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UFF - Universidade Federal Fluminense

CTC - Escola de Engenharia


Departamento de Engenharia de Rec. Hídricos e do
Meio Ambiente
Introdução à Meteorologia e Climatologia
Professor: Márcio Cataldi

Trabalho de Introdução à Meteorologia e


Climatologia
Análise da ocorrência de ENOS no período de agosto a outubro
de 2018 segundo os índices Niño 1+2 e Niño 3.4

Alexandra Farias Lacerda - 217056070


Renata N. Nanci de A. Silva - 216056090

Niterói
2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2
OBJETIVO 2
METODOLOGIA 3
RESULTADOS E DISCUSSÃO 5
CONCLUSÃO 11
REFERÊNCIAS 12

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INTRODUÇÃO

Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o


fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) é caracterizado por anomalias, positivas ou
negativas, de temperatura da superfície do mar (TSM) no Pacífico equatorial. Sua
caracterização é feita através de índices, como o Índice de Oscilação Sul (IOS),
calculado através da diferença de pressão entre duas regiões distintas (Taiti e Darwin), e
os índices nomeados Niño (Niño 1+2, Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4), que são as anomalias
de TSM médias em diferentes regiões do Pacífico equatorial.
El Niño é o fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento
anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima
regional e global, mudando os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os
regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias. Na América do Sul
promove a redução da precipitação e vazão de rios na Colômbia, enquanto aumenta os
índices pluviométricos na região do noroeste do Peru e Equador. No Brasil, as regiões
Nordeste e Norte são afetadas com secas severas, e a região Sul sofre com precipitações
abundantes e temperaturas elevadas.
La Niña representa o fenômeno oceânico-atmosférico com características
opostas ao EL Niño, que se caracteriza por um esfriamento anormal nas águas
superficiais do Oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de La Niña tendem a ser
opostos aos de El Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo El Niño apresenta
impactos significativos no tempo e clima devido à La Niña. Na América do Sul, esse
fenômeno acarreta em chuvas abundantes na Colômbia e tendência a secas no Peru. No
Brasil, ele promove aumento da precipitação nas regiões Norte e Nordeste, secas e
temperaturas mais baixas na região Sul.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi identificar um período de três meses em que


houvesse discordância quanto à ocorrência de ENOS, quando comparados os índices
Ninõ 1+2 e Niño 3.4, e analisar as anomalias de precipitação e temperatura nas regiões
do Brasil durante o período identificado, para verificar qual dos índices melhor aponta a
situação caracterizada pelas anomalias.

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METODOLOGIA

Os dados de temperatura da superfície do mar (TSM) foram obtidos da


University Corporation for Atmospheric Research (UCAR). Foi calculada a média da
TSM do ano de 1950 até 2019, e, conforme orientação do professor, consideramos que
desvios maiores que 0,5 indicam a ocorrência de El Niño, enquanto desvios menores
que -0,5 correspondem ao fenômeno La Niña. Isso foi feito para os índices Niño 1+2 e
Niño 3.4, então identificamos que no período de agosto a outubro de 2018 os índices
forneceram diferentes resultados.

Em seguida, foi baixado o software GrADS, conforme orientação da


apresentação PowerPoint disponível no drive da turma, que foi usado para gerar as
imagens das anomalias de temperatura e precipitação. Os dados de “air temperature”
(temperatura do ar) e “precipitation rate” (taxa de precipitação) relativos aos três meses
escolhidos foram obtidos do site da National Oceanic and Atmospheric Administration
(NOAA), seguindo o passo a passo da mesma apresentação.

Os arquivos de entrada (formato .nc) foram renomeados para facilitar a


identificação (Figura 1). O script (formato .gs) utilizado foi baseado no script
disponibilizado pelo professor e alterado para se adequar aos nomes dos arquivos do
período estudado.

Figura 1. Arquivos da pasta ‘aula_dados’.

O resultado do script para o mês de agosto pode ser observado nas Figuras 2 e 3.
O mesmo modelo foi seguido para os meses de setembro e outubro, alterando os nomes
dos arquivos de saída (formato .png) e valores de t (linha 27).

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Figura 2. Script para anomalia de precipitação em agosto de 2018.

Figura 3. Script para anomalia de temperatura em agosto de 2018.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

As figuras 4 e 5 apresentam os desvios da TSM para os índices Niño 1+2 e Niño


3.4, respectivamente. Foi aplicada uma formatação condicional em que o amarelo
(desvio > 0,5) indica ocorrência de El Niño, relacionado ao aquecimento das águas, e o
azul (desvio < -0,5) indica ocorrência de La Niña, relacionada ao resfriamento das águas
do Pacífico Equatorial. Em vermelho está destacado o período de estudo.

Figura 4. Desvios da TSM para o índice Niño 1+2.

Figura 5. Desvios da TSM para o índice Niño 3.4.

Como pode ser observado, segundo o índice Niño 1+2, não há ocorrência de
ENOS aos longos dos três meses destacados, contudo, de acordo com o índice Niño 3.4,
nos dois últimos meses do trimestre há indicativos do fenômeno El Niño. Portanto, é
necessária uma análise das anomalias de temperatura e precipitação observadas na
América do Sul ao longo desse período para que possamos definir qual dos índices
aponta a situação mais próxima da realidade.

Para o mês de agosto, os mapas de anomalia de precipitação e temperatura


obtidos, figuras 6 e 7 respectivamente, apontaram alguns indícios de El Niño, como a
seca no litoral da região Nordeste do Brasil chegando a -75mm, e um pequeno aumento
da pluviosidade, acompanhado de uma elevação na temperatura de até 2ºC na região
Sul. Contudo, a anomalia positiva de precipitação em grande parte do território
colombiano e pequena redução da precipitação no noroeste do Peru e Equador não são
condizentes com as características padrões desse fenômeno.

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Figura 6. Anomalia de precipitação para agosto de 2018.

Figura 7. Anomalia de temperatura para agosto de 2018.

As figuras 8 e 9 trazem as anomalias de precipitação e temperatura, nessa ordem,


para o mês de setembro de 2018. Como pode se perceber, a única informação que
poderia sugerir ocorrência de El Niño são as intensas chuvas na região Sul do Brasil,
contudo estas vêm acompanhadas de quedas na temperatura, o que não corresponde ao

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fenômeno. A fraca seca no nordeste e Equador e chuva na Colômbia também parecem
indicar nesse sentido.

Figura 8. Anomalia de precipitação para setembro de 2018.

Figura 9. Anomalia de temperatura para setembro de 2018.

Por fim, nas figuras 10 e 11, temos as anomalias de precipitação e temperatura


para outubro de 2018. Mais uma vez, as intensas chuvas na Colômbia e secas no

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noroeste do Peru e Equador não caracterizam El Niño. E, apesar de haver considerável
aumento da pluviosidade na região Sul, por si só, não é suficiente para argumentar
contra a ausência de seca intensa no Nordeste e de temperatura elevada no Sul.

Figura 10. Anomalia de precipitação para outubro de 2018.

Figura 11. Anomalia de precipitação para outubro de 2018.

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Por fim, vale notar que as anomalias de TSM calculadas diferem um pouco das
informadas pela NOAA, segundo a qual, somente quando analisado o índice 3.4 no mês
de outubro há uma anomalia maior que 0,5ºC, caracterizando o El Niño, como mostra a
Figura 12.

Figura 12. Anomalia de TSM por região do El Niño. Fonte: NOAA

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CONCLUSÃO

As informações apresentadas nos levam a concluir que o índice do Niño 1+2,


ao apontar que não haveria ocorrência do fenômeno no trimestre, apresentou resultados
mais condizentes com a precipitação e temperatura observadas na América do Sul do
que o Niño 3.4, que apontou El Niño para setembro e outubro, apesar de este ser o
índice utilizado tradicionalmente.
Contudo, os dados não são suficientes para termos certeza a respeito da
ocorrência ou não do fenômeno, visto que, apesar de observarmos algumas de suas
características, como chuvas na região Sul do Brasil e secas na região Nordeste,
nenhuma delas foi determinante, visto que não estavam combinadas com outros fatores,
como altas temperaturas na região Sul, secas na Colômbia e chuvas no noroeste do Peru
e Equador. A presença de algumas anomalias, mas não todas, pode ser explicada pelo
fato de, na realidade, o período estudado anteceder iminentemente o início de um El
Niño.

REFERÊNCIAS

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REFERÊNCIAS

NINO SST INDICES (NINO 1+2, 3, 3.4, 4; ONI AND TNI). Disponível em:
<https://climatedataguide.ucar.edu/climate-data/nino-sst-indices-nino-12-3-34-4-oni-
and-tni>

Equatorial Pacific Sea Surface Temperatures. Disponível em:


<https://www.ncdc.noaa.gov/teleconnections/enso/indicators/sst/>

MONITORAMENTO DO EL NIÑO DURANTE DJF-2019. Disponível em:


<http://enos.cptec.inpe.br/>

Aumentam para 70% chances de El Niño no fim de 2018 e início de 2019, diz NOAA.
Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/clima/217491-
aumentam-para-70-chances-de-el-nino-no-fim-de-2018-e-inicio-de-2019-diz-
noaa.html#.XS-aiPJKjIU>

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