Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
. . O PRESIDENTE DA REPÚ
creta e eu sanciono a seguin
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. dio, públicos e privados, Cor
ra afro-brasileira e indígena
2 Artigo de Lei que inclui a obrigatoriedade d o Ensino da Cultura e História i n d í g e n a 3 Artigo de Lei q u e inclui a o b r i g a t
nas Instituições de E n s i n o : Lei N° 11.645.10 d e m a r ç o d e 2008.
nas Instituições d e E n s i n o : Lei N"
nistério d a E d u c a ç ã o , Secretar
M é d i o , 1996:69)
Art. 2" Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Todavia, na verificação das
Brasflia, lOde março de 2008; 187 o da Independência e 120 o da República. ciais e históricos nas diversas te
d o outro, d e u m ou mais grupos,
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA . . .. tre culturas. Neste processo de d
Fernando Haddad . .. sidade, constrói-se u m sujeito qu
O aluno ancorado nos f u n d a m e
posicionará criticamente perant
os seus c o m p a n h e i r o s e atitudes
Nas p r o p o s t a s c u r r i c u l a r e s e g o v e r n a m e n t a i s , o b s e r v a m o s q u e o e n s i n o
injustiça e preconceito (Brasil, M
de h i s t ó r i a é c o n s i d e r a d o u m i m p o r t a n t e e l e m e n t o n a c o n s t r u ç ã o i d e n t i t á r i a
Média e Tecnológica. Parâmetro
dos a l u n o s . D e s t a r t e , e s t e e s t u d o é u m a r e f l e x ã o a c e r c a d a s p r á t i c a s d e e n s i n o
to de cidadania nos Parâmetros
no c o t i d i a n o e s c o l a r , s o b o v i é s d a o b s e r v a ç ã o d o t r a t a m e n t o d e a b o r d a g e n s
peito a u m cidadão abstrato, por
étnico-sociais n e s t e s e s p a ç o s . As i n s t i t u i ç õ e s d e e n s i n o n ã o d e v e m se a p a r t a r
o o b j e t i v o d e q u e os a l u n o s a v a l
das d i s c u s s õ e s a c e r c a d a d i v e r s i d a d e é t n i c a , c u l t u r a l e d e g é n e r o , p o i s s u a
sua identidade. A construção ide
realidade e c o t i d i a n o t é m a p r e s e n ç a d e d i s c e n t e s e d o c e n t e s d e d i f e r e n t e s
ção, a c o m p r e e n s ã o dos resulta
pertencimentos e origens étnico-raciais, idades e p o s i c i o n a m e n t o s afetivo-
no contexto escolar e seu confro
-sexuais. O s p r o c e s s o s e d u c a t i v o s , a s s i m c o m o a h i s t ó r i a , n ã o s ã o c a r a c t e r i -
zados p e l a u n i d a d e , s o b a " f o r m a m o n o l í t i c a " , m a s , s o b r e t u d o p e l a r i q u e z a A História atua c o m o prin
20
atuação e propostas didático-pedagógicas. Relataremos aspectos de u m es- cutar u m projeto d e ensino, o p
tudo realizado na cidade de Viçosa (2006-2007), no estado de Minas Gerais, por intermédio de aproximaçõe
c o m o intuito de problematizar a estruturação das propostas de atuação pe- e pesquisas) e o saber escolar, n
d a g ó g i c a na t e m á t i c a da História indígena. S u g e r i m o s possíveis a b o r d a g e n s diferentes cabedais e experiênci
pedagógicas e temáticas embasados no estudo de questionários aplicados tárias e trajetórias familiares.
por a m o s t r a g e m e m a l g u m a s instituições de ensino, tanto públicas q u a n t o O "cientista" estabelece e a
privadas, de Viçosa.' Por meio da análise dos d a d o s dos questionários aplica- lução de situações concretas. C
dos nas escolas, e v i d e n c i a m o s a l g u n s p r o c e d i m e n t o s e m p r e g a d o s no trata- (1991) e Selva Fonseca (2003),
m e n t o das questões étnicas no meio educacional. Partindo da realidade do bilidade pessoal. O ofício d o e d u
e n s i n o n a q u e l a c i d a d e , t r a ç a r e m o s n o r t e a m e n t o s para as práticas d e e n s i n o e o u d e u m a prçcisa e rigorosa me
a p r e n d i z a d o e m u m c o n t e x t o mais amplo.^ diversas pessoas no ambiente e
seca, 2003). O elemento h u m a n o
peia professora M a n a Alice M o t a Araújo (Escola Estadual Effie Rolfs) e remetidos para questionamentos do presente p
a Secretaria Regional d e Ensino d e Ponte N o v a . -se a p a r t i r d e s u a s p o s i ç õ e s d o p
6 A g r a d e ç o a Professora Keila D e s l a n d e s pela interlocução nos cursos d e aperfeiço- pesquisa e do sujeito q u e a realiz
a m e n t o G é n e r o e D i v e r s i d a d e na Escola ( G D E - U F O P ) , E d u c a ç ã o para Diversidade e
C i d a d a n i a (EDC-UFOP) e no C u r s o d e Especialização G e s t ã o de Políticas Públicas e m
G é n e r o Raça e Etnia (GPP-GRE/UFOP), o f e r t a d o peia Cátedra da UNESCO, Aguas M u - 7 A História náo possui u m progre
lheres e D e s e n v o l v i m e n t o ( U F O P ) ; a Professora Maria Alice M. Araújo, da Escola Esta- râneas s u p e r e m as anteriores. A his
dual Effie Rolfs, peio a p o i o c o n c e d i d o no d e s e n v o l v i m e n t o d a s pesquisas d e c a m p o e u m "progresso dialético", pois as obr
pela s u p e r v i s ã o d o projeto d e i n t e r v e n ç ã o a p l i c a d o nas escolas d e Viçosa n a c o n c l u - d i á l o g o c o m obras posteriores. O p a
são d e m i n h a licenciatura e m História, na U n i v e r s i d a d e Federai d e Viçosa ( U F V ) . caleidoscópica (Schaf, 2003:13-14).
22
radas, o u d e sua releitura, de novos conteúdos, conceitos, técnicas e teorias, o bons no esporte"; "Que existe pr
historiador suscita u m a reavaliação do passado e de suas interpretações an- r a c i s m o n e s t a s é f e i t o p o r negros
teriormente estabelecidas. À maneira do historiador, o professor ao construir Foram aplicados questioná
suas práticas de ensino e seus materiais e m p r e g a trabalhos historiográficos e duais do Município de Viçosa: D
d i s c u r s o s d e s u j e i t o s h i s t ó r i c o s p a r a c o n s t r u i r s u a a ç ã o e, p o r q u e n ã o , a f i r m a r Freitas, Raul de Leoni, M a d r e
sua (re)interpretaçào da história. B o r g e s e Effie Rolfs.'" D e n t r e o s
C o n f o r m e Maurice Tardif e colaboradores (1991:218-219), o saber d o c e n - c o m p r e e n d i a m acerca das quest
te é u m saber plural f o r m a d o pela " a m á l g a m a a p a r e n t e m e n t e coerente" dos tura d e s t a c a m o s : "Os negros so
saberes a d v i n d o s da formação profissional, dos saberes das disciplinas, das negro é racismo"; "Todos tém o
estruturas curriculares e da experiência. A atividade de d o c ê n c i a náo constitui criminadas pela coloração da pel
u m a m e r a r e p r o d u ç ã o e d i s s e m i n a ç ã o de c o n h e c i m e n t o s por parte d o profes- f o r a m d i s c r i m i n a d o s " ; "A h i s t ó r
sor, p o i s e s t e . e m s u a s v i v ê n c i a s e e x p e r i ê n c i a s , c o n f r o n t a s a b e r e s , r e a l i d a d e s , d i s c r i m i n a ç ã o r a c i a l n o Brasil",
c o n h e c i m e n t o s , representações, reavaliando c o n s t a n t e m e n t e seu corolário evidenciamos que gostariam est
t e ó r i c o e c o n c e i t u a i ( T a r d i f et a l . 1 9 9 1 : 2 1 8 - 2 1 9 ) . A o e n s i n a r , o p r o f e s s o r p r o c e - as q u e s t õ e s étnico-culturais na s
d e r á c o m u m e n r e d o e u m a leitura q u e se e s t r u t u r a r a d e a c o r d o c o m as suas g e m do racismo"; "Por q u e as p
necessidades e percepções das realidades/anseios circundantes. v i v i a m na África antes d e s e r e m
Neste sentido, os d o c e n t e s d e v e m conhecer e pesquisar o seu c a m p o de os racistas"; "motivos d e t e r e m s
atuação e aspectos das trajetórias individuais e vivências de seus alunos para renciações de racismo, preconce
m e l h o r p r o c e d e r c o m suas a t i v i d a d e s d e e n s i n o / a p r e n d i z a d o . Para realizar o se d i s c r i m i n a r u m b r a n c o " ; "por
diagnóstico d e seu cotidiano escolar e a f u n d a m e n t a ç ã o de sua prática peda- Ao relatar seus c o n h e c i m e
gógica, os d o c e n t e s p r e c i s a m coletar d a d o s por intermédio d e formulários a diferentes grupos étnicos no Br
serem distribuídos e m m e i o aos docentes e discentes de sua instituição esco- país p o s s u í m o s forte preconceit
lar. N a a n a l i s e d a s a b o r d a g e n s e t n i c o - r a c i a i s n o s e s t a b e l e c i m e n t o s d e e n s i n o índio na composição d e nossa s
da cidade de Viçosa, procedemos c o m a aplicação de questões e formulários cultura, evidenciando t a m b é m
para professores e alunos.* No questionamento acerca do que sabem sobre trabalho e nas Universidades. O
as "questões é t n i c a s e raciais" no Brasil, os d i s c e n t e s m a n i f e s t a r a m q u e c o m - tem o sangue negro e indígena
p r e e n d i a m : "A H i s t ó r i a d o N e g r o e d a e s c r a v i d ã o n o B r a s i l " : " Q u e e x i s t e q u o t a s resses, os discentes a l m e j a m c o
para negros nas Universidades"; "Que negros e índios sofrem preconceitos e justificativas político-jurídicas;
d i s c r i m i n a ç ã o racial, s e n d o ainda escravizados e h u m i l h a d o s " ; "Que o racismo zados; c o m o estes viviam antes
ê uma forma de preconceito"e"é u m crime, p o d e n d o resultarem prisão";"Que e x i s t e n t e e n t r e os í n d i o s e n e g r o
nosso país é rico e m diversidade cultural, t e n d o o negro e o índio contribuído
para a nossa cultura"; "Que vários povos contribuíram para o desenvolvimen- 9 As expressões entre aspas c o r r e s
t o d o Brasil"; " Q u e os negros são m a l r e m u n e r a d o s e m relação aos brancos"; formulários e q u e s t ó e s aplicadas e
"Que os índios são preguiçosos e a d o r a m b e b e r cachaça"; "Que os negros são 10 Foram e n t r e g u e s c e n t o e trinta
Ensino F u n d a m e n t a l - Fase IV, q u
Alice Araújo. (Escolas p e s q u i s a d a s
Freitas, R j u i de Leoni, Madre Sant
Effie Rolfs.)
8 Dos q u e s t i o n á r i o s a p l i c a d o s n o colégio E q u i p e , trinta e cinco o f o r a m no Ensino 11 F o r a m e n t r e g u e s cento e q u a r e
F u n d a m e n t a l , s e n d o d e v o l v i d o s t o d o s os d e m a i s formulários. ca aos e d u c a n d o s d o e n s i n o f u n d a
24
' N a s e s c o l a s a n a l i s a d a s , as p r i n c i p a i s d ú v i d a s e c u r i o s i d a d e s discentes n o s d i s c u r s o s d o s c o r p o s d e leis e
a c e r c a das relações e n t r e os g r u p o s é t n i c o s n o Brasil p o d e m ser s o l u c i o n a d a s resultados de 116 questionários d
e respondidas c o m u m e s t u d o mais a p u r a d o acerca da história africana e d e de ensino de Viçosa, p o d e m o s evi
suas ligações c o m os d o m í n i o s ultramarinos, especificamente c o m a A m é r i c a tância do negro e do índio na for
P o r t u g u e s a . Para o c a s o i n d í g e n a , o professor d e v e p o n t u a r as diferentes et- como elemento "condicionador
nias i n d í g e n a s , d e s t i t u i n d o - a s d e u m a c o n c e p ç ã o a r r a i g a d a d e u n i d a d e c u l t u - e s t u d a n t e s se p o s i c i o n a r a m c o m
ral e d e d e s e n r a i z a m e n t o p e l a a ç ã o d o c o n q u i s t a d o r e d o E s t a d o . S a l i e n t a m o s socioeconómica de alguns indíg
a necessidade de análise da trajetória dos índios nos processos de conquista cursos discentes enfatizam a riqu
colonial, não incorrendo na interpretação da oscilação de u m a i m a g e m de músicas, danç as, religião, mitos
assimilados ou de bárbaros, mas nos dilemas e percepções q u e possuíam no experiência da "escravidão é e x t r
transcorrer dos diferentes contatos culturais. Todavia, d e v e m o s destituir d o D e m a n e i r a g e r a l , os e s t u d a
imaginário dos a l u n o s a arraigada r e p r e s e n t a ç ã o d e u m a "cultura i n d í g e n a mais sobre a História da África e
o r i g i n a l o u pura", p o r q u e a s c o m u n i d a d e s s e m p r e v i v e n c i a v a m constantes difusões e argumentos de ações
contatos culturais c o m o m u n d o colonial e c o m outras c o m u n i d a d e s nativas, com questionamentos recorrente
portanto, modificando suas concepções de espaço e Identidades. m e n t a l e na m í d i a ; tais c o m o o "
Desta forma, a prática d o c e n t e d e v e incidir e m u m a história q u e a b o r d e tema de Cotas nas Universidade
o cotidiano, e n f o c a n d o as estratégias d e resistência e inserção dos negros e e indígenas. Os alunos e s t a b e l e c
índios nas sociedades coloniais e na sociedade nacional. Q u a n d o da solução e inclusão social e as realidades d
r e s p o s t a p a r a as p r i n c i p a i s i n q u i e t a ç õ e s e c u r i o s i d a d e s d o s e d u c a n d o s , o p r o - pações acerca de posicionamento
fessor d e v e proporcionar na a b o r d a g e m d e seus c o n t e ú d o s o e s t a b e l e c i m e n - contendas étnico-culturais fora
to d e c o n e x õ e s e n t r e a s i t u a ç ã o h i s t ó r i c a d o i n d í g e n a n a s o c i e d a d e brasileira da e d u c a ç ã o básica. Os alunos t a
c o n t e m p o r â n e a e a sua realidade no passado histórico. P o d e m o s evidenciar negros nos meios d e c o m u n i c a ç ã
q u e no discurso dos discentes o negro e o índio são interpretados c o m o ex- te d e s e m p e n h a m papéis m e n o r e s
cluídos da sociedade e passíveis de i n ú m e r a s violências q u e perdurariam e m a total ausência d o indígena nest
nossa tessitura social d e s d e o s t e m p o s coloniais. U m a l u n o redigiu nos for- D e n t r e os itens assinalados
mulários u m q u e s t i o n a m e n t o e m b e b i d o por forte t o m preconceituoso e d e légio Equipe, acerca do gostaria
d e b o c h e a o n o s i n d a g a r : " Q u e m foi o p r i m e i r o n e g r o a a p a n h a r e o p r i m e i r o na realidade Brasileira, p o d e m o s
veado?". discriminados e m Minas Gerais"
Esse q u e s t i o n a m e n t o sinaliza a imperiosa necessidade de integração das m e l h o r m e i o para equiparar a es
questóes étnico-raciais no cotidiano escolar, para problematizar e conscienti- a origem do Candomblé e para q
zar o s e s t u d a n t e s d e p o s i c i o n a m e n t o s e s s e n c i a l m e n t e r e d u c i o n i s t a s , p r e c o n - personalidade e profissionais neg
ceituosos. Os a r g u m e n t o s discentes c o n c e r n e m ao n e g r o e a o indígena no d i v u l g a ç ã o da cultura negra e ind
papel d e meras vítimas da escravidão e das desigualdades socioeconómicas tos"; "Onde cada u m guarda o se
e politicas da nossa realidade societária; o u estão e i v a d o s de u m discurso d e d o p r e c o n c e i t o " e "até q u e p o n t o
equidade e d e cidadania e n d o s s a d o geralmente pelas instituições de ensino, ta"; "Exemplos e causas da discr
o r a c i s m o " ; "Os d a d o s c o l e t a d o s
26
"Como é o racismo na Escola pública? É diferente da Escola particular? C o m o AVALIAÇÃO DAS TEMÁTICAS ÊTNÍC
t ê m sido r e a l i z a d a s as c a m p a n h a s n a s Escolas?".
S e m s o m b r a de d ú v i d a , d e v e m o s problematizar a importância dos esta- C o m base nos questionários a
belecimentos de ensino no processo d e conscientização da realidade social, d e m o s observar que a temática étn
liaremos alguns a r g u m e n t o s esboçados por alunos do ensino médio, da Esco- possibilitem tratar o assunto". A p
12 O p t a m o s p e l a m a n u t e n ç ã o ortográfica e estruturai d o texto escrito nos questio- de gestão pública, a cultura dos af
nários. tes e r a m abordadas c o m o e l e m e n t
28
o u l e m b r a d a q u a n d o se t o r n a t ó p i c o na m í d i a ( 1 2 , 0 3 % ) . A p r o x i m a d a m e n t e Hoje e m dia apesar de possuir
5 6 , 3 9 % dos educadores consideram a cultura africana e de seus descenden- tos c o m o cotas para negros nas
exploração, a discriminação e o preconceito, mesmo que e m menor quantidade. e n v o l v e discussões étnicas e racia
30
e m relação a estas q u e s t õ e s , s e n d o t r a n s m i s s o r e s d e c o n t e ú d o s d o s livros analisarmos os formulários aplica
didáticos e m a n u a i s p e d a g ó g i c o s . Os e d u c a d o r e s da rede privada r e p e n s a m u m quadro bastante similar ao a p r
^ suas ações cotidianas por meio da exposição de valores e conceitos acerca Observamos, através dos ques
das q u e s t ó e s raciais n o Brasil ( 4 7 , 9 1 % ) , m a s 4 3 , 7 5 % p r e f e r e m posicionar-se sino de Viçosa, q u e os professores
de "forma neutra" diante de questóes sociais, p a u t a n d o - s e nas apostilas e m á - dificuldade para trabalhar c o m o
todos de e n s i n o da instituição e m que i e c i o n a m . Deste total de professores, empecilhos para o tratamento des
s o m e n t e 8 , 3 3 % i n v e s t e m no e s t u d o d e q u e s t õ e s é t n i c a s e raciais para f u n d a - ção académica deficiente, da nec
mentar seu corolário profissional. especialização na área, assim c o m
A p r o x i m a d a m e n t e 6 5 % dos professores das escolas privadas e de tutela estudos contemporâneos sobre "ed
g o v e r n a m e n t a l a s s i n a l a r a m q u e n o c o t i d i a n o "as q u e s t õ e s r a c i a i s n a e s c o l a " "pretensa" e professada igualdade
são t r a b a l h a d a s e m d e t e r m i n a d a s e t a p a s do a n o letivo. C e r c a de 3 0 % d o s escolares, ponto que norteia proje
professores de escolas públicas a f i r m a m existir na instituição projetos cole- colas, p o d e ser v e r i f i c a d a n o s a r t i
tlvos q u e p o s s u e m a p a r t i c i p a ç ã o d e t o d o s os f u n c i o n á r i o s e d a d i r e ç ã o . Nos diretrizes da e d u c a ç ã o nacional. P
e s t a b e l e c i m e n t o s particulares, s o m e n t e 1 7 , 7 0 % a f i r m a r a m existir essa c o n - nada pelos professores através de
duta. O questionamento realizado aos docentes visando compreender c o m o a pesquisadora Nilma Uno G o m e
t r a b a l h a m as q u e s t õ e s raciais na escola incidiu n o s e g u i n t e r e s u l t a d o : as ins- pontos norteadores das práticas e
tituições e s t a d u a i s a r g u m e n t a m q u e os c o n t e ú d o s t r a b a l h a d o s s ã o "contex- tos para t o d o s os m e m b r o s d a i n s t i
tualizados n a realidade do aluno, levando-o a fazer u m a análise crítica de sua e m sinónimo de homogeneidade,
t r a j e t ó r i a , a fim d e c o n h e c ê - l a m e l h o r , e c o m p r o m e t e n d o - s e c o m s u a t r a n s - tos morais e religiosos. Os discurs
formação" (77,44%); 3 % dos educadores consideram a abordagem da Cultura pela sociedade civil m a s c a r a m a co
e História Afro-Brasileira u m assunto que n ã o diz respeito ao interior da esco- seus corpos constitutivos. Destarte
la. C o n s o a n t e a e s t e r e s u l t a d o , o b s e r v a m o s q u e 1 9 , 5 4 % d e s t e s p r o f i s s i o n a i s qual prevalece u m "padrão único e
p r e f e r e m trabalhar o t e m a d e f o r m a m a i s g e n e r a l i z a d a , pois c o n s i d e r a m q u e com uma identidade homogénea (
a escola não t e m c o n d i ç õ e s de operacionalizar esta a b o r d a g e m . As escolas Os questionamentos suscitado
privad as n o t r a t a m e n t o das q u e s t õ e s étnicas e raciais t a m b é m i n c i d i r a m na tantes para p e n s a r m o s a realidade
a d a p t a ç ã o da t e m á t i c a ao cotidiano discente (66,66%). Cerca de 17,7% dos to u m p a d r ã o h o m o g é n e o d e t r a t a
profissionais d a e d u c a ç ã o a f i r m a r a m q u e este a s s u n t o n ã o deveria ser abor- cola refletem a realidade de u m d
d a d o pela escola e 1 5 , 6 2 % especificam u m a a b o r d a g e m tangencial, pois não construção dos argumentos empre
p o s s u e m subsídios necessários para a discussão. 2002:276-277). Os docentes da edu
pamentos étnicos, os estabelecimentos de ensino privados demonstraram cotidiano escolar e de ponderar sua
u m quadro interessante: 4 6 , 8 7 % dos docentes que responderam o questioná- mestres d e todas as instituições d e
32
de a m b a s observarem a importância d e discutir a cultura afro-brasileira e a s
identidades pessoais e coletivas n o c o t i d i a n o escolar. C o n t u d o , o b s e r v a m o s construção da Identidade pes
os alunos argumentaram, ao responder os formulários propostos, q u e a e seu espaço d e atuação (Fon
• Q u e tal p r o p o r , e m n o s s o e s p a ç o d e a t u a ç ã o , u m t r a b a l h o c o l e t i v o c o m
a participação de todos, inclusive dos m e m b r o s da direção e dos funcio-
nários?
36