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CURSO: Engenharia Civil – 6º período

Tecnologia das
Construções I
Profª: Engª Tereza Cristina Magalhães, M.Sc.
terezacristinamagalhaes@yahoo.com.br
tereza.magalhaes@newtonpaiva..br
LEGISLAÇÃO E
IMPLANTAÇÃO DE
OBRA
1- Trâmites burocráticos
2 - Lei de Uso e Ocupação do Solo
3 - Organização dos projetos
4 - NR – 18
5 - Planejamento e Instalação do Canteiro de Obra
6 - Preparo do Terreno
7 - Movimentação de Terra e contenções
8 - Locação da Obra
1- Trâmites burocráticos:

 Quem é o cliente?
 Qual seu objetivo?
 O que ele pode executar ($$)?

O pontapé inicial para qualquer Empreendimento é a


entrevista com o cliente que deverá ser feita com o
objetivo de orientá-lo da melhor maneira uma vez que,
muitas vezes, ele é leigo no assunto.

Como muitas vezes o que o cliente quer fazer não condiz


com a condição que ele tem para executar o
Empreendimento, é importante averiguar as seguintes
questões:
a) Localização (rua, número, bairro, ruas próximas),
metragem (de frente, da frente ao fundo, área) e
características do terreno tais como caimento para a
rua ou para os fundos;
b) Tipo de construção: residencial, comercial, mista,
industrial, número de pavimentos etc;
c) Número e designação dos cômodos necessários (no
caso de residência unifamiliar, indagar quantidade e idade
das pessoas que irão habitar);
d) Metragem aproximada dos cômodos (aqui também a
vontade do cliente tem grande valor);
e) Descrição resumida e aproximada do acabamento;
f) Verba aproximada disponível para a obra.
Para facilitar e orientar a entrevista, pode-se optar por um
questionário como o exemplo abaixo:

Fonte: Borges,A.
Para o Engenheiro Civil, é necessário os seguintes dados
para dar continuidade ao orçamento para o cliente:

- Informação Básica do Terreno (adquirido na Prefeitura);


- Projeto Arquitetônico e de Detalhamento, caso houver;
- Projetos Elétricos, Hidráulicos e Estrutural
Visita ao terreno

Na visita ao terreno deve-se confirmar:


- Medidas planialtimétricas do lote: realizado por
Topógrafo para avaliar se o que consta na escritura é o
encontrado in loco. Os lotes podem apresentar-se de
diversas maneira.

Fonte: Borges,A.
- Medição altimétrica aproximada: importante para a
elaboração de projetos racionais, que aproveitem
favoravelmente as diferenças de nível do lote.

Ex: Lotes com caimentos exagerados para os fundos,


facilita a colocação dos dormitórios de serviços,
lavanderias, garagens etc no subsolo (ou porão). Já um
terreno com rampa positiva para os fundos, facilita a
colocação da garagem no alinhamento e nível da rua e a
construção principal sobre ela. Mérito dos Arquitetos!
- Orientação do terreno com respeito à linha N-S: A
posição da linha NS é necessária na elaboração dos
projetos para colocação adequada das posições de
quartos etc. Pode-se conseguir através de bússolas ou
nas plantas da cidade.
- Situação do lote em relação à quadra em que se
encontra:
• Número de casas vizinhas ao lote;
• Existência ou não de posteamento para luz;
• Existência ou não de rede de água, de esgoto, de gás, de
cabos telefônicos etc;
• Profundidade de poços vizinhos (caso não haja rede de
água);
• Etc.
Fonte: Borges,A.
Planta de situação.
Com a topografia do terreno definida e todos os
documentos burocráticos em mãos, o Arquiteto saberá
dar a melhor solução para cada lote, aproveitando
“quebras”, “quinas” etc.

Consultas à Prefeitura

Com o objetivo de planificar zonas, orientar construções e


uniformizá-las, cabe à prefeitura impor restrições ao
uso e ocupação do solo urbano. Estas restrições variam
conforme o zoneamento local.
É necessário portanto consultar a Prefeitura local para que
se projete de forma adequada e para que o mesmo seja
aprovado.
As restrições mais comuns solicitadas pelas Prefeituras
são:

a) Área do lote que pode ser edificada;


b) Recuo mínimo de frente;
c) Recuo mínimo de laterais;
d) Recuo mínimo de fundo;
e) Altura máxima para o edifício.
f) Existência ou não de projetos de desapropriação para
alargamento da rua ou outro melhoramento público;
g) Tombamento de patrimônio.
As restrições impostas pela Prefeitura são, na realidade,
uma necessidade pois sem elas as construções seriam
desordenadas. É sabido que os Proprietários querem
aproveitar ao máximo o uso de seus terrenos, podendo
levar à excessos, portanto, a importância das Leis
existentes. Para isso, existe, nas grandes cidades, dois
conjuntos de leis municipais que controlam o uso de
lotes urbanos:

• Código de Obras e
• Leis de Zoneamento
2- Leis de Uso e Ocupação do Solo:
Código de Obras: O primeiro com esse nome surgiu em
São Paulo, em 1929 (Código Saboya). De lá pra cá já
sofreu diversas alterações. Em 1975 o nome foi
alterado para Código de Edificações.

Em BH a Lei 9725 de 2009 institui o Código de Edificações


de BH cujas preliminares são:

Art. 1º - Esta Lei estabelece as normas e as condições para


execução, por agente particular ou público, de toda e qualquer
construção, modificação ou demolição de edificações, assim como
para o licenciamento das mesmas no Município.

Art. 2º - Os parâmetros técnicos estabelecidos nesta Lei buscam


assegurar às edificações e instalações condições mínimas de
segurança, conforto ambiental, higiene, salubridade, harmonia
estética e acessibilidade
Lei de Zoneamento: O primeiro também surgiu em São
Paulo em 1974.

Em BH, a Lei 9959 de 2010 altera as Leis 7165/96 e


7166/96 que instituem o Plano Direto do Município de BH
e estabelece normas e condições para parcelamento,
ocupação e uso do solo urbano (disponível em:
http://www.pbh.gov.br/mapas/leiuso/lei9959-atual.pdf. Acesso em
ago/13).
3 – Organização dos Projetos:
A partir de agora, pode-se iniciar a fase de projetos.
ANTEPROJETO:

Antes da elaboração do projeto final (definitivo), é comum


executar um Anteprojeto. Eles são elaborados levando
em consideração todos os dados obtidos anteriormente
(ideias e necessidades do cliente, medidas e condições do lote,
restrições da Prefeitura, verba prevista para a obra etc).

Para conhecer o custo de uma obra antes do projeto final


é tarefa difícil portanto, é comum adotar um preço por m²
de obra construída. Esse valor é estipulado baseado na
época e no tipo de acabamento utilizado. Esse valor,
portanto, é estimado.
Essa estimativa é importante para que o cliente tenha
uma ideia inicial de quanto terá que dispor de dinheiro.

Por exemplo:
- O cliente tem disponível para gastar R$200.000,00
- Considerando um custo aproximado de R$1500,00/m²
(sem o lote)
- O Anteprojeto deverá girar em torno de 135m².

Após o projeto definitivo, os custos poderão ser


reajustados para próximo da realidade.
Fonte: Sinduscon/MG
Atenção para publicações de custos/m² em revistas pois
muitas vezes esses preços não incluem obras
complementares tais como pavimentações e
ajardinamento externos, muros elevadores etc.

Os Anteprojetos são, na maioria dos casos, feitos sem


compromisso por parte do cliente. É enviado,
normalmente, apenas cópias dos anteprojetos e, uma vez
decidido, envia-se o original após o fechamento do
contrato
Fonte: Borges,A.
PROJETO DEFINITIVO:

Após definição com o cliente, surge o Projeto Definitivo. A


providência imediata é a comunicação e aprovação junto ao
órgão competente para a execução da obra: Prefeituras
Municipais.

Em alguns casos, além da Prefeitura, deve-se avisar à


Secretaria do Meio Ambiente e/ou os Ministérios Militares.

Após os projetos, obter o Alvará de Construção que é


solicitado à Prefeitura da qual o terreno pertença.
Para a obtenção do Alvará de Construção em BH, são
exigidos basicamente os seguintes documentos:
• Requerimento padrão para alvarás ;
• 2 vias das plantas que compõem o projeto completo;
• 2 vias do levantamento planialtimétrico;
• Cópia da escritura do terreno;
• Cópia de frente e verso do IPTU com devidas quitações;
• ART dos Profissionais responsáveis pelo projeto
• Etc.

A documentação completa exigida para construção nova,


reforma, 2ª via entre outros, pode ser verificada no site
das Prefeituras Municipais.
As Plantas são os desenhos fornecidos pelos Arquitetos e
normalmente são compostas por cortes, fachadas, gradis,
perfil longitudinal do terreno entre outras.

É comum ainda detalhar em folhas a parte o


madeiramento do telhado, as esquadrias de madeira e
metálicas, os sanitários, as cozinhas...

O Habite-se é outro procedimento que deverá ser


observado antes da entrega da obra. Atualmente é
conhecido como Comunicação de Término de
Construção.

A relação de documentos para retirada do Habite-se


também encontra-se disponível nos sites das Prefeituras
dos Municípios.
4 – NR18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO:

As NRs são as siglas conhecidas para as Normas Regulamentadoras do


Ministério do trabalho e Emprego. Elas são um conjunto de normas de
cunho obrigatório que tem relação com a medicina e segurança do
trabalho.

Macete: Diferença entre NR e NBR?


NBR é a sigla de Norma Brasileira aprovada pela ABNT de caráter
voluntário e fundamentada no consenso da sociedade. Torna-se
obrigatória quando essa condição é estabelecida pelo poder público.

NR é a sigla de Norma Regulamentadora estabelecida pelo MTE,


Ministério do Trabalho e Emprego, com caráter obrigatório.
5 – Planejamento e Instalação do Canteiro de Obra; 6 - Preparo
do Terreno; 7 - Movimentação de Terra e contenções; 8 - Locação
da Obra.

Água para consumo:

É a primeira providência a ser tomada para o início dos


trabalhos. Se o local já for provido de rede de água e
esgoto solicita-se à concessionária local (no caso de BH:
COPASA) a ligação provisória para o consumo de água na
obra.
Fonte: copasa.com.br
No caso da COPASA, o pedido de ligação deve ser feito
pessoalmente em qualquer Escritório Local/Agência de
Atendimento da COPASA de sua cidade ou pelo número
115 (prazo aproximado de 15 dias).
O Padrão pode ser instalado pelo cliente ou pela COPASA.

Fonte: copasa.com.br
Algumas são as instruções para essa instalação. Se for feito pela
COPASA deve-se observar:
- Localização do padrão:
O padrão será instalado com um afastamento de, no máximo, 1,50m
(um metro e meio) em relação à testada do lote (muro de frente). No
caso em que as posturas municipais exigirem um afastamento da
fachada superior a essa medida, o padrão poderá ser deslocado, à
critério da COPASA.
- Forma de instalação do padrão:
O padrão será instalado na forma de cavalete (sobre o piso).
- Recomposição do pavimento:
A COPASA se responsabiliza somente pela recomposição de piso de
cimento.
- Placa numérica do imóvel:
Para agilizar a execução da ligação, a numeração do imóvel deverá
estar correta e colocada em local visível. Os números ou placa têm que
Fonte: copasa.com.br
ser de metal.
Se for feito pelo próprio cliente, deve-se verificar TODAS as
instruções que estão disponibilizadas no site:

Fonte: copasa.com.br
Fonte: copasa.com.br
-
No caso de não haver rede de água na rua, deve-se imediatamente
providenciar perfuração do poço no local definitivo (como leva vários
dias, pode atrasar o início das obras).

Outra opção é caminhão pipa para abastecer a caixa d’água da obra


(estimar consumo da obra e de funcionários).

Havendo rede de água e não tendo de esgoto, deverá ser


providenciado fossa séptica para o local (nesse caso, ao fim da obra,
deve-se providenciar a limpeza dos dejetos da fossa e aterrá-la).
Barracão de guarda:

Após a solicitação da Água, é hora de pensar no barracão


de obra para a guarda de materiais, abrigo (se houver
alguém dormindo no local), escritório entre outras. É
importante a presença de alguém dormindo para evitar
roubos principalmente em fins de semana.

O cuidado e a verba reservada para a execução do


barracão depende do tamanho da obra e da verba
reservada para tal, sendo que a forma mais comum é a
retangular de 2,50 de largura para aliviar/facilitar o
madeiramento do telhado e mínimo de 6m de
comprimento para guardar vergalhões, tubos etc.
Atualmente o mais utilizado ainda é barracão com chapas
de compensado (madeirite), revestindo pontaletes de
pinho e cobertura de telhas de fibrocimento.

O piso do barracão é feito de concreto magro na


espessura aproximada de 6cm, recobrindo ou não com
argamassa (contrapiso 1:3) para melhorar o acabamento.
Modelo de Croquis de Barracão de Obras:

Fonte: google.com.br
Fonte: google.com.br
Fechamento da Obra:

Outra providência é o fechamento de todo o perímetro do


terreno. Além de ser exigência da Prefeitura aumenta a
segurança da obra:
- Deverão ser mantidos fechados, limpos, drenados e
roçados;
- O fechamento deverá ser capaz de impedir o
carreamento do material dos lotes para o logradouro
público;
- O fechamento deverá ter altura mínima de 1,80m e
máxima de 5m e possuir portão de acesso
O Decreto 15.155, de 26 de fevereiro de 2013, estabelece
que as construtoras possam colocar engenhos de
publicidade nos tapumes, desde que instalem
intervenções artísticas nas estruturas com altura máxima
de cinco metros. As manifestações artísticas podem
permanecer pelo tempo de validade do alvará, que, pela
legislação, é de quatro anos.

Tapumes decorados
no Complexo
Comercial da EPO,
na Avenida Raja
Gabaglia, no Bairro
Santa Lúcia, na
tendência desde
2011
Fonte: http://estadodeminas.lugarcerto.com.br
Segurança:

Item fundamental, devendo ser 24 horas. Normalmente


feita por empresas especializadas, funcionários específicos
ou mesmo por funcionários que durmam no local
(cuidado com leis trabalhistas!!!).

Canteiro de obras:

Após água e barracão, inicia-se a preparação do terreno


para receber a locação das paredes e demais construções.

A limpeza inicial do terreno consiste em roçar o local,


retirando vegetação, mato etc. Atenção à poda ilegal de
árvores nativas.
O capim pode ser juntado para posterior queima e/ou
carreamento para outro local.

A escolha para o local do canteiro deve ser feita seguindo


algumas condições:
- Local que possa permanecer até o fim da obra;
- Proximidade do ponto de água;
- Espaços livres laterais para entrada de caminhão;
- Etc.
Terreno para preparo da argamassa:

Deve-se limpar e regularizar uma área aproximada de 6m²


e protegê-la com tijolos ou madeira para evitar contato da
argamassa com a terra.

Uma boa solução para o preparo de concreto com mistura


manual no canteiro, é preparar uma área circular com
caimento para o centro (evitando escoamento da água e
da pasta de cimento).
Placas de obra:

Deve-se reservar um espaço do tapume para colocação de


placas de propagandas de fornecedores (evitar
“carnaval”).

A placa com o nome do Engenheiro responsável, número


da carteira do CREA, endereço comercial e telefone para
contato também deve ser colocada no tapume.

Exemplo de placa
de responsabilidade
técnica

Fonte: google.com.br
A placa com o número do Alvará de construção é a mais
importante pois deve ser mantida em local visível e
destacada das demais. A não colocação dessa placa gera
multa aplicada pela Prefeitura Municipal.

Fonte: google.com.br
Em MG, essa placa deve seguir o Ato de nº22 do CREA-MG
que dita as regras para execução da placa: (http://www.crea-
mg.org.br/06_STF_legislacao_estadual/Atos%20Normativos/ATO%20NORMATIV
O%20022_1998%20PLACAS%20DE%20IDENTIFICA%C3%87%C3%83O.pdf)

Locação da Obra:

Locação de estacas:

As estacas são o pontapé inicial para a elevação da edificação.


Somente após o estaqueamento é que a fundação é executada e
posteriormente as paredes são locadas.

O Engenheiro Calculista fornece a planta de locação e, no local,


são providenciadas a colocação de tábuas ou sarrafos em volta de
toda a área de construção.
Sobre os sarrafos são colocados pregos para que sejam esticadas
as linhas que orientarão nas medidas.

Fonte: BORGES,A.
Fonte: BORGES,A.
Após a cravação de todos os pregos e das linhas esticadas, ccrava-
se o piquete que deverá ser pintado com uma cor “berrante” para
sua fácil identificação e visualização.

Locação das paredes:

Tanto a locação das paredes como a das estacas deve ser


executada de preferência pelo próprio engenheiro (ou pelo menos
acompanhada e/ou verificada por ele).

Como as paredes normalmente são desenhadas sem considerar o


acabamento (ex: parede desenhada com tijolo de 20 tem espessura final
de aproximadamente 22cm) podem causar bastante diferença
quando essas pequenas medidas se acumularem. Por isso, a
melhor forma de distribuição será a locação das paredes pelo eixo
e não por uma das faces.
A

A figura A aparece a construção tal como é desenhado na planta. A B


mostra o resultado da locação pelas faces das paredes (a diferença total de
3cm foi acumulada na sala 2). A figura C mostra as locação das paredes pelos
eixos (a diferença foi distribuída pelas duas salas e pelos dois recuos laterais).
Além dessa vantagem, tem-se menor risco de confusão por parte
dos pedreiros umas vez que, sabendo que os alinhamentos
marcados estão nos eixos, os tijolos serão assentados metade para
cada lado.
Referências:

BORGES, A. C. Prática das Pequenas Construções. Volume 1. 9ª


ed. Ver. e amp. Blucher. São Paulo, 2009.

YAZIGI, W. A técnica de edificar. 10ª ed. Revisada e atualizada.


PINI. São Paulo, 2009.

LEI N° 9.725, DE 15 DE JULHO DE 2009. Código de Edificações do


Município de Belo Horizonte.

LEI Nº 9.959, DE 20 DE JULHO DE 2010. Lei de uso e ocupação do


Solo.

NR 18 - Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da


construção.

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