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LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU P/ ANALISTA E TÉCNICO


TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSORES: ANDERSON LUIZ E ERICK MOURA

APRESENTAÇÕES

ANDERSON LUIZ: Sou Analista de Finanças e Controle da


Controladoria-Geral da União (CGU), da área de Correição. Lotado na
Corregedoria-Geral da União, atuo nas atividades relacionadas à apuração
de possíveis irregularidades cometidas por servidores públicos federais e à
aplicação das devidas penalidades.
Também sou professor das disciplinas de Direito Administrativo, Ética
na Administração Pública e Correição no Poder Executivo Federal.
Antes, fui Oficial da Marinha do Brasil, instituição em que ingressei
através do Colégio Naval, em 1996. Graduei-me em Ciências Navais, pela
Escola Naval, em 2002.

ERICK MOURA: Estou no serviço público federal desde 1988, quando


ingressei na Marinha do Brasil, por meio de concurso público prestado para o
Colégio Naval. Graduei-me em Ciências Navais, pela Escola Naval, em 1994.
Nesses mais de 22 anos de serviço público, o estudo sempre foi
presente em minha vida. Assim, não poderia deixar de ser diferente o gosto
pelo desafio dos Concursos Públicos nos quais colecionei sucessos ao longo
de minha trajetória.
Atualmente, estou na Controladoria-Geral da União - CGU, onde
exerço o cargo de Analista de Finanças e Controle. Após algum tempo em
exercício na CGU, decidi contribuir para as pessoas que ainda não obtiveram
êxito em alcançar a aprovação em um concurso público. Desta forma, iniciei
trabalhos de coordenação em renomados cursos preparatórios de Brasília e
do Rio de Janeiro, onde convivi com candidatos e professores, muitos destes
autores de livros nos quais estudei.
Neste convívio aprendi muito com todos, principalmente com os
alunos, e vi o quanto é importante o auxílio de alguém que queira
efetivamente contribuir. Durante essa experiência gratificante, recebi da
família, dos amigos, dos alunos, dos professores e dos diretores de cursos
um grande incentivo para iniciar uma nova trajetória: ministrar aulas.
Assim, avalio que é chegada a nossa hora de fazermos um trabalho
de colaboração, em uma via de duas mãos, onde estaremos juntos na busca
de um objetivo: aprender a fazer prova. Isso mesmo! Concurseiro(a) não
precisa aprender a matéria, precisa aprender a fazer a prova de
determinada matéria!

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Prezados(as) alunos(as),

Com a iminente divulgação do edital regulador do concurso público


para provimento de cargos de Analista e Técnico do Ministério Público
da União, precisamos nos preparar para a prova de Legislação Aplicada
ao MPU.
Certamente, a disputa por essas vagas será acirrada. Afinal, trata-se
de excelentes cargos. A conquista de uma vaga exigirá disciplina, força de
vontade e uma preparação de alto nível.
Por isso, apresentamos o curso de Legislação Aplicada ao MPU
(Teoria e Exercícios). Neste curso, pretendemos transmitir a vocês as
informações atualizadas mais importantes acerca dessa matéria, a fim de
auxiliá-los, com seriedade, no estudo didático, objetivo e compreensivo dos
principais temas dessa disciplina.
As aulas serão repletas de dicas e macetes para que mesmo os
alunos iniciantes no estudo dessa disciplina consigam assimilar todo o
conteúdo com facilidade e rapidez. Além disso, estudaremos as
jurisprudências que têm sido cobradas pelas principais bancas do País.
Ademais, ao final de cada aula haverá uma lista de exercícios
comentados. É verdade! Comentaremos mais de 200 questões.
Ressaltamos que para alguns tópicos de nossa disciplina não há muitas
questões de concursos anteriores da CESPE. Assim, para dar completude à
nossa preparação, quando julgarmos necessário, utilizaremos questões de
outras bancas examinadoras (notadamente ESAF e FCC), bem como
exercícios inéditos. Contudo, sempre mantendo o estilo de cobrança do
CESPE.
Com efeito, ao final deste curso, vocês terão adquirido um conhecimento
compatível com o nível de cobrança do concurso do MPU. Pois, hoje, o
conhecimento da literalidade da lei é imprescindível, mas não é suficiente para
uma boa pontuação em um concurso público desse porte.
Serão seis aulas no total (sem contar com esta demonstrativa), sendo
uma a cada semana. Os assuntos tratados serão os seguintes:

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AULA DATA ASSUNTO PROFESSOR

00 Lei nº 9.784/1999 Anderson

01 12/05 Lei nº 8.429/1992 Anderson

02 19/05 Lei nº 11.415/2006 Anderson


Erick
03 26/05 MPU: Perfil constitucional; Conceito;
Princípios e funções institucionais.
Erick
04 02/06 MPU: A autonomia funcional, administrativa
e financeira; A iniciativa legislativa; A
elaboração da proposta orçamentária.
Erick
05 09/06 Os vários MP; O PGR e demais
Procuradores-Gerais do MPU: requisitos
para a investidura e procedimento de
destituição

06 16/06 Funções exclusivas e concorrentes. Erick


Membros: ingresso na carreira, promoção,
aposentadoria, garantias, prerrogativas e
vedação. Serviços Auxiliares.

(*) A Lei nº 8.112/90 não será objeto de nosso estudo.

Dito isso, vamos em frente! Rumo ao MPU!!!

Bons estudos,

Anderson Luiz & Erick Moura

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AULA DEMONSTRATIVA
(Professor: Anderson Luiz)

ASSUNTO: Processo Administrativo Federal (Lei nº 9.784/1999).

1. INTRODUÇÃO

No âmbito federal, o processo administrativo é disciplinado pela Lei


nº 9.784/99. Com a publicação dessa Lei, foram assegurados direitos dos
servidores e administrados, definidos prazos processuais e estabelecidos
princípios aplicáveis ao processo administrativo. Com efeito, a norma legal
propiciou maior segurança jurídica ao processo administrativo.
De acordo com o art. 69 da Lei nº 9.784/99, “os processos
administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei”. Para melhor
entendimento deste dispositivo, tomaremos como exemplo o Processo
Administrativo Disciplinar, que é regido, na esfera federal, pela Lei nº
8.112/90. Havendo previsão na Lei nº 8.112/90, esta deve prevalecer sobre a
Lei nº 9.784/99, por ser mais específica.
Com efeito, a Lei nº 9.784/99, estabelece normas e conceitos que são
aplicados, subsidiariamente, no Processo Administrativo Disciplinar. A título
de exemplo, cito os dispositivos sobre:
• Direitos e deveres dos administrados (arts. 3º e 4º);
• Impedimentos e suspeição (arts. 18 a 21);
• Forma, tempo e lugar dos atos processuais (arts. 22 a 25);
• Comunicação dos atos (arts. 26 a 28);
• Instrução (arts. 29 a 47); motivação (art. 50);
• Anulação, revogação e convalidação (arts. 53 a 55);
• Recursos administrativos (arts. 56 a 65); e
• Prazos (arts. 66 e 67).

IMPORTANTE:
As regras da Lei nº 9.784/99 aplicam-se subsidiariamente aos processos
administrativos específicos (processo disciplinar, processo administrativo
tributário, processo licitatório etc.), regulados em leis próprias.

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2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO DA LEI Nº 9.784/99

A referida Lei estabelece normas básicas sobre o processo


administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta,
visando, em especial, á proteção dos direitos dos administrados e ao melhor
cumprimento dos fins da administração.
Ademais, essa Lei também se aplica aos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
administrativa.

IMPORTANTE:
A Lei nº 9.784/99 aplica-se:
• À Administração Federal direta e indireta; e
• Aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando
no desempenho de função administrativa.

Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio de suas


próprias leis, podem dispor sobre o processo administrativo aplicável à sua
Administração. No âmbito da Administração Pública do Estado de São Paulo,
por exemplo, o processo administrativo está regulamentado pela Lei Estadual
nº 10.177/98.

IMPORTANTE:
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio de suas
próprias leis, podem dispor sobre o processo Administrativo aplicável à sua
Administração. Por isso, não se sujeitam à Lei nº 9.784/99.

Por fim, de acordo com o art.1º, §2º, da Lei:


• Órgão é a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração
direta e da estrutura da Administração indireta. Cabe destacar que os
órgãos não possuem personalidade jurídica. São exemplos: Ministérios,
Secretarias, Gabinetes etc.
• Entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica.
São exemplos: autarquias, fundações públicas, sociedades de economia
mista e empresas públicas.
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• Autoridade é o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.


São exemplos: Ministros de Estado, Secretários-Executivos etc.

3. PRINCÍPOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Nos termos do art. 2º da Lei, a Administração Pública obedecerá, dentre


outros (ou seja, rol não taxativo), aos princípios de legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
MEMORIZEM esses princípios. Muitas questões de concursos públicos
exigem tão-somente o conhecimento deste rol. São apenas 11 princípios!
Memorizá-los, “SERá FÁCIL Pro MoMo”, e pra vocês também (perdoem-
me pelo trocadilho! Tudo em nome da aprovação de vocês, rs).

Segurança Jurídica
Eficiência
Razoabilidade
Finalidade
Ampla defesa
Contraditório
Interesse Público
Legalidade
Proporcionalidade
Moralidade
Motivação

Além disso, o parágrafo único do art. 2º elenca os critérios que deverão


ser observados nos processos administrativos. Antes de citá-los, informo-lhes
que esses critérios são decorrências de diversos princípios aplicáveis á
Administração Pública. Assim, para melhor entendimento de vocês, utilizo a
tabela abaixo para demonstrar a relação entre os critérios e os respectivos
princípios. Vejamos:

CRITÉRIOS PRINCÍPIOS

Atuação conforme a lei e o Direito Legalidade

Atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia Impessoalidade


total ou parcial de poderes ou competências, salvo
autorização em lei

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Objetividade no atendimento do interesse público, Impessoalidade


vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades

Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e Moralidade


boa-fé

Divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas Publicidade


as hipóteses de sigilo previstas na Constituição

Adequação entre meios e fins, vedada a imposição de Proporcionalidade


obrigações, restrições e sanções em medida superior e Razoabilidade
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público;

Indicação dos pressupostos de fato e de direito que Motivação


determinarem a decisão

Observância das formalidades essenciais à garantia dos Segurança Jurídica


direitos dos administrados e Informalismo

Adoção de formas simples, suficientes para propiciar Segurança Jurídica


adequado grau de certeza, segurança e respeito aos e Informalismo
direitos dos administrados

Garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de Contraditório e


alegações finais, à produção de provas e à interposição Ampla Defesa
de recursos, nos processos de que possam resultar
sanções e nas situações de litígio

Proibição de cobrança de despesas processuais, Gratuidade


ressalvadas as previstas em lei

Impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem Oficialidade


prejuízo da atuação dos interessados

Interpretação da norma administrativa da forma que Impessoalidade e


melhor garanta o atendimento do fim público a que se Segurança Jurídica
dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

3.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da legalidade estabelece que toda atividade administrativa


só poderá ser exercida em conformidade absoluta com a lei. Caso contrário, a
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atividade será ilícita. Assim, a Administração Pública só pode atuar


quando autorizada (nas competências discricionárias) ou determinada
(nas competências vinculadas) por lei.
O princípio da legalidade se refere, de modo precípuo, às leis em
sentido formal, isto é, às leis em sentido estrito, aprovadas pelo Poder
Legislativo conforme o processo previsto nos artigos 59 a 69 da Constituição
Federal. Além disso, refere-se, também, às leis materiais, ou seja, às leis
em sentido amplo, como decretos, portarias e demais atos normativos
administrativos, editados a partir de leis formais.

3.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O princípio da impessoalidade pode ser interpretado das seguintes


maneiras:
• relacionado ao princípio da finalidade;
• relacionado ao princípio da isonomia;
• relacionado à vedação à promoção pessoal; e
• relacionado aos institutos do impedimento e suspeição.

De acordo com a primeira interpretação, o princípio da


impessoalidade relaciona-se ao princípio da finalidade. A violação de um
deles resulta na inobservância do outro. Nesse sentido, tais princípios exigem
que a atividade administrativa seja exercida em atendimento aos interesses
da coletividade. Assim, a finalidade de toda atuação da Administração é a
defesa do interesse público.
Isso significa que, em sua aplicação mais tradicional, o princípio da
impessoalidade impede perseguições ou favorecimentos, tratamentos
diferenciados benéficos ou prejudiciais aos administrados.
Com efeito, todo ato da Administração deve ser praticado com o
propósito de satisfazer o interesse público. Qualquer ato praticado em
desacordo com o interesse da coletividade será inválido por desvio da
finalidade.
A segunda maneira de interpretar o princípio da impessoalidade
relaciona-se com o princípio da isonomia, ao exigir tratamento isonômico
para todos os administrados, de modo que sejam tratados com base nos
mesmos critérios.
Essa é a regra! Contudo, ela não é absoluta. É certo que quando há
razoabilidade e previsão em lei, o tratamento diferenciado é admitido. Mas,
o administrador não pode estabelecer tais distinções por vontade própria. O
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tratamento diferenciado deve estar de acordo com os critérios


previstos em lei.
Na terceira interpretação, o princípio da impessoalidade reporta-se à
vedação à promoção pessoal, prevista no art. 37, § 1º, da Constituição
Federal, nos seguintes termos: “A publicidade de atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem a promoção pessoal de autoridade ou
servidores públicos.”
De acordo com essa acepção do princípio da impessoalidade, os
agentes públicos, no exercício de suas atividades, atuam em nome da
Administração. Deste modo, não poderão promover-se pessoalmente.
Vejam os exemplos abaixo:

Na divulgação de apreensões feitas pela Polícia


Federal não pode haver menção ao nome dos
policiais responsáveis pela operação.

As obras públicas serão divulgadas sem citar os


nomes de agentes públicos e autoridades por elas
responsáveis.

A quarta interpretação do princípio da impessoalidade relaciona-se à


suspeição e ao impedimento. A seguir, veremos que esses institutos visam
a afastar dos processos administrativos servidores ou autoridades que
tenham alguma relação de parentesco, amizade ou inimizade com os
envolvidos no processo, de modo que possam ameaçar a aplicação
imparcial da lei.

JURISPRUDÊNCIA DO STF:
"Impedimentos e suspeição. Presunção juris et de jure (absoluta) de
parcialidade. Sendo a própria imparcialidade que se presume atingida, não é
possível ao juiz, enquanto tal, praticar ato de seu ofício, jurisdicional ou
administrativo, sem essa nota que marca, essencialmente, o caráter do
magistrado. Se se desprezarem esses impedimentos, o ato
administrativo infringirá os princípios da impessoalidade e
moralidade previstos no art. 37, da Constituição." (MS 21.814, Rel. Min.
Néri da Silveira, julgamento em 14-4-94, DJ de 10-6-94)
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De acordo com o art. 18 da Lei, é impedido de atuar em processo


administrativo o servidor ou autoridade que:
• Tenha interesse direto ou indireto na matéria.
• Tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao Cônjuge,
Companheiro ou Parente e Afins até o 3º grau. (CCPA3)
• Esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
ou respectivo Cônjuge ou Companheiro. (CC)

A aferição da ocorrência do impedimento é objetiva, direta, isto é,


sua caracterização independe de juízo do valor. Por isso, diz-se que o
impedimento gera uma presunção absoluta de incapacidade para atuar no
processo.
Assim, a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Consequentemente, a omissão do dever de comunicar o impedimento
constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Já o art. 20, ao tratar da suspeição estabelece que pode ser argüida a
suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou
inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos
Cônjuges, Companheiros, Parentes e Afins até o 3º grau (CCPA3).
Em suma, os casos de suspeição são caracterizados, basicamente, pela
existência de amizade íntima (vai além do mero coleguismo do ambiente de
trabalho) ou inimizade notória (vai além da antipatia, do não gostar; o
convívio é impossível) entre a autoridade ou o servidor e algum dos
interessados no processo.
Assim, diferentemente do impedimento, a aferição da suspeição é
subjetiva, indireta, isto é, sua caracterização depende do juízo de valor.
Por isso, a suspeição gera uma presunção relativa de incapacidade para
atuar no processo.
Com efeito, na suspeição há uma mera faculdade (“pode ser
argüida...”) de atuação da parte interessada que se sinta prejudicada. O
indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem
efeito suspensivo (ou seja, o processo não é paralisado).

3.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

O princípio da moralidade admite duas interpretações:


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• Impõe ao agente público o dever de atuação ética (princípio da


probidade); e
• Exige a aplicação das leis pelos agentes de modo a alcançar os valores
nelas consagrados.

Quando relacionado ao principio da probidade, o princípio da


moralidade exige dos agentes públicos um comportamento ético, honesto,
probo, no trato da coisa pública. Ou seja, no exercício da atividade
administrativa é exigida uma atuação segundo padrões éticos de probidade,
decoro e boa-fé.
O princípio da moralidade deve ser observado não só pelos
administradores, mas também pelos particulares que se relacionam com
a Administração Pública.
Por exemplo: sabe-se que, nas contratações públicas, a apresentação de
propostas em conluio ocorre quando os proponentes, em vez de competirem,
como seria de se esperar, conspiram secretamente para aumentar os preços
ou baixar a qualidade dos bens e serviços para compradores que desejem
adquirir produtos ou serviços por meio de concursos, licitações ou leilões.
Então, em matéria de licitação, quando uma auditoria realizada pela CGU
constata a ocorrência de conluio entre os licitantes fica caracterizada a
violação do princípio da moralidade praticada por particulares.
Por oportuno, reproduzo um importante entendimento de Maria Sylvia
Zanella Di Pietro acerca do princípio em exame. Segundo a ilustre autora,
haverá ofensa ao princípio da moralidade “sempre que em matéria
administrativa se verificar que o comportamento da Administração
Pública ou do administrado que com ela se relacione juridicamente,
embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes,
as regras da boa administração, os princípios de justiça e de equidade,
ou a idéia comum de honestidade”.
Assim, podemos concluir que a moralidade não se confunde com a
legalidade. Pois, um ato praticado pela Administração pode estar perfeitamente
legal, mas moralmente falho, caso viole os preceitos da ética e da boa-fé.
Nessa hipótese, o desfazimento do ato não será questão de revogação (análise
de mérito; conveniência e oportunidade), e sim de nulidade (análise de
legitimidade).
A segunda interpretação do princípio da moralidade impõe ao agente
público, quando da aplicação da lei, o dever de buscar a concretização
dos princípios nela consagrados. Ou seja, para atuar em conformidade com
o princípio da moralidade não basta ao agente cumprir a literalidade da
lei. É necessário ir além, buscar o verdadeiro sentimento da norma, de modo
que ao lado do legal esteja o ético.

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Assim, nos termos do Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder


Executivo Federal, o servidor público não deve decidir somente entre o
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o
oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto.

3.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

O princípio da publicidade pode ser interpretado de duas maneiras. Na


primeira delas, faz referência ao princípio da publicação oficial dos atos
administrativos. Na segunda, refere-se ao princípio da transparência.
De acordo com a primeira interpretação, o princípio da publicidade
exige a publicação oficial dos atos externos da Administração Pública,
estabelecendo-a como condição de eficácia (produção de efeitos jurídicos).

ATENÇÃO:
Em provas, é comum haver questão “misturando” o princípio da publicidade
com a vedação à promoção pessoal. Vejam a seguinte “pegadinha”: “o
princípio da publicidade obriga a presença do nome do administrador nos
atos, obras, serviços e campanhas do Poder Público”. FALSO!

O princípio da publicidade exige a publicação oficial dos atos externos


da administração pública.


“A publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicas deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem a promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos.”
(CF, art. 37, §1º)

Pela segunda interpretação, o princípio da publicidade exige uma


atividade administrativa transparente (princípio da transparência) a fim
de que o administrado tome conhecimento dos comportamentos
administrativos do Estado.
Assim, todos têm o direito de receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular ou de interesse coletivo ou
geral. Embora essa seja a regra, a Constituição Federal cria exceções,

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seja por exigência dos interesses sociais, seja por imperativos da


segurança do Estado.
Outrossim, a todos são assegurados, independentemente do
pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; e a
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

3.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência, que integra o caput do art. 37 da


Constituição Federal por força da Emenda Constitucional nº 19/98
(“reforma administrativa”), trouxe para a Administração Pública o dever
expresso de realizar suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento.
O princípio da eficiência possui três interpretações:
• Dirigido à Administração: exige que o modo de estruturação,
organização e disciplina seja racional, com o objetivo de alcançar os
melhores resultados no desempenho da atividade administrativa.
• Dirigido aos agentes públicos: exige uma atuação que resulte no
melhor desempenho possível de suas atribuições, a fim de obter os
melhores resultados.
• Relativo ao princípio da economicidade: impõe à Administração uma
atuação sob uma adequada relação custo/benefício, com vistas a obter
o máximo de benefícios com o mínimo de despesas.

3.6. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade limitam a


atuação e a discricionariedade dos poderes públicos. Ou seja, vedam que a
Administração Pública aja com excesso, praticando atos desproporcionais ou
desarrazoados.
Segundo esses princípios, nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de adequação entre meios e fins,
sendo vedado à Administração impor obrigações, restrições e sanções
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento
do interesse público.
Como ensinam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “é diante de
situações concretas, sempre no contexto de uma relação meio-fim, que deve
ser aferido o critério da razoabilidade, cabendo ao Poder Judiciário apreciar
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se as restrições são adequadas e justificadas pelo interesse público: se o ato


implicar limitações inadequadas, desnecessárias ou desproporcionais
(não razoáveis) deverá ser anulado.” (original sem grifos)
Isso significa que o princípio da razoabilidade impõe que a
Administração, no exercício de suas funções administrativas, adote meios que
se revelem adequados, necessários e proporcionais para a realização de
seus fins. Ademais, como o exame da proporcionalidade do ato ocorre
conforme o caso concreto, um mesmo ato pode ser considerado
proporcional em uma situação e desproporcional em outra, em função
da variação do interesse público.
Por exemplo: o ato de interdição de uma padaria poderá ser proporciona
ou não, a depender do interesse público a ser protegido pelo referido ato. Se a
padaria é situada em um prédio que corre risco de desabar, o ato será
proporcional. Porém, será desproporcional se resultar da comercialização de
um tipo de queijo fora do prazo de validade. Nessa segunda hipótese, a
aplicação de uma multa seria menos gravosa para a população, que
continuaria a usufruir dos serviços da padaria.

3.7. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO

O princípio da motivação exige que todos os atos e decisões da


Administração Pública sejam fundamentados. No Estado Democrático de
direito não é concebível ato administrativo sem motivação. Assim, nos
processos administrativos, serão observados, entre outros, os critérios de
indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a
decisão (Lei nº 9.784/99, art. 2º, parágrafo único, VII)
Nesse contexto, o art. 50 da Lei cita um rol mínimo de atos que
necessariamente serão motivados. Esse artigo cai em quase todas as provas
em que a Lei nº 9.784/99 é cobrada. Portanto, memorizem-no.
Para facilitar essa tarefa, percebam que os atos que sempre serão
motivados, em regra, apresentam uma das seguintes características:
diminuem direitos; aumentam obrigações; decidem algo; contrariam
opiniões anteriores; e geram risco de lesão aos cofres públicos.

LEI Nº 9.784/99, ART. 50:


Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

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III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;


IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.

Acerca da motivação, convém citar as seguintes regras:


• Deve ser explícita, clara e congruente.
• Pode consistir em declaração de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas. Neste caso,
tais pareceres, informações, decisões ou propostas integrarão o ato.
• Pode ser prévia ou contemporânea à expedição do ato.
• Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado
meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que
não prejudique direito ou garantia dos interessados.
• A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de
decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

3.8. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA

O princípio da segurança jurídica visa a proteger o passado


(relações jurídicas já consolidadas), bem como visa a assegurar a
estabilidade das situações jurídicas futuras. Esse princípio é consagrado
por vários institutos, tais como: direito adquirido, coisa julgada, ato
jurídico perfeito, prescrição e decadência.
Por força desse princípio, no âmbito do processo administrativo federal, a
Administração Pública deve interpretar a norma administrativa de
forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige. Assim, é vedada a aplicação retroativa de nova interpretação, a
fim de garantir ao administrado adequado grau de certeza e segurança de seus
direitos.

3.9. PRINCÍPIO DO INFORMALISMO

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É simples o significado do princípio do informalismo: o processo


administrativo não se sujeita a formas rígidas. Contudo, não se pode
concluir que há ausência total de forma. Lembrem-se de que o processo é
escrito. Logo, sempre há forma. Além disso, quando a lei expressamente
exigir forma legal para a prática de determinado ato, está será cumprida.
Caso contrário, o ato será nulo.
Segundo esse princípio, no processo administrativo o formalismo
somente existe quando é necessário à proteção do interesse público e à
proteção dos direitos dos administrados. Nesse ponto o processo
administrativo difere do processo judicial. Pois, neste a regra é a formalidade
de seus atos.
Nos termos da Lei nº 9.784/99, o processo administrativo deve observar
as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados,
bem como adotar formas simples, suficientes para propiciar adequado grau
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados. Assim:
• Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo
(em português), com a data e o local de sua realização e a
assinatura da autoridade responsável.
• Em regra, o reconhecimento de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade. A lei, porém, poderá estabelecer
outras situações em que o reconhecimento de firma será necessário.
• A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo
órgão administrativo.
• O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e
rubricadas.

3.10. PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

Os princípios do contraditório e da ampla defesa são decorrências


da garantia constitucional prevista no art. 5º, LV da Constituição Federal: “Aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes.”
Por isso, o art. 2º, parágrafo único, inciso X, da Lei nº 9.784/99
estabelece que o processo administrativo deve garantir os direitos à
comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de
provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam
resultar sanções e nas situações de litígio.

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Daí, as partes do processo podem fazer uso de todos os meios lícitos


para demonstrarem sua pretensão (ampla defesa), bem como podem se
contrapor às provas produzidas pela outra parte (contraditório).
No âmbito do processo administrativo, os princípios do contraditório e
da ampla defesa impedem a exigência de garantia como condição para
a interposição de recurso. Contudo, não impedem a fixação de prazos para
a apresentação de provas e recursos. Acerca dessa distinção, vejam o
entendimento da Corte Suprema.
Ademais, a recusa, pela autoridade competente, de atos meramente
protelatórios (apresentação de provas irrelevantes, solicitação de perícias
desnecessárias, interposição de sucessivos recursos etc.) não viola os
princípios do contraditório e da ampla defesa. Sobre o tema, o Supremo
Tribunal Federal possui o seguinte entendimento:

JURISPRUDÊNCIA DO STF:
"A garantia constitucional da ampla defesa tem, por força direta da
Constituição, um conteúdo mínimo, que independe da interpretação da lei
ordinária que a discipline (RE 255.397, 1ª T., Pertence, DJ 7-5-04). (...) Não
há afronta à garantia da ampla defesa no indeferimento de prova
desnecessária ou irrelevante." (RE 345.580, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 17-8-04, 1ª Turma, DJ de 10-9-04)

3.11. PRINCÍPIO DA GRATUIDADE

Segundo o princípio da gratuidade, a regra é a proibição de


cobrança de despesas processuais. Todavia, a lei pode dispor de forma
contrária. Com efeito, a administração não pode cobrar custas ou despesas
processuais como condição para realização de determinado ato, visto que o
que a move é o interesse público de esclarecer o fato.
Contudo, deve ficar claro que o princípio em estudo não impede que o
administrado, por vontade própria, incorra em gastos pessoais. Assim,
em decorrência do processo, o administrado pode ter que custear a
contratação de advogado; o pagamento de peritos e consultores
particulares; e fornecimento de cópia dos autos etc.
Em suma, o significado do princípio é a ausência de custas e não a
gratuidade propriamente dita. Pois, os gastos incidentais, decorrentes de
pretensão do administrado, deverão ser por ele custeados, sem previsão legal
de ressarcimento.

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3.12. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE

Em face do princípio da oficialidade, também chamado de princípio


do impulso oficial do processo, o processo administrativo pode ser
instaurado (iniciado, estabelecido) de ofício (pela própria Administração),
independentemente de provocação do administrado.
Além disso, à Administração cabe impulsionar o processo. Isso
significa que a Administração movimentará o processo administrativo mesmo
que o administrado fique inerte, ainda que a instauração tenha sido provocada
por particular.
Deste modo, uma vez instaurado o processo, ele passa a pertencer à
Administração Pública. A ela não é outorgada a discricionariedade de retardá-
lo, sob pena de violar não só ao princípio da oficialidade, mas também ao
princípio da eficiência.

3.13. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL

Apesar de não estar expressamente previsto na Lei nº 9.784/99, o


princípio da verdade material também orienta os processos administrativos
em geral. A busca da verdade material caracteriza os processos
administrativos, já que representa a principal diferença em relação aos
processos judiciais.
Enquanto no processo judicial o juiz limita-se somente às provas
indicadas pelas partes, no processo administrativo importa saber com se deu o
fato no mundo real, isto é, conhecer o fato efetivamente ocorrido.
Portanto, no processo administrativo prevalece a verdade material
sobre a verdade formal (ou verdade dos autos).

4. DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

O art. 3º da Lei da Lei 9.784/99 prevê os direitos dos administrados


no curso do processo administrativo. São eles (rol não taxativo):
• Ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
• Ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha
a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

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• Formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os


quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
• Fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando
obrigatória a representação, por força de lei.

5. DEVERES DOS ADMINISTRADOS

Segundo o art. 4º da Lei, são deveres dos administrados:


• Expor os fatos conforme a verdade;
• Proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
• Não agir de modo temerário (ser prudente, ajuizado);
• Prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

6. INÍCIO DO PROCESSO

De acordo com o art. 5º da Lei, o processo administrativo pode iniciar-se


de ofício (isto é, pela própria Administração) ou a pedido do interessado (ou
seja, por provocação deste).
Em regra, o pedido deve ser feito por escrito, exceto nos casos em que
for admitida a solicitação oral. O requerimento conterá os seguintes dados (art.
6º):
• Órgão ou autoridade a que se dirige (para quem?);
• Identificação do interessado ou de quem o represente (de quem?);
• Domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações (de
onde?);
• Formulação do pedido, com exposição dos fatos e seus fundamentos (o
que? + por que?); e
• Data e assinatura do requerente ou de seu representante (quando? +
assinatura).

Conforme o parágrafo único do art. 6º, a Administração deve orientar o


interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas no pedido. Isso
significa que o servidor deve prestar informações ao requerente sobre o modo
de solucionar problemas relativos à falta de elementos essenciais ao pedido.

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Ademais, em razão do Direito de Petição (CF, art. 5º, XXXIV), é


vedada à Administração a recusa imotivada de receber o requerimento ou
outros documentos.
A fim de facilitar o acesso do administrado a seus direitos, o art. 7º da
Lei dispõe que os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem
pretensões equivalentes.
No mesmo sentido, quando os pedidos de diversos interessados
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um
único requerimento, exceto se houver previsão legal em contrário (art. 8º).

7. INTERESSADOS

A Lei nº 9.784/99, em seu art. 9º, define que, no processo


administrativo, são legitimados como interessados:
• Pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos
ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
• Aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses
que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
• As organizações e associações representativas, no tocante a
direitos e interesses coletivos;
• As pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a
direitos ou interesses difusos.

Ressalvada previsão especial em ato normativo próprio, para fins de


processo administrativo, são considerados capazes os maiores de 18 anos
(art. 10). Isso significa que, em regra, o menor de 18 não pode atuar no
processo, a não ser que assistido ou representado por responsável.

8. COMPETÊNCIA

A competência é irrenunciável. Destarte, a competência deve ser


exercida por quem a lei a concedeu. Excepcionalmente, são admitidas a
delegação e a avocação. Essa é a tradução do art. 11 da Lei, cuja redação é:
“a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a
que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos”.

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8.1. DELEGAÇÃO

Acerca da delegação, o art. 12 da Lei estabelece que um órgão


administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial. Essas regras se aplicam à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Em decorrência do princípio da publicidade, o ato de delegação e sua
revogação deverão ser publicados no meio oficial. O referido ato deverá
especificar com clareza o que foi transferido, os limites da atuação do
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível. Ademais,
será revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente
esta qualidade, ou seja, o delegado deve registrar que praticou o ato em
função de determinada competência que lhe foi transferida. Além disso, tais
decisões serão consideradas editadas pelo delegado (e não pelo delegante).
De acordo com o art. 13 da Lei, não podem ser objeto de delegação:
• A edição de atos de caráter normativo;
• A decisão de recursos administrativos;
• As matérias de competência exclusiva.

8.2. AVOCAÇÃO

Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente


justificados, será permitida a avocação temporária de competência
atribuída a órgão hierarquicamente inferior (art. 15).
A avocação é a medida excepcional, temporária e justificada,
mediante a qual o “superior” “pega para si” a competência originariamente
atribuída ao “inferior”. Assim, a avocação de procedimentos administrativos
decorre do poder hierárquico.
Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo
deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para
decidir (art. 17).

9. TEMPO E LUGAR DO PROCESSO

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Em relação ao tempo do processo (momento de realização do ato


administrativo), a Lei dispõe o seguinte: os atos processuais serão realizados
nos dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição em que
tramitar. Poderão ser concluídos depois desse horário os atos já iniciados, cujo
adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao
interessado ou à Administração (art. 23).
Além disso, se não houver disposição específica, os atos do órgão ou
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem
devem ser praticados no prazo de 5 dias (art. 24), salvo motivo de força
maior. Esse é o chamado prazo genérico do processo administrativo. Pois, só
é aplicável se não houver prazo específico.
Esse prazo genérico pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação. Percebam que prazo não será, necessariamente,
aumentado para 10 dias. Como a Lei diz “até o dobro”, tal prorrogação pode
ser de 1, 2,..., até 5 dias.
Por fim, em relação ao lugar do processo (local de realização do ato
administrativo), a Lei estabelece que, preferencialmente, os atos do
processo serão realizados na sede do órgão. Contudo, poderão ser
realizados em outro local. Nesse caso, o interessado será informado
(art. 25).

10. COMUNICAÇÃO DOS ATOS

O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo


determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a
efetivação de diligências (art. 26).
Todos os atos do processo que resultem para o interessado em
imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
atividades, bem como os demais atos de seu interesse, devem ser objeto de
intimação (art. 28). Essa intimação observará a antecedência mínima de
três dias úteis quanto à data de comparecimento (art. 26, §2º).
A intimação deverá conter (art. 26, §1º):
• Identificação do intimado e nome do órgão ou entidade
administrativa;
• Finalidade da intimação;
• Data, hora e local em que deve comparecer;
• Se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
• Informação da continuidade do processo independentemente do seu
comparecimento;

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• Indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

Nesse momento vocês devem estar pensando: como será feita essa
intimação? A resposta está no art. 26, §3º da Lei. De acordo com o referido
dispositivo, a intimação pode ser efetuada por:
• Ciência no processo (assinatura do interessado nos autos do
processo);
• Via postal com Aviso de Recebimento (AR);
• Telegrama; ou
• Outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado (p. ex:
um servidor vai à casa do interessado para intimá-lo).
• Publicação oficial, no caso de interessados Desconhecidos,
Indeterminados ou com Domicílio Indefinido (art. 26, §4º)
(Interessados “DIDI” = Publicação oficial).

As intimações serão nulas quando feitas sem observância das


prescrições legais. Porém, é importante destacar que o comparecimento do
administrado supre sua falta ou irregularidade (art. 26, §5º). Isso
significa que a intimação feita em desacordo com a Lei é nula. Mas, se o
administrado comparecer ao local indicado, não há que se falar em nulidade.
A expressão popular “quem cala consente” não tem aplicação no
processo administrativo. Pois, o desatendimento da intimação não
importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
direito pelo administrado (art. 27).

11. INSTRUÇÃO

Por intermédio da instrução busca-se averiguar e comprovar os dados


necessários à tomada de decisão. Nos termos da Lei nº 9.784/99, a instrução
pode ser de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo,
sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias (art.
29).
O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados
necessários à decisão do processo. Além disso, em decorrência dos princípios
do informalismo, da ampla defesa e do contraditório, os atos de instrução
que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo
menos oneroso para estes. E, em razão do art. 5º, LVI, da CF, as provas
obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no processo administrativo.

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Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o


órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de
consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do
pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada (art. 31).
Em relação a essa consulta pública, cabem duas observações. Quais
sejam:
• A sua abertura será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de
que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se
prazo para oferecimento de alegações escritas.
• A participação de terceiros não confere, por si, a condição de
interessados do processo, mas confere o direito de obter da
Administração resposta fundamentada. Essa manifestação da
Administração poderá ser comum a todas as alegações substancialmente
iguais.

Ainda nesse sentido, a fim de subsidiar sua decisão, diante da relevância


da questão, a autoridade competente poderá realizar audiência pública para
debates sobre a matéria do processo (art. 32).
A consulta e a audiência pública não são as únicas formas de
manifestação dos particulares no processo. Pois, os órgãos e entidades
administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios
de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e
associações legalmente reconhecidas (art. 33). Independentemente do meio
de participação do administrado, os resultados obtidos deverão ser
apresentados com a indicação do procedimento adotado (art. 34).
A Lei define que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
instrução (art. 36). Ou seja, se um servidor alegar que sofreu um desconto
indevido em seus vencimentos, caberá a ele o ônus da prova.
Todavia, quando o interessado declarar que fatos e dados estão
registrados em documentos existentes na própria Administração responsável
pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a
instrução (e não o interessado) proverá, de ofício, à obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias (art. 37).
Em decorrência dos princípios do contraditório e da ampla defesa, o
interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão,
juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem
como apresentar alegações referentes à matéria objeto do processo (art. 38).
Nesse contexto, em regra, os elementos de provas propostos pelos
interessados serão considerados na decisão. Isso significa que os elementos
probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.
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Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as


provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,
desnecessárias ou protelatórias. Já vimos que essa recusa não fere os
princípios do contraditório e da ampla defesa.
Sempre que a produção de determinada prova ou a realização de
diligência forem necessárias, os interessados serão intimados com a
antecedência mínima de 3 dias úteis (art. 41). Lembrem-se de que a
intimação tem prazo específico (antecedência mínima de 3 dias úteis).
Por tanto, a ela não se aplica o prazo genérico de 5 dias.
Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem
necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo
fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará
arquivamento do processo. Ou seja, se o interessado não apresentar os
documentos requeridos na intimação, o processo será arquivado (art. 40).
O art. 42 da Lei nº 9.784/99 regula a produção de pareceres
obrigatórios por órgão consultivos. Essas regras são importantes, visto que
constantemente são cobradas em provas de concursos públicos. São elas:
• Em regra, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de 15 dias.
A exceção fica por conta de previsão em norma especial ou de
comprovada necessidade de maior prazo.
• Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação,
responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
• Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no
prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido
com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu
no atendimento.

ATENÇÃO:
Acerca desse tema, normalmente, as questão de provas são respondidas com
o conhecimento da implicação, no trâmite do processo, da não emissão do
parecer obrigatório.
Por isso, não se esqueçam do seguinte: a não emissão de parecer
vinculante paralisa o processo. Se o parecer não é vinculante, o
processo prossegue. Em ambos os caso, quem causa a não emissão
de parecer obrigatório é responsabilizado.

Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos


laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o

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encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá


solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e
capacidade técnica equivalentes (art. 43).
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se
no prazo máximo de 10 dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado
(art. 44). Para isso, os interessados têm direito à vista do processo e a
obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o
integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por
sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem (art. 46). Já vimos que
o princípio da gratuidade não impede que o interessado arque com os custos
dessas cópias reprográficas.
Não obstante, em caso de risco iminente, a Administração Pública
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia
manifestação do interessado (art. 45).
O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final
elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do
procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,
encaminhando o processo à autoridade competente (art. 47).
O relatório é documento que informa à autoridade competente para
decidir tudo o que ocorreu no processo, bem como opina por uma decisão. Em
regra, o relatório não é vinculante para a Administração, nem para os demais
interessados no processo. Por isso, a autoridade competente para decidir pode
discordar da suas conclusões.

12. DEVER DE DECIDIR

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos


processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de
sua competência (art. 48). Em outras palavras, a Administração Pública tem o
dever de decidir as questões que lhe são submetidas, mediante processo
administrativo.
Assim, concluída a instrução do processo administrativo, a Administração
tem até 30 dias para decidir. Esse prazo pode ser prorrogado por igual
período, desde haja motivação expressa (art. 49).

13. DESISTÊNCIA E EXTINÇÃO DO PROCESSO

Nos artigos 51 e 52 da Lei, estão previstas as regras sobre desistência e


extinção do processo. Segundo elas, mediante manifestação escrita, o

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interessado poderá desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou,


ainda, renunciar a direitos disponíveis.
Entretanto, tais institutos não prejudicam o prosseguimento do processo,
caso a Administração considere que o interesse público assim o exige. Além
disso, existindo vários interessados, a manifestação formulada por um
deles não atinge os demais. Não se esqueçam disso!
No que tange à extinção do processo, o órgão competente poderá
declará-la quando (duas hipóteses):
• Exaurida sua finalidade; ou
• O objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
superveniente.

14. ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Conforme o art. 53 da Lei, a Administração deve anular seus próprios


atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Em relação à convalidação de atos defeituosos, a Lei prevê duas
possibilidades. São elas:
• Convalidação tácita: o direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé do beneficiado (art. 54). Essa
modalidade de convalidação chama-se tácita porque decorre da inércia
da Administração. Transcorrido o prazo de 5 anos, sem que ocorra
manifestação da Administração, o ato será tacitamente convalidado.
• Convalidação expressa: Em decisão na qual se evidencie não
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros,
os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração (art. 55).

No que tange à convalidação tácita, no caso de efeitos patrimoniais


contínuos, o prazo de decadência será contado da percepção do primeiro
pagamento (art. 54, §2º). Por exemplo: imagine que um servidor,
mensalmente, receba uma determinada quantia a que não faça jus.
Considerando que não haja má-fé deste servidor, o prazo de 5 anos será
contado a partir do recebimento do primeiro pagamento.

15. RECURSO E REVISÃO


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Há recurso administrativo quando a parte interessada, insatisfeita com a


decisão administrativa, pede a sua reforma ou reexame dentro do prazo
estabelecido por lei.
Há revisão quando, a qualquer tempo, a pedido do interessado ou de
ofício pela Administração, se proceda, nos processos concluídos de que
resultem sanções, a correta adequação da sanção imposta, em razão de fatos
novos ou circunstâncias relevantes a justificá-la.
Assim, das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de
legalidade e de mérito (art. 56). Têm legitimidade para interpor recurso
administrativo (art. 58):
• os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
• aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela
decisão recorrida;
• as organizações e associações representativas, no tocante a direitos
e interesses coletivos;
• os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

ATENÇÃO:
Esse artigo tem “cara” de questão de prova. Notem que há “quatro
legitimados” para interpor recurso administrativo. Aí, o examinador cria uma
quinta possibilidade absurda e pergunta qual é a opção incorreta. Por isso,
memorizem esses legitimados!

O recurso será interposto por meio de requerimento no qual o recorrente


deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os
documentos que julgar convenientes (art. 60).
Em regra, é de 10 dias o prazo para interposição de recurso
administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão
recorrida (art. 59).
Tal recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se
não a reconsiderar no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior
(art. 56, §1º). Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo
independe de caução (art. 56, §2º).
Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado
da súmula vinculante, caberá à autoridade responsável pela decisão
impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso

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à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da


súmula (art. 56, §3º).
Visando à celeridade processual, o recurso administrativo, em regra,
tramitará no máximo por 3 instâncias administrativas (art. 57) e não
terá efeito suspensivo (art. 61). Entretanto, se houver justo receio de
prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade
recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
suspensivo ao recurso (art. 61, parágrafo único).
Em regra, o recurso da decisão proferida em processo administrativo
não tem efeito suspensivo. Isso significa, salvo disposição legal em
contrário, que a decisão proferida pela autoridade pode ser imediatamente
cumprida, mesmo quando houver recurso pendente de julgamento da parte
que teve seus interesses afetados.
Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá
ser decidido no prazo máximo de 30 dias, a partir do recebimento dos autos
pelo órgão competente. Esse prazo poderá ser prorrogado por igual
período, ante justificativa explícita (art. 59, §§ 1º e 2º).
O recurso não será conhecido quando interposto (art. 63):
• Fora do prazo;
• Perante órgão incompetente. Nesse caso, será indicada ao recorrente
a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso
(art. 63, §1º);
• Por quem não seja legitimado;
• Após exaurida (esgotada) a esfera administrativa.

ATENÇÃO:
Esse artigo também tem “cara” de questão de prova. Percebam que o recurso
não será conhecido em quatro situações. Com efeito, o examinador cria uma
quinta possibilidade absurda e pergunta qual é a opção incorreta. Então,
amigos(as), memorizem essas quatro possibilidades!

O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de


ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa. Por
preclusão entende-se a perda do direito de praticar algum ato em razão da
inércia do titular.
De acordo com o art. 64, o órgão competente para decidir o recurso
poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a
decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.

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Em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, se dessa


decisão puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão (art. 64,
parágrafo único).
Portanto, quando da apreciação do recurso administrativo, a autoridade
competente possui amplos poderes para alterar a decisão recorrida. Poderá,
inclusive, reformar a decisão em prejuízo do recorrente (reformatio in
pejus), que deverá, nesse caso, ser cientificado para que formule suas
alegações antes da decisão.
Quanto ao tratamento dado pelo legislador à chamada reformatio in
pejus, ressalta-se a seguinte distinção: apesar de ser aceita nos recursos
administrativos, não é admitida na revisão dos processos.
Ou seja, os processos administrativos de que resultarem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
inadequação da sanção aplicada (art. 65). Contudo, dessa revisão não poderá
resultar agravamento da sanção (art. 65, parágrafo único).

Reformatio in pejus (na Lei nº 9.784/99)

Recursos administrativos Sim

Revisão dos processos Não

16. PRAZOS

Quanto à contagem dos prazos processuais, a Lei nº 9.784/99


estabelece o seguinte:
• Os prazos começam a correr a partir da data da ciência oficial,
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do
vencimento.
• Se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este
for encerrado antes da hora normal, considera-se prorrogado o
prazo até o primeiro dia útil seguinte.
• Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
• Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no
mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do
prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Por exemplo: se, nos
autos de um processo administrativo, for determinada a suspensão do

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feito por 5 meses, desde 31/1/2008, esse processo ficará paralisado até
30/6/2008.
• Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos
processuais não se suspendem. Ou seja, em regra, a contagem não é
paralisada.

IMPORTANTE:
Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos
processuais não se suspendem.

17. SANÇÕES

As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão


natureza pecuniária (multa) ou consistirão em obrigação de fazer ou de
não fazer (interdição de estabelecimento comercial, apreensão de
mercadorias, etc.), assegurado sempre o direito de defesa (art. 68).

18. DISPOSIÇÕES FINAIS

Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os


procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado:
• Pessoa com idade igual ou superior a 60 anos;
• Pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
• Pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia
grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget
(osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de
imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido
contraída após o início do processo.

A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua


condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que
determinará as providências a serem cumpridas. Deferida a prioridade, os
autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação
prioritária.

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19. EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Titular de órgão administrativo que


delegar parte de sua competência a outro órgão não poderá revogar o ato de
delegação.

Comentários:
ERRADO. A delegação é revogável a qualquer tempo.

2. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Órgão é unidade de atuação integrante


da estrutura da administração direta e indireta; entidade é unidade não dotada
de personalidade jurídica.

Comentários:
ERRADO. De acordo com o art.1º, §2º, da Lei nº 9.784/99:
• Órgão é a unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração indireta. Cabe destacar
que os órgãos não possuem personalidade jurídica. São exemplos: Ministérios,
Secretarias, Gabinetes etc.
• Entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade
jurídica. São exemplos: autarquias, fundações públicas, sociedades de
economia mista e empresas públicas.
• Autoridade é o servidor ou agente público dotado de poder de
decisão. São exemplos: Ministros de Estado, Secretários-Executivos etc.

3. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Os processos administrativos de que


resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de
ofício, quando surgirem fatos novos; entretanto, dessa revisão não poderá
resultar agravamento da sanção.

Comentários:
CERTO. Os processos administrativos de que resultem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar
a inadequação da sanção aplicada (art. 65). Da revisão do processo não
poderá resultar agravamento da sanção (art. 65, parágrafo único).

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4. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Se o recorrente de decisão administrativa


alegar que a decisão contraria enunciado de súmula vinculante, caberá à
autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
inaplicabilidade da súmula.

Comentários:
CERTO. Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade responsável pela
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o
recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula (art. 56, §3º).

5. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) No processo administrativo instaurado


para apurar fato praticado por determinado servidor, caso este não compareça
ao processo quando regularmente intimado para apresentar defesa, não
devem ser considerados verdadeiros os fatos a ele imputados. No
prosseguimento do processo, contudo, não pode o servidor apresentar
alegações, produzir provas ou recorrer da decisão proferida.

Comentários:
ERRADO. O desatendimento da intimação não importa o
reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
administrado (art. 27).
Ademais, em decorrência dos princípios do contraditório e da ampla
defesa, nos processos administrativos serão observados os critérios de
garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à
produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio.

6. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Se um servidor, em processo


administrativo de que seja parte, interpuser recurso perante órgão
incompetente para o processamento e o julgamento de sua pretensão, deverá
ser indicada a esse servidor a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o
prazo para recurso.

Comentários:
CERTO. O recurso não será conhecido quando interposto (art. 63):
• Fora do prazo;
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• Perante órgão incompetente. Nesse caso, será indicada ao


recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
recurso (art. 63, §1º);
• Por quem não seja legitimado;
• Após exaurida (esgotada) a esfera administrativa.

7. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) A interposição de recurso administrativo


por um servidor no processo de seu interesse implica, via de regra, a
automática concessão de efeito suspensivo à efetivação da decisão que foi
contrária ao seu interesse.

Comentários:
ERRADO. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem
efeito suspensivo (art. 61). Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo
ao recurso (art. 61, parágrafo único).

8. (CESPE/TRE-MG/2009) O órgão competente perante o qual tramita o


processo administrativo deve determinar a intimação do interessado para
ciência de decisão ou efetivação de diligência. Nesse sentido, é nula a
intimação feita sem a observância das prescrições legais, não havendo a
possibilidade de ser suprida sua falta ou irregularidade.

Comentários:
ERRADO. As intimações serão nulas quando feitas sem observância das
prescrições legais. Porém, é importante destacar que o comparecimento do
administrado supre sua falta ou irregularidade (art. 26, §5º). Isso
significa que a intimação feita em desacordo com a Lei é nula. Mas, se o
administrado comparecer ao local indicado, não há que se falar em nulidade.

9. (CESPE/TRE-MG/2009) O interessado poderá, mediante manifestação


escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado, ou renunciar a
direitos disponíveis, o que não impede que a administração pública dê
prosseguimento ao processo, se considerar que o interesse público assim o
exige.

Comentários:

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CERTO. Mediante manifestação escrita, o interessado poderá desistir


total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis (art. 51). Entretanto, isso não prejudica o prosseguimento do
processo, caso a Administração considere que o interesse público assim o
exige (art. 51, §2º)

10. (CESPE/TRE-MG/2009) o direito da administração pública de anular os


atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em dez anos, contados da data em que foram praticados.

Comentários:
ERRADO. O direito da Administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé do
beneficiado (art. 54).

11. (CESPE/TRE-MG/2009) O processo administrativo é iniciado apenas por


meio de requerimento da parte interessada.

Comentários:
ERRADO. Em face do princípio da oficialidade, também chamado de
princípio do impulso oficial do processo, o processo administrativo pode
ser instaurado (iniciado, estabelecido) de ofício (pela própria Administração),
independentemente de provocação do administrado.

12. (CESPE/TRE-MG/2009) O agravamento da sanção pode decorrer da


revisão do processo.

Comentários:
ERRADO. Os processos administrativos de que resultarem sanções
poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a
inadequação da sanção aplicada (art. 65). Contudo, dessa revisão não poderá
resultar agravamento da sanção (art. 65, parágrafo único).

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Reformatio in pejus (na Lei nº 9.784/99)

Recursos administrativos Sim

Revisão dos processos Não

13. (CESPE/ANATEL/2009) Não cabe recurso das decisões administrativas


proferidas pelos servidores das agências reguladoras, conforme preceitua a
Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da
administração pública federal.

Comentários:
ERRADO. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
razões de legalidade e de mérito (art. 56). Vejam que a Lei não excetua as
decisões proferidas por servidores das agências reguladoras.

14. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) As garantias previstas na referida


Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
administração pública federal, incluem expressamente os direitos à
comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos.

Comentários:
CERTO. Em decorrência dos princípios do contraditório e da ampla
defesa, nos processos administrativos serão observados os critérios de
garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à
produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio.

15. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) Quando o interessado declarar que


fatos e dados estão registrados em documentos existentes em outro órgão
administrativo, caberá ao próprio interessado trazer os referidos documentos
aos autos.

Comentários:
ERRADO. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
registrados em documentos existentes na própria Administração responsável
pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a

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instrução (e não o interessado) proverá, de ofício, à obtenção dos


documentos ou das respectivas cópias (art. 37)

16. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) A alegação, pelo interessado, de


violação de enunciado de súmula vinculante não tem influência nos processos
administrativos, visto que as súmulas vinculantes destinam-se a uniformizar a
jurisprudência dos tribunais, e não as decisões em processos administrativos.

Comentários:
ERRADO. Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria
enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade responsável pela
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o
recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou
inaplicabilidade da súmula (art. 56, §3º).

17. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) Órgão é a unidade de atuação


dotada de personalidade jurídica.

Comentários:
ERRADO. Órgão não tem personalidade jurídica (art. 1º, §2º).

18. (CESPE/IBAMA/2009) Os processos administrativos devem ser guiados


por critérios que observem as formalidades essenciais à garantia dos direitos
dos administrados, adotadas de formas simples e desburocratizadas,
suficientes para garantir grau de certeza, segurança e respeito a esses direitos.

Comentários:
CERTO. Tais critérios decorrem dos princípios do informalismo e da
segurança jurídica.

19. (CESPE/IBAMA/2009) O direito do administrado de ter ciência da


tramitação dos processos administrativos em que figure na qualidade de
interessado e de neles atuar peticionando, juntando documentos, fazendo
requerimentos e recursos, não ilide o fato de que a administração deve, por si
mesma, dar impulso, de ofício, ao processo administrativo.

Comentários:

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CERTO. Em face do princípio da oficialidade, o processo


administrativo pode ser instaurado de ofício (pela própria Administração),
independentemente de provocação do administrado.

20. (CESPE/IBAMA/2009) A elaboração de modelos ou formulários


padronizados que atinjam pretensões equivalentes no tratamento de um
mesmo assunto no âmbito da administração pública é medida burocratizante,
que deve ser evitada, porque, com isso, desconsidera-se a peculiaridade de
cada situação.

Comentários:
ERRADO. A fim de facilitar o acesso do administrado a seus direitos, o
art. 7º da Lei nº 9.784/99 dispõe que os órgãos e entidades administrativas
deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que
importem pretensões equivalentes.

21. (CESPE/IBAMA/2009) A delegação de competência em razão de


circunstâncias de índole técnica apenas pode ocorrer dentro do próprio órgão
administrativo, sendo incabível delegação para este fim mediante transferência
de competência a outros órgãos ou titulares, que não estejam na mesma linha
de hierarquia e subordinação.

Comentários:
ERRADO. A delegação independe de subordinação hierárquica (art.
12).

22. (CESPE/STF/2008) Os princípios da razoabilidade e da


proporcionalidade estão previstos de forma expressa na CF.

Comentários:
ERRADO. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não
estão expressos no texto da Constituição Federal. Segundo o STF, esses
valores decorrem do princípio do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV:
ninguém será privado da liberdade ou dos seus bens sem o devido processo
legal). Por isso, são chamados de princípios implícitos.

23. (CESPE/STF/2008) Nos processos administrativos, em decorrência do


princípio da verdade material, existe a possibilidade de ocorrer a reformatio in
pejus.
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Comentários:
CERTO.

Reformatio in pejus (na Lei nº 9.784/99)

Recursos administrativos Sim

Revisão dos processos Não

24. (CESPE/STF/2008) Servidor que esteja litigando administrativamente


com o interessado em um processo administrativo não está necessariamente
impedido de atuar nesse processo, pois não existe litígio judicial.

Comentários:
ERRADO. De acordo com o art. 18 da Lei, é impedido de atuar em
processo administrativo o servidor ou autoridade que:
• Tenha interesse direto ou indireto na matéria.
• Tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao Cônjuge,
Companheiro ou Parente e Afins até o 3º grau. (CCPA3)
• Esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo Cônjuge ou Companheiro. (CC)

25. (CESPE/INSS/2008) É vedado à administração recusar, de forma


imotivada, o recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o
interessado quanto ao cumprimento de eventuais falhas.

Comentários:
CERTO. Conforme disposição contida no parágrafo único do art. 6º, a
Administração deve orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais
falhas no pedido. Isso significa que o servidor deve prestar informações ao
requerente sobre modo de solucionar problemas relativos à falta de elementos
essenciais ao pedido. Ademais, é vedada à Administração simples recusa
imotivada de receber o requerimento ou outros documentos.

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26. (CESPE/MPE-AM/2008) Como regra geral, são considerados capazes,


para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos.

Comentários:
CERTO. Ressalvada previsão especial em ato normativo próprio, para
fins de processo administrativo, são considerados capazes os maiores de 18
anos. Isso significa que, em regra, o menor de 18 não pode atuar no
processo, a não ser que assistido ou representado por responsável.

27. (CESPE/MPE-AM/2008) Considere que um servidor que responde a um


processo administrativo tenha sido intimado em uma quinta-feira para a oitiva
de testemunhas que se realizaria na segunda-feira próxima. Nesse caso, a
intimação deve ser considerada como válida, já que atendeu ao prazo de 3
dias estabelecido na lei.

Comentários:
ERRADO. Pois, a intimação observará a antecedência mínima de
três dias úteis quanto à data de comparecimento (art. 26, §2º).

28. (CESPE/DFTRANS/2008) Segundo o princípio da motivação, os atos da


administração pública devem receber a indicação dos pressupostos de fato e
de direito que determinaram a decisão.

Comentários:
CERTO. Em decorrência do princípio da motivação, nos processos
administrativos, serão observados, entre outros, os critérios de indicação dos
pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (art. 2º,
parágrafo único, VII).

29. (CESPE/TCU/2007) Pedidos de vários interessados com conteúdo e


fundamentos idênticos devem ser formulados em requerimentos separados,
com vistas à maior agilidade dos processos administrativos e à diminuição dos
seus volumes.

Comentários:
ERRADO. Os pedidos de diversos interessados tiverem conteúdo e
fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único
requerimento, exceto se houver previsão legal em contrário (art. 8º).

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30. (CESPE/TCU/2007) Os atos do processo administrativo devem ser


produzidos por escrito, com a assinatura da autoridade que os pratica. Essa
assinatura deve ser submetida ao reconhecimento de firma, afastando-se
qualquer dúvida sobre a sua autenticidade.

Comentários:
ERRADO. Nos termos da Lei nº 9.784/99, o processo administrativo
deve observar as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados, bem como adotar formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados. Assim:
• Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo (em
português), com a data e o local de sua realização e a assinatura da
autoridade responsável.
• Em regra, o reconhecimento de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade. A lei, porém, poderá estabelecer outras
situações em que o reconhecimento de firma será necessário.
• A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo
órgão administrativo.
• O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e
rubricadas.

31. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) O processo administrativo pode


iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Comentários:
CERTO. Em face do princípio da oficialidade, também chamado de
princípio do impulso oficial do processo, o processo administrativo pode
ser instaurado (iniciado, estabelecido) de ofício (pela própria Administração),
independentemente de provocação do administrado.

32. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) O servidor ou autoridade que esteja


litigando judicial ou administrativamente em determinado processo
administrativo com o interessado ou com o seu cônjuge ou companheiro está
impedido de atuar no processo administrativo.

Comentários:

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CERTO. De acordo com o art. 18 da Lei, é impedido de atuar em


processo administrativo o servidor ou autoridade que:
• Tenha interesse direto ou indireto na matéria.
• Tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao Cônjuge,
Companheiro ou Parente e Afins até o 3º grau. (CCPA3)
• Esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado
ou respectivo Cônjuge ou Companheiro. (CC)

33. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) O direito da administração de anular


os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em três anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.

Comentários:
ERRADO. Convalidação tácita: o direito da Administração de anular os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé do beneficiado (art. 54). Essa modalidade de
convalidação chama-se tácita porque decorre da inércia da Administração.
Transcorrido o prazo de 5 anos, sem que ocorra manifestação da
Administração, o ato será tacitamente convalidado.

34. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) Toda decisão administrativa admite


recurso, em face de razões de legalidade ou de mérito.

Comentários:
CERTO. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões
de legalidade e de mérito (art. 56). Têm legitimidade para interpor recurso
administrativo (art. 58):
• os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
• aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela
decisão recorrida;
• as organizações e associações representativas, no tocante a direitos
e interesses coletivos;
• os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

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35. (CESPE/TCU/2007) A intimação do interessado para ciência de decisão


ou a efetivação de diligências podem ser efetuadas por qualquer meio que
assegure a certeza da ciência do interessado.

Comentários:
CERTO. A intimação pode ser efetuada por (art. 26, §3º):
• Ciência no processo (assinatura do interessado nos autos do
processo);
• Via postal com aviso de recebimento (AR);
• Telegrama; ou
• Outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado (p.
ex: um servidor vai à casa do interessado para intimá-lo).
• Publicação oficial, no caso de interessados Desconhecidos,
Indeterminados ou com Domicílio Indefinido (art. 26, §4º). (Interessados
“DIDI” = Publicação oficial)

36. (CESPE/TCU/2007) Em sendo o órgão colegiado competente para


decidir sobre recursos administrativos, ele poderá, por força de disposição
legal, delegar essa competência ao respectivo presidente.

Comentários:
ERRADO. A decisão de recursos administrativos é indelegável (art. 13).

37. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) O ato de delegação especificará as


matérias e os poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a
duração e os objetivos da delegação, sendo aplicável, inclusive, no que tange
às decisões dos recursos administrativos.

Comentários:
ERRADO. A decisão de recursos administrativos é indelegável.

38. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) A interpretação da norma


administrativa deve garantir o melhor atendimento do fim público a que se
dirige, sendo possível, em razão do princípio da auto tutela, a aplicação
retroativa de nova interpretação.

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Comentários:
ERRADO. Pois, o princípio da segurança jurídica veda a aplicação
retroativa de nova interpretação

IMPORTANTE:
De acordo com o princípio da segurança jurídica (ou princípio da
estabilidade das relações jurídicas), é vedada à Administração a
aplicação retroativa de uma nova interpretação de determinada norma
legal.

39. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) Os atos administrativos deverão ser


motivados, indicando os fatos e os fundamentos jurídicos, exceto quando
decorrerem de reexame de ofício.

Comentários:
ERRADO. Os atos decorrentes de reexame de ofício imprescindem de
motivação (art. 50).

40. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) O direito da administração de anular


os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data da percepção do primeiro
pagamento, caso os efeitos patrimoniais sejam contínuos.

Comentários:
CERTO. O direito da Administração de anular os atos administrativos de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé do
beneficiado (art. 54).
No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência
será contado da percepção do primeiro pagamento (art. 54, §2º). Por
exemplo: imagine que um servidor, mensalmente, receba uma determinada
quantia a que não faça jus. Considerando que não haja má-fé deste servidor, o
prazo de 5 anos será contado a partir do recebimento do primeiro pagamento.

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

1. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Titular de órgão administrativo que


delegar parte de sua competência a outro órgão não poderá revogar o ato de
delegação.

2. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Órgão é unidade de atuação integrante


da estrutura da administração direta e indireta; entidade é unidade não dotada
de personalidade jurídica.

3. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Os processos administrativos de que


resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de
ofício, quando surgirem fatos novos; entretanto, dessa revisão não poderá
resultar agravamento da sanção.

4. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Se o recorrente de decisão administrativa


alegar que a decisão contraria enunciado de súmula vinculante, caberá à
autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
inaplicabilidade da súmula.

5. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) No processo administrativo instaurado


para apurar fato praticado por determinado servidor, caso este não compareça
ao processo quando regularmente intimado para apresentar defesa, não
devem ser considerados verdadeiros os fatos a ele imputados. No
prosseguimento do processo, contudo, não pode o servidor apresentar
alegações, produzir provas ou recorrer da decisão proferida.

6. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) Se um servidor, em processo


administrativo de que seja parte, interpuser recurso perante órgão
incompetente para o processamento e o julgamento de sua pretensão, deverá
ser indicada a esse servidor a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o
prazo para recurso.

7. (CESPE/TRT-17ºRegião/2009) A interposição de recurso administrativo


por um servidor no processo de seu interesse implica, via de regra, a
automática concessão de efeito suspensivo à efetivação da decisão que foi
contrária ao seu interesse.

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8. (CESPE/TRE-MG/2009) O órgão competente perante o qual tramita o


processo administrativo deve determinar a intimação do interessado para
ciência de decisão ou efetivação de diligência. Nesse sentido, é nula a
intimação feita sem a observância das prescrições legais, não havendo a
possibilidade de ser suprida sua falta ou irregularidade.

9. (CESPE/TRE-MG/2009) O interessado poderá, mediante manifestação


escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado, ou renunciar a
direitos disponíveis, o que não impede que a administração pública dê
prosseguimento ao processo, se considerar que o interesse público assim o
exige.

10. (CESPE/TRE-MG/2009) o direito da administração pública de anular os


atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decai em dez anos, contados da data em que foram praticados.

11. (CESPE/TRE-MG/2009) O processo administrativo é iniciado apenas por


meio de requerimento da parte interessada.

12. (CESPE/TRE-MG/2009) O agravamento da sanção pode decorrer da


revisão do processo.

13. (CESPE/ANATEL/2009) Não cabe recurso das decisões administrativas


proferidas pelos servidores das agências reguladoras, conforme preceitua a
Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da
administração pública federal.

14. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) As garantias previstas na referida


Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da
administração pública federal, incluem expressamente os direitos à
comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos.

15. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) Quando o interessado declarar que


fatos e dados estão registrados em documentos existentes em outro órgão
administrativo, caberá ao próprio interessado trazer os referidos documentos
aos autos.

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16. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) A alegação, pelo interessado, de


violação de enunciado de súmula vinculante não tem influência nos processos
administrativos, visto que as súmulas vinculantes destinam-se a uniformizar a
jurisprudência dos tribunais, e não as decisões em processos administrativos.

17. (CESPE/TRE-GO/2009/Adaptada) Órgão é a unidade de atuação


dotada de personalidade jurídica.

18. (CESPE/IBAMA/2009) Os processos administrativos devem ser guiados


por critérios que observem as formalidades essenciais à garantia dos direitos
dos administrados, adotadas de formas simples e desburocratizadas,
suficientes para garantir grau de certeza, segurança e respeito a esses direitos.

19. (CESPE/IBAMA/2009) O direito do administrado de ter ciência da


tramitação dos processos administrativos em que figure na qualidade de
interessado e de neles atuar peticionando, juntando documentos, fazendo
requerimentos e recursos, não ilide o fato de que a administração deve, por si
mesma, dar impulso, de ofício, ao processo administrativo.

20. (CESPE/IBAMA/2009) A elaboração de modelos ou formulários


padronizados que atinjam pretensões equivalentes no tratamento de um
mesmo assunto no âmbito da administração pública é medida burocratizante,
que deve ser evitada, porque, com isso, desconsidera-se a peculiaridade de
cada situação.

21. (CESPE/IBAMA/2009) A delegação de competência em razão de


circunstâncias de índole técnica apenas pode ocorrer dentro do próprio órgão
administrativo, sendo incabível delegação para este fim mediante transferência
de competência a outros órgãos ou titulares, que não estejam na mesma linha
de hierarquia e subordinação.

22. (CESPE/STF/2008) Os princípios da razoabilidade e da


proporcionalidade estão previstos de forma expressa na CF.

23. (CESPE/STF/2008) Nos processos administrativos, em decorrência do


princípio da verdade material, existe a possibilidade de ocorrer a reformatio in
pejus.

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24. (CESPE/STF/2008) Servidor que esteja litigando administrativamente


com o interessado em um processo administrativo não está necessariamente
impedido de atuar nesse processo, pois não existe litígio judicial.

25. (CESPE/INSS/2008) É vedado à administração recusar, de forma


imotivada, o recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o
interessado quanto ao cumprimento de eventuais falhas.

26. (CESPE/MPE-AM/2008) Como regra geral, são considerados capazes,


para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos.

27. (CESPE/MPE-AM/2008) Considere que um servidor que responde a um


processo administrativo tenha sido intimado em uma quinta-feira para a oitiva
de testemunhas que se realizaria na segunda-feira próxima. Nesse caso, a
intimação deve ser considerada como válida, já que atendeu ao prazo de 3
dias estabelecido na lei.

28. (CESPE/DFTRANS/2008) Segundo o princípio da motivação, os atos da


administração pública devem receber a indicação dos pressupostos de fato e
de direito que determinaram a decisão.

29. (CESPE/TCU/2007) Pedidos de vários interessados com conteúdo e


fundamentos idênticos devem ser formulados em requerimentos separados,
com vistas à maior agilidade dos processos administrativos e à diminuição dos
seus volumes.

30. (CESPE/TCU/2007) Os atos do processo administrativo devem ser


produzidos por escrito, com a assinatura da autoridade que os pratica. Essa
assinatura deve ser submetida ao reconhecimento de firma, afastando-se
qualquer dúvida sobre a sua autenticidade.

31. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) O processo administrativo pode


iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

32. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) O servidor ou autoridade que esteja


litigando judicial ou administrativamente em determinado processo
administrativo com o interessado ou com o seu cônjuge ou companheiro está
impedido de atuar no processo administrativo.

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33. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) O direito da administração de anular


os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em três anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.

34. (CESPE/PGE-PA/2007/Adaptada) Toda decisão administrativa admite


recurso, em face de razões de legalidade ou de mérito.

35. (CESPE/TCU/2007) A intimação do interessado para ciência de decisão


ou a efetivação de diligências podem ser efetuadas por qualquer meio que
assegure a certeza da ciência do interessado.

36. (CESPE/TCU/2007) Em sendo o órgão colegiado competente para


decidir sobre recursos administrativos, ele poderá, por força de disposição
legal, delegar essa competência ao respectivo presidente.

37. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) O ato de delegação especificará as


matérias e os poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a
duração e os objetivos da delegação, sendo aplicável, inclusive, no que tange
às decisões dos recursos administrativos.

38. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) A interpretação da norma


administrativa deve garantir o melhor atendimento do fim público a que se
dirige, sendo possível, em razão do princípio da auto tutela, a aplicação
retroativa de nova interpretação.

39. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) Os atos administrativos deverão ser


motivados, indicando os fatos e os fundamentos jurídicos, exceto quando
decorrerem de reexame de ofício.

40. (CESPE/TJDFT/2003/Adaptada) O direito da administração de anular


os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data da percepção do primeiro
pagamento, caso os efeitos patrimoniais sejam contínuos.

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GABARITO

1-E 2-E 3-C 4-C 5-E 6-C 7-E 8-E 9-C 10-E

11-E 12-E 13-E 14-C 15-E 16-E 17-E 18-C 19-C 20-E

21-E 22-E 23-C 24-E 25-C 26-C 27-E 28-C 29-E 30-E

31-C 32-C 33-E 34-C 35-C 36-E 37-E 38-E 39-E 40-C

BIBLIOGRAFIA

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. São Paulo: Método, 2009.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Rio
de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Processo Administrativo Federal:
Comentários à Lei nº 9.784 de 29/1/1999. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2009.
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Administrativo. Salvador: 2008
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas,
2008.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo:
Malheiros, 2008.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São
Paulo: Malheiros, 2008.

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