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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

ICH – Curso de Psicologia / Campus Paraíso

Nome: Amanda de Freitas Almeida RA: T213GC-0


Semestre / Período: 10º sem./Matutino
Título da atividade: Jornada de Psicologia
Data da realização: 28/08/2017.

“Automutilação e Suicídio: um convite à reflexão”

A Jornada de Psicologia de 2017 foi aberta pela coordenadora Claudia


Ruggi que apresentou o primeiro tema deste dia: “Automutilação e Suicídio: um
convite à reflexão”, ministrada pela palestrante Mestre em Ciências Anna Karla
Rabelo Garreto, que iniciou a palestra falando do primeiro registro de automutilação,
datado no ano de 1938, porém ao longo dos anos ela foi vista e nomeada de formas
diferentes.
Em 1938 ela era conhecida como Suicídio Parcial. Em 1967 e 1972 como
Síndrome do Portador de (?). em 1969 ela era descrita como Automutilação
Delicada, em 1976 como Multi-suicídio e em 1983 como Síndrome da Autolesão
Deliberada. E agora no DSM-V ela vem como Autolesão Não-Suicida, essa lesão
tem como característica a intenção de machucar a pessoa que a pratica, porém sem
cogitar o suicídio.
No DSM-IV ela estava como um sintoma em alguns transtornos psiquiátricos
como a depressão, transtorno de ansiedade, abuso de substancias, transtornos
alimentares, transtornos de estresse pós- traumático e vários outros transtornos de
personalidade.
O DSM-V ressalta que ela precisa de mais pesquisas, mas ela já vem como
um transtorno específico, diferente do DSM-IV que ela vinha como sintoma. O que
caracteriza a automutilação não suicida, segundo o DSM-V é o fato da pessoa se
machucar por mais de cinco dias, sem pretensão estética, a lesão superficial
(característica dos praticantes de automutilação é não chamar atenção). Há casos
de pessoas que tentam suicídio junto com a automutilação, mas eles sabem
distinguir bem uma coisa da outra e sua finalidade. Tem como objetivo aliviar
sentimento ou dificuldade interpessoal, ou a indução de um sentimento positivo,
buscando uma sensação de alivio. Ainda no DSM-V ela vem como transtorno da
infância e adolescência.
Na automutilação há a intenção de se machucar buscando o alivio. As
formas de execução podem ser: morder-se, bater-se ou ferir-se com objetos
pontiagudos para obter o alivio de sentimentos intoleráveis.
Anna Karla ainda falou a diferença da automutilação não suicida impulsiva e
não impulsiva, sendo esta categorizada pela não percepção do ato de
automutilação, como a tricotilomania.
Uma das dificuldades no tratamento da automutilação nos hospitais é que
ela pode ser feita com qualquer material, inclusive papel. Sendo muito difícil
controlar o acesso a estes materiais.
Os estágios da automutilação começam com o evento precipitante
(sentimento de rejeição, raiva, medo, etc.), desencadeadores da automutilação. Em
seguida vem as sensações desagradáveis e indesejáveis, a tentativa de evitar ou
prevenir, até realizar a automutilação, finalizando com a sensação de alivio.
Na maioria das vezes os praticantes de automutilação não procuram
atendimento por causa dela, procuram atendimento para a depressão ou ansiedade,
mas não há o desejo de parar de mutilar-se. Outra característica são os
comportamentos de mascarar os cortes, quem se mutila tenta esconder que o fez.
A automutilação pode começar na infância, porem a maioria dos casos está
na adolescência. Muitos que praticam este comportamento param de fazê-lo quando
chegam à fase adulta, com a maturação do cérebro, mas pelo menos 10%
continuam a fazê-lo, estes são casos que necessitam de atenção especial.
Os fatores de risco são: abuso na infância, tanto sexual quanto físico quanto
emocional. Negligência e separações na infância, vítimas de bullying, distorção da
imagem corporal, sintomas depressivos ou falta de suporte social, a impulsividade,
baixa autoestima, dificuldade de relacionamento, abuso de álcool, descoberta de um
familiar que se machuca (sendo bem menor o número de pessoas que se mutilam
por causa disso) e a mídia.
Importante conter na nossa anamnese as perguntas sobre automutilação e
ideações suicidas. É realizada uma escala para saber a frequência que este
comportamento de automutilação ocorre, que forma e instrumentos são usadas para
realizá-lo.
O cuidado ao receber essa pessoa no consultório é importante para o
acolhimento. Pessoas assim são tratadas com preconceitos em hospitais.
Na literatura a automutilação é descrita como sendo uma limitação das
habilidades para resolução de problema e na regulação emocional. Pessoas que
tem dificuldades de dizer não, de posicionar-se, são pessoas que podem apresentar
a automutilação.
Falou sobre o tratamento psicoterápico que realizou em um grupo de 3 a 10
participantes, sendo realizadas 15 a 17 sessões semanais de 90 minutos. Em
seguida falou de um dos casos atendidos para exemplificar melhor o processo de
tratamento com terapia e as motivações do paciente. Procurou trabalhar nesse
processo as habilidades de regulação emocional e comportamental, aumentar
atividades relacionadas ao lazer; aprender a detectar pensamentos automáticos;
treino assertivo e diminuir impulsos, obsessões e compulsões. Relatou que a
paciente teve uma recaída durante o processe, porém, sentiu dor como não sentia
antes, atingindo o objetivo do tratamento.
Anna Karla nos falou também sobre o suicídio, relatando sobre a
epidemiologia, na qual o Brasil encontra-se entre os dez países que registram os
maiores números absolutos de casos. O coeficiente médio para o período de 2004-
2010 foi de 5,7%, esse índice aumentou 29,5% nas duas últimas décadas e é mais
elevado em homens, idosos, indígenas e em cidades de pequeno e médio porte
populacional. Transtornos mentais encontram-se presentes na maioria dos casos,
principalmente depressão, transtorno do humor bipolar e dependência de álcool e
outras drogas psicoativas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas
se suicidam por ano em todo o mundo, representando uma morte a cada 40
segundos, podendo chegar a 1,6 milhões de mortes por ano em 2020.
Os níveis de gravidade do suicídio são: ideação suicida, intenção,
comportamento e tentativa de suicídio. Os fatores de risco são: enfermidade física
crônica severa, tentativa previa de suicídio, histórico familiar, viver sozinho e estar
isolado, transtornos mentais e de personalidade, falta ou dificuldade de controle
pessoal e de impulsividade, pouca competência para lidar e resolver problemas,
baixa autoestima, desvalorização pessoal, sentimentos de desespero e raiva, baixa
tolerância à frustração, alta recente de uma hospitalização psiquiátrica,
comportamento autodestrutivos, desinteresse por atividades que gostava, falta de
esperança em relação ao presente e futuro, entre outros.
Finalizando, falou sobre a postura do psicólogo diante de pessoas em
situação de risco de suicídio, que deve ser de empatia para construção de vínculo
terapêutico, transmitir confiança e esperança ao paciente, ajudar a pessoa a lidar
melhor com os problemas da vida colaborando no desenvolvimento de habilidades
para resolver as dificuldades do dia-a-dia; falar sobre assuntos relacionados ao
suicídio pode significar um importante alivio da angústia e até mesmo fazê-lo mudar
de ideia devolvendo-lhe a esperança quando ele vê que alguém se importa com o
seu sofrimento.
O número de suicídios vem crescendo mundialmente, precisamos quebrar o
tabu ao falar de ideações suicidas, procurando dar atenção às pessoas que as tem,
procurando a prevenção e ajudá-las em seu sofrimento. Esta palestra contribuiu
para o esclarecimento de dois assuntos atuais, abrangendo a automutilação
também, além do posicionamento do psicólogo frente a esses assuntos. As pessoas
que se automutilam e/ou tentam o suicídio sofrem bastante preconceito quando
chegam aos sistemas de saúde, exatamente por profissionais não terem preparo e
esclarecimento sobre o tema, não levando em consideração o sofrimento psíquico e
o sentimento de desespero que a levou a cometer tal ato, por isso, fica claro que
precisamos falar sobre o assunto, desmistificar alguns pontos e ajudar as pessoas
que precisam.

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