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UNIVERSIDADE IGUAÇU

CURSO DE PEDAGOGIA

ALEXANDRA SANTOS
LUIZAELENA MENEZES DOS SANTOS
MARIA VILMA RAMOS MELO

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Ilha das Flores/SE


2014
ALEXANDRA SANTOS
LUIZAELENA MENEZES DOS SANTOS
MARIA VILMA RAMOS MELO

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO


INFANTIL

Monografia apresentada ao curso de


Graduação em Pedagogia, da
Universidade Iguaçu, como requisito para
obtenção do título de graduação.

Orientador: Mari Cleide

Ilha das Flores/SE


2014
ALEXANDRA SANTOS
LUIZAELENA MENEZES DOS SANTOS
MARIA VILMA RAMOS MELO

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada ao curso de Graduação em Pedagogia, da


Universidade Iguaçu, como requisito para obtenção de Licenciado em Pedagogia

________________________________________________________
Prof

________________________________________________________
Prof.

________________________________________________________
Prof.

Aprovado (a) com média:____________

Aracaju (SE), ______ de ______________ de ________


Dedicamos principalmente a Deus por
todos os dias nos presentear com dádivas
e graça e por nos dar forças para
lutarmos pelos nossos objetivos; as
nossas famílias pela compreensão, apoio
e dedicação ao longo do curso e a todas
as colegas de classe, pois a união sempre
fez a força.
AGRADECIMENTO

Em primeiro lugar a Deus pelas grandezas e a graça que derrama sobre nossas
vidas e de nossos familiares a todos os dias.

Aos nossos familiares pelo apoio e colaboração ao longo da nossa formação


acadêmica.

Aos nossos esposos, pelo apoio, paciência, dedicação, companheirismo e incentivo.


A todos os professores pelos dias de domingo de aprendizagens que passamos no
decorrer do curso.

Aos nossos colegas de curso pela amizade que fora construída no decorrer de todo
o período e duração do curso pelo companheirismo e união.

A diretora da Escola Jose Machado Martins dos Santos que nos autorizou a fazer
pesquisas na tal escola.

E as demais pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização desse


estudo.
“Segundo Vygotsky, o jogo nos
acompanha como um recurso que
constrói a zona de desenvolvimento
proximal. Muitas vezes, as crianças
conseguem fazer algo ou resolver um
problema numa situação de jogo e não
conseguem fazê-lo em situações da
realidade ou aprendizagem formal.”

(BARBOSA, 1999, p.69).


RESUMO

Este artigo apresentou a temática: brincadeira como forma de aprendizagem na


educação infantil. Visto a necessidade do desenvolvimento de uma metodologia
mais dinâmica e criativa junto aos alunos no que se refere à aquisição de
aprendizagem mais integrativa, este estudo apresentou como problema: De que
forma a brincadeira pode contribuir para a construção do conhecimento da criança?
Assim, o objetivo geral foi apresentar a importância dos jogos e brincadeiras para o
desenvolvimento das crianças no processo de ensino-aprendizagem. E como
objetivos específicos: salientar o jogo e a brincadeira como fonte integrante do
desenvolvimento motor, psicológico, social e cultural da criança; identificar na
brincadeira um caminho para construção do cognitivo da criança; ressaltar o papel
do professor no processo de ensino-aprendizagem através da brincadeira lúdica. A
metodologia utilizada foi de cunho bibliográfico, através de uma pesquisa
exploratória. Conclui-se, que o jogo e a brincadeira propiciam ao aluno a construção
de seu saber, deixando de ser um ouvinte passivo das explicações do professor, e
passando a ser um ouvinte ativo. O trabalho lúdico promove técnicas de ensinar
numa perspectiva antropológica e sociocultural, aprendida nas interações humanas.
Portanto, a pesquisa é um convite ao repensar da prática pedagógica a partir de
uma reflexão sobre a importância didática da atividade lúdica no processo de
construção do conhecimento.

Palavras-chave: Brincadeiras. Ensino-Aprendizagem. Trabalho Lúdico.


ABSTRACT

This article presented the theme: play as a way of learning in early childhood
education. Seen the need of developing a more dynamic and creative methodology
with students regarding the acquisition of more integrative learning, this study
presented as problem: How does the play can contribute to build the child's
knowledge? Thus, the overall objective was to present the importance of fun and
games for the children's development in the teaching-learning process. And as
specific objectives: to highlight the game and playing as an integral source of motor
development, psychological, social and cultural of the child; identify as a play a path
for child cognitive construction; to emphasize the role of the teacher in the teaching-
learning process through the playful banter. The methodology used was
bibliographical nature, through an exploratory research. It is therefore concluded that
the game and the game provide the student construct their knowledge, from being a
passive listener of the teacher's explanations, and becoming an active listener. The
playful work promotes teaching techniques in anthropological and socio-cultural
perspective, learned in human interactions. Therefore, the search is an invitation to
rethink the pedagogical practice from a reflection on the teaching importance of
playful activity in the process of knowledge construction.

Keywords: Play. Teaching and Learning. Playful Work.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 09

CAPÍTULO I
2 O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM E A EDUCAÇÃO INFANTIL. 11
2.1 CULTURA LÚDICA: CONCEITO E CONSTRUÇÃO.................................... 12
2.2 O ATO DE BRINCAR.................................................................................... 14
2.3 APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM.................... 15
2.4 DIREITO DE BRINCAR: O LÚDICO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA........ 18
2.5 A EDUCAÇÃO LÚDICA................................................................................ 19
2.6 A BRINCADEIRA E O JOGO: O PAPEL NO DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO E MOTOR DA CRIANÇA................................................................ 21
2.7 O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO PROCESSO
DE ENSINO APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA BRINCADEIRA......................... 25

CAPÍTULO II
3 A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA...................................................... 27
3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA BRINQUEDOTECA..................................... 27
3.2 A BRINQUEDOTECA COMO UM ESPAÇO PARA BRINCAR E
ENSINAR: UM AMBIENTE LÚDICO................................................................... 29
3.3 O PAPEL DO BRINQUEDISTA ENQUANTO PROFESSOR........................ 33

4 CONCLUSÃO................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 38
9

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo teve por finalidade realizar uma análise sobre a


ludicidade como forma de aprendizagem na educação infantil, tendo por objetivo
geral apresentar a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento das
crianças no processo de ensino-aprendizagem. E como objetivos específicos:
salientar o jogo e a brincadeira como fonte integrante do desenvolvimento motor,
psicológico, social e cultural da criança; identificar na brincadeira um caminho para
construção do cognitivo da criança; ressaltar o papel do professor no processo de
ensino-aprendizagem através da brincadeira lúdica.
Apresenta como problema: de que forma a brincadeira pode contribuir
para a construção do conhecimento da criança? Para responder tal questionamento,
considera-se esclarecer conceitualmente os fundamentais termos usados para
designar o ato de brincar.
A escolha do tema partiu do interesse de compreender melhor o processo
de estruturação da dinâmica pedagógica da atividade lúdica como processo
dinâmico e facilitador de ensino-aprendizagem que pode ser desenvolvida em sala
de aula junto aos educandos da educação infantil, mas que na grande maioria dos
casos essa prática não entra nos planejamentos escolares como um processo
facilitador de aprendizagem, integração e socialização, e sim como um ato
dissociado da conectividade educacional.
Esses valores que estão diretamente ligados ao brinquedo para a criança
na sua manipulação, são experimentais, pois permitem a exploração e a
manipulação do brinquedo, durante o ato do brincar. Deste modo esse artigo torna-
se importante para a utilização da brinquedoteca na educação infantil como recurso
pedagógico, facilitador da aprendizagem e da socialização das crianças.
Nessa perspectiva, o lúdico presente na brinquedoteca torna-se uma
oportunidade de desenvolvimento cognitivo, no qual brincando, as crianças
experimentam, descobrem, inventam, aprendem e conferem habilidades.
A brinquedoteca é um espaço de construção de conhecimento e
aprendizagem para as crianças, através dos jogos, brinquedos e
brincadeiras, pois ao brincar as crianças desenvolvem o efeito
motricidade, linguagem, percepção, representação, memória e outras
funções cognitivas que estão interligadas (OLIVEIRA, 2000, p. 160).
10

Nesse aspecto, o professor deve refletir sobre sua prática educativa direta
com as crianças, observando-as, orientando suas ações espontâneas, utilizando
diversos tipos de jogos educativos no processo de ensino aprendizagem.
Ressaltando que os jogos reforçam sua prática como o valor estrutural, que dá
suporte a construção da personalidade infantil, o valor da relação que desprende a
criança para o contato com outras crianças, adultos, objetivos e com o ambiente em
geral para propiciar o estabelecimento de relações, e por fim valores lúdicos que no
uso dos brinquedos e brincadeiras devem ser avaliados para verificar se os
brinquedos e brincadeiras possuem qualidades que estimulem o aparecimento da
ação lúdica, proposto pelo brincar aprendido na brinquedoteca. Portanto, a
brinquedoteca é um ambiente estruturalmente lúdico, voltado para a construção do
conhecimento através dos jogos, brinquedos e brincadeiras.
Sendo assim, o estudo se justifica pela sua importância para o
desenvolvimento de uma metodologia mais dinâmica e criativa junto aos educandos
no que se refere à aquisição de aprendizagem mais integrativa. O trabalho também
pode vir a ser analisado para estudos futuros sobre a questão aqui apresentada,
podendo após análises servir para fins educativos, afim de, estabelecer alguns
parâmetros pedagógicos que possam elucidar o processo de ensino-aprendizagem.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho foi de cunho
bibliográfico, através de uma pesquisa exploratória.
Neste contexto, o estudo centralizou-se na análise sobre a importância do
brincar na Educação Infantil, pois, esta fase, em que a criança se encontra é
importante no que se refere ao seu desenvolvimento e aprendizagem de maneira
significativa.
11

CAPÍTULO 1

2 O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM E A EDUCAÇÃO INFANTIL

Segundo Santos (2008) destacam que a modalidade de ensino,


denominada como Educação Infantil surgiu no Brasil graças a mudanças ocorridas
no núcleo familiar. Com isso, a inserção da mulher no mercado de trabalho
instaurou-se a necessidade da criação de instituições que prestassem assistências
aos filhos dessas famílias, para tanto foram criadas as creches com objetivo
meramente assistencialista.
Dessa forma, Abramowicz e Wajskop (1999, p. 33) destacam que “essas
instituições passaram por grandes modificações a partir da década de 1970, pois a
sociedade civil organizada passou a exigir das autoridades uma melhor qualificação
no processo de educação infantil”. Assim passaram de meras instituições
assistentes e higienistas, para escolas propriamente ditas, com a preocupação da
formação integral do indivíduo.
Sob essa linha de reflexão, é importante mencionar que a Constituição
Federal de 1988 transformou em lei os desejos dos movimentos sociais, fazendo
constar em seu texto original como sendo um dever do Estado o direito à creche e
pré-escola às crianças de o a 6 anos de idade, conforme o artigo 208, parágrafo IV.
Nesse contexto, em dezembro de 1996 foi promulgada a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB), reafirmando mudanças e estabelecendo de
forma incisiva o atendimento às crianças de 0 a 6 anos; estabelecendo dois níveis
de educação, Educação Básica e Educação Superior; inserindo a educação infantil
na primeira etapa da Educação Básica; e estabelecendo um prazo de três anos a
contar da publicação dessa Lei para sua efetivação legal nos estabelecimentos de
ensino da rede regular de ensino de todo o país.
Portanto, além de enfatizar a gratuidade do ensino, a LDB (BRASIL,
1996) pretende “qualificar esse processo tornando obrigatório que a docência seja
exercida por profissionais graduados em cursos superiores”. Desse modo, pode-se
considerar que a inserção curricular na esfera da educação infantil significa um
avanço para a educação brasileira.
12

Assim, conclui-se dizendo que não adianta simplesmente transferir as


creches para o âmbito da educação, existem outras exigências necessárias para o
bom andamento desta. Rever as concepções de criança e educação, níveis de
formação e função dos profissionais envolvidos, diferenças salariais, estrutura e
funcionamento dos equipamentos infantis, financiamentos e objetividade são
algumas das necessidades de evolução do sistema educacional infantil.
Dessa forma, cabe mencionar que a aprendizagem é um fenômeno
extremamente complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos,
psicossociais e culturais. A aprendizagem é resultante do desenvolvimento de
aptidões e de conhecimentos, bem como da transferência destes para novas
situações.
Nesse sentido, o processo de aprendizagem é desencadeado a partir da
motivação. Esse processo se dá no interior do sujeito, estando, entretanto,
intimamente ligado às relações de troca que o mesmo estabelece com o meio,
principalmente, seus professores e colegas. Assim, nas situações escolares, o
interesse é indispensável para que o aluno tenha motivos de ação no sentido de
apropriar-se do conhecimento.

2.1 CULTURA LÚDICA: CONCEITO E CONSTRUÇÃO

Para estruturalismo deste trabalho, por cultura compreende-se:


“organização estrutural de normas sociais, rituais, regras de conduta e sistema de
significados compartilhados pelas pessoas que pertencem a certo grupo”
(VALSINER, 1998 apud CONTI; SPERB, 2001), ou seja, caracteriza-se pelas
essencialidades humanas de comportamentos, crenças, valores tudo que possibilite
uma organização da vida cotidiana dentro de sociedade.

Cada lugar, cidade ou país possuem sua especificidade cultural.


Conforme Brougère (1998), a cultura determina o que ser típicos comportamentos
de brincadeira e comportamentos que não deverão ser de brincar. Por exemplo, uma
tribo africana vê as bonecas como um artifício para a magia negra, enquanto a
sociedade capitalista enxerga a boneca como uma fonte de renda, que proporciona
diversão para as crianças. Essa “conceituação” nem sempre é clara e precisa, pois
13

sua validade se dá na medida em que influencia a maneira como as crianças


brincam, como brincam, com o que brincam, com quem brincam e principalmente o
local onde brincam, esses de fato são fatores determinantes na construção de uma
cultura lúdica.

Brougère (1998) continua sua análise constatando que a cultura é um


determinante que surgiu antes mesmo do jogo, presumindo uma preparação que os
tornam possível na essência da criança. Ela em detrimento da inserção das duas
vertentes na sua vida tanto por meio escolar como social e familiar, passa, então, a
domina-las, na medida em que vão desenvolvendo e dedicando-se as atividades
lúdicas.. “O desenvolvimento da criança determina as experiências possíveis, mas
não produz por si mesmo a cultura lúdica” (BROUGÈRE, 1998, p. 27), ou seja, é
necessário um trabalho em conjunto dos fatores biológicos, psicológicos e das
interações sociais para que a criança constitua o alicerce preciso para a construção
de uma cultura lúdica tanto individual quanto geral.

A cultura lúdica abrange um esquema de comportamentos que dar a


acesso a atividade lúdica. Esses esquemas são confusos e ambíguos, entretanto,
permeiam a organização da brincadeira. Os esquemas estão relacionados às
observações da complexa realidade social, na atividade de brincar, nos materiais
disponíveis e na cultura. A cultura lúdica não é uma entidade, mas é configurada
pelos indivíduos como um produto de interação social (VYGOTSKY, 1991;
BROUGÈRE, 1998).

Nessa perspectiva, a cultura lúdica pode ser transformada de acordo com


o contexto ao qual está inserida. Brougère (1998) cita alguns dos fatores que podem
contribuir na transformação da cultura lúdica: hábitos sociais, condições climáticas,
condições especiais, idade, sexo, ambiente em que se encontra a criança e a
concepção de infância. Também pode ser considerado como fator contribuinte para
essas mudanças os novéis estruturais da sociedade e os novos significados da
realidade.

A cultura lúdica tem característica tanto universal quanto individuais.


Ainda que alguns comportamentos tais como, o ato de brincar, possam fazer parte
de todas as culturas, cada indivíduo é responsável pela maneira como esses e
14

outros comportamentos culturais possam ter significado no seu dia-a-dia


(BROUGÈRE, 1998).

A criança consegue construir sua própria cultura lúdica brincando, pois


sendo um sujeito ativo, consegue constituir significativamente uma cultura geral e
também estabelecer relações com o ambiente em que vive. Partindo do ponto de
vista conceitual sobre cultura lúdica, faz-se também uma descrição sobre o conceito
de brincadeira para o desenvolvimento.

2.2 O ATO DE BRINCAR

O ato de brincar é uma atividade existente desde os tempos remotos, de


tempos e lugares diferentes diversificando-se a partir do contexto sociocultural e
histórico em que a criança está inserida. Já a brincadeira é uma recreação que pode
ser adaptada em conformidade com a imaginação e criatividade da criança e do
adulto.
As brincadeiras conhecidas nas décadas das vovós, das mães, dos pais,
etc., perdura até os dias atuais nas vidas das crianças, com diferentes versões, isso
por que, na atualidade, tem-se diferentes espaços geográficos, culturas e como
novidade a globalização da era da informação e da tecnologia.
Brincadeiras são universais, é uma atividade historicamente presente na
vida da humanidade ao longo dos tempos, tornando-se parte cultural de um povo. O
brincar faz parte da atividade natural na vida da criança, é cotidiano, espontâneo,
divertido, prazeroso, criativo e o melhor, descompromissado.
Segundo Wajskop (2007, p. 25),
a brincadeira, desde a antiguidade, era utilizada como um
instrumento para o ensino, contudo, somente depois que se rompeu
o pensamento românico passou-se a valorizar a importância do
brincar, pois antes, a sociedade via a brincadeira como uma negação
ao trabalho e como sinônimo de irreverência e até desinteresse pelo
que é sério.

Mesmo com tanta criação e elevação conceitual sobre as finalidades do


ato de brincar, este termo ainda é muito discutido, pois ele refere-se a diferentes
contextos da criatividade humana, tornando o termo atividade lúdica um conjunto de
diversidade da expansão imaginária do indivíduo. Desta forma, evidencia-se que,
15

pensar na criança como um mero aprendiz, reprodutor de cultura e informações,


como um indivíduo frágil e vulnerável não é de todo errado, mas o que não se pode
esquecer é esses pequenos cidadãos serão futuros adultos, e, portanto, co-
construtores de sua própria história e da história de uma nação.
De acordo com Perrotti (1990, p. 18), pode-se dizer que, “conceituá-la
como ser passivo é, infelizmente, normal, pois nunca se considerou que a criança
possui cultura própria”. Com esse modo de pensar, o autor quer dizer que, a
sociedade costuma negar a participação ativa e, portanto, o lugar das crianças
nessa cultura proativa em que se vive o indivíduo adulto, sendo esta afirmativa,
imposta por um sistema que costuma classificar os seres humanos conforme o seu
nível quantitativo de produção ao qual eles possam manter.
Nossa organização social é de tal modo ‘autocêntrico’, que nossas
reflexões sobre a criança e seu universo cultural correm sempre o
risco de, repetindo a organização social, situar a criança em condição
passiva face à cultura. Pensamos sempre na criança recebendo (ou
não recebendo) cultura, e nunca na criança fazendo cultura ou,
ainda, na criança recebendo e fazendo cultura ao mesmo tempo
(PERROTTI, 1990, p.18).

Nessa perspectiva, o brincar, é, pois uma ferramenta altamente eficaz no


desenvolvimento das atividades pedagógicas em momentos oportunos e alcançar
resultados satisfatórios que sem esse recurso provavelmente não chegaria. Brincar
é uma das atividades que a criança mais gosta, cabendo ao professor mediar esse
momento, orientando e explicando o sentido e o porquê daquele brincar em meio
aos exercícios praticados em sala de aula.

2.3. APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM

A atividade de brincar e jogar são exercícios de grande importância para a


saúde física, mental, emocional e intelectual da criança, através dessas ações, a
criança consegue expressar-se oralmente, socialmente, adquirir autoestima,
autoconfiança, necessária para ela aprender a ir enfrentando os desafios e
construindo seus próprios conceitos de vida.
Compreende-se que a brincadeira é uma forma da criança construir o seu
universo social, imaginário e cultural, pois ela consegue envolver situações reais do
seu dia-a-dia no mundo imaginário criado por ela. (FORTUNA, 2003).
16

Para descrever o lúdico o dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira


(2000, p. 100) define: “lúdico tem sua origem na palavra latina ludus que quer dizer
jogos, brinquedos, divertimentos”. Já Almeida (2008, p. 26) diz:
Se achasse confinamento a sua origem, o termo lúdico estaria se
referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. A
evolução semântica da palavra “lúdico”, entretanto, não parou
apenas nas suas origens e acompanhou as pesquisas de
Psicomotricidade. O lúdico passou a ser reconhecido como traço
essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo
que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As
implicações da necessidade básica da personalidade, do corpo e da
mente. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica
humana. Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e
satisfatório.

O exercício de brincar proporciona também desenvolvimento, não sendo


apenas um instrumento didático mediador da aprendizagem, uma vez que, os jogos,
brincadeiras e brinquedos estimulam áreas importantes como, a motricidade,
inteligência, sociabilidade, afetividade e criatividade.
Desse modo, o brinquedo contribui para a criança exteriorizar seu
potencial criativo (FORTUNA, 2003). A capacidade de brincar abre um espaço de
decifração de enigmas, além de propiciar o conhecimento de forma natural e
agradável, como meio de estimular a socialização, possibilitando a criança a agir de
forma mais autônoma.
Desta forma, jogos brinquedos e brincadeiras, não são apenas um
momento de diversão na vida da criança, mas sim, uma atividade que constrói
desafios, gera habilidades, e, portanto, pode ser associada à arte de educar. Por
isso é importante que o educador interaja com o lúdico, firmando o jogo, a
brincadeira, e o brinquedo como recursos pedagógicos auxiliadores dos diversos
níveis do conhecimento.
Segundo Fortuna (2003, p. 35) “é importante que o educador insira o
brincar em um projeto educativo, com objetivos e metodologia definidos, o que
supõe ter consciência da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e
à aprendizagem das crianças”. Fernandéz (2001, p. 18) complementa afirmando:
“hoje a prática pedagógica fixa-se em dois pontos: a participação construtiva do
aluno no processo de aprendizagem e a necessidade de intervenção do professor
para a aprendizagem de conteúdos”.
17

Salienta-se que a aprendizagem é o principal fator pelo o qual, o trabalho


lúdico é visto como fundamental para a educação, em que o brincar se torna
significativo com a contribuição dos educadores que devem exercer com a sua
função de auxiliar no processo, pois de acordo com Ramos (2002, p. 6) “nem tão
largada que dispense o educador, dando margem às práticas educativas
espontâneas que sacralizam o ato de brincar, nem tão dirigida que deixa de serem
brincadeiras”, já que a intenção do professor pode estar condicionada na
organização do espaço físico.
Uma vez que, o brinquedo propicia o desenvolvimento pleno da criança,
já que ele participa efetivamente no seu convívio social. A brincadeira é um elemento
que faz parte ativamente do mundo da criança. É nessa hora, que ela experimenta,
se organiza, compreende regras, constrói regras para si e para o grupo. Dessa
forma, o brincar representa uma forma de linguagem a qual a criança utiliza para
compreender e interagir consigo mesma e com os outros, além do universo que a
rodeia.
[...] o caráter educativo do brincar é visto como uma atividade
formativa, que pressupõe o desenvolvimento integral do sujeito quer
seja na sua capacidade física, intelectual e moral, como também a
constituição da individualidade, a formação do caráter e da
personalidade de cada um. Enquanto que na fase dirigida há a
presença das brincadeiras como atividades cujo objetivo específico é
o de promover a aprendizagem de um determinado conceito, ou seja,
além de serem marcados pela intencionalidade do educador
(PIAGET, 2003, p. 34).

Porém, observa-se que, a atividade educacional por meio do lúdico ainda


gera algumas barreiras, tanto por parte da escola e de seus integrantes, quanto por
parte dos familiares por não ter conhecimento da função que os brinquedos e as
brincadeiras exercem na vida da criança.
É necessário analisar essa visão restrita do lúdico na vida da criança,
construindo novos conceitos pedagógicos onde se compreenda que “trabalho-
seriedade x brincar-seriedade”, são fatores que podem andar lado a lado. Por meio
dessa ação lúdica, a criança desenvolve sua motricidade, seu raciocínio, sua
linguagem, identifica-se socioculturalmente e isso tudo brincando (FERNANDÉZ,
2001).
18

Desta forma, as atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento


motor, da linguagem, da percepção, da representação, da memória, e do equilíbrio
afetivo, além do domínio de signos sociais e das mudanças significativas da
consciência humana. Assim, a presença do lúdico no desenvolvimento da
aprendizagem da criança é de suma importância para que ela associe melhor ao seu
dia-a-dia todo o conhecimento que está sendo passado. Pois com aulas mais
dinâmicas e criativas, a possibilidade da criança obter maiores interesses pela
aprendizagem é significativa, além de estarem sendo preparadas para a
alfabetização.

2.4 DIREITO DE BRINCAR: O LÚDICO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

O ato de brincar é tão importante para a criança que se tornou um direito


garantido na Declaração Universal dos Diretos da Criança (BRASIL, 2006), onde no
quarto artigo deixa claro que a criança terá direito a alimentação, recreação e
assistência médica adequadas. Estabelecendo de forma igualitária que a recreação
é tão importante quanto à alimentação e a saúde para a criança. Sendo assim, o
brincar é muito importante no processo de desenvolvimento da criança.
No sétimo princípio é estabelecido que a criança deve ter plena
oportunidade para brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem ser
orientados para os mesmos objetivos da educação. Sendo a sociedade e as
autoridades públicas responsáveis para promoção destes direitos.
No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2014) no seu artigo
segundo é considerado criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos
de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Sendo assim, no artigo dezesseis a criança tem direito à liberdade, onde
compreende alguns aspectos, entre eles o inciso quarto, que é o de brincar, praticar
esportes e divertir-se. E no artigo cinquenta e nove cabe aos municípios, juntamente
com apoio dos estados e da União, estimular e facilitar a destinação de recursos e
espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
e a juventude.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação afirma que:
Brincar é um das atividades fundamentais para o desenvolvimento da
identidade e da autonomia da criança, desde muito cedo, pode se
19

comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde ter determinado


papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação... A
fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a
criança aprenda mais sobre a relação entre pessoas. (BRASIL, 1998,
p. 22).

Como visto o direito de brincar é uma questão legal e reconhecida por lei.
Mas infelizmente muitas crianças não brincam, outras brincam, mas pouco e as
razões desse não brincar se manifesta de diversas formas.
Algumas crianças são privadas do seu direito de brincar por apresentarem
deficiência física ou mental, por estarem hospitalizadas, por terem que trabalhar e
ajudar no sustento de seus lares.
A ausência do brinquedo, entretanto, não as impede de brincar, pois elas
usam a imaginação. Contudo, sabemos que o brinquedo é um suporte material que
facilita o ato de brincar.
Assim, conclui-se que ao falar da importância do brincar, o respaldo não
está garantido apenas com os subsídios dos renomados autores e como subsídios
psicopedagógicos, mas juridicamente também. Sendo assim direito da criança, deve
ser promovido pelos educadores também.

2.5 A EDUCAÇÃO LÚDICA

Os alunos dos tempos modernos almejam por uma educação prazerosa e


com grandes significados socioculturais. Sendo em grande parte, muito mais
interessante para eles ficar horas a fio em frente à televisão, do videogame e
principalmente do computador. Com esse mundo de fantasias tão encantador dentro
de suas casas, elas acabam trazendo para a sala de aula a frustação e a
desmotivação.
Uma vez que o eixo epistemológico do construtivismo acolhe uma
aprendizagem dinâmica e prazerosa, sendo assim, então porque não aproveitar a
atividade lúdica como um recurso didático metodológico de aprendizagem.
Winnicott (2008), dar ênfase a importância do brincar e da criação para a
criança, especialmente nos primeiros anos de construção da identidade pessoal.
Para ele a escola tem o dever de auxiliar a criança a terminar a transição da maneira
20

mais agradável, respeitando sempre o tempo e o espaço, e o direito de imaginar e


brincar da criança.
Segundo Chateau não se pode pensar em infância sem pensar nas
brincadeiras e na diversão que as acompanham. A criança que na infância foi
privada de brincar, em um futuro próximo, poderá tornar-se um adulto com
dificuldades para raciocinar, pensar e até mesmo objetivar suas perspectivas
(CHATEAU, 1987).
Enfim, é preciso deixar que as crianças e os adolescentes brinquem,
é preciso aprender com eles a rir, a inventar a ordem, a representar,
a imitar, a sonhar e a imaginar. E no encontro com eles, incorporando
a dimensão humana do brincar, da poesia e da arte, construir o
percurso da ampliação e da afirmação de conhecimentos sobre o
mundo. (BRASIL, 2006, p. 44).

De tão fundamental que o brincar se tornou no espaço escolar das


crianças, ganhou um ambiente reservado para sua manutenção: a brinquedoteca,
que configura-se por ser um espaço próprio para estimular a criança a brincar se
alfabetizando, possibilitando o acesso a uma gama de brinquedos vadiados dentro
de um lugar especialmente lúdico.
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados,
brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que
possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis
de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude
básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas
crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e
cultural (BRASIL, 1998, p. 23).

O trabalho com o lúdico implica em um contato direto com os fenômenos


da vida real. Atualmente, este trabalho promove na criança, uma satisfação real no
aprender, pois a aprendizagem flui de maneira presente, e não como promessa para
uma aprendizagem futura, como recompensa a curto prazo. Segundo Kishimoto
(1994, p. 13), “a gradativa percepção de que a manipulação de objetos facilita a
aquisição de conceitos introduz a prática de materiais concretos subsidiarem a tarefa
do docente”.
A ação de buscar, de apropriar-se dos conhecimentos, de transformar
exigem dos estudantes esforços, participação, indagação, criação e reflexão,
socialização com prazer, relações que constituem a essência psicológica da
21

educação lúdica, seu objetivo, além de explicar as relações múltiplas do ser humano
em seu contexto histórico, social, cultural e psicológico. “Também a escola precisa
ter uma finalidade sintetizadora, transformando a realidade viva nas distintas
disciplinas ou áreas de conhecimento apresentadas ao estudante” (ZILBERMAN,
2003, p. 25).

2.6 A BRINCADEIRA E O JOGO: O PAPEL NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


E MOTOR DA CRIANÇA

A definição do jogo, não resumi-se apenas a um punhando de atividades


geradoras de esportividades, ou brincadeiras aleatórias, mas também a abordagem
de aquisição de conhecimentos que podem servir durante toda a vida da criança,
tornando isso uma busca diária para seu desenvolvimento. Sabe-se que os jogos e
competições aguçam o interesse do indivíduo, tanto por parte do esporte quanto por
pura diversão. Um bom exemplo a ser citado, são as atividades desempenhadas
pelos homens primitivos que eram em sua maioria realizadas com o intuito de
sobrevivencia e outras como a dança, eram restritas ao divertimento e ao lazer.
[...] excluir o jogo dos animais é apontar para as características
relacionadas aos aspectos socias: o prazer demonstrado pelo
jogador, o caráter “não-sério” da ação, a liberdade do jogo e sua
separação dos fenômenos do cotidiano, a existência de regras, o
caráter fictício ou representativo e a limitação do jogo no tempo e no
espaço (HUIZINGA, 1951 apud KISHIMOTO, 1994, p. 3-4).

A criança, de hoje participam dos jogos, de empreendimentos propícios


ao lazer e à caracterização esportiva. Os processos de crescimento que sofre o
corpo, as transformações do meio em que se vive, a passagem pela infância, e a
constituição da cultura adulta, fazem parte de um empreendimento que acomete a
criança inclusive esses processos contribuem na formulação de uma aprendizagem
diverficada.
Os jogos caracterizam a própria cultura, a cultura gera a educação e a
educação representa a sobrevivência. Conforme afirma Kishimoto (2003, p. 15), “A
variedade de fenômenos considerados como jogo mostra a complexidade da tarefa
de defini-lo”.
22

Os princípios imaginativos formulados na criança partem do pressuposto


das atividades de conhecimento do real e de suas experiências. No mundo da
brincadeira observa-se o universo da imaginação personificado na expressão
corporificada e linguística, em uma vivência absoluta e não-parcializada do tempo e
espaço da criança. No que diz respeito a esse aspecto, afirma Oliveira (2004, p. 65):
“O brincar é uma atividade inerente à vida da criança. Ela brinca mesmo sem um
objeto concreto; brinca com o próprio corpo quando bebê, com os pés, com as mãos
[...]”.
Por meio do brinquedo, do jogo, e da brincadeira, e, consequentemente
da imaginação, as crianças aumentam suas habilidades conceituais. Ao brincar, as
crianças estão desenvolvendo seu cognitivo, sendo levadas muitas vezes a diferir do
seu comportamento diário. A brincadeira de imitar, principalmente os mais velhos,
geralmente a criança está propiciando o afloramento do seu desenvolvimento
intelectual. Sendo assim, o lúdico e a orientação escolar tem o mesmo teor de
representatividade no que concerne ao desenvolvimento das habilidades e
conhecimentos. A proposito escreve Kishimoto:
Com o aparecimento do jogo simbólico a criança ultrapassa a
simples satisfação da manipulação. Ela vai assimilar a realidade
externa ao seu eu, fazendo distorções ou transposições. Da mesma
forma, o jogo simbólico é usado para encontrar satisfação fantasiosa
por meio de compensação, superação de conflitos, preenchimento de
desejos. Quanto mais avança em idade mais caminha para a
realidade (KISHIMOTO, 1998, p. 40).

Tendo em vista a reflexão acima, a análise aqui empreendida leva em


consideração como um dever da escola, a partir do desenvolvimento de uma
proposta de aprendizagem através do ensino lúdico, garantir que a criança não
transforme essa aprendizagem numa diversão sem sentido, é preciso fazer com que
ela entenda que a atividade lúdica é um meio de aprendizagem do qual se pode
obter uma maior eficácia no processo de ensino-aprendizagem. Sendo a mesma,
adquirida de conhecimento de forma a melhorar a sua compreensão dos fatos a
serem estudados. Para isso o professor e a escola precisam estar cientes da função
do trabalho lúdico na educação, e da transformação que isto pode acarretar no
processo de ensino junto ao aluno.
O professor precisa aprender a diversificar seu ensino, compreender que
ensinar é mais que passar conhecimento, é quebrar regras, é desafiar a cada dia a
23

si próprio, é trazer à tona a realidade do mundo e saber transformá-la em educação,


tornando-se um desafio para o avanço na organização do trabalho pedagógico.
É preciso insistir: este saber necessário ao professor – que ensinar
não é transferir conhecimento – não apenas precisa ser aprendido
por ele e pelos educandos nas suas razões de ser – ontológica,
política, ética, epistemológica, pedagógica, mas também precisa ser
constantemente testemunhado, vivido (FREIRE, 1996, p. 34).

Para entender o universo lúdico é fundamental compreender o que é


brincar e para isso, é importante conceituar palavras como jogo, brincadeira e
brinquedo, permitindo assim aos professores de educação infantil e do ensino
fundamental trabalhar melhor as atividades lúdicas. “Os professores podem refletir
sobre o conteúdo que planejam ensinar e considerar quais personagens e enredo
aparece como possibilidades para a narração de histórias e outros diversos
trabalhos lúdicos que possam interagir com a criança” (CAMPBELL; CAMPBELL;
DICKINSON, 2000, p. 33-34).
A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar
o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem.
Conforme Oliveira (2004, p. 66): “Na brincadeira, seja ela com objetos, seja com
situações imaginárias, a criança está desenvolvendo sua capacidade mental criativa,
como também exercitando a coordenação motora, o desempenho de papéis, a
compreensão do mundo”.
A brincadeira é uma atividade que pode ser tanto coletiva quanto
individual. Na brincadeira a existência das regras não limita a ação lúdica. Isto
porque a criança pode modificá-las, ausentar-se do jogo quando desejar, incluir
novos membros, introduzir as suas próprias regras, atuando de acordo com as suas
necessidades subjetivas e com as necessidades externas, havendo aí uma grande
liberdade de ação.
O brinquedo contém sempre uma referência ao tempo de infância do
adulto com representações vinculadas pela memória e imaginações. O vocábulo
“brinquedo” não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo, pois entra em
contato direto com o imaginário da criança e tem uma dimensão material, cultural e
técnica vasta. Enquanto objeto de estudo, o jogo é sempre suporte de brincadeira.
Com respeito a isso, Oliveira (2004, p. 67), citando Vygotsky, afirma que no
brinquedo, “o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias e
24

não das coisas: um pedaço de madeira torna-se um boneco e um cabo de vassoura


torna-se um cavalo”.
A brincadeira pode se apresentar como uma oportunidade de
desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e
confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a
autonomia, as brincadeiras podem proporcionar o desenvolvimento da linguagem,
do pensamento, da concentração e da atenção.
Na concepção de Vygotsky (2003, p. 133) “o brinquedo não é o aspecto
predominante da infância e sim um fator muito importante do desenvolvimento. O
comportamento da criança não é sempre guiado pelo significado”. A conquista
importante mediada pela brincadeira é justamente a possibilidade de sobrepor o
significado aos objetos e ações quando for adequado. É a independência em relação
às limitações situacionais. Ainda segundo o autor:
[...] a predominância do significado, assim como operar com o
significado das coisas, favorece a capacidade da criança em operar
com o significado de ações, o pensamento abstrato, o
desenvolvimento da vontade e a capacidade de fazer escolhas
conscientes. A sujeição às regras de comportamento vivenciadas no
jogo simbólico é motivada pelo desejo de viabilizar o brinquedo, o
que exercita sobremaneira o desenvolvimento da vontade (controle)
(VYGOTSKY, 2003, p. 133).

Segundo Benjamim (1987, p. 35) “a criança brinca para se conhecer e


para compreender o mundo que a cerca, constituindo-se como um ser pertencente
da sociedade e construindo também sua identidade cultural”.
Vygotsky (2003, p. 134) “Essa subordinação estrita a regras é quase
impossível na vida; no entanto torna-se possível no brinquedo”. Este espaço de
realizações de desejos não realizados e de subordinação rigorosa às regras, cria
segundo Vygotsky (2003, p. 136), “uma zona favorável ao desenvolvimento e
aprendizagem, onde a criança ao se comportar além de suas possibilidades
manipula elementos do mundo adulto”. Assim o brinquedo cria uma Zona de
Desenvolvimento Proximal onde a criança se comporta além do comportamento
habitual de sua idade. No brinquedo é como se fosse maior do que é na realidade.
É importante destacarmos a importância do jogo no desenvolvimento da
linguagem, que surge inicialmente como meio de comunicação entre a criança e as
pessoas de seu meio sociocultural, e aos poucos vai se convertendo em linguagem
25

interna, contribuindo assim, para organizar o pensamento da criança,


transformando-se em função mental. Pelo jogo a criança aprende, verbaliza,
comunica-se com pessoas que têm mais conhecimentos, internaliza novos
comportamentos e, consequentemente, se desenvolve.

2.7 O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO PROCESSO DE


ENSINO-APRENDIZAGEM ATRAVÉS DA BRINCADEIRA

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não


pode ser vista apenas como uma diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico
facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural.
O professor de educação infantil deve estar preparado não apenas para
atuar como animador, mas também como observador e investigador das relações e
acontecimentos que ocorrem na escola. Deste modo, é preciso que o educador,
além da prática tenha também uma base teórica para que possa se sustentar na
aplicação do lúdico, pois na prática pedagógica é sempre importante utilizar um
recurso didático com uma explicação cientifica comprovando sua eficácia empírica.
Segundo Nóvoa (1991, p. 34), o sentido de formação profissional implica
em “entender a aprendizagem numa perspectiva interdisciplinar e como um
processo contínuo que requer uma análise cuidadosa desse aprender em suas
etapas, evoluções, avanços e concretizações”. Requer também redimensionamento
dos conceitos que alicerçam tal possibilidade de busca na compreensão de novas
ideias e valores
A formação lúdica dos professores é hoje uma preocupação constante
para aqueles que acreditam na necessidade de transformar o quadro educacional
presente, pois da forma como ele se apresenta fica evidente que não condiz com as
reais necessidades dos que procuram a escola com o intuito de aprender.
O professor é a peça chave desse processo, e deve ser encarado como
um elemento essencial e fundamental. Quanto maior e mais rica for sua história de
vida profissional, maiores serão as possibilidades de ele desempenhar uma prática
educacional consistente e significativa.
Wassermann (1990, p. 21) nos diz que, para que o professor utilize as
brincadeiras no âmbito do espaço escolar com a devida “seriedade”, deve considerar
a importância de que ele reflita sobre essa prática. Nesse sentido a responsabilidade
26

do educador, na educação infantil, é ajudar a criança a ampliar de fato as suas


possibilidades de ação. Proporcionar a criança brincadeiras que possam contribuir
para o seu desenvolvimento psicossocial e consequentemente para a sua educação.
É fundamental que os professores tenham conhecimento do saber, que a
criança construa na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular
sua proposta pedagógica. Portanto, no processo da educação infantil o papel do
professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza
matérias, participa das brincadeiras, ou seja, a mediação da construção e do
conhecimento. Assim, ao incluir no planejamento uma atividade lúdica, o professor
deve antes adequar o tipo de jogo ao seu público e ao conteúdo a ser trabalhado,
para que os resultados venham a ser satisfatórios e os objetivos alcançados.
O professor deve se preocupar em construir uma relação democrática e
respeitosa com as crianças em todas as situações, principalmente no que diz
respeito à conservação dos jogos e brinquedos. Além dos jogos e brinquedos
estruturados (fabricados), sugere-se que o educador incremente esse aceso através
da construção de novos jogos, utilizando-se também de recurso das sucatas. Estes
materiais apresentam uma infinita variedade de cores, formas, texturas e tamanhos
e possibilitam que as crianças montem, desmontem, construam e brinquem.
O educador não deve ser um mero espectador que apenas intervém em
casos de brigas ou choros. Nem tampouco deve assumir sempre a iniciativa de
propor e coordenar as brincadeiras. É necessária certa dose de sensibilidade para
saber distinguir em que momentos sua presença mais ativa é fundamental (como,
por exemplo, para estimular a participação de determinadas crianças ou propor
novas brincadeiras) e as ocasiões em que é preferível deixar que as próprias
crianças interajam, organizem e reinventem as brincadeiras.
27

CAPÍTULO II

3 A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA

3.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA BRINQUEDOTECA

A brinquedoteca foi criada por volta de 1993, na cidade de Los Angeles.


(NOFFS, 2000). Este mesmo autor afirma que a brinquedoteca foi construída para
proteger os brinquedos, pois estava havendo muito roubo em muitas lojas, e os
especialistas também observavam que as crianças não tinham como brincar com
esses brinquedos. A partir desse momento surgiu um espaço onde se guardava
todos os brinquedos, e veio a idéia de empréstimo de brinquedos, oferecendo assim
um recurso para as crianças das comunidades daquela época.
Conforme Friedmmann (1998, p. 174) "ainda existe, em Los Angeles
(E.U.A) a brinquedoteca chamada de 'Toy Loan' ou 'Toy Libraries', com propósito
apenas de emprestar brinquedos, caracterizado como recurso comunitário".
Dessa forma, os brinquedos da brinquedoteca passaram a ser visto como
distração, entretenimento, aprendizado, desenvolvimento e interação entre as
crianças.
Ao passar do tempo, a expansão desse serviço foi ficando muito intensa.
Na década de 1960 alguns países como: Suécia, Inglaterra, Bélgica e França,
passaram a procurar estes serviços, mas, com propósitos ligados à orientação e
empréstimo de brinquedos aos pais de crianças com deficiências, para estimular, no
âmbito domiciliar, à aprendizagem por meio do brincar, evidenciando-se assim, o
surgimento de outras funções da Brinquedoteca: a educacional e a terapêutica
(LIMA, 2010).
Segundo Noffs (2000), em 1963 duas professoras fundaram na Suécia a
primeira Lecoteca (Ludoteca em sueco), com o objetivo de emprestar brinquedos e
orientar a comunidade e famílias com crianças portadoras de necessidades
especiais. A brinquedoteca naquela época teve uma importância significativa no
empréstimo de brinquedos para estimulação de crianças portadora de necessidades
especiais. Com ajuda da família, o desenvolvimento das crianças ficava mais fácil,
através do uso dos brinquedos.
28

Em 1967, na Inglaterra, surgiram novas “bibliotecas de brinquedos” (Toy


libraries), onde qualquer criança podia escolher os brinquedos e poderia levar para
casa. Em outros países da Europa como Suíça, Bélgica, França e Itália
denominaram o espaço lúdico de Ludotecas, com empréstimo para uso local ou
domiciliar (NOFFS, 2000).
Após a implantação de novas brinquedotecas, em 1973, no Brasil, a APAE
(Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo, adotou o Sistema
de Rodízio de Brinquedos e Materiais Pedagógicos, onde os brinquedos foram
centralizados com maximização no uso de todos os recursos existentes.
(FRIEDMANN, 1998).
Segundo Noffs (2000),
Em 1976, foi realizado em Londres o primeiro Congresso
Internacional, sobre esse assunto, onde foi discutido por vários
países e por diferentes grupos. Esses grupos tendo sempre em
comum a defesa do direito da criança brincar e o conhecimento do
valor das atividades lúdicas, visando sempre o seu desenvolvimento,
tendo ao mesmo tempo a preocupação de preservar a qualidade do
brinquedo (p. 165).

Logo após ter acontecido o Congresso Internacional realizado em


Londres foi fundada uma Associação Brasileira de Brinquedoteca, com a
preocupação no desenvolvimento das crianças através do brincar.
A Associação Brasileira de Brinquedos (ABB) foi fundada em
1984 por Nylce Helena da Silva Cunha. Seu primeiro congresso
ocorreu na década de 80, em São Bernardo do Campo (São
Paulo), em paralelo ao congresso de Educação pré-escolar da
região. Esse município inaugurou á primeira brinquedoteca
pública de São Paulo. Essa ideia irradiou-se rapidamente pelos
diferentes Estados, mas foi em Santa Maria (Rio Grande do Sul)
que esse trabalho se estruturou (NOFFS, 2000, p. 166).

Segundo os apontamentos feitos por Ramalho (2000, p. 76), “no Brasil,


existem cerca de 180 brinquedotecas inscritas, desde 2005, em diferentes regiões
do país, com variados objetivos e características".
De acordo com Noffs (2000), a Associação Brasileira de Brinquedoteca
(ABB), atua na divulgação, incentivo e orientação de educadores, na elaboração de
aulas habilitadas para o desenvolvimento da criança ao brincar, e formação de
profissionais brinquedistas.
29

A brinquedoteca é um local de estímulos onde as crianças brincam


livremente algumas horas por dia, quebrando a rigidez de métodos tradicionais que
existem ainda no Brasil.

3.2 A BRINQUEDOTECA COMO UM ESPAÇO PARA BRINCAR E ENSINAR: UM


AMBIENTE LÚDICO

A brinquedoteca é um espaço que deve ser utilizado por professores e por


todos aqueles que forem responsáveis por propiciar o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos por meio de jogos e brincadeiras, oficinas, e todo tipo de
atividade que estimule a criança a aprender. Um dos objetivos de uma
brinquedoteca é o de possibilitar que a criança desenvolva os aspectos mentais,
psicológicos, sociais e físicos que estão dentro dela, de forma que externizem por
meio da ludicidade.
Não deve ser utilizada para fins diferentes do que o proposto, como por
exemplo, obrigar a criança a ter comportamentos colaborativos ou forçar atividades,
pois ela se sentirá mais vontade para participar se esta tiver estimulada de forma
natural, espontânea, livre, sendo priorizada, favorecendo assim a ambas as partes.
Para Cunha (2007), “a brinquedoteca pode existir até sem brinquedos,
desde que outros estímulos às atividades lúdicas sejam proporcionados”.
De acordo com Oliveira (2000), a brinquedoteca é um espaço que
estimula a criança a brincar livremente, onde a mesma tem a possibilidade de pôr
em prática sua criatividade e imaginação. O ensino em uma brinquedoteca avalia o
desenvolvimento da criança, através do acompanhamento, observação diária, a
socialização, iniciativa e interação das crianças.
Este é o caso do espaço denominado brinquedoteca, onde a
variedade de materiais e sua organização sempre a disposição as
explorações e manuseio, assim como a segurança, bem-estar a
sensação de acolhimento possibilitam sua utilização autônoma.
Brinquedos e brincadeiras convivem em harmonia com as
necessidades de afeto, de alegria, de amor, de conhecimento.
(OLIVEIRA, 2000, p. 160).

Vale lembrar que, por mais que a brinquedoteca seja um local ideal para
trabalhar o lúdico de forma saudável e prazerosa, esta não conseguirá cumprir sua
real função se não houver a "alma de poeta e educador" e presença de um
30

"brinquedista", que atua na dimensão de mediar as situações e ações lúdicas com a


criança, como defende Noffs (2000).
Para Oliveira (2000), a brinquedoteca não é só um espaço para brincar, é
também um espaço que cria condições para oferecer o equilíbrio afetivo da criança,
trazendo assim uma transformação significativa da consciência infantil, onde as
crianças irão conhecer as características dos brinquedos e desenvolver seus
conhecimentos.
Os objetos manipulados na brincadeira, especialmente, são usados
de modo simbólicos, como um substituto para outros, por intermédio
de gestos imitativos reprodutores das posturas, expressões e
verbalização que ocorrem no ambiente da criança. (OLIVEIRA, 2002,
p. 160).

As brincadeiras realizadas na brinquedoteca são importantes no processo


educativo, pois é através delas que a criança aprende princípios básicos com
clareza como: regras, limites e desperta o interesse nos conhecimentos e a
sociabilidade.
Segundo Noffs (2000, p. 163):
A brinquedoteca se apresenta como um espaço, onde as crianças
utilizando o lúdico constroem suas próprias aprendizagens,
desenvolvendo-se em um ambiente acolhedor, natural e seu funciona
como estímulos, para o desenvolvimento de suas capacidades
estéticas e criativas, favorecendo ainda curiosidade.

De acordo com Cunha (2007), a brinquedoteca oferece várias


oportunidades de estimulação para as crianças e as atividades corporais fazem
parte dessa programação, também a necessidade da interação e socialização e
dentro do grupo das crianças aprendem a partilhar e trabalhar juntos, com isso torna
muito enriquecedor e conhecendo seus colegas e fazendo novas amizades.
A brinquedoteca é uma ferramenta pedagógica que faz com que os
educadores percebam que o lúdico é uma oportunidade de desenvolvimento das
crianças de uma forma social. Através da restituição do espaço, meios e o tempo
que as crianças brincam espontaneamente e sem cobranças, o que forma um
compromisso considerado fator devidamente ponderado desde a pré-escola, como
atividade dividida e monitorada pelo professor.
31

Para Oliveira (2000), o lúdico é uma forma de desenvolver a criatividade e


conhecimento das crianças, através dos jogos e brinquedos em uma brinquedoteca.
Mesmo a brinquedoteca sendo comprovada e considerada um espaço
necessário para resgatar o brincar, como elemento essencial, um espaço necessário
para o desenvolvimento integral das crianças de 4 e 5 anos de idade em sua
criatividade, e em todos os ambientes e circunstâncias de sua vida, no lar, na
vizinhança, na escola e na comunidade. Hoje o tempo das crianças é habitualmente
preenchido com deveres e afazeres, restando pouco tempo para as atividades
lúdicas.
Assim diminui as possibilidades das crianças com essa idade descobrirem
a sua própria maneira de ser, construir a sua afetividade e fazer suas próprias
descobertas por meios do brincar, considerando essa razão, a necessidade e
motivação para o surgimento da brinquedoteca, como um projeto de educação não
formal, pensando na educação e lazer para as crianças, jovens e adultos como o dia
a dia pela imaginação espontânea e alegria de todos.
As diversas atividades da brinquedoteca são de maneira significativa
importantes para a interação das crianças, escola, família e comunidade, buscando
sair da rotina, estimulando e criando oportunidade para que as crianças se preparem
ludicamente para descobrir o saber.
A brinquedoteca é sempre um lugar prazeroso, onde o objetivo que
as crianças têm em comum é o desenvolvimento das atividades
lúdicas e a valorização do ato de brincar (SANTOS, 2011, p. 97).

Para o desenvolvimento de uma criança não é necessário uma


brinquedoteca luxuosa, há vários tipos de brinquedotecas, que são instaladas em
bairros, em escolas, hospitais, clínicas ou universidades. Há aquelas que são
instaladas em casa pelos pais, para as crianças que no momento em que estão
brincando, consigam um desenvolvimento cognitivo e intelectual. A participação dos
pais em alguma atividade na brinquedoteca, onde os mesmos conheçam um pouco
dos brinquedos, é muito importante para contribuir para a aprendizagem dos seus
filhos.
Como já citado anteriormente, a criação da brinquedoteca foi de que
grande relevância para a educação infantil, principalmente para a importância do
32

brincar nessa idade, tornando-se uma conquista sócio educacional prazerosa,


harmoniosa e estimulante.
A brinquedoteca é um espaço físico criado nas escolas com o intuito de
favorecer a brincadeira. Constituindo-se por ser um espaço deliberativo em que as
crianças podem brincar livremente e ao mesmo tempo aprender, manifestando suas
potencialidades, descobrindo outras e explorando sua própria. Lembrando sempre
que este brincar apesar de ser livre tem que ter um objetivo, e este, por sua vez,
deve ser direcionado ou proposto pela (o) brinquedista em cada atividade
desenvolvida, e também determinando certas habilidades.
Segundo Kishimoto (1990) apud Carvalho (2011, p. 28);
Atualmente as brinquedotecas são consideradas espaços de
animação sociocultural que se encarregam da transmissão da cultura
infantil bem como do desenvolvimento da socialização, integração e
construção de representações infantis.

O espaço físico proporcionado pela brinquedoteca deve ser adequado,


com muitos brinquedos e diversos materiais que possibilitem aprendizagem e
principalmente que levem em consideração as necessidades e as características do
progresso da criança. É essencial que todos os brinquedos, jogos, e objetos estejam
acessíveis as crianças. No que se refere a quantidade de brinquedos, jogos e
objetos estes devem ser suficientes para atender o número de alunos que estão
matriculados na escola.
Apesar dos brinquedos serem o maior atrativo da brinquedoteca, este por
sua vez pode existir sem os brinquedos, contanto que se coloquem outros estímulos
que propiciem a atividade lúdica, logo isso de fato, dependerá do objetivo e
necessidades explicitadas pelos indivíduos que se utilizar desse recurso.

3.3 O PAPEL DO BRINQUEDISTA ENQUANTO PROFESSOR

Uma sala de brinquedos simplesmente, não é o que caracteriza uma


brinquedoteca. Ela envolve questões bem mais abrangentes, e precisa de diversos
parceiros para seu bom funcionamento, entre eles o brinquedista que é o
responsável para manter a magia desse espaço, organizar os brinquedos,
proporcionar aconchego e bem estar aos que ali adentram. Essa tarefa, não pode
33

ser assumida por qualquer profissional, tem que ser alguém especial preparado para
isso.
A função do brinquedista é de mediador das ações lúdicas, para que esta
ação se efetive ele precisa de conhecimento sobre a criança, sobre o lúdico, da
experiência de vida, da formação inicial e contínua para que seu trabalho seja
permeado pela reflexão sobre as ações desenvolvidas, precisa dos saberes
pedagógicos, para que possa mediar a interação da criança como o brinquedo de
forma que atenda os objetivos educativos previamente propostos.
Somente o domínio dos saberes elencados proporcionará ao brinquedista
a humildade de reconhecer aprendizados e experiências prévias dos alunos no
espaço da brinquedoteca, possibilitar a autoconstrução do conhecimento e a partir
das situações encontradas no espaço de ludicidade promover resoluções
pedagógicas.
Nesse debate sobre saberes necessários à formação do professor, Tardif
(2002) acrescenta outros saberes, como o da formação profissional (das ciências da
educação e da ideologia pedagógica), que vão oferecer respaldo teórico-conceitual
para o desenvolvimento das atividades do brinquedista; os saberes disciplinares, ou
seja de cada disciplina que podem ser trabalhados por intermédio do lúdico e os
saberes curriculares, ou seja, “conteúdos e métodos a partir dos quais a instituição
escolar categoriza e apresenta os saberes sociais por ela definidos e selecionados
como modelo de cultura erudita” (2002, p. 38). Para Tardif:
(...) os saberes profissionais são temporais (...), pois são utilizados e
se desenvolvem no âmbito de uma carreira, isto é, de um processo
de vida profissional de longa duração do qual fazem parte dimensões
de socialização profissional, bem como fases e mudanças (2002, p.
262).

Segundo Cunha (2007), para ser um brinquedista a pessoa tem que ter
algumas qualidades que são indispensáveis ao seu bom desempenho profissional,
tais como: entusiasmo, sensibilidade, determinação, paciência, competência, porque
são estas qualidades que o farão conhecer e amar as crianças com quem convive.
O professor ou brinquedista no ambiente da Brinquedoteca deve apenas
observar, obter sua intencionalidade educacional, compreender o fazer lúdico da
criança e atendê-la de acordo com suas necessidades e solicitações, para uma
futura intervenção seja oportuna, devendo ser presente e ausente ao mesmo tempo,
34

sendo dinâmico e bem formado. Ao passo que a escola precisa perceber e permitir a
prática de uma pedagogia voltada para a formação de uma criança vista de seu
olhar, dialogar e brincar de acordo com sua linguagem, pois, este é a linguagem do
educando.
Portanto, é essencial entender sua linguagem, sob vários âmbitos,
deixando o formalismo e autoritarismo exacerbado distante do ambiente lúdico e das
salas de aula, da pedagogia de caráter obrigatório e "conteudista", além da visão
adultocêntrica que se possa projetar sobre a criança na Brinquedoteca escolar.
Assim, o profissional especializado para trabalhar nesse ambiente é
chamado de brinquedista que, para Kazue Sakamoto e Bomtempo (2010, p. 418) é:
Um profissional que em sua abordagem do brincar e da brincadeira
pode contemplar o alcance desta ferramenta de conhecimento e
comunicação do universo imaginário. Ele é um profissional que
valoriza a subjetividade e que emseu trabalho com crianças nas
brinquedotecas, compreende a importância do faz de conta e de
outros recursos da imaginação que interagem com a experiência
imediata de relacionamento com o ambiente.

Tal posicionamento nos imbui a enfatizar que para o desenvolvimento de


suas atividades o brinquedista necessita ter o domínio dos saberes focalizados
anteriormente por Pimenta (2002), vez que é um sujeito responsável por fazer do
brincar uma das mais importantes ferramentas do conhecimento e da aprendizagem.
A função do pedagogo brinquedista também exige uma formação que
contemple os saberes abordados por Tardif (2002) que defende o fato de que os
conteúdos disciplinares podem ser ensinados a partir de uma perspectiva lúdica, daí
a necessidade de apropriação de técnicas de contar histórias, desenhar, pintar,
esculpir, conhecer jogos e brincadeiras tradicionais variadas e as mais
contemporâneas e, ainda, dominar recursos tecnológicos.
Dentre as particularidades da atuação do profissional brinquedista há um
viés pedagógico, haja vista, que seu trabalho se rende a mecanismos simultâneos
aos usados pelos professores em sala de aula, entre eles, o contato direto com os
educandos, o processo de comunicação, a pertinência de um diálogo e a troca de
afetividade.
O brinquedista também tem função interativa, daí a constatação, de que
no espaço da brinquedoteca, ele é um mediador, ou seja, não ensina a brincar e
tampouco determina quais os rumos que a brincadeira deve tomar, mas brinca junto
35

à criança, interagindo com sua imaginação e permitindo com que ela apresente
capacidade criadora e liberdade de expressão.
Outra função que caracteriza a atuação do brinquedista é a afetiva, que
pode ser considerada de importância imensurável, tendo em vista que, na
contemporaneidade, os adultos, no caso os familiares e até mesmo os professores,
têm pouca disponibilidade de tempo de dar atenção às crianças por estarem estes
assoberbados de atividades diárias. Nesse caso, o pedagogo brinquedista tem como
atividade principal o atendimento às necessidades cotidianas inerentes à infância,
como o acolhimento, a compreensão diante de comportamentos, a promoção de
segurança, a valores dos direitos humanos.
Um dos maiores desafios do pedagogo brinquedista é mediar as
situações do imaginário infantil porque as atitudes das crianças são imprevisíveis.
De acordo com os estudos realizados sobre o cotidiano prático de brinquedistas,
podemos constatar várias situações como: os conflitos existentes entre as crianças e
como elas resolvem; as brincadeiras grupais ou os casos de crianças que preferem
brincar sozinhas. Neste caso Rosa; Kravchychyn; Vieira (2010, p. 19) afirmam que:
O brinquedista acompanha o brincar em grupo com um enfoque mais
em mediar possíveis conflitos por brinquedos. Já quando uma
criança brinca sozinha, o brinquedista aproxima-se da mesma e, se
convidado, participa da brincadeira. Na maioria dos casos o
brinquedista acaba brincando junto ou ajudando a criança com
regras, em caso de jogos.

A responsabilidade posta sob os ombros dos brinquedistas perante o


papel de mediador de conflitos existentes na brinquedoteca e também comum à
prática docente, nos remete a crer que eles são obrigados a terem consciência de
quais saberes se apoiam e que seu trabalho depende desses saberes, pois, só a
experiência do dia-a-dia não basta, deve haver conhecimentos teorizados e
especializados que propiciem o trabalho e desenvolvimento com crianças.
36

4 CONCLUSÃO

Este estudo nos remete a pensar o quanto é imprescindível o trabalho


lúdico nas práticas didático-pedagógicas de ensino das crianças, porque nada mais
motivacional do que aprender brincando, explorando a imaginação e o desejo deles
e possibilitando descobri a si próprias, assim, como suas capacidades, e pontos de
vista frente às brincadeiras e jogos desenvolvidos. Desta forma, poderá ficar
compreensível para a criança que existem diferentes formas de pensar
independente da dela.
Sendo assim, a brinquedoteca apresenta como proposta, a importância
do ato de brincar na educação infantil, compreendendo que a brincadeira, o jogo e
qualquer atividade lúdica criada com o intuito de diversificar a aprendizagem, é a
melhor maneira de ensinar a criança nesta fase, associando esse método aos
conteúdos essenciais para o desenvolvimento cognitivo, perceptivo, cultural, mental
e intelectual dos alunos.
É através do que lhes dá prazer que se conseguirá aplicar os conteúdos
programáticos sem que a criança ache chato, cansativo, e sem graça, tornando
desta forma o ensino-aprendizagem significativo para eles.
Na brinquedoteca as crianças se divertem aprendendo, seu objetivo se
planejado adequadamente pela (o) brinquedista mesmo que sejam brincadeiras
consideradas livres para as crianças, ainda assim, elas irão está aprendendo e
construindo conhecimentos despercebidamente.
Sendo assim, o aprendizado nas crianças por intermédio da brincadeira
tende a florescer mais rápido do que pelos métodos tradicionais de ensino, pelo uso
exclusivo dos conteúdos. O ensinar tem que ser agradável, tem que prender a
atenção do aluno, e a forma eficaz, é por meio do lúdico.
Compreende-se desta forma a importância desse espaço dentro das
instituições de ensino, dos hospitais e de entidades comunitárias, entre outros, mas
verifica-se que essa é uma realidade distante de algumas instituições,
principalmente nas escolas, pois, aqueles que fazem a educação ainda não
conseguiram entender a importância de um espaço como esse, e que investir em
educação de qualidade é essencial para se chegar a resultados satisfatórios de
aprendizagem, a inserção da brinquedoteca nos ambientes escolares proporciona
37

um desenvolvimento sem igual, em comparação ao ensino tradicionalista sem


atrativos lúdicos.
Conclui-se que este estudo é um ensinamento sobre as múltiplas formas
de ensinar as crianças de educação infantil, com comprometimento, satisfação,
diversidade, alegria e principalmente utilizando os meios lúdicos disponíveis para
facilitar e contribuir num processo de aprendizagem qualificada, saindo do método
exclusivamente tradicional e construindo conhecimento com formação crítico-
reflexivo.
38

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