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Introdução
Primeiro, devemos considerar que um discurso sobre Deus será sempre limitado.
Trataremos sempre de metáforas e tentativas de aproximação. A citação
neotestamentária vem corroborar isso: “Ninguém jamais viu a Deus” (1 Jo 4, 12). A
natureza do conhecimento de Deus é simbólica e metafórica. Deus é conhecido através
da fé, a fé provém do testemunho da Palavra. Nas Escrituras estão esses testemunhos
acerca da existência e da vontade de Deus. Porém, não há uma descrição técnica de
Deus. Há narrativas e admoestações sobre Deus. O texto de Êxodo 3, 14 ilustra esta
perspectiva: “Eu sou aquele que sou”. E nada mais.
A teologia apofática caminhou nesta direção: Não se pode definir a existência e
nem a inexistência de Deus, o divino vai além desses conceitos. Segundo este modo de
fazer teologia, podemos dizer algumas coisas que Deus não é, mas não podemos afirmar
o que ele é. É um modo de respeitar a inefabilidade de Deus.
A limitação das fontes humanas
Outro aspecto que deve ser considerado é a relação entre Deus e a autoridade de
uma religião. Não seria sensato atribuir a Deus a autoria de todo o sistema religioso. O
divino não coincide com sistema religioso, está além dele. Se houver esta coincidência,
as mazelas históricas serão atribuídas a Deus. Esta tentativa de tomar posse de Deus
para validar a autoridade de um sistema religioso não deu certo. Temos os casos das
teocracias que serviram para oprimir muita gente. A Igreja na Idade Média, o
fundamentalismo islâmico contemporâneo, são exemplos disso.
A inteligência humana não pode conhecer algo descrito como a natureza divina.
Logicamente, podemos conhecer apenas seres e objetos naturais. Mesmo que a mente
possa intuir a existência e demonstrá-lo pelo discurso, não poderá apresentá-lo
cientificamente e mesmo no discurso poderá esgotar tudo sobre ele.
Em síntese, o conceito habitual que se tem de Deus é muito além do que a
inteligência pode alcançar. Tentativas de definir Deus podem ser na verdade
mecanismos de projeção de um Deus que é a vontade das pessoas elevadas a uma
potência máxima.
1. Introdução
2.1. Antiguidade
O texto bíblico é antigo. Isso quer dizer que foi escrito em época, tempo e
cultura diferente da nossa. A língua, os costumes e a moral são outros. Não dá para
aplicar literalmente todas as recomendações bíblicas aos costumes modernos. O leitor
precisa de muitos conhecimentos interdisciplinares para dar qualquer interpretação
conclusiva sobre a Bíblia. Além disso, a transmissão textual, as traduções, as diferentes
“contaminações” do texto limitam uma interpretação segura. Portanto, não é fácil ler e
entender a Bíblia.
2.2. Pluralidade
3. Considerações finais