Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Alan Gonçalves1
Brenda Belchior2
Joana Leal3
Jonathan Omar4
Magno Di Spirito5
Wesley Calixto Militão6
Juliano Vilela Dande7
RESUMO
2 DESENVOLVIMENTO
Nos dias de hoje o mercado de trabalho vem exigindo cada vez mais de seus
trabalhadores, visando sempre uma melhora em equipamentos, máquinas e diversos
projetos, sendo o trabalhador que deverá se adaptar a novas condições impostas para
executar diversas funções, sem prejudicar o trabalho e também a produtividade da
empresa. Com isso utiliza se da ergonomia que visa melhorar e solucionar grande parte
dos problemas posturais, quadros de dores que surgem no trabalhador com o seu posto,
promovendo segurança, comodidade, eficiência no serviço e saúde para o trabalhador.
(Abrahão, 2000; Dul, 2012).
Com a rotina de trabalho, muitas das funções nos diversos setores exigem uma
postura estática e prolongada, seja ela em pé ou sentada. Os distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho vêm trazendo diversos danos à saúde do trabalhador, onde é
visto como um grande desafio para os trabalhadores e empresas. (MUROFUSE e
MARZIALE, 2000; OLIVEIRA, 1991).
A falta de uma boa postura pelos trabalhadores, principalmente durante o
trabalho, tende a torná-lo o indivíduo predisposto ao aparecimento de lesões estruturais,
tendo como indício primário, a dor, em seguida podem aparecer alterações posturais que
com o tempo tornam-se aparentes, é o caso das hipercifose, hiperlordose e as escolioses.
(Bloemer, 2002).
Uma boa postura ou uma postura equilibrada, as estruturas corporais devem
estar equilibradas, mantendo o alinhamento do corpo, não deixando acontecer
compensações de outras estruturas envolvidas que não sejam aquelas responsáveis pela
manutenção da postura, neste caso, a simetria do corpo é fundamental para a obtenção
da boa postura (Smith, 1997; Braccialli, 2000).
Com a postura inadequada por um determinado período, o corpo começa a
acostumar com a postura incorreta, comprometendo assim as curvaturas anatômicas da
coluna. (Alexandre, 2001)
Alguns autores relatam que a alteração postural não está relacionada somente
com o posicionamento errado, mas sim com diversos fatores juntos ao posicionamento.
As articulações são estruturas complexas no corpo, que realizam uma variável de
movimentos permitidos pelo corpo, porém quando realizados de forma repetitiva e/ou
com sobrecarga, podem ocasionar a alterações posturais, pelo fato de ocorrer limitação
do movimento, quadro álgico e compensação postural. (De Oliveira, 2010; Couto,
2010).
São diversas as situações que podem contribuir para o aparecimento de desvios
posturais devido à falta ou a forma inadequada de aplicação da ergonomia. As mais
citadas doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho são LER/DORT, Lesão por
Esforço Repetitivo e Doenças Ocupacionais Relacionadas ao Trabalho. Neste sentido,
existem alguns recursos terapêuticos que visam o tratamento, como a ginástica laboral,
terapêutica usada para redução da tensão muscular, ocasionando sensação de
relaxamento do corpo. (Renner, 2005; De Oliveira, 2010).
O ciclo vicioso da dor está vinculado à má postura, que na maioria das vezes
pode gerar desequilíbrios musculares, ocasionando contraturas musculares e novas
dores. Se pudermos quantificar a dor nos permitiria a compreensão da situação clínica, e
possibilitaria tornar mais satisfatório o resultado final de algum tratamento. Dentro
dessa perspectiva, seria bom utilizar algum instrumento para essa análise, como existe
dentro das avaliações clínicas, que objetiva saber a intensidade, a frequência da dor em
diferentes regiões das costas e saber o quanto essa dor causa incômodo e o local onde a
pessoa sente mais dor. Souza (1996)
Um conceito básico para a compreensão da dor em relação à má postura é
definido como os efeitos cumulativos de sobrecargas pequenas constantes ou repetido,
que durante um longo período de tempo podem dar origem ao mesmo tipo de
dificuldades causadas por sobrecargas intensas súbitas (KENDALL, 1995).
Relacionado o trabalho a lombalgia é uma das principais causas de afastamento
do trabalho e responsável por um alto índice na população economicamente ativa,
incapacitando-a temporária ou definitivamente para atividades
profissionais (BRACCIALLI e VILARTA, 2000; SILVA, FASSA e VALLE, 2004;
POITRAS et al, 2005).
É estimado que 80% das pessoas possuem algum tipo de dor nas costas durante
algum período da vida. Em adultos com idade inferior a 45 anos a lombalgia é o motivo
mais prevalente de incapacidade (POLITO, MARANHÂO NETO e LIRA, 2003;
SOUZA et al, 2008; OCARINO et al, 2009; MONERRAT e PERREIRA, 2009).
As causa das dores da coluna vertebral dependem de muitos fatores, vindos de
causas físicas, fatores genéticos, traumas, posturas inadequadas, levantamento e
transporte de cargas pesadas, fraqueza muscular, tabagismo, tipo de trabalho muscular e
fatores degenerativos, que podem ser desencadeadas psicossomaticamente, como
estresse (ALEXANDRE et al, 2001; VERDERI, 2003; BRITO et al, 2011).
2.4 Postura
De acordo com Magee (2002), “postura é um composto das posições das
diferentes articulações do corpo num dado momento. A postura correta é a posição na
qual um mínimo de estresse é aplicado em cada articulação”.
Segundo Palmer; Apler(2000), “A postura correta consiste no alinhamento do
corpo com eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas, o que minimiza os
estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade. Dessa
forma, quando o indivíduo se percebe, tem-se a impressão de estabilidade no espaço por
ele ocupado (MAGEE, 2002; VERDERI, 2003; PENHA et al, 2005).
Do outro lado, a má postura é uma relação defeituosa entre as várias partes do
corpo que produz maior tensão nas estruturas de apoio, e onde um equilíbrio menos
eficiente do corpo sobre essa base de apoio (PENHA et al, 2005, BARONI et al, 2010).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Tal pesquisa foi realizada de forma que cada integrante do grupo aplicou um
questionário em um profissional da área escolhido de forma aleatória. A pesquisa foi
realizada em locais distintos, nas cidades de Varginha, Cambuquira, São Gonçalo do
Sapucaí e Campanha. Foram aplicados quinze questionários no total, sendo todos os
participantes do sexo feminino, com o tempo de serviço na área variando de 6 meses a
36 anos. A idade das participantes varia de 25 a 59 anos. A pesquisa foi feita de forma
simples, tendo como único critério que a pessoa entrevistada trabalhasse em serviços
gerais.
Durante a entrevista foi aplicado um questionário conforme anexo. E com isso
foi traçado um padrão com cada entrevistado constando assim fatores que
desencadearam ou agravaram a situação do trabalhador.
Figura1. Questionário aplicado.
4 RESULTADOS
Um dos dados que mais nos chama atenção, é o local que as participantes da
pesquisa mais relatam dor, sendo a lombar, foram oito relatos de quinze mulheres
envolvidas na pesquisa. O que nos faz refletir que essa dor poderia ser causada por
ficarem longos períodos de pé, ou também por carregarem muito peso durante o dia,
tanto no trabalho como também a caminho do mesmo (ex.: mochilas).
Depois da dor na lombar as dores mais relatadas foram, dor nas pernas 4/15 das
entrevistadas; dor nos ombros 3/15; dor nos joelhos 2/15 e também dor nos braços
2/15. A dor menos relatada foi dor na sola dos pés com apenas 1 relato de 15
participantes .
Dores
Casos relatados:15
9
8
7
Lombar
6
Pernas
5
Ombros
4 8
Joelhos
3
Braços
2 4
3 Pés
1 2 2
1
0
Lombar Pernas Ombros Joelhos Braços Pés
Outro aspecto que nos chama atenção são os movimentos que mais geram dor
nas participantes. O movimento de flexão do tronco (abaixar) é o que mais foi relatado,
como causador de dor 6/15 relatos, movimentar os braços foram 3/15, ficar muito tempo
de pé 1/15 e pegar peso 1/15.
4 Flexão de tronco
Movimentar braços
3 6
Ficar em pé
2
3 Pegar peso
1
1 1
0
Flexão de tronco Movimentar Ficar em pé Pegar peso
braços
5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nosso objetivo não foi tratar os funcionários, mas pensamos como poderíamos ajudar
no alívio de suas queixas, então partimos para método de prevenção onde orientamos
como eles poderiam exercer seu trabalho para não acontecer eventuais lesões ou para
que ela não se agravasse mais (quando assintomáticos)
ABSTRACT
The present article analyzes the postural problems in domestic and cleaning
women. Such an approach is necessary since Brazil is one of the main countries that
most uses the domestic class having around 7 million employees in this area. The
objective of this study is to observe which are the main, and most frequent reasons that
lead the domestic workers to develop postural problems, and what is the importance of
the physiotherapist in this situation. The objective will be reached from a field research
and a bibliographical review, in which 15 articles were used as basis. The research
demonstrated that the physiotherapeutic action is indispensable, since it provides the
workers with knowledge about the best posture, handling of objects and locomotion
during the working day. Preventing possible discomforts, seeking a better living and
health condition at work.
Alexandre, Neusa Maria Costa, & Alves de Moraes, Marco Antonio (2001). Modelo de
avaliação físico-funcional da coluna vertebral. Revista Latino-Americana de
Enfermagem, v. 9, n. 2: 67-75.
ALEXANDRE, N. M. C. et al. Avaliação de programa para reduzir dores nas costas em
trabalhadores de enfermagem. Rev. Saúde Pública. 35(4): 356-61, 2001.
AMADO-JOÃO, M. S. Métodos da avaliação clínica e funcional em fisioterapia. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Abrahão, Júlia Issy (2000). Reestruturação produtiva e variabilidade do trabalho: uma
abordagem da ergonomia. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 16, n. 1, p. 49-54.
Couto, Hudson de Araújo (2007) Ergonomia aplicada ao trabalho: conteúdo básico:
guia prático. Belo Horizonte, MG, Editora Ergo.
Braccialli, Lígia Maria Presumido, and Roberto Vilarta. (2000). Aspectos a serem
considerados na elaboração de programas de prevenção e orientação de problemas
posturais. Revista Paulista de Educação Física, 14.2: 159-71.
BIM, C. R.; PEREGO, A. L.; PIRES, H. Fisioterapia aplicada à ginecologia e
obstetrícia. Iniciação científica Cesumar; v. 4, nº 1, p. 57-61, 2002.
BRACCIALLI, L. M. P.; VILARTA, R.Aspectos a serem considerados na elaboração
de programas de prevenção e orientação de problemas posturais. Rev. Paul. Educ.
Fís.São Paulo, 14(2):159-71, jul/dez, 2000.
BRITO P. M. et al. Análise da relação da postura de trabalho e a incidência de dores
na coluna. Biblioteca online SEBRAE.
De Oliveira, L. A. G. (2010). DORT’s–Aspectos Clínicos na Tendinite de Ombro,
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Artigo-Sobre-Tendinite/61897354.html.
SILVA, M. C.; FASSA, A. G.; VALLE, N. C. J. Dor lombar crônica em uma população
adulta do Sul do Brasil: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de
Janeiro, 20(2), março/abril, 2004.
OLIVEIRA, Chrysóstomo R. Manual prático de L.E.R: Lesões por esforços
repetitivos. Belo Horizonte: Health, 1998.
PORTO, Marco A. M. Saúde e Segurança do Trabalho nas Empresas Também é
Ergonomia. In: VII CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE ERGONOMIA, 2002,
Recife. Anais... Recife, 2002. 1 CD-ROM.
PENHA, P. J. et al. Postural assessment of girls between 7 and 10 years of
age. Clinics. 60(1):9-16, 2005.
SOUZA, Jorge Luiz. Efeitos de uma Escola Postural para indivíduos com dores nas
costas. Movimento, Ano III, n.5, p.56-69. 1996/2.
Smith, L.K., Weiss, E. L., Lehmkuhl, L. D. (2014) Cinesiologia Clínica de
Brunnstrom. (5ª Ed.). Barueri – SP – Brasil.
ALEXANDRE, Neusa M. C. Aspectos ergonômicos e posturais e o trabalhador da área
de saúde. Seminário Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 28, n. 2, p. 109-118,
jul./dez.
Dul, J., Weerdmeester, B. (2012). Ergonomia Prática. (3ª ed.). São Paulo: Blucher.
Bloemer, Rogério, & Aguiar, Alexandre de Paula (2002). Postura e desconforto
corporal em um ambiente de trabalho informatizado. Monografia. Tubarão: Unisul.
Renner, J. S. (2005). Prevenção de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao
trabalho. Boletim Saúde , V.19 n1: 72-80.
SMITH, L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia Clínica de
Brunnstron. 5 ed. São Paulo: Manole,1997.
DIAS, Marta. DANIEL, Ricardo. Sistemas de Prevenção de Doenças Músculo-
Esqueléticas Implementados na Pioneer Technology Portugal. In: CONGRESSO DE
ERGONOMIA DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA, 2004, Ilha da
Madeira. Anais... Ilha da Madeira, 2004. 1 CD-ROM.
MUROFUSE N.T; MARZIALE M.H.P. Mudança na vida de bancários portadores de
lesões por esforços repetitivos: LER. Revista Latino-Americana e Enfermagem, 2000;
9(4): 19-25.
MOCHIZUKI, L.; AMADIO, C. A. Aspectos biomecânicos da postura ereta: a relação
entre o centro de massa e o centro de pressão.Revista Portuguesa de Ciências do
Desporto. v. 3, n. 3 [77-83], 2003.
OLIVEIRA, C.R. Lesão por esforços repetitivos (LER). Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, 1991; 19(73): 59-85.
VIEIRA, D. A. Aspectos ergonômicos da rotina de trabalho dos carteiros relacionados
ao desconforto corporal e problemas posturais. Monografia. Universidade do Estado de
Santa Catarina, Florianópolis, 2000.
KENDALL, Florence Peterson. Músculos: Provas e Funções. 4ª edição. São Paulo:
Manole, 1995.
POITRAS, S. et al. Management of work-related low back pain: a population-based
survey of physical therapists. PhysicalTherapy. v. 85. n. 11. November, 2005.
MONNERAT, E.;PEREIRA, J. S. Validação e confiabilidade de um questionário para
lombalgia. Fit. Perf. J. 8(1): 45-8. jan-fev, 2009.
OCARINO, J. M. Correlação entre um questionário de desempenho funcional e testes
de capacidade em pacientes com lombalgia. Rev. Bras. Fisioter.São Carlos, v. 13, n. 4,
p. 343-9, jul./ago. 2009
VERDERI, E.A. Importância da avaliação postural. EFDeportes.com, Revista
Digital. Buenos Aires, v. 8, n. 57, febrero,
2003. http://www.efdeportes.com/efd57/postura.htm
MAGEE D. J. Avaliação Musculoesquelética. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2002.
VILASBOAS, P. M.; SANDOVAL, R. A. Análise postural comparativa entre bailarinas
e sedentárias através do software de avaliação postural (SAPO). EFDeportes.com,
Revista Digital. Buenos Aires, v. 13, n. 123, agosto,
2008. http://www.efdeportes.com/efd123/analise-postural-comparativa-entre-bailarinas-
e-sedentarias.htm