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TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA

Nome: Elaine Aparecida Matias Reis RA: 25230


E-mail: elainematiasreis@yahoo.com.br

Curso: Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional


Ano Letivo: 2018

Disciplina: Criatividade e competência sócio emocional na educação

Data: 16/12/2018
Professora: Juliana Gomes Santos da Costa

Modelo: MINI ARTIGO

INCLUSÃO: O DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA DA PESSOA COM


DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

RESUMO:
Este artigo apresenta uma pesquisa sobre o desenvolvimento da autonomia
da pessoa com deficiência intelectual. Através de pesquisas biográficas,
dissertações e teses. A partir da leitura desses trabalhos que possibilitaram, fazer

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uma análise sobre o contexto histórico e a evolução sobre o tema, levando a uma
reflexão sobre os fatores que influenciam o desenvolvimento dessa autonomia.

PALAVRAS CHAVES: ​Contexto histórico, deficiência intelectual, inclusão,


autonomia.

INTRODUÇÃO:

​A história registra diferentes formas de ver o indivíduo com deficiência,


passando pelo abandono, extermínio, superproteção, segregação, integração e
atualmente o processo de inclusão. Durante muitos anos evidenciou-se a
desvalorização e desrespeito ao ser humano, sendo necessária em 1948, à criação
da Declaração Universal dos Direitos Humanos que reconheceu o direito à igualdade
e dignidade a todos os indivíduos.

A Constituição Federal brasileira no artigo 1º à necessidade de promover o


bem de todos, sem exceções. Já o artigo 205 refere-se à educação como um direito
de todos, garantindo o total desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a
qualificação para o trabalho. O artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de
condições de acesso e permanência na escola” em que todos os homens devem ter
direitos iguais a dignidade, desta forma o indivíduo que possui altas habilidades ou o

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que possui algum tipo de limitação, ambos devem ter os mesmos direitos e
oportunidade.

Com a inclusão da pessoa com deficiência intelectual começa ter novas


oportunidades e desafios que envolve a família, escola e comunidade, para o
desenvolvimento da autonomia. A ​conquista da autonomia é importante para o
desenvolvimento físico e psicológico das pessoas com deficiência e traz benefícios
como o aperfeiçoamento das habilidades pessoais, sociais e profissionais, além da
melhora da autoestima.

Cada pessoa com deficiência é única, cada história de vida é uma história
pessoal, assim como é o grau de autonomia e a necessidade de apoio de cada
sujeito. Nos dias de hoje a autonomia de pessoas com deficiência intelectual tem
sido a pauta de discussões entre famílias, educadores, assistentes sociais,
cuidadores e demais profissionais que atuam na área. Esse assunto que hoje
desperta o interesse de muitas pessoas há pouco tempo atrás era um assunto
inexistente, pois, a sua expectativa de vida era baixa.

DESENVOLVIMENTO:

Trabalhando o conceito Autonomia...


Ao nos depararmos com esse tema tão discutível nos perguntamos: O que eu
entendo por autonomia? Qual a capacidade que uma pessoa com deficiência

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intelectual tem, quando se trata de autonomia? Como promover a autonomia dessas
pessoas?

As teorias de Piaget e Kant parecem possuir um mesmo ingrediente essencial


do pensamento a autonomia. Em Kant, o conceito de autonomia está presente
fundamentando toda a ética. Cassirer, um dos maiores comentadores de Kant,
salienta o que é a autonomia para o autor:

"​A autonomia é aquela vinculação da razão teórica e da razão moral em que esta tem a
consciência de vincular-se a si mesma". (Cassirer, 1968, p. 287).

Assim, podemos dizer que, para Kant, a autonomia é a vontade própria. É


governar-se por si mesmo. É a escolha racional e emocional. É a escolha que não
leva em conta as consequências externas e imediatas dos atos e nem as regras, por
pura prudência, inclinação, interesse ou conformidade.

Para Piaget, a autonomia ocorre quando o indivíduo é capaz, pela razão,


construída segundo as estruturas próprias do sujeito, de se opor às autoridades.

"O "herói" piagetiano é, portanto, aquele que pode dizer "não'' quando o resto da sociedade, possível
refém das tradições, diz "sim", contanto que este "não" seja fruto desta
démarche intelectual ativa e não apenas decorrência de um ingênuo espírito
de contradição". (Tailleetal., 1991, p. 63)

Porém, obter a autonomia exige um pressuposto imprescindível; segundo


Piaget, o indivíduo deve poder usufruir de relações sociais de cooperação, nas quais
alguns fatores levam o indivíduo a superar a heteronomia e a chegar a autonomia.
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Ao nos depararmos com alguém com deficiência intelectual automaticamente
determinamos o que ela poderá fazer, o que resulta na privação de oportunidades
para que desenvolvam habilidades e adquiram autonomia. Quando eu acredito eu
oportunizo, e quando eu oportunizo eu acredito. Um leva ao outro, um complementa
o outro, não dá para focar em apenas um. Nós temos que promover o tempo inteiro
situações de oportunidades, para que isso ocorra é preciso acreditar. Acreditar no
potencial de pessoas com deficiência intelectual para muitos é um desafio e por ser
um desafio é preciso se arriscar, desafios nos fazem crescer, olhar de outra forma,
pensar em possibilidades.

A autonomia de pessoas com deficiência intelectual tem sido pauta de


discussões entre famílias e profissionais e pessoas que atuam na área. Esta
preocupação existe por muitas razões, porém algumas se destacam, essas pessoas
estão envelhecendo e sem recursos, recursos que favorecem uma vida com mais
qualidade e ter mais qualidade envolve fazer coisas para si como, tomar banho
sozinha, preparar uma refeição rápida, saber pedir ajuda em situação de risco,
anotar um recado, entre muitas outras coisas. Outra situação presente é que muitas
dessas pessoas estão se tornando cuidadores de seus pais.

Autonomia: Necessidade do ser humano e essencial para o seu bem-estar...


A autonomia é uma necessidade do ser humano e desde pequenos vibramos
com ela, desde as pequenas conquistas. Quando um bebê consegue alcançar um
objeto, dar pequenos passinhos, comer sozinho ele está exercitando sua autonomia,

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o que é essencial para o seu bem-estar, ele vibra com suas conquistas, estas são
significativas e necessárias.

Durante todo nosso curso de vida, da infância até a velhice estão presentes, o
exercício da autonomia, a condição de dependência e independência, estas são
condições que se entrelaçam e permeiam o nosso dia a dia. Quando bebê, e na
infância, somos mais dependentes devido às condições biológicas, devido às
incapacidades físicas e intelectuais naturais. Na medida em que crescemos e
amadurecemos, nos desprendemos das necessidades de apoios e assistência dos
outros. Por isso, ser dependente no contexto da vida adulta tem um sentido bem
diferente da dependência na infância. O berço deste desprendimento de apoios e
assistência é a família e ao decorrer da vida, a escola, as instituições e os ambientes
que estamos inseridos.

Família: Porta de entrada para autonomia...


Quando falamos que o berço do desprendimento de apoios e assistência é a
família, estamos concluindo que, é no âmbito familiar que qualquer criança
independentemente de ter uma deficiência intelectual ou não, tem as primeiras
oportunidades de exercitar sua autonomia, esta que futuramente poderá ser utilizada
nos diversos contextos que estará inserida, seja no trabalho, na escola, na
comunidade ou até mesmo no lazer. Infelizmente ainda existe uma enorme
defasagem neste aspecto, oportunizar o exercício da autonomia da pessoa com
deficiência intelectual no contexto familiar.

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A família na sua maioria tem uma forte tendência em proteger o filho,
tratando-o como uma “eterna criança” onde ele cresce sem a oportunidade de
amadurecer, pertencer, fazer escolhas, contribuir com as tarefas rotineiras, se
posicionar, participar da vida familiar, entre outras situações, o que não favorece
comportamentos adequados em sua vida adulta.

Segundo Carlo Lepri a infantilização e o excesso de proteção da família em


relação ao filho com deficiência são transferidos para o macrossocial e, da mesma
forma, do macrossocial retornam às famílias por meio de mensagens que confirmam
e reforçam tais comportamentos.

A fim de proteger o filho dos preconceitos sociais, algumas famílias tentam


prolongar a infância de seus filhos adiando a passagem para a vida adulta e uma
das coisas que acontecem é a exclusão de vivências no meio social.

A pessoa com deficiência torna-se “uma pessoa que nunca poderá crescer, amadurecer,
passar pelas experiências típicas de uma pessoa adulta, por exemplo,
aquelas ligadas à sexualidade ou à autonomia pessoal. Nessa situação, os
familiares, são levados a proteger e cuidar da ‘criança’ durante todo o dia e
por toda a vida, mesmo em situações nas quais elas poderiam se virar
sozinhas”.
A. Mosconi e L. Gallo, “Disabilità e identità: I’ approccio sistêmico”, Salute e Società, ano IV, 2005

O QUE REALMENTE É AUTONOMIA?


Autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com o
exercício do autogoverno, auto regulação, livre escolha, privacidade, liberdade
individual, independência e autossuficiência. Refere-se à liberdade de

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experienciamos as situações de vida de acordo com as nossas necessidades.
Alguns sinônimos de autonomia: autocracia, emancipação, alforria, independência,
liberdade, libertação, iniciativa, permissão e desprendimento. A autonomia também
está relacionada com ajuda, suporte, apoio, independência, fazer escolhas. Quando
exploramos o conceito “Autonomia” nos faz pensar e nos leva a reflexão.

Segundo Miguel Verdugo a autonomia é uma das características principais da


autodeterminação e considera uma conduta autônoma se a pessoa atua segundo
suas próprias referências, interesses e capacidades e independentemente, livre de
influências externas e interferências não desejadas.

Pessoas com deficiência intelectual que desconhecem suas preferências,


interesses e capacidades precisam aprender a escolher, pois a escolha é
fundamental para a promoção da autonomia.

Estas precisam passar por um processo de escolha que são promovidas e


estimuladas pelas pessoas que o cercam, pelo contexto socio cultural na qual está
inserida: ensinar a comunicar suas preferências; ensinar que conseguirão o que
escolherem; dar mais controle; ampliar as oportunidades de escolha.

Neste contexto é possível que uma pessoa seja dependente sem perder sua
autonomia? Como desenvolver as habilidades necessárias para uma vida adulta,
sendo que estas não foram desenvolvidas dentro de cada fase (infância,
pré-adolescência, adolescência, juventude e idade adulta)? Como conseguir a
independência suficiente para aquela pessoa que ao longo da vida não foi

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estimulada para ser autônoma? Como nos tornar facilitadores para que esta pessoa
com deficiência intelectual tenha uma vida independente?

​Autonomia Pessoal uma questão de necessidade...


A Autonomia Pessoal pode definir-se como a capacidade de realizar as
atividades básicas do nosso dia-a-dia, é a capacidade da pessoa funcionar
satisfatoriamente de acordo com as suas capacidades.

Nas diversas fases da vida é preciso alcançar um grau satisfatório de


autonomia, mas para que isso venha acontecer é preciso que estas pessoas sejam
expostas a uma série de situações diárias, nos diversos contextos que está inserida,
na família, na escola, nas instituições, no trabalho, na comunidade e até mesmo no
lazer. É fundamental que nestes contextos tenham oportunidades para exercitar a
autonomia.

Alimentar-se, fazer a higiene pessoal, ir ao toalete, tomar banho, vestir-se, se


locomover, orientar-se no espaço que se encontra, fazer compras, pagar as contas,
usar meio de transporte, preparar uma refeição, cozinhar, cuidar da própria saúde,
manter sua própria segurança, usar corretamente os utensílios de cozinha, utilizar o
dinheiro, saber pedir ajuda quando necessária, e tantas outras situações como
estas, só são possíveis se a pessoa que as executa tiver certo grau de autonomia.

Na vida adulta nossa autonomia e independência são afetadas mais pelas


exigências sociais e por metas individuais, os que não acontece com as pessoas
com deficiência intelectual em sua grande maioria, estas sempre foram excluídas de

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escolhas, posicionamentos e argumentos, na infância, na adolescência e na vida
adulta.

CONCLUSÃO:

Este artigo nos leva a vários questionamentos sobre o desenvolvimento da


autonomia da pessoa com deficiência intelectual, promovendo uma reflexão sobre os
direitos conquistados pela pessoa com deficiência ao longo da história e a
importância da autonomia para seu desenvolvimento e sua inclusão. Embora ainda
tem alguns preconceitos quando essa pessoa é estimulada tem potencial para
exercitar sua autonomia, criatividade e competências sócio emocionais, levando em
consideração o contexto que ela está inserida que promovendo oportunidades
acreditando nesse potencial e respeitando seus limites.

Bibliografias:
BAKER, B. L., & Brightman, A. J. (2009). Passos para a Autonomia. Lisboa: Instituto
Piaget.
CASSIRER, E. Kant, vida v doctrina. Traducción de W: Roges. México: Fondo de
Cultura Económica, 1968.

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DOUGLAS, M. R. Como vencer com a auto-estima. Rio de Janeiro: Record, 1996.
______. Um novo olhar sobre a integração do deficiente. In: MANTOAN, M. T. E. et.
al. (Orgs.). A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma
reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.
FREITAG, B. Piaget e a filosofia. São Paulo: Unesp, 1991.
DREER. (2010). Plano Anual de Actividades CAO Machico. Machico.
Mude seu falar que eu mudo meu ouvir. Associação Carpe Diem. 2011.
Viajantes Inesperados. Carlo Lepri, 2012.

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