Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
FORMAÇÃO DA
CIDADANIA
60 horas
CURRÍCULO NA FORMAÇÃO DA
CIDADANIA
60 horas
3
Sumário
CURRÍCULO ESCOLAR E CIDADANIA ................................................................... 4
O currículo oculto..................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 50
A terceira geração de direitos fundamentais, por sua vez, são os direitos difusos
que visam à proteção da coletividade como um todo, do ser humano, sem focar no
Estado ou no indivíduo, como o direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio
12
inserção dos direitos humanos fundamentais nas escolas da rede pública de ensino.
A referida lei é pequena, possui apenas dois artigos e ainda não foi regulamentada, o
que, para a autora, é prova de “descaso ético com projeto político tão sério e
necessário” (BROCHADO, 2010, p.73). O trecho abaixo transcreve a mencionada
Lei, in verbis:
IV – (Vetado);
V – Educação ambiental; VI
– Direitos do consumidor;
A EDUCAÇÃO NO BRASIL
Destaca-se que para educar o povo brasileiro, não basta instituir normas
alterando a grade curricular escolar. A promulgação de uma lei no sentido de incluir
conteúdos de cidadania nos os currículos das escolas de ensino fundamental e
médio foi uma iniciativa louvável dado pelo Estado de Minas Gerais, entretanto, ainda
se espera a concretização da referida norma. Além disso, o país como um todo ainda
sofre de problemas estruturais na educação, na alfabetização de seus cidadãos.
(...) “A medida que os protestos se tornavam maiores, eventos criados nas redes
sociais incitavam as pessoas à adesão a luta, mas agregavam particularidades:
pautas diversas começaram a surgir. “Gritos de guerra” como “o gigante acordou”
entoaram as manifestações virtuais e físicas. Ativistas reforçaram a onda de
indignação generalizada com os serviços públicos do país e colocaram em pauta
reivindicações contra leis específicas em processo de votação pelo poder legislativo.
As ruas passaram a “abrigar” uma massa de milhares em marcha, mas com
propósitos próprios, que não necessariamente convergiam uns com os outros”
(ÁVILA, 2013, p.2).
A respeito do tema Recuero (2012) dispõe acerca do efeito cascata definido por
Kleinberg e Easley: “A rede proporciona aos indivíduos influenciarem-se uns aos
outros. Parte dessa influência dá-se pela informação disponível que circula na rede.
Quando essa informação consegue impactar a decisão de diversos indivíduos e
gerar um comportamento de massa na sua difusão, há uma epidemia”. (KLEINBERG
E EASLEY, 2010)
23
Nesse sentido, conclui-se que para que as redes sociais se tornem formatos
educacionais efetivos é necessário que haja um estudo aprofundado das questões
debatidas, um filtro de informações e um real interesse em se engajar sobre o
assunto que está sendo tratado, para que assim seja criado a perspectiva de senso
crítico em relação às mensagens recebidas. Ou seja, a real participação prescinde de
educação política. Portanto, não basta apenas se envolver de forma imediatista e
momentânea sobre determinado assunto pois, assim como nas Manifestações de
2013, passado o “boom” das discussões no meio virtual o assunto é deixado de lado
e trocado pelo próximo que terá mais compartilhamentos, comentários, tuítes ou
curtidas.
Como podemos ter certeza de que esses objetivos estão sendo alcançados?
Ainda hoje, as questões formuladas por Tyler tendem a servir de guias para a
maioria dos projetos curriculares elaborados por administradores ou supervisores dos
sistemas educacionais. É verdade, também, que nem sempre as respostas apontam
os mesmos caminhos trilhados por Tyler, cuja matriz básica era o
comportamentalismo. Se observarmos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
propostos pelo MEC, verificamos que, a despeito da matriz construtivista, a
organização do material segue uma racionalidade que em muito pouco difere daquela
enunciada por Tyler. Todos os documentos apresentam a mesma estrutura básica
com objetivos, conteúdo, critérios de avaliação e orientações didáticas.
26
O modelo de Coll parte de uma estrutura básica, que se torna diferenciada nos
estágios subsequentes. O quadro I, retirado do livro "Psicologia e Currículo",
apresenta os passos iniciais da elaboração de um currículo seguindo a lógica de Coll.
A visão de conjunto dos componentes curriculares do ensino obrigatório parte do
âmbito legal, passando pelas finalidades do sistema educacional, definidas na LDB
9394/96, com o objetivo de definir as unidades de tempo do currículo (ciclos) e as
áreas nas quais esse currículo está organizado. No desdobramento do modelo, no
entanto, o autor não define os critérios que seriam utilizados para a determinação
dos ciclos ou das áreas.
b) procedimentos;
Pode-se definir cada uma dessas subdivisões como: Fatos discretos: informações
não articuladas
O currículo tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série
de processos, mais que como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e
depois implantar; aquilo que é, na realidade, a cultura nas salas de aula, fica
configurado em uma série de processos: as decisões prévias acerca do que se vai
fazer no ensino, as tarefas acadêmicas reais que são desenvolvidas, a forma como a
vida interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se vinculam com o mundo
exterior, as relações grupais, o uso e o aproveitamento de materiais, as práticas de
avaliação etc. (Sacristán, J.G., 1995, p.86-87).
3º - O currículo escolar não lida apenas com o conhecimento escolar, mas com
diferentes aspectos da cultura.
A escola moderna está muito acostumada com a ideia de que deve se ocupar
da transmissão/ assimilação/ construção do conhecimento. Isso é verdade, na
medida em que a especificidade da escola é o trato com o conhecimento escolar. No
entanto, o conhecimento é apenas uma das facetas da cultura construída e
reconstruída no ambiente escolar.
O regime ciclado também é dividido em tempos que costumam variar entre dois
e três anos de duração, mas considera as variações evolutivas dos alunos, suas
histórias pessoais/familiares, suas experiências, seu ritmo, sempre procurando
compreender e atender cada um em suas diferenças, mas sem perder de vista sua
inclusão na sociedade como cidadão de direitos e deveres e, portanto, como
protagonistas na vida coletiva. Mas é, acima de tudo, o resultado de uma nova
35
Esta flexibilidade contida na atual LDB, apesar dos mais de dez anos de sua
promulgação, ainda representa algo novo para as escolas e para os profissionais da
educação, formados em regimes seriados, num contexto histórico que fez prevalecer
essa forma de organização curricular por bem mais de cem anos. Por tudo isso,
Voltando a LDB, não podemos deixar de apontar o Art. 24, com seus incisos e
alíneas, também fornecedores de alternativas à problemática que estamos discutindo
e, mais uma vez, deixando claro que se trata de flexibilizar as condições, para que a
passagem dos alunos pela escola seja lembrada como um momento de crescimento,
mesmo frente a percursos de aprendizagem não lineares. Extraímos alguns excertos
desse Artigo para melhor compreensão do que afirmamos:
42
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de
acordo com as seguintes regras comuns:
O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é não se trata
de um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência fora e previamente à
experiência humana. É antes de um modo de organizar uma serie de práticas
educativas (GRUNDY 1998, p.5).
45
A diversidade social está presente de forma sólida nas escolas, cada aluno traz
suas vivências familiares para a sala de aula, e estas se permutam com a vida social
dos educadores (as) e demais funcionários que estão envolvidos nas ações dos
espaços escolares.
Desta forma o currículo deve ser a base para a aprendizagem e acesso para a
elaboração da informação, participação e entendimento da própria cultura em sua
forma regional ou em caráter ampliado. O profissional da educação deve entender
as origens do processo educacional na qual atua diretamente ou indiretamente de
modo a aumentar a sua produtividade para com o trabalho realizado.
O currículo educacional deve respeitar a diversidade social e cultural e se
adequar as peculiaridades dos sistemas educativos no qual será inserido e
vivenciado. A construção do currículo social faz parte da identidade educacional,
desta forma, organizar as diferenças das mediações e referências sociais contribui
para o bom rendimento do processo ensino aprendizagem.
O currículo oculto
Lidar com as variáveis sociais não é uma empreitada fácil, o respeito às
diferenças, deve ser trabalhado de forma objetiva. O currículo com foco na formação
social deveria se adequar a realidade econômica e cultural das escolas, mas diante
da prática nem sempre refletida o currículo acaba tendo uma dimensão oculta e
deseduca quando deveria educar. Sendo assim Silva cita que: O que se aprende no
currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e
orientações que permite que crianças e jovens se ajustem da forma mais convincente
às estruturas e às pautas de funcionamento, consideradas injustas e
antidemocráticas e, portanto, indesejáveis, da sociedade capitalista (SILVA 2001, p.
78).
Ricci (1998, p. 17) afirma que “toda estrutura curricular contém intenções nem
sempre explicitas.”, enquanto SILVA (2001, p. 81) apresenta um posicionamento que
diz que “não existe muita coisa oculta no currículo”.
Concordo com o Ricci, o currículo possui uma dimensão oculta muito forte que
banaliza as questões sociais na vivência. Tanto o educador quanto os educandos se
tornam cúmplices das desigualdades e injustiças da sociedade que são ensinadas e
aprendidas nas escolas.
Por mais que o(a) educador(a) tente evitar com que o currículo oculto faça parte
do seu trabalho, a prática educativa acaba demonstrando o contrário. As figuras dos
livros didáticos reforçam as variações de classes econômicas, as diferenças étnicas,
homofóbicas, a intolerância religiosa entre outros. Este ensino oculto está presente
no cotidiano cultural e social escolar o que exige dos(as) educadores(as) constante
reflexão e vigilância sobre seu fazer pedagógico.
48
O currículo estruturador
Entendo que a expressão currículo articulador conceitue melhor o termo
currículo, pois ela traz a ideia que remete a rede e interação, que são características
fundamentais para a implementação do currículo normalmente chamado de
currículo estruturante. Essa ideia de articulação ajuda superar a forma de listagem
de informações normalmente confundidos com conteúdo da disciplina.
Para que o currículo educacional seja entendido, deve ser pensado como uma
produção social, pedagógica e cultural e encarado como parte integrante do modo de
organização que as escolas devem transformar para atribuir significados. O currículo
precisa ser visto como um meio que contribui tanto para produzir como para
reproduzir as experiências educacionais de determinados grupos social,
independente do segmento escolar.
REFERÊNCIAS
CHARLOT, B. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre:
Melhoramentos, 1950.
MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; SILVA, Tomaz Tadeu da; Currículo, cultura e sociedade.
7° edição. São Paulo: Cortez, 2005
UFMG/SEE, 1998.