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Tratamento de efluentes líquidos e sólidos – Terceira Parte

Resíduo Sólido

Desde o início da Civilização humana, o destino final do lixo


sempre foi a disposição (na superfície ou subterrânea) no solo. No
entanto, isto veio a trazer inúmeros problemas ambientais e de saúde
pública, especialmente devido ao descontrole dos tipos e no volume,
cada vez maior e menos natural.

Exemplificando, atualmente, utilizam-se inúmeros produtos


descartáveis, portanto, se desejamos nos livrar do lixo, devemos nos
ater, primeiramente, aos padrões de consumo e comportamento. A área
dos lixões/aterros no município de São Paulo em 1994 (valor atual deve
ser maior) era a correspondente a 10% do total.

Assume-se lixo como termo vulgar, o termo técnico-científico


adotado é resíduo sólido, porém ambos devem representar o mesmo
elemento.

Algumas definições:

Lixo é “todo resíduo que resulte das atividades diárias do


homem”. (Lima, 1991)

“Resíduos sólidos são todos os resíduos que procedem de


atividades humanas e de animais que são normalmente sólidos e que são
descartados como inúteis e indesejados. O termo inclui todas as massas
heterogêneas de resíduos de comunidades urbanas e mesmo acumulações
mais homogêneas da agricultura, industriais e minerais.”
(Tchobanoglous, Theisen e Eliassen, 1993)

Pode ser considerado como todo “material inútil, indesejável ou


descartado, com conteúdo liquido insuficiente para que possa fluir
livremente nos estados sólido e semi-sólido resultantes de atividades
da comunidade, sejam eles de origem doméstica, hospitalar, comercial,
de serviços, de varrição e industrial.” (Batalha, 1993)

“Os resíduos sólidos são definidos como: resíduos nos estado


sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de
origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição. Ficam incluídos, nesta definição, os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para
isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor
tecnologia disponível.” (NBR 10004, 2004)

A inclusão destes determinados líquidos a definição de resíduo


sólido pode soar estranha num primeiro momento, no entanto, a ABNT
resolveu incluir devido a certos líquidos perigosos (e, portanto,
tóxicos) que teriam disposição mais segura se fossem tratados como
resíduo sólido.
Uma outra definição interessante é “São sempre descritos como
uma fonte potencial de matéria prima para alguém, no local errado e no
tempo errado”. (de Campbell, 1991).

Caracterização do resíduo sólido

A caracterização do resíduo sólido possibilita que o mesmo


tenha tratamento, disposição e coleta adequados (mas não garante), bem
como permite um estudo de reaproveitamento energético e de
equipamentos necessários para tal.

Quanto à origem, existem inúmeras classificações:

- Domiciliar, comercial, industrial, hospitalar, especial,


feiras, varrição de ruas, cadáveres de animais e veículos abandonados.

- Domiciliar, comercial, industrial, hospitalar, especial (de


produção transiente) e outros – inclui varredura e serviços.

- Residenciais, comerciais, institucionais, construção e


demolição, serviços municipais, estação de tratamento, resíduos
sólidos municipais, industriais e agrícolas.

- Domiciliar, comercial, público, serviços de saúde, portos,


aeroportos, terminais rodo-ferroviários, industrial, agrícola e
entulho.

Quanto à tratabilidade, o resíduo sólido pode ser


biodegradável, reciclável, descartável e perigoso. Também existe a
classificação quanto à incineração, onde um resíduo pode ser
combustível ou incombustível.

A NBR 10004/2004 classifica quanto à disposição final:

- Classe I – perigosos

São os resíduos que podem apresentar risco à saúde pública


(provocando ou contribuindo para o aumento de mortalidade ou
incidência de doenças), apresentar risco ao meio ambiente se manuseado
de maneira inadequada e apresentar ao menos uma das características:
inflamabilidade, corrosibilidade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade.

- Classe II – não perigosos;

IIa – não inertes;

Aqueles que apresentam combustibilidade, biodegrabilidade


ou solubilidade em água, porém não se enquadram em outras classes.

IIb – inertes

São aqueles cujos constituintes dissolvidos ficam em


concentrações abaixo dos padrões de portabilidade (exceto cor,
turbidez, dureza e sabor) quando submetido a um teste padrão de
solubilização em água destilada.
Deve-se tomar especial cuidado com esta classificação, pois a
versão antiga da NBR trazia três classes de resíduos: I – perigosos,
II – não inertes e III – inertes.

Existem classificações quanto à biodegradabilidade, sendo:


facilmente biodegradável (FD), moderadamente biodegradável (MD),
dificilmente biodegradável (DD), não biodegradável (ND).

Algumas características que devem ser observadas são:

Físicas: composição gravimétrica, peso específico, teor de


umidade, compressividade e geração per capita.

Químicas: poder calorífico, pH, teores de cinzas, matéria


orgânica, C, N, K, Ca, P, resíduo mineral total e solúvel, gorduras e
C/N.

Biológicas: população microbiana e agentes patogênicos.

Fatores de origem e formação do resíduo sólido

Alguns fatores podem ser citados: número de habitantes no


local, área relativa de produção, variações sazonais, condições
climáticas, hábitos e costumes da população, nível educacional e poder
aquisitivo.

Outros fatores: tempo e eficiência de coleta (incluído aqui o


tipo de equipamento), disciplina e controle de pontos produtores e
leis e regulamentações específicas.

Panorama brasileiro

5% do lixo produzido não é coletado; do total coletado, cerca


de 60% não tem destinação adequada.

Responsabilidades

A prefeitura é responsável pelos lixos residencial, comercial e


público, bem como os de origem especial. São de responsabilidade do
gerador os lixos hospitalares, industriais, terminais de passageiros,
agrícola e o gerado na construção civil.

Tipos de coleta

Regular, domiciliar, de feiras (praias...), de serviços de


saúde, especial, particular e seletiva. (NBR 12980)

A coleta tradicional não separa os resíduos gerados,


favorecendo o comodismo da população, podendo ser diária ou não. A
coleta pode ser feita em pontos de concentração em locais de difícil
acesso e noturna, nos locais comerciais e onde o trânsito intenso
interferiria a coleta.

A coleta seletiva ou segregativa separa os materiais. A


primeira separa segundo a fonte geradora, a segunda separa segundo o
tipo de material (portanto, ao contrário do que se costuma adotar no
dia-a-dia).
Pode-se considerar coleta seletiva o recolhimento de material
reciclável previamente separados na fonte de geração, segundo a
definição do Cempre, de 1999.

Há ainda um código de cores a ser utilizado: cinza: todo


material não reciclável, misturado ou contaminado, marrom: resíduos
orgânicos, azul: papel/papelão, vermelho: plástico, roxo: resíduos
radioativos, preto: madeira, amarelo: metal, verde: vidro. Além disso,
existe a cor branca, para resíduos de ambulatórios e serviços de
saúde, e laranja, para resíduos perigosos em geral.

A coleta seletiva segregativa pode ser feita de porta a porta


ou na forma dos PEVs (Pontos de entrega voluntários). A separação pode
ser feita pela população ou em centros de triagem (de maneira geral, é
mista), devem ser feitas pesquisas de mercado, o dinheiro arrecadado
deve ter destino fixo, permitindo a adequação de equipamentos, criação
de programas educacionais e garantindo viabilidade e credibilidade do
serviço.

Rotas de coleta

Dimensionamento frota/setor (Ns)

Ns=(1/J) { (L/Vc) + 2 (Dg/Vt) +2 [ (Dd/Vt) (1/J) (Q/C) ] }

Ns: número de veículos por setor


J: duração útil da jornada (h), excluindo almoço e t improdutivo
L: extensão total do setor (km)
Vc: velocidade média da coleta (km/h)
Dg: distância garagem – setor (km)
Dd: distância setor – descarga (km)
Vt: velocidade média veículo (km/h)
Q: quantidade total lixo do setor (m3 ou t)
C: capacidade dos veículos coleta (m3 ou t), (70 % nominal)
Ddg: distância setor – garagem (km)

Para serem eficientes, as rotas não devem se fragmentar ou


sobrepor (serem diferentes), iniciarem em setores próximos à garagem,
considerando regras de tráfego, garantir que as coletas aconteçam
longe do horário do rush e, em caso de fortes rampas, garantir que o
veiculo se mova para baixo.

Reciclagem

Processo através do qual o resíduo retorna ao sistema produtivo


como matéria-prima. É considerada como forma de tratamento de parte do
resíduo sólido gerado, pode ser de forma artesanal ou industrial.

Reutilização não é reciclagem: para ser considerado reciclagem,


deve haver um processo de transformação no resíduo gerado.

O Brasil recicla cerca de metade das embalagens PET, do papel e


do vidro consumidos e quase a totalidade das latas de alumínio.

A reciclagem garante uma economia de energia, a preservação dos


recursos naturais, diminuição do impacto ambiental (inclusive com a
diminuição da quantidade de lixo a ser aterrado) e favorece a geração
de empregos diretos e indiretos.

O programa de reciclagem de lixo é parte integrante do sistema


de limpeza pública, é mais que uma medida de saneamento ambiental, é
uma atividade econômica que gerencia conjuntos de ações integradas
visando melhor gerenciamento do lixo.

IMPORTANTE: não se deve segregar materiais para reciclagem caso


não haja demanda para eles.

Para uma implementação bem sucedida de um programa de


reciclagem de lixo, devem ser feitas análises mercadológicas,
garantindo a comercialização e o envolvimento de várias empresas,
prevendo estocagem de material e estrutura disponível para tal.

O programa engloba aspectos interdisciplinares (finanças,


ambiente, planejamento urbano e cidadania) e deve apresentar campanhas
de educação ambiental e sensibilização.

Ainda devem ser vencidos alguns obstáculos, tais como: melhoria


da qualidade e redução de custo (a qualidade dos materiais novos ainda
é maior, para um custo de produção menor), melhoria na demanda dos
produtos gerados, redução de subsídios para matérias-primas virgens
entre outros.

Compostagem

Transformação de resíduos orgânicos através de processos


físicos, químicos e biológicos em uma matéria biogênica mais estável e
resistente à ação de espécies consumidoras – denominada composto
curado.

A transformação do lixo no composto orgânico só é possível pela


ação de microorganismos existentes no próprio lixo. A matéria orgânica
complexa é transformada em produtos finais mais simples

Pilha é o nome dado ao lixo aglomerado e compactado na forma


tronco-cônica. Quando esta apresenta forma trapezoidal, recebe o nome
de leira. Abaixo uma foto do sistema dano de compostagem.
Para o sistema de compostagem ser realizado deve haver a
recepção do resíduo, segregação e reciclagem, seguida de trituração,
pulverização, peneiramento. Após estes processos, há a estabilização e
maturação. O composto pode ser vendido, após moagem, novo peneiramento
e embalagem.

O composto final apresenta granulometria de 0,1 a 2,0 mm,


temperatura ligeiramente acima da ambiente (de 3 a 5ºC), uma umidade
menor que 35%, densidade baixa, odor de terra mofada, coloração
escura, pH ligeiramente alcalino. A sua consistência é plástica quando
molhado, friável quando úmida e dura quando seca.

A temperatura, a aeração e a umidade interferem no processo de


compostagem. Outros fatores, como a dimensão das partículas, a relação
C/N e o empilhamento também interferem no processo.

Se a umidade é inferior a 40% a atividade biológica é inibida,


se é maior que 60% o sistema torna-se anaeróbio – geração de odores e
presença de moscas.

A presença de flora mesofílica é comum no processo de


compostagem. Para temperaturas acima de 40ºC, surgem bactérias
termofílicas e o pH aumenta. Acima de 60ºC, morrem fungos. A
temperatura cai se não há disponibilidade de matéria orgânica a ser
decomposta. A cura completa leva de 2 a 4 meses (e mais de 6 meses
para o processo anaeróbio).

Condicionador de solo: retém a umidade do solo em períodos de


seca, prevenindo contra erosão e lixiviação, aumentando a
permeabilidade da água, melhorando as propriedades biológicas do solo
e fornecendo elementos.

Lixão

Forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos que


caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem medidas de
proteção à saúde e ao meio ambiente.

Aterro controlado

Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem


causar danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança, minimizando
os impactos ambientais. Para a conclusão de cada jornada de trabalho,
deve ser coberto com material inerte. A definição só vale se o
recobrimento for diário.

Geralmente não há impermeabilização da base (pode comprometer a


qualidade dos aqüíferos), nem sistemas de tratamento de chorume ou de
dispersão dos gases. É um método preferível ao lixão, ainda que
inferior ao aterro sanitário.

Aterro sanitário

Técnica de disposição de resíduos no solo que não causa danos à


saúde pública e à sua segurança. O recobrimento acontece a cada
conclusão de trabalho, ou a intervalos menores – quando necessário.
Deve contar com: impermeabilização de fundo e laterais,
drenagem e tratamento de chorume e dos gases, compactação, cobertura
diária dos resíduos e drenagem de águas pluviais.

Fases de decomposição

A decomposição ocorre em fases:

Fase I – de horas até uma semana;


Fase II – de 1 a 6 meses;
Fase III – de 3 meses a 3 anos;
Fase IV – de 8 a 40 anos;
Fase V – de 1 a 40+ anos.

Fatores intervenientes:

Oxigênio;
Pressão parcial de hidrogênio;
pH (alcalinidade e presença de ácidos, como o acético);
Temperatura;
Nutrientes.

A alcalinidade é a medida da capacidade de tamponamento do


meio, a presença de ácido acético garante este equilíbrio. Deve-se
considerar a tendência do meio aceitar ou ceder elétrons.

Presença de substâncias tóxicas;


Nitrogênio amoniacal;
Metais alcalinos e alcalino-terrosos;
Metais pesados;
Umidade;
Compostos específicos;
Métodos de coleta e de aterramento.
Aterro em vala (em trincheira, ou manual)

Consiste no preenchimento de valas escavadas com dimensões


apropriadas onde os resíduos são depositados sem compactação e sua
cobertura com terra é realizada manualmente. Não são exigidos
tratamento de gases, nem drenagem e tratamento de chorume.

Este aterro provocará impactos ambientais em seu entorno se as


condições anteriormente impostas não forem seguidas à risca.

Incineração

Processo de redução de peso e volume do lixo através de


combustão controlada. (Lima)

Queima de materiais em alta temperatura (> 90ºC) em mistura com


uma quantidade apropriada de ar e durante um tempo pré-determinado
(IPT/CEMPRE)

Remanescentes: CO2, SO2, N2, água, cinzas e escórias.

Emissões: NOx, SOx, CO, metais, material particulado, gases


ácidos, dioxinas.

Sistema:

Os resíduos devem ser preparados (moagem, mistura,


peneiramento) e o sistema é alimentado por atomização, pistões,
gravidade ou ainda, manualmente.

Seguem para fornos rotativos, de injeção líquida, leito


fluidizado, câmaras múltiplas etc.

Os gases são resfriados e são realizados tratamentos químicos e


de remoção de material particulado. As cinzas e escórias são dispostas
em aterros sanitários, ou acondicionadas após desidratação. Por fim,
os líquidos são submetidos a tratamentos biológicos e neutralizações e
lançados em corpos d’água.

Há ainda os resíduos sólidos (com dificuldade de queima), os


quais são triturados e armazenados em fossas. Os resíduos líquidos
podem ser dispostos em tanques (queimam melhor que os sólidos) e os
gasosos (de queima fácil), podem ser armazenados em tanques fechados.

A alimentação dos sólidos é feita por caçambas, os líquidos por


bombas e os gasosos, por bicos queimadores.

Tipos de combustão:

Primária: 30 a 120 min. Temperatura: de 550 a 800ºC. Submetidos


a secagem e aquecimento.

Secundária: 2 s. Temperatura: > 1000ºC. Influenciados por


excesso de ar, temperatura, turbulência e tempo de permanência.

Vantagens:
Redução drástica do volume a ser descartado: cinzas são
inertes;

Redução do impacto ambiental: minimiza a preocupação a longo


prazo com monitoramento de aqüíferos. O resíduo tóxico é destruído,
não armazenado.

Destoxificação: destruição de bactérias, vírus e compostos


orgânicos. A destruição depende da estabilidade do calor, não da
periculosidade.

Recuperação de energia: parte da energia consumida pode ser


recuperada em produção de vapor e de eletricidade.

Desvantagens:

Custo elevado;

Exige mão-de-obra qualificada;

Problemas operacionais – resíduo de composição muito variável;

Limites das emissões de dioxinas e furanos sem consenso.

Gerenciamento do resíduo sólido

Começa com ações de minimização: obtenção através de redução na


fonte, reutilização e reciclagem.

A redução na fonte pode ser realizada por programas que


promovam redução no consumo.

A reutilização consiste no reaproveitamento do resíduo nas


condições do descarte sem alterações físicas. O tratamento o qual é
submetido é mínimo.

Há uma hierarquia na minimização: Prevenção, redução,


reciclagem, tratamento e disposição final (sustentadas politicamente
ou não).

Pode-se alcançar por alterações de hábitos, processos e/ou


materiais, e fazer opções ao adquirir produtos (produtos com maior
capacidade volumétrica e controle de desperdícios).

O sistema integrado estuda a produção de resíduos, o manejo e


contempla todos os tipos de resíduos gerados. Pode-se adotar o
princípio da descarga zero – minimização dos resíduos na origem,
tratamento e destino final.

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