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CERTIFICAÇÃO SÉRIE
ISO 14000-
GESTÃO AMBIENTAL
2
3 INTRODUÇÃO
7 UNIDADE 1 – Normas Técnicas
7 1.1 Definição, evolução e objetivos
SUMÁRIO
19 2.3 A norma ISO 14000
43 REFERÊNCIAS
46 GLOSSÁRIO AMBIENTAL PARA NORMA ISO 14000
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INTRODUÇÃO
Chegamos ao que queríamos: sistemas Embora o foco deste módulo seja a Nor-
de normalização! A implantação de siste- ma ISO 14001, veremos algumas outras,
mas de normalização disponibiliza, para os conforme as ilustrações abaixo.
gestores das organizações, poderosa fer-
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Figura 1: Normas.
Fonte: http://www.abnt.org.br/imagens/downloads/15.00NigelExponormasSeminar.pdf
Figura 2: ISO.
Fonte: http://www.abnt.org.br/imagens/downloads/15.00NigelExponor-
masSeminar.pdf
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Segundo a ABNT (2008), dentre alguns celência. Pois bem, a solução encontrada
dos objetivos da normalização tem-se a pelas empresas é investir em um sistema
possibilidade de uma melhor comunicação de qualidade, conforme os requisitos nor-
entre o cliente e o fornecedor (melhoran- mativos da ISO 9001 e outras normas que
do a confiabilidade das relações comer- veremos em detalhes ao longo do módulo,
ciais e de serviços) e a eliminação de bar- com foco maior na certificação para ges-
reiras técnicas e comerciais (evitando a tão ambiental.
existência de regulamentos conflitantes
De acordo com Carpinetti et al. (2007
em diferentes países).
apud STAINO et al., 2011), em alguns ca-
Assim, observa-se que a normalização sos, essas certificações são necessárias
está presente em diversas áreas, sendo uma vez que são exigidas pelo próprio
que, com isso, são geradas várias normas cliente, em outras situações, mesmo que
internacionais de gestão que, devido à ne- isso não ocorra, a implementação criterio-
cessidade das organizações em atender à sa dos requisitos de gestão estabelecidos
demanda de diversos grupos de interesse, na norma elevará a eficácia e eficiência da
vêm sendo amplamente adotadas (ZUT- empresa, tornando-a mais competitiva.
SHI; SOHAL, 2005 apud VITORELI, 2011).
Para a implantação de sistemas de ges-
De acordo com Fortes (2007, p. 47 apud tão da qualidade, conforme as normas
OLIVEIRA et al., 2009, p. 18-9), a ISO é con- da série ISO, é necessário atentar para
siderada a maior instituição do mundo que os princípios estabelecidos pela norma,
trata das “questões de desenvolvimen- como foco no cliente, liderança, aborda-
to de padrões voltados à área técnica”, e gem factual para a tomada de decisão,
afirma ainda que “a utilidade dos padrões abordagem sistêmica, abordagem por
se estende aos ambientes de produção, processos, relação benéfica com fornece-
tanto privados quanto públicos, tornan- dores e melhoria contínua.
do-os mais seguros, eficientes e transpa-
As empresas devem tomar decisões ba-
rentes”. Tais padrões podem ser utiliza-
seadas em fatos e dados, os quais podem
dos “como base técnica para as questões
ser obtidos por meio das ferramentas da
legais que envolvam a saúde, o ambiente
qualidade. Para identificar os processos-
e a segurança”.
-chave de uma organização, deve ser re-
A ABNT foi o órgão nacional respon- alizado um estudo de todas as atividades
sável por produzir traduções referentes que fazem parte da rotina de trabalho da
a essas normas. Até dezembro de 2005, empresa, de forma crítica e sem omissões
haviam sido conferidas 776.608 certifi- (STAINO et al., 2011).
cações ISO 9001 em todo o mundo (FNQ,
Segundo Marshall JR. (2001), a ISO tem
2006 apud OLIVEIRA et al., 2009).
por objetivo promover o desenvolvimento
A sobrevivência das organizações em da padronização e de atividades correla-
tempos de globalização e competitivida- cionadas de forma a possibilitar o inter-
de passa pela garantia de produtos e ser- câmbio econômico, cientifico e tecnológi-
viços com uma qualidade beirando a ex- co em níveis mais acessíveis aos aludidos
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2- Essas normas devem passar, geralmente a cada cinco anos, por processo de revisão, a fim de definir se elas devem ser mantidas,
aprimoradas ou canceladas. A ISO 9000, por exemplo, que está em vigor, foi publicada em 30 de setembro de 2015, com validade a partir
de 30 de outubro do mesmo ano.
A ISO 14001, por sua vez, teve a primeira publicação em 1996 e foi revisada em 2004. No ano de 2011 começou um novo processo de revisão
que resultou na ISO 14001:2015.
Em dezembro de 2010, a ABNT lançou no Brasil a norma ISO 26000:2010, com as diretrizes sobre responsabilidade social.
No catálogo da ABNT, site: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345040, é possível adquirir a norma. Mais adiante falare-
mos da nova ISO 14001:2015.
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que permite identificar e avaliar os impac- longo do ciclo de vida, conforme ilustrado
tos ambientais potenciais de um sistema ao abaixo:
a solução dos graves problemas que afligem novos mercados; (d) redução de custos pela
o mundo moderno (MORAES FILHO, 2009). eliminação de desperdícios; (e) melhoria do
As vantagens da gestão ambiental de- desempenho geral da empresa; (f) redução
correm de regras e práticas administrativas de riscos (multas, ações legais, acidentes);
preestabelecidas que atuam para reduzir os (g) maior permanência do produto nos mer-
riscos ambientais da atividade, aumentan- cados (ausência de reações negativas); (h)
do a motivação e satisfação de seus colabo- maior facilidade na obtenção de financia-
radores. mentos; (i) caminho único para a obtenção
Os negócios estão se voltando cada vez de certificados ambientais (selos verdes e
mais para questões ambientais. Cinco fato- similares); j) prestação de contas às chama-
res influenciam essa mudança de postura: das partes interessadas (clientes, acionis-
(1) necessidade de obediência às leis; (2) tas, sociedade).
eficácia em custos; (3) opinião pública; (4) Todas essas razões apontam no sentido
pressão dos movimentos ambientalistas; de um maior fortalecimento da empresa em
(5) pensamento a longo prazo. seu ambiente de negócio, o que leva à hipó-
O pensamento sistêmico revela que as tese de ser o conceito de sustentabilidade
questões ambientais permeiam a empresa empresarial um caminho não só desejável,
e por isso deveriam ser abordadas de modo como correto e provável de ser seguido.
abrangente e integrativo. Assim, a proteção Inúmeras empresas vêm assumindo essa
ambiental passou a ser uma necessidade e postura, mudando o foco de administrar,
ao mesmo tempo uma fonte de lucro para colocando a questão ambiental na priorida-
os negócios, o que abre uma perspectiva de de suas ações. E já parece estar surtindo
positiva para sua efetiva implementação, efeitos, a considerar a recente notícia di-
pois não transgride o princípio da busca per- vulgada pela revista científica Nature, se-
manente pelo lucro, indissociável da lógica gundo publicado no site Globo on-line (maio
de funcionamento das organizações em 2006), de que uma equipe de cientistas ha-
meio empresarial. via chegado à conclusão de que a camada
de ozônio da Terra que protege o ambiente
Hoje em dia, face à crescente concorrên-
das radiações ultravioletas está passando
cia dada à globalização, os clientes estão
por uma lenta recuperação. Uma prova da
cada vez mais informados e predispostos a
eficácia e sucesso do Protocolo de Montreal
comprar e usar produtos que respeitem o
(1987), concluiu (MORAES, 2009).
meio ambiente. O produto ecologicamente
correto vende mais nos mercados e detém No caso brasileiro, seguindo a literatura
a preferência do consumidor. disponível, o mesmo autor cita a Petrobras,
na exploração de minérios fósseis; as com-
No diagnóstico estratégico ambiental,
panhias siderúrgicas em geral, tidas ante-
citam-se dez razões convincentes, como
riormente como vilãs do meio ambiente; as
afirma Moraes (2009), para a adoção pelas
petroquímicas e em especial a Petroflex, em
empresas de um design e marketing am-
Pernambuco, detentora de vários prêmios e
biental para os produtos com melhoria nos
certificados ISO, referenciada como exem-
processos internos de produção. Elas são:
plo de preservação ambiental; a Alcan e a
(a) maior satisfação dos clientes; (b) me-
Alcoa, no setor de alumínio; a Kablin (maior
lhor imagem da empresa; (c) conquista de
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produtora e exportadora de papel do Bra- dos consumidores (quando não são satis-
sil), única empresa no país, de acordo com feitas, recorrência ao Código de Defesa do
informações em seu site corporativo, a re- Consumidor).
ceber o certificado FSC (Forest Stewardship A visão com foco no equilíbrio e respon-
Counsil), pelo manejo de plantas medicinais sabilidade social apregoando maior respei-
em suas florestas no Paraná; a Natura, re- to ao consumidor leva a inverter a ordem de
centemente instalada no México e em Pa- prioridades dentro da empresa, devendo
ris em seu processo de internacionalização então estar em primeiro plano: (a) satisfa-
com forte apelo à ecoeficiência e adminis- ção dos consumidores (norteando as ações
tração com responsabilidade social com das empresas); (b) satisfação dos emprega-
profundo respeito à natureza; a Ripasa, no dos (valorização do capital humano); (c) sa-
setor de produção de papel e celulose. tisfação dos fornecedores (preços compatí-
A visão de desenvolvimento clássica com veis nas partidas fornecidas); (d) satisfação
foco apenas no crescimento econômico (e dos distribuidores (margens responsáveis
que prevalece ainda hoje para muitas eco- de lucro); (e) satisfação dos acionistas ou
nomias) não leva em consideração, pelo sócios proprietários. Muda, portanto, a vi-
menos em níveis adequados ou aceitáveis, são e a forma de administrar.
a questão dos riscos de esgotamento dos É com essa expectativa que se devem
recursos naturais, sobretudo os não reno- buscar os novos caminhos para o desen-
váveis e o impacto das atividades econômi- volvimento econômico e social: o caminho
cas na degradação do meio ambiente. da sustentabilidade empresarial. Ela é uma
A visão econômica contemporânea ain- expectativa e uma esperança. Os desdo-
da em construção, com foco no equilíbrio bramentos futuros das relações entre as
do ecossistema como precondição para o nações em sua fase atual de globalização da
desenvolvimento social, prevê com maior economia nos fornecerão os dados e infor-
acuidade a questão da preservação am- mações que permitirão avaliar se o caminho
biental introduzindo a noção de reciclagem apontado está sendo de fato trilhado ou se
como forma de maior eficiência administra- teimamos em seguir velhos atalhos, igno-
tiva e processo por excelência redutor de rando as inter-relações que nos unem como
poluição ambiental e indutor de responsa- inquilinos comuns de um mesmo condomí-
bilidade social. nio, a Terra (MORAES, 2009).
No plano administrativo, a visão de de- A importância que deve assumir cada in-
senvolvimento com foco puramente no divíduo nas relações entre sistema produti-
crescimento econômico busca levar em vo e meio ambiente, enquanto consumidor
conta as seguintes prioridades dentro da na nova ordem econômica globalizada, pa-
empresa por ordem de importância: (a) sa- rece nos conferir uma importante e podero-
tisfação dos acionistas ou interesse dos sa arma. A do controle pelo consumo, isto é,
sócios proprietários; (b) satisfação dos não precisamos de agências institucionais
distribuidores (maximização das margens nos moldes tradicionais até então em vigor
de lucro); (c) satisfação dos fornecedores para executar as vontades ou propósitos
(bons preços nas partidas fornecidas); (d) que não a da organização em redes, perfei-
satisfação dos empregados; (e) satisfação tamente factível com as tecnologias atuais.
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Ela está ao alcance das mãos. Resta saber 2.3 A norma ISO 14000
se teremos disposição e organização sufi-
A ISO 14001 é uma norma internacio-
cientes para usá-la em nosso proveito que
nalmente reconhecida que define o que
se supõe a favor de toda a comunidade.
deve ser feito para estabelecer um Sis-
O conceito introduzido no início da déca- tema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo.
da dos anos 80 por Lester Brown (CAPRA, A norma é desenvolvida com objetivo de
s.d. apud TRIGUEIRO, 2004, p. 19), definindo criar o equilíbrio entre a manutenção da
comunidade sustentável como “a que é ca- rentabilidade e a redução do impacto am-
paz de satisfazer às próprias necessidades biental; com o comprometimento de toda
sem reduzir as oportunidades das gerações a organização. Com ela é possível que se-
futuras”, está pronto para ser modelado. E jam atingidos ambos objetivos.
cabendo a nós pela primeira vez, de forma
A origem da norma ISO 14000 se deu
palpável e inequívoca no atual estágio tec-
no início da década de 1990 quando a ISO
nológico, uma parcela importante da capa-
se organizou para criar um conjunto de re-
cidade em influir em nosso destino comum.
gras que tratassem da questão ecológica,
Urge alinhavá-los dando-lhes consistên- em virtude dos grandes problemas am-
cia, substância e unidade como força capaz bientais causados pelo grande desenvol-
de fazer frente aos problemas ambientais vimento econômico e industrial.
contemporâneos na sociedade em que vi-
Veja no quadro abaixo, de forma sim-
vemos (MORAES, 2009).
plificada, os principais agentes que impul-
sionaram o surgimento das normas am-
bientais:
PLANEJAR
Contexto da organização 4 - -
Entendimento da organização
4.1 - -
e seu contexto.
Entendimento das necessida-
des e expectativas das partes 4.2 - -
interessadas.
Determinação do escopo do
4.3 4.1 Requisitos gerais.
Sistema de Gestão Ambiental.
Sistema de Gestão Ambiental 4.4 4.1 Requisitos gerais.
Liderança 5 - -
Liderança e
5.1 - -
comprometimento.
Política ambiental. 5.2 4.2 Política ambiental.
Regras organizacionais, res- Recursos, regras, responsabilidade e
5.3 4.4.1
ponsabilidades e autoridades. autoridade.
Planejamento. 6 4.3 Planejamento.
Ações para endereçar riscos
6.1 - -
e oportunidades.
Geral. 6.1.1 - -
Aspectos ambientais 6.1.2 4.3.1 Aspectos ambientais.
Requisitos legais e outros Requisitos legais e outros requisitos
6.1.3 4.3.2
requisitos. subscritos pela organização.
Planejando ações. 6.1.4 - -
Objetivos ambientais e plane-
6.2 4.3.3 Objetivos, metas e programas.
jamento para alcançá-los.
Objetivos ambientais. 6.2.1 4.3.3 Objetivos, metas e programas.
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- FCAV – Fundação Carlos Alberto Van- Vale a pena conferir os resultados com-
zolini; pilados dessa pesquisa.
vas que, de forma conjunta, definem como que segue a suas estruturas e conteúdos.
são reduzidos os riscos para segurança da A 27001 inclui um PDCA semelhante aos
informação. Uma empresa que implante a existentes na ISO 9001 e ISO 14000 com
norma ISO 27001 acaba por constituir um objetivo de estabelecer uma contínua
SGSI. gestão da segurança da informação.
esta empresa foi no Brasil, Módulo Secu- se crítica pela direção para verificar o ní-
rity. vel de adequação à norma em questão.
Os certificados são emitidos por entida- A Pré-auditoria tem como principal ob-
des certificadoras acreditadas por órgãos jetivo a detecção de eventuais problemas
de credenciamento nacionais ou interna- conceituais que possam vir a ser desper-
cionais após realização de auditorias do cebidos pela empresa em processo de
SGSI, as quais acontecem em duas etapas: certificação. Seria um exemplo de proble-
ma conceitual, a não aplicação de um re-
1ª) Auditoria de Documentação, conhe-
quisito ou controle que influencie na Se-
cida como Fase 1.
gurança da Informação da empresa. Isto
2ª) Auditoria de Certificação, conheci- pode ocorrer em razão de uma incorreta
da como Fase 2. interpretação da norma para o negócio da
empresa e/ou escopo considerado(s). No
Existe também a Auditoria de Docu-
entanto, nestes casos, a certificação não
mentação que é o primeiro contato com a
pode ser recomendada, causando trans-
equipe auditora, ou seja, faz-se uma análi-
tornos para a empresa e uma certa decep-
se prévia dos documentos e informações,
ção para todos os envolvidos.
muitas vezes confidenciais, nas instala-
ções da própria empresa visando à veri- Essas análises prévias – chamadas pré-
ficação de sua adequação e a segurança -auditoria – acontecem exatamente para
dos dados. reduzir os riscos de não certificação por
problemas de adequação. A Pré-auditoria
A diferença entre a auditoria de do-
é realizada nas instalações da empresa e
cumentação e pré-auditoria é que Audi-
segue os mesmos passos da Auditoria de
toria de Documentação tem como foco a
Certificação: Reunião de Abertura, inves-
seguinte documentação: Declaração de
tigação, relato das não conformidades e
Aplicabilidade, Relatório de Avaliação de
reunião de encerramento. Geralmente, a
Riscos e Análise Crítica pela Direção, entre
equipe auditora da Pré-auditoria será a
outros possíveis documentos associados
mesma da Análise Documental e da Audi-
a estes, conforme aplicável. Esta análise
toria de Certificação.
não contempla procedimentos e práticas
específicos, uma vez que estes são obje- São verificados os procedimentos e a
to da Pré-auditoria, que tem por objetivo documentação em relação à sua adequa-
a análise crítica da adequação do sistema ção à norma de referência. O tempo di-
à norma. mensionado para esta auditoria, normal-
mente não permite que a equipe auditora
Podemos dizer também que Pré-au-
tenha tempo para verificar se as práticas
ditoria é o mesmo que Auditoria de Pré-
descritas na documentação estão ade-
-certificação podendo ou devendo ser
quadamente implementadas, isto é o que
solicitada após a implantação do Sistema
chamamos de auditoria de conformidade,
de Gestão da Segurança da Informação e
que será realizada durante a Auditoria de
após ter realizado pelo menos um ciclo de
Certificação (Inicial) e nas Auditorias de
auditoria interna e pelo menos uma análi-
Manutenção (Anuais ou semestrais).
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REFERÊNCIAS
2009.
vel, eliminar na origem, a geração de resí- co, vulgarmente designado por “selo ver-
duos. de”.