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30/10/2010
Políticas Públicas
2. Modelos de Estado:
O Estado liberal foi concebido pelas ideais de Locke e Montesquieu e se firmou logo após a
revolução francesa, no final do século XVIII. Nesse Estado, as funções estatais eram reduzidas e o
objetivo era limitar o poder político. Por isso a teria da separação dos poderes.
Este Estado foi marcado por algumas características:
2- Império da lei
Logo, não há que se falar em atividade de fomento, em planejamento social, isso não está na
pauta do Estado. A questão é assegurar direitos individuais por meio da lei. E como o foco era
a burguesia, ela queria assegurar os direitos de liberdade, propriedade..., que são de primeira
dimensão. Então para o Estado era imposto o dever de prestação mínima, de se abster. Prevalência
nesse Estado o individualismo em face do interesse social. Portanto, era um Estado do legislativo,
pois a lei imperava.
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Estado Social – Poder executivo
Aqui no Estado social passou-se a aplicar o princípio da igualdade material. O que se pretendia
com o Estado social era corrigir os erros cometidos no Estado liberal, ensaiando a busca pela
justiça social. Diante disso a Administração Pública passou a ter uma feição diferente, prestando
serviço à sociedade, logo o Estado deixou de ser abstencionista para ser prestacional – educação,
privilegiando a proteção dos filhos e das famílias-. Nesse contexto os direitos de segunda
geração ou dimensão passaram a ser tutelados, já que necessita que o Estado tenha conduta
positivas, preste ações e, o indivíduo tem o direito subjetivo, logo pode exigir esta prestação do
Estado.
No Estado liberal, o poder que se destacava era o legislativo, pois estava-se no império da lei, se
resguarda os direitos a partir do descrito na lei. Neste o executivo terá prestígio.
A CF deixa de ser apenas uma carta de proposição, buscando a efetividade dos comandos
constitucionais. E para tal, há necessidade que se tenha fiscalização realizada por uma jurisdição
constitucional.
Para que se realize esses comandos constitucionais, o Estado irá se valer das políticas publicas,
que são assim instrumentos de efetivação desses direitos.
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3. Conceito de Políticas Públicas
Fabio Conder Comparato: devem ser entendidas como um programa de ação, que se lastreia em
atividades organizadas em normas e atos pendentes a um determinado objetivo.
Para que se tenha política pública há necessidade da existência de direitos sociais, estes direitos se
relacionam diretamente com as políticas publicas pois necessitam de prestação do Estado e as
políticas publicas são os instrumentos que o Estado dispõe para efetivação destes direitos
A Política pública tem o objetivo de realizar e concretizar direitos fundamentais de segunda
e terceira dimensão.
1- Escolha da política: ele que irá escolher a Política pública a ser implementada, propondo ao
legislativo, por exemplo, educação, o poder público vai implementar uma política publica na
educação como alfabetização de pessoas acima de 40 anos. Para isso precisa-se de lei para
viabilizar essa política publica, logo o administrador levará ao legislativo, que por sua vez
aprovará.
2- Uma vez aprovada a Política pública, com legislação própria. Mas uma vez o executivo vem a
atuar, no sentido de executar a política.
Logo, não resta dúvida quanto à participação efetiva do Poder Executivo e legislativo na Política
pública.
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O Estado-juiz, o judiciário teria legitimidade para atuar em se tratando de Política pública?
1- Existem parâmetros objetivos para o controle da Política pública, logo nada obsta que o
Poder Judiciário proceda a este controle;
ESTUDAR ADPF 45 é emblemática: Nesta ADPF não houve a analise do mérito da questão,
pois a lei que se tratava teve um veto do presente da republica e a ADPF perdeu o objeto
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Diante de tudo isso, a pró, pensa sobre a legitimidade do Poder Judiciário para aferição da Política
pública: o Poder Judiciário tem legitimidade sim para efetivar este controle, atribuída pela
própria CF, contudo não permite que o Poder Judiciário análise de forma ilimitada as questões
de Políticas publicas, pois se assim não for haverá violação ao princípio de separação de poderes.
Para se falar de controle judicial é preciso falar sobre reserva do possível e mínimo existencial
5. Reserva do possível
Constitui a principal escusa do Poder executivo para justificar a não implementação da Política
pública. E, esta reserva do possível decorre da impossibilidade material de realização de uma
determinada despesa por insuficiência de recursos financeiros. As necessidades são ilimitadas,
e os recursos são por sua vez limitados, portanto cabe ao Administrador eleger o que é prioridade,
implementando as Política pública na medida do quantum ele possua de recursos disponíveis para
isso. Não tendo condições de atender a todas as necessidades,e, quanto mais pobre o Estado,
maiores são as necessidades, e as mais básicas. Desta forma a reserva do possível varia.
Essa teoria da reserva do possível tem como nascedouro, sendo desenvolvida no direito alemão,
de onde se entende que o reconhecimento dos direitos sociais – segunda
dimensão/prestacionais- depende da disponibilidade de recursos públicos necessários para
satisfação destes interesses. Isto porque implementar Política pública custa dinheiro.
Dirley questiona a aplicabilidade desta teoria, entendendo que ela foi desenvolvida na Alemanha
dentro de um contexto político social que é distinto do contexto brasileiro. Logo, em um Estado
em que existem tantas necessidades mínimas a serem prestadas/atendidas que não cabe essa
reserva.
Noutro sentido tem-se Bruno Lemos que aduz: para ele, aplicabilidade imediata dos direitos
sociais não significa dizer desconsideração dos meios e dos recursos disponíveis, logo, esses
direitos fundamentais tem aplicabilidade imediata, tem de ser prestados, mas para não isso não deve
se desconsiderar os meios e recurso para efetivá-los. Estes são limitados em detrimento das
necessidades serem ilimitadas
6. Mínimo existencial
Consiste na parcela mínima de direitos que o Estado deve observar para que seja
caracterizado como Estado de direito, são todas as condições mínimas para existência
digna.
Dirley sustenta que uma vez não atendida o padrão mínimo, o Poder judiciário estaria legitimado
a interferir e garantir este mínimo. E, no voto do ministro Celso de Mello se manifesta cm
relação a este , frente à omissão estatal o Poder Judiciário estaria legitimado a atuar.
7. Parâmetros de controle
A) Objetivos
O Poder judiciário deve intervir, fazendo este papel de controle de fiscalização, mas deve fazê-lo
com base em parâmetros de controle:
E , a própria CF adota este critério em dois dispositivos , art. 198, §2º, atribuindo quota do
orçamento mínima para utilização na política publica, logo se o executivo não utilizar
este mínimo o Poder Judiciário poderá intervir, pois a omissão não seria justificada já que
estaria descumprindo o comando descrito na CF. e Art. 212, CF: existe aqui um mínimo a ser
utilizado do orçamento a fim de ser implementada na política publica da educação
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B) Sugeridos pelo Professor, Luiz Roberto Barroso no que toca a atuação judicial no
fornecimento de medicamentos.
Além disso Luis Roberto Barroso no que toca política publica na saúde, estabelece alguns
parâmetros a serem seguidos pelo Poder Judiciário:
A alteração das listas pode ser objeto de discussão no âmbito de ações coletivas:
3- Deve sempre escolher aqueles que tenham substancias no Brasil já que o custo seria
menor;