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ISSN: 2238-9970 Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.1, p.

1 - 20, 2016

Caracterização do processo de rigor mortis e qualidade da carne de animais


abatidos no Brasil

Caracterization of rigor mortis process and meat quality of animals slaughtered in


Brazil

Tatiana P. Rodrigues1, Teófilo J. P. da Silva2

RESUMO pré-abate e os métodos de

Com a intensificação dos sistemas de processamento de abate devem ser

produção e desenvolvimento de dirigidos para evitar excessivo

mercados diferenciados (nacional e encurtamento muscular e, assim, não

internacional) a qualidade da carne prejudicar a qualidade da carne.

assume maior importância na produção Palavras-chave: abate; comprimento de

dos animais de açougue (bovino, suíno, sarcômero; maciez da carne.

ovino e aves) e de carnes não ABSTRACT

convencionais (capivara, jacaré, With the intensification of production

avestruz, entre outras). Neste contexto, systems and development of

os efeitos das mudanças no pré-rigor differentiated markets (national and

(tempo, temperatura e pH) e nas international) meat quality to assume

características da carne (comprimento de greater importance in the production of

sarcômero, maciez, coloração, butcher animals (cattle, pigs, sheep and

suculência e rendimento industrial) são poultry) and unconventional meats

grandemente influenciados pelas (capybara, alligator, ostrich, etc.). In this

condições que prevalecem durante o context, the effects of changes in the pre-

período entre o abate e o completo rigor (time, temperature and pH) and the

desenvolvimento do processo de rigor characteristics of the meat (sarcomere

mortis. Portanto, o manejo dos animais length, tenderness, color, juiciness and

1
Professora Doutora do Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –
UFRB – Rua Rui Barbosa, 710 – CEP 44.380-000 – Cruz das Almas – BA – Tel. (75) 3621-9751 – e-mail:
tatiana_pacheco@ufrb.edu.br.
2
Professor Doutor do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal Fluminense – UFF –Rua Vital Brasil Filho,
64 – CEP 24220-340 – Niterói – RJ – Tel. (21) 2710-0526 – e-mail: mtatjps@vm.uff.br.
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industrial yield) are greatly influenced by relação muitas vezes não é verdadeira,

the conditions that prevail during the pois, no caso de um animal abatido com

period between slaughter and the full poucas reservas de glicogênio, a carne

development of rigor mortis process. não atinge o pH desejado para produzir

uma coloração normal,


Therefore, the management of pre-
independentemente de sua idade e
slaughter animals and slaughter
maciez, constituindo um processo
processing methods should be addressed
anormal do post mortem. A maciez é,
to avoid excessive muscle shortening and
sem dúvida, a característica mais
thus not impair the quality of the meat.
importante da palatabilidade da carne e a
Key words: slaughter; sarcomere length;
meat tenderness. idade do animal é responsável em

grande parte pela variação da maciez da


1. RIGOR MORTIS E QUALIDADE DA
carne, devido à maior ou menor
CARNE
solubilidade do colágeno. No entanto, o
O desenvolvimento do processo
resfriamento rápido de carcaças de
de rigor mortis muscular é influenciado
animais jovens pode resultar em carne
principalmente pela reserva de
dura e com menor suculência, devido ao
glicogênio, pH e temperatura. As
rigor de resfriamento (“cold shortening”),
alterações post mortem influenciam a
ou em carne ainda mais dura no rigor de
qualidade da carne e esta pode ser
descongelamento (“thaw rigor”), resultado
mensurada por vários fatores,
do encurtamento dos sarcômeros
principalmente por sua coloração, maciez
(SWATLAND, 1984; KOOHMARIE et al.,
e suculência. O consumidor discrimina a
1991; FLETCHER, 1999; ABERLE et al.,
carne escura porque associa essa cor
2001; SANTOS et al., 2008).
com carne de animais mais velhos e,
A partir da morte do animal, o
portanto, com a dureza da carne. Esta
músculo experimenta certos processos

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Rodrigues et al.

de natureza bioquímica, a ponto de encurtamento definitivo dos sarcômeros,

diferenciar-se de suas características devido à formação do complexo

originais, passando a ser considerado actomiosina; assim, os músculos perdem

carne (PARDI et al., 2001). Durante as a extensibilidade, tornando a carne bem

horas que se seguem ao abate, inicia-se menos macia (PRICE & SCHWEIGERT,

o endurecimento dos músculos 1994; LAWRIE, 2005).

conhecido como rigidez cadavérica ou A resolução do rigor ocorre com

rigor mortis. As alterações post montem proteólise das miofibrilas, que têm grande

nos músculos se iniciam com o declínio papel na maciez da carne no post

da fosfocreatina quinase, de forma mortem. Numerosas enzimas

rápida, imediatamente após a morte. As proteolíticas são encontradas no músculo

concentrações de ATP mantêm-se esquelético, entretanto, somente

relativamente constantes até que se proteases cálcio dependentes - também

reduzam os níveis de fosfocreatina chamadas calpaínas (CDP) - e

quinase. Nesse momento, o ATP, fonte catepsinas degradam proteínas

de energia para as reações químicas, miofibrilares. As CDP e catepsinas ou

continua com o suprimento de energia seu sinergismo são primariamente

para todas as funções musculares. Na responsáveis por alterações post mortem

ausência de oxigênio a glicólise converte (KOOHMARIE et al., 1991).

o glicogênio em ácido lático sem A velocidade do rigor mortis é

recuperação do ATP. O ácido lático não controlada, principalmente, pela reserva

tem como ser retirado do músculo, e o de glicogênio, pH e temperatura do

baixo pH faz com que a actina e a músculo. O grau de atividade muscular

miosina se unam, formando a anterior ao sacrifício influencia a

actomiosina de forma irreversível. Com o quantidade de glicogênio muscular

rigor mortis fica caracterizado o armazenado no momento do mesmo. Em

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animais exaustos, o glicogênio pode temperatura, umidade, luz, espaço, ruído

estar quase totalmente esgotado de e fatores intrínsecos, como resistência ou

forma que a glicólise post mortem e os susceptibilidade do próprio animal ao

valores finais do pH estejam altos em estresse, temperatura post mortem e

relação à carne normal. Os músculos que localização anatômica do músculo;

conservam um pH alto durante sua procedimentos realizados após o abate e

conversão em carne podem apresentar antes da rigidez. Aspectos da produção

cor escura e superfície seca devido à animal como herança genética, manejo

água presente no músculo que fica antes do abate (transporte, descanso,

fortemente ligada as proteínas (carne atordoamento e sangria) e nutrição

DFD – Dark, Firm and Dry – dura, escura também podem influenciar as

e seca). Por outro lado, os músculos cujo propriedades musculares (ROÇA &

pH decresce muito rapidamente são de SERRANO, 1994; MENDES &

cor pálida e tem uma baixa capacidade KOMIYAMA, 2011).

de retenção de água; e, em casos O transporte dos animais até o

extremos, a superfície goteja – sendo a local de abate pode ser um fator

carne chamada de PSE – Pale, Soft and estressante. Quanto maior à distância,

Exudative (pálida, flácida e exsudativa) maior seria a degradação das reservas

(SWATLAND, 1984; ABERLE et al., de glicogênio dos animais transportados,

2001; CALDARA, 2012; LOMIWES et al., desta forma o descanso adequado

2014). interfere na qualidade sensorial da carne.

Vários fatores determinam a Mas em situações em que o local de

velocidade da queda do pH, o início e abate é próximo, definindo um tempo de

duração do rigor mortis e as propriedades transporte menor é necessário a

da carne. Podem ser citados: estresse adaptação dos animais à nova situação,

causado por fatores ambientais como pois os animais podem se estressar e

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ocorrer o esgotamento das reservas de sarcoplasmático parece ser incapaz de

glicogênio (VILARROEL et al., 2003) . seqüestrar e unir o excesso de íons,

A temperatura de devido às baixas temperaturas e ao baixo

armazenamento das carcaças dos valor do pH no músculo em pré-rigor. Já

animais abatidos pode determinar a o rigor de descongelamento (“thaw rigor”)

velocidade das reações químicas que é um tipo de rigidez cadavérica grave que

ocorrem no tecido muscular. As reações se desenvolve no músculo que foi

enzimáticas que ocorrem nos músculos congelado no pré-rigor. Esta contração é

são muito sensíveis à temperatura. O acompanhada da liberação de grande

nível de encurtamento no pré-rigor varia quantidade de sucos cárneos e por um

muito, dependendo do pH inicial e da severo endurecimento. Mas em altas

concentração de ATP no músculo. Assim, temperaturas com a utilização de

é conveniente reduzir a temperatura estimulação elétrica, a glicólise é

muscular depois da morte, tão rápido acelerada, resultando num declínio do pH

quanto possível, para minimizar a até que o rigor se instale, assim evitando

desnaturação protéica que ocorre neste o encurtamento pelo frio. (ABERLE et al.,

período e para inibir o crescimento 2001; PARDI et al., 2001; LAWRIE,

microbiano. Por outro lado, a redução 2005). A estimulação elétrica de carcaças

excessivamente rápida da temperatura é feita usualmente para aumentar o

muscular no período post mortem tem amaciamento, a partir da ativação de

consequências prejudiciais como o rigor algumas enzimas proteolíticas

de descongelamento e o encurtamento endógenas, como a µ-calpaína

pelo frio. O segundo é menos grave que (DRANSFIELD et al. 1992)

o rigor de descongelamento; sua causa As carcaças estimuladas

real está relacionada com a liberação dos eletricamente apresentaram maior queda

íons de cálcio, pois o retículo de pH, nas primeiras horas após o abate,

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do que as carcaças não-estimuladas, Tanto nos estudos com espécies

demonstrando que o processo do rigor de açougue (ABREU, 1984; FREITAS et

mortis é acelerado, assim como a al., 1994; PINHEIRO et al., 2001;

conversão de músculo em carne RODRIGUES et al., 2004; OLIVEIRA et

(MARSH et al., 1987; SMULDERS et al., al., 2004) quanto naqueles com espécies

1990; PIKE et al., 1993; PUGA et não convencionais (TABOGA et al., 2003;

al.,1999, CARVALHO, 2006; FRYLINCK, ODA et al., 2004; GASPAR et al, 2005;

et al. 2009; SANTOS, et al., 2012). COSTA et al., 2006; SANTOS et al.,

A taxa de queda de pH varia 2006; VIEIRA et al, 2012) , a avaliação

entre os diferentes músculos do mesmo de parâmetros, como pH, comprimento

animal, entre diferentes raças e espécies. de sarcômero, temperatura de carcaça,

Isto foi comprovado pelos estudos de entre outros, ocorreram nas condições

LAWRIE (2005) com diversas espécies normais de acondicionamento em

animais que concluíram haver correlação câmara frigorífica. As alterações post

inversa entre a atividade muscular e mortem influenciaram no declínio do pH

capacidade do metabolismo aeróbio do após algumas horas após o abate. O

músculo. tempo para tal está correlacionado a

Pode-se verificar que ao longo espécie estudada devido às diferenças

dos anos alguns estudos realizados no fisiológicas destas e, portanto pelo tipo

Brasil comprovaram as observações de de fibra muscular que compõe a

LAWRIE (2005). Este experimentos musculatura destas espécies. Foi

estudando as alterações post mortem em observada em aves (FREITAS et al.,

diferentes espécies animais (bovinos, 1994) a acidificação máxima após cinco

aves, suínos, equinos, ovinos, entre horas de abate, pois estas possuem mais

outras), demonstraram haver correlações fibras glicolíticas, isto é, mais

entre pH e temperatura de carcaça. metabolismo anaeróbio, que fibras

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oxidativas. Esse valor nas espécies de ocorreram fatores estressantes durante o

jacarés (TABOGA et al., 2003; VIEIRA et pré-abate e nem tecnopatias durante o

al., 2012 ) foi observado após 36h de abate e pós-abate que pudessem ter

abate e nas espécies bovina (ABREU, interferido na qualidade.

1984), equina (RODRIGUES et al., 2004)

e ovina (OLIVEIRA et al., 2004), o tempo 2. COMPRIMENTO DE SARCÔMERO

foi intermediário, com a acidificação DURANTE A EVOLUÇÃO DO RIGOR

máxima ocorrendo em torno de 24 horas MORTIS

após o abate, pois estas espécies A determinação do tamanho de

apresentam uma musculatura com sarcômero demonstra uma correlação

metabolismo aeróbio (fibras oxidativas) entre seu comprimento e o

mais intensa. De forma geral, o valor do desenvolvimento do processo de rigor

pH nas espécies estudadas ficou entre mortis, bem como da maciez da carne.

5,5 e 6,0, o que demonstrou que o Este parâmetro sofre alterações durante

processos de obtenção de carcaça não o período de rigor, sendo observadas

influenciaram negativamente nas rupturas transversais nas miofibrilas,

alterações post mortem, isto é, as devido à ação enzimática, na medida em

carcaças não sofreram alterações no que progride a resolução do rigor mortis

metabolismo do glicogênio, que poderiam (WHEELER & KOOHMARAIE, 1994).

ter formado carnes DFD ou PSE. Desta O método mais comumente

forma, verificou-se que em todos os utilizado para determinação de

estudos supracitados o processo de comprimento de sarcômero é a

conversão de músculo em carne microscopia de contraste de fase com

transcorreu normalmente, mantendo imersão em tecido não corado. O espaço

assim a qualidade da carne das diversas entre linhas Z é medido com utilização de

espécies estudadas, isto é, não ocular milimetrada e combinações com

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microcomputadores e impressoras sarcômero. O autor verificou correlação

podem ser utilizadas. Outro método para inversa entre tempo, temperatura e pH

determinar o comprimento de sarcômero em relação ao comprimento de

é o método de difração a laser, com sarcômero. Utilizando a técnica descrita

amostra fixada (CASSENS, 1970). Pode- por BEHMER et al., (1976), verificou que

se utilizar microscopia óptica em imersão a contração máxima do sarcômero foi na

(ocular milimetrada) para mensurar 15ª hora após abate em ambos os

sarcômeros após processamento músculos, com o comprimento de 1,35

histológico das amostras e utilização de μm e 1,69. μm respectivamente.

colorações próprias para evidenciar os Resultados semelhantes foram

componentes das fibras musculares observados nos experimentos de

como Hematoxilina fosfotúngstica de FREITAS et al. (1994), PINHEIRO et al.

Mallory e Tricomo de Gomori entre outros (2001), RODRIGUES et al. (2004),

(BEHMER et al., 1976). Além desses OLIVEIRA et al. (2004), SANTOS et al.

métodos, utiliza-se ainda a microscopia (2006) e COSTA et al. (2006), que

eletrônica para observação dos utilizaram também a técnica supracitada.

sarcômeros (LAWRIE, 2005; SILVA & FREITAS et al. (1994) verificaram

CARVALHO, 2007; BOROSKY et al., o menor comprimento de sarcômero em

2010). músculo peitoral de aves, na 5ª hora

ABREU (1984), estudou a após abate (1,31 μm). No experimento

correlação entre tempo, temperatura e realizado com carcaças suínas o músculo

pH com o comprimento de sarcômero no Longissimus dorsi teve contração

rigor mortis em carcaças frigorificadas de máxima na 6ª hora após abate (1,39 μm),

bovino, utilizando os músculos grácil e enquanto que para o músculo

bíceps braquial. Observou que quanto Semispinalis capitis, a menor medida foi

menor o pH, maior o encurtamento do observada na 8ª hora após abate (1,37

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Rodrigues et al.

μm) (PINHEIRO et al., 2001). No caso de Estes estudos evidenciam a

carcaças equinas a menor medida de relação do rigor mortis com o tipo de fibra

sarcômero, observada em ambos os muscular, assim como com a localização

músculos estudados (Longissimus dorsi e do músculo e a espécie animal. As fibras

Semitendinosus), foi na 15ª hora após oxidativas (contração lenta) apresentam

abate, ou seja, 1,44μm e 1,41μm, um encurtamento máximo do sarcômero

respectivamente (RODRIGUES et al., num tempo maior do que as fibras

2004). OLIVEIRA et al. (2004) em seu glicolíticas (contração rápida). Isto

experimento com os músculos decorre da formação de actomiosina

Longissimus dorsi e Triceps brachii de mais rápido nas fibras glicolíticas pela

ovinos, observaram contração máxima na formação mais acelerada de ácido lático,

12ª hora (1,45μm) após a sangria e na pois as fontes de ATP nas fibras

15ª hora (1,46μm), respectivamente. Já glicolíticas se encerram mais

na pesquisa realizada por SANTOS et al. rapidamente do que nas fibras oxidativas.

(2006) que avaliaram os músculos Também se observa pelos estudos que a

Gastrocnemius internus e Fibularis queda do pH e temperatura nos

longus de avestruzes híbridos, a músculos avaliados demonstrou alta

contração máxima do sarcômero ocorreu correlação inversa com o tempo após

em 1/2 hora após abate, em ambos os abate e baixa correlação inversa entre

músculos, com comprimento de 1,50 μm comprimento de sarcômero e tempo após

e 1,60 μm respectivamente. Em perus a abate, pois o sarcômero diminui e

contração máxima do sarcômero dos aumenta seu comprimento ao longo do

músculos Gastrocnemius e Pectoralis processo de conversão de músculo em

ocorreu na 0,25h. (1,59 m e 1,61 m) carne, devido as modificações naturais

após a sangria (COSTA et al., 2006). do pós mortem .

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rigor mortis, isto é, o estado de repouso

3. MACIEZ DA CARNE do animal influencia no processo de rigor

A maciez da carne é mortis subsequente ao abate. As

grandemente influenciada pelas propriedades mecânicas da carne estão

condições que prevalecem durante o relacionadas com o pH final, temperatura

período entre o abate e o completo post mortem, comprimento de sarcômero

desenvolvimento do rigor mortis. Dentre e proteólise enzimática das proteínas

os fatores antes do abate que influenciam miofibrilares pelas calpaínas e

a maciez tem-se a espécie animal, raça, catepsinas, principalmente as troponinas

idade, estrutura do músculo, como por e desmina. Há uma relação inversa entre

exemplo, a espessura do perimísio e o comprimento de sarcômero e maciez

endomísio e diâmetro da fibra muscular. da carne. A maciez está relacionada de

As variações na maciez dos músculos no tal forma ao encurtamento post mortem,

mesmo animal e entre animais de que os métodos de processamento

diferentes idades se devem, em grande devem ser dirigidos para minimizá-lo.

parte a diferenças em quantidade e (NEWBOLD & HARRIS, 1972; YU &

natureza dos tecidos conjuntivos. A LEE,1986; TAYLOR et al., 1995;

quantidade de fibras conjuntivas de ABERLE et al., 2001; LAWRIE, 2005;

colágeno é aumentada nos músculos que ZHENG et al., 2010)

tem maior atividade e os A atividade da μ-calpaína no post

entrecruzamentos dessas fibras são mortem pode ser influenciada por vários

abundantes. Outro fator que determina o fatores como pH, temperatura de

grau de maciez do músculo é o estado de refrigeração, quantidade de calpastatina,

contração que segue a rigidez, condição por processos de maturação (GEESINK

controlada em parte pelo grau de tensão & KOOHMARAIE, 1999) e estimulação

do músculo durante a instauração do elétrica (DRANSFIELD et al., 1992). Os

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Rodrigues et al.

músculos onde o rigor ocorre em altas maior valor de força de cisalhamento

temperaturas têm uma redução na equivale a uma maior dureza da carne.

atividade das calpaínas e Pode-se utilizar painelistas treinados ou

consequentemente redução na maciez fazer testes com consumidores para

da carne (DRANSFIELD et al., 1992; avaliar não somente a dureza, mas

SIMMONS et al., 1996). Vários estudos outras características sensoriais da

demonstraram que a combinação de um carne, como sabor, aroma e suculência,

resfriamento lento com uma glicólise por exemplo (PRICE & SCHWEIGERT,

rápida resulta numa menor atividade da 1994).

μ-calpaína e calpastatina em 24 horas Muitos consumidores dão mais

post mortem (WHIPPLE et al., 1990; valor a carnes mais macias, quando

UYTTERHAEGEN et al., 1992; HWANG comparadas as carnes mais duras

& THOMPSON, 2001). Desta forma, (BOLEMAN et al., 1997; LUSK, et al.

observa-se a importância dos 2001; PRIETO, et al. 2008;

procedimentos no pré-abate, como evitar POLKINGHORNE; THOMPSON, 2010;

o estresse dos animais e no pós-abate LYFORD et al. 2010). Além disso, há

como o resfriamento adequado das consumidores que estão dispostos a

carcaças, para a manutenção da pagar mais por animais bem-criados, isto

qualidade das carnes. é, que tem bom manejo nutricional, são

Alguns métodos objetivos para produzidos sob os preceitos de bem-

avaliar a dureza da carne incluem: o estar animal e rastreabilidade, entre

instrumento Warner-Bratzler e a Máquina outros fatores (TONSOR, et al. 2005).

de Ensaio Universal Instron. Estes Dessarte, os processos industriais tem

instrumentos medem a força necessária que garantir a qualidade da carne

para cisalhar ou cortar uma amostra de (maciez), mas não somente isso, pois

carne em libras ou quilogramas. Um hoje em dia os consumidores se

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preocupam com a origem e em quais Em alguns destes estudos

condições os animais foram criados observou-se que a localização do

antes de se tornarem fonte de alimento. músculo, assim como a idade dos

SHACKLEFORD et al. (1997) animais, isto é, a quantidade de atividade

estudando a maciez do músculo muscular e tecido conjuntivo,

Longissimus em bovinos classificaram as influenciaram a maciez do músculo. As

carcaças em macias, intermediárias e observações dos estudos de

duras e consideraram as carnes com RODRIGUES et al. (2004) e OLIVEIRA et

força de cisalhamento acima de 6,0 kg al. (2004) corroboram com o preconizado

como duras. na literatura, quando se refere às

Assim nos experimentos características pré-abate que influenciam

realizados no Brasil as carnes dos na maciez da carne. Em experimento

diversos animais estudados puderam ser com carcaças de equinos (RODRIGUES

consideradas macias, por apresentarem et al., 2004) os resultados de força de

força de cisalhamento inferior a 6,0 kg cisalhamento foram de 1,87 kg ± 0,19

(BRESSAN & BARAQUET,2002; para o músculo longo dorsal nos equinos

BRESSAN et al., 2004; ODA et al., 2004; jovens e 2,39 kg ± 0,20 nos equinos

RODRIGUES et al., 2004; OLIVEIRA et adultos, e de 2,67 kg ± 0,25 para o

al., 2004; SANTOS et al., 2006; músculo semitendíneo nos jovens e 4,04

CATTELAM et al., 2013). O mesmo não kg ± 0,65 nos adultos. Foi observada

foi observado no experimento com perus diferença significativa entre as médias

(Meleagris gallopavo), onde se observou dos tipos de cortes comerciais e idade

valores acima de 6,0 kg para força de dos animais (p<0,05), isto é, tanto o corte

cisalhamento nos músculos quanto a idade dos animais influenciaram

Gastrocnemius e Pectoralis (COSTA et na força de cisalhamento. OLIVEIRA et

al., 2006). al. (2004) em seu estudo verificaram que

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Rodrigues et al.

houve diferença significativa (p<0,01) na Outros estudos comprovaram que

força de cisalhamento entre os cortes as alterações post mortem podem

comerciais e idade. O filé de lombo influenciar na maciez da carne. Desta

(Longissimus dorsi) dos cordeiros foi forma, BRESSAN & BERAQUET (2002)

mais macio (p<0,01) do que dos observaram que em aves sem descanso,

carneiros (2,73kg x 3,55kg) bem como a a média de força de cisalhamento foi de

paleta ou Triceps brachii (3,77kg x 4,44 kgf/g, ao passo que em descanso de

4,28kg). 02 e 04 horas, as médias foram de 6,00 e

As características de carcaça e 5,52 kgf/g, respectivamente. Estes

qualidade da carne de novilhos estudaram os efeitos da temperatura

confinados em diferentes espaços ambiental pré-abate, distância de

individuais foram estudadas por transporte da granja ao frigorífico e

CATTELAM, et al. (2013). Os valores de tempo de descanso sobre o

pH e temperatura nos músculos desenvolvimento das reações químicas

Longissimus dorsi e Recto femoralis não post mortem e a qualidade da carne de

foram afetados pelos espaçamentos peito de frango. Observaram que a

individuais utilizados para o temperatura ambiental pré-abate afetou

confinamento, desta forma não (p<0,01) o valor de pH e o estresse

influenciaram as características calórico, acelerou a instalação do rigor. O

sensoriais como cor, textura, marmoreio efeito dos tempos de descanso (p<0,001)

e a força de cisalhamento apresentou e das distâncias de transporte (p<0,01)

valor médio de 5,06 kgF/cm3. Neste caso, também foi significativo sobre o valor de

a idade de abate dos animais (24 meses) pH e da maciez da carne, isto é, as aves

foi mais importante para garantir a transportadas por distâncias mais curtas

maciez da carne. apresentaram maiores reservas de

energia muscular, utilizadas nas

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transformações do músculo em carne, do observaram que a contração máxima do

que aquelas aves transportadas por sarcômero e a maior força de

distâncias mais longas e, por cisalhamento ocorreram no mesmo

conseguinte, submetidas a um estresse estágio de rigor, portanto, 1/2hora post

por transporte mais longo . No mortem, em ambos os músculos,

experimento realizado demonstrando a influência do

por ODA et al. (2004) a força de comprimento do sarcômero no grau de

cisalhamento da carne de capivara textura da carne obtida. Os valores de

(Hydrochaeris hydrochaeris), foi força de cisalhamento foram de 2,78kg e

influenciada pelo Método de Abate, 3,52kg para Gastrocnemius internus e

sendo observado maiores valores Fibularis longus, respectivamente,

(p<0,05) para Método por Tiro do que indicando ser o primeiro de melhor

para Método Humanitário com médias de textura.

5,04 e 3,97 kgf, respectivamente. COSTA et al. (2006) obtiveram

Segundo BRESSAN et al. (2004) valores médios de força de cisalhamento

comparada com espécies domésticas, a da carne de perus para o músculo

carne de capivara assemelha-se à carnes Gastrocnemius entre 9,50 kg (0,25h) e

de bovinos e ovinos (carnes vermelhas) e 6,23 kg (18,5h) após abate e para o

a mesma possui textura (força de músculo Pectoralis entre 10,30 kg (0,25h)

cisalhamento) considerada macia. e 6,45 kg (18,5h). Segundo os autores

SANTOS et al. (2006) ao esses resultados de força de

compararem os valores da força de cisalhamento podem ser explicados pelo

cisalhamento e o comprimento do fato das carcaças não terem sido

sarcômero da carne de avestruz, com as estimuladas eletricamente e por isso

análises realizadas, nos intervalos de ocorrendo um rigor mortis mais lento,

1/2h, 3h, 6h, 9h, 12h e 24h após sangria,

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Rodrigues et al.

resultando num menor comprimento de por certo tempo em condições

sarcômero e menor maciez do músculo. controladas de umidade relativa e

Outras formas de se avaliar a temperatura. Desde que as operações de

maciez da carne incluem a fragmentação abate obedeçam às normas técnicas da

miofibrilar (SOUZA et al., 2010), que é higiene, a carne pode ser conservada por

inversamente proporcional à dureza; e a algumas semanas, se mantida em torno

determinação do conteúdo de enlaces de 0°C. (EFFENBERGER &

cruzados (“crosslinks”) de colágeno SCHOTTE,1972). Neste processo a

muscular, pela avaliação da quantidade carne embalada a vácuo, juntamente

de hidroxiprolina, que de acordo com a com as baixas temperaturas, possibilita a

quantidade pode conferir maior ou menor ação das proteases endógenas,

maciez a carne (CROSS et al., 1986; retardando o crescimento de bactérias

DELLA TORRE et al., 2004). Nos últimos aeróbicas putrefativas e favorecendo o

anos diversos experimentos brasileiros crescimento das bactérias láticas, que,

utilizaram estes métodos para avaliar a por sua vez, produzem modificações

maciez da carne de diferentes espécies bioquímicas responsáveis pela

(ABREU et al., 2011; DUARTE et al., diminuição da coesão entre as

2011; MELLO, et al. 2012; TARSITANO miofribilas, aumentando assim a maciez

et al., 2013). (SIMEONI et al., 2014). Com 24 horas de

Os processos industriais podem maturação a temperaturas em torno de

ser utilizados para melhorar a maciez da 2°C já é possível obter bons resultados

carne. Dentre estes a maturação é um na maciez da carne (GONÇALVES et al.,

processo conhecido por séculos e tem 2004; KOMIYAMA et al., 2009).

por objetivo a melhoria nas ANDRADE e seus colaboradores (2010)

características de maciez, sabor e aroma observaram que a maturação melhora a

da carne através da manutenção desta maciez das carnes, porém modifica a cor,

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Caracterização do processo de rigor mortis e qualidade da carne de animais abatidos no Brasil 16
cujas alterações mais importantes aumentando, por consequência, a

acontecem entre 07 e 14 dias de eficiência e o rendimento do processo.

estocagem. Os mesmos concluíram que Além disso, não aumenta a temperatura

a escolha do tempo de maturação mais durante o processamento e, dessa forma,

adequado para as carnes depende do modifica minimamente as características

atributo a ser valorizado. originais dos produtos (NETO et al.,

Além da maturação, outros 2011). A APH tem por princípio submeter

métodos são estudados para amaciar as os alimentos a pressões hidrostáticas

carnes. O ultrassom, que atualmente é bastante elevadas, de 50 a 1000 MPa

utilizado na indústria para classificação e (ZIMMERMAN e BERGMAN, 1993).

tipificação de carcaças, também é uma Neste caso o que aumenta a maciez da

das novas tecnologias limpas estudadas carne é o rompimento físico da estrutura

para amaciamento de carnes. Observa- do músculo (CHEFTEL &

se principalmente à sua capacidade de CURIOLI, 1997).

melhorar a maciez da carne, por CONSIDERAÇÕES FINAIS

mecanismos de cavitação. Alguns As alterações post mortem tem

parâmetros acústicos como frequência, grande influência na qualidade da carne,

intensidade e tempo de exposição ao que tem a maciez como característica de

tratamento influenciam no amaciamento palatabilidade mais importante. Assim

da carne (ALVES et.al, 2013). A Alta sendo, os processos zootécnicos e

Pressão Hidrostática (APH) é outro tecnológicos devem ser direcionados

método estudado, pois esta pode ser para evitar no pré-abate, abate e pós-

utilizada como possível alternativa para o abate acontecimentos que interfiram

amaciamento de carnes, de forma a negativamente no processo de rigor

reduzir o tempo requerido para o alcance mortis e na qualidade da carne. Além

das características desejadas de textura, disso, novos processos industriais devem

Arquivos de Pesquisa Animal, v.1, n.1, p.1 - 20, 2016 16


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