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RESENHA CRÍTICA SOBRE A OBRA: ACESSO À JUSTIÇA

CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução Ellen Gracie


Northfleet. Porto Alegre: Fabris, 1988

De início, cumpre ressaltar que os autores fazem uma reflexão sobre os


empecilhos para que todos consigam acesso efetivo à Justiça, apresentando soluções
onde o objetivo é que todos tenham acesso a ela e possam ter resultados socialmente
justos.
No que tange ao conceito de acesso a justiça e como foi sua evolução, os
autores destacaram que de acordo com a mudança nos estudos sobre o processo civil
esse acesso está se transformando, ou seja, mudando, mudança esta que se iniciou,
á partir do século XVIII e XIX em que era vista em um primeiro momento como um
direito natural e individual, em que a única função do Estado era a garantia de que
não teríamos as pessoas atacando o direito umas das outras. Nesse sentido, a
mudança nessa concepção conforme a evolução da sociedade, adquiriram uma
roupagem mais coletiva, não apenas individual, aplicando assim um novo conceito de
direitos humanos totalmente transformado, por essa transformação foi necessário que
a justiça passasse a ser compreendida como uma ação multidisciplinar, atendendo as
questões sociais, em que para se ter acesso a ela, haja aprofundamento sobre seus
objetivos e métodos.
Ademais, entre esse acesso existem barreiras, destaque-se diferenças
econômicas, educação limitada e a falta de cultura, barreiras essas criadas entre as
partes de um processo e que precisam ser vencidas para que esse acesso à justiça
seja de todos, por isso a ideia apresentada de que os direitos substantivos sejam
voltados para o Estado preconiza o envolvimento dele no acesso à justiça, não só pela
via judicial, mas com a implementação de políticas públicas de incentivo a conciliação,
arbitragem e mediação e da inclusão de mecanismos administrativos de proteção das
relações de consumo, gerando assim apoio aos litigantes com menores
possibilidades para ir atrás de seus direitos, algo que pode –se dizer ser totalmente
consistente, tendo esse objetivo é necessário estar consciente que para acabar com
essas barreiras podemos ter danos significativos para garantir esse acesso.
Dessa forma, fica evidenciada a necessidade de um aperfeiçoamento das
ferramentas, processuais, com a simplificação dos procedimentos. Quando você faz
um paralelo com a atual situação jurídica no Brasil, trazendo a tona à classe média e
classe baixa (menos afortunados e mais desfavorecidos), e todas as pessoas que vêm
sofrendo com a morosidade da justiça, e em algumas vezes, pela falta de cultura,
pouco conhecimento e situação financeira precária conforme já citados, muitos
acabam abrindo mão de seus diretos como membros de nossa sociedade.
Comparando com o que disse os autores, me chama a atenção que nos Estados
Unidos da América e países Ocidentais, vê–se a criação dos juizados especiais como
forma de resolver seus litígios fora dos tribunais, pois estes juizados dispensam a
presença dos advogados, o que por sua vez acarretara menos gastos para as partes
litigantes. Dito isso, para um futuro o enfoque do acesso à Justiça requer muito mais
que a criação de tribunais ou mudanças na legislação isso vai muito além que a clara
a necessidade de aperfeiçoamento dos mecanismos processuais, como por exemplo
a simplificação dos procedimentos. Apesar de temos os Tribunais regulares e eles
serem necessários os autores confirmam que eles precisam ser melhorados e
atualizados, não só eles como também seu procedimento, visando que o
procedimento civil seja acessível e com um valor para todos, tendo como objetivo
resultados justos, sem desigualdade para as partes, dando também como opção os
métodos alternativos a exemplo o juízo arbitral, conciliação e os apoios econômicos
que são uma das opções na questão da melhora desse acesso. Os autores ressaltam
que essas alternativas são usadas em outros países: refere-se a eles como os
"Parajurídicos", que não necessitam ser advogados, mas pessoas treinadas com o fim
de serem mediadoras, na busca dos pequenos conflitos solucionados; a criação de
planos assistenciais ou seguros para despesas jurídicas. E encerram, dando uma
sugestão, que a Lei seja simplificada e se torne mais compreensível, para facilitar o
acesso efetivo à Justiça.
Sendo assim, os autores reconhecem que houve louváveis realizações, isso
é apenas o início de uma jornada rumo a mudanças, tendo como objetivo a solução
dos problemas que dificultam o acesso à Justiça. Há sim riscos e limitações a serem
observadas devido ao nosso complexo sistema judiciário e as variadas formas de
governos que existem, em que o respeito e as garantias fundamentais dos indivíduos
e onde o protecionismo ainda impera ou seja é injusto, porém não podemos
esquecer no que diz respeito a não entender as reformas como substituição
integral dos métodos já existentes, pois é preciso muito cuidado para não
banalizarmos o acesso à justiça especialmente em relação à possibilidade de
violação das garantias fundamentais que regem o processo, como o devido processo
legal; o contraditório; a ampla defesa; o equilíbrio processual; a igualdade das partes
e a imparcialidade do juiz pois, o objetivo no fim como disseram os autores, não é
fazer uma justiça "mais pobre", mas deixa-la acessível a todos, especialmente aos
sem condições financeiras.
Isto posto, temos que concordar com os autores que o acesso à justiça precisa
ser visto como direito fundamental em um sistema jurídico igualitário que tenha por
finalidade realmente garantir, e não apenas proclamar os direitos de todos. Para tanto,
a democratização da justiça deve se dar com a efetiva aproximação do cidadão em
relação ao Judiciário. O que os autores destacaram é que isso que não se trata apenas
de possibilitar o acesso à Justiça como instituição estatal, e sim de viabilizar o acesso
à ordem jurídica justa, sendo, inclusive, finalidades básicas do sistema jurídico que
ele seja igualmente acessível a todos e que produza resultados individualmente e
socialmente justos. Toda essa relação aqui se faz de forma concisa com a teoria
da constituição, sobretudo no aspecto da evolução dos direitos fundamentais.
Assim como na obra, nos estudos da teoria da constituição se percebe a evidente
transformação dos direitos individuais em direitos coletivos e sociais a partir de
uma nova perspectiva histórica de direitos.
Mas vamos caminhando pois ainda há a ser feito e, nesse sentido, a repreensão
dos autores ao final é de muita relevância, pois há riscos ao se instituir mudanças e
é preciso cuidado para que não tenhamos normas e procedimentos que violem nossas
garantias fundamentais do processo civil.

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