O fascínio pelo Egito, foi algo que sempre esteve presente em qualquer
um que conheça sua história. Seja por seus avançados e gigantescos
monumentos, que até hoje impressiona por sua grandiosidade e beleza, seja pelo tamanho e poder de seu império (que teve seu ápice de extensão territorial no ano de 1377 a.C. com o grande Faraó Amenófis III), ou mesmo por sua grande riqueza cultural, dentre elas rituais, símbolos, mitos, modo de convívio da sociedade, organização política e social, etc. Considerando tal fascínio, que se caminha desde a época de seu império, passando por toda a história e chegando até hoje a nós, podemos conceber que não só de admiração por sua cultura se perpetua, mas também sua influência, tanto do conhecimento o qual nos ficou de herança assim como muitas coisas nós apropriamos dessa cultura, usando com uma nova releitura de seu propósito, definindo assim a Egiptomania.
Hoje em dia, assim como no decorrer da história, o uso dessa releitura de
heranças do antigo Egito está muito presente na sociedade, mesmo que, a reutilização desses traços de cultura, na maioria das vezes são utilizados sem o conhecimento real do que aquilo significa, acontecendo uma depreciação do conteúdo histórico e cultural, assim como o emprego de tais objetos também possam gerar interesse sobre o assunto, levando a busca das origens daquilo que se está utilizando. Porém como mencionado por Margaret Bakos, “O Egito é um veículo antigo para anunciar o moderno. O Egito vende!” (2004, p.19). Com esse conceito, e tendo em vista que a sociedade atual gira em torno do capitalismo, podemos notar como isso está fortemente presente na nossa atual sociedade.
Podemos encontrar o emprego de egiptomania, em toda parte, mesmo
em coisas cotidianas, as quais as vezes nem sabemos ter influência do Antigo Egito. Alguns exemplos de egiptomania, estão bem presentes nas nossas vidas: em filmes, como em Cleópatra (Mankiewicz, 1963), que foca mais na história, contando a história da Rainha Cleópatra VII, relatando desde suas origens, até sua ascensão e envolvimentos políticos, como com os generais romanos Júlio César e Marco Antônio, e um exemplo um pouco diferente mas dentro do conceito de egiptomania, há o filme Uma Noite no Museu (Levy, 2006), que é uma comédia/fantasia, que traz elementos e figuras Egípcias, também demonstrados em animações como As Múmias Vivas (Kaplan, Harrison, Melching. 1997), que traz como principais personagens, múmias de faraós, e também o anime Yu-Gi-Oh! (Toei animations, 2004), que além de personagens baseados em figuras egípcias, traz muitos símbolos e palavras relacionadas. Ainda sobre mídias, temos a influência dentro da música como na banda de death metal Primordium, que tem como principal foco temas de cultura egípcia; assim como na banda de metal alternativo System of a Down que traz na capa de seu álbum Mersmerize (2005), um rosto com características egípcias.
Figura 1: Capa do álbum Mersmerize, 2005
Fonte: http://www.systemofadown.com
Além das influencias midiáticas citadas anteriormente, temos também o
uso de alguns símbolos ou objetos como parte de decoração, seja como miniaturas, quadros, estampas em roupas entre outros. Além dos usos decorativos, há também o uso simbólico de alguns objetos, como por exemplo os Obeliscos, que são monumentos retangulares em forma de coluna que se afunilam conforme chega ao topo, formando uma ponta, sendo nele decorado com inscrições, esses usados no antigo Egito para simbolizar – de uma forma simples – o “poder”, os quais em muitas cidades hoje em dia há uma representação, com o intuito do simbolismo e da grandeza. Exemplos desses monumentos citados, estão em Washington DC (EUA), que é uma representação, também Roma, na Basílica de São Pedro, o qual não é uma representação, mas sim um obelisco “original” trazido do Egito pelo imperador Calígula em 37-41 d.C. Tal fato demonstra que não só hoje, mas ao decorrer da história sempre houve esse fascínio pela cultura egípcia.
Assim como o uso de objetos, e objetos para fins, sejam pessoais,
culturais ou simbólicos empregados hoje em dia, também herdou-se algumas culturas que nos ajudam em questões, como por exemplo no registro de informações, que era realizados pelos escribas, os quais eram responsáveis pelos registros econômicos e religiosos assim como também existiam escribas encarregados de desenhos, que eram realizados em tumbas, contando histórias e fatos de alguém ou algum fato importante. Para tais registros, utilizava-se o papiro, que seria uma forma de papel, o qual era maleável, leve e consequentemente mais fácil de ser armazenado, formando assim, um grande histórico de registros. Tais registros, hoje ajudam a entender de uma forma clara, a sociedade na época, servindo como um documento concreto para estudos.
Com relação ao ensino da história do antigo Egito, há muito material para
auxilio, servindo assim a Egiptomania como uma forte ferramenta didática, usando de materiais disponíveis (filmes, músicas, e até mesmo objetos), como instrumento para despertar interesse e de exemplo, para que haja mais interação e mais aproximação com a realidade, despertando a imaginação e aumentando a capacidade de aprendizado.
Concluindo, nota-se que a cultura egípcia, ao decorrer dos aos, está de
certa maneira sempre sendo redescoberta e reinventada, trazendo suas heranças e conteúdos com uma vasta expansão de usos, desde simples “vaidades”, até usos cotidianos e que auxiliam seja para educação ou para o cotidiano, mostrando assim a grandiosidade e imortalidade dessa civilização a qual desde seu ápice vem impressionando a quem a conhece. REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS
LOPES, K.T.C, POSSEBON, F. Egiptomania: o Egito em João Pessoa, Revista
Mundo Antigo – Ano III, V. 3, N° 06 – Dezembro – 2014. Disponível em: http://www.nehmaat.uff.br/revista/2014-2/artigo06-2014-2.pdf . Acesso em: 02/04/2016. PINSKY, J. As Primeiras Civilizações 15ª Edição
BAKOS, M.M. Visões Modernas do Mundo Antigo: Egiptomania, História Antiga: