Relatório Laboratório 2 - EEM-11

Lucas Samaniego Vicente1

1
Engenharia Eletrônica – Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
samaniego444@gmail.com

Resumo. Os experimentos propostos na prática de laboratório trataram de

avaliar como ocorre o fenômeno descrito por um laser quando há reflexão em
torno do ângulo de Brewster, além de analisar a reflexão total e o ângulo crı́tico
em um prisma.

1. Metodologia
Observar a norma de segurança: ”Nunca olhe diretamente para o feixe laser ou suas
reflexões”. Anotar as incertezas nos dados e valores de parâmetros ajustados e/ou
medidos.

Bancada 1: Determinação de curva de refletividade ao redor do ângulo de Brews-

ter.
1. Polarizar o diodo laser com a fonte ajustável DC em V1 = 6V. Verificar a emissão
laser.
2. Utilizando o analisador de polarização em posicionador com escala angular, verificar
que a saı́da do laser é polarizada na direção perpendicular ao semieixo maior da seção
transversal do feixe.
3. Posicionar o feixe laser alinhado com o trilho e incidindo na face do prisma retangular.
A polarização do feixe deverá ser horizontal (paralela ao plano de incidência ao rotacionar
o prisma).
4. Incidir o analisador de polarização no caminho do feixe de forma a filtrar e assim
aumentar o grau de polarização incidente no prisma.
5. Determinar o ângulo do prisma para retrorreflexão na saı́da do laser (incidência
normal, 0o ).
6. Posicionamentos de feixe e prisma devem permitir que se observe reflexões até
ângulos suficientemente obtusos. Ajustar a reflexão para que ocorra no ângulo de
Brewster, aproximadamente. Ajuste também o analisador de polarização até obter a
mı́nima intensidade refletida neste ângulo. Anote este valor.
7. Conectar o sinal de modulação ao diodo (terra deverá ser comum). Ligar o gerador de
sinais e ajustar a tensão de pico no menor valor V3 ¿ 3V @ 1kHz que gera modulação no
laser.
8. Polarizar o detector com a tensão V3 = 9V e conectar seu sinal ao osciloscópio.
9. Rotacionar o prisma 40 graus antes do ângulo de Brewster. Incidindo o feixe refletido
diretamente na área do sensor de Si (maximize em cada medida), registrar a amplitude do
sinal do detector. Repetir a medida para vários ângulos ao redor do ângulo de Brewster.
10. Registrar também a amplitude do sinal para incidência direta do feixe no detector.
11. Rotacionar a polarização do feixe 90 graus e observar que não ocorre ângulo de
reflexão nula.
Bancada 2: Determinação do ângulo crı́tico e análise da reflexão total em pris-
mas.
12. Polarizar o diodo laser da bancada 2 com a fonte ajustável DC V1 = 6V. Verificar a
emissão laser.
13. Posicionar o laser de forma que seu feixe esteja alinhado com o trilho.
14. A face curva do prisma deverá estar voltada para o laser e o ponto central e sua
circunferência deverá estar no centro do eixo de rotação do posicionador com ajuste
angular, portanto alinhado com o trilho.
15. Ajustar o prisma semicircular de forma que o feixe incida normal à face curva e, uma
vez propagando-se dentro do prisma, incida normal à outra face (plana) -¿ identifique as
reflexões do feixe oriundas das duas faces do prisma (curva e plana) retornando na saı́da
do laser. Corrija o posicionamento relativo se ambas as reflexões não estiverem incidindo
na saı́da do laser. Registre o ângulo que indica o marcador do posicionamento para esta
incidência normal às superfı́cies.
16. Rotacionar o prisma semicircular: a reflexão da face curva deverá permanecer na
saı́da do laser. Observar que para valores angulares acima do ângulo crı́tico, nenhuma
transmissão do feixe ocorre pela superfı́cie plana (atingindo o anteparo). Registar o valor
do ângulo crı́tico.
17. Substituir o prisma semicircular pelo prisma triangular do tipo roof, sendo que o feixe
deve entrar normal pela face maior(0o ) e sofrer reflexões internas nas faces em ângulo
reto. Observar que, mesmo para variação angular do posicionador em eixo paralelo
à aresta das faces a 90o , o feixe refletido do laser no prisma roof permanece sempre
paralelo ao de incidência.
18. Determinar a faixa de valores angulares na qual a reflexão no prisma do tipo roof é
total em ambas as faces a 90o (observar se ocorre alguma transmissão do feixe nestas).

2. Resultados e discussões

2.1. Gerar e analisar o gráfico de refletividades em ângulos de incidência no prisma

retangular

O gráfico de refletividades representa os valores definidos pela relação da energia de

radiação incidente que é refletida. Tal gráfico se refere à Figura 1.

Figura 1. Gráfico de reflexividades.

2.2. Determinar o ı́ndice de refração do prisma retangular pelo ajuste da curva de
refletividade dos dados
O ı́ndice de refração pode ser determinado a partir da equação (1):

n1
tan θ = (1)
n2

θ = 56 ◦ n2 = 1 (2)
Dessa forma, obtém-se que:

n1 = 1.48 (3)

2.3. Qual o valor do ângulo de Brewster externo no prisma retangular?

A partir do gráfico, pode-se estimar o ângulo de Brewster, cujo valor está relacionado ao
momento que a refletividade se torna nula. Portanto, o ângulo de Brewster considerado é
de 56o , com incerteza de 1o .

2.4. Qual o valor do ângulo crı́tico no prisma semicircular? Determinar o ı́ndice de

refração do prisma semicircular a partir da medida do ângulo crı́tico.
O valor do ângulo crı́tico no prisma semicircular é determinado variando a posição an-
gular do prisma até que não seja possı́vel notar a reflexão do laser pelo prisma. Dessa
forma, o ângulo crı́tico determinado experimentalmente vale 43o . Além disso, o ı́ndice de
refração pode ser determinado pela equação (4):

1
n= ⇒ n = 1, 47 (4)
sin 43 ◦

2.5. Por que a reflexão no prisma roof é sempre paralela? Justificar a faixa de
ângulos para a qual ocorre reflexão total no prisma roof. Se necessário, adote
valor do ı́ndice de refração aproximadamente 1,5.
A reflexão no prisma roof pode ser ilustrada de acordo com a Figura 2:

Figura 2. Reflexões no prisma.

 Sendo assim, percebe-se que, devido ao caráter angular entre as faces de 45o , os
feixes de luz refletem na mesma angulação, o que torna a reflexão paralela. A partir da
equação (5), percebe-se que o ângulo crı́tico vale 41,8o . Dessa forma, o ângulo de 45o
garante a reflexão total dentro do prisma.

1
sin θ = ⇒ θ = 41, 8 ◦ (5)
1, 5

Admitindo um ı́ndice de refração de valor igual a 1,5, e utilizando a equação (4),

é possı́vel determinar, teoricamente a faixa de ângulos para a qual ocorre reflexão total.
Essa faixa de valores é determinada a partir de análise geométrica em conjunto com a lei
de snell, como visto na figura abaixo:

Figura 3. Análise de reflexões no prisma

Sendo n o ı́ndice de refração no prisma, as seguintes relações são válidas:

sin θ1 = n. sin(β − θL ) (6)

1
sin θL = (7)
n
Realizando o desenvolvimento dessas equações e considerando β = 45o :
s s
1 1 1
θ1 = arcsin( − − ) (8)
2 2.n2 2.n2
Com isso, tomando n=1,5, conclui-se que a faixa de valores do ângulo de in-
cidência para haver reflexão total no prisma está entre 0o e 3,19o .

3. Conclusão
Sendo assim, cumpriu-se o objetivo de analisar como se determinar os ângulos de Brews-
ter e crı́tico, para tipos diferentes de prismas, e com o auxı́lio de um osciloscópio para que
as medições fossem feitas da forma mais precisa possı́vel.