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MESAS GIRANTES O INÍCIO DO ESPIRITISMO

O fenômeno das mesas girantes começou no século 19 e exerceu papel


preponderante para o estudo do espiritismo.
Os primeiros casos ocorreram na América e na mais alta antiguidade. Imagine, por
exemplo, uma mesa que se mexe sozinha, sem que consigamos ver que as está
movimentando. Foi por meio deste canal material que as pessoas podiam estabelecer
contato com os espíritos.
Além da América, os fenômenos já eram analisados na Europa. Vários estudiosos
do tema se reuniam para acompanhar as mesas girantes. À princípio, apenas por
divertimento e curiosidade. Os encontros prosseguiam da seguinte forma: as pessoas se
reuniam em volta de uma mesa, recitavam as letras do alfabeto e davam um toque para
mostrar quais letras correspondem ao que queriam dizer.
Durante as sessões mediúnicas, diversas frases eram formadas, atendendo a
curiosidade dos presentes. Depois de algum tempo, as próprias mesas mostraram um
novo jeito de ler as mensagens dos espíritos. Uma prancheta foi adaptada com rodinhas e
um lápis. Assim, o médium colocava sua mão levemente sobre o objeto e se concentrava
para a comunicação com a vida além-túmulo acontecer. Por conta da grande repercussão
das mesas girantes, grandes acadêmicos descrentes, tentaram desmascarar o fascínio
popular acerca do fenômeno.
Hippolyte León Denizard Rivail (Allan Kardec), Segundo seus biógrafos, ele foi
convidado nos anos 1850 por Fortier, seu amigo e estudioso das teorias do controverso
médico alemão Franz Anton Mesmer a verificar, observar e analisar o fenômeno chamado
de mesas girantes, um tipo de sessão espírita popular naquela metade do século XIX. As
primeiras manifestações de mesas girantes observadas por Kardec aconteceram por meio
de mesas se levantando e batendo, com um dos pés, um número determinado de
pancadas e respondendo, desse modo, sim ou não, segundo fora convencionado, a uma
questão proposta.
Por volta da mesma época Victor Hugo e Gerard de Nerrval tornam-se crentes nas
mesas girantes. Victor Hugo, durante seu exílio na ilha de Jersey (1851-1855), participou
de inúmeras sessões de mesas girantes com seu amigo Auguste Vacquerie e passou a
acreditar que havia entrado em contato com espíritos de falecidos, inclusive sua filha
Léopoldine (morta por afogamento) e grandes escritores como Shakespeare, Dante,
Racine e Molière. Por causa dessas experiências com as mesas, Victor Hugo se
converteu ao espiritismo e, em 1867, clamou que a ciência deveria dar atenção e
seriedade para os fenômenos das mesas: "A mesa girante ou falante foi bastante
ridicularizada. Falemos claro. Esta zombaria é injustificável. Substituir o exame pelo
menosprezo é cômodo, mas pouco científico. Acreditamos que o dever elementar da
Ciência é verificar todos os fenômenos, pois a Ciência, se os ignora, não tem o direito de
rir deles. Um sábio que ri do possível está bem perto de ser um idiota. Sejamos
reverentes diante do possível, cujo limite ninguém conhece, fiquemos atentos e sérios na
presença do extra-humano, de onde viemos e para onde caminhamos".
Os defensores do magnetismo animal, seguidores de Mesmer, inúmeras vezes
acusado de charlatanismo, também se interessaram pelas mesas girantes desde o seu
início e alegavam que o fenômeno estava intrinsecamente ligado ao magnetismo animal e
ao suposto fluido magnético. Foi através deles que Allan Kardec tomou conhecimento das
mesas girantes pela primeira vez em 1855. Em 1853 uma comissão nomeada pela
Academia Francesa de Ciências, chefiada pelo químico Michel Eugène Chevreul, estudou
os fenômenos. O relatório de Chevreul, apresentado à Academia em 1854, concluiu que
os fenômenos das mesas eram causados por leves movimentos inconscientes das mãos
dos participantes.

Quando a diversão do experimento de física das plataformas giratórias


passou e entraram em cena as mesas falantes, os cientistas abandonaram
os experimentos. A Igreja Católica condenou a prática, afirmando que as
mesas eram eram manifestações do demônio.

Allan Kardec, analisando esses fenômenos, concluiu que não havia nada de
convincente no método dos céticos, porque se podia acreditar num efeito da eletricidade,
cujas propriedades eram pouco conhecidas pela ciência de então. Ele desenvolveu
métodos para se obter respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: a
mesa batendo um número de vezes corresponderia ao número de ordem de cada letra,
chegando, assim, a formular palavras e frases respondendo às perguntas propostas.
Kardec concluiu que a precisão das respostas e sua correlação com a pergunta não
poderiam ser atribuídas ao acaso. O ser misterioso que assim respondia, quando
interrogado sobre sua natureza, declarou que era um espírito ou gênio, deu o seu nome e
forneceu diversas informações a seu respeito.
As mesas girantes foram os primeiros fenômenos que levaram Allan Kardec a
investigar a mediunidade em geral e, no final dos anos 1850, ele criou o Espiritismo,
religião espiritualista que tem entre seus dogmas a crença nos supostos fenômenos
mediúnicos.
O fenômeno das mesas girantes foi diminuindo de popularidade e passou a ser
motivo de anedotas. Uma das possíveis razões para isso foram as fraude praticadas por
médiuns famosos, como a italiana Eusápia Palladino e o britânico William Eglinton. Harry
Houdini desmascarou vários desses médiuns expondo os truques que estes utilizavam.
A relação entre o espiritismo e as mesas girantes é assim tratada por Gabriel
Delanneno livro espírita "O Fenômeno Espírita":
Seja como for, as mesas girantes (e falantes) não deixam de ser o ponto de partida
da Doutrina Espírita e por isso devemos tratá-las com maior desenvolvimento. E
“ tanto mais quanto apresentados esses fenômenos na sua simplicidade, o estudo das ”
causas será mais fácil e a teoria, uma vez estabelecida, nos dará a chave dos efeitos
complicados.
— Gabriel Delanne.

Para Allan Kardec, tais fenômenos são considerados naturais, intermediados pelos
médiuns, isto é, “(…) toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos. Essa faculdade é inerente ao homem e, por conseguinte, não constitui um
privilégio exclusivo. (…).”Mediunidade é a faculdade psíquica que os médiuns possuem,
manifestada de forma mais ou menos intensa, e por meio de uma variedade significativa
de tipos (videntes, psicógrafos, audientes, musicistas, de intuição, de cura, etc.).

Os fenômenos mediúnicos não são recentes, pois fatos históricos mostram


registros de manifestações entre os povos antigos de todos os países e religiões, pois
desde as idades mais remotas existiram relações entre a humanidade terrena e o mundo
dos espíritos.
A faculdade mediúnica sempre existiu desde o surgimento do homem na face da
Terra, pois se trata de uma faculdade inerente ao seu espírito. A humanidade tem sido
guiada, desde sua origem, por leis do mundo oculto já comprovadas na face do orbe,
graças a essa faculdade mediúnica inata no primeiro espírito aqui encarnado.

Os fenômenos mediúnicos, no passado remoto, eram tidos como maravilhosos,


sobrenaturais, sob a feição fantasiosa dos milagres que lhe eram atribuídos em razão do
desconhecimento das leis que os regem. Aqueles que podiam manter intercâmbio com o
mundo invisível eram considerados privilegiados.

A MEDIUNIDADE NO HINDUÍSMO

A relação entre os mundos material e espiritual tem sido registrada em todas as


épocas da humanidade. Como exemplo, temos o Código dos Vedas, o mais antigo código
religioso que se tem notícia, onde se encontra o registro da existência dos espíritos: "Os
espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes,
convidados para cerimônia em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-
nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam".

Desde tempos imemoriais, os sacerdotes brâmanes, iniciados nos mistérios


sagrados, preparavam indivíduos chamados "faquires" para a obtenção dos mais notáveis
fenômenos mediúnicos, tais como a levitação, o estado sonambú1ico até o nível de
êxtase, a insensibilidade hipnótica à dor, entre outros, além do treino para a evocação dos
Pitris (espíritos que vivem no espaço, depois da morte do corpo), cujos segredos eram
reservados somente àqueles que "apresentassem 40 anos de noviciado e de obediência
passiva".

A iniciação entre os brâmanes comportava três graus. No primeiro, eram formados


para se encarregar do culto vulgar e explorar a credibilidade da multidão. Ensinava-se a
eles comentar os três primeiros livros dos Vedas, dirigir as cerimônias e cumprir os
sacrifícios.

Os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação constante com o povo,


eram seus diretores imediatos. O segundo grau era composto dos "exorcistas, adivinhos e
profetas evocadores de espíritos", que eram encarregados de atuar sobre a imaginação
das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais. No terceiro grau, os brâmanes não
tinham mais relações diretas com a multidão e quando o faziam, era sempre por meio de
fenômenos aterrorizantes e de longe.

A MEDIUNIDADE NO ANTIGO EGITO

No Egito antigo, os magos dos faraós evocavam os mortos e muitos


comercializavam os dons de comunicabilidade com os mundos invisíveis para proveito
próprio ou dos seus clientes, fato esse comprovado pela proibição de Moisés aos
hebreus: "Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue
os mortos para saber a verdade" (Deuterônimo).

De forma idêntica às práticas religiosas da antiga índia, as faculdades mediúnicas


no Egito foram desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados, sob o mais
profundo mistério e rigorosamente vedadas à população leiga. A iniciação nos templos
egípcios era cercada de numerosos obstáculos e exigia-se o juramento de sigilo. A menor
indiscrição era punida com a morte.

Saídos de todas as classes sociais, mesmo o das mais ínfimas, os sacerdotes


eram os verdadeiros senhores do Egito. Os reis por eles escolhidos e iniciados só
governavam a nação a título de mandatários. Todos os historiadores estão de acordo em
atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos.

Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia.
É bem certo que eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu
formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas.

Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face


dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de
prestidigitação. A ciência dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência
atual, pois conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado,
praticavam largamente a sugestão, usavam a clarividência com fins terapêuticos e eram
célebres pelas práticas de curas hipnóticas.

No tempo em que Moisés libertou o povo hebreu do cativeiro egípcio, vamos


encontrar o espírito daquele que um dia seria o codificador da doutrina espírita
envergando a túnica sacerdotal e já detentor de sabedoria que o colocava como
sacerdote preferido do faraó Ramsés II. O sacerdote Amenophis era médium de efeitos
físicos, inclusive existem relatos sobre as sessões de materialização que eram realizadas
naquela época.

A MEDIUNIDADE NA SUMÉRIA, BABILÔNIA E GRÉCIA ANTIGA

A medicina entre os sumarianos era um curioso misto de ervanaria e magia, cujo


receituário consistia principalmente em feitiços para exorcizar os maus espíritos que
acreditavam ser a causa das moléstias.

Já os babilônios primitivos viviam cercados de superstições. Acreditavam que


hordas de espíritos malévolos se escondiam na escuridão e cruzavam os ares,
espalhando em seu caminho o terror e a destruição, para os quais a única defesa eram os
sacrifícios e os sortilégios mágicos.

Se o antigo povo babilônio não inventou a feitiçaria, foi ao menos o primeiro a lhe
dar um lugar de grande importância, a ponto do desenvolvimento da demonologia e da
bruxaria terem exigido leis que prescreviam a pena de morte contra seus praticantes. Há
provas de ter sido muito temido o poder dos feiticeiros.

Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Todos os templos possuíam as


chamadas "pitonisas", encarregadas de proferir oráculos evocando os deuses, mas às
vezes o consultante queria ele próprio ver e falar com a "sombra" desejada e, como na
Judéia, conseguia-se colocá-lo em comunicação com o ser ao qual desejava interrogar
(Delane, 1937).
A MEDIUNIDADE NOS CELTAS

Os celtas, povo pré-histórico que se espalhou por grande parte da Europa entre os
séculos XXI e I a.C., atingindo o maior poderio do século VI ao III a.C., possuíram grupos
fechados de sacerdotes especializados em comunicações com o além, chamados de
"druidas".

A escolha dos futuros sacerdotes era feita entre a classe aristocrática e, desde
criança, já se submetiam à rigorosa disciplina e intenso aprendizado junto aos druidas
mais velhos. A sabedoria druídica já admitia a reencarnação, a inexistência de penas
eternas, o livre-arbítrio, a imortalidade da alma, a lei de causa e efeito e as esferas
espirituais.

Segundo o espírito, de Zéfiro, aproximadamente no ano 100 a.C., Denizar Rivail foi
um chefe druida. Marcou tanto essa etapa reencarnatória que o codificador decidiu
assinar suas obras espíritas com o nome de Allan Kardec.

ORÁCULOS GREGOS E ROMANOS

Mediante a invocação de poderes sobrenaturais, o homem sempre recorreu a


vários tipos de adivinhação. No mundo greco-romano, um dos meios mais difundidos
foram os oráculos, que eram,as respostas dadas pelos deuses a perguntas para eles
formuladas, de acordo com determinados rituais executados por uma pessoa que atuava
como médium ou pitonisa.

Os oráculos eram núcleos de intercambio medianímico onde trabalhavam sibilas,


pítons e pitonisas. Gente de todas as classes sociais, inclusive autoridades públicas,
visitavam estes lugares e recebiam orientações das mais diversificadas. O termo refere-se
também à própria divindade que respondia e a seu intérprete, bem como ao local onde
eram dadas as respostas.

Os templos ou grutas destinados aos oráculos eram numerosos e dedicados a


diversos deuses. Os rituais variavam dos mais simples, como tirar a sorte, aos mais
complexos. Antes da consulta, a pitonisa e o consulente banhavam-se na fonte Castália,
depois ela bebia água da fonte sagrada de Cassótis e entrava no templo, onde o deus era
invocado por meio de um ritual. Em seguida, sentada numa trípode, entre vapores
sulfurosos (enxofre) e mascando folhas de louro (a árvore sagrada de Apolo), entrava em
transe ou "delírio divino", quando transmitia as palavras do deus. A mensagem era
anotada e interpretada pelos sacerdotes, que a passavam ao consulente freqüentemente
na forma de versos.

As pessoas, após o contato com os espíritos, passavam por uma limpeza com
enxofre. As emanações dessas substâncias tinham como função descontaminar as
pessoas pela destruição dos miasmas ou fluidos deixados pelos mortos.

O mais famoso oráculo da antiguidade foi o santuário de Apolo em Delfos,


localizado nas encostas do monte Parnaso, no golfo de Corinto, na Grécia. Embora sua
existência já fosse conhecida por Homero, sua fama só se difundiu entre as comunidades
helênicas nos séculos VII e VI a.C., quando começou a ser consultado por legisladores e
chefes militares.

Na Grécia existiam muitos outros, mas se destacavam mais o oráculo de Zeus em


Dodona, no noroeste, o oráculo de Epidauro, com o deus Asclépio, e o oráculo de
Anficléia, com o deus Dioniso. Os oráculos sibilinos consistiam em profecias realizadas
ppr mulheres chamadas sibilas. As mais famosas eram a de Eritréia e a de Cumas.

Os romanos também tiveram os seus oráculos, chamados arúspices, que


interpretavam as disposições dos deuses pelo exame das vísceras de animais
sacrificados ou pelos fenômenos da natureza, como raios, trovões e eclipses. A expansão
do cristianismo pôs fim à atividade dos oráculos.

A MEDIUNIDADE NA BIBLIA

A Bíblia, com o Velho e o Novo Testamento, é uma fonte riquíssima de fenômenos


mediúnicos. A tão propalada proibição de Moisés à evocação dos espíritos é uma das
maiores confirmações sobre a existência da mediunidade.

Um caso de escrita direta é relatado por Daniel (5:5), ao afirmar que, "por ocasião
em que se realizava um banquete oferecido pelo rei Balthazar (filho de Nabucodonosor),
ao qual compareceram mais de mil pessoas da corte, no momento em que bebiam vinho
e louvavam os deuses, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam defronte
ao candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os movimentos da mão
que escrevia".

Há também os casos de levitação. O que se dá é que os espíritos operantes


envolvem a pessoa ou coisa a levitar em fluidos, isolando os assim do ambiente físico. A
ação do espírito sobre o material a levitar se realiza pela utilização das suas próprias
mãos, convenientemente materializadas ou condensadas. Ezequiel (3:14) diz: "Também o
espírito me levantou e me levou consigo; e eu fui cheio de amargura, na indignação do
meu espírito; porém a mão do Senhor estava comigo, confortando-me". O mesmo
Ezequiel (8:2) afirma: "Olhei e eis uma figura como de fogo; Estendeu ela dali uma
semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o espírito me levantou entre a
terra e o céu, e me levou a Jerusalém em visões de Deus".

Um caso de incorporação aparece em Jeremias (39:15), quando diz: "O profeta da


paz era médium de incorporação; quando o espírito o tomava, pregava contra a guerra
aos exércitos de Nabucodonosor".

A vidência é exemplificada por Daniel (8:15), onde conta: "Havendo eu, Daniel, tido
uma visão, procurei entendê-la e eis que se apresentou diante de mim com aparência de
homem, veio, pois, para perto donde eu estava; ao chegar ele, fiquei amedrontado e
prostei-me com o rosto em terra; mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta
visão se refere ao tempo do fim". O mesmo Daniel (10:5) afirma: "Levantei os olhos e
olhei, vi um homem vestido de linho, o seu rosto como um relâmpago. Só eu, Daniel, tive
aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram, não obstante, caiu sobre eles
grande temor, fugiram e se esconderam, contudo ouvi a voz das suas palavras, e
ouvindo-a, caí sem sentido, com o rosto em terra".

Por fim, o caso mais significativo de materialização foi de Moisés, que, mediante
este fenômeno, recebeu do alto a Tábua dos Dez Mandamentos, manifestação de uma
vontade superior visando o despertar moral dos povos.

EVIDÊNCIAS DA PRESENÇA ESPIRITUAL NA HISTÓRIA

O filósofo grego Sócrates, constantemente orientado pelo guia espiritual, revela-se


precursor do Cristianismo. "Desde minha infância, graças ao favor celeste, sou seguido
por um Ser quase divino, cuja voz me interpela a esta ou àquela ação". Os discípulos de
Sócrates se referem, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava
com muita freqüência.

Paulo de Tarso, às portas de Damasco, teve a visão do nazareno em perfeita


configuração luminosa, convertendo se deste modo em apóstolo e medianeiro do Mestre.
Na Biblia, Paulo deixa claro o intercâmbio entre os dois mundos ao afirmar: "Não extingais
o espírito; não desprezeis as profecias; examinai tudo. Retem o que é bom" (I
Tessalonicensses). Também o apóstolo João mostra a possibilidade de comunicação
entre os dois mundos, mas nos alerta para a qualidade dessa comunicação: "Não creais
em todos os espíritos, mas provai se os espíritos são de Deus" (I João).

César, o grande imperador romano, esteve com a pitonisa Spurina, informando-se


que no dia 15 de março algo muito grave aconteceria em sua vida. Na data prevista,
César segue para o palácio e lá recebe 23 punhaladas, morrendo imediatamente. Outro
imperador romano, Nero, nos últimos dias de seu reinado viu-se fora do corpo carnal junto
de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem,
que lhe pressagiaram a queda no abismo.

Jean Hus ou João Huss, nasceu em Husinec em 1369 (Allan Kardec desencarnou
exatamente 500 anos após, em 1869). Estudou na capital francesa, formou-se bacharel
em arte e teologia, obteve grande destaque como professor, foi nomeado deão da
Faculdade de Filosofia e, posteriormente, reitor da Universidade.

Foi profundamente impregnado pelas idéias de Wycliffe (futuramente, Leon Denis),


professor da Universidade de Oxford (Inglaterra) e considerado um dos maiores sábios de
sua época. Wycliffe chamava o papa de anticristo, mau sacerdote, corrupto e ladrão. Foi
sob influência dessas idéias e vivendo esses problemas sociais e políticos que João Huss
desenvolveu seu pensamento e se tornou um grande pregador, recebia grande inspiração
espiritual ao pregar. Pelos desrespeitos às regras canônicas e morais que a Igreja
praticava naquela época, passou a atacá-la publicamente, sendo condenado e executado
pela Santa Inquisição.

Joana d´Arc, desde pequena escutava vozes no silêncio dos bosques, que atribula
a São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais a incentivaram para se voltar a
Deus e defender a França. Orientada pelas "vozes do céu", assume a missão de libertar
sua pátria do jugo inglês e, guiada por essas vozes, reorganizou o exército francês e
conduziu Carlos VII ao trono.

Seu triunfo motivou inveja e intrigas que culminaram na sua captura. Foi
perseguida como herege, submetida ao sacrifício inquisitorial e posteriormente condenada
pelo fato de não querer negar essas vozes perante a Igreja. Mesmo no momento extremo,
ainda afirmava ouvir os espíritos. Sua voz chegava até a silenciosa multidão, que
escutava, aterrada, as suas preces e gemidos. Por fim, num último grito de agonia de
amor, Joana gritava o nome de Jesus e olhava para uma cruz. Desencarnou em 30 de
maio de 1431, aos 19 anos.

Posteriormente, a Igreja que a condenou e à qual Joana sempre foi fiel declarou-a
inocente. O Papa Calisto III nomeou uma comissão para examinar de novo o caso e
“reabilitou” plenamente Joana D’Arc. Em 1920, ela foi canonizada pelo Papa Bento XV.

CLASSIFICAÇÃO DOS PLANETAS E SEUS HABITANTES

Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, faz uma classificação


generalizada das diferentes categorias dos planetas. Vejamos:
1.Mundos primitivos – destinados às primeiras encarnações da alma humana;
2.Mundos de expiação e provas – onde domina o mal;
3.Mundos de regeneração – nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem
novas forças, repousando das fadigas da luta;
4.Mundos ditosos – onde o bem sobrepuja o mal;
5.Mundos celestes ou divinos – habitação de Espíritos depurados, onde exclusivamente
reina o bem.

Em O Livro dos Espíritos, questão 55, os Benfeitores Espirituais nos respondem


que sim, e o homem da Terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em
bondade e perfeição.

A partir dessa resposta, podemos entender que entre os habitantes e todos os


planetas do Universo, alguns são mais evoluídos e outros menos, como é o caso da terra,
que passa hoje pela transição de Mundo de Expiação e provas para Mundo de
Regeneração.

Entendemos que fomos criados simples e ignorantes, para que, numa jornada
evolutiva, nós adquiramos os conhecimentos intelectuais e morais, por meio de nossas
experiências tanto no plano material quanto no espiritual. Por mais que uma pessoa tente
bloquear esse fluxo evolutivo, chegará um momento em que ela terá de acompanhar a
marcha do progresso, pois é da lei.

Se um planeta passa para uma categoria superior (transição planetária) e espíritos


rebeldes não acompanham a evolução geral de seus habitantes, eles serão exilados para
mundos inferiores e continuaram, então, o seu depuramento moral.

Foi o que aconteceu com os habitantes de Capela, a estrela mais brilhante da


constelação do Cocheiro. Há milhares de anos, ocorreu a transição planetária e milhões
de espíritos rebeldes, que não acompanharam o progresso, foram expulsos do planeta e
acolhidos por Jesus aqui na Terra, um mundo inferior se comparado com Capela.

No livro A Caminho da Luz, psicografado por Chico Xavier, Emmanuel fala sobre os
exilados de Capela. Vejamos:

“Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral,


dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de
piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela
humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus
elevados trabalhos.
As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, deliberam, então,
localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra
longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu
ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando,
simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.

Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela
turba de seres sofredores e infelizes.

Com a sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à


edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de
amor, no esforço regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos
de luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito da sua
misericórdia e da sua caridade sem limites. Abençoou-lhes as lágrimas
santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e
prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir.

Mas esta situação não ocorreu somente com os Capelinos, de outros palnetas
foram enviados outros seres para evolução da Terra como os Alpha Draconis,
Venusianos, Sirianos, Pleiadianos, e Arturianos.
Mas qual é a situação atual da Terra?
O nosso planeta está passando por uma transição planetária. Ele vai passar da
categoria de provas e expiações para a de regeneração.
Do mesmo jeito que aconteceu em Capela, Venus, Sirius e outros, aqueles que não
acompanharem o progresso serão exilados para mundos inferiores, onde continuarão seu
depuramento moral e onde ajudarão na evolução do planeta que habitarão.
Para que a Terra não se torne para nós o paraíso perdido, precisamos nos
empenhar, com as novas gerações, em seguir o caminho do Bem e do Amor, traçado pelo
Cristo. O único caminho é esse.
Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por
inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças
espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já
tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e
aptos a secundar o movimento de regeneração.
O que, ao contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta
contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes
humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes,para os sentimentos
antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o apego a tildo o que é
material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se
obstinam em não emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e
porque o contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem.
Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o futuro
melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus esforços e de
sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais completa lhes abra o
acesso aos mundos superiores.
Não se deve entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos
da Terra e relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao
contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao arrastamento
das circunstâncias e do exemplo. Nesses, a casca é pior do que o cerne. Uma vez
subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo corporal, eles, em sua
maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa daquela por que as viam
quando em vida, conforme os múltiplos casos que conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-
los Espíritos benévolos que por eles se interessam e se dão pressa em esclarecê-los e
em lhes mostrar quão falso era o caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas
preces e exortações, podemos concorrer para que eles se melhorem, visto que entre
mortos e vivos há perpétua solidariedade.

É muito simples o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê,
todo ele de ordem moral, sem se afastar em nada das leis da Natureza. Sejam os que
componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se melhoraram,
o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há sempre uma
renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos encarnados formam
duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de outro, os progressistas, que
chegam e adquirem maior sensibilidade. O estado dos costumes e da sociedade estará,
portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em relação com aquela
das duas categorias que preponderar.

A regeneração da Humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação


integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa
modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam
subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são
outros Espíritos; são com freqüência os mesmos Espíritos, mas pensando e sentindo de
outra maneira. Quando insulado e individual, esse melhoramento passa despercebido e
nenhuma influência ostensiva alcança sobre o mundo. Muito outro é o efeito, quando a
melhora se produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as
proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as idéias de um
povo ou de uma raça.

É o que quase sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as
populações. Os flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito;
ativam o movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por
conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados. É de
notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se seguiu uma era
de progresso.

É o que está acontecendo na era presente de remodelação da Humanidade. A


multiplicidade das causas de destruição constitui sinal característico dos tempos, visto
que elas apressarão a eclosão dos novos germens. São as folhas que caem no outono e
às quais sucedem outras folhas cheias de vida, porquanto a Humanidade tem suas
estações, como os indivíduos têm suas várias idades. As folhas mortas da Humanidade
caem batidas pelas rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais
vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
Para o materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de
compensação, sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos
flagelos aniquilam os seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte
unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas conseqüências e
não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e não ignora que os
homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por morrerem isolados, dado que,
duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre chegar.

Foi atribuido a Chico Xavier que teria confidenciado aos mais próximos dele que:

“[…] por ocasião da chegada do homem à lua em 20 de

julho de 1969, acontecera uma reunião com as potências

celestes de nosso sistema solar para verificar o avanço

da sociedade terrena. Decidiram pois, conceder a

humanidade um prazo de 50 anos para que evoluísse

moralmente e convivesse em paz, sem provocar uma

terceira guerra mundial.

Se assim convivesse até a Data Limite, a humanidade

estaria, a partir de então, pronta para entrar numa nova

era de sua existência, e feitos magníficos seriam

verificados por toda a parte, inclusive os nossos irmãos

de outros planetas estariam autorizados expressamente à

se apresentarem pública e oficialmente para os habitantes

da terra.”

Geraldo Lemos Neto, em entrevista para a Folha Espírita, fala sobre essas e outras
revelações feitas a ele em conversas com Chico Xavier, sobre fatos relacionados ao ano
em que se dará a grande transformação do nosso planeta, nos diz:

Folha Espírita – No livro A Caminho da Luz, nosso benfeitor Emmanuel já havia previsto
que no século XX haveria mais uma reunião dos Espíritos Puros e Eleitos do Senhor, a
fim de decidirem quanto aos destinos da Terra. A reunião aconteceu e a ela
compareceram Chico e Emmanuel – os missionários que trabalham abnegadamente, por
séculos a fio, em favor da renovação humana.
Quais os resultados dessa reunião?
Geraldo Lemos Neto – Na sequência da nossa conversa, perguntei ao Chico o que ele
queria exatamente dizer a respeito do sacrifício do Brasil. Estaria ele a prever o futuro de
nossa nação e do mundo? Chico pensou um pouco, como se estivesse vislumbrando
cenas distantes e, depois de algum tempo, retornou para dizer-nos: “Você se lembra,
Geraldinho, do livro de Emmanuel, A Caminho da Luz? Nas páginas finais da narrativa de
nosso benfeitor, no capítulo XXIV, cujo título é O Espiritismo e as Grandes Transições?
Nele, Emmanuel afirmara que os espíritos abnegados e esclarecidos falavam de uma
nova reunião da comunidade das potências angélicas do Sistema Solar, da qual é Jesus
um dos membros divinos, e que a sociedade celeste se reuniria pela terceira vez na
atmosfera terrestre, desde que o Cristo recebeu a sagrada missão de redimir a nossa
humanidade, para, enfim, decidir novamente sobre os destinos do nosso mundo.

Pois então, Emmanuel escreveu isso nos idos de 1938 e estou informado que essa
reunião de fato já ocorreu. Ela se deu quando o homem finalmente ingressou na
comunidade planetária, deixando o solo do mundo terrestre para pisar pela primeira vez o
solo lunar. O homem, por seu próprio esforço, conquistou o direito e a possibilidade de
viajar até a Lua, fato que se materializou em 20 de julho de 1969. Naquela ocasião, o
Governador Espiritual da Terra, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, ouvindo o apelo de
outros seres angelicais de nosso Sistema Solar, convocara uma reunião destinada a
deliberar sobre o futuro de nosso planeta. O que posso lhe dizer, Geraldinho, é que
depois de muitos diálogos e debates entre eles foram dadas diversas sugestões e, ao
final do celeste conclave, a bondade de Jesus decidiu conceder uma última chance à
comunidade terráquea, uma última moratória para a atual civilização no planeta Terra.
Todas as injunções cármicas previstas para acontecerem ao final do século XX foram
então suspensas, pela Misericórdia dos Céus, para que o nosso mundo tivesse uma
última chance de progresso moral. O curioso é que nós vamos reconhecer nos
Evangelhos e no Apocalipse exatamente este período atual, em que estamos vivendo,
como a undécima hora ou a hora derradeira, ou mesmo a chamada última hora.”

FE – Como você reagiu diante da descrição do que acontecera nessa reunião nas
Altas Esferas?
Geraldinho – Extremamente curioso com o desenrolar do relato de Chico Xavier,
perguntei-lhe sobre qual fora então as deliberações de Jesus, e ele me respondeu:
“Nosso Senhor deliberou conceder uma moratória de 50 anos à sociedade terrena, a
iniciar-se em 20 de julho de 1969, e, portanto, a findar-se em julho de 2019. Ordenou
Jesus, então, que seus emissários celestes se empenhassem mais diretamente na
manutenção da paz entre os povos e as nações terrestres, com a finalidade de colaborar
para que nós ingressássemos mais rapidamente na comunidade planetária do Sistema
Solar, como um mundo mais regenerado, ao final desse período. Algumas potências
angélicas de outros orbes de nosso Sistema Solar recearam a dilação do prazo extra, e
foi então que Jesus, em sua sabedoria, resolveu estabelecer uma condição para os
homens e as nações da vanguarda terrestre. Segundo a imposição do Cristo, as nações
mais desenvolvidas e responsáveis da Terra deveriam aprender a se suportarem umas às
outras, respeitando as diferenças entre si, abstendo-se de se lançarem a uma guerra de
extermínio nuclear. A face da Terra deveria evitar a todo custo a chamada III Guerra
Mundial. Segundo a deliberação do Cristo, se e somente se as nações terrenas, durante
este período de 50 anos, aprendessem a arte do bom convívio e da fraternidade, evitando
uma guerra de destruição nuclear, o mundo terrestre estaria enfim admitido na
comunidade planetária do Sistema Solar como um mundo em regeneração. Nenhum de
nós pode prever, Geraldinho, os avanços que se darão a partir dessa data de julho de
2019, se apenas soubermos defender a paz entre nossas nações mais desenvolvidas e
cultas!”

FE – Quais são os acontecimentos que podemos prever com essas revelações para
a Terra?
Geraldinho – Perguntei, então, ao Chico a que avanços ele se referia e ele me respondeu:
“Nós alcançaremos a solução para todos os problemas de ordem social, como a solução
para a pobreza e a fome que estarão extintas; teremos a descoberta da cura de todas as
doenças do corpo físico pela manipulação genética nos avanços da Medicina; o homem
terrestre terá amplo e total acesso à informação e à cultura, que se fará mais
generalizada; também os nossos irmãos de outros planetas mais evoluídos terão a
permissão expressa de Jesus para se nos apresentarem abertamente, colaborando
conosco e oferecendo-nos tecnologias novas, até então inimagináveis ao nosso atual
estágio de desenvolvimento científico; haveremos de fabricar aparelhos que nos
facilitarão o contato com as esferas desencarnadas, possibilitando a nossa saudosa
conversa com os entes queridos que já partiram para o além-túmulo; enfim estaríamos
diante de um mundo novo, uma nova Terra, uma gloriosa fase de espiritualização e beleza
para os destinos de nosso planeta.”

Foi então que, fazendo as vezes de advogado do diabo, perguntei a ele: Chico, até agora
você tem me falado apenas da melhor hipótese, que é esta em que a humanidade
terrestre permaneceria em paz até o fim daquele período de 50 anos. Mas, e se acontecer
o caso das nações terrestres se lançarem a uma guerra nuclear? “Ah! Geraldinho, caso a
humanidade encarnada decida seguir o infeliz caminho da III Guerra mundial, uma guerra
nuclear de consequências imprevisíveis e desastrosas, aí então a própria mãe Terra, sob
os auspícios da Vida Maior, reagirá com violência imprevista pelos nossos homens de
ciência. O homem começaria a III Guerra, mas quem iria terminá-la seriam as forças
telúricas da natureza, da própria Terra cansada dos desmandos humanos, e seríamos
defrontados então com terremotos gigantescos; maremotos e ondas (tsunamis)
consequentes; veríamos a explosão de vulcões há muito extintos; enfrentaríamos degelos
arrasadores que avassalariam os polos do globo com trágicos resultados para as zonas
costeiras, devido à elevação dos mares; e, neste caso, as cinzas vulcânicas associadas
às irradiações nucleares nefastas acabariam por tornar totalmente inabitável todo o
Hemisfério Norte de nosso globo terrestre.”

O que aconteceria especificamente com o Brasil?

Em certa ocasião, Geraldo Lemos Neto, fundador da Casa de Chico Xavier, de Pedro
Leopoldo (MG), fez essa mesma pergunta a Chico Xavier. Segundo o médium, “em todas
as duas situações, o Brasil cumprirá o seu papel no grande processo de espiritualização
planetária. Na melhor das hipóteses, nossa nação crescerá em importância sociocultural,
política e econômica perante a comunidade das nações. Não só seremos o celeiro
alimentício e de matérias-primas para o mundo, como também a grande fonte energética
com o descobrimento de enormes reservas petrolíferas que farão da Petrobras uma das
maiores empresas do mundo.”
E prosseguiu Chico: “O Brasil crescerá a passos largos e ocupará importante papel no
cenário global, isso terá como consequência a elevação da cultura brasileira ao cenário
internacional e, a reboque, os livros do Espiritismo Cristão, que aqui tiveram solo fértil no
seu desenvolvimento, atingirão o interesse das outras nações também. Agora, caso
ocorra a pior hipótese, com o Hemisfério Norte do planeta tornando-se inabitável, grandes
fluxos migratórios se formariam então para o Hemisfério Sul, onde se situa o Brasil, que
então seria chamado mais diretamente a desempenhar o seu papel de Pátria do
Evangelho, exemplificando o amor e a renúncia, o perdão e a compreensão espiritual
perante os povos migrantes.

A Nova Era da Terra, neste caso, demoraria mais tempo para chegar com todo seu
esplendor de conquistas científicas e morais, porque seria necessário mais um longo
período de reconstrução de nossas nações e sociedades, forçadas a se reorganizarem
em seus fundamentos mais básicos.”

FE – Segundo Chico Xavier, esses fluxos migratórios seriam pacíficos?


Geraldinho – Infelizmente não. Segundo Chico me revelou, o que restasse da ONU
acabaria por decidir a invasão das nações do Hemisfério Sul, incluindo-se aí obviamente
o Brasil e o restante da América do Sul, a Austrália e o sul da África, a fim de que nossas
nações fossem ocupadas militarmente e divididas entre os sobreviventes do holocausto
no Hemisfério Norte. Aí é que nós, brasileiros, iríamos ser chamados a exemplificar a
verdadeira fraternidade cristã, entendendo que nossos irmãos do Norte, embora invasores
a “mano militare”, não deixariam de estar sobrecarregados e aflitos com as
consequências nefastas da guerra e das hecatombes telúricas, e, portanto, ainda assim,
deendo ser considerados nossos irmãos do caminho, necessitados de apoio e arrimo,
compreensão e amor.

Neste ponto da conversa, Chico fez uma pausa na narrativa e completou: “Nosso Brasil
como o conhecemos hoje será então desfigurado e dividido em quatro nações distintas.
Somente uma quarta parte de nosso território permanecerá conosco e aos brasileiros
restarão apenas os Estados do Sudeste somados a Goiás e ao Distrito Federal. Os norte-
americanos, canadenses e mexicanos ocuparão os Estados da Região Norte do País, em
sintonia com a Colômbia e a Venezuela. Os europeus virão ocupar os Estados da Região
Sul do Brasil unindo-os ao Uruguai, à Argentina e ao Chile. Os asiáticos, notadamente
chineses, japoneses e coreanos, virão ocupar o nosso Centro-Oeste, em conexão com o
Paraguai, a Bolívia e o Peru. E, por fim, os Estados do Nordeste brasileiro serão
ocupados pelos russos e povos eslavos. Nós não podemos nos esquecer de que todo
esse intrincado processo tem a sua ascendência espiritual e somos forçados a
reconhecer que temos muito que aprender com os povos invasores.

Vejamos, por exemplo: os norte-americanos podem nos ensinar o respeito às leis, o amor
ao direito, à ciência e ao trabalho. Os europeus, de uma forma geral, poderão nos trazer o
amor à filosofia, à música erudita, à educação, à história e à cultura. Os asiáticos poderão
incorporar à nossa gente suas mais altas noções de respeito ao dever, à disciplina, à
honra, aos anciãos e às tradições milenares. E, então, por fim, nós brasileiros,
ofertaremos a eles, nossos irmãos na carne, os mais altos valores de espiritualidade que,
mercê de Deus, entesouramos no coração fraterno e amigo de nossa gente simples e
humilde, essa gente boa que reencarnou na grande nação brasileira para dar
cumprimento aos desígnios de Deus e demonstrar a todos os povos do planeta a fé na
Vida Superior, testemunhando a continuidade da vida além-túmulo e o exercício sereno e
nobre da mediunidade com Jesus.”

O PODER DA PRECE

A prece, à luz do entendimento espírita, não se restringe a mera repetição de


palavras, algumas até sem sentido, que representam mais uma fórmula sacramental ou
ritualística do que a união da criatura humana com o seu Criador. Importa, pois, exercitar
a fé raciocinada, como citada em de O livro dos médiuns:

Somente a superstição pode atribuir virtudes a certas palavras e somente Espíritos


ignorantes ou mentirosos podem alimentar semelhantes ideias, prescrevendo fórmulas.
Entretanto, em se tratando de pessoas pouco esclarecidas e incapazes de compreender
as coisas puramente espirituais, pode acontecer que o uso de determinada fórmula
contribua para lhes infundir confiança. Neste caso, a eficácia não está na fórmula, mas na
fé, que aumenta por conta da ideia associada ao uso da fórmula.

A prece é um tipo de apelo que permite à pessoa entrar em comunhão com Deus,
Jesus e com os Espíritos superiores a fim de receber proteção e auxílio: “[…] Sua ação
será tanto maior quanto mais fervorosa e sincera for.[…]”

A prece é uma evocação. Através dela o homem entra em comunicação, pelo


pensamento, com o ser a quem se dirige. […] Podemos orar por nós mesmos ou por
outros, pelos vivos [encarnados] ou pelos mortos. As preces feitas a Deus são ouvidas
pelos Espíritos encarregados da execução de suas vontades; as que se dirigem aos
Espíritos bons são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a
Deus, está recorrendo a intermediários, a intercessores, visto que nada se faz sem a
vontade de Deus.(O Evangelho Segundo o Espiritismo)

O hábito de orar é de valor inestimável e deve ser exercido diariamente, pois tem o
poder de criar um campo de forças positivas ao redor de quem ora, concedendo-lhe “[…]
a força moral necessária para vencer as dificuldades e voltar ao caminho reto, se deste se
afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas
próprias faltas.”

Outro grande benefício proporcionado pela prece é atrair o auxílio dos Espíritos
benfeitores que, pelos canais da intuição ou da inspiração, vêm sustentar o indivíduo “[…]
em suas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos”. Estes Espíritos assemelham-
se, segundo André Luiz, aos “[…] transformadores da bênção, do socorro, do
esclarecimento…”

Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador,
através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência,
da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com
a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram. Cada degrau da vida
está superlotado por milhões de criaturas. […] A prece, qualquer que ela seja, é ação
provocando a reação que lhe corresponde. (Entre a Terra e o Céu)

Quando a pessoa ora emite vibrações mentais que se espalham no fluido cósmico
por intermédio das correntes do pensamento, cujos mecanismos são assim explicados
pelo Codifcador:
Quando, pois, o pensamento é dirigido a um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de
encarnado para desencarnado, ou de desencarnado para encarnado, estabelece–se uma
corrente fluídica entre um e outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.
A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim que
os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se
encontrem […].

A oração apresenta, em geral, três características fundamentais, anunciadas no


Pai-nosso, modelo de prece ensinada por Jesus (Mateus, 6:9 a 13): louvor, pedido e
agradecimento. Allan Kardec analisa a importância desta oração:

[…] É o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na


simplicidade. Com efeito, sob a forma mais singela, ela resume todos os deveres do
homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma
profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à
vida e o princípio da caridade. Dizê-la na intenção de uma pessoa é pedir para ela o que
se pediria para si mesmo.

À medida que o ser humano evolui reconhece a misericórdia e bondade divinas


que o cumulam de bênçãos. Com esta compreensão, as suas orações perdem o caráter
de petitórios, sendo caracterizadas por louvores e agradecimentos dirigidos ao Criador.
Nestas condições, o Espiritismo nos ensina qual é a maneira correta de orar, que pode
ser resumida nos itens que se seguem.

A prece outra coisa não é senão uma conversa que entretemos com Deus, nosso Pai;
com Jesus, nosso Mestre e Senhor; com nossos amigos espirituais. É diálogo silencioso,
humilde, contrito, revestido de unção e fervor, em que o filho, pequenino e imperfeito, fala
com o Pai, poderoso e bom, perfeição das perfeições.

A Oração deve ser simples, sem excessivo palavreado

Jesus orienta: “Orando, porém, não useis de vãs repetições como os gentios, pois
pensam que com palavreado excessivo serão atendidos. Assim, não vos assemelheis a
eles, pois vosso Pai sabe do que tendes necessidade, antes de pedirdes a ele.”92 O
significado desta lição do Mestre está clara, conforme explica Kardec: “[…] não é pela
multiplicidade de palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas”.

O poder da prece está no pensamento. Não depende de palavras, nem de lugar, nem do
momento em que seja feita. Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a
sós ou em comum. A influência do lugar e do tempo só se faz sentir nas circunstâncias
que favoreçam o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando
todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e têm o mesmo
objetivo: é como se muitos clamassem juntos e em uníssono (grifo no original).

A oração deve falar ao coração

Martins Peralva, em O Pensamento de Emmanuel, assinala a importância dos


sentimentos quando em oração: “A verdadeira prece não deve ser recitada, mas sentida.
Não deve ser cômodo processo de movimentação de lábios, emoldurado, muita vez, por
belas palavras, mas uma expressão de sentimento vivo, real, a fim de que realizemos
legítima comunhão com a Espiritualidade maior.”
•A oração coletiva deve ser inteligível

A prece em conjunto possui força poderosa, conforme foi anteriormente anunciado,


mas, para isto, é preciso ser realizada corretamente. O primeiro ponto a ser lembrado é
que deve ser inteligível, como alerta o apóstolo Paulo, em sua Primeira epístola aos
coríntios:
[…] se vossa linguagem não se exprime em palavras inteligíveis, como se há de
compreender o que dizeis? Estareis falando ao vento. Existem no mundo não sei quantas
espécies de linguagem, e nada carece de linguagem. Ora, se não conheço a força da
linguagem, serei como um bárbaro para aquele que fala e aquele que fala será como um
bárbaro para mim. […] Se oro em línguas, meu espírito está em oração, mas a minha
inteligência nenhum fruto colhe. Que fazer, pois? Orarei com o meu Espírito, mas hei de
orar também com a minha inteligência.

A prece só tem valor” — acrescenta Kardec — “pelo pensamento que lhe está
conjugado. Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer àquilo que não se
compreende, pois o que não se compreende não pode tocar o coração. […]”.97E
prossegue em suas argumentações:

Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não
entendem não passam de um amontoado de palavras que nada dizem ao espírito. Para
que a prece toque, é preciso que cada palavra desperte uma ideia; ora, a palavra que não
é entendida não pode despertar ideia nenhuma. Será repetida como simples fórmula […].
Muitos oram por dever, alguns, até, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites,
desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem.
Deus lê no fundo dos corações; vê o pensamento e a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais
sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo.

Para o Espiritismo, portanto, a prece realizada nas reuniões deve ser simples,
objetiva e proferida em uma linguagem que facilite o entendimento de todos.

As provas e as expiações acontecem em decorrência da lei de causa e efeito, visto


que os nossos sofrimentos resultam das “[…] nossas infrações às leis de Deus e que, se
as observássemos regularmente, seríamos completamente felizes.”A prece, contudo, tem
o poder de amenizá-las, tornando suportáveis as agruras da existência, ainda que Jesus
tenha afrmado “[…] tudo quanto orardes e pedirdes, crede que o recebestes, e assim será
para vós.”

Seria ilógico concluir desta máxima: “Seja o que for que peçais na prece, crede que vos
será concedido”, que basta pedir para obter, como seria injusto acusar a Providência se
não atender a toda súplica que lhe é feita, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o
que é para o nosso bem. É assim que procede um pai criterioso que recusa ao filho o que
seja contrário aos seus interesses. O homem, em geral, só vê o presente. Ora, se o
sofrimento é útil à sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que
o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.

Ante os desafios da vida é importante que, ao orarmos, peçamos a Deus confiança,


coragem, paciência e resignação, a fim de superarmos os obstáculos ou as dores das
provações. Os bons Espíritos virão em nosso auxílio, não há dúvida, inspirando-nos boas
ideias e sentimentos, sem contudo, impedir o cumprimento do planejamento
reencarnatório.
Aprendemos, dessa forma, mesmo perante as maiores dificuldades, a fazer a
nossa parte, recebendo, em contrapartida, toda proteção e amparo de Deus.
Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, conforme esta máxima: “Ajuda-te, que o céu
te ajudará”, e não os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das
próprias faculdades. Entretanto, na maioria das vezes, o que o homem quer é ser
socorrido por um milagre, sem nada fazer de sua parte (aspas no original).

Ainda que sejamos catalogados como Espíritos imperfeitos, é importante que, pelo
menos durante a oração, demonstremos o nosso esforço de melhoria espiritual. Lembrar
que devemos aprender a perdoar, purificar a alma de qualquer sentimento infeliz e agir
segundo os preceitos da caridade, como ensina Jesus: “E, quando estiverdes orando,
perdoai, se tendes algo contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus,
vos perdoe as vossas transgressões […].”

A PRECE NA REUNIÃO MEDIÚNICA


O Espiritismo aconselha o hábito da prece em todas as suas reuniões, não
somente nas mediúnicas. E há uma razão de ser para esta prática: “Se o Espiritismo
proclama a sua utilidade, não é por espírito de sistema, mas porque a observação
permitiu constatar a sua eficácia e o modo de ação. […]”

Por outro lado, não devemos esquecer o ensinamento do Cristo: “pois onde dois ou
três estão reunidos em meu nome, aí estou no meio deles.”

Estarem reunidas, em nome de Jesus, duas, três ou mais pessoas, não quer dizer que
basta que se achem materialmente juntas. É preciso que o estejam espiritualmente, pela
comunhão de intenção e de ideias para o bem.

[…] Pelas palavras acima, Jesus quis mostrar o efeito da união e da fraternidade. O que o
atrai não é o maior ou menor número de pessoas que se reúnem, pois, em vez de duas
ou três, poderia ter dito dez ou vinte, mas o sentimento de caridade que reciprocamente
as anime.[…]

Neste sentido, vale destacar que a reunião mediúnica “[…] é um ser coletivo, cujas
qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros, formando uma espécie
de feixe. Ora, quanto mais homogêneo for esse feixe, tanto mais força terá.”

A prece não só harmoniza a reunião mediúnica, mas favorece a sua


homogeneidade por tornar o ambiente favorável à manifestação dos Espíritos, sobretudo
dos mais necessitados de socorro, pois, “[…] chegando a um meio que lhe seja
completamente simpático, o Espírito se sentirá mais à vontade.”

Por outro lado, a prece beneficia o entendimento dos Espíritos que sofrem e dos
que fazem sofrer, como os obsessores. Às vezes, o diálogo com determinados Espíritos é
muito penoso, sobretudo quando se encontram presos a ideias fixas, ou a acontecimentos
que lhes produziram graves traumas, como é a situação comum dos suicidas. Nestas
condições, a prece não só é indicada como representa um ato de caridade, de amor ao
próximo.
Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque,
verificando que há quem pense neles, sentem-se menos abandonados, menos infelizes.
Mas, a prece tem sobre eles uma ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de
se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e pode desviar-lhes o pensamento do
mal. É nesse sentido que a prece pode não apenas aliviar, como abreviar seus
sofrimentos.

Portanto, nas reuniões mediúnicas a prece é muito importante para contato com os
espíritos e apoio dos médiuns com mediunidade ostensiva, onde principalmente nas
manifestações de espíritos obsessores e sofredores é necessária a prece em apoio dos
outros colaboradores dos trabalhos.

MEDIUNIDADE E SONHOS

Os nossos sonhos são reproduções do nosso subconsciente que acontecem de


forma espontânea, sem que nós consigamos guiá-los, sem a participação do nosso ego.
Eles se formam a partir de conexões psíquicas formas na nossa rede de complexos nós
no subconsciente.

Há sonhos tão bons...que quando a gente acorda, quer voltar a dormir. Há sonhos
tão maus - os pesadelos - que dão medo de dormir de novo. Frustante também tentar
lembrar daquele sonho que deixou aquela sensação tão gostosa...

Em qualquer dos casos, quer você acredite ou não, os sonhos têm um significado e
sempre está claramente ligado a você, à sua vida, aos seus desejos e aos seus medos.
Confira o que querem dizer os seus sonhos...e entenda-se melhor.

Os símbolos e objetos são a linguagem dos sonhos. Um símbolo pode invocar um


sentimento ou uma idéia e muitas vezes tem um significado muito mais profundo do que
qualquer palavra pode transmitir. Ao mesmo tempo, esses símbolos podem deixá-lo
confuso e se perguntando sobre o que você estava sonhando e porquê.

Adquirir a capacidade de interpretar seus sonhos é uma ferramenta poderosa. Ao


analisar seus sonhos, você pode aprender sobre seus segredos mais profundos e
desvendar sentimentos escondidos. Lembre-se de que ninguém é melhor especialista a
interpretar seus sonhos do que você mesmo.

Nos símbolos ou objetos com diferentes significados e que se traduzem em


diferentes interpretações dos sonhos, não são de modo algum, a última palavra daquilo
que seu sonho significa, mas esperamos que isso o inspire a explorar seu subcosciente e
seja um ponto de partida sugestivo para a compreensão de seus próprios sonhos.

Cada detalhe, mesmo o mais pequeno elemento no seu sonho é importante e deve
ser considerado na análise dos seus sonhos. Cada símbolo representa um sentimento,
um humor, uma memória ou algo do seu inconsciente. Olhe atentamente para os
personagens, animais, objetos, lugares, emoções e até cores e números que são
retratados em seus sonhos. Mesmo o símbolo mais trivial pode ser significativo.

Juntamente com suas próprias experiências pessoais, memórias e circunstâncias,


os sonhos tem uma interpretação significativa e personalizada. Com a prática, você pode
entender as mensagens que seus sonhos estão tentando lhe dizer.

DICAS PARA LEMBRAR DOS SONHOS


Você costuma se lembrar dos seus sonhos ou apenas tem uma vaga sensação do
que sonhou e logo depois de acordar não recorda? Sabia que com um esforço
consciente, você pode lembrar dos seus sonhos e inclusive lembrar com grande riqueza
de detalhes?

Você deverá prestar muita atenção aos sonhos que você costuma ter, tanto quando
estiver a dormir como quando estiver acordada. Os sonhos que temos quando estamos
acordados nps dão motivação e força para viver; mas os sonhos que temos quando
estamos dormindo nos ajudam a compreender melhor alguns aspectos na nossa vida e
nos dão dicas importantes sobre nossos próprios problemas e anseios.

Deixe um bloquinho e uma caneta perto para que você possa facilmente alcançar
da cama e anotar seus sonhos de maneira a não esquecer quando despertar.
Mantenha seu alarme perto da cama. Se tiver que levantar da cama pra desligá-
lo, não há memória que resista. Evite os alarmes de rádio relógio, já que as propagandas
e a conversa nos programas da manhã podem distraí-lo.
Quando acordar, mesmo antes de abrir os olhos, concentre-se no que está
passando pela sua mente. Tente se manter no sonho, com a certeza que já está
acordado e registando os momentos. Se não conseguir lembrar, não tem problema.
Continue repetindo todo o dia. Com o refinar das suas intenções, a sua mente vai acabar
por colaborar.
Se puder...volte para a cama e deite-se na mesma posição física que você
estava quando estava dormindo. Coloque a cabeça no mesmo lugar no travesseiro, seu
corpo da mesma maneira e feche seus olhos. Se o sonho aparecer na sua cabeça, pense
bem nele antes de levantar para tomar notas.

No entanto, é preciso saber que não se tratam de fantasias nem de mensagens


sem qualquer sentido, apesar de ser aparentemente incompreensível, os sonhos são
resultado de intensas emanações das experiências vividas pelo nosso espírito que ficam
gravadas no nosso subconsciente, e elas podem se referir à nossa vida atual, à vidas
passadas e também à prognósticos do futuro. Qualquer que seja o sonho, ele terá
mensagens e significados que podem ser decodificados.
Quem possui a faculdade mediúnica desenvolvida e apurada normalmente relata
que os seus sonhos possuem menor conteúdo simbólico, há menos a se interpretar já que
o seu inconsciente ostensivo é muito mais aberto à consciência. Essa abertura traz um
alívio natural das tensões do inconsciente, porque os médiuns conseguem lidar de
maneira mais harmônica com as mensagens espirituais.

Embora a maioria dos sonhos carregue aspectos da vida de quem sonha, com
realidades que pertencem ao seu espírito, pessoas com mediunidade desenvolvidas são
capazes de sonhar com informações da vida de outras pessoas. Não são todos os
médiuns que conseguem, isso é raro e requer uma faculdade psíquica especial e bem
desenvolvida.

Os sonhos premonitórios acontecem com maior frequência naquelas pessoas que


já estudam e procuram desenvolver a sua mediunidade, mas também pode ocorrer em
pessoas sensitivas que possuem essa capacidade mesmo sem, intencionalmente, a
desenvolver. São normalmente aqueles sonhos recorrentes que acabam por acontecer de
fato. Não é algo simples, porque para que um sonho premonitório aconteça é preciso que
o médium tenha contato (durante o sono) com o espírito que lhe proporciona esse
conhecimento e que ele tenha a capacidade de vasculhar o seu inconsciente em busca de
informações que permitem antever o futuro. E normalmente não são previsões claras e
absolutas, pois a interpretação dessas mensagens pode ser confusa principalmente para
quem não tem o controle de sua mediunidade. Existe a possibilidade de ocorrência do
sonho premonitório, mas ela não é absoluta pois ela vem sempre misturada com ideias,
emoções e informações do seu subconsciente e também do espírito desencarnado de
quem se coleta as informações. Normalmente, quando um médium tem sonhos
premonitórios e recorrentes, o indicado é que ele os anote e leve para a interpretação de
pessoas que tenha conhecimentos psicológicos e espíritas para auxiliá-lo na
compreensão das mensagens presentes.

No capítulo VIII de "O Livro dos Espíritos", questão 400 e seguintes, há minuciosa
explicação sobre o atraente assunto dos sonhos, que todos frequentemente temos. E na
bibliografia espírita, inclusive os romances, e talvez principalmente nestes, as explicações
sobre o assunto são variadas e satisfatórias.

É sempre bom, no entanto, insistirmos nessa meditação, visto que a prática tem
demonstrado que importante intercâmbio entre os Espíritos desencarnados e os
encarnados pode estabelecer-se quando dormimos e sonhamos.
Muitos amigos, mesmo de outras localidades do Brasil, frequentemente nos
participam dos sonhos que tiveram, e, pouco sabendo ainda das questões da vida
espiritual, conseguintemente, da emancipação da alma, solicitam explicações precisas,
que tranquilizem as suas inquietações a respeito.
De princípio, devemos esclarecer que o melhor que todos temos a fazer para
desdobrarmos essa tese e as demais que nos possam interessar, é recorrer aos livros
básicos da Espiritismo para neles fazermos um estudo consciencioso.
A questão 401 de "O Livro dos Espíritos", interroga:
- "Durante o sono, a alma repousa como o corpo?"
Resposta: - "Não, o Espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços
que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo
espaço, e entra em relação mais direta com os outros Espíritos."
A questão 402 indaga:
- "Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?"
Resposta: - "Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais
faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o
futuro. Adquire mais potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais
Espíritos,quer deste mundo quer do outro."
Mais adiante, na mesma questão:
- "Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos
Espíritos." (O parágrafo é extenso e não podemos transcrevê-lo na íntegra.)
Não obstante, a observação e a prática dos assuntos pertinentes à personalidade
humana autorizam-nos a aceitar, convictamente, o seguinte, relativamente ao sonho:
Existem sonhos que não passam de frutos do nosso estado mental, ou nervoso,
esgotado ou preocupado com afazeres e peripécias cotidianos. Outros, são reflexos, que
nossa mente conserva, dos fatos comuns da vida diária, e agora repetidos como num
espelho: fazemos então, durante o sono, os mesmos trabalhos a que nos habituamos
durante a vigília; tornamos às mesmas conversações, discussões, etc., ou realizamos, por
uma espécie de autossugestão, os desejos conservados em nosso íntimo, os quais não
tivemos possibilidade de realizar objetivamente: viagens, visitas, posse de alguma coisa
e, às vezes, algo nem sempre confessável. Esses sonhos são medíocres e, geralmente,
se confundem com outras cenas, num embaralhamento incômodo, que bem atestam
perturbações físicas: má digestão, excitação nervosa, depressão, etc. São, pois, mais
reflexos da nossa vida cotidiana reagindo sobre o cérebro do que mesmo acontecimentos
oriundos da verdadeira emancipação da alma. Comumente, tais sonhos acontecem
durante o primeiro sono, quando as impressões adquiridas durante a agitação do dia
ainda vibram em nossa organização cerebral não tranquilizada apelo repouso.
Os verdadeiros sonhos, porém, diferem bastante dessas perturbações. É pela
madrugada, quando nossas vibrações, mais tranquilizadas, adquirem força de ação, que
poderemos penetrar o campo propício às atividades reais do nosso Espírito.
Uma vez o nosso Espírito emancipado temporariamente durante o sono, partimos
em busca de antigas afeições, momentaneamente esquecidas pela reencarnação, e nos
deleitamos com sua convivência. Visitaremos amigos da atualidade, dos quais estávamos
saudosos. Poderemos mesmo fazer novas amizades até em países estrangeiros,
alargando, assim, o círculo de nossas afeições espirituais. Ao desencarnarmos, novos
amigos encontraremos à nossa espera, a par dos antigos, a fim de que o amor se
estabeleça em gerações humanas futuras, melhorando o estado da sociedade terrena.
Poderemos trabalhar para o bem do próximo, encarnado ou desencarnado, sob a direção
de mestres da Espiritualidade, ou, voluntariamente, obedecendo aos fraternos pendores
que poderemos ter. Poderemos estudar e fazer verdadeiros cursos disso ou daquilo,
assim armazenando preciosos cabedais morais-intelectuais nos recessos do espírito,
cabedais que poderão aflorar em nossa vida de relação através da intuição, auxiliando-
nos o progresso, nosso ou alheiro. Poderemos rever o próprio passado espiritual,
levantando, por momentos, os véus do esquecimento para novamente vivermos cenas
dos nossos dramas pretéritos, etc., etc. Mas, tais sonhos não são comuns. Trata-se mais
de um transe anímico, uma crise, do que mesmo do sonho comumente compreendido. E
poderemos ainda alçar-nos ao Espaço e assistir a acontecimentos, cenas, fatos
pertinentes ao mundo espiritual, ou deles participar. E como o Invisível normal é parecido
com a Terra, embora superior a ela e muito mais belo, julgamos mil coisas, ao despertar,
sem atinarmos com a verdade. O médiuns, principalmente, logram sonhos inteligentes, de
uma veracidade e precisão incomuns. São, frequentemente, revelações que recebem dos
amigos espirituais, instruções ou aulas, avisos de futuros acontecimentos, planos para
desempenhos melindrosos, às vezes mais tarde confirmados pelos acontecimentos. A
estes poderemos denominar sonhos magnéticos, visto que são como que transes
provocados pela ação sugestiva dos instrutores invisíveis, que trabalham usando como
elemento o magnetismo, tal como acontece com os operadores encarnados. Nessas
condições, a emancipação da alma será mais pronunciada. E há até sonhos
estranhamente coloridos, frutos de uma revelação, talvez até da contemplação de fatos
presenciados no Além, não obstante a Medicina qualificá-los de fantasias e alucinações,
denominando-os produtos do onirismo, quando a verdade é que se trata de uma
faculdade a que chamaremos mediunidade pelo sonho, sobre a qual a Bíblia tanto
informa.
Se, ao despertarmos, formos capazes de recordar tudo ou mesmo apenas
fragmentos desses estados de emancipação da nossa alma, aí teremos os sonhos...
É bom lembrar que também poderemos resvalar, durante a mesma emancipação,
para ambientes sórdidos, da Terra mesma ou do Invisível, conforme o nosso estado
mental, moral e vibratório, e ali convivermos numa sociedade perniciosa, absolutamente
inconveniente ao nosso bem-estar moral e espiritual. Se tais arrastamentos não forem
vencidos pela nossa vontade, poderemos, ao fim de algum tempo, adquirir obsessões que
variam do completo domínio da nossa mente, pelos obsessores, até a aquisição de vícios
e arrastamentos torpes, que nos poderão desgraçar.
Todos esses acontecimentos deixarão atestados em nossas vibrações: ao
despertarmos, estaremos tranquilos, esperançados, reanimados para o bem e para o
trabalho em prol do progresso, se alçamos às regiões educativas do Invisível; ou nos
sentiremos deprimidos ou irritados, angustiados e ineptos, se nos rebaixamos a
convivências perniciosas dos ambientes maus. Não confundir, no entanto, estados
patológicos do esgotamento físico, que também nos farão despertar, pela manhã,
completamente indispostos para a boa marcha da vida, com as observações acima
expostas. Outrossim, a convivência espiritual má, durante o sono, poderá arrastar-nos a
depressões generalizadas, redundando em enfermidades e até em obsessão,
possivelmente, em suicídio.
Nossa personalidade é rica de poderes e possibilidades. Vale a pena, então,
estudarmos a nós mesmos a fim de melhor nos conhecer, tratando de nos reeducar
consoante as leis do bem e do equilíbrio moral e emocional. Oremos e vigiemos, fazendo
por onde nos recomendar à assistência protetora dos Guias Espirituais, a fim de que os
momentos do nosso sono se tornem em ensejos felizes para instrução, progresso, saúde
e alegria para nós próprios. (Yvonne A. Pereira - Obra: À Luz do Consolador - edição
FEB).
A MEDIUNIDADE

A mediunidade é o processo espiritual por onde espíritos e entidades incorporam


ou inspiram médiuns ou pessoas em nível espiritual, para a passagem e comunicação de
alguma mensagem. Muitas vezes acreditamos que esta comunicação é limitada, já que
não vemos a pessoa, entretanto, existem dezenas de tipos diferentes de mediunidade.

Estes tipos são geralmente associados ao espiritismo, uma das religiões mais
conhecidas pelo trato e relação com os espíritos, entretanto, alguns destes processos de
mediunidade também são recorrentes na Umbanda, no Candomblé, etc.
O médium espiritual atua como intermediário entre o plano físico e o plano dos
espíritos. A troca mediúnica se dá por meio do pensamento, tratando-se de uma conexão
mental estabelecida entre o espírito comunicador com a alma do médium receptor, ou
médium espiritual”.

No Livro dos Médiuns, Allan Kardec consolidou sua ideia de que a aptidão para ser
médium espiritual não se restringia apenas a poucos indivíduos de sorte. Ele dizia que a
faculdade para ser médium espiritual era abrangente e irrestrita, e que “Qualquer pessoa
que sinta a influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade, é por si só um
indivíduo médium espiritual”.

Então, segundo os estudos de Allan Kardec, todos os seres humanos são


suscetíveis à influência dos espíritos, sendo que, segundo ele, muitas vezes esta
influência é maior do que nós mesmos imaginamos, porque frequentemente são os
espíritos que nos guiam e dirigem nossas vidas.

Porém, Allan Kardec frisa que para ser um médium espiritual é necessário
demonstrar a interação com os espíritos por meio do que ele chamava de “efeitos
patentes com certa intensidade”, que independem de fé ou religião.

Do ponto de vista espírita, desenvolver a mediunidade é disciplinar a sensibilidade


espiritual a fim de tê-la nas melhores condições possíveis de manifestações mediúnicas,
visando finalidades mais elevadas. O desenvolvimento dessa capacidade segue três
linhas claras:
1. Doutrinária – O médium precisa conhecer a doutrina espírita para compreender o
universo, a si mesmo e aos outros seres, como criaturas evolutivas, regidas pela Lei de
Causa e Efeito.

2. Técnica – Exercício prático, à luz do conhecimento espírita, para que o médium saiba
distinguir os tipos dos espíritos pelos seus fluidos, como concentrar ou desconcentrar,
entender o desdobramento, controlar-se nas manifestações e analisar o resultado delas.

3. Moral – É indispensável a reforma íntima para que nos libertemos de espíritos


perturbadores e cheguemos a ter sintonia com os bons espíritos, dando orientação
superior ao nosso trabalho mediúnico. A orientação cristã, à luz do espiritismo, leva-nos à
vigilância, oração, boa conduta e à caridade para com o próximo, o que atrairá para nós
assistência espiritual superior.

TIPOS DE MEDIUNIDADE

MEDIUNIDADE PICTOGRÁFICA

A pictografia é a mediunidade que perpassa o campo das imagens. Assim, o


médium é capaz de transferir a mensagem do espírito em imagens, pinturas e, até
mesmo, em esculturas. Às vezes o pedinte pode se demandar sobre lembranças antigas
e o médium, através do espírito, desenha um lugar do passado onde o pedinte nutria
ótimas lembranças. É um dos tipos mais sensíveis e especiais de mediunidade.
VIDÊNCIA
A vidência na mediunidade acontece quando o médium vê em sua mente uma cena
envolvendo a pessoa. Esta cena é atual ou passada ou até possível futura. Este tipo de
vidência pode ajudar o médium a tratar de questões pessoais envolvendo mentiras ou
verdades.
CLARIVIDÊNCIA
A clarividência é muito próxima da vidência, vista anteriormente, entretanto a
clarividência se manifesta através do plano astral da pessoa tratada. Quando o médium
mantém um contato com ela, além de cenas vivenciadas pela pessoa, ele também
consegue ver o seu mapa astral e as possíveis motivações para tal ato.
CLARIOLFATIVO NA MEDIUNIDADE
Esta categoria, assim como a seguinte, é uma das mais desconhecidas da
mediunidade. Acontece quando o médium consegue, através do olfato, sentir algum
cheiro específico ou ajudar o pedinte a reconhece-lo, também de maneira olfativa.
Certas pessoas, com traumas passados, podem sentir dificuldades para
reconhecer o causador de seus problemas. Assim, o clariolfativo libera alguns cheiros
específicos para o médium, que alerta a pessoa. Um cheiro de cachimbo pode se referir a
alguém, que a pessoa já tinha esquecido. Um cheiro adocicado, a um lugar específico,
etc.
CLARIGUSTAVIO NA MEDIUNIDADE
O clarigustativo funciona do mesmo modo que o anterior, mas de maneira onde o
paladar é estimulado pelo médium. Alguns gostos são retirados mundo espiritual para
serem demonstrados ao pedinte, que necessita de certas respostas.
Em algumas situações, o pedinte pode fazer uma questão ao médium, sobre um
relacionamento que ele está vivendo. Assim, o médium pode chegar a sentir alguns
gostos, como o salgado, indicando que aquela relação é abusiva ou não dará certo.
CLARIAUDIÊNCIA
Este tipo mediúnico acontece quando o médium escuta o espírito falando em seu
ouvido. Muitas vezes, mesmo o médium pode estar se questionando sobre algo e uma
entidade vem responde-lo em seu ouvido, indicando o caminho ou direção correta a ser
tomada.
XENOGLOSSIA
Este se configura como um dos tipos mais tabus da mediunidade, entretanto, um
dos tipos que criam mais poder e transcendência. A xenoglossia acontece quando o
médium desenvolve capacidades de falar línguas estranhas, dificilmente reconhecíveis.
Algumas pessoas podem conseguir interpretá-las e outras, conseguem até entende-las
como uma língua de outro lugar do mundo. Isso serve para que segredos ou informações
confidencias sejam entendidas sem que se tornem inteiramente públicas.
PSICOFONIA MEDIÚNICA
Este tipo de mediunidade, a psicofonia, é muito conhecido, principalmente em
alguns filmes de Hollywood. É quando o médium incorpora em seu sistema fonético a voz
de um espírito.
Também é comum que aconteça a incorporação de vozes femininas por homens e
masculinas por mulheres, alterando de maneira intensa o trato fonético do médium.

INCORPORAÇÃO MEDIÚNICA
A incorporação às vezes é entendida como a porta de entrada para que todas as
manifestações acima aconteçam, mas ela também pode ser exclusiva e desenvolvedora.
Isto acontece quando o espírito incorpora no médium e, além de permanecer em seu
corpo, revigora e atinge todos os seus chacras, desenvolvendo de maneira espiritual a
vida do médium. O médium trabalhará melhor e terá maior progressão para transmitir
mensagens espíritas.
O médium que possui esta faculdade incorpora o espírito/entidade e muitas vezes é
visto como possessão por alguns que não conhecem do assunto, este tipo de
mediunidade é muito comum e algumas pessoas que frequentam igrejas evangélicas que
dizem ter entidades no corpo são médiuns de incorporação e não sabem. O espírito fala e
age através do médium.

PSICOGRAFIA
A psicografia, também muito conhecida, é quando o médium consegue transpor à
sua frente os escritos de uma entidade espiritual. Isto acontece todo o tempo e, desta
forma, vários livros psicografados são e tornam-se famosos, como os romances de
Rubens Saraceni.
Os livros podem ser extensos e gigantes, como também apenas algumas
anotações. Às vezes, alguns parentes que já desencarnaram, podem mandar pequenas
mensagens pelos médiuns, alertando sobre algum possível perigo ou segredo de família.
Os médiuns psicográficos mecânicos são os que sofrem a influência dos espíritos
diretamente nas mãos, não tendo consciência do que está sendo escrito. Esse tipo de
mediunidade é responsável por um efeito visual marcante nos que observam as sessões de
psicografia, graças à extrema velocidade da escrita.

MEDIUNIDADE DE PSICOFONOGRAFIA

A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou,


melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre,
neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a
alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e esta dirige o lápis.
Notemos aqui uma coisa importante: é que o Espírito livre não se substitui à alma, visto que não
a pode deslocar. Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância,
o papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do Espírito livre e o
transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o
seu próprio pensamento. E o que se chama médium intuitivo. Mas, sendo assim, dir-se-á, nada
prova seja um Espírito estranho quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é
às vezes difícil de fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente.
Todavia, é possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido;
nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que
antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos e
capacidades do médium. O papel do médium psicográfico, mecânico é o de uma máquina; o
médium psicofonográfico age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o
pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente
e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro.

PSICOGRAFIA MISTA

É uma mediunidade onde os médiuns escreventes semi-mecânicos sofrem


influência dos espíritos diretamente nas mãos, mantendo a consciência intuitiva do que
está sendo escrito. Ou seja, eles são um meio-termo entre os dois primeiros tipos.
MEDIUNIDADE INSPIRATIVA

Nos médiuns, os inspirados são os tipos mais espontâneos e que mais têm a dificuldade
em discernir pensamentos próprios de sugestões dadas por espíritos. Neste tipo de
mediunidade, os seres desencarnados atuam como anjos da guarda, guardando, guiando,
aconselhando e fazendo com que o corpo encarnado sinta sua presença e tenha até
pressentimentos quando algo está errado.

EFEITOS FÍSICOS
A mediunidade de efeitos físicos é aquela que nos proporciona fenômenos que são
sensíveis, audíveis ou visíveis aos nossos sentidos. Complementarmente, podemos
também considerar enquadrados nesta designação, fenômenos que independam da
inteligência do médium, já que necessitam apenas de seus fluídos magnéticos para
acontecerem, desde que demandados pela espiritualidade. No entanto, aqui cabe uma
observação importante, existem médiuns que têm a habilidade de realizar estes
fenômenos por vontade própria, ou seja, de acordo com suas aptidões e, portanto,
usando sua inteligência.
Sendo assim, temos mediunidade de efeitos físicos, demandada pela
espiritualidade, utilizando fluídos magnéticos, providos por um ou mais médiuns, com ou
sem os seus consentimentos. Também existindo tal fenômeno demandado pelo médium
ou pelos médiuns, levaremos em conta apenas aqueles que incluem a participação da
espiritualidade para que se caracterize o objeto da mediunidade, que seria a interação
entre seres dos planos físico e espiritual. Portanto, observamos que existem fenômenos
de efeitos físicos que são classificados como “não mediúnicos” ou “anímicos”, já que
dependem apenas da capacidade própria do médium e que serão exemplificados mais à
frente.
Os fenômenos que normalmente são retratados em filmes, através de casas “mal
assombradas”, envolvendo barulhos, deslocamentos de objetos, escritas em paredes ou
espelhos, transfiguração das pessoas e “aparições” (materialização), são tipicamente
obtidos através da mediunidade de efeitos físicos. Nestes casos, normalmente os
espíritos “captam” o fluído magnético, também chamado de ectoplasma, do médium sem
o seu conhecimento, para causarem estes efeitos. Em muitas destas vezes, os envolvidos
até desconhecem o fato de terem qualquer capacidade mediúnica.
Importante ressaltar que para os espíritos atuarem sobre a matéria para
proporcionar estes fenômenos, necessitam dos fluídos magnéticos animalizados, ou seja,
dos encarnados.
Em outro sentido, existem sessões focadas para trabalhos envolvendo esta
capacidade mediúnica. Nestas reuniões, médiuns definem objetivos específicos, como a
materialização de objetos ou pessoas, ou ainda, o transporte de objetos através do
ambiente; sendo então auxiliados pela espiritualidade.
Embora a mediunidade de efeitos físicos seja extremamente atraente a nossa
curiosidade, é um tipo de mediunidade que é dificilmente encontrada na atualidade, haja
vista que a mesma foi muito utilizada exatamente para este fim em tempos passados. Foi
através destes fenômenos que os estudiosos, pesquisadores e cientistas se interessaram
e iniciaram os estudos sérios que acabaram por culminar na codificação da Doutrina
Espírita.
Devido ao fato de termos hodiernamente muitos recursos tecnológicos que
poderiam “forjar” tais efeitos e dar margem a interpretações equivocadas relacionadas às
comunicações com o mundo espiritual, a mediunidade de efeitos físicos tem se tornado
mais rara e dado cada vez mais espaço à mediunidade de efeitos inteligentes.

BICORPOREIDADE OU PROJEÇÃO
A bicorporeidade, que seria a projeção do próprio espírito do médium em outro
local, materializando-se ou não, muitas vezes é conseguida de forma “anímica”, de acordo
com a capacidade do médium independente da interação com algum ser espiritual. Muitos
médiuns brasileiros tiveram ou ainda têm esta capacidade, mas dos casos mais
conhecidos, podemos citar o do venerando Chico Xavier, que dentre vários relatos, possui
um bem peculiar, acontecido numa visita de atendimento em um Centro Espírita de uma
determinada cidade de Minas Gerais. Nesta ocasião, ocorreu um tumulto na multidão,
onde foi constatada a presença de uma pessoa portando uma arma à vista de todos. Logo
em seguida, aparece uma guarnição policial, alegando ter sido acionada pessoalmente
por Chico Xavier, quando estava em patrulha na rodoviária desta cidade; sendo que Chico
em nenhum momento havia deixado o recinto do Centro.

MEDIUNIDADE DE CURA
Este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas
pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de
qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.
Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel. Porém, quem
examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma
coisa.

A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico.


No caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os
magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se
convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e
alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de
uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas
circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com
razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira
evocação.

MEDIUNIDADE PREMONITÓRIA

O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm
essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla
vista, que lhes permite entrever as conseqüências das coisas atuais e a filiação dos
acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e,
sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns
premonitórios, que constituem uma variedade de inspirações.

VIDÊNCIA FOCALIZADA
Utiliza-se um objeto de vidência, como por exemplo um cristal, as imagens
aparecem nos mesmos, um bom exemplo disso para os pesquisadores de plantão é a
bola de cristal, há inúmeros médiuns que conseguem ver pela bola de cristal e passar
seus conhecimentos aos outros, um bom exemplo para se pesquisar é sobre Edward
Kelly, que teve uma grande influência no sistema de linguagem enoquiana através da bola
de cristal junto a John Dee.

MEDIUNIDADE SENSITIVA

Este tipo de habilidade é comum, e este médium está acostumado a sentir a


sensação de espíritos que podem habitar o ambiente, se desenvolvida é possível
reconhecer a natureza do espírito, se é bom ou mal, etc.
MEDIUNIDADE E DOENÇAS

A doença normalmente não é uma causa, é uma consequência proveniente das


energias negativas que circulam por nossos organismos espiritual e material. O controle
das energias é feito através dos pensamentos e dos sentimentos, portanto, possuímos
energias que nos causam doenças porque somos indisciplinados mentalmente e
emocionalmente. Em Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz explica que “assim como
o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o
organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as
células materiais”.
Permanentemente, recebemos energia vital que vem do cosmo, da alimentação, da
respiração e da irradiação das outras pessoas e para elas imprimimos a energia gerada
por nós mesmos. Assim, somos responsáveis por emitir boas ou más energias às outras
pessoas. A energia que irradiamos aos outros estará impregnada com nossa carga
energética, isto é, carregada das energias de nossos pensamentos e de nossos
sentimentos, sendo necessário que vigiemos o que pensamos e sentimos.

TIPOS DE DOENÇAS

Podemos classificar as doenças em três tipos: físicas, espirituais e atraídas ou


simbióticas. As doenças físicas são distúrbios provocados por algum acidente, excesso de
esforço ou exagero alimentar, entre outros, que fazem um ou mais órgãos não
funcionarem como deveriam, criando uma indisposição orgânica.

As doenças espirituais são aquelas provenientes de nossas vibrações. O acúmulo


de energias nocivas em nosso perispírito gera a auto-intoxicação fluídica. Quando estas
energias descem para o organismo físico, criam um campo energético propício para a
instalação de doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões,
estômago etc., arrastando um corolário de sofrimentos.

As energias nocivas que provocam as doenças espirituais podem ser oriundas de


reencarnações anteriores, que se mantém no perispírito enfermo enquanto não são
drenadas. Em cada reencarnação, já ao nascer ou até mesmo na vida intra-uterina,
podemos trazer os efeitos das energias nocivas presentes em nosso perispírito, que se
agravam à medida que acumulamos mais energia negativa na reencarnação atual.
Enquanto persistirem as energias nocivas no perispírito, a cura não se completará.

Já as doenças atraídas ou simbióticas são aquelas que chegam por meio de uma
sintonia com fluidos negativos. O que uma criatura colérica vibrando sempre maldades e
pestilências pode atrair senão as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose
energética que, pela via fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o
organismo do espírito que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a
sensação de que a doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito
sente. Aí, a pessoa vai ao médico e este nada encontra.

André Luiz afirma que “se a mente encarnada não conseguiu ainda disciplinar e
dominar suas emoções e alimenta paixões (ódio, inveja, idéias de vingança), ela entrará
em sintonia com os irmãos do plano espiritual, que emitirão fluidos maléficos para
impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais e
podendo levá-lo até à doença”.

A cada pensamento, emoção, sensação ou sentimento negativo, o perispírito


imediatamente adquire uma forma mais densa e sua cor fica mais escura, por causa da
absorção de energias nocivas. Durante os momentos de indisciplina, o homem mobiliza e
atrai fluidos primários e grosseiros, os quais se convertem em um resíduo denso e tóxico.

Devido à densidade, estas energias nocivas não conseguem descer de imediato ao


corpo físico e vão se acumulando no perispírito. Com o passar do tempo, as cargas
energéticas nocivas que não forem dissolvidas ou não descerem ao corpo físico formam
manchas e placas que aderem à superfície do perispírito, comprometendo seu
funcionamento e se agravando quando a carga deletéria acumulada é aumentada com
desatinos da existência atual.
Em seus tratados didáticos, a medicina explica que, no organismo do homem,
desde seu nascimento físico, existem micróbios, bacilos, vírus e bactérias capazes de
produzirem várias doenças humanas. Graças à quantidade ínfima de cada tipo de vida
microscópica existente, eles não causam incômodos, doenças ou afecções mórbidas, pois
ficam impedidos de terem uma proliferação além da “cota -mínima” que o corpo humano
pode suportar sem adoecer. No entanto, quando esses germes ultrapassam o limite de
segurança biológica fixado pela sabedoria da natureza, motivados pela presença de
energias nocivas no corpo físico, eles se proliferam e destroem os tecidos de seu próprio
“hospedeiro”.

Partindo das estruturas energéticas do perispírito na direção do corpo, em ondas


sucessivas, essas radiações nocivas criam áreas específicas nas quais podem se instalar
ou se desenvolver as vidas microscópicas encarregadas de produzir os fenômenos
compatíveis com os quadros das necessidades morais para o indivíduo. Elas se
alimentam destas energias nocivas que chegam ao físico, conseguindo se multiplicar mais
rapidamente e, em consequência, causando as doenças.

A recuperação do espírito enfermo só poderá ser conseguida mediante a


eliminação da carga tóxica que está impregnada em seu perispírito. Embora o pecador já
arrependido esteja disposto a uma reação construtiva no sentido de se purificar, ele não
pode se subtrair dos imperativos da Lei de Causa e Efeito. Para cada atitude corresponde
um efeito de idêntica expressão, impondo uma retificação de aprimoramento na mesma
proporção, ou seja, a pessoa tem que dispender um esforço para repor as energias
positivas da mesma maneira que dispende esforços para produzir as energias negativas
que se acumulam em seu perispírito.

AJUDA DA MEDICINA

A doutrina espírita não prega o conformismo, por isso é lícito procurar a medicina
terrena, que pode aliviar muito e curar onde for permitido. Se a misericórdia divina colocou
os medicamentos ao nosso alcance é porque podemos e devemos utilizá-los para
combater as energias nocivas que migraram do perispírito para o corpo físico, mas não
devemos esquecer que os medicamentos alopáticos combatem somente os efeitos da
doença.

Isto quer dizer que, quando as doenças estão presentes no corpo físico, devemos
combatê-la, buscar alívio. Muitas vezes, estas doenças exigem tratamentos prolongados,
outras vezes necessitamos até de cirurgia, mas tudo faz parte da “Lei de Causa e Efeito”,
que tenta despertar para uma reforma moral através deste processo doloroso. Qualquer
medida profilática em relação às doenças tem que se iniciar na conduta mental,
exteriorizando-se na ação moral que reflete o velho conceito latino: mens sana in corpore
sano.

Estados de indisciplina são os maiores responsáveis pela convocação de energias


primárias e daninhas que adoecem o homem pelas reações de seu perispírito contra o
corpo físico. Sentimentos como orgulho, avareza, ciúme, vaidade, inveja, calúnia, ódio,
vingança, luxúria, cólera, maledicência, intolerância, hipocrisia, amargura, tristeza, amor-
próprio ofendido, fanatismo religioso, bem como as conseqüências nefastas das paixões
ilícitas ou dos vícios perniciosos, são também geradores das energias nocivas.
Ou seja, a causa das doenças está na própria leviandade no trato com a vida.
Analisando criteriosamente o comportamento, ver-se-á que os males que atormentam as
pessoas persistirão enquanto não forem destruídas as causas. Portanto, soluções
superficiais são enganosas. É preciso lutar contra todas as aflições, mas jamais de forma
milagrosa. Procuremos sempre pensar e agir dentro dos ensinamentos cristãos, a fim de
alcançarmos a cura integral.

DOENÇAS ESPIRITUAIS

As enfermidades espirituais são, então, didaticamente categorizadas como de


baixa, média ou de alta gravidades. É importante, contudo, considerar que o apoio de
familiares e amigos é imprescindível; o auxílio espírita, associado ao médico/psicológico,
sempre que se fizer necessário, são outros meios capazes de reverter situações
desafiantes. Mas, sobretudo, a fé em Deus e em Jesus, assim como a confiança nos
Espíritos protetores têm efeito inestimável, capaz superar obstáculos aparentemente
intransponíveis.
As enfermidades espirituais de baixa gravidade são mais fáceis de serem
controladas. Costumeiramente surgem em momentos específicos da existência, quando a
pessoa passa por problemas ou provações marcantes: perdas afetivas ou materiais;
doenças físicas; insucesso profissional, separação conjugal, etc. São situações nas quais
as emoções afloram, gerando diferentes tipos de dificuldades: ansiedade, angústia, medo,
dores físicas, como ósseas, musculares, enxaquecas, etc; distúrbios de digestão
(náuseas, cólicas, azia, má absorção alimentar etc.). São comuns alterações do sono, da
atenção e do controle emocional.
Tais Essas condições podem desaparecer espontaneamente, se o indivíduo já
possui valores morais firmes e demonstra comportamentos positivos perante a vida
(esforço de autodomínio e capacidade de superação de conflitos). Contudo, tal quadro
pode permanecer por tempo indeterminado ou agravar, sobretudo se há doença física
e/ou psíquica subjacente. O hábito da prece, o evangelho no lar, o passe representam
valorosos instrumentos de auxílio, estimulando a pessoa a elevar o seu padrão vibratório.
A mudança de padrão vibratório favorece a sintonia com benfeitores espirituais, os quais
prestam assistência imediata, necessária ao reajuste psíquico, emocional e físico. A
pessoa recupera, então, as rédeas sobre si mesma, desligando-se de idéias
perturbadoras, próprias ou de outrem.
As doenças espirituais de média gravidade podem prolongar-se por anos a fio,
mantendo-se dentro de um mesmo padrão ou evoluindo para algo mais sério. Com o
passar do tempo, desenha-se um quadro típico de algum tipo específico de distúrbio, que
pode estar associado a outro, por exemplo: insônia persistente; gastrite e ulceração
gástrica; infecções microbianas repetidas; crises alérgicas costumeiras; dores musculares
penosas, formadoras de nódulos ou pontos de tensão; dificuldades respiratórias seguidas
das desagradáveis “falta de ar”; hipertensão; obesidade ou magreza; crises de enxaqueca
prolongadas, não controláveis ou parcialmente controláveis por medicamentos; humor
claramente afetado, oscilante, determinando crises de irritabilidade e impaciência
incomuns, seguidas de momentos de indiferentismo e submissão emocionais; episódios
depressivos repetidos que podem ser substituídos por euforia exagerada. O enfermo pode
desenvolver comportamentos que evidenciam “manias” e isolamento social: as suas
idéias e os seus desejos ficam como que girando dentro de um círculo vicioso,
favorecendo a criação de ideoplastias e de formas-pensamento, alimentadas pela própria
vontade do indivíduo e por Espíritos desencarnados,sintonizados nesta faixa de vibração.
As enfermidades espirituais classificadas como graves, são encontradas em
pessoas que revelam perdas da consciência. A perda da consciência, lenta ou repentina,
pode estar associada a uma causa fisiológica natural (velhice) ou a patologias, como
lesões cerebrais de etiologias diversas, uso de substancias psicoativas, legais e ilegais.
Neste contexto, o enfermo vive períodos de alheamentos ou de alienações mentais,
alternados com outros de lucidez. São episódios particularmente difíceis, pois a pessoa
passa a viver numa realidade estranha e dolorosa, agravada quando o enfermo associa-
se a outras mentes enfermas, encarnadas ou desencarnadas, estabelecendo processos
de simbioses espirituais.
As orientações espíritas, se aceitas e seguidas, proporcionam imenso conforto,
podendo reduzir ou eliminar o quadro geral das perturbações, sobretudo se associada às
ações médicas e ou psicológicas, e, também, à assistência familiar. Assim, é preciso
desenvolver um persistente trabalho de renovação mental e comportamental da pessoa
necessitada de auxílio. A prece, o passe, a água fluidificada (magnetizada), a reunião do
Evangelho no lar, a assistência espiritual (atendimento e diálogo fraterno, frequência às
reuniões de explanação do Evangelho e de irradiações espirituais), o estudo espírita,
entre outros, representam instrumentos de auxílio e de renovação psíquica,
disponibilizados pelas Casas Espíritas, em geral.
Mesmo se o doente estiver sob atendimento médico especializado, no campo da
psiquiatria, a fluidoterapia espírita suavizará a manifestação da doença, tornando mais
efetivo o tratamento médico. A assistência espiritual, oferecida pela Casa Espírita, age
como bálsamo, minorando o sofrimento dos encarnados – doente, familiares e amigos – e
dos desencarnados envolvidos na problemática. O atendimento ao Espírito perturbador
ocorrerá nas reuniões de desobsessão, sem a presença do enfermo encarnado.
As enfermidades espirituais representam uma realidade impossível de ser
ignorada, especialmente nos tempos atuais, que sabemos da existência de um alerta
superior que nos aponta para a urgente necessidade de avaliarmos a nossa própria
conduta moral, desenvolvendo ações e atitudes compatíveis com a Lei de Amor, Justiça e
Caridade. As enfermidades espirituais deixarão de existir, esclarecem os benfeitores
espirituais, quando nos renovarmos para o bem. Nesse sentido, são oportunas as
elucidações do Espírito André Luiz:
A […]enfermidade, como desarmonia espiritual […] sobrevive no perispírito. As
moléstias conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano, por
muito tempo persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A dor
é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as
peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos de que se vale a nossa
inteligência para desenvolver-se na jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus,
é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a
indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja
execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.

DOENÇAS ESPIRITUAIS DIAGNOSTICADAS COMO PSICÓTICAS

– Esquizofrenia

Dessa maneira, com as contribuições da ciência espírita, pode-se entender a


esquizofrenia como sendo uma síndrome que tem no seu fundamento um transtorno
espiritual. Este gera no corpo os meios fisiológicos necessários à sua exteriorização,
sendo influenciado por diversos fatores psicossociais. Além disso, é preciso levar em
conta a influência negativa, através da obsessão, gerada pela(s) antiga(s) vítima(s) do
atual doente, o que contribui para o agravamento do quadro e surgimento de outras
disfunções características do transtorno. Por isso mesmo, é preciso vê-la como sendo um
processo misto de natureza espiritual, fisiológica, obsessiva, e com fortes influências
psicossociais.
Mister se faz anotar, ainda, que todas essas etiologias atualmente explicadas pela
Ciência são, na verdade, “causas–consequências” e não as origens reais, uma vez que
estas se encontram no ser causal e não na sua cópia material. Afora isso, a complexidade
sintomatológica e causal está, certa e diretamente, ligada às intricadas e complexas
tramas do Espírito e do destino. Outrossim, aquilo que muitos têm na cota de alucinações
e de delírios são, em reiteradas oportunidades, contatos mediúnicos; não se ignorando,
entretanto, que podem ser, também, reflexos da consciência turbilhonada que traz, de
quando em vez, sensações do passado; ou, ainda, originadas pela desorganização do
soma.
Portanto, por se tratar de uma síndrome com grandes componentes fisiológicos, o
tratamento farmacológico com os antipsicóticos, proposto pela Psiquiatria, se faz urgente,
tanto para reprimir os sintomas, quanto para tratar aquilo que preferimos chamar de
“causas–consequências”. No entanto, visando ir além, não se deve furtar aos benefícios
das diversas abordagens psicoterápicas vigentes.A esquizofrenia ocupa a maior parte das
manifestações psicóticas. Devido a grande variedade dos sintomas foi classificada em
quatro tipos:

A – Esquizofrenia simples: em que o paciente vive mais o seu mundo interno, com
dificuldade de adaptação social.
B – Esquizofrenia hebefrênica: própria da adolescência em que predominam os
maneirismos risos sem motivos e isolamento.
C – Esquizofrenia catatônica: pelas variedades de atitudes estereotipadas, levando a
imobilidade por horas e no final podendo levar a imobilidade total.
D – Esquizofrenia paranóica: trazendo delírios e mania de perseguição. Tratamentos
difíceis pela insistência e fixação dos sintomas. Pelo bloqueio afetivo são perigosos.

Segundo Dr. Jorge Andrea, em Visão Espírita nas Distônias Mentais: "As psicoses
são autenticas doenças da alma ou do Espírito em severas respostas cármicas, quase
sempre demarcando toda a jornada carnal... Os sintomas, por não terem o devido
esgotamento no campo do exaustor físico (personalidade) perduram e refletem-se em
outra reencarnação."
O Dr. Bezerra de Menezes declara: "O esquizofrênico não tem destruído a
afetividade, nem os sentimentos; tem dificuldade em expressá-los, em razão dos
profundos conflitos consciênciais, que são resíduos das culpas passadas. E porque o
Espírito se sente devedor, não se esforça pela recuperação, ou teme-a a fim de enfrentar
os desafetos, o que lhe parece a pior maneira de sofrer do que aquele em que se
encontra."
Nada obstante, não se deve esperar resultados exageradamente rápidos em se
tratando de tão grave enfermidade, que tem raízes fincadas em vidas passadas, vez que
outra, multimilenares. Além do mais, seres imortais que todos são, os homens não devem
vislumbrar apenas o momento fugidio, mas, sobretudo, o relógio do futuro.
Sendo assim, como ser imortal que vive no presente cuidando do porvir, o
indivíduo, Espírito que é, deve procurar o trabalho da profilaxia. Neste contexto, como se
pode deduzir, o Evangelho de Jesus é ainda, e sempre será, a melhor alternativa. A sua
mensagem de vida abundante deve hoje, e deverá amanhã, penetrar a vida de todos em
busca da saúde integral. O amor, terapêutico e profilático, é, e sempre será, o divino
remédio. Neste sentido, pois, mister se faz lembrar destas palavras do Mestre, as quais
são, ao mesmo tempo, claras e simbólicas: “Reconciliai-vos o mais depressa possível
com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos
entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais metidos em
prisão”. E esta prisão, muitas vezes, vem em forma de uma estrutura nervosa
desajustada, qual a que ocorre em um paciente esquizofrênico.
– Epilepsia
A epilepsia é uma das enfermidades mais antigas da humanidade. Na antiga
Babilônia, eram feitas restrições ao casamento de pessoas epilépticas, com o argumento
de que eram possuídas pelo demônio. Já na Idade Média, a epilepsia era considerada
uma doença mental e contagiosa, visão que persiste nos tempos atuais nas pessoas
desinformadas.
Na Bíblia, encontramos a passagem do “menino epiléptico”, narrada por Mateus
(17: 14 a 19), na qual Jesus, “tendo ameaçado o demônio, fez com que ele saísse da
criança, que foi curada no mesmo instante”. No livro A Gênese, Allan Kardec explica que a
“imensa superioridade do Cristo lhe dava tal autoridade sobre os espíritos imperfeitos,
chamados então de demônios, que lhe bastava ordenar que se retirassem para que não
pudessem resistir a essa injunção”.
Para nós, espíritas em aprendizado, fazer uma desobsessão é mais complexo.
Precisamos ter uma ajuda espiritual e muito carinho com nossos semelhantes, pois o
verdugo de hoje foi vítima ontem. Para sabermos se o problema é um processo obsessivo
ou carma, devemos analisar os tipos de reencarnação: expiação, provação e missão. A
expiação é o resgate, por meio da dor, de erros cometidos em outras existências. Pela
provação, temos provas voluntariamente solicitadas pelo espírito, as quais, se bem
suportadas, resultarão em seu progresso espiritual. A missão é a realização de qualquer
tarefa, de pequena ou grande relevância. A Terra pertence à categoria dos mundos de
expiação e provas.
A medicina descreve uma crise epiléptica como uma desordem cerebral, causada
por descarga elétrica anormal, excessiva e transitória das células nervosas, decorrente de
correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da membrana celular.
Existem diversos tipos de crises, como parciais, parciais e completas, generalizadas e
tônico-clônicas.
Causas da epilepsia
As causas da epilepsia podem ser desde uma lesão na cabeça como um parto à
fórceps. O uso abusivo de álcool e drogas, além de outras doenças neurológicas, também
podem gerar a doença. Na maioria dos casos, entretanto, desconhece-se as causas que
lhe dão origem. Muitas vezes, o paciente tem as convulsões e os exames realizados dão
resultados normais. Divaldo Pereira Franco, no livro Grilhões Partidos, afirma que “mesmo
nesses casos, temos que levar em conta os fatores cármicos incidentes para imporem ao
devedor o precioso reajuste com as leis divinas, utilizando-se do recurso da enfermidade-
resgate, expiação purgadora de elevado benefício para todos nós”.
Vale ressaltar que a medicina terrestre evoluiu, não só porque conta com a cirurgia,
que é usada quando o resultado da medicação não foi satisfatório e o médico avalia as
possibilidades de sucesso cirúrgico, mas por que os médicos têm se preocupado em
adaptar o paciente à vida social e familiar, além da reabilitação aos estudos. Muitas
vezes, envolvem vários profissionais de diversas áreas, como psicólogos, terapeutas etc.,
elucidando o paciente e sua família sobre a importância do uso dos remédios e o apoio
dos pais nesta caminhada. Estes, inclusive, com receio das crises epilépticas, acabam
dando uma superproteção ao filho, temendo que ele se machuque. Essa proteção é
normal, mas deixa o epiléptico dependente dos genitores, tornando-o uma criança isolada
e fechada.
Algumas pessoas, sem o devido estudo, alegam que a epilepsia é uma
mediunidade que deve se desenvolver. Porém, conforme afirma Divaldo Pereira Franco
em Grilhões Partidos, vale ressaltar que “não desconhecemos que toda enfermidade
procede do espírito endividado, sendo a terapêutica espiritista de relevante valia. Porém,
convém considerar que, antes de qualquer esforço externo, há que se predispor o
paciente à renovação íntima intransferível, ao esclarecimento, à educação espiritual, a fim
de que se conscientize das responsabilidades que lhe dizem respeito, dando início ao
tratamento que melhor lhe convém, partindo de dentro para fora. Posteriormente e só
então, far-se-á lícito que participe dos labores significativos do ministério mediúnico, na
qualidade de observador, cooperador e instrumento, se for o caso”.
Existem processos perniciosos de obsessão que fazem lembrar um ataque
epiléptico devido à igualdade da manifestação. Também com uma gravidade séria, ainda
conforme as palavras de Divaldo, “ocorrência mais comum se dá quando o epiléptico
sofre a carga obsessiva simultaneamente, graças aos gravames do passado, em que sua
antiga vítima se investe da posição de cobrador, complicando-lhe a enfermidade, então
com caráter misto”.
Independentemente do fato do epiléptico estar sob um processo obsessivo ou não,
é importante a freqüência ao centro espírita para a reforma íntima e para receber
aplicação de passes, que é uma transfusão de energias físio-psíquicas. Porém, mesmo
com o tratamento espiritual, o epiléptico deve manter controle com a medicina terrestre,
com a aplicação de anticonvulsivos, pois cada caso é um caso.
Reforma íntima
Pode-se fazer um tratamento de desobsessão e o inimigo do passado ser
doutrinado, mas a dívida persistirá enquanto não for regularizada, como explica Divaldo
no livro. “Considerando-se que o devedor se dispõe à renovação, com real propósito de
reajustamento íntimo, modificando as paisagens mentais a esforço de leitura salutar,
oração e reflexão com trabalho edificante em favor do próximo e de si mesmo, mudam-se-
lhe os quadros provacionais e providências relevantes são tomadas pelos mensageiros
encarregados de sua reencarnação, alterando-lhe a ficha cármica. Como vê, o homem é o
que lhe compraz, o que cultiva”, descreve.
Gostaria de terminar dizendo para as pessoas que têm epilepsia e seus familiares
que jamais desanimem, em momento algum, sobretudo nos momentos mais difíceis, onde
a doença parece incontrolável. Os pais são o alicerce para o filho epiléptico e este só
poderá obter a cura total ou parcial com o apoio dos familiares e muita fé em Deus.
– AUTISMO
O autismo– ou o Transtornos do Espectro Autista (TEA) – é um transtorno de
desenvolvimento do cérebro que costuma aparecer nos três primeiros anos de vida e
compromete as habilidades de comunicação e interação social da criança, bem como
gera a tendência a movimentos repetitivos.
Para entender a visão do Espiritismo sobre o TEA é preciso primeiro entender a
finalidade da reencarnação. Na pergunta 132 de “O Livro dos Espíritos” encontramos a
seguinte pergunta: “Qual a finalidade da reencarnação?”. Allan Kardec explica que a
reencarnação é imposta por Deus para que os espíritos possam evoluir até alcançar a
perfeição. Para alguns, a reencarnação é vista como uma missão, para outros, uma
expiação. Para alcançar a evolução plena, muitos sofrem muito os carmas da existência
corpórea. Há ainda uma outra finalidade da reencarnação: a de colocar o Espírito em
condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. É para fazer a sua parte que o
Espírito toma um corpo cumprir as ordens de Deus.
A ALIENAÇÃO MENTAL DO AUTISMO
No Livro “Autismo: uma leitura espiritual” de Hermínio C. Miranda ele explica que
reencarnação acontece de maneira compulsória, o espírito reencarna mesmo que não
deseje retornar à terra, com a sua vontade. “Digamos que a entidade espiritual, movida
por motivações que só ela pode explicar, decida com firme determinação não mais
reencarnar-se, mas, de repente, se veja ante a contingência incontornável de fazê-lo.”
Aquele espírito pode não desejar reencarnar nunca mais ou pelo menos não naquele
momento, mas ele não tem escolha, por isso sente-se forçado e aprisionado pela sua
gestão.
E o que ele faz? Desinteressa-se pela vida e pelo mundo ao qual foi forçado a
estar. O espírito não deseja a interação com a matéria, com os outros seres por alguma
razão oculta, não vem programada para se interessar pelo mundo. Os nossos estímulos,
atrativos, dores ou cansaços são desinteressantes, limitados para esses espíritos. Por
isso, para estes espíritos – que o espiritismo associa aos autistas – quanto mais
rudimentar e precária a comunicação entre ele e o mundo ao seu redor, menor será o seu
envolvimento com este mundo. A Dra Helen Wambach, PhD em Psicologia, reforça essa
versão em seu livro “Life Before Life”, onde explica que o autismo pode ser uma atitude de
rejeição à encarnação.

A FUNÇÃO DOS PAIS DE CRIANÇAS AUTISTAS


Para a visão espírita, a função dos pais de crianças autistas é criar uma ponte que
desperte o interesse de seus filhos autistas para este mundo. Esta ponte deve ser criada
com base no amor, na paciência, nos estímulos, sem nunca desistir diante dos fracassos
que devem aparecer. A criança precisa se sentir bem-vinda, amada, querida naquele seio
familiar, a família deve-se mostrar disposta a ajudar a criança a ter sucesso e alcançar a
sua evolução.
UMA HISTÓRIA DE CHICO XAVIER E UMA CRIANÇA AUTISTA
Esta história foi narrada pelo médium Carlos Baccelli e relatada em seu livro
“Chico Xavier, à sombra do abacateiro”.
Certo dia, um casal aproximou-se de Chico Xavier, com uma criança de
aproximadamente um ano e meio nos braços. Junto deles, estava um distinto médico
espírita da cidade de Uberaba, em Minas Gerais. A mãe, assustada, permaneceu a certa
distante, completamente muda e aflita. O médico então explicou a Chico que a criança
sofria de sucessivas convulsões, e por isso ficava permanentemente sob o controle de
medicamentos, dormia a maior parte do tempo e por isso não havia ainda aprender a falar
ou andar. Após conversar um pouco sobre a condição da criança, o médico diz a Chico
que acredita ser um caso de autismo.
Chico Xavier concordou, mas recomendou que o medicamento anti-convulsivo
fosse reduzido, mesmo que a princípio a criança tivesse ataques convulsivos. Ele explicou
todas as contraindicações daquele medicamento no corpo de uma criança tão pequena e
recomendou que os pais o levassem para tomar passes e que orassem muito. Chico
disse ao casal que era preciso que eles conversassem muito com a criança, que
chamassem o espírito ao seu corpo. Caso não falassem com ele e o deixassem sozinhos
a dormir o dia todo, ele não permaneceria na carne, recusando a reencarnação. Segundo
Chico, o espírito ali presente sacudia o corpo da criança em convulsões na tentativa de
libertar-se, de desencarnar-se. Para Chico, os pais deveriam convencer o espírito a ficar,
tentar dizer-lhe que a Terra não é tão cruel quanto lhe parece, que todos nós juntos
precisamos lutar pela melhoria da humanidade. O casal saiu da consulta visivelmente
comovido e mais confortado.
Quem são as Crianças Índigo e Cristal e porque estão sendo diagnosticadas como
se tivessem disfunções, patologias ou autismo?
Quanto mais o tempo passa, ouvimos falar mais e mais a respeito de crianças
Índigo e Cristal onde alguns médicos e terapeutas, já consultados, chamaram de crianças
com sintomas disfuncionais e/ou patológicos, algo que não faz sentido nesses
diagnósticos, pois não é o que observam no comportamento diário e regular dessas
crianças.

Tais diagnósticos equivocados tem se multiplicado já há alguns anos devido ao


desconhecimento de grande parte dos profissionais de saúde e da área de educação, a
respeito desses grupos evolutivos denominados Índigos e Cristais, entre outros grupos
que já estão nascendo, aqui na Terra. Trata-se de um momento histórico de extrema
importância e de rara beleza que precisa, urgentemente, ser encarado com seriedade e
atenção ao invés de ser desprezado e ignorado como se fizesse parte apenas, do
contexto e da imaginação de místicos e/ou religiosos.
Vivemos um período de transição do movimento evolutivo da espécie humana e do
planeta Terra, marcado por inúmeras transformações perceptíveis tanto no esgotamento
de um modelo econômico e de gestão dos recursos naturais quanto de um estilo de vida,
haja visto o caos predominante em nossa sociedade humana, onde as polarizações
extremas são perceptíveis nos diferentes tipos de guerras, guerrilhas e terrorismo
instalados seja no ocidente ou no oriente. Esse período de transição é percebido também
através das novas características do ser humano, refletidas em seu comportamento, cada
vez mais surpreendente quanto nas frequências vibratórias da Terra e alterações no seu
campo eletromagnético perceptíveis por exemplo nas drásticas transformações climáticas.
Nesse contexto, temos constatado e observado a chegada de milhares de crianças muito
diferentes com características físicas, psicológicas, sociais e espirituais. Realmente
diferenciadas e até surpreendentes. São seres humanos com um DNA mais ativado e
com talentos e dons incríveis que se manifestam desde sua presença no ventre materno.

A geração Índigo e Cristal ou Geração “Y” e “Z” como gostam de dizer no mundo
corporativo veio como parte do Plano Divino para a evolução de nosso planeta e da
humanidade em sua passagem por ele. Pois como bem disse o genial e visionário
Einstein “Deus não joga dados, existe um Plano”. Essas gerações que chegam em
número massivo desde a década de setenta veio para provocar grandes e profundas
transformações!

Os Índigos vieram primeiro para preparar o ambiente e ancorar vibrações mais


sutis e romper alguns paradigmas, derrubar alguns muros e barreiras e por isso são
chamados de “Rompedores de Sistemas”. Depois, começaram a chegar em maior
número os Cristais com vibrações ainda mais sutis, mente quântica e capacidade de
transformar e harmonizar pessoas e ambientes com sua simples presença e por isso são
chamados de “Pacificadores”.
Os Índigos tem sofrido com insistentes diagnósticos de Déficit de Atenção e
Hiperatividade patologias inventadas por um psiquiatra já falecido que antes de morrer
deixou um artigo fazendo Mea Culpa e declarando que inventou tais diagnósticos a
serviço de um laboratório para poderem ter demanda para o metilfenidato cujo nome
comercial mais conhecido é Ritalina, sendo que logo depois surgiu o Concerta e depois
outros nomes comerciais para a mesma substância da família das anfetaminas. Portanto,
com efeitos colaterais fortíssimos, risco de morte súbita cujo risco aumenta muito nos
mais jovens e crianças. Medicamento causador de alta dependência química e
psicológica que abre caminho nas crianças e adolescentes para outras drogas. Tudo isso
está dito e comprovado por estudos, pesquisas e pela observação de inúmeros
estudiosos, pesquisadores e terapeutas tanto no Brasil como em diversos países da
Europa e América do Norte. De qualquer modo os Índigos por trazerem alta energia e
vibrações sutis, especialmente se eles forem do tipo Humanista, se mostrarão hiperativos
já que sentem necessidade de fazer pontes entre as pessoas, conversar, se relacionar e
ajudar a todos e podem então ser percebidos como seres que perturbam a “ordem”
especialmente na escola e nos ambientes sociais. Além disso, os Índigos costumam não
ter paciência com filas, com exigência de reprodução de comportamentos e padrões sem
sentido (o que frequentemente ocorre nas escolas) e com atividades com as quais não se
identificam ou amam fazer e por isso podem ser diagnosticados com o tal Déficit de
Atenção. Uma maneira rápida e fácil de desfazer esse equívoco, é averiguar se a criança
ou jovem consegue ficar mais de 15 minutos dedicado e concentrado quando está
fazendo algo que ame fazer e com o que se identifica.

Os Cristais tem sofrido com diagnóstico equivocado ou apenas a sugestão de que


a criança possa situar-se no chamado “espectro autista”. Isso basta para deixar os pais
desolados e devastados pois existe uma visão já estabelecida de que ser autista é algo
terrível, grave e motivo de marginalização e dor. Em nosso entendimento, e também
segundo outros estudiosos do tema Novas Gerações Índigo e Cristal, as características
dos seres de vibração Cristal podem ser facilmente confundidas e mal entendidas,
somente por desconhecimento e precipitação em diagnosticar, por parte dos profissionais
que os avaliam. Crianças Cristal podem demorar para começar a falar embora se
comuniquem perfeitamente com seus pais e familiares através da mente e de uma
linguagem intuitiva pois são altamente telepatas e vieram nos ensinar e ativar em nós
adultos, a linguagem mais evoluída que é a telepatia ou comunicação através da mente.
Tal característica pode ser confundida com a incapacidade para se comunicar e se
relacionar socialmente dos chamados autistas. Outra característica dos seres Cristal é a
capacidade natural para se comunicar e transitar em outras dimensões o que faz com que
às vezes, fiquem absortos e “distantes” prestando atenção em algo de outra dimensão ou
mesmo numa aparição de seres extra físicos que eles visualizam e com quem se
comunicam. Muitas vezes, os Seres Cristal por trazerem em si alta energia de alta
qualidade e sensibilidade fazem movimentos repetitivos para expressar suas vibrações de
felicidade, alegria, satisfação ou insatisfação e até fazem movimentos inclusive giratórios
para equilibrar ou reequilibrar e calibrar a própria energia o que também pode confundir
médicos e terapeutas ou educadores.

Depressão

A depressão é um transtorno do humor grave e frequente. É uma doença que


necessita ser identificada, diagnosticada e tratada; não é um problema de caráter, falta de
vontade ou indolência. É uma doença com sintomas físicos e psíquicos bastante claros e
intensos que ocorrem sem que haja um motivo visível.
A tristeza é um sentimento humano normal decorrente de uma frustração, perda ou
fracasso, que não compromete a capacidade de raciocinar e desempenhar as atividades
diárias normais, como ocorre na depressão.

Podemos dizer que a depressão é uma “tristeza patológica”.

E é aí que entram os “intrusos”. Pode ser um espírito que andava à procura de um


corpo desenergizado para se instalar – por não querer ou não conseguir subir - , ou ainda
um personagem de uma vida passada da própria pessoa, que à conta desta querer ser
perfeita, querer ser aceite, chamou essa força – que ela foi numa outra vida – para a
ajudar. E o personagem fica ativo na sua energia.

Tanto no caso do espírito (encosto), como no do personagem de vidas passadas,


na grande maioria dos casos é geralmente necessária intervenção espiritual.

A pessoa destrói a sua energia original ao viver uma vida “mental”. Abre espaço
para entrarem os intrusos. O encosto ou o personagem de Vidas Passadas, como têm
uma energia muito baixa, derrubam as defesas, instalam-se, e a pessoa não consegue
mais se levantar.

Com tratamentos de Limpeza Espiritual e encaminhamento do ou dos Encostos


ajuda a devolver a energia original, e uma leveza incrível. A pessoa fica apenas com a sua
própria energia, o que faz com que o seu corpo vibre numa frequência única, trazendo um
bem estar incomparável. É o tipo de leveza que devíamos experimentar pelo menos uma
vez na vida. ;o)

– Alcolismo
O alcoolismo é, na verdade, uma doença provocada por múltiplos fatores e
condições sociais e que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é incurável,
progressiva e quase sempre fatal.
O alcoolismo é um problema de dimensões trágicas ainda subdimensionadas e seu
maior dano é a destruição de famílias inteiras.
Metade de todas as crianças atendidas nos serviços psiquiátricos vem de famílias
de alcoólatras e boa parte dos abusos cometidos contra crianças tem raiz no alcoolismo.

Sem qualquer sombra de dúvida, o alcoolismo é uma doença. É o resultado de um


cérebro que perdeu a capacidade de decidir quando começar a beber e quando parar.

Não é possível detectar numa criança ou num pré-adolescente traço algum que
permita antever que eles se tornarão alcoólatras. “Alcoolismo cria distúrbios da
personalidade, mas distúrbios da personalidade não levam necessariamente ao
alcoolismo.”

A principal diferença entre alcoolismo e outras dependências diz respeito ao tipo de


droga. Opiáceos são tranqüilizantes, mas o álcool é um mau tranqüilizante, tende a fazer
as pessoas infelizes ficarem mais infelizes e piora a depressão. A pequena euforia que o
álcool proporciona é sintoma do início da depressão do sistema nervoso central.

Há pouco a fazer para ajudar um alcoólatra, mas uma coisa é essencial: não se
deve tentar proteger alguém de seu alcoolismo. Se uma mulher encontra seu marido
caído no chão, desmaiado sobre seu próprio vômito, não deve dar banho e levá-lo para a
cama. O único caminho para sair do alcoolismo é descobrir que o álcool é seu inimigo.

O alcoolismo na visão espírita - A exemplo de André Luiz (Espírito), que nos mostra
em seu livro Sexo e Destino, capítulo VI, págs. 51 a 55, como os Espíritos conseguem
levar um indivíduo a beber e, ao mesmo tempo, usufruir das emanações alcoólicas, José
Herculano Pires também associa alcoolismo e obsessão.

No capítulo de abertura do livro Diálogo dos Vivos, obra publicada dez anos após o
referido livro de André Luiz, Herculano assevera, depois de transcrever a visão do Espírito
de Cornélio Pires sobre o uso do álcool:
“A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante
de vampirismo no plano espiritual. A medicina atual ainda reluta – e infelizmente nos seus
setores mais ligados ao assunto, que são os da psicoterapia – em aceitar a tese espírita
da obsessão. Mas as pesquisas parapsicológicas já revelaram, nos maiores centros
culturais do mundo, a realidade da obsessão. De Rhine, Wickland, Pratt, nos Estados
Unidos, a Soal, Carrington, Price, na Inglaterra, até a outros parapsicólogos materialistas,
a descoberta do vampirismo se processou em cadeia. Todos os parapsicólogos
verdadeiros, de renome científico e não marcados pela obsessão do sectarismo religioso,
proclamam hoje a realidade das influências mentais entre as criaturas humanas, e entre
estas e as mentes desencarnadas”.
A dependência do álcool prossegue além-túmulo e, como o Espírito não pode obtê-
lo no local em que agora reside, no chamado plano extrafísico, ele só consegue satisfazer
a sua compulsão pela bebida associando-se a um encarnado que beba.
Um caso de enxertia fluídica - Eis como André Luiz relata, em sua obra citada, o
caso Cláudio Nogueira:
Estando Cláudio sentado na sala de seu apartamento, aconteceu de repente o
imprevisto. Os desencarnados vistos à entrada do apartamento penetraram a sala e,
agindo sem-cerimônia, abordaram o chefe da casa. "Beber, meu caro, quero beber!",
gritou um deles, tateando-lhe um dos ombros. Cláudio mantinha-se atento à leitura de um
jornal e nada ouviu. Contudo, se não possuía tímpanos físicos para registrar a petição,
trazia na cabeça a caixa acústica da mente sintonizada com o apelante. O Espírito
repetiu, pois, a solicitação, algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio
desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Viu-se o paciente desviar-se
do jornal e deixar-se envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que
buscava a bebida exclusivamente por si.
Abrigando a sugestão, o pensamento de Cláudio transmudou-se, rápido. "Beber,
beber!..." e a sede de aguardente se lhe articulou na idéia, ganhando forma. A mucosa
pituitária se lhe aguçou, como que mais fortemente impregnada do cheiro acre que
vagueava no ar. O Espírito malicioso coçou-lhe brandamente os gorgomilos, e indefinível
secura constringiu-lhe a laringe. O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e
colou-se a ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e
depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico sucesso de
enxertia fluídica.
Produziu-se ali – refere André Luiz - algo semelhante ao encaixe perfeito. Cláudio-
homem absorvia o desencarnado, à guisa de sapato que se ajusta ao pé. Fundiram-se os
dois, como se morassem num só corpo. Altura idêntica. Volume igual. Movimentos
sincrônicos. Identificação positiva. Levantaram-se a um tempo e giraram integralmente
incorporados um ao outro, na área estreita, arrebatando o frasco de uísque. Não se podia
dizer a quem atribuir o impulso inicial de semelhante gesto, se a Cláudio que admitia a
instigação, ou se ao obsessor que a propunha. A talagada rolou através da garganta, que
se exprimia por dualidade singular: ambos os dipsômanos estalaram a língua de prazer,
em ação simultânea.
Desmanchou-se então a parelha e Cláudio se dispunha a sentar, quando o outro
Espírito investiu sobre ele e protestou: "eu também, eu também quero!", reavivando-se no
encarnado a sugestão que esmorecia. Absolutamente passivo diante da sugestão,
Cláudio reconstituiu, mecanicamente, a impressão de insaciedade. Bastou isso e o
vampiro, sorridente, apossou-se dele, repetindo-se o fenômeno visto anteriormente.
André aproximou-se então de Cláudio, para avaliar até que ponto ele sofria
mentalmente aquele processo de fusão. Mas ele continuava livre, no íntimo, e não
experimentava qualquer espécie de tortura, a fim de render-se. Hospedava o outro
simplesmente, aceitava-lhe a direção, entregava-se por deliberação própria.
Nenhuma simbiose em que fosse a vítima. A associação era implícita, a mistura era
natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e resposta. Eram cordas
afinadas no mesmo tom. Após novo trago, o dono da casa estirou-se no divã e retomou a
leitura, enquanto os Espíritos voltaram ao corredor de acesso, chasqueando,
sarcásticos...
Tratamento do alcoolismo
Embora o alcoolismo tenha sido definido pela Organização Mundial de Saúde como
uma doença incurável, progressiva e quase sempre fatal, o dependente do álcool pode
ser tratado e obter expressiva vitória nessa luta, que jamais será fácil e ligeira.
Sintetizando aqui os passos recomendados pelos especialistas na matéria e as
recomendações específicas do Espiritismo a respeito da obsessão, nove são os pontos
do tratamento daquele que deseja, no âmbito espírita, livrar-se dessa dependência:
•Conscientização de que é portador de uma doença e vontade firme de tratar-se.
•Mudança de hábitos para assim evitar os ambientes e os amigos que com ele bebiam
anteriormente.
•Abstinência de qualquer bebida alcoólica, convicto de que não bebendo o primeiro
gole não haverá o segundo nem os demais.
•Buscar apoio indefinidamente num grupo de natureza idêntica à dos Alcoólicos
Anônimos, que proporcionam, segundo o dr. George Vaillant, o melhor tratamento que
se conhece.
•Cultivar a oração e a vigilância contínua, como elementos de apoio à decisão de
manter a abstinência.
•Utilizar os recursos oferecidos pela fluidoterapia, a exemplo dos passes magnéticos,
da água fluidificada e das radiações.
•Leitura de páginas espíritas, mensagens ou livros de conteúdo elevado, que
possibilitem a assimilação de idéias superiores e a renovação dos pensamentos.
•A ação no bem, adotando a laborterapia como recurso precioso à saúde da alma.
•Realizar pelo menos uma vez na semana, na intimidade do lar, o estudo do
Evangelho, prática que é conhecida no Espiritismo pelo nome de culto cristão no lar. A
família que lê o Evangelho e ora em conjunto beneficia a si e a todos os que a
rodeiam.
Obsessões Espirituais
A obsessão é comum na nossa Humanidade, condição existente devido a
imperfeição espiritual que caracteriza a maioria dos habitantes do mundo em que
vivemos. É conceituada pelo Espiritismo como “[…] o domínio que alguns Espíritos
exercem sobre certas pessoas. É praticada unicamente pelos Espíritos inferiores, que
procuram dominar, pois os Espíritos bons não impõem nenhum constrangimento. […].”
A propósito, Allan Kardec afirma, em A Gênese:
Os Espíritos maus pululam em torno da Terra, em consequência da inferioridade
moral de seus habitantes. A ação maléfica desses Espíritos faz parte dos flagelos que a
Humanidade se debate neste mundo. A obsessão, que é um efeito dessa ação, como as
doenças e todas as atribulações da vida, deve, pois, ser considerada como provação ou
expiação e aceita como tal.
Ainda que no momento estejamos passando por um período de transição
planetária, no qual já se percebe fortes sinais indicativos de mudanças evolutivas na
humanidade terráquea, cujo planeta caminha para o estado de regeneração, a Terra ainda
é categorizada como mundo de expiação e provas, visto que o mal predomina.
Neste sentido, a obsessão está caracterizada como epidemia antiga, ocorrendo
desde os tempos imemoriais, que alcança milhares e milhares de pessoas em todas as
partes da Terra. É uma enfermidade que, para ser erradicada, necessita da melhoria
humana, especialmente a de cunho moral. O ser humano moralizado ou que se empenha
em se transformar em pessoa de bem, neutraliza naturalmente as investidas dos Espíritos
maus.
Simples influências espirituais podem conduzir a processos obsessivos graves,
transformando-se em enfermidades de longo curso, e, conforme a intensidade em que se
manifestam, podem ser de difícil resolução dentro dos espaço-tempo de uma
reencarnação. Conforme o caso, pode extrapolar mais de uma reencarnação.
No painel das obsessões, à medida que se agrava o quadro da interferência, a vontade
do hospedeiro perde os contatos de comando pessoal, na razão direta em que o invasor
assume a governança. A […] subjugação pode ser física, psíquica e simultaneamente
fisiopsíquica.

A primeira, não implica na perda da lucidez intelectual, porquanto a ação dá-se


diretamente sobre os centros motores, obrigando o indivíduo, não obstante se negue à
obediência, a ceder à violência que o oprime. […] No segundo caso, o paciente vai
[sendo] dominado mentalmente, tombando em estado de passividade, não raro sob
tortura emocional, chegando a perder por completo a lucidez […]. Por fim, assenhoreia-
se, simultaneamente, dos centros do comando motor e domina fisicamente a vítima, que
lhe fica inerte, subjugada, cometendo atrocidades sem nome.
Por outro lado, é importante considerar que, além das obsessões provocadas por
obsessores, propriamente ditos, existem as manifestações da auto obsessão. Silas, o
orientador espiritual, em colóquio com o Espírito André Luiz pontua: “Todos os crimes e
todas as falhas da criatura humana se revelariam algum dia, em algum
lugar.”4 Acrescentando, à guisa de explicação: “[…] A criação de Deus é gloriosa luz.
Qualquer sombra de nossa consciência jaz impressa em nossa vida até que a mácula
seja lavada por nós mesmos, com o suor do trabalho ou com o pranto da expiação.”
Os relatos de obsessões severas (vulgarmente denominadas de ”loucuras”),
representam casos do domínio intenso e permanente de um ou mais Espíritos, os quais
se empenham em conduzir o indivíduo a um estado ruptura mental. Os remorsos
provocados por atos cometidos no passado, em outras reencarnações, podem até estar
amortizados pelo esquecimento, mas jamais serão deletados da memória integral do
Espírito. Nestas condições, é suficiente, às vezes, que um acontecimento comum ─ perda
afetiva ou material, por exemplo ─ libere lembranças dolorosas que podem conduzir a
pessoa a um estado de desestruturação mental, considerado repentino por que, entre
outros fatores, não está subordinado a doenças pré-existentes, enfermidades infecciosas
ou traumatismos crânio-encefálicos.
Cientes desses fatos, Bezerra de Menezes aconselha sermos mais cuidadosos na
forma de como conduzimos a nossa existência, procurando agir sempre no bem, por
maiores sejam os desafios:
O fato, pois, da influência dos Espíritos sobre os viventes, é o mesmo da que estes
exercem, uns sobre os outros.
Tal influência apresenta diversos graus: vai de simples insinuação à dominação
completa da vontade.
O uso que fazemos do nosso livre arbítrio, na repulsão daquela causa
perturbadora, pode ser eficaz ou inútil, conforme a natureza dos nossos sentimentos. Se
forem bons, a nossa resistência rechaçará todos os ataques do inimigo. Se forem maus,
serão ventos a auxiliarem as correntes do inimigo.
Cada um de nós forma sua atmosfera moral, dentro da qual somente podem
penetrar Espíritos da nossa natureza, que são os únicos que a podem respirar, se nos
permitem a expressão.
Assim, os que modela suas ações, seus pensamentos e seus sentimentos, pelas
normas do dever e do bem, não podem chegar senão Espíritos adiantados, jamais
maléficos.
O TRABALHO MEDIÚNICO

Os trabalhos mediúnicos são muito cobiçados por aqueles que querem conhecer
os mistérios da vida espiritual, as conversas com os espíritos, as manifestações que
acontecem, as linguagens deles, e muitas outras maneiras de sentir que está perto do
sobrenatural, do desconhecido. Esses tipos de coisas geralmente só acontecem em uma
mesa mediúnica, onde os irmãos dão comunicação, falam sobre seus antepassados, sua
história, e até revivem momentos desta vida que se passaram com eles e seus colegas e
amigos, daí muitas pessoas se interessarem pelo espiritismo.
Kardec sugeria que se fizesse um trabalho em separado sobre o mediunismo, para
conversar com os irmãos que querem dar sua graça, mostrar para a humanidade que eles
existem, e estão prontos para ajudar, bem como pedir ajuda.
Não é aconselhável que se faça o trabalho mediúnico em qualquer lugar, porque os
espíritos para muitos, são invisíveis e, neste momento, conscientizam-se de seu estado
de sofrimento e dor, pois procuram o caminho mais correto a seguir. Outros, pela sua
inferioridade, afastam-se por não conhecerem que ali está a sua libertação do mal,
procurando outros companheiros para continuarem sua trajetória de orgulho, de inveja, de
ódio, e de todo tipo de maledicência.
Observa-se que muitas pessoas quando chegam em um Centro Espírita, querem
logo ser encaminhados para uma seção mediúnica, pensando em adentrar efetivamente
nos trabalhos da espiritualidade, sem qualquer conhecimento sobre o que acontece do
outro lado da vida e qual, é a sua participação neste processo todo.
O trabalho com a espiritualidade é de entender o processo pelo qual toda
humanidade espiritual ou material está envolvida, tentando ver a participação de cada um,
porém continuar essa trajetória de evolução nas diversas encarnações vividas.
A celebração de um trabalho mediúnico é propriamente uma pregação, uma missa,
um culto evangélico, ou uma palestra espírita, como acontece nas reuniões públicas que
os Centros Espíritas promovem para mostrar os ensinamentos de transformação a todos
que vão a sua procura, objetivando o seu bem-estar. Aí está sendo praticada uma reunião
mediúnica, tendo em vista que os irmãos encarnados e desencarnados estão sendo
doutrinados para o caminho de retidão, de felicidade, e de amor, que é o que todos
procuram com muito esforço. Talvez o trabalho dos católicos, o culto dos protestantes, a
reunião pública dos Centros Espíritas seja um trabalho de conscientização mais eficiente
do que uma mesa mediúnica, onde os participantes estão apreensivos em sentir, ou ver
uma presença espiritual que não é esta a proposta efetiva.
Tudo isto remonta o ser humano a pensar no trabalho efetivo de uma mesa
mediúnica que é a prática de um contato direto entre os espíritos e os membros de um
trabalho de concentrações e preces para ajudar a alguém quanto a sua situação no outro
lado da vida, e as dificuldades dos que estão desse lado. Em verdade, a mesa mediúnica
constitui um trabalho sério de ajuda aos irmãos do outro lado da vida, e daqueles que
querem conhecer o mundo espiritual com desejo de mudança. O extra-físico tem
despertado em muita gente o anseio de saber algo de alguém que já se foi, tentando
saber se o outro lado da vida é melhor do que este, ou até mesmo de como tirar na loto,
ou na loteria esportiva, ou de alguma forma, de como arrumar um casamento.
Um trabalho em uma mesa mediúnica é um momento onde se pode compreender
bem melhor o relacionamento do mundo físico/corpóreo com o mundo extra-
físico/espiritual, porque neste ambiente existe uma assepsia condigna neste
relacionamento entre os espíritos e as almas que querem se comunicar. Uma atividade
mediúnica pode ser exercida em qualquer lugar, mas para que haja um melhor
entrosamento das vibrações, e que o mal não supere o bem, dada a assistência
envolvida, faz-se necessária uma mesa mediúnica, em um Centro Espírita. Como é que
funciona um Centro Espírita, quanto a um trabalho mediúnico? Quais são os passos que
são seqüenciados quanto a um trabalho mediúnico? Como devem comportar os
sensitivos na mesa, antes e depois do trabalho?
Para compreender a questão do funcionamento de uma mesa mediúnica, inicia-se
com um preparo de, no dia estar harmonizado e bastante bem consigo próprio para que
as energias cósmicas fluam bem, isto significa dizer, não comer carnes vermelhas, não
tomar cachaças, não praticar a maledicência, e nem se irritar por futilidades. Não existe
uma proibição formal para que tal fato ocorra, mas sabe-se que uma pessoa ausente de
tais tipos de atitude está fadada a um menor entrosamento entre o mundo material e o
mundo espiritual, devido às condições do corpo físico. Neste dia, evitar contendas com os
amigos próximos, com os familiares, tentando passar um dia de meditação é o ideal para
que a interferência dos espíritos grosseiros, brincalhões, e maldosos, não possam
participar desse trabalho tão sério.
Chegada a hora marcada pelo dirigente do trabalho, de comum acordo com a
espiritualidade, abre-se a reunião com uma prece que traga fluidos salutares e benéficos
para todos os participantes deste trabalho, tanto os encarnados como os desencarnados.
A prece deve adentrar aos corações em uma integração total dos encarnados com o
mundo espiritual, doando-se plenamente para que o desejo e a vontade de cada um
sejam na verdade, satisfeitos em sua plenitude. Neste momento, deve-se pairar na tela do
pensamento de cada participante toda a criação de DEUS à humanidade, isto é, os rios, o
céu, as florestas, as rosas, as flores, o ar, e tudo aquilo que Ele deixou para todos,
indistintamente de classe social e de religião a que participe.
Para a prece inicial é indicado aquele que o coordenador da atividade sinta que
tem condições (por hipótese), de levantar uma boa vibração à todos que estão
participando desta bela labuta, conduzindo a atividade tal qual orienta o mundo espiritual
necessita. A prece inicial deve ser declamada com muito amor, muita dedicação, e muito
fervor, para que os irmãos pequeninos que chegarem naquele instante sejam recebidos
com os braços abertos, sempre voltados para o bem de todos que precisam ser
socorridos. Com a prece inicial, busca-se uma unicidade entre os espíritos e as almas
participantes, tendo em vista que, mesmo os espíritos que não conhecem nada, ou quase
nada de sua própria realidade, necessário se faz esclarecê-los de tal fato em uma festa
de grande amor e dedicação.
Depois da prece inicial, o coordenador da mesa faz uma vibração, e aqueles casos
mais urgentes a espiritualidade faz tal trabalho a parte; entretanto, se existirem alguns
irmãos que precisam se comunicar, ele é trazido à mesa, com a ajuda de um sensitivo de
incorporação, conecta-se o processo. Neste instante, ele diz o que quer, ou o que sente,
cujo coordenador orienta para que ele possa compreender a sua situação, libertando-se
daquelas dores e sofrimentos que está passando, pela sua incompreensão do mundo
espiritual.
Este trabalho transcorre dentro da hora marcada pelo coordenador que foi
orientado pela espiritualidade para iniciar e findar na hora certa, isto é, o trabalho deve ser
de no máximo uma hora e meia, conforme o tempo dos espíritos designados para esta
atividade, porque o mundo espiritual também divide o seu tempo para outros encontros.
Quando existe algum empecilho na execução do trabalho, ou melhor, quando aparece
distúrbio de energia, os entrelaces mediúnicos não se encontram, eleva-se uma, ou
diversas orações para que se possam harmonizar, ou unificar as vibrações, sanando as
situações adversas que circulam. O ideal é que cada sensitivo só receba no máximo dois
espíritos sofredores, ou trevosos, dado os desgastes que sofrem aqueles que têm a
faculdade de incorporação, deixando tal agente com o seu corpo debilitado, vampirizado.
Trabalhando todos esses casos, o coordenador verifica o estado em que estão os
sensitivos participantes para poder encerrar as atividades do dia, e se todos estão bem;
assim, mais uma vez eleva-se uma prece, e, desta forma finaliza-se o trabalho. É
designada uma pessoa para a prece final, que a professa com o mesmo fervor que foi
feita a prece inicial.
Deve-se deixar claro também que além dos médiuns de incorporação, devem ainda
participar sensitivos de audiência ou vidência para mostrar à coordenação como se
encontra o espírito comunicante. Também é importante que atuem na mesa médiuns de
sustentação para se manter o equilíbrio e força dos trabalhos. É de suma importância que
haja também o Doutrinador, que, juntamente com o Coordenador encaminha os espíritos
necessitados e oriente nos trabalhos.
Finalmente, o coordenador determina o término da reunião, indicando que a
atividade se encerrou para os médiuns, mas a espiritualidade continua por toda a noite,
precisando da mesma vibração e harmonia que todos devem ter deixado no trabalho
executado com tanto fervor.
A PREPARAÇÃO DOS MÉDIUNS
Os trabalhadores mediúnicos atuam na área da mediação entre a espiritualidade e
o nosso mundo, de provas e expiações. O codificador da doutrina espírita, Allan Kardec,
definiu o médium em dois significados.
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns
rudimentos.” (LM, cap. 14, item 159.)
E ainda: “médium é a pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e
os homens.” (LM, cap. 32.). Esses trabalhadores atuam na sustentação espiritual com o
apoio fluídico e energético. Também passam determinadas orientações dos mentores ao
grupo espírita.
Para fazer um trabalho mediúnico é necessário preparo físico e mental, pois quanto
mais instruído o médium, mais ele não sofrerá nenhuma influência anímica ou mesmo
mistificada. É importante manter-se concentrado durante todo o processo.
Além disso, a postura dos médiuns deve ser sempre moldada a atender os
ensinamentos dos espíritos de luz que estão trabalhando a serviço do bem. Muitas vezes,
nos encontros em casas espíritas, uma das pessoas não está numa postura respeitosa
com os espíritos ali presentes e pode trazer consequências ruins para ela ou para os
necessitados de auxílio.
“Esse processo ocorre de forma inconsciente. A pessoa acha que está participando
do grupo, mas, no fundo, ela está isolada energeticamente”, disse o comunicador e
expositor espírita Claudio Palermo, em entrevista ao Boletim Espírita. O trabalhador deve
ser sincero quando estiver com algum problema.
Se o médium não estiver em condições de conduzir o auxílio à espiritualidade,
deve dizer isso abertamente aos outros integrantes da reunião. Mas mesmo não
dizendo,a inteligência do além é tão grande que age de forma a não prejudicar os outros
participantes dos trabalhos mediúnicos.
MESAS MEDIÚNICAS ABERTAS OU FECHADAS?
Atualmente poucas casas espíritas fazem reuniões de mesas mediúnicas –
médiuns que se reúnem para receber mensagens da espiritualidade. Cada casa tem a
sua programação específica. Algumas são fechadas para o grande público e outras são
abertas.
Na Revista Espírita, de 1861, Kardec defendeu que as reuniões em mesas
mediúnicas deveriam ser fechadas. Na época, muitos lhe propunham abrir ao público as
sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. Desta forma, o codificador do
espiritismo sugeriu que fossem reunidos pequenos grupos para este fim, diante das
diversas manifestações que poderiam chocar o público não espírita.

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