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“Decifra-me ou te devoro”

Traçando caminhos e perspectivas para uma aproximação ao


Fenômeno Religioso

Carlos Frederico Barboza de Souza*

“Decifra-me ou te devoro”. Assim dizia a esfinge para os que dela se aproximavam,


segundo a narrativa mitológica de Édipo Rei, de Sófocles. Da mesma maneira, com esta
afirmação este capítulo se inicia. E perguntas inevitáveis nos surgem: o que a vida tem de
indecifrável que se não nos dermos conta pode nos devorar? O que significa ser devorado? E as
religiões nisto tudo? De alguma maneira elas precisam ser decifradas? O que nos ajudaria –
como seres humanos em suas lutas e sonhos cotidianos – decifrar as religiões? O que significa
decifrar as religiões? São questões que dizem respeito às nossas motivações para estudar o
fenômeno religioso, ou seja, por que estudá-lo? O que nos acrescenta como profissionais e seres
humanos estudá-lo?
Deixando um pouco de lado as questões acima, uma coisa é certa: ao nos aproximarmos
de qualquer tema de estudo, necessitamos de uma abordagem simultaneamente profunda e sólida
na fundamentação da análise proposta. Do contrário, podemos crer que estamos conhecendo bem
tal conteúdo e não nos apercebermos que apenas reproduzimos preconceitos sobre o mesmo ou
até repetindo opiniões – boas ou más – de outras pessoas.
E quando se trata do fenômeno religioso, ainda devemos estar atentos ao fato de que nos
deparamos com realidades não raro desconhecidas, complexas e, muitas vezes, bem distintas de
nosso ​modus vivendi​. Complexidade esta acentuada devido ao fenômeno da globalização e a
constituição de sociedades com formas plurais de cultura, valores, organização social etc.
Com isto, se faz necessário desenvolver perspectivas que propiciem a compreensão do
outro com o intuito de percebê-lo em sua especificidade e em vistas a uma convivência pacífica,
respeitosa e tolerante, capaz de resgatar os valores singulares de cada expressão cultural.
Com o intuito de evitar ou, ao menos, amenizar tais riscos é que este capítulo foi escrito.
Como conhecer bem nosso objeto de estudo​: o fenômeno religioso? Que atitudes cognoscitivas
devemos desenvolver e aprimorar para não falsificar nossa abordagem? Que posturas diante

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
disciplinas de Cultura Religiosa I e II e Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Coordenador do Anima /PUC
Minas – Sistema Avançado de Formação.
deste fenômeno devemos ter para que o conhecimento que venhamos a adquirir não seja uma
percepção distorcida de sua realidade?
São questões que surgem aos que se deparam com o indecifrável da experiência humana e
religiosa. Portanto, perguntas como estas são importantes de serem discutidas e uma boa reflexão
sobre elas nos ajuda no ato de produzir conhecimento. Por isto, aqui trataremos de alguns
cuidados necessários na relação com o ato de conhecer as religiões. E como o conhecimento é
um ato que envolve alguns elementos: a pessoa que conhece; o que é conhecido; e a interação
entre estes dois elementos, nossa discussão procurará refletir a partir de cada um destes
elementos em separado, embora, no ato de conhecer, estejam todos profundamente interligados.

1. Consciência acerca de nós mesmos frente ao Fenômeno Religioso

Partindo do primeiro destes elementos, ou seja, o sujeito cognoscente e sua consciência, é


importante a clareza de que a consciência humana encontra-se sempre situada historicamente, e
possui, desta maneira, uma carga de conhecimentos prévios ao seu contato com o fenômeno a ser
estudado. Portanto, o primeiro passo a ser dado em direção a um conhecimento pertinente acerca
do fenômeno religioso é um conhecimento acerca de nós mesmos: o que pensamos e sentimos
diante deste tipo de fenômeno? Que imagens vêm à nossa mente e que sensações podemos
perceber quando nos deparamos com esta temática? Quais são nossas posturas acerca das
religiões? Somos pessoas religiosas? Freqüentamos algum grupo religioso? Possuímos opinião
formada sobre o assunto? Possuímos dificuldades de lidar com a questão religiosa? Caso as
tenhamos, que dificuldades são estas? Porque as temos? Experimentamos algum tipo de
preconceito com alguma tradição religiosa? Que juízos carrego sobre as diversas tradições
religiosas com que já me deparei? Conheço a fundo alguma tradição religiosa? As informações
que tenho acerca das tradições religiosas e suas manifestações foram analisadas com algum
rigor? É um assunto que me interessa? Dentre outras.
Responder a perguntas como estas nos ajudará a ter consciência de nossas pertenças, a
saber de onde falamos e com que pontos de vista; propiciará saber sobre os conhecimentos
prévios que possuímos, sobre os nossos pré-conceitos e idealizações. Isto é importante para
sabermos lidar de forma clara, crítica e mais realista com o fenômeno religioso quando com ele
nos depararmos, tendo presente nossas opiniões e opções pessoais e existenciais acerca desta
realidade que se nos apresenta.

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
disciplinas de Cultura Religiosa I e II e Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Coordenador do Anima /PUC
Minas – Sistema Avançado de Formação.
Dando um passo adiante, para um melhor conhecimento de nossa relação com o
fenômeno religioso, faz-se necessária também adquirir uma postura de certo distanciamento de
nossas concepções adquiridas nos ambientes familiares e em nossa história pessoal. Isto quer
dizer o que? Quer dizer que devemos tentar ir além de nossa experiência pessoal e informal. É a
mesma distinção – frequentemente realizada no âmbito de nossas áreas acadêmicas – entre senso
comum e conhecimento científico que precisa ser feita. Este distanciamento é importante para
que não caiamos nas afirmações e generalizações fáceis acerca das tradições religiosas tais
como: os católicos são assim... ou os evangélicos possuem tais comportamentos... ou os
umbandistas crêem de tal forma. Todas estas afirmações se caracterizam por ser uma
generalização superficial da tradição religiosa em questão, supondo que todos os praticantes da
mesma se comportam de forma homogênea, não havendo diversidade nas formas de praticar,
crer e viver a própria religião. Neste sentido, é interessante que façamos um breve exercício de
memória e, possivelmente, vamos nos lembrar de nós mesmos fazendo afirmações desta forma
como também nos lembraremos de outras pessoas agindo de igual maneira.
Além do mais, distanciarmo-nos de nossas concepções nos ajudará a perceber certa
ambigüidade nas expressões religiosas, que podem carregar elementos altamente positivos como
elementos negativos. Assim, podemos caminhar para não identificarmos as religiões como algo
positivo ou negativo dependendo de nossa experiência pessoal, pois existem muitas experiências
interessantes e positivas nas diversas tradições religiosas, mesmo que minha experiência, em
geral, tenha sido ruim; assim como há expressões violentas dos mais variados tipos, como “as
cruzadas”, os chamados “homens bomba” ou posturas religiosas excludentes e preconceituosas,
mesmo minha experiência religiosa sendo boa. Ter consciência de que nossa experiência das
religiões não é absoluta, nem é a única experiência possível, é fundamental.
Por fim, focando ainda no sujeito cognoscente, uma sugestão que pode ser interessante é
permitir um diálogo do fenômeno estudado com a minha própria vida de estudante. Ou seja, que
ao nos dedicarmos a conhecer de forma mais profunda o fenômeno religioso, sejamos capazes de
reconhecer em nossas próprias vidas e na vida de nossa sociedade situações semelhantes
presentes nas vivências das religiões. Por exemplo, podemos pensar nas situações de alegria. O
que fazemos quando queremos comemorar uma conquista importante, como, por exemplo,
quando nos formamos em algum curso após um período de grande dedicação? Há um ritual de
formatura? A família se reúne? Faz-se uma festa? Um churrasco? Considera-se uma etapa da
vida concluída? Se pensarmos nestes mesmos elementos tão comuns nas vidas dos seres

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
disciplinas de Cultura Religiosa I e II e Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Coordenador do Anima /PUC
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humanos, como podemos entender as grandes festas religiosas? O que eles estão comemorando?
Qual pode ser o significado desta comemoração para um praticante e crente de determinada
tradição religiosa?
Outro exemplo das possíveis semelhanças entre nossa vida e as religiões se encontra no
discurso mitológico presente nas tradições religiosas, que muito se utilizam deste tipo de recurso
em suas linguagens, celebrações e rituais. Houve uma época em que se pensou na total exclusão
da mitologia da vida da sociedade, sendo este tipo de discurso considerado inferior e infantil
quando em relação com o discurso racional e científico. Porém, se olharmos detidamente, não só
este tipo de linguagem não se extinguiu como é muito forte em nossa sociedade ainda hoje,
mesmo com todos seus avanços científico-tecnológicos. Sobretudo, se nos detivermos sobre os
meios de comunicação de massa, poderemos ver que, com freqüência, trabalham com um
discurso semelhante ao do mito, guardando-se as devidas diferenças entre ambos os casos. Basta
que pensemos nos recursos presentes nas campanhas publicitárias ou nas campanhas eleitorais,
que, com freqüência, criam imagens de super heróis para os candidatos aos cargos políticos.
E mesmo em áreas acadêmicas como a psicanálise e a psicologia do profundo, Freud e
Jung lançaram mão de vários relatos mitológicos para explicar suas teorias do inconsciente e o
acesso ao mesmo. Se os mitos lhes ajudaram a desvendar os mistérios da psique humana, da
mesma forma, narrativas mitológicas presentes nas religiões podem nos ajudar a compreender
muitas dimensões do ser humano e de suas variadas formas de viver, se organizar, se auto
compreender e agir.
Outro exemplo, agora no âmbito da economia, é a forma quase que religiosa que muitos
de nós lidamos com o consumismo e o sacrifício necessário para mantermos nosso poder de
compra e o status social decorrente deste procedimento; ao possuirmos tal roupa de marca ou tal
aparelho celular com tais possibilidades, muitas vezes, ilusoriamente, nos sentimos poderosos,
melhores, transformados. E podemos pensar também nas ideias referentes ao mercado que como
uma “mão invisível” a tudo supre, ideia esta semelhante à concepção de divina providência, bem
presente nos meios cristãos, que com sua mão cuidadosa a todos favorece.
Portanto, independente do fato de alguém crer ou não nas verdades de uma determinada
tradição religiosa, conhecê-la a partir de uma aberta abordagem pode propiciar auto
conhecimento e um enriquecimento pessoal, gerando aprendizado e reflexões sobre a própria
vida e seu sentido.
Esta postura de buscar semelhanças entre a própria existência e as tradições religiosas

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
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também possui uma dimensão pedagógica interessante, pois somente quando sou capaz de
reconhecer em mim algo de profundamente humano é que posso reconhecer o mesmo no outro e
vice versa. Assim, reconhecer elementos vividos pelas tradições religiosas na própria experiência
pessoal é uma ponte que possibilitará um melhor conhecimento da experiência vivida pelas
pessoas religiosas.
Por fim, um último elemento se torna importante: a capacidade de deixar-se afetar pela
tradição religiosa estudada. Não se trata de converter-se à religião de outra tradição nem de
concordar com tudo que ela prega, mas, principalmente, ser capaz de deixar-se tocar e questionar
por ela e descobrir elementos ricos do ponto de vista da humanização e da experiência religiosa
por ela tematizada. Isto nem sempre é fácil, mas ajuda sobremaneira à identificação e
envolvimento com o próprio objeto de estudo, além de gerar conseqüências boas para os
envolvidos no processo de conhecer uma determinada religião.

2. Consciência sobre nosso objeto: o Fenômeno Religioso

Em relação ao nosso objeto de estudo, o fenômeno religioso, alguns passos também são
importantes. O primeiro deles diz respeito à necessidade de termos consciência de que toda e
qualquer investigação sobre o fenômeno religioso se apóia em um determinado conceito do que é
religião. Daí a necessidade de se estar atento a outras leituras, de uma contínua revisão do
próprio pensar e da busca de uma relativização acerca da própria forma de conceber a religião.
Religião é luta de classes? É resultado de carências econômico-sociais? É fruto de repressões
psíquico-emocionais? É realização de um desejo de que o mundo faça sentido? As religiões
tratam de quê? O que é a experiência religiosa? Envolve sempre um Sagrado?
A seguir, há a necessidade de termos consciência acerca da alteridade de muitas
realidades por nós vividas. Alteridade vem da palavra latina ​alter – que significa “outro” –, e
indica toda realidade que, para quem a vivencia, se caracteriza por ser outra, distinta, diferente
das experiências com as quais nos acostumamos a lidar e, portanto, são consideradas bem
conhecidas. Este fenômeno é particularmente forte quando nos deparamos com o universo das
culturas. Diante de culturas distintas da nossa, não é difícil nos darmos conta de que elas nos
causam estranheza pelas formas de viver e compreender o mundo nelas presente. Basta que
pensemos, rapidamente, em como sentimos e pensamos a cultura árabe, a japonesa, as diversas
culturas tribais e indígenas, a africana, etc.

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
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No caso do fenômeno religioso acontece o mesmo. Ou seja, quando nos deparamos com
uma religião que não professamos ou – se não temos uma crença – com o fenômeno religioso em
si, estamos diante de algo que é diferente de nossa experiência de vida, é outra – ​alter – em
relação ao que estamos acostumados a ver, ouvir, sentir e compreender. Assim sendo, elas
podem nos causar estranhamento por possuírem aspectos diversos de nossas concepções e por
possuírem dimensões que não podem ser captadas, interpretadas ou traduzidas facilmente por
quem não partilha da mesma experiência ou crença religiosa. É como se diante de rituais e
crenças de algumas religiões ou mesmo diante do forte vínculo estabelecido por alguns fiéis com
sua tradição religiosa, estivéssemos frente a um enigma que não pudesse ser totalmente
decifrado. Daí a possível sensação de estarmos diante de algo estranho.
A alteridade no campo das tradições religiosas pode se manifestar de duas formas:
a) a diversidade e diferença existente entre as muitas religiões existentes. Neste sentido, a
alteridade se manifesta devido à expressões religiosas muito distintas: algumas são teístas outras
não, pois não cultuam uma divindade; mesmo dentro do teísmo, encontramos as religiões
monoteístas e as politeístas; algumas religiões entendem que após a morte reencarnamos, outras
que ressuscitamos ou ainda somos aniquilados e incorporados ao Todo cósmico; existem
religiões que valorizam e se estruturam ao redor de textos sagrados, enquanto outras mantém sua
força na oralidade; religiões que crêem na mediunidade ou na intercessão de santos, ou mesmo
em nada disso, centrando-se em reflexões de cunho filosófico e auto conhecimento, etc;
b) a diversidade existente no seio de uma tradição religiosa. Neste caso, é importante se
perceber que as religiões não são unidades homogêneas, nas quais todos pensam da mesma
forma e vivenciam as mesmas experiências religiosas. Um exemplo claro a este respeito pode ser
encontrado na tradição cristã, em que, apesar de comungarem em muitos princípios básicos,
possuem diferenças que se concretizam nas formas do Catolicismo Romano, do Catolicismo
Ortodoxo e do Protestantismo (com suas diversas denominações). São distintas maneiras de se
seguir a Cristo, maneiras estas que vêm acompanhadas de formas rituais, celebrativas e litúrgicas
distintas, assim como de interpretações diversas sobre seu livro sagrado que é a Bíblia. Além
disso, se olharmos apenas para a tradição católico romana, também encontraremos uma
diversidade interna de compreensões e práticas entre os fiéis, pois alguns podem professar sua fé
pautados pela Renovação Carismática Católica, outros por movimentos como a Opus Dei e os
Focolares, outros a partir de teologias, como a Teologia da Libertação, e outros, ainda,
vinculando-se a espiritualidades distintas, como a dos Franciscanos, Carmelitas, Beneditinos,

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Jesuítas, etc.
De onde nasce a alteridade religiosa? Ela se deve ao fato de toda religião se encontrar
necessariamente ligada a uma cultura que lhe serve de fonte para expressar seus rituais, verdades
e crenças. Assim, ao assumir uma forma cultural, a mesma codifica suas verdades e as reveste
com elementos particulares e não universais decorrentes das compreensões de uma determinada
comunidade e sua história.
Além disso, a alteridade possui uma raiz na própria condição humana. Assim, em termos
antropológicos, a alteridade nasce também do fato de que toda experiência humana é situada,
relativa a um determinado contexto, alimentada de pretextos conjunturais e, portanto, parcial e
impossibilitada de abarcar a totalidade da realidade.
Ainda a respeito do objeto de estudo que é o fenômeno religioso, um segundo passo é
importante: acercar-nos de estudos importantes das diversas áreas do saber humano, como a
Filosofia, a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia, a História, a Geografia, as Ciências da
Religião, etc. A proximidade com as ciências daria uma fundamentação importante e necessária
para que se evite leituras ingênuas, preconceituosas e sem estarem baseadas em dados plausíveis,
além de nos permitir uma diversidade de olhares a respeito deste fenômeno.
Entretanto, nesta questão devemos possuir um cuidado todo especial: se por um lado, os
estudos sobre as religiões não podem prescindir da ajuda e leitura de outras ciências, por outro, é
preciso desenvolver a capacidade de não reduzir exclusivamente o fenômeno observado às
leituras de outras ciências, como a Psicologia, Antropologia​, ​História, Ciência Política,
Sociologia, Ciências da Religião, etc. Estas são úteis na análise da realidade, porém, o maior
risco, talvez, possa ser a tentação de redução da experiência religiosa apenas a seus aspectos
histórico-culturais, psicológicos, sociais e políticos. Neste sentido, é fundamental que não
percamos a consciência da singularidade do fenômeno religioso. Estudar política não é a mesma
coisa que estudar religião, embora sejam campos que se entrelacem com freqüência e precisem,
muitas vezes, estar conjugados. E as experiências religiosas que envolvem alteração da
consciência, não são, necessariamente, surtos psicóticos ou esquizofrenia; assim como o
crescimento do Islã não é apenas uma conquista político-militar, e as eleições papais não foram
apenas lutas ideológicas pelo poder político e econômico, mas envolvem aspectos explicados
somente pela singularidade de algumas características específicas das tradições religiosas e do
próprio ser humano, pois existem concepções religiosas em jogo, compreensões distintas acerca
da experiência e verdades religiosas, etc.

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Outro passo que pode nos ser útil no processo de conhecer o fenômeno religioso, este
agora mais prático, é partir de uma descrição de sua aparência ou manifestação. Esta natureza
descritiva de uma tradição religiosa dá acesso à certa estrutura do que está sendo observado.
Porém, há que se ter consciência de que esta descrição nunca é neutra e totalmente objetiva, pois
falamos sempre a partir do lugar em que nos situamos. Assim, é uma descrição em que o sujeito
está implicado com o seu processo de conhecer e com o objeto com o qual se depara, sendo
afetado por seu objeto e o afetando também, muitas vezes projetando concepções pessoais nele.
Daí a importância de ter acesso e abertura a múltiplos olhares.
Outro ponto importante a se ter atenção diz respeito à necessidade de se trabalhar com
dados pertinentes e informações adequadas, não originadas de preconceitos e, ao mesmo tempo,
que não generalizem, mas sejam capazes de propiciar uma ampliação da realidade deste
fenômeno.
Neste sentido, é importante estabelecer critérios cuidadosos a respeito de nossas fontes.
Estas se baseiam em pesquisas sérias? Tratam com respeito as diversas tradições religiosas? Têm
por objetivo o proselitismo e a conquista de fiéis? Ou buscam afirmar que uma determinada
religião não é boa ou correta, mas somente a minha que tem inspiração divina direta?
Além disso, existem distintos tipos de fontes. A oral é uma fonte importante, pois se pode
entrevistar o crente de determinada tradição religiosa e com ele tirar dúvidas e tentar
compreender o ponto de vista dele como seguidor de tal religião, além de propiciar acessos a
informações que nem sempre os livros trazem. Além da oral, fontes escritas também são
importantes. Como ponto de partida prático, pode-se pensar na leitura de textos introdutórios,
que se dediquem a apresentar um panorama geral do grupo religioso a ser estudado, incluindo a
apresentação histórica da origem deste grupo, informações sobre a vida de seu fundador ou
inspirador, apresentar as ideias acerca da divindade ou divindades (no caso de existirem) em que
se crê, seus mitos, se existem textos sagrados ou não, os rituais presentes, as compreensões
acerca da vida após a morte, as formas da comunidade de determinada tradição religiosa se
estruturar, criando autoridades, lideranças, etc. Neste aspecto, também podem ser úteis o acesso a
sítios elaborados pelo próprio grupo religioso ou por interessados no estudo das religiões.
Somente após este panorama geral estar estabelecido é que se deve passar adiante para fontes
mais específicas, como textos que abordam de forma especializada o grupo objeto de estudo ou
mesmo artigos de revista científicos, que são, em geral, mais especializados.
Porém, diante das informações obtidas devemos possuir uma capacidade crítica, que é a

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capacidade de avaliar, superando as primeiras impressões, o que é aparentemente óbvio,
percebendo os interesses e as ideologias que estão por trás de determinada realidade, procurando
ir ao seu cerne. Capacidade crítica que também é perceber os elementos característicos do
fenômeno religioso em sua singularidade. Isto quer dizer que quando nos depararmos com a
linguagem mítica presente no discurso religioso, ela deve ser entendida como linguagem mítica
com toda sua gama de sentidos e riquezas para a comunidade que nela crê e não como uma visão
ingênua ou fantasiosa, sem compromisso com a historicidade dos fatos.
É interessante, pois, perceber que a linguagem religiosa se relaciona com uma confissão
de fé, o que quer dizer que não é uma linguagem constatante, que é conseqüência da constatação
de uma verdade a partir de observações e rigor próprios dos métodos científicos e metodologias
empiristas. Neste sentido, elas não lidam com a possibilidade de verificação de sua veracidade
fora da experiência de fé. Esse tipo de linguagem se origina em um contexto relacional, presente
no seio de uma comunidade de fé e que diz respeito a uma relação subjetiva de um fiel com sua
crença e seu sentido primordial de vida. Neste sentido, faz parte da criticidade entender o lugar
de pertença deste tipo de discurso e não confundi-lo com discursos vazios ou incapacidade de
julgamento dos que utilizam este tipo de recurso.
Colocados estes diversos elementos importantes nas nossas percepções acerca do
fenômeno religioso, resta-nos deter-nos sobre o processo da construção do conhecimento. É o
que faremos na terceira parte deste texto.

3. Consciência sobre o processo de conhecer

Acerca do processo de conhecer, também algumas posturas são importantes.


A primeira postura diz respeito justamente à capacidade de perguntar-se pelo que é
conhecer. Aparentemente, a resposta seria óbvia. Entretanto, não é tão óbvio quanto parece.
Quando conhecemos, o que fazemos? Temos acesso a uma verdade absoluta e inquestionável
devido à sua comprovação científica? Se as verdades científicas propiciam tantas certezas,
porque há mudanças em muitas concepções da ciência no decorrer da história? Quando
conhecemos, nossa mente funciona como uma máquina fotográfica que retrata a realidade? Ou
esta realidade a ser conhecida sempre depende de que o sujeito do conhecimento seja capaz de
interpretá-la e traduzi-la para conceitos lógicos e abstratos?

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Diante de perguntas como estas, nem sempre as respostas são fáceis e aceitas por todos da
mesma maneira. Porém, algumas ideias são importantes. Inicialmente, o conhecimento não é
algo dado, pronto, diante do qual caberia uma postura passiva e exclusivamente receptiva da
parte do sujeito. Antes pelo contrário, ele é fruto de um processo complexo em que os que estão
envolvidos precisam possuir uma postura ativa. Daí que se fala com freqüência que o
conhecimento é uma construção.
Além disso, o ato de conhecer é fruto de um esforço de aproximação da realidade com o
intuito de traduzi-la em conceitos capazes de serem comunicados e gerarem algum tipo de
transformação na vida das pessoas e da sociedade, sejam transformações na forma de
enxergarem o mundo e a realidade, sejam transformações de ordem técnica, capazes de conferir
ao mundo novas possibilidades.
Entretanto, se o conhecimento é da ordem de algo construído, isto pode nos apontar que
ele é dinâmico, nunca acabado, sempre por se fazer e, sobretudo, nunca é total, mas parcial. Ou,
dito de outra maneira, nosso ato de conhecer nunca esgota a realidade a ser conhecida. Portanto,
quando nos deparamos com uma tradição religiosa, nossa percepção dela caminha num processo
em que, lentamente, vamos adquirindo consciência acerca dos elementos que a constituem e, ao
mesmo tempo, vamos amadurecendo nossas concepções sobre ela. Neste sentido, podemos
entender que além de parcial, nosso saber está sujeito a constantes correções e aprimoramentos.
Desta forma, poderemos perceber que não somos capazes de compreender nosso objeto de
pesquisa em sua totalidade, mas compreendemos aspectos e dimensões do mesmo de acordo com
a singularidade de nosso olhar e de nossas interpretações. E esta realidade presente no ato de
conhecer, também nos indica que outros pesquisadores, estudiosos e autores podem ter pontos de
vista ou leituras acerca do fenômeno religioso distintos dos nossos, embora também, como os
nossos, parciais.
Sendo o conhecimento parcial e sujeito a aprimoramentos, é necessário que permitamos a
assunção de uma ética da escuta do outro como outro, como ser distinto. Somente a partir desta
postura é que seremos capazes de ter acesso à sua alteridade, o que não significa perder a
capacidade de percebermos certos elementos comuns entre todos os seres humanos e mesmo
entre as religiões. Ao contrário, pode-se manter a possibilidade de uma “unidade na diversidade”,
pois é possível reconhecer, para além de toda diversidade existente entre as religiões, elementos
de proximidade, e até elementos comuns, como a busca por uma Realidade última para além da
história, de uma iluminação para o bem viver ou a busca por salvação diante dos males da

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condição humana.
Essa postura de escuta rompe com toda forma de relação coisificada ou massificada, pois
impede que o outro, quando escutado e definido a partir de seu próprio horizonte, seja mascarado
e perca sua autenticidade. Porém, o que é escutar o outro? Que posturas estão implicadas no
processo de escutar? Certamente, a escuta passa por um saber distanciar-nos de nossas próprias
palavras. Ou seja, quando nos deparamos com algum amigo e estamos conversando, escutá-lo
significa parar de pensar nas respostas que queremos dar, na ansiedade que muitas vezes temos
diante do que ele fala, parar de prestar atenção o tempo todo em nós mesmos, etc. Assim, escutar
o outro significa, num certo sentido, sermos capazes de nos descentrarmos de nós mesmos e de
nossos problemas, trata-se de nos tirar do centro da atenção, de não permitir que apenas nossas
preocupações sejam o centro do que se está conversando. O objetivo de descentrar-nos é deixar
que as questões do amigo, suas preocupações, medos, alegrias e as coisas que realmente lhe são
importantes possam aparecer como são; e este procedimento vale também para o processo de
escutar o “outro” religioso.
Isto indica que cada tradição religiosa com seus elementos, deve ser julgada a partir de
seu próprio contexto. Não é possível que se pense as religiões transferindo a lógica de um
sistema religioso para outro sistema. Não se pode valorar bem ou mal uma religião utilizando-se
de um referencial de outra tradição religiosa. Assim, o Exu ​reverenciado nas tradições
afro-brasileiras, não deve ser compreendido, do ponto de vista dos estudos das religiões e do
ponto de vista de um conhecimento pertinente, a partir de concepções de tradições cristãs, para
as quais esta entidade não tem correspondentes; da mesma forma, pensar a figura de Jesus no Islã
a partir da concepção com que é vista na tradição cristã, que em sua maior parte o cultua como
divindade, levará o estudante a incorrer em graves erros e procurar algo que não há na tradição
islâmica: a consideração de que Jesus é Deus. Aliás, mais forte que a ausência desta temática é
compreender que não é possível conjugar no credo islâmico esta visão de Deus como Pai de
Jesus, ou uma visão de Trindade, pois esta concepção é considerada um pecado grave para eles.
Além do mais, é necessário que ao nos aproximarmos de uma tradição religiosa estejamos
munidos de abertura, tolerância, respeito e, sobretudo, busca de compreensão. Esta ocorre a
partir de uma correlação entre outras coisas ou seres com os quais se está em relação, pois a
compreensão tem uma dimensão relacional, é ​com-prehender​, abraçar junto o texto e seu
contexto, as partes e o todo. Ela implica uma apreensão realizada “com” outras pessoas. Nessa
dimensão, ela é fruto da intersubjetividade, do diálogo, da abertura às opiniões alheias. É

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justamente o entrelaçar de olhares e subjetividades que possibilita que se apreenda mais sobre o
outro, porque nela houve a participação de múltiplos olhares, favorecendo, assim, a validação do
método e das conclusões de um estudo por parte dos membros de uma determinada religião, bem
como por parte da comunidade científico-acadêmica.
E para uma boa compreensão se faz necessário desenvolver a capacidade de relativizar o
próprio olhar, ou seja, a suspensão dos próprios juízos e conceitos adquiridos e constituídos
historicamente com o intuito de criar um espaço de abertura para a manifestação mais livre da
alteridade. Isto propiciaria que se acedesse mais facilmente à realidade do outro, correndo-se
menos riscos de deformá-lo.
Além disso, devemos tentar romper ou atenuar a distância que há entre o discurso de fora
e o de dentro, entre o discurso do estudioso e o do crente. Para isto, os estudiosos devem se
deixar afetar pelo nativo (membro ou adepto da religião estudada), ouvir seus posicionamentos e
justificativas. Isto pressupõe que ele tenha algo a nos ensinar sobre ele e sobre nós mesmos e que
implica na renúncia à pretensão de possuir uma posição privilegiada em relação ao ponto de vista
do nativo, buscando uma proximidade que pode produzir desconforto, é verdade, mas também
iluminação.
Outra possibilidade de aproximação entre o discurso de dentro e o de fora aconteceria
através de um cruzamento de concepções, áreas de conhecimento, paradigmas e os
conhecimentos advindos das artes, da filosofia, das mitologias e das comunidades. Isto é, através
da possibilidade de utilização de mais de uma abordagem para nos aproximarmos de uma
tradição religiosa, cruzando-as e interrogando nossos próprios pontos de vista a partir deste
cruzamento. Este tipo de cruzamento de ideias e de paradigmas pode propiciar outros olhares
sobre o fenômeno estudado. Utilizar-se da lógica do fiel e, ao mesmo tempo, da lógica
acadêmica; abrir-se ao “pensamento oriental”, deixando-nos por ele criticar e conjugando-o com
nossa forma ocidental de ver as coisas. Conjugar as visões da arte, da filosofia e da mitologia
com os olhares das ciências, que também podem ser trabalhadas de forma dialogal e tentando
romper as distâncias entre ciências humanas, sociais e naturais pode ser um rico caminho da
ampliação dos conhecimentos e do sentido do fenômeno religioso.
Por fim, o princípio da caridade, de Davidson, nos propõe uma perspectiva interessante:
devemos possuir certa abertura e simpatia para o estudo das tradições religiosas, pois quando se
tem como ponto de partida da reflexão a pressuposição de que toda crença é certa, ao final do
rodeio interpretativo ela será compreendida como certa. E simpatia pode ser associada à

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
disciplinas de Cultura Religiosa I e II e Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Coordenador do Anima /PUC
Minas – Sistema Avançado de Formação.
afetividade, que anda junto com o desenvolvimento do intelecto e da atividade cognoscitiva. É
ela que nos abre à paixão pelo conhecimento, à admiração que nos permite a observação atenta e
detalhada de nosso objeto de estudo, assim como nos sustenta persistentemente na busca do
conhecimento. Portanto, trata-se de que consigamos manter a simpatia em relação ao objeto de
estudo ou, ao menos, acreditar na pertinência dele, nas suas possibilidades, intenções, na sua
busca, no seu acreditar. Ao menos acreditar que pode ser uma experiência rica conhecer o
fenômeno religioso.

Conclusão

Chegamos ao final deste capítulo. E como se pode ver, a busca do conhecimento é


exigente, pois requer que pensemos sobre nós mesmos, que tenhamos rigor no nosso deparar
com os fenômenos que queremos conhecer e, por fim, que tenhamos uma postura cognitiva
adequada. Entretanto, apesar de exigente, conhecer é um ato prazeroso, na medida em que
possibilita acessos mais ricos aos nossos objetos de estudo, sobretudo se estes acessos nos
possibilitam olhares nunca antes pensados; olhares que nos humanizam e nos alargam horizontes
pessoais e profissionais. Que esta trilha do conhecer seja vivida como uma aventura de desbravar
novos mundos.

Sugestões de atividades

1. Pesquise em jornais e/ou revistas os artigos ou reportagens que abordem uma tradição
religiosa. Seguindo algumas sugestões de aproximação ao fenômeno religioso proposto neste
capítulo, como se pode analisar o artigo escolhido? Em que ele é limitado? Em que ele
avança? Ele dá conta de compreender e discutir com pertinência o fenômeno religioso? É
marcado por posturas preconceituosas? É parcial em sua abordagem da religião?
2. Assista ao filme “Fé”, de Ricardo Dias e o analise a partir do referencial proposto no texto
acima.
3. Discuta as ideias a seguir:
a. Alteridade
b. Ética da escuta do outro
c. Relativização do próprio olhar

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
disciplinas de Cultura Religiosa I e II e Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Coordenador do Anima /PUC
Minas – Sistema Avançado de Formação.
d. Consciência acerca dos próprios conhecimentos prévios
Procure defini-las conceitualmente e aplicá-las ao cotidiano da vida familiar, da vida
profissional, da vida em sociedade e da aproximação à uma tradição religiosa. Como
é, de forma prática, viver a alteridade e as demais ideias nestes níveis? Que falhas
normalmente cometemos? Que vantagens a percepção desta dimensão do outro pode
nos ser útil no cotidiano nestas várias dimensões de nossas vidas?
4. Posicione-se em relação ao princípio da caridade.
5. O que podemos aprender com as religiões? O que podemos aprender sobre nós mesmos com
elas?

Referências Bibliográficas

DAMATTA, Roberto. ​Relativizando​. Rio de Janeiro: Rocco, 1987.


ELIADE, M. & KITAGAWA, J. ​Metodologia de la Historia de las religiones​. Barcelona:
Paidos Orientalia, 1996.
JORGE, Simões. ​Cultura Religiosa​. São Paulo: Loyola, 1994.
MORIN, Edgard. ​Os sete saberes necessários à educação do futuro​. Brasília: UNESCO; São
Paulo: Cortêz, 2000.
VELHO, Otávio. O que a Religião pode fazer pelas Ciências Sociais, mimeo, VII Jornadas sobre
Alternativas Religiosas na América Latina, SP, 22-25/08/98.

* Mestre e Doutor em Ciência da Religião pela UFJF. Professor Adjunto III da Puc Minas, lecionando as
disciplinas de Cultura Religiosa I e II e Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso. Coordenador do Anima /PUC
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