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5ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu

24 a 27 de Outubro de 2016, Botucatu – São Paulo, Brasil

ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL NA APICULTURA: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO

Bruno I. Amaral1, Gusvato K. Montanha2


1
Tecnólogo em Agronegócio,bramaral88@hotmail.com
2
Prof. da Faculdade de Tecnologia de Botucatu, gmontanha@fatecbt.edu.br

1 INTRODUÇÃO
O crescimento e desenvolvimento normal das abelhas requerem uma alimentação
composta de proteínas, carboidratos, minerais, lipídios, vitaminas e água. Os carboidratos são
supridos, naturalmente, pelo néctar na forma de açúcar, já todos os outros nutrientes são
fornecidos pelo pólen.
A coleta destes alimentos fica dificultada durante a estação de seca, onde a carência de
pólen acaba por afetar o desenvolvimento da colmeia. Desta maneira, a colônia definha e as
abelhas podem até morrer de fome, tornando prejudicada a produção de mel da safra seguinte.
Diante da carência de recursos florais, quando a reserva de alimento torna-se
insuficiente para as colônias, o apicultor necessita fornecer alimentação artificial às abelhas,
assegurando produtividade e lucros. Contudo, esta opção apresenta alto custo com mão-de-
obra e o com o próprio alimento a ser fornecido. Também é necessário que o mesmo tenha
valor nutritivo ideal, não seja tóxico e supra as necessidades das abelhas.
Diversos estudos têm sido realizados por apicultores e pesquisadores com intuito de
encontrar uma alimentação artificial proteica para as abelhas na tentativa de minimizar o
enfraquecimento das colônias.
Um dos problemas apontados pelos pesquisadores da área é que, muitos substitutos
encontrados para o pólen são tão eficientes quanto o natural, adequados nutricionalmente,
podendo até ter maior valor nutritivo, porém são menos atrativos, apresentando baixa
palatabilidade as abelhas (STANDIFER et al., 1973).
Diante de todos estes fatos, é necessário conhecer as opções de alimentos alternativos
para a alimentação das abelhas no período de entressafra, no intuito de minimizar o
enfraquecimento das colônias e aumentar a produção apícola.
Este trabalho tem como objetivo apresentar os aspectos relevantes dos alimentos das
abelhas, mostrando seus benefícios e malefícios, visando melhora de produtividade.

2 MATERIAL E MÉTODOS
5ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu
24 a 27 de Outubro de 2016, Botucatu – São Paulo, Brasil

O trabalho se baseia em um comparativo das vantagens e desvantagem de alimentação


artificial para abelhas obtidas a partir de uma revisão bibliográfica utilizando material
científico disponível até 2016.

3 DISCUSSÕES
Para um ótimo crescimento e reprodução das abelhas as mesmas necessitam de
proteínas, sendo que a sua falta irá prejudicar principalmente na produção de óvulos e enzimas,
afetando o desenvolvimento da cria, das glândulas e dos músculos, na síntese de proteínas
imunológicas, interferindo ainda na longevidade das abelhas adultas (ZUCOLOTO, 1994). O
nível ótimo de proteína bruta para o desenvolvimento das colônias é de 20 a 23%, porém
também faz-se necessário a composição correta de aminoácidos (STANDIFER, 1977) fato que
dificulta uma dieta completamente eficiente na substituição do pólen.
Os alimentos proteicos que contém pólen são mais aceitos pelas abelhas do que os
alimentos sem pólen, pois ele aumenta a palatabilidade e o consumo da ração. Entretanto,
durante o seu armazenamento há redução de suas propriedades nutritivas, como vitaminas e
aminoácidos devido ao processo de secagem e estocagem (SCHIMIDT & HANNA, 2006).
O pólen é reconhecidamente o alimento proteico mais eficiente para as abelhas, porém
o seu fornecimento com intuito de suprir as necessidades nutricionais das abelhas pode ser
economicamente inviável. Os substitutos mais utilizados são as misturas que contém farinha
de soja, leite em pó e levedura de cerveja. Entretanto segundo Taber (1996) a farinha de soja e
o leite em pó podem ser considerados tóxicos para as abelhas. Barker (1977) mostrou que a
mortalidade das abelhas operárias é aumentada pela presença de 40% de açúcar tóxico,
adicionado a 10% de lactose ou galactose.
A dieta a base de leite não deve ser utilizada na alimentação das abelhas, pois a mesma
pode causar diarreia, reduzindo o tempo de vida das abelhas, gerando um enfraquecimento das
colmeias, levando a sua diminuição, além do mais o mel colhido nessas colmeia é diferente do
mel normal, pois se assemelha a leite condensado (PINTO, 2010).
A farinha de jatobá é uma das alternativas utilizadas pelos apicultores, embora alguns
autores ressaltem que seu uso não seja recomendado devido a polpa do fruto conter baixo teor
de proteína bruta (7,39%) (CONGRESSO BRASILEIRO DE APICULTURA, 11, 1996).
Entretanto, segundo Silva (1997) há ganho de peso das colmeias e aumento na postura da
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rainha quando a alimentação é em forma de pasta, usando polpa de jatobá misturada com mel.
Também há autores que utilizam xarope enriquecido com massa de jatobá, apresentando bons
resultados (RIBEIRO FILHO, 1999).
Segundo Pereira (2006) as folhas de mandioca e de leucena se processadas
adequadamente possuem alto teor nutricional para as abelhas, fornecendo 26,73 e 26,9% de
proteína bruta, respectivamente.
Outro farelo que pode ser utilizado como alimento para as abelhas é o farelo de babaçu,
subproduto da extração de seu óleo, o qual deve ser moído e peneirado e apresenta 18,62% de
proteína bruta (PEREIRA, 2006).
Já a vagem de algaroba possui somente 7,63% de proteína bruta, mas é uma boa opção
pois pode ser fornecida in natura, como pasta ou ainda enriquecendo o xarope (RIBEIRO
FILHO, 1999). Todos os produtos acima citados devem ser secos, moídos e peneirados antes
de serem utilizados como alimentos para abelhas.
Segundo Pereira et al (2006) todos os alimentos proteicos apresentados acima não são
tóxicos para as abelhas. Em contrapartida a farinha de bordão-de-velho nunca deve ser a única
fonte de alimento fornecida para as abelhas e o uso dessa farinha na ração deve ser evitado,
devido a mesma ser pegajosa, grudando no corpo das abelhas e matando-as asfixiadas.
A palatabilidade de dietas para substitutos proteicos é sempre muito baixa,
apresentando aceitação inferior pelas abelhas do que quando adicionadas a carboidratos,
gerando preparados energéticos-proteicos à base de pólen apícola (TURCATTO et al., 2010).
Os carboidratos constituem a principal via metabólica fornecedora de energia das
células não-fotossintéticas (NELSON & COX, 2006). As abelhas utilizam os açúcares para
produção de energia para a colmeia, utilizando-o para a produção de calor, para o voo, secreção
de cera, de alimento larval e para outras atividades da colônia (FREE, 1980; GIROU, 2003).
É importante ressaltar que abelhas adultas não conseguem utilizar o pólen como alimento fonte
de energia, desta maneira, uma colônia com reservas abundantes de pólen pode morrer de fome
(WINSTON, 1987).
O néctar e o mel são as principais fontes de carboidrato para as abelhas, contendo a
frutose, a glicose e a sacarose como seus principais constituintes, mas também apresentando
outros açúcares em quantidades ínfimas, como rafinose, maltose e a melibiose (PERCIVAL,
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1961).
Os xaropes de água com açúcar, xarope invertido e rapadura são os mais utilizados
como alimentos energéticos para as abelhas. Para o xarope é necessário misturar água e açúcar
na mesma proporção e levar ao fogo, mexendo até que o açúcar se dissolva por inteiro. Este
xarope pode ser utilizado somente por 24 horas.
Outro alimento que vem sendo utilizado como fonte energética para as abelhas é o
açúcar invertido, xarope de água com açúcar adicionado de ácido tártico ou ácido cítrico. Estes
ácidos tem função de quebrar sacarose em glicose e frutose, consequentemente este alimento
pode ser conservado por mais tempo, a concentração para atingir tal função é de uma colher
de chá de ácido para cada 8 litros de xarope, adicionado no início da fervura, sendo que o
mesmo deve ficar no fogo por até 45 minutos.
Entretanto, pesquisas indicam que quando o ácido quebra a sacarose em glicose mais
frutose há liberação de hidroximetilfurfural (HMF), que causa úlcera intestinal nas abelhas,
levando a disenteria. Sendo que quanto maior o teor de HMF no xarope, maior será a
mortalidade, não importando o período de suplementação (BAILEY, 1966; LEBLANC et. al,
2009). Contudo, Segundo Pereira et al (2011) para evitar a formação do HMF em quantidade
indesejável, o tempo máximo de fervura do xarope invertido é de 25 minutos. Já Campos (2005)
acredita que a fervura deva durar no máximo 3 minutos.
Esses ácidos podem ainda ser substituídos pelo suco de limão, na proporção de suco de
4 limões para cada 5 litros de xarope, deixando no fogo por 30 minutos. Segundo Pereira et al
(2011) observa-se que a utilização de suco de limão é vantajosa porque ocorre menor formação
do HMF, quando comparado à utilização do ácido cítrico.
Há também autores que estudaram a suplementação alimentar com rapadura da cana-
de açúcar. Essa alimentação apresenta maior dificuldade de fermentação, baixo custo e
fornecimento em intervalos de tempo mais longo que os xaropes. Porém, para evitar que as
colônias morram são necessários alguns cuidados, como a certificação de que a rapadura não
passou por nenhum processo de clarificação e que não contém nenhum aditivo, pois o leite de
cal adicionado as mesmas pode ser tóxico para as abelhas. Além de fornecer água em
abundância, pois devida a rapadura ser sólida é necessário dissolvê-la para transformá-la em
mel e ter a finalidade de alimentação alcançada (ALENCAR, 1997).
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O próprio mel também é uma alternativa de alimento energético para as abelhas.


Durante o processo de extração, armazenagem e comercialização do mel é comum perda
referente a mel que derrama no chão; mel fermentado; mel não comercializado; mel do resíduo
das centrifugas, mesas deosperculadoras, decantadores, homogenizadores, bombonas, etc.
Este mel pode ser armazenado e fornecido para as abelhas no período de necessidade de
alimentação.
A alimentação energética para as abelhas constitui bem menos problema do que a
proteica, devido a todas as apresentações de açúcar serem bem aceitas pelas abelhas. E também,
visto que, a simples mistura de água e açúcar é suficiente para proporcionar a energia
necessária às colônias (SOUSA, 2004).
Os alimentos descritos acima são energéticos, fornecendo somente carboidratos.
Contudo, para uma alimentação correta e eficaz, é essencial o fornecimento de alimento
proteico.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de alimentação artificial para as abelhas no período de entressafra mostra-se
indispensável para o apicultor, visando uma melhor produtividade. Diante do exposto, é
possível observar que é essencial que alimentação complementar das abelhas seja constituída
não somente de proteínas, mas também de uma fração energética.
A maioria dos substitutos proteicos não são tóxicos, com exceção da farinha de bordão-
de-velho. E as melhores opções destacadas com intuito de aumentar a produtividade de mel
são as folhas de mandioca e de leuceno e o farelo de babaçu, seguidos de farinha de jatobá e
vagem de algaroba, as quais apresentam menor quantidade de proteína bruta.
Esse concentrado proteico deve sempre ser adicionado à alimentação energética,
podendo ela ser em forma de xarope, facilitando o manejo, sendo a melhor opção a utilização
do próprio mel ou ainda do xarope de açúcar invertido que utiliza o suco de limão no lugar do
ácido tártico ou cítrico, devido a menor formação de HMF.

5 REFERÊNCIAS
ALENCAR, L.C. Estudo comparativo da alimentação suplementar de colmeias de Apis mellifera com
xarope e rapadura de cana-de-açúcar (Saccharum Officinarum). Teresina: UFPI, 1997. 16p. Originalmente
apresentado como trabalho de Conclusão de Curso.

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