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Limites parte 1
Limites parte 1
Site: AVA Moodle UTFPR
Curso: CDI1 Câmpus CP, FB, MD, PG e TD
Livro: Limites parte 1
Impresso por: RODRIGO PEREIRA ALVES
Data: segunda, 16 março 2015, 13:52
http://ava.utfpr.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=3408 1/32
16/03/2015 Limites parte 1
Sumário
3.1 Objetivos
3.2 Noção intuitiva
3.3 Definição formal de limites
3.4 Limites laterais
3.5 Propriedades operatórias dos limites
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16/03/2015 Limites parte 1
3.1 Objetivos
Nesse tópico, você aprenderá a expressar algebricamente a definição de limite de uma função
de uma maneira intuitiva; enunciar e aplicar os teoremas de limites; calcular limites laterais;
resolver exercícios de limites quando ocorrer um tipo de indeterminação; identificar e calcular
limites no infinito e limites infinitos. Bem como, calcular limites através dos limites fundamentais e
analisar a continuidade de uma função.
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3.2 Noção intuitiva
A concepção de limite sempre esteve presente nos avanços do Cálculo Diferencial e Integral. O
desenvolvimento do cálculo foi estimulado por dois problemas geométricos: determinação da reta
tangente a uma curva e o cálculo de áreas de figuras planas. Estes dois problemas requerem,
como alicerce, o conceito de limite. Na verdade, todos os conceitos envolvidos no Cálculo estão
alicerçados no conceito de limite. Portanto, será o referencial teórico para o estudo de todos os
conteúdos de Cálculo.
Conceitos do tipo limite são utilizados frequentemente no pensamento “nãomatemático” em
diálogos do diaadia. Por exemplo, a produtividade máxima teórica de uma máquina ou de uma
fábrica é um limite. O qual representa o desempenho ideal (ou limitante), que nunca é atingido na
prática, mas que pode ser aproximado arbitrariamente. Esta mesma ideia aplicase ao
desempenho de qualquer dispositivo mecânico ou eletrônico, para o qual os engenheiros podem
calcular um desempenho (ou limitante). Ela também se aplica, por exemplo, aos lucros sob
condições ideais, à quilometragem de gasolina sob condições e operações ideais, e assim por
diante. Da mesma forma, existem limites inferiores de custo, desgaste desperdício, e assim por
diante.
Para responder esta pergunta, observe os exemplos de sequências numéricas:
Figura 1
perceba que os números aproximamse cada vez mais de zero.
Dizemos que tende a zero e escrevemos .
Figura 2
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Já na sequência apresentada na figura 2, os números crescem sem limitação, dizemos então
que a sequência tende ao infinito e escrevemos .
Agora vamos discutir o conceito de tendência no contexto das funções.
Figura 3
Tabela 1: Apresenta valores arbitrários de e sua correspondência com
Solução
Perceba através da Tabela 1 e do gráfico apresentado na Figura 3, que, quando aproximase
de 3, tanto pela direita, quanto pela esquerda, os valores de ficam mais próximos de 12.
Dizemos que o limite de é 12, quando x tende a 3 e denotamos por:
Solução
Utilizando a Tabela 2 de valores temos:
Tabela 2: Apresenta valores arbitrários de e sua correspondência com .
Perceba a validade do resultado no gráfico do Exemplo 1.
Exemplo 3: Uma empresa de confecção estima que uma funcionária do setor de costura, em treinamento
por dias,tem sua capacidade de produção, de peças por dia, dada por
Nessas condições, mesmo após longo treinamento, qual será a produção diária máxima?
Solução
Notase pela tabela abaixo que à medida que aumentamos o número de dias de treinamento os valores de
se estabilizam próximos a 30.
Portanto, após longo treinamento a funcionária será capaz de produzir 29 peças por dia, como
pode ser verificado no gráfico abaixo:
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Solução
Observase que quando aproximamonos de 0 pela direita, o gráfico da função "cresce
ilimitadamente" sem aproximarse de um valor particular, neste caso dizemos então que quando
tende à zero pela direita, os valores de tendem ao infinito positivo, e escrevemos:
Aproximandose de zero pela esquerda, o gráfico da função "decresce ilimitadamente'' e tampouco se
aproxima de um valor em particular, neste caso dizemos então que quando tende à zero pela esquerda,
os valores de tendem ao infinito negativo, e escrevemos:
Os limites calculados no exemplo são chamados limites laterais, e serão discutidos
posteriormente de maneira detalhada.
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Figura 4
Exemplo 5: Analise o comportamento de
Solução
A função , não está definida em , mas isso não interfere no limite, com a
utilização da calculadora ajustada em radianos obtemos a Tabela 3:
Tabela 3: Apresenta valores arbitrários de e sua correspondência com .
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a qual sugere que e este resultado, está em conformidade com o gráfico
, apresentada na Figura 5.
Figura 5
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3.3 Definição formal de limites
Para obtermos uma demonstração, no sentido matemático do termo, de uma afirmação envolvendo limites,
tornase necessário definir com rigor e precisão o que significam expressões do tipo "a medida que x se
aproxima de , os valores de se aproximam de "ou " podemos tornar a diferença entre e ,
em valor absoluto, tão pequena quanto quisermos, bastando para isso considerar bastante próximo de ,
sem no entanto nunca atingir esse valor".
Na verdade o significado preciso de expressões do tipo acima, foi alvo de discussões acaloradas e acirradas
entre os matemáticos, durante séculos. Foi somente no final do século XIX que o matemático alemão Karl
Weierstrass (18151897) formulou a definição de limite que usamos nos dias de hoje e que apresentamos a
seguir.
De um modo mais geral e preciso, seja um número positivo fixo qualquer. Não importa quão pequeno
seja , podemos tornar a distância de a menor que bastando para isso que esteja
suficientemente próximo de ou, em linguagem matemática, sempre podemos determinar um número
positivo, tal que
A Figura 6 apresenta a definição:
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Figura 6
Figura 7
Observe que não importa quão próximas estejam as retas horizontais (isto é, quão pequeno seja ), sempre
será possível determinar duas retas verticais tais que todo ponto do gráfico de que está entre as duas
verticais deve estar também entre as duas horizontais.
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Exemplo 1: Vamos usar a definição acima para provar rigorosamente que .
Solução
Para isso é preciso descobrir um modo de determinar um valor de que torne a implicação
existente na definição de limite verdadeira qualquer que seja o valor de dado. O
método de determinar , depende da função , e dos valores de e de .
se então .
As seguintes desigualdades são equivalentes:
Colocando o número em evidência
Das propriedades de módulos segue
Lembrando da hipótese , a última desigualdade nos sugere a escolha do . Logo,
.
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Podemos perceber então que, qualquer que seja o número dado inicialmente, basta escolher
para obtermos as desigualdades desejadas. Este exemplo ilustra também o fato de que o número
é, em geral, escolhido em função do número . Por fim, prova que .
Solução:
Para determinar , devemos começar pensando no que queremos ao final do exercício.
Elevando todos os termos ao quadrado, nessa última inequação simultânea:
o que nos leva a
isto é,
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Agora, vejamos que informações esse resultado nos fornece em termos de .
Queremos um tal que
significa encontrar um intervalo em torno de , então, devemos pensar em um
tal que , isto é tal que , o qual deve estar contido no intervalo
. A distância do 5 em relação a 2, é de 3 unidades, e a distância do 5 em relação ao 10 é de 5
unidades, então tomando (ou um número positivo menor que 3), teremos
.
Isto é, tomando teremos .
Exemplo 3: Provando que .
Solução
Da desigualdade que envolve , temse:
Necessitamos agora substituir por um valor constante (k) para contornar a dificuldade encontrada
na expressão , agora determinando tal que:
se
Esta afirmativa pode ser reescrita como:
se
A qual pode ser satisfeita fazendo:
Supondo que k pode ser selecionado de tal forma que:
Neste caso,
se
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Somando 4 a todos os termos da desigualdade para podermos estimar segue
Portanto, .
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MDK7D5c87I
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3.4 Limites laterais
Consideremos o problema já discutido anteriormente:
“O que acontece com quando x aproximase de 3?”
Por meio de uma tabela e também do gráfico dessa função, víamos que, quando x aproximase
de 3 os valores de f(x) ficam próximos de 12, e escrevemos que . Note
que, nesse caso, os valores de f(x) ficam próximos de 12 quando x tende a 3 tanto pela direita
(valores maiores) quanto pela esquerda (valores menores). Dizemos, portanto, que esse limite é
bilateral.
Contudo, algumas funções exibem comportamentos diferentes em cada um dos lados de um
ponto , e nesse caso é necessário distinguir se está próximo de do lado direito ou do lado
esquerdo, de modo que possamos examinar seu comportamento no limite.
e
O símbolo ““ é utilizado para representar um limite à esquerda (e “+” para representar um limite
à direita).
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Note que, no exemplo em questão, como são diferentes os limites laterais, não faz sentido
falarmos no limite bilateral, ou seja, não existe. Para que exista o limite bilateral
de uma função em , os valores de devem tender a um número real quando
tende a , e esse número deve ser o mesmo, independentemente de tender a pela
esquerda ou pela direita.
topico4_limiteslaterais_01.flv
i) o valor de f(x);
ii) os limites laterais;
iii) o limite bilateral.
a)
Solução
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b)
Solução
c)
Solução
Exemplo 2: Utilizando limites laterais, explique porque não existe .
Solução
Como temos que:
e
, ou seja, os limites laterais são diferentes.
Exemplo 3: Determine, se existir, , com .
Solução
Exemplo 4: Determine, se existir, , com .
Solução
Agora podemos resolver o limite por substituição direta, ficando com:
Então, vamos calcular o limite à esquerda. Esse limite também envolve uma indeterminação (não
podemos usar substituição direta pois obteríamos uma divisão por 0), então; fatorando
numerador e denominador para tentar eliminar a indeterminação temos:
Em alguns casos, quando a função não está definida por várias sentenças, ou não temos o
gráfico da função, temos que utilizar uma mudança de variável inserindo o incremento para
encontrar os limites laterais.
Isto é:
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Exemplo 5: Calcule por mudança de variáveis os limites laterais à esquerda e à direita
respectivamente, da função , no ponto .
Solução
Para calcular o limite a esquerda fazemos , com :
Note que os limites laterais são iguais a 4, logo, podemos afirmar que o limite bilateral
.
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3.5 Propriedades operatórias dos limites
Nas discussões anteriores, você teve a oportunidade de entender o comportamento de uma
função próximo de um ponto . Utilizou, para isso, de algumas maneiras de estudar este
comportamento, tais como, tabela de valores, gráfico da função , ou mesmo a definição
usando e . Todos os métodos são bastante eficientes, mas um tanto cansativos.
Muitas funções do Cálculo podem ser obtidas como somas, diferenças, produtos, quocientes e
potências de funções simples. Introduziremos propriedades que podem ser usadas para
simplificar as funções mais elaboradas sem a necessidade de utilizar e para demonstrar o
limite.
Então:
1. Regra da Soma: O limite da soma ou diferença de duas funções é a soma de seus
limites, isto é,
Exemplo 1: Calcular
Solução
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2. Regra do Produto: O limite do produto de duas funções é o produto de seus limites, isto
é,
Exemplo 2: Calcular
Solução
3. Regra da Multiplicação por Constante: O limite de uma constante multiplicada pela
função é a constante multiplicada pelo limite da função, isto é,
Em particular, seja uma constante temos
Exemplo 3: Calcular
Solução
Exemplo 4: Calcular
Solução
4. Regra do Quociente: O limite do quociente de duas funções é o quociente de seus
limites, desde que o limite do denominador seja diferente de zero, isto é,
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Exemplo 5:
5. Regra da Potenciação: O limite de uma potência racional de uma função é a potência do
limite da função, desde que a última seja um número real, isto é,
, para qualquer inteiro positivo n;
Exemplo 6: Calcular o limite
Solução
Exemplo 7: Calcule
Considere:
Solução
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Exemplo 8: Calcule
Considere: se
Solução
Exemplo 9: Calcule .
Considere:
Solução
Vejamos agora o teorema do confronto (também conhecido por “teorema do sanduíche”):
Exemplo 10: Calcule .
Solução
Sabemos que a função seno é uma função limitada, ou seja, .
Assim, tomando e segue
Como
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,
Pelo teorema do confronto podemos afirmar que
Vamos apresentar para você alguns problemas resolvidos indicando o caminho para sua
resolução.
Até o momento, calculamos limites do quociente entre duas funções aplicando a regra do
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Lembre que ao calcular limites de funções, aplicando as regras e proposições discutidas, você
pode chegar a outras expressões cujo significado, ou valor, não é determinado. Ao todo são sete
as indeterminações:
Vamos então calcular alguns limites.
topico5_limitesinfinitos_01.flv
Exemplo 11: Calcular
Solução
Usando as propriedades, temse:
A primeira dedução que se tira precipitadamente é que o que não é verdade.
Neste caso apresentado, a substituição direta não deve ser realizada, pois de acordo com a
regra do quociente de limites, o limite do denominador deve ser diferente de zero, o que não é o
caso. Necessitase então de uma fatoração:
Voltando ao limite temos então:
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Perceba que pode ser qualquer coisa, neste caso específico valeu 2, este tipo de expressão é
chamada de indeterminação.
Exemplo 12: Calcular .
Solução
e para o denominador
Voltando ao limite, temos então:
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Exemplo 13: Calcular
Solução
Novamente temos uma indeterminação do tipo . Para este exemplo, aplicase a racionalização
do numerador, ou seja, multiplicamos o numerador e o denominador pelo conjugado.
Lembrando que o conjugado de uma expressão do tipo é dado por .
Perceba que foi realizada a troca do sinal entre os termos da expressão. Logo, para a expressão
em tela, o conjugado de é . Assim:
Exemplo 14: Calcular
Solução
Neste exemplo utilizaremos novamente a racionalização para remover a indeterminação:
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Exemplo 15: Calcular
Solução
Exemplo 16: Calcular
Solução
Exemplo 17: Calcular
Solução
Neste exemplo utilizaremos a definição de módulo:
Assim, ao invés de calcularmos de imediato o limite bilateral , calcularemos primeiro
os limites laterais (para ) e (para )
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Como os limites laterais são diferentes, concluímos que o limite bilateral não existe.
Exemplo 18: Calcular
Solução
Da definição de módulo segue:
Calculamos agora os limites laterais
Como os limites laterais são diferentes, concluímos que o limite bilateral não
existe.
Exemplo 19: Calcular
Solução
Neste exemplo utilizaremos novamente a definição de módulos:
Calculamos agora os limites laterais
Como os limites laterais são diferentes, concluímos que o limite bilateral não
existe.
Exemplo 20: Calcular
Solução
Neste limite se você tentar utilizar a regra do quociente de limites (que não pode ser aplicado,
pois o denominador tem limite 0), você chegará a indeterminação . Neste caso transformamos
a expressão cujo limite se quer calcular num quociente entre dois polinômios para remover a
indeterminação e para isto realizamos uma mudança de variável, escrevendo .
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Então,
Logo,
Portanto,
Exemplo 21: Calcular
Solução
Neste exemplo também transformaremos a expressão cujo limite se quer calcular num quociente
entre dois polinômios para removermos a indeterminação e para isto realizaremos a mudança de
variável .
De temos que o denominador . Observe que, quando tende
para 1, tende para 1, de fato, faça em e em e terá .
Assim, o limite dado . Agora, a fatoração do denominador é
obtida dividindo o numerador e o denominador por .
Então, e
Logo,
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Portanto,
http://univesptv.cmais.com.br/calculo/home/regrasdecalculodelimite
http://www.youtube.com/watch?v=PeCS7QSwX7A
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