Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
AMBIENTE
DA ESCOLA
- ARQUITETURA,
INFRAESTRUTURA Uma parceria:
E ACLIMATAÇÃO
+ Pesquisa Documental
+ Entrevistas
+ Grupos de Trabalho
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3
Presencial: 20/10/2015
Anna Cecília Koebckede (SME SP, DRE Butantã) Renata Altman (Fundação Telefônica)
Anna Maria Binazzi (arquiteta permacultora) Regina Machado (arquiteta e fundadora da Escola Âncora)
Anna Penido (Instituto Inspirare) Renato Dias (Escola Lumiar)
Bruna Waitman (MEL, Media Education Lab) Saulo Tob (estudante do Ensino Fundamental II)
Célia Senna (Escola Lumiar) Sávio Campos (estudante do Ensino Fundamental II)
Cuca Righini (arquiteta e design thinker)
Doris Kowaltowski (arquiteta, pesquisadora) GT online: 01/02/2017
Fábio Meirelles (Instituto Inspirare) Marcella Deliberador (Arquiteta)
Germano Guimarães (Instituto Tellus) Leonardo Correa (Professor)
Lilian L'abbate Kelian (Cenpec) Flavio Pripas (Diretor do CUBO)
Marcella Deliberador (arquiteta, pesquisadora) Lívia Macedo (Designer de Ambientes)
Rayssa Oliveira (Cenários Pedagógicos)
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
CAPÍTULO 1
A IMPORTÂNCIA
DA ARQUITETURA
ESCOLAR: PRINCÍPIOS,
DESAFIOS E
POTENCIALIDADES
<< VOLTAR PARA O SUMÁRIO
5
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
6
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
7
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
Fontes: Marcella Deliberador, revisora técnica do presente estudo; Doris Kowaltowski, Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino, Oficina de Textos, 1a edição, 2011.
8
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
9
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
O AMBIENTE
CONECTA E DESPERTA
Henry Sanoff, premiado arqui-
teto e professor norte-ameri-
cano especialista em arquite-
tura social, destaca o poder
do espaço físico para promo-
ver relações entre pessoas de
diversas idades e para incen-
tivar mudanças e tomada de
decisões. Segundo ele, o am-
biente também pode contribuir
para despertar aprendizados
SOCIAIS, COGNITIVOS
E AFETIVOS
Fonte: Henry Sanoff, AIA, Celen Pasalar e Mine Hashas, School building assessment methods, National Clearinghouse for Educational Facilities (http://bit.ly/h-sanoff). 10
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
ESPAÇO:
O OUTRO EDUCADOR
Na escola, o ambiente no qual os estudantes e
a equipe da escola aprendem, se desenvolvem
e, os últimos, trabalham, pode ensinar e refle-
tir aspectos do contexto que o permeia.
Um edifício escolar bem estruturado, entre inú-
meras possibilidades, é capaz de favorecer
as relações sociais e os processos cognitivos;
por outro lado, se estiver mal conservado, in-
dica falta de cuidado e desvalorização, com-
prometendo, assim, a aprendizagem, o desen-
volvimento e o envolvimento dos estudantes.
Da mesma forma, se for cheio de grades, por
exemplo, expõe um problema social e ensina
sobre violência, falta de segurança e privação
de liberdade.
11
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
Fonte: Doris Kowaltowski, Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino, Oficina de Textos, 1a edição, 2011.
12
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
AMBIENTE DA ESCOLA E
CURRÍCULO OCULTO Currículo oculto
se refere a aprendizagem
Podemos dizer que a arquitetura faz parte do por gestos, exemplos e
currículo oculto da escola, ou seja, tem a ver observações em meio
com as experiências escolares que a vivência às práticas e comporta-
no espaço implica. O espaço físico influencia mentos que vigoram no
diretamente o aprendizado dos estudantes, ambiente escolar. É di-
de forma positiva ou negativa. Assim, é funda- ferente do currículo defi-
mental levá-lo em consideração ao se pensar nido por lei, ou daquele
em uma educação de qualidade. em que o professor tem
a intenção direta e explí-
cita de ensinar.
+ Acesse o estudo Currículo e Práticas Pedagógicas na Plataforma FAZ SENTIDO e saiba mais sobre currículo oculto (http://bit.ly/curriculo-praticas).
Fontes: Doris Kowaltowski, Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino, Oficina de Textos, 1a. edição, 2011; Vanessa Thorpe, The Guardian, Stirling prize: Zaha Hadid’s Brixton 13
schools beats Olympic velodrome, 2011 (http://bit.ly/guardian-zaha).
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
14
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
ARQUITETURA, INFRAESTRUTURA
E AMBIENTAÇÃO PLANEJADAS
PARA SUPERAR DESAFIOS
Assim como o currículo do século XXI*, a arti-
culação entre arquitetura, infraestrutura e am-
bientação escolar deve conduzir à superação
de alguns desafios:
Contemporaneidade
Preparar os estudantes para dialogar com os
temas de seu tempo, como intolerância religio-
sa, sexual e de gênero; obesidade; desigual-
dades sociais e processos migratórios, entre
outros.
* Acesse os estudos Juventudes no Ensino Médio e Currículo e Práticas Pedagógicas na plataforma FAZ SENTIDO e explore mais este assunto.
15
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
* Acesse os estudos Juventudes no Ensino Médio e Currículo e Práticas Pedagógicas na plataforma FAZ SENTIDO e explore mais este assunto.
16
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
17
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
A PROPOSTA PEDAGÓGICA
E A CULTURA DA ESCOLA NA
ARQUITETURA
A arquitetura escolar não deve entre tantas outras, devem
ser pensada como um tema ser tomadas de acordo com
autônomo – pelo contrário, o tipo de aprendizagem e de-
deve dialogar com a proposta senvolvimento que a escola
pedagógica da escola e refle- deseja facilitar.
tir as filosofias que a regem.
Essas considerações contri-
Decisões importantes, como buem para a potencialização
alterar a disposição das salas, dos espaços, o desenvolvi-
derrubar paredes, criar espa- mento integral dos estudantes
ços novos ou reaproveitar os e o aprimoramento do proces-
existentes, permitir ou não a so de aprendizagem.
livre circulação de estudantes,
18
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
[EXPERIÊNCIA INSPIRADORA]
ESCOLA DA FAZENDA CANUANÃ
TOCANTIS (BR): NO AMBIENTE ESCOLAR,
HONRANDO AS TRADIÇÕES
A Escola da Fazenda Canuanã, que da memória ancestral do local.
fica na zona rural de Tocantins, foi A escola atende quase 800 estudan-
construída com dois objetivos tes de 7 a 18 anos e oferece Ensino
principais: Básico, Educação Técnica Profissio-
1) desmistificar a escola apenas como nal e Educação de Jovens e Adultos,
um espaço de aprendizado e ressaltar além de cursos de formação conti- mo tempo que contam com espaços
as suas características acolhedoras de nuada. Idealizada utilizando a meto- mais individuais, as crianças tam-
moradia, já que funciona em regime de dologia do design essencial, a cons- bém podem contar com espaços
internato; e trução ocupa cerca de 25 mil metros coletivos de estudos. Boa parte do
2) potencializar os valores e saberes quadrados em espaços de moradia projeto também usou madeira pro-
da cultura local, levando em conside- e convivência. Como matéria prima, veniente de florestas plantadas em
ração a opinião e o envolvimento dos usa tijolo de adobe, madeira e grafis- áreas de recuperação e alguns espa-
estudantes, além de indígenas de al- mos indígenas, que têm a proposta ços da escola foram pensados para
deias vizinhas e caboclos, que tiveram de acolher as tradições e memórias reconectar as
um papel fundamental na construção das crianças de Canuanã. Ao mes- crianças com a biodiversidade local.
(Foto: Leonardo Finotti)
Fonte: http://porvir.org/escola-de-tocantins-ganha-premio-internacional-de-arquitetura/ 19
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
[EXPERIÊNCIA INSPIRADORA]
Fonte: Portal Porvir, 5 escolas que inovaram na arquitetura para ensinar diferente, 2017 (http://bit.ly/5-escolas-inovadoras).
20
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
ARQUITETURA E AMBIENTAÇÃO
EM PEDAGOGIAS ALTERNATIVAS
Ao longo do século XX, surgiram
muitas abordagens pedagógicas
inovadoras que trouxeram novos
olhares sobre a aprendizagem.
Muitas dessas abordagens ressig-
nificaram a importância do espaço
escolar, pensando o ambiente de
forma inovadora, “fora da caixa”,
para favorecer a aprendizagem e o
desenvolvimento dos estudantes.
Quatro destas metodologias de su-
cesso, adotadas no mundo todo,
são a Reggio Emilia, a Waldorf,
a Montessori e a Construtivista.
21
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
Fontes: Giulio Ceppi e Michele Zini (org.), Children, spaces, relations – metaproject for an environment for young children, Reggio Children Publisher, 2003; Filipe Prado, com
colaboração de Daiana Stolf, Escola mescla métodos por pensamento fora da caixa, Portal Porvir, 2014 (http://bit.ly/reggio-emilia); Portal Porvir, Reggio Emilia: escolas feitas
por professores, estudantes e familiares, 2014 (http://bit.ly/emilia-reggio). 22
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
pectivas.
Na linha pedagógica Reggio
Emilia, focada na Educação A aprendizagem geralmente é
Infantil, os estudantes apren- facilitada com base em proje-
dem por meio da experiência tos, que demandam espaços
“real”, do relacionamento com grandes, e inclui a participa-
outros estudantes e pelo es- ção dos familiares e da comu-
tímulo às diferentes formas nidade; não à toa, as escolas
de expressão. Os ambientes são construídas em torno de
são lúdicos e educativos: o um ambiente chamado Pra-
uso pedagógico da cozinha ça, que além de servir para o
é constante, artistas mediam convívio comunitário, também
diversas técnicas e linguagens elimina os corredores, que re-
artísticas, e espelhos nas pa- presentam uma forma de con-
redes e no chão, principal- trole. Sua arquitetura, ainda, é
mente nas creches, estimulam horizontal, refletindo a demo-
a visão por diferentes pers- cracia nas relações.
O modelo, municipalizado na
cidade de origem, hoje inspira
escolas por todo o mundo.
23
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
PEDAGOGIA WALDORF:
ESPAÇOS PARA VIVÊNCIAS PRÁTICAS
E CONTATO COM A NATUREZA
A pedagogia Waldorf, desen- ses aspectos e leva em con- áreas que favorecem apre-
volvida pelo filósofo, educa- ta as experiências práticas e sentações e exposições, entre
dor e artista austríaco Rudolf sensoriais. Para isso, ativida- outros. Inspiram a arquitetura
Steiner (1861-1925), consi- des corporais, artísticas e ar- das escolas desta linha nomes
dera a educação a partir do tesanais são estimuladas, e como Antoni Gaudí e Frank
desenvolvimento humano do sua arquitetura é “orgânica”, Lloyd Wright, icônicos arquite-
qual fazem parte as instâncias como a denominam: a natu- tos espanhol e norte-america-
física, anímica (ou psicoemo- reza está presente, prefere-se no, respectivamente, cujo esti-
cional) e espiritual. O currículo materiais não industrializa- los estão fortemente ligados à
busca contemplar a evolução dos, predominam as formas natureza.
dos estudantes em todos es- arredondadas e o pátio inclui
Fonte: Sabine Beyer, Uma introdução à arquitetura nas pedagogias alternativas, ArchDaily, 2015 (http://bit.ly/pedagogias-alternativas).
24
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
PEDAGOGIA MONTESSORI:
MAIS PERTO DO LAR
Embora a pedagogia desen- Maria Montessori nasceu em A pedagogia Montessori dá
volvida por Maria Montessori Chiaravelle, na Itália, e foi uma ênfase aos aspectos biológi-
(1870-1952) seja identificada das primeiras mulheres de seu cos e aos princípios de ativi-
sobretudo na educação infan- país a se formar em Medicina. dade, individualidade e liber-
til, a relação que ela estabele- Começou a trabalhar com psi- dade – o desenvolvimento dos
ce entre espaço e objeto ilus- quiatria infantil em 1896, quan- estudantes é pensado a partir
tra o potencial do alinhamento do observou que boa parte da iniciativa deles próprios.
entre pedagogia e arquitetura das dificuldades das crianças Eles podem escolher suas ati-
em todos os ciclos de apren- consideradas incapazes de vidades, muitas vezes viven-
dizagem. aprender estava relacionada a ciadas no chão, se movimen-
práticas pedagógicas inefica- tar livremente e usar de forma
zes e à falta de estímulos. autônoma os materiais, desen-
volvidos especificamente para
grupos de práticas.
Fontes: Gabriel Salomão, Maria Montessori e Segurança no ambiente preparado, Portal Lar Montessori, 2014 (http://bit.ly/lar-montessori ; http://bit.ly/montessori-fazsentido);
Sabine Beyer, Uma introdução à arquitetura nas pedagogias alternativas, ArchDaily, 2015 (http://bit.ly/pedagogias-alternativas). 25
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
26
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
ESCOLAS CONSTRUTIVISTAS:
CONHECIMENTO CRIADO ATRAVÉS DA
INTERAÇÃO COM O ESPAÇO FÍSICO E SOCIAL
Jean Piaget (1896-1980), bi- tâncias oferecidas pelo meio nhecimentos, da realidade e
ólogo suíço e um dos gran- – ou seja, o indivíduo constrói do convívio com os colegas.
des pensadores do século XX, o conhecimento da sua forma, São, portanto, protagonistas
está entre os principais teó- através da interação com o de seu próprio aprendizado,
ricos da metodologia Cons- espaço físico e social. sendo estimulados a experi-
trutivista. Sob viés científico, mentar, pesquisar em grupo,
ele desenvolveu uma série Assim, o método construtivis- questionar, propor soluções,
de estudos até concluir que ta busca instigar a curiosida- defender pontos de vista e
o desenvolvimento resulta de de dos estudantes, que são aprender conforme seu ritmo
combinações entre aquilo que levados a encontrar respostas particular.
o organismo traz e as circuns- a partir de seus próprios co-
Fontes: Doris Kowaltowsk e Sandra Leonora Alvares, Programando a arquitetura da aprendizagem, Unicamp, 2015; Elen Cristine, Compreendendo o construtivismo no espa-
ço escolar, Portal Mundo Educação (http://bit.ly/construtivista); Portal Pedagogia, Linha Construtivista (http://bit.ly/construtivista-fazsentido). 27
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
Espaços com foco na vivên- por exemplo, são comuns e não fornecer respostas pron-
cia, como atelier, laboratório, flexíveis, servindo a múltiplos tas e não agir como o detentor
cozinha experimental, biblio- usos. Neste contexto, o pro- do conhecimento.
teca e locais dedicados à dra- fessor orienta e facilita proces-
matização teatral e musical, sos, tomando cuidado para
Fontes: Doris Kowaltowsk e Sandra Leonora Alvares, Programando a arquitetura da aprendizagem, Unicamp, 2015; Elen Cristine, Compreendendo o construtivismo no espa-
ço escolar, Portal Mundo Educação (http://bit.ly/construtivista); Portal Pedagogia, Linha Construtivista (http://bit.ly/construtivista-fazsentido). 28
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
JOVENS.
ESPAÇO HUMANIZADO
na sua construção.
+ Encontre aqui dicas de como aproximar escola e comunidade para a valorização dos espaços: http://bit.ly/envolvimento-comunidade.
34
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
[EXPERIÊNCIA INSPIRADORA]
PROJETO TERRITORIAR: RESSIGNIFICAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO
A PARTIR DA ESCUTA E DO ENVOLVIMENTO COLABORATIVO
Desenvolvido pela Rede Maris- cas para avaliar as possibilida- Espaços transformados
ta de Solidariedade, o Territoriar des de transformação. Organi- Uma antiga sala do Centro Edu-
aposta na escuta e no envol- zados, os comitês participam de cacional Municipal Vila Formosa,
vimento da comunidade para formações que abordam arqui- em São José (SC), foi convertida
ressignificar o espaço físico de tetura escolar, territórios educa- em estúdio para aulas de dança
escolas públicas brasileiras. tivos, projetos pedagógicos em de forma cooperativa.
Baseado nas diretrizes de in- espaços educativos, legislações,
fraestrutura do PNE (Plano Na- currículo e, também, concep- Já na Escola Municipal de Ensino
cional de Educação), conta com ções de família e criança. Fundamental João Augusto Bre-
a participação de estudantes, ves, em São Paulo (SP), o projeto
famílias, professores, gestores e Na etapa seguinte, os grupos amparou a repaginação de uma
voluntários, organizados em co- definem prioridades, selecionam sala de leitura e do laboratório de
mitês multidisciplinares. as áreas que desejam adaptar ciências, que receberam pintura,
e elaboram um planejamento. mobiliário e instalações.
O primeiro passo é convidar co- Para o diagnóstico, são ouvidos
munidades escolares locais a todos os atores envolvidos, in-
mergulhar em conceitos e práti- clusive os estudantes.
Fonte: Marina Lopes, Projeto transforma o ambiente escolar com a participação da comunidade, Portal Porvir, 2016 (http://bit.ly/projeto-transforma). 35
CAPÍTULO 1 - A IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA ESCOLAR: PRINCÍPIOS, DESAFIOS E POTENCIALIDADES
36
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
CAPÍTULO 2
AMBIENTE DA ESCOLA
NA EDUCAÇÃO:
CENÁRIO ATUAL,
PERSPECTIVAS
E EXPERIÊNCIAS
INOVADORAS
37
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
38
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
ARQUITETURA DA
tura que deveriam ser garantidos,
segundo o Censo Escolar 2015.
Fonte: Portal CAQi; simule quanto custa uma escola de qualidade: http://bit.ly/calcule-CAQi.
40
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
Fonte: Portal CAQi; simule quanto custa uma escola de qualidade: http://bit.ly/calcule-CAQi.
41
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
42
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
43
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
“Essa configuração tem como princípio arqui- Uma das consequências dessa dinâmica é que
tetônico a estética renascentista do observa- estudantes tidos como desligados ou desinte-
dor que ‘vê a cena de fora’, de modo contem- ressados, por exemplo, costumam sentar no
plativo, como um culto”, explica o educador chamado “fundão”. Dessa forma, a aula acon-
Paulo Jorge Rota. tece para alguns e não para todos. “Os diferen-
tes ritmos e estilos de aprendizagem estão ex-
cluídos desta relação”, diz Paulo Jorge Rota.44
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
46
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
[EXPERIÊNCIA INSPIRADORA]
Fonte: Patricia Gomes, Escolas suecas aproximam pedagogia e design, Portal Porvir, 2012 (http://bit.ly/escolas-suecas)
47
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
Fonte: Alfredo Hernando Calvo, Viagem à escola do século XXI: assim trabalham os colégios mais inovadores do mundo, Fundação Telefônica Vivo, 2016 (http://bit.ly/viagem-a-escola-do-seculo-xxi) 49
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
+ Encontre aqui dicas de como aproximar escola e comunidade para a valorização dos espaços em http://bit.ly/envolvimento-comunidade.
50
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
MUDANÇA DE FOCO:
DISPOSIÇÕES MAIS FLEXÍVEIS
Diferente do padrão anterior, o mo-
delo de cognição e aprendizagem do
século XXI aposta na capacidade de
alternar foco e distração em intervalos
mais curtos de tempo. Isso se refle-
te em uma organização espacial mais
flexível, que abre as possibilidades de
uso do espaço.
52
Fonte: Alfredo Hernando Calvo, Viagem à escola do século XXI: assim trabalham os colégios mais inovadores do mundo, Fundação Telefônica Vivo, 2016 (http://bit.ly/viagem-a-escola-do-seculo-xxi)
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
53
CAPÍTULO 2 -AMBIENTE DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO: CENÁRIO ATUAL, PERSPECTIVAS E EXPERIÊNCIAS INOVADORAS
54
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
CAPÍTULO 3
DICAS PARA
UM AMBIENTE
ESCOLAR
CONECTADO
COM OS JOVENS
55
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
56
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
DESPERTAR O
OLHAR CRÍTICO.
A reorganização / ressignifica-
ção conjunta do que já existe
na escola pode torná-la muito
mais acolhedora e propícia à
aprendizagem.
57
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
58
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
CONFORTO AMBIENTAL
O conforto ambiental das escolas é a relação entre o
ambiente físico e a experiência de estudantes, funcio-
nários e comunidade (usuários) referente a determina-
dos aspectos. Os principais são: visuais, acústicos, tér-
micos e funcionais.
* As dicas a seguir, fora quando especificado, são um compilado de orientações presentes no livro Arquitetura Escolar, de Doris Kowaltowski, professora e pesquisadora da Unicamp, de contribuições da
professora e igualmente especialista em arquitetura escolar Beatriz Goulart e de referências sobre o universo de adolescentes e jovens levantadas pela equipe do FAZ SENTIDO durante amplo processo de
pesquisa documental e de campo.
Fontes: Prakash Nair e Randall Fielding, The Language of School Design: Design Patterns for 21st Century Schools, 2009 (http://bit.ly/escola-design); Doris Kowaltowski, O Programa Arquitetônico no Pro-
cesso de Projeto: Discutindo a arquitetura escolar, respeitando o olhar do usuário (http://bit.ly/doris-escolar-arquitetura). 59
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
2. ACÚSTICOS comunicação
60
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
[EXPERIÊNCIA INSPIRADORA]
No nosso país tropical, algumas e mover as atividades dos horá- Plantas e árvores abundantes
soluções simples e eficazes po- rios próximos ao meio-dia para não só refrescam, mas tam-
dem atenuar o calor, como evi- áreas com sombra. bém melhoram a qualidade do
tar cortinas e pintura em vidros ar e humanizam o ambiente.
+ Para saber, mais assista ao vídeo A arquitetura das escolas determina a educação? (http://bit.ly/aprendizagem-natureza).
64
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
DE FUNCIONALIDADE
#DIVERSIFICAÇÃODOSAMBIENTES
#DISTRIBUIÇÃODOSAMBIENTES
#FLUXOSDECIRCULAÇÃO #MOBILIÁRIO
#SEGURANÇA #PRIVACIDADE
#ACESSIBILIDADE
66
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
69
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
70
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
Fontes: Robert Sommer, Personal Space: the behavioral basis of design, Prentice-Hall, 1969; Oscar Newman, Defensible space, Collier Books, 1972.
71
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
72
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
+ Acesse o estudo Juventudes no Ensino Médio na plataforma FAZ SENTIDO e saiba mais sobre desenvolvimento corporal e a necessidade de realização de ativi-
dades físicas. 75
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
[EXPERIÊNCIA INSPIRADORA]
YOGA PARA O
O yoga é capaz de quebrar a dade, a coordenação motora
EQUILÍBRIO rotina das escolas e ser fa- e para melhorar a convivência
DE CORPO E MENTE cilmente inserido em sala de com o meio, entre outros. E
aula, segundo a professora e isso vale para estudantes de
Algumas práticas físicas po- membro da International Yoga todas as idades.
dem contribuir para o equilí- teacher’s Association e da
brio entre corpo e mente dos Aliança do Yoga Brasil Cassia A professora Daniela Novaes,
jovens. É o caso do yoga, ofe- Parmeggiani. que mantém o blog Respire,
recido no Centro de Apoio à reforça a potencialidade do
Criança e ao Adolescente O Ela afirma que o estresse dos esporte para que o jovem fi-
Visconte, em São Paulo (SP), estudantes se manifesta por que mais seguro. “A partir de
e no Colégio Miró, em Sal- fadiga, desorientação e exci- um trabalho feito com a men-
vador (BA), que apostam no tação e que a prática é uma te é possível se sentir melhor
exercício para aprimorar as- excelente ferramenta para ge- diante da vida e, assim, ga-
pectos de concentração, dis- renciar os estados mentais, nhar confiança”, afirma.
ciplina e consciência corporal. além de aumentar a flexibili-
Fonte: Wynne Carvalho, Yoga nas escolas pode ajudar na concentração dos estudantes, A Tarde.uol, 2015 (http://bit.ly/yoga-concentracao).
76
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
80
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
82
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
83
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
84
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE:
DISTRIBUIÇÃO DOS AMBIENTES E FLUXOS DE CIRCULAÇÃO
Fonte: Herman Hertzberger, Lessons for students in architecture, 010 Uitgeverij, 1993.
85
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE:
DISTRIBUIÇÃO DOS AMBIENTES E FLUXOS DE CIRCULAÇÃO
Fonte: Herman Hertzberger, Lessons for students in architecture, 010 Uitgeverij, 1993.
86
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE:
MOBILIÁRIO Uma solução interessan-
te para adequar mobiliário e
Como o mobiliário escolar Quanto mais regulável e mo- equipamentos à vida escolar
apoia a aprendizagem, alguns dular, mais possibilidade de dos jovens é organizar dinâ-
aspectos devem ser levados adaptações aos contextos, micas de cocriação entre os
em conta para sua definição: às práticas e ao uso por estu- estudantes e os membros da
dantes de ciclos diferentes. comunidade, de acordo com
• Relação com o usuário (seu a expertise e as possibilida-
tamanho, desenvolvimento Os objetos mais interessan- des de cada um. A partir de-
corporal e conforto); tes são aqueles que podem las, podem ser aproveitados
• Uso (pedagogia, para qual sustentar diversas atividades: materiais de reuso, como te-
atividade será usado – indivi- sentar, deitar, encostar, ob- cidos e pallets, e construídos
dual, coletiva?); servar, escrever, desenhar e móveis, nichos e acessórios (a
• Tecnologia dos materiais (le- conversar. Além disso, é im- exemplo de bancos e almofa-
ves, fáceis de higienizar e de portante que os próprios es- das). Nesse processo, o uso
fácil manutenção); tudantes possam acessá-los, de cores, espumas e rodinhas
assim como os equipamentos. deve ser valorizado.
87
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
Fonte: Dieter Breithecker, Beware of the Sitting Trap in Learning and Schooling, Design Share, 2006 (http://
bit.ly/pesquisa-movimento - em inglês).
88
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
89
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE:
BULLYING E DEPREDAÇÃO
Uma das funções da escola > Bullying
é assegurar a saúde e a inte- Muitos professores apontam sos, a “turma do fundão”
gridade dos estudantes, que o costume de estudantes “do- é bagunceira, quem senta na
estão atreladas, entre outros minadores” ocuparem as car- primeira carteira é “puxa-sa-
fatores, à qualidade da infra- teiras situadas nas paredes da co” do professor e assim por
estrutura, ao conforto ambien- sala de aula, principalmente diante.
tal e ao suporte emocional. na parte de trás. Assim, têm
todos sob seu olhar e tentam Formas arredondadas nos pá-
A sensação de segurança na controlá-los. A reorganização tios também podem atenuar o
escola, fundamental para a espacial pode não só diminuir bullying. A ausência de cantos
aprendizagem e para o de- a dinâmica de dominação, faz com que haja menos
senvolvimento, muitas vezes como dissolver rótulos que possibilidade de ocorrências,
é afetada pelo bullying e pela sua configuração muitas ve- que tendem a acontecer onde
depredação – questões sobre zes reitera: que os estudantes chegam poucos olhares.
as quais o espaço pode ter "da frente” são mais estudio-
impacto positivo significativo.
Fonte: Vicente Del Rio, Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento, São Paulo: Pini, 1999.
90
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE:
BULLYING E DEPREDAÇÃO
> Depredação
Inúmeros estudos apontam
a conexão direta entre quali-
dade e conforto ambiental e
depredação, prática comum
nas escolas públicas brasilei-
ras. Espaços mais “humanos”
(agradáveis, bem cuidados)
seriam mais preservados pe-
los usuários, enquanto os de-
sumanos, com muitas grades,
monotonia em cores, falta de
manutenção e excesso de ri-
gidez, seriam mais propícios
ao descuido.
Fonte: Vicente Del Rio, Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento, São Paulo: Pini, 1999.
91
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
E QUANDO HÁ ALGUMA
ATITUDE INADEQUADA
EM RELAÇÃO AO ESPAÇO
E MOBILIÁRIO?
Quando materiais e mobiliário
são danificados, o educador E EU COM ISSO?
Paulo Jorge Rota sugere uma
forma educativa de chamar “A exposição, silenciosa, do
a atenção para o problema: objeto danificado com esse
expor de modo bem visível e questionamento cria uma si-
em local de circulação, como tuação de reflexão pelos es-
o pátio, o objeto danificado e tudantes. O objeto deslocado
um pequeno cartaz com a se- do seu contexto original pro-
guinte frase: voca.”, explica o educador.
92
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE:
BANHEIROS E PRIVACIDADE
O direito à privacidade é im- sua sexualidade, muitas vezes banheiros requerem cuidados
portante para os jovens, e tratadas como tabu –, o que especiais em relação à am-
existem poucas soluções na aumenta a necessidade de bientação e à salubridade.
escola propícias a isso. Assim privacidade.
como precisam conviver em Quando limpos e mantidos
ambientes coletivos, eles tam- Além de os currículos pre- com capricho, os banheiros
bém devem ter oportunidade verem pouco espaço para o podem dar lições aos estu-
para vivenciar momentos par- debate destas questões, o dantes sobre a importância
ticulares. problema estrutural e recor- da higiene. Incrementados
rente dos banheiros sem por- com espelhos e produtos ou
Durante a juventude, os estu- tas contribui para o aumen- objetos de cuidado pessoal,
dantes enfrentam uma série to do constrangimento e da podem reforçar a importân-
de mudanças, dúvidas e inse- insegurança. Espaços muito cia do cuidado com o corpo
guranças sobre seus corpos e favoráveis à depredação, os e a saúde.
93
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE
Uma escola democrática deve car, locomover e participar de mão para uso de lápis, tesou-
acolher a diversidade, cenário todas as atividades realizadas ra, borracha e semelhantes e
ainda distante no Brasil. com independência, seguran- os demais recursos e acessó-
Dados levantados pela ça e conforto. rios didáticos adaptados,
Fundação Lemann e pela Para que o panorama demo- englobando a compreensão e
Meritt a pedido do Portal G1 crático se aproxime da reali- a comunicação do estudante.
revelam que somente 23 dos dade brasileira, é preciso
5570 municípios brasileiros promover a acessibilidade nas
têm rede de ensino totalmente escolas de forma ampla, com
acessível. a promoção de valores inclu-
3 em cada 4 escolas na-
Para além de rampas e sivos, sinalização, mobiliário,
cionais não possuem
banheiros adaptados, a aces- equipamentos e materiais.
itens básicos de acessi-
sibilidade prevê que todos Os espaços devem ser equi-
bilidade, como rampas,
tenham igual alcance às pos- pados com facilitadores pe-
corrimão e sinalização,
sibilidades. Na escola, signi- dagógicos, como pranchas
segundo o Censo Esco-
fica que todos os estudantes de apoio, prancha ortostática,
lar de 2014.
devem conseguir se comuni- stand-table, adaptações de
Fontes: Thiago Reis e Ana Carolina Moreno, A escola acessível (ou não), Portal G1, 2015 (http://bit.ly/g1-escola-acessivel); Instituto Paradigma, Educação inclusiva (http://bit.ly/instituto-paradigma).
94
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
95
CAPÍTULO 3 - DICAS PARA UM AMBIENTE ESCOLAR CONECTADO AO UNIVERSO DOS JOVENS
96
BIBLIOGRAFIA
TAYLOR, A.; ENGGASS, K. Linking Architecture and VIÑAO FRAGO, Antônio; ESCOLAN, Augustín.
Education: Sustainable Design of Learning Environments. Currículo,espaço e subjetividade: A arquitetura como
Albuquerque: University of New Mexico Press, 2008. programa. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
PROJETO
Uma parceria:
OBRIGADO!