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ADMINISTRAÇÃO
TEORIA DA
ADMINISTRAÇÃO
William Oliveira
Presidente
Cristiano Lobo
Diretor de Operações
Valdemir Ferreira
Diretor Administrativo Financeiro
MATERIAL DIDÁTICO
Imagens
Corbis/Image100/Imagemsource
1 APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................7
BLOCO 1 - PANORAMA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO ..........................................................9
2 TEMA 1. ADMINISTRAÇÃO............................................................................................. 11
2.1 CONTEÚDO 1. O QUE É ADMINISTRAÇÃO ........................................................................ 11
2.2 CONTEÚDO 2. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS ................................................................ 19
2.3 CONTEÚDO 3. ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO ................................................... 22
2.4 CONTEÚDO 4. ESCOLA HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO............................................ 33
ATIVIDADES COMPLEMENTARES............................................................................................127
ESTUDO DE CASO ................................................................................................................... 139
GABARITO DAS QUESTÕES .............................................................................................141
GLOSSÁRIO ....................................................................................................................143
REFERÊNCIAS .................................................................................................................145
1 APRESENTAÇÃO
Caro estudante, começa aqui uma jornada rumo à descoberta de conhecimentos acerca
da ciência da Administração. Durante a sua leitura você aprenderá a importância da
administração e também toda a sua aplicabilidade dentro da esfera profissional.
A Administração, dentre todas as profissões existentes, é possivelmente a mais
abrangente das ciências. O profissional dessa área, durante o seu processo de formação é
orientado sobre como trabalhar em diversos tipos de segmentos empresariais, como por
exemplo, bancos, hospitais, portos, comércio, indústria, instituições de ensino, dentre tantas
outras. Tal característica se dá pela formação generalista que o administrador precisa ter em
seu perfil profissional, uma vez que para gerir as organizações é necessário que se entenda de
todos os processos empresariais.
Segundo o dicionário etimológico (2018) a palavra administração tem origem no latim
ad. que significa direção e minister que significa o que realiza uma função abaixo de outro.
A tradução literal nos dá uma ideia de subordinação da profissão a outras, mas, ao longo dos
anos seu significado tem sido muito alterado. A administração assumiu uma posição de
liderança e vanguarda no ambiente corporativo, sendo responsável por atividades essenciais
para a sobrevivência das organizações modernas.
Para Silva (2001), a administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização
eficiente e eficaz de recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas
organizacionais.
Um dos pioneiros nos estudos acerca da Administração foi o Escocês, Adam Smith
(1723 – 1790). Ele apresentou trabalhos acadêmicos importantes para a época, relacionados
ao mercado, estabelecendo ênfase em processos voltados para a divisão do trabalho e suas
vantagens, desenvolvimento econômico e acumulação de capital. Seu principal trabalho foi a
obra A Riqueza das Nações, em que aborda claramente a sua ideia.
A ciência da administração é algo muito especial. Saber gerir uma organização,
tratando com pessoas, liderando-as para o crescimento individual e coletivo é algo
maravilhoso. A administração fornece à pessoa que utiliza seus fundamentos, noções
indispensáveis sobre como tornar uma empresa duradoura.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Segundo Kwasnicka (1995, p.17) “estudar administração tem inicialmente o objetivo
de apresentar ao interessado os temas que envolvem essa ciência, e também permitir que o
indivíduo escolha a área da organização onde ele mais se identifica para se especializar”.
Outro ponto importante na ciência da administração é que ela está constantemente
evoluindo, uma vez que sempre precisa se adaptar as variáveis de mercado. Como vivemos
num mundo que tem passado por grandes transformações, impulsionadas fortemente pelo
avanço tecnológico e pela globalização, a administração tem sempre sofrido mudanças,
necessárias para que ela consiga atender as novas demandas e exigências do mercado.
De acordo com Chiavenato (2000, p. 5) “em uma época de complexidade, mudanças e
incertezas como a que atravessamos, a administração tornou-se uma das mais importantes
áreas da atividade humana”.
Uma das principais razões para estudar administração é que ao fazê-lo, você, querido
estudante, crescerá profissionalmente e terá condições de ajudar outras pessoas a crescer,
uma vez que os fundamentos da administração fomentam basicamente o crescimento
organizacional de forma integral. A administração trabalha com interação e troca, o bom
administrador deve ser um líder, com capacidade para congregar sua equipe na busca pelo
crescimento é pela excelência. Corroborando com essa afirmação, Silva (2001, p. 4) cita:
“uma das razões para estudar a administração é que todos interagem com todos, a cada dia”.
Notadamente o conhecimento, em linhas gerais, tem o poder de transformação. No
âmbito da administração, tal poder deve ser colocado a serviço de um bem maior, que é o
crescimento da sociedade. Como ciência social aplicada, a administração tem o dever de
contribuir para a promoção de fatores que fomentem o desenvolvimento humano. Logo,
características como: ética, profissionalismo, respeito ao meio ambiente, compromisso social
e transparência, devem conduzir à conduta dos profissionais da área.
A função social da ciência da administração está diretamente ligada à função social da
empresa, uma vez que as organizações primariamente são instituições geradoras de emprego
e consequentemente de renda para as famílias. O administrador é o profissional responsável
por fazer com que as empresas sejam competitivas e dessa forma, mais lucrativas. Ele
trabalha, juntamente com profissionais de diversas áreas, para potencializar a capacidade
das organizações. Sendo assim, uma empresa bem administrada tem potencialmente a
capacidade de aumentar seus postos de trabalho.
Entretanto, a função social da administração não se restringe à criação e manutenção
de postos de trabalhos, ela vai muito além. A administração também envolve a liderança, que
deve ser baseada fortemente no processo de desenvolvimento de pessoas e da cidadania.
Atua ainda em questões voltadas para preservação ambiental e desenvolvimentos de ações de
cunho social. Pense nisso!
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Vale ressaltar que o estudo da administração é de fundamental importância para todas
as profissões, uma vez que suas ideias, pensamentos e modelos estão presentes em todas as
esferas econômicas e sociais existentes no mundo moderno.
Pelo caráter generalista, o estudo da administração é fomentado em várias profissões,
como por exemplo, nas Ciências Contábeis. O Bacharel em Ciências Contábeis durante a sua
graduação tem acesso a várias informações relacionadas ao campo da administração;
entendendo as Escolas da Administração e aspectos relacionados à Gestão Empresarial,
dentre outros conteúdos.
FIQUE ESPERTO!
E você, querido estudante, já sabe por que é importante estudar administração? Já
sabe em qual campo da administração deseja se especializar? Não sabe?
Fique tranquilo, você ainda terá quatro anos de estudo para desenvolver seu perfil
profissional e para identificar qual o campo da administração tem mais a ver com você.
Apenas não se esqueça do quão importante é entender todas as vertentes do que é
administrar.
A parte boa dessa caminhada é que estaremos juntos nesse processo, te ajudando a
crescer profissionalmente.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Já para Maximiano (2002, p. 28) “embora o processo administrativo seja importante
em qualquer contexto de utilização de recursos, a razão principal para estudá-lo é seu
impacto sobre o desempenho das organizações”.
A administração busca constantemente a melhoria dos processos visando garantir a
perpetuação das empresas. Para isso, torna-se necessário que as pessoas envolvidas com a
administração busquem constantemente aprimorar seus conhecimentos, estudando o
mercado e ficando atentas as novas tendências empresariais, para que dessa forma possam
evitar ou minimizar as crises que sempre se apresentam no cotidiano organizacional.
A administração já passou por muitas mudanças ao longo dos anos, saindo de um
modelo mais rígido e engessado, visto no século XX, chegando ao momento atual,
caracterizado por processos de gestão descentralizados e com equipes auto gerenciadas e
empoderadas.
Inicialmente as organizações eram geridas seguindo uma rígida cadeia hierárquica,
onde as ordens eram transmitidas pela alta administração para os gerentes, que por sua vez
repassavam instruções acerca das tarefas com os supervisores dos departamentos, para
finalmente haver execução no chamado “chão de fábrica”, que nada mais é do que os setores
responsáveis pela produção. Esse modelo mais rígido, piramidal, foi inspirado no modelo
militar, onde existe forte influência da cadeia de comando.
No modelo mais moderno, chamado neoclássico, apesar de ainda existir influência
hierárquica, as atividades são tratadas de forma mais democrática, estabelecendo diálogo
entre todos os departamentos organizacionais, buscando em conjunto encontrar caminhos
para os processos organizacionais. Tal modelo de gestão tem sido muito difundido pela
agilidade que confere aos processos organizacionais.
Todas as evoluções da administração serão abordadas mais detalhadamente nos
próximos capítulos, quando conheceremos as Escolas da Administração e como elas
evoluíram.
Um ponto importante a ser considerado é que administração tem sido influenciada
fortemente, ao longo dos anos, pelo crescimento da sociedade. Isso indica que dependendo
da região de atuação, o profissional de administração precisa exercer suas tarefas de forma
diferente. Regiões menos desenvolvidas, por exemplo, sempre demandarão do profissional
que utiliza a administração uma maior habilidade criativa, compromisso com o
desenvolvimento mais aguçado e forte atuação em questões sociais. No caso de regiões mais
desenvolvidas, as demandas, por exemplo, serão voltadas para exigências ambientais mais
definidas, habilidade para uso de recursos tecnológicos modernos, forte comunicação com a
sociedade na busca de conscientizá-la acerca do compromisso empresarial com sua região,
dentre outros aspectos.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Tais questões demonstram como a administração oferece ao seu estudante uma
formação diversificada e altamente adaptável às variáveis que se apresentam.
Por ter se tornado uma das áreas mais importantes do trabalho humano, a cada dia a
administração tem sido mais estudada e como consequência vários livros e trabalhos
acadêmicos têm sido publicados. Esse interesse das pessoas se fundamenta pelo grande nível
de complexidade existente no cenário organizacional.
Segundo Chiavenato (2000, p. 5) “a administração está sendo considerada a principal
chave para a solução dos mais graves problemas que atualmente afligem o mundo
moderno”.
Percebe-se hoje, querido estudante, que as organizações possuem administradores em
todos os segmentos, independentemente da posição hierárquica. Tal situação reflete a
importância e complexidade dada aos processos organizacionais e ao bom controle
necessário aos recursos utilizados pelas empresas.
Apesar da citação acima está correta, uma organização é uma entidade muito mais
complexa e ampla. Um ponto primordial é que ela está interagindo constantemente com sua
região, existindo ou devendo existir um forte vínculo social com seu ambiente externo. O
desenvolvimento das organizações é essencial para o crescimento social, uma vez que elas
são responsáveis pela geração de recursos para a sociedade.
Outro ponto fundamental é que a organização é formada de pessoas, que possuem
valores, motivação, crenças e ambições de vida completamente distintas umas das outras. E
aí querido estudante, percebeu como começa a aumentar a complexidade?
Juntar pessoas no mesmo ambiente de trabalho é uma tarefa difícil, pois as relações são
complexas e precisam ser bem conduzidas pelos gestores. Isso é de fundamental
importância, pois precisa haver divisão de espaço, tarefa, cobranças etc. Essa relação tende a
ser muito conturbada, quando não trabalhada com princípios como igualdade, respeito e
compromisso ético.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
ímpar surge e tem papel fundamental nesse processo, o líder. Ele é a figura central da
harmonização da organização e precisa atuar pela promoção do bom ambiente e pela
busca no alcance de metas. Os cargos de liderança são os elos entre a alta gestão e os
demais colaboradores. A liderança também é um tema muito abordado nos estudos
acerca da administração.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
A administração constitui o resultado histórico e integrado da contribuição
cumulativa de numerosos precursores, filósofos, físicos, economistas, estadistas e
empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada qual em seu campo de
atividade, desenvolvendo e divulgando suas obras e teorias. (CHIAVENTATO,
2000).
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Pois é! Se você pensar nas civilizações antigas poderá encontrar grandes exemplos.
Durante os anos a administração vem sendo influenciada por pessoas, acontecimentos ou
por instituições importantes, a exemplo de igrejas, organizações militares, filósofos, regimes
políticos, dentre outras.
Outro marco histórico e que talvez seja um dos acontecimentos que mais refletiram no
desenvolvimento da administração seja a Revolução Industrial. Nesse período, vários
processos relacionados à administração foram desenvolvidos ou redefinidos para atender a
nova conjectura.
A revolução industrial por sinal está dividida em dois momentos: A Primeira
Revolução Industrial (1780 a 1860) impulsionada pelo carvão e ferro e a Segunda Revolução
Industrial (1860 a 1914) que foi impulsionada pelo uso da eletricidade e do aço.
A Revolução Industrial alterou bastante a Administração, uma vez que durante esse
processo houve grande crescimento dos processos de mecanização, das comunicações, dos
sistemas fabris e dos meios de transporte. Todo esse avanço precisou ser acompanhado
adequadamente por processos de controle eficientes, que atendessem às mudanças desse
novo modo de vida da humanidade.
A Revolução Industrial acentuou ainda o processo capitalista, seja ele o industrial ou
financeiro. Ambos com forte demanda de processos e cuidados administrativos. Outro
ponto observado na Revolução Industrial foi o grande aumento de trabalhadores atuando
como operários nas indústrias, o que demandou capacidade de gestão e mecanismos de
controles. A organização moderna que se observa hoje existe em consequências das
mudanças apresentadas na Revolução Industrial. De acordo com Silva (2001, p. 101)
“durante a Revolução Industrial era necessário administradores para planejar as tarefas e
delegar responsabilidade, para coordenar os esforços humanos e para garantir a boa
execução do trabalho”.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
No Brasil, o desenvolvimento da Ciência da Administração apesar de sempre presente
somente foi levado mais a sério, a partir de 1966, quando foi aprovado o primeiro currículo
mínimo para sua formação. Se houver uma comparação com outros países pode-se afirmar
que é uma história relativamente recente. Segundo informações do Conselho Federal de
Administração (CFA), nos Estados Unidos da América, a formação em administração
começou a acontecer no Século XIX, em 1881.
Atualmente, a Ciência da Administração tem sido amplamente difundida no Brasil,
existindo uma grande variedade de Instituições com oferta de cursos para atender uma
demanda cada vez maior de profissionais da área.
Querido estudante, no conteúdo anterior você leu algumas das razões que fazem da
administração, uma profissão tão importante. Além disso, foram apresentados alguns
conceitos e informações acerca dos benefícios e contribuições que a administração tem para
a sociedade. Agora, serão apresentadas para você habilidades e competências necessárias no
perfil profissional de quem estuda administração.
Importante entender que o profissional que utiliza os conhecimentos da administração
deve saber lidar com uma série de adversidades vistas no contexto organizacional. Ele
precisa saber ter bom relacionamento interpessoal, ser dinâmico e flexível, precisa ter
resiliência e visão holística, precisa saber atuar com marketing, produção, logística, sistemas
e métodos, gestão de pessoas, dentre outros campos organizacionais. Toda essa versatilidade
é exigida pelas empresas modernas.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Maximiano (2000, p. 29) afirma que “somos todos administradores, já que todas as
profissões necessitam de habilidades de planejamento, organização, controle e trabalho em
equipe, justificando assim a importância do estudo da administração”.
Vale ressaltar, querido estudante, que o desenvolvimento das habilidades apresentadas
neste conteúdo é importante e necessário para o seu crescimento profissional. Essas
habilidades servirão como balizador de suas atividades e abrangem vários aspectos
profissionais.
Diante dessa afirmação, Chiavenato (2000, p. 3) aborda que “existem três habilidades
necessárias para o administrador, são elas as técnicas, humanas e conceituais”.
No quadro acima, pode-se observar que essas três habilidades balizam a formação dos
estudos da administração. Sendo assim, é necessário que você estudante saiba desenvolver
tais características, de forma, homogênea em seu perfil.
Para Drucker (2002, p. 323) “cabe ao administrador a tarefa de criar um verdadeiro
todo que seja maior que a soma das partes, uma entidade produtiva que realize mais que a
soma dos recursos nela aplicados”. Ao afirmar isso, o autor identifica ainda outra
característica importante para quem administra que é agregar esforços de forma que a
sinergia dos recursos, sejam eles humanos ou materiais, dê retorno positivo para as
organizações.
Obviamente que uma série de características profissionais se divide nas três
habilidades apresentadas, uma vez que para administrar é necessário ter senso crítico, que
permita discernir e resolver problemas. Essa análise deve ser feita pelo administrador,
observando as variáveis empresariais que se apresentam para ele.
Outro ponto importante, é que gerir empresa requer um bom relacionamento
interpessoal. Essa talvez seja uma das mais importantes qualidades que uma pessoa que
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
trabalha com a administração precisa ter. Vivemos num mundo em que as pessoas são o
principal capital organizacional e diante desse contexto saber se relacionar bem é vital para o
sucesso.
O Administrador também precisa ter equilíbrio pessoal, o desenvolvimento de
habilidades intrapessoal também se configura como algo importante na profissão, pois ao se
conhecer bem, se pode atuar com mais tranquilidade, clareza e aplicação coerente de suas
ideias.
A comunicação é outro requisito muito valorizado, hoje em dia, nas organizações.
Num cenário atual de grande globalização, as empresas precisam se comunicar bem com
seus colaboradores e também com toda a sociedade, na qual está inserida. Segundo Silva
(2001, p. 16) “as habilidades de comunicação estão relacionadas ao recebimento e envio de
informações, pensamentos, sentimentos e atitudes”.
A comunicação inclusive é uma ferramenta importante na execução da liderança,
sendo uma característica presente no ato de administrar. Liderar pode ser definido com
capacidade que um indivíduo tem de influenciar positivamente uma ou mais pessoas na
busca de algum objetivo. Saber liderar é de fundamental importância para o sucesso
organizacional e envolve, dentre outras coisas, a capacidade do administrador de estabelecer
um diálogo com sua equipe.
Seguindo a lista de habilidades, vale entender que as organizações são movidas por
números e dados, diante disso outra característica importante é que o administrador ou
profissional que utiliza ferramentas administrativas consiga ler e interpretar números e
variáveis econômicas, contábeis e financeiras, pois tal habilidade dará suporte nas tomadas
de decisões empresariais.
O bom administrador precisa ainda ter em seu perfil profissional a flexibilidade e
capacidade de adaptação às mudanças, uma vez que as organizações sobrevivem se
adequando às condições impostas pelo mercado, que como você sabe querido estudante,
muda constantemente.
É importante também, para quem atua na administração, ter tenacidade e resiliência,
pois em muitos momentos as organizações atravessam períodos de turbulência e incertezas,
necessitando assim, capacidade do profissional de resistir a tal condição, perseverando em
suas metas.
Segundo Maximiano (2004, p. 41) “as competências necessárias para administrar se
agrupam em quatro categorias: intelectuais, interpessoais, técnicas e intrapessoal”.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
• Intelectuais: são habilidades de pensar de forma racional, obtendo e analisando
informações organizacionais e também desenvolvendo a criatividade e
intuindo possíveis situações que possam surgir no contexto;
• Interpessoais: relacionadas ao entendimento da diversidade e singularidade das
pessoas, como elas são lideradas e motivadas, dos contextos que formam e
mantém os grupos e ainda sobre aspectos relacionados à comunicação;
• Técnica: se relacionam ao conhecimento de atividades inerentes à função. Por
exemplo, quem atua na área de produção deve dominar processos relacionados
ao segmento;
• Intrapessoal: Voltadas para a reflexão, autoanálise, automotivação,
autocontrole e autoconhecimento. Elas estão relacionadas ao conhecimento
próprio.
Outra exigência muito vista atualmente no cenário da administração está relacionada à
capacidade que os profissionais da área precisam ter para empreender e inovar. Isso se deve
a concorrência existente hoje entre as empresas, que buscam diferenciar seu produto ou
serviço, no mercado. Tal característica será abordada ainda neste módulo, de forma mais
detalhada.
FIQUE ESPERTO!
Você sabia que para ser administrador não basta ser graduado em administração? Pois é!
Quem se forma em curso superior de administração torna-se Bacharel em
Administração. O administrador é o profissional formado no curso de Bacharelado em
Administração e com registro no Conselho Regional de Administração da sua região.
Querido estudante, começa aqui um novo conteúdo. Durante sua leitura e estudo você
verá como se desenvolveu a chamada Escola Clássica da Administração. Os principais
expoentes dessa escola foram: Frederick Taylor, Henry Ford, Henri Fayol e Max Weber.
Seus trabalhos serão apresentados a seguir, no desenvolvimento desse conteúdo.
A Abordagem Clássica da Administração é, se assim pode-se afirmar, o mais antigo
dos pensamentos da Administração. Foi concebida com o olhar voltado ao ambiente interno
e à parte estrutural das organizações e seu foco principal era nas tarefas. Segundo esse
pensamento, as organizações precisavam estar bem organizadas, com processos otimizados e
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
com estrutura adequada ao trabalho para desenvolverem corretamente suas funções.
Estando nessas condições, qualquer outro problema poderia ser resolvido, incluindo
questões relacionadas às pessoas nas organizações. A eficiência organizacional era o
parâmetro de sucesso, ela defendia que a melhoria nas condições de trabalho proporcionava
o aumento na produção.
A Escola Clássica da Administração se iniciou com a Teoria da Administração
Científica, desenvolvida por Frederick Taylor (1856-1915) e apresentada a seguir.
Frederick Winslow Taylor, nasceu nos Estados Unidos, em 1956, era engenheiro de
formação. Durante sua trajetória profissional ele começou a aplicar novos métodos de
trabalho baseados em sua formação de engenheiro, visando aperfeiçoar a produção e
aumentar os lucros da empresa.
Segundo Kwasnicka (1995, p. 26) “foi em 1884 que Taylor entrou em contato com
problemas relacionados à administração, quando se tornou engenheiro chefe da empresa
Midvale Steel Company”.
Figura 3 - Frederick Taylor
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Em suas observações iniciais ele deduziu que as pessoas na organização trabalhavam
abaixo de sua capacidade, dando a essa condição a denominação de vadiagem sistemática.
Segundo seu pensamento, as pessoas na organização trabalhavam menos da metade do que
podiam. Para Taylor a questão da vadiagem no ambiente de trabalho era culpa de quem fazia
a gestão dos operários, uma vez que cabia aos gerentes atribuir às tarefas de forma que elas
pudessem ser realizadas no tempo certo e com o incentivo (inclusive financeiro) necessário a
produção.
Outro ponto importante no pensamento de Taylor é que ele tinha uma visão
pessimista acerca das pessoas. Ele entendia que o ser humano era, por essência, irresponsável
e negligente, necessitando de supervisão constante na busca da eficiência. No que se referem
às pessoas, elas eram vistas como meros instrumentos organizacionais destinados à
produção.
Segundo Chiavenato (2000, p.53) “as indústrias da época tinham três males: vadiagem
dos operários, desconhecimentos dos gerentes das rotinas de trabalho e falta de
padronização das técnicas de produção”.
Importante salientar que nessa época existia uma exploração bruta dos patrões sobre
os empregados, em que o primeiro queria ganhar o máximo possível, aplicando o menor
valor a ser pago aos trabalhadores, que ganhavam por peça produzida ou tarefa realizada.
Diante desse contexto, Taylor continuou a pesquisar métodos para melhoria da eficiência
sobre a forma de trabalhar. Ele entendia que a eficiência estava completamente relacionada à
racionalização do trabalho.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
No que concerne aos estudos de tempos e movimentos desenvolvidos por Taylor, ele
entendeu que, no processo de produção, era necessária uma organização de todas as suas
etapas. A partir daí ele criou o que é conhecido como organização racional do trabalho
(ORT). Segundo esse pensamento, toda a linha de produção deveria acontecer utilizando as
ferramentas disponibilizadas pela empresa, que eram padronizadas e também que os
funcionários deveriam realizar suas tarefas de acordo com os movimentos determinados
pelos estudos aplicados.
Taylor entendia que ao padronizar as ferramentas e instrumentos utilizados nas
fábricas aumentaria a eficiência na produção, pois todos usariam os mesmos recursos,
tornando-se mais hábeis e rápidos.
Outro princípio do estudo sobre tempos e movimentos foi que após a análise dos
resultados da pesquisa, todos os movimentos inúteis para a produção deveriam ser
descartados, enquanto que todos os movimentos necessários deveriam, se possível, ser
simplificados visando reduzir o desgaste do trabalho e o tempo necessário para sua execução.
Ou seja, visava à redução da Fadiga Humana.
Perceba querido estudante, que muitos estudos desenvolvidos por Taylor, ainda
servem de parâmetro na atualidade.
Os estudos de Taylor se dividem em duas fases: a primeira corresponde ao lançamento
do livro Shop Management (Administração de Oficinas), de 1903 e a segunda fase,
relacionada ao livro Principles of Scientific Management (Princípios da Administração
Científica, de 1911).
Curiosidade
Homo Economicus (Homem econômico) – Trata de uma das principais premissas
da Administração Científica. Segundo esse conceito todas as pessoas trabalham e são
influenciadas unicamente pela obtenção de recompensas salariais. Seu esforço estava
condicionado ao pagamento de salário, que garante sua condição de sobrevivência,
matando sua fome. Afirma que o homem é um ser preguiçoso, limitado e propenso à
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
vadiagem. Por conta disso, no ambiente industrial era necessário um acompanhamento
constante de sua produção para que não houvesse acomodação na execução das tarefas.
1. Foi dada pouca atenção ao elemento humano - uma vez que as pessoas eram
vistas exclusivamente como fator de produção, ignorando suas
individualidades, fatores psicológicos, morais e sociais.
2. Falta de comprovação científica – uma vez que as observações realizadas não
traziam consigo métodos científicos claros para comprovação de suas
premissas. Muito dos métodos utilizados eram empíricos e não davam base
para suas afirmações.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Henry Ford (1863-1947) foi um empresário, nascido nos Estados Unidos da América,
responsável pela implantação da linha de montagem em sua indústria de automóveis, a Ford
Motor Co. A linha de montagem, por sinal, é o ponto principal de todo o reconhecimento
que Ford tem no cenário da administração. Foi através desse princípio que ele desenvolveu o
conceito de produção em massa para seus automóveis, que se caracteriza pelo grande
número de componentes fabricados, com pouca diversificação, visando atender ao maior
número de pessoas possível. Importante registrar que não foi Ford que inventou a linha de
montagem, mas foi o que soube melhor aplicar o conceito no ambiente organizacional.
A ideia de Ford era popularizar os carros, reduzindo seu preço em virtude da produção
em massa, que diminuía os custos de produção. Antes desse processo, todos os automóveis
eram feitos artesanalmente, com altos custos, podendo ser comprados apenas por pessoas
muito abastadas. A produção em massa era alicerçada pela premissa de: peças padronizadas
e trabalhadores especializados.
Reiterando que no que concerne a especialização do trabalhador, isso representava
que cada funcionário deveria realizar apenas uma atividade durante seu dia, realizando-a
repetidamente. Para que isso pudesse acontecer os automóveis deveriam ser montados em
partes, sendo seu processo de montagem dividido em fases. Cada etapa do processo de
montagem tinha suas peças, que seriam utilizadas pelos funcionários responsáveis por
aquela etapa da construção do automóvel.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Seu desejo principal era ofertar um produto mais barato, com maior qualidade e de
forma padronizada. A padronização inclusive o fez criar a celebre frase “o cliente pode ter o
carro da cor que quiser, contanto que seja preto”.
O preto era a cor de todos os carros de sua empresa, uma vez que a tinta preta secava
mais rápido e era mais barata, permitindo assim que seu conceito de rapidez e baixo custo
pudesse acontecer. Na década de 1910 sua fabricação de automóveis atingiu o número de
mais de 800 carros produzidos por dia, quando dividiu com seus funcionários boa parte das
ações de sua companhia. Ele ainda estabeleceu salário mínimo para seus funcionários e
jornada de trabalho máxima de oito horas por dia, número bem inferior ao trabalhado na
época.
De acordo com Chiavenato (2000, p. 68) “Ford estabeleceu três princípios para sua
produção: Intensificação, economicidade e produtividade”.
Com essas características para o seu negócio, Ford se tornou um dos principais
inovadores de sua época, estabelecendo forte vantagem competitiva.
O importante para você, querido aluno, é entender que a maioria dos princípios de
Ford estão diretamente associados à Administração Científica, onde houve estudos de
tempos e movimentos, divisão das tarefas e especialização do funcionário. A linha de
montagem foi tão importante para a administração, que até os dias atuais as empresas de
automóveis ainda utilizam muito de seus princípios.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Teoria Clássica da Administração
No item 1 ressalta-se que a administração tem um caráter tão importante, que possui
posição diferenciada em relação aos demais setores que compõem uma empresa, por conta
disso suas práticas devem ser sempre apoiadas e seguidas.
A Teoria Clássica tinha como premissa enfatizar a estrutura organizacional com foco
na eficiência. Para seus pensadores era importante acompanhar o desenvolvimento de tal
estrutura utilizando o chamado processo administração visto acima no item 2 e explicados
mais detalhadamente abaixo:
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Segundo Kwasnicka (1995, p. 29) “o trabalho de Fayol foi considerado uma das
maiores contribuições para o campo da administração, pois buscava definições de
responsabilidades em todos os níveis organizacionais”.
ATENÇÃO!
Caro aluno, quando o conteúdo desse módulo chegar aos estudos acerca da Teoria
Neoclássica, haverá uma alteração na aplicação das funções básicas da administração, que
passam a ser composta por apenas quatro elementos.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
e na qual a organização se insere. Já a segunda se relaciona apenas à parte de estrutura,
dividindo em social e administrativa.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
6. Subordinação do interesse individual em função do interesse coletivo: de
acordo com essa regra o interesse organizacional se sobrepunha ao interesse
individual;
7. Remuneração do funcionário: deve ser feito com justiça visando garantir a
satisfação e segurança de todos. Sua política não deve ser exploratória e, além
disso, deve recompensar quem obtiver bom desempenho;
8. Centralização: relacionada ao fato de que as ordens deveriam ser passadas por
pessoas de altos níveis hierárquicos;
9. Cadeia escalar: relacionada à linha de comando, segundo esse pensamento
pessoas em cargos hierárquicos mais elevados são detentoras de maior
comando e poder na organização;
10. Ordem: de acordo com essa premissa para haver eficiência todos os recursos
específicos para uma determinada tarefa deveriam estar na mesma localização
da organização. Cada coisa em seu lugar;
11. Equidade: todos os funcionários deveriam ter tratamento justo e igualitário;
12. Estabilidade de pessoal: ele considerava que a troca de funcionários prejudicava
a eficiência organizacional e, portanto, pregava a manutenção deles na
organização. Essa premissa se aplicava aos funcionários produtivos;
13. Iniciativa: se encorajava os colaboradores a terem proatividade no ambiente
organizacional;
14. Espírito de equipe: os gerentes deveriam fomentar a boa relação e a harmonia
dos funcionários para se alcançar o sucesso organizacional.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Figura 6 - Abordagens de Fayol e Taylor
Curiosidade
Você sabia que a regulamentação da profissão de administrador aconteceu no Brasil
apenas no ano de 1965 com a promulgação da LEI nº 4.769, de 9 de setembro de 1965?
No dia 9 de setembro inclusive é comemorado no Brasil como o dia do Administrador,
por causa dessa Lei.
Querido estudante, você entrará num novo tema dentro do estudo da administração.
Essa nova escola do pensamento administrativo teve muita relevância no processo de
evolução organizacional e por conta disso deve ser estudada com muito carinho por você.
A Escola Humanística da Administração surgiu entre o final da década de 1920 e início
da década de 1930, como consequência dos estudos desenvolvidos por Elton Mayo (1880 –
1949), psicólogo australiano e pesquisador organizacional. Trata-se de uma forte mudança
no contexto da administração, que até então era fortemente influenciado pela Administração
33
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Científica (Taylor) e pela Teoria Clássica (Fayol), voltadas para as tarefas e para a estrutura
organizacional, respectivamente.
Segundo o novo pensamento humanístico, as organizações deveriam dar prioridade às
pessoas no ambiente empresarial, deixando as tarefas, máquinas e a hierarquia em segundo
plano.
A abordagem das relações humanas em gestão se concentra nas pessoas,
particularmente em aspectos psicológicos e sociais do trabalho. Essa abordagem de
gestão vê as pessoas não como extensões de máquinas, mas como valiosos recursos
organizacionais em si. (WILLIAMS, 2017, p. 35).
A Teoria Humanística surgiu a partir dos estudos de Elton Mayo, com a intenção de
tornar os gerentes menos mecanicistas e mais sensíveis ao ser humano dentro do contexto
organizacional. Ela se desenvolveu principalmente a partir dos estudos feitos na fábrica da
Western Electric Co., localizada na Cidade de Chicago, no bairro de Hawthorne. Por conta
do bairro onde foram realizadas as pesquisas, os estudos receberam o nome de “A
experiência de Hawthorne” ou “Estudos de Hawthorne”. Os estudos foram realizados
principalmente pelo desenvolvimento das ciências humanas, mais notadamente da
Psicologia.
Os estudos de Hawthorne foram amplamente divulgados e aceitos no cenário da
administração por conta das observações mais detalhadas acerca do comportamento dos
funcionários dentro do ambiente organizacional, onde foi dada a ênfase, principalmente, em
fatores motivacionais dos trabalhadores.
34
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Os experimentos em Hawthorne foram divididos em quatro fases complementares,
tratando basicamente do comportamento humano e seus resultados na produtividade.
35
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
relação de trabalho mais afetuosa, pois estavam sempre perto uma das outras.
Houve mais integração entre as meninas e a supervisão, exercida de forma mais
harmoniosa o que proporcionou maior compromisso com o trabalho.
36
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
pago por produção. Se os grupos informais determinassem certa quantidade,
todos deveriam atender a essa ordem, mesmo havendo perda nos ganhos. Esse
estudo foi importante, pois permitiu que se buscasse um maior equilíbrio entre
o interesse informal (dos grupos de trabalhadores) e o interesse formal (da
organização).
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A Teoria das Relações Humanas desenvolveu a partir daí o conceito de Homo Social
(homem social). Ou seja, o conceito de que o homem não trabalha apenas por dinheiro, mas
também para se sentir satisfeito, feliz no trabalho, para crescer socialmente, se relacionar
bem com os demais membros organizacionais. A Teoria das Relações Humanas deu origem
a uma abordagem mais comportamentalista, mais voltada, como o próprio nome diz, ao
comportamento humano nas organizações. Diante desse cenário, a administração deveria
dar mais ênfase aos grupos nas organizações, analisando aspectos psicológicos. A motivação,
liderança, comunicação organizacional, dinâmica entre os grupos, dentre outros aspectos
tornam-se fundamentais.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01
Uma organização é um sistema de recursos que procura alcançar objetivos. Cada pessoa e
cada grupo têm atribuições especificas que contribuem para isso. As funções organizacionais
são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para que a organização
atinja seus objetivos. O princípio que permite superar as limitações individuais por meio da
especialização é denominado.
a) Formalização.
b) Hierarquização.
c) Divisão do trabalho.
d) Amplitude de controle.
e) Processo de transformação
QUESTÃO 02
O conceito de homem econômico se baseia na premissa de que o ser humano se motiva e
trabalha apenas por salário, não se preocupando com qualquer outra característica
organizacional, como por exemplo, relacionamento com colegas de trabalho, oportunidade
de se desenvolver enquanto pessoa e cidadão. Tal pensamento é fortemente rejeitado pela
escola humanística que tem uma visão própria acerca das pessoas no ambiente de trabalho.
Diante da contextualização acima, explique como a escola humanística da administração
enxerga o ser humano.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
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QUESTÃO 03
A profissão de administração tem sido desenvolvida ao longo dos anos, sempre
acompanhando as mudanças que surgem no cenário organizacional. Isso exige que o
profissional que atua na área esteja cada dia mais capacitado e atualizado sobre as novas
tendências organizacionais. Sendo assim, discorra sobre as habilidades e competências
exigidas para o profissional de administração contemporâneo.
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QUESTÃO 04
A escola clássica da administração foi a primeira concepção apresentada acerca do
pensamento administrativo. Taylor e Fayol foram os seus principais expoentes e
desenvolveram teorias específicas. Enquanto o primeiro focava nas tarefas o segundo tinha o
foco na estrutura organizacional. Diante da contextualização acima e baseado no que foi
desenvolvido ao longo dos estudos, apresente as características das da Teoria Clássica e da
Administração Científica.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
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QUESTÃO 05
A frase “o cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto” é vista como
marcante e específica acerca do pensamento de Henry Ford. Ele adotou o conceito de linha
de montagem e produção em massa para sua fábrica de automóveis, mudando a oferta de
veículos para a sociedade da época uma vez que apenas pessoas muito ricas conseguiam
comprar carros. A redução dos preços dos automóveis de Ford era baseada em três aspectos:
Intensificação, economicidade e produtividade.
Avalie as afirmações a seguir:
I. Ford entendia que quanto mais padronizado fosse o produto, menor seria o seu
custo, consequentemente maior seria a procura pelo seu automóvel.
II. Para Ford pouco importava a qualidade do produto, desde que fosse preto e mais
barato o mercado absorveria e garantiria a venda.
III. Ford entendia que a linha de montagem e especialização garantia maior lucro para a
empresa e melhores pagamentos para os funcionários.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
ESTUDO DE CASO
CINEMA E ADMINISTRAÇÃO
Tempos Modernos – Filme do cineasta Charles Chaplin, produzido nos Estados Unidos, em
1936. Aborda o período industrial de forma crítica em relação ao capitalismo e a exploração
dos funcionários nas indústrias da época.
Entender como a “especialização” do homem é levada a um nível de total alienação.
Filme recomendado.
INFORMAÇÕES EM REDE
Você sabia que existe um código de ética para os profissionais da administração?
Se não sabia, acesse o site abaixo: disponível em: http://www.cfa.org.br/administracao/etica-
profissinal.
RECOMENDAÇÃO
Leitura do e-book disponível no link abaixo. Ele apresenta perspectivas para a
administração. Disponível em:<ttp://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/chiavenato-
web.pdf>.
41
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
3 TEMA 2. ABORDAGEM NEOCLÁSSICA
Olá, querido estudante. Parabéns pelo avanço nos estudos. Agora você começa a sua
leitura sobre a Teoria Neoclássica e a Administração por Objetivos. Lembre-se, manter o
foco é um importante aliado em sua trajetória acadêmica.
A Teoria Neoclássica da Administração foi uma corrente do pensamento
administrativo que tinha como principais características a diversidade de pensamento, onde
utilizavam conteúdos de outras escolas; ênfase na busca de objetivos e foco nas práticas e
rotinas da administração. Os principais expoentes dessa corrente de pensamento são Peter
Ferdinand Drucker (1909-2005), austríaco; Harold Koontz (1909-1984), estadunidense;
Ernest Dale (1917-1996), alemão; dentre outros.
O pensamento neoclássico se baseava no fato de que as organizações eram constituídas
de pessoas e que para se alcançar os objetivos o administrador precisava focar nelas. Como
essa corrente era fortemente influenciada por outras escolas da administração, muito dos
seus conceitos já foram discutidos nesse módulo didático.
As principais características da escola neoclássica são: grande ênfase nos princípios
gerais da administração (planejamento, organização, direção e controle); pragmatismo em
suas práticas; ênfase nos objetivos e resultados; uso de diversas correntes de pensamentos da
administração em sua aplicação.
Observe querido estudante, que o objetivo organizacional é tão importante para os
neoclássicos, que em dois parágrafos do material referente a essa escola da administração, a
palavra se repete três vezes. Isso será explicado mais detalhadamente abaixo, quando
abordarmos diretamente o processo de Administração por Objetivo (APO).
Importante salientar que a Abordagem Neoclássica, para muitos estudiosos é
considerada como uma atualização de tudo o que foi visto na Teoria Clássica, mas com
adequações necessárias a solucionar problemas administrativos existentes na atualidade.
Essa importância é percebida, caro aluno, quando eles afirmam a relevância que existe na
divisão do trabalho, divisão hierárquica, especialização, delegação de responsabilidade,
avaliação e recompensa por desempenho.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Considerando o avanço obtido com a teoria das relações humanas, associado ao
grande crescimento que as organizações estavam experimentando na década de
1950, a teoria neoclássica surgiu como uma retomada ou revisão da teoria clássica.
(SANTOS, 2013, p. 46).
43
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Em resumo, a centralização é o controle do poder de decisão associado aos cargos de
liderança mais elevados e a descentralização é a distribuição desse poder em cargos de
liderança mais simples.
Centralização:
• Vantagens: quem toma a decisão tem visão mais ampla da organização, sendo
essas pessoas inclusive mais preparadas; redução nos custos de operação, uma
vez que não existe esforço duplicados no processo.
• Desvantagens: como quem toma a decisão está no topo alguns fatos que
acontecem na base organizacional podem ser desconhecidos, provocando
problemas; demora na comunicação para os demais membros da organização;
pela necessidade das ordens serem disseminadas entre os demais membros
pode haver ainda distorções na comunicação.
Descentralização:
44
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
domínio dos processos ao qual estão inseridas. Observe caro aluno, que nesse processo que
envolve centralização e descentralização, deve haver claramente uma definição da autoridade
exercida. Ou seja, toda equipe precisa entender qual é a cadeia de comando correta.
Anteriormente, quando abordamos a Teoria Clássica, foi visto que Henri Fayol definiu
cinco funções básicas para a Administração: planejamento, organização, comando,
coordenação e controle. No que se refere aos neoclássicos, houve uma atualização dessas
funções, passando a ser composta por apenas quatro elementos que serão apresentados
abaixo:
45
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Figura 8 - Funções básicas da administração
46
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Segundo Maximiano (2004, p. 78) “a APO é foi criada por Drucker na década de 1950,
com o livro A prática da administração. A APO é um procedimento sugerido para aplicação
do processo de planejar, organizar, direcionar e controlar”.
Seus fundamentos visavam dar sustentabilidade para as empresas norte americanas,
que estavam num período difícil, em que os governos exerciam forte controle e influência na
economia. Diante desse cenário, era necessário otimizar os lucros e reduzir despesas.
Figura 9 - Peter Drucker
Segundo o pensamento dos seus cientistas, a APO para ser alcançada precisa contar
com o esforço de todos os envolvidos na organização. Sendo assim, o desempenho das
pessoas é de fundamental importância para o sucesso. Ele entende que acima da relação
hierárquica entre chefe e subordinado precisa haver uma comunhão no compromisso de
ambas as partes. Essa relação precisa acontecer de forma que fiquem claras quais são suas
responsabilidades dentro do contexto organizacional.
Para Oliveira (2012, p. 111) “Administração por objetivos é a técnica estruturada e
interativa de negociação e de estabelecimento dos objetivos individuais como decorrência e
como sustentação aos objetivos das organizações”.
Na APO é necessário que exista previamente uma definição das metas a serem
alcançadas, de forma que tal meta seja estabelecida com a participação do gerente e de seu
subordinado. Entende ainda que o processo administrativo precisa acontecer de forma
cordial sem obviamente deixar qualquer dúvida na relação hierárquica. Nesse contexto, as
metas organizacionais precisam ser definidas no topo da hierarquia organizacional,
passando pelos departamentos e entre as pessoas (individualmente), havendo ainda
comunicação adequada e acompanhamento e revisão dos planos de ação, de acordo com o
resultado das avaliações que se apresentem.
Importante entender que existem objetivos estratégicos, táticos e operacionais. O
primeiro se relaciona aos objetivos organizacionais, existindo em longo prazo; o segundo,
47
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
estão vinculados aos departamentos da organização; e o último está voltado para as
atividades e tarefas que precisam ser realizadas pelos funcionários.
A APO preconiza também que exista acompanhamento constante nos planos de ação
em execução nas empresas, por entender que eles são de fundamental importância, uma vez
que tal observação serve de parâmetro para possíveis ajustes. Essa revisão é essencial para
adequação dos objetivos e está diretamente relacionado à importância da avaliação no
desempenho dos funcionários.
Os gerentes organizacionais possuem papel de destaque na APO, pois serão eles os
responsáveis por alinhar juntamente com os funcionários os objetivos, conscientizando-os
sobre a importância de alcançá-los e ainda por avaliar se tudo está evoluindo corretamente.
Entenda querido aluno, que para isso acontecer a contento é necessário que haja interligação
entre os diversos departamentos da organização, onde todos devem trabalhar de forma
participativa. Cada um com o seu objetivo específico, mas com o foco no alcance de uma
meta geral.
O que a APO deseja com essa definição clara de objetivos é que se minimize disfunções
e distorções nos processos de produção. A eficácia e basicamente fruto do pragmatismo
aplicado por essa teoria.
Curiosidade
Você sabia que Peter Drucker é considerado o pai da administração moderna? Essa
referência se deve ao fato dele ter escrito mais de 30 livros na área, implantando fortes
conceitos acerca da descentralização, globalização, APO, dentre outros.
48
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
3.2 CONTEÚDO 2. ESCOLA E TEORIA COMPORTAMENTAL
• Escola comportamental
Caro estudante, a partir daqui o conteúdo começa a ficar um pouco mais mesclado.
Observe ao longo do módulo como uma escola da administração passa a influenciar a
criação de outra e, não apenas ir de encontro às escolas existentes. Trata-se de um processo
de amadurecimento do pensamento administrativo, com base em estudos de escolas
anteriores que passaram a ser usadas como parâmetros para novos pensadores
desenvolverem seus conceitos acerca da administração.
A escola comportamentalista foi criada a partir das ideias vistas na Teoria das Relações
Humanas. Ela surge apresentando críticas a Teoria Clássica e a Teoria Burocrática (que será
abordada posteriormente), por conta de sua postura muito engessada e rígida, com foco
principalmente no mecanicismo, ignorando o ser humano no ambiente de trabalho.
O principal foco da escola comportamental é a valorização do indivíduo dentro das
organizações. Apesar de estar, de certa forma relacionada à Teoria das Relações Humanas, a
Escola Comportamentalista entende que muitos estudos desenvolvidos em Hawthorne
careciam de maior investigação, estando basicamente embasados em suposições.
A Abordagem comportamental também é conhecida como Novas Relações Humanas.
Ela atuou na busca de soluções para problemas amplamente vistos no ambiente
organizacional, de forma que tal resolução acontecesse de forma humanizada, justa,
harmoniosa e democrática. O principal expoente acadêmico dessa nova corrente da
Administração é Kurt Lewin (1890-1947), alemão e psicólogo. O foco de seu trabalho foi
voltado para o estudo da psicologia organizacional. Seu principal trabalho foi o livro Teoria
da Dinâmica da Personalidade, onde abordava as relações de grupos. Lewin tinha especial
atenção pela dinâmica dos grupos nas organizações, analisando aspectos como motivação,
processo decisório, liderança, solidariedade, dentre outros. O comportamento das pessoas
nas organizações era entendido nessa teoria como de fundamental importância.
A corrente comportamentalista tem o conceito de homem administrativo. Que se
caracteriza por ser tomador de decisões e que busca incessantemente por soluções para
resolver problemas identificados na empresa.
Querido aluno, entenda como comportamento toda a conduta e procedimento que
uma pessoa ou grupo tem em relação ao meio em que está inserido. Trata-se do modo de
agir do ser humano em relação ao estímulo ou aos valores que carrega.
Devido à importância que Lewin dava aos grupos a relação interpessoal foi muito
estudada, visando dar a partir dessa característica o pensamento de solidariedade e empatia a
49
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
seus participantes. Tal situação é vista como fundamental na manutenção de um ambiente
harmonioso. Essa ideia existente no pensamento comportamental acontece porque seus
estudiosos entenderam que em condições de solidariedade e empatia os grupos tendem a ter
maior interação e relacionamento de amizade.
Os comportamentalistas acham que são condições necessárias para haver esse tipo de
ambiente nas organizações: interação, pois todos os membros do grupo precisam se
relacionar bem; proximidade no ambiente de trabalho; interesses iguais, que fomentaria a
coesão; quantidade de pessoas envolvidas no processo de interação; e fluidez na
comunicação, indispensável para conscientizar as pessoas e evitar tensões.
Não esqueça de que a ênfase nesse processo é dada para as pessoas. Isso inclusive é algo
que os comportamentos corroboram em relação à Teoria Humanística.
Para Silva (2001, p. 219), “um dos principais estudiosos da abordagem
Comportamentalista é Hebert Simon, que acredita que o comportamento está associado a
aspectos sociológicos e a aspectos psicológicos”.
A abordagem comportamentalista, ao ser desenvolvida, buscava ter um conceito
fundamentado em fases de análise e experimentos, por acreditarem que nessa condição não
haveria ingenuidade nas suas afirmações. Ressaltando que a visão ingênua do ser humano,
foi uma das críticas à Teoria das Relações Humanas.
Com o pensamento de Lewin, voltado para uma abordagem comportamental nas
organizações, surge posteriormente a Teoria Comportamental da Administração, que
também enfatiza as pessoas. Seus principais estudiosos foram Herbert Simon (1916-2001),
Douglas McGregor (1906-1964), Hensis Likert (1903-1981), dentre outros.
Importante reiterar que a Teoria Comportamental apesar de concordar com muitas
abordagens vistas na Teoria Humanística, tem também muitas divergências e críticas acerca
dela.
Outra questão que precisa estar clara é a oposição que a Teoria Comportamental tem
sobre a Teoria Clássica. Elas divergem muito, pois uma tem visão mecanicista e a outra foca
nas pessoas. Essa regra também se aplica ao pensamento burocrático, vista pelos
comportamentais como igualmente limitado e engessado.
O principal trabalho desenvolvido pela Teoria Comportamental é O Comportamento
Administrativo, publicado no ano de 1947, por Simon. O livro apresenta toda a divergência e
discordância apresentada por Simon acerca da Teoria Clássica e também traz uma análise
acerca da Teoria Humanística, onde ele faz alterações, ajustes e correções, de acordo com sua
visão organizacional.
A teoria comportamental analisa também aspectos ligados à motivação humana, no
qual se destacam os trabalhos de Abraham Maslow e Frederick Herzberg.
50
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Para os comportamentais entender as razões da motivação humana é de suma
importância para se saber a forma de agir das pessoas nas organizações. Segundo Kwasnicka
(1995, p. 56) “a motivação se refere aos desejos, aspirações e necessidades que influenciam a
escolha de alternativas, determinando o comportamento do indivíduo”.
Na abordagem comportamental existem várias teorias sobre a motivação, apresentadas
a seguir:
Segundo Maslow (2000, p. 10) “no que diz respeito a meu esforço, ele sempre foi ético,
uma tentativa de aliar-me à ciência com metas humanísticas, com esforços para melhorar as
pessoas individualmente e a sociedade como um todo”.
Maslow tinha o pensamento de que a motivação para ser alcançada precisava antes
atender a algumas necessidades humanas, que estavam divididas em cinco níveis, sendo
esses níveis separados como necessidades primárias e secundárias.
Maslow dividiu esses anseios humanos em cinco níveis, que podem estabelecer de
forma clara quais são as prioridades das pessoas. Esses cinco níveis de necessidades
ainda são separados como primários e secundários, de acordo com a dificuldade
necessária para sua realização. No caso das necessidades primárias encontram-se
presentes os desejos físicos e de segurança; enquanto que dentre as secundárias
51
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
apresentam-se as questões sociais, de estima e auto realização. (CASTRO e
CASTRO, 2016, p. 4).
Auto
realização
Necessidades
Estima Secundárias
Sociais
Segurança Necessidades
Primárias
Fisiológicas
52
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
As necessidades de estima compreendem a auto avaliação, como as pessoas se
enxergam perante a sociedade e internamente. Refere-se à autoconfiança, orgulho próprio,
status social, confiança etc.
As necessidades de auto realização compreende o alcance do potencial humano,
relacionado ao desenvolvimento progressivo. Compreende a parte mais alta da pirâmide,
onde as pessoas alcançam toda a sua capacidade intelectual e profissional.
Caro estudante, uma observação importante no pensamento de Maslow é que ele
entende que a motivação somente existe quando a pessoa alcança o nível mais alto da
pirâmide. Outra observação apresentada por ele é a que o indivíduo não pode pular etapas
no processo de motivação. Ou seja, ele não pode deixar de subir cada nível da pirâmide.
Cada etapa deve ser atendida.
.
53
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Figura 13 - Frederick Herzberg
Fonte: Disponível em :
<http://www.historiadaadmi
nistracao.com.br/jl/images/s
tories/Imagens/Frederick%20
Herzberg%202.jpg>.
54
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Para Silva (2001, p. 234) “Herzberg descobre que a insatisfação não é simplesmente o
oposto da satisfação ou motivação. Para ele um indivíduo pode sentir nenhuma insatisfação
e ainda assim não estar satisfeito”.
Importante perceber que os fatores higiênicos são relacionados às condições ofertadas
pela empresa e não questões relacionadas ao trabalhador, internamente.
Os fatores motivacionais estão relacionados ao sentimento que as pessoas têm acerca
do seu trabalho. Como está associado ao sentimento das pessoas em relação ao conteúdo do
cargo, são considerados como intrínsecos. Os fatores motivacionais se relacionam com os
valores individuais, envolvendo sentimento, auto realização, reconhecimento, o trabalho em
si etc.
Percebe-se que os fatores motivacionais estão ligados a satisfação. Ou seja, quanto eles
existem o funcionário fica satisfeito, quando não existem fica não satisfeito.
55
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A necessidade de estabelecer uma nova estruturação para os cargos visava promover
desafios profissionais aos funcionários. Esses desafios aos serem superados deveriam estar
associados ao crescimento e reconhecimento por parte da organização.
Uma crítica sofrida na pesquisa de ambos é que se afirma que eles simplificaram muito
o processo motivacional, provocando assim muitas críticas no meio científico,
principalmente na área da psicologia.
CURIOSIDADE!
Existem entre Maslow e Herzberg semelhanças que vão além de suas teorias. Ambos
nasceram nos Estados Unidos e são formados em Psicologia, desenvolveram trabalhos
acerca do comportamento humano, relacionado principalmente ao campo motivação.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Douglas McGregor e as Teorias X e Y
57
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Possui ainda forte ênfase no controle das pessoas, associando a isso a coerção e
punição, uma vez que entende que somente dessa forma é que a preguiça do homem será
controlada.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Sistema 1 – autoritário coercitivo: baseado na desconfiança, com fortes padrões
autocráticos e de controle de todos os processos. Aplicação de políticas
coercitivas perante os funcionários. As decisões estão sempre centralizadas no
topo hierárquico. Existência de poucas recompensas, comunicação restrita,
proibição na formação de grupos informais, isolamento das pessoas e baixo
nível de relacionamento interpessoal;
• Sistema 3 – consultivo: nesse sistema existe maior confiança, mas ainda com
limitações. As decisões são tomadas mediante consulta e entre os diversos
níveis organizacionais, por conta disso existe um melhor índice de
comunicação. Existem ainda algumas recompensas, promoções por méritos. A
aplicação de punições ainda está presente nesse modelo.
59
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
indivíduo. Sua teoria também é chamada de teoria da realização, ou teoria das necessidades
adquiridas.
Segundo seu pensamento existem necessidades que são aprendidas e outras que são
socialmente adquiridas na medida em que acontece interação com o ambiente ao qual se está
inserido.
A teoria de McClelland procura entender como funciona a motivação das pessoas no
ambiente de trabalho, por meio da satisfação de suas necessidades. Diante disso, ele dividiu
as necessidades das pessoas em três etapas:
60
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
organizacionais voltados para o crescimento individual, por ser bem relacionada e também
para autoridade de exercer seu poder perante as outras.
61
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Segundo Williams (2017, p. 32) “a burocracia é o exercício de controle com base em
conhecimento, perícia ou experiência”.
Importante registrar que o princípio básico da burocracia e a racionalidade de todos os
processos, visando alcançar eficiência, ordenamento e hierarquia, por meio de aplicação de
regras sistematizadas. Essas etapas, se você analisar bem, querido aluno, são vitais para o
sucesso de uma empresa, quando aplicadas corretamente. Para isso era preciso haver
profissionalismo nos processos burocráticos, que deveriam ser desenvolvidos por pessoas
com especialização adequada. Segundo Chiavenato (2000, p. 304) “a burocracia é uma forma
de organização humana baseada na racionalidade, na adequação dos meios aos objetivos
pretendidos, para obtenção de máxima eficiência”.
As bases para aplicação da burocracia eram: divisão do trabalho, hierarquia,
racionalidade, uso de regras e aplicação de procedimentos, registros formais e
impessoalidade. Uma das ideias de Weber era o Sistema de Controle Social, nesta ele
diferencia o conceito de autoridade com outras formas de influenciar o indivíduo, sendo
elas: poder e persuasão.
Para Weber a autoridade é todo o poder que é dado ao indivíduo, sendo ele
institucionalizado, como por exemplo, o poder de um gerente sobre seus subordinados em
virtude do cargo que ocupa. Já o poder seria o controle da situação, pela capacidade de impor
sua vontade, seja por meio de ameaça, coação ou manipulação. E por fim, a persuasão,
caracterizada pela capacidade que um indivíduo tem de influenciar na decisão de outro, por
meio do uso da razão e argumentação coerente.
Modelo Burocrático
Hierarquia
Racionalidade
Divisão do trabalho
Impessoalidade
Meritocracia
Rigidez
Fonte: Adaptado de Weber (2017)
A escola weberiana entendia que o ideal era que toda autoridade devia se basear no
princípio de aceitação das ordens de forma voluntária, com base na cadeia hierárquica, pois
sua autoridade está vinculada ao cargo. Ela ainda acredita que tanto o gerente como seus
subordinados devem entender o seu papel na organização, devendo o primeiro mandar e o
último obedecer.
62
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Outra ideia da teoria burocrática é a que a autoridade verdadeira está dividida em três
categorias:
• Autoridade tradicional: Baseada no direito hereditário, cultural, divino e de
forma conservadora;
• Autoridade carismática: que vai de encontro à tradição e está relacionada ao
perfil de quem está liderando. Segundo esse princípio, quem está subordinado
segue seu líder não apenas pelo cargo, mas também pela admiração que
desperta nos demais funcionários.
• Autoridade legal ou burocrática: Quando a gerencia exerce poder sobre os
funcionários pelo cargo e esse poder é aceito, porque eles entendem que o
cargo ocupado confere direitos sobre os demais. São baseadas em normas e na
meritocracia.
63
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Racionalidade: estabelecimento de regras e procedimentos para tudo, visando evitar
impessoalidades. O foco é na razão, com objetividade. Nesse sentido não aceita decisões por
emoções ou opiniões sem fundamentação normativa.
Previsibilidade: O uso de controle pela burocracia assegura que não haverá surpresa
para a organização. Havendo rigorosidade nos processos a organização ficará estável.
Democracia: parte do princípio de que todos podem ocupar cargos na organização,
desde que tenha capacidade (mérito) para isso. Fundamenta-se na ideia de que qualquer
funcionário deve ter a oportunidade de concorrer a uma promoção.
A burocracia é vista por Weber como o uso de mecanismos na busca pela eficiência no
mais alto nível. Ele entendia que a resultado no uso correto da burocracia era a
previsibilidade para todos os processos funcionais no ambiente organizacional. Sendo assim,
ele não considera qualquer aspecto com características informais nas empresas uma vez que
tal situação tornaria impossível para os administradores prever/identificar/acompanhar
eventos das mais diversas naturezas administrativas.
Segundo Williams (2017, p. 32) no contexto histórico, “a burocracia de Weber
representa grande melhoria nas organizações, pois utilizou justiça suplantando favoritismo e
também o objetivo da eficiência substituiu o do ganho pessoal”.
Importante salientar que mesmo nos dias atuais a burocracia ainda é de fundamental
importância para sociedade. O problema é que o conceito de burocracia foi desvirtuando,
passando a ser empregado de forma excessiva e acarretando sérios problemas conceituais.
Para esse uso inadequado da burocracia se dá o nome de disfunções.
A disfunção na burocracia nada mais é do que o uso inadequado de regras e
procedimentos, seja pelo seu excesso, pelo erro na aplicação, ou por qualquer utilização que
torne um processo ineficiente e cansativo. Por sinal, uma das críticas junto ao modelo
burocrático é a obrigatoriedade de se registrar tudo, mesmo as coisas mais simples, o que
provoca o excesso de papeladas.
Outro problema percebido na burocracia de Weber é a rigidez em seus regulamentos,
que devem ser seguidos sem questionamentos. Isso provoca grande resistência às mudanças,
uma vez que tudo está previamente definido por normas e regulamentos, para se fazer algo
diferente é necessário antes alterar os procedimentos. Isso gera perda de tempo e
inflexibilidade organizacional
Percebe-se também que no modelo burocrático de Weber o excesso de rigidez e
impessoalidade, seus trabalhos não analisavam aspectos individuais, apesar de reconhecer a
existência deles. As pessoas, por sinal, no modelo burocrático tendem a ser parcialmente
utilizadas, uma vez que sob a ótica weberiana existe confiança limitada nos indivíduos.
Outra crítica a ser observada é que pela aplicação excessiva de regulamentos e normas, as
64
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
pessoas tendem a ficar desmotivadas e com o seu comportamento na empresa mais retraído
e limitado, fazendo exclusivamente o que está normatizado.
O modelo burocrático ocasiona outro problema muito grave, ele restringe a
criatividade de seus funcionários, uma vez que existe grande resistência ao novo em suas
premissas. No atual cenário organizacional, o uso de tamanha rigidez pode ser um problema
uma vez que estamos vivendo num mundo de grande concorrência e fortes mudanças.
Processos como o da inovação requerer flexibilidade e rapidez para acontecerem
adequadamente.
Você, querido estudante, que está se preparando para gerir as organizações precisa
sempre estar atento para a aplicação adequada de processos burocráticos.
• Teoria Estruturalista
65
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Figura 18 - Emitai Etzioni
Para a escola estruturalista a organização devia ser vista como um sistema aberto em
que pessoas e o ambiente são interdependentes. Segundo esse pensamento, qualquer situação
que acontecesse num setor da empresa refletia para toda organização, devendo ser cuidada
adequadamente. O pensamento estruturalista acredita que tanto fatores internos como
externos são ligados ao comportamento organizacional.
Nesse sentido, existem três tipos de organizações que se baseiam em sua estrutura de
consentimento perante os funcionários:
66
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Caro estudante, é importante entender que as tipologias de Etzioni (apud Chiavenato,
2000) indicam onde está apresentado o poder das organizações perante seus colaboradores.
Quando se aborda as organizações coercitivas, o poder está na coerção, medo e ameaças. No
caso das remunerativas, o poder se apresenta no interesse que as pessoas têm nos recursos
econômicos, que as mantêm sob controle organizacional. E por fim, no que concernem as
organizações normativas, o poder delas se apresentam sobre os valores morais, éticos e
sociais que cada indivíduo carrega. Nesse caso, a organização tende a oferecer políticas e
valores que estão de acordo com o pensamento de seus participantes.
Para exemplificar melhor essa última situação, imagine que um indivíduo goste muito
de animais; existindo uma ONG que defende a proteção a cães, ela exercerá influência sobre
esse indivíduo, uma vez que haverá ligação entre os valores pessoais e os organizacionais. O
que está descrito acima é classificado por Etzioni como meios de controle.
67
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
O estruturalismo ainda entende que deve ser aplicado incentivos de forma
diversificada e não apenas por fatores econômicos. A diversificação dos incentivos é um
fator motivacional importante para as pessoas no ambiente de trabalho.
Outro ponto importante é que o estruturalismo enxerga o indivíduo como Homem
organizacional.
68
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
3.4 CONTEÚDO 4. ESCOLA, TEORIA E PENSAMENTO SISTÊMICO
• Teoria de Sistemas
A Teoria de Sistemas teve como principal expoente Ludwig von Bertalanffy (1901 –
1972), biólogo austríaco. Seu trabalho foi concebido para analisar aspectos, principalmente
biológicos, que poderiam ser aplicados universalmente nas demais ciências. Os estudos de
Ludwig serviram de inspiração para outros pesquisadores desenvolverem seus conceitos nos
respectivos campos de atuação.
69
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A teoria de sistemas tem duas ideias básicas: que a realidade é feita de sistemas, que
são feitos de elementos interdependentes e que para compreender a realidade é
necessário é necessário não apenas analisar os elementos isolados, mas também a
sua inter-relação. (MAXIMIANO, 2004, p.63)
70
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
processo serve para identificar se um sistema está funcionando em conformidade com o que
foi projetado. Importante salientar que todo sistema deve atender a um propósito, ou seja,
deve ter uma finalidade específica para existir.
Segundo Chiavenato (2000, p. 505) “a retroação é uma ação pela qual o efeito (saída)
reflui sobre a causa (entrada), seja incentivando-a ou inibindo-a. Assim, podemos identificar
dois tipos de retroação”.
Quando se vende um automóvel, por exemplo, se verifica se a avaliação de qualidade
dele foi boa, ou se o valor pago por ele está dando o retorno esperado. Esse tipo de feedback
serve para ajustes em todo processo de gestão da fábrica.
O pensamento sistêmico é integrativo, inter-relacionando e possui vários elementos na
busca por um resultado. Para Santos (2013, p.78) “um sistema é um conjunto de partes
interdependentes que funcionam como um todo para algum propósito”.
Na figura acima se pode identificar como funciona um sistema. Ele inicia na fase de
entrada (input), segue para segunda fase onde acontece o processamento, responsável pela
transformação dos elementos da entrada. Na terceira fase está a saída (output), onde aparece
o produto final, que é o resultado da transformação que aconteceu com os elementos da
entrada. A fase quatro é o processo de retroalimentação (feedback), onde são passadas as
informações acerca dos procedimentos realidade nos ciclos apresentados acima. Essa fase
final é de fundamental importância, pois fornece subsídios para que se possa analisar se o
resultado obtido está de acordo com o que foi planejado. Nesse caso, havendo qualquer
inconformidade, o processo poderá ser ajustado.
Perceba então, querido aluno, que um sistema é constituído de entradas (inputs),
processamento, saídas (outputs) e retroalimentação (feedback).
Para você entender como funciona o enfoque sistêmico é necessário ter percepção
abrangente, que identifique a ligação entre as partes que compõem determinada situação.
Pense da seguinte forma: uma empresa é formada por pessoas, as pessoas fazem parte de
71
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
uma sociedade, a sociedade tem suas políticas, leis e valores morais. Logo, uma empresa
precisa atender a legislação vigente, valores morais e políticos. Havendo mudança em
qualquer uma das situações apresentadas, automaticamente deverá existir alteração no
comportamento organizacional, pois tais situações refletem diretamente no cotidiano da
empresa.
A teoria de sistemas ainda estabelece a composição de um sistema total, formado por
outros subsistemas, a saber:
• Competitivo: Visa à busca por recursos, que são escassos. Por conta disso as
organizações competem pela distribuição deles;
• Ambiental: Refere-se ao espaço econômico, social e político que a organização
faz parte;
• Interno: Refere-se à composição da própria organização e suas divisões
setoriais. Ex: Financeiro, Tecnologia da Informação, Marketing, Comercial,
Administrativo, Produção, Recursos Humanos.
• Cibernética
72
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Figura 21 - Wiener
73
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
É fundamental associar sistemas e cibernética a fluxo de informações, pois ambas
acreditam que o uso de informação, comunicação e controle de dados é indispensável nos
processos científicos e organizacionais.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Teoria Matemática da Administração
75
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
identificação e aplicação da técnica necessária para resolvê-lo, seja ela estatística, matemática
ou de probabilidade.
Após a análise dessas condições é que deve ser tomada uma decisão. O foco da Teoria
Matemática da Administração está na análise de todo o sistema que constitui um problema,
não atuando isoladamente no problema.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01
A globalização foi um processo fortemente impulsionado pelos avanços tecnológicos,
especialmente pelas tecnologias de comunicação. No atual cenário mundial, as empresas
passaram a atuar em escala global, sendo influenciadas e algumas vezes influenciando a
sociedade através de seus produtos e serviços. Isso trouxe uma série de exigências e
adequações necessárias ao ambiente organizacional, inclusive no que se refere à formação do
administrador que precisa atuar observando aspectos, políticos, econômicos, culturais,
sociais e tecnológicos.
76
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
a) Apenas a questão 2 está correta.
b) As questões 1 e 2 estão corretas.
c) Apenas a questão 1 está correta.
d) A questão 1 está correta. sendo que 2 a complementa.
e)
QUESTÃO 02
A Teoria burocrática se caracteriza por um forte controle dos processos, onde tudo deve ser
registrado e todas as atividades devem seguir métodos previamente estabelecidos para se
tornar mais produtiva e eficaz. Weber acreditava que seu conceito de organização ajudaria as
empresas a crescerem de forma segura por meio de controle processual e baseado na
meritocracia. A meritocracia por sinal garantiria que apenas pessoas capazes e qualificadas
ascenderiam aos melhores cargos da empresa. Entretanto, ao longo dos anos e com a
evolução da ciência da administração percebeu-se que a burocracia provocou grandes
dificuldades organizacionais pela sua rigidez e inflexibilidade nos processos. Essas
dificuldades enfrentadas no modelo burocrático são conhecidas como disfunções
Considerando esse contexto, avalie as seguintes asserções.
I. O uso inadequado de regras e procedimentos, seja pelo seu excesso, pelo erro na
aplicação, ou por qualquer utilização que torne um processo ineficiente e cansativo é
uma disfunção e compromete o sucesso organizacional.
II. O uso excessivo de controle dos gerentes sob os funcionários, acerca dos procedimentos
realizados nas fábricas, mesmo que tais exigências não tenham sido estabelecidas nos
procedimentos da organização.
III. A forte procedimentação das atividades nos processos fabris apesar de garantir clareza e
maior segurança, tornava as empresas mais engessadas e com grande dificuldade de se
adaptar às mudanças.
77
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
QUESTÃO 03
Estabeleça uma relação entre o pensamento sistêmico e a Cibernética.
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
QUESTÃO 04
As Teorias X e Y foram desenvolvidas por Douglas McGregor. Elas projetam alguns
pensamentos acerca da natureza humana.
III. A Teoria Y percebe o homem como alguém que busca o crescimento constantemente,
desde que seja supervisionado de perto.
IV. A Teoria Y vê o ser humano como alguém que busca constantemente o crescimento,
pois é de sua natureza trabalhar. Para o homem trabalhar significa desenvolver suas
habilidades e competências de forma que sempre evolua socialmente. Nesse contexto, a
motivação é algo inerente à condição humana.
a) I e II apenas.
78
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
b) I e III apenas.
c) I e IV apenas.
d) II e IV apenas.
e) III e IV apenas
QUESTÃO 05
Herzberg ao criar sua Teoria de Dois Fatores, estabeleceu a existência de fatores higiênicos e
fatores motivacionais, relacionados a motivação humana no trabalho.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II.
d) III e IV.
e) I, III e IV
ESTUDO DE CASO
79
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
programador. Por conta de seu cargo ele está altamente desinteressado com o serviço. Ele
acredita que somente estará motivado no ambiente de trabalho quando estiver fazendo
aquilo que gosta e quando sentir que existe enriquecimento nos desafios de seu cargo. Esses
são pensamentos amplamente vistos nas teorias motivacionais. Qual a solução para o
problema de Pedrinho? O que ele deve fazer? Será que ele precisa tomar alguma iniciativa
para mudar essa condição?
CINEMA E ADMINISTRAÇÃO
Filme: O jogo da Imitação
Ano: 2015. Duração: 1h e 55min – EUA/Reino Unido
Direção: Morten Tyldum
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode e outros.
Sinopse: Equipe de cientistas é formada durante a segunda guerra mundial para decifrar o
código da máquina enigma, de origem nazista, e que controla a comunicação entre
submarinos alemães e o alto comando alemão.
Entender a importância que a comunicação tem para o sucesso organizacional,
independente do campo de atuação. Perceber como a automação e processamento ágil de
dados fornece vantagem na montagem de informações.
Filme: O Terminal
Ano: 2004. Duração: 2h e 08min - EUA
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Tom Hanks, Catherine Zeta-Jones e outros.
Sinopse: O filme aborda a situação vivida pelo personagem Viktor Navorski (Tom
Hanks), que fica preso no aeroporto de Nova York – EUA, devido a uma crise política que
surge no seu país de origem.
Entender como existe no contexto do filme grande divergência de pensamento entre os
personagens. Uns são mais conservadores, inflexíveis e extremamente burocráticos, outros
são mais flexíveis e humanos. Perceber a existência de organizações formais e informais no
contexto do filme.
80
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
BLOCO
TEMÁTICO2
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO I
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO I
Caro estudante, você está avançando gradativamente em seus estudos. Continue assim,
firme na busca pelo seu aprendizado. Começa agora um novo conteúdo que aborda a teoria da
contingência.
A teoria contingencial surge a partir do pensamento de que não existe uma regra
previamente estabelecida para administrar e conduzir determinada situação. O pensamento
contingencial parte da premissa de que cada situação possui características específicas,
devendo ser tratada analisando suas variáveis. Diante disso, a contingência procura identificar
todas as evidências que se relacionam com uma determinada situação, adaptando-se a
realidade para poder enfrentá-la adequadamente.
Sua origem se deve ao estudo de outros pensamentos acerca da administração, a partir
da análise de outras teorias, que ao serem aplicadas a problemas apresentados no ambiente
organizacional se mostraram contingentes. Ou seja, cada uma delas tinha aplicabilidade,
dependendo das variáveis ambientais existentes.
82
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
3. O ambiente é independente e as organizações são interdependentes deles.
Entenda como ambiente, tudo que envolve externamente a organização. Sendo ele de
natureza complexa, multidisciplinar e altamente variável.
Tal multidisciplinaridade é atribuída ainda ao homem, que é visto na Teoria
Contingencial como Homem Complexo. Ou seja, cheio de complexos sistemas de valores,
crenças, necessidades e características. Ele se mantém equilibrado em mutáveis consequentes
das forças externas do ambiente.
Também conhecida como teoria situacional, a abordagem contingencial fomenta o
pensamento que as organizações devem ser instituições preparadas para se adaptarem às
mudanças constantes apresentadas no ambiente. Sendo assim, o foco das organizações deve
estar ligado aos elementos do ambiente, pois tais elementos mudam em grande quantidade e
velocidade.
Nesse contexto, a contingência precisa ser entendida como um pensamento basicamente
formado por variáveis, que ao serem apresentadas no contexto organizacional definirão como
o administrador deverá tratar o caso.
83
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
regulação vigente (leis e normas), conjectura política, econômicos, ambientais e culturais.
Todas essas condições são fatores impactantes para análise administrativa.
Observe o seguinte exemplo, caro estudante: numa rodovia acontece um deslizamento
de terra, a prefeitura responsável pelo local contrata uma empresa para limpar a pista. A
empresa responsável pela limpeza não dispõe de trator. Sendo assim, seu administrador
precisa contratar mais trabalhadores para limpar o local no prazo combinado com a
prefeitura. Se essa mesma situação acontecesse e o administrador tivesse a sua disposição um
trator, menos pessoas seriam contratadas e o trabalho poderia ser realizado em menor tempo.
Observe como a mesma situação pode ser resolvida sob mais de um prisma. Observe também
como a disponibilidade de recursos para a situação foi determinante!
Percebam que as organizações são sistemas abertos, que interagem com elementos que o
circundam. Isso significa que não existe uma melhor maneira de se organizar um
planejamento, pois isso depende da tarefa a ser executada e das condições disponíveis no
momento.
A contingência formatou ainda o desenho organizacional, uma vez que as empresas, por
serem sistemas abertos, deveriam ser flexíveis para que sua composição pudesse atender as
mudanças ambientais.
De acordo com Williams (2017, p. 42) “para abordagem contingencial não existem
teorias universais de gestão, a ideia de gestão mais eficaz depende dos tipos de problemas ou
situação enfrentada pelos administradores”.
Abordagem Contingencial
Foco no ambiente e suas variáveis
Flexibilidade organizacional
Análise de recursos disponíveis
As decisões são contingenciais e dependem
dos elementos.
84
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
4.2 CONTEÚDO 2. COMPORTAMENTO, CULTURA E COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL
• Comportamento
No decorrer dos estudos apresentados nesse material didático, você querido aluno,
acompanhou o processo de evolução do pensamento administrativo, conheceu as diversas
abordagens e as escolas da administração. Observe que ao longo dos anos, se desenvolveram
formas distintas de pensar as organizações. Tal processo constitui, dentre outras coisas, uma
mudança de comportamento e na forma como as organizações entendiam as pessoas e os
processos.
O comportamento pode ser visto sob três óticas distintas, o individual, grupal ou
organizacional. As organizações para alcançar o sucesso precisam equilibrar esses três níveis
de comportamento, pois a harmonização deles poderá proporcionar um alto nível de
eficiência e sucesso para as empresas.
Entenda por comportamento, todas as reações que uma pessoa tem no ambiente que o
cerca. Ou ainda, a maneira que uma pessoa se comporta perante determinada situação.
O estudo do comportamento organizacional é importante uma vez que o mundo é
constituído de sistemas sociais, sejam eles no ambiente empresarial ou individual. Tanto
empresas como pessoas desempenham papéis necessários nesse contexto. Os sistemas sociais
são uma das características mais marcantes do desenvolvimento de uma organização e implica
nas relações existentes dentro dela.
No ambiente organizacional é de fundamental importância entender como as pessoas e
grupos estão se comportando, pois, tal característica tende a ser bastante imprevisível, uma
vez que cada indivíduo carrega seus próprios valores, crenças e convicções sociais.
Corroborando com essa afirmação Davis e Newstrom (1992, p. 5) cita que “o comportamento
organizacional é o estudo e a aplicação do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro
da organização”.
Já para Wagner III e Hollenbeck (2004, p. 6) “o comportamento organizacional é um
campo de estudo que tem como objetivo prever, explicar, compreender e modificar o
comportamento das pessoas dentro das empresas”.
Por se tratar de um campo de estudo altamente importante para as empresas o
comportamento organizacional tem características específicas em sua atuação. Ele estuda os
seguintes elementos: as pessoas, os grupos e a estrutura ao qual estão inseridos. A análise de
85
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
estrutura tem a intenção de verificar seu efeito sobre o comportamento das pessoas e dos
grupos.
Algumas áreas da ciência dão grande ênfase a questões que envolvem o comportamento
humano, como por exemplo, a psicologia e sociologia. Entretanto, sua relevância é tão
significativa que várias outras áreas, como a administração, têm se preocupado muito com
fatores relacionados ao comportamento.
Enquanto a psicologia, por exemplo, visa analisar os aspectos comportamentais em si, a
administração procura criar dentro das organizações um ambiente e condições de trabalho
adequadas para potencializar a sua capacidade de produção. Isso envolve aspectos como
liderança, motivação, comunicação, relações interpessoais etc.
Sendo assim, a administração procura atuar para, por meio das pessoas, melhorar a
qualidade e produtividade. Isso acontece melhorando as habilidades e competências dos seus
funcionários, criando um clima e cultura organizacional que permita as pessoas se sentirem
integradas e motivadas ao contexto da empresa. Segundo Spector (2010, p.370) “as pessoas
desempenham adequadamente seu trabalho apenas se estiverem motivados e com as
habilidades necessárias para tal”.
Ressaltando que as questões que envolvem o comportamento das pessoas não são de
natureza simples. Isso se deve a grande diversidade existente nas forças de trabalho dentro das
organizações.
O estudo do comportamento organizacional entende ainda que existem aspectos visíveis
e invisíveis nas empresas.
86
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
estabelecida, de forma clara, um diálogo e conscientização das pessoas que compõem a
organização, para que tal condição não prejudique as relações.
87
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
No ambiente organizacional é de conhecimento geral que as pessoas se reúnem em
grupos. Essa associação acontece pela busca da organização ou dos indivíduos por segurança,
uma vez que estando juntos passam a ter vários tipos de sentimentos, a saber:
• Força e poder, uma vez que unidas podem pleitear e alcançar maiores objetivos;
• Status, pois fazer parte de um grupo importante traz benefícios e relevância;
• Autoestima, uma vez que fazer parte de um grupo pode proporcionar o
sentimento de importância e valor próprio;
• De maior condição para cumprimento das metas, uma vez que reunido em
grupo a força coletiva dará suporte para terminar a tarefa.
No que se refere ao estudo dos grupos dentro das organizações, torna-se necessário
acrescentar que eles se dividem em:
88
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Os subgrupos de comando e tarefa são geridos pela organização, logo são grupos
formais. Os subgrupos de interesse e amizade são informais, uma vez que são formados pelo
interesse ou pela identificação pessoal que existe entre os indivíduos que o compõem.
Entenda como grupo a reunião de dois os mais indivíduos que são interdependentes e
que interagem para alcançar um objetivo. Eles se modificam por variáveis organizacionais e
ambientais, uma vez que estão suscetíveis às leis, normas, cultura, valores, liderança,
motivação etc.
• Cultura Organizacional
89
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A cultura é transmitida naturalmente pelos funcionários mais antigos para os mais
novos, sendo considerada como um processo incessante. Se você observar, quando se atua
dentro de uma organização se adquire vários vícios de linguagem inerentes ao negócio da
empresa. Ou mesmo, o indivíduo passa a agir de acordo com valores pregados por ela, isso
pode acontecer mesmo que de forma involuntária.
O processo de transferir a cultura organizacional para novos colaboradores é chamado
de socialização. E deve ser conduzido de forma que as pessoas que estão chegando à empresa
não tenham tanta dificuldade para absorver os seus valores. Para isso acontecer, é necessário
que exista todo um cuidado com a conscientização, explicando a razão pela qual a empresa
adota suas condutas e indicando como tais características podem ser importantes para o
indivíduo.
A cultura organizacional oferece para seus colaboradores um entendimento sobre como
acontece as coisas na empresa. Por meio dela é que se apresentam todas as convicções
organizacionais, pois seus pressupostos são aceitos por seus integrantes. Isso não significa,
necessariamente, que todos os seus membros gostem desses pressupostos, mas, em síntese,
que os conheça, respeite e atenda.
A cultura é o reflexo do pensamento que os indivíduos têm sobre como os processos
devem ser feitos na organização. Ela é formada por pressupostos criados no ambiente da
empresa para solucionar uma determinada situação. De acordo com Williams (2017, p. 63) “a
cultura define e ensina ativamente valores, crenças e atitudes organizacionais”.
O papel da cultura organizacional é salutar para o sucesso da empresa, pois dentre uma
gama de finalidades é responsável por definir limites, distinguido uma organização de outra.
A forma como uma empresa se apresenta perante a sociedade, seja por sua imagem moral,
pela sua relevância social, ou mesmo pela forma como seus colaboradores se vestem, são
características que as diferencia das demais.
Ela ainda é responsável por manter a coesão e estabilidade de seu sistema social, uma
vez que controla, orienta e auxilia os funcionários durante toda a sua jornada de trabalho.
Sendo assim, a cultura atua como instrumento norteador do padrão de comportamento de
seus integrantes. Isso inclusive reverbera para outros agentes participantes que interagem com
a empresa, como por exemplo, fornecedores, que passam a adotar algumas características da
cultura da empresa de forma que possa manter um relacionamento empresarial contínuo.
Tanto as situações externas como também internas podem alterar a cultura
organizacional. Nesse sentido, pode-se indicar que as tendências sociais, políticas e até
econômicas estão intrinsecamente relacionadas com a cultura de uma empresa, tendo poder
de alterá-la.
90
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Umas das primeiras figuras no contexto organizacional a definir a cultura de uma
empresa é o seu fundador. Isso se deve ao fato de que quando uma pessoa abre um novo
negócio, traz consigo seus valores e crenças e os transfere voluntariamente ou
involuntariamente para os membros da organização.
A cultura pode ser variável – podemos considerar que a organização tem uma
cultura, que muda com o tempo. De acordo com essa visão, considera-se que a
organização é um sistema, composto de subsistemas (um conjunto que tem partes
diferentes, porém que funcionam de forma integrada). (MOTTA E
VASCONCELOS, 2002, p. 300).
91
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Outra característica importante a ser observada na cultura organizacional é que ela pode
ser de caráter oficial ou informal. A cultura oficial é toda aquela criada e divulgada pelos
gestores da organização, envolve manuais, ofícios, memorandos, publicações, missão, visão,
organograma etc. A cultura informal refere-se ao que de fato está sendo praticado pelas
pessoas na organização, pois muitas vezes o que é pregado oficialmente pela empresa, não é
realizado pelos funcionários. Eles agem informalmente, independente às diretrizes formais.
Isso não significa, necessariamente que estão sendo desobedientes, pois muitas vezes não
houve o aprendizado necessário acerca dos processos e regras estabelecidas, ou muitas vezes a
empresa prega um determinado valor e não oferece condições para que o mesmo seja
realizado.
A cultura organizacional está manifestada em níveis que se relacionam e interagem
constantemente. Elas foram estabelecidas por Edgar Schein que as dividiu da seguinte forma:
• Artefatos: formado por aspectos visíveis, de fácil observação e que podem ser
sentidas;
• Valores assumidos: segundo nível da cultura organizacional, envolve estratégias,
objetivos e filosofias. Formado por normas e valores que são compartilhados,
estabelecendo dessa forma um posicionamento para a empresa;
• Pressupostos básicos: formado por todos os elementos que a organização tem
como verdadeiros, como crenças, sentimento e pensamentos.
92
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Ao abordar cultura organizacional é importante citar a existência do clima
organizacional. Esse é entendido como o sentimento psicológico que as pessoas têm acerca do
seu ambiente de trabalho, sendo diretamente relacionado à satisfação do funcionário.
Importante também entender que a cultura pode influenciar o clima organizacional tanto
positivamente como negativamente.
A organização pode medir o clima organizacional analisando aspectos como o nível de
relacionamento entre seus integrantes, o grau de responsabilidade com que as tarefas são
executadas, a identificação dos funcionários com a empresa (identidade), grau de atendimento
às normas institucionais e a forma como as recompensas são percebidas.
FIQUE ESPERTO!
A cultura organizacional exerce uma série de funções. Se você observar bem, querido
aluno, ela é a responsável por estabelecer, como informado anteriormente, o controle
social, pois seus grupos devem seguir todos os valores e normas por ela definida. Outro
ponto importante é que por meio dela se estabelece uma identidade dos seus funcionários
perante a sociedade.
• Comunicação Organizacional
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
4. Canal: meio pelo qual a mensagem é enviada;
5. Decodificação: tradução da mensagem enviada;
6. Feedback: parte final do processo de comunicação. Responsável por retornar a
mensagem ao sistema para verificar se foi realizada adequadamente.
1. Facilita o processo de motivação das pessoas, uma vez que através dela que a
organização informa aos seus funcionários tudo o que acontece no contexto da
empresa. Por se utilizar ferramenta de feedback a comunicação ainda ajuda no
desenvolvimento das pessoas, melhorando a qualidade nas relações;
2. Controle de comportamento, pois apresenta a estrutura hierárquica que deve
ser seguida pelas pessoas, apresenta ainda as políticas da empresa, como sua
missão, visão e valores e todos os procedimentos organizacionais existentes;
3. Para a expressão de sentimentos e emoções, servindo como mecanismo de
relacionamento social. Por meio da comunicação as relações são estabelecidas e
as trocas de sentimentos e emoções acontecem. Isso gera empatia e sentimento
de pertencimento grupal;
4. Para tomada de decisão, pois facilita ao gestor e as pessoas de uma forma geral,
agir de acordo com informações existentes. A tomada de decisão é um processo
que, preferencialmente, deve acontecer mediante prévia análise de informações e
nesse sentido, a comunicação é imprescindível.
94
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
o ruído e falta de transparência. Para que isso seja possível é preciso evitar que haja filtragem
na comunicação, ou seja, que ela não seja manipulada de forma que seu conteúdo seja
tendencioso.
Outro ponto importante é que a comunicação organizacional deve acontecer sem a
aplicação de sobrecarga de informações, pois pode ocasionar que nem todas as mensagens
sejam absorvidas pelas pessoas a qual se destina. Isso tem sido um problema muito frequente
nas empresas e que deve ser equacionado adequadamente pelo seu administrador. Vivemos
num mundo repleto de canais de comunicação, como por exemplo, whatsApp, e-mail, celular,
telefone, memorandos, ofícios, dentre outros, saber usá-los adequadamente é fundamental
para qualquer gestor.
DICA
Perceba que a ponderação vista no parágrafo acima se aplica inclusive no seu
cotidiano acadêmico e pessoal. Durante o curso você terá diversas formas de se comunicar
e interagir com a Instituição, devendo fazê-lo sabiamente para aproveitar todo o conteúdo
que lhe é ofertado.
Curiosidade:
Governança corporativa é um modelo de gestão baseado nos princípios da
transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
95
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A comunicação organizacional é analisada ainda de acordo com o seu direcionamento,
podendo ser: descendente, ascendente e lateral.
96
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Figura 24 - Charge representativa de ruído na comunicação
O ruído na comunicação pode acontecer por várias razões, como uso incorreto da
linguagem, complexidade das informações, desatenção, sobrecarga de informações, falta de
disposição para falar ou ouvir, dentre outros.
Caro estudante, você inicia aqui mais um estudo. Como sinalizado anteriormente é de
suma importância manter o foco. Acredite em você e em seu potencial. Aprenda o máximo
que puder sobre liderança, motivação e gestão de conflitos, pois essas características são de
grande importância para quem exerce funções de administração. Bom estudo!
• Liderança
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A liderança tem sido amplamente estudada e discutida no cenário acadêmico e
organizacional. Ela é considerada atualmente como o principal componente no sucesso das
empresas, pois através dela é que a organização estabelece todo o processo de direcionamento
e motivação de seus recursos humanos. Seu papel de vanguarda dentro das organizações
cresceu à medida que a visão das empresas evoluiu no que concerne ao pensamento
administrativo, dando maior enfoque para as pessoas dentro das empresas.
As organizações possuíam um entendimento de que o relacionamento entre empresa e
funcionários deveriam ser estabelecidos simplesmente sob o ponto de vista administrativo,
voltado para os processos. Hoje, com o desenvolvimento da ciência da administração, o
entendimento é que as organizações precisam trabalhar com foco na gestão de pessoas e nesse
prisma a liderança surge com um papel de destaque.
Por ser uma das principais atividades da administração, a liderança deve ser
amplamente desenvolvida no perfil de quem exerce funções de comando dentro das
organizações. Toda essa importância se deve ao fato das pessoas serem consideradas o
principal capital organizacional e portanto fortes agentes multiplicadores de recursos para as
empresas.
Corroborando com essa afirmação Davis e Newstrom (1992, p. 151) cita: “a liderança
constitui um aspecto importante da administração. É importante planejar e organizar, mas
também é necessário influenciar os outros entusiasticamente”.
Entenda por liderança como toda a capacidade que um indivíduo tem de influenciar um
grupo, na busca por um determinado objetivo. Ela atua motivando, inspirando e conduzindo
pessoas a se superar, atuando de forma concomitante com os interesses organizacionais.
Constitui-se como um fator necessário em todos os níveis da organização, uma vez que
sua aplicação provoca grande influência nas relações interpessoais, reduzindo barreiras entre
todos os funcionários de uma organização. Nesta relação tão complexa, a figura do líder surge
como principal elo de sucesso.
Para Wagner III e Hollenbeck (2004, p. 244) “o líder oferece um ponto focal
logicamente convincente e gratificante para as pessoas que estão realizando as causas
organizacionais”.
São características do líder o bom relacionamento interpessoal, senso de justiça,
capacidade de integrar pessoas, carisma, competência reconhecida, boa comunicação,
capacidade de criar no indivíduo motivação etc. Outro ponto importante no perfil de um líder
é que ele precisa ter uma boa inteligência emocional, pois viverá em constante relação com
pessoas dos mais variados valores e situações de vida. Por conta disso, a inteligência
emocional o ajudará a entender melhor as pessoas, tendo uma visão mais empática delas e,
dessa forma, podendo ajudá-las em seu desenvolvimento dentro do ambiente empresarial.
98
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Muitas pessoas confundem a liderança com o cargo ocupado dentro da estrutura
organizacional. Isso é um erro muito comum! É de fundamental importância diferenciar líder
e chefe, pois apesar de haver em certos momentos uma ligação direta e complementar,
existem grandes diferenças entre eles.
Diante da explicação dada acima, é importante contextualizar que uma pessoa pode
ocupar o mesmo cargo que outra e ainda assim exercer liderança sobre seu colega. Isso
acontece por características individuais que diferenciará o líder das demais pessoas. Logo, o
que se observa é que nem todo líder é chefe e nem todo chefe é líder.
O ideal é que todo o indivíduo que ocupa um cargo na estrutura hierárquica desenvolva
habilidades que o condicionem a liderança, pois dessa forma seu poder de influência sobre a
equipe não estará restrito aos atributos de seu cargo, mas a valores e sentimentos
coletivamente corroborados pelos seus liderados.
Atualmente, as organizações estão deixando de dar ênfase (para os ocupantes dos cargos
de gestão) nas habilidades técnicas, apesar de ainda serem importantes; passando a enfatizar
mais as habilidades humanas, ou seja, habilidades interpessoais e de liderança.
99
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Fique ligado!
Poder é a capacidade que uma pessoa tem de exercer influência sobre a outra, por
influência econômica, cargo, personalidade ou compleição física.
• Teoria Situacional
Trata-se de uma teoria que está focalizada nos liderados. Segundo seu pensamento a
escolha da liderança a ser aplicada depende do nível em que a equipe se apresenta para a
tarefa, analisando aspectos como motivação e recursos disponíveis. Isso significa que sua
abordagem oscila, ou seja, dependendo das circunstâncias em que se apresenta das pessoas.
Por focar nos liderados, ele identifica que a liderança precisa ser exercida de acordo com
a maturidade existente no grupo. Logo, equipes mais qualificadas, desenvolvidas, motivadas e
100
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
responsáveis, necessitarão teoricamente de menor “controle”, enquanto que equipes em
situação oposta precisarão de maior acompanhamento, por exemplo.
A teoria situacional de liderança prega que não existe uma única forma de liderar uma
equipe para todas as situações que se apresentem, devendo se basear no contexto do
momento. Seu entendimento é que o líder deve atuar de forma distinta, analisando variáveis
tanto internas como também externas para definir seu comportamento. Nesse sentido, sua
forma de liderança pode inclusive variar para uma mesma pessoa, dependendo do contexto
enfrentado por ela. Tal característica exige do líder uma grande capacidade de adaptação do
seu comportamento a condição enfrentada.
Segundo essa teoria, a liderança é exercida pelo líder sob três estilos básicos: autocrático,
democrático e liberal.
101
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
clima organizacional e também promove um maior comprometimento coletivo
com as tarefas;
c) Liberal: se baseia numa condição de total autonomia dos liderados na execução
das tarefas. Nesse sentido, o líder transfere todas as decisões para sua equipe,
sem realizar acompanhamento dos mesmos. Ela também é conhecida como
liderança laissez faire que numa tradução livre significa deixe fazer.
Estudos desenvolvidos apontam que tanto a liderança autocrática como a liberal podem
provocar desgastes com os liderados. Enquanto que na primeira, apesar de haver se registrado
altos índices de produtividade para as tarefas também se percebeu a existência de desgaste nas
relações, o que aumentou índices de rotatividade. Já na segunda, percebe-se baixa na
produtividade e na qualidade no que se refere à realização das tarefas. Além disso, as pessoas
que estão sob uma liderança liberal tendem a apresentar um sentimento de abandono, se veem
desamparadas e sem orientação por parte do líder que sempre está ausente.
Diante das constatações apresentadas acima, o estilo de liderança mais fomentado
atualmente nas organizações é o democrático, por se entender que desenvolve qualidades
fundamentais para o contexto empresarial, como por exemplo, a inovação, criatividade,
eficiência, produtividade e bom clima organizacional.
A liderança democrática tem se mostrado muito eficiente no desenvolvimento de
equipes motivadas e participativas, oferecendo para as organizações grande capacidade de
inovação e consequentemente crescimento. As equipes que atuam sob esse estilo de liderança
tendem a desenvolver um forte sentimento de pertencimento, se identificando e lutando
muito pelos valores organizacionais.
O líder democrático precisa ser uma pessoa que saiba dialogar com sua equipe de forma
cristalina, para que dessa forma possa extrair todas as boas ideias e também absorver as
críticas que por ventura lhe seja apresentada. Sabendo fazer isso, ele terá condições de,
dialogando com a alta administração organizacional, absorver e dá aplicabilidade as ideias que
surgiram e concomitantemente ajustar as faltas apresentadas pela equipe ao fazer as críticas.
102
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
O líder carismático faz uso das emoções de seus liderados, promovendo forte influência
em sua equipe, por características como a admiração e respeito. A liderança carismática é
muito utilizada em ambientes de incertezas, onde a confiança na figura do líder precisa
sobressair às condições vivenciadas pelo grupo no contexto organizacional.
Líderes carismáticos são alegres, divertidos e comunicativos. Eles sabem usar tais
características para agregar valor à equipe, dando a ela direcionamento na busca de metas e
sentimento de integração e compromisso mútuo. Por gostarem do líder carismático, as
pessoas na organização se doam acima da média por ele, atendendo dessa forma a todas as
tarefas demandadas de forma mais tranquila.
Na liderança carismática uma observação importante é o sentimento de compromisso
desenvolvido pela equipe perante o líder. Por admirar a figura do líder, as pessoas
pertencentes ao grupo tendem a se doar mais e a fazer mais por se sentir “devedoras” de um
retorno afetivo que lhes sempre é dado pela figura do líder. Esse compromisso é apresentado
como um sentimento de retribuição da equipe pelo bom tratamento que sempre recebem da
sua liderança.
Como afirmado anteriormente a liderança é uma característica indispensável para as
organizações por uma série de questões. Ela assume focos distintos nas empresas, mas
independentemente de seu uso precisa sempre ser entendida como de caráter estratégico.
Um princípio fundamental na liderança é a confiança. Sem haver relação de confiança, a
figura do líder fica completamente descaracterizada. A confiança é basicamente a certeza que
na relação líder / liderado não vai existir atitudes ou decisões injustas ou incoerentes entre as
partes.
103
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Querido estudante, você acabou de estudar alguns conceitos e vertentes da liderança.
Agora você começará a estudar sobre motivação. Perceba ao longo do texto que liderança e
motivação caminham lado a lado, pois uma influencia a outra.
• Motivação.
A motivação humana nas organizações teve sua importância destacada por conta do
advento da teoria das relações humanas. Especificamente nesse tópico, será desenvolvido para
você querido aluno, a conceituação, importância e contribuição que a motivação pode
oferecer para o bom desempenho das organizações.
O estudo da motivação tem como finalidade explicar como as pessoas se comportam
nas empresas, de forma que ao se identificar essas características se possa atuar na busca da
satisfação delas.
Para Williams (2017, p. 273) “motivação é o conjunto de forças que inicia, direciona e
faz com que as pessoas persistam em seus esforços para alcançar um objetivo”.
Segundo Chiavenato (2000, p. 131) “a motivação é a tensão persistente que leva o
indivíduo a alguma forma de comportamento visando a satisfação de uma ou mais
necessidade”.
Já para Davis e Newstrom (1992, p. 47) “a motivação é uma força que as pessoas têm
para vencer desafios e obstáculos para alcançar um objetivo. Uma pessoa motivada busca
alcançar o sucesso”.
104
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Entender como funciona a concepção sobre a motivação humana é importante para
todas as organizações. Percebe-se que ela está diretamente vinculada às atividades do líder,
apresentadas no tópico anterior. Motivar se constitui numa tarefa muito complexa, pois
envolve valores específicos de cada indivíduo, sendo fortemente influenciada por aspectos
como ambiente de trabalho, por exemplo. Se você, querido aluno, observar, todos os livros
que abordam o tema da motivação, perceberá que eles sempre associam liderança à discussão,
sejam diretamente ou colocando em capítulos complementares. Logo, entender o processo de
motivação é uma condição da liderança. O bom líder é acima de tudo uma pessoa motivadora,
que tenta despertar nas pessoas o seu melhor, conduzindo-a assim para a motivação.
É consenso entre os pesquisadores do comportamento organizacional, que uma pessoa
não pode motivar a outra, pois a motivação é intrínseca, ou seja, ela acontece internamente no
indivíduo. Diante disso, surge a seguinte dúvida: se uma pessoa não motiva a outra, o que o
líder deve fazer para manter a intensidade e comprometimento de sua equipe?
Respondendo a esse questionamento, é salutar querido aluno, que o líder perceba que
cabe a ele criar condições que promovam o despertar motivacional do seu colaborador. Isso
significa que ele deve fomentar um bom clima organizacional e criar mecanismos que evitem
o sentimento de frustração e aversão ao trabalho. A motivação por estar diretamente ligada a
satisfação das necessidades, estabelece imediatamente uma relação de cuidado que o líder
precisa ter com o atendimento a esses anseios por parte de sua equipe. Entenda como
necessidade, todos os desejos, sejam eles físicos ou psicológicos, que um funcionário tem e que
precisam ser atendidos no ambiente organizacional para se promover a motivação.
Nesse prisma, se analisarmos empresas como a Google, por exemplo, perceberemos
como é dada ênfase ao clima organizacional. Apesar de haver forte competitividade na
empresa, ela procura harmonizar fisicamente seu ambiente, concede ainda jornadas de
trabalhos mais flexíveis e autogerenciadas, além de incentivar enormemente e criatividade e
interação entre seus membros. Pense nisso!
Lembrando que um ponto importante no processo de motivação é o enriquecimento do
cargo, pois o colaborador precisa se sentir valorizado e desafiado, uma vez que esses aspectos
são vitais para promoção da motivação. Este é outro fator visto na Google.
Obviamente que as pessoas possuem necessidades físicas e psicológicas em seu cotidiano
de vida, e no que se relaciona às organizações para auxiliar no processo de promoção da
motivação, um ponto necessário é que exista a aplicação de políticas salariais justas, que
garantam aos seus funcionários condições humanas de sobrevivência. Somente nessas
condições é que a motivação poderá posteriormente ser alcançada.
Motivar se tornou importante, porque o funcionário motivado produz mais e
consequentemente gera mais dinheiro para as organizações.
105
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Existem algumas teorias sobre motivação que discutem a forma ideal de se promover tal
condição nas empresas. Dentre elas podemos citar a Teoria da Equidade, que se baseia em
premissas de que a igualdade no tratamento e em políticas e benefícios justos, que sejam
fatores de promoção da motivação. Isso se deve ao fato de que pessoas em condição de
desigualdade desenvolvem insatisfação e frustração com a organização. Para haver equidade
na relação de trabalho é necessário haver justiça distributiva (relacionada à aplicação justa de
recompensas) e justiça processual (relacionada à igualdade utilizada nos processos para a
tomada de decisão). A equidade nada mais é, no contexto motivacional, que a aplicação de
uma conduta, por parte da empresa, de valores e tratamento iguais perante seus funcionários,
independentemente da posição hierárquica ou social que essa pessoa ocupa visando dessa
forma promover o fator motivação.
Outro conceito motivacional muito abordado é a Teoria da Expectativa. Ela parte de
uma ideia central em que para o indivíduo estar motivado é necessário que esteja com três
pontos básicos em nível elevado, sendo eles:
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Conflitos
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
• Negativa: provoca tensão nas relações, perda de tempo, desmotivação, incerteza
e falta de foco, como consequência ocasiona a baixa produtividade.
A vertente positiva acontece quando existe uma discussão saudável e que promove
integração das pessoas na busca por uma solução que seja boa na esfera organizacional,
enquanto que a negativa acontece quando existe choque de opiniões tão forte que cria tensão
nas relações que dificultam os processos e o bom relacionamento entre as partes.
Algumas situações são facilmente identificadas como geradoras de conflitos e podem
provocar forte desmotivação nas organizações. A tabela abaixo indica algumas condições que
tendem a estimular o aparecimento de conflitos.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Os conflitos de relacionamento normalmente são tidos como disfuncionais. Já os
conflitos de tarefa e processo normalmente são tidos como funcionais.
Nas relações de conflito é indispensável que haja clareza nos diálogos entres as partes
em choque e para que isso aconteça adequadamente o processo de comunicação deve estar
alicerçado na transparência e respeito. A maioria das grandes empresas atualmente tem
investido muito em transparência visando oferecer, dentre outras coisas, clareza em seus
processos para seus funcionários, que ao estarem cientes de toda conduta organizacional
tendem, em teoria, a desenvolver menores níveis de conflitos.
Quando identificados, os conflitos necessitam ser tratados com urgência e cuidado, e
diante disso é fundamental que exista o processo de negociação. A negociação pode ser
definida como o processo pelo qual se busca um acordo entre as partes em conflitos para se
chegar a um resultado de interesse comum.
Segundo Fiorelli et al. (2008, p. 6) “A gestão do conflito consiste em identificá-lo,
compreendê-lo, interpretá-lo e utilizá-lo para benefício de cada indivíduo, dos grupos sociais,
das organizações e, enfim, da sociedade”.
Existem correntes de pensamento que entendem que a negociação de conflitos deve,
dentre outras coisas ser precedida por uma relação de confiança. Podendo ser utilizada para
solucionar problemas futuros que porventura se apresentem no contexto organizacional. Isso
significa que se deve agir de forma confiável constantemente, de forma que, ao surgir o
conflito, as partes por terem um relacionamento saudável, possam resolvê-los de maneira
mais rápida e tranquila.
109
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
• Ganha-ganha: negociação em que todas as partes saem satisfeitas da negociação,
pois tiveram a maioria ou totalidade de seus anseios atendidos. Ela acontece
inclusive quando nem todos os desejos das partes envolvidas são atendidos, mas
o acordo no geral foi agradável;
• Ganha-perde: Visa resolver problemas imediatos, tendo a negociação de caráter
competitivo entre as partes. O foco central é a solução de um problema imediato,
não resolvendo o conflito na totalidade já que uma das partes precisou ceder pela
relação de poder assimétrica (uma das partes impôs as condições por ter maior
poder de barganha). Ela cria problemas de relacionamento para negociações
futuras, pois uma das partes ficou frustrada e insatisfeita;
• Perde-perde: Também se caracteriza pela competitividade de ambas as partes.
Nela não se encontra uma solução para o problema e ambas as partes saem
prejudicadas, pois não houve um acordo. Cria-se um impasse para solução do
problema.
Quando a negociação falha e ambas as partes não chegam a um entendimento comum
os prejuízos organizacionais são enormes e são distribuídos para seus participantes de forma
direta ou indireta. Diante disso, é importante para você aluno entender que ao adentrar no
mercado de trabalho, é sempre necessário ter bom senso para negociar de forma hábil e justa,
evitando interrupções nos processos organizacionais.
Segundo Pessoa (2009, p. 3) “A capacidade de negociar é uma prerrogativa exclusiva dos
seres humanos e é o que, de fato, significa uma prova inequívoca de maturidade dos
indivíduos”.
Figura 28 - Charge alusiva ao processo de negociação
Se você observar bem, todos já passaram por situações em que a falta de uma negociação
justa e de empatia entre as partes provocaram grandes prejuízos. Quem ainda não sofreu com
as famosas greves bancárias, que prejudicam sobremaneira a população? Outro exemplo são
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
as greves no serviço de transporte público, que praticamente deixa as cidades paradas. Reflita
sobre isso!
Tais situações de conflito apresentadas acima são tão complexas que normalmente
exigem a participação de terceiros nas negociações. Isso significa que o processo não fica
restrito a duas categorias, a exemplo de patrões e empregados. Quando ocorre a atuação de
terceiros, normalmente ele se apresenta com as seguintes nomenclaturas: conciliador,
mediador ou árbitro.
No processo de negociação é necessário haver a barganha, que nada mais é que oferecer
algo em troca de outra coisa. Toda negociação para acontecer precisa ser previamente
planejada. Depois as regras devem ser definidas entre as partes que precisam apresentar suas
justificativas para cada pleito. A partir daí entra o processo de barganha, onde as partes cedem
e ao mesmo tempo ganham algo. Havendo alcançado um acordo, a parte final é justamente a
homologação e implementação do que foi decidido, extinguindo assim o conflito.
O processo de negociação e solução de conflitos requer habilidades e competências de
um administrador, que precisa atuar com cuidado e sensibilidade na condução das conversas.
Habilidades e competências
necessárias ao processo de
negociação
Assertividade
Bom senso
Empatia
Respeito mútuo
Inteligência emocional
Visão holística
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Resiliência
Boa comunicação
Ser bom ouvinte
Postura ética
Fonte: Elaboração própria (2017)
Diante do que foi apresentado, é importante entender que negociar é uma tarefa que
todas as pessoas desenvolverão durante a sua vida, seja ela pessoal ou profissional. O
importante nesse processo é sempre se pautar por princípios de honestidade e ética.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
4.4 CONTEÚDO 4. RELAÇÕES INTERPESSOAIS
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
entendimento das atitudes negativas a fim de eliminá-las e aumentar a eficiência no
contato com os colegas de trabalho (ALENCASTRO, 2016, p. 103).
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Figura 29 - Charge alusiva ao relacionamento interpessoal colaborativo
Segundo Williams (2017, p. 35) “as pessoas são importantes nas organizações e seus
esforços, como motivação e desempenho, são afetados pela forma como são tratadas em seu
relacionamento com patrões, colegas e grupos de trabalho”.
Dentro das organizações pode haver bons ambientes para se trabalhar ou não, isso
dependerá não apenas da organização, mas também da forma como as pessoas se relacionarão
dentro dela. Em locais em que existam muitos conflitos será complicado atingir metas
organizacionais, pois é sabido que os problemas de relacionamento afetam diretamente a
produtividade. Segundo Alencastro (2016, p.102) “as empresas são feitas de grupos sociais e
laços de amizade, simpatia e antipatia. Isso pode reforçar a coesão do grupo ou destruir sua
eficácia”.
O bom relacionamento interpessoal perpassa por uma série de características
importantes, como por exemplo, a empatia. Ser sensível à condição do outro é muito
importante, pois facilita o surgimento de um relacionamento franco e de compromisso mútuo
dentro das organizações. A empatia é a capacidade que uma pessoa tem de se colocar no lugar
de outra, percebendo seus anseios e dificuldades.
Além dessa característica, percebe-se que são condições necessárias para existência de
um relacionamento interpessoal saudável nas empresas, práticas como a boa comunicação,
gestão de conflitos, motivação e liderança. A liderança por sinal tem papel preponderante nas
relações de trabalho, sendo associado ao perfil dos líderes muitas expectativas acerca de
habilidades e competências para o desenvolvimento das relações interpessoais. O líder precisa
atuar de forma que sua equipe de trabalho sempre esteja numa condição de respeito,
confiança, satisfação e envolvimento sinérgico. Em tais condições seu desempenho e
produtividade estarão em níveis elevados de rendimento. Isso perpassa por um bom
relacionamento entre ele e sua equipe, e entre os membros da própria equipe.
115
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Nesse sentido, é necessário desenvolver aptidões que facilitem o relacionamento
interpessoal de forma que todos os envolvidos na organização consigam gozar do bom
ambiente de trabalho. As pessoas precisam saber conversar, ouvindo e falando no momento
certo e de forma educada e gentil.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01
ENADE 2015
O processo de comunicação envolve elementos essenciais, como emissor, receptor,
mensagem, canal é código. Em relação as barreiras que dificultam a comunicação, avalie as
afirmações a seguir:
I. As barreiras à comunicação são variáveis que interferem na interpretação ou
transmissão adequada das ideias entre indivíduos ou grupos.
II. O emprego de palavras ambíguas e a distância entre o emissor e receptor configuram-se
como barreiras externas à comunicação.
III. O uso de línguas diferentes pelo emissor e pelo receptor e a iluminação do espaço onde
eles se comunicam são barreiras internas à comunicação.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
QUESTÃO 02
ENADE 2009.
Um dos principais desafios do líder é conseguir a dedicação e o empenho de seus liderados na
realização das atividades e tarefas que lhes competem, visando a alcançar os objetivos
organizacionais. A liderança efetiva pressupõe, portanto, o conhecimento das principais
teorias motivacionais que podem orientar as ações do líder com o objetivo de canalizar os
esforços dos liderados.
É CORRETO afirmar, tendo em conta os conceitos básicos das teorias da motivação, que:
117
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
a) a expectativa dos indivíduos sobre a sua habilidade em desempenhar uma tarefa com
sucesso é uma importante fonte de motivação no trabalho.
b) objetivos genéricos e abrangentes, que dão margem para diferentes interpretações e ações,
são uma importante fonte de motivação no trabalho.
c) os indivíduos tendem a se esforçar e a melhorar seu desempenho, quando acreditam que
esse desempenho diferenciado resultará em recompensas para o grupo.
d) todas as modalidades de recompensas e punições são legítimas, quando seu intuito é
estimular os esforços individuais em prol dos objetivos organizacionais.
e) todos os indivíduos possuem elevadas necessidades de poder, e a busca por atender a
essas necessidades direciona os seus esforços individuais.
QUESTÃO 03
ENADE 2009
Leia o trecho:
Dois membros do comitê de gestão dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro,
discordam quanto ao local onde devem ser realizadas as provas de remo. Pode-se afirmar que
o conflito entre esses dois membros será prejudicial para o desempenho do comitê.
PORQUE
O conflito não é possível de ser administrado, uma vez que resulta da incompatibilidade
interpessoal ou de relacionamento entre dois ou mais membros de um grupo. A respeito
dessas duas afirmações, é CORRETO afirmar que:
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
QUESTÃO 04
Padrão Enade.
A liderança tem se constituído como instrumento de fundamental importância no contexto
organizacional. Por meio dela as empresas têm procurado se aproximar cada vez mais dos
seus colaboradores, estabelecendo relações mais harmoniosas, fazendo com que eles absorvam
os valores organizacionais e dessa forma atuando de acordo com a sua missão e visão. Diante
desse contexto é correto afirmar que:
1. Liderança é um aspecto que deve ser visto como estratégico dentro das organizações,
pois tem a capacidade de potencializar os lucros de uma empresa, por meio da adesão
das equipes aos seus objetivos.
2. A liderança tem caráter estratégico e se justifica pela importância que as pessoas têm no
ambiente da organização. Sem o apoio das pessoas as empresas não teriam como
desenvolver o seu potencial em escala elevada.
3. A liderança deve ser encarada dentro das organizações como um processo estratégico
apenas em empresas grandes, pois micro e pequenas empresas conseguem facilmente a
adesão dos seus funcionários pela proximidade existente entre eles.
QUESTÃO 05
Padrão Enade
Segundo Alencastro (2016, p.102) “as empresas são feitas de grupos sociais e laços de amizade,
simpatia e antipatia. Isso pode reforçar a coesão do grupo ou destruir sua eficácia”.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
2. O bom relacionamento interpessoal perpassa por uma série de características importantes,
como por exemplo, a empatia.
3. Ser franco e verdadeiro nas relações interpessoais é fundamental para criação de
confiança.
4. A empatia é a capacidade que uma pessoa tem de se colocar no lugar de outra, percebendo
seus anseios e dificuldades.
5. As empresas cada dia mais procuram manter climas organizacionais com padrão elevado,
fomentado interações entre equipes.
ESTUDO DE CASO
Uma grande empresa deseja instalar sua fábrica de pneus na cidade de “Administração Ville”.
Entretanto, enfrenta grande resistência do conselho de moradores que foi formado para
pressionar a prefeitura a não aceitar a instalação da fábrica devido à capacidade que esse tipo
de negócio tem de poluir o meio ambiente. Na frente da prefeitura está acontecendo um
panelaço e a situação é de muita pressão. Sendo você o gestor dessa empresa, qual a melhor
forma de abordar a situação? Como a comunicação organizacional pode intervir para tentar
uma aproximação e esclarecimento dos objetos da empresa na cidade?
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
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INFORMAÇÕES EM REDE
Faça uma leitura rápida em http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/o-que-e-
governanca-corporativa/34368/.>
DICA DE LEITURA!
Veja os links abaixo:
<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/os-impactos-dos-conflitos-
organizacionais-e-sua-perspectiva/73904/ >
<http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/conflitos-transformando-em-oportunidades/ >
Querido estudante, inicia aqui o quarto é último tema desse módulo. Parabéns pela sua
evolução. Aproveite esse novo conteúdo, pois o presente e o futuro da administração
perpassam pelo empreendedorismo e inovação.
Para abordar o processo empreendedor é necessário, antes de tudo, entender como as
empresas se apresentam perante a sociedade. Saber como elas se classificam, quais os seus
tipos, setor de atividade, constituição de capital, porte e finalidade; são características que
servirão ao empreendedor no momento em que ele for desenvolver o seu plano de negócio.
Sendo assim, o presente conteúdo inicia apresentando para você estudante, as composições de
empresas existentes no país.
121
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
• Primário – relacionado à aquisição de matéria-prima, cultivados na natureza e
bens ainda brutos que são extraídos;
• Secundário – trabalha na transformação de matéria-prima em produtos ou
serviços a ser comercializado;
• Terciário – refere-se à comercialização de bens e prestação de serviços
4. De acordo com a sua finalidade (com fins lucrativos e sem fins lucrativos)
• Com fins lucrativos – são as que atuam com a finalidade de obtenção de lucros;
• Sem fins lucrativos – são as organizações que prestam algum serviço para à
sociedade e não visam à obtenção de lucro.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Importante observar que independente de como sejam classificadam as organizações,
elas, de uma forma geral, são vistas como organismos, que influenciam e são influenciados
pelo ambiente onde estão inseridas.
Quando uma empresa é concebida o empreendedor precisa antes entender que existem
alguns modelos de gestão que são utilizados no contexto organizacional, alguns sendo mais
tradicionais e outros mais modernos.
Ainda para o autor, no que se refere aos níveis hierárquicos de uma organização, as
empresas tradicionais se dividem em:
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Segundo Sertek et. al. (2012, p. 83) “os níveis hierárquicos referem-se às pessoas e às
atividades realizadas sob o paradigma de autoridade dentro das organizações”.
Apesar de esses níveis serem importantes e ainda existentes nas organizações, o que se
tem percebido é que elas estão procurando cada dia mais interagir com as pessoas para
facilitar o dia a dia de seus processos. A busca por um modelo de gestão mais participativo
apresenta grandes vantagens organizacionais, como por exemplo, mais “segurança para os
processos internos, que são discutidos envolvendo todos os participantes da organização. Essa
ideia de gestão deve ser explorada por empreendedores, que precisarão da ajuda de sua equipe
na implementação de novos negócios.
As figuras abaixo são representativas para ilustrar a evolução no processo da
administração. Ela apresenta um modelo mais tradicional (piramidal) onde existe uma linha
de comando mais rígida, com as ordens partindo de cima para baixo sem haver muito diálogo
com as partes localizadas na sua base. Apresenta também o modelo mais moderno
(neoclássico), que identifica a necessidade de diálogo constante nas esferas organizacionais,
onde por meio da interação os processos se tornam mais seguros e eficientes.
124
LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Empreender: é a capacidade que um indivíduo tem de identificar a possibilidade
de um negócio e, associado a isso, ter condições de reunir recursos, sejam eles,
financeiros, materiais e humanos para sua criação.
Numa visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que
inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele
que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação. Ser empreendedor significa,
acima de tudo, ser um realizador que produz novas ideias através da congruência
entre criatividade e imaginação. (SEBRAE, 2017).
125
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
às mudanças. Saber adaptar-se é uma das perspectivas vislumbradas hoje no cenário da
administração moderna.
Figura 31 - Representativa da globalização
Já imaginou, querido aluno, que uma mesma empresa que atua em mais de um país
pode ser obrigada a utilizar métodos de trabalhos e processos administrativos diferentes? Isso
é algo bem palpável para os dias atuais. Uma empresa brasileira segue as regras do nosso país
quando está atuando no Brasil, mas se tiver uma filial em outro país precisará se adequar à
realidade de lá. Logo, a mesma empresa poderá ter processos distintos para a mesma situação.
Então? Como fazer para resolver essa situaçãozinha? A palavra do momento em
administração é a flexibilidade. Isso perpassa por aspectos como dinamismo, modernização de
processos, avanços nos investimentos em tecnologias de informação, formação de grupos
autogerenciados, desburocratização e boa comunicação interna e externa, e acima de tudo isso
inovação.
Para Kwasnicka (1995, p. 95) “somente sobrevivem às organizações com capacidade de
interagir efetivamente suas operações com seus ambientes. À medida que as mudanças do
ambiente organizacional aumentam, a adaptação torna-se mais complexa e mais difícil de se
obter, e as empresas que não conseguem esse ajustamento estão determinadas a morrer”.
Todo esse cenário em que as organizações precisam atuar demonstra a grande
complexidade existente no mercado de trabalho. O mundo atual é basicamente um
aglomerado de processos altamente mutáveis, demandando habilidade de gestão e adaptação.
E você querido aluno, o que acha disso? Você já parou para pensar que sua forma de
vida está diretamente ligada ao que acontece do outro lado do mundo? Já imaginou como
outras economias influenciam em seu estilo de vida? É bom pensar nisso, pois é a mais pura e
cristalina realidade. Reflita nisso!
Você sabia que existem indicativos que futuramente não teremos a mesma quantidade
de empregos formais existentes hoje? Pare para pensar... Você está testemunhando
diariamente o aumento nos processos de automação e robotização. Cada dia que passa as
empresas tem menos funcionários e mais máquinas trabalhando. O que você precisa fazer?
Ficou complicado? Pensou numa solução para seu futuro profissional?
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
A resposta é basicamente inovar e empreender. É percebido que cada dia mais pessoas
estão buscando montar seu próprio negócio, pois a oferta de vagas de emprego está
diminuindo gradativamente. Para trilhar esse caminho é necessário que o indivíduo
desenvolva características como a autoconfiança, comprometimento, perfil arrojado,
otimismo, persistência e inovação.
Segundo dados do Relatório Especial do SEBRAE, de agosto de 2017, o Brasil teve em
2016 a segunda maior Taxa Total de Empreendedores de sua série histórica, com 36% da
população adulta envolvida com a atividade empreendedora.
Obviamente que ao enfrentar uma crise econômica o país pode ter variações nesses
números, mas os dados já comprovam uma tendência nacional.
DICA:
Reflita que você pode construir o seu futuro hoje. Isso implica em se capacitar para
enfrentar o mercado, pois isso lhe ajudará a inovar e empreender, dando ainda habilidades
e competências que lhe ajudarão a manter o seu negócio futuro.
O empreendedorismo é uma tendência tão forte que não está restrita às pessoas. É
percebido que as mudanças vistas no mundo globalizado também têm exigido o perfil
empreendedor por parte das organizações. Devido a isso, o processo de inovação tem sido
muito fomentado nas organizações. Essa tendência será discutida no conteúdo a seguir.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
sociedade do conhecimento irá se tornar muito mais competitiva do que qualquer outra vista
anteriormente”.
A empresa empreendedora é caracteriza pela sua capacidade de adaptabilidade,
inclinação para desenvolvimento de projetos e perfil altamente inovador. Possui ainda perfil
arrojado, persistente, exigente e criativo. Ela é fruto, como relatado, das novas tendências do
mercado globalizado.
Segundo Araujo (2004, p. 216) “o ser empreendedor é marcado pelo espírito de
inovação, está na busca constante de algo essencialmente novo; não se satisfazendo em manter
seu negócio, que inovar sempre”.
Importante diferenciar uma ideia de uma oportunidade. Nesse sentido, as empresas
precisam atuar de forma que as novas ideias tenham viabilidade para se tornarem novos
negócios, uma vez que é por meio de negócios que se promove o crescimento. Gastar tempo
com ideias que não terão condições de serem desenvolvidas representa para as empresas perda
de dinheiro. Por conta disso, setores responsáveis por inovação e empreendedorismo
empresarial tem procurado sempre entender como um determinado produto pode ser
desenvolvido e inserido no mercado realizando assim a chamada Gestão da Inovação.
De acordo com o pensamento de Williams (2017, p. 143) “a gestão da inovação consiste
na gestão dos fluxos de ideias, seu incentivo, ausência de impedimentos e condições de
implementação pela organização”.
Organizações empreendedoras buscam criar vantagens competitivas perante a sua
concorrência, de forma que seus produtos estejam em melhores condições econômicas,
financeiros e de apelo social perante as pessoas. Isso requer criatividade e inovação.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Tecnologia: Ela oferece viabilidade para às ideias, tornando o processo de inovação
mais rápido e eficiente. Não adianta ter uma ideia que esteja fora do contexto tecnológico
disponível da organização, pois isso impedirá seu desenvolvimento;
Mercado: A ideia de um novo negócio precisa ser absorvida para justificar todo o
investimento e tempo utilizado.
O título desse conteúdo pode até causar certa apreensão para quem deseja ter um novo
negócio, mas a ideia central não reside no risco, mas em como enfrentá-lo sabiamente.
Conceber um novo negócio, obviamente, traz consigo riscos uma vez que se estará explorando
algo novo.
Nos negócios, assim como na vida, correr riscos pode ser a oportunidade de
crescimento que se espera. Entretanto, tal condição não pode ser simplificada e tornada tão
imediatista, uma vez que se o risco for mal calculado provoca grandes prejuízos. Muitas vezes
o próprio medo de correr risco, leva o indivíduo ou empresa a enfrentar um risco real durante
a sua existência.
O que diferencia o empreendedor das demais pessoas é que ele tem a coragem de
enfrentar os seus medos e buscar o sucesso no novo. Tal pensamento está corretíssimo, desde
que seja embasado em informações que o auxilie a enfrentar e minimizar os riscos. Sendo
assim, sabendo que não há como evitar os riscos, as empresas devem ser hábeis para
identificá-los e assim tentar minimizar as chances deles acontecerem no novo negócio a ser
desenvolvido. Isso perpassa por uma análise de todos os processos que serão realizados para o
surgimento do produto e de todos os riscos que cada um deles porventura possa apresentar.
Administrar riscos é uma arte que requer cuidados, sendo necessário analisar aspectos
ambientais, tecnológicos, financeiros e humanos do negócio. Ele se constitui de importante
ferramenta para as incertezas existentes num mercado tão influenciado pelas mudanças no
ambiente empresarial.
Corroborando com esse pensamento, Dornelas (2015, p. 56) afirma que “é importante
fazer criteriosa análise das reais possibilidades de retorno do empreendimento para
compensar o esforço empreendido no negócio”.
A administração de riscos deve ser pautada sempre com base em informações que
estejam mais seguras possíveis e para isso é necessário que o empreendedor procure se manter
informado de tudo que possa vir a ter influência em seu negócio. De posse de informações
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
confiáveis devem-se traçar metas que tentem afastar problemas e riscos. Isso indica que o risco
precisa não apenas ser previsto, mas também e principalmente administrado.
Segundo Drucker (1992, p. 21) “todo o administrador tem como função minimizar
riscos e maximizar oportunidades”.
A identificação dos riscos deve ter o olhar voltado para todos os lados do negócio,
envolvendo clientes, fornecedores, colaboradores, concorrentes, política econômica, possíveis
mudanças na legislação vigentes, dentre outros tantos aspectos que impactam no
funcionamento de uma empresa. Diante disso, torna-se essencial que o empreendedor faça
algumas observações:
Observe querido aluno, que tudo em administração requer planejamento. Isso é ainda
mais latente para quem deseja empreender, pois o empreendedorismo não deixa de ser uma
atividade de risco, que precisa ser bem analisada e controlada. Pense nisso.
1. Ameaça da concorrência:
2. Produtos substitutos;
3. Poder de negociação dos compradores;
4. Poder de negociação dos fornecedores;
5. Rivalidade entre os concorrentes.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
A diferenciação de um produto pode acontecer de diversas formas, como por exemplo,
aumentando o nível de qualidade e inovação, reduzindo o preço, dando rapidez na entrega,
tipo de garantia etc. A vantagem competitiva está associada ao planejamento estratégico, pois
nele se estabeleceu todo o direcionamento do negócio.
Quem empreende precisa ter um olhar muito apurado para eficiência, pois a
produtividade é uma aliada que somente pode ser alcançada com processo bem definidos e
alinhados. Outro ponto a ser observado nesse contexto é que ao empreender é necessário o
estabelecimento de parceria com fornecedores, de forma que ambas as partes se ajudem. O
fornecedor é um parceiro estratégico de qualquer negócio.
A criatividade é um ponto muito observado em quem empreende, muitas vezes essa
característica se apresenta involuntariamente para o empreendedor e deve ser aproveitada.
Entretanto, ela deve ser seguida de uma análise criteriosa acerca do que foi pensado. Ser
criativo sem ser criterioso é muito perigoso, pois se pode alocar recursos em algo que apesar
de ser legal, poderá não dar o retorno esperado.
Empreender é uma tendência. Empreender com sucesso é uma habilidade. O
empreendimento de sucesso está diretamente relacionado à forma como o indivíduo se
prepara para fazê-lo. Pense nisso!
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
A estratégia de um empreendimento é de fundamental importância para o sucesso, uma
vez que através dela será traçado todo o horizonte do negócio. Para estabelecer uma estratégia
é necessário definir qual será a missão, visão e valores organizacionais.
Para Araujo (2004, p. 244) “as estratégias são regras para o desenvolvimento da relação
com o ambiente externo: quais produtos e tecnologia a empresa irá desenvolver, para quem
será vendido e como se obterá vantagem competitiva”.
O empreendedor precisa, ao defini-la entender bem qual a finalidade que ele quer dar
para o seu negócio; identificar quais são as suas metas de curto, médio e longo prazo. O
desenvolvimento de uma estratégia requer ainda que seja feita uma análise SWOT do negócio,
onde serão levantados todos os pontos fortes e fracos, riscos e oportunidades existentes para
sua concepção.
Curiosidade
SWOT é uma sigla em inglês, utilizada na administração, para analisar os pontos
fortes e fracos, riscos e oportunidades de um negócio, por exemplo.
S (strengths) – forças
W (weakness) - fraquezas
O (opportunities) – oportunidades
T (threats) – ameaças
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
• Plano de negócio (business plan): Trata-se de uma ferramenta, apresentada em
forma de documento, onde deve se apresentar todas as etapas e fatores que
influenciam direta ou indiretamente no negócio pretendido. Deve ser
desenvolvida de forma escrita, seguindo coerência de ideias, tendo ainda um
caráter progressivo e sistêmico. Ele serve para nortear as pessoas/empresas sobre
como iniciar a atividade, mapear o ambiente no qual estará inserido, abrangendo
influências como a concorrência existente, disponibilidade/fluxo de
fornecedores e clientes, investimento e capital de giro necessário, tempo de
retorno previsto para o negócio, dentre outros aspectos.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
pequenos investimentos financeiros nos startups, tornando-se sócios. As
aceleradoras são basicamente constituídas de empreendedoras experientes que
atuam auxiliando outros empreendedores.
• Empresa Junior: Trata-se de uma empresa constituída por alunos de cursos
superiores, onde se pretende desenvolver atividades práticas que tenham a
finalidade de prepará-los para o mercado de trabalho. Faz uso constante de
professores do curso de administração, que orientam os alunos nos serviços
desenvolvidos. Normalmente, atuam prestando consultoria para outras
empresas, que pagam pelo serviço. Todo o pagamento recebido pelas empresas
juniores é destinado à sua manutenção, não podendo haver retorno financeiro
para o aluno. Os empresários juniores devem buscar no mercado opções para
prestação de seus serviços, negociando e estabelecendo contatos com o mercado.
As empresas juniores têm por característica desenvolver o perfil empreendedor
dos alunos que a integram.
Como observado, existem várias formas de se empreender no Brasil, mas todas elas para
serem eficientes precisam ser alicerçadas numa preparação de seus idealizadores. Um
empreendedor não nasce feito, ele precisa se capacitar para atuar adequadamente. Ressaltando
que abrir um novo negócio requer ainda maior esforço, pois exige muita dedicação e cuidado
com o negócio para evitar que ele quebre.
As informações abaixo são do Relatório de Sobrevivência das Empresas no Brasil
(SEBRAE) e aborda a taxa sucesso da atividade empreendedora.
Outra dica importante para quem deseja empreender é utilizar os cursos e capacitações
oferecidas pelo SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Trata-
se de uma instituição altamente prestigiada e respeitada no cenário nacional. Desempenha
papel fundamental no apoio a processos relacionados à inovação, empreendedorismo e
sobrevivência das empresas.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
Ter um investidor pode ser outro ponto a ser analisado. Às vezes uma boa ideia precisa
apenas do recurso necessário para torná-la viável. Obviamente que em épocas de crise
econômica o capital disponível para investimentos por agências bancárias ou financiadoras
fica menor ou em condições não tão atrativas, mas sempre é bom buscar acesso a recursos que
possa potencializar as ideias de novos negócios. Ao fazer essa busca, o empreendedor precisa
avaliar qual o capital que precisa para investir e a partir daí buscar um parceiro, sempre
analisando qual a taxa de juros que está sendo cobrada e qual o tempo exigido para quitação
do débito. Se essas condições estiverem de acordo com a capacidade de adimplência da
empresa, o acordo com o investidor será bem-vindo.
A arte de empreender não pode se apoiar apenas no desejo e disposição para criar novos
negócios, ela precisa ser desenvolvida com critérios, onde o empreendedor desenvolva
pesquisa, busque informações, estabeleça seus parâmetros e metas. Tomar tais cuidados pode
ser o diferencial do fracasso para o sucesso dessa jornada. O empreendedorismo não deixa de
ser uma atividade de risco, mas que proporcionalmente pode gerar grande crescimento para
quem tem coragem de desenvolvê-lo. É importante estudar e se capacitar para realizar essa
atividade, pois uma pessoa bem preparada pode atuar em melhores condições no mercado,
evitando ou diminuindo erros ao longo do processo.
Um problema que acontece muito com empreendedores despreparados é não saber que
uma empresa nova precisa de fôlego para sobreviver. Isso significa que nos primeiros anos de
sua existência, seus sócios precisam retirar o mínimo possível de dinheiro da empresa (pró-
labore). Empresas novas precisam que a maior parte de sua receita seja reinvestida para se
tornar mais sólida e consistente.
Obviamente que no Brasil muitas pessoas empreendem por necessidade, para
sobreviver. E ao montar a empresa nessa condição, à medida que entra dinheiro esse valor é
retirado excessivamente, descapitalizando e fragilizando a empresa. Isso tem sido uma das
causas de insucesso percebido para os empreendedores com essa característica.
Uma dica para sobreviver é empreender por vocação, controlando custos e retirando o
mínimo de dinheiro possível. Se precisar empreender por necessidade de sobrevivência, o faça
com cautela, retirando pouco dinheiro da organização.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01
Segundo Araujo (2004, p. 216) “o ser empreendedor é marcado pelo espírito de inovação, está
na busca constante de algo essencialmente novo; não se satisfazendo em manter seu negócio,
que inovar sempre”.
Considerando a citação acima e baseado nos estudos desenvolvidos acerca do
empreendedorismo, avalie as seguintes asserções:
I. O bom empreendedor é uma pessoa com natureza arrojada, que enfrenta situação de
dificuldade com criatividade e coragem. Ele enxerga as oportunidades de mercado e as
encara independente da indicação de grandes riscos para o negócio.
II. O empreendedor percebe as oportunidades de negócio com facilidade, seu perfil
arrojado lhe permite inovar. Ele acredita que a criação de uma empresa deve ser
pautada numa análise criteriosa de todos os fatore que envolvem o seu contexto, como
por exemplo, clientes, fornecedores, concorrência, situação econômica, dentre outros.
III. O empreendedor acredita em seu potencial acima de tudo, por conta disso desenvolve
habilidades e competências que lhe dê condições de medir riscos e arriscar sempre que
possível.
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) III, sendo que a I serve como justificativa.
d) III, apenas.
e) Nenhuma delas.
QUESTÃO 02
O senhor José Olho Apurado da Silva trabalha numa barbearia há 05 anos. Começou como
barbeiro, onde se especializou. Por ser um homem de confiança do proprietário da barbearia,
muitas vezes fica como responsável pelo controle administrativo do local quando o
proprietário precisa se ausentar. José mora muito longe do seu local de trabalho e percebeu
que existem poucas barbearias próximas a sua residência. Isso despertou nele o desejo de abrir
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
seu próprio negócio. Com base no que foi visto nos estudos, apresente claramente quais as
etapas que José Olho Apurado da Silva precisa fazer para empreender e criar o seu próprio
negócio.
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QUESTÃO 03
A Vantagem competitiva é um conceito desenvolvido por Michael Porter, que visa estabelecer
uma diferenciação para o negócio, de forma que esse fique mais atrativo e consequentemente
mais desejado pelos seus clientes. Diante desse contexto apresente as cinco forças
competitivas de Porter e discorra sobre como ela pode ajudar no processo de inovação.
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QUESTÃO 04
No processo de empreendedorismo uma ferramenta importante para montagem do negócio é
a análise SWOT. Diante dessa afirmação analise os itens abaixo:
I. A análise SWOT é uma ferramenta essencial para o empreendedor, por sua amplitude
e clareza tem condições de garantir o sucesso do negócio, evitando assim a necessidade
de uma análise mais apurada do ambiente ao qual se desejar empreender.
II. A ideia de uma análise SWOT parte da premissa de que ao identificar os pontos fortes
e fracos os riscos e oportunidades, o empreendedor estará vislumbrando todos os
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
problemas que podem ser enfrentados pelo empreendimento, não havendo assim o
risco de surpresas indesejadas.
III. A análise SWOT se constitui como uma ferramenta que pode ser usada pelo
empreendedor, mas precisa ser acompanhada da própria capacitação de quem deseja
empreender, mesmo esta condição não sendo essencial para o sucesso do negócio.
a) I, apenas.
b) I e II.
c) II e III.
d) I, apenas. Sendo que o item II o complementa.
e) Nenhuma das alternativas.
QUESTÃO 05
O Canvas é uma ferramenta utilizada para modelagem de novos negócios. Se constitui numa
ferramenta de fundamental importância para empreendedores, pois através dela se consegue
visualizar de forma concisa o planejamento necessário para criação de uma atividade
empreendedora.
I. O canvas é uma ferramenta de modelagem que utiliza processos que serão utilizados
somente após criação da empresa, não tendo características de planejar
estrategicamente situações vista no processo de constituição organizacional.
II. O canvas pode ser utilizado para criação de negócios (Business Model) ou projetos
(Project Model), sendo o mesmo tipo de modelagem utilizada para ambos os casos.
III. Existem características específicas para cada modelo de canvas, devendo sua
modelagem ser direcionada para a finalidade do negócio.
IV. O canvas é uma ferramenta empreendedora que apesar de importante não deve ser
considerada como instrumento exclusivo no processo de empreendedorismo.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
b) I e II, sendo que a IV é uma justificativa para as outras.
c) I, II e III.
d) II apenas.
e) Nenhuma das alternativas.
ESTUDO DE CASO
Joãozinho sempre foi uma pessoa com perfil criativo muito aguçado, desde criança desenhava
com perfeição as mais diversas coisas. Ele tinha um talento raro para esse tipo de arte e ao
chegar à juventude conseguiu logo trabalhar numa empresa responsável por criar produtos
personalizados. Ele trabalhou nela por 4 anos, mas a crise econômica fez com que a empresa
precisasse fechar as portas. Joaozinho recebeu sua rescisão, mas está muito preocupado, pois
não tem nenhuma perspectiva de emprego para o momento e também não sabe o que deve
fazer com o valor recebido na rescisão do contrato de trabalho.
Joãozinho tem um desafio: O que fazer para sair dessa situação? Como ele poderia
empreender?
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TECENDO SABERES
Livro recomendado: Porter, Michael E. Vantagem Competitiva – criando e sustentando um
desempenho superior. 26ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
DICA:
Acesso o link abaixo e aprenda como elaborar um plano de negócios
<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/5f6dba
19baaf17a98b4763d4327bfb6c/$File/2021.pdf. >
DICA:
Acesso os links abaixo e veja como funciona o canvas.
<https://www.sebraecanvas.com/#/https://analistamodelosdenegocios.com.br/o-que-e-o-
business-model-canvas/>
DICA:
Acesso os links abaixo e saiba mais:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-a-diferenca-entre-incubadora-
e-aceleradora,761913074c0a3410VgnVCM1000003b74010aRCRD>
<http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-papel-das-incubadoras-de-empresas-
no-desenvolvimento-de-projetos-inovadores-em-universidades/80440/ >
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
GABARITO DAS QUESTÕES
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
GLOSSÁRIO
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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
PARÂMETRO: comparação entre termos; padrão.
PEJORATIVA: palavra ou expressão depreciativa.
POTENCIALIZAR: desenvolver; tornar forte; intensificar.
PRISMA: modo de se ver algo; ponto de vista.
PRODUTIVIDADE: capacidade de produzir
PRÓ-LABORE: pagamento efetuado ao sócio da empresa.
REQUISITO: exigência para algo; condição.
RETROAÇÃO: ato ou efeito de retroagir; retorno.
REVOLUÇÃO: ato de revolucionar; transformação radical.
ROTATIVIDADE: índice de saída de funcionários de uma empresa.
SATISFACIENTES: relativos à satisfação do indivíduo.
SINERGIA: coesão; cooperação,
SISTEMÁTICA: repetição das ações.
STAKEHOLDERS: pessoas ou grupo de pessoas que possuem relação estratégica com uma
empresa.
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LUCIANO SOUSA DE CASTRO
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Luis Cesar G. Teoria geral da administração: aplicações e resultados nas empresas
brasileiras. São Paulo: Atlas, 2004.
CASTRO, Luciano Sousa de; CASTRO, Gerusa Santana de. A motivação em foco: uma
revisão de literatura acerca das teorias motivacionais de Maslow e Herzberg, suas semelhanças
e contribuições para o administrador moderno. Revista diálogos & ciências, Ano 16 Nº 36
Junho 2016 - ISSN 1678-0493. Disponível em:
<http://periodicos.ftc.br/index.php/dialogos/article/view/54 >. Acesso em 10 out. 2017.
_________________. Teoria Geral da Administração. Vol II. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.
DRUCKER, Peter. A nova era da administração. 5 ed. São Paulo: Pioneira, 1992.
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________, Peter F. Prática da administração de empresas. São Paulo: Pioneira Thomson,
2002.
FIORELLI, José Osmir; FIORELLI, Maria Rosa; MALHADAS JR, Marcos Julio Olivé.
Mediação e solução de conflitos: teoria e prática. livro digital. São Paulo: Atlas, 2008.
FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores – integrando teoria e prática. 7ª ed.
São Paulo: Atlas, 2011.
MINICUCCI, Agostinho. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais. 6 ed. São
Paulo: Atlas, 2001.
MOTTA, Fernando Cláudio. Prestes; VASCONCELOS, Isabella Francisca Gouveia de. Teoria
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OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Teoria geral da administração. Edição compacta.
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PESSOA, Carlos. Negociação aplicada: como utilizar as táticas e estratégias para transformar
conflitos interpessoais em relacionamentos cooperativos. Livro digital. São Paulo: Atlas, 2009.
SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da administração. São Paulo: Thomson Learning, 2002.
SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
WAGNER III, John A; HOLLENBECK, John R. Comportamento organizacional: criando
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WILLIAMS, Chuck. ADM: princípios de administração. 2 ed. São Paulo: Cengage, 2017.
147
TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO