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PRF

Policial Rodoviário Federal

1 Ética e moral ..................................................................................................................................... 1

2 Ética, princípios e valores ............................................................................................................... 12

3 Ética e democracia: exercício da cidadania .................................................................................... 14

4 Ética e função pública ..................................................................................................................... 19

5 Ética no Setor Público. 5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal)........................................................................................................... 22

Candidatos ao Concurso Público,


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Bons estudos!

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1 Ética e moral

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br

Introdução:

Ética:

Ética é uma palavra de origem grega – ethos – que significa caráter.

Diferentes filósofos tentaram conceituar o termo ética:

. Sócrates ligava-o à felicidade de tal sorte que afirmava que a ética conduzia à felicidade, uma vez
que o seu objetivo era preparar o homem para o autoconhecimento, conhecimento esse que constitui a
base do agir ético.
A ética socrática prevê a submissão do homem e da sua ética individual à ética coletiva que pode ser
traduzida como a obediência às leis.

. Para Platão a ética está intimamente ligada ao conhecimento dado que somente se pode agir com
ética quando se conhece todos os elementos que caracterizam determinada situação posto que somente
assim, poderá o homem alcançar a justiça.

Para José Renato Nalini1 “ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.2 É
uma ciência, pois tem objeto próprio, leis próprias e método próprio, na singela identificação do caráter
científico de um determinado ramo do conhecimento.3 O objeto da Ética é a moral. A moral é um dos
aspectos do comportamento humano. A expressão moral deriva da palavra romana mores, com o sentido
de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática.

Com exatidão maior, o objeto da ética é a moralidade positiva, ou seja, "o conjunto de regras de
comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem".4 A distinção
conceitual não elimina o uso corrente das duas expressões como intercambiáveis. A origem etimológica
de Ética é o vocábulo grego "ethos", a significar "morada", "lugar onde se habita". Mas também quer dizer
"modo de ser" ou "caráter". Esse "modo de ser" é a aquisição de características resultantes da nossa
forma de vida. A reiteração de certos hábitos nos faz virtuosos ou viciados. Dessa forma, "o ethos é o
caráter impresso na alma por hábito".5”
Perla Müller6 explica vários aspectos da ética, quais sejam: ética especulativa que é aquela que busca
responder, de forma não definitiva, indagações acerca da moral e de seus princípios de sorte que,
utilizando-se de investigação teórica é possível à ética explicar algumas realidades sociais.
Para a mesma, a ética é ainda pedagogia do espírito, posto que é o estudo dos ideais da educação
moral. A ética pode ser vista também como a medida que o indivíduo toma de si, portanto, é pessoal e
voluntária.

Em suma: “ser ético significa conhecer e cumprir o dever; a ética é a condição que possibilita o
conhecimento do dever. O ‘dever’ repousa, antes de qualquer coisa, no reconhecimento da necessidade
de respeitar a todos como fins em si mesmos e não como meios para qualquer outro objetivo”.

1
NALINI, José Renato. Conceito de Ética. Disponível em: www.aureliano.com.br/downloads/conceito_etica_nalini.doc.
2
ADOLFO SÁNCHEZ V ÁZQUEZ, Ética, p. 12. Para o autor, Ética seria a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em
sociedade.
3
Ciência, recorda MIGUEL REALE, é termo que "pode ser tomado em duas acepções fundamentais distintas: a) como 'todo conjunto de
conhecimentos ordenados coerentemente segundo princípios'; b) como 'todo conjunto de conhecimentos dotados de certeza por se fundar em
relações objetivas, confirmadas por métodos de verificação definida, suscetível de levar quantos os cultivam a conclusões ou resultados
concordantes'" (Fílosofia do direito, p. 73, ao citar o Vocabulaire de Ia phílosophie, de LALANDE).
4
EDUARDO GARCÍA MÁYNEZ, Ética - Ética empírica. Ética de bens. Ética formal. Ética valorativa, p. 12.
5
ADELA CORTINA, Ética aplicada y democracia radical, p. 162.
6
MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Jus Podivm, 2014.

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A ética guarda estreita relação com a moral e os princípios, porém com esses não se confunde.
A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de convívio humano. No convívio social se faz
necessário a obediência de certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social, essas
são as normas éticas.
Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos valores e princípios dessa mesma
sociedade e influenciam a formação do caráter individual do ser humano que nessa convive.
Os valores de uma sociedade são baseados no chamado senso comum, ou seja, nos conceitos aceitos
e sentidos por um número indeterminado de pessoas.
Quando se fala em valores, necessariamente deve-se tratar de juízo de aprovação ou reprovação, ou
seja, para determinada sociedade um comportamento pode ser tido como bom e, portanto, aprovado,
enquanto outro é reprovado por ser considerado ruim.
O ser humano é influenciado por esses valores estabelecidos no meio social em que convive de sorte
que passa a adotá-los ainda que inconscientemente. Contudo, para agir com ética é preciso que o homem
reflita sobre seus passos, de forma a adotar determinado comportamento porque, após a devida reflexão,
considerou-o justo. Não existe ética onde há ausência de pensamento.
Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem exerceu atividade intelectual. Ao
estabelecer juízo de valores sobre determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a essas
conceitos morais.
A moral, portanto, é o fator que determina se algo é bom ou ruim. Pertence à ética mas, com essa não
se confunde, haja vista que a ética tem como objeto de estudo o comportamento humano em sua forma
mais abrangente e a moral é uma expressão dos valores humanos, ou seja, quando o homem classifica
algo como bom ou como ruim, está expressando seus valores. São esses valores que vão pautar seu
comportamento.
Os atos morais possuem dois aspectos, quais sejam: o aspecto normativo que se traduz nas normas
e imperativos que revelam o dever ser e o aspecto factual que é a aplicação dessas normas no convívio
social.
Os princípios são as regras de boa conduta, ou seja, são os conceitos estabelecidos que regem o
comportamento humano por serem aceitos como bons, portanto, refletem a moral social.

Características da Ética:

. Imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente hoje;

. Validade universal: no sentido de delimitar a diretriz do agir humano para todos os que vivem no
mundo. Não há uma ética conforme cada época, cultura ou civilização. A ética é uma só, válida para todos
eternamente, de forma imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas perspectivas a respeito
de sua aplicação prática.

Para melhor compreensão, elencamos demais definições de Ética:

- Ciência do comportamento adequado dos homens em sociedade, em consonância com a virtude.


- Disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra
às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que tem por objetivo realizar este valor.
- Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom e o mau, o bem e o mal, o correto e o incorreto, o
certo e o errado.
- Fornece as regras fundamentais da conduta humana. Delimita o exercício da atividade livre. Fixa os
usos e abusos da liberdade.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que o visa realizar.

“Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana
perante o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos
homens e a consideração de valor como equivalente de uma medição do que é real e voluntarioso no
campo das ações virtuosas”7.
Podemos dizer, de um modo geral, que ética é o conhecimento que oferta ao homem critérios para
a eleição da melhor conduta, tendo em conta o interesse de toda a comunidade humana.8
7
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
8
ALMEIDA, Guilherme de Assis; CHRISTMANN, Martha Ochsenhofer. Ética e direito: uma perspectiva integrada. 3ª edição, São Paulo: Atlas,
2009, p.4.

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Perla Müller disponibilizou um quadro – resumo sobre Ética:9

ÉTICA
Ethos (grego): caráter, morada do ser;
Disciplina filosófica (parte da filosofia);
Os fundamentos da moralidade e princípios ideais da ação humana;
Ponderação da ação, intenção e circunstâncias sob o manto da liberdade;
Teórica, universal (geral), especulativa, investigativa;
Fornece os critérios para eleição da melhor conduta.

Ética e Moral:

Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral e o Direito. Assim, a Moral não é a
Ética, mas apenas parte dela. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se
exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela Moral ser apenas uma parte da Ética,
mas principalmente porque enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização efetiva e
cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a
moral. Moral é ação, Ética é reflexão.
Em resumo:
- Ética - mais ampla - filosofia moral – reflexão;
- Moral - parte da Ética - realização efetiva e cotidiana dos valores – ação.

No início do pensamento filosófico não prevalecia real distinção entre Direito e Moral, as discussões
sobre o agir ético envolviam essencialmente as noções de virtude e de justiça, constituindo esta uma das
dimensões da virtude. Por exemplo, na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com
variações de abordagem, o conceito de ética aparece sempre ligado ao de virtude.
O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e caso ele se encontre transposto para uma
norma jurídica, gera coação (espécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar uma lei ética não
significa excluir a sua validade. Por exemplo, matar alguém não torna matar uma ação correta, apenas
gera a punição daquele que cometeu a violação. Neste sentido, explica Reale 10: “No plano das normas
éticas, a contradição dos fatos não anula a validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque a
normatividade não se compreende sem fins de validez objetiva e estes têm sua fonte na liberdade
espiritual, os insucessos e as violações das normas conduzem à responsabilidade e à sanção, ou seja, à
concreta afirmação da ordenação normativa”.
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, mas a primeira é mais abrangente que a
segunda, porque pode abarcar outros elementos, como o Direito e os costumes. Todas as regras éticas
são passíveis de alguma sanção, sendo que as incorporadas pelo Direito aceitam a coação, que é a
sanção aplicada pelo Estado. Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas são compostas por
postulados morais, isto é, envolvem os mesmos valores e exteriorizam os mesmos princípios.

Sobre o tema Ética e Moral concordamos com Perla Müller:11


Enquanto a ética está contida na reflexão, a moral está contida na ação. A moral, verificada na
ação reiterada no tempo e espaço (costume, hábito), é tida como particular. A ética, de cunho
filosófico, é tida como universal.12
A palavra ‘moral’ vem do latim mos (cujo plural é mores) e significa costume, ou seja, uma longa e
inveterada repetição de atos consagrados como necessários ao bom conviver, como muito bem lembrado
por Elcias Ferreira da Costa ao citar Ulpiano.13
Enquanto a ética, como disciplina filosófica, é especulativa, a moral, seu objeto de estudo, é
normativa.
A moral, portanto, é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço – temporais), havendo
diferenças entre os conceitos morais de um grupo para outro (relativismo), diferentemente da ética que,
9
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 15.
10
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
11
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, páginas 16 – 17.
12
A ética tem a pretensão de ser universal, já que quer estabelecer valores e princípios que possam ser considerados universais. Mas sua
universalidade não ultrapassa esta pretensão de encontro de valores e princípios universais, ou seja, válidos e obrigatórios para todo ser
racional. Isto porque, como fonte perene, incessante de investigação e indagação, a ética transforma-se a cada crítica e reflexão posta a si
mesmo.
13
In Deontologia Jurídica: ética das profissões jurídicas. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 04.

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como dito linhas acima, pauta-se pela universalidade (absolutismo), valendo seus princípios e valores
para todo e qualquer local, em todo e qualquer tempo.
A moral constitui-se como conjunto de normas de conduta que se apresentam como boas,
corretas, ou seja, como expressão do ‘bem’.
A experiência humana cotidiana, responsável pela construção do hábito e do costume, é fonte das
normas morais. A moral é, portanto, pragmática. As normas morais são fórmulas elaboradas pelo
homem para ordenar, regular seu comportamento.
Moral é a característica do comportamento que é conforme as normas morais, assim como legal é
p comportamento que é conforme as normas legais jurídicas.
Observe que a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética (...), isto é,
uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.14

E assim Müller conclui:15


Quer isto dizer que a ética, enquanto disciplina filosófica, pode modificar, refinar ou aprimorar valores
morais, ou seja, pode incidir para alterar as regras morais enraizadas na sociedade através da avaliação
que faz de princípios e valores morais até então estabelecidos.
A moral, no serviço público, aplica-se às relações de comando e obediência, já que é normativa.
E finaliza com o quadro – resumo de Moral:

MORAL
Mos (latim, plural mores): costume;
Regulação (normatização), comportamentos considerados como adequados a determinado grupo
social;
Prática (pragmática), particular;
Dependência espaço – temporal (relativa); caráter histórico e social.

Para entender a diferença entre Ética e Moral

Podemos responder à pergunta: “Qual é a diferença entre ética e moral?”, utilizando de uma parábola
árabe, de Gustavo Bernardo16.

“Certa vez, um homem fugia de uma quadrilha de bandidos violentos quando encontrou, sentado na
beira do caminho, o profeta Maomé. Ajoelhando-se à frente do profeta, o homem pediu ajuda: essa
quadrilha quer o meu sangue, por favor, proteja-me!
O profeta manteve a calma e respondeu: continue a fugir bem à minha frente, eu me encarrego dos
que o estão perseguindo.
Assim que o homem se afastou correndo, o profeta levantou-se e mudou de lugar, sentando-se na
direção de outro ponto cardeal. Os sujeitos violentos chegaram e, sabendo que o profeta só podia dizer
a verdade, descreveram o homem que perseguiam, perguntando-lhe se o tinha visto passar.
O profeta pensou por um momento e respondeu: falo em nome daquele que detém em sua mão a
minha alma de carne: desde que estou sentado aqui, não vi passar ninguém.
Os perseguidores se conformaram e se lançaram por um outro caminho. O fugitivo teve a sua vida
salva”.

Enquanto a Ética está contida na reflexão, a Moral está contida na ação.


A Moral, verificada na ação reiterada no tempo e espaço (costume, hábito), é tida como particular. A
Ética, de cunho filosófico, é tida como universal.

Se o profeta fosse apenas um moralista, seguindo as regras sem pensar sobre elas, sem avaliar as
consequências da sua aplicação irrefletida, ele não poderia ajudar o homem que fugia dos bandidos, a
menos que arriscasse a própria vida. Ele teria de dizer a verdade, mesmo que a verdade tivesse como
consequência a morte de uma pessoa inocente.
Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta com absoluto rigor moral, temos de condená-lo como
imoral, porque em termos absolutos ele mentiu. Os bandidos não podiam saber que ele havia mudado de

14
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2012, p. 386.
15
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 17.
16
BERNARDO, Gustavo. Colunas: “Qual é a diferença entre ética e moral?” Disponível em:
http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=68.

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lugar e, na verdade, só queriam saber se ele tinha visto alguém, e não se ele tinha visto alguém “desde
que estava sentado ali”.
Se avaliarmos a ação e as palavras do profeta, no entanto, nos termos da ética filosófica, precisamos
reconhecer que ele teve um comportamento ético, encontrando uma alternativa esperta para cumprir a
regra moral de dizer sempre a verdade e, ao mesmo tempo, ajudar o fugitivo. Ele não respondeu
exatamente ao que os bandidos perguntavam, mas ainda assim disse rigorosamente a verdade. Os
bandidos é que não foram inteligentes o suficiente, como de resto homens violentos normalmente não o
são, para atinarem com a malandragem da frase do profeta e então elaborarem uma pergunta mais
específica, do tipo: na última meia hora, sua santidade viu este homem passar, e para onde ele foi?

Logo, embora seja possível ser ético e moral ao mesmo tempo, como de certo modo o profeta o foi,
ética e moral não são sinônimas. Também é perfeitamente possível ser ético e imoral ao mesmo tempo,
quando desobedeço uma determinada regra moral porque, refletindo eticamente sobre ela, considero-a
equivocada, ultrapassada ou simplesmente errada.

Um exemplo famoso é o de Rosa Parks, a costureira negra que, em 1955, na cidade de Montgomery,
no Alabama, nos Estados Unidos, desobedeceu à regra existente de que a maioria dos lugares dos ônibus
era reservada para pessoas brancas. Já com certa idade, farta daquela humilhação moralmente oficial,
Rosa se recusou a levantar para um branco sentar. O motorista chamou a polícia, que prendeu a mulher
e a multou em dez dólares. O acontecimento provocou um movimento nacional de boicote aos ônibus e
foi a gota d’água de que precisava o jovem pastor Martin Luther King para liderar a luta pela igualdade
dos direitos civis.
No ponto de vista dos brancos racistas, Rosa foi imoral, e eles estavam certos quanto a isso. Na
verdade, a regra moral vigente é que estava errada, a moral é que era estúpida. A partir da sua reflexão
ética a respeito, Rosa pôde deliberada e publicamente desobedecer àquela regra moral.

Entretanto, é comum confundir os termos ética e moral, como se fossem a mesma coisa. Muitas vezes
se confunde ética com espírito de corpo, que tem tudo a ver com moral mas nada com ética. Um médico
seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não “dedurasse” um colega que cometesse um erro
grave e assim matasse um paciente. Um soldado seguiria a “ética” da sua profissão se, por exemplo, não
“dedurasse” um colega que torturasse o inimigo. Nesses casos, o tal do espírito de corpo tem nada a ver
com ética e tudo a ver com cumplicidade no erro ou no crime.

Há que proceder eticamente, como o fez o profeta Maomé: não seguir as regras morais sem pensar,
só porque são regras, e sim pensar sobre elas para encontrar a atitude e a palavra mais decentes,
segundo o seu próprio julgamento.

A Moral, portanto, é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço – temporais), havendo
diferenças entre os conceitos morais de um grupo para outro(relativismo), diferentemente da Ética que,
pauta-se pela universalidade (absolutismo), valendo seus princípios e valores para todo e qualquer local,
em todo e qualquer tempo.

Questões

01. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA/2015) Com relação às


obrigações éticas do servidor público, assinale a alternativa incorreta.
(A) Os servidores públicos deverão tratar seus concidadãos com urbanidade, cordialidade e educação.
(B) Os servidores públicos deverão satisfazer suas obrigações perante os cidadãos de boa-fé.
(C) Os servidores públicos não podem incidir em conflitos de interesse que afetem o desempenho de
sua função
(D) Os mandamentos da ética e do direito não se confundem. A única diferença entre eles consiste na
coercibilidade. Logo, os servidores públicos vinculam-se às leis, não podendo ser responsabilizados por
condutas imorais que não lhes sejam expressamente vedadas.
(E) Os servidores públicos estão eticamente obrigados a guardar sigilo de informações obtidas por
meio da função, não lhes sendo permitido utilizar dessas informações para seu próprio interesse.

02. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se
segue.

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Decoro, por ser uma disposição interna para agir corretamente, não é passível, para o servidor público,
de ser aprendido ao longo de sua carreira.
(....) Certo (....) Errado

03. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se
segue.
Para que a conduta do servidor público seja considerada irrepreensível é suficiente que ele observe
as leis e as regras imperativas.
(....) Certo (....) Errado

04. (SEDUC/PI – Professor de Filosofia – NUCEPE/2015) Sobre as éticas deontológicas, marque a


alternativa INCORRETA.
(A) Para uma ética deontológica, o conceito central é o de Dever.
(B) Em sua formulação contemporânea, uma ética deontológica assume a prioridade do justo sobre o
bem.
(C) Em Kant, a ética deontológica preconiza uma razão prática autônoma em relação às inclinações
naturais, de caráter universal.
(D) Para uma ética deontológica, o único sentimento apropriado é o de respeito à lei moral, dada a
precedência das normas sobre os desejos.
(E) Para uma ética deontológica, o conteúdo do dever universal é configurado a partir das
consequências do curso de ação escolhido.

05. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) Com relação à ética e à moral, julgue o item
seguinte.
A ética é um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo
social ou de uma sociedade.
(....) Certo (....) Errado

06. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) Com relação à ética e à moral, julgue o item
seguinte.
A efetivação da cidadania e a consciência coletiva da cidadania são indicadores do desenvolvimento
moral e ético de uma sociedade.
(....) Certo (....) Errado

07. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Com relação a moral e ética, julgue o item a seguir.
A ética é um ramo da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas públicos de regras, seus
fundamentos e suas características
(....) Certo (....) Errado
08. (DEPEN – Agente e Técnico – CESPE/2015) Acerca da ética e da moralidade no serviço público,
julgue o item subsecutivo.
Ética e moral são termos que têm raízes históricas semelhantes e são considerados sinônimos, uma
vez que ambos se referem a aspectos legais da conduta do cidadão.
(....) Certo (....) Errado

09. (Caixa Econômica Federal – Advogado – CESPE/Adaptada) A respeito das classificações da


ética como campo de estudo, assinale a opção correta.
(A) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa e, consequentemente, um dever, pois
se fundamenta em um valor.
(B) De acordo com a ética formal, não existem valores universais, objetivos, mas estes são
convencionais, condicionados ao tempo e ao espaço.
(C) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o errado ocorre por meio da experiência, do
resultado do procedimento, da observação sensorial do que de fato ocorre no mundo.
(D) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a razão como enfoque para explicar o mundo,
na medida em que ela constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua adequação.
(E) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalente à moral porque direciona o
comportamento humano para ações consideradas positivas para um grupo social.

10. (Caixa Econômica Federal – Advogado – CESPE/Adaptada) Acerca da relação entre ética e
moral, assinale a opção correta.

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(A) O entendimento ético discorre filosoficamente, em épocas diferentes e por vários pensadores,
dando conceitos e formas de alusão ao termo ética.
(B) Durante as Idades Média e Moderna, a ética era considerada uma ciência, portanto, era ensinada
como disciplina escolar. Na Idade Contemporânea, a ética assumiu uma nova conotação, desvinculando-
se da ciência e da filosofia e sendo vinculada às práticas sociais.
(C) A simples existência da moral significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia
moral, isto é, uma reflexão que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores morais.
(D) A ética não tem por objetivo procurar o fundamento do valor que norteia o comportamento, tendo
em vista a historicidade presente nos valores.
(E) O conhecimento do dever está desvinculado da noção de ética, pois este é consequência da
percepção, pelo sujeito, de que ele é um ser racional e, portanto, está obrigado a obedecer ao imperativo
categórico: a necessidade de se respeitar todos os seres racionais na qualidade de fins em si mesmos.

11. (ASPERH – Professor auxiliar ética profissional – ASPERH/Adaptada) Sobre moral e ética é
incorreto afirmar:
(A) A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada
sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural etc.
(B) Uma moral é um fenômeno social particular, que tem compromisso com a universalidade, isto é,
com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se se dizendo
universal, supostamente válida para todos.
(C) A ética a uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um
conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é
balizar as ações humanas.
(D) A moral é um conjunto de regras de conduta adotadas pelos indivíduos de um grupo social e tem
a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal.
(E) A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática concreta.

12. (ASPERH – Professor auxiliar ética profissional – ASPERH/Adaptada) Sobre a ética, moral e
direito é incorreto afirmar:
(A) Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
(B) O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado.
(C) As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem.
(D) Alguns autores afirmam que o direito é um subconjunto da ética. Esta perspectiva pode gerar a
conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de
conflitos entre a ética e o direito.
(E) A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma
determinada lei. Este é um exemplo de que a moral e o direito, apesar de referirem-se a uma mesma
sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

13. (Correios – Agente de Correios – CONSULPLAN/Adaptada) Pode-se afirmar que a ética tem
como objeto de estudo:
(A) O ato humano (voluntário e livre) que é o ato com vontade racional, permeado por inteligência e
reflexão prévia.
(B) A distinção entre o existir e o agir, solenemente.
(C) A tradução dos costumes aceitos pela sociedade emergente.
(D) O conceito de moralidade dos povos segregados.
(E) N.R.A.

14. (Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – FCC/Adaptada) A respeito dos conceitos de ética,
moral e virtude, é correto afirmar:
(A) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos que não mantêm relações
interpessoais.
(B) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa comportamento, modo de ser,
caráter.
(C) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade própria da natureza humana; significa,
de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com responsabilidade constantemente.

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(D) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e históricos; todavia, não há diferença entre
os conceitos morais de um grupo para outro.
(E) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de determinadas
realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser
verdadeiramente feliz.

15. (CRN/3R/SP e MS – Assistente Administrativo – Quadrix/2014) O ramo da filosofia que trata


dos costumes ou dos deveres do homem para com seus semelhantes e para consigo, sobre como se
deve viver e, portanto, sobre a natureza de certo e errado, bem e mal, dever e obrigação, faz parte dos
conceitos da:
(A) dialética
(B) estética.
(C) essência.
(D) ética.
(E) teologia.

16. (CNEN – Assistente Administrativo – IDECAN/2014) “A ética é o campo do conhecimento que


trata da definição e avaliação do comportamento das pessoas e organizações. A ética lida com a
aprovação ou reprovação do comportamento observado em relação ao comportamento ideal, sendo este
definido por meio de um código de conduta, implícito ou explícito.” Segundo o conceito de Maximiano, a
afirmativa anterior é
(A) verdadeira.
(B) falsa, pois o código de conduta é sempre explícito.
(C) falsa, pois a ética limita-se ao comportamento das pessoas.
(D) falsa, pois a ética restringe-se à reprovação do comportamento.
(E) falsa, pois a ética limita-se ao comportamento das organizações.

17. (SEDS/TO – Assistente Socioeducativo – FUNCB/2014) Em busca do comprometimento com o


cidadão usuário e com a eficiência, a Administração Pública vem realizando esforços para que seus
agentes conheçam a ciência que teoriza sobre as condutas humanas e sobre o conjunto de valores que
devem orientar o comportamento dos homens em relação aos seus semelhantes. Tal ciência denomina-
se:
(A) moral
(B) ética
(C) reflexologia.
(D) principiologia.

18. (SEDS/TO – Assistente Socioeducativo – FUNCB/2014) A ética se apresenta como uma reflexão
crítica sobre:
(A) política.
(B) moralidade.
(C) ação.
(D) trabalho.

19. (ANTAQ – Conhecimentos Básicos – CESPE/2014) Considerando os conceitos de ética e moral,


julgue o item abaixo.
A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.
(....) Certo (....) Errado

20. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública


e da ética e da moral, julgue o item que se segue.
Os termos moral e ética têm sentidos distintos, embora sejam frequente e erroneamente empregados
como sinônimos.
(....) Certo (....) Errado

Respostas

01. Resposta: D.
Regras Deontológicas (D 1171/94)

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II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

02. Resposta: Errado.


Das Regras Deontológicas
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem:
Nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a
preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
É disposição interna e externa para agir corretamente.

03. Resposta: Errado.


Decreto 1.171/94. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998).
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

04. Resposta: E.
A deontologia também se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta — os deveres —
inerentes a uma determinada profissão. Assim, cada profissional está sujeito a uma deontologia própria
a regular o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria.

05. Resposta: Certo.


A ética é a parte da filosofia que se ocupa do comportamento moral do homem. Ela engloba um
conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa, que estão ligados à prática do bem e da justiça,
aprovando ou desaprovando a ação do homem, de um grupo social ou de uma sociedade.
Para Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta
humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada
sociedade, seja de modo absoluto”. Enquanto a ética trata o comportamento humano como objeto de
estudo, procurando tomá-lo o mais abrangente possível, a moral se ocupa de atribuir um valor à ação.
Esse valor tem como referências o bem e o mal, baseados no senso comum.

06. Resposta: Certo.


"A cidadania nem sempre é uma realidade efetiva, nem para todos. A efetivação da cidadania e a
consciência coletiva dessa condição são indicadores do desenvolvimento moral e ético de uma
sociedade. Para a ética não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos definidos
nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos reais, permitindo a
todos as cidadanias plenas, cotidianas e ativas".
(http://professorbacchelli.spaceblog.com.br/186516/Etica-Profissional-Aula-02/).
07. Resposta: Certo.
A ética é uma ciência de estudo da filosofia. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom
funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não
possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

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A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais,ou seja, antecede
qualquer lei ou código. Do ponto de vista da Filosofia, Ética é a parte da filosofia que estuda os
fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana, ou seja, tem como objeto de estudo o
estímulo que guia a ação: os motivos, as causas, os princípios, as máximas, as circunstâncias.
Sócrates, considerado o pai da filosofia, dizia que a obediência à lei era o divisor entre a civilização e
a barbárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem a promoção da ordem política. A ética
deve respeitar às leis, portanto, à coletividade.
A ética refere-se a um conjunto de conhecimentos advindos da análise do comportamento humano e
dos valores morais, enquanto a moral tem por base as regras, a cultura e os costumes seguidos
ordinariamente pelo homem. Assim, podemos concluir que a ética é uma ciência sobre o comportamento
moral dos homens em sociedade e está relacionada a filosofia. Além disso, A ética pode levar a
modificações na moral, com aplicação universal, guiando e orientando racionalmente e do melhor modo
a vida humana.
Podemos concluir que a ética pode ser normativa, em uma tentativa de alcançar padrões morais que
guiam as nossas atuações da vida. Estuda o certo e o errado, os deveres e assim, propõe códigos morais
ou regras de comportamento.

08. Resposta: Errado.


Da análise do discurso das pessoas participantes da enquete e de alguns formadores de opinião no
Brasil, depreende-se que as palavras ética e moral frequentemente são usadas como sinônimos. Esse
fato igualmente se comprova na revisão bibliográfica.
GOLDIM, J.R., citando Robert Veatch, diz que esse dá uma boa definição operacional da ética ao
propor que ela é a “realização de uma reflexão disciplinada das intuições morais e das escolhas morais
que as pessoas fazem”.
Em realidade, Ética e Moral são duas posturas do pensamento metafórico (LAKOFF & JONHSON)
humano. Ambas são geradoras de comportamentos, os quais em determinados momentos se sobrepõem
e que, em outros, atuam em campos opostos.
A Ética está a serviço do pensamento metafórico (predominantemente inconsciente) e do
comportamento de todos os humanos; desde o ateu ou agnóstico até o mais convicto religioso. A laicidade
confere para a Ética um caráter de unicidade.
Por outro lado, a Moral é uma escala dinâmica de valores psicossociais (costumes) interligados e
fundamentados em raízes psicológicas e religiosas. Prova desse fato está na inexistência de uma moral
dos ateus ou dos agnósticos, pois esses devem se orientar por parâmetros éticos.
http://www.ecodebate.com.br/2013/02/01/valores-eticos-do-brasil-artigo-de-millos-augusto-stringuini.

09. Resposta: C.
Empirismo é a observação prática de um fenômeno. Enquanto que numa ética teórica bastaria a
reflexão para conhecer o certo e o errado, por uma ética empírica é preciso vivenciar o contato direto com
situações que permitam compreender estes valores.
Na filosofia, empirismo é um movimento que acredita nas experiências como únicas (ou principais)
formadoras das ideias, discordando, portanto, da noção de ideias inatas, havendo também uma vertente
no campo de estudo da ética.

10. Resposta: A.
O termo ética passa por diversas interpretações no decorrer da história, mas é possível notar que
alguns de seus elementos, guardadas as devidas particularidades, são reincidentes na formação deste
conceito.

11. Resposta: B.
A Moral, embora seja mais subjetiva que a Ética, reflete o seu conteúdo, logo, também possui
universalidade. O sentimento moral é uno e repousa no seio social, sendo assim universal. Logo, a Moral
é válida para todos, não supostamente válida.

12. Resposta: D.
O Direito é um subconjunto da Ética e, por isso mesmo, suas normas devem refletir o conteúdo ético
sempre que possível, o que ocorre pela presença do valor do justo. Tomar como correta a afirmativa d
seria entender que o Direito pode não ser justo e ainda assim ser válido, premissa positivista refutada no
contexto pós-guerra.

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13. Resposta: A.
O principal objeto de estudo da ética é a ação humana, num sentido de refletir sobre ela. De forma
estrita, a moral, parte da ética, estuda a ação humana enquanto ação propriamente dita. De qualquer
maneira, no âmbito da ética é feito um estudo da ação humana baseada na razão, na vontade racional.

14. Resposta: C.
Virtude é uma qualidade da natureza humana relacionada a um valor ético. A ação que seja virtuosa
será voltada sempre ao bem e praticada com responsabilidade e razoabilidade, sem o que perderia tal
caráter. Vale destacar que a alternativa d está incorreta porque embora a ética seja imutável, preceitos
morais podem sofrer pequenas variações de um grupo social para outro sem que se perca a essência
ética.

15. Resposta: D.
Dialética - Dialética é uma palavra com origem no termo em grego dialektiké e significa a arte do
diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar.
Estética - Estética é uma palavra com origem no termo grego aisthetiké, que significa “aquele que nota,
que percebe”. Estética é conhecida como a filosofia da arte, ou estudo do que é belo nas manifestações
artísticas e naturais.]
Essência - Essência é o substantivo feminino com origem no latim essentia e que indica a natureza,
substância ou característica essencial de uma pessoa ou coisa. Também pode se referir a um aroma ou
perfume.
CORRETA - ÉTICA - Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A
palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter.
Teologia - Teologia é o estudo da existência de Deus, das questões referentes ao conhecimento da
divindade, assim como de sua relação com o mundo e com os homens. Do grego “theos” (deus, termo
usado no mundo antigo para nominar seres com poderes além da capacidade humana) + “logos” (palavra
que revela), por extensão “logia” (estudo).

16. Resposta: A.
O dicionário de Sérgio Ximenes (2002, pg. 409), define ética como ciência que estuda os juízos moral
referente à conduta humana, virtude caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores
do bem e da decência pública, e a moral conjunto de regras de conduta baseadas nas noções de bem e
de mal, Os estudos de Maximiano (1974, p.294) demonstram que a ética tem sido entendida sob várias
concepções. Assim, a concepção de ética tratada pelo autor afirma que.
“A ética é como a disciplina ou campo do conhecimento que trata da definição e avaliação de pessoas
e organização, e a disciplina que dispõe sobre o comportamento adequado e os meios de implementá-lo
levando-se em consideração os entendimentos presentes na sociedade ou em agrupamentos sociais
particulares”.
Na interpretação de Maximiano (1974, p.371) os valores éticos podem ser absolutos, baseia-se na
premissa de que as normas de conduta são válidas em todas as situações, ou relativa, que as normas
dependem da situação.
Para melhor entender, fez-se um estudo mais aprofundado onde os orientais entendem a ética relativa
de forma que os indivíduos devem dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual
pertence à vida dos trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a
vida pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do tempo é
do trabalhador e não do patrão. Em relação à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas
condutas são intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem
ser apresentadas e difundidas como tal.17

17. Resposta: B.
A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento
humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas
por cada sociedade.
Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas
regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou
imoral, certo ou errado, bom ou mau.
17
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 1974, p. 371; MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru.
Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 1974, p. 294. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/etica-etica-empresarial-moral-
e-responsabilidade-social/1700/. Acesso em: Dezembro/2015.

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No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por
construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes,
e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
Fonte: http://www.significados.com.br/etica-e-moral/.

18. Resposta: B.
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar
explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica.
A Ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade das ações humanas, isto é, se são boas ou más.
É uma reflexão crítica sobre a moralidade.

19. Resposta: Certo.


A Ética é um ramo de estudo que tem por objetivo o estudo do comportamento humano dentro de cada
sociedade.
Ética - é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada à
filosofia.
Moral - um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento
individual do homem.

20. Resposta: Certo.


A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas
determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece,
uma pessoa imoral.
A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais.
A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo,
ultrapassadas.

2 Ética, princípios e valores

A área da filosofia do direito que estuda a ética é conhecida como axiologia, do grego “valor” +
“estudo, tratado”. Por isso, a axiologia também é chamada de teoria dos valores. Daí valores e princípios
serem componentes da ética sob o aspecto da exteriorização de suas diretrizes. Em outras palavras, a
mensagem que a ética pretende passar se encontra consubstanciada num conjunto de valores, para
cada qual corresponde um postulado chamado princípio.
De uma maneira geral, a axiologia proporciona um estudo dos padrões de valores dominantes na
sociedade que revelam princípios básicos. Valores e princípios, por serem elementos que permitem a
compreensão da ética, também se encontram presentes no estudo do Direito, notadamente quando a
posição dos juristas passou a ser mais humanista e menos positivista (se preocupar mais com os valores
inerentes à dignidade da pessoa humana do que com o que a lei específica determina).
De acordo com Perla Müller18, se a ética é disciplina filosófica que lança esforço e olhares, de forma
reflexiva e profundamente crítica, sobre o comportamento humano, a fim de valorá-lo como bom, justo
(ou mau, injusto), fazendo-o através da tentativa, perene, de compreensão do sentido da vida e da
existência humana, buscando, inclusive, fornecer elementos para correção moral da ação, da imperiosa
necessidade o entendimento do que sejam virtudes, princípios e valores.
O comportamento ético, já dizia Aristóteles, é o agir repetido em conformidade com as respectivas
virtudes (do grego areté).
O comportamento ético é, por essência, virtuoso. A virtude, assim, é a potência moral do homem, a
realização mais perfeita de um modo de agir; e o hábito é que torna o homem virtuoso pela prática
reiterada de virtudes, de modo que a virtude é a disposição firme e constante para o que tem valor.
Em sentido vulgar, “valor” é o preço (ou utilidade) dos bens materiais ou a dignidade (ou mérito) das
pessoas (o valor de um carro ou o mérito de um servidor público).
No campo ético, valores são os objetos da escolha moral, os fins da ação ética; é o predicado, a
qualidade que torna algo estimável; é o preferível, o objeto de uma antecipação ou de uma expectativa
normativa (de um dever ser); é, enfim, possibilidade de escolha, já que nem sempre é escolhido.
Portanto, o valor é o objeto de uma escolha moral, de uma escolha positivamente moral.
O processo de escolha dos valores, como todo processo, se faz por princípios.
18
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, páginas 20 a 23.

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Princípios, assim, são. De forma geral, pontos de partida ou fundamentos de um processo.
Do ponto de vista filosófico, princípio é o fundamento do ser, do devir (do vir a ser), do conhecer.
Sob a perspectiva especificamente ética, princípio é a fonte, o substrato em que se funda a ação.
Deste modo, por princípio, deve-se optar pela prática de virtudes, ou seja, inclinar-se para o quem
valor moral, como forma de implementar o comportamento ético.
Observemos o quadro –resumo de Perla Müller sobre ética, princípios e valores:19

Virtudes (Areté) Valores Princípios

Excelências; Objeto de escolha moral; Ponto de partida;


Disposição do caráter para o O preferível. Fundamento da ação.
bem.

Em resumo, valor é a característica genérica que compõe de alguma forma a ética (bondade,
solidariedade, respeito...) ao passo que princípio é a diretiva de ação esperada daquele que atende certo
valor ético (p. ex., não fazer ao outro o que não gostaria que fosse feito a você é um postulado que
exterioriza o valor do respeito; tratar a todos igualmente na medida de sua igualdade é o postulado do
princípio da igualdade que reflete os valores da solidariedade e da justiça social). Por sua vez, virtude é
a característica que a pessoa possui coligada a algum valor ético, ou seja, é a aptidão para agir conforme
algum dos valores morais (ser bondoso, ser solidário, ser temperante, ser magnânimo).
Ética, Moral, Direito, princípios, virtudes e valores são elementos constantemente correlatos, que se
complementam e estruturam, delimitando o modo de agir esperado de todas as pessoas na vida social,
bem como preconizando quais os nortes para a atuação das instituições públicas e privadas.
Basicamente, a ética é composta pela Moral e pelo Direito (ao menos em sua parte principal), sendo que
virtudes são características que aqueles que agem conforme a ética (notadamente sob o aspecto Moral)
possuem, as quais exteriorizam valores éticos, a partir dos quais é possível extrair postulados que são
princípios.

Questões

01. (MME – Nível Médio – CESPE/2013) Quando a distribuição de bens por determinado agente
público resulta em benefícios aos desfavorecidos, é correto afirmar que os princípios e valores que regem
a conduta desse agente se baseiam em uma abordagem
(A) com ênfase na garantia de oportunidades a todos.
(B) convencional da ética e do direito público.
(C) utilitária da ética e da justiça social.
(D) moralista dos direitos dos cidadãos.
(E) individualista da ética.

02. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) A ética pode ser definida como:
(A) um conjunto de valores genéticos que são passados de geração em geração.
(B) um princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família.
(C) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, responsável pela investigação dos princípios que
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano em sociedade.
(D) um comportamento profissional a ser observado apenas no ambiente de trabalho.
(E) a boa vontade no comportamento do servidor público em quaisquer situações e em qualquer tempo
de seu cotidiano.

03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) A ética pode ser definida como:
(A) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, responsável pela investigação dos princípios que
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano em sociedade.
(B) um comportamento profissional a ser observado apenas no ambiente de trabalho.
(C) um princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família.
(D) um conjunto de valores genéticos que são passados de geração em geração.
(E) a boa vontade no comportamento do servidor público em quaisquer situações e em qualquer tempo
de seu cotidiano.

19
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 23.

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Respostas

01. Resposta: C.
As decisões éticas podem ser guiadas usando uma abordagem normativa, isto é, usando um conjunto
de normas e valores explícitos ou implícitos. Diante de um problema, a decisão ética pode ser tomada
sob uma abordagem utilitarista, individualista, dos direitos morais e da justiça:
a) Utilitarismo: Basicamente, significa tomar a decisão que traga o maior bem para o maior número de
pessoas, ou seja, para a coletividade. b) Individualismo: considera que as ações são morais quando
promovem os interesses individuais a longo tempo e, em última instância, o maior bem. c) Direitos Morais:
Os indivíduos têm direitos e liberdades fundamentais, que não podem ser retiradas por uma decisão: livre
consentimento, privacidade, liberdade de consciência, liberdade de expressão, direito a tratamento
imparcial e justo e direito à vida e segurança. d) Justiça: pauta-se estritamente por princípios de justiça,
sendo um conceito ético de que as decisões morais são pautadas pela verdade e pela lei, com integridade,
equidade, impessoalidade e imparcialidade.
Fonte: Ética no Serviço Público p/ Policial (2014/2015) da PRF. Teoria e exercícios comentados Prof.
Daniel Mesquita Aula 01.

02. Resposta: C.
A ética é a parte da filosofia que estuda a moral, (filosofia moral ou de costumes), reflete sobre os
valores em sociedade na busca da moralidade e consciência para alcançar esses valores morais, porém
a ética inicialmente não estabelece regras.
A ética, portanto, é um termo grego “ETHIKÓS” que significa “modo de ser”, que em aspectos
filosóficos traduz-se o estudo dos juízos na conduta do ser, que é passível do bem e o mal, presente
neste único ser ou em grupo e/ ou sociedade. Está presente em todas as ordens vigentes no mundo, na
escola, na política, no esporte, nas empresas e é de vital importância nas profissões, principalmente nos
dias atuais.
Fonte: http://www.acervosaber.com.br/trabalhos/chs1/etica_2.php.

03. Resposta: A.
"Ética é parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem,
disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito da essência das
normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social."
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/rev_64/artigos/Art_Francisco.htm#II.

3 Ética e democracia: exercício da cidadania

Conforme Perla Müller20, cidadão é o indivíduo que, dentro de um Estado, goza de direitos (civis e
políticos) e desempenha deveres (civis e políticos).
Assim, a cidadania, ou seja, a qualidade de que é cidadão, se exerce no campo associativo (da
associação civil), pela cooperação de homens reunidos no Estado. Desta forma, a sobrevivência e
harmonia da sociedade, como grupo, associação de homens que é, depende da vida cooperativa de seus
cidadãos.
As atribuições cívico – políticas do cidadão dependem da conformação do Estado a que pertence,
ou seja, da forma de governo por este adotada.
Sendo a democracia a forma de governo eleita pelo Estado, a cidadania retrata a qualidade dos
“sujeitos politicamente livres, ou seja, cidadãos que participam da criação e concordam com a ordem
jurídica vigente”.
Por democracia entende-se de forma geral, o governo do povo, como governo de todos os
cidadãos. Para que a democracia se estabeleça, necessário o respeito à pluralidade, à transparência
e à rotatividade.
A democracia caracteriza-se pelo respeito à divergência (heterogeneidade), pela publicidade do
exercício do poder e pela certeza de que ninguém ou grupo nenhum tem lugar cativo no poder, acessível
a todos e exercido precária e transitoriamente.
Curioso o conceito de democracia dado por Norberto Bobbio, para quem a democracia é o poder em
público. E, de fato, a participação do povo no exercício do poder somente se viabiliza através da
transparência, da publicidade, da abertura, quando decisões são tomadas de forma clara e a todos
20
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, páginas 28 a 30.

. 14
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acessíveis. Somente desta forma, o povo, titular de todo poder, pode eficazmente intervir nas tomadas
de decisões contestando-as, pelos meios legais, quando delas discordarem.
Sendo assim, o exercício da cidadania, como gozo de direitos e desempenho de deveres, deve
pautar-se por contornos éticos: o exercício da cidadania deve materializar-se na escolha da melhor
conduta tendo em vista o bem comum, resultando em uma ação moral como expressão do bem.

Inicialmente, é preciso levantar alguns conceitos correlatos:

a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo


com que ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e obrigações.
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, unidas pelo vínculo da nacionalidade.
c) População: conjunto de pessoas residentes no Estado, nacionais ou não.
Cidadão, por sua vez, é o nacional, isto é, aquele que possui o vínculo político-jurídico da
nacionalidade com o Estado, que goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser votado.

Na disciplina constitucional, os direitos políticos garantidos àquele que é cidadão encontram-se


disciplinados nos artigos 14 e 15. Direitos políticos são os instrumentos por meio dos quais a Constituição
Federal permite o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para que eles possam
interferir na condução da coisa pública de forma direta ou indireta21.
A respeito da democracia brasileira, expõe Lenza22: “estamos diante da democracia semidireta ou
participativa, um ‘sistema híbrido’, uma democracia representativa, com peculiaridades e atributos da
democracia direta. Pode-se falar, então, em participação popular no poder por intermédio de um processo,
no caso, o exercício da soberania que se instrumentaliza por meio do plebiscito, referendo, iniciativa
popular, bem como outras formas, como a ação popular”.
Destaca-se o caput do artigo 14:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

21
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
22
LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores
ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Nacionalidade:

“Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um determinado Estado, fazendo


com que este indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e, por consequência, desfrute de direitos
e submeta-se a obrigações”. 23

Art. 14 CF: Democracia Participativa ou Semidireta, ou seja, participação popular no poder por
intermédio de um processo.
Diz o Art. 14 CF: A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I) Plebiscito;
II) Referendo;
III) Iniciativa Popular.

Vejamos alguns conceitos básicos e fundamentais para melhor compreensão dos direitos políticos:
Democracia: É o governo do povo;

Soberania Popular: “É a qualidade máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada membro
da sociedade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio
universal e do voto direto, secreto e igualitário”. (BULOS, Uadi Lammêgo).

Em outras palavras, é o exercício do poder político pelo povo.24

Nacionalidade: Como vimos, é o vínculo jurídico-político que liga o indivíduo a um Estado;

Cidadania: “Tem por pressuposto a nacionalidade (que é mais ampla que a cidadania),
caracterizando-se como a titularidade de direitos políticos de votar e ser votado.” (SILVA, José Afonso
da). O cidadão, portanto, nada mais é do que o nacional que exerce os direitos políticos;

Sufrágio: É o direito de votar e ser votado;

Voto: É o instrumento do exercício do direito de sufrágio;

23
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11ª ed. São Paulo: Método, 2007.
24
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014.

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Escrutínio: É a forma de exteriorização do voto, público ou secreto;

Plebiscito: É o instrumento de exercício de democracia direta por meio do qual o povo é consultado
previamente sobre a viabilidade de uma determinada proposta de alteração legislativa.25

Referendo: É o instrumento de exercício de democracia direta por meio do qual o povo é consultado
posteriormente sobre uma determinada proposta de alteração legislativa.26

Iniciativa Popular: É o instrumento de exercício de democracia direta por meio do qual o povo inicia
o processo legislativo.

IMPORTANTE:

O projeto de iniciativa popular é apresentado à Câmara dos Deputados, não ao Senado Federal ou
Congresso Nacional.

Cassação, Perda e Suspensão dos Direitos Políticos:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Art. 15 CF: É vedada a cassação de direitos políticos. Entretanto, admite-se a perda e a suspensão
dos mesmos.

Cassação: É a retirada dos direitos políticos de modo arbitrário, sem qualquer fundamento
constitucional ou legal e, por isso, é prática vedada no Brasil.

Perda: É a retirada definitiva dos direitos políticos e que tem por base as hipóteses previstas na
Constituição.

Suspensão: É a retirada temporária dos direitos políticos, também com fundamento na


Constituição.27

OBSERVE COM ATENÇÃO!

PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS:

Em concordância com Luciano Dutra 28, segundo o Art. 15 da CF, é vedada a cassação dos direitos
políticos, pois a mesma seria uma supressão arbitrária, ou seja, sem o devido processo legal,
notadamente sob a ótica do contraditório e da ampla defesa, motivada por perseguições político-
ideológicas praticadas em outros momentos antidemocráticos do Estado brasileiro.
No entanto, em que pese a vedação à cassação, o mesmo artigo autoriza a privação dos direitos
políticos, seja por meio da perda ou da suspensão.
Com efeito, o cidadão pode ser privado dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda),
sendo que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos dependerá do exercício de ato de vontade
do indivíduo, de um novo alistamento eleitoral.

25
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014; grifo nosso.
26
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014; grifo nosso.
27
LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014; grifo nosso.
28
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014; p.173.

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Noutro giro, a privação dos direitos políticos pode se dar por prazo determinado (suspensão), em que
o restabelecimento se dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifestação do suspenso,
desde que ultrapassado as razões da suspensão.
Assim:

PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS

PERDA SUSPENSÃO
Privação por prazo indeterminado Privação por prazo determinado
Restabelecimento dos direitos políticos Restabelecimento dos direitos políticos se dá
depende de um novo alistamento eleitoral automaticamente

Assim:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (perda)
II - incapacidade civil absoluta; (suspensão)
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; (suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
(perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (suspensão).

Questões

01. (LIQUIGÁS – Profissional Júnior – CESGRANRIO/2014) Na medida em que é editada uma lei,
regularmente votada pelo Congresso Nacional, a qual protege as pessoas com certo grau de deficiência
física, ofertando oportunidades de inserção no mercado de trabalho, está sendo realizado o princípio da
(A) cidadania
(B) organização
(C) proteção
(D) democracia
(E) república

02. (FSC – Advogado – CEPERJ/2014) Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil


está aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da:
(A) democracia
(B) cooperação
(C) dignidade
(D) cidadania
(E) soberania

03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) Sobre os direitos políticos, é correto afirmar que:
(A) são inelegíveis, de acordo com o art. 14, § 4º, da Constituição Federal, os inalistáveis e os
analfabetos.
(B) a idade mínima de vinte e um anos é requisito de elegibilidade para candidatura a vereador.
(C) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de setenta anos e para os maiores
de dezesseis e menores de dezoito anos, mas não para os analfabetos.
(D) para concorrer a outro cargo, prefeitos devem renunciar ao mandato até três meses antes do pleito.
(E) não podem alistar-se com o eleitores os estrangeiros e os brasileiros naturalizados.

04. (DEPEN – Técnico de Apoio – CESPE/2013) No que se refere à ética e ao exercício da cidadania,
julgue o próximo item.
Configura um dos elementos indispensáveis para o exercício da cidadania o efetivo conhecimento a
respeito dos direitos
(....) Certo (....) Errado

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Respostas

01. Resposta: A.
Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos pela CF.

02. Resposta: E.
A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:
I - Soberania:
Na definição de Marcelo Caetano, soberania é "um poder político supremo e independente,
entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e
por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam
voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os podres supremos dos outros povos".
É a capacidade de editar suas próprias normas, sua própria ordem jurídica (a começar pela Lei Magna),
de tal modo que qualquer regra heterônoma só possa valer nos casos e nos termos admitidos pela própria
Constituição. A Constituição traz a forma de exercício da soberania popular no art. 14.

03. Resposta: A.
a) CORRETA. Art. 14 § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
b) ERRADA.
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz
de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
c) ERRADA.
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
d) ERRADA
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
e) ERRADA
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
Brasileiro naturalizado, por óbvio, podem alistar-se como eleitores.
04. Resposta: Errado.
Muito embora o exercício efetivo da cidadania seja potencializado nas pessoas que conhecem seus
próprios direitos, e que, por isso mesmo, dispõem de melhores condições para fazê-los valer, não se pode
desprezar, por completo, a possibilidade de um indivíduo, mesmo que desconheça a existência e a
extensão de seus próprios direitos, acabar por praticar atos que configurem o exercício da cidadania.29

4 Ética e função pública

Perla Müller30 afirma que de fato, não se pode negar que o desenvolvimento, retificação e refinamento
moral da sociedade impõem que “todas as instituições sociais (públicas e privadas), ao lado dos
indivíduos, devem se afinar no sentido da conquista da cultura da moralidade”. Ora, a reverência da
moralidade nas relações entre particulares, no âmbito individual e privado, é forma de cultivo da futura
moralidade na administração da coisa pública (res publica).
Da mesma forma, a sobrevivência (individual e coletiva) e harmonia social dependem do eficaz e
satisfatório desempenho moral de todas as atividades do homem. É lugar mais que comum ouvir-se
debates a respeito da ética médica, ética econômica, ética esportiva, e, em especial, ética na gestão da
res publica. E, de fato, a relação entre ética e política é tema dos mais árduos na contemporaneidade.

29
Autor: Rafael Pereira, Juiz Federal - TRF da 2ª Região.
30
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.30.

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Adentrando no estudo da ética relacionada à função pública, vale destacar que, se a Ética, em um
sentido amplo, é composta por ao menos dois elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso da disciplina
da Ética no Setor Público a expressão é adotada num sentido estrito. Ética corresponde ao valor do justo,
previsto no Direito vigente, o qual é estabelecido com um olhar atento às prescrições da Moral para a vida
social. Em outras palavras, quando se fala em ética no âmbito do Estado não se deve pensar apenas na
Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam, o que permite a aplicação de sanções.
A ética na função pública corresponde ao valor de justiça previsto no Direito vigente, observando-se
não só os valores morais, mas efetivamente as normas jurídicas que regulam essa moral, o que permite
aplicação de sanção.
Os valores éticos na função pública visam que o interesse da Administração Pública sejam mantidos
em prol da sociedade, ou seja, há a separação do interesse privado do interesse público pelo servidor
público.
Assim, a desobediência da ética no âmbito da Administração Pública gera coação, já que
regulamentado por norma jurídica. Por exemplo, o desrespeito ao princípio da moralidade, caracteriza
improbidade administrativa e o servidor público pode sofrer sanção.
O Estado tem que se conduzir por valores éticos morais e impostos pelo Direito, o que é feito através
dos agentes públicos que compõe a Administração Pública e mantém a estrutura da sociedade.
Segundo Nalini31, o princípio fundamental seria o de agir de acordo com a ciência, se mantendo sempre
atualizado, e de acordo com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se como princípios
específicos:
- Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na vida pública e na vida particular.
- Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da melhor maneira esperada em sua profissão
e fora dela, com técnica, justiça e discrição.
- Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular funções incompatíveis.
- Princípio da correção profissional - atuação com transparência e em prol da justiça.
- Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os demais operadores do Direito querem a
mesma coisa, realizar a justiça.
- Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas funções.
- Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para buscar o interesse da justiça.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dotado de atributos personalíssimos e
intransferíveis, sendo escolhido por causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele que
busca o serviço e o profissional é de confiança.
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos valores constitucionais, à verdade, à
transparência.
- Princípio da independência profissional - a maior autonomia no exercício da profissão do operador
do Direito não deve impedir o caráter ético.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as informações que acessa no exercício da
profissão.
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de forma correta, com lealdade processual.
- Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional do Direito é liberal, exercendo com boa
autonomia sua profissão.
- Outros princípios éticos, como informação, solidariedade, cidadania, residência, localização,
continuidade da profissão, liberdade profissional, função social da profissão, severidade consigo mesmo,
defesa das prerrogativas, moderação e tolerância.
Em suma, é necessária obediência aos princípios éticos que regem a administração pública pelos
servidores para uma boa gestão pública e, consequentemente, manutenção da sociedade. Dessa forma,
a ética consolidada no ordenamento jurídico e inerente ao Estado, garante a preservação dos interesses
da coletividade.
Desta forma, para Perla Müller32, com a finalidade de amoldar a conduta dos agentes públicos dentro
do que eticamente se espera da Administração Pública, visando compeli-los a absterem-se de práticas
que não sejam moralmente aceitáveis, é que surgem as normas deontológicas, ou seja, as regras que
definem condutas correlatas a serem seguidas, positivadas através dos Códigos de Ética.

31
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
32
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.32.

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Questões

01. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA/2015) Com relação às


obrigações éticas do servidor público, assinale a alternativa incorreta.
(A) Os servidores públicos deverão tratar seus concidadãos com urbanidade, cordialidade e educação.
(B) Os servidores públicos deverão satisfazer suas obrigações perante os cidadãos de boa-fé.
(C) Os servidores públicos não podem incidir em conflitos de interesse que afetem o desempenho de
sua função
(D) Os mandamentos da ética e do direito não se confundem. A única diferença entre eles consiste na
coercibilidade. Logo, os servidores públicos vinculam-se às leis, não podendo ser responsabilizados por
condutas imorais que não lhes sejam expressamente vedadas.
(E) Os servidores públicos estão eticamente obrigados a guardar sigilo de informações obtidas por
meio da função, não lhes sendo permitido utilizar dessas informações para seu próprio interesse.

02. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se
segue.
Decoro, por ser uma disposição interna para agir corretamente, não é passível, para o servidor público,
de ser aprendido ao longo de sua carreira.
(....) Certo (....) Errado

03. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se
segue.
Para que a conduta do servidor público seja considerada irrepreensível é suficiente que ele observe
as leis e as regras imperativas.
(....) Certo (....) Errado

04. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública


e da ética e da moral, julgue o item que se segue.
Ainda que a função pública integre a vida particular de cada servidor, os fatos ocorridos no âmbito de
sua vida privada não influenciam o seu bom conceito na vida funcional.
(....) Certo (....) Errado

05. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública


e da ética e da moral, julgue o item que se segue.
O servidor está desobrigado de ter conhecimento das atualizações legais pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções.
(....) Certo (....) Errado

Respostas

01. Resposta: D.
Regras Deontológicas (D 1171/94)
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

02. Resposta: Errado.


Das Regras Deontológicas
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem:
Nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a
preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
É disposição interna e externa para agir corretamente.

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03. Resposta: Errado.
Decreto 1.171/94. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante
as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998).
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

04. Resposta: Errado.


Decreto 1171/94:
Regras Deontológicas:
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

05. Resposta: Errado:


D1171 - XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções;

5 Ética no Setor Público


5.1 Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal)

A questão ética é um fator imprescindível para uma sociedade e por isso sempre encontramos diversos
autores tentando definir o que vem a ser ética e como ela se interfere em uma sociedade.
O tema: Ética é por si só polêmico, entretanto causa ainda mais inquietação quando falamos sobre a
ética na administração pública, pois logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc., mas na
realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública
em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos em seguida julgar a atuação dos
servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja
padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo.
Assim, ética pública seria a moral incorporada ao Direito, consolidando o valor do justo. Diante da
relevância social de que a Ética se faça presente no exercício das atividades públicas, as regras éticas
para a vida pública são mais do que regras morais, são regras jurídicas estabelecidas em diversos
diplomas do ordenamento, possibilitando a coação em caso de infração por parte daqueles que
desempenham a função pública.
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor público partem da Constituição Federal,
que estabelece alguns princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras palavras, é o
texto constitucional do artigo 37, especialmente o caput, que permite a compreensão de boa parte do
conteúdo das leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais
da administração pública. Estabelece a Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
São princípios da administração pública, nesta ordem:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade

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Publicidade
Eficiência
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza
esperada da Administração Pública.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Princípio da Legalidade:

O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico


brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo
5º, II, da Constituição Federal de 1988.
Para o particular, legalidade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo, como
a administração pública representa os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de
subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera estatal,
é preciso lei anterior editando a matéria para que seja preservado o princípio da legalidade). A origem
deste princípio está na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Estado deve respeitar
as leis que dita.33

Princípio da Impessoalidade:

Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade.


Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução
das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não
o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da
impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora “a
Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que
é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”.34
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão
perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo
igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real e
material.
Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso
público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego.
Por força dos interesses que representa, a administração pública está proibida de promover
discriminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pública deve tratar igualmente todos aqueles que
se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação
reflete a impessoalidade no que tange à contratação de serviços. O princípio da impessoalidade
correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração pública é

33
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
34
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.

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somente o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode influenciar no tratamento das
pessoas, já que deve-se buscar somente a preservação do interesse coletivo.35

Princípio da Moralidade Administrativa:

A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com
boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador
público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas
dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei).
Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras
de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade administrativa, que é a
forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo
37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por
fim, devemos entender que a moralidade como também a probidade administrativa consistem
exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções
com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para
favorecimento de outrem.
A posição deste princípio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de
moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder público. A administração pública não atua
como um particular, de modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais por parte deste
particular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurídico adota tratamento rigoroso do
comportamento imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio da moralidade deve se fazer
presente não só para com os administrados, mas também no âmbito interno. Está indissociavelmente
ligado à noção de bom administrador, que não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos
princípios éticos regentes da função administrativa. Todo ato imoral será diretamente ilegal ou ao menos
impessoal, daí a intrínseca ligação com os dois princípios anteriores.36

Princípio da Publicidade:

O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração
Pública, obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador
Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar
seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em
geral, através dos meios constitucionais...”.37
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº
12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
dá outras providências).
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel
enquanto garantias de concretização da transparência.
A administração pública é obrigada a manter transparência em relação a todos seus atos e a todas
informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a
afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao
ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de servidores do Estado. Diante
disso, como será visto, se negar indevidamente a fornecer informações ao administrado caracteriza ato
de improbidade administrativa. Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a legalidade e a
eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos para proteção são o direito de petição e as certidões
(art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente - do mandado de segurança.38

Princípio da Eficiência:

35
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
36
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
37
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
38
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.

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A administração pública deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de gastos.
Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao
exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste
princípio é a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os serviços
administrativos internos, se referindo diretamente à conduta dos agentes.39
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência.
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia
ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública.
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros”.40
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”.41
Por sua atualidade merece especial referência a questão do nepotismo, ou seja, a designação de
cônjuge, companheiro e parentes para cargos públicos no órgão. A lei proíbe o nepotismo direto, aquele
em que o beneficiado deve estar subordinado a seu cônjuge ou parente, limitado ao segundo grau civil,
por consanguinidade (pai, mãe, avós, irmãos, filhos e netos) ou por afinidade (sogros, pais dos sogros,
cunhados, enteados e filhos dos enteados).
O Supremo Tribunal Federal ampliou essa vedação, por meio da Súmula Vinculante nº 13, onde proíbe
o nepotismo em todas as entidades da Administração direta e indireta de todos os entes federativos,
enquanto que a Lei 8.112/90 veda apenas para a Administração direta, às autarquias e fundações da
União; estende a proibição aos parentes de terceiro grau (tios e sobrinhos), que alcançava apenas os
parentes de segundo grau; e proibiu-se também o nepotismo cruzado, aquele em que o agente público
utiliza sua influência para possibilitar a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em cargo em
comissão ou de confiança ou função gratificada não subordinada diretamente a ele.
A vedação do nepotismo representa os princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e
isonomia, de acordo com o decidido na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 12). A partir de
agora, temos a palavra da Suprema Corte, dizendo que o nepotismo ofende os princípios republicanos,
previstos nos arts. 5º e 37 da Constituição Federal.
Neste contexto, podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de
comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político. O ser humano elaborou as leis para
orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio
social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro
ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de
conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função
social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto
fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida pública.
Frequentemente constatamos a opinião pública desabonar o comportamento ético no serviço público.
A crítica feita pela sociedade, decerto, como todo senso comum é imediatista e baseada em uma visão
superficial da realidade, que entre outras coisas, trabalha com generalizações, colocando no mesmo “rol”
servidores, gerentes e políticos. De fato, sabe-se que essa é uma realidade complexa e que precisa ser
analisada com cautela e visão histórica, recomendando-se tratar cada situação separadamente, dentro
de seu contexto e não de forma simplista e apressada.
É verdade que aquilo que a sociedade fala sobre o serviço público é o que se vê na prática através da
morosidade, do descaso, do empreguismo, improbidade administrativa, má conservação dos bens
públicos é motivo de descrédito da sociedade. A sociedade não tem condições de saber de quem é a
responsabilidade, na ausência de tais esclarecimentos faz generalizações distorcidas, impregnadas por
preconceitos que definem os funcionários públicos como preguiçosos, incompetentes e procrastinadores,
quando, de fato, existem pessoas que agem dessa forma, assim como em qualquer empresa, mas
39
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
40
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
41
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.

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existem também pessoas altamente qualificadas e preocupadas com o serviço público e com o bem
comum.
Diferente do que vem sendo posto em prática, as empresas éticas devem estimular e oportunizar o
advento da consciência crítica de seus colaboradores, clientes e parceiros, e não impor que eles aceitem
o que lhes é apresentado. É um ato humano e ético não aceitar verdades prontas, de forma imposta, mas
aquelas que a consciência crítica aponta como aceitáveis. É o ser humano quem deve decidir em quem
acreditar. As organizações éticas buscam na prática, se tornar honestas, justas, verdadeiras e
democráticas, por uma questão de princípio e não de conveniências na maioria das vezes muito embora
esse tipo de agir também traga sucesso e reconhecimento. As empresas éticas devem escolher seus
líderes e colaboradores considerando tanto suas qualidades técnicas, quanto éticas. Mesmo sabendo-se
que o ser humano está suscetível à falhas, uma boa política de Recursos Humanos, ou uma ótima
empresa e banca examinadora no caso dos órgãos públicos diminuem os riscos de práticas lesivas ao
patrimônio público.
Além da ética individual a empresa que almeja ser ética deverá refletir seu modo de ser, pois quando
se conquista a consideração e a confiança dos colaboradores desenvolve a lealdade e compromisso
necessários ao crescimento e estabilidade da organização.
Quando a empresa conquista a confiança e o respeito de seus empregados desenvolve a lealdade e
o compromisso com ela. Estudos confirmam que as empresas mais éticas são as mais bem-sucedidas,
pois nas últimas décadas elas vêm tomando consciência disso e descobrindo que o ser humano, ou seja,
os clientes, colaboradores, sociedade, fornecedores, etc., são as coisas mais importantes na organização,
portanto devem agir de forma a fazer com que eles as admire, respeite, ame e não queira substituí-las
por outras empresas.
Em meio a tantas altercações em relação à ética na política, a generalização da corrupção tornou-se
evidente no setor público, um exemplo recente é a máfia das sanguessugas, mas não se deve esquecer
que existem pessoas muito éticas e conscientes em todas as organizações. Como se percebe, há uma
cobrança cada vez maior nos últimos anos por parte da sociedade por transparência e probidade, tanto
no trato da coisa pública, como no fornecimento de produtos e serviços ao mercado. A legislação
constitucional e a infraconstitucional têm possibilitado um acompanhamento mais rigoroso da matéria,
permitindo que os órgãos de fiscalização e a sociedade em geral adotem medidas judiciais necessárias
para coibir os abusos cometidos pelas empresas, espera-se que a impunidade não impere nas
investigações de ilicitudes.
A falta de ética nasce nas estruturas administrativas devido ao terreno fértil encontrado ocasionado
pela existência de governos autoritários, no qual são regidos por políticos sem ética, sem critérios de
justiça social e que, mesmo após o aparecimento de regimes democrático, continuam contaminados pela
doença da desonestidade, dos interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por
situações de pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das
organizações, aumenta os custos, afeta o bom uso dos recursos públicos e compromete a imagem da
organização e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta
de sistema de saúde, de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do
Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos
interesses sociais.
A mudança que se deseja na Administração pública sugere numa gradativa, mas necessária
transformação cultural dentro da estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma
reavaliação e valorização das tradições, valores morais e educacionais que nascem em cada um de nós
e se forma ao longo do tempo criando assim um determinado estilo de atuação no seio da organização
baseada em valores éticos.

Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais diretamente selecionados pelo constituinte,


podem ser apontados como princípios de natureza ética relacionados à função pública a probidade e a
motivação:
a) Princípio da probidade: um princípio constitucional incluído dentro dos princípios específicos da
licitação, é o dever de todo o administrador público, o dever de honestidade e fidelidade com o Estado,
com a população, no desempenho de suas funções. Possui contornos mais definidos do que a
moralidade. Diógenes Gasparini42 alerta que alguns autores tratam veem como distintos os princípios da
moralidade e da probidade administrativa, mas não há características que permitam tratar os mesmos
como procedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a probidade administrativa é um
aspecto particular da moralidade administrativa.

42
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

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b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao administrador de motivar todos os atos que
edita, gerais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes,
uma vez que sem a motivação não há o devido processo legal, uma vez que a fundamentação surge
como meio interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de
viabilização do controle da legalidade dos atos da Administração.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso concreto e relacionar os fatos que
concretamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos administrativos devem ser
motivados para que o Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua legalidade.
Para efetuar esse controle, devem ser observados os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos administrativos vinculados (aqueles em que a lei
aponta um único comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles que a lei, dentro dos limites
nela previstos, aponta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de conveniência
e oportunidade), a doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade de motivação com relação
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos
discricionários.
Meirelles43 entende que o ato discricionário, editado sob os limites da Lei, confere ao administrador
uma margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a
motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário da
doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual
o caminho adotado pelo administrador. Gasparini44, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta
inclusive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para todos
os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os vinculados.

Questões

01. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC/2014) O
princípio que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem
discriminações, benéficas ou peculiares denomina-se princípio da:
(A) responsabilidade.
(B) moralidade.
(C) publicidade.
(D) supremacia do interesse público.
(E) impessoalidade.

02. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - FUNDATEC/2014) São Princípios da


Administração Pública, expressos na Constituição Federal, exceto:
(A) Legalidade
(B) Probidade
(C) Impessoalidade.
(D) Eficiência.
(E) Publicidade.

03. (Caixa Econômica Federal – Advogado – CESPE/Adaptada) A respeito das classificações da


ética como campo de estudo, assinale a opção correta.
(A) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa e, consequentemente, um dever, pois
se fundamenta em um valor.
(B) De acordo com a ética formal, não existem valores universais, objetivos, mas estes são
convencionais, condicionados ao tempo e ao espaço.
(C) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o errado ocorre por meio da experiência, do
resultado do procedimento, da observação sensorial do que de fato ocorre no mundo.
(D) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a razão como enfoque para explicar o mundo,
na medida em que ela constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua adequação.
(E) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalente à moral porque direciona o
comportamento humano para ações consideradas positivas para um grupo social.

43
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
44
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

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04. (Caixa Econômica Federal – Advogado – CESPE/Adaptada) Acerca da relação entre ética e
moral, assinale a opção correta.
(A) O entendimento ético discorre filosoficamente, em épocas diferentes e por vários pensadores,
dando conceitos e formas de alusão ao termo ética.
(B) Durante as Idades Média e Moderna, a ética era considerada uma ciência, portanto, era ensinada
como disciplina escolar. Na Idade Contemporânea, a ética assumiu uma nova conotação, desvinculando-
se da ciência e da filosofia e sendo vinculada às práticas sociais.
(C) A simples existência da moral significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia
moral, isto é, uma reflexão que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores morais.
(D) A ética não tem por objetivo procurar o fundamento do valor que norteia o comportamento, tendo
em vista a historicidade presente nos valores.
(E) O conhecimento do dever está desvinculado da noção de ética, pois este é consequência da
percepção, pelo sujeito, de que ele é um ser racional e, portanto, está obrigado a obedecer ao imperativo
categórico: a necessidade de se respeitar todos os seres racionais na qualidade de fins em si mesmos.

05. (ASPERH – Professor auxiliar ética profissional – ASPERH/Adaptada) Sobre moral e ética é
incorreto afirmar:
(A) A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada
sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural etc.
(B) Uma moral é um fenômeno social particular, que tem compromisso com a universalidade, isto é,
com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se se dizendo
universal, supostamente válida para todos.
(C) A ética a uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um
conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é
balizar as ações humanas.
(D) A moral é um conjunto de regras de conduta adotadas pelos indivíduos de um grupo social e tem
a finalidade de organizar as relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal.
(E) A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática concreta.

06. (ASPERH – Professor auxiliar ética profissional – ASPERH/Adaptada) Sobre a ética, moral e
direito é incorreto afirmar:
(A) Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
(B) O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado.
(C) As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem.
(D) Alguns autores afirmam que o direito é um subconjunto da ética. Esta perspectiva pode gerar a
conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de
conflitos entre a ética e o direito.
(E) A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma
determinada lei. Este é um exemplo de que a moral e o direito, apesar de referirem-se a uma mesma
sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

07. (ASPERH – Professor auxiliar ética profissional – ASPERH/Adaptada) Sobre moralidade


administrativa e a constituição federativa é incorreto afirmar:
(A) A carta magna faz menção em diversas oportunidades ao princípio da moralidade. Uma delas,
prevista no art. 5º, LXXIII, trata da ação popular contra ato lesivo à moralidade administrativa.
(B) Em outra, o constituinte determinou a punição mais rigorosa da imoralidade qualificada pela
improbidade (art. 37, §4º).
(C) Há ainda o art. 14, §9º, onde se visa proteger a probidade e moralidade no exercício de mandato,
e o art. 85, V, que considera a improbidade administrativa como crime de atividade administrativa.
(D) O princípio da moralidade, com o advento da Carta Constitucional de 1988 foi alçado, pela vez
primeira em nosso direito positivo a princípio constitucional, nos termos do artigo 37, caput, o qual
estabelece diretrizes à administração pública.
(E) Também o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal, prevê a possibilidade de anulação de
atos lesivos à moralidade administrativa.

08. (ASPERH – Professor auxiliar ética profissional – ASPERH/Adaptada) Referente a princípio


constitucional da moralidade administrativa e administração pública é incorreto afirmar:

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(A) O princípio constitucional da moralidade administrativa configura um vigoroso instrumento à função
de controle de legalidade, legitimidade e economicidade dos atos administrativos dos quais resultam
despesas públicas
(B) O princípio atua positivamente, impondo à Administração Pública o dever de bem gerir e
aumentando os demais deveres de conduta administrativa, tais como os de agir impessoalmente, garantir
a ampla publicidade de seus atos, pautar-se com razoabilidade, motivar seus atos e decisões, agir com
eficiência e observar a compatibilidade entre o objetivo de suas ações e o ato praticado para
operacionalizar tal objetivo ou finalidade. Bem assim, configura cânone de interpretação e integração de
norma jurídicas e/ou atos administrativos.
(C) O princípio atua negativamente, impondo limites ao exercício da discricionariedade e permitindo a
correção dos atos praticados em desvio de finalidade, mediante o seu expurgo do mundo jurídico através
da invalidação
(D) O princípio geralmente “aplicável” isoladamente, compondo-se e articulando-se, algumas vezes,
com outros princípio jurídicos
(E) O princípio consubstancia “norma jurídica” e, portanto, ao utilizá-lo no exercício das funções
constitucionais de controle dos atos administrativos que geram despesas públicas sob os prismas de
legalidade e da legitimidade, não desborda o Tribunal de Contas de sua competência constitucional

09. (Correios – Agente de Correios – CONSULPLAN/Adaptada) Pode-se afirmar que a ética tem
como objeto de estudo:
(A) O ato humano (voluntário e livre) que é o ato com vontade racional, permeado por inteligência e
reflexão prévia.
(B) A distinção entre o existir e o agir, solenemente.
(C) A tradução dos costumes aceitos pela sociedade emergente.
(D) O conceito de moralidade dos povos segregados.
(E) N.R.A.

10. (Nossa Caixa Desenvolvimento – Contador – FCC/Adaptada) A respeito dos conceitos de ética,
moral e virtude, é correto afirmar:
(A) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos que não mantêm relações
interpessoais.
(B) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e significa comportamento, modo de ser,
caráter.
(C) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade própria da natureza humana; significa,
de modo geral, praticar o bem usando a liberdade com responsabilidade constantemente.
(D) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e históricos; todavia, não há diferença entre
os conceitos morais de um grupo para outro.
(E) Compete à moral chegar, por meio de investigações científicas, à explicação de determinadas
realidades sociais, ou seja, ela investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser
verdadeiramente feliz.

11. (TRT 8ª Região – Técnico – FCC/Adaptada) O servidor público que deixa de acatar as ordens
legais de seus superiores e a sua fiel execução, infringe o dever de:(A) conduta ética.
(B) eficiência.
(C) obediência.
(D) lealdade.
(D) fidelidade.

12. (TRT 22ª Região – Técnico – FCC/Adaptada) O princípio da administração pública que tem por
fundamento que qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a
determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza, denomina-se(A) Eficiência.
(B) Moralidade.
(C) Legalidade.
(D) Finalidade.
(E) Impessoalidade.

13. (DPE/PR – Defensor – FCC/2012) Sobre os princípios orientadores da administração pública é


INCORRETO afirmar:

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(A) A administração pública não pode criar obrigações ou reconhecer direitos que não estejam
determinados ou autorizados em lei.
(B) A conduta administrativa com motivação estranha ao interesse público caracteriza desvio de
finalidade ou desvio de poder.
(C) A oportunidade e a conveniência são delimitadas por razoabilidade e proporcionalidade tanto na
discricionariedade quanto na atividade vinculada da administração pública.
(D) Além de requisito de eficácia dos atos administrativos, a publicidade propicia o controle da
administração pública pelos administrados.
(E) O princípio da eficiência tem sede constitucional e se reporta ao desempenho da administração
pública.

14. (TRF 5ª Região – Técnico – FCC/2012) O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os


princípios aplicáveis à Administração Pública, entre os quais NÃO se inclui, expressamente, (A) eficiência.
(B) finalidade.
(C) publicidade.
(D) impessoalidade.
(E) moralidade.

15. (SET/RN – Auditor Fiscal do Tesouro Estadual – ESAF/Adaptada) Sobre os princípios


constitucionais da administração pública, pode-se afirmar que:
I. o princípio da legalidade pode ser visto como incentivador do ócio, haja vista que, segundo esse
princípio, a prática de um ato concreto exige norma expressa que o autorize, mesmo que seja inerente
às funções do agente público;
II. o princípio da publicidade visa a dar transparência aos atos da administração pública e contribuir
para a concretização do princípio da moralidade administrativa;
III. a exigência de concurso público para ingresso nos cargos públicos reflete uma aplicação
constitucional do princípio da impessoalidade;
IV. o princípio da impessoalidade é violado quando se utiliza na publicidade oficial de obras e de
serviços públicos o nome ou a imagem do governante, de modo a caracterizar promoção pessoal do
mesmo;
V. a aplicação do princípio da moralidade administrativa demanda a compreensão do conceito de
"moral administrativa", o qual comporta juízos de valor bastante elásticos;
VI. o princípio da eficiência não pode ser exigido enquanto não for editada a lei federal que deve defini-
lo e estabelecer os seus contornos.
Estão corretas as afirmativas:
(A) I, II, III e IV.
(B) II, III, IV e V.
(C) I, II, IV e VI.
(D) II, III, IV e VI.
(E) III, IV, V e VI.

16. (TRE/MG – Técnico Judiciário – CONSULPLAN/2015) Os mais modernos postulados da gestão


administrativa, tanto no setor privado quanto no âmbito dos órgãos públicos, determinam que os atos
administrativos observem os padrões usuais de moralidade que estão indissociavelmente vinculados
a critérios de escolha pautados pela
(A) ética
(B) avaliação.
(C) subordinação.
(D) estandardização.

17. (ANS – Técnico em Regulação em Saúde Complementar – FUNCAB/2016) Com relação à ética
no setor público, e de acordo com os termos do Decreto n° 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é correto afirmar que:
(A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
(B) o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo decidir
apenas entre a legal e o ilegal.

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(C) não é dever do servidor público zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas
da defesa da vida e da segurança coletiva.
(D) salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a publicidade do ato administrativo não constitui requisito de eficácia e
moralidade.
(E) com relação à Administração Pública, a moralidade limita-se à distinção entre o bem e o mal.

Respostas

01. Resposta: E.
O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o
interesse social e não o interesse particular.

02. Resposta: B.
Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

03. Resposta: C.
Empirismo é a observação prática de um fenômeno. Enquanto que numa ética teórica bastaria a
reflexão para conhecer o certo e o errado, por uma ética empírica é preciso vivenciar o contato direto com
situações que permitam compreender estes valores.
Na filosofia, empirismo é um movimento que acredita nas experiências como únicas (ou principais)
formadoras das ideias, discordando, portanto, da noção de ideias inatas, havendo também uma vertente
no campo de estudo da ética.

04. Resposta: A.
O termo ética passa por diversas interpretações no decorrer da história, mas é possível notar que
alguns de seus elementos, guardadas as devidas particularidades, são reincidentes na formação deste
conceito.

05. Resposta: B.
A Moral, embora seja mais subjetiva que a Ética, reflete o seu conteúdo, logo, também possui
universalidade. O sentimento moral é uno e repousa no seio social, sendo assim universal. Logo, a Moral
é válida para todos, não supostamente válida.

06. Resposta: D.
O Direito é um subconjunto da Ética e, por isso mesmo, suas normas devem refletir o conteúdo ético
sempre que possível, o que ocorre pela presença do valor do justo. Tomar como correta a afirmativa d
seria entender que o Direito pode não ser justo e ainda assim ser válido, premissa positivista refutada no
contexto pós-guerra.

07. Resposta: C.
Embora o artigo 85, V faça referência à probidade administrativa como um dos objetos de violação,
caracterizando crime de responsabilidade pelo Presidente da República, o ato de improbidade
administrativa praticado pelos servidores em geral tem natureza cível e está regulado na Lei nº 8.429/92.

08. Resposta: D.
O princípio da moralidade administrativa deve sempre ser lido em conjunto com os demais princípios
constitucionais, notadamente os aplicáveis à Administração Pública: legalidade, impessoalidade,
publicidade e eficiência.

09. Resposta: A.

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O principal objeto de estudo da ética é a ação humana, num sentido de refletir sobre ela. De forma
estrita, a moral, parte da ética, estuda a ação humana enquanto ação propriamente dita. De qualquer
maneira, no âmbito da ética é feito um estudo da ação humana baseada na razão, na vontade racional.

10. Resposta: C.
Virtude é uma qualidade da natureza humana relacionada a um valor ético. A ação que seja virtuosa
será voltada sempre ao bem e praticada com responsabilidade e razoabilidade, sem o que perderia tal
caráter. Vale destacar que a alternativa d está incorreta porque embora a ética seja imutável, preceitos
morais podem sofrer pequenas variações de um grupo social para outro sem que se perca a essência
ética.

11. Resposta: C.
Dever de obediência é o que se liga diretamente à hierarquia que deve ser respeitada dentro das
instituições públicas, garantindo a melhor prestação do serviço. Os demais princípios são mais
abrangentes, referindo-se ao cargo como um todo, não apenas à relação hierárquica.

12. Resposta: E.
Todos os princípios da administração pública se ligam, por isso, ao menos indiretamente todos acabam
se fazendo presentes. Contudo, é preciso se atentar ao mais específico: o preâmbulo da questão
descreve exatamente o conceito do princípio da impessoalidade, que veda distinções indevidas entre os
administrados.

13. Resposta: C.
A alternativa a) define o princípio da legalidade para a administração pública, pelo qual ela somente
pode fazer o que a lei permite; a b) traz o princípio da motivação, pelo qual todos atos da administração
devem ser justificados pelo interesse público, sob pena de desvio de finalidade ou desvio de poder; a d)
relembra que a publicidade dos atos da administração facilita o controle destes pelo povo; a e) se refere
ao art. 37 da CF e traz a principal finalidade do princípio da eficiência, que é a otimização do desempenho
da administração pública. A alternativa c) está incorreta porque oportunidade e conveniência somente
são delimitadas pela razoabilidade e pela proporcionalidade nos atos discricionários, nos quais a
administração possui alguma liberdade de escolha.

14. Resposta: B.
O artigo 37 da CF traz, nesta ordem, os princípios da administração pública: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (formando a palavra LIMPE).

15. Resposta: B.
O princípio da legalidade é reforço da moralidade, não incentivador do ócio e da preguiça, até mesmo
porque a exigência de lei expressa não exclui o desempenho de funções inerentes ao cargo pelo servidor.
O princípio da eficiência, por sua vez, consubstancia-se no binômio produtividade-economicidade e pode
ser exigido desde sua previsão no texto constitucional. Logo, I e VI estão incorretas.

16. Resposta: A.
O princípio da moralidade revela-se intimamente ligado à ideia de honestidade, de probidade
administrativa, de ética. Na linha do exposto, confira-se a seguinte lição de José dos Santos Carvalho
Filho:
"O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que
devem estar presentes em sua conduta." (Manual de Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 21)

17. Resposta: A.
a) Certo. Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
b) II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não
terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o
oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas
no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
c) XIV - São deveres fundamentais do servidor público: j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas
exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;

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d) VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado
e da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos
termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade,
ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
e) III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo
ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade,
na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

Decreto nº 1.171/ 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal)

De acordo com Perla Muller45, a modernidade tem experimentado, cada vez mais, uma perda de
padrões éticos. Diante da complexidade da vida nos dias atuais, tornou-se extremamente difícil ao homem
médio a distinção entre o bem e o mal, o honesto e o desonesto, a virtude e o vício. Tal situação tem
exigido uma crescente ampliação do Direito ao campo antes reservado à moral e à ética. O que antes era
resolvido pela consciência do homem, hoje passa a ser regido pelo formalismo do Direito. É neste
contexto que se destacam os “códigos de ética”, que se caracterizam por princípios e regras que visam
justamente definir condutas a serem seguidas por um determinado grupo de profissionais.
A necessidade de se definir os caminhos éticos a serem seguidos pelos profissionais de cada ramo
específico fez multiplicar, nos últimos anos, os chamados “códigos de ética” relativos às mais diversas
profissões (código de ética da advocacia, código de ética da medicina, etc.).
Não poderia ser diferente em relação à profissão dos servidores públicos, sobretudo quando se leva
em consideração que a Administração Pública deve se pautar pelo princípio da moralidade, sendo exigido
de seus agentes, aos quais se incumbe a materialização da vontade do Estado por meio de atos e
procedimentos administrativos – um comportamento regido pela ética.46
Considerados os princípios administrativos basilares do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um
diploma específico que estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos, qual seja o Decreto n°
1.171/94.
Outrossim, os “códigos de ética” são mais que um mero conjunto de leis a serem observadas por seus
destinatários, no caso os servidores públicos, sob pena da sanção estatal. Os códigos de ética são, na
realidade um conjunto de normas a serem observadas, não por medo da violência do Estado por sua
inobservância (sanção), mas por senso e consciência moral livre, autônoma e íntima, por convicção
interna, de que os serviços públicos devem orientar-se à consecução do bem comum e prestígio à
solidariedade social como meios de sobrevivência e harmonia da sociedade para o que se exige o estrito
respeito ao elemento ético que deve compor todo o agir humano.47
No que se refere aos Servidores Públicos Civis do Poder Executivo Federal, que interessa ao nosso
estudo, o Governo Federal, por meio do Decreto nº 1.171/94, instituiu o Código de ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Na “Exposição de Motivos” do ato normativo, destaca-
se que o objetivo pretendido é “instalar, na Administração Pública, a consciência ética na conduta do
servidor público, com o restaurar da sua dignidade e da sua honorabilidade, criando assim incentivos à
prática da solidariedade social”, bem como, expressamente, informar ao cidadão usuário dos serviços
públicos “a adesão do Estado ao entendimento doutrinário de que sua conduta conforme à Ética consolida
efetivamente o Poder, criando em torno da autoridade a colaboração espontânea da cidadania, em
decorrência da consequente obtenção de serviços públicos mais satisfatórios”.48
Vale lembrar que o Código de Ética foi expedido pelo Presidente da República, considerada a
atribuição da Constituição Federal para dispor sobre a organização e o funcionamento da administração
pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Constituição Federal: "IV - sancionar, promulgar e fazer
publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; [...] VI - dispor,
mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos
públicos, quando vagos". Exatamente por causa desta atribuição que o Código de Ética em estudo adota
a forma de decreto e não de lei, já que as leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso
Nacional).

45
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 37.
46
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.37.
47
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38.
48
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38.

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O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado poder regulamentar inerente ao Executivo, que se
perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam factíveis decretos autônomos49, não é o caso do
decreto em estudo, o qual encontra conexão com diplomas como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos
servidores públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade administrativa), além da Constituição
Federal.
Disso extrai-se que a adoção da forma de decreto não significa, de forma alguma, que suas diretrizes
não sejam obrigatórias: o servidor público federal que desobedecê-las estará sujeito à apuração de sua
conduta perante a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações ao processo administrativo
disciplinar, podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de censura nos casos menos
graves.
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal divide-se da
seguinte maneira:

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal – Decreto
Nº 1.171/94
Capítulo I Capítulo II
Seção I – Das regras deontológicas;
Seção II – Dos principais deveres do servidor Das comissões de ética.
público;
Seção III – Das vedações ao servidor público.

O Código de Ética dos Servidores Públicos foi aprovado pelo Decreto Federal 1.171/94 para os
servidores públicos do Poder Executivo Federal com o objetivo de impor as regras que norteiam os
princípios, deveres e proibições, os fundamentos e as regras morais que devem ser seguidas pelos
servidores públicos do Poder Executivo Federal.
As regras deontológicas, previstas no Capítulo I, Seção I, são os valores morais que devem reger
determinado grupo social, no caso, os servidores públicos do Poder Executivo Federal.
Os servidores públicos devem ter consciência de que seus atos são regidos por princípios éticos e
morais, devendo ponderar a legalidade e a finalidade dos atos administrativos, para preservar a
moralidade de todos os atos administrativos que praticar.
Outrossim, o Capítulo I, Seção II, trata dos deveres do servidor público, que devem ser seguidos, para
preservação, também, da moralidade e legalidade dos atos administrativos.
Já o Capítulo I, Seção III, trata das proibições feitas ao servidor público em questão, como por exemplo,
não prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam.
Por fim, o Capítulo II, trata das comissões de ética que devem ter em todos os órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade
que exerça atribuições delegadas pelo poder público.

Segue abaixo a lei na íntegra:

DECRETO Nº 1.171/1994

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em


sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a
Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de
cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração
Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

49
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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Como afirma Perla Muller50, de acordo com o artigo 2º do Decreto, foi determinado à época que
os órgãos da administração direta e as entidades da administração indireta federal deveriam
implementar, no prazo de sessenta dias, “as providências necessárias à plena vigência do Código
de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente” e, posteriormente,
a constituição da Comissão de Ética deveria ser comunicada à, então existente, Secretaria da
Administração Federal Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros
titulares e suplentes.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO


FEDERAL

CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá
o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por
todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se
integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-
lhe dano moral. Da mesma forma, causar danos a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu
tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso

50
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 38.

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e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas
e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:


a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações
individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma,
de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer
comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que
visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança
coletiva;
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho
ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas
funções, tendo por escopo a realização do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação
expressa à lei;
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

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Seção III
Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público;


a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e
fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público,
deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional
do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura;
XVII (Revogado);
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro
de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar
promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público;
XIX - (Revogado);
XX - (Revogado);
XXI (Revogado);
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso;
XXIII (Revogado);
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente
a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.

Definição de Servidor Público para Fins de Apuração de Comprometimento Ético

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Aquele que por força de: Preste Serviços de Desde que ligado:
Natureza:
- Lei; - Permanente; - Direta ou;
- Contrato ou; - Temporária; - Indiretamente;
- Qualquer Ato Jurídico. - Excepcional; A qualquer órgão do poder
Ainda que sem retribuição estatal, como as autarquias, as
financeira. fundações públicas, as
entidades paraestatais, as
empresas públicas e as
sociedades de economia mista,
ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do
Estado.

Para Perla Muller51, conforme anteriormente apontado, é de extrema necessidade compelir os agentes
públicos a seguirem um padrão ético condizente com a moralidade que deve cercar os atos
administrativos, de modo que o próprio Estado edita normas deontológicas, ditando limites à ação de seus
servidores, encontrando-se positivados, além de normas e princípios gerais, normas específicas aos
diversos setores da Administração Pública.
Quanto às Regras Deontológicas, as mesmas são insertas nos chamados “códigos de ética” que
positivam os princípios éticos na forma das normas jurídicas que, por um lado, impõem-se como elemento
obrigatório da conduta do servidor público e, por outro lado, apresentam-se como “informativos” aos
usuários dos serviços públicos de que devem ser tratados com respeito e dignidade, bem como de que
os atos e processos administrativos devem ser dotados de moralidade como condição de sua eficácia e
validade.52
Como se vê, o Código de Ética dos Servidores Públicos Federais, reforça a ideia, logo em seu primeiro
dispositivo legal (inciso I), de que o servidor público deve manter seu comportamento e seus atos
sempre direcionados pelos princípios morais. Tal determinação decorre obviamente do princípio da
moralidade previsto expressamente na Constituição Federal de 1988.53

Conduta do Servidor Público


Moralidade, dignidade, decoro, zelo, Dentro do serviço público e fora dele –
eficácia. Comportamento dentro da moralidade para
preservação da honra e tradição dos serviços
públicos.

Deve o servidor perseguir sempre o “equilíbrio entre a legalidade e a finalidade” para concluir
sobre a moralidade, conforme nos informa o inciso III do código de ética. Sendo assim, o ato administrativo
não pode se pautar somente pela legalidade sem que observe uma finalidade que satisfaça o interesse
público. Por outro lado, o ato ilegal não se convalesce pelo simples fato de ser mais vantajoso para o
interesse público. O que deve se buscar é a perfeita simbiose entre a legalidade e o interesse
público.54

Decisões do Servidor devem sempre ponderar entre:


Legal x Ilegal
Justo x Injusto Honesto x Desonesto (moralidade do ato) e
Conveniente x Inconveniente Preponderância do Interesse Público
Oportuno x Inoportuno

Observe:

Remuneração do Servidor pela Sociedade → Contraprestação: Serviço Público de qualidade e


pautado pela moralidade.
Serviço Público prestado com virtude e eficácia = Benefício ao próprio servidor na vida social;

51
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 39.
52
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.39.
53
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 40.
54
MULLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 41.

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Conduta viciada e desregrada na vida social = Prejuízo ao servidor no ambiente de trabalho.

Conforme deflui do inciso VII do Código de Ética, a publicidade é o que permite a transparência dos
atos administrativos. Sem dúvida, somente com a transparência dos atos administrativos é que se pode
avaliar se o ato está ou não em sintonia com a moralidade. Portanto, somente se admite sigilo quando a
segurança nacional assim o exigir, ou em caso de investigações policiais ou, ainda, na hipótese de existir
interesse do Estado e da Administração Pública, devendo, nesses casos, ser previamente declarado o
sigilo, seguindo-se, para tanto, os termos da lei.55

REGRA EXCEÇÃO
Publicidade de todo e qualquer ato Sigilo declarado em processo nos termos da lei,
administrativo; requisito de eficácia e moralidade. em caso de: Segurança Nacional, investigações
policiais, e interesse superior do Estado e da
Administração Pública.

Quanto aos principais deveres do servidor público, o servidor deve ter consciência de que: os
Princípios Éticos:
- Regem o seu trabalho;
- Materializam-se na adequada prestação do serviço público.

É DEVER DO SERVIDOR
Ser: Demonstrando toda a integridade do seu
- Probo; caráter;
- Reto; Escolhendo sempre, quando estiver diante de
- Leal; duas opções, a melhor e a mais vantajosa para
- Justo. o bem comum.

Das Comissões de Ética:

“Estabelecido um código de ética, para uma classe, cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob
pena de incorrer em transgressão, punível pelo órgão competente, incumbido de fiscalizar o exercício
profissional. [...] A fiscalização do exercício da profissão pelos órgãos de classe compreende as fases
preventiva (ou educacional) e executiva (ou de direta verificação da qualidade das práticas). Grande parte
dos erros cometidos derivam-se em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou seja, da educação
insuficiente, e outra parte, bem menor, deriva-se de atos propositadamente praticados. Os órgãos de
fiscalização assumem, por conseguinte, um papel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços
prestados e da conduta humana dos profissionais” 56.
Com efeito, as Comissões de Ética possuem função de orientação e aconselhamento, devendo se
fazer presentes em todo órgão ou entidade da administração direta ou indireta.
A Comissão de Ética não tem por finalidade aplicar sanções disciplinares contra os servidores Civis.
Muito pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar a instauração desses processos, mediante
trabalho de orientação e aconselhamento. A finalidade do código de ética consiste em produzir na pessoa
do servidor público a consciência de sua adesão às normas ético-profissionais preexistentes à luz de um
espírito crítico, para efeito de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais por parte de cada um
e, em consequência, o resgate do respeito ao serviço público e à dignidade social de cada servidor. O
objetivo deste código é a divulgação ampla dos deveres e das vedações previstas, através de um trabalho
de cunho educativo com os servidores públicos federais.
A única sanção que pode ser aplicada diretamente pela Comissão de Ética é a de censura, que é a
pena mais branda pela prática de uma conduta inadequada que seja praticada no exercício das funções.
Nos demais casos, caberá sindicância ou processo administrativo disciplinar, sendo que a Comissão de
Ética fornecerá elementos para instrução.
Censura é o poder do Estado de interditar ou restringir a livre manifestação de pensamento, oral ou
escrito, quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pública vigente.

55
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.42.
56
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo
aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta
ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer
setor onde prevaleça o interesse do Estado.

Este último inciso do Código de Ética é de fundamental importância para fins de concurso público, pois
define quem é o servidor público que se sujeita a ele.
“Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho executado, pela natureza do
conhecimento exigido preferencialmente para tal execução e pela identidade de habilitação para o
exercício da mesma. A classe profissional é, pois, um grupo dentro da sociedade, específico, definido por
sua especialidade de desempenho de tarefa” 57.
Elementos do conceito de servidor público:
a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por exemplo, prestação de serviços como jurado ou
mesário), contrato (contratação direta, sem concurso público, para atender a uma urgência ou
emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o caso da nomeação por aprovação em concurso público)
- enfim, não importa o instrumento da vinculação à administração pública, desde que esteja realmente
vinculado;
b) Serviço prestado: permanente, temporário ou excepcional - isto é, ainda que preste o serviço só
por um dia, como no caso do mesário de eleição, é servidor público, da mesma forma que aquele que foi
aprovado em concurso público e tomou posse; com ou sem retribuição financeira - por exemplo, o
jurado não recebe por seus serviços, mas não deixa de ser servidor público;
c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à administração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão
que tenha algum vínculo com o poder estatal. O conceito é o mais amplo possível, abrangendo
autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, enfim, qualquer
entidade ou setor que vise atender o interesse do Estado.

Atenção!

De acordo com Perla Muller58, a Seção II do Código de Ética, no inciso XIV, elenca os principais
deveres do servidor público, que estão encadeados nas alíneas “a” a “v” do dispositivo.

É INDISPENSÁVEL a leitura e memorização dos deveres, pois são cobrados com bastante
frequência nas provas de Técnico e Analista, atentando-se, ainda, para não se fazer confusão com os
deveres elencados no Artigo 116 da Lei Nº 8.112/90, especialmente porque as sanções são diferentes.
CUIDADO!

No caso específico do servidor público federal, nos termos do artigo 127, da Lei nº 8.112/90, as penas
disciplinares passíveis de aplicação são: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria
e disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada.
Quanto ao Decreto 1171/94, deve ser ressaltado que a única pena passível de aplicação pela
Comissão de Ética, com fundamento no Código de Ética, é a censura, conforme os incisos XVI e XXII.
Nenhuma outra é possível. Entretanto, determinado fato praticado pelo servidor pode ser,
simultaneamente, falta ética e infração disciplinar e penal e, assim, poderá haver a responsabilização do
servidor em cada uma das esferas.
O inciso XXII determina, ainda, que para a aplicação da pena de censura pela Comissão de Ética
deverá haver a devida fundamentação em parecer, que deve ser assinado por todos os membros
da comissão, devendo ser dada ciência ao servidor infrator.
Foi atribuída, também, às comissões a função de fornecer os registros de conduta ética dos servidores
aos respectivos órgãos públicos, para instruir promoções e demais procedimentos inerentes à carreira
(inciso XVIII).

57
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
58
BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p.44.

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O servidor deve ter consciência de que:
Princípios Éticos Regem o seu trabalho;
Materializam-se na adequada prestação do
serviço público

O Servidor Deve:

Cumprir as tarefas;
Ter respeito à hierarquia;
Resistir e denunciar todas as pressões;
Comunicar imediatamente a seus superiores todo e quaisquer atos ou fatos contrários ao interesse
público;
Exercer suas atribuições.

Em relação aos Usuários de Serviço Público, o Servidor Público deve:

Tratar cuidadosamente;
Ser cortês;
Ter: urbanidade, disponibilidade e atenção.

Questões

01. (CFP – Analista Técnico – Quadrix/2016) Segundo o Decreto nº 1.171/94, que aprova o Código
de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, são deveres fundamentais do
servidor público, exceto:
(A) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
onde exerce suas funções.
(B) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.
(C) exercer com estrita austeridade as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se
de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos.
(D) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha
ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação
expressa à lei.
(E) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,
estimulando o seu integral cumprimento.

02. (UFPA – Assistente em Administração – CEPS/UFPA/2015) De acordo com o Código de Ética


Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/94), é vedado, dentre
outros, ao servidor público
(A) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício regular
de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor de
documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente; atender com presteza.
(B) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem; prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou
de cidadãos que deles dependam; guardar sigilo sobre assunto da repartição; alterar ou deturpar o teor
de documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora
dele habitualmente.
(C) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem; prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou
de cidadãos que deles dependam; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício regular de
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor de
documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente.
(D) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem; tratar com urbanidade as pessoas; prejudicar deliberadamente a

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reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam; usar de artifício para procrastinar
ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente.
(E) observar as normas legais e regulamentares; prejudicar deliberadamente a reputação de outros
servidores ou de cidadãos que deles dependam; usar de artifício para procrastinar ou dificultar o exercício
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material; alterar ou deturpar o teor
de documentos que deva encaminhar para providências; apresentar-se embriagado no serviço ou fora
dele habitualmente.

03. (IF/TO – Enfermeiro do Trabalho – IF/TO/2015) Segundo o Código de Ética do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal, Decreto nº 1.171/94, são vedações destinadas ao servidor, exceto:
(A) Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição.
(B) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister.
(C) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,
prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para
o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim
(D) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana.
(E) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos.

04. (UFF – Auxiliar em Administração – COSEAC/2015) Servidor que se apresenta embriagado no


serviço; servidor que representa contra superior hierárquico que viola dever funcional. Pelas regras
previstas no Código de Ética do Servidor Público Federal (Decreto n° 1.171/94):
(A) a segunda conduta não viola o Código; a primeira só viola o Código se for habitual.
(B) a segunda conduta viola o Código; a primeira, não.
(C) ambas as condutas violam o Código.
(D) nenhuma das condutas viola o Código.
(E) a primeira conduta viola o Código; a segunda, não.

05. (UFRB – Assistente em Administração – FUNRIO/2015) Não constitui vedação ao servidor


público nos termos de seu Código de Ética, Decreto nº 1.171/94:
(A) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam.
(B) Apresentar-se embriagado no serviço, porém não fora dele, mesmo que habitualmente.
(C) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros.
(D) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister.
(E) Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

06. (DEPEN – Conhecimentos Básicos para Agente e Técnico – CESPE/2015) Com base no
Decreto n.º 1.171/1994, na Lei n.º 8.112/1990 e na Lei n.º 8.429/1992, julgue o próximo item.
De acordo com o decreto mencionado, a remoção é uma das penalidades aplicáveis ao servidor por
comissões de ética.
(....) Certo (....) Errado

07. (MEC – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) Consoante o Código de Ética Profissional do


Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n.º 1.171/1994), julgue o item seguinte.
O servidor que tem seu nome ligado a empreendimentos de cunho duvidoso fere o Regime Jurídico
dos servidores públicos (Lei n.º 8.112/1990), mas não seu Código de Ética (Decreto n.º 1.171/1994).
(....) Certo (....) Errado

08. (MPU – Analista do MPU – CESPE/2015) Considerando as disposições do Decreto n.º 1.171/1994
e as resoluções da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP), julgue o item a seguir.
É vedado ao servidor público, conforme o Decreto n.º 1.171/1994, retirar da repartição pública qualquer
documento pertencente ao patrimônio público, salvo se estiver legalmente autorizado a fazê-lo.
(....) Certo (....) Errado

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09. (CRF/TO – Assistente Administrativo – CRF/TO/2015) O Decreto nº 1.171, de 22 de junho de
1994, aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e trata
da conduta do servidor público. Nesse sentido, indique a conduta que não é vedada ao servidor:
(A) O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem.
(B) Exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se
de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos.
(C) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam.
(D) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material.

10. (MDS – Atividades Técnicas de Suporte – CETRO/2015) De acordo com o previsto no Decreto
nº 1.171/1994, que aprova o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal,
assinale a alternativa correta.
(A) A aplicação do Código de Ética padece de regulamentação legal, a qual ainda não está em vigor.
(B) O Código de Ética é aplicável, obrigatoriamente, aos servidores e empregados dos órgãos e
entidades da Administração Pública direta e indireta para os níveis federal, estadual e municipal.
(C) O Código de Ética é aplicável aos servidores e empregados dos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta e indireta.
(D) O Código de Ética é, obrigatoriamente, aplicável apenas aos servidores e empregados dos órgãos
e entidade da Administração Pública direta.
(E) O Código de Ética somente é aplicável, obrigatoriamente, aos servidores públicos, e,
facultativamente, aos empregados de órgãos e entidades da Administração Pública indireta.

11. (UFSJ – Auxiliar em Administração – UFSJ/2015) Genésio Tavares, servidor público efetivo da
Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), retirou do seu local de trabalho, sem estar legalmente
autorizado, 20 folhas de papel ofício para que seu filho pudesse fazer um trabalho de escola.
Sobre o fato acima, é CORRETO afirmar que Genésio
(A) praticou conduta vedada pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal.
(B) não cometeu nenhuma infração ética prevista no Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal.
(C) por ser servidor de universidade, não está sujeito ao Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal.
(D) não teve comportamento antiético, uma vez que ele retirou apenas 20 folhas de papel ofício.

12. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
(A) o dever do servidor de prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente.
(B) a vedação ao servidor público de usar do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição
e influências para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem.
(C) a vedação ao servidor público de prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou
de cidadãos que deles dependam.
(D) o dever do servidor de tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo
de comunicação e contato com o público.
(E) o dever do servidor de jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo.

13. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
(A) o dever do servidor de tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo
de comunicação e contato com o público.
(B) o dever do servidor de jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão
dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo.
(C) o dever do servidor de prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente.

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(D) a vedação ao servidor público de usar do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição
e influências para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem.
(E) a vedação ao servidor público de prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou
de cidadãos que deles dependam.

14. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
(A) o dever do servidor público de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
(B) a vedação, ao servidor público, de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular
de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material.
(C) a vedação, ao servidor público, de exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
(D) o dever do servidor de ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na adequada prestação dos serviços públicos.
(E) o dever do servidor de ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem
comum.

15. (TRE/MT – Conhecimentos Gerais – CESPE/2015) Constitui regra deontológica do Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
(A) a vedação, ao servidor público, de exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
(B) o dever do servidor de ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se
materializam na adequada prestação dos serviços públicos.
(C) o dever do servidor de ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter,
escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem
comum.
(D) o dever do servidor público de jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.
(E) a vedação, ao servidor público, de usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular
de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material.

16. Fazem parte das regras deontológicas:


(A) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais.
(B) A dignidade, a honestidade, o decoro, e a paciência.
(C) A dignidade, o decoro, a presteza, a eficácia e a consciência dos princípios morais.
(D) A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e as regras de convivência.
(E) A dignidade, o decoro, o zelo, a ineficácia e a consciência dos princípios morais.

17. Entre os deveres fundamentais do servidor público, assinale a alternativa INCORRETA:


(A) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular.
(B) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário.
(C) Ser improbo, reto, leal e injusto, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo
sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum.
(D) Jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo.
(E) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público.

18. Entre outras proibições, é vedado ao servidor público, EXCETO:


(A) O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem.
(B) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam.
(C) Ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão.
(D) Usar de artifícios para acelerar ou facilitar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, a fim
de não lhe causar dano moral ou material.

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(E) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister.

19. Assinale Certo ou Errado para a assertiva a seguir.


A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de repreensão e sua fundamentação
constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
( ) Certo.
( ) Errado.

20. Assinale Certo ou Errado para a assertiva a seguir.


Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
( ) Certo
( ) Errado.

21. (UFT - Assistente em Administração – COPESE/UFT/2014) O Decreto N.º 1.171/1994


estabelece, nas regras deontológicas, que toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho
é:
(A) falta grave, causa transtornos, mas não desmoraliza o serviço público
(B) fator de desrespeito com suas obrigações, no entanto, não implica em desordem nas relações
humanas.
(C) falta moderada, pois não conduz, necessariamente, à desordem nas relações humanas.
(D) fator de desmoralização do serviço público, o que sempre conduz à desordem nas relações
humanas.

22. (UFT - Assistente em Administração – COPESE/UFT/2014) NÃO é vedado ao servidor público,


segundo o Decreto N.º 1.171/1994:
(A) Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público.
(B) Desviar servidor público para atendimento a interesse particular.
(C) Zelar para que o teor de documentos que deva encaminhar para providências não seja alterado ou
deturpado.
(D) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros.

23. (MAPA - Técnico de Contabilidade – CONSULPLAN/2014) Acerca das regras deontológicas


previstas no Decreto nº 1.171/94 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal), assinale a afirmativa correta.
(A) A moralidade administrativa refere-se à distinção entre o bem e o mal, nada tendo relação com o
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade.
(B) Ao servidor público, no cumprimento de uma ordem superior, é permitido avaliar elementos de
legalidade e ilegalidade, não podendo, entretanto, questionar sobre o que é justo ou injusto, oportuno ou
inoportuno, honesto ou desonesto.
(C) O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
(D) A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, não se integra na vida
particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em sua vida
privada não poderão diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

24. (MI - Nível Superior - Conhecimentos Gerais – ESAF/2012) Nos termos do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, o conceito de servidor público, para
fins de apuração do comprometimento ético, é:
(A) Restritivo, abrangendo apenas os que, por força de lei, prestem serviços de natureza permanente,
ligados diretamente a qualquer órgão do poder estatal.
(B) Restritivo, abrangendo apenas os que, por força de lei ou contrato, prestem serviços de natureza
permanente, ligados diretamente a qualquer órgão do poder estatal.
(C) Relativamente restritivo, abrangendo apenas os que, por força de lei, contrato ou outro ato jurídico,
prestem serviços de natureza permanente, ligados diretamente a qualquer órgão do poder estatal.

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(D) Bastante amplo, abrangendo até mesmo os que, por força de qualquer ato jurídico, prestem
serviços de natureza excepcional, mesmo que não remunerados para tanto e ligados apenas
indiretamente a um órgão do poder estatal.
(E) Amplo, abrangendo também os que, por força de qualquer ato jurídico, prestem até mesmo serviços
de natureza temporária ou excepcional, desde que com retribuição financeira e ligados diretamente a
algum órgão do poder estatal.

25. (MS - Todos os Cargos - Conhecimentos Gerais – CESPE/2013) Com base no Código de Ética
Profissional do Serviço Público, julgue os itens que se seguem:
O servidor público que se apresentar embriagado habitualmente fora do ambiente de trabalho sujeita-
se à penalidade de censura, cuja aplicação deve ser feita pela comissão de ética do órgão a que o servidor
se vincula.
(A) CERTO.
(B) ERRADO.

26. (UERN – Agente Técnico Administrativo – CESPE/Adaptada) Carlos, servidor público, excede-
se na bebida aos fins de semana, quando costuma frequentar bares e casas noturnas de sua localidade.
Nessas ocasiões, Carlos costuma falar palavras de baixo calão, fazer gestos obscenos e dirigir
impropérios contra a vida conjugal de seus colegas de trabalho. Diante da situação hipotética acima e
considerando a regulamentação ética do serviço público, assinale a opção correta.(A) Os excessos
cometidos por Carlos referem-se aos períodos de folga e fora de seu local de trabalho, portanto não
afetam o serviço público.
(B) Embora não haja nenhuma disposição no Código de Ética do Servidor Público quanto aos excessos
cometidos por Carlos, ele praticou o crime de difamação contra seus colegas, podendo, em razão, disso,
ser por estes processado.
(C) O problema de Carlos é a propensão ao alcoolismo. Isso não é crime nem imoralidade, pois se
trata de um distúrbio que deve ser devidamente tratado no Sistema Único de Saúde.
(D) Ao prejudicar deliberadamente a reputação de seus colegas e apresentar-se embriagado com
habitualidade, Carlos viola as disposições do Código de Ética do Servidor Público.
(E) Carlos poderá ser exonerado do serviço público pelas práticas dos crimes de atentado violento ao
pudor e calúnia.

27. (DPE/SP – Agente de Defensoria – FCC/Adaptada) O servidor público quando instado pela
legislação a atuar de forma ética, não tem que decidir somente entre o que é legal e ilegal, mas, acima
de tudo entre o que é:(A) oportuno e inoportuno.
(B) conveniente e inconveniente.
(C) honesto e desonesto.
(D) público e privado.
(E) bom e ruim.

28. (INSS – Perito Médico Previdenciário – FCC/2012) Considere duas hipóteses:


I. Fernanda, servidora pública civil do Poder Executivo Federal, tem sido vista embriagada,
habitualmente, em diversos locais públicos, como eventos, festas e reuniões.
II. Maria, também servidora pública civil do Poder Executivo Federal, alterou o teor de documentos que
deveria encaminhar para providências.
Nos termos do Decreto n° 1.171/1994,
(A) ambas as servidoras públicas não se sujeitam às disposições previstas no Decreto n° 1.171/1994.
(B) apenas o fato descrito no item II constitui vedação ao servidor público; o fato narrado no item I não
implica vedação, vez que a lei veda embriaguez apenas no local do serviço.
(C) apenas o fato descrito no item I constitui vedação ao servidor público, desde que ele seja efetivo.
(D) ambos os fatos não constituem vedações ao servidor público, embora possam ter implicações em
outras searas do Direito.
(E) ambos os fatos constituem vedações ao servidor público.

29. (CGU – Analista – ESAF/Adaptada) De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 22.6.1994, é vedado ao
servidor público:
I. receber gratificação financeira para o cumprimento de sua missão.
II. ser sócio de empresa que explore jogos de azar não-autorizados.

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III. informar, a um seu amigo de muitos anos, do conhecimento que teve, em razão das funções, de
uma minuta de medida provisória que, quando publicada, afetará substancialmente as aplicações
financeiras desse amigo.
IV. permitir que simpatias ou antipatias interfiram no trato com o público.
V. ser, em função do seu espírito de solidariedade, conivente com seu colega de trabalho que cometeu
infração de natureza ética.
Estão corretas:
(A) apenas as afirmativas I, II, IV e V
(B) as afirmativas I, II, III, IV e V.
(C) apenas as afirmativas I, II, III, e V.
(D) apenas as afirmativas I, II e V.
(E) apenas as afirmativas I e II.

30. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRANRIO/Adaptada) Qual das afirmações a seguir está
em DESACORDO, com o Código de Ética, Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, incluídas suas
alterações posteriores, e com a Constituição Federal de 1988?
(A) O trabalho de uma comissão de ética pública deve ser pautado pelos princípios constitucionais da
administração pública, pelos princípios legais atinentes aos processos administrativos e pelos princípios
específicos de sua norma regulamentar constituitiva, dentre outros.
(B) O Código de Ética dispõe que deve haver tratamento cortês e com boa vontade aos administrados.
(C) O Código de Ética é aplicável não somente aos servidores públicos, mas também àqueles que
sejam, de alguma forma, ligados ao órgão federal, mesmo que excepcionalmente.
(D) Uma comissão de ética pública, após a devida instrução preliminar, pode decidir pela pena de
suspensão de um servidor, por falta de urbanidade.
(E) Um cidadão pode dirigir uma petição, com reclamação sobre falta de urbanidade no tratamento
recebido em órgão federal.

31. (CGU – Analista de Finanças e Controle – ESAF/Adaptada) Para os fins do Código de Conduta
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, entende-se por servidor público:
I. os servidores públicos titulares de cargo efetivo.
II. os titulares de cargo em comissão.
III. os empregados de sociedades de economia mista.
IV. os que, temporariamente, prestam serviços à Administração Pública Federal, desde que mediante
retribuição financeira.
Estão corretos os itens:
(A) I, II, III e IV.
(B) II, III e IV.
(C) I, III e IV.
(D) I, II e IV.
(E) I, II e III.

32. (CGU – Analista de Finanças e Controle – ESAF/Adaptada) De acordo com o Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto nº 1.171, de
22.6.1994, é vedado ao servidor público:
I. receber gratificação financeira para o cumprimento de sua missão.
II. ser sócio de empresa que explore jogos de azar não-autorizados.
III. informar, a um seu amigo de muitos anos, do conhecimento que teve, em razão das funções, de
uma minuta de medida provisória que, quando publicada, afetará substancialmente as aplicações
financeiras desse amigo.
IV. permitir que simpatias ou antipatias interfiram no trato com o público.
V. ser, em função do seu espírito de solidariedade, conivente com seu colega de trabalho que cometeu
infração de natureza ética.
Estão corretas:
(A) apenas as afirmativas I, II, IV e V
(B) as afirmativas I, II, III, IV e V.
(C) apenas as afirmativas I, II, III, e V.
(D) apenas as afirmativas I, II e V.
(E) apenas as afirmativas I e II.

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33. (ADASA – Advogado – FUNIVERSA/Adaptada) O Decreto n.º 1.171/1994, que cria o Código de
Ética do Servidor Público Civil, prevê a constituição de uma comissão de ética a fim de implementar as
novas disposições a serem observadas. Acerca dessa comissão, assinale a alternativa correta.
(A) Será integrada apenas por servidores públicos.
(B) Será integrada por servidores de carreira.
(C) Será integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo.
(D) Será integrada por três empregados com mais cinco anos no cargo.
(E) Será integrada por três servidores com mais de cinco anos no cargo.

34. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/Adaptada) Assinale a opção correta acerca da


comissão de ética prevista no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal.
(A) As ações de ética não devem guardar correlação com outros procedimentos administrativos da
organização, como, por exemplo, a promoção de servidores.
(B) Para fins de apuração de comprometimento ético entende-se como servidor apenas o concursado,
mesmo que ainda não estável.
(C) A comissão de ética deve ser formada, preferencialmente, pelos dirigentes da organização.
(D) À comissão de ética é vedado fornecer informações acerca dos registros da conduta ética dos
servidores.
(E) Qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público deverá criar uma
comissão de ética.

Respostas

01. Resposta: C.
(a) Lei 1.171, XIV, q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação
pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
(b) Lei 1.171, XIV, s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
(c) Lei 1.171, XIV, t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam
atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço
público e dos jurisdicionados administrativos;
(d) Lei 1.171, XIV, u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com
finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo
qualquer violação expressa à lei;
(e) Lei 1.171, XIV, v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste
Código de Ética, estimulando o seu integral cumprimento.

02. Resposta: C.
A) Atender com presteza (Isso não é vedado ao servidor, mas dever);
B) Guardar sigilo sobre assuntos da repartição (Não é vedado ao servidor, mas dever);
C) Correta – Decreto 1.171/94 - Seção III inc. XV;
D) Trata com urbanidade as pessoas (É dever do servidor);
E) Observar as normas legais e regulamentares (Também não e vedado ao servidor, mas dever).

03. Resposta: A.
A Letra A, é um dos Deveres do Servidor Público, vide Decreto 1171/94.
Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua
organização e distribuição;
As demais afirmações são consideradas como proibições:
Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

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o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana.

04. Resposta: E.
Decreto 1.171/1994 XIV (Dos Principais Deveres do Servidor Público) h) ter respeito à hierarquia,
porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal;
XV (Das Vedações ao Servidor Público) n) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente (O "habitualmente", pelo que entendo, aplica-se somente ao caso de estar embriagado
fora do serviço).

05. Resposta: B.
XV - E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício
próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade
da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

06. Resposta: Errado.


Remoção não é pena. E a única punição prevista no Código de Ética é a censura.
Decreto 1.171. XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e
sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência
do faltoso.
Lei 8.112/90. Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

07. Resposta: Errado.


Segundo o Decreto 1.171/94 temos: Seção III - Das Vedações ao Servidor Público:
XV - É vedado ao servidor público:
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

08. Resposta: Certo.


Decreto 1.171/94
Das Vedações ao Servidor Público:
XV - E vedado ao servidor público;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público.

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09. Resposta: B.
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de
fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos.

10. Resposta: C.
O Código de Ética dos Servidores Públicos foi aprovado pelo Decreto Federal 1.171/94 para os
servidores públicos do Poder Executivo Federal com o objetivo de impor as regras que norteiam os
princípios, deveres e proibições, os fundamentos e as regras morais que devem ser seguidas pelos
servidores públicos do Poder Executivo Federal.

11. Resposta: A.
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público.

12. Resposta: A.
Com base no D 1171
A) CERTO: CAPÍTULO I Seção I Das Regras Deontológicas
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública
B) Seção III Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem
C) XV - E vedado ao servidor público;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam
D) Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público
E) XIV - São deveres fundamentais do servidor público
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo

13. Resposta: C.
a) Dos Principais Deveres do Servidor Público
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público
b) XIV - São deveres fundamentais do servidor público
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo
c) Certo. Das Regras Deontológicas
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública
d) Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem
e) Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam

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14. Resposta: A.
D1171
a) Errado. (Das Regras Deontológicas) - II - O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
b) XV - E vedado ao servidor público; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
c) XV - E vedado ao servidor público; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
d) XIV - São deveres fundamentais do servidor público: f) ter consciência de que seu trabalho é regido
por princípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
e) XIV - São deveres fundamentais do servidor público: c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor
e a mais vantajosa para o bem comum.

15. Resposta: D.
d) Das Regras Deontológicas: II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente
e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto,
consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
XV - E vedado ao servidor público;
a) p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
e) d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
b) f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada
prestação dos serviços públicos;
c) c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum.

16. Resposta: A.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores
que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá
o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

17. Resposta: C.
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando
prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e
contato com o público.

18. Resposta: D.
XV - E vedado ao servidor público:
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer
favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de
Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

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d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,
causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para
atendimento do seu mister.

19. Resposta: Errado.


XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso.

20. Resposta: Certo.


XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do
serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

21. Resposta: D.
Espera-se do servidor público que este cumpra as regras que lhe são impostas e a ausência
injustificada deste em seu local de trabalho é sem sobra de dúvidas um fator que desmoraliza o serviço
público, o que conduz à desordem nas relações humanas.

22. Resposta: C.
Cuidado! O que não é vedado é permitido, assim a questão quer saber, nos termos do Decreto nº
1.171/94, qual das condutas mencionadas nas alternativas é permitida ao servidor público. Deste modo,
a alternativa correta é a “C”, haja vista que é dever do servidor zelar para que o teor de documentos que
deva encaminhar para providências não seja alterado ou deturpado. Todas as demais condutas previstas
nas outras alternativas são vedadas ao servidor.

23. Resposta: C
É a transcrição literal do que prevê o Capítulo I, Seção I, inciso V, Decreto 1.171/94.

24. Resposta: D.
Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que,
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária
ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse
do Estado.

25. Resposta: A.
Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente, sujeita o servidor público à
penalidade de censura, cuja aplicação deve ser feita pela comissão de ética do órgão a que o servidor se
vincula.

26. Resposta: D.
Nos termos do inciso VI do Decreto n° 1.171/94, “a função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito
na vida funcional”. Embriagar-se, comportar-se de maneira inadequada, independentemente do horário,
é algo que compromete a instituição, sendo assim uma atitude antiética. Tanto é que as atitudes de Carlos
se encontram entre as proibições estabelecidas pelo Código de Ética no inciso XV: “f) permitir que
perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato
com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou
inferiores; [...] n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente; o) dar o seu concurso
a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana”.

27. Resposta: C.
É o que destaca o inciso II do Decreto n° 1.171/94: “O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal”.

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28. Resposta: E.
Nos termos do inciso I do Decreto, “a dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos
serviços públicos”. Ambas condutas violam estes princípios, uma dentro do espaço de trabalho e outra
fora dele, de forma que ambas se sujeitam ao Decreto n° 1.171/94.

29. Resposta: B.
São todas vedações previstas no inciso XV, respectivamente, nas alíneas g, o, m, f e c: “g) pleitear,
solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão,
doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; o) dar o seu concurso a qualquer
instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; m) fazer uso
de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; c) ser, em função de seu
espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
de sua profissão”.

30. Resposta: D.
A única pena que pode ser aplicada pela Comissão de Ética é a de censura (inciso XXII).

31. Resposta: E.
Neste sentido: "XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor
público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do Estado". O erro quanto ao IV é que a retribuição financeira é dispensável.

32. Resposta: B.
São todas vedações previstas no inciso XV, respectivamente, nas alíneas g, o, m, f e c: "g) pleitear,
solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão,
doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; o) dar o seu concurso a qualquer
instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; m) fazer uso
de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
parentes, de amigos ou de terceiros; f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; c) ser, em função de seu
espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
de sua profissão".

33. Resposta: C.
Destaca-se o artigo 2º do Decreto: "Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e
indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de
Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores
ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente".

34. Resposta: E.
Trata-se da previsão do artigo 2º, caput, do Decreto nº 1.171/94: "Os órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva
Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
permanente". Assim, em todos os órgãos e entidades vinculadas ao poder público, mesmo que façam
parte da administração indireta, deve ser instituída uma Comissão de Ética.

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