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Fausto
Resumo: O artigo pretende fazer uma breve análise do Fausto I, a tragédia de Goethe, e destacar
trechos e elementos importantes da tragédia escrita no classicismo de Weimar. Uma versão da
lenda do Dr. Fausto, um bruxo alquimista que, supostamente, viveu no século XV e fez um
pacto com Mefistofilis. Nessa tragédia veremos elementos da poesia de Goethe e de suas
vivências mescladas a lenda alemã.
A versão ainda primeira e juvenil do Goethe chamada de Urfaust, foi escrita entre 1772
e 1775, com ares estéticos pré-românticos do movimento Tempestade e Ímpeto, essa versão
primeira foi destruída pelo autor, mas uma cópia foi feita por Louise von Gochhausen, que
ouvia quando o poeta contava as versões da história que estava escrevendo na corte de Weimar.
No entanto, a primeira versão publicada do Fausto I em 1808, era versão aprimorada
do Fausto, depois de muitos manuscritos, Goethe a publicou em uma feira de livros na Páscoa.
Reparemos que esses anos antecedem um pouco a revolução Francesa que ocorria em Paris, o
Goethe se depara com situações de revolução na Europa que explodiu, e em sua obra no entanto
sua obra pouco se apodera dos elementos revolucionários daquela época, podemos ver
pequenas referências no Fausto I a revolução.
Goethe mesclou muitos elementos estéticos do Classicismo de Weimar e os traços pré-
românticos do movimento Tempestade e Ímpeto, que eram movimentos que estavam ocorrendo
naquela época.
Um prólogo do teatro, que é a primeira parte da tragédia, mostra diálogo entre o Diretor,
o Poeta e o Bufo. a primeira parte exala um clima de teatro, mostrando que a obra fala de uma
dramaturgia teatral. As falas muito dizem diretamente ao leitor e provocam a sensação de
diálogo com quem assiste ou lê. O diálogo entre os três lembra uma espécie de desafio entre
violeiros, comuns no nordeste, onde o poeta rima e provoca o outro a falar um verso de melhor
qualidade ou que supere até onde o verso anterior conseguiu chegar. De certa maneira um fio
de empolgação se mostra, com os versos rimados.
Assim finaliza o diálogo entre os três e logo em seguida se inicia o prólogo do céu, onde
os anjos conversam com o altíssimo, junto a Mefistofilis. Nesta parte da obra se vê uma grande
influência de personagens bíblicos, onde no prologo o Mefistofilis aposta com o Altissimo a
alma de Fausto, quem o Mefisto diz ser capaz de corromper.
Existem várias alusões nesse trecho, que se referem ao livro de Jó, onde o Diabo
também pede autorização para testar a fé de Jó.
E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na
tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás
saiu da presença do Senhor. (Jó 1:12)
Em Fausto o altíssimo se refere ao Doutor com palavras bastante parecidas, fica bem
claro a referência ao livro de Jó.
Salamandra se abrase,
Ondina se retorça,
Silfo se encase,
Gnomo use força.
[...]
Mefistofilis enfim mostra-se para o Dr. e pergunta, “Por que o barulho? Estou às ordens
do senhor!” (2016, p. 137). O Mefisto se descreve com uma energia do mal, que o bem também
cria. As alusões a textos bíblicos são inúmeras, até mesmo a cristo.
O diálogo com Mefisto faz Fausto perceber que têm a chance de conhecer o
desconhecido, de chegar aonde quiser, ter o que quiser e ir para onde quiser. A proposta de
Mefistofili de servir Fausto faz com que ele aceite essa parceria só basta ele fazer o pacto com
Mefisto. Um pacto sem ter muito o que conversar
Fausto demonstra total interesse a imagem que viu no espelho, e após tomar a poção
deseja encontrá-la, e obrigá Mefisto a fazer com que ela seja sua. O Mefisto como um gênio
das artimanhas, descobre a maneira de chegar a casa onde ela morava. As cenas seguintes
mostram o Fausto perdidamente apaixonado, querendo a todo custo, a Margarida como sua.
São muitas a artimanhas do Mefisto que se aproxima de Marta a pessoa mais próxima
de Margarida para que possa colocar Fausto diante dela. A poesia que se põe entre o Fausto
apaixonado e a Margarida conhecendo são de extrema beleza poética e melódica. O verso em
Alemão têm a sua originalidade, mas a métrica a beleza dos versos de Margarida expõe um
personagem puro, sincero. O poder da poesia sendo o discurso dos personagens contribui
bastante para a sonoridade dos diálogos, que se tornam belos em sua simetria e conteúdo.
O personagem da Margarida expõe beleza e sentimento em seu versos, enquanto o
Fausto procura saber, existe e se move como razão, mas até encontrá-la nesta primeira parte
da tragédia.
A morte de Valentim leva a Gretchen a prisão, isso e outros crimes que a igreja acusa
ela de cometer condenam a morte. A Margarida do texto foi inspirada em condenações que
existiam naquele período em Weimar. Mães eram acusadas de infanticídio, matavam os seus
bebês, e as punições eram de morte.
Como mencionado no texto, Gretchen não assassina a sua irmã pequena, ela justifica
na primeira parte que quem levou a vida de sua irmã foi uma doença. No entanto na catedral
espíritos não a deixam em paz, e sua mente acusa a ela, atormentado-a. Se envolver com o
Fausto junto a Mefisto a fez perder a mãe, envenenada um poção para dormir, enquanto ela se
encontrava com Fausto.
Conclusão
O que se segue até o fim de Fausto I é o assassinato de uma criança pela Margarida.
Esse evento têm inspiração em um condenação verdadeira de Susanna Margaretha Brandt que
foi executada em Frankfurt. Goethe tinha acesso a documentos e aos julgamentos. E descrever
a personagem foi algo que se formou pela proximidade com esses acontecimentos macabros.
Margareth é então presa e Fausto ao descobrir isso pedi que Mefisto a tire de lá junto com ele.
Os dois montam em cavalos negros e com o céu rodeado de bruxas vão ao cárcere, onde se
deparam com Margarida delirando, a espera da morte.