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ANHANGUERA – 2019

PEDRO VICTOR MIRANDA GOMES SOARES


DIREITO – 7º SEMESTRE
DIREITO AMBIENTAL

DA OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS

Questão: Qual é o ente competente para conceder outorga para captação de


água subterrânea?

É sabido que a água potável do planeta é finita, desde que o mundo é mundo
o ser humano vem utilizando esse bem natural para sua sobrevivência apenas.
Acontece que com a evolução o mesmo ser humano utilizou-se da água para benefício
monetário no que tange o uso da água na fabricação e composição de produtos e
bens de consumo e é partir daí que há uma regulamentação do uso das águas pelo
planeta, haja vista sua escassez e premissa de que a potência econômica futura será
avaliada pela quantidade de detenção que tal Nação tem de suas águas.
Daí então, fora criada nova regulamentação legal, visando preservar para as
gerações presentes e futuras. A Lei nº 9.433/97, que instituiu da Política Nacional de
Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGREH), vem ao encontro da necessidade social, no entanto, encontra
grandes resistências em ser praticada. A lei estipula um documento de licenciamento
de uso da água como bem do Estado, para fins empresariais (públicos ou privados)
delimitando o tempo de uso e reuso, haja vista sua finitude.
Tal licenciamento denomina-se ‘outorga’, sendo este um instrumento através
do qual o proprietário de um recurso natural estipula quem pode usá-lo e suas
limitações. Caso a propriedade ou empresa seja de perfil privado, a outorga equivale
à aceitação, pelo proprietário, de que outro indivíduo (físico ou jurídico) utilize, desde
que esteja sob às condições impostas em contrato. Sendo empresa ou propriedade
de caráter público, a outorga se torna um instrumento de gestão, a partir da imputação
de cotas entre os usuários.
Este ato de licença ou permissão é destinado apenas a brasileiros ou
empresas organizadas no país, era emitida por tempo fixo, não superior a trinta anos,
ficando sem efeito caso não usados os recursos por três anos consecutivos segundo
Decreto nº 24.634/34, arts.43, §§ 2º e 3º; 46; 195. O Código de Águas explicita, no
artigo 46, que a permissão não tem caráter de alienação parcial das águas públicas,
que são inalienáveis, mas no mero direito ao uso destas águas. Os entes federados
(União, Estados e Municípios) eram competentes para outorgar as derivações
conforme o seu domínio sobre as águas ou conforme os serviços públicos a que se
destinasse a mesma derivação, salvo para produção de energia hidroelétrica, cuja
competência era dos Estado.
A outorga de direito de uso de recursos hídricos se configura como ato
administrativo de autorização, onde a autoridade faculta ao outorgado o direito de uso
das águas, sendo requisito o cumprimento de prazo determinado nos termos da
outorga e nas condições impostas nela. Tem como objetivo instituir o controle de
qualidade e de quantidade do uso da água e a prática dos direitos de acesso. Tal
norma está vinculada a ação do governo, que se vê impedido de autorizar os usos
que agridam a qualidade e a quantidade das águas e impossibilitado de agir
injustamente ao autorizar acesso ao recurso.
Com isso, se torna necessária a atenção dos órgãos outorgantes no
deferimento dos pedidos encaminhados para não modificar negativamente a
qualidade ambiental da água quanto ao seu corpo, que necessita de reserva hídrica,
o chamado ‘saldo hídrico’, para se adequar às exigências ambientais.
O artigo 13 da Lei 9.433 de 1997, retrata que:
Art. 13 - Toda outorga estará condicionada às
prioridades de uso estabelecidas nos Planos de
Recursos Hídricos e respeitar a classe em que o
corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de
condições adequadas ao transporte aquaviário,
quando for o caso.
Observa-se que a estrutura dos instrumentos da Política Nacional de
Recursos Hídricos é interrelacionada a outorga dos direitos de uso, a cobrança devida
pelo uso e o ajuste dos recursos hídricos em classes, no mesmo tempo que as ações
interdependentes de cooperação estabelecidas pelos Planos de Recursos Hídricos,
tudo com base nas informações armazenadas pelos sistemas de informações.
A exemplo da necessidade do uso de água subterrânea por parte do Laticínio
Formosura, haja vista a escassez nos rios e lagos da região de sua localidade no
Estado de Minas Gerais, a empresa então predispôs a requerer outorga de direito de
uso de recursos hídricos. A temática neste caso, se dá quanto ao ente competente
suficiente a outorgar o uso de águas subterrâneas por parte da empresa supracitada.
De acordo a Constituição Federal de 1988, a gestão e a autorização para o
uso de águas subterrâneas são competências dos Estados. A tarefa da Agência
Nacional de Águas (ANA), em relação às águas subterrâneas, é organizar
estudos que forneçam informações para incentivar a gestão integrada e sustentável
dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
Por fim, ressalta-se que a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
Brasil, a CPRM, possui um sistema de informações de águas subterrâneas, que é
composto por uma base de dados de poços atualizada, e de módulos capazes de
realizar consulta, pesquisa, extração e geração relatórios. Tal procedimento de
pesquisa deverá ser feito pelo Laticínio Formosura para explorar o subsolo para
utilização do bem necessário para continuidade da produção da empresa, logo após
requerer outorga frente ao Estado de Minas Gerais.

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