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24/02/2017

Estudos no Novo Testamento I

Evangelhos e Atos

Prof. Me. Sandro Pereira

Primeira aproximação
1. Escritos por pessoas diferentes para
leitores diferentes
2. Transmitem a mensagem do
Evangelho de Jesus
3. Não resumem a simples história da
vida de Jesus:
a. São interpretações teológicas a
respeito da sua vida e ministério

Aspectos do mundo religioso


1. Animismo: explica vários movimentos
naturais como o crescimento de uma árvore
como efeito visível da ação de espíritos
invisíveis.
2. Contato com a civilização grega, dando
origem a uma fusão entre os deuses do
panteão romano e grego.
3. Os deuses romanos foram identificados
com os deuses gregos (Júpiter com Zeus,
deus do céu; Juno com Hera; Netuno com
Poseidon, deus do mar; Plutão com Hades,
deus do submundo, etc.). 3

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Aspectos do mundo religioso


1. Mistérios eleusínios: Adoravam a
Deméter (Ceres), protetora da
agricultura
2. Religiões orientais: Ísis (Egito)
3. Culto de Mitra, restrito aos homens
4. Culto ao imperador: consideravam o
imperador divino e soberano; foi
colocado no panteão – “Senhor e
Deus”

Partidos Religiosos
1. Saduceus: Nobreza essencialmente
sacerdotal
2. Lei de Moisés: ponto principal da vida
religiosa e do sacerdócio
3. Não atribuíam nenhuma autoridade
aos ensinamentos que não provinham
diretamente da Lei
4. Tinham restrições em relação aos
Profetas e menosprezavam os
Escritos.
5. Não consideravam as tradições orais. 5

Partidos Religiosos
1. Fariseus: Geralmente tem sua origem
relacionada com os hassidim (separação)
“os fiéis” que se uniram a Matatias na
revolta dos Macabeus.
2. Seu zelo pela Lei, a integridade de sua vida
e o ideal religioso que mantinham garantia-
lhes crédito com a população.
3. Além de admitir a Lei de Moisés, também
consideravam os Profetas e os Escritos.
4. Sobretudo, também atribuíam autoridade ao
conjunto de tradições orais da Lei (segunda
Lei)
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Partidos Religiosos
1. Exagerada preocupação com prescrições
de pureza: ocorria provavelmente de sua
exegese de Ex 19.6 entendendo que todo o
povo de Israel deveria ser povo sacerdotal
e por isso deveriam observar as regras de
pureza e santidade.
2. Jesus e seus discípulos negligenciaram
muitos destes aspectos rituais pode ser um
fator de conflitos entre eles.
3. Após o ano 70 d.C., como grupo sobrevivente
a retaliação romana reconstruirão o judaísmo
em torno da lei e sua interpretação
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Partidos Religiosos
1. Zelotes: extremistas religiosos de tradição
farisaica; remontam ao tempo dos Macabeus
2. Essênios: sociedade religiosa com sede em
Qumran (judaísmo enóquico?)
3. João Batista e seus discípulos: movimento
batista; profeta apocalíptico que
confrontava a teologia do Templo com o lugar
de purificação e perdão de pecados
4. Samaritanos: originados dos grupos de
estrangeiros assentados pelos Assírios
depois da destruição dos Reino do Norte em
722 a.C.
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Contexto político

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Contexto político
1. 323 – 175 a.C. Domínio da Palestina por
reis gregos rivais
2. Egito: Ptolomeus – Tradução LXX
3. Síria: Selêucidas
4. Palestina: Família de Tobias
5. 175 – 163 a.C.
a. Antíoco IV Epífanes
b. Revolta macabaica
c. Sumo sacerdotes asmoneus

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Contexto político
1. Aristóbulo – filho de João Hircano assume o
título de rei
2. Combinação de sumo sacerdócio com realeza
mantida por seus sucessores por 40 anos
3. 63-64 a.C. Domínio romano
4. Pompeu marcha sobre Jerusalém e invade o
Templo
5. Herodes o Grande – filho de Antípater ascende
ao trono em 37 a.C. / aprovação de Otaviano
31/30 a.C.
6. 27 a.C. Otaviano recebe o título de Augusto
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Contexto político

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Contexto político

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Contexto político
1. Primeira terça parte do século I d.C.
a. Augusto divide o reino de Herodes entre
os filhos do rei morto
b. Arquelau: Judéia, Samaria e Iduméia
c. Herodes Antipas: Galileia e parte da
Transjordânia
d. Quirino realiza um censo que provoca a
rebelião de Judas, o Galileu –
mencionado em Atos 5.37.
a. Esta rebelião ocorre quando Jesus
tinha cerca de 12 anos 14

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Contexto político
1. Segunda terça parte do século I d.C.
a. Herodes Agripa I sucede seus tios
Filipe e Herodes Antipas.
a. É feito rei da Palestina.
b. Mandou matar Tiago, filho de Zebedeu
e prender Pedro.
b. 1os. textos do Novo Testamento:
Algumas cartas paulinas.

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Contexto político
1. Última terça parte do século I d.C.
a. Nero comete suicídio em Roma – 68
d.C.
b. Reina a família flaviana de
imperadores de 69 até 96 d.C.
c. 70 d.C. Tito invade Jerusalém e
destrói o templo
d. 130 d.C. Simeão Bar-Kókeba lidera a
revolta judaica, mas é executado.
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Contexto político
1. Política romana:

a. Províncias Senatoriais
b. Províncias Imperiais

2. Aspectos econômicos e sociais:

a. Aristocracia
b. Pobres
c. Escravos

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Contexto político
1. Greco-romanos:

a. Aristocracia

b. Classe média

c. Pobres

d. Escravos

e. Criminosos
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Contexto político
1. Aspectos sociais:

a. Intercâmbio entre pessoas de


diferentes origens

b. Mundo de fala grega

c. Judeus distanciam-se de certos


aspectos da vida civil comum por causa
de sua religião

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Estudos no Novo Testamento I

Evangelhos e Atos

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Teoria do Texto
1.A consciência da distância e do
tempo entre autor e leitor influi
no modo de escrever e ler os
textos

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Teoria do Texto
1. Ao dar forma ao que escreve, o autor
é influenciado por diversos fatores:
a. Pelo acervo de sinais que possui
(categorias mentais, linguagem)
b. Pelas fontes escritas de que dispõe
c. Pela ideia que faz do leitor
d. Pelo efeito que espera produzir

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Teoria do Texto
1.Ao escrever o texto, o autor é
“filho de seu tempo”
2.A ideia que o autor faz do
leitor influi de maneira
essencial na estruturação do
texto

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Teoria do Texto
1.O autor pretende suscitar no
leitor ao qual se dirige um
determinado pensamento,
sentimento, ação, reforçar ou
modificar determinadas
categorias ou comportamentos.

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Teoria do Texto
1.Sendo o autor e o leitor
condicionados por sua
situação, o leitor moderno de
textos antigos não dispõe do
acervo de sinais necessários
para compreendê-los

26

Teoria do Texto
1.A compreensão do texto exige, por
isso, a reconstrução do evento
comunicativo no qual está inserido
2.O código é imprescindível: o
acervo de sinais em comum entre
autor e leitor

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Teoria do Texto
1.Os textos neotestamentários
são o resultado de um processo
de reelaboração e transmissão
oral e escrita que se prolongou
no tempo

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Teoria do Texto
1. A formação do texto é desencadeada
pelas palavras e obras de Jesus de
Nazaré.
2. Mais precisamente:
1. As palavras pronunciadas por Jesus (ditos,
lógia)
2. Os textos referentes à atuação de Jesus
criados pelas testemunhas (relatos)

29

Teoria do Texto
1. Deve-se considerar atuante já
no grupo pré-pascal dos discípulos
e início da tradição, e eles devem
ter sido muito mais fiéis ao
transmitir a tradição do que
admite a clássica teoria da história
das formas

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Teoria do Texto
1.Reelaboração de textos:
a. Seleção;
b.Reformulação;
c. Recunhação;
d.Reinterpretação.

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Teoria do Texto
1. Os principais fatores que influem
na reelaboração:
a. O influxo de cristologia explícita;
b. O influxo do Antigo Testamento;
c. Modificações de importância maior
ou menor e reduplicações de textos;
d. Influência do estilo narrativo
popular;

32

Teoria do Texto
e.Contaminação de perícopes isoladas
em função da história da paixão;
f. Abertura das comunidades aos
pagãos;
g.Crescente conflito com o judaísmo,
em particular o de matriz farisaica;
h.O texto conserva em si os vestígios de
sua origem.

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Teoria do Texto
É fácil perceber paralelos entre Mateus,
Marcos e Lucas

Mateus Marcos

Lucas
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Proposta Agostiniana

Mateus Marcos Lucas

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Hipótese dos “Dois Evangelhos”

Mateus

Marcos
Lucas
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A hipótese das “Duas Fontes”

Q
Marcos

Mateus

Lucas
37

A hipótese das “4 Fontes”

Q
Marcos

L M

Lucas Mateus
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Fatores que apóiam a primazia de Marcos


1.Brevidade de Marcos: Marcos é
consideravelmente mais curto do que
Mateus e Lucas: 11.025 palavras contra
respectivamente 18.293 e 19.376.
2.Correspondências de palavras entre eles
3.Ordem dos acontecimentos: Mateus e
Lucas não concordam entre si em oposição
a Marcos.

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Fatores que apóiam a primazia de Marcos


4.Linguajar mais primitivo de Marcos:
Aceita-se, em geral, que este possui
mais irregularidades gramaticais e
construções deselegantes do que
Mateus e Lucas.
5.A teologia mais primitiva de Marcos:
Contraste Marcos 6.5 e Mateus 13.58;
Marcos 4.11,12 e Mateus 13.13-15.

40

As testemunhas históricas
1. Papias (+/- 110-120 d.C.) [Citado por
Eusébio] “Mateus dispôs ta logia na língua
hebraica.”
2. Papias também disse que Marcos “foi o
intérprete de Pedro…” i.e., ele recordou a
pregação e a mensagem de Pedro no seu
evangelho. Justino (+/- 150) concorda,
(Dialogo contra Trifon).

41

As testemunhas históricas
1. Irineu (+\- 170): estudou com Policarpo
(um aluno de João) disse explicitamente
que Marcos escreveu depois de Mateus:
“…Mateus publicou um livro do
evangelho entre os Hebreus, na língua
deles, enquanto Paulo e Pedro estava
pregando em Roma…” (Contra Heresias,
3.1.2).

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As testemunhas históricas
1. Clemente de Alexandria (+\-
200) repetiu uma tradição dos
antigos presbíteros que os
evangelhos com genealogias
(Mateus e Lucas) foram escritos
primeiro.

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Ênfases peculiares de cada Evangelho:


1. Mateus: destaca a vinda do reino e os ensinos
de Jesus e se faz um “manual de discipulado.”
2. Marcos: apresenta o Filho de Deus como
servo-sofredor; mostra que o discípulo
também sofrerá.
3. Lucas: apresenta a história da salvação e
destaca a importância da oração.
4. João: apresenta o Filho poderoso, que deu sua
vida para nos salvar.

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Novo Testamento I

Evangelho Segundo Marcos

Prof. Me. Sandro Pereira

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Marcos

1. A atribuição desse evangelho a Marcos


remonta à tradição da Igreja antiga. Ela se
baseia nos seguintes argumentos:
a. Eusébio (385 d.C.) cita Pápias (80-155
d.C): “E o presbítero João (o apóstolo)
também disse isto: Marcos foi o intérprete
de Pedro e escreveu acuradamente.
Embora não em ordem, tudo quanto ele
se lembrava do que havia dito ou feito”;

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Marcos
b. Orientais: Justino Mártir (100-165 d.C.);
Clemente de Alexandria (150-217 d.C.);
Irineu (120-192 d.C.); Orígenes (185-254
d.C.);
c. Latinos: Tertuliano (150-220 d.C.);
Jerônimo (340-420 d.C.)

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Marcos
1. O autor tinha dois nomes (At 12:25; 15:37);
um hebreu outro romano. Marcos (Grande
Martelo); filho de Maria (At 12:12)
2. Na casa de sua mãe havia uma igreja
3. Acompanhou Paulo e Barnabé na primeira
viagem missionária
4. Estava com Paulo em Roma por ocasião de
sua prisão (Cl 4:10; Fm 24)

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Marcos
1. 2 Tm 4:11 reconhece o valor da cooperação
de Marcos no ministério de Paulo
2. 1 Pe 5:13 chama Marcos de filho na fé
3. A tradição diz que Marcos era “intérprete”
de Pedro

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Local e data
1. Roma: fonte principal – Pedro:
a. Explica várias frases que o não judeu não
entenderia;
b. Traduz várias frases aramaicas (3:17; 5:41;
7:34; 14:36 e 15:34);
c. Usa vários termos latinos;
d. Não há citações diretas do Antigo Testamento
2. Data: entre 55 e 70 d.C.

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Destinatários

1. Escrito para romanos


2. Acusados injustamente por Nero
os cristãos estavam sendo
perseguidos
3. Culmina com o martírio de Pedro e
Paulo

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Estrutura
1. Serviço de Jesus 1:1-9:1
a. Apresentação 1.1-13
b. Popularidade e Composição 1.14-3.6
c. Ministério crescente 3.7-6.32
d. Alcançando o seu clímax 6.33-8.26
e. Ponto de Virada 8.27-9.1

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Estrutura
2. Sacrifício de Jesus 9:2-15:47
a. Jesus como Redentor 9.2-10.52
b. Jesus como Senhor 11.1-13.37
c. Jesus como Sacrifício 14.1-15.47
3. Triunfo de Jesus 16.1-20

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Segredo Messiânico
1. O “segredo messiânico”: Jesus não quer o
testemunho de demônios. A razão disto,
também, diz respeito ao entendimento
equivocado sobre quem é Jesus:
2. 1.23, 34 – demônios
3. 1.43 – leproso – está na Galileia entre judeus
4. 3.11, 12 – demônios
5. 5.19-20 – o geraseno – Jesus o permite falar.
Não pede segredo (estava entre os gentios)

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Segredo Messiânico
1. 5.43 – A família de Jairo, cuja filha foi curada.
2. 7.36 – O surdo mudo
3. 8.26 – O cego de Betsaida
4. 8.30 – Os discípulos (Pedro)
5. 9.3 Pe, Tg e Jo – Monte da transfiguração
6. 10.46, 47 – O cego Bartimeu

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Temas Principais
1. O servo preparado: Marcos 1.1-13
a. Por João Batista.
b. Pelo Batismo.
c. Pelo Espírito Santo.
d. Pelo “chamado”.
e. Pela provação e tentação.

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Temas Principais
1. O servo trabalhador: Marcos 1.14-8.30
a. Jesus veio trabalhar para o reino de Deus.
b. Jesus tinha autoridade para convocar
trabalhadores.
c. Jesus escolheu trabalhadores para
trabalhar.
d. Os discípulos trabalharam com Jesus na
prática.

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Temas Principais

1. O servo rejeitado: Marcos 8.31-15.47.


a. Não foi aceito pelo seu povo.
b. Foi traído e negado por 2 de seus
discípulos.
c. Permaneceu na cruz até a morte.

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Temas Principais

1. O servo exaltado: Marcos 16.1-20.


a. Deu sua vida em resgate de muitos.
b. Ressuscitou.
c. Comissionou.
d. Assentou-se a direita de Deus.
e. Continua auxiliando seus servos.

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Teologia
1. Propósitos:
a. Dar testemunho de Jesus Cristo como
proclamador e personificador do Reino
de Deus;
b. Desafiar os leitores a segui-lo em
antecipação à sua vinda final, como
Filho do Homem.

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Teologia
1. Propósitos:
a. A melhor maneira de dar testemunho da
vinda do Reino de Deus e desafiar os
leitores ao discipulado fiel é contar a
história de Jesus.
b. Encorajar os seus leitores que viviam
uma situação de perseguição.
c. Mostra um Cristo que padece, que
sofre, mesmo sendo Filho de Deus.

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Questões Teológicas
1. Cristologia:
a. Jesus é o Messias, não como Rei, nem
como Filho de Davi (12:35-37), mas
como Filho de Deus (1:1, 11; 8:29; 9:7;
14:61-62; 15:39; 3:11; 5:7); Filho do
Homem (2:10, 28; 8:38)
b. Jesus é o Servo Sofredor (10:45) a
história da paixão ocupa 1/3 do
evangelho

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Questões Teológicas
1. Cristologia:
a. Jesus é muito humano (3:5; 6:6)
b. Ordena silêncio sobre sua identidade e
obras (1:25)

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Teologia e mensagem
1. Do pondo de vista da Identidade de Jesus:
(1:1) o apresenta como Filho de Deus; este tema
se desenvolve por todo o evangelho
2. Do ponto de vista do propósito da vinda de
Jesus: versículo chave (10:45) – servir e dar a
vida
3. Do ponto de vista da mensagem: (1:14) “O
Reino de Deus”
a. Ministério principal: a proclamação (1:37-39)
b. Mensagem central: o Reino de Deus (4:26, 30)

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Teologia e mensagem
1. A autoridade de Jesus: sobre os
demônios, doenças, morte, ensino, perdoar
pecados, sobre as forças da natureza
2. Serviço e Sacrifício: propósitos de sua
vida (10:45)
3. O Segredo Messiânico: Jesus ordena
silêncio sobre sua pessoa e obra no início
de seu ministério

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Características
1. As boas novas de libertação: Marcos
ancora seu livro com firmeza em uma
passagem específica da Bíblia.
a. Ele dá a este evento do Reino de
Deus o título “evangelho”.
b. A relação desta expressão com o
Livro da Consolação de Isaías (a partir
do cap 40) será mostrada em 1.14,15.

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Características
1. As boas novas de libertação: Marcos ancora
seu livro com firmeza em uma passagem
específica da Bíblia.
c. Logo no primeiro versículo ele coloca tudo
sob a gloriosa palavra: “boas novas”
(evangelho = boas novas).
2. No início da atividade pública de Jesus em
1.14,15, “evangelho” aparece logo duas
vezes.

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Características

1. Um livro de Jesus: O primeiro versículo


vincula as boas notícias a um nome
próprio.
2. Permeado em toda a sua extensão pela
questão da identidade de Jesus (8.29).
3. Expressões que usam o verbo ser:
a. “Tu és meu Filho amado!” diz a voz do
céu, primeiro a ele e depois aos três
confidentes (1.11; 9.7).

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Características

1. Um livro de Jesus: [...]


3. Expressões que usam o verbo ser:
b. “Quem é este que até o vento e o mar lhe
obedecem?” (4.41).
c. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria?”
(6.3).
d. Herodes pensa: Este é o Batista, que
ressuscitou. Outros: Ele é Elias, que voltou.
Ainda outros: É um profeta (6.14s, 8.28).

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Características
3. Expressões que usam o verbo ser:
a. Seus parentes dizem: “Está fora de si”
(3.21), os rabinos: “Ele está possesso”
(3.22,30). Pedro confessa: “Tu és o
[Messias] Cristo” (8.29).
b. Caifás pergunta oficialmente: “És tu o
Cristo?”, e Pilatos: “És tu o rei dos
judeus?” (14.61 e 15.2), e recebem a
resposta: “Eu o sou”

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Características
3. Expressões que usam o verbo ser:
c. Até os membros do conselho superior
dizem: “Desça agora da cruz o Cristo, o
rei de Israel!” (15.32). Contudo, ele fica lá
e morre. O comandante ao pé da cruz
confessa: “Verdadeiramente, este homem
era o Filho de Deus!” (15.39). Na manhã
da Páscoa os mensageiros celestiais
dizem: “Ele ressuscitou” (16.6).

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Características
1. Riqueza de nomes: Filho do Homem,
o Filho de Deus, o Messias ou Rei, o
Filho de Davi, o Senhor, o Santo de
Deus, o Profeta e Mestre. Servo de
Deus, o Pastor, o Noivo e o Valente.
2. Os três nomes mais significativos:
Filho de Deus, Filho do Homem e
Messias

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Características
1. Um livro da paixão: Nosso evangelho pode
ser o “processo de mártir” de Jesus?
a. Ele entra em cena de repente.
i. Já no começo do cap 2 aparece a
acusação de blasfêmia, cuja pena é a
morte (2.7).
ii. No começo do cap 3 sua morte já está
decidida (3.6).

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Características
1. Um livro da paixão: Nosso evangelho
pode ser o “processo de mártir” de
Jesus?
a. Na sequência, um grupo após outro o
condena: os parentes (3.21), os
teólogos (3.22), o povo (4.12), os
gentios (5.17), a cidade natal (6.3), o
rei (6.14ss) e os religiosos (7.5).

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Características

1. Um livro da paixão:
a. O anúncio da própria morte de Jesus
ocupa neste livro a posição central como
nenhum outro assunto (8.31; 9.31; 10.33s).
b. O interesse primordial parece ser a morte
de Jesus:
i. Ali ficou demonstrado definitivamente –
sem contestação por toda a eternidade
– quem é Jesus e como é Deus.

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Características

1. Um livro da paixão:
a.O interesse primordial parece ser
a morte de Jesus:
i. Ali o segredo da sua pessoa foi
revelado, bem como a
condição para todos os seus
títulos.

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Características

1. Um livro da paixão:
a. O interesse primordial parece ser a morte
de Jesus:
i. Em sentido profundo ele já era antes
da sua cruz, e continua depois da cruz,
“o crucificado” – o Filho de Deus
crucificado, o Filho do Homem
crucificado e o Messias crucificado.

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Características
1. Um livro dos discípulos:
a. Marcos coloca a vocação dos
discípulos logo no começo da
atuação pública de Jesus (1.16-20),
como primeiro ato.
b. Quando Jesus quer ficar sozinho,
isto é registrado como algo que
chamava a atenção.

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Características
1. Um livro dos discípulos:
a. O fato de, no cap 15, ele ter de ficar
sozinho, sem os seus discípulos, aparece
como uma catástrofe.
b. “Jesus e seus discípulos”: este é o
quadro que Marcos quer que seus
leitores guardem na lembrança. Sem os
discípulos dele, não se pode ter o
Senhor.

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Características
1. Um livro dos discípulos:
a. Eles deviam viver de modo nunca
antes visto com Jesus, com o único
objetivo de compreender sua
identidade.
b. Jesus dedicou uma parte
considerável do seu tempo e esforço
a estas poucas pessoas.

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Características
1. Um livro dos discípulos:
a. Jesus convocou os doze quando
ele já era candidato à morte (3.6).
b. Estar com ele tinha relação
especial, portanto, com seu
caminho de sofrimento e a semana
da paixão.

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Características
1. O que é decisivo é que este livro
sobre “Quem é Jesus?” foi escrito
para uma igreja antiga.
2. Não é evidente que Jesus continua
sendo Jesus para cristãos.
3. Como nos são familiares os Jesus
fabricados, distorcidos ou
nebulosos!

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Características

1.Os discípulos precisam, sempre de


novo, hoje como antigamente, uma
(re)-focalização da sua fé.
2.É este serviço que a tradição de
Jesus lhes presta, a começar com
este “evangelho de Jesus Cristo”
segundo Marcos.

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Características
1. Uma igreja que negligencia a
recordação do Jesus terreno, em breve
também não terá mais o Cristo
verdadeiro de hoje, que é o mesmo
ontem e para sempre.
2. Um espírito que não recorda o Cristo
de ontem não é um Espírito Santo.

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Novo Testamento I

Evangelho Segundo Marcos

Prof. Me. Sandro Pereira

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Marcos

1. Introdução, preparando o leitor (1.1-13).


a. Pretende mostrar que o Evangelho é
Jesus, Messias e Filho de Deus (1.1)
b. Premissa para compreender a obra: João
Batista e sue mensagem de esperança e
conversão;
c. Jesus, ungido com o Espírito e vencedor
de Satanás. É o Mais Forte que subjugou
o Forte e vai despojá-lo

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Marcos

1. Introdução, preparando o leitor (1.1-13).


a. Duas grandes partes:
i. Procura mostrar o messianismo de
Jesus (1.14-8.30)
ii. Procura mostrar a filiação divina,
assumindo um messianismo de morte e
ressurreição (8.31-16.8)

87

29
24/02/2017

Quem é Jesus?
1. Jesus e os fariseus (1.14-3.6)
a. 1.14: já está começado o reinado de Deus
b. 4:10-24: vocação dos primeiros discípulos –
primeiro sinal da presença do Reino
c. 1:21-38: o Reino é presença do profeta, que
fala com autoridade, que vence Satanás e a
dor, e que vive intimamente unido a Deus

88

Quem é Jesus?
1. Jesus e os fariseus (1.14-3.6)
a. Na sinagoga ensina com autoridade e cura
um possesso: que é isso?
b. 1.40-45: cura do leproso, evoca a
ressurreição de um morto (maior sinal).
Jesus pede silêncio
c. 2.1-3.5: sinais do que significa a chegada
do Reino: salvação total, perdão dos
pecados, chamado aos pecadores,
presença do Esposo.

89

Quem é Jesus?
1. Jesus e os fariseus (1.14-3.6)
a. 3.6: religiosos mostram a Jesus uma
oposição progressiva porque despreza suas
atitudes dogmáticas, puritanas e legalistas

90

30
24/02/2017

Quem é Jesus?
1. Jesus e o povo (3.7-6.6a)
a. Eleição dos doze
b. 3.20-35: reação negativa dos familiares e
dos escribas jerosolimitanos
c. 4.1-34: discurso em parábolas. Predomina a
incredulidade, a razão da fé e a postura que
os discípulos hão de tomar diante desta
d. 4.35-5.43: sinais. Jesus superior a Satanás
e vencedor da dor e da morte

91

Quem é Jesus?
1. Jesus e o povo (3.7-6.6a)
a. Reações: dúvidas dos discípulos, divisão do
povo geraseno e aceitação de duas
personagens que crescem na fé com a
ajuda de Jesus
b. 6.1-6: divisão dos nazarenos em sua
sinagoga tipifica a divisão da maior parte do
povo judeu

92

Quem é Jesus?
1. Jesus e os discípulos (6.6a-8.30)
a. Centro: resposta dos discípulos diante da
revelação de Jesus
b. 6.7-13: missão dos doze
c. 6.14-29: tradição da morte do Batista
d. Dois ciclos da multiplicação dos pães,
apresentando a revelação messiânica de
Jesus e a reação dos discípulos

93

31
24/02/2017

Quem é Jesus?
1. Jesus e os discípulos (6.6a-8.30)
a. Regresso dos Doze e o Bom Pastor que
ensina e alimenta o povo;
b. 6.30-44: os Doze não compreendem
c. 6.45-52: os Doze não compreendem “seu
coração estava endurecido a respeito dos
pães” (6.52)
d. 6.53-56: como contraste – a fé do povo
e. 7.1-15: denúncia das tradições farisaicas

94

Quem é Jesus?
a. Jesus e os discípulos (6.6a-8.30)
a. Ensino sobre em que consiste da
verdadeira pureza, mas não há
compreensão e por isso são censurados
i. 7.1-15: em público diante do povo
ii. 7.17-23: em particular aos discípulos
b. 7.24-30: contraste – fé da pagã sino-fenícia
c. 7.31-37: cura progressiva do surdo

95

Quem é Jesus?
a. Jesus e os discípulos (6.6a-8.30)
a. 8.10-11: segundo ciclo dos pães; Jesus dá
de comer à multidão e os discípulos se
mostram rudes
b. 8.11-13: fariseus pedem sinais para
acreditarem
c. 8.14-21: ensino sobre o fermento e nova
incompreensão e repreensão dos discípulos

96

32
24/02/2017

Quem é Jesus?
a. Jesus e os discípulos (6.6a-8.30)
a. 8.22-26: cura progressiva de um cego
b. 8.27-30: confissão petrina. Jesus pede que
não digam nada a ninguém

97

Como é o messianismo de Jesus?


1. Pedagogia da paixão-morte-ressurreição
(8.31-10.52)
a. três anúncios
b. nota sobre a não compreensão dos
discípulos
c. uma série de ensinamentos éticos

98

Como é o messianismo de Jesus?


1. Seleção das atitudes que condicionam o
conhecimento da forma do messianismo;
somente pode conhecer o Messias-que-morre-
e-ressuscita quem aceita cordialmente esses
valores
2. Por outra parte: esses valores somente têm
sentido para aquele que aceita a morte e
ressurreição, já que são formas concretas de
vivê-los

99

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24/02/2017

Como é o messianismo de Jesus?


1. 8.31-33: primeiro anúncio – desprezado por
Pedro
2. Convite à radicalidade do seguimento:
negando a si mesmos e tomando sua cruz
3. 8.34-9.1: vinda gloriosa que alguns dos
presentes assistirão antes de morrer
4. 9.2-13: transfiguração
5. 9.14-29: tradição sobre o epilético. Sugere
nesse contexto que é necessária a fé e a
oração para assumir esse caminho

100

Como é o messianismo de Jesus?


1. 9.30-32: segundo anúncio e a incompreensão
2. 9.33-59: dois blocos de ensinamento:
i. 9.33-50: direcionado a todos os discípulos.
Serviço; acolher os pequenos; acreditar na
exclusividade no serviço do Reino; não
escandalizar os pequenos; aceitar a
pobreza; conservar fielmente sua obra, à
paz

101

Como é o messianismo de Jesus?


1. 10.1-31: segundo. Dirigido ao povo e aos
discípulos
a. 10.2-12: indissolubilidade do matrimônio
b. 10.13-16: exorta os discípulos a acolherem
o Reino como uma criança
c. 10.17-31: no contexto de um rico que
renuncia a segui-lo, Jesus fala da
dificuldade das riquezas para entrar no
Reino e do prêmio que terão agora e depois
os que deixam tudo para segui-lo

102

34
24/02/2017

Como é o messianismo de Jesus?


1. 10.32-34: terceiro anúncio
2. Os Zebedeus pedem os primeiros lugares no
Reino que, para eles, vai começar em
Jerusalém; os demais ficam indignados e
Jesus exorta a todos a um serviço igual ao
seu, consistindo em doar a vida

103

Como é o messianismo de Jesus?


1. 10.46-52: cura do cego que reconhece sua
cegueira, clama a Jesus, recupera e “o segue
pelo caminho”: um convite aos discípulos a
imitá-lo para poderem acompanhar Jesus no
caminho que fazia para Jerusalém

104

Como é o messianismo de Jesus?


1. 11-13: Segunda seção; atividade de Jesus
durante 3 dias em Jerusalém; explica por que vão
matá-lo
a. 11.1-11 (1º. Dia): entra livremente como rei
manso e toma posse de seu Templo
b. 11.12-20 (2º. Dia): maldiz a figueira, gesto
simbólico que explica a ação que realiza a
seguir, a desclassificação do Templo, coração
do judaísmo, que devia ser casa de oração e
se transformou num covil de ladrões. O
Sinédrio quer prendê-lo.

105

35
24/02/2017

Como é o messianismo de Jesus?


1. 11.20-25 (3º. Dia): ensinamentos:
a. A caminho de Jerusalém; diante da figueira
seca fala sobre o poder da fé e da oração.
Contexto: convite para não ficar
desesperado nessa situação de
impossibilidade humana causada pela
incredulidade.

106

Como é o messianismo de Jesus?


1. Segundo ensinamento: no Templo.
a. 11.27-33: Polêmica com os membros do
Sinédrio a propósito da desclassificação do
Templo
b. 12.1-11: Jesus se nega a apresentar
argumentos e, na parábola dos vinhateiros
apresenta-se como o Filho amado,
desprezado; (12.12) os sinedritas decidem
eliminá-lo

107

Como é o messianismo de Jesus?


1. 12.13-28: A discussão com fariseus e escribas
mostra o ambiente de perseguição contra
Jesus
2. 12.28-34: O problema é mais de prejuízos
religiosos que doutrinal
3. 12.40-44: sublinha o condenar os escribas e o
louvar a religiosidade da viúva
4. 13.1-2: Jesus anuncia a destruição do Templo
5. 13.3-37: discurso escatológico

108

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24/02/2017

Como é o messianismo de Jesus?


1. 14.1-16-8: paixão-morte-ressurreição
2. Messianismo que compete ao Filho de Deus
3. 14.1-9: má vontade do sinédrio e unção em
Betânia, anúncio e antecipação da morte de
Jesus
4. 14.12-31: preparação da Ceia; instituição da
Ceia (Eucaristia); anúncio da traição de Judas;
anúncio do abandono de Pedro e dos demais
discípulos

109

Como é o messianismo de Jesus?


1. 14.43-52 Prisão: os discípulos fogem,
somente Pedro o segue de longe
2. 14.53-65: conduzido ao Sumo Pontífice.
Motivos da condenação – Templo, Filho
3. Jesus se proclama Messias, Filho do Bendito
4. 14.66-72: Pedro nega três vezes mas lembra-
se de Jesus
5. 15.1-15: Jesus ou Barrabás

110

Como é o messianismo de Jesus?


1. 15.16-20: zombaria
2. 15.21-28: crucificação entre dois ladrões
3. 15.29-32: zombaria dos transeuntes sobre o-
que-destrói-e-reedifica-o-templo e a dos
pontífices sobre o Messias, Rei de Israel que
não desce da cruz (reprodução dos motivos
da condenação)

111

37
24/02/2017

Como é o messianismo de Jesus?


1. Paradoxo: as afirmações desses
personagens, analisadas a partir da fé, são
verdadeiras, mas a partir da experiência
histórica, são mentirosas
2. 15.33-36: Hora 6ª. a 9ª. Trevas: hora do juízo
de Deus, mas Jesus vive em plena solidão,
sentindo-se abandonado pelo Pai e
incompreendido pelos homens
3. 15.37: solta um forte brado

112

Como é o messianismo de Jesus?


1. 15.37-39: os dois sinais estão na linha dos
motivos da condenação e das mentiras,
explicam o alcance da morte:
a. O véu do Templo se rasga, remetendo ao
tema do novo Templo
b. O centurião reconhece – Filho de Deus
(1.1). A morte revela a filiação divina
2. 15.40-42: mulheres testemunham o
sepultamento

113

Como é o messianismo de Jesus?


1. Mulheres vão ao sepulcro: um personagem
celestial proclama a ressurreição de Jesus e
manda dizer a Pedro e aos discípulos que
Jesus os precede na Galileia.
2. 16.1-8: as mulheres cheias de espanto não
dizem nada
3. O final incompleto convida o leitor a completar
o relato com sua própria experiência pessoal
do seguimento a Jesus, superando o temor,
indo à Galileia, vendo Jesus e testemunhando

114

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24/02/2017

Estudos no Novo Testamento I

Evangelho Segundo Mateus

Prof. Me. Sandro Pereira

1. Mateus aparece no título do evangelho a


partir do século II.
2. A atribuição desse evangelho a Mateus
remonta à tradição da Igreja antiga. Ela
se baseia nos seguintes argumentos:
a. Eusébio (História Eclesiástica):
“Mateus fez uma coletânea dos discursos
de Jesus em hebraico; cada um, no
entanto, os traduziu o melhor que pôde”;

1. [..]
2. [..] remonta à tradição da Igreja antiga.
Ela se baseia nos seguintes argumentos:
a. [...]
b. Irineu: “Mateus também publicou um
evangelho entre os hebreus na sua
língua, enquanto Pedro e Paulo
pregavam em Roma e lá fundaram a
igreja.”

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24/02/2017

• O nom e de M at eus é cit ado no t í t ulo do evangelho, que sur giu no século I I e a par t ir de lá f oi incor por ado à t r adição.
• A at r ibuição desse evangelho a M at eus r em ont a à t r adição da igr eja ant iga. Ela se baseia nos seguint es ar gum ent os:
1. Eusébio ( Hist ór ia Eclesiást ica) : “ M at eus f ez um a colet ânea dos discur sos de Jesus em hebr aico; cada um , no ent ant o, os t r aduziu o m elhor que pôde” ;
2. I r ineu: “ M at eus t am bém publicou um evangelho ent r e os hebr eus na sua lí ngua, enquant o Pedr o e Paulo pr egavam em Rom a e lá f undar am a igr eja. ”

3. Quinto livro da História Eclesiástica: relato de


Pantaenus (teólogo de Alexandria): Ele
entendeu que a sua tarefa era a
evangelização dos povos do oriente e viajou
para a Índia. Quando chegou à Índia teria
encontrado cristãos que já conheciam o
evangelho de Mateus. Deles ouviu que o
Apóstolo Bartolomeu lhes pregara a boa
notícia e lhes deixara o evangelho segundo
Mateus em hebraico.

4. Eusébio cita Orígenes no sexto livro da


História Eclesiástica: Orígenes teria dito no
primeiro livro do seu comentário sobre Mateus:
“Com base na tradição tenho descoberto a
respeito dos quatro evangelhos, que foram
aceitos sem restrições na igreja de Deus por onde
ela tem se espalhado debaixo do céu, que
primeiro foi escrito o evangelho por Mateus, o que
havia sido cobrador de impostos e depois foi
discípulo de Jesus Cristo. Foi escrito na língua
hebraica para os que creram entre os judeus …”

1. A tradição da Igreja antiga confirma


dois fatos sobre o primeiro
evangelho: o apóstolo Mateus é o
seu autor e ele escreveu o seu
evangelho na língua hebraica .
2. Quanto podemos confiar nessa
tradição?

40
24/02/2017

1. Todos os testemunhos da Igreja antiga


atestam que o evangelho de Mateus foi
escrito em hebraico; até os pais da Igreja
como Irineu e Orígenes, cuja língua materna
era o grego, o que nos leva a concluir que
eles também conheciam o evangelho de
Mateus em grego.
2. Tinham, portanto, mais informações sobre a
origem deste evangelho.

Quem é Mateus?
1. Está em todas as listas de apóstolos: Mt
10:3; Mc 3:18; Lc 6:15; At 1:13.
2. Mt 10:3 ele é denominado cobrador de
impostos.
3. Mt 9:9-13: Jesus o chamou diretamente da
coletoria para segui-lo; com essa atitude e
também com a refeição que partilhou com os
colegas de Mateus logo em seguida, Jesus
se expôs à veemente crítica dos fariseus.

Quem é Mateus?

1. Marcos e Lucas também registram a


história desse chamado, com a
diferença de que lá esse publicano é
chamado Levi (Mc 2:13-17; Lc 5:27-
32).
2. Pressuposto: ele tinha dois nomes, Levi
Mateus.

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Destinatários
1. Cristãos-judeus familiarizados com os
costumes judaicos e com o A.T..
2. Objetivo: demonstrar aos seus patrícios
que Jesus era o Messias de Israel.
3. Eles tinham consciência de que o Reino
de Deus também era para os gentios.
4. Certamente estão na ala helenística do
cristianismo entre os judeus.

Local e data
1. Local que pudesse ser a pátria da ala
helenística do cristianismo de origem
judaica: Antioquia da Síria.
2. Igreja marcada pelo cristianismo
judaico-helenístico; levou o
evangelho aos gentios e com isso
cumpriu a missão que Jesus lhes
delegou no primeiro evangelho.

Local e data
1. Mt 22:7 pode ser uma indicação de que a
destruição de Jerusalém no ano 70 já
acontecera. Assim, pode ser sido escrito
após 70 d.C.
2. Com base nas condições eclesiásticas já
bem desenvolvidas pressupostas no
evangelho (cap. 18), e com base na
teologia, a data sugerida fica entre 80 e 100
d.C.

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24/02/2017

Local e data
1. Pressuposição contrária: Mateus 22:7
e as orientações para a igreja no
capítulo 18 são palavras de Jesus.
2. A data precisa ser determinada com
base em outras reflexões.
3. Alguns propõe que os evangelhos
sinóticos surgiram na mesma época.

Local e data
1. O registro feito por Mateus das
palavras de Jesus deve ter acontecido
já bem cedo, talvez até durante o
ministério de Jesus na Palestina:
“quem lê, entenda” (Mt 24.15).
2. Godet sugere o ano de 66 d.C.

Contexto histórico

1. Em que formas de vida da Igreja primitiva


este evangelho foi concebido?
2. Em que situações foi usado e depois
transmitido a nós?
3. Em que contexto este evangelho surgiu?
Estas são as questões levantadas pelo
“Sitz im Leben” do surgimento do
evangelho.

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24/02/2017

Contexto histórico

1. Possíveis respostas: Na sua essência, o


evangelho é um lecionário.
2. Parte da igreja primitiva lia nos seus
cultos textos de Marcos e da fonte de logia.
3. Posteriormente foram feitos acréscimos
que resultaram no evangelho de Mateus,
que se transformou então em um
lecionário, destinado às leituras públicas
nos cultos.

Contexto histórico

Alguns argumentos:
a. Melhor estilo oral se comparado com
Marcos;
b. Formulação mais resumida e mais
exata;
c. A repetição de fórmulas e as frases
completas nelas contidas.

Contexto histórico
1. Escola teológica por trás deste evangelho:
a. Instruídos mestres e líderes das igrejas no
cristianismo primitivo.
b. O que lhes era ensinado teria resultado no
evangelho de Mateus.
c. Conhecimento e a interpretação do AT, que
pressupõe o trabalho de estudo da Palavra
com iniciados. Possivelmente, tratava-se
então de uma “escola de Mateus”.

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24/02/2017

Contexto histórico
1. Evangelho de Mateus: guia de
catequese na instrução do cristianismo
primitivo.
2. Recém-convertidos a Jesus Cristo
precisavam desse tipo de instrução.
3. O evangelho de Mateus é muito
apropriado para isso, pois nele são
tratados os principais temas da fé cristã.

Contexto histórico

1. Maior ênfase: ensino de Jesus, e,


portanto, é ideal para passar esse ensino
adiante.
2. Por ter sido usado dessa forma, tornou-
se uma grande influência não somente
sobre a liderança, mas também sobre
toda a igreja cristã primitiva.

Conteúdo

1. Foi o que mais influenciou a história da


Igreja cristã.
2. No século II ele já era conhecido em todo o
cristianismo.
3. Formava a base para a instrução sobre as
palavras e a vida de Jesus.
4. Era lido nos cultos e servia de orientação no
preparo dos candidatos ao batismo
(catequese).

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24/02/2017

Conteúdo

1. Ainda hoje as afirmações sobre a


pregação de Jesus se orientam
primeiramente por Mateus (Sermão do
Monte; parábolas sobre o Reino de Deus;
orientações de Jesus para a sua igreja;
discurso sobre o juízo final).
2. O evangelho é caracterizado pelas grandes
sequencias de discursos, que definem
também a estrutura do evangelho.

Conteúdo
Afirmações-chave:
1. Vós sois o sal da terra … . Vós sois a luz
do mundo. 5:13a, 14a
2. ... todo aquele que me confessar diante
dos homens, também eu o confessarei
diante de meu Pai que está nos céus; mas
aquele que me negar diante dos homens,
também eu o negarei diante de meu Pai
que está nos céus. 10:32-33

Conteúdo
Afirmações-chave:
1. Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação
do século. 28.18b-20

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24/02/2017

Conteúdo
Leitores: tem certo conhecimento da
situação em que se passam os eventos
do seu evangelho; não explica
costumes, tradições e expressões
idiomáticas dos judeus:
1. Costume de lavar as mãos (15:2);
2. Filactérios que eram usados no braço
(23:5);

Conteúdo

1. Franjas nos cantos das vestes (fios e


cordões em azul e branco que deviam
lembrá-los dos mandamentos da lei: (23:5);
2. Registra expressões tão vívidas de Jesus
como “coais o mosquito e engolis o camelo”
(23:24) e “túmulos caiados” (23:27);
3. Usa expressões aramaicas transliteradas
para o grego: raka (tolo, idiota em 5:22) ou
korbanan (tesouro do templo em 27:6).

Características mais importantes


1. Sequencia de discursos que terminam com:
“Quando Jesus acabou de proferir estas
palavras, …” (7:28; 11:1; 13:53; 19:1; 26:1).
2. Dá a impressão de que o autor reuniu os
discursos de Jesus em sequencias
temáticas:
a. Lucas reproduz esses mesmos
discursos de Jesus, só que em outros
contextos.

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24/02/2017

Características mais importantes


1. Dá a impressão de que o autor reuniu os
discursos de Jesus em sequencias
temáticas:
a. Para Mateus esses discursos de Jesus
eram tão importantes, que ele atribuiu
peso especial a eles ao relatar sermões
interligados entre si por um tema comum.

Conteúdo
1. Chama a atenção, além das sequências de
discursos de Jesus, as assim chamadas citações
reflexivas. Elas mencionam acontecimentos da
vida de Jesus na sua relação com o AT e as suas
promessas (Mt 1:22s / Is 7:14; Mt 2:6s / Mq 5:1,3;
Mt 2:15 / Os 11:1; Mt 2:17s / Jr 31:15; Mt 3:3; Is
40:3; Mt 4:14-16 / Is 8:22—9:1;etc.).
2. Quer demonstrar nessas citações que em Jesus
se cumpriram as promessas messiânicas do AT:
ele é o Messias de Israel.

Características particulares

1. Os eventos não estão apresentados de


forma cronológica.
2. É o mais judaico de todos os
evangelhos.
3. Contém a exposição mais sistemática
dos ensinos de Jesus e do seu
ministério de cura e libertação.

144

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Temas importantes
1. O surgimento do Rei: 1:1 – 2:23.
a. Traça a linhagem de Jesus até Davi e Abraão, para
provar a legalidade real de Jesus, por ser judeu e da
descendência de Davi.
2. A proclamação do Reino: 3:1- 16:20.
1. Como o Rei apareceu e está entre nós, a proclamação do
seu Reino é precedida por um Arauto que vem lhe
preparando o caminho. Cumprindo-se desta forma os
rituais reais e as palavras do Profeta Isaías (40:3). Este
Arauto foi: João Batista.

145

2. A proclamação do Reino: 3:1- 16:20.


2. O Rei deixa sua vida particular, para cumprir seu
ministério e nesta transição é provado ao ser
levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado
pelo diabo.
3. Este Reino não veio revogar a Lei, mas
interpretá-la e cumpri-la de modo correto, dentre
outras coisas o Rei esclarece que neste Reino:
a. Ao contrário do que muitos pensavam é um Reino
espiritual e universal e por isso são delegados
representantes para pregar e representar este Reino
até os confins da Terra.

146

3. A rejeição do Rei: 16:21-20:34.


a) Os Judeus não o reconheceram
como Messias, acusando-o de
blasfemo.
b) Com esta rejeição Jesus começa a
revelar que Seu Reino não é Judaico,
mas mundial e institui a sua Igreja.

147

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4. A vitória do Rei: 21:1-28:20.


a. Como “Messias” Jesus primeiro tinha
que salvar para depois reinar.
b. Deixou uma missão a sua Igreja até a
sua volta.

148

CAPÍTULO PERÍCOPES VERSÍCULOS-CHAVE


1 e 2 Histórias introdutórias
Árvore genealógica, os magos, a fuga, infanticídio
5—7 O Sermão do Monte
As bem-aventuranças, antíteses 5:3-12, 13-17
Orar, andar ansioso 6:6-13, 24-33
Julgar, fazer 7:1s, 7: 12-14, 21
(Jesus na Galileia) 9:37s
Destaque: Levi é chamado Mateus

149

CAPÍTULO PERÍCOPES VERSÍCULOS-CHAVE


10 Mensagem de envio
Envio, situação 10:16,19
Seguir a Jesus, sofrer 10:24, 32s, 37
11—12 Jesus na Galileia 9:37
Destaques: pergunta de João Batista
“Ais” e exultação, clamor do salvador 11:28-30

150

50
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13 Parábolas do Reino de Deus


O semeador, o joio no trigo, o grão de mostarda, o
fermento, o tesouro, a pérola, a rede
14—17 preparo para o sofrimento
Destaque: imposto no templo
18 O ensino sobre a Igreja
A briga por posição, disciplina na igreja 18:15-17:18
Oração em conjunto, o credor incompassivo 18:19s

151

19—22 Jesus em Jerusalém


os trabalhadores na vinha, os dois filhos diferentes
23 “Ai de vós”
Ameaças, lamentação sobre Jerusalém 23:8b
24—25 O sermão sobre o fim dos tempos
Apocalipse
As dez virgens, os talentos, o juízo final
26—27 O sofrimento
28 Relatos da ressurreição 28:18-20

152

Estudos no Novo Testamento I

Evangelho Segundo Mateus

Prof. Me. Sandro Pereira

153

51
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Questões Teológicas
Propósitos: Mateus não faz declarações
diretas sobre o que almeja com seu
evangelho; as opiniões dos teólogos diversificam
bastante.
É possível expor alguns propósitos
considerados amplamente:
1. Evangelístico: Jesus é o Messias prometido,
o Filho de Davi, o Filho de Deus, o Filho do
Homem, Emanuel, aquele para quem o AT
aponta;

154

Questões Teológicas
2. Didático: muitos judeus, especialmente
os líderes, pecaram quando deixaram
de reconhecer Jesus durante o seu
ministério;
3. Pastoral: o reino escatológico já
despontou, sendo que seu início foi
assinalado pela vida, morte,
ressurreição e exaltação de Jesus;

155

Questões Teológicas
4. Apologético: esse reinado continua
havendo no mundo a medida que os crentes:
a. submetem-se a autoridade de Jesus;
b. vencem tentações;
c. suportam perseguições;
d. aceitam os ensinos de Jesus;
e. e consequentemente demonstram ser o
povo de Deus que testemunha ao
mundo o “Evangelho do Reino”;

156

52
24/02/2017

Questões Teológicas
5. Teológico: o reino messiânico não é
apenas o cumprimento das esperanças
do Antigo Testamento, mas também a
amostra do reino consumado, o qual
surgirá quando Jesus, o Messias, voltar
em pessoa.

157

Teologia e mensagem
1. Fundamenta a missão e ensino de Jesus
relevante para a Igreja Universal
convocada a cumprir esta missão e
transmitir os ensinos do Senhor a todas
as nações.
2. A lei tem participação fundamental porque
ela foi não foi revogada, mas cumprida por
Jesus e por ele interpretada sob a
perspectiva do reino que chegou.

158

Teologia e mensagem
3. A Igreja somente poderia alcançar o
cumprimento de sua missão, mediante:
a. o exemplo de obediência de Jesus;
b. e não pelo exemplo dos escribas e
fariseus cujo padrão de vida é
sentenciado nas palavras de Jesus
como um dos motivos do fracasso de
Israel.

159

53
24/02/2017

Teologia e mensagem
4. O nascimento de origem sobrenatural de
Jesus, aliado a descendência davídica e a
declaração vinda dos céus no batismo
apontam claramente para a identidade
especial de Jesus:
a. Filho de Davi legítimo para governar o
reino
b. Filho de Deus capaz de estabelecer e
sustentar o reino.

160

Teologia e mensagem
5. A orientação de Deus foi ouvida através
dos ensinos de Jesus, sendo o Sermão
do Monte o evento emblemático
dessa orientação onde Jesus é visto
como um segundo Moisés, e é
considerado pela audiência como
alguém que ensina com autoridade
superior aos escribas.

161

Teologia e mensagem
6. A filiação divina pode ser testemunhada
pelos discípulos na vida de Jesus
através de seus atos de cura, libertação
e manifestação de poder sobrenatural,
que por sua vez também anunciavam o
objetivo do Filho de Deus que era o
estabelecimento do reino dos céus.

162

54
24/02/2017

Teologia e mensagem
7. Servo de Deus: a morte de Jesus é vista
como sacrificial e redentora, levando ao
perdão dos pecados por Deus.
8. Ressurreição: Jesus é exaltado e tem toda
autoridade e poder para reger o universo; Ele
é presente espiritualmente entre os discípulos
para que estes cumpram a missão até que
chegue a realidade do julgamento que
resultará na condenação de uns e salvação de
outros na eternidade.

163

Forma da Narrativa
1. Vê a Igreja como a nova nação escolhida, que
substitui a nação escolhida de Israel.
2. Começa com a narrativa do nascimento
virginal de Cristo, em seguida ele insere cinco
discursos de Cristo na estrutura narrativa de
Marcos.
3. Cada discurso termina com uma expressão
semelhante a: “quando Jesus acabou de proferir
estas palavras” (Mt 7:28; 11:1; 13:53; 19:1; 26:1).

164

Esboço Literário

PRÓLOGO (A promessa e oposição ao Reino)


1:1  2:23
1  Discurso  5:1-
1  Narrativa  3:1-4:25
7:29
(Estabelecimento do Reino 
(Natureza do
oposição)
Reino)
2  Narrativa  8:1-10:4 2  Discurso 
(Enfermidades, milagres do poder 10:5-11:1
do Reino) (O poder do Reino)
3  Discurso 
3  Narrativa  11:2-12:50
13:1-53
(A incompreensão sobre o
(O mistério do
Reino)
Reino) 165

4  Discurso 

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Sermão da Montanha
Na busca do significado do
Sermão da Montanha a
Teologia se divide em pelo
menos quatro concepções

166

1. Concepção Perfeccionista:
“Obedece e viverás”.
a. É uma exigente ética perfeccionista.
b. A vontade do Pai é que deve ser
obedecida mais restritamente do que a
ética judaica.
c. Origem: Hans Windish, professor de
exegese neotestamentária de Halle,
segunda década séc. XX

167

2. Concepção do Ideal Inatingível: Baseada na


ortodoxia luterana.
a. Lei:
i. Pedagogia da salvação pelo processo do
desespero;
ii. Preparativo evangélico que revela ao homem
sua incapacidade;
iii. Abre os olhos à maravilha da graça de Deus.
b. Ninguém consegue alcançar esta ética; depara-
se com sua insignificância moral para cumpri-la.
c. Exigência moral mosaica levada ao extremo.

168

56
24/02/2017

3. Ética de emergência: O sermão se


fundamenta na iminente crise que se avizinha,
conforme declarações de Cristo.
a. O fim está próximo e com ele, e antes dele,
estão terríveis catástrofes.
b. Para um tal tempo se faz necessária uma
moral fundada na urgência do tempo.
c. É preciso um esforço supremo para viver
moralmente em harmonia com as exigências
morais do sermão.

169

4. Conceito Soteriológico (Joachim Jeremias): O


dom de Deus precede suas exigências morais.
Trata-se de uma exposição do evangelho e não da
exposição da Lei.
a. Cristo está Se dirigindo a homens libertados do domínio
de Satanás, mediante a concepção do perdão.
b. Nas bem-aventuranças, Cristo Se apresenta como o
Salvador dos pobres, o Consolador dos que sofrem, a
herança dos mansos, o Supridor de justiça.
c. Estes que foram alvos destas bênçãos são cidadãos
do céu, e portanto, devem exibir naturalmente uma
justiça superior.
d. São homens que já vivem no Reino de Deus.

170

Natureza do Reino
1. Ser bem-aventurado é receber o reino de
Deus presente e futuro na sua vida.
2. Bem-aventurança é a irresistível alegria
espiritual que o homem possui ao participar na
salvação do Reino de Deus presente e futuro.
3. É a felicidade dos que se alegram na salvação
em Jesus, nos frutos que a seguem.
4. Cobrir o pecado e salvar o perdido é a
verdadeira natureza do Reino de Deus.

171

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Estudos no Novo Testamento I

Evangelho Segundo Lucas

Prof. Me. Sandro Pereira

Autoria
1. Tradições: desde Irineu do século II,
concordam plenamente que foi Lucas
2. Eusébio; Tertuliano; Clemente de
Alexandria citam Lc 3.1 posicionando-o
no mesmo nível do profeta Isaías
3. Orígenes identifica o médico Lucas de
Antioquia. Seguem-no Crisóstomo,
Efrém e Jerônimo.

173

Autoria
1.P75 (175 – 225) já traz o título
EUAGGELIONKATALOUKAN
2. Lucas não era apóstolo – isso confere
peso às declarações dos pais da igreja.
3. Era parceiro de Paulo nos relatos “nós”
(At 16.10-17; 20.5-15; 21.1-18 e 27.1-
28.16

174

58
24/02/2017

Autoria
1. Era gentio (Cl 4.10-14), talvez de
Antioquia, provavelmente grego
2. Os cooperadores judeus “são da
circuncisão” - Aristarco, Marcos e Jesus
(Justo); os cooperadores não judeus -
Epafras, Lucas e Demas.
3. Cl 4.14 médico: estreita relação de
cooperação e amizade com Paulo

175

Lugar de origem
1. Tradição mais antiga: Antioquia da Síria,
onde morreu por volta dos 84 anos de idade;
2. Jerônimo e Gregório de Nazianzo: Acaia
(Grécia).
3. Alguns manuscritos da Peshitta: Alexandria
4. Durante os anos de prisão de Paulo em
Cesaréia
5. Alguns manuscritos minúsculos: Roma

176

Data
1. Opiniões bastante variadas. Os únicos fatos
são:
a. Escrito depois de Marcos
b. Escrito antes de Atos
c. Atos foi escrito com certeza depois de
62 d.C. (a história termina em 62, com a
primeira prisão de Paulo em Roma). A
narração de Lucas termina com Paulo
preso (At 28.30-31).

177

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Destinatários e situação histórica

1. Lucas e Atos são dirigidos a


Teófilo
2. Caráter natural e simbólico
3. Patrocinador (excelentíssimo)

178

Estrutura
Introdução ao evangelho 1.1-4
1. Apresentação do Filho do Homem 1.5-4.13
A expectativa e o nascimento 1.5-2.38
Memórias da infância 2.39-52
O início do ministério 3.1-4.13
2. Ministério do Filho do Homem na Galileia 4.14-9.50
Reconhecimento e rejeição 4.14-30
Os sinais de poder do Filho do Homem 4.31-5.28
Os ensinos e a autoridade do Filho do Homem
5.29-6.49
Alcance e características do ministério 7.1-9.50

179

Estrutura

3. Oposição ao Filho do Homem 9.51-19.27


A oposição se intensifica em Jerusalém
9.51-11.54
Advertências e exortação ao arrependimento
12.1-19.27
O Sofrimento do Filho do Homem 19.28-23.56
A Revelação do Cristo de Deus 24.1-53

180

60
24/02/2017

Características
1. Ênfase nos fatos da história: Prólogo (Lc
1.5; 2.1; 3.1-2)
2. Jesus é o Salvador num sentido
universal:
a. Os samaritanos: Lc 9.52-56, 10.30-37
(10.25-28)
b. Leprosos: Lc 17.11-19
c. Os gentios e pagãos: Lc 2.32, 3.6, 7.9,
13.29, 21.24, 24.47

181

Características
1. Jesus é o Salvador num sentido
universal:
d. Os judeus: Lc 1.33; 54, 68-79, 2.10
e. Os publicanos e pecadores: Lc 3.12-
13, 5.27-32, 7.37-50, 15.2; 7; 10
f. Os fariseus: Lc 7.36, 14.1
g. Os pobres: Lc 1.53, 2.8; 24, 4.18, 7.22,
16.22, 18.35-43
h. Os ricos: Lc 19.2, 23.50-53

182

Características
1. Versículo temático Lc 19.10
2. Ênfase: amor de Deus 15.4-10
3. Vocábulo “salvação” ocorre 13 vezes em Lucas
e Atos – não aparece em Marcos e Mateus
4. Vocábulos: “arrependimento”, “graça”,
“misericórdia”, encontram-se muito mais em
Lucas do que Mateus e Marcos (6.36, 7.47,
10.33, 15.20)

183

61
24/02/2017

1. Evangelho de louvor e gratidão. Inclui 4 cânticos:


a. Magnificat - o Cântico de Maria: 1.46-55
b. Benedictus - o Cântico de Zacarias: 1.67-79
c. Glória in Excelsis - o Glória a Deus: 2.14-32
d. Nunc Dimittis - o Cântico de Simeão: 2.28-32
2. Ênfase no Espírito Santo: 1.15; 35; 41; 67, 2.25-
26, 3.22, 4.1; 14; 18; 24.49).
3. Ênfase na oração:
a. Exemplo de Jesus: 3.21, 5.16, 6.12, 9.18; 29,
11.1, 22.32;41.
b. Ensinamentos de Jesus: 11.1-13, 18.1-8.

184

Características
1. Atenção especial a mulheres: a
palavra gyne “mulher” encontra-se 43
vezes.

2. Contém muitas parábolas: algumas


delas notáveis que não se encontram
em outro Evangelho, por exemplo “o
bom samaritano” e o cap. 15.

185

Estudos no Novo Testamento I

Evangelho Segundo Lucas

Prof. Me. Sandro Pereira

62
24/02/2017

Questões Teológicas

1. Propósitos: narra a história de


Jesus na perspectiva de uma
história da salvação
2. A vida e a pessoa de Jesus Cristo
situam-se dentro de um escopo
maior, e categoricamente é o
período central da história.

187

Questões Teológicas - Cristologia


1.Jesus é o Kyrios (Senhor): título
messiânico dado a Jesus pela
igreja.
a.Exprime bem o fato de que Jesus
foi exaltado e glorificado a direita
de Deus.

188

Questões Teológicas - Cristologia


1. Jesus é o Kyrios (Senhor):
b. Jesus como Kyrios significa na história da
salvação que Cristo não somente
pertence ao passado dessa história, nem é
tão pouco alvo de uma esperança futura,
mas acima de tudo, que ele “é” também
no presente, uma realidade viva que nos
permite relacionarmo-nos com ele em
obediência, e com louvor e orações.

189

63
24/02/2017

Questões Teológicas - Soteriologia


1. Semana da Paixão: fundamental para
Lucas; seu propósito ao narrar a vida de
Jesus é contá-la sob o eixo hermenêutico
do sofrimento, morte e ressurreição de
Cristo que trouxe salvação a humanidade.
2. Salvação: alcance universal
a. No tempo (genealogia inicia-se em
Adão) mas não tem fim

190

Questões Teológicas - Soteriologia


b. Salvação: alcance universal
b. Na geo-política:
i. os anjos cantaram “paz na terra entre os
homens” diante dos pastores (2.14)
ii. Simeão declarou que Jesus é “a salvação
dos povos, luz para os gentios e glória para
Israel” (2.31-32)
iii. Jesus esclareceu aos discípulos que o
evangelho do perdão dos pecados deveria
ser pregado desde Jerusalém a todas as
nações (Lc 24.45-49)

191

Questões Teológicas - Soteriologia

b. Salvação: alcance universal


c. Socialmente: o ministério e o evangelho
de Jesus atende os pobres, os
pecadores, publicanos, viúvas,
crianças, enfermos e malfeitores.

192

64
24/02/2017

Questões Teológicas - Soteriologia

1. A salvação acontece com base nas


entranhas da história da humanidade.
2. A salvação não se refere apenas à “alma”:
a. No seu sentido original quer dizer livrar
o ser humano de algum mal físico,
moral ou político, ou de algum
cataclismo cósmico; isso supõe resgate
da integridade;

193

Questões Teológicas - Soteriologia

2. A salvação não se refere apenas à “alma”:


b. Restabelecer sua relação com Deus,
com os outros, com toda a criação e
consigo mesmo;
c. O credo cristão crê na ressurreição da
“carne”
3. Salvação: Na Bíblia, salvação e libertação
são “equivalentes” e complementares

194

Questões Teológicas - Soteriologia

1. Quatro atitudes para se chegar à salvação.


É necessário um contato frequente com a
Palavra de Deus que tira a máscara dos
falsos valores, e uma atitude de oração que
imite bem de perto a atitude do mestre:
a. Escuta da palavra pelo anúncio: Lucas
faz brilhar os valores em pessoas
concretas. Marta e Maria (10.38-42;
10.1-20; 24.47-48)

195

65
24/02/2017

Questões Teológicas - Soteriologia

1. Quatro atitudes para se chegar à salvação.


b. Desapego dos bens terrenos: Jesus
pede para deixar tudo, como fez com
Levi (5.28), com o jovem rico (18.22), e
define a riqueza como iníqua (16.9.11)
que, como “Mamon” ou divindade,
tende a absorver todas as energias;
causa desilusão

196

Questões Teológicas - Soteriologia

1. Quatro atitudes para se chegar à salvação :


c. Oração: 70x Lc 40x At. Mostra Jesus
orando e convida a comunidade a orar.
d. Rumo à cruz e à glória: Verbos de
movimento: andar, vir, subir. Jesus faz
uma grande viagem – da Galileia,
passa pela Samaria e chega a
Jerusalém. Aparece na viagem para
Emaús.

197

Questões Teológicas – Pneumatologia


1. O Espírito Santo é a presença atual e antecipada
do Reino de Deus futuro
2. Os personagens que participam diretamente da
história da salvação são cheios do Espírito
Santo:
1. Zacarias, Isabel e João Batista (1.15, 67)
2. Simeão (2.25-27)
3. Jesus (4.1, 14; 18.10, 21)
4. Os discípulos serão cheios do Espírito (Lc 12.12; At 2.4; 4.8).
3. O “ser cheio do Espírito” é o alvo da
comunidade dos discípulos que clamam pela
vinda e derramamento do Espírito (Lc 11.13).

198

66
24/02/2017

Questões Teológicas – Pneumatologia

1. Viver segundo o Espírito:


1. Implica caminhar em um processo de
crescimento e fortalecimento.
2. A ação do Espírito Santo não é mágica
como se ao invocá-lo ele descesse do
céu sobre nós.
3. Ele irrompe na comunidade a partir
das entranhas dos fatos históricos

199

Questões Teológicas – Pneumatologia

1. Viver segundo o Espírito:


2. Estar imerso em um oceano de amor.
Desperta a sensibilidade capaz de
perceber Deus agindo no mais
profundo dos fatos e da realidade

200

Questões Teológicas – Pneumatologia

1. Viver segundo o Espírito:


3. Manifesta com maior força na ação
profética.
4. Um critério para constatar a autenticidade
de uma experiência no Espírito é verificar
se ela está tornando as pessoas mais
proféticas.
5. Alegria, paz e serenidade; saboreia a beleza
da pequenez da vida nutrindo-se do divino
que se tornou humano.

201

67
24/02/2017

Teologia e Mensagem

1. Jesus compreende a necessidade e o


problema do pecado dos seres humanos
2. Ensina sobre o governo soberano de Deus
e o modo pelo qual esse poder conduz as
pessoas a salvação
3. A continuidade entre a proposta de Jesus
durante seu tempo de vida e a pregação
da igreja após a sua ressurreição é
exposta de maneira mais evidente

202

Teologia e Mensagem
4. Forte ênfase sobre a importância do
arrependimento por parte dos pecadores
5. O papel de Jesus como pivô na história da
salvação baseia-se em seu nascimento
mas é enfatizado retrospectivamente em
sua posição autorizada e reconhecida
como Kyrios, mesmo antes de sua
ressurreição e exaltação

203

Teologia e Mensagem
1. Missão de Jesus: primeiro a Israel, mas desde o
princípio há o prenúncio de uma missão que visa
alcançar também os gentios
a. Os discípulos são chamados para participar no
cumprimento desta missão.
2. Missão: exercer compaixão ao necessitado, e de
denunciar aqueles que são cegos com as
necessidades do próximo, e portanto, incapazes
de compaixão.
3. A morte de Jesus é vista como sacrificial e
redentora.

204

68
24/02/2017

Teologia e Mensagem
1. Para Lucas a prática é decisiva Lc 3.8;
3.10.12.14; 10.25; 10.37
a. Mais importante do que ter uma “opinião
certa” é ter uma prática correta,
libertadora. Ortodoxia versus Ortopraxia
b. Ação solidária

205

Teologia e Mensagem
1. Condições para seguir a Jesus:
a. Pobreza radical: 12.21-33; 14.33
b. Não temer repressões: 12.1-7.11.22-23
c. Não fazer discriminação racial ou
cultural: 10.25-37
d. Acolher preferencialmente os pobres:
14.12-14.15-24
e. Acompanhar Jesus rumo a “Jerusalém”

206

Estudos no Novo Testamento I

Evangelho Segundo Lucas

Prof. Me. Sandro Pereira

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24/02/2017

Quem é Jesus para Lucas


1. Circulavam várias dúvidas a respeito de
Jesus. A comunidade sentiu a urgência de
revelar o verdadeiro rosto de Jesus.
a. Jesus de Nazaré é o Messias, o Filho
de Deus, trazendo tempos de paz e de
justiça
i. Há muito esperado (1,55)
ii. Jesus iria herdar o trono de Davi
(1.32-33; Is 9.1-6)

208

Quem é Jesus para Lucas


1. A comunidade sentiu a urgência [...]
a. Jesus de Nazaré é:
iii. Messias pobre, que veio para
libertar os pobres e inaugurar uma
nova era, de paz e prosperidade
para todos, o tempo da graça do
Senhor (4.19)
iv. É a realização plena das promessas
antigas (1.70; 2.26)

209

Quem é Jesus para Lucas


1. A comunidade sentiu a urgência [...]
a. Jesus de Nazaré é:
v. Resposta a todos os que esperam
por libertação (2.38)
vi. Luz que ilumina o caminho de
todos os povos e todas as raças
(2.31)

210

70
24/02/2017

Quem é Jesus para Lucas


1. A comunidade sentiu a urgência [...]
a. Jesus de Nazaré é:
vii. Os pobres, os humildes, os
excluídos enxergam em Jesus o
Messias prometido
viii. Seus discípulos, pouco a pouco
foram reconhecendo nele o Messias
(9.20) – sofredor mas também
vencedor, pelo poder de Deus (9.21)

211

Quem é Jesus para Lucas


b. Jesus de Nazaré é [...]
i. Os “deuses” dos pagãos estão longe
ii. Jesus é um Deus encarnado, situado na
história, ao lado dos pobres da terra (2.1-11)
iii. Viveu e andou no meio do povo (8.1)
iv. De vila em vila (10.38)
v. De cidade em cidade (4.31; 7.11)
vi. À margem do lago (5.1)
vii. Pelas roças (6.1)
viii.Atravessando o lago (8.22)

212

Quem é Jesus para Lucas


b. Jesus de Nazaré é alguém que anda
e convive com as multidões dos
excluídos
ix. Entrava nas casas (4.38; 7.36)
x. Nas sinagogas (4.33; 6.6; 13.10)
xi. Parava para falar às multidões (6.17)
xii.Colocava as mãos em cada um deles e
os curava (4.40)

213

71
24/02/2017

Quem é Jesus para Lucas


b. Jesus de Nazaré é:
xiii. Os que eram tachados de pecadores
gostavam de sentar perto dele (5.29;
15.1)
xiv.Fazia as pessoas sentirem-se à vontade:
seus sentimentos e emoções - (7.36-38),
seus clamores e dores – (5.12-13)
xv.Essas multidões eram, em sua grande
maioria gente faminta (9.11-12), doente e
excluída (4.40; 5.29).

214

Quem é Jesus para Lucas

c. Jesus de Nazaré quebra preconceitos e


aponta para relações fraternas
i. Mulheres - fiéis até a morte de Jesus
(23.55)
ii. Discípula (10.39)
iii. Testemunhas da ressurreição (24.1-10)
iv. A pecadora (7.36-50)
v. Com judeus e samaritanos (parábola
do “Pai pródigo”)

215

Quem é Jesus para Lucas

c. Jesus de Nazaré quebra preconceitos e


aponta para relações fraternas
vi. Leprosos (samaritano 17.16)
vii. Repreendeu seus discípulos (9.52-56)
viii.Valorizou a fé do centurião romano (7.9)
ix. Colocou a dignidade das pessoas acima
de tudo, deixando com muita raiva os
que eram contra (6.6-11)

216

72
24/02/2017

Quem é Jesus para Lucas

d. Jesus de Nazaré é o Salvador do


Mundo
i. Salvar: tirar uma pessoa de uma
situação difícil, até de morte, de
onde, sozinha, ela não conseguiria
sair.
ii. Fazer isso gratuitamente, por livre
iniciativa
iii. Essa foi a “boa notícia” (2.11)

217

Quem é Jesus para Lucas

d. Jesus de Nazaré é o Salvador do


Mundo
iv. Vem de Adão – o pai de toda a
humanidade (3.8)
v. Para ser salvo é preciso ter
consciência de nossos pecados e
limites
vi. Os religiosos não compreendem
(18.9-14; 1.51; 5.31-32)

218

Quem é Jesus para Lucas


e. Jesus de Nazaré:
i. Anuncia isso publicamente (4.18-19)
ii. Para isso é que foi enviado (4.43)
iii. Curou doentes (4.40)
iv. Expulsou demônios (4.41)
v. Luta contra o poder dos demônios (4.1-13.33-
37.41; 6.18; 7.21; 8.3.26-39; 9.37-43; 11.14;
13.10-17)
vi. Comunicou a Palavra de Deus (5.1)
vii. Anunciou a Boa Notícia do Reino de Deus
(4.43)

219

73
24/02/2017

Quem é Jesus para Lucas


f. Jesus de Nazaré é :
i. A revelação da misericórdia do Pai (15.3-
32)
ii. Uma pessoa de muita luta e, ao mesmo
tempo, de muita oração
iii. É “O profeta” de Deus, sempre firme e fiel
nas horas difíceis
iv. É o Filho do Homem que veio e virá de
novo
v. É o nosso único Senhor

220

Quem é Jesus para Lucas

f. Jesus de Nazaré:
vi. Está vivo entre nós (24.5-6), caminha
conosco (24.15) e nos envia a testemunhar
sua mesma missão (24.46-48; At 1.8)
vii.Crer em Jesus de Nazaré significa segui-lo,
de verdade, todos os dias, em todas as
situações. Fé e seguimento são inseparáveis
viii.Seguir: cerca de “20 vezes”
ix. Discípulo: cerca de “35 vezes”

221

Que significa seguir a Jesus

1. Ter os mesmos sentimentos que ele:


a. É questão de atitude, prática e não de
palavra ou “ritual” bonito.
b. Não se trata de copiar ao pé da letra
tudo o que Jesus disse e fez.
c. Não significa perder a própria identidade.
d. É preciso primeiro conhecê-lo (como
Maria 10.38-40)
e. Ele recomendou isso (9.23; 14.26).

222

74
24/02/2017

Que significa seguir a Jesus

2. Caminhar com ele, relativizando tudo o que


resta:
a. Os primeiros deixaram tudo e andaram com
ele (5.11).
b. Não eram somente “os doze” que andavam
com ele – as mulheres Madalena, Joana e
outras (8.2-3). Aos pés da cruz (23.49.55).
c. Ao rico (18.22) ele pede para uma
redefinição da vida.

223

Que significa seguir a Jesus

2. Caminhar com ele, relativizando tudo o que


resta:
d. Exigências gerais:
i. Não ter medo de se arriscar, de
enfrentar a insegurança (9.58).
ii. Testemunhar e anunciar o Reino de
Deus, acima de tudo, em primeiro lugar
(9.60).
iii. Decisão e fidelidade ao longo do
caminho (9.62).

224

Que significa seguir a Jesus

3. Converter-se todos os dias, enquanto é tempo:


a. Jesus apelava muito para a conversão
entendida como mudança de mentalidade,
de prática, de rumo (9.23; 18.25-28; 19.1-
10):
i. É um processo permanente, de todos
os dias (9.26 – ilustra a necessidade de
viver sempre em atitude de conversão).

225

75
24/02/2017

Que significa seguir a Jesus

3. Converter-se todos os dias:


a. [..]:
ii. Perigo de se conformar a
mentalidades erradas (12.1).
iii. Gera alegria no céu (15.7.10).
iv. É um abraço que atrai, que desperta
energias novas, que faz a gente se
levantar da lama e caminhar (15.18).
v. É festa (15.20-24).

226

Que significa seguir a Jesus

3. Converter-se todos os dias:


a. [..]:
vi. O filho mais velho em 15.29-30 é o
símbolo de mentalidades fechadas,
de leis e instituições sem
misericórdia.
vii.Cuidado para não exigir conversão
dos outros (6.41-42).
viii.É a ordem final de Jesus 24.47).

227

Que significa seguir a Jesus

4. Seguir a Jesus é praticar a


misericórdia:
a. Muitas pessoas aceitam o mundo
desigual, injusto e violento como
algo normal.
b. Jesus pedia essa prática aos
discípulos.

228

76
24/02/2017

Que significa seguir a Jesus


4. [...] :
c. Somos chamados a dar o coração aos
mais necessitados e excluídos
i. Os famintos (9.12); Os doentes e os
dominados por algum mal (4.40-41);
ii. Os excluídos são os pecadores, os
impuros, os de outras raças (5.29-32;
15.1-2).

229

Que significa seguir a Jesus


4. [...] :
d. Fazer com que as pessoas se sintam
acolhidas, amadas e socorridas (6.18-19);
Não é questão de abraços.
e. É engajamento efetivo e afetivo para
transformar as situações e relações erradas;
é superar as barreiras de raça (10.33) de
sexo (8.43-48), de categoria social (7.1-3); é
vencer os preconceitos (7.39-47); é colocar
sempre em primeiro lugar, a vida.

230

Que significa seguir a Jesus


4. [...] :
f. É agir com gratuidade, é tomar a
defesa dos famintos, dos
humilhados, dos marginalizados,
e ao mesmo tempo, denunciar os
que esbanjam, humilham,
dominam com arrogância (6.20-
26).

231

77
24/02/2017

Jerusalém em Lucas
1. Único que começa e termina em Jerusalém,
precisamente:
a. No templo. (Lc 1.5-23).
b. Os onze voltam para o templo (22.22,
42).
c. Os pais o levaram duas vezes (2.22,
42).

232

Jerusalém em Lucas
1. Jerusalém é o ponto de chegada de Jesus
para realizar a obra (17.11; 19.28-38);
2. Jerusalém é o ponto de partida para a
missão (24.52);
3. Jerusalém é a cidade do “destino” final de
Jesus e de onde se irradia a libertação-
salvação para todo o gênero humano.

233

Jerusalém em Lucas
1. Jesus caminha para Jerusalém como se
buscasse alcançar uma meta (13.22)
2. Lucas valoriza Jerusalém não como “lugar
geográfico”, mas como lugar sagrado do
judaísmo

234

78
24/02/2017

Estudos no Novo Testamento I

Evangelho Segundo João

Prof. Me. Sandro Pereira

Introdução
1. Maior prova do mistério de Jesus,
espécie de “supra-evangelho”; os
sinóticos seriam de menor vulto
2. Não querer ler outra coisa além de João,
como fazem certos grupos cristãos de
marcante identidade ou até seitas
declaradas, que buscam um “esoterismo”
de quilate razoavelmente bom

236

Introdução
1. Não cristãos ostentam forte apego ao
quarto evangelho
2. Difícil e, ao mesmo tempo, com
vocabulário limitado e deficiente
3. Jesus um tanto distante da condição
humana (fala de sua preexistência 8.58;
10.30-38; 14.9; 17.5; saudado como
Deus em 20.28; teve problemas por
fazer-se Deus 5.16-18; 19.7)

237

79
24/02/2017

Introdução
1. Em Lucas os samaritanos não
aceitaram Jesus (Jo 4.28-42)
2. Evangelho “espiritual”

238

Autoria
1. Chama a atenção para uma testemunha ocular
junto à cruz (19.35 – o discípulo de 19.26?)
2. O discípulo tanto testemunhou quanto
escreveu (Jo 21.20, 24)
3. A tradição o atribuiu a João, filho de Zebedeu.
4. Nada há, no próprio Evangelho, o que
contradiga esta tradição.
5. Ela vem desde Ireneu de Lião (180 d.C.), que
identifica o discípulo amado com João.

239

Autoria
[...] E depois João, o discípulo do Senhor, o que
recostara a cabeça no peito dele, também
publicou o evangelho, quando morava em
Éfeso, na Ásia
Irineu de Lião. Contra as heresias, III, 1,1.
Paulus, 1995. Col. “Patrística”.

Quando menino, Irineu conheceu Policarpo, bispo de


Esmirna, que supostamente conheceu João

240

80
24/02/2017

Autoria

1. Os evangelhos sinóticos dão espaço


a Tiago e João (Pedro), assim como
a todos os Doze; o 4º. Evangelho
relativiza a importância dos Doze;
inclui Natanael (1.45-51)
(Bartolomeu? Sem fundamento)

241

Autoria
1. A maioria dos comentaristas considera
este Evangelho como obra de um
discípulo de João, uma geração mais
tarde; profundo conhecedor do judaísmo e
do Antigo Testamento
2. Coleção da memória e da vivência das
comunidades joaninas

242

Autoria

1. Naturalmente este Evangelho,


como os sinópticos, é fruto do
trabalho de toda uma comunidade

243

81
24/02/2017

Autoria
1. Balanço:
1. Notas explicativas introduzidas nas
frases;
2. Jesus batizava ou não? (4.1,2)
3. Camadas literárias
4. História redacional complexa;
5. Resultado de uma redação que se
prolonga no tempo;
6. Todavia: forte unidade literária e teológica

244

Autoria

1. Pregação de João nos anos seguintes à


ressurreição de Jesus
2. Elaboração, oral e mais tarde escrita, de um
conjunto com três “formas”:
1. relatos de sinais;
2. discursos de revelação;
3. livreto da paixão. Leva em conta a atividade
de uma verdadeira escola joanina surgida do
meio dos discípulos de João (anos 40-60)

245

Autoria

1. Grande obra literária realizada pelo


evangelista (Discípulo bem-amado),
efetuando o encontro das diversas tradições
e dando ao livro sua verdadeira configuração,
tanto literária como teológica (anos 60-70/80)
2. Segunda edição: rompimento com os judeus
(12.37-40; 12.20-23) – (anos 80-90)

246

82
24/02/2017

Autoria

1. Revisão final: preocupada em reunir


maior número de elementos relativos à
tradição joanina (anos 95-100/110)

247

Evangelho de João e os Sinóticos


1. O quarto evangelho relata a história de Jesus
de um modo substancialmente diferente; por
isso não se enquadra nos sinóticos.
2. Enquanto os evangelhos sinóticos
apresentam Jesus como uma personagem
humana destacando-se dos comuns pelas
suas ações milagrosas, este descreve um
Jesus como um Messias com um caráter
divino, que traz a redenção absoluta ao
mundo.

248

Idioma, data e local

1. Idioma: Grego, com um estilo cheio de


conotações semíticas (judaicas).
2. Data: É um dos últimos livros do Novo
Testamento, escrito pelos anos 95-100
d.C.

249

83
24/02/2017

Idioma, data e local

1. Local: Muitos opinam que ele tenha sido


escrito na Síria, talvez em Antioquia, que
era um grande centro. Outros apontam
Éfeso, pois, segundo a tradição, o apóstolo
João aí viveu:
a. Judaismo palestino anterior a 70 (expulsão da
sinagoga em 9.22; 12.42; 16.2 (aposynagôgos)
b. Cultura helenística de uma cidade cosmopolita
como Éfeso

250

Fontes
1. Os ensinamentos do discípulo amado e as
condições de vida da comunidade joanina,
que estava em meio a muitos conflitos e
precisava então de ensinamentos e sinais,
para “crer que Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus, e para que, crendo, tenha a vida em
seu nome” (20.31)

251

Fontes
1. João “viu e creu” (20.8) e quer confirmar a fé
dos que “não viram e creram” (20.29).
2. Este Evangelho é fruto de longa e profunda
vivência de comunidades fiéis ao espírito de
Jesus, que sempre se voltavam à sua
pessoa e mensagem

252

84
24/02/2017

Fontes
1. A declaração de 21.25 desponta
uma convicção: se a escritura
evangélica é o resultado de um
longo trabalho de releitura, jamais
terá fim enquanto houver leitores
para se apropriarem do livro

253

Circunstâncias

1. João parece ter sofrido muito a


influência de uma corrente de
pensamento em voga em seu
tempo, o gnosticismo, que dava
grande importância ao
conhecimento (gnose).

254

Circunstâncias

1. Isto levou João a adotar em sua


linguagem certo dualismo: luz e
trevas, verdade e mentira, luz do
mundo e cegueira do mundo, bem e
mal, anjo da luz e anjo das trevas.

255

85
24/02/2017

Circunstâncias

1. Este Evangelho não é tanto


biográfico, mas é mais teológico e
contemplativo, carregado de
símbolos.

256

Circunstâncias

1. A descoberta da Biblioteca de Nag


Hammadi ao final dos anos 1940 revela
textos gnósticos em copta muito diferentes
do Quarto Evangelho.
2. Atualmente todas as evidências estão de
acordo, em substância, que as
peculiaridades de linguagem e
pensamento joaninos não procedem do
mundo palestino de Jesus de Nazaré

257

Circunstâncias

1. Assemelha-se a literatura
apócrifa e intertestamentária –
Manuscritos do Mar Morto

258

86
24/02/2017

Esboço

1. Prólogo ou introdução: 1.1-18.


2. Livro dos sinais: 1.19-12.50: 2 em Caná, 4 em
festas judaicas, 1 em Betânia, que é o que o
conduz à morte.
3. Livro da comunidade (discursos de revelação):
13.1- 17.26: é o grande testamento e a grande
despedida no cenáculo.
4. Paixão e morte: 18.1-20.31: a paixão, morte e
ressurreição. Conclusão (20.30-31)
5. Epílogo: 21.1-25, que é um acréscimo posterior;
segunda conclusão.

259

Itinerário

1. Familiaridade com o universo


judaico - Três Páscoas: 2.13; 6.4 e
a última em 11.55; 12.1; 13.1;
18.28,39
2. Festa das Tendas (7.2) e a festa da
Dedicação (10.2)
3. Desenrolar da vida pública de Jesus
– dois a três anos

260

Itinerário

1. Familiaridade com a Palestina -


Vaivém: Transjordânia (1.28),
Galileia (1.43), Cafarnaum (2.12),
Jerusalém (2.13), Judéia (3.22),
Samaria (3.23; 4.3-4), Caná da
Galileia (4.43,45.46,47,54),
Jerusalém (5.1), Efraim (12.1)
Betânia (11.18; 11.1; 12.1)

261

87
24/02/2017

Pontos Fortes
1. O sentido do novo — Em Caná, em uma
festa de casamento, aparece o primeiro
sinal, que vai despertar a fé dos discípulos
(2.11).
2. Jesus dá um primeiro sinal da novidade da
Aliança. As talhas que serviam para os
antigos ritos de purificação, agora se
enchem com a abundância do vinho novo,
muito melhor que o primeiro.

262

Pontos Fortes
1. Em Jerusalém, Jesus propõe destruir o
velho Templo, para reconstruir em três
dias um novo Templo: passar do
sistema opressor para uma nova forma
de convivência social, da qual seu
corpo Ressuscitado será a pedra
fundamental (2.19).

263

Pontos Fortes

Para Nicodemos, Ele


diz que é preciso
nascer de novo (3.3-
8). Para o novo
germinar, é preciso
que, como o grão de
trigo, ele morra
(18.24).

264

88
24/02/2017

Pontos Fortes

1. Jesus nos dá um novo


mandamento (13.34).
2. Na cruz, Ele sela uma nova e
definitiva Aliança com a
humanidade.

265

Os Conflitos

1.Aparecem desde o início: “O


Verbo veio para os seus e
estes não o receberam” (1.11).

266

Os Conflitos
1. A partir do capítulo 5, os conflitos entre a
vida e a morte são muitos:
a. A cura do paralítico aumenta a
perseguição a Jesus (5.8-18);
b. Continua pelo Evangelho afora;
c. A promessa de Jesus se fazer pão
não é entendida, e a multidão se
afasta (6.60-66).

267

89
24/02/2017

Conflito de Origem

1. “Quem és tu?” e os judeus recusam-se


a aceitar que Ele seja Filho de Deus
(8.19, 23, 25, 41-44; 9.16, 28-33).
2. A liderança dos fariseus parece
decrescer (9 e 10) e Jesus a enfrenta
na parábola do bom pastor (10.1-21),
na qual traça o retrato do autêntico
líder.

268

Os Conflitos

1. Aos conflitos provocados pelos fariseus


acrescem os certamente mais dolorosos
para Jesus, que foram os provocados pelos
próprios discípulos: Pedro o nega, Judas o
trai, todos o abandonam.
2. A ressurreição de Lázaro foi o ponto alto da
libertação de Jesus. A “vida que era a luz
dos homens” (1.4), agora restitui a luz da
vida a seu amigo, morto há 4 dias (11).

269

Discípulas
1. A presença das
mulheres também é
grande em João.
2. Maria, mãe de
Jesus, é quem lhe
pede o primeiro
milagre, que vai
suscitar a fé dos
discípulos (2.3-11).

270

90
24/02/2017

A samaritana é a primeira mulher a quem Jesus


dirige a palavra e que Ele transforma em
“apóstola” de seus compatriotas, que levam
Jesus para passar dois dias com eles e creem
nele (4.1-42).
271

A mulher adúltera é perdoada por Jesus,


que, com isso, contraria a Lei (8.1-11).
272

1. Marta e Maria acolhem-no em


Betânia, na ressurreição de Lázaro
(11.1-45).
2. Os três irmãos, Marta, Maria e
Lázaro, representam a comunidade
joanina, cheia de amor fraterno.

273

91
24/02/2017

Maria unge os pés de Jesus e


enxuga-os com seus cabelos
(12.1-8), demonstrando assim
seu grande amor e sujeitando-
se a ser alvo de recriminação.

274

1. Marta faz a profissão de fé mais


perfeita feita por alguém nos
evangelhos: “Eu creio que és o
Messias, o Filho de Deus que devia vir
ao mundo” (11.27);
2. Parece uma profissão de fé mais
perfeita que a de Pedro (Mt 16.16),
porque Pedro acreditava em um
Messias glorioso (Mt 16.2 1-23) e Marta
em um Messias pleno de humanidade.

275

Junto à cruz de Jesus estavam Maria,


mãe de Jesus, Maria de Cléofas, e
Maria Madalena (19.25). Foi à sua mãe
que Ele entregou o discípulo amado
(19.27).

276

92
24/02/2017

Maria Madalena foi, após


a morte de Jesus,
procurá-lo no túmulo
(20.1), viu-o e dele
recebeu a missão de
anunciar aos discípulos
que Ele ressuscitara
(20.11-18).

277

Características Peculiares

1. O dualismo: luz e trevas, bem e mal,


verdade e mentira, céu e terra, vida e
morte.
a. Gnosticismo: dualismo de ordem
metafísica e absoluto. Mundo
natural radicalmente mal; não há
possibilidade de relação com a
divindade que é perfeita.

278

Características Peculiares

1. O dualismo: [...].
b. Em João: dualismo de ordem ética, um
dualismo de decisão. Os pares dualísticos,
como luz e trevas, expressam metáforas
da revelação divina, em, e por meio, de
Jesus, que como Filho manifesta ao
mundo o Pai. Mediante conhecimento, o
ser humano é livre para escolher se
reconhece ou rejeita a revelação.

279

93
24/02/2017

João

1. Os diálogos: João apresenta


situações em que os interlocutores
de Jesus, demonstram
incompreensão diante das
declarações de Jesus. Ex: 3:1-15;
4:1-30; 6:22-40; 8:21-30; 14:1-15;
20:11-18.

280

João

1. A frequência deste processo indica uma


técnica literária em que o evangelista
mantém um esquema tripartido:
a. uma palavra de Jesus, geralmente
paradoxal;
b. incompreensão dos ouvintes;
c. ocasião para Jesus explicar o sentido
da palavra.

281

Questões teológicas

1. Propósitos: objetiva apresentar um


conjunto de acontecimentos históricos,
apresentados como o clímax de toda a
revelação divina. O final do evangelho
assina a intenção: mostrar que Jesus
Cristo é, ao mesmo tempo, humano e
divino, para que crendo, tenham a vida
em seu nome (20.31).

282

94
24/02/2017

Questões teológicas

1. Cristologia: O Jesus histórico é o


mesmo Cristo da igreja; Jesus é a
verdade, a palavra, a luz, a vida e a
ressurreição a qual, o paracleto, o
Espírito Santo fará com que os
discípulos compreendam o verdadeiro
sentido da vida e das palavras de
Jesus.

283

Questões teológicas
1. Soteriologia: O amor, início da
salvação, o meio pelo qual a salvação
alcança a criação, modo pelo qual é
realizada na história, e mandamento
pelo qual a igreja experimenta essa
salvação no exemplo de Cristo (3.16,
35; 13.1; 13.34; 15.9).

284

Questões teológicas
1. Escatologia: A morte de Cristo alcançou o
auge da história do universo, e portanto a
escatologia já está realizada. Na tensão
escatológica do “já, mas ainda não” visível
em todos os evangelhos, João coloca
ênfase no “já” de forma evidente, porém
sem perder de vista o fim da história
humana que será levada a efeito na
ressurreição dos mortos (5.28; 6.39-54).

285

95
24/02/2017

Teologia e mensagem
1. O mundo é o império das trevas onde
há ausência de vida;
2. Jesus é o único meio através do qual
Deus criou o mundo;
3. Jesus é o doador da salvação e a
própria salvação;

286

Teologia e mensagem
1. A ausência do Mestre e a presença
do Espírito
2. Jesus é o único caminho
3. A comunidade dos discípulos é
caracterizada pelo mandamento do
amor
4. A morte de Cristo é o elemento
fundamental de sua missão

287

Estudos no Novo Testamento I

Atos dos Apóstolos

Prof. Me. Sandro Pereira

96
24/02/2017

Atos
Autoria
1. Desde o Cânon Muratoriano; e os Pais
da Igreja, Irineu do século II; Clemente
de Alexandria; Tertuliano; até Eusébio
no século IV d.C. concordam
plenamente que foi o mesmo autor do
terceiro evangelho, Lucas.
2. Era pessoa de muita cultura, escreve
em grego clássico muito bom e de
muita capacidade intelectual

289

Atos
Fontes
1. Fonte de Jerusalém (Cesaréia,
Palestina): At 1.6-2.40; 3.1-4.31; 4.36-
5.11; 5.17-42; 8.5-40; 9.32-11.18; 12.1-23.
2. Fonte (helenista) de Antioquia: At 6.1-6;
6.8-8.4; 11.19-30; 15.3-33.
3. Fonte paulina: At 9.1-30; 13.3-14.28;
15.35-28.31, inclusive as passagens “nós”.

290

Lugar Atos
de Origem
1. A tradição mais antiga indica em alguns
testemunhos que Lucas era da Antioquia
da Síria, onde inclusive terminou sua
vida por volta dos 84 anos de idade
2. Em testemunhos mais recentes indica-
se que Roma tenha sido o local de
origem, mas não há argumento que
fundamente tal hipótese

291

97
24/02/2017

Data

1. Com certeza depois de 62 d.C. (a


história termina em 62, com a
primeira prisão de Paulo em Roma).
2. A narrativa de Lucas termina com
Paulo preso (At 28.30-31).

292

Destinatários

1. Tanto o evangelho como Atos são


dirigidos ao mesmo destinatário,
Teófilo (Lc 1.3; At 1.1).

293

294

98
24/02/2017

Estrutura
1. Atos contém três bases particulares que
dinamizam a proclamação do evangelho
através do mundo neotestamentário a
partir do padrão de 1.8, Jerusalém,
Judéia, Samaria e os confins da terra:
1. A proclamação em Jerusalém: 1.1-7.60
2. A proclamação na Judéia e Samaria:
8.1-9.31
3. A proclamação por todo mundo: 9.32-28.31

295

Estrutura
1. Ou ainda mediante o ministério de Pedro
e Paulo:
1. Ministério de Pedro entre os judeus:
1.1-6.7
2. Necessidade de um ministério entre os
gentios (Pedro e Paulo): 6.8-12.25
3. Ministério de Paulo entre os gentios:
13.1-28.31

297

99
24/02/2017

Seções
1. O livro divide-se em 6 seções, cada uma das quais
termina com um resumo do crescimento da
igreja. Nas primeiras 3 seções o personagem
principal é Pedro, nas últimas 3 seções é Paulo:
1. O progresso da Igreja em Jerusalém: 1.1-
6.7: “Crescia a Palavra de Deus e em
Jerusalém se multiplicavam muito o número
dos discípulos e grande parte dos sacerdotes
obedecia a fé”.

Seções
2. Difusão do evangelho na Judéia e na
Samaria: 6.8-9.31: “Assim pois as igrejas em
toda a Judéia, e Galileia e Samaria tinham paz
e eram edificados; e se multiplicavam,
andando no temor do Senhor e na consolação
do Espírito Santo”.
3. Extensão da igreja até Antioquia (Grécia):
9.32-12.24: “E a palavra de Deus crescia e se
multiplicava”.

Seções
4. Extensão à Ásia Menor (Turquia): 12.25-
16.5: “De sorte que as igrejas eram
confirmadas na fé, e cada dia cresciam em
números.”
5. Extensão à Europa (Grécia e Macedônia):
16.6-19.20: “Assim a palavra do Senhor
crescia poderosamente e prevalecia.”

100
24/02/2017

Seções
6. Extensão até Roma: 19.21-28.31: “E Paulo
ficou dois anos inteiros na sua própria
habitação que alugara, e recebia todos
quantos vinham vê-lo: Pregando o reino de
Deus, e ensinando com toda a liberdade, as
coisas pertencentes ao Senhor Jesus
Cristo, sem impedimento algum”.

Características Gerais
1. É uma continuação do Evangelho de
Lucas (At 1.1 e compare Lc 24.48-53 com
At 1.3-12).
2. É o único livro que descreve a vinda do
Espírito Santo no dia de Pentecostes
(João 20.22)
3. É o único que descreve o crescimento e
expansão da igreja de Jerusalém e Roma
e dos judeus ao gentios

303

101
24/02/2017

Características Gerais

1. É um livro incompleto: não pretende


relatar a história completa da Igreja toda;
um título seria alguns atos dos apóstolos,
principalmente de Pedro e Paulo.
2. O manuscrito sinaítico (séc. IV d.C.) o
intitula de apenas PRAXEIS “Atos” e o
Codex Bezae (séc. VI d.C.) deu PRAXEIS
TON APOSTOLON “Atos dos Apóstolos”.

304

Características Gerais

1. Pelo fato de que o evangelho foi separado


deste volume é que foi necessária a
utilização de um nome.
2. Já no fim do séc. II o título “Atos dos
Apóstolos” é usado pela primeira vez no
prólogo antimarcionita de Lucas
3. A palavra “atos” (praxeij) no mundo antigo
denotava um gênero literário que descrevia
os grandes feitos de um homem, povo ou
cidade.

305

Características Gerais

3. No caso de Atos, pela ênfase de


Lucas, “Atos do Espírito Santo”, ou
“Atos de Pedro e Paulo” atenderiam
melhor à necessidade de um título

306

102
24/02/2017

Características Peculiares

1. Ênfase na Ressurreição: a exemplo do


evangelho, a ressurreição de Cristo é o
evento fundamental na proclamação da
igreja como pode ser visto nas:
1. Pregações de Pedro: 2.24-36, 3.15-26,
4.2, 5.30, 10.40-41.
2. Pregações de Paulo: 13.30-37;
17.3,18,31; 24.15,21; 25.19; 26.8-23.

307

Características Peculiares

3. Muitas referências ao Espírito Santo,


ao seu poder e orientação:
2.4,17,18,33,38; 5.9,32; 7.55; 8.15-17,39;
10.44-45; 11.12,28, 13.2; 15.28; 16.6-7.

308

Características Peculiares
1. Ênfase na oração: 1.14,24; 2.42; 4.31;6:4;
9.11,40; 10.2,4,9,30; 12.5,12; 14.23;
16.13,25; 20.36; 21.5; 22.17; 28.8.
2. Ênfase apologética: os relatos de
conversões, de curas, de como a Igreja
vivia; os discursos teológicos de Pedro,
Estevão e Paulo, constituem uma base de
defesa dos cristãos frente a acusações e
perseguições

309

103
24/02/2017

Características Peculiares
1. As pregações:
1. A pregação primitiva foi principalmente
uma relação de fatos sobre Jesus
como o Messias prometido no Antigo
Testamento, com muitas referências ao
Antigo Testamento e muitas citações.
2. Não são discursos postos na boca de
“Pedro ou Paulo” mas são resumos
daquilo que foi pregado

310

Atos
Questões Teológicas - Propósitos

1. O tema principal é a difusão do


evangelho, 1.8 de Jerusalém para os
confins do mundo, e como isso
aconteceu.
2. O autor procurou mostrar como o Espírito
Santo e sua ação poderosa na vida da
igreja primitiva, e por meio dela, executou
a pregação do evangelho.

311

Atos
Questões Teológicas - Propósitos

1. Este propósito faz de Atos a segunda


parte da história da salvação iniciada no
evangelho.
2. Assim o material preservado
corresponde ao intuito do autor, e
consequentemente são escolhas
teológicas do mesmo.

312

104
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Atos o cristianismo universal


Transição do judaísmo para

1. Na primeira fase os crentes não


romperam completamente com o
judaísmo, mas era uma seita dentro do
judaísmo: 1.6; 2.1, 5, 22, 46; 3.1; 9.2;
11.19; 15.1.
2. Expansão para a Samaria, Ásia e
Europa: 8.27; 10.1, 18, 34, 35, 45.

313

Atos o cristianismo universal


Transição do judaísmo para

3. O conflito de Jerusalém (cap. 15).


4. Paulo declarou sua missão como ser
uma missão aos gentios: 13.46; 18.6.
5. Geralmente as perseguições foram da
parte dos judeus.

314

Teologia Atos
e Mensagem

1. A salvação está disponível a todas


as pessoas, judeus e gentios,
mediante seu arrependimento.
2. Os judeus, de certa forma, são
considerados culpados pela morte
de Jesus, e os gentios são
entendidos como pecadores.

315

105
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Teologia Atos
e Mensagem

1. O Evangelho pregado trata do que


Jesus fez e ensinou até sua morte.
2. Atos mostra o Cristo ressuscitado,
vivo e ativo como o Senhor que salva
e doa o Espírito Santo aos crentes.

316

Teologia Atos
e Mensagem
1. A continuidade da missão de Jesus é
visualizada na proclamação de sua
mensagem através da comunidade
autorizada.
2. A direção da missão da igreja está
fundamentada nos apóstolos, mas se
desenvolve a partir do testemunho de
toda a igreja em todo lugar.

317

Teologia Atos
e Mensagem

1. A expectativa da parousia parece


ter diminuído, porém não perdida
de vista
2. A responsabilidade da igreja no
cumprimento de sua missão
enquanto Cristo está para retornar
toma conta da história de Atos.

318

106
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Atos
Pontos salientes
1. At 2.37-45: O que é preciso fazer depois que o
povo acreditou na proclamação cristológica?
a. Prescrição: arrepender-se (Lc 3.3: metanoia);
b. Batismo: como ato público, é importante fazer
uma profissão visível e verificável de sua adesão
a Jesus.
c. Promessa: então recebereis o dom do Espírito
Santo. Não existem cidadãos de segunda classe,
e a mesma igualdade na recepção do dom do
Espírito será comprovada quando os primeiros
gentios forem batizados (At 10.44-48).

320

Atos

1. Características da vida comunitária dos


primeiros crentes 2.42-47:
a. Koinonia: companheirismo, comunhão,
comunidade – ter muito em comum;
b. Orações: orar uns pelos outros é outro
aspecto da koinonia;
c. Partir do pão: parece ter sido adicionado
aos cultos de Israel;

321

107
24/02/2017

Atos

1. Características da vida comunitária dos


primeiros crentes 2.42-47:
d. Ensinamento dos apóstolos: Processo a
partir de Cristo - Ensinamento das
Escrituras judaicas; tópicos nos quais
Jesus modificou a Lei ou divergiu das
interpretações estabelecidas nesta; os
pregadores depararam-se com situações
com as quais Jesus não se deparara.

322

Atos
1. Confrontos com o Sinédrio;
2. Dispersão de Jerusalém; Filipe e Pedro em
Samaria (At 8.1b-25):
a. O passo mais importante no movimento de saída de
Jerusalém para pregar a um público mais amplo não
é resultado de planejamento, mas de perseguição
b. Simão deseja ter o poder dos apóstolos; oferece
dinheiro, imortalizando, assim, seu nome na
“simonia”;
3. Filipe e o eunuco (8.26-40): a`rpa,zw - roubar,
carregar, apanhar, arrebatar, tomar, levar, (1 Ts
4.17; Mt 12.29)

323

108
24/02/2017

Atos
1. Saulo a caminho de Damasco (At 9.1-
30; 22.3-21; 26.2-23):
a. Ananias é informado da futura missão,
Saulo não; mas é um instrumento
escolhido;
b. Quando a narrativa (recurso narrativo)
sobrepõe a pregação de Paulo à de
Pedro quer mostrar que o evangelho era
pregado por ambos;

325

Atos
2. Desvio de foco (11.19-12.25): De
Jerusalém para Antioquia:
a. Jerusalém envia Barnabé para Antioquia
(11.22-23)
b. Jerusalém em fome – Antioquia em
desenvolvimento – graça de Deus
c. Fome e perseguição terminam com uma
nota triunfal (12.24-25)

327

109
24/02/2017

Atos
1. Missões paulinas (13.1-15.35):
a. Ananias é informado da futura missão,
Saulo não; mas é um instrumento
escolhido;
2. Aprovação em Jerusalém (15.35)

329

Atose temas
Problemas
1. As provas textuais ocidentais têm um texto
grego do livro um décimo mais longo do que
a tradição egípcia ou alexandrina.
2. Estabelecimento definitivo do Reino de Deus
(1.7):
a. Tais coisas acontecerão – quando e
como???

330

110
24/02/2017

Atose temas
Problemas
3. Discursos e sermões começam com a
história do AT antes de narrar a história de
Jesus: este padrão parece carecer de ênfase
na pregação de hoje.
4. Comparam Jesus a outros fundadores de
religiões: Todavia, ele foi “não-
organizacional”.
5. É escandaloso como as igrejas de hoje
tenham rompido a koinonia.

331

Atose temas
Problemas

6. 6.1-6: desenvolvimento como produto não


somente ne necessidade sociológica, mas
também, e principalmente, da ação do
Espírito.
7. 10; 11 e 15: admissão de gentios à koinonia
cristã sem a circuncisão.
8. 28.31 (avkwlu,twj) – desimpedidamente.

332

Estudos no Novo Testamento I

Atos dos Apóstolos

Prof. Me. Sandro Pereira

111
24/02/2017

Atos

334

Região Localida Atos


Acontecimentos Texto Acompanhan
ou de tes
Provínc
ia
Síria Antioqui Convocação e envio 13.1-3 Barnabé,
a João Marcos
Selêucia Embarque no navio 13.4
Chipre Salamin Pregações em sinagogas 13.5
a
Pafos Mágico Barjesus tenta 13.6-12
afastar da fé o governador (v.9)
Sérgio Paulo e é punido
com cegueira. Sérgio
torna-se cristão.
Pela primeira vez, Saulo é
chamado de Paulo. A
partir de então, Paulo é 335
citado antes dos

Região Localida Atos


Acontecimentos Texto Acompan
ou de hantes
Provínci
a
Panfília Perge 13.13 João
Marcos
retorna a
Jerusalé
m
Galácia Antioqui Pregação na sinagoga em dois 13.24-
(Psídia) a sábados; grande “sucesso”. 52
Perseguição pelos judeus.
Paulo e Barnabé voltam-se
para os gentios.
Galácia Icônio Pregação na sinagoga. 14.1-7
(Licaôni Permanência prolongada.
a) Cisão na cidade. 336
Fuga.

112
24/02/2017

Região Localidade Atos


Acontecimentos Texto Acomp.
ou
Província
Galácia Listra Cura de um paralítico. 14.8-20
(Licaônia) Veneração de Paulo e
Barnabé como deuses.
Protesto de Paulo e Barnabé
contra essa veneração.
Agitação contra eles por
judeus de Antioquia e Icônio.
Apedrejamento que deixa
Paulo à beira da morte.
Derbe Pregação e numerosas 14.20s
conversões

337

Região Localida Atos


Acontecimentos Texto Acomp.
ou de
Provín
cia
Galácia Listra Visita às igrejas recém- 14.21-23
(Licaôn fundadas na viagem de (v.23)
ia) retorno. Fortalecimento dos
crentes. Instalação de
anciãos em todas as igrejas
(mediante imposição de
mãos)
Icônio 14.21-23
Galácia Antioqui 14.21-24
(Psídia) a
Panfília Perge Pregação 14.25
Atália Embarque no navio 14.25s
338
Síria Antioqui Relatório à igreja que os 14.26-28

Atos
Região Localida Acontecimentos Texto Acompanhan
ou de tes
Provínci
a
Judeia Jerusalé Reunião dos apóstolos por 15.1- Barnabé e
m causa da questão da 21 outros de
circuncisão de cristãos Antioquia
gentios
Síria Antioqui Comunicação da decisão 15.22- Barnabé,
a eclesiástica 32 Judas
Barsabás,
Silas e outros

339

113
24/02/2017

Atos

340

Região Localida Atos


Acontecimentos Texto Acompanhant
ou de es
Provínci
a
Síria Antioqui Divergência entre Paulo e 15.36- Silas
a Barnabé por causa da 40
questão se João Marcos
deveria ser levado outra
vez. Partida de Paulo com
Silas sob a bênção da
igreja
Síria e Fortalecimento das igrejas 15.41
Cilícia
Galácia Derbe Comunicação das decisões 16.1, 4
(Licaôni da reunião dos apóstolos
a) em Jerusalém às igrejas da
Ásia Menor 341

Região Localida Atos


Acontecimentos Texto Acompanha
ou de ntes
Provínci
a
Galácia Listra Encontro com Timóteo. 16.1-3 Adicionalme
(Licaônia Convocação. Paulo nte Timóteo
) circuncida-o
Frígia na O Espírito Santo impede a 16.6s
Galácia atuação nas províncias da
Ásia Menor
Mísia Trôade Chamado para a 16.8- Adicionalme
Macedônia. Embarque 10 nte Lucas
(ilha) Samotrá Chegada de navio 16.11
cia
Macedô Neápolis 16.11
nia
342
Filipos Conversão de Lídia. Uma 16.12- Partida sem

114
24/02/2017

Região Localida Atos


Acontecimentos Texto Acompanha
ou de ntes
Provínci
a
Anfípolis 17.1
Apolôni 17.1
a
Tessalôn Pregação em três sábados 17.1-10 Provavelme
ica na sinagoga, muitas nte Timóteo
conversões. Incidente com viaja um
ataque ao cristão Jasom. pouco mais
Partida noturna de Paulo e tarde Beréia
Silas
Beréia Atividade frutífera de 17.10- Silas e
pregação. Distúrbio 15ª Timóteo
causado por judeus de ficam no
Tessalônica local. 343
Cristãos de

Atos

Região Local Acontecimentos Texto Acompanha


ou ntes
Provínci
a
Acáia Atena Incumbência aos 17.15b- Silas e
s acompanhantes, de 34 Timóteo
enviarem Silas e Timóteo. chegam
Pregação na sinagoga, no depois.
mercado e no areópago. Timóteo é
Discurso sobre o “deus enviado de
desconhecido” volta a
Tessalônica
(1 Ts 3.1s)
344

Atos

Região Local Acontecimentos Texto Acompanha


ou ntes
Provínci
a
Acáia Corint No início trabalho com 18.1-18 (v. Silas e
o Áquila e Priscila como 11) Timóteo
fabricante de tendas. chegam
Pregação na sinagoga depois
todos os sábados. (18.5)
Rejeição pelos judeus.
Continuação da pregação
na casa de Tito Justo, ao
lado da sinagoga.
Conversão de Crispo,
presidente da sinagoga.
Paulo é arrastado por 345
judeus perante o

115
24/02/2017

Região ou Localida Atos


Acontecimentos Texto Acompanha
Província de ntes
Acáia Cencreia Cumprimento de uma 18.18 Juntam-se
promessa (corte do Priscila e
cabelo) Áquila
Ásia Éfeso Diálogo com judeus na 18.19- Deixa no
sinagoga. Paulo pode 21 local Priscila
ficar pouco tempo e Áquila
Samaria Cesareia 18.22
Judeia Jerusalé Encontro com a igreja 18.22
m
Síria Antioqui Permanência por 18.23
a algum tempo

346

Atos

347

Região Local Atos


Acontecimentos Texto Acompanhant
ou es
Provínci
a
Síria Antioqui 18.23 Silas e
a Timóteo
Galácia 18.23
Frígia 18.23
Ásia Éfeso Paulo batiza discípulos 18.24- Envio de
de João Batista. Prega 20.1 Timóteo para
durante três meses na Corinto (1Co
sinagoga, depois dois 4.17). Retorno
anos na escola de para Éfeso
Tirano. Rebelião dos (1Co 16.10s).
ourives liderados por No final da
Demétrio. estadia em
Permanência total de 348
Éfeso, ainda
três anos (20.31) antes da

116
24/02/2017

Região Local Atos


Acontecimentos Texto Acompanha
ou ntes
Província
Macedôn Exortação às igrejas 20.1s Tito chega
ia de Corinto
(2 Co 7.5ss),
sendo
enviado a
Corinto com
nova tarefa
(2 Co 8.6ss;
12.18)
Acaia (Corint Permanência de três meses. 20.2s
o) Perseguição pelos judeus

349

Região Local Atos


Acontecimentos Texto Acompanha
ou ntes
Província
Macedôn Percurso por essa via porque 20.3- Sótrapo,
ia a viagem de navio fora 5 Aristarco,
impedida pelos judeus. Segundo,
Gaio,
Timóteo,
Tíquico,
Trófimo
Mísia Trôad Permanência de sete dias. 20.5- Adicionalme
e Ressurreição de Êutico. 12 nte Lucas
Continuação a pé, enquanto (“nós”)
os companheiros seguem de
navio
Assôs Paulo embarca no navio 20.13
s 350
Ilha de Mitile 20.14

Região Local Atos


Acontecimentos Texto Acompanha
ntes
ou
Província
Ásia Mileto Discurso de despedida aos 20.15-
anciãos da igreja de Éfeso 21.1
Caria Cós 21.1
Ilha de 21.1
Rodes
Lícia Pátara 21.1
Fenícia Tiro Permanência de sete dias. Os 21.3-6
discípulos dali comunicam a Paulo
pelo Espírito que ele não deve
seguir para Jerusalém
Ptolemai Permanência de um dia 21.7
da
Samaria Cesaréia Permanência na casa do 21.8-15 351
evangelista Filipe. O profeta

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Atos

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