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No quadro acima apresentam-se quatro temas principais recorrentes em
teorias que se aplicam no processo de percepção dos sistemas urbanos
sustentáveis, através dos diversos autores pesquisados, dentre os quais se
elegeu: A) As Conexões Urbanas: Mobilidade, Acessibilidade, Sistema Viário,
Segregação Espacial; B) Identidade e Percepção Ambiental: Social,
Econômico e Cultural, Perceptiva e Visual; C) Morfologia: Aspectos
Morfológicos, Ambiente Edificado; D) Meio Ambiente: Vegetação e
Microclima, Recursos Hídricos, Poluição e Energia. Assim, através desses
elementos devidamente parametrizados, quantificados e qualificados
conforme as respectivas unidades de medida e leitura das características, é
possível aplicar uma leitura de indicadores urbanísticos que traduzam a
qualidade espacial de uma cidade (bairros e conjuntos urbanos), podendo-se
ainda estabelecer critérios de ordenação e planejamento urbano.
Um urbanismo sustentável prima pela diversidade de usos e funções
sobrepostos em um tecido denso e compacto, porém, que respeite as
condicionantes geográficas e ambientais locais e regionais, bem como as
escalas de apropriação do espaço. (...)
A cidade sustentável é democrática e participativa, volta-se ao regional,
compreende a morfologia a partir da lógica evolutiva e estruturada para o
crescimento orgânico e em conformidade com o sistema-entorno equilibrado.
Os projetos urbanos sustentáveis obedecem à percepção das escalas,
sustentando as funções vitais, restabelecendo o sentido e orientação no
tempo-espaço, face à necessária adequação aos habitantes, seus usos e
equipamentos. Entende-se que a compacidade urbana deve ser adotada
como configuração espacial e legal, eliminando-se os vazios urbanos (e
aplicando de fato as ferramentas legais existentes nos respectivos Planos
Diretores), encurtando distâncias para o pedestre, aumentando a coesão
social, minimizando a dependência de automóveis individuais (com ênfase ao
transporte coletivo); porém, o nível de compacidade deve respeitar as
condicionantes locais (clima, topografia, patrimônio cultural e ambiental, etc.),
e assim, determinado através de pesquisas urbanísticas específicas, e não
padronizadas como são as ferramentas legais aplicadas nas cidades e sob a
conivência do Ministério das Cidades.
A acessibilidade, o controle (grau de acesso às atividades dos habitantes), a
eficácia (otimização do custo-benefício e manutenção do projeto pela
sociedade), e a justiça socioespacial (distribuição de custos e benefícios), são
elementos de equidade e integração social nesse novo modelo de cidade.
Enfim, a cidade sustentável propõe uma nova forma de coesão social, na qual
é privilegiado o acesso irrestrito do cidadão ao seu lugar, de forma igualitária
e imparcial, reforçando e potencializando seus aspectos históricos, culturais e
ambientais, minimizando os entraves socioeconômicos e tecnológicos e
potencializando a qualidade de vida.