Sie sind auf Seite 1von 3

148 H!

STOLOCii\ BÁSICA

As esplculas receberam este nome devido ao seu aspecto Reparação das Fraturas
nos cortes histológicos. Na verdade, elas representam cor- Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela le-
tes de paredes delimitando cavidades alongadas, confor- são dos vaso~ S<:U\guÚ\eos, destruiç.ío d.e matriz e morte
me mostra a Fig. 8.15. de células ósseas.
Não existe ainda uma hipótese para o mecanismo de Pílra que a reparação se inicie, o coáguJo sanguíneo
calcificação que seja universalmente aceita. Sabe-se que a e os restos celul~ e da matriz devem sct removidos
calcificação começa pela deposição de sais de cálcio sobre pelos rnacróf..1gos. O periósteo e o endósteo próximos~
área fraturada resp011dem com uma intensa prolifera-
as fibrilas colágenas, um processo que parece ser induzi- .;ão, formando um tecido muito rko em células osteo·
do por proteoglicanas e glicoproteínas da matriz. A depo- pmgenitOra!i que constitui um colnr em torno da fratu-
sição dos sais de cálcio é também influenciada pela con- ro c penetra entre as extremidades ósseas rompidas (Fig.
centração desses minerais em vesículas do citoplasma dos 8.21 A c 8). Nesse anel ou calor conjuntivo. bem como
osteoblastos. Essas vesículas são expelidas para a matriz no conjuntivo que se Jocaliza entre as exttemldades ós-
(vesículas da matriz). Além disso, existe ainda a partici- seas fraturadas, surge tecido ósS«J imaturo, tanto pela
pação da enzima fosfatase alcalina, sintetizada pelos oste- ossificação endocondral de pequenos pedaços de carti-
oblastos. lagem que af se formam, como também por ossificação
intr.--.mcmbrano!;a. Podem, pois, ser encontradas no lo-
cal de reparação, <'~Omebrnotempo,âreasdecílrtilagern,
CRESCIMENTO E REMODELAÇÃO DOS OSSOS áreas de ossificação intramembranosa e áreas de ossifi·
c~ção endocondral. Esse processo evolui de modo a
O crescimento dos ossos consiste na formação de tecido aparecer, após algwn tempo, um calo ósseo que envol·
ósseo novo, associada à reabsorção parcial de tecido já for- vc a extrl•rnidade dos ossos fraturados. O <:aJo ósseo é
mado; deste modo, os ossos conseguem manter sua forma constituído por tecido ósseo imaturo t.JUt? w1e proviso-
enquanto crescem. riamenl~ it~ extremidades do osso rmturado (f'ig. 8.21
Os ossos chatos crescem por formação do tecido ósseo C e D).
pelo periósteo situado entre as suturas e na face externa do As trações e pressões exercidas sobre o osso durante
osso, enq~~<mto ocorre reabsorção na face interna. Sendo a reparação da fratura, e após o reton1o do paciente a
extremamente plástico, o tecido ósseo responde, por exem- suas ath;dades normnis. causam« remodelação do coa lo
ósseo e sua completa substituição por teddo ósseo )a-
plo, ao crescimento do encéfalo, formando urna caixa melar. Se e::;~;as trações e press{).cs forem idênticas às
craniana do tamanho adequado. Havendo deficiência no exercidas sobre o osso ant~ da fratura, a estrutura do
crescimento do encéfalo, a caixa craniana será pequena. Ao osso volta a ser a mesma que cxisHa a.nteciom1ente. Ao
contrário, nas crianças com h.idrocefalia, por exemplo, cujo contrário dos outros tecidos conjuntivos, o tecido ósseo,
encéfalo é muito volwnoso, a caixa craniana é também apesardeserduro, repard-~sema formllçãodccicatriz.
muito maior do que o normal.
Nos adultos também exis te remodelação dos ossos, um
processo fisiológico que ocorre simultaneamente em diver- PAPEL METABÓLICO DO TECIDO ÓSSEO
sas partes do esqueleto. Nesse caso a remodelação não está
relacionada com o crescimento e é muito mais lenta. 'Esti- O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e fundo·
ma-se que a remodelação nas crianças pequenas seja 200 na como uma reserva desse íon, cuja concentração no san·
vezes mais rápida do que nos adultos. gue (calcemia) deve set mantida constante, para o funcio-
Nos ossos longos, as epffises aumentam de tamanho namento norma I do organismo.
devido ao crescimento radial da cartilagem, acompanha· Há um intercâmbio contínuo entre o cálcio do plasma
do por ossificação endocondral. A diáfise cresce em exten- sanguíneo e o dos ossos. O cálcio absorvido da alimenta·
são pe.la atividade dos discos epifisários e, em espessura, ção e que faria aumentar a concentração sanguínea deste
pela formação de tecido ósseo na superfície externa da íon é depositado rapidamente no tecido ósseo, e, inversa·
diáfise, com reabsorçãq na superfície interna. Esta reabsor- mente, o cálcio dos ossos é mobilizado quando diminui sua
ção in tema aumenta o diâmetro do canal medular. concentração no sangue.
Apesar da sua resistência às pressões e da sua dure<~:a, Existem dois mecanismos de mobilização do cálcio de·
o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar positado nos ossos. O primeiro é a simples transferência
sua estrutura interna em resposta a modificações nas for- dos íons dos cristais de hidroxiapatita para o líquido in-
ças a que está submetido. tersticial, do qual o cálcio passa para o sangue. Esse meca-
nismo, puramente físico, é favorecido pela grande s uper·
ffcie dos cristais de hidroxiapatita e tem lugar principal·
mente no osso esponjoso. As !ameias ósseas mais jovens,
APLICAÇAO M~D..;.ICA ..;;;..;.._ _ pouco calcificadas, que existem mesmo no osso adulto,
devido il remodelação contrnua, silo as que recebem e ce-
A posição dos dentes na arcada dentária pode ser mo- dem Ca'- com maior facilidade. Essas !ameias são mais
dificada por pressões laterais exerddas por aparelhos
ortodônticos. Ocorrem reabsorção 66sea no lado em que importantes na manutenção da calcemia do que as !ame-
a press.io atua e deposição no lado Op<>Sto, que está su- las antigas, muito calcificadas e cujos papéis principais são
jeito a uma tração. Desse modo, o dente é deslocndo nH de suporte e proteção.
arcada dentária, à medida que o osso alveolar é remo.. O segundo mecanismo da mobilização do cálcio é de
delado. Este é um exemplo prático da pJ<lSticidade do ação mais lenta e decorre da ação do hormônio da parati-
tecido ósseo, apesa.r das características de rigide7. deS* reóide, ou paratormônio, sobre o tecido ósseo. Este hormô·
tecido. nio causa um aumento no número de osteodastos e rea·
TECIDO ÓSSEO 149

Periósteo Proliferação do peliósteo Osso Osso primário neoformado

Tecido ôsseo secundário recém-formado

Fratura reparada

Pig. 8.21 Desenhos esquemáticos mostrando o processo de reparação da fratura, por formação de novo tecido ósseo a partir do en-
dósteo e do periósteo.

bsorçí!o da matriz óssea, com liberação de fosfato de cál- A deficiência de cákio leva a uma calcific..lção incom·
cio e aumento da calcemia. A concentração de (PO,)' · não pJeta da matriz orgânica produzida. A deficiência de
aumenta no sru1gue, porque o próprio paratormónio acele- cálcio pode ser devida à cclrêm:ia desse uüneralnos nli·
ra a excreção renal de tons fosfato. O paratormónio atua m•ntos ou à falta do pró-hormônio vi t•min~ O, que é
im portlnte pi"r\1 fl absorç.lo dos rons ca:. c (P04)'~ pelo
sobre receptores localizados nos osteoblastos. Em resposta intestino delgado.
a esse sinal, os osteoblastos deixam de sintetizar colágeno e Na criança, a deficiência de cákio c..1usa o raquitis-
iniciam a secreção do fator estimulador dos osteoclastos. mo. Nesta doença a matriz óssea não se calcifica normal-
Um outro hormônio, a calcitonina, produzido pelas mente,. de modo que as espículas ósseas formadas pelo
células parafoliculares da tireóide, inibe a reabsorção da disco epifisário se deformam, por não suportarem as
matriz e, portrulto, a mobilização do cálcio. A calcitonu1a pressões normais exercidas sobre elas pelo peso corpo-
tem um efeito mibidor sobre os osteoclastos. ral • pela ação muscular. Em conl>éqüêncla, os o:;,os '"'o
crescem normalmente e a:; extremidades dos OS&OS lon-
gos se deformam.
No :.dulto, a falta de cálcio leva à osteomalacia, que

- -
APLICAÇAO MÉDICA
Como a concentração de cálcio no s.wgue e nos tecidos
deve ser mantida con~tante, a carench\ alimentar des te
sccar..,ctcriza pela ca.lcific..1ção deficiente da matriz óssea
'"'oformada edescalcificação parcÍilt da matriz já calcifi-
cada, com a conseqüente ITagilidade óssea. Porém, como
no adulto não mais existem as cartilagens de conjugação,
mineral cau~a descalcificac;âo dos ossos, "lue se tomam não ocorrem as defonruçõesdosossos longos nem o atra-
mais transparentes nos raios X e predispostos a fríltu· sõ d o crescimento, caracterbticos do raquitismo.
ras. A descakificação óssea pode também ser devid,, a Na osteoporose, os ossos também ~ tomam menos
uma produç~o exe<?ssiva de paralnrmôni(' (hiperpara · resistentes, mas a causa não é a deficiência nutricional
tircoidismo), o que provoca intensa reabsor~1o óssea, de cálcio nem de vitamina O. Na o~teoporose a concen-
oumento de ca:: ~ e (PO•.) ~- no sangue e deposição anor- tração d e cálcio na matriz orgân icn é nomlal, mas a
mal de sais de cálcio em vários órgãos, principalmente quantidade de tecido ósseo é menor, apresentando o
nos rins e na parede das artéria~. osso amplos canais de reabsorção. Esta condlç~o, que
O oposto ocorre n,, osteopetrose, doen\-a causada por pode aparecer em pacientes imobilizados e em pessoas
defeito nas funções dos ostcnclastos, cnm supcrpmdu· idosas, principalmente mulheres após a menopausa,
ção de tecido ósseo muito compactado e duro. A decorre de um dcscquilibrio na remodelação dos ossos,
osteopetrose causa obUteração das cavidades que con- com predomínio da reabsorção sobre a neoformação de
têm medula ós•ea formadora de células do sangue, pro- tecido ósseo.
du•indo anemia e deficiência em leucócitos (glóbulos
brancos), o que reduz a resis tência dos pacientes às in- Hormônios que Atuam sobre os Ossos
fecções. Além do hormônio das paratire6id~ e da calcitonina
produzida pela tireóide, ambos já mencionados~ di ver·
Efeitos de Deficiências Nutricionais sos outros hormônios atuam sobre o lccido ósseo.
O tecido ósseo é sensível a diversos fatores nutricionais, A parte anterior da hipófise produ< o hormônio do
principahnente durante a fase de crescimento. crescimento, que estimula o crescimento em geral, ten·
150 I{ISTOlOGIA BÁSICA

do efeito partiCl&la rment~ acentuado sobre a cartilagem ti vos, as articulações. Estas podem ser classificadas em
epifisária. Todavia, os efeitos deste hormônio não são diartroses, que permitem grandes movimentos dos ossos.
direlos. Ele estimula certos órgãos, principalmenle o fí- e sinartroses, nas quais não ocorrem movimentos ou ocor·
gado, a 'intcHz•r polipeptídios denominados somato·
medinas, que t€!m efeito sobre o c rescimento. A falta rem apenas movimentos muito limitados. Conforme o te-
de&~~ hormônio durante o crescimento produz o
cido que une as peças ósseas, distinguem-se três tipos de
nanjsnt o hipoflsário. Sua produção excessiva, como sinartroses: as sinos toses, as sincondroses e as sindesmo-
ocorre em alguns tumores da hipófise, cau~a o gigan- ses.
tismo, quando w verifica na criat1Çc1. c a acromcgalia, Nas sinostoses, os ossos são unidos por tecido ósseo e as
quando aparece no adulto. ~'o gigílntismo há um desen- mesmas silo totalmente desprovidas de movimentos. Encon-
volvimento excessivo do comprimento dos ossos longos. tram-se unindo os ossos chatos do crânio, nas pessoas de
No adulto, como o exce:>SO de hormônio do crt!Scimen- idade avançada. Na criança e no adulto jovem, a união des·
to atua quando já não existem mais as cartilag~nc, dl.:"
conjugação, os os~Jsnâo podem crescer em comprimcn· ses ossos é realizada por tecido conjuntivo denso.
to, mas crescem em espessu ra (cr~scimento perióstico), As sincondroses são aiiiculações nas quais existem
dando origem à acromegc1lia, condição em t.luC os ossos.. movimentos limitados, sendo as peças ósseas unidas por
principalmente os longos, tornam-se muito espessos. cartilagem hialina. Encontram-se, por exemplo, na articu-
Os hormónios sexuais, tanto masculino (t<..ostostero- lação da primeira costela com o estemo.
n'"l) como f(>minino (estrógenos}, têm um c rei to comple- As s indesmoses são, como as sincondroses, dotadas de
xo sobre os ossos, sendo, de um modo geral. estimula- algum movimento e nelas o tecido q ue une os ossos é o
dores da formação de tecido (lsc:;eo. conjuntivo denso. Exemplos: sínfise pubiana e articula<;ao
Essco; hormônios in.fh.tem sobre o aparecimento c o
tibiofibu.lar inferior.
de&envolvimento dos centros deossificac;ão. A matura-
ç:ío ~xual precoce, causada por tumores que sccretan1 As diartroses são as articulações dotadas de grande
hormônios sexuais, rct.:wda o cre,.cilllertto corporaL pois, mobilidade, geralmente encontradas UJ1indo os ossos lon·
nestes casos, a cartilagem cpifi&(Íria é substituída preco- gos (Figs. 8.22 e 8.23). Nas diartroses existe uma cápsula
cemente por te<:ido ósseo. Nos casos de desenvolvimen- que liga as extremidades ósseas, delimitando uma cavida-
to deficiente da_c; gônadas ou dto ca~traçào de animais em de fechada, a cavidade articular. Esta cav idade contém um
crescimento, as carülagens cpifisc\..-ias permanecem por líquido incolor, transparente e viscoso, o líquido sinovi·
tempo mais longo, de modo que o animal.1tingc hlma- ai. O liquido sinov ial é um dialisado do plasma sanguíneo
nho acima do normal.
contendo elevado teor de ácido hialurônico, s intetizado
A defiáência no hormônio da ti~óidc, em cri(mc;a&,
cnusa o cretinismo, caracterizado por retardo ment-al e pelas células da camada sinovial. O des lizamento dassu·
nanismo. Na dcfidê-l'lda do honnônio da tireóide ocorre perficies articulares que são reves tidas por cartilagem hi-
diminuição na produção de hormônio do cre•àmento afula (Fig. 8.22), sem pericôndrio, é facilitado pelo efeito
pela hipófise. Além disso, o ho1·mônio da tireóide lubrificante do ácido hialurônico. O líquido sinovial é uma
potencia os efeitos do hormônio do crescimento wbrc os via transportadora de substâncias entre a cartilagem arti·
tecidos. Rc~ntemente foi obsen•ado, em camundongos cular (avascular) e o sangue dos capilares da membrana
adultos, que o sistema nervoso t't'ntral participa da regu- sinovial. Nutrientes e O, passam do sangue para a cartila·
lação da remodelação do lccido ósseo. E~ mecanismo gem articular e CO, difunde-se e m sentido contrário.
réb'Ulador envolve a partíàpação do hormônio leptina,
produ1~do pelo te<:ido adipo•o, e pode ser a cxplic.,ção
para o fato de que os oswS da& pessoas obesas têrn maio1·
crtaSSa e maior concentr.1ção de sais de cfilcio.

Tumores dos Ossos


As céluJas do osso pod~m escapar aos mecanismos nor-
mais que controlan1 su(l proliferac;Jio e dar origem a tu-
mores de maior ou menor malignidade. Como os os.-,~
cont(!m tecidos ósseo e cartilaginoso, tumores de célu1.1::. Membrana sinovial
cartilaginosas também podem aparecer nos ossos. Os
b~ignos são chamados condromas, e os m,\Jjgno~. con- Camada fibrosa
drossarcorna~. Os tumores formados de células ósseass."io da cápsula
os osteomas (osteoblast(lmas e osteodastoma:::,) e os os- Cavidade articular
teossarcomas. Os primeiros Seio benignos, mas os oste·
o~sarcomas são malignos. (); osteossru"Con~ se c.c-t.racte- Cartilagem al1ic<Jiar
ri7am p~la presença de osteoblasl'os plcomórfiOlS (mor-
fologia irregular e variada} e que se dividem por mitose Tecido ósseo esponjoso
oom muita freqüência, associados a osteóidc por eles sin-
telizado. A maioria dos casos de osteossarcoma ocon·cm Tecldo ósseo compacto
etn adolescentes ou adultos jovens. Os locais mais frc- F
qüentell\ente atingidos são .1 extremidade inferior do fê- p
mur c as extremidade:s superiores da bbi.l e do húmcm. Cavidade me<lular q
p
tt
ARTICULAÇOES Fig. 8.22 Desenho esquemático de wna diartrose. A cápsula é for· fi
mada por duas partes: a camada fibrosa externa e a camada si- e
Os ossos UJ1em-se uns aos outros para constituir o esque· novial (membrana sinovial) que reveste a cavidade articular, ex· q
le to, por meio dll' ..struturas formadas por tecidos conjun· ceto as áreas de cartilagem. g

Das könnte Ihnen auch gefallen