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Exercícios de identificação de textos a partir de características pré-definidas são muito

comuns no cotidiano escolar, por isso essa tarefa deve ter parecido familiar para você. O
fato de os poemas serem apresentados sem indicação de autoria talvez também tenha
parecido habitual, pois a crença na ideia de que há estilos de época e que a eles
correspondem determinadas características muitas vezes leva à realização de exercícios
como esses.

É possível que você tenha observado que o poema (I) mantém relação com a ideia de
que "o equilíbrio apregoado pelo Renascimento é substituído pela expressão angustiada
do ser humano", pois ele trata das dificuldades experimentadas pela persona lírica com
seu próprio ser, exprimindo seus desentendimentos internos. Talvez você tenha
associado o poema (II) à ideia de que o Barroco "representa o momento de crise do
antropocentrismo, com os valores religiosos mascarando a visão do homem sobre si", já
que ele expressa a submissão do homem a Deus e Sua presença em todas as coisas. Já o
poema (III) pode ter lembrado a você a afirmação de que, no estilo barroco, "valoriza-se
o jogo de oposições e contrastes", uma vez que o poema joga com a oposição entre
ausência e presença; vazio e completude.

Se você pensou assim, deve ter assinalado a alternativa d), uma vez que o poema (VI)
parece ser o único que não corresponde a nenhuma das características apresentadas.

Entretanto, nenhum dos poemas citados entre I e V foi composto no período tido como
Barroco. O primeiro deles é atribuído a Sá de Miranda (1481 - 1558), que o compôs
justamente no período designado como "Renascimento", época em que haveria
"equilíbrio" e que seria suplantado pela "angústia" barroca. O segundo poema intitula-se
"Deus é a luz celestial..." e foi publicado no livro Poesias (1938), da autoria de
Alphonsus de Guimarães (1870-1921), poeta tido como "Simbolista". O terceiro poema
é de Carlos Drummond de Andrade e foi publicado em seu último livro - Corpo -
publicado em 1987, em um período para o qual os livros didáticos não estabelecem
escolas literárias! Já o quarto poema, intitulado "O meu impossível" foi escrito pela
poetisa portuguesa Florbela Espanca (1894-1930), conhecida por seus sonetos de tema
amoroso, mas normalmente não associada a uma escola literária específica. O quinto
poema chama-se "O Relógio" e foi escrito por Cassiano Ricardo (1895 - 1974), poeta
que tomou parte no movimento Modernista brasileiro. Ou seja, tendo em vista o
momento de sua elaboração, nenhum deles seria considerado Barroco, embora todos
apresentem elementos arrolados como característicos daquele "estilo de época".

Por outro lado, o poema (VI), que não apresenta nenhuma das características arroladas,
é o único que foi composto no período designado como Barroco. Ele é atribuído a
Gregório de Matos (1636? -1696) e aproxima o amor à relação sexual, utilizando uma
linguagem coloquial e debochada.

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