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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA


FACULDADE DE PSICOLOGIA

MARCEL DELFINO CARVALHO DE SOUZA

FICHAMENTO 2

CAMPINAS
2018

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MARCEL DELFINO CARVALHO DE SOUZA

FICHAMENTO 2

Fichamento apresentado à disciplina de Psicopatologia I da


faculdade de Psicologia, do Centro de Ciências da Vida, como
parte das atividades de laboratório exigidas para a aprovação.
Responsável: Profa. Dra. Marly Aparecida Fernandes

PUC-CAMPINAS
2018
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1. FICHAMENTO
Tratar-se-á, nesse fichamento, dos processos de Neurose e Psicose na
Psicanálise. Para melhor explanação desse conteúdo optou-se por, primeiramente,
fazer uma breve elucidação sobre a natureza desses processos juntos, para
posteriormente, trata-los separados. Num último momento será apresentado um
comentário a respeito da maneira como esses dois processos se relacionam, a fim
de reiterar o objetivo do texto de Freud “A Perda da Realidade na Neurose e na
Psicose”, a saber, eliminar possíveis contradições nas definições de ambos
processos.
Uma definição conjunta dos processos Neurose e Psicose, a qual no
comentário final será de bom proveito, pode ser: consequências do conflito entre
realidade e a realização dos desejos; nas palavras de Freud (1924), “incapacidade
de adequar-se à Anankê (necessidade real)”. Essa pode ser considerada a síntese
entre as duas possibilidades de relação com a realidade: inadequação dos desejos
à realidade ou a inadequação da realidade aos desejos; nessa dualidade paradoxal
situa-se o Eu.
Desta incapacidade, nossas formas de lidar com e compreender a
realidade podem alterar entre neuróticas (negando a realidade quando ela é
inadequada aos nossos desejos) e psicóticas (recusando-a quando nossos desejos
não se adequam a ela), as quais fazem parte da normalidade não-patológica do
ser. Em outras palavras, o critério para determinação, segundo esse texto de Freud,
da normalidade, diante desses dois processos, seria negar um pouco e buscar
alterar, também, a realidade. Agora, é necessário distinguir os processos, para
entender como eles podem atuar patologicamente.

Neurose
A neurose consiste, em termos gerais, na repressão malsucedida dos
impulsos do isso. O processo da neurose pode ser dividido em 2 momentos (1 e 2)
fundamentais:

 Momento 1: repressão de impulso do isso (obediência inicial) e;


 Momento 2: contra-repressão: compensação da parte prejudicada do
isso.

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O momento 1 da neurose a diferencia da psicose. Nesse, a obediência
inicial salienta a inclinação do Eu a uma dependência maior à realidade,
prejudicando o gozo do Isso. O momento 2, consolida o processo da neurose, uma
vez que obedece-se a realidade, a realização dos desejos é comprometida, e como
a Anankê (a necessidade real – que também é considerada a deusa do destino na
mitologia grega, de onde Freud derivou sua teoria), ou a necessidade real, é
irrefreável (nem a realidade nem as pulsões são controláveis), o Isso contra-reprime
a partir de sua parte danificada, provocando, por inadequação dos desejos a
realidade, um afrouxamento do contato com ela.
Psicose
A psicose pode ser definida como remodelação da realidade que objetiva
fugir das objeções da anterior.
Pode-se, assim como a neurose, considerar seu processo composto por
dois momentos fundamentais (a e b), eles são:

 Momento a: arrancar o Eu da realidade (fissura: fuga inicial) e;


 Momento b: preenchimento da fissura: compensação da perda de
realidade, que ocorre na criação de uma nova (remodelação).

O momento a da psicose distingui-a do processo da neurose, uma vez


que é um momento do Eu em completa dependência do Isso, diferente da neurose
que é um momento de dependência à realidade. O segundo momento retoma,
assim como a neurose, à inevitável necessidade real, porém na psicose como: a
inadequação dos desejos à realidade, logo, o isso é obrigado a conectar-se à ela,
porém ele o faz a sua maneira: remodelando-a.
A remodelação da psicose acontece nos traços mnemônicos, ideias e
juízos adquiridos no decorrer da vida do sujeito. Dessa forma, eis as seguintes
perguntas:

 Como se modela a realidade?


 Como obter percepções de uma nova realidade sem as objeções ao
gozo do isso existentes na primeira?

Traços mnemônicos são inscritos a partir de nossa experiência no


mundo real e a partir deles nossas ideias e juízos se fiam compondo nossa vida
mental, a qual entra em contato com a realidade. Sendo assim, a modelação da
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realidade deve atuar a partir dos traços mnemônicos, ideias e juízos, logo, a
obtenção das percepções de uma nova realidade acontecerão com a alteração das
funções psíquicas que se relacionam esses. Alucinações e delírios são, em termos
gerais, as alterações principais.
É importante ressaltar que o conteúdo das alucinações e delírios são
angustiantes, porque os desejos do isso não são “prazerosos” ao eu. Uma maneira
de exemplificar essa relação entre os desejos do isso e o prazer está na elaboração
dos sonhos. Um pesadelo é um sonho mal-elaborado, aquele em que o Eu não foi
bem-sucedido em traduzir os desejos do isso que se manifestaram in natura. Isto
posto, voltando a remodelação da realidade na psicose à maneira do Isso, pode-se
ter uma noção do caráter dos conteúdos das alucinações e delírios: angustiantes.

Comentário
Contudo, uma síntese que elucide a relação dos dois processos é
necessária para reiterar o objetivo da elaboração do texto que aqui se faz o
fichamento.
Lembrando que ambos processos de Neurose e Psicose existem dado
a inevitável Anankê, e que os dois promovem em algum nível uma “perda da
realidade” como sugere o título, pode-se concluir que ambos estão sujeito ao
mundo da fantasia.
Na neurose essa atuação do mundo da fantasia se dá com a contra-
repressão do Isso ao Eu e na psicose na remodelação da realidade. Em ambos
casos há uma substituição de parte da realidade, na neurose por reais materiais
simbolicamente (des)percebidos (isto é, o recalque) e na psicose pela simbólica
irrealidade (alucinação ou delírio).

2. REFERÊNCIAS
FREUD, S. A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose (1924). In: FREUD, S.
Obras completas, volume 16: O eu e o id, “autobiografia” e outros textos (1923-
1925). São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p.214-221.

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