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Lei Eusébio de Queirós

O Governo imperial, nas mãos dos saquaremas desde 1848, temendo uma ação efetiva da
Inglaterra, elaborou um projeto de lei, apresentado pelo Ministro da Justiça Eusébio de
Queirós, ao Parlamento, visando à adoção de medidas mais eficazes para a extinção do tráfico
negreiro. O projeto, convertido em lei em setembro de 1850, apoiado nos mais "sólidos
princípios do direito das gentes," extinguia o tráfico determinando que:

(...) "Artigo 3º - são autores do crime de importação, ou de tentativa dessa importação, o


dono, o capitão ou mestre, o piloto e o contramestre da embarcação, e o sobrecarga. São
cúmplices a equipagem, e os que coadjuvarem o desembarque de escravos no território
brasileiro de que concorrerem para ocultar ao conhecimento da autoridade, ou para os
subtrair à apreensão no mar, ou em ato de desembarque sendo perseguida."

Muitos protestaram contra a decisão do Governo imperial, o que motivaria, mais tarde, a ida
de Eusébio de Queirós à Câmara dos Deputados, a 16 de julho de 1852. No seu depoimento
lembrou que há tempos inúmeros fazendeiros - em especial os do "Norte do Império" -
enfrentavam dificuldades financeiras graves, não tendo como pagar as dívidas contraídas com
os traficantes de escravos. Muitos tinham, inclusive, hipotecado suas propriedades para
grandes traficantes - entre os quais inúmeros portugueses - a fim de obter recursos destinados
à compra de cativos. Prosseguiu Queirós dizendo que (...) "os escravos morriam mas as dívidas
ficavam e, com elas, os terrenos hipotecados". Neste contexto de risco, Eusébio de Queirós
apelava para a mudança da "opinião pública" quanto à extinção do tráfico, acentuando a
possibilidade "da nossa propriedade territorial" passar das mãos dos fazendeiros para "os
especuladores e traficantes".

Eusébio de Queirós, ao citar os "especuladores e traficantes", era claro: estava se referindo aos
portugueses. Isto trazia, então, de volta à cena, naquele momento, o velho "fantasma
português" que viria assombrar a "soberania nacional" e a "civilização" porque estava
atingindo a grande lavoura.

Por outro lado, Eusébio de Queirós fornecia mais outra razão para a extinção do tráfico. Se
continuasse a entrar no Império uma grande quantidade de negros cativos, como nos últimos
anos, haveria um desequilíbrio entre as categorias da população - livres e escravos -
ameaçando os primeiros. A "boa sociedade" ficava exposta, então, a "perigos gravíssimos" já
que tal desequilíbrio causara inúmeras rebeldias de escravos, como a que ocorrera em
Salvador em 1835: a Revolta dos Malês.

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