Aula 4: Características da Sociologia e Demografia Rural
Prof. Doutor Paulo Mole e
Eng. Eugénio Mulungo Ano Lectivo 2017 - 2o Semestre Faculdade de Economia Universidade Eduardo Mondlane Economia da Agricultura Tradicional A questão fundamental é a falta de um progresso rápido em muitas áreas da agricultura de países em desenvolvimento que se reflecte na forma como as variáveis tecnológicas, económicas e institucionais afectam a agricultura tradicional. Os produtores da agricultura tradicional são tão racionais quantos os restantes actores económicos e por isso reagem a incentivos económicos (reagem a preços de produtos, salários, taxas de juros, etc). Economia da Agricultura Tradicional A falta de crescimento na agricultura tradicional não é um problema de falta de capital, mas da forma como torná-lo rentável nas circunstancias da agricultura tradicional.
Os produtores da agricultura tradicional, como são
racionais já estão a alocar os seus recursos na forma mais eficiente possível, de tal modo que realocá-los sem outras mudanças, não há ganhos significantes. Economia da Agricultura Tradicional O principio de lideres e outros seguidores não é aplicável na agricultura tradicional porque os “mais adiantados” não diferem muito dos restantes.
A taxa de retorno do capital na agricultura
tradicional é muito baixa, nas actuais circunstancias e daí o baixo nível de investimentos. Economia da Agricultura Tradicional • A questão é que até agora, tomando a tecnologia rudimentar como dada (transferida de geração para geração via processos longos e sem mudanças --- transferida tal e qual foi recebida, os produtores respondem as variações nos preços dos produtos variando a sua alocação de mão-de-obra as diferentes actividades/culturas. • Isto tem limitações, pois o tamanho da exploração é pequeno e os aumentos na área cultivada é também limitado pela disponibilidade de mão-de-obra. Economia da Agricultura Tradicional • É por isso que para aumentar a produção, os produtores procuram extensificar a agricultura para a mesma tecnologia, apesar de que a produtividade não aumenta, até decresce, porque a tecnologia, essa não vai ser hoje que eles terão adaptada as suas circunstancias (a chamada tecnologia apropriada está longe de ser encontrada). • A reacção a variação nos preços é limitada porque não há mais horas no dia e há limites nos esforço humano Economia da Agricultura Tradicional • O critério base de alocação de um factor de produção (mão-de- obra) em economia é Custo Marginal = Valor do produto marginal --- CMa=VPMa O custo de uma unidade adicional de factor igual ao preço de mercado do produto vezes a unidade adicional do produto criado por essa unidade adicional de factor. Isto no caso de um único produto.
• Se o produtor tem que diversificar a produção/exploração (não só
cultivando em consociação, mas também cultivando em outras machambas ou tomando vantagem de outras oportunidades fora da machamba) ele tem que alocar o seu tempo disponível a essas duas oportunidades tal que CMa=VPMa (de uma actividade)=VPMa (de outra actividade). Economia da Agricultura Tradicional • Se uma das actividades tivesse um VPMa maior que a outra, o produtor alocava mais tempo para essa actividade que para outra. Para que isto aconteça a tecnologia tem que mudar na actividade de menor VPMa de modo a elevá-la até igual a primeira actividade onde ele coloca mais esforço. Assim ele estaria a tomar vantagem das duas actividades.
A questão é que nas circunstancias actuais, com a tecnologia
actual não restam alternativas para o produtor senão concentrar esforços na produção alimentar, pois é dela que ele sobrevive. • É por isso que a extensão é fundamental, só se ela é acompanhada de progressos em todas aquelas áreas de extensão. Economia da Agricultura Tradicional • Por isso, tecnologia é fundamental mas somente nas circunstancias em que há sinais (através de preços de produtos e de factores) de que vale a pena produzir mais --- rentabilidade das tecnologias difundidas. Características da População Rural em Moçambique