fácil identificação.

 Custos Indiretos - são os gastos com materiais, mão-de-obra e gastos gerais de fabricação
aplicados indiretamente no produto. São assim denominados por ser impossível uma
segura identificação de seus valores e quantidades em relação ao produto.

 Custos Imputados - estes não aparecem nas demonstrações contábeis convencionais. Não
envolvem desembolso de caixa, eles surgem da necessidade de comparação de custos pela
necessidade de se tomar uma decisão.

 Custos Comuns - quando uma mesma fase de produção for comum a dois ou mais
produtos, os custos serão comuns à eles e necessitarão de serem rateados.

 Custos Funcionais - são os custos identificados com as diversas funções da empresa.


13

 Custos Estimados - são custos predeterminados e se destinam a resolver certos problemas


de controle e planejamento em situações especiais.

 Custo Padrão - é o custo ideal a ser perseguido pelas empresas, é estimado com maior
eficiência, sem desperdícios. São calculados com base nos parâmetros operacionais.

 Custos Históricos - são os originais da época em que ocorreu a compra, pela nota fiscal.

 Custos Primários - é a soma do material direto e da mão-de-obra direta.

 Custo Fabril - é a soma dos custos de material direto, mão-de-obra direta e das despesas
indiretas de fabricação.

 Custos de Fabricação - é o custo das mercadorias fabricadas.

 Custos Fixos - são aqueles que independem do volume de produção do período, isto é,
qualquer que seja a quantidade produzida, esses custos não se alteram.

 Custos Variáveis - são aqueles que variam em função das quantidades produzidas, como
ocorre, por exemplo, com a matéria-prima.

 Custos Semi-variáveis - é o custo composto por uma parcela fixa e uma parcela variável.
Ex. custo de manutenção.

 Custos Por Degraus - permanecem constantes até certo ponto do volume de produção e,
nesse momento, eles sobem para uma plataforma onde permanecem constantes até chegar
a um outro ponto crítico do volume da produção.

 Custos Incrementais - são aqueles que a empresa deverá arcar adicionalmente por ter
tomado ou caso venha a tomar uma decisão. É a diferença entre os custos totais de duas
alternativas que estão sendo consideradas.
14

 Custos de Oportunidade - é aquele benefício que a empresa deixa de ter por ter escolhido
uma alternativa de investimento e não outra.

 Custos Evitáveis - são os custos que serão eliminados ao se deixar de realizar uma
determinada tarefa.

 Custos Não Evitáveis - são os que aparecerão de qualquer modo em qualquer


circunstância, estes não serão eliminados.

 Custos Empatados - conforme Jacob Birnberg Jr e Nicholas Dopuch apud LEONE


(1996:76) “os custos empatados são os custos de recursos já adquiridos, cujo custo total
não é afetado na seleção entre alternativas.”

 Custo de Qualidade - existe em função de uma baixa qualidade, ou seja, de se fazer algo de
modo errado. Dá a administração uma visão de cada departamento como sendo cada um
deles um centro de responsabilidade de melhoria da qualidade, com uma meta que possa
ser expressa no orçamento da empresa ou no planejamento de lucros.

 Custos de Prevenção - são os que ocorrem para se evitar defeitos, se for analisar
financeiramente é muito mais um investimento do que uma despesa, pois evitarão futuros
custos.

2.2.8. Elementos de Custos

Conforme o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (1992:175)


os elementos de custos, freqüentemente considerados quando se determina o custo total de um
produto manufaturado, são os seguintes:

 Materiais Diretos – São os materiais que realmente entram no produto acabado e deste se
tornam parte. Distinguem-se dos demais materiais usados na operação da empresa, mas
não integrantes diretos do produto.
15

 Mão-de-Obra Direta – um segundo elemento do custo de fabricação é a mão-de-obra


aplicada diretamente para converter matéria-prima em produto acabado. Os custos de mão-
de-obra direta e respectivos encargos sociais são os que se podem identificar
especificamente com um produto e que variam tão intimamente com o número de unidades
produzidas que se presume haver uma relação direta.

 Custos Indiretos de fabricação – Inclui todos os custos fora matéria-prima e mão-de-obra


direta que se acham associados com a fabricação do produto, tais como:

 Materiais Auxiliares – Necessário à conclusão do produto, mas cujo consumo em


relação ao produto é tão pequeno ou tão complexo que seria inútil tratá-lo como item
de materiais diretos;

 Mão-de-Obra Indireta – Representa salários, ordenados e respectivos encargos sociais


despendidos com empregados que não trabalham diretamente no próprio produto, mas
cujos serviços se relacionam com o processo do produto;

 Outros Custos Indiretos – Incluem força, luz, água, manutenção, depreciação,


impostos, seguros etc.

2.2.9. Fases do Processo

De acordo com LEONE (1996:20) a contabilidade de custos é melhor compreendida


quando se apresenta dividida nas suas três fases.

Fase 1 Coleta de Dados

Consiste na seleção dos dados, no planejamento de sua coleta, no treinamento e na


organização interna dos setores que irão fornecer dados

É necessário contar com o apoio da alta direção da empresa.


16

A matéria-prima da contabilidade de custos são os dados originais, pois a


contabilidade não os cria, a partir deste dados é que irá fabricar o produto acabado em forma
de informações.

Fase 2 Centro Processador de Informações

É o que recebe os dados e os transforma em informações. Aqui, estão em operação os


sistemas de custos, os critérios básicos, os procedimentos e os registros; é aqui que se realiza
o trabalho técnico do contador de custos: a acumulação, a organização, a análise e a
interpretação dos dados.

Fase 3 Informações

É nesta fase que se apresenta os resultados. A contabilidade de custos produz


informações gerenciais para que os diversos níveis hierárquicos da administração sejam
capazes de planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia. O produto final
consiste em relatórios gerenciais.

O trabalho do contador de custos origina-se do contato inicial (no planejamento das


informações) com os usuários (os gerentes de produção, de finanças, de pessoal, de
marketing, de engenharia, etc.) e do contato final com tais usuários, através dos relatórios
finais emitidos.

Figura 1 – Contabilidade de Custos

CONTABILIDADE
DADOS DE CUSTOS INFORMAÇÃO

FEEDBACK
Fonte: LEONE (1996:17)
17

2.2.10. Os Parâmetros

Segundo LEONE (1996:106) “parâmetro é a unidade de medida que representa a


atividade de um segmento qualquer dentro da empresa.”

Alguns exemplos na atividade industrial: unidades produzidas, homens-hora, horas-


máquina, nível de eficiência, números de turnos de trabalho, número de operários por turno,
horas extraordinárias e capacidade utilizada.

A contabilidade de custos precisa dos objetivos, metas, orçamentos e parâmetros de


cada um dos setores, pois o seu conhecimento é imprescindível.

Para cada um dos setores a contabilidade de custos poderá preparar e fornecer


informações de custos que auxiliarão os seus responsáveis a se desincumbirem com maior
perfeição de suas responsabilidades.

O levantamento e a definição dos parâmetros é uma tarefa conjunta realizada entre o


usuário da informação gerencial de custos e o contador (especialista) de custos.

Descoberto o parâmetro que determina o custo, LEONE (1996:107) é claro ao dizer


que o contador poderá “estabelecer instrumentos de controle, simples indicadores, que serão
acompanhados administrativamente, para vigiar o comportamento apenas do parâmetro, uma
vez que essas unidades físicas, quantitativas, operacionais são passíveis de comando por parte
da gerência.”

Ainda de acordo com LEONE (1996:111):

“Os custos realizados pelos diversos segmentos da empresa


guardam relações determinadas com certos parâmetros físicos
quantitativos. As relações assim determinadas são
representadas por modelos matemáticos. Ao analisar um
modelo econômico, devemos estudar a relação das variáveis
que nele intervêm e, sobretudo, verificar o grau de
relacionamento entre essas variáveis.”
18

2.2.11. Departamentalização

Para LEONE (1997:113) “a departamentalização é resultado de um estudo feito pela


administração da empresa, que leva em conta as várias especialidades e as diversas atividades
ou funções.”

A departamentalização se destina a separar as atividades de uma empresa de acordo


com a natureza de cada uma delas, procurando maior eficiência nas operações.

Na maioria das vezes um departamento é um centro de custos, ou seja, nele são


acumulados os custos indiretos para posterior rateio aos produtos ou a outros departamentos.

MARTINS (1998:70-71) divide os departamentos em dois grandes grupos:

 Os Departamentos Produtivos – Têm seus custos jogados sobre os produtos, já que estes
passam inclusive fisicamente por eles.

 Os Departamento Auxiliares – Geralmente não têm seus custos apropriados diretamente


aos produtos, pois estes não passam por eles. Por viverem esses departamentos para a
prestação de serviços a outros departamentos, tem seus custos transferidos para os que
deles se beneficiam.

Segundo MARTINS (1998:78-80) a departamentalização apresenta os seguintes


passos:

1º Passo – Separação entre custos e despesas.

2º Passo – Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos.

3º Passo – Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos


departamentos, agrupando, à parte, os comuns.

4º Passo – Rateio dos custos indiretos comuns e dos da administração geral da


produção aos diversos departamentos, quer de produção quer de serviços.
19

5º Passo – Escolha da seqüência de rateio dos custos acumulados nos departamentos


de serviços e sua distribuição aos demais departamentos.

6º Passo – Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de
produção aos produtos segundo critérios fixados.

2.2.12. Composição do Custo de Produção

FRANCO (1997:44) diferencia a composição do custo nas empresas industriais,


comerciais e prestadoras de serviços:

“Nas empresas industriais, o custo compreende o preço pago


pela matéria-prima consumida, pela mão-de-obra aplicada e
por demais gastos com a produção. Nas empresas comerciais, o
custo inclui o preço de compra da mercadoria, assim como
todos os gastos decorrentes da atividade comercial. Nas
empresas de prestação de serviço, como transporte, seguros,
profissões liberais, bancos, etc., o custo compreende os gastos
decorrentes dessa prestação de serviços, incluindo a
remuneração do capital aplicado, que em muitos casos é de
grande importância como nos bancos, por exemplo.”

Figura 2 – Atividades das Empresas Industriais, Comerciais e Prestadoras de Serviços

% PRODUÇÃO SERVIÇOS COMÉRCIO %


100 DIF DESPESA INDIRETAS DESPESAS INDIRETAS 100

MOD MÃO-DE-OBRA MOD


50 50
MATERIAL MATERIAL
MATERIAL
0 0

Fonte: LEONE (1996:171)


20

2.2.13. Sistemas de Acumulação de Custos

Para LEONE (1997:185):

“Os sistemas de acumulação de custos destinam-se a coletar os


dados de custos, direta ou indiretamente, identificados com
algum objeto de custeio, a organizá-los de forma a que possam
contribuir para o desenvolvimento de informações que se
destinam ao atendimento de alguma necessidade gerencial
diferente ou especial.”

Segundo LEONE (1997:185) “os critérios para fazer a acumulação podem ser
normalmente de dois tipos”, a diferença básica para LEONE (1997:187) “está no que cada um
julga que sejam custos inventariáveis ou não.”

2.2.13.1. Sistemas de Acumulação de Custos por Ordem de Produção

Segundo LEONE (1997:192) “é um sistema no qual cada elemento de custo é


acumulado separadamente, segundo ordens específicas de fabricação”, é o mais adequado
para acumular os custos de produção de empresas que trabalham por encomendas, com
produtos diferenciados ou lotes específicos de produção.

Este método visa determinar o custo unitário de um lote de produtos.

2.2.13.2. Sistemas de Acumulação de Custos por Processo

De acordo com LEONE (1997:204) “a finalidade principal do Sistema é determinar os


custos e as despesas relacionados aos processo de produção”, adapta-se melhor às fábricas (ou
empresas prestadoras de serviços) que fabricam os produtos de modo contínuo para o
atendimento das necessidades do mercado consumidor.
21

Este método computa todos os custos incorridos em um determinado período de


produção que são divididos pelas quantidades produzidas para obtenção do custo unitário.

Estes produtos são solicitados de modo permanente por milhões de clientes que
constituem o mercado consumidor. Não há data para o término da produção. Se o produto está
sendo aceito pelo mercado consumidor e se está gerando lucro, o aconselhável é continuar a
fabricá-lo.

2.2.14. Sistemas de Custeio

Segundo Kaplan apud NAKAGAWA (1993:36) “os atuais sistemas de custeio datam,
basicamente, de há mais de um século e foram desenvolvidos com o objetivo de gerarem
informações sobre oportunidade de melhoria de desempenho das empresas, em termos de
resultados econômicos.”

E, segundo o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (1992:52)


“tem por finalidade determinar de que forma serão atribuídos valores aos elementos de custo.”

2.2.14.1. Custeio Direto ou Variável

Segundo CREPALDI (1998:111) “é um tipo de custeamento que consiste em


considerar como custo de produção do período apenas os Custos Variáveis incorridos. Os
Custos Fixos pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são considerados
como custos de produção e sim como despesas.” O custo dos produtos vendidos e os estoques
finais de produtos em elaboração e produtos acabados só conterão custos variáveis.

Este método é utilizado na tomada de decisões administrativas com relação à fixação


de preços, decisão sobre comprar ou produzir e possibilita também a determinação imediata
do comportamento dos lucros com relação às oscilações de vendas.
22

Crepaldi apresenta o custeio direto ou variável em pontos positivos e negativos, que


são:

 Pontos Positivos:
 Os custos dos produtos podem ser comparados em base unitária independente do volume
de produção.
 Melhor controle dos custos fixos, pois aparecem separadamente nas demonstrações.
 Fornece mais instrumentos de controle gerencial.

 Pontos Negativos:
 Não considera os custos fixos na determinação do preço de venda.
 Não é aceito pelo fisco.
 Pode prejudicar a análise por parte dos credores no que se refere aos índices de liquidez e
capital circulante líquido.

2.2.14.2. Custeio por Absorção

De acordo com CREPALDI (1998:83) “o Custeio por Absorção ou Custeio Pleno


consiste na apropriação de todos os custos (sejam fixos ou variáveis) à produção do período.
Os gastos não fabris (despesas) são excluídos.” No Brasil este método é adotado pela
legislação comercial e pela legislação fiscal, portanto é válido para apresentação de
demonstrações financeiras e para o pagamento do imposto de renda.

Todos os custos são aloucados aos produtos fabricados, os custos diretos pela
apropriação direta, e os indiretos por meios de critérios de rateio.

Conforme Crepaldi o custeio por absorção apresenta pontos positivos e negativos, que
são:

 Pontos Positivos:
 É aceito pelo fisco.
23

 Demonstra índices de liquidez mais reais.


 Fixação de preços de venda mais reais, pois engloba todos os custos da empresa nos custos
unitários dos produtos.

 Pontos Negativos:
 Não permite análise custo/volume/lucro.
 A forma de atribuição de custos indiretos é por meio de rateios, o que é mais trabalhoso.
 Os custos dos produtos não poderão ser comparados em bases unitárias.

2.2.14.3. Custeio Baseado em Atividades

De acordo com LEONE (1997:189) “uma outra maneira de atribuir os custos indiretos
aos produtos é denominada de Custeio ABC.”

Este custeio é originário do inglês Activity Based Cost, tem por objetivo sanar os
problemas encontrados nos demais custeios no que se refere aos custos fixos indiretos.

Segundo PADOVEZE (1996:237) o método ABC procura “aprimorar o custeamento


dos produtos, através de mensurações corretas dos custos fixos indiretos, em cima das
atividades geradoras desses custos, para acumulação diferenciada ao custo dos diversos
produtos da empresa.”

NAKAGAWA (1994:29) define o ABC como “um novo método de análise de custos,
que busca „rastrear‟ os gastos de uma empresa para analisar e monitorar as diversas rotas de
consumo dos recursos „diretamente identificáveis‟ com suas atividades mais relevantes, e
destas para os produtos e serviços.”

Segundo CHING (1997:41):

“ABC é um método de rastrear os custos de um negócio ou


departamento para as atividades realizadas e de verificar como
estas atividades estão relacionadas para a gestão de receitas e
24

consumo dos recursos.”

Segundo CHING (1997:41) “o ABC avalia o valor que cada atividade agrega para a
performance do negócio ou departamento.”

PADOVEZE (1996:238) define o custo por atividade como:

“Um método de custeamento que identifica um conjunto de


custos para cada evento ou transação (atividade) na
organização que age como um direcionador de custos. Os
custos indiretos são então alocados aos produtos e serviços na
base do número desses eventos ou transações que o produto ou
serviço tem gerado ou consome como recurso.”

O princípio do Custeio ABC é o de que produtos/serviços consomem atividades e


atividades consomem recursos. E para se determinar fielmente a realidade de custos é
necessário determinar precisamente quais recursos e com que intensidade as atividades os
consomem e, quais atividades e com que intensidade os diferentes produtos/serviços as
consomem.

BRIMSON (1996:62) define:

“Contabilidade por atividades é um processo de acumulação e


rastreamento de custos e de dados de desempenho para as
atividades da empresa, proporcionando o feedback dos
resultados reais comparados com o custo planejado, para
iniciar ações corretivas sempre que necessário.”

LEONE (1997:266-268) apresenta algumas desvantagens do sistema ABC, dentre elas


destacamos as seguintes:

 O critério ABC observa a metodologia do conceito de absorção, portanto, leva para si todas
as limitações inerentes a esse conceito. Algumas decisões importantes de curto prazo não
serão tomadas com base nas informações produzidas pelo critério ABC.

 O critério ABC é dispendioso.


25

 Outra desvantagem está na aparente transformação de custos fixos em custos variáveis,


trazendo conseqüências graves para a determinação e análise dos custos dos produtos, dos
serviços e de outro qualquer objeto de custeio.

 Em um ano de produção muito abaixo da capacidade normal ou prática, o critério ABC


produziria custos unitários excessivamente altos. Essa é uma falha decorrente do custeio
por absorção e atinge também o critério ABC.

Segundo Cogan apud LEONE (1997:267):

“O ABC em sua forma mais detalhada pode ser aplicável na


prática, em virtude de exigir um número excessivo de
informações gerenciais que podem inviabilizar sua aplicação. O
custo da coleta e manipulação detalhada teria que justificar seu
benefício. Numa fábrica, pode-se detectar mais de cem
atividades que contribuem para o overhead – caso se pense
numa apuração exata de todas essas atividades, o ABC seria
impraticável.”

As vantagens do sistema ABC, segundo LEONE (1997:268):

 Calcula melhores custos para produtos e outros objetos.

 Apoia os esforços de redução de custos e os esforços para o aperfeiçoamento do processo


do negócio.

 Apoia melhores medições de desempenho.

 Desenvolve melhores técnicas para a avaliação de propostas de investimentos em novos


ativos fixos.

 Estende os aperfeiçoamentos no custeio de produtos através do custeio por ciclo de vida e


do custeio por metas.

 Avalia as realizações e oportunidades da empresa em seu programa de qualidade.


26

2.2.14.3.1. Campos de Aplicação do Critério ABC

Segundo LEONE (1997:265-266) a aplicação do critério ABC poderá trazer benefícios


em termos de melhores informações gerenciais, quando:

 O montante das despesas e dos custos indiretos passa a ser substancial concomitantemente
à perda de relevância do montante dos custos da mão-de-obra direta, diante do custo de
produção;

 Os investimentos em equipamentos fabris são altos, resultando em mudanças significativas


no processo de produção e fazendo com que os custos e despesas indiretos se tornem quase
totalmente fixos;

 A fábrica produz grandes volumes de produtos diferentes que atendem às múltiplas


necessidades de uma grande quantidade de consumidores diferentes;

 As operações, principalmente fabris, podem ser analisadas com facilidade, favorecendo a


implantação de técnicas mais sofisticadas que atendem a uma relação favorável entre
custos e benefícios;

 As empresas dispõem de sistemas de informações automatizados que não só controlam os


processos produtivos, como também podem controlar o consumo dos diversos insumos.

Para Mendonça (online) o ABC, em seu estágio mais avançado, tem total possibilidade
de integração ao Sistema Orçamentário e à tradicional Contabilidade de Custos, além de
prestar grande colaboração à Controladoria, oferecendo crescentes opções de gerenciamento,
principalmente quando operacionalizado conjuntamente aos Sistemas Integrados de Gestão,
como Magnus, R/3 (SAP) – ou mesmo em “home systems” e planilhas do Excel ou Lotus.
27

2.2.15. Definição Gráfica de Contabilidade de Custos

CONTABILIDADE DE CUSTOS

1. FASE DO 2. OBJETO DO 3. FINALIDADES


TRABALHO CUSTO GERENCIAIS
- coleta - produtos - determinação da
- acumula - serviços rentabilidade
- organiza - estoques - avaliação do patrimônio
- analisa - componentes - controle de custos
- interpreta organizacionais - controle das operações
- informa - planos operacionais - planejamento
- atividades especiais - tomada de decisões
- programas
- segmentos de
distribuição
Fonte: LEONE (1996: 43)

2.3. Contabilidade Gerencial

Ainda não existe um conceito único de contabilidade gerencial, muitos estudiosos


alegam que ela é a união de técnicas de outras disciplinas e que as usam como suporte para
desenvolver sua atividade.

Conceituaremos contabilidade gerencial como a contabilidade preocupada com a


gerência de um empreendimento, ela se ampara na contabilidade de custos, contabilidade
financeira, análise de balanços, destas colhendo dados e informações para a elaboração de
relatórios que serão entregues à administração para que os diretores analisem e tomem as
decisões necessárias à uma boa gestão. Afinal, o objetivo é a tomada de decisão.
28

A contabilidade gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para a


administração.

Segundo IUDICIBUS (1987:15):

“A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,


superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias
técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na
contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise
financeira e de balanços, etc., colocados numa perspectiva
diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de
apresentação e classificação diferenciada, de maneira a
auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.”

A visão gerencial dos custos considera a contabilidade de custos como um centro


processador de informações, pois assemelha-se a este recebendo dados, acumulando-os de
forma organizada, analisando-os e interpretando-os, produzindo informações de custos para
os diversos níveis gerenciais.

Segundo BRIMSON (1996:79) o gerenciamento de custos “é a análise das atividades


para determinar o melhor mix de atividades e o nível ótimo de recursos a elas atribuídos.”

Para CORBETT NETO (online) a contabilidade gerencial é “o sistema de informação


que deve ser usado pelos gerentes de uma organização para indicar se suas decisões estão
levando a organização na direção do seu objetivo.”

2.3.1. Preço de Venda

Segundo PADOVEZE (1996:282) “a teoria econômica indica que quem faz o preço de
venda dos produtos é o mercado, basicamente através da oferta e procura, fazendo as devidas
considerações para situações de monopólio, oligopólio, mercados cativos e situações
similares.”
29

Levando em conta esta afirmação, não haveria necessidade do cálculo dos custos e
consequentemente da formação do preço de venda. A empresa deveria apenas estar sempre
atualizada com os preços de mercado através dos concorrentes, no entanto, dessa forma não se
estaria levando em conta vários fatores importantes, diríamos até, muitas vezes, mais
importante que o próprio preço dos concorrentes.

É o fato de que nenhuma empresa é igual a outra, por isso, não existem duas empresas
que tenham os mesmos custos de produção, de distribuição, que utilize a mesma mão-de-obra.

Dessa forma duas empresas vendendo ao mesmo preço produtos similares, porque
igual não seria possível, não significa que as duas teriam o mesmo lucro, ao contrário, uma
pode inclusive estar tendo prejuízo, estar pagando para produzir, e isso tudo muitas vezes sem
perceber.

Daí vem a importância de se ter claramente quais os custos reais de cada empresa, para
então partir para o cálculo do preço de venda.

Só depois de ter pronto os cálculos e o preço de venda fixado é que deve-se analisar os
preços concorrentes e os produtos oferecidos por eles.

O preço de mercado serve de parâmetro para se colocar em prática o próprio preço de


venda, pois este deve ser inferior ao de mercado que fica na margem de o máximo que a
empresa deve fixar.

Com os preços concorrentes em mãos, e no caso destes mostrarem-se inferiores, o que


se pode fazer é tentar através de uma gestão organizada e atenta, enxugar os custos de
produção, verificando pontos de possíveis desperdícios de material, mão-de-obra ociosa, ou
até, muitas vezes, aumentando a produção se houver capacidade e mercado para isso.

Para o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (1992:171):

“A determinação dos preços de venda dos produtos é tarefa


extremamente importante na empresa moderna constituindo-se
em uma das peças fundamentais do planejamento empresarial,
principalmente em economias como a nossa, em freqüentes
30

mutações, obrigando-nos a uma constante análise e revisão dos


preços praticados, devendo por isso merecer especial atenção
do corpo diretivo. O processo de fixação dos preços, que está
intimamente ligado ao sistema de planejamento, deve refletir os
objetivos e estratégias estabelecidas pela alta administração do
plano gerencial da empresa.”

São diversas as variáveis que interferem na determinação e análise do preço de venda


de um produto, o que torna difícil a definição de preços, segundo o Conselho Regional de
Contabilidade do Estado de São Paulo (1992:173) “o grande objetivo é o de se encontrar o
preço que melhor utilize o potencial e os recursos da empresa.”

2.3.2. Impostos e Taxas sobre Vendas

Conforme IUDICIBUS e MARION (1990:81-85) “os impostos ou taxas sobre vendas


incidem sobre vendas e guardam proporcionalidade com o preço de venda.”

Quanto maior for o montante de venda, maior será o montante de impostos ou taxas
sobre vendas. Assim, se a empresa nada vender, não serão gerados impostos nem taxas sobre
vendas.

Iudícibus e Marion consideram impostos e taxas sobre vendas:

 IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – De Competência da União. A alíquota


do IPI varia de acordo com o produto, ou seja, tratando-se de produtos de primeira
necessidade, alíquota é baixa ou até mesmo zero; tratando-se de produtos supérfluos, alíquota
é elevada, podendo chegar, como é o caso de cigarros, próximo dos 400%.

Em relação ao valor pago o IPI deve ser considerado como custo para efeito do preço
de venda.

 ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre


Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações – De
competência dos Estados e do Distrito Federal. Tem como fatos geradores os mencionados na
31

sua denominação, ainda que as prestações se incidem no exterior.

O ICMS incide, também, sobre a entrada de mercadorias importadas, ainda que se


trate de bens destinados ao consumo ou ao ativo imobilizado das empresas.

Deve ser considerado no cálculo do preço de venda e analisado intrinsecamente em


relação ao aproveitamento ao crédito fiscal.

 ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (também conhecido pela sigla de
ISQN) – De competência dos municípios e do Distrito Federal. As alíquotas variam de acordo
com as legislações municipais e de acordo com a natureza dos serviços.

Podem ser tributados pelo ISS os serviços não compreendidos no campo de incidência
do ICMS.

 PIS – Programa de Implantação Social – Quando calculado pela aplicação de uma


alíquota sobre a soma das receitas que tratam no cálculo do lucro operacional (líquido), delas
podendo ser excluídos alguns valores, tais como: as vendas canceladas, as devoluções de
vendas, os descontos incondicionais, o IPI, as reversões de provisões e recuperações de
créditos, o resultado positivo da avaliação de investimentos pela equivalência patrimonial e os
lucros/dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição.

O PIS visa proporcionar a participação dos trabalhadores no lucro das empresas, na


forma de poupança individual.

2.3.3. Margem de Contribuição

PADOVEZE (1996:244) diz:

“Margem de Contribuição é margem bruta obtida pela venda de


um produto que excede seus custos variáveis unitários. Em
outras palavras, a margem de contribuição é o mesmo que o
lucro variável unitário, ou seja, preço de venda unitário do
32

produto deduzido dos custos e despesas variáveis necessários


para produzir e vender o produto.”

Em decisões a curto prazo, a margem de contribuição é um elemento muito


importante, pois possibilita inúmeras análises com o objetivo de reduzir custos e incrementar
as vendas com aumento de quantidade e redução dos preços unitários de venda dos produtos.

Seu uso é fundamental no cálculo do ponto de equilíbrio. É obtido pela diferença entre
o preço de venda e o custo variável unitário.

No entanto, CORBETT NETO (online) considera que em termos de lucratividade, o


produto que tem maior margem de contribuição pode não ser o mais lucrativo se não utilizar o
menor tempo de produção, em outras palavras, havendo demanda, produzir maior quantidade
do produto que tenha a menor margem de contribuição mas que utiliza menor tempo pode ser
mais lucrativo do que o produto de maior margem de contribuição e que não possa aumentar a
produção pela demora na fabricação, neste caso aumentar a quantidade produzida, significaria
aumentar a quantidade de maquinário e também de funcionários, o que geraria um custo fixo
mais elevado e consequentemente não se atingiria o objetivo principal.

Tão importante quanto a análise da margem de contribuição é o tempo gasto na


produção. Se houver demanda, é importante considerar que produzir o produto de menor lucro
unitário mas que dispenda de menos tempo no processo fabril, pode gerar um lucro maior
com o aumento da produção, do que optando pelo produto de maior lucro unitário.

É importante salientar que não existe uma regra fixa, e devida a atual competição de
mercado, as empresas necessitam de diversas alternativas para gerenciar sua atuação no
mercado. Para isso precisam rever periodicamente sua estrutura e seus modelos de
competição, elas não podem parar, isso significaria estar ficando para trás, afinal os
concorrentes estão seguindo em frente.

De acordo com FENSTERSEIFER (1995:18) “o atual ambiente competitivo,


caracterizado por intensas mudanças tecnológicas, comunicação rápida, abertura econômica e
competição global, está forçando as empresas a reverem seus modelos de competição e
mercados de atuação.”
33

2.3.4. Ponto de Equilíbrio

Para PADOVEZE (1996:255) ponto de equilíbrio é “o ponto em que o total da


margem de contribuição da quantidade vendida/produzida se iguala aos custos e despesas
fixas.”

Levando-se isto em conta podemos concluir que o ponto de equilíbrio nos mostra a
quantidade mínima a ser produzida ou vendida para que o valor alcançado seja equivalente
aos custos gerados. O valor cobre os custos variáveis e o total dos custos fixos. Sendo assim
análise de equilíbrio é o processo de calcular as vendas necessárias para cobrir os custos de
forma que os lucros e prejuízos sejam iguais a zero.

Segundo CREPALDI (1998:126) o conhecimento do ponto de equilíbrio “permite


manter e melhorar os resultados operacionais.”

Para CREPALDI (1998:127):

“O objetivo, é claro, não é atingir o equilíbrio, mas obter lucro.


Para decidir quais produtos deve produzir mais, manter a
produção ou deixar de produzir, o ponto de equilíbrio não é o
único fator a ser considerado. As condições econômicas, o
fornecimento e a procura, a repercussão a longo prazo e o
relacionamento com os fregueses, também devem ser
considerados.”

O ponto de Equilíbrio é encontrado através da soma dos custos variáveis com os


custos fixos.

2.3.4.1. Tipos de Pontos de Equilíbrio

Segundo MARTINS (1990:232;1986:185-186) o ponto de equilíbrio utilizado pelas


empresas pode ser dividido em três, que são:
34

 Ponto de Equilíbrio Contábil – O Ponto de Equilíbrio será obtido quando a soma das
margens de contribuição totalizar o montante suficiente para cobrir todos os custos e
despesas fixos. Esse é o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo.

Podemos também dizer, que o Ponto de Equilíbrio Contábil representa o ponto de


ruptura contábil, sendo utilizado para avaliar os níveis de produção no sistema fabril.

PEC = Custo Fixo Total .


Custo Variável/unit -1
Preço de Venda/unit

 Ponto de Equilíbrio Econômico – Para se obter o Ponto de Equilíbrio Econômico é


necessário que a margem de contribuição total cubra os custos e despesas fixos e ainda
proporcione um lucro mínimo desejado.

Qualquer empresa persegue um lucro mínimo representado pelo custo de oportunidade


do investimento feito pelos sócios, ou seja, um lucro mínimo que compense o investimento
realizado.

PEE = CFT + Lucro Mínimo .


Custo Variável/unit -1
Preço de Venda/unit

 Ponto de Equilíbrio Financeiro – Ocorre de nem sempre os custos e despesas fixos


serem desembolsáveis, como é o caso das depreciações. Assim, pode ocorrer de, mesmo
abaixo do ponto de equilíbrio contábil, ser possível à empresa arcar com seus encargos que
exigem desembolso.

O Ponto de Equilíbrio Financeiro é utilizado quando a empresa quer cobrir os custos


realmente desembolsáveis. Não deve ser considerado como regra básica, pois ocorre o risco
de produzir com custo maior que o preço de venda, isto devido ao fato de desconsiderar
custos importantes, como a depreciação de bens do ativo permanente, por não ser esta
considerada como desembolsável.
35

PEF = CFT – Não Desembolsáveis .


Custo Variável/unit -1
Preço de Venda/unit

2.3.4.2. Análise do Ponto de Equilíbrio

Segundo LEONE (1997:349) a análise do ponto de equilíbrio “é um instrumento


precioso para a gerência visualizar a situação econômica global das operações e tirar proveito
das relações entre as variáveis custo-volume-lucro.”

A análise pode ser desenvolvida por meio de um gráfico. Gráfico de fácil


entendimento, como pode ser verificado no exemplo.

Gráfico 1 - Análise do Ponto de Equilíbrio

Fonte: LEONE (1997:348)


36

2.3.5. Margem de Segurança

Segundo CREPALDI (1998:129) “a margem de segurança é o indicador de risco que


aponta a quantidade a que as vendas podem cair antes de se ter prejuízo.”

MS = Vendas Orçamentarias – Equilíbrio das Vendas


Vendas Orçamentarias

LEONE (1997:354) caracteriza margem de segurança como “a diferença entre o que a


empresa pode produzir e comercializar, em termos de quantidade de produtos, e a quantidade
apresentada no ponto de equilíbrio.”

2.3.6. Análise das Relações Custo/Volume/Lucro

CREPALDI (1998:145) diz:

“Esta análise é um instrumento utilizado para projetar o lucro


que seria obtido em diversos níveis possíveis de produção e
vendas, bem como para analisar o impacto sobre o lucro de
modificações no preço de venda, nos custos ou em ambos. Ela é
baseada no custeio variável e, através dela, pode se estabelecer
qual a quantidade mínima que a empresa deverá produzir e
vender para que não incorra em prejuízo.”
3. METODOLOGIA

3.1. Tipo de Pesquisa

Entre tantos tipos de pesquisa foi adotado o método utilizado por VERGARA
(1998:44-45) que classifica a pesquisa quanto aos fins e quanto aos meios.

3.1.1. Quanto aos Fins

Descritiva - descrevemos a formação dos custos de fabricação de cinco produtos de


cor branca da empresa Siede & Siede Ltda., que fazem parte da linha íntima feminina e são:
calcinha em algodão, modelo Marta, tamanho P; calcinha em algodão, modelo Marta,
tamanho M; calcinha em cotton, modelo tanga alta, tamanho M; calcinha em lycra, modelo
tanga alta, tamanho M e sutiã em lycra, modelo meia taça, tamanho M, bem como o preço de
venda de cada um deles.

Explicativa - explicamos a formação dos custos dos produtos e a formação do preço


de venda dos produtos analisados e como isto não afetou a lucratividade da empresa em
questão.

Aplicada - calculamos os custos dos produtos citados para projetar os preços de venda
com margem de lucro esperada pela empresa, fornecendo subsídios para a empresa solucionar
eventuais problemas de lucratividade.
38

3.1.2. Quanto aos Meios

Pesquisa de Campo - coletamos dados junto à proprietária, à contadora e às


funcionárias da empresa Siede & Siede Ltda., por meio de entrevistas semi-diretas,
observação dos tempos, movimentos e materiais consumidos no processo produtivo com o
intuito de obter informações necessárias para o conhecimento dos custos dos produtos:
calcinha em algodão, modelo Marta, tamanho P; calcinha em algodão, modelo Marta,
tamanho M; calcinha em cotton, modelo tanga alta, tamanho M; calcinha em lycra, modelo
tanga alta, tamanho M e sutiã em lycra, modelo meia taça, tamanho M, todos em cor branca e,
para elaboração dos respectivos preços de venda.

Telematizada - buscamos informações sobre contabilidade de custos e gerenciamento


contábil junta à Internet.

Documental - estudamos a produção, os custos e as receitas da empresa Siede &


Siede Ltda., por meio de documentos (como notas fiscais, demonstrações contábeis) por ela
fornecidos, com informações reais e necessárias para o desenvolvimento deste estudo.

Bibliográfica - fizemos um estudo baseado em material didático publicado em livros,


revistas, enfim em material acessível ao público em geral.

Ex Post Facto - buscamos valores de despesas, gastos e custos já registrados


contabilmente, os quais não podem ser alterados.

Estudo de Caso - foram detalhados os custos de produção dos cinco produtos da


empresa Siede & Siede Ltda., a formação do preço de venda e os custos indiretos desses
produtos, com o objetivo de analisarmos os custos e a diferença entre os preços de venda
praticados e os calculados.
39

3.2. Universo

O universo foi o setor de produção da empresa Siede & Siede Ltda., fábrica de lingerie
e moda praia.

3.3. Amostra

Analisamos uma amostra pré-estabelecida de apenas cinco produtos dos tantos


fabricados por Siede & Siede Ltda., que são: calcinha em algodão, modelo Marta, tamanho P;
calcinha em algodão, modelo Marta, tamanho M; calcinha em cotton, modelo tanga alta,
tamanho M; calcinha em lycra, modelo tanga alta, tamanho M e sutiã em lycra, modelo meia
taça, tamanho M, todos em cor branca.

3.4. Seleção dos Sujeitos

Os sujeitos do estudo foram a proprietária da empresa, a contadora e as funcionárias


do setor de produção e atendimento da Siede & Siede Ltda.

3.5. Coleta de Dados

Os dados foram coletados por meio de:

A pesquisa bibliográfica foi feita por meio de livros, revistas especializadas e jornais
que continham dados referentes ao assunto, ou seja, custos de produção e preço de venda.
40

A pesquisa telematizada foi feita via Internet buscando informações sobre


contabilidade gerencial.

A pesquisa documental foi feita em documentos que interessavam à este estudo e que
foram fornecidos pela empresa.

A pesquisa de campo foi feita por meio de entrevistas semi-diretas com a proprietária,
com as funcionárias da empresa e também através do acompanhamento da produção dos cinco
produtos da amostra na empresa.

O estudo do caso foi feito pelo acompanhamento do setor produtivo da empresa, mais
especificamente, dos cinco produtos.

Ex post facto foi feito com base em valores já registrados contabilmente e que não
podem ser alterados.

Com base nas conclusões da pesquisa bibliográfica, da pesquisa telematizada, da


pesquisa documental, na pesquisa de campo, no estudo do caso e ex post facto, calculamos os
custos de produção dos produtos já citados e os respectivos preços de venda, fornecendo
subsídios à empresa, para que esta possa, usar as informações geradas pelo trabalho, na
tomada de decisões.

3.6. Tratamento dos Dados

Os dados fornecidos pela empresa Siede & Siede Ltda. foram a base de todo o estudo.

Foram tratados de forma quantitativa pela distribuição física e financeira dos custos
dos produtos e também pelos cálculos dos custos, ponto de equilíbrio e dos preços de vendas.

E foram tratados qualitativamente quando se trataram da organização dos centros de


41

custos da empresa e da análise gerencial dos custos dos produtos já citados, também quando
da comparação dos preços praticados pela empresa com seu mercado de competição.

3.7. Limitação do Método

O método escolhido apresentou algumas dificuldades e limitações:

 A amostra foi pequena quando comparada ao total de produtos fabricados pela empresa,
porém se houver necessidade e interesse por parte da proprietária da empresa, esta poderá
implantar o sistema de custos aos demais produtos.

 Os valores de despesas e custos foram limitados aos fornecidos pela empresa, portanto
poderá não ser a totalidade dos custos atribuídos aos produtos, mesmo assim, acreditamos
que não houveram distorções significativas nos resultados finais.

 O parâmetro utilizado para calcular o valor da mão-de-obra da fábrica foi por tempo gasto
à produção de cada peça. No entanto, como ocorre perda de tempo na troca de cada peça
produzida (a primeira peça demora mais para montar do que as demais) o que acarreta
distorções quantitativas nos cálculos dos custos para fabricação dos produtos resolvemos
utilizar a quantidade de peças produzidas por dia para o calculo da despesa com MOD.

 O desperdício de material não foi um fator importante a ser considerado, visto que no
momento em que as funcionárias estavam desempenhando suas atividades não foi
observado desperdício, ao contrário, elas utilizam um grande potencial de aproveitamento.
4. A EMPRESA

4.1. Histórico da Empresa

A empresa na qual foi realizado este estágio, atua na área de confecção de peças
interiores do vestuário e iniciou suas atividades em 1992 na cidade de Araguaina, Estado de
Tocantins com o nome fantasia de Griffe Jack Modas, com apenas uma máquina e um saco de
retalho como matéria-prima, produzindo sete peças por dia e trabalhando na casa da
proprietária. Em menos de um ano mudaram-se para um lugar maior, trabalhando com sete
funcionárias, sendo seis máquinas domésticas e uma cortadeira e a matéria-prima era
comprada por metros, produzindo trinta peças por dia.

Em 1995, mudaram-se para a Esquina Gaúcha, interior de Entre Ijuís com o nome
fantasia de La Femme trabalhando com cinco funcionárias na própria casa. Nesta época,
vendiam suas mercadorias principalmente através de revendedoras. Tinham no centro de
Santo Ângelo um apartamento para fazer a distribuição e troca das mercadorias. Nesta época
foi adquirida uma máquina industrial que triplicava a produção, fabricando assim oitenta
peças por dia.

Com a aceitação das mercadorias, houve um aumento significativo nas vendas,


principalmente em Santo Ângelo, surgindo assim a Lua Nua em quinze de julho de um mil
novecentos e noventa e sete (15/07/97), com a razão social de “Siede & Siede Ltda.”, situada
na Rua 3 de Outubro, trabalhando com cinco funcionárias e máquinas industriais, passando a
fazer distribuição na região local, região da Serra e Porto Alegre.
43

Procurando uma melhor localização e comodidade dos clientes da loja mudou-se para
a Travessa Mauá, nº 09 e a Fábrica para a Av. Brasil. Iniciando com a exportação refez todo o
planejamento de produção e com a mesma mão-de-obra e o mesmo número de máquinas
passou a produzir aproximadamente de cento e cinqüenta a duzentas peças por dia.

A empresa conta atualmente com sete funcionárias e sua gerência é exercida pela sócia
majoritária Jaqueline de Oliveira Siede.

A natureza jurídica da empresa é sociedade por quotas de responsabilidade limitada e


seu capital social está distribuído e integralizado pelas sócias da seguinte maneira:
 Jaqueline de Oliveira Siede possui uma participação de 95% do total e
 Rea Silvia de Oliveira Siede possui uma participação de 5% do total.

Está registrada na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob nº 203574171
e no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda – CNPJ/MF sob nº
02.000.889/0001-32.

Figura 3 – Fachada Atual da Loja


44

4.2. Estrutura da Contabilidade Geral

A empresa não possui um setor de contabilidade, o serviço da contabilidade é


repassado a um escritório contábil que faz todo o serviço de escrituração fiscal que é
necessário. Esta despesa será lançada nos custos indiretos de fabricação em honorários,
dividida em partes iguais entre fábrica e loja.

4.3. Estrutura de Contabilidade de Custos

Devido a empresa não possuir um setor de contabilidade, o controle dos custos da


empresa são baseados em apontamentos que a própria proprietária gerente e as funcionárias
executam, com essas anotações ela sabe aproximadamente quanto gastou em materiais e mão-
de-obra, mas não possui conhecimento de quanto deve apropriar com os custos indiretos de
fabricação, como despesas com energia elétrica, água, depreciação e outras despesas.

Pelos anos de trabalho da proprietária gerente neste ramo, a mesma já sabe quanto de
material se gasta para produzir determinado produto e tem uma estimativa do valor de mão-
de-obra utilizada.

A empresa não possui estoque de matéria-prima, a aquisição do material é feita


conforme a necessidade de consumo.

Portanto, como a empresa não possui um controle de custos adequado, o que existe é
apenas uma forma de controlar os gastos de produção.
5. FLUXOGRAMA DA PRODUÇÃO

A produção inicia com o objetivo de repor o estoque das lojas e das revendedoras.
Quem determina o que deve e como deve ser feito é a proprietária gerente, muitas vezes
atendendo solicitações de clientes que sugerem modelitos novos ou alterações na fabricação
de peças já existentes.

Existe também a produção de grandes pedidos feitos por empresas comerciantes para
comercialização própria. Estes pedidos não são a base da fabricação, eles surgem
eventualmente e a medida do possível são aceitos e fabricados de acordo com a determinação
da empresa cliente, após concluídos os pedidos são remetidos para a sede da empresa
solicitante.

Quaisquer dos pedidos que chegam às mãos da gerente, após analisados por ela são
encaminhados ao setor de produção.

A produção das calcinhas analisadas inicia com o risco e corte do tecido, onde é
especificado na peça seu tamanho para passar para a montagem. Na montagem, é costurada a
peça, colocada a etiqueta de tecido e o elástico para posterior acabamento e limpeza.

Já o sutiã, que inicia da mesma forma, passa para a montagem onde é costurada a
peça, colocado a etiqueta de tecido e os elásticos. Após passa para o acabamento onde é
colocado os reguladores, o fechinho e as barbatanas, costurado o vies e o topinho e por último
é realizada a limpeza da peça.

Os produtos, após a fabricação são encaminhados para as lojas, revendedoras, no caso


46

de Caxias e Gramado e eventualmente quando há pedido de outras empresas comerciantes,


como já foi dito, é encaminhado à sua sede.

Os produtos analisados neste relatório de pesquisa podem ser visualizados no anexo 1.


6. MÁTERIA-PRIMA PARA FABRICAÇÃO

Matéria-prima é todo material direto utilizado na confecção de qualquer produto. Nas


tabelas a seguir veremos separadamente toda a matéria-prima necessária para confecção de
cada produto analisado:

Tabela 1 – Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P


Materia-Prima Unidade Quant. Valor unitário Valor Total em
em R$ R$
Elástico de Bico metro 1,74 0,20 0,35
Forro unidade 1/77 5,00 0,06
Linhas e Etiquetas unidade 1 0,03 0,03
Malha unidade 1/8 5,00 0,63
TOTAL - - - 1,07
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.

Tabela 2 – Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M


Materia-Prima Unidade Quant. Valor unitário Valor Total em
em R$ R$
Elástico de Bico metro 2,02 0,20 0,40
Forro unidade 1/77 5,00 0,06
Linhas e Etiquetas unidade 1 0,03 0,03
Malha unidade 1/7 5,00 0,71
TOTAL - - - 1,20
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.
48

Tabela 3 – Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M


Materia-Prima Unidade Quant. Valor unitário Valor Total em
em R$ R$
Cotton metro 1/12 11,50 0,96
Elástico de Bico metro 1,76 0,20 0,35
Forro metro 1/77 5,00 0,06
Linhas e Etiquetas unidade 1 0,03 0,03
Topinho unidade 1 0,06 0,06
TOTAL - - - 1,46
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.

Tabela 4 – Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M


Materia-Prima Unidade Quant. Valor unitário Valor Total em
em R$ R$
Elástico de Bico metro 1,76 0,20 0,35
Forro metro 1/77 5,00 0,06
Linhas e Etiquetas unidade 1 0,03 0,03
Lycra metro 1/12 14,00 1,17
Topinho unidade 1 0,06 0,06
TOTAL - - - 1,67
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.

Tabela 5 – Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M


Materia-Prima Unidade Quant. Valor unitário Valor Total em
em R$ R$
Barbatana par 1 0,50 0,50
Elástico de Bico metro 0,54 0,20 0,11
Elástico para Alça metro 1,00 0,25 0,25
Elástico comum metro 0,60 0,40 0,24
Etiqueta de Papel unidade 1 0,18 0,18
Linhas e Etiquetas unidade 1 0,05 0,05
Fechinho par 1 0,30 0,30
Forro metro 1/187 5,00 0,03
Vies metro 0,50 0,15 0,08
Lycra metro 1/20 14,00 0,70
Regulador Quadrado unidade 2 0,05 0,10
Regulador Redondo unidade 2 0,05 0,10
Topinho unidade 1 0,06 0,06
TOTAL - - - 2,70
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.
49

A quantidade de cada material utilizado na confecção como pode ser vista nas tabelas
anteriores, foi contada e medida durante a análise do processo fabril. Os valores utilizados são
resultantes de pesquisas de mercado e análise de notas fiscais de compra de material.

Tabela 6 – Custo Total de Matéria-prima por Produto


Produto Custo da Matéria-prima
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P R$ 1,07
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M R$ 1,20
Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M R$ 1,46
Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M R$ 1,67
Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M R$ 2,70
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.
7. DEMONSTRATIVO DE HORAS TRABALHADAS

7.1. Horário de Trabalho da Fábrica

O horário de trabalho da fábrica da empresa Siede & Siede Ltda. é o seguinte:

 De Segunda-feira a Sexta-feira:
- 7:30 min às 12 horas
- 12:30 min às 17 horas

Cada turno possui um intervalo de 10 minutos, assim distribuídos: das 10 horas às


10:10 min e das 15 horas às 15:10 min.

Para o cálculo de despesas com MOD levou-se em conta as 9 horas diárias de trabalho,
sem considerar o intervalo, pois este, está incluído na despesa com salários. Como são
trabalhados 22 dias por mês, serão ao todo 198 horas mensais. Posteriormente serão
calculadas as despesas com salários para a apropriação diária sobre as 198 horas mensais.
51

7.2. Horário de Trabalho da Loja

O horário de trabalho da loja da empresa é o seguinte:

 De Segunda-feira a Sexta-feira:
- 9 horas às 12 horas
- 13:45 min às 18 horas

 Aos Sábados:
- 9 horas às 12 horas
8. MÃO-DE-OBRA DIRETA

8.1. Despesa de Mão-de-Obra

Abaixo veremos as despesas com folha de pagamento por mês das funcionárias da
fábrica.

Tabela 7 – Salário das Funcionárias da Fábrica


Nome das Salário Salário INSS Salário Salário a
Funcionárias Base Gratificação Total 7,72% Família Pagar
Alfreda 170,00 70,00 240,00 18,53 - 221,47
Andreia 170,00 50,00 220,00 16,98 9,58 212,60
Léia 170,00 140,00 310,00 23,93 - 286,07
Maria Helena 170,00 120,00 290,00 22,39 9,58 277,19
Rosa Maria 170,00 100,00 270,00 20,84 - 249,16
TOTAL 850,00 480,00 1.330,00 102,67 19,16 1.246,49
Fonte: Setor Contábil e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

Tabela 8 – Despesas com Salários da Fábrica


Nomes das Salário 1/3 Férias 13º Salário Base para FGTS Despesa c/
Funcionárias Total Prop. Prop. FGTS 8% Salários
Alfreda 240,00 7,27 21,82 269,09 21,53 290,62
Andréia 220,00 6,67 20,00 246,67 19,73 266,40
Léia 310,00 9,39 28,18 347,58 27,81 375,38
Maria Helena 290,00 8,79 26,36 325,15 26,01 351,16
Rosa Maria 270,00 8,18 24,55 302,73 24,22 326,95
TOTAL 1.330,00 40,30 120,91 1.491,21 119,30 1.610,51
Fonte: Setor Contábil e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.
53

As apropriações de 1/3 férias proporcionais e 13º salário proporcional, para o cálculo


mensal foram divididos por 11 meses, pelo fato de a fábrica ter o sistema de férias coletivas.

8.2. Quantidade de Peças Produzidas Diariamente

A quantidade diária de peças produzidas pela fábrica foi obtida no setor de produção
da empresa. De acordo com anotações das funcionárias e da própria gerente, a quantidade
fabricada por dia é a que veremos na tabela a seguir.

Tabela 9 – Quantidade da Produção das Peças Analisadas


Produto Quantidade Diária
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P 150
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M 150
Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M 150
Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M 150
Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M 85
Fonte: Setor de Produção e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

Tabela 10 – Quantidade da Produção Mensal


Quantidade de Total Mensal*
Produto Peças por dia
Calcinha Algodão, Modelo Marta, Tamanho P 150 3.300
Calcinha Algodão, Modelo Marta, Tamanho M 150 3.300
Calcinha Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M 150 3.300
Calcinha Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M 150 3.300
Sutiã Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M 85 1.870
* Para chegar ao valor total mensal foi multiplicado a quantidade de peças por dia pelos dias trabalhados, ou
seja por 22 dias.
Fonte: Setor de Produção e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.
54

A despesa com salário da fábrica foi rateada proporcionalmente aos dias trabalhados
durante o mês, calculadas da seguinte maneira:

Despesas com Salários Dias Trabalhados Custos Diários com Salários

R$ 1.610,51 / 22 = R$ 73,21

Tabela 11 – Distribuição do Valor de Mão-de-Obra por Peça Produzida


Qtde. Custos Custo da
Produto
Produzida Diários c/ MOD
Salários
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P 150 R$ 73,21 R$ 0,49
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M 150 R$ 73,21 R$ 0,49
Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M 150 R$ 73,21 R$ 0,49
Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M 150 R$ 73,21 R$ 0,49
Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M 85 R$ 73,21 R$ 0,86
Fonte: Setor de Produção e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.
9. CUSTOS FIXOS DA FÁBRICA

9.1. Departamentalização

Para a elaboração deste relatório de pesquisa, a fábrica foi dividida em setores


produtivos e auxiliar. O setor auxiliar é composto pela administração. O setor produtivo é
composto pelos setores de corte e de costura, este último, foi dividido em quatro setores,
montagem I, onde é montada a peça, montagem II, onde é pregado os elásticos, acabamento I,
onde é pregado os detalhes de cada peça e acabamento II, onde é dado o último retoque e
limpeza.

9.2. Depreciação dos Bens

As máquinas e equipamentos e os móveis e utensílios da fábrica, foram depreciados


conforme tabela em vigor consultada na Receita Federal, ou seja, 10% ao ano, o valor da
despesa com depreciação foi dividido por 12 meses para acharmos o valor da depreciação
mensal.

Para a montagem da tabela de rateio do CIF que veremos mais a diante, será utilizada
a despesa com depreciação de cada máquina e móvel separadamente por setor, de acordo com
a tabela a seguir:
56

Tabela 12 - Depreciação das Máquinas e Equipamentos e dos Móveis e Utensílios


Qtde. Descrição Valor Valor Total / Depreciação Depreciação
Unitário / R$ R$ Anual / R$ Mensal / R$
1 Aparelho Telefônico 154,90 154,90 15,49 1,29
2 Máquina Overlock 330,00 660,00 66,00 5,50
3 Máquina 3 Pontos 1.200,00 3.600,00 360,00 30,00
1 Máquina Simples 416,00 416,00 41,60 3,47
1 Cortadeira Siper 269,00 269,00 26,90 2,24
1 Mesa (1,80X1,00X0,81) 340,00 340,00 34,00 2,84
TOTAL 2.709,90 5.439,90 543,99 45,34
Fonte: Setor de Produção e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

9.3. Rateio dos Custos Indiretos

A fábrica está instalada em um apartamento situado na Avenida Brasil que serve


também de moradia para a proprietária gerente, desta forma, foram medidas todas as peças do
apartamento para rateio e apropriação do aluguel, IPTU e limpeza de acordo com a utilização
de cada peça do imóvel.

Tabela 13 - Distribuição da Área Total do Apartamento


Peça Medida Área em m2
Sala de Corte 3,00X3,40 10,20
Sala de Costura 4,10X4,50 18,45
Sala Central 5,00X3,70 18,50
Banheiro 2,10X2,00 4,20
Cozinha 3,20X2,20 7,04
Corredor 1,20X5,60 6,72
Quartos, Sacadas, Banheiro e Utilização da Proprietária 89,29
Área de Serviço
Total da Área 154,40
Fonte: Setor Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

As áreas de única e exclusiva utilização da fábrica somam 28,65 m2.


57

As áreas utilizadas tanto pela fábrica quanto pela proprietária somam 36,46 m2. A qual
será atribuída 50% a fábrica, ou seja, 18,23 m2.

A área total de utilização da fábrica é de 46,88 m2. Sobre essa área é que será
calculado o percentual de ocupação do apartamento.

Para calculo do percentual utilizado para o rateio foi aplicada regra de três da área:

Área Percentual
154,40 100%
46,88 30,36%

Pelo cálculo da área de ocupação da fábrica, chegamos aos seguintes valores


atribuídos a fabricação.

O valor do aluguel é de R$250,00 X 30,36% = R$ 75,90

O valor gasto com o pagamento do IPTU é de R$248,00 por ano dividido por 12
meses = R$ 20,67 por mês X 30,36% = R$ 6,27

Despesas com limpeza e manutenção é de R$ 70,00 X 30,36% = 21,25

Os valores gastos com aluguel, IPTU, limpeza e manutenção da fábrica foram


distribuídos entre os setores também por área de ocupação, da seguinte forma:

Tabela 14 – Rateio por Área de ocupação entre os Setores


Setores Área em m2 %
Setor de Corte 10,20 35,60
Setor de Costura 18,45 64,40
TOTAL 28,65 100
Fonte: Setor Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

A despesa de água foi atribuída 50% para a fábrica e 50% para a proprietária, cabendo
58

a fábrica a despesa de R$ 10,00.

A despesa mensal de material de expediente é de R$ 27,15 como pode ser vista


discriminada na tabela a seguir:

Tabela 15 – Despesa com Material de Expediente


Material de Utilização Anual Em R$ Material de Utilização Mensal Em R$
Alfinete 1,40 Açúcar 0,98
Caderno 0,89 Café 4,50
Caneta 1,30 Limpol 0,75
Giz Alfaiate 0,95 Papel Higiênico 3,08
Giz Normal 1,15 Pinho 1,10
Papel Paspatur 2,80 Sabonete 0,49
Régua 0,40 Embalagens 5,00
Tesouras 124,60
Trena 1,50
Total 134,99 Total 15,90
* Valor Anual para Apropriação Mensal 11,25
Total Geral Mensal 27,15
O material de utilização anual foi dividido por 12 e apropriado mensalmente.
Fonte: Setor de Produção e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

Para o rateio da despesa com água e material de expediente entre os setores utilizou-se
o critério de número de funcionárias, conforme percentual visualizado na tabela a baixo:

Tabela 16 – Rateio por Número de Funcionárias entre os Setores


Setores Nº de Funcionárias %
Corte 1 20
Costura 4 80
TOTAL 5 100
Fonte: Setor de Produção e Administrativo da Empresa Siede & Siede Ltda.

A despesa com energia elétrica, após análise dos gastos da proprietária, do maquinário
e pontos de luz da fábrica, verificou-se que ambas possuíam praticamente o mesmo número
59

de watts, dessa forma atribuiu-se 50% da despesa para a fábrica, resultando em uma despesa
de R$ 35,00.

No rateio entre os setores, dividiu-se a despesa entre o número de máquinas, de forma


que ao setor de corte coube 20% e ao setor de costura 80%.

Tabela 17 – Rateio por Número de Máquinas entre os Setores


Setores Nº de Máquinas %
Corte 1 20
Costura 4 80
TOTAL 5 100
Fonte: Setor de Produção da Empresa Siede & Siede Ltda.

Para o rateio da depreciação foi utilizado o mesmo critério, o número de maquinários,


no entanto como as máquinas possuem preços diferentes, foi distribuída a despesa com
depreciação de cada máquina, como já foi visto na tabela 6, ao setor competente. A
depreciação do móvel também coube ao setor onde está o móvel.

A despesa com fretes e carretos foi distribuída entre os setores de corte e costura, em
partes iguais.

A despesa com telefone foi toda para o setor auxiliar, ou seja, a administração.

O pro-labore de R$ 1.500,00, os honorários de R$ 75,50, o aluguel de veículos de R$


300,00, a despesa com seguros de veículos de R$ 115,00 e as despesas com viagens e feiras
de R$ 400,00 foram divididos entre fábrica e loja em partes iguais, de forma que à fábrica
coube os valores de R$ 750,00, R$ 37,75, R$ 150,00, R$ 57,50 e R$ 200,00 respectivamente.
Todas essas despesas foram atribuídas a administração integralmente.

O critério utilizado para o rateio das despesas do setor auxiliar para os setores
produtivos foi a divisão em partes iguais, ou seja, 20% para cada setor.
60

Tabela 18 - Mapa de Custos Indiretos – Fábrica


Departamentos AUXILIAR PRODUTIVOS
Setor de Setor de Montagem Setor de Acabamento Total
Administração Corte
Custos I II I II
Água e Esgoto - R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 10,00
Aluguel - R$ 27,02 R$ 12,22 R$ 12,22 R$ 12,22 R$ 12,22 R$ 75,90
Aluguel de Veículos R$ 150,00 - - - - - R$ 150,00
Depreciação de Máq. e Equip. e
Móveis e Utensílios R$ 1,29 R$ 5,08 R$ 9,74 R$ 9,74 R$ 9,74 R$ 9,75 R$ 45,34
Despesas c/ Seguros de Veículos R$ 57,50 - - - - - R$ 57,50
Despesas com Viagens e Feiras R$ 200,00 - - - - - R$ 200,00
Energia Elétrica - R$ 7,00 R$ 7,00 R$ 7,00 R$ 7,00 R$ 7,00 R$ 35,00
Fretes e Carretos - R$ 40,00 R$ 10,00 R$ 10,00 R$ 10,00 R$ 10,00 R$ 80,00
Honorários (MOI) R$ 37,75 - - - - - R$ 37,75
Limpeza e Manutenção - R$ 7,57 R$ 3,42 R$ 3,42 R$ 3,42 R$ 3,42 R$ 21,25
Material de Expediente - R$ 4,42 R$ 4,43 R$ 4,43 R$ 4,43 R$ 4,43 R$ 22,14
Pró-Labore R$ 750,00 - - - - - R$ 750,00
Taxas e Contribuições (IPTU) - R$ 2,23 R$ 1,01 R$ 1,01 R$ 1,01 R$ 1,01 R$ 6,27
Telefone R$ 150,00 - - - - - R$ 150,00
TOTAL R$ 1.346,54 R$ 95,32 R$ 49,82 R$ 49,82 R$ 49,82 R$ 49,83 R$ 1.641,15
Rateio da Administração R$269,31 R$269,31 R$ 269,31 R$269,31 R$ 269,30 R$ 1.346,54
R$364,63 R$319,13 R$319,13 R$319,13 R$319,13 R$ 1.641,15
Fonte: Setor Administrativo e Contábil da Empresa Siede & Siede Ltda.
61
Tabela 19 – Custo Unitário de Cada Produto Analisado
Produtos Calcinha Algodão, Calcinha Algodão, Calcinha Cotton, Calcinha Lycra, Sutiã Lycra,
Modelo Marta, Modelo Marta, Modelo Tanga Alta, Modelo Tanga Modelo Meia
Custos Tamanho P Tamanho M Tamanho M Alta, Tamanho M Taça, Tamanho M
Material Direto R$ 3.531,00 R$ 3.960,00 R$ 4.818,00 R$ 5.511,00 R$ 5.049,00
CIF R$ 1.641,15 R$ 1.641,15 R$ 1.641,15 R$ 1.641,15 R$ 1.641,15
MOD R$ 1.610,51 R$ 1.610,51 R$ 1.610,51 R$ 1.610,51 R$ 1.610,51
TOTAL R$ 6.782,66 R$ 7.211,66 R$ 8.069,66 R$ 8.762,66 R$ 8.300,66
Peças Produzidas/Mês 3.300 3.300 3.300 3.300 1.870
TOTAL UNITÁRIO R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44
Fonte: Setor Administrativo e Contábil da Empresa Siede & Siede Ltda.

O CIF e a MOD mensal foram apropriadas integralmente a cada um dos produtos, considerando que durante o mês fosse fabricado
só um tipo de produto.
62

Gráfico 2 – Representação dos Custos para Cada Produto

6.000,00

5.000,00

4.000,00

Material
3.000,00 CIF
MOD

2.000,00

1.000,00

0,00
Calcinha Calcinha Calcinha Calcinha Sutiã
Algodão, Algodão, Cotton, Lycra, Lycra,
Modelo Modelo Modelo Modelo Modelo
Marta, Marta, Tanga Alta, Tanga Alta, Meia Taça,
Tam. P Tam. M Tam. M Tam. M Tam. M

Confiantes que nossos métodos de cálculos estejam corretos, esperamos que os


mesmos sejam úteis e aplicados para um melhor desenvolvimento na área de custos da
empresa.
10. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA DA FÁBRICA

Um problema a ser resolvido pelo sistema contábil é a fixação do preço de venda, pois este é um fator de fundamental importância para a
definição da estratégia de comercialização da empresa. A formação do preço de venda, no caso da empresa Siede & Siede Ltda., tem como base
o lucro simples. O percentual de margem de lucro desejado possui alíquotas diferenciadas, onde obtivemos um multiplicador para o preço de
venda. Utilizamos para o cálculo uma alíquota de 17% de ICMS e não há incidência de IPI sobre os produtos.

Abaixo sugestão de preço de venda da fábrica para representantes com diferentes percentuais de lucro desejado.

Tabela 20 – Sugestão de Preço de Venda


Calcinha Algodão, Calcinha Algodão, Calcinha Cotton, Mod. Calcinha Lycra, Mod. Sutiã Lycra, Mod.
% Mod. Marta, Tam. P Mod. Marta, Tam. M Tanga Alta, Tam. M Tanga Alta, Tam. M Meia Taça, Tam. M
Preço de Custo 79,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44
ICMS 17% R$ 0,44 R$ 0,47 R$ 0,52 R$ 0,57 R$ 0,95
Simples 3,5% R$ 0,09 R$ 0,10 R$ 0,11 R$ 0,12 R$ 0,19
Lucro Desejado 0% R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -
Preço de Venda 100% R$ 2,59 R$ 2,75 R$ 3,08 R$ 3,35 R$ 5,58
Multiplicador: 1,26
64

Preço de Custo 74,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,47 R$ 0,50 R$ 0,56 R$ 0,61 R$ 1,01
Simples 3,5% R$ 0,10 R$ 0,10 R$ 0,12 R$ 0,12 R$ 0,21
Lucro Desejado 5% R$ 0,14 R$ 0,15 R$ 0,16 R$ 0,18 R$ 0,30
Preço de Venda 100% R$ 2,77 R$ 2,94 R$ 3,29 R$ 3,57 R$ 5,96
Multiplicador: 1,34

Preço de Custo 69,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,50 R$ 0,54 R$ 0,60 R$ 0,65 R$ 1,09
Simples 3,5% R$ 0,10 R$ 0,11 R$ 0,12 R$ 0,13 R$ 0,22
Lucro Desejado 10% R$ 0,30 R$ 0,31 R$ 0,35 R$ 0,38 R$ 0,64
Preço de Venda 100% R$ 2,96 R$ 3,15 R$ 3,52 R$ 3,82 R$ 6,39
Multiplicador: 1,44

Preço de Custo 64,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,54 R$ 0,58 R$ 0,65 R$ 0,70 R$ 1,17
Simples 3,5% R$ 0,11 R$ 0,12 R$ 0,13 R$ 0,14 R$ 0,24
Lucro Desejado 15% R$ 0,48 R$ 0,51 R$ 0,57 R$ 0,62 R$ 1,03
Preço de Venda 100% R$ 3,19 R$ 3,40 R$ 3,80 R$ 4,12 R$ 6,88
Multiplicador: 1,55

Preço de Custo 59,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,59 R$ 0,62 R$ 0,70 R$ 0,76 R$ 1,27
Simples 3,5% R$ 0,12 R$ 0,13 R$ 0,14 R$ 0,16 R$ 0,26
Lucro Desejado 20% R$ 0,69 R$ 0,74 R$ 0,82 R$ 0,89 R$ 1,49
Preço de Venda 100% R$ 3,46 R$ 3,68 R$ 4,11 R$ 4,47 R$ 7,45
Multiplicador: 1,68
65

Preço de Custo 54,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,64 R$ 0,68 R$ 0,76 R$ 0,83 R$ 1,38
Simples 3,5% R$ 0,13 R$ 0,14 R$ 0,16 R$ 0,17 R$ 0,29
Lucro Desejado 25% R$ 0,95 R$ 1,01 R$ 1,13 R$ 1,22 R$ 2,04
Preço de Venda 100% R$ 3,78 R$ 4,02 R$ 4,50 R$ 4,88 R$ 8,15
Multiplicador: 1,83

Preço de Custo 49,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,71 R$ 0,75 R$ 0,84 R$ 0,91 R$ 1,52
Simples 3,5% R$ 0,14 R$ 0,15 R$ 0,17 R$ 0,19 R$ 0,31
Lucro Desejado 30% R$ 1,25 R$ 1,33 R$ 1,49 R$ 1,61 R$ 2,69
Preço de Venda 100% R$ 4,16 R$ 4,42 R$ 4,95 R$ 5,37 R$ 8,97
Multiplicador: 2,02

Preço de Custo 44,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,79 R$ 0,84 R$ 0,94 R$ 1,02 R$ 1,70
Simples 3,5% R$ 0,16 R$ 0,17 R$ 0,19 R$ 0,21 R$ 0,35
Lucro Desejado 35% R$ 1,62 R$ 1,72 R$ 1,93 R$ 2,09 R$ 3,49
Preço de Venda 100% R$ 4,63 R$ 4,92 R$ 5,51 R$ 5,98 R$ 9,98
Multiplicador: 2,25

Preço de Custo 39,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 0,89 R$ 0,94 R$ 1,05 R$ 1,14 R$ 1,91
Simples 3,5% R$ 0,18 R$ 0,19 R$ 0,22 R$ 0,24 R$ 0,39
Lucro Desejado 40% R$ 2,09 R$ 2,22 R$ 2,48 R$ 2,69 R$ 4,50
Preço de Venda 100% R$ 5,22 R$ 5,54 R$ 6,20 R$ 6,73 R$ 11,24
Multiplicador: 2,53
66

Preço de Custo 34,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 1,01 R$ 1,08 R$ 1,21 R$ 1,31 R$ 2,19
Simples 3,5% R$ 0,21 R$ 0,22 R$ 0,25 R$ 0,27 R$ 0,45
Lucro Desejado 45% R$ 2,69 R$ 2,86 R$ 3,19 R$ 3,47 R$ 5,79
Preço de Venda 100% R$ 5,97 R$ 6,35 R$ 7,10 R$ 7,71 R$ 12,87
Multiplicador: 2,90

Preço de Custo 29,5% R$ 2,06 R$ 2,19 R$ 2,45 R$ 2,66 R$ 4,44


ICMS 17% R$ 1,19 R$ 1,26 R$ 1,41 R$ 1,53 R$ 2,56
Simples 3,5% R$ 0,24 R$ 0,26 R$ 0,29 R$ 0,32 R$ 0,53
Lucro Desejado 50% R$ 3,49 R$ 3,71 R$ 4,16 R$ 4,51 R$ 7,52
Preço de Venda 100% R$ 6,98 R$ 7,42 R$ 8,31 R$ 9,02 R$ 15,05
Multiplicador: 3,39
Fonte: Autoras do Relatório de Pesquisa.
67

Tabela 21 – Resumo de Multiplicadores


Lucro Desejado Multiplicadores
0 1,26
5 1,34
10 1,44
15 1,55
20 1,68
25 1,83
30 2,02
35 2,25
40 2,53
45 2,90
50 3,39
Fonte: Autoras do Relatório de Pesquisa.

10.1. Análise Comparativa de Mercado

Os produtos analisados da Siede & Siede Ltda. saem da fábrica aos preços de:
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P R$ 2,90
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M R$ 2,90
Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M R$ 4,90
Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M R$ 4,90
Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M R$ 6,90

Se analisarmos os preços de venda sugeridos, veremos que o produto de maior


margem de lucro é a calcinha em cotton que atinge quase 30% de lucro e que o de menor
margem é a calcinha em algodão M que não chega a 5%.

Para que possamos fazer uma análise comparativa com seu mercado de concorrência é
necessário utilizarmos os preços de venda dos produtos quando saem da loja, os quais são:
Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P R$ 4,00
68

Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M R$ 4,00


Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M R$ 6,90
Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M R$ 6,90
Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M R$ 10,50

Para comparação pesquisamos produtos similares que existem no mercado local e que
estão a disposição do público comsumidor.

A seguir, veremos uma listagem de preços de produtos concorrentes e a qual concorre.

- Concorrentes da Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P


- Marca A – R$ 3,20
- Marca B – R$ 4,50

- Concorrentes da Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M


- Marca A – R$ 3,20
- Marca B – R$ 4,50

- Concorrentes da Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M


- Marca A – R$ 3,90
- Marca B – R$ 5,30

- Concorrentes da Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M


- Marca A – R$ 8,90
- Marca B – R$ 6,70

- Concorrentes do Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M + Calcinha em


Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M
- Marca A – R$ 18,90
- Marca B – R$ 17,00

Através da pesquisa comparativa constatou-se que os preços de venda da empresa


estão equiparados aos de suas concorrentes diretas, que são produtos de menor preço e não tão
conhecidos no mercado regional quanto a marca da empresa objeto deste estudo.
69

Salientamos que existem ainda no mercado marcas famosas e com preços bem mais
elevados, como é o caso da Demillus, Del Rio, Du Loren, entre outras, no entanto estas não
concorrem diretamente com os produtos da Siede & Siede Ltda. que além de preocupar-se em
oferecer qualidade preocupa-se também em oferecer produtos acessíveis à consumidores de
menor poder aquisitivo.
11. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DA FÁBRICA

A Margem de Contribuição é o mesmo que o lucro variável unitário, ou seja, preço de


venda unitário do produto deduzido dos custos e despesas variáveis necessários para
produzir e vender o produto.

Em decisões a curto prazo, a margem de contribuição é um elemento muito


importante, pois possibilita inúmeras análises com o objetivo de reduzir custos e incrementar
as vendas com aumento de quantidade e redução dos preços unitários de venda dos produtos.

Seu uso é fundamental no cálculo do ponto de equilíbrio.

MC% = CV/Unit - 1 X 100


PV/Unit.

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

CV = R$ 3.531,00 + R$ 1.610,51 = R$ 1,56


3.300

MC% = R$ 1,56 - 1 = 0,4621 X 100 = 46,21%


R$ 2,90
71

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

CV = R$ 3.960,00 + R$ 1.610,51 = R$ 1,69


3.300

MC% = R$ 1,69 - 1 = 0,4172 X 100 = 41,72%


R$ 2,90

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

CV = R$ 4.818,00 + R$ 1.610,51 = R$ 1,95


3.300

MC% = R$ 1,95 - 1 = 0,6020 X 100 = 60,20%


R$ 4,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

CV = R$ 5.511,00 + R$ 1.610,51 = R$ 2,16


3.300

MC% = R$ 2,16 - 1 = 0,5592 X 100 = 55,92%


R$ 4,90

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

CV = R$ 5.049,00 + R$ 1.610,51 = R$ 3,56


1.870

MC% = R$ 3,56 - 1 = 0,5159 X 100 = 51,59%


R$ 6,90
12. PONTO DE EQUILÍBRIO DA FÁBRICA

Ponto de equilíbrio é o ponto em que o total da margem de contribuição da quantidade


produzida se iguala aos custos e despesas fixas. Assim, podemos concluir que o ponto de
equilíbrio nos mostra a quantidade mínima a ser produzida ou vendida para que o valor
alcançado seja equivalente aos custos gerados.

12.1. Ponto de Equilíbrio Contábil

PEC = CFT .
CV/unit -1
PV/unit

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

PEC = R$ 1.641,15 . = R$ 3.551,50


0,4621

PEC = R$ 3.551,50 . = 1.224,65 unidades


R$ 2,90

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

PEC = R$ 1.641,15 . = R$ 3.933,72


0,4172
73

PEC = R$ 3.933,72 . = 1.356,46 unidades


R$ 2,90

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEC = R$ 1.641,15 . = R$ 2.726,16


0,6020

PEC = R$ 2.726,16 . = 556,36 unidades


R$ 4,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEC = R$ 1.641,15 . = R$ 2.934,82


0,5592

PEC = R$ 2.934,82 . = 598,94 unidades


R$ 4,90

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

PEC = R$ 1.641,15 . = R$ 3.181,14


0,5159

PEC = R$ 3.181,14 . = 461,03 unidades


R$ 6,90

12.2. Ponto de Equilíbrio Econômico

PEE = CFT + Lucro Mínimo .


CV/unit -1
PV/unit
74

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

PEE = R$ 1.641,15 + R$ 490,00 . = R$ 4.611,88


0,4621

PEE = R$ 4.611,88 . = 1.590,30 unidades


R$ 2,90

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

PEE = R$ 1.641,15 + R$ 490,00 . = R$ 5.108,22


0,4172

PEE = R$ 5.108,22 . = 1.761,45 unidades


R$ 2,90

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEE = R$ 1.641,15 + R$ 490,00 . = R$ 3.540,12


0,6020

PEE = R$ 3.540,12 . = 722,47 unidades


R$ 4,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEE = R$ 1.641,15 + R$ 490,00 . = R$ 3.811,07


0,5592

PEE = R$ 3.811,07 . = 777,77 unidades


R$ 4,90
75

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

PEE = R$ 1.641,15 + R$ 490,00 . = R$ 4.130,94


0,5159

PEE = R$ 4.130,94 . = 598,69 unidades


R$ 6,90

O valor do lucro mínimo foi calculado 7% sobre o Capital Social, que é de R$ 7.000,00.

12.3. Ponto de Equilíbrio Financeiro

PEF = CFT – Não Desembolsáveis .


CV/unit -1
PV/unit

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

PEF = R$ 1.641,15 – R$ 45,34 . = R$ 3.453,39


0,4621

PEF = R$ 3.453,39 . = 1.190,82 unidades


R$ 2,90

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

PEF = R$ 1.641,15 – R$ 45,34 . = R$ 3.825,05


0,4172

PEF = R$ 3.825,05 . = 1.318,98 unidades


R$ 2,90
76

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEF = R$ 1.641,15 – R$ 45,34 . = R$ 2.650,85


0,6020

PEF = R$ 2.650,85 . = 540,99 unidades


R$ 4,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEF = R$ 1.641,15 – R$ 45,34 . = R$ 2.853,74


0,5592

PEF = R$ 2.853,74 . = 582,39 unidades


R$ 4,90

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

PEF = R$ 1.641,15 – R$ 45,34 . = R$ 3.093,25


0,5159

PEF = R$ 3.093,25 . = 448,30 unidades


R$ 6,90

O valor não desembolsável encontrado na fábrica é o valor da depreciação das


máquinas e equipamentos e dos móveis e utensílios.

Através dos cálculos dos pontos de equilíbrio e análise das quantidades produzidas por
mês verifica-se que a empresa está acima do seu ponto de equilíbrio, produzindo mais do que
a quantidade mínima necessária para que a empresa não tenha prejuízo com seus custos fixos.
13. CUSTOS FIXOS DA LOJA

13.1. Depreciação dos Bens

As máquinas e equipamentos e os móveis e utensílios da loja, foram depreciados


conforme tabela em vigor consultada na Receita Federal, ou seja, 10% ao ano, o valor da
despesa com depreciação foi dividido por 12 meses para acharmos o valor da depreciação
mensal.

Tabela 22 - Depreciação das Máquinas e Equipamentos e dos Móveis e Utensílios


Qtde. Descrição Valor Valor Total / Depreciação Depreciação
Unitário / R$ R$ Anual / R$ Mensal / R$
1 Aparelho Telefônico 110,00 110,00 11,00 0,92
1 Móveis 5.600,00 5.600,00 560,00 46,67
TOTAL 5.710,00 5.710,00 571,00 47,59
Fonte: Setor de Vendas da Empresa Siede & Siede Ltda.

As despesas com telefone e correios e telégrafos, propaganda e publicidade foram


distribuídas totalmente as vendas.

A despesa com assinatura de jornais e revistas foi toda para administração.

O pro-labore de R$ 1.500,00, os honorários de R$ 75,50, o aluguel de veículos de R$


300,00, a despesa com seguros de veículos de R$ 115,00 e as despesas com viagens e feiras
de R$ 400,00 foram divididos entre fábrica e loja em partes iguais, de forma que à loja coube
78

os valores de R$ 750,00, R$ 37,75, R$ 150,00, R$ 57,50 e R$ 200,00 respectivamente. Essas


despesas foram divididas em partes iguais entre administração e vendas.

Todas as demais despesas foram divididas em partes iguais entre a administração e


vendas.
14. DESPESAS COM SALÁRIOS

Abaixo veremos as despesas com folha de pagamento por mês das funcionárias da
loja.

Tabela 23 – Salário das Funcionárias da Loja


Nome das Salário Gratificação Salário INSS Salário Salário a
Funcionárias Base Total 7,72% Família Pagar
Dirlene 302,00 - 302,00 23,31 - 278,69
Jaqueline 302,00 - 302,00 23,31 - 278,69
TOTAL 604,00 - 604,00 46,62 - 557,38
Fonte: Setor Administrativo e Contábil da Empresa Siede & Siede Ltda.

Tabela 24 – Despesas com Salários da Loja


Nomes das Salário 1/3 Férias 13º Salário Base para FGTS Despesa c/
Funcionárias Total Prop. Prop. FGTS 8% Salários
Dirlene 302,00 8,39 25,17 335,56 26,84 362,40
Jaqueline 302,00 8,39 25,17 335,56 26,84 362,40
TOTAL 604,00 16,78 50,34 671,12 53,68 724,80
Fonte: Setor Administrativo e Contábil da Empresa Siede & Siede Ltda.
80

Tabela 25 – Mapa dos Custos Indiretos - Loja


Departamentos Administração Vendas Total
Custos
Água e Esgoto R$ 6,50 R$ 6,50 R$ 13,00
Aluguel R$ 165,00 R$ 165,00 R$ 330,00
Aluguel de Veículos R$ 75,00 R$ 75,00 R$ 150,00
Assinaturas de Jornais e Revistas R$ 5,00 - R$ 5,00
Correios e Telégrafos - R$ 150,00 R$ 150,00
Depreciação de Máq. e Equip. e de
Móveis e Utensílios R$ 23,80 R$ 23,79 R$ 47,59
Despesas com Salários - R$ 724,80 R$ 724,80
Despesas com Seguros de Veículos R$ 28,75 R$ 28,75 R$ 57,50
Despesas com Viagens e Feiras R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 200,00
Energia Elétrica R$ 22,50 R$ 22,50 R$ 45,00
Honorários (MOI) R$ 18,88 R$ 18,87 R$ 37,75
Limpeza e Manutenção R$ 25,00 R$ 25,00 R$ 50,00
Material de Expediente R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 10,00
Pró-Labore R$ 375,00 R$ 375,00 R$ 750,00
Propaganda e Publicidade - R$ 70,00 R$ 70,00
Taxas e Contribuições (IPTU) R$ 72,50 R$ 72,50 R$ 145,00
Telefone - R$ 150,00 R$ 150,00
TOTAL R$ 922,93 R$ 2.012,71 R$ 2.935,64
Fonte: Setor Administrativo e Contábil da Empresa Siede & Siede Ltda.
15. MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO DA LOJA

A Margem de Contribuição é o mesmo que o lucro variável unitário, ou seja, preço de


venda unitário do produto deduzido dos custos e despesas variáveis necessários para
produzir e vender o produto.

Em decisões a curto prazo, a margem de contribuição é um elemento muito


importante, pois possibilita inúmeras análises com o objetivo de reduzir custos e incrementar
as vendas com aumento de quantidade e redução dos preços unitários de venda dos produtos.

MC% = PC/Unit - 1 X 100


PV/Unit.

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

MC% = R$ 2,06 - 1 = 0,4850 X 100 = 48,50%


R$ 4,00

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

MC% = R$ 2,19 - 1 = 0,4525 X 100 = 45,25%


R$ 4,00
82

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

MC% = R$ 2,45 - 1 = 0,6449 X 100 = 64,49%


R$ 6,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

MC% = R$ 2,66 - 1 = 0,6145 X 100 = 61,45%


R$ 6,90

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

MC% = R$ 4,44 - 1 = 0,5771 X 100 = 57,71%


R$ 10,50
16. PONTO DE EQUILÍBRIO DA LOJA

Ponto de equilíbrio é o ponto em que o total da margem de contribuição da quantidade


produzida se iguala aos custos e despesas fixas. Assim, podemos concluir que o ponto de
equilíbrio nos mostra a quantidade mínima a ser produzida ou vendida para que o valor
alcançado seja equivalente aos custos gerados.

16.1. Ponto de Equilíbrio Contábil

PEC = CFT .
CV/unit -1
PV/unit

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

PEC = R$ 2.935,64 . = R$ 6.052,87


0,4850

PEC = R$ 6.052,87 . = 1.513,22 unidades


R$ 4,00

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

PEC = R$ 2.935,64 . = R$ 6.487,60


0,4525
84

PEC = R$ 6.487,60 . = 1.621,90 unidades


R$ 4,00

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEC = R$ 2.935,64 . = R$ 4.552,08


0,6449

PEC = R$ 4.552,08 . = 659,72 unidades


R$ 6,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEC = R$ 2.935,64 . = R$ 4.777,28


0,6145

PEC = R$ 4.777,28 . = 692,36 unidades


R$ 6,90

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

PEC = R$ 2.935,64 . = R$ 5.086,88


0,5771

PEC = R$ 5.086,88 . = 484,46 unidades


R$ 10,50

16.2. Ponto de Equilíbrio Econômico

PEE = CFT + Lucro Mínimo .


CV/unit -1
PV/unit
85

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

PEE = R$ 2.935,64 + R$ 490,00 . = R$ 7.063,17


0,4850

PEE = R$ 7.063,17 . = 1.765,79 unidades


R$ 4,00

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

PEE = R$ 2.935,64 + R$ 490,00 . = R$ 7.570,47


0,4525

PEE = R$ 7.570,47 . = 1.892,62 unidades


R$ 4,00

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEE = R$ 2.935,64 + R$ 490,00 . = R$ 5.311,89


0,6449

PEE = R$ 5.311,89 . = 769,84 unidades


R$ 6,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEE = R$ 2.935,64 + R$ 490,00 . = R$ 5.574,68


0,6145

PEE = R$ 5.574,68 . = 807,92 unidades


R$ 6,90
86

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

PEE = R$ 2.935,64 + R$ 490,00 . = R$ 5.935,96


0,5771

PEE = R$ 5.935,96 . = 565,33 unidades


R$ 10,50

16.3. Ponto de Equilíbrio Financeiro

PEF = CFT – Não Desembolsáveis .


CV/unit -1
PV/unit

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho P

PEF = R$ 2.935,64 – R$ 47,59 . = R$ 5.954,74


0,4850

PEF = R$ 5.954,74 . = 1.488,68 unidades


R$ 4,00

- Calcinha em Algodão, Modelo Marta, Tamanho M

PEF = R$ 2.935,64 – R$ 47,59 . = R$ 6.382,43


0,4525

PEF = R$ 6.382,43 . = 1.595,61 unidades


R$ 4,00
87

- Calcinha em Cotton, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEF = R$ 2.935,64 – R$ 47,59 . = R$ 4.478,29


0,6449

PEF = R$ 4.478,29 . = 649,03 unidades


R$ 6,90

- Calcinha em Lycra, Modelo Tanga Alta, Tamanho M

PEF = R$ 2.935,64 – R$ 47,59 . = R$ 4.699,84


0,6145

PEF = R$ 4.699,84 . = 681,14 unidades


R$ 6,90

- Sutiã em Lycra, Modelo Meia Taça, Tamanho M

PEF = R$ 2.935,64 – R$ 47,59 . = R$ 5.004,42


0,5771

PEF = R$ 5.004,42 . = 476,61 unidades


R$ 10,50

O valor não desembolsável encontrado na loja é o valor da depreciação das máquinas e


equipamentos e dos móveis e utensílios.

Como não possuímos dados suficientes sobre quantidade mensal vendida de cada
produto da loja, o que podemos através do ponto de equilíbrio é fornecer as quantidades
mínimas a serem vendidas de cada produto por mês para que a loja não gere prejuízo.
17. CONCLUSÃO

Após a realização deste relatório de pesquisa, que foi de grande valia para a nossa
formação acadêmica, verificamos que os preços de venda da fábrica não fogem da realidade,
estando bem calculados, mas é importante deixar claro que se refere apenas aos produtos
analisados, que são: calcinha em algodão, modelo Marta, tamanho P; calcinha em algodão,
modelo Marta, tamanho M; calcinha em cotton, modelo tanga alta, tamanho M; calcinha em
lycra, modelo tanga alta, tamanho M e sutiã em lycra, modelo meia taça, tamanho M, todos
em cor branca.

A hipótese levantada inicialmente foi que a falta de informações gerenciais, no que


tange à formação do custo de produção direto e indireto e na formação do preço de venda,
poderia estar afetando consideravelmente a tomada de decisões da empresa; no entanto, após
o estudo, verifica-se que esta não é a realidade, pois com o acompanhamento do processo
fabril, levantamento e cálculo dos custos com mão-de-obra direta, matéria-prima e custos
indiretos de fabricação que podem ser vistos nos capítulos 6, 8 e 9, cálculo e análise dos
preços de venda sugeridos, que estão presentes no capítulo 10, análise da margem de
contribuição e ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro, respectivamente nos
capítulos 11 e 12, verificou-se que a empresa possui preços de venda bem calculados e com
boa margem de lucro, alguns com quase 30% e outros no entanto não tão lucrativos, como é o
caso da calcinha em algodão M com lucro menor do que 5%. Isto não impede a empresa de
jogar no mercado, produtos de boa qualidade com preços competitivos em relação aos
produtos similares, provado pela análise comparativa evidenciada no item 10.1.

O referencial teórico foi basicamente composto de conteúdos sobre contabilidade de


custos e contabilidade gerencial. O sistema de custeio por atividades foi o método de custeio
89

escolhido para a apropriação dos custos indiretos aos produtos fabricados por ser o que
julgamos mais apropriado por atribuir os custos gerados por atividades auxiliares à todos os
produtos fabricados permitindo a análise do custo/volume/lucro, o que não acontece no
custeio por absorção e no custeio direto ou variável não são considerados os custos fixos na
determinação do preço de venda.

Para o cálculo do preço de custo unitário dos produtos analisados foi calculado o preço
de venda unitário sem lucro, assim foi encontrado um preço de venda em equilíbrio que cobre
os custos unitários mais despesas com ICMS e com o SIMPLES, e para a sugestão do preço
de venda foram calculados sob vários índices de lucro desejado, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40,
45 e 50% e encontrado o multiplicador para cada um dos índices, como pode ser visto no
capítulo 10.

É importante ressaltar que a empresa Siede & Siede Ltda. prima pela qualidade de
seus produtos, e que a empresa oferece um diferencial aos consumidores, aceitando mudanças
na confecção de peças e até mesmo alterações de tamanho nos conjuntos para quem necessita
de tamanhos diferentes.

Outra coisa importante que pudemos verificar durante as visitas à fábrica é que os
retalhos são doados para o Lar dos Idosos e Lar da Menina, mostrando a preocupação da
empresa para com o bem estar social.

Um ponto fraco que observamos durante as visitas à empresa e que é importante


alertar, é sobre o fato de que a gerente não tinha um controle minucioso dos seus gastos, o que
ela possuía era um controle de custos baseados em apontamentos, com essas anotações ela
sabia quanto gastou com materiais, mão-de-obra, mas não possuía conhecimento de quanto
devia apropriar com os custos indiretos de fabricação, como despesas com energia elétrica,
água, depreciação e outras despesas que se enquadram como custos indiretos. Depois do
trabalho realizado ela passou a ter estas informações, porém apenas sobre os produtos
analisados. Por isto, cabe a seguinte sugestão:

“Sugerimos que a empresa adquira um computador e um software de controle de


custos e estoques, além do contas a pagar e a receber, para que a proprietária gerente consiga
ter sempre que necessário as informações quanto aos seus custos indiretos, a sua margem de
90

contribuição, ponto de equilíbrio da produção e das vendas e também da quantidade vendida e


a forma de pagamento de cada peça.”

Outro fato negativo que foi constatado é o pagamento de contas em atraso, o que
acarreta juros e multas (considerado no custo dos produtos analisados), talvez isso ocorra até
mesmo pela falta de controle com os gastos. No momento em que se tem claramente tudo o
que precisa pagar durante o mês e seus vencimentos, fica mais fácil fazer uma provisão em
dinheiro ou até mesmo cortar gastos supérfluos para que, no dia do pagamento, se tenha
dinheiro em caixa, não atrasando assim seu pagamento e, consequentemente, livrando-se dos
juros e multas.

Com relação às limitações do método, gostaríamos de ressaltar que a capacidade de


produção foi calculada como se durante um mês inteiro fosse produzido um só tipo de
produto, o que na realidade não ocorre, no entanto como a amostra para a análise era pequena
quando comparada à infinidade de produtos diferentes fabricados pela empresa e também pelo
fato de não haver uma quantidade e ordem especifica de produção que pudessemos dar um
percentual garantido da produção de cada um dos produtos analisados, concluímos que a
forma pela qual foi calculada é a que nos permitiu uma melhor apropriação dos custos com
mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação para os produtos e consequentemente uma
melhor análise de custo e lucro no preço de venda de cada produto.

Gostaríamos que as informações ora apresentadas, proporcionassem melhores


condições de controle de custos, para um melhor funcionamento, maior eficiência e maior
rendimento da empresa.
18. ANEXO
ANEXO 1 – Foto dos Produtos Analisados
19. BIBLIOGRAFIA

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IUDICIBUS, Sérgio de & MARION, José Carlos. Contabilidade Comercial. 3ª edição. São
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Contábil. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 1996.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Comercial Fácil. 11ª edição. São Paulo: Saraiva, 1996.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 1997.

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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 2ª edição.


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