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A Estabilização Segmentar Vertebral Somada como Recurso

Fisioterapeutico nas Algias Lombares: Revisão de Literatura


Agenor Costa Navegante1
acnavegante@hotmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em ortopedia e traumatologia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila
Resumo
A Estabilização Segmentar Vertebral Somada como Recurso Fisioterapeutico nas
Algias Lombares: Revisão de Literatura tem como objetivo geral apresentar a
Estabilização Segmentar Vertebral para a comunidade científica. Os objetivos
específicos estão voltados para pesquisar os principais meios de ocorrência de quadro
álgico na região lombar, identificar se há possíveis alterações biomecânicas, e
demonstrar o tratamento das algias lombares através da estabilização segmentar
vertebral. Há uma preocupação em relação à validação da estabilização segmentar
vertebral na resolução da problemática que se refere em haver ganhos específicos ou
não na melhoria das algias lombares. Para a efetiva pesquisa utilizaremos a revisão
bibliográfica, através de acervo público, artigos, monografias e teses retiradas da
internet de fontes confiáveis como Scielo, Lilacs e Pubmed.
Palavras-chave: Estabilização; Algias; Lombar.
INTRODUÇÃO
As algias ocorridas na coluna vertebral lombar comumente chamadas de lombalgias
chegam a atingir níveis considerados epidêmicos para a população em geral
(ZAVARIZE, 2007). No Brasil os números são assustadores de pessoas incapacitadas
devido a este problema, onde cerca de 10 milhões de pessoas são afastadas do posto de
trabalho por conta da lombalgia (TEIXEIRA, 1999).
É plausível dizer que há alterações quanto à estrutura e função dos músculos profundos
do tronco associados à algias presentes na coluna vertebral lombar (VOLPATO, 2012).
A coluna lombar exerce um papel importante de sustentação das cargas que são
impostas ao corpo (GOUVEIA, 2008).
A pesquisa tem como objetivo geral apresentar a estabilização segmentar vertebral para
a comunidade científica. Os objetivos específicos estão voltados para pesquisar os
principais meios de ocorrência de quadro álgico na região lombar, identificar se há
possíveis alterações biomecânicas, e demonstrar o tratamento das algias lombares
através da estabilização segmentar vertebral.
As lombalgias estão evidenciadas como as patologias que mais apresentam atendimento
médico e a segunda causa de afastamentos do trabalho. Podem ser consideradas como
causas processos degenerativos, inflamatórios e alterações congênitas e mecânico-
posturais, sendo as duas últimas responsáveis pelo intenso quadro álgico.
Consequentemente ocorre desequilíbrio entre a carga funcional e a capacidade
funcional, que é o potencial para a execução (FRANÇA, 2008).
É entendido que a dor lombar consiste da perda da estabilidade da coluna vertebral ao
que concerne a perda de mecanismos ativo, passivo e do controle motor. Onde a
estabilização se dará através da ativação de todos os sistemas supracitados para o
controle e estabilidade do movimento que sempre deve ser incentivado (VOLPATO,
2012).
Há uma preocupação em relação à validação da estabilização segmentar vertebral na
resolução da problemática que se refere em haver ganhos específicos ou não na
melhoria das algias lombares.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
a) Anatomia da coluna vertebral
1
Pós-graduando em traumato-ortopedia com ênfase em terapias manuais
2
Mestrando em Bioética e Direito em Saúde, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Graduada
em Fisioterapia.
2

Sendo composta por vinte e seis ossos, a coluna vertebral é constituída de modo a
oferecer resistência de um pilar, assim como flexibilidade necessária durante a
movimentação do tronco (DÂNGELO & FATTINI, 2002).
“A coluna vertebral estabelece e mantém o eixo longitudinal do corpo. Como é uma
haste multiarticulada, os movimentos da coluna vertebral ocorrem como resultado de
movimentos combinados das vértebras individuais” (FURTADO, 2012).
Por ser uma área anatômica que recebe constantes solicitações, a incidência de lesões é
relativamente alta, quer por naturaza macrotraumática, quer como consequência de
sobrecarga imposta à ela (SIQUEIRA, 2009).
“A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas, sendo duas anteriores, na
região cervical e lombar, denominadas lordoses, e duas posteriores, nas regiões torácica
e sacral, denominadas cifoses” (FURTADO, 2012).
“A coluna lombar provê suporte para a porção superior do corpo e transmite e peso
dessa área para a pelve e os membros inferiores” (MAGEE, 2005).
“A coluna vertebral é formada por um conjunto de vértebras separadas entre si por um
disco intervertebral. As vértebras sobrepõem-se os discos intervertebrais que são
bastante deformáveis, permitindo mudanças quanto à forma da coluna vertebral”
(FURTADO, 2012).
Todas as vértebras possuem especificidades que as diferenciam entre si, sendo a
vértebra lombar a maior e mais robusta entre elas. Seu formato apresenta a característica
de ser oval, grande e com seu grande processo espinhoso apontando posteriormente
(MAGEE, 2005).

Fonte: (FURTADO, 2012)


Imagem 01 – Disco intervertebral
Para que se mantenha um equilíbrio e estabilidade na coluna lombar, os estabilizadores
dinâmico e estático são peças essenciais para esse controle. Onde podemos citar como
estabilizadores estáticos os ligamentos que encontram-se relacionados aos corpos
vertebrais ou aos arcos vertebrais, tendo a característica de manter a vértebra em
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alinhamento. Os estabilizadores dinâmicos são aqueles relacionados com o sistema


musculotendíneo, os músculos multífido e transverso abdominal são os principais
responsáveis nesse mecanismo de estabilização da coluna lombar. Pode-se mensurar
que a estabilidade se dá de maneira a controlar o movimento que se deseja realizar e
prevenir movimentos indesejáveis ao redor de um ponto fixo. Para tal, o fortalecimento
e o treinamento contínuo dessas estruturas é um bem primordial (KISNER & COLBY,
2005).
Componente Composição/Característica
Pilar anterior São compostos por corpos vertebrais e discos
intervertebrais. Apresentam a característica de serem
responsáveis pela absorção de choques e sustentação
de peso. Os discos intervertebrais são formados
interiormente por um núcleo pulposo e um anel
fibroso externamente.
Pilar posterior São compostos por processos e facetas articulares que
permitem o mecanismo de deslizamento para que
ocorra o movimento.
Fonte:(FURTADO, 2012)
Tabela 01 – Componentes funcionais da coluna vertebral
b) Etiologia das algias lombares
As algias ocorridas na coluna vertebral lombar comumente chamadas de lombalgias
chegam a atingir níveis considerados epidêmicos para a população em geral
(ZAVARIZE, 2007).
“Uma das queixas mais comuns da população é a lombalgia, segundo a Organização
Mundial da Saúde cerca de 80% dos adultos terão pelo menos uma crise de dor lombar
durante sua vida, e 90% destes apresentarão mais de um episódio” (GOUVEIA, 2008).
Podemos associar a lombalgia em função de novos hábitos posturais, questões
ergonômicas relacionadas às mobílias e máquinas, seja na própria residência ou em
ambiente de trabalho, além do aumento da expectativa de vida e atividades de vida
diária (ZAVARIZE, 2007).
As lombalgias estão evidenciadas como as patologias que mais apresentam atendimento
médico e a segunda causa de afastamentos do trabalho. Podem ser consideradas como
causas processos degenerativos, inflamatórios e alterações congênitas e mecânico-
posturais, sendo as duas últimas responsáveis pelo intenso quadro álgico.
Consequentemente ocorre desequilíbrio entre a carga funcional e a capacidade
funcional, que é o potencial para a execução (FRANÇA, 2008).
“Algumas discussões fazem-se a respeito das possíveis causas e da fisiopatologia da
lombalgia, principalmente em relação ao que pode-se considerar patológico”
(ZAVARIZE, 2007).
No Brasil os números são assustadores de pessoas incapacitadas devido a este problema,
onde cerca de 10 milhões de pessoas são afastadas do posto de trabalho por conta da
lombalgia (TEIXEIRA, 1999).
Uma gama de intervenções têm sido utilizadas por fisioterapeutas para o tratamento da
lombalgia, entre as quais podemos citar os exercícios aeróbios, de flexão e extensão da
coluna para o tronco, realizados com os membros inferiores, de inclinação pélvica,
órteses e alongamentos (FRANÇA, 2008).
A coluna lombar exerce um papel importante de sustentação das cargas que são
impostas ao corpo (GOUVEIA, 2008).
Próximo à L4-L5, o multífido lombar contribui com 2/3 do aumento da
rigidez segmentar resultante da contração. Assim, qualquer lesão no
segmento pode comprometer a estabilidade. Evidenciou-se uma forte relação
entre a má funcionalidade do multífido lombar com a recorrência da dor pós
cirurgica discal (FRANÇA, 2008).
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Autores de trabalhos prévios relatam que são fatores predisponentes para o


desenvolvimento das lombalgias o rápido processo de industrialização e a urbanização,
além de outros como a relação entre diferentes classes sociais, ocupação e sedentarismo
por exemplo (ALMEIDA, 2006).
“Uma das explicações para a alta taxa de recidivas em lombálgicos pode ser o fato do
multífido lombar não recuperar o volume mesmo após a redução da dor,
comprometendo a estabilidade” (FRANÇA, 2008).
c) Alterações biomecânicas na coluna lombar
“A oscilação corporal está relacionada às correções que o corpo faz para manter a linha
do centro de gravidade dentro da base de sustentação” (LEMOS, 2009).
Como responsáveis pelo estabilização das articulações intervertebrais, os multífidos, são
os únicos que apresentam fibras musculares inseridas em todas as vértebras que
compõem a coluna vertebral. São capazes de mover as articulações intervertebrais
individualmente na região lombar devido sua inervação segmentar (FURTADO, 2012).
Outra temática que se relaciona a posição do centro de gravidade é a
manutenção da postura corporal, a qual quando não é mantida gera uma falha
de relacionamento das várias partes corporais, induzindo um aumento de
agressões às estruturas de suporte e resultando em equilíbrio menos eficiente
do corpo sobre suas bases. A postura se submete às características anatômicas
e fisiológicas do corpo humano, ligando-se às limitações específicas do
equilíbrio e obedecendo às leis da física e biomecânica (LEMOS, 2009).
Músculo Origem/Inserção Descrição da atuação
Multífido Origina-se no sacro e em todos Durante a contração simultânea
os processos transversos, nos lados direito e esquerdo da
dirigindo-se cranial e articulação intervertebral é
medialmente até a sua inserção favorecido a extensão, durante a
nos lados dos processos contração unilateral causa o
espinhais desde L5 até o axis. movimento de rotação do corpo
vertebral. Em suma, realizam os
movimentos de flexão lateral,
extensão e rotação.
Transverso do abdomen Origina-se na face interna das Apresenta a característica
seis últimas costelas, onde se peculiar de ser ativado durante
interdigitaliza com as fibras todos os movimentos do tronco.
costais do diafragma, fáscia
lombar, crista ilíaca, ligamento
inguinal, onde se insere na
aponeurose ventral.
Fonte:(FURTADO, 2012)
Tabela 02 - Anatomia e biomecânica dos principais músculos envolvidos na estabilização segmentar
vertebral
O único ligamento posterior capaz de equilibrar forças externas, a fáscia tóraco lombar,
atua de forma ativa através do modelo biomecânico triangular. Suas lâminas da camada
posterior passam ascendente e descendentemente formando triângulos (ALMEIDA,
2006).
Sendo o equilíbrio corporal um assunto bastante investigado muitas pesquisas estão
sendo voltadas para identificar as causas dos desequilíbrios, manutenção da postura e
interação dos sistemas sensoriais em relação a estabilidade. O CG (centro de gravidade)
e/ou CM (centro de massa do corpo) são considerados fatores intervenientes na
manutenção do equilíbrio corporal. Onde o CG coincide com o CM no corpo humano.
Explicativamente significa que, o CM é o lugar geométrico de massas independente de
qualquer campo gravitacional que estará sendo imposto a ele, e o CG é o ponto de
aplicação de vetor representado pelo peso do corpo (LEMOS, 2009).
É plausível dizer que há alterações quanto à estrutura e função dos músculos profundos
do tronco associados à algias presentes na coluna vertebral lombar (VOLPATO, 2012).
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O CG está geralmente localizado alguns centímetros à frente da articulação


lombossacra, ao nível do quadril. A projeção do CG sobre a base de suporte
determina uma relação de estabilidade, cujos limites voluntários representam
a base do suporte funcional, ou seja, a região em que cada indivíduo pode
deslocar seu CG sem que seja necessário modificar a base ou recorrer a
algum auxílio externo. Considerando-se a contribuição dos fatores
antropométricos e biomecânicos, a manutenção desta posição exige, porém,
um complexo sistema sensório-motor de controle, que opera através de um
conjunto de informações provenientes de aferências sensoriais, produzindo
respostas manifestadas pela atividade muscular para corrigir os pequenos
desvios do CG do corpo (LEMOS, 2009).
d) Tratamento das algias lombares com a utilização da estabilização segmentar
vertebral
Podemos conceituar a estabilização segmentar como sendo pertencente ao conceito de
terapia manual, ao qual consiste na utilização de estruturas musculares como meio de
prevenção à estruturas articulares e neurais de acordo com o conceito do controle motor
(FURTADO, 2012).
É entendido que a dor lombar consiste da perda da estabilidade da coluna vertebral ao
que concerne a perda de mecanismos ativo, passivo e do controle motor. Onde a
estabilização se dará através da ativação de todos os sistemas supracitados para o
controle e estabilidade do movimento que sempre deve ser incentivado (VOLPATO,
2012).
A estabilização segmentar vertebral vem a constituir uma alternativa de tratamento entre
as técnicas utilizadas para melhorar a força e o trofismo dos músculos do tronco, além
de promover prevenção à instabilidade lombar (FURTADO, 2012).
Quanto à definição de estabilização podemos dizer que é um processo dinâmico que
inclui posições estáticas e movimento controlado, incluindo assim um alinhamento em
posições sustentadas e padrões de movimento que possam vir a atuar reduzindo a tensão
tecidual, evitem causas de traumas para as articulações ou tecidos moles, e forneçam
ação muscular de maneira eficiente (FRANÇA, 2008).
Um fator importante a ser considerado a respeito da estabilização segmentar vertebral é
a capacidade de redução do quadro álgico e manutenção da estabilidade nos
movimentos padrões que são geralmente utilizados, seja durante o tratamento, seja nas
atividades de vida diária do indivíduo (FURTADO, 2012).
A estabilidade da coluna se dá através da atuação em conjunto de forma eficaz de três
sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo pode ser entendido pela composição
das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos. O ativo corresponde aos
músculos e tendões. O neural diz respeito a composição do sistema nervoso central e
periférico, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças esperadas ou não,
fornecendo desse modo estabilidade dinâmica (FRANÇA, 2008).
Uma característica peculiar aos indivíduos que apresentam lombalgia é a fraqueza dos
músculos multífido e transverso do abdomen, além de apresentarem excesso de
atividade dos músculos globais, como o eretor da espinha e abdominais superficiais
(FURTADO, 2012).
Em estudos prévios, alguns autores propuseram a existência de vários músculos com
diferentes papéis estabilização dinâmica. Hipotéticamente, há dois sistemas atuando na
estabilidade. Onde de acordo com França (2008):
O global consiste de grandes músculos produtores de torque, atuando no
tronco e na coluna sem serem diretamente ligados a ela. São o reto do
abdome (RA), o oblíquo externo (OE) e a parte torácica do iliocostal lombar.
Fornecem estabilidade ao tronco, não sendo capazes de influenciar
diretamente a coluna. O sistema local é formado por múculos ligados
diretamente à vertebra e responsáveis pela estabilidade e controle segmentar.
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Tais músculos são o multífido lombar (ML), o transverso do abdome (TA) e


as fibras posteriores do oblíquo interno (OI). O quadrado lombar (QL)
também tem funções estabilizadoras.
“Sendo o multífido e transverso do abdómen músculos profundos responsáveis pela
estabilidade da coluna lombar, esta técnica consiste na utilização desses músculos no
processo de estabilização lombar” (FURTADO, 2012).
Alguns autores afirmam que o músculo multífido lombar é suficientemente capaz de
manter e fornecer rigidez e controle de movimento na zona neutra (FRANÇA, 2008).
Para que o tratamento se desenvolva de maneira eficaz é necessário o aprendizado de
ativação do multífido e do transverso do abdómen por meio de um certo nível de
consciência para tal, uma vez que esses músculos agem de forma involuntária
(FURTADO, 2012).
Exercícios específicos de estabilização segmentar lombar para o multífido
lombar podem aumentar seu volume em lombálgicos, diminuindo a atrofia.
Nesse estudo, indivíduos com o primeiro episódio de lombalgia unilateral
com atrofia do multífido lombar foram divididos em grupo controle,
recebendo orientação postural e cuidados, e tratados realizando treinamento
específico para o multífido lombar. Nos dois grupos notaram-se melhoras na
dor em quatro semanas. No controle, a área de secção transversa (AST) do
multífido lombar permaneceu inalterada após quatro semanas, ao passo que,
no tratado, a AST voltou aos níveis normais após quatro semanas de
tratamento. Um acompanhamento em longo prazo revelou que 84% dos
pacientes do controle tiveram recorrência dolorosa em um ano, contrastando
com 30% do tratado. Ainda, o controle mostrou nove vezes mais chances de
recidiva do que o grupo submetido à estabilizaçao segmentar lombar, após
três anos (FRANÇA, 2008).
O terapeuta deve sempre se manter atento quanto a posição do tronco do paciente
durante a realização dos exercçios de estabilização, objetivando desse modo, a
percepção da estabilização da coluna vertebral (FURTADO, 2012).
Como existem diferenças funcionais entre os músculos locais e globais, os exercícios
devem ser realizados de maneira diferente qunto ao seu objetivo, seja tanto para as
disfunções quanto para as algias lombares. É de difícil visualização a tivação dos locais,
por isso, são propostos exercícios que isolam os músculos locais dos globais. Durante a
realização dos exercícios de estabilização segmentar lombar não se coloca em risco a
região lesionada, onde reduzimos a carga externa e mantemos a coluna na posição
neutra. É importante frizar que precisam ser repetidos tantas vezes forem necessárias
para serem eficaz e produzirem benefícios. As séries são progressivas com baixa carga e
peso mínimo, com aumento gradual de acordo com os ganhos e evolução do paciente
(FRANÇA, 2008).
“Basicamente, o controle segmentar consiste em co-contração abdominal e extensores
da coluna, controle lombo-pélvico e estimulação sensório-motora. Devendo ser
informado que o objetivo dos exercícios é a programação motora” (FURTADO, 2012).
Em pesquisas anteriores foi proposto uma espécie de re-treino para os músculos
estabilizadores, onde através da palpação deve ser estimulada a correta ativação
muscular sem ocorrência de fadiga. Esse exercício deve ser realizado sem que o
paciente relate dor e a respiração deve ser normal. A contração muscular deve ser
mantida por 10 segundos e repetida por 10 vezes (FRANÇA, 2008).
A coativação dos músculos abdominais inferiores, principalmente do
transverso abdominal e do multífido, pode ser realizada quando o terapeuta
explica para o paciente que uma co-contração eficaz destes é realizada
quando ele leva o umbigo em direção às costas, fazendo uma expiração,
formando uma concavidade abdominal, e levando a uma leve proeminência
muscular que pode ser próximo a crista ilíaca ântero-superior (FURTADO,
2012).
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Existem posições em que podemos isolar os músculos específicos a serem trabalhados


em associação com a isometria, além de manter a coluna em posição neutra. A posição
de quatro apoios é proposta para o aprendizado mais fácil da contração da parede
abdominal com manutenção da postura em isometria. A contração do transverso
abdominal pode ser palpada medialmente à espinha ilíaca ântero-superior e
nferiormente através da cicatriz umbilical (FRANÇA, 2008).
Exercícios proprioceptivos que educam o paciente quanto à posição neutra da coluna,
são inciados com o mesmo em decúbito dorsal com quadris e joelhos flexionados e com
os pés apoiados. Para a partir de então iniciarem com outras posturas, tal como com
quatro apoios, dentre tantas outras que possam promover estabilização do segmento
(FURTADO, 2012).
O exercício de ponte é proposto para a ativação da musculatura estabilizadora lateral,
quadrado lombar, em virtude da otimização da ativação e de minimização de
sobrecargas impostas na coluna vertebral lombar. Para o multífido lombar o paciente
estará deitado em prono, joelhos estendidos e braços ao longo do corpo. O terapeuta irá
realizar a palpação do multífido lombar solicitando que o paciente realize uma leve
contração como se estivesse tentando empurrar os dedos do terapeuta mantendo a
ativação por 10 segundos, repetindo 10 vezes. Sempre observando se a contração
bilateral se dá de maneira simétrica ou assimétrica (FRANÇA, 2008).
É importante estimular o paciente através do feedback no que concerne a estimulação
sensório-motora, através de onde o paciente poderá ser capaz de identificar a contração
do músculo bem como a posição em que a coluna se encontra. Dessa maneira
influenciando de maneira positiva o aprendizado e a retenção de habilidade motora que
tanto é solicitada no tratamento (FURTADO, 2012).
“A co-contração dos músculos TA e ML começa preferencialmente nas posições em pé
e sentada. Em ambas, o paciente realiza exatamente os mesmos exercícios para o TA e o
ML ao mesmo tempo” (FRANÇA, 2008).

Fonte: (FURTADO, 2012)


Imagem 02 – Paciente realizando a contração parede abdominal (à direita)
Na imagem 02 podemos visualizar um dos exercícios proposto ao paciente que objetiva
melhorar a estabilização segmentar, onde se observa a parede abdominal relaxada e
contraída, à esquerda e à direita respectivamente. A co-contração dos músculos
multífido lombar e transverso do abdomen podem preferencialmente se iniciar a partir
das posições em pé e sentada (FURTADO, 2012).
METODOLOGIA
Procedeu-se a efetiva pesquisa pelo método de revisão bibliográfica, através de acervo
público, artigos, monografias e teses retiradas da internet de fontes confiáveis como
Scielo, Lilacs e Pubmed, entre os anos de 1999 a 2012.
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Procuramos incluir nesta pesquisa assuntos relevantes ao tema afim de explicitar e


demonstrar de maneira transparente e coesiva o tratamento das lombalgias pelo método
da estabilização segmentar vertebral.
Resultados e Discussão
“A aplicação de terapias passivas superiores a seis semanas, além de ocasionar custos, é
pouco eficaz. Mesmo na melhora da dor, é difícil precisar quais cracterísticas dos
exercícios são responsáveis pelo sucesso do tratamento” (FRANÇA, 2008).
É notório a efetividade da estabilização segmentar vertebral no combate à diminuição
do quandro álgico da lombalgia em pacientes que submeteram ao tratamento. Foi
relatado melhoria significativa dos valores médios do índice da dor, melhora do índice
da dor sensitiva, afetiva, avaliativa e miscelânea após ter ocorrido a intervenção no
tratamento da lombalgia (FURTADO, 2012).
Pesquisas prévias realizadas com o objetivo de avaliar as alterações encontradas na
coluna posterior a um programa de estabilização, devido aos desequilíbrios musculares
que foram encontrados em indivíduos com dor lombar, observou-se que existe uma
associação entre desequilíbrio muscular de paravertebrais e a dor lombar. Entretanto,
após o treinamento com estabilização segmentar vertebral encontramos uma redução
significativa desse desequilíbrio e do quadro álgico do paciente (VOLPATO, 2012).
Em estudos anteriores foi possível concluir que o tratamento realizado através de
exercícios para o músculo multífido lombar foi efetivo na redução do quadro álgico e da
disfunção lombar ocasionada por espondilólise ou espondilolistese, passado 30 meses
da realização do tratamento (FRANÇA, 2008).
Observou-se que em pesquisas anteriores os indivíduos que receberam feedback visual
através da imagem do ultra-som apresentaram melhora significativa na contração
muscular do múltifido, além de obter o aprendizado da contração (VOLPATO, 2012).
Em análise em pacientes que faziam uso de fármaco para combate ao quadro álgico
notamos que houve uma melhora sem o uso do mesmo através da intervenção pela
estabilização segmentar vertebral como tratamento (HALL, 2001).
“Um dos benefícios mais importantes da estabilização segmentar é que ela não coloca a
estrutura lesada em risco, principalmente no início da reabilitação, reduzindo a carga
externa e mantendo a coluna em posição neutra” (FURTADO, 2012).
Uma estabilização adequada depende do sinergismo entre os mecanismos
passivo, ativo e neural. Logo, a reabilitação de pacientes lombálgicos deve se
basear em atividades que aprimorem a função de cada um dos componentes
deste complexo mecanismo de estabilização (ALMEIDA, 2006).
“A estabilização segmentar lombar é uma das técnicas de fisioterapia que pode
contribuir para o alívio da dor lombar causada por algumas patologias como lombalgia,
dor lombar crônica mecânico-postural e a instabilidade lombar nos obesos”
(FURTADO, 2012).
A fáscia tóraco-lombar em algumas pesquisas foi citado por fazer parte da estabilização
segmentar, portanto se faz necessário salientar que sua atuação é complementar no
mecanismo de estabilização lombar, onde por ser uma estrutura passiva não apresenta
suporte mecânico suficiente para estabilizar a coluna lombar (ALMEIDA, 2006).
“Os dados apresentados apontam que a estabilização segmentar pode ter resultados
desejáveis se recorrência a outras técnicas no tratamento de patologias lombares, por
isso, essa técnica pode ser utilizada de forma exclusiva” (FURTADO, 2012).
Em comparação a outras técnicas manipulativas, chegamos ao consenso que para
indivíduos com dor lombar crônica os exercícios de estabilização segmentar foram
significativamente mais eficazes em relação à redução da dor, incapacidade e aumento
da qualidade de vida (VOLPATO, 2012).
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“Em achados eletromiográficos encontra-se que o músculo transverso abdominal pode


contribuir para o controle segmentar do movimento, potencialmente via fáscia tóraco-
lombar” (ALMEIDA, 2006).
Em alguns estudos não foi possível evidenciar se a estabilização segmentar vertebral é
uma técnica superior a tantas outras como por exemplo técnicas de terapias manuais
convencionais. Entretanto, a eficácia da estabilização é notória na melhora da dor
lombar crônica (VOLPATO, 2012).
Devemos levar em consideração que pelo fato da ativação normal dos músculos
estabilizadores estar intimamente ligado a disfunções que afetam a coluna lombar, se
faz necessário o treinamento isolado desse grupo como parte integrante do tratamento
terapêutico (FURTADO, 2012).
Para analisar a eficácia dos exercícios de controle motor, exercícios
convencionais de alongamento e fortalecimento, e terapia manipulativa, um
ensaio clínico randomizado e controlado realizou uma intervenção
comparando essas três técnicas de tratamento em 240 indivíduos com dor
lombar crônica. Os resultados foram positivos em relação às três formas de
intervenção, porém os indivíduos que realizaram a estabilização tiveram uma
menor duração da dor (VOLPATO, 2012).
Conclusão
Podemos afirmar que os exercícios propostos na pesquisa, por serem realizados de
maneira sutil, específicos e em posição neutra, são adequados e indicados para o início
do tratamento por submeterem as estruturas articulares lesadas a sobrecarga mínima
(FRANÇA, 2008).
Além de apresentar resultados benéficos quanto ao quadro álgico, foi possível notar sua
contribuição na prevenção à recidivas a justificando como técnica eficaz para o processo
de recuperação do paciente (FURTADO, 2012).
Podemos concluir que a principal melhoria que a estabilização segmentar vertebral é
capaz de proporcionar ao indivíduo que se submete ao tratamento é que além de
diminuir a sintomatologia dolorosa, busca principalmente pela funcionalidade perdida
estimulando o paciente a manter as contrações musculares no seu cotidiano sem que
seja necessário parar suas atividades de vida diária para a sua aplicação.
Seu diferencial é estabelecido ao que confere o controle das recidivas, uma vez que atua
diretamente no controle motor, de modo a reestabelecer a função dos músculos
multífido e reto abdominal, principais estabilizadores da coluna vertebral, mais
especificamente, coluna lombar.
Se faz necessário pesquisas futuras com população abrangente para resultados mais
específicos e generosos acerca da eficácia do tratamento das algias lombares com a
estabilização segmentar vertebral, uma vê que os estudos realizados apena apresentam
uma população reduzida de pessoas que foram submetidas ao tratamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Lombar. Minas Gerais, 2006. Disponível em:
<http://www.nutrifisio.com.br/documentos/relacaodafasciatoracolombarcomomecanismoativodeestabiliza
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BARROS, Camila Miriam Suemi Sato. A Fisioterapia nas Algias da Coluna Lombar – Revisão de
Literatura. Belém, 2008. Disponível em:
<http://www.unama.br/editoraunama/download/latosensu/REVISTA_LATOSENSU_2008.pdf> Acesso
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10

CORDEIRO, Vanessa. Eficácia da Hidroterapia no Tratamento Conservador da Hérnia de Disco


Lombar. Brasília, 2001. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:qzusg-
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ANEXOS

Figura 1 – Vértebra lombar

Fígura 2 - Músculo multífido (vista lateral)


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Fígura 3 – Músculo transverso abdominal (vista lateral)

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