Sie sind auf Seite 1von 7

À propósito da “Mei” afirmar o capital

Um dos cavalos de batalha da esquerda velha do Brasil é a

microempresa individual.Para ela a Mei “ afirma o capital”.

Vamos por partes:a esquerda precisa entender que Marx

condicionava o surgimento do comunismo à quebra das barreiras

tributárias e institucionais da Idade Média.O comunismo nascia

dos intersticios do capitalismo na medida em que este quebrava

estes entraves à produção capitalista,modo-de-produção mais

afluente da História.

Ora ,diante desta premissa não há contradição entre esta

capacidade produtiva e a produtividade,esperada,no e do

comunismo.É uma mudança de grau,que dentro da dialética

materialista,implicaria numa mudança qualitativa.

Naturalmente estas questões não têm importância agora aqui.Eu

falo isto para mostrar como no desenvolvimento do marxismo

estas noções foram esquecidas e como este movimento se tornou

mais uma religião do que uma concepção teórica e científica.

Não se trata de reunir as pessoas em torno da esquerda,dentro de


uma perspectiva de classe,de uma classe produtiva em detrimento

de outras.Trata-se de compreender o real,as mudanças que o

tempo apresenta e dar uma reposta compreensiva necessária aos

problemas que nos atingem.

Todo mundo sabe que eu defendo que a mediação transformadora

do movimento social é a nação,a unidade cultural e de

cidadania.Neste sentido a postura do militante de esquerda deve

ser diferente daquela que veio de Marx e de Lênin.Ele deve saber

em que momento a nação e o povo têm que ser respeitados apesar

das dissensões que ela tem com um eventual governo,como

este,de direita,no Brasil atual.

É claro que existe por parte desta direita uma intenção

golpista.Ela usa a nação para atingir este fim.Vários fatos têm

apontado para isto:crises de governo artificialmente

criadas;choques e ruídos entre governo e ministros,que são

substituídos progressivamente por militares.

Mas nos últimos dias um outro fato demonstrou um significado

mais complexo ,que deveria ter sido percebido pela esquerda:a


medida provisória chamada de “mp da liberdade”.Esta medida

amplifica as possibilidades da lei da microempresa

individual,cuja lei não foi feita pela direita,mas pelo PT.Assim

como Bolsonaro amplificou o bolsa família instituindo o seu 13o

salário,agora realiza algo inserido na lei da Mei:diminuir as

barreiras capitalistas,que favorecem o comunismo!Estas decisões

são nacionais,não são só de classe.

É evidente que esta flexibilização capitalista que já vem sendo

implantada no Brasil,como nos países centrais,tem como objetivo

pulverizar a organização dos trabalhadores,dos sindicatos.No

passado foi assim,no periodo em que Marx localizou como a da

chamada “ acumulação primitiva do capital” e ,como numa

gangorra,acontece de tempos em tempos e mesmo o tempo todo

nos países capitalistas,principalmente os mais atrasados,como o

Brasil,em que a rotatividade da mãode-obra é constante.Os

trabalhadores ficam à mercê do mercado,pensando que isto os

libera,os torna mais livres,mas perdendo a necessária proteção

sindical que corrige as irracionalidades do


capitalismo(desemprego).Já está mais do que provado que a pura

hegemonia do mercado evita o desemprego.Há uma

dinamização,mas a longo prazo os problemas continuarão.Não é

coisa de comunista.

Mas a atitude da esquerda não é simplesmente atacar o

governo,mas entender que ,eventualmente,o seu ataque pode

prejudicar o povo e mesmo os trabalhadores.

Continua a direita dando olé na esquerda.A direita sabe que a

esquerda vai agir egoisticamente e oferece soluções para a

enorme crise de desemprego criada pelo governo

Lula/Dilma,esperando a óbvia recusa de interação com a

oposição,que já está muito chinfrim.Como a oposição de esquerda

não pensa na nação e só nas vanguardas sindicais,a direita vai

passar por cima...de nada.

Assim a esquerda fica entre aceitar o governo ou se colocar contra

o povo,entre a cruz e a caldeirinha.Do nada ela vai ao nada (e

volta).

Nos anos anteriores quantas vezes eu disse que era melhor a


esquerda reconhecer a derrota e se modificar,se atualizar?A

insistência em confrontação subjetiva e vazia,usando o slogan “

Lula livre” está pondo em risco a integridade do ex-presidente

inclusive.

Ninguém se iluda de que este slogan é mais essencial para os que

o cercam do que para ele.Se Lula desaparecer politicamente esta

entourage vai também.É o fracasso do sindicalismo de vanguarda

tradicional que está na base do “ Lula livre”.Mas eu disse há

muitos anos que Lula não tem condições teóricas de orientar uma

renovação de seu partido e os dois estão,a passos

largos,agonizando.

O próprio PT,portanto,sem entender a politica em sua

complexidade,acaba por se voltar contra a sua obra,preferindo a

personalidade,no lugar do programa.

A MP da liberdade afirma o capitalismo até certo ponto e a

esquerda deveria atuar no sentido de evitar o desbaratamento da

organização mas aceitar aquilo que ela mesmo começou.

E o pior é que os erros não são só do PT ,mas de seus


apoiadores.O Psol que lançou esta consigna de “ a microempresa

afirma o capitalismo”apóia o PT, o solapando pelas costas,numa

repetição do receituário estratégico politico leninista que todo

radical decora:apoiar a revolução burguesa para depois pular em

cima dela e fazer a “ verdadeira” revolução,comunista.

Ocorre,que nas distorções históricas citadas acima aparece aquela

confusão entre a teoria e religião:não é o caso de favorecer o

capitalismo na sua capacidade produtiva,mas de apostar na

crise,no quanto pior melhor,para (seguindo Lênin),se aproveitando

dela ,tomar o poder.

A esquerda votou contra esta MP(Jandira Feghali,Alessandro

Molon)ou se omitiu(Freixo)perdendo a oportunidade de obter uma

vantagem moral ajudando o Brasil e seus desempregados e a

oprotunidade de começar a reformular seus conceitos e erros

ultrapassados.

Era o caso de propor uma forma de controle dos sindicatos e não

simplesmente virar as costas.

Das könnte Ihnen auch gefallen