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sobre os conflitos que envolveram os jesuítas, as Coroas Ibéricas e com o Papa, culminando na
expulsão dos primeiros em meados do século XVIII. O palco é a região de Sete Povos das Missões,
disputada por espanhóis e portugueses, mas que com a assinatura do Tratado de Madrid (1750),
foi finalmente reconhecida como possessão lusitana. O protagonista, um violento mercador de
escravos, entra para a Ordem dos jesuítas como uma forma de se redimir dos seus pecados (ele
matara seu irmão por um crime passional). Assim, de um carrasco, ele se torna um defensor dos
índios contra os colonos sedentos por lucros, e contra os interesses das Coroas Ibéricas que
começaram a ver nos missionários um grande inconveniente.
É portanto a partir da união entre Estado nacional e Igreja católica que vai se efetivar a
colonização no Novo Mundo, substanciado no regime do padroado. Porém, com as novas ideias
iluministas que irão marcar todo o século XVIII, esse estado de coisas entrará em crise, uma vez
que um dos alvos de maior crítica era exatamente o tradicionalismo católico e a irracionalidade
da ordem absolutista. A ascenção de Pombal em Portugal acelerou ainda mais esse processo, e
em 1759, os jesuítas são expulsos do Brasil. Porém, aos índios nada melhorou, pois muitos deles
já estavam aculturados e deculturados pelas próprias missões jesuíticas. Além disso, eles ainda
ficavam totalmente expostos aos colonos, cujo objetivo não era “salvar”, mas “escravizar” os
nativos.