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Allan Kardec, analisando esses fenômenos, concluiu que não havia nada de
convincente no método dos céticos, porque se podia acreditar num efeito da eletricidade,
cujas propriedades eram pouco conhecidas pela ciência de então. Ele desenvolveu
métodos para se obter respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: a
mesa batendo um número de vezes corresponderia ao número de ordem de cada letra,
chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas.
Kardec concluiu que a precisão das respostas e sua correlação com a pergunta não
poderiam ser atribuídas ao acaso. O ser misterioso que assim respondia, quando
interrogado sobre sua natureza, declarou que era um espírito ou gênio, deu o seu nome e
forneceu diversas informações a seu respeito.
As mesas girantes foram os primeiros fenômenos que levaram Allan Kardec a
investigar a mediunidade em geral e, no final dos anos 1850, ele criou o Espiritismo,
religião espiritualista que tem entre seus dogmas a crença nos supostos fenômenos
mediúnicos.
O fenômeno das mesas girantes foi diminuindo de popularidade e passou a ser
motivo de anedotas. Uma das possíveis razões para isso foram as fraude praticadas por
médiuns famosos, como a italiana Eusápia Palladino e o britânico William Eglinton. Harry
Houdini desmascarou vários desses médiuns expondo os truques que estes utilizavam.
A relação entre o espiritismo e as mesas girantes é assim tratada por Gabriel
Delanneno livro espírita "O Fenômeno Espírita":
Seja como for, as mesas girantes (e falantes) não deixam de ser o ponto de partida
da Doutrina Espírita e por isso devemos tratá-las com maior desenvolvimento. E
“ tanto mais quanto apresentados esses fenômenos na sua simplicidade, o estudo das ”
causas será mais fácil e a teoria, uma vez estabelecida, nos dará a chave dos efeitos
complicados.
— Gabriel Delanne.
Para Allan Kardec, tais fenômenos são considerados naturais, intermediados pelos
médiuns, isto é, “(…) toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um
privilégio exclusivo. (…).”Mediunidade é a faculdade psíquica que os médiuns possuem,
manifestada de forma mais ou menos intensa, e por meio de uma variedade significativa
de tipos (videntes, psicógrafos, audientes, musicistas, de intuição, de cura, etc.).
A MEDIUNIDADE NO HINDUÍSMO
Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia.
É bem certo que eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu
formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas.
Se o antigo povo babilônio não inventou a feitiçaria, foi ao menos o primeiro a lhe
dar um lugar de grande importância, a ponto do desenvolvimento da demonologia e da
bruxaria terem exigido leis que prescreviam a pena de morte contra seus praticantes. Há
provas de ter sido muito temido o poder dos feiticeiros.
Os celtas, povo pré-histórico que se espalhou por grande parte da Europa entre os
séculos XXI e I a.C., atingindo o maior poderio do século VI ao III a.C., possuíram grupos
fechados de sacerdotes especializados em comunicações com o além, chamados de
"druidas".
A escolha dos futuros sacerdotes era feita entre a classe aristocrática e, desde
criança, já se submetiam à rigorosa disciplina e intenso aprendizado junto aos druidas
mais velhos. A sabedoria druídica já admitia a reencarnação, a inexistência de penas
eternas, o livre-arbítrio, a imortalidade da alma, a lei de causa e efeito e as esferas
espirituais.
Segundo o espírito, de Zéfiro, aproximadamente no ano 100 a.C., Denizar Rivail foi
um chefe druida. Marcou tanto essa etapa reencarnatória que o codificador decidiu
assinar suas obras espíritas com o nome de Allan Kardec.
As pessoas, após o contato com os espíritos, passavam por uma limpeza com
enxofre. As emanações dessas substâncias tinham como função descontaminar as
pessoas pela destruição dos miasmas ou fluidos deixados pelos mortos.
A MEDIUNIDADE NA BIBLIA
Um caso de escrita direta é relatado por Daniel (5:5), ao afirmar que, "por ocasião
em que se realizava um banquete oferecido pelo rei Balthazar (filho de Nabucodonosor),
ao qual compareceram mais de mil pessoas da corte, no momento em que bebiam vinho
e louvavam os deuses, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam defronte
ao candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os movimentos da mão
que escrevia".
A vidência é exemplificada por Daniel (8:15), onde conta: "Havendo eu, Daniel, tido
uma visão, procurei entendê-la e eis que se apresentou diante de mim com aparência de
homem, veio, pois, para perto donde eu estava; ao chegar ele, fiquei amedrontado e
prostei-me com o rosto em terra; mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta
visão se refere ao tempo do fim". O mesmo Daniel (10:5) afirma: "Levantei os olhos e
olhei, vi um homem vestido de linho, o seu rosto como um relâmpago. Só eu, Daniel, tive
aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram, não obstante, caiu sobre eles
grande temor, fugiram e se esconderam, contudo ouvi a voz das suas palavras, e
ouvindo-a, caí sem sentido, com o rosto em terra".
Por fim, o caso mais significativo de materialização foi de Moisés, que, mediante
este fenômeno, recebeu do alto a Tábua dos Dez Mandamentos, manifestação de uma
vontade superior visando o despertar moral dos povos.
Jean Hus ou João Huss, nasceu em Husinec em 1369 (Allan Kardec desencarnou
exatamente 500 anos após, em 1869). Estudou na capital francesa, formou-se bacharel
em arte e teologia, obteve grande destaque como professor, foi nomeado deão da
Faculdade de Filosofia e, posteriormente, reitor da Universidade.
Joana d´Arc, desde pequena escutava vozes no silêncio dos bosques, que atribula
a São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais a incentivaram para se voltar a
Deus e defender a França. Orientada pelas "vozes do céu", assume a missão de libertar
sua pátria do jugo inglês e, guiada por essas vozes, reorganizou o exército francês e
conduziu Carlos VII ao trono.
Seu triunfo motivou inveja e intrigas que culminaram na sua captura. Foi
perseguida como herege, submetida ao sacrifício inquisitorial e posteriormente condenada
pelo fato de não querer negar essas vozes perante a Igreja. Mesmo no momento extremo,
ainda afirmava ouvir os espíritos. Sua voz chegava até a silenciosa multidão, que
escutava, aterrada, as suas preces e gemidos. Por fim, num último grito de agonia de
amor, Joana gritava o nome de Jesus e olhava para uma cruz. Desencarnou em 30 de
maio de 1431, aos 19 anos.
Posteriormente, a Igreja que a condenou e à qual Joana sempre foi fiel declarou-a
inocente. O Papa Calisto III nomeou uma comissão para examinar de novo o caso e
“reabilitou” plenamente Joana D’Arc. Em 1920, ela foi canonizada pelo Papa Bento XV.
Entendemos que fomos criados simples e ignorantes, para que, numa jornada
evolutiva, nós adquiramos os conhecimentos intelectuais e morais, por meio de nossas
experiências tanto no plano material quanto no espiritual. Por mais que uma pessoa tente
bloquear esse fluxo evolutivo, chegará um momento em que ela terá de acompanhar a
marcha do progresso, pois é da lei.
No livro A Caminho da Luz, psicografado por Chico Xavier, Emmanuel fala sobre os
exilados de Capela. Vejamos:
Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela
turba de seres sofredores e infelizes.
Mas esta situação não ocorreu somente com os Capelinos, de outros palnetas
foram enviados outros seres para evolução da Terra como os Alpha Draconis,
Venusianos, Sirianos, Pleiadianos, e Arturianos.
Mas qual é a situação atual da Terra?
O nosso planeta está passando por uma transição planetária. Ele vai passar da
categoria de provas e expiações para a de regeneração.
Do mesmo jeito que aconteceu em Capela, Venus, Sirius e outros, aqueles que não
acompanharem o progresso serão exilados para mundos inferiores, onde continuarão seu
depuramento moral e onde ajudarão na evolução do planeta que habitarão.
Para que a Terra não se torne para nós o paraíso perdido, precisamos nos
empenhar, com as novas gerações, em seguir o caminho do Bem e do Amor, traçado pelo
Cristo. O único caminho é esse.
Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por
inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças
espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já
tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e
aptos a secundar o movimento de regeneração.
O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta
contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes
humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes,para os sentimentos
antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tildo o que é
material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se
obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e
porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem.
Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro
melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de
sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o
acesso aos mundos superiores.
Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos
da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao
contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento
das circunstâncias e do exemplo. Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez
subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua
maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam
quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-
los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e
em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas
preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre
mortos e vivos há perpétua solidariedade.
É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê,
todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza. Sejam os que
componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram,
o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma
renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam
duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que
chegam e adquirem maior sensibilidade. O estado dos costumes e da sociedade estará,
portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela
das duas categorias que preponderar.
É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as
populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito;
ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por
conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de
notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era
de progresso.
Foi atribuido a Chico Xavier que teria confidenciado aos mais próximos dele que:
da terra.”
Geraldo Lemos Neto, em entrevista para a Folha Espírita, fala sobre essas e outras
revelações feitas a ele em conversas com Chico Xavier, sobre fatos relacionados ao ano
em que se dará a grande transformação do nosso planeta, nos diz:
Folha Espírita – No livro A Caminho da Luz, nosso benfeitor Emmanuel já havia previsto
que no século XX haveria mais uma reunião dos Espíritos Puros e Eleitos do Senhor, a
fim de decidirem quanto aos destinos da Terra. A reunião aconteceu e a ela
compareceram Chico e Emmanuel – os missionários que trabalham abnegadamente, por
séculos a fio, em favor da renovação humana.
Quais os resultados dessa reunião?
Geraldo Lemos Neto – Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele
queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de
nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando
cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: “Você se lembra,
Geraldinho, do livro de Emmanuel, A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de
nosso benfeitor, no capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições?
Nele, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma
nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus
um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na
atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa
humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo.
Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa
reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na
comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o
solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de
viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o
Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de
outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a
deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que
depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao
final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à
comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra.
Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram
então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma
última chance de progresso moral. O curioso é que nós vamos reconhecer nos
Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo,
como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora.”
FE – Como você reagiu diante da descrição do que acontecera nessa reunião nas
Altas Esferas?
Geraldinho – Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier,
perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu:
“Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a
iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou
Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na
manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar
para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema
Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período. Algumas potências
angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e
foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os
homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações
mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às
outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de
extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra
Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante
este período de 50 anos, aprendessem a arte do bom convívio e da fraternidade, evitando
uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na
comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de
nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de
2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e
cultas!”
FE – Quais são os acontecimentos que podemos prever com essas revelações para
a Terra?
Geraldinho – Perguntei, então, ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu:
“Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução
para a pobreza e a fome que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as
doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem
terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais
generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a
permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando
conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então inimagináveis ao nosso atual
estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos
facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa
conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos
diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza
para os destinos de nosso planeta.”
Foi então que, fazendo as vezes de advogado do diabo, perguntei a ele: Chico, até agora
você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade
terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer
o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a
humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra mundial, uma guerra
nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob
os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de
ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças
telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos
defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis)
consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito extintos; enfrentaríamos degelos
arrasadores que avassalariam os polos do globo com trágicos resultados para as zonas
costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas
às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente inabitável todo o
Hemisfério Norte de nosso globo terrestre.”
Em certa ocasião, Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro
Leopoldo (MG), fez essa mesma pergunta a Chico Xavier. Segundo o médium, “em todas
as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização
planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural,
política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro
alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética
com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobras uma das
maiores empresas do mundo.”
E prosseguiu Chico: “O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no
cenário global, isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário
internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no
seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso
ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes
fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil, que
então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do
Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual
perante os povos migrantes.
A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu
esplendor de conquistas científicas e morais, porque seria necessário mais um longo
período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem
em seus fundamentos mais básicos.”
Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: “Nosso Brasil
como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas.
Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros
restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Goiás e ao Distrito Federal. Os norte-
americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em
sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região
Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente
chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o
Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão
ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo
esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a
reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores.
Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor
ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o
amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão
incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à
honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros,
ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que,
mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e
humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar
cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na
Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e
nobre da mediunidade com Jesus.”
O PODER DA PRECE
A prece é um tipo de apelo que permite à pessoa entrar em comunhão com Deus,
Jesus e com os Espíritos superiores a fim de receber proteção e auxílio: “[…] Sua ação
será tanto maior quanto mais fervorosa e sincera for.[…]”
O hábito de orar é de valor inestimável e deve ser exercido diariamente, pois tem o
poder de criar um campo de forças positivas ao redor de quem ora, concedendo-lhe “[…]
a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste se
afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas
próprias faltas.”
Outro grande benefício proporcionado pela prece é atrair o auxílio dos Espíritos
benfeitores que, pelos canais da intuição ou da inspiração, vêm sustentar o indivíduo “[…]
em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos”. Estes Espíritos assemelham-
se, segundo André Luiz, aos “[…] transformadores da bênção, do socorro, do
esclarecimento…”
Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador,
através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência,
da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com
a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram. Cada degrau da vida
está superlotado por milhões de criaturas. […] A prece, qualquer que ela seja, é ação
provocando a reação que lhe corresponde. (Entre a Terra e o Céu)
Quando a pessoa ora emite vibrações mentais que se espalham no fluido cósmico
por intermédio das correntes do pensamento, cujos mecanismos são assim explicados
pelo Codifcador:
Quando, pois, o pensamento é dirigido a um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de
encarnado para desencarnado, ou de desencarnado para encarnado, estabelece–se uma
corrente fluídica entre um e outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim que
os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se
encontrem […].
A prece outra coisa não é senão uma conversa que entretemos com Deus, nosso Pai;
com Jesus, nosso Mestre e Senhor; com nossos amigos espirituais. É diálogo silencioso,
humilde, contrito, revestido de unção e fervor, em que o filho, pequenino e imperfeito, fala
com o Pai, poderoso e bom, perfeição das perfeições.
Jesus orienta: “Orando, porém, não useis de vãs repetições como os gentios, pois
pensam que com palavreado excessivo serão atendidos. Assim, não vos assemelheis a
eles, pois vosso Pai sabe do que tendes necessidade, antes de pedirdes a ele.”92 O
significado desta lição do Mestre está clara, conforme explica Kardec: “[…] não é pela
multiplicidade de palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas”.
O poder da prece está no pensamento. Não depende de palavras, nem de lugar, nem do
momento em que seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a
sós ou em comum. A influência do lugar e do tempo só se faz sentir nas circunstâncias
que favoreçam o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando
todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e têm o mesmo
objetivo: é como se muitos clamassem juntos e em uníssono (grifo no original).
A prece só tem valor” — acrescenta Kardec — “pelo pensamento que lhe está
conjugado. Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer àquilo que não se
compreende, pois o que não se compreende não pode tocar o coração. […]”.97E
prossegue em suas argumentações:
Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não
entendem não passam de um amontoado de palavras que nada dizem ao espírito. Para
que a prece toque, é preciso que cada palavra desperte uma ideia; ora, a palavra que não
é entendida não pode despertar ideia nenhuma. Será repetida como simples fórmula […].
Muitos oram por dever, alguns, até, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites,
desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem.
Deus lê no fundo dos corações; vê o pensamento e a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais
sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo.
Para o Espiritismo, portanto, a prece realizada nas reuniões deve ser simples,
objetiva e proferida em uma linguagem que facilite o entendimento de todos.
Seria ilógico concluir desta máxima: “Seja o que for que peçais na prece, crede que vos
será concedido”, que basta pedir para obter, como seria injusto acusar a Providência se
não atender a toda súplica que lhe é feita, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o
que é para o nosso bem. É assim que procede um pai criterioso que recusa ao filho o que
seja contrário aos seus interesses. O homem, em geral, só vê o presente. Ora, se o
sofrimento é útil à sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que
o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.
Ainda que sejamos catalogados como Espíritos imperfeitos, é importante que, pelo
menos durante a oração, demonstremos o nosso esforço de melhoria espiritual. Lembrar
que devemos aprender a perdoar, purificar a alma de qualquer sentimento infeliz e agir
segundo os preceitos da caridade, como ensina Jesus: “E, quando estiverdes orando,
perdoai, se tendes algo contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus,
vos perdoe as vossas transgressões […].”
Por outro lado, não devemos esquecer o ensinamento do Cristo: “pois onde dois ou
três estão reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.”
Estarem reunidas, em nome de Jesus, duas, três ou mais pessoas, não quer dizer que
basta que se achem materialmente juntas. É preciso que o estejam espiritualmente, pela
comunhão de intenção e de ideias para o bem.
[…] Pelas palavras acima, Jesus quis mostrar o efeito da união e da fraternidade. O que o
atrai não é o maior ou menor número de pessoas que se reúnem, pois, em vez de duas
ou três, poderia ter dito dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que reciprocamente
as anime.[…]
Neste sentido, vale destacar que a reunião mediúnica “[…] é um ser coletivo, cujas
qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros, formando uma espécie
de feixe. Ora, quanto mais homogêneo for esse feixe, tanto mais força terá.”
Por outro lado, a prece beneficia o entendimento dos Espíritos que sofrem e dos
que fazem sofrer, como os obsessores. Às vezes, o diálogo com determinados Espíritos é
muito penoso, sobretudo quando se encontram presos a ideias fixas, ou a acontecimentos
que lhes produziram graves traumas, como é a situação comum dos suicidas. Nestas
condições, a prece não só é indicada como representa um ato de caridade, de amor ao
próximo.
Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque,
verificando que há quem pense neles, sentem-se menos abandonados, menos infelizes.
Mas, a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de
se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e pode desviar-lhes o pensamento do
mal. É nesse sentido que a prece pode não apenas aliviar, como abreviar seus
sofrimentos.
Portanto, nas reuniões mediúnicas a prece é muito importante para contato com os
espíritos e apoio dos médiuns com mediunidade ostensiva, onde principalmente nas
manifestações de espíritos obsessores e sofredores é necessária a prece em apoio dos
outros colaboradores dos trabalhos.
MEDIUNIDADE E SONHOS
Há sonhos tão bons...que quando a gente acorda, quer voltar a dormir. Há sonhos
tão maus - os pesadelos - que dão medo de dormir de novo. Frustante também tentar
lembrar daquele sonho que deixou aquela sensação tão gostosa...
Em qualquer dos casos, quer você acredite ou não, os sonhos têm um significado e
sempre está claramente ligado a você, à sua vida, aos seus desejos e aos seus medos.
Confira o que querem dizer os seus sonhos...e entenda-se melhor.
Cada detalhe, mesmo o mais pequeno elemento no seu sonho é importante e deve
ser considerado na análise dos seus sonhos. Cada símbolo representa um sentimento,
um humor, uma memória ou algo do seu inconsciente. Olhe atentamente para os
personagens, animais, objetos, lugares, emoções e até cores e números que são
retratados em seus sonhos. Mesmo o símbolo mais trivial pode ser significativo.
Você deverá prestar muita atenção aos sonhos que você costuma ter, tanto quando
estiver a dormir como quando estiver acordada. Os sonhos que temos quando estamos
acordados nps dão motivação e força para viver; mas os sonhos que temos quando
estamos dormindo nos ajudam a compreender melhor alguns aspectos na nossa vida e
nos dão dicas importantes sobre nossos próprios problemas e anseios.
Deixe um bloquinho e uma caneta perto para que você possa facilmente alcançar
da cama e anotar seus sonhos de maneira a não esquecer quando despertar.
Mantenha seu alarme perto da cama. Se tiver que levantar da cama pra desligá-
lo, não há memória que resista. Evite os alarmes de rádio relógio, já que as propagandas
e a conversa nos programas da manhã podem distraí-lo.
Quando acordar, mesmo antes de abrir os olhos, concentre-se no que está
passando pela sua mente. Tente se manter no sonho, com a certeza que já está
acordado e registando os momentos. Se não conseguir lembrar, não tem problema.
Continue repetindo todo o dia. Com o refinar das suas intenções, a sua mente vai acabar
por colaborar.
Se puder...volte para a cama e deite-se na mesma posição física que você
estava quando estava dormindo. Coloque a cabeça no mesmo lugar no travesseiro, seu
corpo da mesma maneira e feche seus olhos. Se o sonho aparecer na sua cabeça, pense
bem nele antes de levantar para tomar notas.
Embora a maioria dos sonhos carregue aspectos da vida de quem sonha, com
realidades que pertencem ao seu espírito, pessoas com mediunidade desenvolvidas são
capazes de sonhar com informações da vida de outras pessoas. Não são todos os
médiuns que conseguem, isso é raro e requer uma faculdade psíquica especial e bem
desenvolvida.
No capítulo VIII de "O Livro dos Espíritos", questão 400 e seguintes, há minuciosa
explicação sobre o atraente assunto dos sonhos, que todos frequentemente temos. E na
bibliografia espírita, inclusive os romances, e talvez principalmente nestes, as explicações
sobre o assunto são variadas e satisfatórias.
É sempre bom, no entanto, insistirmos nessa meditação, visto que a prática tem
demonstrado que importante intercâmbio entre os Espíritos desencarnados e os
encarnados pode estabelecer-se quando dormimos e sonhamos.
Muitos amigos, mesmo de outras localidades do Brasil, frequentemente nos
participam dos sonhos que tiveram, e, pouco sabendo ainda das questões da vida
espiritual, conseguintemente, da emancipação da alma, solicitam explicações precisas,
que tranquilizem as suas inquietações a respeito.
De princípio, devemos esclarecer que o melhor que todos temos a fazer para
desdobrarmos essa tese e as demais que nos possam interessar, é recorrer aos livros
básicos da Espiritismo para neles fazermos um estudo consciencioso.
A questão 401 de "O Livro dos Espíritos", interroga:
- "Durante o sono, a alma repousa como o corpo?"
Resposta: - "Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços
que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo
espaço, e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."
A questão 402 indaga:
- "Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?"
Resposta: - "Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais
faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o
futuro. Adquire mais potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais
Espíritos,quer deste mundo quer do outro."
Mais adiante, na mesma questão:
- "Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos
Espíritos." (O parágrafo é extenso e não podemos transcrevê-lo na íntegra.)
Não obstante, a observação e a prática dos assuntos pertinentes à personalidade
humana autorizam-nos a aceitar, convictamente, o seguinte, relativamente ao sonho:
Existem sonhos que não passam de frutos do nosso estado mental, ou nervoso,
esgotado ou preocupado com afazeres e peripécias cotidianos. Outros, são reflexos, que
nossa mente conserva, dos fatos comuns da vida diária, e agora repetidos como num
espelho: fazemos então, durante o sono, os mesmos trabalhos a que nos habituamos
durante a vigília; tornamos às mesmas conversações, discussões, etc., ou realizamos, por
uma espécie de autossugestão, os desejos conservados em nosso íntimo, os quais não
tivemos possibilidade de realizar objetivamente: viagens, visitas, posse de alguma coisa
e, às vezes, algo nem sempre confessável. Esses sonhos são medíocres e, geralmente,
se confundem com outras cenas, num embaralhamento incômodo, que bem atestam
perturbações físicas: má digestão, excitação nervosa, depressão, etc. São, pois, mais
reflexos da nossa vida cotidiana reagindo sobre o cérebro do que mesmo acontecimentos
oriundos da verdadeira emancipação da alma. Comumente, tais sonhos acontecem
durante o primeiro sono, quando as impressões adquiridas durante a agitação do dia
ainda vibram em nossa organização cerebral não tranquilizada apelo repouso.
Os verdadeiros sonhos, porém, diferem bastante dessas perturbações. É pela
madrugada, quando nossas vibrações, mais tranquilizadas, adquirem força de ação, que
poderemos penetrar o campo propício às atividades reais do nosso Espírito.
Uma vez o nosso Espírito emancipado temporariamente durante o sono, partimos
em busca de antigas afeições, momentaneamente esquecidas pela reencarnação, e nos
deleitamos com sua convivência. Visitaremos amigos da atualidade, dos quais estávamos
saudosos. Poderemos mesmo fazer novas amizades até em países estrangeiros,
alargando, assim, o círculo de nossas afeições espirituais. Ao desencarnarmos, novos
amigos encontraremos à nossa espera, a par dos antigos, a fim de que o amor se
estabeleça em gerações humanas futuras, melhorando o estado da sociedade terrena.
Poderemos trabalhar para o bem do próximo, encarnado ou desencarnado, sob a direção
de mestres da Espiritualidade, ou, voluntariamente, obedecendo aos fraternos pendores
que poderemos ter. Poderemos estudar e fazer verdadeiros cursos disso ou daquilo,
assim armazenando preciosos cabedais morais-intelectuais nos recessos do espírito,
cabedais que poderão aflorar em nossa vida de relação através da intuição, auxiliando-
nos o progresso, nosso ou alheiro. Poderemos rever o próprio passado espiritual,
levantando, por momentos, os véus do esquecimento para novamente vivermos cenas
dos nossos dramas pretéritos, etc., etc. Mas, tais sonhos não são comuns. Trata-se mais
de um transe anímico, uma crise, do que mesmo do sonho comumente compreendido. E
poderemos ainda alçar-nos ao Espaço e assistir a acontecimentos, cenas, fatos
pertinentes ao mundo espiritual, ou deles participar. E como o Invisível normal é parecido
com a Terra, embora superior a ela e muito mais belo, julgamos mil coisas, ao despertar,
sem atinarmos com a verdade. O médiuns, principalmente, logram sonhos inteligentes, de
uma veracidade e precisão incomuns. São, frequentemente, revelações que recebem dos
amigos espirituais, instruções ou aulas, avisos de futuros acontecimentos, planos para
desempenhos melindrosos, às vezes mais tarde confirmados pelos acontecimentos. A
estes poderemos denominar sonhos magnéticos, visto que são como que transes
provocados pela ação sugestiva dos instrutores invisíveis, que trabalham usando como
elemento o magnetismo, tal como acontece com os operadores encarnados. Nessas
condições, a emancipação da alma será mais pronunciada. E há até sonhos
estranhamente coloridos, frutos de uma revelação, talvez até da contemplação de fatos
presenciados no Além, não obstante a Medicina qualificá-los de fantasias e alucinações,
denominando-os produtos do onirismo, quando a verdade é que se trata de uma
faculdade a que chamaremos mediunidade pelo sonho, sobre a qual a Bíblia tanto
informa.
Se, ao despertarmos, formos capazes de recordar tudo ou mesmo apenas
fragmentos desses estados de emancipação da nossa alma, aí teremos os sonhos...
É bom lembrar que também poderemos resvalar, durante a mesma emancipação,
para ambientes sórdidos, da Terra mesma ou do Invisível, conforme o nosso estado
mental, moral e vibratório, e ali convivermos numa sociedade perniciosa, absolutamente
inconveniente ao nosso bem-estar moral e espiritual. Se tais arrastamentos não forem
vencidos pela nossa vontade, poderemos, ao fim de algum tempo, adquirir obsessões que
variam do completo domínio da nossa mente, pelos obsessores, até a aquisição de vícios
e arrastamentos torpes, que nos poderão desgraçar.
Todos esses acontecimentos deixarão atestados em nossas vibrações: ao
despertarmos, estaremos tranquilos, esperançados, reanimados para o bem e para o
trabalho em prol do progresso, se alçamos às regiões educativas do Invisível; ou nos
sentiremos deprimidos ou irritados, angustiados e ineptos, se nos rebaixamos a
convivências perniciosas dos ambientes maus. Não confundir, no entanto, estados
patológicos do esgotamento físico, que também nos farão despertar, pela manhã,
completamente indispostos para a boa marcha da vida, com as observações acima
expostas. Outrossim, a convivência espiritual má, durante o sono, poderá arrastar-nos a
depressões generalizadas, redundando em enfermidades e até em obsessão,
possivelmente, em suicídio.
Nossa personalidade é rica de poderes e possibilidades. Vale a pena, então,
estudarmos a nós mesmos a fim de melhor nos conhecer, tratando de nos reeducar
consoante as leis do bem e do equilíbrio moral e emocional. Oremos e vigiemos, fazendo
por onde nos recomendar à assistência protetora dos Guias Espirituais, a fim de que os
momentos do nosso sono se tornem em ensejos felizes para instrução, progresso, saúde
e alegria para nós próprios. (Yvonne A. Pereira - Obra: À Luz do Consolador - edição
FEB).
A MEDIUNIDADE
Estes tipos são geralmente associados ao espiritismo, uma das religiões mais
conhecidas pelo trato e relação com os espíritos, entretanto, alguns destes processos de
mediunidade também são recorrentes na Umbanda, no Candomblé, etc.
O médium espiritual atua como intermediário entre o plano físico e o plano dos
espíritos. A troca mediúnica se dá por meio do pensamento, tratando-se de uma conexão
mental estabelecida entre o espírito comunicador com a alma do médium receptor, ou
médium espiritual”.
No Livro dos Médiuns, Allan Kardec consolidou sua ideia de que a aptidão para ser
médium espiritual não se restringia apenas a poucos indivíduos de sorte. Ele dizia que a
faculdade para ser médium espiritual era abrangente e irrestrita, e que “Qualquer pessoa
que sinta a influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade, é por si só um
indivíduo médium espiritual”.
Porém, Allan Kardec frisa que para ser um médium espiritual é necessário
demonstrar a interação com os espíritos por meio do que ele chamava de “efeitos
patentes com certa intensidade”, que independem de fé ou religião.
2. Técnica – Exercício prático, à luz do conhecimento espírita, para que o médium saiba
distinguir os tipos dos espíritos pelos seus fluidos, como concentrar ou desconcentrar,
entender o desdobramento, controlar-se nas manifestações e analisar o resultado delas.
TIPOS DE MEDIUNIDADE
MEDIUNIDADE PICTOGRÁFICA
INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA
A incorporação às vezes é entendida como a porta de entrada para que todas as
manifestações acima aconteçam, mas ela também pode ser exclusiva e desenvolvedora.
Isto acontece quando o espírito incorpora no médium e, além de permanecer em seu
corpo, revigora e atinge todos os seus chacras, desenvolvendo de maneira espiritual a
vida do médium. O médium trabalhará melhor e terá maior progressão para transmitir
mensagens espíritas.
O médium que possui esta faculdade incorpora o espírito/entidade e muitas vezes é
visto como possessão por alguns que não conhecem do assunto, este tipo de
mediunidade é muito comum e algumas pessoas que frequentam igrejas evangélicas que
dizem ter entidades no corpo são médiuns de incorporação e não sabem. O espírito fala e
age através do médium.
PSICOGRAFIA
A psicografia, também muito conhecida, é quando o médium consegue transpor à
sua frente os escritos de uma entidade espiritual. Isto acontece todo o tempo e, desta
forma, vários livros psicografados são e tornam-se famosos, como os romances de
Rubens Saraceni.
Os livros podem ser extensos e gigantes, como também apenas algumas
anotações. Às vezes, alguns parentes que já desencarnaram, podem mandar pequenas
mensagens pelos médiuns, alertando sobre algum possível perigo ou segredo de família.
Os médiuns psicográficos mecânicos são os que sofrem a influência dos espíritos
diretamente nas mãos, não tendo consciência do que está sendo escrito. Esse tipo de
mediunidade é responsável por um efeito visual marcante nos que observam as sessões de
psicografia, graças à extrema velocidade da escrita.
MEDIUNIDADE DE PSICOFONOGRAFIA
PSICOGRAFIA MISTA
Nos médiuns, os inspirados são os tipos mais espontâneos e que mais têm a dificuldade
em discernir pensamentos próprios de sugestões dadas por espíritos. Neste tipo de
mediunidade, os seres desencarnados atuam como anjos da guarda, guardando, guiando,
aconselhando e fazendo com que o corpo encarnado sinta sua presença e tenha até
pressentimentos quando algo está errado.
EFEITOS FÍSICOS
A mediunidade de efeitos físicos é aquela que nos proporciona fenômenos que são
sensíveis, audíveis ou visíveis aos nossos sentidos. Complementarmente, podemos
também considerar enquadrados nesta designação, fenômenos que independam da
inteligência do médium, já que necessitam apenas de seus fluídos magnéticos para
acontecerem, desde que demandados pela espiritualidade. No entanto, aqui cabe uma
observação importante, existem médiuns que têm a habilidade de realizar estes
fenômenos por vontade própria, ou seja, de acordo com suas aptidões e, portanto,
usando sua inteligência.
Sendo assim, temos mediunidade de efeitos físicos, demandada pela
espiritualidade, utilizando fluídos magnéticos, providos por um ou mais médiuns, com ou
sem os seus consentimentos. Também existindo tal fenômeno demandado pelo médium
ou pelos médiuns, levaremos em conta apenas aqueles que incluem a participação da
espiritualidade para que se caracterize o objeto da mediunidade, que seria a interação
entre seres dos planos físico e espiritual. Portanto, observamos que existem fenômenos
de efeitos físicos que são classificados como “não mediúnicos” ou “anímicos”, já que
dependem apenas da capacidade própria do médium e que serão exemplificados mais à
frente.
Os fenômenos que normalmente são retratados em filmes, através de casas “mal
assombradas”, envolvendo barulhos, deslocamentos de objetos, escritas em paredes ou
espelhos, transfiguração das pessoas e “aparições” (materialização), são tipicamente
obtidos através da mediunidade de efeitos físicos. Nestes casos, normalmente os
espíritos “captam” o fluído magnético, também chamado de ectoplasma, do médium sem
o seu conhecimento, para causarem estes efeitos. Em muitas destas vezes, os envolvidos
até desconhecem o fato de terem qualquer capacidade mediúnica.
Importante ressaltar que para os espíritos atuarem sobre a matéria para
proporcionar estes fenômenos, necessitam dos fluídos magnéticos animalizados, ou seja,
dos encarnados.
Em outro sentido, existem sessões focadas para trabalhos envolvendo esta
capacidade mediúnica. Nestas reuniões, médiuns definem objetivos específicos, como a
materialização de objetos ou pessoas, ou ainda, o transporte de objetos através do
ambiente; sendo então auxiliados pela espiritualidade.
Embora a mediunidade de efeitos físicos seja extremamente atraente a nossa
curiosidade, é um tipo de mediunidade que é dificilmente encontrada na atualidade, haja
vista que a mesma foi muito utilizada exatamente para este fim em tempos passados. Foi
através destes fenômenos que os estudiosos, pesquisadores e cientistas se interessaram
e iniciaram os estudos sérios que acabaram por culminar na codificação da Doutrina
Espírita.
Devido ao fato de termos hodiernamente muitos recursos tecnológicos que
poderiam “forjar” tais efeitos e dar margem a interpretações equivocadas relacionadas às
comunicações com o mundo espiritual, a mediunidade de efeitos físicos tem se tornado
mais rara e dado cada vez mais espaço à mediunidade de efeitos inteligentes.
BICORPOREIDADE OU PROJEÇÃO
A bicorporeidade, que seria a projeção do próprio espírito do médium em outro
local, materializando-se ou não, muitas vezes é conseguida de forma “anímica”, de acordo
com a capacidade do médium independente da interação com algum ser espiritual. Muitos
médiuns brasileiros tiveram ou ainda têm esta capacidade, mas dos casos mais
conhecidos, podemos citar o do venerando Chico Xavier, que dentre vários relatos, possui
um bem peculiar, acontecido numa visita de atendimento em um Centro Espírita de uma
determinada cidade de Minas Gerais. Nesta ocasião, ocorreu um tumulto na multidão,
onde foi constatada a presença de uma pessoa portando uma arma à vista de todos. Logo
em seguida, aparece uma guarnição policial, alegando ter sido acionada pessoalmente
por Chico Xavier, quando estava em patrulha na rodoviária desta cidade; sendo que Chico
em nenhum momento havia deixado o recinto do Centro.
MEDIUNIDADE DE CURA
Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas
pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de
qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.
Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem
examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma
coisa.
MEDIUNIDADE PREMONITÓRIA
O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm
essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla
vista, que lhes permite entrever as conseqüências das coisas atuais e a filiação dos
acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e,
sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns
premonitórios, que constituem uma variedade de inspirações.
VIDÊNCIA FOCALIZADA
Utiliza-se um objeto de vidência, como por exemplo um cristal, as imagens
aparecem nos mesmos, um bom exemplo disso para os pesquisadores de plantão é a
bola de cristal, há inúmeros médiuns que conseguem ver pela bola de cristal e passar
seus conhecimentos aos outros, um bom exemplo para se pesquisar é sobre Edward
Kelly, que teve uma grande influência no sistema de linguagem enoquiana através da bola
de cristal junto a John Dee.
MEDIUNIDADE SENSITIVA
TIPOS DE DOENÇAS
Já as doenças atraídas ou simbióticas são aquelas que chegam por meio de uma
sintonia com fluidos negativos. O que uma criatura colérica vibrando sempre maldades e
pestilências pode atrair senão as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose
energética que, pela via fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o
organismo do espírito que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a
sensação de que a doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito
sente. Aí, a pessoa vai ao médico e este nada encontra.
André Luiz afirma que “se a mente encarnada não conseguiu ainda disciplinar e
dominar suas emoções e alimenta paixões (ódio, inveja, idéias de vingança), ela entrará
em sintonia com os irmãos do plano espiritual, que emitirão fluidos maléficos para
impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais e
podendo levá-lo até à doença”.
AJUDA DA MEDICINA
A doutrina espírita não prega o conformismo, por isso é lícito procurar a medicina
terrena, que pode aliviar muito e curar onde for permitido. Se a misericórdia divina colocou
os medicamentos ao nosso alcance é porque podemos e devemos utilizá-los para
combater as energias nocivas que migraram do perispírito para o corpo físico, mas não
devemos esquecer que os medicamentos alopáticos combatem somente os efeitos da
doença.
Isto quer dizer que, quando as doenças estão presentes no corpo físico, devemos
combatê-la, buscar alívio. Muitas vezes, estas doenças exigem tratamentos prolongados,
outras vezes necessitamos até de cirurgia, mas tudo faz parte da “Lei de Causa e Efeito”,
que tenta despertar para uma reforma moral através deste processo doloroso. Qualquer
medida profilática em relação às doenças tem que se iniciar na conduta mental,
exteriorizando-se na ação moral que reflete o velho conceito latino: mens sana in corpore
sano.
DOENÇAS ESPIRITUAIS
– Esquizofrenia
A – Esquizofrenia simples: em que o paciente vive mais o seu mundo interno, com
dificuldade de adaptação social.
B – Esquizofrenia hebefrênica: própria da adolescência em que predominam os
maneirismos risos sem motivos e isolamento.
C – Esquizofrenia catatônica: pelas variedades de atitudes estereotipadas, levando a
imobilidade por horas e no final podendo levar a imobilidade total.
D – Esquizofrenia paranóica: trazendo delírios e mania de perseguição. Tratamentos
difíceis pela insistência e fixação dos sintomas. Pelo bloqueio afetivo são perigosos.
Segundo Dr. Jorge Andrea, em Visão Espírita nas Distônias Mentais: "As psicoses
são autenticas doenças da alma ou do Espírito em severas respostas cármicas, quase
sempre demarcando toda a jornada carnal... Os sintomas, por não terem o devido
esgotamento no campo do exaustor físico (personalidade) perduram e refletem-se em
outra reencarnação."
O Dr. Bezerra de Menezes declara: "O esquizofrênico não tem destruído a
afetividade, nem os sentimentos; tem dificuldade em expressá-los, em razão dos
profundos conflitos consciênciais, que são resíduos das culpas passadas. E porque o
Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme-a a fim de enfrentar
os desafetos, o que lhe parece a pior maneira de sofrer do que aquele em que se
encontra."
Nada obstante, não se deve esperar resultados exageradamente rápidos em se
tratando de tão grave enfermidade, que tem raízes fincadas em vidas passadas, vez que
outra, multimilenares. Além do mais, seres imortais que todos são, os homens não devem
vislumbrar apenas o momento fugidio, mas, sobretudo, o relógio do futuro.
Sendo assim, como ser imortal que vive no presente cuidando do porvir, o
indivíduo, Espírito que é, deve procurar o trabalho da profilaxia. Neste contexto, como se
pode deduzir, o Evangelho de Jesus é ainda, e sempre será, a melhor alternativa. A sua
mensagem de vida abundante deve hoje, e deverá amanhã, penetrar a vida de todos em
busca da saúde integral. O amor, terapêutico e profilático, é, e sempre será, o divino
remédio. Neste sentido, pois, mister se faz lembrar destas palavras do Mestre, as quais
são, ao mesmo tempo, claras e simbólicas: “Reconciliai-vos o mais depressa possível
com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos
entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metidos em
prisão”. E esta prisão, muitas vezes, vem em forma de uma estrutura nervosa
desajustada, qual a que ocorre em um paciente esquizofrênico.
– Epilepsia
A epilepsia é uma das enfermidades mais antigas da humanidade. Na antiga
Babilônia, eram feitas restrições ao casamento de pessoas epilépticas, com o argumento
de que eram possuídas pelo demônio. Já na Idade Média, a epilepsia era considerada
uma doença mental e contagiosa, visão que persiste nos tempos atuais nas pessoas
desinformadas.
Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus
(17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da
criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a
“imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos,
chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não
pudessem resistir a essa injunção”.
Para nós, espíritas em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo.
Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o
verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo
ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A
expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela
provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem
suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer
tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de
expiação e provas.
A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada
por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de
correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular.
Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e
tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à
fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também
podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que
lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão
resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo
nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao
devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-
resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia,
que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as
possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em
adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas
vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc.,
elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio
dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam
dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é
normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada
e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma
mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco
em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade
procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém,
convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o
paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim
de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao
tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só
então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na
qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque
epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda
conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico
sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua
antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então
com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não,
é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber
aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo
com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre,
com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser
doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo
no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de
reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar,
oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-
lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros
encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o
que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares
que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde
a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só
poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
– AUTISMO
O autismo– ou o Transtornos do Espectro Autista (TEA) – é um transtorno de
desenvolvimento do cérebro que costuma aparecer nos três primeiros anos de vida e
compromete as habilidades de comunicação e interação social da criança, bem como
gera a tendência a movimentos repetitivos.
Para entender a visão do Espiritismo sobre o TEA é preciso primeiro entender a
finalidade da reencarnação. Na pergunta 132 de “O Livro dos Espíritos” encontramos a
seguinte pergunta: “Qual a finalidade da reencarnação?”. Allan Kardec explica que a
reencarnação é imposta por Deus para que os espíritos possam evoluir até alcançar a
perfeição. Para alguns, a reencarnação é vista como uma missão, para outros, uma
expiação. Para alcançar a evolução plena, muitos sofrem muito os carmas da existência
corpórea. Há ainda uma outra finalidade da reencarnação: a de colocar o Espírito em
condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para fazer a sua parte que o
Espírito toma um corpo cumprir as ordens de Deus.
A ALIENAÇÃO MENTAL DO AUTISMO
No Livro “Autismo: uma leitura espiritual” de Hermínio C. Miranda ele explica que
reencarnação acontece de maneira compulsória, o espírito reencarna mesmo que não
deseje retornar à terra, com a sua vontade. “Digamos que a entidade espiritual, movida
por motivações que só ela pode explicar, decida com firme determinação não mais
reencarnar-se, mas, de repente, se veja ante a contingência incontornável de fazê-lo.”
Aquele espírito pode não desejar reencarnar nunca mais ou pelo menos não naquele
momento, mas ele não tem escolha, por isso sente-se forçado e aprisionado pela sua
gestão.
E o que ele faz? Desinteressa-se pela vida e pelo mundo ao qual foi forçado a
estar. O espírito não deseja a interação com a matéria, com os outros seres por alguma
razão oculta, não vem programada para se interessar pelo mundo. Os nossos estímulos,
atrativos, dores ou cansaços são desinteressantes, limitados para esses espíritos. Por
isso, para estes espíritos – que o espiritismo associa aos autistas – quanto mais
rudimentar e precária a comunicação entre ele e o mundo ao seu redor, menor será o seu
envolvimento com este mundo. A Dra Helen Wambach, PhD em Psicologia, reforça essa
versão em seu livro “Life Before Life”, onde explica que o autismo pode ser uma atitude de
rejeição à encarnação.
A geração Índigo e Cristal ou Geração “Y” e “Z” como gostam de dizer no mundo
corporativo veio como parte do Plano Divino para a evolução de nosso planeta e da
humanidade em sua passagem por ele. Pois como bem disse o genial e visionário
Einstein “Deus não joga dados, existe um Plano”. Essas gerações que chegam em
número massivo desde a década de setenta veio para provocar grandes e profundas
transformações!
Depressão
A pessoa destrói a sua energia original ao viver uma vida “mental”. Abre espaço
para entrarem os intrusos. O encosto ou o personagem de Vidas Passadas, como têm
uma energia muito baixa, derrubam as defesas, instalam-se, e a pessoa não consegue
mais se levantar.
– Alcolismo
O alcoolismo é, na verdade, uma doença provocada por múltiplos fatores e
condições sociais e que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é incurável,
progressiva e quase sempre fatal.
O alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda subdimensionadas e seu
maior dano é a destruição de famílias inteiras.
Metade de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vem de famílias
de alcoólatras e boa parte dos abusos cometidos contra crianças tem raiz no alcoolismo.
Não é possível detectar numa criança ou num pré-adolescente traço algum que
permita antever que eles se tornarão alcoólatras. “Alcoolismo cria distúrbios da
personalidade, mas distúrbios da personalidade não levam necessariamente ao
alcoolismo.”
Há pouco a fazer para ajudar um alcoólatra, mas uma coisa é essencial: não se
deve tentar proteger alguém de seu alcoolismo. Se uma mulher encontra seu marido
caído no chão, desmaiado sobre seu próprio vômito, não deve dar banho e levá-lo para a
cama. O único caminho para sair do alcoolismo é descobrir que o álcool é seu inimigo.
O alcoolismo na visão espírita - A exemplo de André Luiz (Espírito), que nos mostra
em seu livro Sexo e Destino, capítulo VI, págs. 51 a 55, como os Espíritos conseguem
levar um indivíduo a beber e, ao mesmo tempo, usufruir das emanações alcoólicas, José
Herculano Pires também associa alcoolismo e obsessão.
No capítulo de abertura do livro Diálogo dos Vivos, obra publicada dez anos após o
referido livro de André Luiz, Herculano assevera, depois de transcrever a visão do Espírito
de Cornélio Pires sobre o uso do álcool:
“A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante
de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta – e infelizmente nos seus
setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia – em aceitar a tese espírita
da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros
culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados
Unidos, a Soal, Carrington, Price, na Inglaterra, até a outros parapsicólogos materialistas,
a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos
verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso,
proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre
estas e as mentes desencarnadas”.
A dependência do álcool prossegue além-túmulo e, como o Espírito não pode obtê-
lo no local em que agora reside, no chamado plano extrafísico, ele só consegue satisfazer
a sua compulsão pela bebida associando-se a um encarnado que beba.
Um caso de enxertia fluídica - Eis como André Luiz relata, em sua obra citada, o
caso Cláudio Nogueira:
Estando Cláudio sentado na sala de seu apartamento, aconteceu de repente o
imprevisto. Os desencarnados vistos à entrada do apartamento penetraram a sala e,
agindo sem-cerimônia, abordaram o chefe da casa. "Beber, meu caro, quero beber!",
gritou um deles, tateando-lhe um dos ombros. Cláudio mantinha-se atento à leitura de um
jornal e nada ouviu. Contudo, se não possuía tímpanos físicos para registrar a petição,
trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O Espírito
repetiu, pois, a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio
desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Viu-se o paciente desviar-se
do jornal e deixar-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que
buscava a bebida exclusivamente por si.
Abrigando a sugestão, o pensamento de Cláudio transmudou-se, rápido. "Beber,
beber!..." e a sede de aguardente se lhe articulou na idéia, ganhando forma. A mucosa
pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que
vagueava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos, e indefinível
secura constringiu-lhe a laringe. O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e
colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e
depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de
enxertia fluídica.
Produziu-se ali – refere André Luiz - algo semelhante ao encaixe perfeito. Cláudio-
homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os
dois, como se morassem num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos
sincrônicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente
incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o frasco de uísque. Não se podia
dizer a quem atribuir o impulso inicial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a
instigação, ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que
se exprimia por dualidade singular: ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer,
em ação simultânea.
Desmanchou-se então a parelha e Cláudio se dispunha a sentar, quando o outro
Espírito investiu sobre ele e protestou: "eu também, eu também quero!", reavivando-se no
encarnado a sugestão que esmorecia. Absolutamente passivo diante da sugestão,
Cláudio reconstituiu, mecanicamente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o
vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno visto anteriormente.
André aproximou-se então de Cláudio, para avaliar até que ponto ele sofria
mentalmente aquele processo de fusão. Mas ele continuava livre, no íntimo, e não
experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospedava o outro
simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria.
Nenhuma simbiose em que fosse a vítima. A associação era implícita, a mistura era
natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Eram cordas
afinadas no mesmo tom. Após novo trago, o dono da casa estirou-se no divã e retomou a
leitura, enquanto os Espíritos voltaram ao corredor de acesso, chasqueando,
sarcásticos...
Tratamento do alcoolismo
Embora o alcoolismo tenha sido definido pela Organização Mundial de Saúde como
uma doença incurável, progressiva e quase sempre fatal, o dependente do álcool pode
ser tratado e obter expressiva vitória nessa luta, que jamais será fácil e ligeira.
Sintetizando aqui os passos recomendados pelos especialistas na matéria e as
recomendações específicas do Espiritismo a respeito da obsessão, nove são os pontos
do tratamento daquele que deseja, no âmbito espírita, livrar-se dessa dependência:
•Conscientização de que é portador de uma doença e vontade firme de tratar-se.
•Mudança de hábitos para assim evitar os ambientes e os amigos que com ele bebiam
anteriormente.
•Abstinência de qualquer bebida alcoólica, convicto de que não bebendo o primeiro
gole não haverá o segundo nem os demais.
•Buscar apoio indefinidamente num grupo de natureza idêntica à dos Alcoólicos
Anônimos, que proporcionam, segundo o dr. George Vaillant, o melhor tratamento que
se conhece.
•Cultivar a oração e a vigilância contínua, como elementos de apoio à decisão de
manter a abstinência.
•Utilizar os recursos oferecidos pela fluidoterapia, a exemplo dos passes magnéticos,
da água fluidificada e das radiações.
•Leitura de páginas espíritas, mensagens ou livros de conteúdo elevado, que
possibilitem a assimilação de idéias superiores e a renovação dos pensamentos.
•A ação no bem, adotando a laborterapia como recurso precioso à saúde da alma.
•Realizar pelo menos uma vez na semana, na intimidade do lar, o estudo do
Evangelho, prática que é conhecida no Espiritismo pelo nome de culto cristão no lar. A
família que lê o Evangelho e ora em conjunto beneficia a si e a todos os que a
rodeiam.
Obsessões Espirituais
A obsessão é comum na nossa Humanidade, condição existente devido a
imperfeição espiritual que caracteriza a maioria dos habitantes do mundo em que
vivemos. É conceituada pelo Espiritismo como “[…] o domínio que alguns Espíritos
exercem sobre certas pessoas. É praticada unicamente pelos Espíritos inferiores, que
procuram dominar, pois os Espíritos bons não impõem nenhum constrangimento. […].”
A propósito, Allan Kardec afirma, em A Gênese:
Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em consequência da inferioridade
moral de seus habitantes. A ação maléfica desses Espíritos faz parte dos flagelos que a
Humanidade se debate neste mundo. A obsessão, que é um efeito dessa ação, como as
doenças e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou
expiação e aceita como tal.
Ainda que no momento estejamos passando por um período de transição
planetária, no qual já se percebe fortes sinais indicativos de mudanças evolutivas na
humanidade terráquea, cujo planeta caminha para o estado de regeneração, a Terra ainda
é categorizada como mundo de expiação e provas, visto que o mal predomina.
Neste sentido, a obsessão está caracterizada como epidemia antiga, ocorrendo
desde os tempos imemoriais, que alcança milhares e milhares de pessoas em todas as
partes da Terra. É uma enfermidade que, para ser erradicada, necessita da melhoria
humana, especialmente a de cunho moral. O ser humano moralizado ou que se empenha
em se transformar em pessoa de bem, neutraliza naturalmente as investidas dos Espíritos
maus.
Simples influências espirituais podem conduzir a processos obsessivos graves,
transformando-se em enfermidades de longo curso, e, conforme a intensidade em que se
manifestam, podem ser de difícil resolução dentro dos espaço-tempo de uma
reencarnação. Conforme o caso, pode extrapolar mais de uma reencarnação.
No painel das obsessões, à medida que se agrava o quadro da interferência, a vontade
do hospedeiro perde os contatos de comando pessoal, na razão direta em que o invasor
assume a governança. A […] subjugação pode ser física, psíquica e simultaneamente
fisiopsíquica.
Os trabalhos mediúnicos são muito cobiçados por aqueles que querem conhecer
os mistérios da vida espiritual, as conversas com os espíritos, as manifestações que
acontecem, as linguagens deles, e muitas outras maneiras de sentir que está perto do
sobrenatural, do desconhecido. Esses tipos de coisas geralmente só acontecem em uma
mesa mediúnica, onde os irmãos dão comunicação, falam sobre seus antepassados, sua
história, e até revivem momentos desta vida que se passaram com eles e seus colegas e
amigos, daí muitas pessoas se interessarem pelo espiritismo.
Kardec sugeria que se fizesse um trabalho em separado sobre o mediunismo, para
conversar com os irmãos que querem dar sua graça, mostrar para a humanidade que eles
existem, e estão prontos para ajudar, bem como pedir ajuda.
Não é aconselhável que se faça o trabalho mediúnico em qualquer lugar, porque os
espíritos para muitos, são invisíveis e, neste momento, conscientizam-se de seu estado
de sofrimento e dor, pois procuram o caminho mais correto a seguir. Outros, pela sua
inferioridade, afastam-se por não conhecerem que ali está a sua libertação do mal,
procurando outros companheiros para continuarem sua trajetória de orgulho, de inveja, de
ódio, e de todo tipo de maledicência.
Observa-se que muitas pessoas quando chegam em um Centro Espírita, querem
logo ser encaminhados para uma seção mediúnica, pensando em adentrar efetivamente
nos trabalhos da espiritualidade, sem qualquer conhecimento sobre o que acontece do
outro lado da vida e qual, é a sua participação neste processo todo.
O trabalho com a espiritualidade é de entender o processo pelo qual toda
humanidade espiritual ou material está envolvida, tentando ver a participação de cada um,
porém continuar essa trajetória de evolução nas diversas encarnações vividas.
A celebração de um trabalho mediúnico é propriamente uma pregação, uma missa,
um culto evangélico, ou uma palestra espírita, como acontece nas reuniões públicas que
os Centros Espíritas promovem para mostrar os ensinamentos de transformação a todos
que vão a sua procura, objetivando o seu bem-estar. Aí está sendo praticada uma reunião
mediúnica, tendo em vista que os irmãos encarnados e desencarnados estão sendo
doutrinados para o caminho de retidão, de felicidade, e de amor, que é o que todos
procuram com muito esforço. Talvez o trabalho dos católicos, o culto dos protestantes, a
reunião pública dos Centros Espíritas seja um trabalho de conscientização mais eficiente
do que uma mesa mediúnica, onde os participantes estão apreensivos em sentir, ou ver
uma presença espiritual que não é esta a proposta efetiva.
Tudo isto remonta o ser humano a pensar no trabalho efetivo de uma mesa
mediúnica que é a prática de um contato direto entre os espíritos e os membros de um
trabalho de concentrações e preces para ajudar a alguém quanto a sua situação no outro
lado da vida, e as dificuldades dos que estão desse lado. Em verdade, a mesa mediúnica
constitui um trabalho sério de ajuda aos irmãos do outro lado da vida, e daqueles que
querem conhecer o mundo espiritual com desejo de mudança. O extra-físico tem
despertado em muita gente o anseio de saber algo de alguém que já se foi, tentando
saber se o outro lado da vida é melhor do que este, ou até mesmo de como tirar na loto,
ou na loteria esportiva, ou de alguma forma, de como arrumar um casamento.
Um trabalho em uma mesa mediúnica é um momento onde se pode compreender
bem melhor o relacionamento do mundo físico/corpóreo com o mundo extra-
físico/espiritual, porque neste ambiente existe uma assepsia condigna neste
relacionamento entre os espíritos e as almas que querem se comunicar. Uma atividade
mediúnica pode ser exercida em qualquer lugar, mas para que haja um melhor
entrosamento das vibrações, e que o mal não supere o bem, dada a assistência
envolvida, faz-se necessária uma mesa mediúnica, em um Centro Espírita. Como é que
funciona um Centro Espírita, quanto a um trabalho mediúnico? Quais são os passos que
são seqüenciados quanto a um trabalho mediúnico? Como devem comportar os
sensitivos na mesa, antes e depois do trabalho?
Para compreender a questão do funcionamento de uma mesa mediúnica, inicia-se
com um preparo de, no dia estar harmonizado e bastante bem consigo próprio para que
as energias cósmicas fluam bem, isto significa dizer, não comer carnes vermelhas, não
tomar cachaças, não praticar a maledicência, e nem se irritar por futilidades. Não existe
uma proibição formal para que tal fato ocorra, mas sabe-se que uma pessoa ausente de
tais tipos de atitude está fadada a um menor entrosamento entre o mundo material e o
mundo espiritual, devido às condições do corpo físico. Neste dia, evitar contendas com os
amigos próximos, com os familiares, tentando passar um dia de meditação é o ideal para
que a interferência dos espíritos grosseiros, brincalhões, e maldosos, não possam
participar desse trabalho tão sério.
Chegada a hora marcada pelo dirigente do trabalho, de comum acordo com a
espiritualidade, abre-se a reunião com uma prece que traga fluidos salutares e benéficos
para todos os participantes deste trabalho, tanto os encarnados como os desencarnados.
A prece deve adentrar aos corações em uma integração total dos encarnados com o
mundo espiritual, doando-se plenamente para que o desejo e a vontade de cada um
sejam na verdade, satisfeitos em sua plenitude. Neste momento, deve-se pairar na tela do
pensamento de cada participante toda a criação de DEUS à humanidade, isto é, os rios, o
céu, as florestas, as rosas, as flores, o ar, e tudo aquilo que Ele deixou para todos,
indistintamente de classe social e de religião a que participe.
Para a prece inicial é indicado aquele que o coordenador da atividade sinta que
tem condições (por hipótese), de levantar uma boa vibração à todos que estão
participando desta bela labuta, conduzindo a atividade tal qual orienta o mundo espiritual
necessita. A prece inicial deve ser declamada com muito amor, muita dedicação, e muito
fervor, para que os irmãos pequeninos que chegarem naquele instante sejam recebidos
com os braços abertos, sempre voltados para o bem de todos que precisam ser
socorridos. Com a prece inicial, busca-se uma unicidade entre os espíritos e as almas
participantes, tendo em vista que, mesmo os espíritos que não conhecem nada, ou quase
nada de sua própria realidade, necessário se faz esclarecê-los de tal fato em uma festa
de grande amor e dedicação.
Depois da prece inicial, o coordenador da mesa faz uma vibração, e aqueles casos
mais urgentes a espiritualidade faz tal trabalho a parte; entretanto, se existirem alguns
irmãos que precisam se comunicar, ele é trazido à mesa, com a ajuda de um sensitivo de
incorporação, conecta-se o processo. Neste instante, ele diz o que quer, ou o que sente,
cujo coordenador orienta para que ele possa compreender a sua situação, libertando-se
daquelas dores e sofrimentos que está passando, pela sua incompreensão do mundo
espiritual.
Este trabalho transcorre dentro da hora marcada pelo coordenador que foi
orientado pela espiritualidade para iniciar e findar na hora certa, isto é, o trabalho deve ser
de no máximo uma hora e meia, conforme o tempo dos espíritos designados para esta
atividade, porque o mundo espiritual também divide o seu tempo para outros encontros.
Quando existe algum empecilho na execução do trabalho, ou melhor, quando aparece
distúrbio de energia, os entrelaces mediúnicos não se encontram, eleva-se uma, ou
diversas orações para que se possam harmonizar, ou unificar as vibrações, sanando as
situações adversas que circulam. O ideal é que cada sensitivo só receba no máximo dois
espíritos sofredores, ou trevosos, dado os desgastes que sofrem aqueles que têm a
faculdade de incorporação, deixando tal agente com o seu corpo debilitado, vampirizado.
Trabalhando todos esses casos, o coordenador verifica o estado em que estão os
sensitivos participantes para poder encerrar as atividades do dia, e se todos estão bem;
assim, mais uma vez eleva-se uma prece, e, desta forma finaliza-se o trabalho. É
designada uma pessoa para a prece final, que a professa com o mesmo fervor que foi
feita a prece inicial.
Deve-se deixar claro também que além dos médiuns de incorporação, devem ainda
participar sensitivos de audiência ou vidência para mostrar à coordenação como se
encontra o espírito comunicante. Também é importante que atuem na mesa médiuns de
sustentação para se manter o equilíbrio e força dos trabalhos. É de suma importância que
haja também o Doutrinador, que, juntamente com o Coordenador encaminha os espíritos
necessitados e oriente nos trabalhos.
Finalmente, o coordenador determina o término da reunião, indicando que a
atividade se encerrou para os médiuns, mas a espiritualidade continua por toda a noite,
precisando da mesma vibração e harmonia que todos devem ter deixado no trabalho
executado com tanto fervor.
A PREPARAÇÃO DOS MÉDIUNS
Os trabalhadores mediúnicos atuam na área da mediação entre a espiritualidade e
o nosso mundo, de provas e expiações. O codificador da doutrina espírita, Allan Kardec,
definiu o médium em dois significados.
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns
rudimentos.” (LM, cap. 14, item 159.)
E ainda: “médium é a pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e
os homens.” (LM, cap. 32.). Esses trabalhadores atuam na sustentação espiritual com o
apoio fluídico e energético. Também passam determinadas orientações dos mentores ao
grupo espírita.
Para fazer um trabalho mediúnico é necessário preparo físico e mental, pois quanto
mais instruído o médium, mais ele não sofrerá nenhuma influência anímica ou mesmo
mistificada. É importante manter-se concentrado durante todo o processo.
Além disso, a postura dos médiuns deve ser sempre moldada a atender os
ensinamentos dos espíritos de luz que estão trabalhando a serviço do bem. Muitas vezes,
nos encontros em casas espíritas, uma das pessoas não está numa postura respeitosa
com os espíritos ali presentes e pode trazer consequências ruins para ela ou para os
necessitados de auxílio.
“Esse processo ocorre de forma inconsciente. A pessoa acha que está participando
do grupo, mas, no fundo, ela está isolada energeticamente”, disse o comunicador e
expositor espírita Claudio Palermo, em entrevista ao Boletim Espírita. O trabalhador deve
ser sincero quando estiver com algum problema.
Se o médium não estiver em condições de conduzir o auxílio à espiritualidade,
deve dizer isso abertamente aos outros integrantes da reunião. Mas mesmo não
dizendo,a inteligência do além é tão grande que age de forma a não prejudicar os outros
participantes dos trabalhos mediúnicos.
MESAS MEDIÚNICAS ABERTAS OU FECHADAS?
Atualmente poucas casas espíritas fazem reuniões de mesas mediúnicas –
médiuns que se reúnem para receber mensagens da espiritualidade. Cada casa tem a
sua programação específica. Algumas são fechadas para o grande público e outras são
abertas.
Na Revista Espírita, de 1861, Kardec defendeu que as reuniões em mesas
mediúnicas deveriam ser fechadas. Na época, muitos lhe propunham abrir ao público as
sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Desta forma, o codificador do
espiritismo sugeriu que fossem reunidos pequenos grupos para este fim, diante das
diversas manifestações que poderiam chocar o público não espírita.