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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CAMPUS XIX


CURSO DE DIREITO

DANIEL SANTOS VALLE

A ÉTICA DOS AGENTES PÚBLICOS


Código de ética – Lei 1.171/94

CAMAÇARI
2018
DANIEL SANTOS VALLE

A ÉTICA DOS AGENTES PÚBLICOS


Código de ética – Lei 1.171/94

CAMAÇARI
2018
1. A ÉTICA DOS AGENTE PÚBLICOS

1.1 Conceito de ética


Segundo Aurélio, a ética é “a parte da filosofia que estuda os valores
morais da conduta humana.” Ou seja, um conjunto de princípios morais que se
devem observar no exercício de uma profissão.

Segundo Borges e Medeiros (2007), a ética tende a analisar o como o


homem se comporta com a precípua finalidade de criar um equilíbrio de
convivência aceitáveis entre os indivíduos em uma sociedade.

Segundo Chauí (2002), para que haja um comportamento ética faz-se


necessário a consciência por parte dos agentes envolvidos, isto é, ou seja, o
agente deve conhecer a diferença entre o certo e o errado, o bem e mal.

Portanto o conceito de ética no serviço público engloba diversas


questões, que permeiam tanto o cumprimento da lei como também a obediência
de normas, procedimentos e princípios.

1.2 Análise panorâmica da ética no serviço público

Os valores éticos podem se transformar, assim como a sociedade se


transforma, considerando que na sociedade desempenhamos papéis
diferenciados e adequados a cada espaço de convivência. Nosso desempenho
está associado ao que é preciso fazer na representação de cada papel. O que
devemos ser é indicado pelas regras do coletivo de que fazemos parte. Cada
sociedade se compõe de um conjunto de "ethos", ou seja, jeitos de ser, que
conferem um caráter àquela organização.

Hodiernamente o servidor público, implantou uma imagem manchada por


diversos escândalos na esfera pública. É notório as reportagens sobre casos de
corrupção, extorsão, nepotismo, improbidade etc, percebe-se que a prestação de
serviço fogem aos padrões éticos estabelecidos pela coletividade, e nesta
diapasão fomenta o desrespeito aos usuários do serviço, o mau atendimento, as
filas quilométricas que os usuários se submetem para serem atendidos, entre
outros.

Ressalte-se ainda que, o servidor público dever agir em consonância com


a lei, conforme estabelece o princípio da legalidade expresso no art. 5, II e 37,
caput da Constituição Federal. Com base no princípio da legalidade criou-se
assim o Código de Ética Profissional do servidor público, cujo objetivo é o de
conduzir as ações profissionais dos servidores públicos.

É válido destacar que por vezes, não somente a conduta do


operador produzirá efeitos negativos para o serviço público.

Segundo Singer (1993), os fatores que mais se destacam são:

A falta de sistemas de controle eficientes, a falta de adequados


e imparciais sistemas na seleção do pessoal, a instabilidade no
emprego, marcos jurídicos obsoletos e inadequados que não
estabelecem a bases para acautelar e sancionar a corrupção e
a insuficiência dos programas educativos que inculquem o
respeito à legalidade (SINGER, 1993, p. 8)

Diante das problemáticas descritas e com a vigência da Carta


Constitucional de 1988, a Administração Pública em nosso país passou a buscar
uma gestão mais eficaz e moralmente comprometida com o bem comum, ou
seja, uma gestão ajustada aos princípios constitucionais esculpidos no artigo 37
da Carta Magna.

Para isso a Administração Pública vem implementando políticas públicas


com enfoque em uma gestão mais austera, com revisão de métodos e estruturas
burocráticas de governabilidade. Viu-se a necessidade de tomar medidas para
fortificar a ética no serviço público, nasce assim o código de ética.

3. Código de Ética

Comprometimento, deve ser a base da estrutura da organização pública,


e o código de ética fomenta tal relação do agente público para com a instituição,
isso porque tal arcabouço jurídico tende a determinar a atuação do grupo social.
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal, instituído pelo Decreto n° 1.171/1994, é aplicável apenas à
esfera federal (Administração Direta e Indireta) do Poder Executivo.

Podemos concluir, portanto, que o Código de Ética alcança todo servidor


público, na acepção mais ampla do termo, incluindo qualquer pessoa que preste
serviços a qualquer órgão ou entidade estatal, ainda que sem remuneração,
junto ao Poder Executivo Federal.

O Código de Ética, porém, não alcança os servidores dos Estados e


Municípios, e nem dos Poderes Legislativo e Judiciário, e nem do Ministério
Público, a não ser que esses órgãos decidam adotar o Código. Também estão
excluídos os militares das Forças Armadas, pois estes se submetem a regras
rígidas de conduta, calcadas na hierarquia e na disciplina.

Iremos citar algumas das Regras Deontológicas de suma importância


para o código de ética

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios


morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da
vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão
direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no
art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem
e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que
poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.
IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou
indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como
contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como
elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
consequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve
ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu
maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se
integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou
diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse
superior do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato
administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-
la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da
Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o
poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre
aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público
caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus
tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma
forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa
vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
esforços para construí-los.
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao
setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou
qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas
atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano
moral aos usuários dos serviços públicos.
XI – o servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios
tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência
no desempenho da função pública.

É notório que o servidor público está envolto em um sistema onde a moral


tem forte influência no desenvolvimento da sua carreira pública. Assim, quem
passa pelo serviço público sabe ou deveria saber que a promoção profissional e
o adequado cumprimento das atribuições do cargo estão condicionados também
pela ética e, assim, pelo comportamento particular do servidor.

Sua finalidade maior é produzir na pessoa do servidor público a consciência


que facilitará a prática do cumprimento dos deveres legais por parte de cada um
e, em consequência, o resgate do respeito aos serviços públicos e à dignidade
social de cada servidor.
Exatamente por isso, o Código de Ética cria regras deontológicas de ética,
isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da moral, daí porque não se
preocupa com a previsão de punição e processo disciplinar contra o servidor
antiético, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência entre a conduta
antiética e a necessidade de punição administrativa.
A verdadeira intenção do Código de Ética foi estimular os órgãos e entidades
públicas federais a promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as
discussões que dela se extrai, permeie amiúde as repartições, até com
naturalidade.
Convém destacar que as dúvidas levantadas sobre a aplicação do Decreto
1171/94 devem ser resolvidas pela Comissão de Ética do próprio órgão ou
entidade, cabendo à Comissão de Ética Pública atender às dúvidas dessas
Comissões ou se manifestar em caso de interpretações divergentes.

REFERENCIAS
BAHIA, Código de ética do servidor público estadual. Disponível em
<http://www2.portaldoservidor.ba.gov.br/codigo_de_etica_final.pdf>Acesso em
06 de maio de 2018.

BORGES, E.; MEIDEIROS, C. Comprometimento e Ética Profissional: Um


estudo de suas relações junto aos contabilistas.USP, 2007. Disponível em:
<http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/44/erivan_carlos_pg60a71.pdf>

BRASIL.Código de ética profissional do servidor público civil do poder executivo


federal. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1171.hmt.> Acesso em: 06 de
maio de 2018.

CHAUÍ, Marilena. Filosofia. São Paulo. Editora Ática, 2002.

SINGER, P. Ética prática. São Paulo: Martins Fontes, 1994. Disponível em:
<http://www.scribd.com/doc/7299953/Peter-Singer-Etica-Pratica> Acesso em 15
de setembro de 2010.

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