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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

FICHAMENTO INDIVIDUAL – ESTADO NOVO: O QUE TROUXE DE


NOVO?

João Paulo de Campos Silva

2019
Franca
Na obra “O Estado Novo: o que trouxe de novo?” escrita por Maria Helena
Capelato aborda as ações tomadas pelo novo regime de governo adotado por Getúlio
Vargas, constituída em decorrência de uma política que se definiu a partir da Revolução
de 1930. Sua política se mostrava mais próximo às classes populares, tendo se
desenvolvida num período entre duas guerras e que levou a uma crise no liberalismo na
Europa. Uma das soluções para esta crise, levadas a cabo em diversos países europeus,
era constituído por um Estado forte e centralizador, liderado por um líder carismático
capaz de conduzir as massas dentro do caminho da ordem.
Na década anterior à sua consolidação do Estado Novo, o crescimento dos
movimentos sociais fez trouxe o medo em relação à uma revolução comunista voltar e
junto disso, a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929, aceleraram um processo
de mudança. A reforma política se deu em novembro de 1937, por um golpe liderado por
Vargas e apoiado pelo exército. Os representantes do novo regime buscaram sua
legitimação nos setores mais amplos da sociedade e para isso, usaram a propaganda,
voltada em particular, para as classes populares.
A autora analisa, também, um ponto de vista historiográfico sobre o período,
afirmando que o Estado Novo se tornou alvo de investigação dos historiadores, a partir
da década de 1980, sendo este o período da redemocratização brasileira. A ênfase dada
ao período recaía principalmente sobre as décadas de 1930 e 1940, lançando luz a novos
temas de análise, como: cultura política, mundo do trabalho, formas de repressão,
organização do DIP, política cultural do Estado, entre outros. Tal retomada tornou
possível um importante debate acerca das formas de interpretação sobre a experiência
política do Estado Novo, tendo o “populismo” como tema central nas discussões.
Capelato afirma que o período compreendido das 1930 e 1940 são tomadas em
dois níveis: o primeiro, que abarca de 1930 – 37, se constituem por anos de indefinição
do caráter político do novo regime, tendo diversos projetos pautados, juntamente com
uma intensa mobilização social; o segundo momento, de 1937 – 1945, se caracteriza pela
vigência do Estado Novo, tendo a introdução de um novo regime político. Porém, este
período também não é homogêneo por diversos fatores, dentre eles, a entrada do país na
2ª Guerra Mundial, significou um marco de mudanças importantes nos rumos do regime.
Dessa forma, pode-se dividir esse período, também, em dois períodos: o primeiro, de
1937 – 42, fora marcado por significativas reformas e tentativa de legitimação do regime;
no segundo, de 1942 – 1945, o país entra no conflito mundial ao lado dos aliados, expondo
as contradições do governo.
Os antecedentes do golpe se caracterizam a partir da quebra da bolsa de valores,
em 1929, juntamente com o medo de uma revolução comunista, suscitado pela intensa
movimentação social no Brasil. Dada a Revolução em 1930, o sistema federalista
implantado junto à República foi abolido, retirando a autonomia dos estados sob a
justificativa de que tal sistema apenas beneficiara os estados mais desenvolvidos. As
elites paulistas reagiram à perda da autonomia e, posteriormente, também aqueles que
apoiaram a queda de Washington Luís também foram contra essa perda, sendo a
Revolução de 1932, a resposta. No ano seguinte à derrota de São Paulo na guerra, uma
Assembleia Constituinte é convocada.
Dada sua convocação, tornou-se possível perceber diferenças ideológicas entre
diversos setores. Os debates eram levados em torno de correntes liberais e antiliberais, e
entre estas marcavam presença os nacionalistas oriundos do movimento tenentista, os
católicos e os integralistas. Havia além das divergências entre as elites intelectuais e
políticas do país, os setores operários também dividiam-se entre aqueles que apoiavam as
medidas trabalhistas de Vargas, e entre aqueles que se opuseram à elas, por elas cercearem
a liberdade política do movimento operário. Dado esse cenário, a Constituinte tomo uma
perspectiva de consenso, procurando contemplar propostas contrárias.
Getúlio administrou o Brasil de forma provisória nos primeiros anos de 1930 até
a apresentação da nova Constituição, em 16 de julho de 1934, e tendo sido eleito
presidente constitucional por sufrágio indireto, no dia seguinte. Durante os primeiros anos
como presidente, Vargas encontrara um país cuja efervescência política era grande; em
1935 ocorreu um levante comunista, chamado de “Intentona”, liderada pela ANL. Devido
ao comunismo ser considerado o maior perigo à sociedade brasileira, tal situação
demonstrou-se favorável para o uso da repressão como forma de resolução contra
qualquer inimigo do governo. O comunismo também serviu de escopo para a construção
de uma propaganda estadista que justificava o fortalecimento do regime vigente. Ainda
em 1935, começara a ser discutido o projeto de Lei de Segurança Nacional, que previa
em seu texto a supressão de sindicatos, de associações profissionais e entidades jurídicas.
Devido ao levante comunista ocorrido, diversos setores da sociedade apoiaram às
medidas de repressão tomadas pelo governo, pois viam a Constituição como ineficiente
para enfrentar os levantes contra o governo.
O Estado de Sítio foi decretado por três meses e, ao término desse período, foi
estendido. Tais medidas acabaram por fortalecer o poder do governante, sendo em 1937
promovido o golpe promotor do Estado Novo, que dissolveu o Congresso e outorgou uma
nova Constituição ao país. A consolidação do Estado Novo veio através da inexistência
de intermediários entre o governante e a sociedade, após a abolição do Congresso e dos
partidos. Além disso, com a substituição do sistema federalista por um sistema
centralizado na figura do governante, Vargas nomeou interventores aos estados, que
dirigiam as políticas locais no passo apresentado pelo Poder Central; para se mostrar a
vitória do Estado Novo sobre o antigo federalismo, um ato simbólico foi realizado com a
queima das bandeiras estaduais. A nova Constituição outorgada, definia a necessidade de
intervenção do poder público na economia, tendo sua atenção voltada para o mercado
interno, aboliu os impostos interestaduais promovendo uma maior integração,
introduzindo um sistema tributário padronizado, para facilitar sua integração, estimulou
os desenvolvimentos das indústrias através de um sistema de substituição da indústria,
valorizando o trabalho nacional.
Começando um processo de industrialização do país, baseado na forte
intervenção econômica do Estado na economia e na substituição de importações. A
centralização do poder estatal no período permitiu uma grande quantidade de
investimento na industrialização, que se encontrava deficiente naquele momento e
liderado por uma burguesia ainda em formação. O Estado Novo seria, então, a única
instituição capaz de proporcionar a acumulação capitalista no Brasil, necessária ao
arranque industrial conseguido com a centralização da política econômica através do
planejamento e coordenação nacional de sua execução.
A política promovida por Getúlio Vargas teve como um dos objetivos a
concretização do progresso dentro da ordem vigente, tendo como a promoção do
desenvolvimento econômico e controle sociais suas novas bases. Além disso, o regime
ainda precisava garantir sua legitimidade, recorrendo às camadas populares por meio de
dos órgãos produtores da propaganda política e controladores dos meios de comunicação.
Foi criado, também, o Departamento de Imprensa e Propaganda, encarregado de
produzir material de propaganda política, através da produção de cartazes, objetos,
espetáculos, livros e artigos enaltecedores do poder. O uso dos meios de comunicação
tinha como objetivo contribuir na legitimação do Estado Novo e conquistar o apoio dos
trabalhadores à política varguista. O DIP tinha a função de elucidar a opinião pública
sobre as diretrizes doutrinárias do regime, atuando em defesa da cultura, espirito e da
civilização brasileira. Sendo vinculado diretamente ao Presidente da República, o
departamento produzia e divulgava discursos a construir certa imagem do regime, das
instituições e do chefe do governo, criando o sentimento de pertencimento e
nacionalismo, identificando-os com o país e o povo. Era de sua responsabilidade,
também, a produção de livros, revistas, folhetos, cartazes, programas de rádio com
noticiários que exaltavam o governo, números musicais, radionovelas, fotografias,
cinejornais, documentários cinematográficos etc. Na propaganda se destacam a imprensa
e o rádio como os meios mais utilizados para difundir a propaganda política do governo.
Na constituição brasileira de 1937, foi legalizado a censura prévia aos meios de
comunicação. A imprensa, foi investida da função do caráter público, tornando-se
instrumento do Estado. Durante o regime, os meios de comunicação cumpriram esse
papel divulgando as atividades e qualidades do chefe e seus auxiliares, para que fossem
vistos como modelo de virtudes pelos cidadãos. Getúlio Vargas atendeu a certas
reivindicações da classe jornalística, como por exemplo a regulamentação profissional
que garantia direitos aos trabalhadores.
O rádio se firmava nessa década, adquirindo grande prestigio entre os ouvintes,
seu uso político esteve voltado para a reprodução de discursos, mensagens e notícias
oficiais, muito se insistia no fato de que o rádio devia estar voltado para o homem do
interior, contribuindo para o seu desenvolvimento e integração na coletividade nacional.
Um dos grandes expoentes ao regime do Estado Novo, foi o movimento
estudantil tendo a faculdade de direito de São Paulo de grande oposição, o grupo era
favorável a uma constituição feita pelo povo e para o povo, o sufrágio universal, a
exemplo de como o movimento estudantil foi importante para o regime varguista a
fundação da UNE, em finais de1938.
O ano de 1942 é um divisor de águas para o Estado Novo. Os acontecimentos
internacionais como o início da segunda guerra mundial também definiram as mudanças
ocorridas durante o Estado Novo. No Brasil, intensas manifestações ocorriam para que se
entrasse em guerra contra o eixo, tal intensificação aumenta com a entrada dps EUA na
guerra e a primeira derrota da Alemanha para a Rússia. Vargas tentou até o último minuto
manter-se neutro, mas acabou entrando do lado dos aliados, devido a intensa relação
econômica entre EUA e Brasil.
A partir de 1943 a oposição passou a se movimentar com maior desenvoltura, a
despeito da ação da censura e de outros órgãos repressivos. Durante todo o ano
sucederam-se passeatas de estudantes, promovidas pela UNE, contra o nazi-fascismo e
contra as contradições apresentadas pelos governos ao aliar-se em defesa de um sistema
democrático.

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