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- Objetivos
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Introdução
No Brasil, o aborto voluntário é caracterizado como crime contra a vida, com exceção em
casos de estupro e risco de vida para a mulher decorrente da gestação. No contexto brasileiro, a
legislação proibitiva tem efeitos diretos na vida das mulheres brasileiras, uma vez que as
mulheres continuam realizando o procedimento, mas de modo inseguro: estima-se que 1.054.242
abortos foram provocados no ano de 2005 (BRASIL, 2009) e o aborto provocado em condições
de clandestinamente é uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil: a prática é
responsável por cerca de 12,5% dos óbitos totais, ocupando, em geral, o terceiro lugar entre as
principais causas (BRASIL, 2001).
Antes de procurar qualquer ressonância dos posicionamentos feministas nos documentos que
analisamos, é importante retomá-los em um primeiro momento.
Segundo uma das estudiosas da questão do aborto no Brasil, a Carta das Mulheres é um marco
das políticas feministas em relação ao aborto voluntário. Enviado ao Congresso Nacional durante
as mobilizações feministas para a redação da Constituição de 1988, o documento exige o direito
das mulheres de conhecer e decidir sobre o próprio corpo.
Em consonância com o Direito Internacional dos Direitos Humanos, a noção de Direitos Sexuais
e Reprodutivos passa a se consolidar no discurso dos movimentos feministas, a partir daí, o
aborto voluntário passa a ser tratado como um Direito Sexual e Reprodutivo, sobretudo Humano,
que não pode ser criminalizado.
Além disso, desde a Carta das Mulheres, na década de 1980, uma das estratégias feministas foi e
continua sendo buscar a garantia do acesso a assistência ao abortos nos casos de violência sexual
e de risco de vida para a gestante, já garantidos por lei.
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- PNAISM
- Norma técnica de atenção ao abortamento
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Apesar de parecer contraditório, devemos assumir que mesmo as práticas de resistência não estão
alheias ao campo das relações de poder, mas se inscrevem no campo do jogo de forças no qual as
estratégias de assujeitamento são múltiplas e difusas, estando presentes no exercício do poder
institucional e na forma da lei, mas também em práticas cotidianas de controle e normalização.
Parece que o exercício do poder na esfera institucional se coloca, então, como uma estratégia tão
legítima como qualquer outra e se apresenta como um meio de introduzir na esfera institucional
do exercício do poder práticas de desassujeitamento feminino, trazendo as resistências cotidianas
para esse âmbito de ação política.
Referências
ROCHA, M. I. B. A discussão política sobre aborto no Brasil: uma síntese. Revista Brasileira
de Estudos de População, São Paulo, v. 23, n. 2, jul./dez. 2006.