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Estética da criação
verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 222-
Certos teóricos, guiados por princípios puramente compositivos (pelo conjunto do tema
romanesco concentrado no processo de formação do herói), restringem
consideravelmente [o conceito]. Outros, pelo contrário, contentam-se com que o
princípio de formação do herói esteja presente no romance (p. 237).
À primeira vista, está claro que a série [romances usados como exem plos] que
acabamos de mencionar contém fenômenos por demais heterogêneos, tanto de um
ponto de vista teórico como de um ponto de vista histórico. Essas constatações obrigam-
nos a introduzir um corte diferente, não só na série citada, mas também em toda a
problemática do romance chamado de educação. Trata-se, acima de tudo, de isolar o
princípio determinante da formação do homem. Na maioria dos casos, o romance (e as
variantes romanescas) conhece apenas a imagem preestabelecida do herói. O herói ora
se aproxima, ora se afasta de seu objetivo - da noiva, da vitória, da riqueza, etc. Os
acontecimentos modificam-lhe o destino, a situação na vida e na sociedade, ao passo
que ele permanece inalterado, sempre igual a si mesmo. Na maioria das variantes do
gênero romanesco, o enredo, a composição e toda a estrutura interna do romance
postulam a imutabilidade, a firmeza da imagem do herói, a unidade estática que ele
representa. O herói é uma grandeza constante na fórmula do romance; as outras
grandezas - o ambiente espacial, a situação social, a fortuna, em suma, todos os
aspectos da vida e do destino do herói - são grandezas variáveis (p. 236-237).