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ADAF-AM

Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas

Assistente Técnico

Concurso Público Nº 01/ ADAF / 2018


ST011-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF

Cargo: Assistente Técnico

(Baseado no Edital Nº 01/ ADAF / 2018)

•Língua Portuguesa
• Noções de Informática
• Noções de Direito Constitucional
• Noções de Direito Administrativo
• Legislação Estadual Específica
• Raciocínio Lógico e Matemático
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Ana Luiza Cesário
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Leandro Filho

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de texto...................................................................................................................................................... 83
2. Tipologia e gêneros textuais........................................................................................................................................................................... 85
3. Figuras de linguagem.......................................................................................................................................................................................103
4.Significação de palavras e expressões.......................................................................................................................................................... 76
5. Relações de sinonímia e de antonímia. ...................................................................................................................................................... 76
6.Ortografia................................................................................................................................................................................................................. 44
7. Acentuação gráfica.............................................................................................................................................................................................. 47
8. Uso da crase........................................................................................................................................................................................................... 71
9. Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos........................................................... 01
10. Morfologia: classes de palavras variáveis e invariáveis e seus empregos no texto................................................................. 07
11. Locuções verbais (perífrases verbais). ...................................................................................................................................................... 07
12. Funções do “que” e do “se”.........................................................................................................................................................................100
13. Formação de palavras...................................................................................................................................................................................... 04
14. Elementos de comunicação........................................................................................................................................................................103
15. Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e pe-
ríodo composto por coordenação e subordinação)................................................................................................................................... 63
16. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................................... 52
17. Regência verbal e nominal............................................................................................................................................................................. 58
18. Colocação pronominal.................................................................................................................................................................................... 74
19. Emprego dos sinais de pontuação e sua função no texto................................................................................................................ 50
20. Elementos de coesão....................................................................................................................................................................................... 86
21. Função textual dos vocábulos...................................................................................................................................................................... 88
22. Variação linguística.........................................................................................................................................................................................101

Noções de Informática

1. Conceitos e fundamentos básicos. .............................................................................................................................................................. 01


2. Conhecimento e utilização dos principais softwares utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de e-mails,
reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem, antivírus). .............................................................................................................. 70
3. Identificação e manipulação de arquivos. ................................................................................................................................................ 01
4. Backup de arquivos. ........................................................................................................................................................................................... 64
5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, memórias, processadores (CPU) e disco de armazenamento HDs, CDs e
DVDs). .......................................................................................................................................................................................................................... 01
6. Periféricos de computadores. ........................................................................................................................................................................ 01
7. Ambientes operacionais: utilização dos sistemas operacionais Windows 7 e Windows 10. ................................................ 01
8. Conceitos básicos sobre Linux e Software Livre. .................................................................................................................................... 01
9. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote Microsoft Office (Word, Excel e PowerPoint) –
versões 2010, 2013 e 2016. ................................................................................................................................................................................. 21
10. Utilização de ferramentas de texto, planilha e apresentação do pacote LibreOffice (Writer, Calc e Impress)- versões
5 e 6. ............................................................................................................................................................................................................................. 01
11. Utilização e configuração de e-mail no Microsoft Outlook. ........................................................................................................... 55
12. Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, busca e pesquisa na Web, mecanismos de busca na
Web. .............................................................................................................................................................................................................................. 55
13. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome. ....................................................................... 55
14. Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing e Spam. ....................................................... 70
15. Transferência de arquivos pela internet................................................................................................................................................... 70
SUMÁRIO

Noções de Direito Constitucional

1. Noções de Direito Constitucional: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e emendas constitucio-
nais. ............................................................................................................................................................................................................................... 01
Princípios fundamentais......................................................................................................................................................................................... 01
Direitos e garantias fundamentais: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos
Políticos. Partidos Políticos. ................................................................................................................................................................................. 05
Organização do Estado: Organização Político-Administrativa. União. Estados Federados. Municípios. Distrito Fede-
ral. ....................................................................................................................................................................................................................38
Organização dos Poderes...................................................................................................................................................................................... 47
Poder Legislativo: Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Senado Federal........................................................................ 48
Seguridade Social. Saúde. Previdência e Assistência Social.................................................................................................................... 60

Noções de Direito Administrativo


2. Noções de Direito Administrativo: Conceitos. Princípios de Direito Administrativo................................................................ 01
Organização administrativa brasileira.............................................................................................................................................................. 03
Poderes administrativos. Poder Discricionário, Poder Regulamentar.................................................................................................. 12
Responsabilidade civil do Estado....................................................................................................................................................................... 17
Controle da Administração Pública................................................................................................................................................................... 19
Administração Pública direta e indireta; autarquias, fundações, entidades paraestatais. Conceitos e Princípios constitu-
cionais relativos à Administração Pública. Órgãos Públicos.................................................................................................................... 26

Raciocínio Lógico e Matemático

1. Raciocínio Lógico e matemático: resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos,


porcentagens, sequências (com números, com figuras, de palavras). ............................................................................................... 01
2. Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos........ 19

Conhecimentos Específicos

1. Conhecimentos Básicos em Administração: características básicas das organizações, natureza, finalidade, evolução,
níveis e departamentalização; Funções do processo administrativo: planejamento, organização, direção e controle... 01
2. Técnicas de arquivo e controle de documentos: classificação, codificação, catalogação e arquivamento de documen-
tos................................................................................................................................................................................................................................... 11
3. Relações Humanas no Trabalho e Liderança: O papel do gestor, estilos de liderança, elementos da comunicação na
organização, fatores que influenciam na motivação (hierarquia de necessidades de Maslow e fatores higiênicos e mo-
tivacionais de Herzberg.......................................................................................................................................................................................... 35
4 . Elementos de Redação Oficial: aspectos gerais da redação oficial, o padrão ofício (partes do documento, aviso e
ofício, memorando), exposição de motivos, mensagem, correio eletrônico, parecer; orientações do Manual de Redação
da Presidência da República................................................................................................................................................................................. 45
5. Conhecimentos básicos em Administração de Patrimônio, Materiais e Logística: compras e contratações públicas (le-
gislação sobre licitações), coleta de preços, gestão e controle de estoque, distribuição de material, inventário de bens
patrimoniais. .............................................................................................................................................................................................................. 67
6. Administração Financeira e Orçamentária: o processo orçamentário (plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias,
lei orçamentária anual, lei de responsabilidade fiscal); classificação das receitas e despesas públicas................................. 76
LÍNGUA PORTUGUESA

Letra e Fonema.......................................................................................................................................................................................................... 01
Estrutura das Palavras............................................................................................................................................................................................. 04
Classes de Palavras e suas Flexões..................................................................................................................................................................... 07
Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 44
Acentuação................................................................................................................................................................................................................. 47
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 50
Concordância Verbal e Nominal......................................................................................................................................................................... 52
Regência Verbal e Nominal................................................................................................................................................................................... 58
Frase, oração e período.......................................................................................................................................................................................... 63
Sintaxe da Oração e do Período......................................................................................................................................................................... 63
Termos da Oração.................................................................................................................................................................................................... 63
Coordenação e Subordinação............................................................................................................................................................................. 63
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 71
Colocação Pronominal............................................................................................................................................................................................ 74
Significado das Palavras......................................................................................................................................................................................... 76
Interpretação Textual............................................................................................................................................................................................... 83
Tipologia Textual....................................................................................................................................................................................................... 85
Gêneros Textuais....................................................................................................................................................................................................... 86
Coesão e Coerência................................................................................................................................................................................................. 86
Reescrita de textos/Equivalência de Estruturas............................................................................................................................................. 88
Estrutura Textual........................................................................................................................................................................................................ 90
Redação Oficial.......................................................................................................................................................................................................... 91
Funções do “que” e do “se”................................................................................................................................................................................100
Variação Linguística...............................................................................................................................................................................................101
O processo de comunicação e as funções da linguagem......................................................................................................................103
LÍNGUA PORTUGUESA

PROF. ZENAIDE AUXILIADORA PACHEGAS BRANCO

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Adamantina. Especialista pela Universidade Estadual Paulista
– Unesp

LETRA E FONEMA

A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. Fonologia é a parte da gramática que estuda os sons da lín-
gua quanto à sua função no sistema de comunicação linguística, quanto à sua organização e classificação. Cuida, também,
de aspectos relacionados à divisão silábica, à ortografia, à acentuação, bem como da forma correta de pronunciar certas
palavras. Lembrando que, cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar estes sons no ato da fala. Particularidades na
pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Na língua falada, as palavras se constituem de fonemas; na língua escrita, as palavras são reproduzidas por meio de
símbolos gráficos, chamados de letras ou grafemas. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de esta-
belecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
amor – ator / morro – corro / vento - cento

Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que
você - como falante de português - guarda de cada um deles. É essa imagem acústica que constitui o fonema. Este forma
os significantes dos signos linguísticos. Geralmente, aparece representado entre barras: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Esta é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ (lê-se zê).
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que
pode ser representado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio.

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar:
- o fonema /sê/: texto
- o fonema /zê/: exibir
- o fonema /che/: enxame
- o grupo de sons /ks/: táxi

- O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.


Tóxico = fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1 2 3 4 5 6 7 12 3 45 6

Galho = fonemas: /g/a/lh/o/ letras: ga lho


1 2 3 4 12345

- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos: compra, conta. Nestas
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as antecedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o
“n” não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras “a” e “n”.

- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.


Hoje = fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

Classificação dos Fonemas


Os fonemas da língua portuguesa são classificados em:

1) Vogais
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma corrente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua,
desempenham o papel de núcleo das sílabas. Isso significa que em toda sílaba há, necessariamente, uma única vogal.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entrea- 1) Ditongo


berta. As vogais podem ser:
É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, versa) numa mesma sílaba. Pode ser:
/o/, /u/. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal:
sé-rie (i = semivogal, e = vogal)
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na- - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivo-
sais. gal: pai (a = vogal, i = semivogal)
/ã/: fã, canto, tampa - Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai
/ ẽ /: dente, tempero - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas na-
/ ĩ/: lindo, mim sais: mãe
/õ/: bonde, tombo
/ ũ /: nunca, algum 2) Tritongo

- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, É a sequência formada por uma semivogal, uma vo-
bola. gal e uma semivogal, sempre nesta ordem, numa só sílaba.
Pode ser oral ou nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tri-
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, tongo nasal.
bola.
3) Hiato
Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que
- Fechadas: mês, luta, amor pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais
- Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das pa- de uma vogal numa mesma sílaba: saída (sa-í-da), poesia
lavras: dedo (“dedu”), ave (“avi”), gente (“genti”). (po-e-si-a).

2) Semivogais Encontros Consonantais

Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vo-
Aparecem apoiados em uma vogal, formando com ela uma gal intermediária, recebe o nome de encontro consonantal.
só emissão de voz (uma sílaba). Neste caso, estes fonemas Existem basicamente dois tipos:
são chamados de semivogais. A diferença fundamental en- 1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r”
tre vogais e semivogais está no fato de que estas não de- e ocorrem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no,
sempenham o papel de núcleo silábico. a-tle-ta, cri-se.
Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: 2-) os que resultam do contato de duas consoantes
pa - pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca pertencentes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
é o “a”. Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão Há ainda grupos consonantais que surgem no início
forte quanto ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo,
história, série. psi-có-lo-go.

3) Consoantes Dígrafos

Para a produção das consoantes, a corrente de ar expi- De maneira geral, cada fonema é representado, na es-
rada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela ca- crita, por apenas uma letra: lixo - Possui quatro fonemas e
vidade bucal, fazendo com que as consoantes sejam verda- quatro letras.
deiros “ruídos”, incapazes de atuar como núcleos silábicos.
Seu nome provém justamente desse fato, pois, em portu- Há, no entanto, fonemas que são representados, na es-
guês, sempre consoam (“soam com”) as vogais. Exemplos: crita, por duas letras: bicho - Possui quatro fonemas e cinco
/b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc. letras.

Encontros Vocálicos Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ fo-


ram utilizadas duas letras: o “c” e o “h”.
Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas
semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante para representar um único fonema (di = dois + grafo = le-
reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em tra). Em nossa língua, há um número razoável de dígrafos
sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o triton- que convém conhecer. Podemos agrupá-los em dois tipos:
go e o hiato. consonantais e vocálicos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dígrafos Consonantais

Letras Fonemas Exemplos


lh /lhe/ telhado
nh /nhe/ marinheiro
ch /xe/ chave
rr /re/ (no interior da palavra) carro
ss /se/ (no interior da palavra) passo
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia
sc /se/ crescer
sç /se/ desço
xc /se/ exceção

Dígrafos Vocálicos

Registram-se na representação das vogais nasais:

Fonemas Letras Exemplos


/ã/ am tampa
an canto
/ẽ/ em templo
en lenda
/ĩ/ im limpo
in lindo
õ/ om tombo
on tonto
/ũ/ um chumbo
un corcunda

* Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando seguidos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/:
guitarra, aquilo. Nestes casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. Em algumas palavras, no entanto, o “u” repre-
senta um fonema - semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Aqui, “gu” e “qu” não são dígrafos. Também não há
dígrafos quando são seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo) .
** Dica: Conseguimos ouvir o som da letra “u” também, por isso não há dígrafo! Veja outros exemplos: Água = /agua/ nós
pronunciamos a letra “u”, ou então teríamos /aga/. Temos, em “água”, 4 letras e 4 fonemas. Já em guitarra = /gitara/ - não
pronunciamos o “u”, então temos dígrafo [aliás, dois dígrafos: “gu” e “rr”]. Portanto: 8 letras e 6 fonemas).

Dífonos

Assim como existem duas letras que representam um só fonema (os dígrafos), existem letras que representam dois
fonemas. Sim! É o caso de “fixo”, por exemplo, em que o “x” representa o fonema /ks/; táxi e crucifixo também são exemplos
de dífonos. Quando uma letra representa dois fonemas temos um caso de dífono.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono1.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI-
BRAS – FAFIPA/2014) Em todas as palavras a seguir há um
dígrafo, EXCETO em
(A) prazo. As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
(B) cantor. de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
(C) trabalho. em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
(D) professor. tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
três elementos significativos:
1-)
(A) prazo – “pr” é encontro consonantal In = elemento indicador de negação
(B) cantor – “an” é dígrafo Explic – elemento que contém o significado básico da
(C) trabalho – “tr” encontro consonantal / “lh” é dígrafo palavra
(D) professor – “pr” encontro consonantal q “ss” é dí- Ável = elemento indicador de possibilidade
grafo
RESPOSTA: “A”. Estes elementos formadores da palavra recebem o
nome de morfemas. Através da união das informações
2-) (PREFEITURA DE PINHAIS/PR – INTÉRPRETE DE LI- contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
BRAS – FAFIPA/2014) Assinale a alternativa em que os itens tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
destacados possuem o mesmo fonema consonantal em to- tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
das as palavras da sequência. claro”.
(A) Externo – precisa – som – usuário.
MORFEMAS = são as menores unidades significativas
(B) Gente – segurança – adjunto – Japão.
que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
(C) Chefe – caixas – deixo – exatamente.
(D) Cozinha – pesada – lesão – exemplo.
Classificação dos morfemas:
2-) Coloquei entre barras ( / / ) o fonema representado
Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
pela letra destacada:
tador de significado. É através do radical que podemos for-
(A) Externo /s/ – precisa /s/ – som /s/ – usuário /z/
mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
(B) Gente /j/ – segurança /g/ – adjunto /j/ – Japão /j/ mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
(C) Chefe /x/ – caixas /x/ – deixo /x/ – exatamente O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
/z/ mesmo radical denomina-se família de palavras.
(D) cozinha /z/ – pesada /z/ – lesão /z/– exemplo /z/
RESPOSTA: “D”. Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
3-) (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/PI – CURSO DE xo), prever (prefixo), infiel.
FORMAÇÃO DE SOLDADOS – UESPI/2014) “Seja Sangue
Bom!” Na sílaba final da palavra “sangue”, encontramos Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob-
duas letras representando um único fonema. Esse fenôme- têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos,
no também está presente em: amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida
A) cartola. que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e
B) problema. plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
C) guaraná. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
D) água. (amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
E) nascimento. concluir que existem morfemas que indicam as flexões das
palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das pala-
3-) Duas letras representando um único fonema = dí- vras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desi-
grafo nências nominais e desinências verbais.
A) cartola = não há dígrafo
B) problema = não há dígrafo • Desinências nominais: indicam o gênero e o número
C) guaraná = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) dos nomes. Para a indicação de gênero, o português cos-
D) água = não há dígrafo (você ouve o som do “u”) tuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; menino/
E) nascimento = dígrafo: sc menina. Para a indicação de número, costuma-se utilizar
RESPOSTA: “E”. o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência
de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/
garotas; menino/meninos; menina/meninas. No caso dos
nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assu-
me a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinências sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
que indicam o modo e o tempo (desinências modo-tem-
porais) e outras que indicam o número e a pessoa dos ver- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
bos (desinência número-pessoais): sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.

cant-á-va-mos: Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:


cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência mo- azeite, cavalo.
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do indicati-
vo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primei- Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
ra pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência mo-
do-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do subjunti- Processos de Formação de Palavras
vo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda
pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.
Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as de- vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
sinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vo-
gais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática indica
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da 2.ª
acréscimo de prefixo.
conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir).
In feliz des leal
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando
Prefixo radical prefixo radical
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base,
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. acréscimo de sufixo.
A estas vogais temáticas se liga a desinência indicadora
de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados Feliz mente leal dade
em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não Radical sufixo radical sufixo
apresentam vogal temática.
Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca- simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de se principalmente verbos.
conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática En trist ecer
é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal Prefixo radical sufixo
temática -i pertencem à terceira conjugação.
Em tard ecer
Interfixos prefixo radical sufixo

São os elementos (vogais ou consoantes) que se in- Outros Tipos de Derivação


tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por Há dois casos em que a palavra derivada é formada
exemplo: sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro. regressiva e a derivação imprópria.
Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
Formação das Palavras dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
de substantivos derivados de verbos.
Há em Português palavras primitivas, palavras deriva- janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca
das, palavras simples, palavras compostas. (substantivo) – deriva de pescar (verbo)

5
LÍNGUA PORTUGUESA

Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- Fontes de pesquisa:


tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri-
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
na classe gramatical. formacao-de-palavras-i.htm
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê” SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
deriva da conjunção porque) coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
do verbo olhar). ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra,
apenas faz com que ela pertença a uma classe gramatical Questões sobre Estrutura das Palavras
“imprópria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeira-
mente faz parte. A alteração acontece devido à presença de 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
outros termos, como artigos, por exemplo: CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é for-
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- mada pelo seguinte processo:
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) A) sufixação
Composição B) prefixação
C) parassíntese
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais D) justaposição
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de E) aglutinação
composição: justaposição e aglutinação.
1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
Justaposição: ocorre quando os elementos que for- prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos-
prefixação).
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira,
girassol.
RESPOSTA: “B”.
Composição por aglutinação: ocorre quando os ele-
mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente
AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna +
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:
Outros processos de formação de palavras: a) palavra composta
b) palavra primitiva
Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir c) palavra derivada
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom. d) neologismo

Abreviação – é a redução de palavras até o limite per- 2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
mitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu (pneu- ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo
mático), metrô (metropolitano), foto (fotografia). “ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa-
* Observação: ção. Para o exercício, basta “derivada”!
- Abreviatura: é a redução na grafia de certas palavras,
limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras ini- RESPOSTA: “C”.
ciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual se
reduzem locuções substantivas próprias às suas letras ini-
ciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas impuras),
que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas puras);
DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (siglas impu-
ras).
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
automóvel (auto: grego; móvel: latim)
sociologia (socio: latim; logia: grego)
sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)

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LÍNGUA PORTUGUESA

de lago lacustre
CLASSES DE PALAVRAS E SUAS FLEXÕES
de leão leonino
de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
característica do ser e se relaciona com o substantivo, con- de madeira lígneo
cordando com este em gênero e número. de mestre magistral
de ouro áureo
As praias brasileiras estão poluídas.
de paixão passional
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de pâncreas pancreático
(plural e feminino, pois concordam com “praias”).
de porco suíno ou porcino
Locução adjetiva dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne-
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma de sonho onírico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição + de velho senil
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vento eólico
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio de vidro vítreo ou hialino
(paixão desenfreada). de virilha inguinal
de visão óptico ou ótico
Observe outros exemplos:
* Observação: nem toda locução adjetiva possui um
de águia aquilino adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por
de aluno discente exemplo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.
de anjo angelical Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):
de ano anual
de aranha aracnídeo O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função
dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando
de boi bovino como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito
de cabelo capilar ou do objeto).
de cabra caprino
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
de campo campestre ou rural
de chuva pluvial Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser.
Observe alguns deles:
de criança pueril
de dedo digital Estados e cidades brasileiras:
de estômago estomacal ou gástrico
de falcão falconídeo Alagoas alagoano
de farinha farináceo Amapá amapaense
de fera ferino Aracaju aracajuano ou aracajuense
de ferro férreo Amazonas amazonense ou baré
de fogo ígneo Belo Horizonte belo-horizontino
de garganta gutural Brasília brasiliense
de gelo glacial Cabo Frio cabo-friense
de guerra bélico Campinas campineiro ou campinense
de homem viril ou humano
de ilha insular
de inverno hibernal ou invernal

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento: o moço norte-americano, a
moça norte-americana.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino: conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples

Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substan-
tivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, boa e boas.
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que
estiver qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra
cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, en-
tão, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza.

Veja outros exemplos:


Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Adjetivo Composto Observe que:


a) As formas menor e pior são comparativos de supe-
É aquele formado por dois ou mais elementos. Nor- rioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, res-
malmente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas pectivamente.
o último elemento concorda com o substantivo a que se b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
refere; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações fei-
um dos elementos que formam o adjetivo composto seja tas entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se
um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais grande
invariável. Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, e mais pequeno. Por exemplo:
um substantivo, porém, se estiver qualificando um elemen- Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois ele-
to, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra pala- mentos.
vra por hífen, formará um adjetivo composto; como é um Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará duas qualidades de um mesmo elemento.
invariável. Veja:
Camisas rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Infe-
Ternos rosa-claro.
rioridade
Olhos verde-claros.
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito ele-
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre in- vado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relativo e
variáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, vestidos apresenta as seguintes modalidades:
cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- um ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apre-
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. senta-se nas formas:
1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio
Grau do Adjetivo de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado.
Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a inten- 2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
sidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo.
o comparativo e o superlativo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Comparativo
benéfico - beneficentíssimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
buída a dois ou mais seres ou duas ou mais características bom - boníssimo ou ótimo
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igual- comum - comuníssimo
dade, de superioridade ou de inferioridade.
cruel - crudelíssimo
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade difícil - dificílimo
No comparativo de igualdade, o segundo termo da doce - dulcíssimo
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão. fácil - facílimo
fiel - fidelíssimo
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
rioridade Analítico Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de
No comparativo de superioridade analítico, entre os um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres.
dois substantivos comparados, um tem qualidade supe- Essa relação pode ser:
rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do 1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
que” ou “mais...que”.
todas.
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Supe-
todas.
rioridade Sintético

Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de * Note bem:


superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, an-
grande/maior, baixo/inferior. tepostos ao adjetivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- Renato fala menos alto do que João.
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de superioridade:
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma fala mais alto do que João.
popular é constituída do radical do adjetivo português + o 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. melhor que João.
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o superlativo
com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os termi- Grau Superlativo
nados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, cheio
– cheíssimo. O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
Fontes de pesquisa: fala muito alto.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf32. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio de
php modo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altíssimo.
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- * Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. nho, etc.) são comuns na língua popular.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. A criança levantou cedinho. (muito cedo)

Advérbio Classificação dos Advérbios

Compare estes exemplos: De acordo com a circunstância que exprime, o advér-


bio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
O ônibus chegou.
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo,
O ônibus chegou ontem.
aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro,
afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sen-
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à es-
tido do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo,
querda, ao lado, em volta.
de modo, de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora,
advérbio. amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
Estudei bastante. = modificando o verbo estudei doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, en-
Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio fim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
(bem) imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessiva-
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um adje- mente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
tivo (claros) vez em quando, de quando em quando, a qualquer momen-
to, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acrescen- Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa,
tar ideia de: acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
Tempo: Ela chegou tarde. toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse
Lugar: Ele mora aqui. modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
Modo: Eles agiram mal. a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em
Negação: Ela não saiu de casa. “-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa-
Dúvida: Talvez ele volte. cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen-
te, bondosamente, generosamente.
Flexão do Advérbio Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti-
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre- Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios, forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
porém, admitem a variação em grau. Observe: Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel-
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Grau Comparativo Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, as-
Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo modo saz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo,
que o comparativo do adjetivo: de muito, por completo, extremamente, intensamente, gran-
- de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re- demente, bem (quando aplicado a propriedades graduá-
nato fala tão alto quanto João. veis).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somen- Locução Adverbial


te, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Brando, o
vento apenas move a copa das árvores. Quando há duas ou mais palavras que exercem função
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. de advérbio, temos a locução adverbial, que pode expres-
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a sar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordinaria-
adolescência. mente por uma preposição. Veja:
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus dentro, por aqui, etc.
amigos por comparecerem à festa. afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
* Saiba que: geral, frente a frente, etc.
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje
ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Ficarei em dia, nunca mais, etc.
o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos
tarde possível. * Observações:
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, - tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O aluno cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
respondeu calma e respeitosamente. Chegou muito cedo. (advérbio)
Joana é muito bela. (adjetivo)
Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido De repente correram para a rua. (verbo)

Há palavras como muito, bastante, que podem apare- - Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais
cer como advérbio e como pronome indefinido. mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio:
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro Essa matéria é mais bem interessante que aquela.
advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito. Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e - O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér-
sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros. bio: Cheguei primeiro.

* Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio - Quanto a sua função sintática: o advérbio e a locução
(não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia, adverbial desempenham na oração a função de adjunto
sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante” adverbial, classificando-se de acordo com as circunstân-
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para cias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja: Exemplo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito, verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
pois “muitos” não dá!). = advérbio Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi-
dade e de tempo, respectivamente.
2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estudei
muitos capítulos) = pronome indefinido Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.
Advérbios Interrogativos php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como? ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes Saraiva, 2010.
às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Interrogação Direta Interrogação Indireta SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
Onde mora? Indaguei onde morava. Artigo
Por que choras? Não sei por que choras.
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo-
Aonde vai? Perguntei aonde ia. se como o termo variável que serve para individualizar ou
Donde vens? Pergunto donde vens. generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero
Quando voltas? Pergunto quando voltas. (masculino/feminino) e o número (singular/plural).
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va-
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”).

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Artigos definidos – São aqueles usados para indicar Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a pre-
seres determinados, expressos de forma individual: sença do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Roma.
muito.
- antes de pronomes de tratamento:
Artigos indefinidos – São aqueles usados para indicar Vossa Senhoria sairá agora?
seres de modo vago, impreciso: Exceção: O senhor vai à festa?
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas! - após o pronome relativo “cujo” e suas variações:
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.

* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Fontes de pesquisa:


numeral “ambos”: http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Saraiva, 2010.
do artigo, outros não: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCO-
NI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed.
* Quando indicado no singular, o artigo definido pode Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
indicar toda uma espécie: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho dignifica o homem. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
* No caso de nomes próprios personativos, denotando
a ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso Conjunção
do artigo:
Marcela é a mais extrovertida das irmãs. Além da preposição, há outra palavra também invariá-
O Pedro é o xodó da família. vel que, na frase, é usada como elemento de ligação: a con-
junção. Ela serve para ligar duas orações ou duas palavras
* No caso de os nomes próprios personativos estarem de mesma função em uma oração:
no plural, são determinados pelo uso do artigo: O concurso será realizado nas cidades de Campinas e
Os Maias, os Incas, Os Astecas... São Paulo.
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito.
* Usa-se o artigo depois do pronome indefinido to-
do(a) para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele Morfossintaxe da Conjunção
(o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) As conjunções, a exemplo das preposições, não exer-
Toda classe possui alunos interessados e desinteressa- cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
dos. (qualquer classe)
Classificação da Conjunção
* Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é
facultativo: De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as
Preparei o meu curso. Preparei meu curso. conjunções podem ser classificadas em coordenativas e
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
* A utilização do artigo indefinido pode indicar uma pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso-
ideia de aproximação numérica: lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo
caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção de-
* O artigo também é usado para substantivar palavras pende da existência do outro. Veja:
pertencentes a outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo.
Podemos separá-las por ponto:
* Há casos em que o artigo definido não pode ser Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo.
usado:
- antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas: Temos acima um exemplo de conjunção (e, conse-
O professor visitará Roma. quentemente, orações coordenadas) coordenativa – “mas”.
Já em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Espero que eu seja aprovada no concurso! As conjunções subordinativas subdividem-se em inte-


Não conseguimos separar uma oração da outra, pois a grantes e adverbiais:
segunda “completa” o sentido da primeira (da oração prin-
cipal): 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada por
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos uma elas introduzida completa ou integra o sentido da principal.
oração subordinada substantiva objetiva direta (ela exerce Introduzem orações que equivalem a substantivos, ou seja,
a função de objeto direto do verbo da oração principal). as orações subordinadas substantivas. São elas: que, se.
Quero que você volte. (Quero sua volta)
Conjunções Coordenativas
2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada
São aquelas que ligam orações de sentido completo exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acor-
e independente ou termos da oração que têm a mesma do com a circunstância que expressam, classificam-se em:
a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
função gramatical. Subdividem-se em:
ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando
(= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não),
que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas também, não só... como também, bem como, Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
não só... mas ainda.
A sua pesquisa é clara e objetiva. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
Não só dança, mas também canta. ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua
realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que, se
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: etc.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
obstante.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui. c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São
3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expressan- elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde
do ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se que, a menos que, sem que, etc.
realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou, ora... ora, já... Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção con-
Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
dicional “se” também é conjunção integrante. A diferença é
clara ao ler as orações que são introduzidas por ela. Acima,
4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
ela nos dá a ideia da condição para que recebamos um
que expressa ideia de conclusão ou consequência. São elas: telefonema (se for preciso ajuda). Já na oração:
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por Não sei se farei o concurso...
isso, assim. Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: o
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não verbo da oração principal (sei) pede complemento (objeto
ficou nervosa. direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”). Portanto,
Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão. a oração em destaque exerce a função de objeto direto da
oração principal, sendo classificada como oração subordi-
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração nada substantiva objetiva direta.
que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: d) Conformativas: introduzem uma oração que expri-
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. me a conformidade de um fato com outro. São elas: confor-
Não demore, que o filme já vai começar. me, como (= conforme), segundo, consoante, etc.
Falei muito, pois não gosto do silêncio! O passeio ocorreu como havíamos planejado.

Conjunções Subordinativas e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fina-


lidade ou o objetivo com que se realiza a oração principal.
São elas: para que, a fim de que, que, porque (= para que),
São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
que, etc.
dependente da outra. A oração dependente, introduzida
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começado f) Proporcionais: introduzem uma oração que expres-
quando ela chegou. sa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência do
O baile já tinha começado: oração principal expresso na principal. São elas: à medida que, à proporção
quando: conjunção subordinativa (adverbial temporal) que, ao passo que e as combinações quanto mais... (mais),
ela chegou: oração subordinada quanto menos... (menos), quanto menos... (mais), quanto
menos... (menos), etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

O preço fica mais caro à medida que os produtos escas- Fontes de pesquisa:
seiam. http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
php
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
nais à medida em que, na medida que e na medida em que. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
g) Temporais: introduzem uma oração que acrescenta ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração Saraiva, 2010.
principal. São elas: quando, enquanto, antes que, depois que, Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição
A briga começou assim que saímos da festa.
Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
h) Comparativas: introduzem uma oração que expres- ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
sa ideia de comparação com referência à oração principal. guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
São elas: como, assim como, tal como, como se, (tão)... como, maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual,
rente de uma situação particular, um momento ou um con-
que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.
texto específico. Exemplos:
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
i) Consecutivas: introduzem uma oração que expressa Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
a consequência da principal. São elas: de sorte que, de modo hum: expressão de um pensamento súbito = interjei-
que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que ção
(tendo como antecedente na oração principal uma palavra
como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc. O significado das interjeições está vinculado à maneira
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o senti-
exame. do que a expressão vai adquirir em cada contexto em que
for utilizada. Exemplos:
Atenção: Muitas conjunções não têm classificação úni- Psiu!
ca, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de acor- contexto: alguém pronunciando esta expressão na rua
do com o sentido que apresentam no contexto (grifo ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando!
da Zê!). Ei, espere!”

O bom relacionamento entre as conjunções de um Psiu!


texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa- contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú- nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios puxa: interjeição; tom da fala: euforia
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o con- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
junto das relações que garantem a coesão do enunciado. puxa: interjeição; tom da fala: decepção
O sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
estas interferem semanticamente no enunciado.
tristeza, dor, etc.
Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
Ah, deve ser muito interessante!
junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
b) Sintetizar uma frase apelativa.
são de circunstâncias fundamentais à condução da história, Cuidado! Saia da minha frente.
como as noções de tempo, finalidade, causa e consequên-
cia. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes a li- As interjeições podem ser formadas por:
nha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso das a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô
exposições e argumentações construídas por meio de con- b) palavras: Oba! Olá! Claro!
trastes e oposições, que implicam o uso das adversativas e c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!
concessivas. Ora bolas!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-


frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Aten- Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
ção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah! Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem! Âni- quá!, etc.
mo! Adiante!
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Essa não! Chega! Basta! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Deus! Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Desculpa: Perdão!
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! Fontes de pesquisa:
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! Quê! php
Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! Pô! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Ora! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática
Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade! – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa
Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva! Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.
Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus! Numeral
Silêncio: Psiu! Silêncio!
Numeral é a palavra variável que indica quantidade
Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes-
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determi-
* Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
nada sequência.
isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando
cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
se trata de um processo natural desta classe de palavra, a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, etc.) não se
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite. trata de numerais, mas sim de algarismos.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho. Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala-
Locução Interjetiva vras consideradas numerais porque denotam quantidade,
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década,
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma dúzia, par, ambos(as), novena.
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus! Classificação dos Numerais
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise - Cardinais: indicam quantidade exata ou determina-
dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha- da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm
me Deus!, Quem me dera! sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé-
cada, bimestre.
* Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. - Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém ou
Por exemplo: alguma coisa ocupa numa determinada sequência: primei-
Ué! (= Eu não esperava por essa!) ro, segundo, centésimo, etc.
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
* Observação importante:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
o seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
gramaticais podem aparecer como interjeições. Por exem- são classificadas como adjetivos, não ordinais.
plo:
Viva! Basta! (Verbos) - Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou
Fora! Francamente! (Advérbios) seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e par-
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- tes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o numeral
venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais
Ordinais Cardinais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/
uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/du- João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
zentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatro- D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
centas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam
em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais
flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses tri- - Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se
plas do medicamento. refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados
número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/ para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
duas terças partes. Sua utilização exige a presença do artigo posposto: Ambos
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O arti-
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. go só é dispensado caso haja um pronome demonstrativo:
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau Ambos esses ministros falarão à imprensa.
nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de
sentido. É o que ocorre em frases como: Função sintática do Numeral
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! O numeral tem mais de uma função sintática:
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= - se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o
segunda divisão de futebol) numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer
papel de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto
Emprego e Leitura dos Numerais direto ou indireto.
- Os numerais são escritos em conjunto de três alga- Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.
rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de Objeto direto = cinco casas
centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma Núcleo do objeto direto = casas
separação através de ponto ou espaço correspondente a Adjunto adnominal = cinco
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456. Objeto indireto = de duas
- Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
Núcleo do objeto indireto = duas
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.

* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina por


dois zeros, usa-se o “e”:
Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

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LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: Dicas sobre preposição


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.
php - O “a” pode funcionar como preposição, pronome
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a”
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seja um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- para determiná-lo como um substantivo singular e femi-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: nino.
Saraiva, 2010. A matéria que estudei é fácil!
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
Preposição termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Preposição é uma palavra invariável que serve para Irei à festa sozinha.
ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, Entregamos a flor à professora!
normalmente há uma subordinação do segundo termo em *o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição.
relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual - Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o
e possuem valores semânticos indispensáveis para a com- lugar e/ou a função de um substantivo.
preensão do texto. Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos.

Tipos de Preposição Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas


por meio das preposições:
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusi-
vamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com, Destino = Irei a Salvador.
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, Modo = Saiu aos prantos.
Lugar = Sempre a seu lado.
atrás de, dentro de, para com.
Assunto = Falemos sobre futebol.
Tempo = Chegarei em instantes.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
Causa = Chorei de saudade.
gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja,
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
formadas por uma derivação imprópria: como, durante, ex-
Instrumento = Escreveu a lápis.
ceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
Posse = Vi as roupas da mamãe.
Autoria = livro de Machado de Assis
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras va-
Companhia = Estarei com ele amanhã.
lendo como uma preposição, sendo que a última palavra é Matéria = copo de cristal.
uma (preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado Meio = passeio de barco.
de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, Origem = Nós somos do Nordeste.
em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por Conteúdo = frascos de perfume.
causa de, por cima de, por trás de. Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais.
A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a
outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gê- * Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo-
nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela. cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre-
positiva por trás de.
* Essa concordância não é característica da preposição,
mas das palavras às quais ela se une. Fontes de pesquisa:
Esse processo de junção de uma preposição com outra http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
palavra pode se dar a partir dos processos de: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
“o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocá- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
bulos não sofrem alteração. Saraiva, 2010.
2. Contração: união de uma preposição com outra pa- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
lavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
o = do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = da- Pronome
quele, em + isso = nisso. Pronome é a palavra variável que substitui ou acom-
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” prepo- panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma
sição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do forma.
pronome “aquilo”). O homem julga que é superior à natureza, por isso o
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Utilizando pronomes, teremos: Pronome Reto


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
a destrói... Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na senten-
Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de termos ça, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flores.
(homem e natureza).
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê-
Grande parte dos pronomes não possuem significados nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso.
de um contexto, o qual nos permite recuperar a referên- Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim confi-
cia exata daquilo que está sendo colocado por meio dos gurado:
pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pro-
nomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes - 1.ª pessoa do singular: eu
têm por função principal apontar para as pessoas do dis- - 2.ª pessoa do singular: tu
curso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação - 3.ª pessoa do singular: ele, ela
no tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, - 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós
os pronomes apresentam uma forma específica para cada
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas
pessoa do discurso.
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usa-
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada. dos como complementos verbais na língua-padrão. Frases
[minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala] como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem ser
[tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua for-
fala] mal, devem ser usados os pronomes oblíquos correspon-
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. dentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxeram-
[dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem me até aqui”.
se fala]
* Observação: frequentemente observamos a omissão
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme- as próprias formas verbais marcam, através de suas desi-
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência nências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto:
através do pronome seja coerente em termos de gênero Fizemos boa viagem. (Nós)
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado. Pronome Oblíquo

Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nos- Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sen-
sa escola neste ano. tença, exerce a função de complemento verbal (objeto
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância * Observação: o pronome oblíquo é uma forma va-
adequada] riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in-
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concor- dica a função diversa que eles desempenham na oração:
dância inadequada] pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo
marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
tônicos.
Pronomes Pessoais Pronome Oblíquo Átono
São aqueles que substituem os substantivos, indicando São chamados átonos os pronomes oblíquos que não
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica
assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os pronomes fraca: Ele me deu um presente.
“tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a quem se di- Tabela dos pronomes oblíquos átonos
rige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer referência à - 1.ª pessoa do singular (eu): me
pessoa ou às pessoas de quem se fala. - 2.ª pessoa do singular (tu): te
Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun- - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos
ou do caso oblíquo. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes

19
LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: - As preposições essenciais introduzem sempre prono-


- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se mes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união en- reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da
tre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
acompanhar diretamente uma preposição, o pronome forma:
“lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na oração. Não há mais nada entre mim e ti.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
diretos como objetos indiretos. Não há nenhuma acusação contra mim.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como Não vá sem mim.
objetos diretos.
* Atenção: Há construções em que a preposição, ape-
- Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com- sar de surgir anteposta a um pronome, serve para introdu-
binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a for- zir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos,
mas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um
lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. pronome, deverá ser do caso reto.
Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem: Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Trouxeste o pacote? Não vá sem eu mandar.
Sim, entreguei-to ainda há pouco.
Não contaram a novidade a vocês? * A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!”
Não, no-la contaram. está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
No Brasil, essas combinações não são usadas; até mes- mim!
mo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- A combinação da preposição “com” e alguns prono-
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas mes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
especiais depois de certas terminações verbais.
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos fre-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
quentemente exercem a função de adjunto adverbial de
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
companhia.
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Ele carregava o documento consigo.
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas:
dizer + a = dizê-la
Ela veio até mim, mas nada falou.
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido de)
- Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo: inclusão, usaremos as formas retas:
viram + o: viram-no Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu)
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas
tem + as = tem-nas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios,
Pronome Oblíquo Tônico todos, ambos ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos Estávamos com vós outros quando chegaram as más
por preposições, em geral as preposições a, para, de e com. notícias.
Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função Ele disse que iria com nós três.
de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica
forte. Pronome Reflexivo
Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
- 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcio-
- 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo nem como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação
- 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco expressa pelo verbo.
- 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco Quadro dos pronomes reflexivos:
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas - 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me lembro disso.
Observe que as únicas formas próprias do pronome tô-
nico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
demais repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Conhece a ti mesmo.

20
LÍNGUA PORTUGUESA

- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. * Observações:


Guilherme já se preparou. * Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
Ela deu a si um presente. tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em
Antônio conversou consigo mesmo. relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se-
nhor Ministro, compareça a este encontro.
- 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio. ** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua
- 2.ª pessoa do plural (vós): vos. Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro-
Vós vos beneficiastes com esta conquista. priedade.

- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. - Os pronomes de tratamento representam uma for-
Eles se conheceram. ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Elas deram a si um dia de folga. tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
* O pronome é reflexivo quando se refere à mesma supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
** É pronome recíproco quando indica reciprocidade - 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
de ação: jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita
Nós nos amamos. com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi-
Olhamo-nos calados. vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa.
Pronomes de Tratamento Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro-
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente.
soa. Alguns exemplos:
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto
Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
sos em geral
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
teus cabelos. (errado)
à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais, Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos
governadores, secretários de Estado, presidente da Repú- seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular
blica (sempre por extenso) ou
Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular
Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de Pronomes Possessivos
igual categoria São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
de direito (coisa possuída).
Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do
cerimonioso singular)
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
NÚMERO PESSOA PRONOME
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empre- singular primeira meu(s), minha(s)
gados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tra- singular segunda teu(s), tua(s)
tamento familiar. Você e vocês são largamente empregados
singular terceira seu(s), sua(s)
no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma plural primeira nosso(s), nossa(s)
vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou plural segunda vosso(s), vossa(s)
literária.
plural terceira seu(s), sua(s)

21
LÍNGUA PORTUGUESA

* Note que: A forma do possessivo depende da pessoa *Em relação ao tempo:


gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam - Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em
com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribui- relação à pessoa que fala:
ção naquele momento difícil. Esta manhã farei a prova do concurso!

* Observações: - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, po-


- A forma “seu” não é um possessivo quando resultar rém relativamente próximo à época em que se situa a pes-
da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, soa que fala:
seu José. Essa noite dormi mal; só pensava no concurso!

- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta-


- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo
se. Podem ter outros empregos, como:
remoto:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. Naquele tempo, os professores eram valorizados.
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 *Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala-
anos. rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará:
lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or-
tografia, concordância.
- Em frases onde se usam pronomes de tratamento,
o pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência - Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende
trouxe sua mensagem? fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja-
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi- mos!
vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
anotações. - Este e aquele são empregados quando se quer fa-
zer referência a termos já mencionados; aquele se refere
ao termo referido em primeiro lugar e este para o referido
- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblí-
por último:
quos átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe
os passos. (= Vou seguir seus passos) Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
- O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró- aquele [Palmeiras])
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para ou
que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
lugares. Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo],
Pronomes Demonstrativos aquele [Palmeiras])

São utilizados para explicitar a posição de certa palavra - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ser invariáveis, observe:
de espaço, de tempo ou em relação ao discurso. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque-
la(s).
*Em relação ao espaço: Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
* Também aparecem como pronomes demonstrativos:
pessoa que fala:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e
Este material é meu.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te
pessoa com quem se fala: indiquei.)
Esse material em sua carteira é seu?
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está dis- gênero quando têm caráter reforçativo:
tante tanto da pessoa que fala como da pessoa com quem Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
se fala: Eu mesma refiz os exercícios.
Aquele material não é nosso. Elas mesmas fizeram isso.
Vejam aquele prédio! Eles próprios cozinharam.
Os próprios alunos resolveram o problema.

22
LÍNGUA PORTUGUESA

- semelhante(s): Não tenha semelhante atitude. Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va-
riáveis e invariáveis. Observe:
- tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário,
* Note que: tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca,
- Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne-
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en- nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas,
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em outras, quantas.
primeiro lugar.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação algo, cada.
irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
- Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu-
com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, ral é feito em seu interior).
disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
= naquilo) - Todo e toda no singular e junto de artigo significa
inteiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as:
Pronomes Indefinidos Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira)
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades)
São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discurso, Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro)
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quan- Trabalho todo dia. (= todos os dias)
tidade indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém São locuções pronominais indefinidas: cada qual,
-plantadas. cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que),
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (=
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Cada um escolheu o vinho desejado.
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser hu-
mano que seguramente existe, mas cuja identidade é des-
Indefinidos Sistemáticos
conhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lu-
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi-
gar do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase.
São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, nin- ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm
guém, outrem, quem, tudo. sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
Algo o incomoda? afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade
Quem avisa amigo é. negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser e qualquer, que generaliza.
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade Essas oposições de sentido são muito importantes na
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen-
Cada povo tem seus costumes. tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os
Certas pessoas exercem várias profissões. pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações
de que fazem parte:
* Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti- Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
vos, ora pronomes indefinidos adjetivos: prático.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, pessoas quaisquer.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), *Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. que se refere à unidade. Repare:
Nenhum candidato foi aprovado.
Menos palavras e mais ações. Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é nu-
Alguns se contentam pouco. meral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronomes Relativos - O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda com


o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o conse-
São aqueles que representam nomes já mencionados quente (o ser possuído, com o qual concorda em gênero
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem e número); não se usa artigo depois deste pronome; “cujo”
as orações subordinadas adjetivas. equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de Existem pessoas cujas ações são nobres.
um grupo racial sobre outros. (antecedente) (consequente)
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros
= oração subordinada adjetiva). *interpretação do pronome “cujo” na frase acima: ações
das pessoas. É como se lêssemos “de trás para frente”. Ou-
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” tro exemplo:
e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro)
“sistema” é antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o prono- ** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro-
me demonstrativo o, a, os, as. nome:
Não sei o que você está querendo dizer. O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu-
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem se a)
expresso.
Quem casa, quer casa. - “Quanto” é pronome relativo quando tem por an-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) e
Observe: tudo:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os Emprestei tantos quantos foram necessários.
quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, (antecedente)
quantas. Ele fez tudo quanto havia falado.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde. (antecedente)

Note que: - O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem-


- O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, pre precedido de preposição.
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser subs- É um professor a quem muito devemos.
tituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu (preposição)
antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) - “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an-
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
qual) casa onde morava foi assaltada.
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
quais) - Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as ou em que.
quais) Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
no exterior.
- O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamente - Podem ser utilizadas como pronomes relativos as pa-
para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que lavras:
podem ter várias classificações) são pronomes relativos. To- - como (= pelo qual) – desde que precedida das pala-
dos eles são usados com referência à pessoa ou coisa por vras modo, maneira ou forma:
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições: Não me parece correto o modo como você agiu semana
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual passada.
me deixou encantado. O uso de “que”, neste caso, geraria
ambiguidade. Veja: Regressando de São Paulo, visitei o sítio - quando (= em que) – desde que tenha como antece-
de minha tia, que me deixou encantado (quem me deixou dente um nome que dê ideia de tempo:
encantado: o sítio ou minha tia?). Bons eram os tempos quando podíamos jogar videoga-
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas me.
dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utiliza-
se o qual / a qual) - Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
- O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste es-
se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou porte.
de ser poeta, que era a sua vocação natural. = O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode -lugares: Alemanha, Portugal


ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de -sentimentos: amor, saudade
gente que conversava, (que) ria, observava. -estados: alegria, tristeza
-qualidades: honestidade, sinceridade...
Pronomes Interrogativos -ações: corrida, pescaria...

São usados na formulação de perguntas, sejam elas di- Morfossintaxe do substantivo


retas ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos,
referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo impreciso. Nas orações, geralmente o substantivo exerce funções
São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo
quanto (e variações). do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou
Com quem andas?
indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, funcio-
Qual seu nome?
nar como núcleo do complemento nominal ou do aposto,
Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
como núcleo do predicativo do sujeito, do objeto ou como
Sobre os pronomes: núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos
como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos ad-
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função verbiais - quando essas funções são desempenhadas por
de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo grupos de palavras.
quando desempenha função de complemento.
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. Classificação dos Substantivos
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
lhe ajudar. Substantivos Comuns e Próprios

Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” Observe a definição:


exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce função Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca-
de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo. sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso. sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para oposição aos bairros).
a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se
devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo
diferentemente dos segundos, que são sempre precedidos comum.
de preposição. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
eu estava fazendo. homem, mulher, país, cachorro.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim Estamos voando para Barcelona.
o que eu estava fazendo.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da es-
Fontes de pesquisa: pécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio – aquele
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42. que designa os seres de uma mesma espécie de forma par-
php ticular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Substantivos Concretos e Abstratos
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que
Saraiva, 2010. existe, independentemente de outros seres.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observação: os substantivos concretos designam se-
res do mundo real e do mundo imaginário.
Substantivo
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, Brasília.
as quais denominam todos os seres que existem, sejam Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas-
reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e fenôme- ma.
nos, os substantivos também nomeiam:

25
LÍNGUA PORTUGUESA

Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que enxoval roupas


dependem de outros para se manifestarem ou existirem.
Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode falange soldados, anjos
ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes- fauna animais de uma região
soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser
feixe lenha, capim
para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um subs-
tantivo abstrato. flora vegetais de uma região
Os substantivos abstratos designam estados, qualida- frota navios mercantes, ônibus
des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
girândola fogos de artifício
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (estado),
rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). horda bandidos, invasores
médicos, bois, credores,
Substantivos Coletivos junta
examinadores

Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, ou- júri jurados
tra abelha, mais outra abelha. legião soldados, anjos, demônios
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. leva presos, recrutas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
malta malfeitores ou desordeiros
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne- manada búfalos, bois, elefantes,
cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, matilha cães de raça
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan- molho chaves, verduras
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de multidão pessoas em geral
seres da mesma espécie (abelhas).
insetos (gafanhotos,
nuvem
mosquitos, etc.)
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
penca bananas, chaves
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, pinacoteca pinturas, quadros
mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres
quadrilha ladrões, bandidos
da mesma espécie.
ramalhete flores
Substantivo coletivo Conjunto de: rebanho ovelhas
assembleia pessoas reunidas repertório peças teatrais, obras musicais
alcateia lobos réstia alhos ou cebolas
acervo livros romanceiro poesias narrativas
antologia trechos literários selecionados revoada pássaros
arquipélago ilhas sínodo párocos
banda músicos talha lenha
bando desordeiros ou malfeitores tropa muares, soldados
banca examinadores turma estudantes, trabalhadores
batalhão soldados vara porcos
cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
cacho frutas
cancioneiro canções, poesias líricas
colmeia abelhas
concílio bispos
congresso parlamentares, cientistas
elenco atores de uma peça ou filme
esquadra navios de guerra

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,


Substantivos Simples e Compostos que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a
terra. - Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo se
O substantivo chuva é formado por um único elemento faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fêmea”: a
ou radical. É um substantivo simples. cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
- Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
Substantivo Simples: é aquele formado por um único pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a víti-
elemento. ma, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja - Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in-
agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois ele- dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e a
colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
mentos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados
mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema, o sis-
tema, o sintoma, o teorema.
Substantivos Primitivos e Derivados
- Existem certos substantivos que, variando de gênero,
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de ne- variam em seu significado:
nhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O subs- o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz)
tantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se originou o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo)
a partir da palavra limão. o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de ou- o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba)
tra palavra. o lente (professor) e a lente (vidro de aumento)
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclusão)
Flexão dos substantivos o praça (soldado raso) e a praça (área pública)
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo: - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno
meninão / Diminutivo: menininho - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao
Flexão de Gênero masculino: freguês - freguesa
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino
Gênero é um princípio puramente linguístico, não de- de três formas:
vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito 1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram 2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
a seres animais providos de sexo, quer designem apenas 3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão -
Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
sultana
feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja - Substantivos terminados em -or:
estes títulos de filmes: acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
O velho e o mar troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: côn-
sul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim - Substantivos que formam o feminino trocando o -e
Uma cidade sem passado final por -a: elefante - elefanta
As tartarugas ninjas
- Substantivos que têm radicais diferentes no masculi-
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes no e no feminino: bode – cabra / boi - vaca

Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam - Substantivos que formam o feminino de maneira es-
uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mulher, pecial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
poeta – poetisa, prefeito - prefeita czar – czarina, réu - ré

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LÍNGUA PORTUGUESA

Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a
cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido,
Epicenos: a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo-
ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
para indicar o masculino e o feminino. telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, o
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma
eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o traco-
para designar os dois sexos. Esses substantivos são cha-
ma, o hematoma.
mados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver
a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras
macho e fêmea. * Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções,
nomes de cidades são femininos.
Sobrecomuns: A histórica Ouro Preto.
Entregue as crianças à natureza. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo mas- Uma Londres imensa e triste.
culino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o
sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: Gênero e Significação
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria. Muitos substantivos têm uma significação no masculi-
no e outra no feminino. Observe:
Outros substantivos sobrecomuns: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à
criatura.
frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão), a
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
Marcela faleceu baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibi-
ção de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do cor-
Comuns de Dois Gêneros: po), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza
(resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capital (ci-
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? dade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira), o
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração
A distinção de gênero pode ser feita através da análise da crisma e de outros sacramentos), a crisma (sacramento
do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substanti- da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato de curar), o
vo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante; um jovem estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície de vege-
- uma jovem; artista famoso - artista famosa; repórter fran- tação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documento,
cês - repórter francesa pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso),
a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (re-
- A palavra personagem é usada indistintamente nos cipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a lente
dois gêneros. (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a
preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens
nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva
os personagens dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femini- a vapor), maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala
no: O problema está nas mulheres de mais idade, que não (poncho), a pala (parte anterior do boné ou quepe, antepa-
aceitam a personagem. ro), o rádio (aparelho receptor), a rádio (emissora), o voga
(remador), a voga (moda).
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte. Flexão de Número do Substantivo

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Em português, há dois números gramaticais: o singular,
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o do plural é o “s” final.
proclama, o pernoite, o púbis.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Substantivos Simples - Flexionam-se os dois elementos, quando formados


de:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon feitos
- cânones. adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
mens
- Os substantivos terminados em “m” fazem o plural numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
em “ns”: homem - homens.
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu- formados de:
ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes. verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e al-
to-falantes
* Atenção: O plural de caráter é caracteres.
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re-
cos
- Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul formados de:
e cônsules. substantivo + preposição clara + substantivo = água-
de-colônia e águas-de-colônia
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de substantivo + preposição oculta + substantivo = cava-
duas maneiras: lo-vapor e cavalos-vapor
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis substantivo + substantivo que funciona como determi-
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. nante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do
termo anterior: palavra-chave - palavras-chave, bomba-re-
Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de lógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, peixe-espa-
duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). da - peixes-espada.

- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de - Permanecem invariáveis, quando formados de:
duas maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses ca-rolhas
2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. * Casos Especiais

- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural o louva-a-deus e os louva-a-deus


de três maneiras.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães o bem-me-quer e os bem-me-queres
3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos o joão-ninguém e os joões-ninguém.

- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: Plural das Palavras Substantivadas


o látex - os látex.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras
Plural dos Substantivos Compostos classes gramaticais usadas como substantivo, apresentam,
no plural, as flexões próprias dos substantivos.
- A formação do plural dos substantivos compostos Pese bem os prós e os contras.
depende da forma como são grafados, do tipo de palavras O aluno errou na prova dos noves.
que formam o composto e da relação que estabelecem en- Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
como os substantivos simples: aguardente/aguardentes, gi- * Observação: numerais substantivados terminados
rassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malmeque- em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais con-
res. segui muitos seis e alguns dez.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos
são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Plural dos Diminutivos Singular Plural


Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final Corpo (ô) corpos (ó)
e acrescenta-se o sufixo diminutivo. esforço esforços
fogo fogos
pãe(s) + zinhos = pãezinhos forno fornos
animai(s) + zinhos = animaizinhos fosso fossos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos imposto impostos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos olho olhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos osso (ô) ossos (ó)
tren(s) + zinhos = trenzinhos ovo ovos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas poço poços
flore(s) + zinhas = florezinhas porto portos
mão(s) + zinhas = mãozinhas posto postos
papéi(s) + zinhos = papeizinhos tijolo tijolos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bol-
sos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos * Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
pé(s) + zinhos = pezinhos de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural dos Nomes Próprios Personativos
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
sempre que a terminação preste-se à flexão. - Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames,
as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
Os Napoleões também são derrotados. - Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do
As Raquéis e Esteres. singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade,
bom nome) e honras (homenagem, títulos).
Plural dos Substantivos Estrangeiros - Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas
com sentido de plural:
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser es- Aqui morreu muito negro.
critos como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz. improvisadas.

Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acor- Flexão de Grau do Substantivo


do com as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os
jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os ré- Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir
quiens. as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:

Observe o exemplo: - Grau Normal - Indica um ser de tamanho considera-


Este jogador faz gols toda vez que joga. do normal. Por exemplo: casa
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho
Plural com Mudança de Timbre
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adje-
Certos substantivos formam o plural com mudança de
tivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
fonético chamado metafonia (plural metafônico). Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de aumento. Por exemplo: casarão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho Classificação dos Verbos


do ser. Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo Classificam-se em:
que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi- - Regulares: são aqueles que apresentam o radical
cador de diminuição. Por exemplo: casinha. inalterado durante a conjugação e desinências idênticas às
de todos os verbos regulares da mesma conjugação. Por
Fontes de pesquisa: exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, conju-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php gados no presente do Modo Indicativo:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- canto falo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: cantas falas
Saraiva, 2010.
canta falas
Verbo cantamos falamos
cantais falais
Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o cantam falam
nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre * Dica: Observe que, retirando os radicais, as desi-
outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno nências modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer). idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju-
Estrutura das Formas Verbais gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do ver-
Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar bo andar). Viu? Fácil!
os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o significa- - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera-
do essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse.
(radical fal-) * Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra-
- Tema: é o radical seguido da vogal temática que in- dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso
dica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
fala-r. São três as conjugações: Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o
1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática - fonema permanece inalterado.
E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju-
signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo)
/ falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo) putar, reaver, abolir, falir.
- Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número (sin- - Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, nor-
gular ou plural): malmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam (in- principais verbos impessoais são:
dica a 3.ª pessoa do plural.)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-
* Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados se ou fazer (em orações temporais).
(compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação, pois a Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia = Exis-
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar tiam)
de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
formas do verbo: põe, pões, põem, etc. Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão)
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz)
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura Faz invernos rigorosos na Europa.
dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce- Era primavera quando o conheci.
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acento Estava frio naquele dia.
tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, por
exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai
no radical, mas sim na terminação verbal (fora do radical):
opinei, aprenderão, amaríamos.

31
LÍNGUA PORTUGUESA

* Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qual-
quer verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou seja, terá conjugação
completa.
Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

* São impessoais, ainda:


- o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.

- os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição “de”, indicando suficiência:


Basta de tolices.
Chega de promessas.

- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem referência a
sujeito expresso anteriormente (por exemplo: “ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético,
tornando-se, tais verbos, pessoais.

- o verbo dar + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uma apostila?

- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural. São
unipessoais os verbos constar, convir, ser (= preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de animais (cacarejar, cricrilar,
miar, latir, piar).

* Observação: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
O que é que aquela garota está cacarejando?

Principais verbos unipessoais:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário):


Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos bastante)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a vejo. (Sujeito: que não a vejo)

* Observação: todos os sujeitos apontados são oracionais.

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é em-
pregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso

32
LÍNGUA PORTUGUESA

Eleger Elegido Eleito


Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escrever/
escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui) e
ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das
formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo


Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

35
LÍNGUA PORTUGUESA

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no
próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já
está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mes-
ma, pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia refle-
xiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto repre-
sentado por pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em
geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados,
formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: A garota
penteou-me.

* Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente prono-
minais - são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do
sujeito, exercem funções sintáticas. Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular

Modos Verbais

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadeiro. Existem
três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu estudo para o concurso.


Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, colega!

Formas Nominais

Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:

36
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Infinitivo
1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substan-
tivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.

1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular, não
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)

Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.

* Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundismo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!

Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada, pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no momento da
outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a locução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro em andamento,
exigindo, no caso, a construção “verificarei” ou “vou verificar”.

3-) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o resul-
tado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames, os candidatos
saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele
estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou de-
sejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier
à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

Modo Indicativo

Presente do Indicativo
1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo


1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal
CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

38
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

39
LÍNGUA PORTUGUESA

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de nú-
mero e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e
pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.

41
LÍNGUA PORTUGUESA

fontes de pesquisa: 3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54. – VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir.
php Já __________ alguns anos que estudos a respeito da
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos para
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: prolongado desses aparelhos, e _________ alertado os pais
Saraiva, 2010. para que avaliem a necessidade de estabelecer limites aos
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- seus filhos.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa,
as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e res-
pectivamente, com:
Questões sobre Verbo (A) faz … haver … têm
(B) fazem … haver … tem
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – (C) faz … haverem … têm
2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é: (D) fazem … haverem … têm
A) Houveram eleições em outros países este ano. (E) faz … haverem … tem
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos. 3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns
D) Fazem três anos que não tiro férias. anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos
E) Esse homem possue muitos bens. smartphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas
acreditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos
1-) Correções à frente: para associar alguns comportamentos dos adolescentes ao
A) Houveram eleições em outros países este ano = uso prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o
houve termo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha chegado a necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos Temos: faz, haver, têm.
RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”.
Vozes do Verbo
2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e
ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con-
se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância.
que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque
as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - preté-
rito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agente
da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o ver-
bo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica “veio”, - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que ele não agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa B. Como
não há outro item com a mesma opção, chegamos à res-
posta rapidamente!
RESPOSTA: “A”.

42
LÍNGUA PORTUGUESA

O menino feriu-se. Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva

* Observação: não confundir o emprego reflexivo do Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar subs-
verbo com a noção de reciprocidade: tancialmente o sentido da frase.
Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Nós nos amamos. (um ama o outro) O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa)
Sujeito da Ativa objeto Direto
Formação da Voz Passiva
A apostila foi comprada pelo concurseiro.
A voz passiva pode ser formada por dois processos: (Voz Passiva)
analítico e sintético. Sujeito da Passiva Agente da Passi-
va
1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte ma-
neira: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva; o
sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo ativo
Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exemplo: assumirá a forma passiva, conservando o mesmo tempo.
A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos: os Observe:
alunos pintarão a escola) - Os mestres têm constantemente aconselhado os alu-
O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho) nos.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pelos
* Observação: o agente da passiva geralmente é acom- mestres.
panhado da preposição por, mas pode ocorrer a constru-
ção com a preposição de. Por exemplo: A casa ficou cercada - Eu o acompanharei.
de soldados. Ele será acompanhado por mim.
- Pode acontecer de o agente da passiva não estar ex- * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
plícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma-
** Saiba que:
ção das frases seguintes:
- com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo)
porque o sujeito não pode ser visto como agente, paciente
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per-
ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa)
Fontes de pesquisa:
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- php
tivo) SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz ativa. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
Observe a transformação da frase seguinte:
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) Questões

2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, segui- RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
do do pronome apassivador “se”. Por exemplo: instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
Abriram-se as inscrições para o concurso. (A) que o instituto Endeavor traz;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (B) que o instituto Endeavor trouxe;
(C) trazida pelo instituto Endeavor;
* Observação: o agente não costuma vir expresso na (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
voz passiva sintética. (E) que traz o instituto Endeavor.

43
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa tere- Regras ortográficas
mos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o tem-
po verbal no pretérito – assim como na passiva). O fonema s
RESPOSTA: “B”.
S e não C/Ç

2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 - palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal: são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
A) consideravam. - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
B) consideram. repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
C) considerem. sentir - sensível / consentir – consensual.
D) considerarão.
E) considerariam.
SS e não C e Ç
2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então na
em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
ativa teremos UM: muitos o consideram o maior marato-
nista de todos os tempos. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
RESPOSTA: “B”. - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
prometer - compromisso / submeter – submissão.
3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014) *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal re- trico / re + surgir – ressurgir.
sultante deverá ser *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
(A) terei glosado plos: ficasse, falasse.
(B) seria glosada
(C) haverá de ser glosada C ou Ç e não S e SS
(D) será glosada
(E) terá sido glosada vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
3-) “vou glosar uma observação de Machado de Assis” çara, caçula, cachaça, cacique.
– “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na pas- sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu,
siva: uma observação de Machado de Assis será glosada uço: barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço,
por mim. esperança, carapuça, dentuço.
RESPOSTA: “D”. nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / de-
ter - detenção / ater - atenção / reter – retenção.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r):
ORTOGRAFIA marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.

O fonema z
A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
S e não Z
grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
grafados segundo acordos ortográficos. sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é subs-
tantivo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês,
A maneira mais simples, prática e objetiva de apren- freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras, sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor-
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é fose.
necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e, formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui-
em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti- seste.
mologia (origem da palavra). nomes derivados de verbos com radicais terminados
em “d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender -
empresa / difundir – difusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- CH e não X


sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
verbos derivados de nomes cujo radical termina com mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar.
As letras “e” e “i”
Z e não S
Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo: “i”, só o ditongo interno cãibra.
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de ori- escritos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
gem não termine com s): final - finalizar / concreto – con- “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
cretizar. possui, contribui.
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal * Atenção para as palavras que mudam de sentido
quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (super-
Exceção: lápis + inho – lapisinho. fície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir)
/ emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estân-
O fonema j cia, que anda a pé), pião (brinquedo).

G e não J * Dica:
- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, ges- grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
so. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou- referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
Internet, o endereço é www.academia.org.br.
Exceção: pajem.
Informações importantes
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
litígio, relógio, refúgio. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, lampar/relampadar.
mugir. - Os símbolos das unidades de medida são escritos
depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, sur- sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
gir. ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
depois da letra “a”, desde que não seja radical termina- 120km/h.
do com j: ágil, agente. Exceção para litro (L): 2 L, 150 L.
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve
J e não G haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e
palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. quatro segundos).
palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, - O símbolo do real antecede o número sem espaço:
manjerona. R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra
palavras terminadas com aje: ultraje. vertical ($).

O fonema ch Fontes de pesquisa:


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
X e não CH tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
xucro. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagar- ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
tixa. Saraiva, 2010.
depois de ditongo: frouxo, feixe. Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Exceção: quando a palavra de origem não derive de


outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Hífen ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-


mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- Lembrete da Zê!
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se- hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro). -inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica: Não se emprega o hífen:

1. Em palavras compostas por justaposição que formam 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-ale- “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
grense, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -fei- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
ra, conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, microrradiografia, etc.
azul-escuro.
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
cola, infraestrutura, etc.
3. Nos compostos com elementos além, aquém, re-
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
-casado. “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
sumano, inábil, desabilitar, etc.
4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu-
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- segundo elemento começar com “o”: cooperação, coobriga-
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. ção, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, ta, etc.
etc.
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- to, benquerer, benquerido, etc.
per- quando associados com outro termo que é iniciado
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc. - Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas corres-
pondentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte,
7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, não havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado,
ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito. pressuposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccio-
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: so, auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre-
pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc. -humano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma,
9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra- antisséptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante,
ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc. ultrassom, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus,
autoajuda, autoelogio, autoestima, radiotáxi.
10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, Fontes de pesquisa:
geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or-
super-homem. tografia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
-ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Questões Armandinho, personagem do cartunista Alexandre


Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “cestas”
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parônimos, da-
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que das as frases abaixo,
todas as palavras estão corretas: I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. posto policial.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro.
V. O policial anunciou o __________ delito.
1-) Correção:
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo retamente as lacunas das frases.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi- A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
droelétrica, ultrassom B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
trutura E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
RESPOSTA: “A”.
3-) Questão que envolve ortografia.
I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de um
De acordo com a nova ortografia, assinale o item em que
posto policial. (= aproximadamente)
todas as palavras estão corretas:
III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca. (re-
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial.
lacione com infrator)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
carro. (de grande vulto, volumoso)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
com “pego no flagra”)
2-) Correção: Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta RESPOSTA: “D”.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto ACENTUAÇÃO
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala-
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por
UFAL/2014) isso, vamos às regras!

Regras básicas – Acentuação tônica

A acentuação tônica está relacionada à intensidade


com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos
intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classifica-
das como:
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
papel

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai


na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
– passível

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LÍNGUA PORTUGUESA

Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está ** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos esti-
na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano verem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu)
– médico – ônibus ainda são acentuados: dói, escarcéu.

Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas Antes Agora


em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
são os chamados monossílabos. assembléia assembleia
idéia ideia
Os acentos
geléia geleia
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”, jibóia jiboia
“u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen- apóia (verbo apoiar) apoia
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
paranóico paranoico
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
Acento Diferencial
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
ra – Atlântico – pêsames – supôs .
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
e/ou tempos verbais. Por exemplo:
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito
te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica-
palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
tivo do mesmo verbo).
riano (de Müller)
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas:
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada,
gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se,
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição.
Regras fundamentais
Os demais casos de acento diferencial não são mais
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti-
Palavras oxítonas:
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati-
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
cais são definidos pelo contexto.
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro
pó(s) – Belém.
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi-
Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
nalidade).
- Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, se-
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por
guidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
Paroxítonas:
Regra do Hiato:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is: táxi – lápis – júri
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- us, um, uns: vírus – álbuns – fórum
gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax –
acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
fórceps
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos
do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou
sa-ir, ju-iz
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re-
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro-
precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
Observação importante:
Regras especiais:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Antes Agora Questões

bocaiúva bocaiuva 1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL


feiúra feiura TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
Sauípe Sauipe
conforme a mesma regra.
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”.
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”.
abolido:
(C) “Índice” e “dólares”.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”.
Antes Agora (E) “Atribuídos” e “índice”.
crêem creem
1-)
lêem leem
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa-
vôo voo roxítona
enjôo enjoo (B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona
** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos (C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais tona
acento como antes: CRER, DAR, LER e VER. (D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
Repare: do hiato
1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você. (E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
2-) Elza lê bem! / Todas leem bem! xítona
3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que RESPOSTA: “B”.
os garotos deem o recado!
4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo! 2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL
Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à – FUNDATEC/2014 - adaptada)
tarde! Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação
As formas verbais que possuíam o acento tônico na gráfica.
raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
“e” ou “i” não serão mais acentuadas: seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
Antes Depois rios’ e ‘país’ não é a mesma.
apazigúe (apaziguar) apazigue III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente.
averigúe (averiguar) averigue IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em si-
tuação de uso, quanto à flexão de número.
argúi (arguir) argui Quais estão corretas?
A) Apenas I e III.
Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa B) Apenas II e IV.
do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo C) Apenas I, II e IV.
vir) D) Apenas II, III e IV.
E) I, II, III e IV.
A regra prevalece também para os verbos conter, obter,
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles 2-)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
Fontes de pesquisa: portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao. bos (correta)
htm II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona terminada
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há um
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
Saraiva, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
RESPOSTA: “C”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dois pontos (:)


PONTUAÇÃO
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que 2- Antes de um aposto


servem para compor a coesão e a coerência textual, além Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à
de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. tarde e calor à noite.
Um texto escrito adquire diferentes significados quando
pontuado de formas diversificadas. O uso da pontuação 3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
depende, em certos momentos, da intenção do autor do Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo
discurso. Assim, os sinais de pontuação estão diretamente a rotina de sempre.
relacionados ao contexto e ao interlocutor.
4- Em frases de estilo direto
Principais funções dos sinais de pontuação
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
Ponto (.)

1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Ponto de Exclamação (!)


cerrando o período.
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- susto, súplica, etc.
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exemplo: 2- Depois de interjeições ou vocativos
Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e não Ai! Que susto!
“etc..”) João! Há quanto tempo!

3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do Ponto de Interrogação (?)


ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napoleão “- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) vedo)

4- Os números que identificam o ano não utilizam pon- Reticências (...)


to nem devem ter espaço a separá-los, bem como os nú-
meros de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lápis,
canetas, cadernos...
Ponto e Vírgula ( ; )
2- Indica interrupção violenta da frase.
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
mal... pega doutor?
(VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por 4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Deixa,
vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, mon- depois, o coração falar...
tanhas, frio e cobertor.
Vírgula (,)
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de mo-
tivos, decreto de lei, etc. Não se usa vírgula
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; * separando termos que, do ponto de vista sintático,
Caminhada na praia; ligam-se diretamente entre si:
Reunião com amigos. - entre sujeito e predicado:
Todos os alunos da sala foram advertidos.
Sujeito predicado

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LÍNGUA PORTUGUESA

- entre o verbo e seus objetos: Fontes de pesquisa:


O trabalho custou sacrifício aos http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
realizadores. http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgu-
V.T.D.I. O.D. O.I. la.htm
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere-
Usa-se a vírgula: ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
- Para marcar intercalação: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun- coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
dância, vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão Questões
produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús- 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

- Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fe-
chadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar: (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-


- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasilei- gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontuação
ra, possui um trânsito caótico. está correta em:
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem. A) Hagar disse, que não iria.
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir, bi-
Observações: fes e lagostas, aos vizinhos.
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres- C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria dis- para Hagar e Helga
pensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o acordo D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse, Ha-
ortográfico em vigor no Brasil exige que empreguemos etc. gar à Helga.
precedido de vírgula: Falamos de política, futebol, lazer, etc. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter com-
binados o ponto de interrogação e o de exclamação: Você 1-) Correções realizadas:
falou isso para ela?! A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre ver-
bo e seu complemento (objeto)
- Temos, ainda, sinais distintivos: B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa- fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
ração de siglas (IOF/UPC); seu complemento (objeto)
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção para Hagar e Helga.
aos parênteses, principalmente na matemática; D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a gar à Helga.
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um E) Helga chegou com o recado: fomos convidados, pe-
nome que não se quer mencionar. los Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA- Concordância Verbal


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al- É a flexão que se faz para que o verbo concorde com
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo seu sujeito.
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”. a) Sujeito Simples - Regra Geral
( ) CERTO ( ) ERRADO O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo
em número e pessoa. Veja os exemplos:
2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- A prova para ambos os cargos será aplicada
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo às 13h.
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separado 3.ª p. Singular 3.ª p. Singular
entre pontuações. Exemplos:
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa! Os candidatos à vaga chegarão às 12h.
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! 3.ª p. Plural 3.ª p. Plural
RESPOSTA: “CERTO”.
Casos Particulares
3-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em
apenas uma das opções a vírgula foi corretamente empre- 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão par-
gada. Assinale-a. titiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- no singular ou no plural.
plexas. A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram
fundamental. proposta.
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque-
na parte do território. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda-
3-) los destruiu / destruíram o monumento.
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas per- destaque aos elementos que formam esse conjunto.
plexas = não se separa sujeito do predicado.
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e fun- 2) Quando o sujeito é formado por expressão que in-
damental = não se separa sujeito do predicado. dica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de,
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo con-
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado corda com o substantivo.
RESPOSTA: “A”. Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas
Olimpíadas.
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
Observação: quando a expressão “mais de um” asso-
ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
Os concurseiros estão apreensivos. (ofenderam um ao outro)
Concurseiros apreensivos.
3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve ficar
sivos” está concordando em gênero (masculino) e núme- o plural.
ro (plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Estados Unidos possui grandes universidades.
nero correspondem-se. Alagoas impressiona pela beleza das praias.
A correspondência de flexão entre dois termos é a con- As Minas Gerais são inesquecíveis.
cordância, que pode ser verbal ou nominal. Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou *Quando “um dos que” vem entremeada de substanti-
indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, vo, o verbo pode:
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o verbo a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atravessa
pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pes- o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que faça o
soa do plural) ou com o pronome pessoal. mesmo).
Quais de nós são / somos capazes? b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso? poluídos (noção de que existem outros rios na mesma con-
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino- dição).
vadoras.
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
Observação: veja que a opção por uma ou outra forma verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém Vossa Excelência está cansado?
diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fize- Vossas Excelências renunciarão?
mos”, ele está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não
ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós sabiam de tudo e 9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se de
nada fizeram”, frase que soa como uma denúncia. acordo com o numeral.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver Deu uma hora no relógio da sala.
no singular, o verbo ficará no singular. Deram cinco horas no relógio da sala.
Qual de nós é capaz? Soam dezenove horas no relógio da praça.
Algum de vós fez isso. Baterão doze horas daqui a pouco.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra re-
indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve lógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse sujeito.
concordar com o substantivo. O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
25% do orçamento do país será destinado à Educação. Soa quinze horas o relógio da matriz.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do
prefeito. 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum
1% do eleitorado aceita a mudança. sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do singular. São
1% dos alunos faltaram à prova. verbos impessoais: Haver no sentido de existir; Fazer indi-
cando tempo; Aqueles que indicam fenômenos da nature-
Quando a expressão que indica porcentagem não é za. Exemplos:
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nú- Havia muitas garotas na festa.
mero. Faz dois meses que não vejo meu pai.
25% querem a mudança. Chovia ontem à tarde.
1% conhece o assunto.
b) Sujeito Composto
Se o número percentual estiver determinado por artigo
ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com eles: 1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo,
Os 30% da produção de soja serão exportados. a concordância se faz no plural:
Esses 2% da prova serão questionados. Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
6) O pronome “que” não interfere na concordância; já o
“quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do singular. Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fui eu que paguei a conta. Sujeito
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gra-
Sou eu quem faz a prova. maticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte ma-
Não serão eles quem será aprovado. neira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece sobre a
segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece sobre a
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve assu- terceira (eles). Veja:
mir a forma plural. Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Primeira Pessoa do Plural (Nós)
taram os poetas.
Este candidato é um dos que mais estudaram! Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Segunda Pessoa do Plural (Vós)
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular: Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Nem uma das que me escreveram mora aqui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: quando o sujeito é composto, formado 5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por “com”,
por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos recebem um
(ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do mesmo grau de importância e a palavra “com” tem sentido
plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no muito próximo ao de “e”.
lugar de “tomaríeis”. O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, para o próximo semestre.
passa a existir uma nova possibilidade de concordância: em O professor com o aluno questionaram as regras.
vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o
verbo pode estabelecer concordância com o núcleo do su- Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a
jeito mais próximo. ideia é enfatizar o primeiro elemento.
Faltaram coragem e competência. O pai com o filho montou o brinquedo.
Faltou coragem e competência. O governador com o secretariado traçou os planos para
o próximo semestre.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
O professor com o aluno questionou as regras.
Compareceu o banca e todos os candidatos.
Observação: com o verbo no singular, não se pode
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concordân-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez
cia é feita no plural. Observe: que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” são
Abraçaram-se vencedor e vencido. adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é como se
Ofenderam-se o jogador e o árbitro. houvesse uma inversão da ordem. Veja:
“O pai montou o brinquedo com o filho.”
Casos Particulares “O governador traçou os planos para o próximo semes-
tre com o secretariado.”
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos “O professor questionou as regras com o aluno.”
sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Descaso e desprezo marca seu comportamento. *Casos em que se usa o verbo no singular:
A coragem e o destemor fez dele um herói. Café com leite é uma delícia!
O frango com quiabo foi receita da vovó.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
dispostos em gradação, verbo no singular: 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segun- pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
do me satisfaz. mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
verbo ficará no plural.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de acor- Nordeste.
do com o valor semântico das conjunções: Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a no-
Drummond ou Bandeira representam a essência da poe- tícia.
sia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância é
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de “adi- feita com esse termo resumidor.
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
ção”. Já em:
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Juca ou Pedro será contratado.
na vida das pessoas.
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim-
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam no 1) O Verbo e a Palavra “SE”
singular. Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há duas
de particular interesse para a concordância verbal:
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. b) quando é partícula apassivadora.
Um ou outro compareceu à festa. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
Nem um nem outro saiu do colégio. acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e
de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na ter-
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no ceira pessoa do singular:
singular: Um e outro farão/fará a prova. Precisa-se de funcionários.
Confia-se em teses absurdas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando pronome apassivador, o “se” acompanha ver- c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e
bos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e indiretos for seguido de palavras ou expressões como pouco, muito,
(VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular:
verbo deve concordar com o sujeito da oração. Exemplos: Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Construiu-se um posto de saúde. Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Construíram-se novos postos de saúde. Duas semanas de férias é muito para mim.
Aqui não se cometem equívocos
Alugam-se casas. d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo)
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará o
** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivadora verbo.
ou índice de indeterminação do sujeito, tente transformar No meu setor, eu sou a única mulher.
a frase para a voz passiva. Se a frase construída for “com- Aqui os adultos somos nós.
preensível”, estaremos diante de uma partícula apassivado-
ra; se não, o “se” será índice de indeterminação. Veja: Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre-
Precisa-se de funcionários qualificados. dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
Tentemos a voz passiva: concorda com o pronome sujeito.
Funcionários qualificados são precisados (ou precisos)? Eu não sou ela.
Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice de inde- Ela não é eu.
terminação do sujeito.
Agora: e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido par-
Vendem-se casas. titivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o verbo
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta! SER concordará com o predicativo.
Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu A grande maioria no protesto eram jovens.
passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per- O resto foram atitudes imaturas.
cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).
2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”
O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se flexiona
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.
sujeito.
b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infinitivo
Quando o sujeito ou o predicativo for: sofre flexão:
As crianças parece gostarem do desenho.
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
concorda com a pessoa gramatical: crianças)
Ele é forte, mas não é dois.
Fernando Pessoa era vários poetas. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
A esperança dos pais são eles, os filhos. CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural: Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles se
Quando o verbo SER indicar ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilôme- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
tros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas denun-
ciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) Adjetivo anteposto aos substantivos: ** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”. Se
- O adjetivo concorda em gênero e número com o a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de advérbio,
substantivo mais próximo. portanto, invariável; se houver coerência com o segundo,
Encontramos caídas as roupas e os prendedores. função de adjetivo, então varia:
Encontramos caída a roupa e os prendedores. Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo
Encontramos caído o prendedor e a roupa. Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad-
vérbio
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de pa-
rentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. ** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois de
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar. “só”, haverá, novamente, um adjetivo:
Encontrei os divertidos primos e primas na festa. Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descansan-
do)
b) Adjetivo posposto aos substantivos: 7) Quando um único substantivo é modificado por dois
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as cons-
ou com todos eles (assumindo a forma masculina plural se truções:
houver substantivo feminino e masculino). a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o
A indústria oferece localização e atendimento perfeito. artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espanhola
A indústria oferece atendimento e localização perfeita. e a portuguesa.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo
antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e portu-
Observação: os dois últimos exemplos apresentam guesa.
maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se
refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi Casos Particulares
flexionado no plural masculino, que é o gênero predomi-
nante quando há substantivos de gêneros diferentes. É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É per-
mitido
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o ad-
jetivo fica no singular ou plural. a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
A beleza e a inteligência feminina(s). adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se referem
O carro e o iate novo(s). possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
É proibido entrada de crianças.
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: Em certos momentos, é necessário atenção.
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substan- No verão, melancia é bom.
tivo não for acompanhado de nenhum modificador: Água É preciso cidadania.
é bom para saúde. Não é permitido saída pelas portas laterais.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
modificado por um artigo ou qualquer outro determinati- minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
vo: Esta água é boa para saúde. como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os Esta salada é ótima.
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as A educação é necessária.
muito felizes. São precisas várias medidas na educação.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Qui-
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + te
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino sin-
gular: Os jovens tinham algo de misterioso. Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem fun- Seguem anexas as documentações requeridas.
ção adjetiva e concorda normalmente com o nome a que A menina agradeceu: - Muito obrigada.
se refere: Muito obrigadas, disseram as senhoras.
Cristina saiu só. Seguem inclusos os papéis solicitados.
Cristina e Débora saíram sós. Estamos quites com nossos credores.

Observação: quando a palavra “só” equivale a “somen-


te” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, portanto,
invariável: Eles só desejam ganhar presentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Bastante - Caro - Barato - Longe Questões

Estas palavras são invariáveis quando funcionam como 1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA
advérbios. Concordam com o nome a que se referem quan- E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS-
do funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou nu- TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar
merais. satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio) estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pro- Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
nome adjetivo) concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio) Excelência”.
As casas estão caras. (adjetivo) ( ) CERTO ( ) ERRADO
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo) 1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-
nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
Meio - Meia masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar
a) A palavra “meio”, quando empregada como adjetivo, a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome
concorda normalmente com o nome a que se refere: Pedi de tratamento, apenas).
meia porção de polentas. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) Quando empregada como advérbio permanece in- 2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO
variável: A candidata está meio nervosa. RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados
** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”,
saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a
candidata está um pouco nervosa”.
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver-
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão,
Alerta - Menos
deveria ser
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador.
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador.
sempre invariáveis.
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no eleva-
Os concurseiros estão sempre alerta.
dor.
Não queira menos matéria!
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no eleva-
* Tome nota! dor.
Não variam os substantivos que funcionam como ad- (E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no elevador.
jetivos:
Bomba – notícias bomba 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”, in-
Chave – elementos chave direto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais não
Monstro – construções monstro gosto.
Padrão – escola padrão RESPOSTA: “E”.

Fontes de pesquisa: 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada a


http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. substituição do segmento grifado pelo que está entre pa-
php rênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá perma-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- necer no singular está em:
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Saraiva, 2010. quisadores)
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- (C) No sistema havia também uma estação... (várias es-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. tações)
(D) ... a civilização maia da América Central tinha um
método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
que habitavam a América Central)
(E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
blicado).

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) 1-) Verbos Intransitivos


(A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
(B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con- Os verbos intransitivos não possuem complemento. É
tribuíram) (as mudanças do clima) importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
(C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
no singular - Chegar, Ir
(D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti- Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
nham) (os povos que habitavam a América Central) biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
(E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos- indicar destino ou direção são: a, para.
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado). Fui ao teatro.
RESPOSTA: “C”. Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por
em ou a.
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o
que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome último jogo.
(regência nominal) e seus complementos.
2-) Verbos Transitivos Diretos
Regência Verbal = Termo Regente: VERBO
Os verbos transitivos diretos são complementados por
A regência verbal estuda a relação que se estabelece objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição
entre os verbos e os termos que os complementam (obje- para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos
adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regência, o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes
o que corresponde à diversidade de significados que estes podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas ver-
verbos podem adquirir dependendo do contexto em que bais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após
forem empregados. formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e
A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar, con- lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
tentar. São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar agra- donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar,
do ou prazer”, satisfazer. admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar,
Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender,
dar a alguém”. eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar,
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente
O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sen- Amam aquele rapaz. / Amam-no.
do dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos

Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação de
formas em frases distintas. regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de ter-

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LÍNGUA PORTUGUESA

ceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são Informar
o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se utilizam - Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto
os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não re- Informe os novos preços aos clientes.
presentam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos
de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos preços)
lhe, lhes.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes: as construções:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela prepo- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
sição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou so-
iguais para todos.
bre eles)
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complemen-
Observação: a mesma regência do verbo informar é
tos introduzidos pela preposição “a”:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cientifi-
Eles desobedeceram às leis do trânsito. car, prevenir.

- Responder - Tem complemento introduzido pela pre- Comparar


posição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as
quem” ou “ao que” se responde. preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento
Respondi ao meu patrão. indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com o) de
Respondemos às perguntas. uma criança.
Respondeu-lhe à altura.
Pedir
Observação: o verbo responder, apesar de transitivo Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na
indireto quando exprime aquilo a que se responde, admite forma de oração subordinada substantiva) e indireto de
voz passiva analítica: pessoa.
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamen- Pedi-lhe favores.
te.
Objeto Indireto Objeto Direto
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complemen-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
tos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora. Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
Simpatizo com os que condenam os políticos que gover- tantiva Objetiva Direta
nam para uma minoria privilegiada.
Saiba que:
4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos - A construção “pedir para”, muito comum na lingua-
gem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompa- culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra
nhados de um objeto direto e um indireto. Merecem desta- licença estiver subentendida.
que, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São verbos Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto
indireto relacionado a pessoas. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
uma oração subordinada adverbial final reduzida de infiniti-
Agradeço aos ouvintes a audiência. vo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Objeto Indireto Objeto Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador.
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto
direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito
com particular cuidado: Prefiro trem a ônibus.
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Paguei minhas contas. / Paguei-as. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Mudança de Transitividade - Mudança de Signifi- CHAMAR


cado - Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
solicitar a atenção ou a presença de.
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitivi- Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha-
dade, apresentam mudança de significado. O conhecimen- má-la.
to das diferentes regências desses verbos é um recurso lin- Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
guístico muito importante, pois além de permitir a correta
interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades - Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere predi-
estão: cativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Sempre agrada o filho quando.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronominal:
Aquele comerciante agrada os clientes.
Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar CUSTAR
agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento in- - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
troduzido pela preposição “a”. valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial:
O cantor não agradou aos presentes. Frutas e verduras não deveriam custar muito.
O cantor não lhes agradou.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo
*O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indireto: ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração re-
O cantor desagradou à plateia. duzida de infinitivo.

ASPIRAR Muito custa viver tão longe da família.


- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi- Verbo Intransitivo Oração Subordinada
rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o) Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter Custou-me (a mim) crer nisso.
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi- Objeto Indireto Oração Subordinada Subs-
rávamos a ele) tantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo

* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes- *A Gramática Normativa condena as construções que
soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por
utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”. pessoa: Custei para entender o problema. = Forma
Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (= As- correta: Custou-me entender o problema.
piravam a ela)
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
ASSISTIR
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres-
implicavam um firme propósito.
tar assistência a, auxiliar.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa compro-
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presen- meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
ciar, estar presente, caber, pertencer. econômicas.
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões. * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Essa lei assiste ao inquilino. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem
não trabalhasse arduamente.
*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de NAMORAR
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há dois
conturbada cidade. anos.

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LÍNGUA PORTUGUESA

OBEDECER - DESOBEDECER Há uma construção em que a coisa esquecida ou lem-


- Sempre transitivo indireto: brada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve
Todos obedeceram às regras. alteração de sentido. É uma construção muito rara na lín-
Ninguém desobedece às leis. gua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos
clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de
*Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
“lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas. Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
PROCEDER Não lhe lembram os bons momentos da infância? (=
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter momentos é sujeito)
cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR
adverbial de modo. - São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:
As afirmações da testemunha procediam, não havia Não simpatizei com os jurados.
como refutá-las. Simpatizei com os alunos.
Você procede muito mal.
Importante: A norma culta exige que os verbos e ex-
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo- pressões que dão ideia de movimento sejam usados com
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido a preposição “a”:
pela preposição “a”) é transitivo indireto. Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
O avião procede de Maceió. Cláudia desceu ao segundo andar.
Procedeu-se aos exames. Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.
O delegado procederá ao inquérito.
Regência Nominal
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter É o nome da relação existente entre um nome (subs-
vontade de, cobiçar. tantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse
Querem melhor atendimento. nome. Essa relação é sempre intermediada por uma prepo-
Queremos um país melhor. sição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em
conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de
estimar, amar: Quero muito aos meus amigos. um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os
VISAR nomes correspondentes: todos regem complementos in-
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi- troduzidos pela preposição a. Veja:
rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo. Obedecer a algo/ a alguém.
O gerente não quis visar o cheque. Obediente a algo/ a alguém.

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como Se uma oração completar o sentido de um nome, ou
objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”. seja, exercer a função de complemento nominal, ela será
O ensino deve sempre visar ao progresso social. completiva nominal (subordinada substantiva).
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar
público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronomi-
nal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja,


exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e
exigem complemento com a preposição “de”. São, portan-
to, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: para-
lela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta da
língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro viajar (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais:
de ônibus a dirigir sujeito e predicado.
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo
nome em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o
C) Você assistiu à cena toda? = correta tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o
oficina pela manhã que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe- a declaração do que se atribui ao sujeito.
deço às leis de trânsito Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in-
RESPOSTA: “C”. dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi-
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver
2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um predi-
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- cado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os
guinte trecho para responder à questão. que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação):
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imuno- (predicado verbal)
lógica melhor a essa medida, similar _______________ . A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú-
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: cleo é “fácil” (predicado nominal)
(A) das mulheres
(B) às mulheres Quanto ao período, ele denomina a frase constituída
(C) com das mulheres por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido
(D) à das mulheres completo. O período pode ser simples ou composto.
(E) ao das mulheres
Período simples é aquele constituído por apenas uma
oração, que recebe o nome de oração absoluta.
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da
Chove.
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
A existência é frágil.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
RESPOSTA: “D”.
Período composto é aquele constituído por duas ou
mais orações:
Cantei, dancei e depois dormi.
Quero que você estude mais.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Termos essenciais da oração
TERMOS DA ORAÇÃO
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO O sujeito e o predicado são considerados termos
essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por tabelece concordância com o verbo.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- O candidato está preparado.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou Os candidatos estão preparados.
muito ontem à noite.
Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)

63
LÍNGUA PORTUGUESA

Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: 1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que
o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do o sujeito não tenha sido identificado anteriormente:
sujeito. Bateram à porta;
Um sujeito é determinado quando é facilmente iden- Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi-
tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado nistro.
pode ser simples ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é * Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
possível identificar claramente a que se refere a concor- ou composto:
dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte- Os meninos bateram à porta. (simples)
ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração. Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto)
Estão gritando seu nome lá fora.
Trabalha-se demais neste lugar. 2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos
O sujeito simples é o sujeito determinado que apre- verbos que não apresentam complemento direto:
senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no Precisa-se de mentes criativas.
plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo, Vivia-se bem naqueles tempos.
sublinhei os núcleos dos sujeitos: Trata-se de casos delicados.
Nós estudaremos juntos. Sempre se está sujeito a erros.
A humanidade é frágil.
Ninguém se move. O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de
O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma indeterminação do sujeito.
derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis. As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men-
O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca-
sos de orações sem sujeito com:
senta mais de um núcleo.
Alimentos e roupas custam caro.
1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ela e eu sabemos o conteúdo.
Amanheceu.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda.
Está trovejando.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a
2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do
geral:
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Está tarde.
desinência verbal ou pelo contexto. Já são dez horas.
Abolimos todas as regras. = (nós) Faz frio nesta época do ano.
Falaste o recado à sala? = (tu) Há muitos concursos com inscrições abertas.
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia
mes não estejam explícitos. um fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito aquilo que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção
na desinência verbal “-mos” do vocativo - que é um termo à parte - tudo o que difere
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- do sujeito numa oração é o seu predicado.
nência verbal “-ais” Chove muito nesta época do ano.
Houve problemas na reunião.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós * Em ambas as orações não há sujeito, apenas predi-
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós cado.

O sujeito indeterminado surge quando não se quer - As questões estavam fáceis!


ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Sujeito simples = as questões
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Predicado = estavam fáceis
contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
do de duas maneiras: Sujeito = uma ideia estranha
Predicado = passou-me pelo pensamento

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Para o estudo do predicado, é necessário verificar se No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta
seu núcleo é um nome (então teremos um predicado no- duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga-
minal) ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um
também se as palavras que formam o predicado referem- verbal e outro nominal.
se apenas ao verbo ou também ao sujeito da oração. O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona
de opinião. o complemento homens com o predicativo “inconstantes”.
Predicado
Termos integrantes da oração
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que
se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o
direta ou indiretamente ao verbo. complemento nominal são chamados termos integrantes da
A cidade está deserta. oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver-
O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se bos transitivos, com eles formando unidades significativas.
ao sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento Estes verbos podem se relacionar com seus complementos
de ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta-
palavra a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo mente, por intermédio de preposição.
do sujeito).
O objeto direto é o complemento que se liga direta-
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo mente ao verbo.
significativo um verbo: Houve muita confusão na partida final.
Chove muito nesta época do ano. Queremos sua ajuda.
Estudei muito hoje!
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen-
Compraste a apostila?
te:
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
referentes a pessoas:
apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais.
cessos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi-
na-se: objeto direto preposicionado)
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo
significativo um nome; este atribui uma qualidade ou esta- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
do ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujei- de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
to. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da Vossa Senhoria.
oração por meio de um verbo (o verbo de ligação).
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do a crise)
sujeito: Os dados parecem corretos.
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Gosto de música popular brasileira.
cionadas. Necessito de ajuda.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por
um adjetivo ou substantivo. O termo que integra o sentido de um nome chama-se
complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- ta por intermédio de preposição:
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao “necessária”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto). Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig-
nificativo, indicando processos. É também sempre por in- Termos acessórios da oração e vocativo
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o
termo a que se refere. Os termos acessórios recebem este nome por serem
1- O dia amanheceu ensolarado; explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
– este, sem relação sintática com outros temos da oração.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adverbial é o termo da oração que indi- O aposto pode ser classificado, de acordo com seu va-
ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o lor na oração, em:
sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o
exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a mundo.
pé àquela velha praça. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas
coisas: amor, arte, ação.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho,
adverbial são: tudo forma o carnaval.
- assunto: Falavam sobre futebol. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixa-
- causa: As folhas caíram com o vento. ram-se por muito tempo na baía anoitecida.
- companhia: Ficarei com meus pais.
- concessão: Apesar de você, serei feliz. O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado. ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não mantendo
- dúvida: Talvez ainda chova. relação sintática com outro termo da oração. A função de
- fim: Estudou para o exame. vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, pronomes
- instrumento: Fez o corte com a faca. substantivos, numerais e palavras substantivadas esse pa-
- intensidade: Falava bastante.
pel na linguagem.
- lugar: Vou à cidade.
João, venha comigo!
- matéria: Este prato é feito de porcelana.
Traga-me doces, minha menina!
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo. Questões

O adjunto adnominal é o termo acessório que deter- 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/
mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função UFAL/2014 - adaptada)
adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais
e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
amigo de infância.

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan-


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto: ad-
junto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada. O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
O poeta deixou-a inacabada. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo do Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
objeto)
português da peça, funciona como:
A) objeto indireto.
Enquanto o complemento nominal se relaciona a um
B) complemento nominal.
substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo. C) adjunto adnominal.
D) adjunto adverbial.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, E) agente da passiva.
explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um ter-
mo que exerça qualquer função sintática: Ontem, segunda- 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
feira, passei o dia mal-humorado. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
“ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao termo objeto direto.
que se relaciona porque poderia substituí-lo: Segunda-feira RESPOSTA: “B”.
passei o dia mal-humorado.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014) Coordenadas Assindéticas


... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com- São orações coordenadas entre si e que não são liga-
plemento que o da frase acima está em: das através de nenhum conectivo. Estão apenas justapos-
(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única... tas.
(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci.
da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras... Coordenadas Sindéticas
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador. Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en-
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor-
2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem denativa, que dará à oração uma classificação. As orações
ou o quê - não há preposição): coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento, aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicati-
mas sim, predicativo do sujeito (rota única); vas.
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios =
adjunto adverbial); ** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção!
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
adverbial); cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não
D = cair = intransitivo; só... como, assim... como.
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o Nem comprei o protetor solar nem fui à praia.
quê?) Comprei o protetor solar e fui à praia.
RESPOSTA: “E”.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
Período Composto por Coordenação principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan-
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
O período composto se caracteriza por possuir mais de Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Li tudo, porém não entendi!
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
oração) Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seja...seja.
orações) Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos, três Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
orações). principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer Passei no concurso, portanto comemorarei!
entre as orações de um período composto: uma relação de A situação é delicada; devemos, pois, agir.
coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
informações, marcado pela pontuação final), mas têm, am- de, pois (anteposto ao verbo).
bas, estruturas individuais, como é o exemplo de: Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. mingo.
(Período Composto) Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Período Composto Por Subordinação
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independen- Quero que você seja aprovado!
tes. Tal período é classificado como Período Composto Oração principal oração subordinada
por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, te- Observe que na oração subordinada temos o verbo
mos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Sindéticas. do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

Podemos modificar o período acima. Veja: * Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim,
Quero ser aprovado. temos um período simples:
Oração Principal Oração Subordinada É fundamental isso ou Isso é fundamental.
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exercerá
A análise das orações continua sendo a mesma: “Que- a função de sujeito.
ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su- Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi- principal:
nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações, - Verbos de ligação + predicativo, em construções do
desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí- claro - Está evidente - Está comprovado
pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas. É bom que você compareça à minha festa.
* Observação: as orações reduzidas não são introdu-
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube-se,
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado, Ficou
eventualmente, introduzidas por preposição.
provado.
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
1-) Orações Subordinadas Substantivas

A oração subordinada substantiva tem valor de subs- - Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte- importar - ocorrer - acontecer
grante (que, se). Convém que não se atrase na entrevista.

Não sei se sairemos hoje. Observação: quando a oração subordinada substanti-


Oração Subordinada Substantiva va é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre na
3.ª pessoa do singular.
Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
do verbo da oração principal:
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem Todos querem sua aprovação no concurso.
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde, Objeto Direto
como).
Todos querem que você seja aprovado. (Todos
O garoto perguntou qual seu nome. querem isso)
Oração Subordinada Subs- Oração Principal oração Subordinada Substantiva
tantiva Objetiva Direta

Não sabemos quando ele virá. As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
Oração Subordinada Substan- (desenvolvidas) são iniciadas por:
tiva - Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e
“se”: A professora verificou se os alunos estavam presentes.
Classificação das Orações Subordinadas Substanti-
vas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
Conforme a função que exerce no período, a oração
pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
subordinada substantiva pode ser:
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às ve-
zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu
É fundamental o seu comparecimento à reu- não sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste 2-) Orações Subordinadas Adjetivas
nisso)
Oração Subordinada Substantiva Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
Objetiva Indireta valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
Observação: em alguns casos, a preposição pode estar a função de adjunto adnominal do antecedente.
elíptica na oração.
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno-
Objetiva Indireta minal)

d) Completiva Nominal = completa um nome que O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo
pertence à oração principal e também vem marcada por “bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra
preposição. construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel:

Sentimos orgulho de seu comportamento. Esta foi uma redação que fez sucesso.
Complemento Nominal Oração Principal Oração Subordinada
Adjetiva
Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sen-
timos orgulho disso.) Perceba que a conexão entre a oração subordinada
Oração Subordinada Substantiva adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é
Completiva Nominal feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob- uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa-
jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso,
que orações subordinadas substantivas completivas nomi- “redação” é sujeito, então o “que” também funciona como
nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma sujeito).
da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
Observação: para que dois períodos se unam num
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
período composto, altera-se o modo verbal da segunda
segundo, um nome.
oração.
e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei-
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do
conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser.
substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Nosso desejo era sua desistência. Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Predicativo do Sujeito equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
era isso)
Oração Subordinada Substantiva Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Predicativa apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
que não fui bem na prova. (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter- particípio).
mo da oração principal.
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade! Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Aposto
No primeiro período, há uma oração subordinada ad-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! jetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome re-
Oração subordinada lativo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito per-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo feito do indicativo. No segundo, há uma oração subordina-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) da adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo
e seu verbo está no infinitivo.
* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas Naquele momento, senti uma das maiores emoções de
minha vida.
Na relação que estabelecem com o termo que caracteri- Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de
zam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas minha vida.
maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especifi-
cam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o. No primeiro período, “naquele momento” é um adjun-
Nestas orações não há marcação de pausa, sendo chamadas to adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “sen-
subordinadas adjetivas restritivas. Existem também orações ti”. No segundo período, este papel é exercido pela oração
que realçam um detalhe ou amplificam dados sobre o ante-
“Quando vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordi-
cedente, que já se encontra suficientemente definido. Estas
nada adverbial temporal. Esta oração é desenvolvida, pois
orações denominam-se subordinadas adjetivas explicativas.
Exemplo 1: é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando)
Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do
passava naquele momento. pretérito perfeito do indicativo). Seria possível reduzi-la,
Oração obtendo-se:
Subordinada Adjetiva Restritiva Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No período acima, observe que a oração em destaque
restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra- A oração em destaque é reduzida, apresentando uma
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni- das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é
verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens, introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma
mas sim àquele que estava passando naquele momento. preposição (“a”, combinada com o artigo “o”).

Exemplo 2: Observação: a classificação das orações subordinadas


O homem, que se considera racional, muitas vezes age adverbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos
animalescamente. adjuntos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa pela oração.
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Orações Subordinadas Adverbiais
em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”. a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do
** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicati- que se declara na oração principal. Principal conjunção su-
va é separada da oração principal por uma pausa que, na bordinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- oração principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm que.
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Já que você não vai, eu também não vou.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresenta
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual ela
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem se subordina. Repare:
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com
1-) Faltei à aula porque estava doente.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subor-
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
dinadas substantivas). Classifica-se de acordo com a con-
junção ou locução conjuntiva que a introduz (assim como Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
acontece com as coordenadas sindéticas). fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
Oração Subordinada Adverbial primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
A oração em destaque agrega uma circunstância de cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a to...que, tamanho...que.
um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
exata compreensão da circunstância que exprime. (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con- g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que
cretizando-os. se declara na oração principal. Principal conjunção subordi-
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi- nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque
da de Infinitivo) (= para que) e a locução conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe Estudarei muito para que eu me saia bem na prova.
como necessário para a realização ou não de um fato. As
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal.
se realizar - o fato expresso na oração principal. Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou- proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio-
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que, nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas:
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me-
uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo). nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais),
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me-
certamente o melhor time será campeão. nos...(menos).
Caso você saia, convide-me. À proporção que estudávamos mais questões acertáva-
mos.
d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo À medida que lia mais culto ficava.
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato
ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con- expresso na oração principal, podendo exprimir noções de
junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam- simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal
bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con-
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que. junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
Só irei se ele for. ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou.
Compare agora com:
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi-
Irei mesmo que ele não vá.
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
Fontes de pesquisa:
irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
se-periodo-e-oracao
cessiva.
Observe outros exemplos: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Embora fizesse calor, levei agasalho. coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais CRASE


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun-
ção subordinativa comparativa: como.
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais
Você age como criança. (age como uma criança age) idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” com
o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos pro-
*geralmente há omissão do verbo. nomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo e com
o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as quais).
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou Casos estes em que tal fusão encontra-se demarcada pelo
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
execução do que se declara na oração principal. Principal quais.
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras O uso do acento indicativo de crase está condicionado
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal e no-
das com o mesmo valor de conforme). minal, mais precisamente ao termo regente e termo regido.
Fiz o bolo conforme ensina a receita. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - que exige
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm complemento regido pela preposição “a”, e o termo regido
direitos iguais. é aquele que completa o sentido do termo regente, admi-
tindo a anteposição do artigo a(s).

71
LÍNGUA PORTUGUESA

Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela con- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
tratada recentemente. verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento grave:
Após a junção da preposição com o artigo (destacados - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pres-
entre parênteses), temos: sas, à vontade...
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contratada - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
recentemente. de...
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, clas-
sifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos referi- * Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
mos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição a + o rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o pronome Eu adoro a noite!
demonstrativo aquela (àquela). Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
Observação importante: Alguns recursos servem de preposição.
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não da
crase. Eis alguns: Casos passíveis de nota:
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase *a crase é facultativa diante de nomes próprios femini-
está confirmada. nos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
Os dados foram solicitados à diretora.
Os dados foram solicitados ao diretor. *também é facultativa diante de pronomes possessivos
femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se
o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na expres- *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja ficará
são “voltar da”, há a confirmação da crase. aberta até as (às) dezoito horas.
Faremos uma visita à Bahia.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada) * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
Não me esqueço da viagem a Roma.
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão por
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja-
comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
mais vividos.
* Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se
verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
a queima de fogos a distância.
está confirmada.
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas
praias. Entretanto, se o termo vier determinado, teremos uma
locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre foi
** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou arremessado à distância de cem metros.
A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?) - De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade -,
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!) faz-se necessário o emprego da crase.
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifica- Ensino à distância.
do, ocorrerá crase. Veja: Ensino a distância.
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” * Em locuções adverbiais formadas por palavras repeti-
Irei à Salvador de Jorge Amado. das, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor.
* A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), Eu o seguirei passo a passo.
aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo re-
gente exigir complemento regido da preposição “a”. Casos em que não se admite o emprego da crase:
Entregamos a encomenda àquela menina.
(preposição + pronome demonstrativo) * Antes de vocábulos masculinos.
As produções escritas a lápis não serão corrigidas.
Iremos àquela reunião. Esta caneta pertence a Pedro.
(preposição + pronome demonstrativo)
* Antes de verbos no infinitivo.
Sua história é semelhante às que eu ouvia quando crian- Ele estava a cantar.
ça. (àquelas que eu ouvia quando criança) Começou a chover.
(preposição + pronome demonstrativo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Antes de numeral. Questões


O número de aprovados chegou a cem.
Faremos uma visita a dez países. 1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamente
Observação: as lacunas da frase a seguir.
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio- Quando________ três meses disse-me que iria _________
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. -la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
A-) a - há - à - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está B-) há - à - a - a – às
confirmada, visto que estes não podem ser empregados C-) há - a - há - à - as
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira D-) a - à - a - à - às
aluna da classe. E-) a - a - à - há – as
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quan- 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
do essa não se apresentar determinada: Chegamos todos
me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para vi-
exaustos a casa.
sitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la A
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto ad-
(ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais tinha
nominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos exaus-
direito (tinha direito a quê? às milhas – regência nominal).
tos à casa de Marcela.
Teremos: há, à, a, a, às.
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa RESPOSTA: “B”.
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a
terra, já era noite. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
Contudo, se o termo estiver precedido por um deter- VUNESP/2014)
minante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de tra-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. balho para proceder _____ medidas necessárias _____ exu-
O astronauta voltou à Terra. mação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart,
sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exumação de
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem o Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presidente morreu
uso do artigo. de causas naturais, ou seja, devido ____ uma parada cardía-
Os livros foram entregues a mim. ca – que tem sido a versão considerada oficial até hoje –, ou
Dei a ela a merecida recompensa. se sua morte se deve ______ envenenamento.
(http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo, go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)
o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede, no
caso de o termo regente exigir a preposição. Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia. cunas da frase devem ser completadas, correta e respecti-
vamente, por
*não ocorre crase antes de nome feminino utilizado em (A) a ... à ... a ... a
sentido genérico ou indeterminado: (B) as ... à ... a ... à
Estamos sujeitos a críticas. (C) às ... a ... à ... a
Refiro-me a conversas paralelas. (D) à ... à ... à ... a
(E) a ... a ... a ... à
Fontes de pesquisa:
http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-crase-.
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
html
trabalho para proceder a medidas (palavra no plural, ge-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. neralizando) necessárias à (regência nominal pede prepo-
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- sição) exumação dos restos mortais do ex-presidente João
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
Saraiva, 2010. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-presi-
dente morreu de causas naturais, ou seja, devido a uma
(artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a versão
considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se deve a
(regência verbal) envenenamento. A / à / a / a
RESPOSTA: “A”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fizeram lhe disse isso?
uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga cidade
de Tikal, na Guatemala. 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quanto
O a empregado na frase acima, imediatamente depois se ofendem!
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso o
segmento grifado seja substituído por: 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
(A) Uma tal ilação. Que Deus o ajude.
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o pronome
(D) Emitir uma opinião desse tipo. reto ou sujeito expresso:
(E) Semelhante resultado. Eu lhe entregarei o material amanhã.
Tu sabes cantar?
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento grave Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
antes de artigo) verbo. A mesóclise é usada:
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (antes
de palavra no plural e o “a” no singular) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
vação precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
(verbo no infinitivo) em prol da paz no mundo.
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pala- Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
vra masculina) lizará”:
RESPOSTA: “C”. realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma palavra
que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria. Veja:
Não se realizará...
Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL (com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompanha-
ria nessa viagem).
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo. A
pronomes oblíquos átonos na frase. ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não forem
possíveis:
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a função
de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: 1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
OBlíquo = OBjeto! Quando eu avisar, silenciem-se todos.
Embora na linguagem falada a colocação dos prono- 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal: Não
mes não seja rigorosamente seguida, algumas normas de- era minha intenção machucá-la.
vem ser observadas na linguagem escrita.
3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo. A inicia período com pronome oblíquo).
próclise é usada: Vou-me embora agora mesmo.
Levanto-me às 6h.
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, no concurso, mudo-me hoje mesmo!
jamais, etc.: Não se desespere!
b) Advérbios: Agora se negam a depor. 5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a pro-
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expliquem posta fazendo-se de desentendida.
tudo!
d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es- Colocação pronominal nas locuções verbais
forçou. - após verbo no particípio = pronome depois do verbo
e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportuni- auxiliar (e não depois do particípio):
dade. Tenho me deliciado com a leitura!
Eu tenho me deliciado com a leitura!
f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito. Eu me tenho deliciado com a leitura!

74
LÍNGUA PORTUGUESA

- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indireto.
Como temos a presença do “que” – independente de sua
- quando há um fator para próclise nos tempos com- função no período (pronome relativo, no caso!) – a regra
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo): que a re-
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocupar conhecem.
(e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente foi
Emprego de o, a, os, as realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes
finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos: 2-)
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho. (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu = cor-
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa. reta
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = correta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, (C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, (D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.

* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)


Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B”
Saraiva, 2010. e “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado
temos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzan-
Questões do-os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.
A) Há políticas que a reconhecem.
B) Há políticas que reconhecem-a.
C) Há políticas que reconhecem-na.
D) Há políticas que reconhecem ela.
E) Há políticas que lhe reconhecem.

75
LÍNGUA PORTUGUESA

c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou


SIGNIFICADO DAS PALAVRAS perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
Semântica é o estudo da significação das palavras e
das suas mudanças de significação através do tempo ou - Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po-
em determinada época. A maior importância está em dis- rém de formas relativamente próximas. São palavras pa-
tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de
homônimos e parônimos (homonímia / paronímia). vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor-
Sinônimos rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto (medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e
- abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são (atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quando, priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela outra, movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
em determinado enunciado (aguardar e esperar). (ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
afundar).
Observação: A contribuição greco-latina é responsá-
vel pela existência de numerosos pares de sinônimos: ad- Hiperonímia e Hiponímia
versário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e
Hipônimos e hiperônimos são palavras que pertencem
hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e
a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o hipô-
diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese.
nimo uma palavra de sentido mais específico; o hiperôni-
mo, mais abrangente.
Antônimos
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipôni-
mo, criando, assim, uma relação de dependência semânti-
São palavras que se opõem através de seu significado:
ca. Por exemplo: Veículos está numa relação de hiperoní-
ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mia com carros, já que veículos é uma palavra de significa-
mal - bem. do genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. Veículos é
um hiperônimo de carros.
Observação: A antonímia pode se originar de um pre- Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em
fixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili-
simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e dis- zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita a
córdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e an- repetição desnecessária de termos.
ticomunista; simétrico e assimétrico.
Fontes de pesquisa:
Homônimos e Parônimos http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-an-
tonimos,-homonimos-e-paronimos
- Homônimos = palavras que possuem a mesma grafia SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Podem coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ser Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife- Saraiva, 2010.
rentes na pronúncia: Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
rego (subst.) e rego (verbo); ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
colher (verbo) e colher (subst.); XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua Por-
jogo (subst.) e jogo (verbo); tuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000.
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo). Denotação e Conotação

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Exemplos de variação no significado das palavras:
ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido li-
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); teral)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido
censo (recenseamento) e senso ( juízo); figurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)

76
LÍNGUA PORTUGUESA

As variações nos significados das palavras ocasionam Polissemia


o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo
(conotação) das palavras. Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de
Denotação um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra,
mas que abarca um grande número de significados dentro
Uma palavra é usada no sentido denotativo quando de seu próprio campo semântico.
apresenta seu significado original, independentemente Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
do contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconheci- algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em
do e muitas vezes associado ao primeiro significado que consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infini-
aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da dade de exemplos em que podemos verificar a ocorrência
palavra. da polissemia:
A denotação tem como finalidade informar o receptor O rapaz é um tremendo gato.
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca- O gato do vizinho é peralta.
ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor- Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medi- Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
camentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, sobrevivência
por exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pe- O passarinho foi atingido no bico.
daço de madeira. Outros exemplos:
O elefante é um mamífero. Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de
As estrelas deixam o céu mais bonito! computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em
comum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido
Conotação de “entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”,
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando “jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes in- formato quadriculado que têm.
terpretações, dependendo do contexto em que esteja inse-
rida, referindo-se a sentidos, associações e ideias que vão Polissemia e homonímia
além do sentido original da palavra, ampliando sua signifi-
cação mediante a circunstância em que a mesma é utiliza- A confusão entre polissemia e homonímia é bastante
da, assumindo um sentido figurado e simbólico. Como no comum. Quando a mesma palavra apresenta vários signifi-
exemplo da palavra “pau”: em seu sentido conotativo ela cados, estamos na presença da polissemia. Por outro lado,
pode significar castigo (dar-lhe um pau), reprovação (tomei quando duas ou mais palavras com origens e significados
pau no concurso). distintos têm a mesma grafia e fonologia, temos uma ho-
A conotação tem como finalidade provocar sentimen- monímia.
tos no receptor da mensagem, através da expressividade e A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode
afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é
linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em polissemia porque os diferentes significados para a pala-
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu- vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra
blicitários, entre outros. Exemplos: polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabeto,
Você é o meu sol! o texto de uma canção ou a caligrafia de um determinado
Minha vida é um mar de tristezas. indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão in-
Você tem um coração de pedra! terligados porque remetem para o mesmo conceito, o da
escrita.
* Dica: Procure associar Denotação com Dicionário:
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado Polissemia e ambiguidade
com o sentido que consta no dicionário.
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na
Fontes de pesquisa: interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota- ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
cao/ ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: temente são felizes.
Saraiva, 2010. Neste caso podem existir duas interpretações diferen-
tes:

77
LÍNGUA PORTUGUESA

As pessoas têm alimentação equilibrada porque são feli- Observação: toda metáfora é uma espécie de compa-
zes ou são felizes porque têm uma alimentação equilibrada. ração implícita, em que o elemento comparativo não apa-
rece.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela Seus olhos são como luzes brilhantes.
pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpre- O exemplo acima mostra uma comparação evidente,
tação. Para fazer a interpretação correta é muito importan- através do emprego da palavra como.
te saber qual o contexto em que a frase é proferida. Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes.
Muitas vezes, a disposição das palavras na construção Neste exemplo não há mais uma comparação (note a
do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo, co- ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja,
micidade. Repare na figura abaixo: qualidade do que é semelhante.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me.
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta
é a verdadeira metáfora.

Observe outros exemplos:


1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando
Pessoa)
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando a
fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar


(http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto- algum.
cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014). Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na frase
Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras, acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão que
indica uma alma rústica e abandonada (e angustiadamente
mas duas seriam:
inútil), há uma comparação subentendida: Minha alma é
Corte e coloração capilar
tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada de
ou
terra que leva a lugar algum.
Faço corte e pintura capilar
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Fontes de pesquisa:
Em sua mente povoa só inveja.
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
htm Metonímia
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: É a substituição de um nome por outro, em virtude de
Saraiva, 2010. existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- pode acontecer dos seguintes modos:
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
Figura de Linguagem, Pensamento e Construção Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (=
Figura de Palavra As lâmpadas iluminam o mundo).
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes
A figura de palavra consiste na substituição de uma da cruz. (= Não te afastes da religião).
palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico, 4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja Havana. (= Fumei um saboroso charuto).
por uma associação, uma comparação, uma similaridade. 5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só-
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade - crates tomou veneno).
permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: 6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu
a metáfora e a metonímia. trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo).
Metáfora 7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. (=
Bebeu todo o líquido que estava no cálice).
Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão em 8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os microfo-
lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em vir- nes foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram atrás
tude da circunstância de que o nosso espírito as associa dos jogadores).
e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da 9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apres-
palavra fora de seu sentido normal. sadamente. (= Várias pessoas passavam apressadamente).

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LÍNGUA PORTUGUESA

10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so- Fontes de pesquisa:


frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
mundo). php
11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
chamadas, não apenas uma mulher). Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone. ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
(= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone). Saraiva, 2010.
13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
Alguns astronautas foram à Lua). Antítese
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado). Consiste no emprego de palavras que se opõem quan-
to ao sentido. O contraste que se estabelece serve, essen-
Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de cialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos
extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquanto que não se conseguiria com a exposição isolada dos mes-
que a metonímia abrange apenas os casos de analogia ou mos. Observe os exemplos:
de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fazer “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
distinção entre ambas as figuras. O corpo é grande e a alma é pequena.
“Quando um muro separa, uma ponte une.”
Catacrese Não há gosto sem desgosto.

Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contínuo, Paradoxo ou oximoro
cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando, por
falta de um termo específico para designar um conceito, É a associação de ideias, além de contrastantes, contra-
toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a empregar ditórias. Seria a antítese ao extremo.
algumas palavras fora de seu sentido original. Exemplos: Era dor, sim, mas uma dor deliciosa.
“asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do rosto”, “pé da Ouvimos as vozes do silêncio.
mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.
Eufemismo
Perífrase ou Antonomásia
É o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre
ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa áspera,
Trata-se de uma expressão que designa um ser através
desagradável ou chocante.
de alguma de suas características ou atributos, ou de um
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Senhor.
fato que o celebrizou. É a substituição de um nome por
(= morreu)
outro ou por uma expressão que facilmente o identifique: O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou)
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua Fernando faltou com a verdade. (= mentiu)
atraindo visitantes do mundo todo. Faltar à verdade. (= mentir)
A Cidade-Luz (=Paris)
O rei das selvas (=o leão) Ironia
Observação: quando a perífrase indica uma pessoa, É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do que
recebe o nome de antonomásia. Exemplos: as palavras ou frases expressam, geralmente apresentando
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida pratican- intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem construí-
do o bem. da para que cumpra a sua finalidade; mal construída, pode
O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito jo- passar uma ideia exatamente oposta à desejada pelo emis-
vem. sor.
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota mí-
nima.
Sinestesia Parece um anjinho aquele menino, briga com todos que
estão por perto.
Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen- O governador foi sutil como um elefante.
sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
cruzamento de sensações distintas. Hipérbole
Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito = au-
ditivo; áspero = tátil) É a expressão intencionalmente exagerada com o intui-
No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte- to de realçar uma ideia.
cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual) Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil) “Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac)
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

79
LÍNGUA PORTUGUESA

Prosopopeia ou Personificação Elipse

É a atribuição de ações ou qualidades de seres anima- Consiste na omissão de um ou mais termos numa ora-
dos a seres inanimados, ou características humanas a seres ção e que podem ser facilmente identificados, tanto por
não humanos. Observe os exemplos: elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto
As pedras andam vagarosamente. pelo contexto.
O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um A catedral da Sé. (a igreja catedral)
cego que guia. Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao está-
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra. dio)
Chora, violão.
Zeugma
Apóstrofe
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coisa a omissão de um termo já mencionado anteriormente.
personificada, de acordo com o objetivo do discurso, que Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de
pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo português)
chamamento do receptor da mensagem, seja ele imaginá- Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só mo-
rio ou não. A introdução da apóstrofe interrompe a linha de dernos. (só havia móveis)
pensamento do discurso, destacando-se assim a entidade Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de)
a que se dirige e a ideia que se pretende pôr em evidên-
cia com tal invocação. Realiza-se por meio do vocativo. Silepse
Exemplos:
Moça, que fazes aí parada? A silepse é a concordância que se faz com o termo que
“Pai Nosso, que estais no céu” não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. É uma
Deus, ó Deus! Onde estás? concordância anormal, psicológica, porque se faz com um
termo oculto, facilmente identificado. Há três tipos de si-
Gradação lepse: de gênero, número e pessoa.

Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e femi-


Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
nino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordância se
mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descenden-
faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos:
te (anticlímax). Observe este exemplo:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o calor
com seus olhos claros e brincalhões...
intenso.
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando
O objetivo do narrador é mostrar a expressividade dos
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence
olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se refere ao
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo (a
céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e seus olhos. cidade de Porto Velho).
Nota-se que o pensamento foi expresso em ordem decres-
cente de intensidade. Outros exemplos: 2) Vossa Excelência está preocupado.
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes-
amor”. (Olavo Bilac) soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu- Excelência.
se.” (Padre Antônio Vieira)
Silepse de Número - Os números são singular e plural.
Fontes de pesquisa: A silepse de número ocorre quando o verbo da oração não
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5. concorda gramaticalmente com o sujeito da oração, mas
php com a ideia que nele está contida. Exemplos:
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. de Salvador.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto.
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei-
As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe) tos das orações (que se encontram no singular, procissão
ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por
maior expressividade que se dá ao sentido. isso que os verbos estão no plural.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais: Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan-
eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um pleonasmo vicioso:
desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con- Vi aquela cena com meus próprios olhos.
corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que Vamos subir para cima.
está inscrita no sujeito. Exemplos: Ele desceu pra baixo.
O que não compreendo é como os brasileiros persista-
mos em aceitar essa situação. Anáfora
Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jardins É a repetição de uma ou mais palavras no início de vá-
públicos.” (Machado de Assis) rias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de coe-
rência. Pela repetição, a palavra ou expressão em causa é
Observe que os verbos persistamos, temos e somos não posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar de-
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos (brasilei- terminado elemento textual. Os termos anafóricos podem
ros, agricultores e cariocas, que estão na terceira pessoa), muitas vezes ser substituídos por pronomes.
mas com a ideia que neles está contida (nós, os brasileiros, Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe-
os agricultores e os cariocas). cia.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
Polissíndeto / Assíndeto ba.” (Padre Vieira)
Para estudarmos as duas figuras de construção é ne- Anacoluto
cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
período composto. No período composto por coordena- Consiste na mudança da construção sintática no meio
ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A da frase, ficando alguns termos desligados do resto do pe-
oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
ríodo. É a quebra da estrutura normal da frase para a intro-
é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
dução de uma palavra ou expressão sem nenhuma ligação
dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
sintática com as demais.
figuras de construção:
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Morrer, todo haveremos de morrer.
1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela repe-
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
tição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O meni-
no resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo,
2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela ausên- deveria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
cia, pela omissão das conjunções coordenativas, resultando interrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer-
no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplos: cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma in-
“Vim, vi, venci.” (Júlio César) terrupção na sequência lógica do pensamento.

Pleonasmo Observação: o anacoluto deve ser usado com finalida-


de expressiva em casos muito especiais. Em geral, evite-o.
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é real- Hipérbato / Inversão
çar a ideia, torná-la mais expressiva.
O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo. É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o
Nesta oração, os termos “o problema da violência” e sujeito venha depois do predicado:
“lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto. As- Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O amor
sim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o pro- venceu ao ódio)
nome “lo” classificado como objeto direto pleonástico. Ou- Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
tro exemplo: Eu cuido dos meus problemas)
Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto * Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo- tumbante de um povo heroico”.
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Figuras de Som

Aliteração - Consiste na repetição de consoantes como recurso para intensificação do ritmo ou como efeito sonoro
significativo.
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Quem com ferro fere com ferro será ferido.

Assonância - Consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos:


“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de palavras os sons da realidade:


Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

Questões
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BIBLIOTECO-
NOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de um tipo de linguagem
figurada denominada
(A) metonímia.
(B) eufemismo.
(C) hipérbole.
(D) metáfora.
(E) catacrese.

1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo
campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas.
(Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.htm)
RESPOSTA: “D”.

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

82
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais Normalmente, numa prova, o candidato deve:
suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar al-
guma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da 1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar-
tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” gumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
no lugar de “que morreram por nós”. procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o
RESPOSTA: “D”. tempo).
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/ ças entre as situações do texto.
UFAL/2014) 3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com
Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto. uma realidade.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de 4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias.
linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, 5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala-
horário do dia em que o calor é mais intenso, a tempera- vras.
tura do asfalto, medida com um termômetro de contato,
chegou a 65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local Condições básicas para interpretar
alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso Fazem-se necessários:
em: 22 jan. 2014. - Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
O texto cita que o dito popular “está tão quente que - Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de texto) e semântico;
linguagem. O autor do texto refere-se a qual figura de lin-
guagem? Observação – na semântica (significado das palavras)
A) Eufemismo. incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
B) Hipérbole. ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
C) Paradoxo. gem, entre outros.
D) Metonímia.
E) Hipérbato. - Capacidade de observação e de síntese;
- Capacidade de raciocínio.
3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para
representar o calor excessivo que está fazendo. A figura
Interpretar / Compreender
que é utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a
hipérbole.
Interpretar significa:
RESPOSTA: “B”.
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - o texto diz que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - é sugerido pelo autor que...
e decodificar). - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. ção...
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o narrador afirma...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- Erros de interpretação
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
contexto original e analisada separadamente, poderá ter contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
um significado diferente daquele inicial. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- nação.
rências diretas ou indiretas a outros autores através de cita- - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
ções. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir tendimento do tema desenvolvido.
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
esclarecimento das questões apresentadas na prova. cadas e, consequentemente, errar a questão.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação - Muitos pensam que existem a ótica do - Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa geralmente mantém com outro uma relação de continua-
prova de concurso, o que deve ser levado em consideração ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
é o que o autor diz e nada mais. essas relações.
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja,
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que a ideia mais importante.
relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. - Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou
Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um “incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono- resposta – o que vale não somente para Interpretação de
me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se Texto, mas para todas as demais questões!
vai dizer e o que já foi dito. - Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi-
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.
Observação – São muitos os erros de coesão no dia - Olhe com especial atenção os pronomes relativos,
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha-
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo-
verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer cábulos do texto.
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- Fontes de pesquisa:
cedente. http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu-
Os pronomes relativos são muito importantes na in- gues/como-interpretar-textos
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa-
a saber: ra-voce-interpretar-melhor-um.html
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden- http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques-
te, mas depende das condições da frase. tao-117-portugues.htm
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa) Questões
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois
o objeto possuído. 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- como (modo) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- onde (lugar) NICA – IADES/2014)
- quando (tempo)
- quanto (montante) Gratuidades
Exemplo: Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUANTO queria (correto) mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
aparecer o demonstrativo O). os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
documento de identificação aos funcionários posicionados
Dicas para melhorar a interpretação de textos no bloqueio de acesso.
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. assinale a alternativa correta.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
a leitura. e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- Metrô-DF.
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
conclusão). (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Volte ao texto quantas vezes precisar. idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as ao Metrô-DF.
do autor. (D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
compreensão. livre ao Metrô-DF.
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de (E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
cada questão. até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- O autor defende ideias e você deve percebê-las. acesso livre ao Metrô-DF.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que 3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do
condiz com as informações expostas no texto é “Somente Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha
com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”. Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
RESPOSTA: “C”. mações contidas nas demais alternativas são incoerentes
com o texto.
2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 - RESPOSTA: “A”.
adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um TIPOLOGIA TEXTUAL
trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
– mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
A todo o momento nos deparamos com vários textos,
O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como sejam eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença
um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes- do discurso, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo
ma dois sentidos, que são que está sendo transmitido entre os interlocutores. Estes
(A) o barulho e a propagação. interlocutores são as peças principais em um diálogo ou
(B) a propagação e o perigo. em um texto escrito.
(C) o perigo e o poder. É de fundamental importância sabermos classificar os
(D) o poder e a energia.  textos com os quais travamos convivência no nosso dia a
(E)  a energia e o barulho.   dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais
e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um
2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um
fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar
nião sobre determinado assunto, descrevemos algum lugar
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
que visitamos, fazemos um retrato verbal sobre alguém
Você pode responder à questão por eliminação: a segun-
que acabamos de conhecer ou ver. É exatamente nessas
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou
situações corriqueiras que classificamos os nossos textos
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dis-
ternativa A! sertação.
RESPOSTA: “A”.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspec-
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- tos de ordem linguística
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Os tipos textuais designam uma sequência definida
Concha Acústica pela natureza linguística de sua composição. São observa-
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de dos aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de lógicas. Os tipos textuais são o narrativo, descritivo, argu-
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada mentativo/dissertativo, injuntivo e expositivo.
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje - Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. demarcados no tempo do universo narrado, como também
Foi o primeiro grande palco da cidade. de advérbios, como é o caso de antes, agora, depois, entre
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa- outros: Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. De-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, pois de muita conversa, resolveram...
com adaptações.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica,
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem descrevem características tanto físicas quanto psicológicas
compatível com o texto. acerca de um determinado indivíduo ou objeto. Os tempos
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os- verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá, imperfeito: “Tinha os cabelos mais negros como a asa da
no Setor de Clubes Esportivos Norte. graúna...”
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que assunto ou uma determinada situação que se almeje de-
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. senvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela aconte-
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura cer, como em: O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02
do DF. de dezembro, portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. de perder o benefício.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma


modalidade na qual as ações são prescritas de forma se- COESÃO E COERÊNCIA
quencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo,
infinitivo ou futuro do presente: Misture todos os ingredien-
te e bata no liquidificador até criar uma massa homogênea.
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam- mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão
se pelo predomínio de operadores argumentativos, revela- do que é dito, ou lido. Estes mecanismos linguísticos que
dos por uma carga ideológica constituída de argumentos estabelecem a coesão e retomada do que foi escrito - ou
e contra-argumentos que justificam a posição assumida falado - são os referentes textuais, que buscam garantir
acerca de um determinado assunto: A mulher do mundo a coesão textual para que haja coerência, não só entre os
contemporâneo luta cada vez mais para conquistar seu es- elementos que compõem a oração, como também entre a
paço no mercado de trabalho, o que significa que os gêneros sequência de orações dentro do texto. Essa coesão tam-
estão em complementação, não em disputa. bém pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado
em conhecimentos anteriores que os participantes do pro-
cesso têm com o tema.
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha ima-
ginária - composta de termos e expressões - que une os
diversos elementos do texto e busca estabelecer relações
GÊNEROS TEXTUAIS de sentido entre eles. Dessa forma, com o emprego de di-
ferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substi-
tuição, associação), sejam gramaticais (emprego de prono-
mes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
São os textos materializados que encontramos em orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decor-
nosso cotidiano; tais textos apresentam características só- re daí a coerência textual.
cio-comunicativas definidas por seu estilo, função, com- Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o
posição, conteúdo e canal. Como exemplos, temos: receita apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoe-
culinária, e-mail, reportagem, monografia, poema, editorial, rência é resultado do mau uso dos elementos de coesão
piada, debate, agenda, inquérito policial, fórum, blog, etc. textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um
erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais
A escolha de um determinado gênero discursivo de- prejudica o entendimento do texto. Construído com os ele-
pende, em grande parte, da situação de produção, ou seja, mentos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.
a finalidade do texto a ser produzido, quem são os locu- Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado
tores e os interlocutores, o meio disponível para veicular o não se constrói com um amontoado de palavras e orações.
texto, etc. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência
e independência sintática e semântica, recobertos por unida-
Os gêneros discursivos geralmente estão ligados a es- des melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
feras de circulação. Assim, na esfera jornalística, por exem- Não se deve escrever frases ou textos desconexos – é
plo, são comuns gêneros como notícias, reportagens, edito- imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que as frases
riais, entrevistas e outros; na esfera de divulgação científica estejam coesas e coerentes formando o texto. Relembre-se
são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de enci- de que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre
clopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência. os elementos que compõem a estrutura textual.

Fontes de pesquisa: Formas de se garantir a coesão entre os elementos


de uma frase ou de um texto:
http://www.brasilescola.com/redacao/tipologia-tex-
tual.htm
1. Substituição de palavras com o emprego de sinôni-
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
mos - palavras ou expressões do mesmo campo associa-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: tivo.
Saraiva, 2010. 2. Nominalização – emprego alternativo entre um ver-
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática bo, o substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa / desgaste / desgastante).
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. 3. Emprego adequado de tempos e modos verbais:
Embora não gostassem de estudar, participaram da aula.
4. Emprego adequado de pronomes, conjunções, pre-
posições, artigos:
O papa Francisco visitou o Brasil. Na capital brasileira,
Sua Santidade participou de uma reunião com a Presiden-
te Dilma. Ao passar pelas ruas, o papa cumprimentava as
pessoas. Estas tiveram a certeza de que ele guarda respeito
por elas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

5. Uso de hipônimos – relação que se estabelece com Questões


base na maior especificidade do significado de um deles.
Por exemplo, mesa (mais específico) e móvel (mais gené- * As questões abaixo também envolvem o conteúdo
rico). “Conjunção”. Eu as coloquei neste tópico porque abordam
6. Emprego de hiperônimos - relações de um termo de - inclusive - coesão e coerência.
sentido mais amplo com outros de sentido mais específico.
Por exemplo, felino está numa relação de hiperonímia com 1-) (SEDUC/AM – ASSISTENTE SOCIAL – FGV/2014) As-
gato. sinale a opção que indica o segmento em que a conjunção
7. Substitutos universais, como os verbos vicários.
e tem valor adversativo e não aditivo.
* Ajuda da Zê: verbo vicário é aquele que substitui (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
outro já utilizado no período, evitando repetições. Geral- da população na escolha dos governantes,...”.
mente é o verbo fazer e ser. Exemplo: Não gosto de estudar. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Faço porque preciso. O “faço” foi empregado no lugar de derno e dinâmico, no cotejo com a restrita experiência elei-
“estudo”, evitando repetição desnecessária. toral anterior”.
(C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
A coesão apoiada na gramática se dá no uso de conec- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
tivos, como pronomes, advérbios e expressões adverbiais, buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quan- de hoje”.
do, ao remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida (D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
é facilmente identificável (Exemplo.: O jovem recolheu-se ela na história nacional, inventou o que mais perto se pode
cedo. Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. O ter- chegar de um Estado de Bem-Estar num país de renda mé-
mo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a
dia”.
relação entre as duas orações).
(E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a pro- está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta de
priedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao políticas públicas social-democratas”.
próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de
progressão textual, dada sua característica: são elementos 1-)
que não significam, apenas indicam, remetem aos compo- (A) “Em termos de escala, assiduidade e participação
nentes da situação comunicativa. = adição
Já os componentes concentram em si a significação. (B) “... o Brasil de 1985 a 2014 parece outro país, mo-
Elisa Guimarães ensina-nos a esse respeito: derno e dinâmico”. = adição
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indi- (C) “A hipótese de ruptura com o passado se fortalece
cam os participantes do ato do discurso. Os pronomes de- quando avaliamos a extensão dos mecanismos de distri-
monstrativos, certas locuções prepositivas e adverbiais, bem buição de oportunidades e de mitigação de desigualdades
como os advérbios de tempo, referenciam o momento da de hoje”. = adição
enunciação, podendo indicar simultaneidade, anterioridade
(D) “A democracia brasileira contemporânea, e apenas
ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há alguns ela na história nacional”. = adição
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no próximo (E) “A baixa qualidade dos serviços governamentais
ano, depois de (futuro).” está ligada sobretudo à limitação do PIB, e não à falta =
adversativa (dá para substituirmos por “mas”)
A coerência de um texto está ligada: RESPOSTA: “E”.
- à sua organização como um todo, em que devem es-
tar assegurados o início, o meio e o fim;
- à adequação da linguagem ao tipo de texto. Um texto 2-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL/
técnico, por exemplo, tem a sua coerência fundamentada DF – ANALISTA DE APOIO À ASSISTÊNCIA JURÍDICA –
em comprovações, apresentação de estatísticas, relato de FGV/2014) A alternativa em que os elementos unidos pela
experiências; um texto informativo apresenta coerência se conjunção E não estão em adição, mas sim em oposição, é:
trabalhar com linguagem objetiva, denotativa; textos poé- (A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
ticos, por outro lado, trabalham com a linguagem figurada,
fazer justiça com as próprias mãos...”
livre associação de ideias, palavras conotativas.
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas
Fontes de pesquisa: instituições:...”
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2586/1/ (C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos
COESAO-E-COERENCIA-TEXTUAL/Paacutegina1.html anarquistas e mais nos fascistas italianos...”
Português – Literatura, Produção de Textos & Gramática (D) “...desprezando o passado e a tradição...”
– volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus Barbosa (E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da
Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. velocidade e do progresso...”

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) A Ordem dos Termos na Frase


(A) “...a disposição do povo de agir por conta própria e
fazer justiça com as próprias mãos”. = adição Leia novamente a frase contida no item 2. Note que
(B) “...como sintoma de descrença nos políticos e nas ela é organizada de maneira clara para produzir sentido.
instituições”. = adição Todavia, há diferentes maneiras de se organizar gramatical-
(C) “...os nossos mascarados se inspiram menos nos mente tal frase, tudo depende da necessidade ou da von-
anarquistas e mais nos fascistas italianos”. = ideia de opo- tade do redator em manter o sentido, ou mantê-lo, porém,
sição acrescentado ênfase a algum dos seus termos. Significa di-
(D) “...desprezando o passado e a tradição”. = adição zer que, ao escrever, podemos fazer uma série de inversões
(E) “...capaz de exprimir a experiência da violência, da e intercalações em nossas frases, conforme a nossa von-
velocidade e do progresso”. = adição tade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos
RESPOSTA: “C”. transmitir uma ideia, do nosso estilo. Por exemplo, pode-
mos expressar a mensagem da frase 2 da seguinte maneira:

No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-


sando desemprego.
REESCRITA DE TEXTOS/EQUIVALÊNCIA DE
ESTRUTURAS Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma,
apenas mudamos a ordem das palavras para dar ênfase a
alguns termos (neste caso: No Brasil e na A. L.). Repare que,
para obter a clareza tivemos que fazer o uso de vírgulas.
“Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e
leva-nos a refletir sobre a organização das ideias em um o que mais nos auxilia na organização de um período, pois
texto. Significa dizer que, antes da redação, naturalmen- facilita as boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula
te devemos dominar o assunto sobre o qual iremos tratar ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos
e, posteriormente, planejar o modo como iremos expô-lo, frases complexas. Com isto, “entregamos” frases bem orga-
do contrário haverá dificuldade em transmitir ideias bem nizadas aos nossos leitores.
acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação de textos e a
experiência de vida antecedem o ato de escrever. O básico para a organização sintática das frases é a or-
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos dem direta dos termos da oração. Os gramáticos estrutu-
escrever, feito o esquema de exposição da matéria, é ne- ram tal ordem da seguinte maneira:
cessário saber ordenar as ideias em frases bem estrutura-
das. Logo, não basta conhecer bem um determinado as- SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIR-
sunto, temos que o transmitir de maneira clara aos leitores. CUNSTÂNCIAS
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso alia- A globalização + está causando + desemprego + no
do para organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Brasil nos dias de hoje.
Para tanto, é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sin-
taxe”, conforme o dicionário Aurélio, é a “parte da gramá- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem to-
tica que estuda a disposição das palavras na frase e a das das contêm todos estes elementos, portanto cabem algu-
frases no discurso, bem como a relação lógica das frases mas observações:
entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer “mistu-
ra”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produ- 1) As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.)
zirem um sentido evidente para os receptores das nossas normalmente são representadas por adjuntos adverbiais
mensagens. Observe: de tempo, lugar, etc. Note que, no mais das vezes, quan-
do queremos recordar algo ou narrar uma história, existe
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está La- a tendência a colocar os adjuntos nos começos das frases:
tina América causando.
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…” “Nas mi-
na América Latina. nhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e ou-
tros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…”
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma
frase, as palavras estão amontoadas sem a realização de Observações:
“uma sintaxe”, não há um contexto linguístico nem relação a) tais construções não estão erradas, mas rompem
inteligível com a realidade; no caso 2, a sintaxe ocorreu de com a ordem direta;
maneira perfeita e o sentido está claro para receptores de b) é preciso notar que em Língua Portuguesa, há mui-
língua portuguesa inteirados da situação econômica e cul- tas frases que não têm sujeito, somente predicado. Por
tural do mundo atual. exemplo: Está chovendo em Porto Alegre. Faz frio em Fri-
burgo. São quatro horas agora;

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Outras frases são construídas com verbos intransiti- Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
vos, que não têm complemento: As orações adjetivas explicativas desempenham fre-
O menino morreu na Alemanha. (sujeito + verbo + ad- quentemente um papel semelhante ao do aposto explicati-
junto adverbial) vo, por isto são também isoladas por vírgula.
A globalização nasceu no século XX. (idem)
d) Há ainda frases nominais que não possuem verbos: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
cada macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu
direta faz-se naturalmente. Usam-se apenas os termos complemento.
existentes nelas.
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável,
Levando em consideração a ordem direta, podemos no Brasil…
estabelecer três regras básicas para o uso da vírgula: Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não per-
1)Se os termos estão colocados na ordem direta não tence ao assunto: globalização, da frase principal, tal ora-
haverá a necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo ção é apenas um comentário à parte entre o complemento
disto: verbal e os adjuntos).
A globalização está causando desemprego no Brasil e na
América Latina. Observação: a simples negação em uma frase não exi-
ge vírgula: A globalização não causou desemprego no Brasil
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração e na América Latina.
por três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula,
mesmo que estejamos usando a ordem direta. Esta é a re- 3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a,
gra básica nº1 para a colocação da vírgula. Veja: tal quebra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” colocação da vírgula.
causam desemprego…
(três núcleos do sujeito) No Brasil e na América Latina, a globalização está cau-
sando desemprego…
A globalização causa desemprego no Brasil, na América No fim do século XX, a globalização causou desemprego
Latina e na África. no Brasil…
(três adjuntos adverbiais)
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente
A globalização está causando desemprego, insatisfação se dá com a colocação das circunstâncias antes do sujeito.
e sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. Trata-se da ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramá-
(três complementos verbais) tica, são representadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas
vezes, elas são colocadas em orações chamadas adverbiais
2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, sepa- que têm uma função semelhante a dos adjuntos adverbiais,
rar com vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exemplos:
complemento, nem o complemento e as circunstâncias, ou
seja, não devemos separar com vírgula os termos da ora- Quando o século XX estava terminando, a globalização
ção. Veja exemplos de tal incorreção: começou a causar desemprego.
Enquanto os países portadores de alta tecnologia de-
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. senvolvem-se, a globalização causa desemprego nos países
pobres.
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre Durante o século XX, a Globalização causou desempre-
os termos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, go no Brasil.
assim o sentido da ideia principal não se perderá. Esta é
a regra básica nº 2 para a colocação da vírgula. Dito em Observação: quanto à equivalência e transformação de
outras palavras: quando intercalamos expressões e frases estruturas, um exemplo muito comum cobrado em provas
entre os termos da oração, devemos isolar os mesmos com é o enunciado trazer uma frase no singular e pedir a passa-
vírgulas. Vejamos: gem para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é a
A globalização, fenômeno econômico deste fim de sécu- mudança de tempos verbais.
lo XX, causa desemprego no Brasil.
Fonte de pesquisa:
Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estu-
sujeito e o verbo. dos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/

Outros exemplos:
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultu-
ral, está causando desemprego no Brasil e na América Lati-
na.

89
LÍNGUA PORTUGUESA

Questões
ESTRUTURA TEXTUAL
1-) (TRF/3ª REGIÃO - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014
- adaptada)
Reunir-se para ouvir alguém ler tornou-se uma prática
necessária e comum no mundo laico da Idade Média. Até Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a ca-
a invenção da imprensa, a alfabetização era rara e os livros, pacidade que temos de pensar. Por meio do pensamento,
propriedade dos ricos, privilégio de um pequeno punhado elaboramos todas as informações que recebemos e orien-
de leitores. tamos as ações que interferem na realidade e organização
Embora alguns desses senhores afortunados ocasional- de nossos escritos. O que lemos é produto de um pensa-
mente emprestassem seus livros, eles o faziam para um nú- mento transformado em texto.
mero limitado de pessoas da própria classe ou família. Logo, como cada um de nós tem seu modo de pen-
(Adaptado de: MANGUEL, Alberto, op.cit.) sar, quando escrevemos sempre procuramos uma maneira
organizada do leitor compreender as nossas ideias. A fina-
Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabe- lidade da escrita é direcionar totalmente o que você quer
lecidas no texto, substituindo-se Embora (2.º parágrafo) por dizer, por meio da comunicação.
(A) Contudo. Para isso, os elementos que compõem o texto se sub-
(B) Desde que. dividem em: introdução, desenvolvimento e conclusão. To-
(C) Porquanto. dos eles devem ser organizados de maneira equilibrada.
(D) Uma vez que.
(E) Conquanto. Introdução

1-) “Embora” é uma conjunção concessiva (apresenta Caracterizada pela entrada no assunto e a argumenta-
uma exceção à regra). A outra conjunção concessiva é “con- ção inicial. A ideia central do texto é apresentada nessa eta-
quanto”. pa. Essa apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu
RESPOSTA: “E”. tamanho raramente excede a 1/5 de todo o texto. Porém,
em textos mais curtos, essa proporção não é equivalente.
2-) (PRODEST/ES – ASSISTENTE ORGANIZACIONAL – Neles, a introdução pode ser o próprio título. Já nos textos
VUNESP/2014 - adaptada) Considere o trecho: “Se o senhor mais longos, em que o assunto é exposto em várias pági-
não se importa, vou levar minha sobrinha ao dentista, mas nas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma par-
posso quebrar o galho e fazer sua corrida”. Esse trecho está te precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários
corretamente reescrito e mantém o sentido em: parágrafos. Em redações mais comuns, que em média têm
(A) Uma vez que o senhor não se importe, vou levar mi- de 25 a 80 linhas, a introdução será o primeiro parágrafo.
nha sobrinha ao dentista, assim que possa quebrar o galho
e fazer sua corrida. Desenvolvimento
(B) Já que o senhor não se importa, vou levar minha so-
brinha ao dentista, porque posso quebrar o galho e fazer A maior parte do texto está inserida no desenvol-
sua corrida. vimento, que é responsável por estabelecer uma ligação
(C) À medida que o senhor não se importe, vou levar entre a introdução e a conclusão. É nessa etapa que são
minha sobrinha ao dentista, logo que possa quebrar o galho elaboradas as ideias, os dados e os argumentos que sus-
e fazer sua corrida. tentam e dão base às explicações e posições do autor. É ca-
(D) Caso o senhor não se importe, vou levar minha so- racterizado por uma “ponte” formada pela organização das
brinha ao dentista, no entanto posso quebrar o galho e fazer ideias em uma sequência que permite formar uma relação
sua corrida. equilibrada entre os dois lados.
(E) Para que o senhor não se importe, vou levar minha O autor do texto revela sua capacidade de discutir um
sobrinha ao dentista, todavia posso quebrar o galho e fazer determinado tema no desenvolvimento, e é através desse
sua corrida. que o autor mostra sua capacidade de defender seus pon-
tos de vista, além de dirigir a atenção do leitor para a con-
2-) “Se o senhor não se importa, vou levar minha so- clusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui.
brinha ao dentista, mas posso quebrar o galho e fazer sua Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o es-
corrida” critor já deve ter uma ideia clara de como será a conclusão.
O primeiro período é introduzido por uma conjunção Daí a importância em planejar o texto.
condicional (“se”); o segundo, conjunção adversativa. As Em média, o desenvolvimento ocupa 3/5 do texto, no
conjunções apresentadas que têm a mesma classificação, mínimo. Já nos textos mais longos, pode estar inserido em
respectivamente, e que, por isso, poderiam substituir ade- capítulos ou trechos destacados por subtítulos. Apresentar-
quadamente as destacadas no enunciado são “caso” e “no se-á no formato de parágrafos medianos e curtos.
entanto”. Acredito que, mesmo que você não saiba a clas- Os principais erros cometidos no desenvolvimento são
sificação das conjunções, conseguiria responder à questão o desvio e a desconexão da argumentação. O primeiro está
apenas utilizando a coerência: as demais alternativas não relacionado ao autor tomar um argumento secundário que
a têm. se distancia da discussão inicial, ou quando se concentra
RESPOSTA: “D”. em apenas um aspecto do tema e esquece o seu todo. O

90
LÍNGUA PORTUGUESA

segundo caso acontece quando quem redige tem muitas


ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, REDAÇÃO OFICIAL
não conseguindo estruturá-las. Surge também a dificul-
dade de organizar seus pensamentos e definir uma linha
lógica de raciocínio.
Pronomes de tratamento na redação oficial
Conclusão
A redação oficial é a maneira utilizada pelo poder públi-
Considerada como a parte mais importante do texto, co para redigir atos normativos. Para redigi-los, muitas regras
é o ponto de chegada de todas as argumentações elabo- fazem-se necessárias. Entre elas, escrever de forma clara, con-
radas. As ideias e os dados utilizados convergem para essa cisa, sem muito comprometimento, bem como um uso ade-
parte, em que a exposição ou discussão se fecha. quado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma de uma boa redação, com um bom uso da linguagem, asse-
brecha para uma possível continuidade do assunto; ou seja, guram que os atos normativos sejam bem executados.
possui atributos de síntese. A discussão não deve ser en- No Poder Público, nós nos deparamos com situações em
cerrada com argumentos repetitivos, como por exemplo: que precisamos escrever – ou falar – com pessoas com as
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em quais não temos familiaridade. Nestes casos, os pronomes de
conclusão...”. tratamento assumem uma condição e precisam estar adequa-
Sua proporção em relação à totalidade do texto deve dos à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos.
ser equivalente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das E mais, exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homoge-
características de textos bem redigidos. neidade na forma de tratamento, não só nos pronomes como
Os seguintes erros aparecem quando as conclusões fi- também nos verbos. No entanto, as formas de tratamento
cam muito longas: não são do conhecimento de todos.
Abaixo, seguem as discriminações de usos dos pronomes
- O problema aparece quando não ocorre uma explo- de tratamento, com base no Manual da Presidência da Repú-
ração devida do desenvolvimento, o que gera uma invasão blica.
das ideias de desenvolvimento na conclusão.
- Outro fator consequente da insuficiência de funda- São de uso consagrado:
mentação do desenvolvimento está na conclusão precisar
de maiores explicações, ficando bastante vazia. Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
- Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no tex- a) do Poder Executivo
to em que o autor fica girando em torno de ideias redun- Presidente da República, Vice-Presidente da República, Mi-
dantes ou paralelas. nistro de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República,
- Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamen- Consultor-Geral da República, Chefe do Estado-Maior das For-
te dispensáveis. ças Armadas, Chefe do Gabinete Militar da Presidência da Re-
- Quando não tem clareza de qual é a melhor conclu- pública, Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República,
são, o autor acaba se perdendo na argumentação final. Secretários da Presidência da República, Procurador – Geral da
República, Governadores e Vice-Governadores de Estado e do
Em relação à abertura para novas discussões, a con- Distrito Federal, Chefes de Estado – Maior das Três Armas, Ofi-
clusão não pode ter esse formato, exceto pelos seguintes ciais Generais das Forças Armadas, Embaixadores, Secretário
fatores: Executivo e Secretário Nacional de Ministérios, Secretários de
- Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas Estado dos Governos Estaduais, Prefeitos Municipais.
polêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
- Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade b) do Poder Legislativo:
do texto, o autor não fecha a discussão de propósito. Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos
- Por apenas apresentar dados e informações sobre o Deputados e do Senado Federal, Presidente e Membros do Tri-
tema a ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o as- bunal de Contas da União, Presidente e Membros dos Tribunais
sunto. de Contas Estaduais, Presidente e Membros das Assembleias
- Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor Legislativas Estaduais, Presidente das Câmaras Municipais.
enumera algumas perguntas no final do texto.
c) do Poder Judiciário:
A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o au- Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal, Presi-
tor fizer um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica dente e Membros do Superior Tribunal de Justiça, Presidente e
é um roteiro, em que estão presentes os planejamentos. Membros do Superior Tribunal Militar, Presidente e Membros do
Naquele devem estar indicadas as melhores sequências a Tribunal Superior Eleitoral, Presidente e Membros do Tribunal
serem utilizadas na redação; ele deve ser o mais enxuto Superior do Trabalho, Presidente e Membros dos Tribunais de
possível. Justiça, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Fede-
rais, Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais,
Fonte de pesquisa: Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho,
http://producao-de-textos.info/mos/view/Caracter%- Juízes e Desembargadores, Auditores da Justiça Militar.
C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/

91
LÍNGUA PORTUGUESA

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas A Impessoalidade


aos Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do car- A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer
go respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; pela escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Ex- alguém que comunique; b) algo a ser comunicado; c) alguém
celentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que receba essa comunicação. No caso da redação oficial,
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vo- quem comunica é sempre o Serviço Público (este ou aquele
cativo Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
Senhor Juiz, Senhor Ministro, Senhor Governador. o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atri-
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento buições do órgão que comunica; o destinatário dessa comu-
“Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, nicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro
afinal, a dignidade é condição primordial para que tais cargos órgão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União.
públicos sejam ocupados. Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais
mas titulação acadêmica de quem defende tese de douto- decorre:
rado. Portanto, é aconselhável que não se use discriminada- a) da ausência de impressões individuais de quem comu-
mente tal termo. nica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assina-
do por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do
As Comunicações Oficiais Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
uma desejável padronização, que permite que comunicações
1. Aspectos Gerais da Redação Oficial elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
entre si certa uniformidade;
O que é Redação Oficial b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a ma- sempre concebido como público, ou a outro órgão público.
neira pela qual o Poder Público redige atos normativos Nos dois casos, temos um destinatário concebido de forma
e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do homogênea e impessoal;
Poder Executivo. c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalida- universo temático das comunicações oficiais restringe-se a
de, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, for- questões que dizem respeito ao interesse público, é natural
malidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos que não caiba qualquer tom particular ou pessoal.
decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A admi- Desta forma, não há lugar na redação oficial para impres-
nistração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer sões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoali- mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser isenta
dade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. Sendo a publi- da interferência da individualidade que a elabora.
cidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de
administração pública, claro que devem igualmente nortear a que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais con-
elaboração dos atos e comunicações oficiais. tribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impes-
Não se concebe que um ato normativo de qualquer na- soalidade.
tureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou im-
possibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos A necessidade de empregar determinado nível de lingua-
do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um texto le- gem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
gal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro,
pois, necessariamente, clareza e concisão. de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos
Fica claro também que as comunicações oficiais são ne- de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta
cessariamente uniformes, pois há sempre um único comuni- dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públi-
cador (o Serviço Público) e o receptor dessas comunicações cos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empre-
ou é o próprio Serviço Público (no caso de expedientes dirigi- gada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expe-
dos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou dientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com
instituições tratados de forma homogênea (o público). clareza e objetividade.
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à As comunicações que partem dos órgãos públicos fede-
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar rais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão
com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâ- brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de
metros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa da- uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dú-
quele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência vida de que um texto marcado por expressões de circulação
particular, etc. restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jar-
Apresentadas essas características fundamentais da re- gão técnico, tem sua compreensão dificultada.
dação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada Ressalte-se que há necessariamente uma distância en-
uma delas. tre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâ-
mica, reflete de forma imediata qualquer alteração de cos-

92
LÍNGUA PORTUGUESA

tumes, e pode eventualmente contar com outros elementos Concisão e Clareza


que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, A concisão é antes uma qualidade do que uma caracte-
etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis rística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue trans-
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lenta- mitir o máximo de informações com um mínimo de palavras.
mente as transformações, tem maior vocação para a perma- Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se
nência e vale-se apenas de si mesma para comunicar. tenha, além de conhecimento do assunto sobre o qual se es-
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua creve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pron-
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, to. É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.
que o padrão culto é aquele em que se observam as regras O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao
da gramática formal e se emprega um vocabulário comum princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de
ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não
que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação se deve, de forma alguma, entendê-la como economia de
oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens subs-
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos tanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, pas-
essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos sagens que nada acrescentem ao que já foi dito.
os cidadãos. A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto ofi-
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a sim- cial. Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita
plicidade de expressão, desde que não seja confundida com imediata compreensão pelo leitor. No entanto, a clareza não
pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios - a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpre-
da língua literária. tações que poderia decorrer de um tratamento personalista
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um dado ao texto;
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão - o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá pre- entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
ferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obe- circulação restrita, como a gíria e o jargão;
decida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas - a formalidade e a padronização, que possibilitam a im-
isso não implica, necessariamente, que se consagre a utiliza- prescindível uniformidade dos textos;
ção de uma forma de linguagem burocrática. O jargão buro- - a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
crático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre linguísticos que nada lhe acrescentam.
sua compreensão limitada. É pela correta observação dessas características que se
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável relei-
situações que a exijam, evitando o seu uso indiscriminado. tura de todo texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais,
Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário de trechos obscuros e de erros gramaticais provém, principal-
próprio à determinada área, são de difícil entendimento por mente, da falta da releitura que torna possível sua correção.
quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cui- A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa
dado, portanto, de explicitá-los em comunicações encami- com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
nhadas a outros órgãos da administração e em expedientes compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de
dirigidos aos cidadãos. um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há as-
suntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se,
Formalidade e Padronização pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto
é, obedecem a certas regras de forma: além das já mencio- Pronomes de Tratamento
nadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto Concordância com os Pronomes de Tratamento
de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tra- Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indi-
tamento. Não se trata somente da eterna dúvida quanto ao reta) apresentam certas peculiaridades quanto à concordân-
correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento cia verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segun-
para uma autoridade de certo nível; mais do que isso, a for- da pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem
malidade diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfo- se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira
que dado ao assunto do qual cuida a comunicação. pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que in-
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à ne- tegra a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria
cessária uniformidade das comunicações. Ora, se a administra- nomeará o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”.
ção federal é una, é natural que as comunicações que expede Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a
sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse padrão pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa:
exige que se atente para todas as características da redação “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. so...”).
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o
o texto definitivo e a correta diagramação do texto são in- gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que
dispensáveis para a padronização. se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satis- corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
feito”; se for mulher, “Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa de rodapé;
Senhoria deve estar satisfeita”. - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
No envelope, o endereçamento das comunicações diri- man poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
gidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a se- - é obrigatório constar a partir da segunda página o
guinte forma: número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
A Sua Excelência o Senhor impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
Fulano de Tal gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
Ministro de Estado da Justiça páginas pares (“margem espelho”);
70.064-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
no mínimo, 3,0 cm de largura;
A Sua Excelência o Senhor
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
Senador Fulano de Tal
distância da margem esquerda;
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF - o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
cm;
Senhor Ministro, - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
Submeto a Vossa Excelência projeto (...) nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
Fechos para Comunicações em branco;
O fecho das comunicações oficiais possui, além da fina- - não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub-
lidade de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor-
modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram re- das ou qualquer outra forma de formatação que afete a
gulados pela Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, elegância e a sobriedade do documento;
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
e uniformiza-los, este Manual estabelece o emprego de so- papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas
mente dois fechos diferentes para todas as modalidades de para gráficos e ilustrações;
comunicação oficial: - todos os tipos de documentos do Padrão Ofício de-
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente vem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7
da República: Respeitosamente, x 21,0 cm;
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hie- - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
rarquia inferior: Atenciosamente, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
- dentro do possível, todos os documentos elabora-
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas dos devem ter o arquivo de texto preservado para consulta
a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição pró- posterior ou aproveitamento de trechos para casos análo-
prios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do gos;
Ministério das Relações Exteriores. - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira:
Identificação do Signatário
tipo do documento + número do documento + pala-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da
vras-chaves do conteúdo
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Aviso e Ofício
(espaço para assinatura)
Nome Definição e Finalidade
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que
(espaço para assinatura) o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado,
Nome para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofí-
Ministro de Estado da Justiça cio é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi- gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa também com particulares.
página ao menos a última frase anterior ao fecho.
Forma e Estrutura
Forma de diagramação Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
seguinte forma de apresentação: destinatário, seguido de vírgula.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos: Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente


Excelentíssimo Senhor Presidente da República da República por um Ministro de Estado.
Senhora Ministra Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
Senhor Chefe de Gabinete Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por to-
dos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as de interministerial.
seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor; Forma e Estrutura - Formalmente, a exposição de mo-
– endereço postal; tivos tem a apresentação do padrão ofício. A exposição de
– telefone e e-mail. motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas for-
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Observação: Estas informações estão ausentes no exclusivamente informativo e outra para a que proponha al-
guma medida ou submeta projeto de ato normativo.
memorando, pois se trata de comunicação interna - des-
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
tinatário e remetente possuem o mesmo endereço. Se o
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presiden-
Aviso é de um Ministério para outro Ministério, também
te da República, sua estrutura segue o modelo antes referido
não precisa especificar o endereço. O Ofício é enviado para para o padrão ofício.
outras instituições, logo, são necessárias as informações do
remetente e o endereço do destinatário para que o ofício Mensagem
possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Definição e Finalidade - É o instrumento de comunica-
Memorando ção oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
Definição e Finalidade Legislativo para informar sobre fato da Administração Pública,
O memorando é a modalidade de comunicação entre expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem legislativa, submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível dife- pendem de deliberação de suas Casas, apresentar veto, enfim,
rente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de inte-
eminentemente interna. resse dos poderes públicos e da Nação.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Mi-
pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, nistérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço a redação final.
público. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra- - encaminhamento de projeto de lei ordinária, comple-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. mentar ou financeira;
Para evitar desnecessário aumento do número de comu- - encaminhamento de medida provisória;
nicações, os despachos ao memorando devem ser dados - indicação de autoridades;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em - pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Pre-
folha de continuação. Este procedimento permite formar sidente da República ausentarem-se do País por mais de 15
dias;
uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
- encaminhamento de atos de concessão e renovação de
transparência à tomada de decisões e permitindo que se
concessão de emissoras de rádio e TV;
historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- encaminhamento das contas referentes ao exercício an-
terior;
Forma e Estrutura - mensagem de abertura da sessão legislativa;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do - comunicação de sanção (com restituição de autógrafos);
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário - comunicação de veto;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex: - outras mensagens.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Forma e Estrutura - As mensagens contêm:


Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos a) a indicação do tipo de expediente e de seu número,
horizontalmente, no início da margem esquerda;
Exposição de Motivos b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
Definição e Finalidade - Exposição de motivos é o ex- esquerda (Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Fede-
pediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Pre- ral);
sidente para: c) o texto, iniciando a 2,0 cm do vocativo;
a) informá-lo de determinado assunto; b) propor algu- d) o local e a data, verticalmente a 2,0 cm do final do
ma medida; ou c) submeter a sua consideração projeto de texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
ato normativo. margem direita.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A mensagem, como os demais atos assinados pelo Pre- Forma e Estrutura - Um dos atrativos de comunica-
sidente da República, não traz identificação de seu signa- ção por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não
tário. interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto,
deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
Telegrama comunicação oficial.
O campo “assunto” do formulário de correio eletrôni-
Definição e Finalidade - Com o fito de uniformizar a co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, organização documental tanto do destinatário quanto do
passa a receber o título de telegrama toda comunicação remetente.
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Para os arquivos anexados à mensagem, deve ser utili-
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
cofres públicos e tecnologicamente superada, deve restringir- que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
se o uso do telegrama apenas àquelas situações que não seja nimas sobre seu conteúdo.
possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de con-
justifique sua utilização. Em razão de seu custo elevado, esta firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
Forma e Estrutura - Não há padrão rígido, devendo- Valor documental - Nos termos da legislação em vi-
se seguir a forma e a estrutura dos formulários disponíveis gor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet. documental, e para que possa ser aceito como documento
original, é necessário existir certificação digital que ateste
Fax a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Definição e Finalidade - O fax (forma abreviada já Elementos de Ortografia e Gramática


consagrada de fac-símile) é uma forma de comunicação
que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento Problemas de Construção de Frases
da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens
urgentes e para o envio antecipado de documentos, de A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas,
cujo conhecimento há premência, quando não há condi- principalmente, pela construção adequada da frase, “a me-
ções de envio do documento por meio eletrônico. Quando nor unidade autônoma da comunicação”, na definição de
necessário o original, ele segue posteriormente pela via e Celso Pedro Luft.
na forma de praxe. A função essencial da frase é desempenhada pelo pre-
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com có-
dicado, que, para Adriano da Gama Kury, pode ser entendi-
pia do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
do como “a enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre
modelos, deteriora-se rapidamente.
que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe o nome
de período, que terá tantas orações quantos forem os ver-
Forma e Estrutura - Os documentos enviados por fax
bos não auxiliares que o constituem.
mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indis-
É conveniente o envio, juntamente com o documento
pensável, pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –,
principal, de folha de rosto e de pequeno formulário com
os dados de identificação da mensagem a ser enviada, con- de quem se diz algo, cujo núcleo é sempre um substantivo.
forme exemplo a seguir: Sempre que o verbo o exigir, teremos nas orações substan-
tivos (nomes ou pronomes) que desempenham a função
[Órgão Expedidor] de complementos (objetos direto e indireto, predicativo e
[setor do órgão expedidor] complemento adverbial). Função acessória desempenham
[endereço do órgão expedidor] os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final da
Destinatário:____________________________________ oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___ que desempenham as outras funções, ou deslocados para
Remetente: ____________________________________ o início da oração.
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____ Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos ele-
No de páginas: ________ No do documento:____________ mentos que compõem uma oração (Observação: os parên-
teses indicam os elementos que podem não ocorrer):
Observações:___________________________________
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Correio Eletrônico
Podem ser identificados seis padrões básicos para as
Definição e finalidade - O correio eletrônico (“e-mail”), orações pessoais (isto é, com sujeito) na língua portuguesa
por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na princi- (a função que vem entre parênteses é facultativa e pode
pal forma de comunicação para transmissão de documen- ocorrer em ordem diversa):
tos.
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)

96
LÍNGUA PORTUGUESA

O Presidente - regressou - (ontem). Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.

2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (ad- Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
junto adverbial) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na
manhã de terça-feira). Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto -
(adjunto adverbial). Frases Fragmentadas
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os se- A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma
tores). oração subordinada ou uma simples locução como se fosse
uma frase completa”. Decorre da pontuação errada de uma
frase simples. Embora seja usada como recurso estilístico na
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. dire-
literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos
to - obj. indireto - (adj. Adv.)
textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão.
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações -
Exemplo:
ao Deputado - (no Congresso). Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento ad- Nacional. Depois de ser longamente debatido.
verbial - (adjunto adverbial) Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Nacional, depois de ser longamente debatido.
Aires - (na próxima semana). Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa re-
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira) cebeu a aprovação do Congresso Nacional.

6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto ad- Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente sub-
verbial) metido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas
O problema - será - resolvido - prontamente. as áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente subme-
Estes seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, tido ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as
as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na cons- áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
trução de períodos, as várias funções podem ocorrer em or-
dem inversa à mencionada, misturando-se e confundindo-se. Erros de Paralelismo
Não interessa aqui análise exaustiva de todos os padrões exis- Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita
tentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramati-
normal dos elementos nesses seis padrões básicos. Acrescen- cal idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se
te-se que períodos mais complexos, compostos por duas ou em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões bá- Vejamos alguns exemplos:
sicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios eco-
construção de frases dizem respeito à má pontuação, à am- nomizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
biguidade da ideia expressa, à elaboração de falsos paralelis-
Na frase temos, nas duas orações subordinadas que com-
mos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do des-
pletam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
conhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é
seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na
reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem
construção de frases, registrados em documentos oficiais. planos de redução de despesas) é uma oração desenvolvida
introduzida pela conjunção integrante que. Há mais de uma
Sujeito possibilidade de escrevê-la com clareza e correção; uma seria
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que exe- a de apresentar as duas orações subordinadas como desen-
cuta a ação enunciada na oração. Ele pode ter complemen- volvidas, introduzidas pela conjunção integrante que:
to, mas não ser complemento. Devem ser evitadas, portanto,
construções como: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
que economizassem energia e (que) elaborassem planos para
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda. redução de despesas.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cor- como reduzidas de infinitivo:
tadas, (...). Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cor- economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
tadas, (...).
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim. coordenação de orações subordinadas.

97
LÍNGUA PORTUGUESA

Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta: Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não um médico.
ser inseguro, inteligência e ter ambição.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (subs- Novamente, a não repetição dos termos comparados
tantivos) com orações (reduzidas de infinitivo). confunde. Alternativas para correção:
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Por-
transformá-la em frase simples, substituindo as orações redu- taria.
zidas por substantivos: Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segu- Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas
rança, inteligência e ambição. do que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso pa- “demais”) acarretou imprecisão:
ralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
a ideias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, que os outros Ministérios do Governo.
de forma paralela, estruturas sintáticas distintas: Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa. que os demais Ministérios do Governo.
Ambiguidade
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Pa-
ris, Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em
de correção é transformá-la em duas frases simples, com o mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de
cuidado de não repetir o verbo da primeira (visitar): todo texto oficial, deve-se atentar para as construções que
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta últi- possam gerar equívocos de compreensão.
ma capital, encontrou-se com o Papa. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar a qual palavra se refere um pronome que possui
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer
pelo uso inadequado da expressão “e que” num período que com:
não contém nenhum “que” anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem - pronomes pessoais:
sólida formação acadêmica. Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que
ele seria exonerado.
Para corrigir a frase, suprimimos o pronome relativo: Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu se-
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida cretariado.
formação acadêmica. Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exo-
Outro exemplo de falso paralelismo com “e que”: neração deste.
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas
precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o pro- - pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
grama. Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da Repúbli-
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior, ca, em seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Esta-
aqui podemos suprimir a conjunção: do, mas isso não o surpreendeu.
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas pre- Observe a multiplicidade de ambiguidade no exemplo
cipitadas, que comprometam o andamento de todo o progra- acima, a qual torna incompreensível o sentido da frase.
ma. Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente
da República. No pronunciamento, solicitou a intervenção
Erros de Comparação
federal em seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente
da República.
A omissão de certos termos ao fazermos uma compara-
ção, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na lín-
- pronome relativo:
gua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu
é possível identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A
costumava trabalhar.
ausência indevida de um termo pode impossibilitar o enten-
dimento do sentido que se quer dar a uma frase: Não fica claro se o pronome relativo da segunda ora-
ção faz referência “à mesa” ou “a gabinete”. Esta ambigui-
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um dade se deve ao pronome relativo “que”, sem marca de gê-
médico. nero. A solução é recorrer às formas o qual, a qual, os quais,
A omissão de termos provocou uma comparação indevi- as quais, que marcam gênero e número.
da: “o salário de um professor” com “um médico”. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costu-
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o mava trabalhar.
salário de um médico. Se o entendimento é outro, então:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costu- dos pronomes de tratamento apresentados nas alternati-
mava trabalhar. vas, o pronome demonstrativo será “sua”. Descartamos, en-
tão, os itens A, C e E. Agora recorramos ao pronome ade-
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da quado a ser utilizado para deputados. Segundo o Manual
dúvida sobre a que se refere a oração reduzida: de Redação Oficial, temos:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
funcionário. b) do Poder Legislativo: Presidente, Vice–Presidente e
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
deve-se deixar claro qual o sujeito da oração reduzida. (...).
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este RESPOSTA: “D”.
indisciplinado.
2-) (ANTAQ – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE SER-
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora VIÇOS DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS – CESPE/2014)
chamou o médico. Considerando aspectos estruturais e linguísticos das cor-
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi respondências oficiais, julgue os itens que se seguem, de
chamado por uma senhora. acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re-
pública.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para to-
Fontes de pesquisa:
das as autoridades do poder público, uma vez que a dig-
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_pu-
nidade é tida como qualidade inerente aos ocupantes de
blicacoes_ver.php?id=2
cargos públicos.
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/reda-
( ) CERTO ( ) ERRADO
cao-oficial-para-concursos.html
2-) Vamos ao Manual: O Manual ainda preceitua que a
Questões forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida (...) afinal, a
dignidade é condição primordial para que tais cargos públi-
1-) (TJ-PA - MÉDICO PSIQUIATRA - VUNESP - 2014) cos sejam ocupados.
Leia o seguinte fragmento de um ofício, citado do Manual Fonte: http://www.redacaooficial.com.br/redacao_ofi-
de Redação da Presidência da República, no qual expres- cial_publicacoes_ver.php?id=2
sões foram substituídas por lacunas. RESPOSTA: “ERRADO”.

Senhor Deputado 3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/SE – TÉCNICO JUDICIÁRIO


Em complemento às informações transmitidas pelo te- – CESPE/2014) Em toda comunicação oficial, exceto nas di-
legrama n.º 154, de 24 de abril último, informo _____ de que recionadas a autoridades estrangeiras, deve-se fazer uso
as medidas mencionadas em ______ carta n.º 6708, dirigida dos fechos Respeitosamente ou Atenciosamente, de acor-
ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo do com as hierarquias do destinatário e do remetente.
procedimento administrativo de demarcação de terras in- ( ) CERTO (
dígenas instituído pelo Decreto n.º 22, de 4 de fevereiro de ) ERRADO
1991 (cópia anexa).
(http://www.planalto.gov.br. Adaptado) 3-) Segundo o Manual de Redação Oficial: (...) Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes
A alternativa que completa, correta e respectivamen- para todas as modalidades de comunicação oficial:
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente
da língua portuguesa e atendendo às orientações oficiais da República: Respeitosamente,
a respeito do uso de formas de tratamento em correspon- b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierar-
quia inferior: Atenciosamente,
dências públicas, é:
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigi-
A) Vossa Senhoria … tua.
das a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tra-
B) Vossa Magnificência … sua.
dição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
C) Vossa Eminência … vossa.
Redação do Ministério das Relações Exteriores.
D) Vossa Excelência … sua. RESPOSTA: “CERTO”.
E) Sua Senhoria … vossa.

1-) Podemos começar pelo pronome demonstrativo.


Mesmo utilizando pronomes de tratamento “Vossa” (mui-
tas vezes confundido com “vós” e seu respectivo “vosso”),
os pronomes que os acompanham deverão ficar sempre na
terceira pessoa (do plural ou do singular, de acordo com o
número do pronome de tratamento). Então, em quaisquer

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LÍNGUA PORTUGUESA

Não encontramos as pessoas que saíram.


FUNÇÕES DO “QUE” E DO “SE” • pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar
como pronome substantivo ou pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando
for pronome substantivo, a palavra que exercerá as fun-
A palavra que em português pode ser: ções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. indireto, etc.)
Nesse caso, será acentuada e seguida de ponto de Que aconteceu com você?
exclamação. Usa-se também a variação  o quê! A pala-
vra que não exerce função sintática quando funciona como • pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse
interjeição. caso, exerce a função sintática de adjunto adnominal.

Quê! Você ainda não está pronto? Que vida é essa?


O quê! Quem sumiu?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Substantivo: equivale a alguma coisa. caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo ou outro vra que pode relacionar tanto orações coordenadas quan-
determinante, e receberá acento por ser monossílabo tô- to subordinadas, daí classificar-se como conjunção coorde-
nativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como
nico terminado em e. Como substantivo, designa também
conjunção coordenativa ou subordinativa, a palavra que
a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a palavra que for
recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa ex-
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto,
plicativa)
predicativo, etc.) Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa
consecutiva)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função
de núcleo do objeto direto) Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a
palavra que recebe o nome de conjunção subordinativa
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal integrante.
em que o auxiliar é o verboter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não Desejo que você venha logo.
exerce função sintática.

Tenho que sair agora. A palavra se 


Ele tem que dar o dinheiro hoje.
A palavra se, em português, pode ser:
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
frase, sem prejuízo algum para o sentido. Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse
Nesse caso, a palavra que  não exerce função sintáti- caso, não exerce função sintática. Como conjunção, a pala-
ca; como o próprio nome indica, é usada apenas para dar vra se pode ser:
realce. Como partícula expletiva, aparece também na ex- * conjunção subordinativa integrante: inicia uma ora-
pressão é que. ção subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
Quase que não consigo chegar a tempo. * conjunção subordinativa condicional: inicia uma ora-
Elas é que conseguiram chegar. ção adverbial condicional (equivale a caso).
Advérbio:  modifica um adjetivo ou um advérbio. Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Equivale a quão. Quando funciona como advérbio, a pala-
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da
vra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no
frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a pa-
caso, de intensidade.
lavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Que lindas flores!
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Que barato!
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser: verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função
• pronome relativo: retoma um termo da oração an- sintática.
tecedente, projetando-o na oração consequente. Equivale Ele arrependeu-se do que fez.
a o qual e flexões.

100
LÍNGUA PORTUGUESA

Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede ob- Quanto ao nível informal, por sua vez, representa o es-
jeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passi- tilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado
va sintética. É também chamada de pronome apassivador. controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que, para
Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira
apassivar o verbo. errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma
um estigma.
Vendem-se casas. Compondo o quadro do padrão informal da lingua-
Aluga-se carro. gem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais
Compram-se joias. representam as variações de acordo com as condições so-
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a ciais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito Dentre elas destacam-se:
indeterminado. Não exerce propriamente uma função sin-
tática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se Variações históricas: Dado o dinamismo que a lín-
de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa gua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do
do singular. tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão
da ortografia, se levarmos em consideração a palavra far-
Trabalha-se de dia. mácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, con-
Precisa-se de vendedores. trapondo-se à linguagem dos internautas, a qual se fun-
damenta pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o
Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome fragmento exposto:
pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do su-
jeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblí-
quo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), Antigamente
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos:
* objeto direto
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas,
Ele cortou-se com o facão.
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arras-
* objeto indireto
tando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.”
Ele se atribui muito valor.
Carlos Drummond de Andrade
* sujeito de um infinitivo
Comparando-o à modernidade, percebemos um voca-
“Sofia deixou-se estar à janela.”
bulário antiquado.
* Texto adaptado por Por Marina Cabral Variações regionais: São os chamados dialetos, que
são as marcas determinantes referentes a diferentes re-
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classi- giões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que,
ficacao-das-palavras-que-e-se.htm em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como:
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade es-
tão os sotaques, ligados às características orais da lingua-
gem.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente li-


gadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também
ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como
exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
A linguagem é a característica que nos difere dos de- As gírias pertencem ao vocabulário específico de cer-
mais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar tos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores,
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissiona-
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano e, so- lismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando
bretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissio-
Dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os nais da área de informática, dentre outros.
níveis da fala, que são basicamente dois: o nível de formali-
dade e o de informalidade. Vejamos um poema sobre o assunto:
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo Vício na fala
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma ma- Para dizerem milho dizem mio
neira que falamos. Este fator foi determinante para a que Para melhor dizem mió
a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Para pior pió

101
LÍNGUA PORTUGUESA

Para telha dizem teia Releva considerar, assim, o momento do discurso, que
Para telhado dizem teiado pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o
E vão fazendo telhados. das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre ami-
Oswald de Andrade gos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas
perfeitamente normais construções do tipo:
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/varia- Eu não vi ela hoje.
coes-linguisticas.htm Ninguém deixou ele falar.
Deixe eu ver isso!
Eu te amo, sim, mas não abuse!
Níveis de linguagem Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
A língua é um código de que se serve o homem para
elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basica- Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a
mente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas norma culta, deixando mais livres os interlocutores.
funcionais: O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que
1) a língua funcional de modalidade culta, língua culta é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se
ou língua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou
por base a norma culta, forma linguística utilizada pelo seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se
segmento mais culto e influente de uma sociedade. Cons- alteram:
titui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comu- Eu não a vi hoje.
nicação de massa (emissoras de rádio e televisão, jornais, Ninguém o deixou falar.
revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem Deixe-me ver isso!
aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- Eu te amo, sim, mas não abuses!
rando na educação; Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.
2) a língua funcional de modalidade popular; língua po-
Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
pular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais
diversas, tem o seu limite na gíria e no calão.
Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos
Norma culta:
de comunicação de massa (rádio, televisão, jornal, revista,
etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgres-
A norma culta, forma linguística que todo povo civiliza-
sões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas,
do possui, é a que assegura a unidade da língua nacional.
quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço
E justamente em nome dessa unidade, tão importante do
à causa do ensino.
ponto de vista político--cultural, que é ensinada nas esco-
las e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e O momento solene, acessível a poucos, é o da arte
criativa, a língua popular afigura-se mais expressiva e dinâ- poética, caracterizado por construções de rara beleza.
mica. Temos, assim, à guisa de exemplificação: Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume.
Estou preocupado. (norma culta) Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa
Tô preocupado. (língua popular) de sê-lo no exato instante em que a maioria absoluta o co-
Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) mete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro
de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda
Não basta conhecer apenas uma modalidade de lín- que não tenha amparo gramatical. Exemplos:
gua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a es- Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!)
pontaneidade, expressividade e enorme criatividade, para Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos
Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das nor- dispersar e Não vamos dispersar-nos.)
mas da língua culta. Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de
sair daqui bem depressa.)
O conceito de erro em língua: O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no
seu posto.)
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos
casos de ortografia. O que normalmente se comete são As formas impeço, despeço e desimpeço, dos verbos im-
transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num pedir, despedir e desimpedir, respectivamente, são exemplos
momento íntimo do discurso, diz: “Ninguém deixou ele fa- também de transgressões ou “erros” que se tornaram fatos
lar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride linguísticos, já que só correm hoje porque a maioria viu
a norma culta. tais verbos como derivados de pedir, que tem início, na sua
Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, conjugação, com peço. Tanto bastou para se arcaizarem as
transgride tanto quanto um indivíduo que comparece a um formas então legítimas impido, despido e desimpido, que
banquete trajando xortes ou quanto um banhista, numa hoje nenhuma pessoa bem-escolarizada tem coragem de
praia, vestido de fraque e cartola. usar.

102
LÍNGUA PORTUGUESA

Em vista do exposto, será útil eliminar do vocabulário


escolar palavras como corrigir e correto, quando nos refe- O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E AS
rimos a frases. “Corrija estas frases” é uma expressão que FUNÇÕES DA LINGUAGEM.
deve dar lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases
da língua popular para a língua culta”.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe a
uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase elaborada con- Comunicação
forme as normas gramaticais; em suma, conforme a norma
culta. A comunicação constitui uma das ferramentas mais im-
portantes que os líderes têm à sua disposição para desem-
Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: penhar as suas funções de influência. A sua importância é
tal que alguns autores a consideram mesmo como o “san-
A língua escrita, estática, mais elaborada e menos eco- gue” que dá vida à organização. Esta importância deve-se
nômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. essencialmente ao fato de apenas através de uma comuni-
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação cação efetiva ser possível:
(melodia da frase), as pausas (intervalos significativos no
decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, - Estabelecer e dar a conhecer, com a participação de
olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade membros de todos os níveis hierárquicos da organização,
mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, os objetivos organizacionais por forma a que contemplem,
estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e não apenas os interesses da organização, mas também os
a evoluções. interesses de todos os seus membros.
Nenhuma, porém, sobrepõe-se a outra em importân-
cia. Nas escolas, principalmente, costuma se ensinar a lín- - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
gua falada com base na língua escrita, considerada supe- bros de todos os níveis hierárquicos da organização, a es-
rior. Decorrem daí as correções, as retificações, as emendas, trutura organizacional, quer ao nível do desenho organiza-
a que os professores sempre estão atentos. cional, quer ao nível da distribuição de autoridade, respon-
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mos- sabilidade e tarefas.
trando as características e as vantagens de uma e outra,
sem deixar transparecer nenhum caráter de superioridade - Definir e dar a conhecer, com a participação de mem-
ou inferioridade, que em verdade inexiste. bros de todos os níveis hierárquicos da organização, de-
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na lín- cisões, planos, políticas, procedimentos e regras aceites e
gua falada. A nenhum povo interessa a multiplicação de respeitadas por todos os membros da organização.
línguas. A nenhuma nação convém o surgimento de diale-
tos, consequência natural do enorme distanciamento entre - Coordenar, dar apoio e controlar as atividades de to-
uma modalidade e outra. dos os membros da organização.
A língua escrita é, foi e sempre será mais bem-ela-
borada que a língua falada, porque é a modalidade que - Efetuar a integração dos diferentes departamentos e
mantém a unidade linguística de um povo, além de ser a permitir a ajuda e cooperação interdepartamental.
que faz o pensamento atravessar o espaço e o tempo. Ne-
nhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível - Desempenhar eficazmente o papel de influência atra-
sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, vés da compreensão e atuação em conformidade satisfa-
processam-se lentamente e em número consideravelmente ção das necessidades e sentimentos das pessoas por forma
menor, quando cotejada com a modalidade falada. a aumentar a sua motivação.
Importante é fazer o educando perceber que o nível da
linguagem, a norma linguística, deve variar de acordo com Elementos do Processo de Comunicação
a situação em que se desenvolve o discurso.
O ambiente sociocultural determina o nível da lingua- Para perceber desenvolver políticas de comunicação
gem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia eficazes é necessário analisar antes cada um dos elemen-
e até a entoação variam segundo esse nível. Um padre não tos que fazem parte do processo de comunicação. Assim,
fala com uma criança como se estivesse em uma missa, as- fazem parte do processo de comunicação o emissor, um
sim como uma criança não fala como um adulto. Um enge- canal de transmissão, geralmente influenciado por ruídos,
nheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível um receptor e ainda o feedback do receptor.
de fala, para colegas e para pedreiros, assim como nenhum
professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e - Emissor (ou fonte da mensagem da comunicação):
na sala de aula. representa quem pensa, codifica e envia a mensagem, ou
Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre seja, quem inicia o processo de comunicação. A codificação
esses níveis, destacam-se em importância o culto e o coti- da mensagem pode ser feita transformando o pensamento
diano, a que já fizemos referência. que se pretende transmitir em palavras, gestos ou símbolos
que sejam compreensíveis por quem recebe a mensagem.

103
LÍNGUA PORTUGUESA

- Canal de transmissão da mensagem: faz a ligação parte do emissor, nomeadamente com o fato de se tor-
entre o emissor e o receptor e representa o meio através narem impossíveis ou pelo menos difíceis as retificações e
do qual é transmitida a mensagem. Existe uma grande as novas explicações para melhor compreensão após a sua
variedade de canais de transmissão, cada um deles com transmissão. Assim, os principais cuidados a ter para que
vantagens e inconvenientes: destacam-se o ar (no caso do a mensagem seja perfeitamente recebida e compreendida
emissor e receptor estarem frente a frente), o telefone, os pelo(s) receptor(es) são o uso de caligrafia legível e unifor-
meios eletrônicos e informáticos, os memorandos, a rádio, me (se manuscrita), a apresentação cuidada, a pontuação
a televisão, entre outros. e ortografia corretas, a organização lógica das ideias, a ri-
queza vocabular e a correção frásica. O emissor deve ainda
- Receptor da mensagem: representa quem recebe e possuir um perfeito conhecimento dos temas e deve tentar
descodifica a mensagem. Aqui é necessário ter em atenção prever as reações/feedback à sua mensagem.
que a descodificação da mensagem resulta naquilo que Como principais vantagens da comunicação escrita,
efetivamente o emissor pretendia enviar (por exemplo, em podemos destacar o fato de ser duradoura e permitir um
diferentes culturas, um mesmo gesto pode ter significados registro e de permitir uma maior atenção à organização
diferentes). Podem existir apenas um ou numerosos recep- da mensagem sendo, por isso, adequada para a transmitir
tores para a mesma mensagem. políticas, procedimentos, normas e regras. Adequa-se tam-
bém a mensagens longas e que requeiram uma maior aten-
- Ruídos: representam obstruções mais ou menos in- ção e tempo por parte do receptor tais como relatórios e
tensas ao processo de comunicação e podem ocorrer em análises diversas. Como principais desvantagens destacam-
qualquer uma das suas fases. Denominam-se ruídos inter- se a já referida ausência do receptor o que impossibilita o
nos se ocorrem durante as fases de codificação ou desco- feedback imediato, não permite correções ou explicações
dificação e externos se ocorrerem no canal de transmissão. adicionais e obriga ao uso exclusivo da linguagem verbal.
Obviamente estes ruídos variam consoante o tipo de canal
de transmissão utilizado e consoante as características do Comunicação Oral
emissor e do(s) receptor(es), sendo, por isso, um dos crité-
rios utilizados na escolha do canal de transmissão quer do No caso da comunicação oral, a sua principal caracte-
tipo de codificação. rística é a presença do receptor (exclui-se, obviamente, a
comunicação oral que utilize a televisão, a rádio, ou as gra-
- Retro-informação (feedback): representa a resposta vações). Esta característica explica diversas das suas prin-
do(s) receptor(es) ao emissor da mensagem e pode ser cipais vantagens, nomeadamente o fato de permitir o fee-
utilizada como uma medida do resultado da comunicação. dback imediato, permitir a passagem imediata do receptor
Pode ou não ser transmitida pelo mesmo canal de trans- a emissor e vice-versa, permitir a utilização de comunica-
missão. ção não verbal como os gestos a mímica e a entoação, por
  exemplo, facilitar as retificações e explicações adicionais,
Embora os tipos de comunicação sejam inúmeros, po- permitir observar as reações do receptor, e ainda a grande
dem ser agrupados em comunicação verbal e comunica- rapidez de transmissão. Contudo, e para que estas vanta-
ção não verbal. Como comunicação não verbal podemos gens sejam aproveitadas é necessário o conhecimento dos
considerar os gestos, os sons, a mímica, a expressão facial, temas, a clareza, a presença e naturalidade, a voz agradável
as imagens, entre outros. É frequentemente utilizada em e a boa dicção, a linguagem adaptada, a segurança e auto-
locais onde o ruído ou a situação impede a comunicação domínio, e ainda a disponibilidade para ouvir.
oral ou escrita como por exemplo as comunicações entre Como principais desvantagens da comunicação oral
“dealers” nas bolsas de valores. É também muito utilizada destacam-se o fato de ser efêmera, não permitindo qual-
como suporte e apoio à comunicação oral. quer registro e, consequentemente, não se adequando a
Quanto à comunicação verbal, que inclui a comunica- mensagens longas e que exijam análise cuidada por parte
ção escrita e a comunicação oral, por ser a mais utilizada na do receptor.
sociedade em geral e nas organizações em particular, por
ser a única que permite a transmissão de ideias complexas Gêneros Escritos e Orais
e por ser um exclusivo da espécie humana, é aquela que
mais atenção tem merecido dos investigadores, caracteri- Gêneros textuais são tipos específicos de textos de
zando-a e estudando quando e como deve ser utilizada. qualquer natureza, literários ou não. Modalidades discur-
sivas constituem as estruturas e as funções sociais (narra-
Comunicação Escrita tivas, discursivas, argumentativas) utilizadas como formas
de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser consi-
A comunicação escrita teve o seu auge, e ainda hoje derados exemplos de gêneros textuais: anúncios, convites,
predomina, nas organizações burocráticas que seguem atas, avisos, programas de auditórios, bulas, cartas, comé-
os princípios da Teoria da Burocracia enunciados por Max dias, contos de fadas, crônicas, editoriais, ensaios, entrevis-
Weber. A principal característica é o fato do receptor estar tas, contratos, decretos, discursos políticos, histórias, ins-
ausente tornando-a, por isso, num monólogo permanente truções de uso, letras de música, leis, mensagens, notícias.
do emissor. Esta característica obriga a alguns cuidados por São textos que circulam no mundo, que têm uma função

104
LÍNGUA PORTUGUESA

específica, para um público específico e com características Exemplo de gêneros orais e escritos: Texto expositivo,
próprias. Aliás, essas características peculiares de um gêne- exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral,
ro discursivo nos permitem abordar aspectos da textualida- palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclo-
de, tais como coerência e coesão textuais, impessoalidade, pédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de tex-
técnicas de argumentação e outros aspectos pertinentes tos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico,
ao gênero em questão. relatório oral de experiência.
Gênero de texto então, refere-se às diferentes formas
de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por Domínios sociais de comunicação: Instruções e prescri-
exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. ções.
Para a linguística, os gêneros textuais englobam estes Aspectos tipológicos: Descrever ações.
e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Capacidade de linguagem dominante: Regulação mú-
Assim, ao lado da crônica, do conto, vamos também iden- tua de comportamentos.
tificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o email, e tan- Exemplo de gêneros orais e escritos: Instruções de mon-
tos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa tagem, receita, regulamento, regras de jogo, instruções de
sociedade. uso, comandos diversos, textos prescritivos.
Quanto à forma ou estrutura das sequências linguís-
ticas encontradas em cada texto, podemos classificá-los
dentro dos tipos textuais a partir de suas estruturas e esti-
los composicionais. Funções da Linguagem
Domínios sociais de comunicação: Cultura Literária Fic-
cional. Quando se pergunta a alguém para que serve a lingua-
Aspectos tipológicos: Narrar. gem, a resposta mais comum é que ela serve para comuni-
Capacidade de linguagem dominante: Mimeses de ação car. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas
através da criação da intriga no domínio do verossímil. transmitir informações. É também exprimir emoções, dar
Exemplo de gêneros orais e escritos: Conto de Fadas, fá- ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve
bula, lenda,narrativa de aventura, narrativa de ficção cien- a linguagem?
tífica, narrativa de enigma, narrativa mítica, sketch ou his- - A linguagem serve para informar: Função Referencial.
tória engraçada, biografia romanceada, romance, romance
histórico, novela fantástica, conto, crônica literária, adivi- “Estados Unidos invadem o Iraque”
nha, piada.
Domínios sociais de comunicação: Documentação e Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos so-
memorização das ações humana. bre um acontecimento do mundo.
Aspectos tipológicos: Relatar. Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na
Capacidade de linguagem dominante: Representação memória, transmitimos esses conhecimentos a outras pes-
pelo discurso de experiências vividas, situadas no tempo. soas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, so-
Exemplo de gêneros orais e escritos: Relato de expe- mos prevenidos contra as tentativas mal sucedidas de fazer
riência vivida, relato de viagem, diário íntimo, testemunho, alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe
anedota ou caso, autobiografia, curriculum vitae, notícia, de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
reportagem, crônica social, crônica esportiva, histórico, re- Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender
lato histórico, ensaio ou perfil biográfico, biografia. ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como apren-
Domínios sociais de comunicação: Discussão de proble- demos desde as mais banais informações do dia a dia até
mas sociais controversos. as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas
Aspectos tipológicos: Argumentar. filosóficos mais avançados.
Capacidade de linguagem dominante: Sustentação, re- A função informativa da linguagem tem importância
futação e negociação de tomadas de posição. central na vida das pessoas, consideradas individualmente
Exemplo de gêneros orais e escritos: Textos de opinião, ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite co-
diálogo argumentativo, carta de leitor, carta de solicitação, nhecer o mundo; para o grupo social, possibilita o acúmulo
deliberação informal, debate regrado, assembleia, discurso de conhecimentos e a transferência de experiências. Por
de defesa (advocacia), discurso de acusação (advocacia), meio dessa função, a linguagem modela o intelecto.
resenha crítica, artigos de opinião ou assinados, editorial, É a função informativa que permite a realização do
ensaio. trabalho coletivo. Operar bem essa função da linguagem
possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
Domínios sociais de comunicação: Transmissão e cons- A função informativa costuma ser chamada também de
trução de saberes. função referencial, pois seu principal propósito é fazer com
Aspectos tipológicos: Expor. que as palavras revelem da maneira mais clara possível as
Capacidade de linguagem dominante: Apresentação coisas ou os eventos a que fazem referência.
textual de diferentes formas dos saberes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: insinuarem intimidade com ele e, portanto, de exprimirem
Função Conativa. a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos
“Vem pra Caixa você também.” para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar nossa
valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a nossa competência na conquista amorosa.
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom
Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a de voz que empregamos, etc., transmitimos uma imagem
adotar esse comportamento, formulou-se um convite com nossa, não raro inconscientemente.
uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a Emprega-se a expressão função emotiva para designar
forma vem, de segunda pessoa do imperativo, em lugar de a utilização da linguagem para a manifestação do enuncia-
venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta dor, isto é, daquele que fala.
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer de- - A linguagem serve para criar e manter laços sociais:
terminadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sen- Função Fática.
tir determinadas emoções, a ter determinados estados de
alma (amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode- __Que calorão, hein?
se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, __Também, tem chovido tão pouco.
emoções, paixões. Quem ouve desavisada e reiteradamente __Acho que este ano tem feito mais calor do que nos
a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende outros.
a ter sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, __Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”, aprendemos
os preconceitos contra a mulher. Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram
Não se interfere no comportamento das pessoas ape- num elevador e devem manter uma conversa nos poucos
nas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, ape-
influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e nas porque o silêncio poderia ser constrangedor ou pare-
seduções, como os anúncios publicitários que nos dizem cer hostil.
como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se Quando estamos num grupo, numa festa, não pode-
usarmos determinadas marcas, se consumirmos certos mos manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros.
produtos. Por outro lado, a provocação e a ameaça expres- Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso,
sas pela linguagem também servem para fazer fazer. quando não se tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se
Com essa função, a linguagem modela tanto bons ci- histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas.
dadãos, que colocam o respeito ao outro acima de tudo, A linguagem, nesse caso, não tem nenhuma função que
quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, não seja manter os laços sociais. Quando encontramos al-
e indivíduos atemorizados, que se deixam conduzir sem guém e lhe perguntamos “Tudo bem?”, em geral não que-
questionar. remos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem está doente, se está com problemas.
quando esta é usada para interferir no comportamento A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo
das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma social.
sugestão. A palavra conativo é proveniente de um verbo Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja
latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo). entre alunos de uma escola, entre torcedores de um time
de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa
- A linguagem serve para expressar a subjetividade: que as pessoas não entendam bem o significado da letra
Função Emotiva. do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o
importante é que, ao cantá-lo, sentimo-nos participantes
“Eu fico possesso com isso!” da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação função fática para indicar a utilização da linguagem para
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetiva- estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um fa-
mos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. lante e seu interlocutor.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, - A linguagem serve para falar sobre a própria lingua-
desdém, desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas ve- gem: Função Metalinguística.
zes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem “A substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usan-
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O do o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegan-
Fernando tem mudado o país”. Essa maneira informal de se te usar palavrões”, não estamos falando de acontecimen-
referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de tos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a

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LÍNGUA PORTUGUESA

própria linguagem. É o que chama função metalinguística. Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitaria-
A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos mente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada
sobre o mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo para informar, para influenciar, para manter os laços sociais,
tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos etc. No segundo, para produzir um efeito prazeroso de des-
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos co- coberta de sentidos. Em função estética, o mais importante
mentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que é como se diz, pois o sentido também é criado pelo ritmo,
não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
que estamos enunciando; inversamente, podemos usar a Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de
metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/,
de dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Paro-
/k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
diando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não
E o bosque estala, move-se, estremece...
podem pescar”.
Da cavalgada o estrépito que aumenta
- A linguagem serve para criar outros universos. Perde-se após no centro da montanha...

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed.
também do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássi-
mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: cos.
mostrar que outros modos de ser são possíveis, que outros
universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa Observe-se que a maior concentração de sons oclu-
púrpura do Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem ex- sivos ocorre no segundo verso, quando se afirma que o
pressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para barulho dos cavalos aumenta.
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligi- Quando se usam recursos da própria língua para acres-
dos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo inúmeras centar sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se
vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o que estamos usando a linguagem em sua função poética.
galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e am-
bos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra Para melhor compreensão das funções de linguagem,
realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o torna-se necessário o estudo dos elementos da comuni-
amor nunca diminui e assim por diante.
cação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era de-
- A linguagem serve como fonte de prazer: Função
Poética. senvolvido de maneira “sistematizada” (alguém pergunta
- alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido outro escuta em silêncio, etc).
e os sons são formas de tornar a linguagem um lugar de Exemplo:
prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras
para delas extrairmos satisfação. Elementos da comunicação
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”,
diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase sha- - Emissor - emite, codifica a mensagem;
kespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emí- - Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
lio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gor- - Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
da se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez - Código - conjunto de signos usado na transmissão e
o seguinte trocadilho: “É a primeira vez que vejo um banco recepção da mensagem;
quebrar por excesso de fundos”. - Referente - contexto relacionado a emissor e recep-
A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel tor;
comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está - Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
empregado em dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa
“capital”, “dinheiro”.
teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se a conclu-
são que quando se trata da parole, entende-se que é um
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diver-
veículo democrático (observe a função fática), assim, admi-
sas, com significados diferentes, nesta frase do deputado
Virgílio Guimarães: te-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diá-
logo interativo):
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e - locutor - quem fala (e responde);
quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata - locutário - quem ouve e responde;
uma dor de consciência e bata em retirada.” - interlocução - diálogo
(Folha de S. Paulo)

107
LÍNGUA PORTUGUESA

As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


faciais etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. SOBRE: LÍNGUA PORTUGUESA
As atitudes e reações dos comunicantes são também
referentes e exercem influência sobre a comunicação 1-) (FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC/
SP – ADMINISTRADOR - VUNESP/2013) Assinale a al-
Lembramo-nos: ternativa correta quanto à concordância, de acordo
com a norma-padrão da língua portuguesa.
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no (A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade
“eu” do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta social está no centro dos debates atuais.
função está, por norma, a poesia lírica. (B) Políticos, economistas e teóricos diverge em re-
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de men- lação aos efeitos da desigualdade social.
sagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que este (C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
assuma determinado comportamento; há frequente uso mais pobres é um fenômeno crescente.
do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é (D) A má distribuição de riquezas tem sido muito
frequentemente usada por oradores e agentes de publici- criticado por alguns teóricos.
dade. (E) Os debates relacionado à distribuição de rique-
- Função metalinguística: função usada quando a lín- zas não são de exclusividade dos economistas.
gua explica a própria linguagem (exemplo: quando, na aná-
Realizei a correção nos itens:
lise de um texto, investigamos os seus aspectos morfossin-
(A) A má distribuição de riquezas e a desigualdade so-
táticos e/ou semânticos).
cial está = estão
- Função informativa (ou referencial): função usada
(B) Políticos, economistas e teóricos diverge = diver-
quando o emissor informa objetivamente o receptor de
gem
uma realidade, ou acontecimento.
(C) A diferença entre a renda dos mais ricos e a dos
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
mais pobres é um fenômeno crescente.
dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e
(D) A má distribuição de riquezas tem sido muito criti-
textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). cado = criticada
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensa- (E) Os debates relacionado = relacionados
gem com figuras de estilo, palavras belas, expressivas, rit-
mos agradáveis, etc. RESPOSTA: “C”.
Também podemos pensar que as primeiras falas cons- 2-) (COREN/SP – ADVOGADO – VUNESP/2013) Se-
cientes da raça humana ocorreu quando os sons emitidos guindo a norma-padrão da língua portuguesa, a frase
evoluíram para o que podemos reconhecer como “interjei- – Um levantamento mostrou que os adolescentes ame-
ções”. As primeiras ferramentas da fala humana. ricanos consomem em média 357 calorias diárias dessa
fonte. – recebe o acréscimo correto das vírgulas em:
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo (A) Um levantamento mostrou, que os adolescentes
que mais profundamente distingue o homem dos outros americanos consomem em média 357 calorias, diárias
animais. dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, os adolescentes
Podemos considerar que o desenvolvimento desta fun- americanos consomem, em média 357 calorias diárias
ção cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a dessa fonte.
libertação da mão, que permitiram o aumento do volume (C) Um levantamento mostrou que os adolescentes
do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos fonadores americanos consomem, em média, 357 calorias diárias
e da mímica facial dessa fonte.
(D) Um levantamento, mostrou que os adolescentes
Devido a estas capacidades, para além da linguagem americanos, consomem em média 357 calorias diárias
falada e escrita, o homem, aprendendo pela observação de dessa fonte.
animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos sur- (E) Um levantamento mostrou que os adolescentes
dos em diferentes países, não só para melhorar a comuni- americanos, consomem em média 357 calorias diárias,
cação entre surdos, mas também para utilizar em situações dessa fonte.
especiais, como no teatro e entre navios ou pessoas e não
animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas Assinalei com um “X” onde há pontuação inadequada
que se podem observar entre si. ou faltante:
(A) Um levantamento mostrou, (X) que os adolescentes
americanos consomem (X) em média (X) 357 calorias, (X)
diárias dessa fonte.
(B) Um levantamento mostrou que, (X) os adolescentes
americanos consomem, em média (X) 357 calorias diárias
dessa fonte.

108
LÍNGUA PORTUGUESA

(C) Um levantamento mostrou que os adolescentes Distribuímos = regra do hiato


americanos consomem, em média, 357 calorias diárias des- (A) sócio = paroxítona terminada em ditongo
sa fonte. (B) sofrê-lo = oxítona (não se considera o pronome
(D) Um levantamento, (X) mostrou que os adolescentes oblíquo. Nunca!)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (C) lúcidos = proparoxítona
diárias dessa fonte. (D) constituí = regra do hiato (diferente de “constitui”
(E) Um levantamento mostrou que os adolescentes – oxítona: cons-ti-tui)
americanos, (X) consomem (X) em média (X) 357 calorias (E) órfãos = paroxítona terminada em “ão”
diárias, (X) dessa fonte.
RESPOSTA: “D”.
RESPOSTA: “C”.
5-) (TRT/PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2012)
3-) (TRT/RO E AC – ANALISTA JUDICIÁRIO – A concordância verbal está plenamente observada na
FCC/2011) Estão plenamente observadas as normas de frase:
concordância verbal na frase: (A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e
a) Destinam-se aos homens-placa um lugar visível materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e
nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é suprimida a parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas
visibilidade social. públicas.
b) As duas tábuas em que se comprimem o famige- (B) Sempre deverão haver bons motivos, junto
rado homem-placa carregam ditos que soam irônicos, àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino
como “compro ouro”. religioso, para se reservar essa prática a setores da ini-
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa ciativa privada.
a exposição pública a que se submetem os guardadores (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do tex-
de carros. to, contra os que votam a favor do ensino religioso na
d) Ao se revogarem o emprego de carros-placa na escola pública, consistem nos altos custos econômicos
propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma de- que acarretarão tal medida.
monstração de mau gosto. (D) O número de templos em atividade na cidade
e) Não sensibilizavam aos possíveis interessados de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em
em apartamentos de luxo a visão grotesca daqueles ve- proporção maior do que ocorrem com o número de es-
lhos carros-placa. colas públicas.
(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Fiz as correções entre parênteses: como a regulação natural do mercado sinalizam para
a) Destinam-se (destina-se) aos homens-placa um lu- as inconveniências que adviriam da adoção do ensino
gar visível nas ruas e nas praças, ao passo que lhes é supri- religioso nas escolas públicas.
mida a visibilidade social.
b) As duas tábuas em que se comprimem (comprime) (A) Provocam = provoca (o posicionamento)
o famigerado homem-placa carregam ditos que soam irô- (B) Sempre deverão haver bons motivos = deverá haver
nicos, como “compro ouro”. (C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto,
c) Não se compara aos vexames dos homens-placa a contra os que votam a favor do ensino religioso na escola
exposição pública a que se submetem os guardadores de pública, consistem = consiste.
carros. (D) O número de templos em atividade na cidade de
d) Ao se revogarem (revogar) o emprego de carros- São Paulo vêm gradativamente aumentando, em propor-
-placa na propaganda imobiliária, poupou-se a todos uma ção maior do que ocorrem = ocorre
demonstração de mau gosto. (E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como
e) Não sensibilizavam (sensibilizava) aos possíveis in- a regulação natural do mercado sinalizam para as inconve-
teressados em apartamentos de luxo a visão grotesca da- niências que adviriam da adoção do ensino religioso nas
queles velhos carros-placa. escolas públicas.

RESPOSTA: “C”. RESPOSTA: “E”.

4-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011) 6-) (TRE/PA- ANALISTA JUDICIÁRIO – FGV/2011)
Assinale a palavra que tenha sido acentuada seguindo a Segundo o Manual de Redação da Presidência da Repú-
mesma regra que distribuídos. blica, NÃO se deve usar Vossa Excelência para
(A) sócio (A) embaixadores.
(B) sofrê-lo (B) conselheiros dos Tribunais de Contas estaduais.
(C) lúcidos (C) prefeitos municipais.
(D) constituí (D) presidentes das Câmaras de Vereadores.
(E) órfãos (E) vereadores.

109
LÍNGUA PORTUGUESA

(...) O uso do pronome de tratamento Vossa Senhoria (D) As instituições fundamentais de um regime demo-
(abreviado V. Sa.) para vereadores está correto, sim. Numa crático não pode (podem) estar subordinado (subordina-
Câmara de Vereadores só se usa Vossa Excelência para o seu das) às ordens indiscriminadas de um único poder central.
presidente, de acordo com o Manual de Redação da Presi- (E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) vol-
dência da República (1991). tados (voltado) para o momento eleitoral, que expõem (ex-
(Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece- põe) as diferentes opiniões existentes na sociedade.
-detail.php?id=393)
RESPOSTA: “A”.
RESPOSTA: “E”.
9-) (TRE/AL – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC/2010)
A frase que admite transposição para a voz passiva é:
7-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010)
(A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sa-
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
grado.
ciedade como tais. (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
Transpondo para a voz ativa a frase acima, o verbo grande diversidade de fenômenos.
passará a ser, corretamente, (C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da so-
(A) perceba. ciedade, a própria sociedade e seu instrumento de uni-
(B) foi percebido. ficação.
(C) tenham percebido. (D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto
(D) devam perceber. da vida (...).
(E) estava percebendo. (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar ilu-
dido e da falsa consciência.
... valores e princípios que sejam percebidos pela so-
ciedade como tais = dois verbos na voz passiva, então te- (A) O cúmulo da ilusão é também o cúmulo do sagra-
remos um na ativa: que a sociedade perceba os valores e do.
princípios... (B) O conceito de espetáculo unifica e explica uma
grande diversidade de fenômenos.
RESPOSTA: “A” - Uma grande diversidade de fenômenos é unificada e
explicada pelo conceito...
(C) O espetáculo é ao mesmo tempo parte da socieda-
8-) (TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A
de, a própria sociedade e seu instrumento de unificação.
concordância verbal e nominal está inteiramente corre-
(D) As imagens fluem desligadas de cada aspecto da
ta na frase: vida (...).
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e (E) Por ser algo separado, ele é o foco do olhar iludido
valores que determinam as escolhas dos governantes, e da falsa consciência.
para conferir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes RESPOSTA: “B”.
devem ser embasados na percepção dos valores e prin-
cípios que regem a prática política. 10-) (MPE/AM - AGENTE DE APOIO ADMINISTRA-
(C) Eleições livres e diretas é garantia de um verda- TIVO - FCC/2013) “Quando a gente entra nas serrarias,
deiro regime democrático, em que se respeita tanto as vê dezenas de caminhões parados”, revelou o analista
liberdades individuais quanto as coletivas. ambiental Geraldo Motta.
(D) As instituições fundamentais de um regime de- Substituindo-se Quando por Se, os verbos subli-
mocrático não pode estar subordinado às ordens indis- nhados devem sofrer as seguintes alterações:
criminadas de um único poder central. (A) entrar − vira
(E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados (B) entrava − tinha visto
para o momento eleitoral, que expõem as diferentes (C) entrasse − veria
opiniões existentes na sociedade. (D) entraria − veria
(E) entrava − teria visto
Fiz os acertos entre parênteses:
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores
Se a gente entrasse (verbo no singular) na serraria, ve-
que determinam as escolhas dos governantes, para confe-
ria = entrasse / veria.
rir legitimidade a suas decisões.
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes de- RESPOSTA: “C”.
vem (deve) ser embasados (embasada) na percepção dos
valores e princípios que regem a prática política.
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um ver-
dadeiro regime democrático, em que se respeita (respei-
tam) tanto as liberdades individuais quanto as coletivas.

110
INFORMÁTICA BÁSICA

Noções de informática: conceitos. ................................................................................................................................................................... 01


Componentes dos sistemas de computação: hardware e software. ................................................................................................... 01
Software Básico, software utilitário, software aplicativo e software livre: conceitos. .................................................................... 01
Rede de computadores (cabeadas e wireless) e equipamentos de conectividade: conceitos e aplicações. ....................... 70
Conceitos, funções e aplicações de Intranet e Internet. .......................................................................................................................... 55
Tipos e características dos navegadores e dispositivos móveis. ........................................................................................................... 55
Conceitos sobre tecnologias e ferramentas de colaboração, computação na nuvem, correio eletrônico e webmail, grupos
de discussão, fóruns, wikis e redes sociais. ................................................................................................................................................... 55
Sistema Operacional Windows 7/8.1(Português), Linux e LibreOffice 5.3.7 (Português): conceitos, interface, comandos,
funções, recursos e usabilidade. ........................................................................................................................................................................ 01
Editor de texto MS Word 2007/2010/2013/2016 (Português): conceitos, comandos, recursos e usabilidade. ................. 21
Planilha eletrônica MS Excel 2007/2010/2013/2016 (Português): conceitos, comandos, recursos e usabilidade (interface,
bancos de dados, criação de planilhas, referências a células, cópia lógica, uso de fórmulas e funções, modelos, geração
de gráficos, formatação de células e impressão). ....................................................................................................................................... 21
Redes de computadores e Internet: conceitos, tecnologias, ferramentas, aplicativos e serviços. Segurança da Informação:
conceitos, princípios, problemas, ameaças, ataques. ................................................................................................................................ 70
Backup e antivírus.................................................................................................................................................................................................... 64
INFORMÁTICA BÁSICA

Prof. Ovidio Lopes da Cruz Netto

- Doutor em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.


- Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC.
- Pós Graduado em Engenharia de Software pela Universidade São Judas Tadeu.
- Pós Graduado em Formação de Docentes para o Ensino Superior pela Universidade Nove de Julho.
- Graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Mogi das Cruzes – UMC

CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM


AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS (XP/7/8).
CONCEITOS, UTILIZAÇÃO E CONFIGURAÇÃO DE HARDWARE E SOFTWARE EM
AMBIENTE DE MICROINFORMÁTICA.
USO DOS RECURSOS, AMBIENTE DE TRABALHO, ARQUIVO, PASTAS,
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS, FORMATAÇÃO, LOCALIZAÇÃO DE ARQUIVOS,
LIXEIRA, ÁREA DE TRANSFERÊNCIA E BACKUP.

1. Conceitos e fundamentos básicos de informática

A Informática é um meio para diversos fins, com isso acaba atuando em todas as áreas do conhecimento. A sua utiliza-
ção passou a ser um diferencial para pessoas e empresas, visto que, o controle da informação passou a ser algo fundamen-
tal para se obter maior flexibilidade no mercado de trabalho. Logo, o profissional, que melhor integrar sua área de atuação
com a informática, atingirá, com mais rapidez, os seus objetivos e, consequentemente, o seu sucesso, por isso em quase
todos editais de concursos públicos temos Informática.
1.1. O que é informática?
Informática pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e téc-
nicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: O computador.
A palavra informática originou-se da junção de duas outras palavras: informação e automática. Esse princípio básico
descreve o propósito essencial da informática: trabalhar informações para atender as necessidades dos usuários de maneira
rápida e eficiente, ou seja, de forma automática e muitas vezes instantânea.
Nesse contexto, a tecnologia de hardwares e softwares é constantemente atualizada e renovada, dando origem a equi-
pamentos eletrônicos que atendem desde usuários domésticos até grandes centros de tecnologia.

1.2. O que é um computador?


O computador é uma máquina que processa dados, orientado por um conjunto de instruções e destinado a produzir
resultados completos, com um mínimo de intervenção humana. Entre vários benefícios, podemos citar:
: grande velocidade no processamento e disponibilização de informações;
: precisão no fornecimento das informações;
: propicia a redução de custos em várias atividades
: próprio para execução de tarefas repetitivas;
Como ele funciona?
Em informática, e mais especialmente em computadores, a organização básica de um sistema será na forma de:

Figura 1: Etapas de um processamento de dados.

1
INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos observar agora, alguns pontos fundamentais com arquivos dos mais diferentes formatos de compressão,
para o entendimento de informática em concursos públi- tais como: ACE, ARJ, BZ2, CAB, GZ, ISO, JAR, LZH, RAR, TAR,
cos. UUEncode, ZIP, 7Z e Z. Também suporta arquivos de até
Hardware, são os componentes físicos do computador, 8.589 bilhões de Gigabytes!
ou seja, tudo que for tangível, ele é composto pelos peri- Chat é um termo da língua inglesa que se pode tra-
féricos, que podem ser de entrada, saída, entrada-saída ou duzir como “bate-papo” (conversa). Apesar de o conceito
apenas saída, além da CPU (Unidade Central de Processa- ser estrangeiro, é bastante utilizado no nosso idioma para
mento) fazer referência a uma ferramenta (ou fórum) que permite
Software, são os programas que permitem o funciona- comunicar (por escrito) em tempo real através da Internet.
mento e utilização da máquina (hardware), é a parte lógica Principais canais para chats são os portais, como Uol,
do computador, e pode ser dividido em Sistemas Operacio- Terra, G1, e até mesmo softwares de serviços mensageiros
nais, Aplicativos, Utilitários ou Linguagens de Programação. como o Skype, por exemplo.
O primeiro software necessário para o funcionamento Um e-mail hoje é um dos principais meios de comuni-
de um computador é o Sistema Operacional (Sistema Ope- cação, por exemplo:
racional). Os diferentes programas que você utiliza em um
computador (como o Word, Excel, PowerPoint etc) são os canaldoovidio@gmail.com
aplicativos. Já os utilitários são os programas que auxiliam
na manutenção do computador, o antivírus é o principal Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer
exemplo, e para finalizar temos as Linguagens de Progra- na, o gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
mação que são programas que fazem outros programas, Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
como o JAVA por exemplo. em um único computador, sem necessariamente estarmos
Importante mencionar que os softwares podem ser conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
livres ou pagos, no caso do livre, ele possui as seguintes e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
características: Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
• O usuário pode executar o software, para qualquer derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
uso. programas, assim como vários outros que servem à mesma
• Existe a liberdade de estudar o funcionamento do finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
programa e de adaptá-lo às suas necessidades. sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
• É permitido redistribuir cópias. Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
• O usuário tem a liberdade de melhorar o progra- Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia
ma e de tornar as modificações públicas de modo que a com o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de
comunidade inteira beneficie da melhoria. teclado para a realização de diversas funções dentro do
Entre os principais sistemas operacionais pode-se des- Outlook. Para você começar os seus estudos, anote alguns
tacar o Windows (Microsoft), em suas diferentes versões, atalhos simples. Para criar um novo e-mail, basta apertar
o Macintosh (Apple) e o Linux (software livre criado pelo Ctrl + Shift + M e para excluir uma determinada mensagem
finlandês Linus Torvalds), que apresenta entre suas versões aposte no atalho Ctrl + D. Levando tudo isso em considera-
o Ubuntu, o Linux Educacional, entre outras. ção inclua os atalhos de teclado na sua rotina de estudos e
É o principal software do computador, pois possibilita vá preparado para o concurso com os principais na cabeça.
que todos os demais programas operem. Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para pro-
Android é um Sistema Operacional desenvolvido pelo fissionais que compartilham uma mesma área é o compartilha-
Google para funcionar em dispositivos móveis, como Smar- mento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
tphones e Tablets. Sua distribuição é livre, e qualquer pessoa Por isso mesmo é importante que você tenha o conhe-
pode ter acesso ao seu código-fonte e desenvolver aplicati- cimento da técnica na hora de fazer uma prova de con-
vos (apps) para funcionar neste Sistema Operacional. curso que exige os conhecimentos básicos de informática,
iOS, é o sistema operacional utilizado pelos aparelhos pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores
fabricados pela Apple, como o iPhone e o iPad. chances de aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante
2. Conhecimento e utilização dos principais softwares do Outlook que permite que o usuário organize de forma
utilitários (compactadores de arquivos, chat, clientes de completa a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, com-
e-mails, reprodutores de vídeo, visualizadores de imagem) promissos e reuniões de maneira organizada por dia, de
forma a ter um maior controle das atividades que devem
Os compactadores de arquivos servem para transfor- ser realizadas durante o seu dia a dia.
mar um grupo de arquivos em um único arquivo e ocu- Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permi-
pando menos memória, ficou muito famoso como o termo te que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou
zipar um arquivo. parte dele com quem você desejar, de forma a permitir
Hoje o principal programa é o WINRAR para Windows, que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que
inclusive com suporte para outros formatos. Compacta em pode ser uma ótima pedida para profissionais dentro de
média de 8% a 15% a mais que o seu principal concorrente, uma mesma equipe, principalmente quando um determi-
o WinZIP. WinRAR é um dos únicos softwares que trabalha nado membro entra de férias.

2
INFORMÁTICA BÁSICA

Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 2: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.
Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.
Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.

Assunto: campo onde será inserida uma breve descrição, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase sobre o
conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode levar o
destinatário a não dar a devida importância à mensagem ou até mesmo desconsiderá-la.
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é equivalente à folha onde será digitada a mensagem.
A mensagem, após digitada, pode passar pelas formatações existentes na barra de formatação do Outlook:
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma
criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que
funciona como uma página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e
senha. Desta forma, o usuário ganha mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está
instalado para acessar seu e-mail.

3
INFORMÁTICA BÁSICA

A popularização da banda larga e dos serviços de e-mail com grande capacidade de armazenamento está aumentan-
do a circulação de vídeos na Internet. O problema é que a profusão de formatos de arquivos pode tornar a experiência
decepcionante.
A maioria deles depende de um único programa para rodar. Por exemplo, se a extensão é MOV, você vai necessitar do
QuickTime, da Apple. Outros, além de um player de vídeo, necessitam do “codec” apropriado. Acrônimo de “COder/DECo-
der”, codec é uma espécie de complemento que descomprime - e comprime - o arquivo. É o caso do MPEG, que roda no
Windows Media Player, desde que o codec esteja atualizado - em geral, a instalação é automática.
Com os três players de multimídia mais populares - Windows Media Player, Real Player e Quicktime -, você dificilmente
encontrará problemas para rodar vídeos, tanto offline como por streaming (neste caso, o download e a exibição do vídeo
são simultâneos, como na TV Terra).
Atualmente, devido à evolução da internet com os mais variados tipos de páginas pessoais e redes sociais, há uma
grande demanda por programas para trabalhar com imagens. E, como sempre é esperado, em resposta a isso, também há
no mercado uma ampla gama de ferramentas existentes que fazem algum tipo de tratamento ou conversão de imagens.
Porém, muitos destes programas não são o que se pode chamar de simples e intuitivos, causando confusão em seu
uso ou na manipulação dos recursos existentes. Caso o que você precise seja apenas um programa para visualizar imagens
e aplicar tratamentos e efeitos simples ou montar apresentações de slides, é sempre bom dar uma conferida em alguns
aplicativos mais leves e com recursos mais enxutos como os visualizadores de imagens.
Abaixo, segue uma seleção de visualizadores, muitos deles trazendo os recursos mais simples, comuns e fáceis de se
utilizar dos editores, para você que não precisa de tantos recursos, mas ainda assim gosta de dar um tratamento especial
para as suas mais variadas imagens.
O Picasa está com uma versão cheia de inovações que faz dele um aplicativo completo para visualização de fotos e
imagens. Além disso, ele possui diversas ferramentas úteis para editar, organizar e gerenciar arquivos de imagem do com-
putador.
As ferramentas de edição possuem os métodos mais avançados para automatizar o processo de correção de imagens.
No caso de olhos vermelhos, por exemplo, o programa consegue identificar e corrigir todos os olhos vermelhos da foto
automaticamente sem precisar selecionar um por um. Além disso, é possível cortar, endireitar, adicionar textos, inserir efei-
tos, e muito mais.
Um dos grandes destaques do Picasa é sua poderosa biblioteca de imagens. Ele possui um sistema inteligente de ar-
mazenamento capaz de filtrar imagens que contenham apenas rostos. Assim você consegue visualizar apenas as fotos que
contém pessoas.
Depois de tudo organizado em seu computador, você pode escolher diversas opções para salvar e/ou compartilhar
suas fotos e imagens com amigos e parentes. Isso pode ser feito gravando um CD/DVD ou enviando via Web. O programa
possui integração com o PicasaWeb, o qual possibilita enviar um álbum inteiro pela internet em poucos segundos.
O  IrfanView  é um visualizador de imagem muito leve e com uma interface gráfica simples porém otimizada e fácil
de utilizar, mesmo para quem não tem familiaridade com este tipo de programa. Ele também dispõe de alguns recursos
simples de editor. Com ele é possível fazer operações como copiar e deletar imagens até o efeito de remoção de olhos ver-
melhos em fotos. O programa oferece alternativas para aplicar efeitos como texturas e alteração de cores em sua imagem
por meio de apenas um clique.
Além disso sempre é possível a visualização de imagens pelo próprio gerenciador do Windows.

3.Identificação e manipulação de arquivos

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos – são registros digitais criados e salvos através de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos a
Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones – são imagens representativas associadas a programas, arquivos, pastas ou atalhos. As duas figuras mostradas
nos itens anteriores são ícones. O primeiro representa uma pasta e o segundo, um arquivo criado no programa Excel.
Atalhos – são ícones que indicam um caminho mais curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
Clicando com o botão direito do mouse sobre um espaço vazio da área de trabalho, temos as seguintes opções, de
organização:

4
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 3: Organizar ícones

-Nome: Organiza os ícones por ordem alfabética de nomes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tamanho: Organiza os ícones pelo seu tamanho em bytes, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de
trabalho.
-Tipo: Organiza os ícones em grupos de tipos, por exemplo, todas as pastas ficarão ordenadas em sequência, depois
todos os arquivos, e assim por diante, permanecendo inalterados os ícones padrão da área de trabalho.
-Modificado em: Organiza os ícones pela data da última alteração, permanecendo inalterados os ícones padrão da área
de trabalho.
-Organizar automaticamente: Não permite que os ícones sejam colocados em qualquer lugar na área de trabalho.
Quando arrastados pelo usuário, ao soltar o botão esquerdo, o ícone voltará ao seu lugar padrão.
-Alinhar à grade: estabelece uma grade invisível para alinhamento dos ícones.
-Mostrar ícones da área de trabalho: Oculta ou mostra os ícones colocados na área de trabalho, inclusive os ícones
padrão, como Lixeira, Meu Computador e Meus Documentos.
-Bloquear itens da Web na área de trabalho: Bloquea recursos da Internet ou baixados em temas da web e usados na
área de trabalho.
-Executar assistente para limpeza da área de trabalho:
Inicia um assistente para eliminar da área de trabalho ícones que não estão sendo utilizados.
Para acessar o Windows Explorer, basta clicar no botão Windows, Todos os Programas, Acessórios, Windows Explorer,
ou usar a tecla do Windows+E. O Windows Explorer é um ambiente do Windows onde podemos realizar o gerenciamento
de arquivos e pastas. Nele, temos duas divisões principais: o lado esquerdo, que exibe as pastas e diretórios em esquema
de hierarquia e o lado direito que exibe o conteúdo das pastas e diretórios selecionados do lado esquerdo.
Quando clicamos, por exemplo, sobre uma pasta com o botão direito do mouse, é exibido um menu suspenso com
diversas opções de ações que podem ser realizadas. Em ambos os lados (esquerdo e direito) esse procedimento ocorre,
mas do lado esquerdo, não é possível visualizar a opção “Criar atalho”, como é possível observar nas figuras a seguir:

5
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 4: Windows Explorer – botão direito

A figura a cima mostra as opções exibidas no menu suspenso quando clicamos na pasta DOWNLOADS com o botão
direito do mouse, do lado esquerdo do Windows Explorer.
No Windows Explorer podemos realizar facilmente opções de gerenciamento como copiar, recortar, colar e mover,
pastas e arquivos.

-Copiar e Colar: consiste em criar uma cópia idêntica da pasta, arquivo ou atalho selecionado. Para essa tarefa, pode-
mos adotar os seguintes procedimentos:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “copiar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+C. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.
Dessa forma, teremos o mesmo arquivo ou pasta em mais de um lugar no computador.

-Recortar e Colar: Esse procedimento retira um arquivo ou pasta de um determinado lugar e o coloca em outro. É como
se recortássemos uma figura de uma revista e a colássemos em um caderno. O que recortarmos ficará apenas em um lugar
do computador.
Os passos necessários para recortar e colar, são:
1º) Selecione o item desejado;
2º) Clique com o botão direito do mouse e depois com o esquerdo em “recortar”. Se preferir, pode usar as teclas de
atalho CTRL+X. Esses passos criarão uma cópia do arquivo ou pasta na memória RAM do computador, mas a cópia ainda
não estará em nenhum lugar visível do sistema operacional.
3º) Clique com o botão direito do mouse no local onde deseja deixar a cópia e depois, com o esquerdo, clique em
“colar”. Também podem ser usadas as teclas CTRL + V, para efetivar o processo de colagem.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, podemos clicar
com o botão direito do mouse sobre eles e depois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez sobre o objeto
desejado e depois pressionar o botão delete, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para lixeira o que foi excluído,
sendo possível a restauração, caso haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo enviado para a lixeira, pode-
mos, após abri-la, restaurar o que desejarmos.

6
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 5: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode ser feita com um clique com o botão direito do mouse sobre o item de-
sejado e depois, outro clique com o esquerdo em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho muito grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira. Sempre
que algo for ser excluído, aparecerá uma mensagem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele item para a Lixeira,
ou avisando que o que foi selecionado será permanentemente excluído. Outra forma de excluir documentos ou pastas sem
que eles fiquem armazenados na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
No Linux a forma mais tradicional para se manipular arquivos é com o comando chmod que altera as permissões de
arquivos ou diretórios. É um comando para manipulação de arquivos e diretórios que muda as permissões para acesso
àqueles, por exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode passar a ser apenas leitura, impedindo que
seu conteúdo seja alterado.

4. Backup de arquivos

O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão acidentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados originais
do disco rígido forem apagados ou substituídos acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um defeito do disco
rígido, você poderá restaurar facilmente os dados usando a cópia arquivada.

4.1. Tipos de Backup


Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. Mas e
se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidentalmente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, é aí que a coisa
começa a ficar mais legal. É nessa hora que entram as estratégias de backup.
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado com backups, a maioria pensará que um backup é somente uma
cópia idêntica de todos os dados do computador. Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de terça-feira, e
nada mudou no computador durante o dia todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta seria idêntico àquele
criado na terça. Apesar de ser possível configurar backups desta maneira, é mais provável que você não o faça. Para enten-
der mais sobre este assunto, devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
• Backups incrementais;
• Backups diferenciais;
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os dis-
positivos de backup correspondentes), independente de versões anteriores ou de alterações nos arquivos desde o último
backup. Este tipo de backup é o tradicional e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando pensam em backup:
guardar TODAS as informações. Outra característica do backup completo é que ele é o ponto de início dos outros métodos
citados abaixo. Todos usam este backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas em cada um dos métodos.
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos para a mídia de backup. Conforme mencionado anteriormente, se os
dados sendo copiados nunca mudam, cada backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ocorre devido ao fato
que um backup completo não verifica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia tudo indiscriminadamente

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INFORMÁTICA BÁSICA

para a mídia de backup, tendo modificações ou não. Esta O armazenamento deve ser sempre levado em con-
é a razão pela qual os backups completos não são feitos o sideração, onde o administrador desses backups deve
tempo todo Todos os arquivos seriam gravados na mídia se preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda
de backup. Isto significa que uma grande parte da mídia adequadamente às necessidades de todos, e também
de backup é usada mesmo que nada tenha sido alterado. assegurar que os backups estejam disponíveis para a
Fazer backup de 100 gigabytes de dados todas as noites pior das situações.
quando talvez 10 gigabytes de dados foram alterados não Após todas as técnicas de backups estarem efetiva-
é uma boa prática; por este motivo os backups incremen- das deve-se garantir os testes para que com o passar
tais foram criados. do tempo não fiquem ilegíveis.
Já os backups incrementais primeiro verificam se o
horário de alteração de um arquivo é mais recente que o 4.3. Recomendações para proteger seus backups
horário de seu último backup, por exemplo, já atuei em
uma Instituição, onde todos os backups eram programa- Fazer backups é uma excelente prática de seguran-
dos para a quarta-feira. ça básica. Agora lhe damos conselhos simples para que
A vantagem principal em usar backups incrementais você esteja a salvo no dia em que precisar deles:
é que rodam mais rápido que os backups completos. A 1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escri-
principal desvantagem dos backups incrementais é que tório, e, se for possível, em algum recipiente à prova
para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces- de incêndios, como os cofres onde você guarda seus
sário procurar em um ou mais backups incrementais até documentos e valores importantes.
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo 2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as
completo, é necessário restaurar o último backup completo mantenha em lugares separados.
e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten- 3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups,
tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os é melhor comprimir os arquivos que já sejam muito
backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira- antigos (quase todos os programas de backup contam
mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial. com essa opção), assim você não desperdiça espaço
Os backups diferenciais, também só copia arquivos al- útil.
terados desde o último backup, mas existe uma diferen- 4. Proteja seus backups com uma senha, de manei-
ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup ra que sua informação fique criptografada o suficiente
completo, importante mencionar que essa técnica ocasio- para que ninguém mais possa acessá-la. Se sua infor-
na o aumento progressivo do tamanho do arquivo. mação é importante para seus entes queridos, imple-
Os backups delta sempre armazena a diferença entre mente alguma forma para que eles possam saber a se-
as versões correntes e anteriores dos arquivos, começan- nha se você não estiver presente.
do a partir de um backup completo e, a partir daí, a cada
novo backup são copiados somente os arquivos que foram 5. Conceitos básicos de Hardware (Placa mãe, me-
alterados enquanto são criados hardlinks para os arquivos mórias, processadores (CPU) e disco de armazenamen-
que não foram alterados desde o último backup. Esta é a to HDs, CDs e DVDs)
técnica utilizada pela Time Machine da Apple e por ferra- Os gabinetes são dotados de fontes de alimenta-
mentas como o rsync. ção de energia elétrica, botão de ligar e desligar, botão
de reset, baias para encaixe de drives de DVD, CD, HD,
4.2. Mídias saídas de ventilação e painel traseiro com recortes para
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados encaixe de placas como placa mãe, placa de som, vídeo,
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo rede, cada vez mais com saídas USBs e outras.
baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena- No fundo do gabinete existe uma placa de metal
mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está onde será fixada a placa mãe. Pelos furos nessa placa é
sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen- possível verificar se será possível ou não fixar determi-
cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário nada placa mãe em um gabinete, pois eles têm que ser
manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem proporcionais aos furos encontrados na placa mãe para
o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um parafusá-la ou encaixá-la no gabinete.
arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa. Placa-mãe, é a placa principal, formada por um con-
Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados junto de circuitos integrados (“chip set“) que reconhece
como um meio de backup. No entanto, os preços de ar- e gerencia o funcionamento dos demais componentes
mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos, do computador.
usar drives de disco para armazenamento de backup faz Se o processador pode ser considerado o “cérebro”
sentido. A razão principal para usar drives de disco como do computador, a placa-mãe (do inglês motherboard)
um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de representa a espinha dorsal, interligando os demais pe-
armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode riféricos ao processador.
ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen- O disco rígido, do inglês hard disk, também conhe-
tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co- cido como HD, serve como unidade de armazenamento
piados é grande. permanente, guardando dados e programas.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos, se necessário.
Esses discos giram a uma alta velocidade e tem seus dados gravados ou acessados por um braço móvel composto por
um conjunto de cabeças de leitura capazes de gravar ou acessar os dados em qualquer posição nos discos.
Dessa forma, os computadores digitais (que trabalham com valores discretos) são totalmente binários. Toda informação
introduzida em um computador é convertida para a forma binária, através do emprego de um código qualquer de arma-
zenamento, como veremos mais adiante.
A menor unidade de informação armazenável em um computador é o algarismo binário ou dígito binário, conhecido
como bit (contração das palavras inglesas binarydigit). O bit pode ter, então, somente dois valores: 0 e 1.
Evidentemente, com possibilidades tão limitadas, o bit pouco pode representar isoladamente; por essa razão, as infor-
mações manipuladas por um computador são codificadas em grupos ordena- dos de bits, de modo a terem um significado
útil.
O menor grupo ordenado de bits representando uma informação útil e inteligível para o ser humano é o byte (leia-se
“baite”).
Como os principais códigos de representação de caracteres utilizam grupos de oito bits por caracter, os conceitos de
byte e caracter tornam-se semelhantes e as palavras, quase sinônimas.
É costume, no mercado, construírem memórias cujo acesso, armazenamento e recuperação de informações são efetua-
dos byte a byte. Por essa razão, em anúncios de computadores, menciona-se que ele possui “512 mega bytes de memória”;
por exemplo, na realidade, em face desse costume, quase sempre o termo byte é omitido por já subentender esse valor.
Para entender melhor essas unidades de memórias, veja a imagem abaixo:

Figura 6: Unidade de medida de memórias

Em resumo, a cada degrau que você desce na Figura 3 é só você dividir por 1024 e a cada degrau que você sobe basta
multiplicar por 1024. Vejamos dois exemplos abaixo:

Transformar 4 gigabytes em kilobytes: Transformar 16422282522 kilobytes em terabytes:


4 * 1024 = 4096 megabytes 16422282522 / 1024 = 16037385,28 megabytes
4096 * 1024 = 4194304 kilobytes. 16037385,28 / 1024 = 15661,51 gigabytes
15661,51 / 1024 = 15,29 terabytes.

USB é abreviação de “Universal Serial Bus”. É a porta de entrada mais usada atualmente.


Além de ser usado para a conexão de todo o tipo de dispositivos, ele fornece uma pequena quantidade de energia. Por
isso permite que os conectores USB sejam usados por carregadores, luzes, ventiladores e outros equipamentos.

A fonte de energia do computador ou, em inglês é responsável por converter a voltagem da energia elétrica, que chega
pelas tomadas, em voltagens menores, capazes de ser suportadas pelos componentes do computador.

Monitor de vídeo
Normalmente um dispositivo que apresenta informações na tela de LCD, como um televisor atual.
Outros monitores são sensíveis ao toque (chamados de touchscreen), onde podemos escolher opções tocando em
botões virtuais, apresentados na tela.

Impressora
Muito popular e conhecida por produzir informações impressas em papel.
Atualmente existem equipamentos chamados impressoras multifuncionais, que comportam impressora, scanner e fo-
tocopiadoras num só equipamento.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Pen drive é a mídia portátil mais utilizada pelos usuá- ... RISC são arquiteturas de carga-armazenamento, en-
rios de computadores atualmente. quanto que a maior parte das arquiteturas CISC permite
Ele não precisar recarregar energia para manter os da- que outras operações também façam referência à memória.
dos armazenados. Isso o torna seguro e estável, ao contrá- Possuem um clock interno de sincronização que define
rio dos antigos disquetes. É utilizado através de uma porta a velo- cidade com que o processamento ocorre. Essa velo-
USB (Universal Serial Bus). cidade é medida em Hertz. Segundo Amigo (2008):
Em um computador, a velocidade do clock se refere ao
Cartões de memória, são baseados na tecnologia flash, número de pulsos por segundo gerados por um oscilador
semelhante ao que ocorre com a memória RAM do com- (dispositivo eletrônico que gera sinais), que determina o
putador, existe uma grande variedade de formato desses tempo necessário para o processador executar uma instru-
cartões. ção. Assim para avaliar a performance de um processador,
São muito utilizados principalmente em câmeras foto- medimos a quantidade de pulsos gerados em 1 segundo e,
gráficas e telefones celulares. Podem ser utilizados também para tanto, utilizamos uma unidade de medida de frequên-
em microcomputadores. cia, o Hertz.

BIOS é o Basic Input/Output System, ou Sistema Básico


de Entrada e Saída, trata-se de um mecanismo responsável
por algumas atividades consideradas corriqueiras em um
computador, mas que são de suma importância para o cor-
reto funcionamento de uma máquina.
Se a BIOS para de funcionar, o PC também para! Ao
iniciar o PC, a BIOS faz uma varredura para detectar e iden-
tificar todos os componentes de hardware conectados à
máquina.
Só depois de todo esse processo de identificação é que
a BIOS passa o controle para o sistema operacional e o
boot acontece de verdade.

Diferentemente da memória RAM, as memórias ROM Figura 7: Esquema Processador


(Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) não
são voláteis, mantendo os dados gravados após o desliga- Na placa mãe são conectados outros tipos de placas,
mento do computador. com seus circuitos que recebem e transmite dados para
As primeiras ROM não permitiam a regravação de seu desempenhar tarefas como emissão de áudio, conexão à
conteúdo. Atualmente, existem variações que possibilitam Internet e a outros computadores e, como não poderia fal-
a regravação dos dados por meio de equipamentos espe- tar, possibilitar a saída de imagens no monitor.
ciais. Essas memórias são utilizadas para o armazenamento Essas placas, muitas vezes, podem ter todo seu hard-
do BIOS. ware reduzido a chips, conectados diretamente na placa
mãe, utilizando todos os outros recursos necessários, que
O processador que é uma peça de computador que não estão implementa- dos nesses chips, da própria mo-
contém instruções para realizar tarefas lógicas e matemá- therboard. Geralmente esse fato implica na redução da ve-
ticas. O processador é encaixado na placa mãe através do locidade, mas hoje essa redução é pouco considerada, uma
socket, ele que processa todas as informações do compu- vez que é aceitável para a maioria dos usuários.
tador, sua velocidade é medida em Hertz e os fabricantes No entanto, quando se pretende ter maior potência de
mais famosos são Intel e AMD. som, melhor qualidade e até aceleração gráfica de imagens
O processador do computador (ou CPU – Unidade e uma rede mais veloz, a opção escolhida são as placas off
Central de Processamento) é uma das partes principais do board. Vamos conhecer mais sobre esse termo e sobre as
hardware do computador e é responsável pelos cálculos, placas de vídeo, som e rede:
execução de tarefas e processamento de dados. Placas de vídeo são hardwares específicos para traba-
Contém um conjunto de restritos de células de memó- lhar e projetar a imagem exibida no monitor. Essas placas
ria chamados registradores que podem ser lidos e escritos podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na
muito mais rapidamente que em outros dispositivos de placa mãe, ou off board, conectadas em slots presentes
memória. Os registra- dores são unidades de memória que na placa mãe. São considerados dispositivos de saída de
representam o meio mais caro e rápido de armazenamento dados, pois mostram ao usuário, na forma de imagens, o
de dados. Por isso são usados em pequenas quantidades resultado do processamento de vários outros dados.
nos processadores. Você já deve ter visto placas de vídeo com especifica-
Em relação a sua arquitetura, se destacam os modelos ções 1x, 2x, 8x e assim por diante. Quanto maior o número,
RISC (Reduced Instruction Set Computer) e CISC (Complex maior será a quantidade de dados que passarão por se-
Instruction Set Computer). Segundo Carter [s.d.]: gundo por essa placa, o que oferece imagens de vídeo, por
exemplo, com velocidade cada vez mais próxima da reali-

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INFORMÁTICA BÁSICA

dade. Além dessa velocidade, existem outros itens importantes de serem observados em uma placa de vídeo: aceleração
gráfica 3D, resolução, quantidade de cores e, como não poderíamos esquecer, qual o padrão de encaixe na placa mãe que
ela deverá usar (atualmente seguem opções de PCI ou AGP). Vamos ver esses itens um a um:
Placas de som são hardwares específicos para trabalhar e projetar a sons, seja em caixas de som, fones de ouvido ou
microfone. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conectadas em slots
presentes na placa mãe. São dispositivos de entrada e saída de dados, pois tanto permitem a inclusão de dados (com a entrada
da voz pelo microfone, por exemplo) como a saída de som (através das caixas de som, por exemplo).
Placas de rede são hardwares específicos para integrar um computador a uma rede, de forma que ele possa enviar e
receber informações. Essas placas podem ser onboard, ou seja, com chipset embutido na placa mãe, ou offboard, conecta-
das em slots presentes na placa mãe.
Alguns dados importantes a serem observados em uma placa de rede são: a arquitetura de rede que atende os tipos
de cabos de rede suportados e a taxa de transmissão.

6. Periféricos de computadores

Para entender o suficiente sobre periféricos para concurso público é importante entender que os periféricos são os
componentes (hardwares) que estão sempre ligados ao centro dos computadores.
Os periféricos são classificados como:
Dispositivo de Entrada: É responsável em transmitir a informação ao computador. Exemplos: mouse, scanner, microfo-
ne, teclado, Web Cam, Trackball, Identificador Biométrico, Touchpad e outros.
Dispositivos de Saída: É responsável em receber a informação do computador. Exemplos: Monitor, Impressoras, Caixa
de Som, Ploter, Projector de Vídeo e outros.
Dispositivo de Entrada e Saída: É responsável em transmitir e receber informação ao computador. Exemplos: Drive de Dis-
quete, HD, CD-R/RW, DVD, Blu-ray, modem, Pen-Drive, Placa de Rede, Monitor Táctil, Dispositivo de Som e outros.

SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS

Windows assim como tudo que envolve a informática passa por uma atualização constante, os concursos públicos em
seus editais acabam variando em suas versões, por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as versões do Windows
quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um software, um programa de computador desenvolvido por pro-
gramadores através de códigos de programação. Os Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares, são consi-
derados como a parte lógica do computador, uma parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas quando o
computador está em funcionamento. O Sistema Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primeiro a ser instalado
na máquina.
Quando montamos um computador e o ligamos pela primeira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas rotinas
presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos os recursos do computador, com toda a qualidade das placas
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO.
Após sua instalação é possível configurar as placas para que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais
programas, como os softwares aplicativos e utilitários.
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e gerencia os demais programas.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e 64 bits está na forma em que o processador do computador
trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 bits tem que ser instalado em um computador que tenha o proces-
sador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser instalado em um computador de 64 bits.
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segundo o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória que
as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro e para
fora da memória, pelo armazenamento de um número maior desses processos na memória de acesso aleatório (RAM) em
vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso pode aumentar o desempenho geral do programa”.

Windows XP

O Windows XP foi lançado em 2001 e ele era um sistema operacional bastante completo e confiável, por isso pode-se
dizer que ele foi uma versão muito bem sucedida, importante mencionar que o encerramento do seu suporte foi em abril
de 2014.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 8: Tela de login do Windows XP

Figura 9: Desktop do Windows XP

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INFORMÁTICA BÁSICA

Ele foi sucessor de uma versão considerada fracassada Comparando o Windows XP com o Windows 7
que foi o Windows Me (Millennium Edition), lançado em
2000, e é considerado por muitos o principal responsável Estabilidade
em recuperar a confiança dos clientes Microsoft. Seu lança-
mento foi dia 25 de outubro de 2001 e chamou a atenção O Windows 7 é muito mais estável do que o Windo-
por trazer uma nova interface gráfica e eliminar os proble- ws XP, e isso acontece por diversos motivos. Inicialmente
mas de estabilidade encontrados no ME. ele foi desenvolvido para dar maior proteção à memória,
A interface gráfica do Windows XP ficou conhecida por isolando-a de problemas externos. Exemplo clássico: você
ser muito mais intuitiva e agradável, afinal as janelas cinzas, instala um novo driver de placa de vídeo, e ele trava pois
e barras quadradas foram substituídas por uma interface tem um bug. Enquanto o Windows XP trava por completo
colorida, com padrão azul, e botões mais arredondados e (ou o computador é reiniciado), o Windows 7 se recupera
visíveis. Outra grande novidade foi o botão iniciar, que fi- normalmente do travamento utilizando um driver padrão
cou maior, com mais atalhos e possibilidades de fixar pro- de vídeo, e isso não afeta os demais programas abertos.
gramas, mudança essa que permaneceu até o Windows 7. O Windows 7 vem com o Monitor de Confiabilidade.
Outros aspectos visuais trazidos pelo Windows XP, fo- Ele monitora constantemente o computador, salvando in-
ram as novas camadas e efeitos para o desktop, além de formações importantes quando há alguma falha de aplica-
apresentar um papel de parede padrão que viria a se tor- tivo ou do Windows, e com isso o usuário tem um pano-
nar icônico. Os usuários poderiam ainda travar a barra de rama geral que permite concluir que aplicativo ou driver
tarefas e evitar que houvesse mudanças das configurações está causando problemas. Isso é possível pois ele monitora
no espaço. a data de instalação de drivers e programas, execução de
O XP foi apresentado ainda em diferentes edições, aplicativos, updates do Windows, travamento de progra-
além de estar disponível em 32 e 64 bits. A versão Home mas, e tudo mais que possa afetar a estabilidade do sis-
Edition era voltada para o uso doméstico e trazia ferra- tema operacional - e com isso é fácil concluir quando um
mentas mais simples para o usuário comum. Já a edição novo programa ou driver está causando problemas no sis-
Professional tinha como público empresas e usuários com tema operacional. O Monitor de Confiabilidade também
conhecimentos avançados. Houve ainda uma versão Media tem a opção de verificar soluções para todos os problemas
Center Edition, mas esta nunca foi colocada à venda e era listados.
entregue somente sob encomenda. Além disso, o Windows 7 também vem com a opção
Em relação as funcionalidades, o grande destaque foi o de restauração de sistema e drivers, permitindo que você
suporte a dispositivos Plug and Play, famoso plugar e usar retorne a um status ou driver anterior ao atual caso este
que acabou com etapas burocráticas de instalação, não exi- apresente algum problema.
gindo que o computador fosse desligado ao remover um Por fim, o NTFS (tipo de partição) do Windows 7 é mais
dispositivo externo, como um pendrive. completo e avançado do que o do Windows XP, pois é o
Outra novidade na funcionalidade foi a tecnologia mesmo utilizado no Windows Server 2008. Quando ocorre
ClearType, que facilitava a visualização de textos em tela algum problema em disco ou na partição do Windows XP,
LCD, novidades na época. Além disso, ele melhorou o con- por exemplo, o sistema operacional tenta corrigi-lo (às ve-
sumo de energia para a utilização em dispositivos móveis zes durante horas) via chkdsk no próximo boot. O NTFS do
como notebook e tablets, e incluiu a possibilidade de ini- Windows 7, por outro lado, utiliza o self-healing (auto-cor-
cializar a máquina mais rapidamente e hibernar. reção) e o problema é reparado imediatamente sem que o
Além disso, passou a dar suporte às redes Wireless e usuário sequer saiba disso. Além disso, ele permite corrigir
DSL, melhorando a alternância entre contas de usuários, problemas em arquivos de sistema (como o Win32k.sys) -
permitindo que o indivíduo acesse outra conta sem fechar algo que o Windows XP não consegue. Neste item Windo-
seus programas abertos. Além disso, introduziu a funcio- ws 7 x Windows XP, o Windows 7 ganha.
nalidade de assistência remota, o que possibilitou que pes-
soas conectadas à Internet pudessem assumir o controle Usabilidade
da máquina para realizar suporte técnico ou auxiliar uma
tarefa. O Windows 7 facilita o dia-a-dia das pessoas com novi-
Quanto as atualizações e até mesmo o encerramen- dades que tornam as tarefas mais rápidas e eficientes. Entre
to do suporte, pode-se dizer que o XP teve três grandes elas estão:
atualizações, que ficaram conhecidas como Service Packs. - Central de Contas do Usuário (UAC) que protege o
O primeiro foi lançado no dia 9 de setembro de 2002, adi- usuário sem incomodá-lo
cionando o suporte ao formato USB 2.0 e a possibilidade - Pesquisa integrada ao sistema operacional
de definir padrões de programas. O SP2 chegou em 6 de - Bibliotecas, que organizam os arquivos e facilitam o
agosto de 2004 com foco na segurança do sistema. Já o seu uso em rede local
SP3 foi distribuído em 6 de maio de 2008 com correções de - Aero Snap, que ao arrastar uma janela para a lateral
segurança e melhoras no desempenho. da tela, esta é automaticamente expandida e ocupa meta-
No dia 8 de abril de 2014, a Microsoft encerrou o su- de da tela (ou tela cheia se for arrastada para cima)
porte ao Windows XP SP3, não oferecendo mais atualiza- - Aero Peek, que torna as janelas transparentes para
ções ou correções de segurança para o sistema. você visualizar ou acessar rapidamente o desktop

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INFORMÁTICA BÁSICA

- Aero Shake, que ao chacoalhar uma janela faz com Custo Benefício
que todas as demais sejam automaticamente minimizadas
O Windows XP foi inaugurado em 2001, ou seja, para
Essas melhorias na usabilidade não devem ser descon- hardwares equivalentes da época, os requisitos mínimos
sideradas ou vistas como “frescura”, pois elas podem eco- do Windows XP são inferiores até mesmo aos smartpho-
nomizar dezenas de horas de trabalho por ano! Mais uma nes mais simples de hoje em dia: Pentium 233 MHz, 64MB
vantagem para o Windows 7 na comparação Windows 7 x RAM e 1,5GB de espaço em disco! É preciso dizer mais?
Windows XP. O Windows 7 funciona muito bem até mesmo em
hardware limitado, como netbooks com 1GB RAM e pro-
Segurança cessador de 1GHz, além de estar preparado para utilizar
todo potencial das tecnologias atuais:  processadores
Há um mundo de diferença entra a segurança do multi-core, muita memória RAM, discos SSD, drive de
Windows XP e a do Windows 7. Embora algumas pessoas Blu-Ray, USB 3.0, placas de vídeo caseiras que processam
achem que basta instalar um navegador atual para se man- 3 trilhões de cálculos por segundo (quatro placas dessas
ter seguro na web, nada mais ilusório: estes mesmos nave- trabalhando juntas superam o total de cálculos por se-
gadores não conseguem proteger o usuário se eles estão gundo do supercomputador mais rápido do planeta de
sendo executados em um sistema operacional com capaci- 2001 - e ele tinha 8.192 processadores!), e tecnologias
dade de proteção limitada. O navegador não impede ata- que utilizamos atualmente e que seriam consideradas
ques remotos nem ataques que utilizam vulnerabilidades coisas de ficção científica quando o Windows XP foi cria-
existentes no sistema operacional. do.
Além disso, vulnerabilidades no Windows 7 são muito Na prática não existem motivos razoáveis para um
menos perigosas do que a mesma vulnerabilidade no Win- computador utilizar o Windows XP ao invés do Windows
dows XP, pois o Windows 7 tem diversas proteções adicio- 7.
nais que diminuem o poder de ação dos malwares. Entre
elas estão ASLR, PatchGuard, UAC, PMIE e outras tecnolo-
gias que bloqueiam e impedem ataques externos por vias Windows 7
desconhecidas. Além disso, o antivírus gratuito da Micro-
soft (MSE – Microsoft Security Essentials) pode ser utilizado
por qualquer pessoa que tenha Windows Original, prote- Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta:
gendo-a contra malwares. 1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito
em computador e clique em Propriedades.
Hardware e performance 2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema.
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7,
Atualmente muitos computadores e notebooks vêm você precisará de um processador capaz de executar uma
com 4GB de memória RAM ou mais - e o Windows XP não versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um siste-
aproveita isso. ma operacional de 64 bits ficam mais claros quando você
Tanto o Windows XP quanto o Windows 7 “enxergam” tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso
até 4GB RAM nas suas versões 32-bits - mas ao contrário aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais.
do XP, o Windows 7 tem versões 64-bits perfeitamente uti- Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits
lizáveis, isto é, o mercado lançou programas e periféricos pode processar grandes quantidades de memória com
que funcionam perfeitamente no Windows 7, mas não para mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits
o Windows XP. poderá responder melhor ao executar vários programas
Embora exista uma versão 64-bits do Windows XP, pra- ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência”.
ticamente ninguém a usa pois não há drivers para periféri- Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é
cos nem programas que aproveitam o seu potencial. reinstalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse
E um detalhe que poucos sabem é que o limite de 4GB caso, é possível instalar:
de memória se aplica à soma da memória RAM + memória - Sobre o Windows XP;
da placa de vídeo + memória dos periféricos PCI + ACPI + - Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista
tudo mais que esteja instalado no computador que utilize (Win Vista), também 32 bits;
memória (exceto pendrive, disco rígido e cartões de me- - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
mória, obviamente). - Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
Isso significa que se você utiliza  uma poderosa placa - Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
de vídeo de 2GB de memória (algo relativamente comum) - Win 7 em um computador e formatar o HD durante
no Windows XP, este acessará menos de 2GB de memória a insta- lação;
RAM independentemente da quantidade de memória RAM - Win 7 em um computador sem SO;
instalada no computador. E quanto menos memória RAM, Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual
menos performance o computador terá. A solução é utili- tipo de instalação será feita, encontrar e ter em mãos a
zar um sistema operacional completo de 64-bits como o chave do produto, que é um código que será solicitado
Windows 7. durante a instalação.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Vamos adotar a opção de instalação com formatação Criação de pastas (diretórios)


de disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corpo-
ration:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows
seja inicia- lizado normalmente, insira do disco de instala-
ção do Windows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu
computador.
- Reinicie o computador.
- Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer
isso, e siga as instruções exibidas.
- Na página de Instalação Windows, insira seu idioma
ou outras preferências e clique em avançar.
- Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
programa não solicitar que você pressione alguma tecla,
talvez seja necessário alterar algumas configurações do sis-
tema. Para obter mais informações sobre como fazer isso,
consulte Inicie o seu computador usando um disco de ins-
talação do Windows 7 ou um pen drive USB.
- Na página Leia os termos de licença, se você aceitar
os termos de licença, clique em aceito os termos de licença
e em avançar.
- Na página que tipo de instalação você deseja? clique Figura 8: Criação de pastas
em Personalizada.
- Na página onde deseja instalar Windows? clique em Clicando com o botão direito do mouse em um espaço
op- ções da unidade (avançada). vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos
- Clique na partição que você quiser alterar, clique na encontrar a opção pasta.
opção de formatação desejada e siga as instruções. Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mou-
- Quando a formatação terminar, clique em avançar. se, temos então uma forma prática de criar uma pasta.
- Siga as instruções para concluir a instalação do Win-
dows 7, inclusive a nomenclatura do computador e a confi-
guração de uma conta do usuário inicial.

Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipula-


ção de arquivos e pastas, uso dos menus

Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.
arquivos, ícones ou outras pastas.
Arquivos– são registros digitais criados e salvos atra-
vés de programas aplicativos. Por exemplo, quando abri-
mos o Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos
no computador, estamos criando um arquivo.
Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais
curto para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e


agora criaremos mais duas pastas dentro dela:

Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o


procedimento botão direito, Novo, Pasta.

15
INFORMÁTICA BÁSICA

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato com todos os outros programas instalados, programas que fazem
parte do sistema operacional e ambientes de configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abrimos uma lista, cha-
mada Menu Iniciar, que contém opções que nos permitem ver os programas mais acessados, todos os outros programas
instalados e os recursos do próprio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para todas as opções disponíveis no
computador.
Através do botão Iniciar, também podemos:
-desligar o computador, procedimento que encerra o Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente a
máquina;
-colocar o computador em modo de espera, que reduz o consumo de energia enquanto a máquina estiver ociosa, ou
seja, sem uso. Muito usado nos casos em que vamos nos ausentar por um breve período de tempo da frente do compu-
tador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automaticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns programas
que precisam da reinicialização do sistema para efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas ou travamentos
da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente com
características diferentes para cada usuário do mesmo computador.

16
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7

Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com um clique no botão Iniciar.
2) Ícones de inicialização rápida: São ícones colocados como atalhos na barra de tarefas para serem acessados com
facilidade.
3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de idioma que está sendo usada pelo teclado.
4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são configurados para entrar em ação quando o computador é
iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus que
monitoram constante- mente o sistema para verificar se não há invasões ou vírus tentando ser executados.
5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o relógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com o
botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Propriedades de data e hora.

17
INFORMÁTICA BÁSICA

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.

A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro


cantos da tela para proporcionar melhor visualização de
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e com
ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado (canto
direito, superior, esquerdo ou inferior da tela).

Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos


Figura 14: Propriedades de data e hora que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não
Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora, está marcada.
deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que vi-
mos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horário
diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria das
vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar ser
trocada. Esse horário também é sincronizado com o mes-
mo horário do SETUP.
Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo
usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
que desejarmos.
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar


este item”, após selecionar o objeto.

18
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Botão
Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do menu Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontramos
iniciar as seguintes opções:
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do sis-
Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros: tema e da segurança”, permite a realização de backups e
restauração das configurações do sistema e de arquivos.
-Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela seja Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema
posicionada em outros cantos da tela que não seja o infe- Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM
rior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão es- instalada no computador e a velocidade do processador.
querdo do mouse pressionado. Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
-Ocultar automaticamente a barra de tarefas – oculta para tornar o computador mais protegido.
(esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior apro- - Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi-
veitamento da área da tela pelos programas abertos, e a lita configurações de rede e Internet. É possível também
exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior do definir preferências para compartilhamento de arquivos e
monitor. computadores.
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har-
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
configurar modo de economia de energia e atualizar drives
de dispositivos instalados.
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos
configurações de acesso.
- Aparência: permite a configuração da aparência da
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu
iniciar e barra de tarefas.
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para
Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu Iniciar alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú-
meros e moedas.
Pela figura acima podemos notar que é possível a apa- - Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu-
rência e comportamento de links e menus do menu Iniciar. tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá-
rio.

Computador

Através do “Computador” podemos consultar e aces-


sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.

19
INFORMÁTICA BÁSICA

Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com- Charms Bar


putador. A janela a seguir será aberta: O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun-
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema
e configurada de acordo com a página em que você está.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na bus-
ca em configurações. Depois escolha a opção tela inicial e
em seguida escolha a cor da tela. O usuário também pode
selecionar desenhos durante a personalização do papel de
parede.

Redimensionar as tiles
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou-
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão di-
reito na divisão entre eles e optando pela opção menor.
Você pode deixar maior os aplicativos que você quiser des-
Figura 20: Computador tacar no computador.

Observe que é possível visualizarmos as unidades de dis- Grupos de Aplicativos


co, sua capacidade de armazenamento livre e usada. Vemos Pode-se criar divisões e grupos para unir programas
também informações como o nome do computador, a quanti- parecidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos po-
dade de memória e o processador instalado na máquina. dem ser renomeados.

Windows 8 Visualizar as pastas


A interface do programas no computador podem ser
É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celula- lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
res, etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no a barra de rolagem que fica no rodapé.
layout, que acabou surpreendendo milhares de usuários
acostumados com o antigo visual desse sistema. Compartilhar e Receber
A tela inicial completamente alterada foi a mudança Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar
que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Com-
aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e partilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação opção Dispositivo que é usada para receber e enviar con-
da bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas teúdos de aparelhos conectados ao computador.
miniaturas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso
aos programas que mais utiliza. Alternar Tarefas
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro-
uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
painel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
das pastas e não encontre algum comando, clique com o lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
botão direito do mouse para que esse painel apareça.
A organização de tela do Windows 8 funciona como o Telas Lado a Lado
antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao
instalado no computador. Os atalhos dessa área de traba- mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar
lho, que representam aplicativos de versões anteriores, ficam o Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computa-
com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte dor.
inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente. Visualizar Imagens
A tela pode ser customizada conforme a conveniência do O sistema operacional agora faz com que cada vez que
usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas po- você clica em uma figura, um programa específico abre e
dem ser encontrados clicando com o botão direito do mouse isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preci-
em um espaço vazio da tela. Se deseja que um desses apli- so ir em Programas – Programas Default – Selecionar Win-
cativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão direito dows Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as
sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. Default.

20
INFORMÁTICA BÁSICA

Imagem e Senha Windows 10 Education – Baseada na versão Enterprise,


O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
invés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, aces- Também tem seu método de distribuição baseado através da
se a Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em se- versão acadêmica de licenciamento de volume.
guida clique em More PC settings. Acesse a opção Usuários Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
e depois clique na opção “Criar uma senha com imagem”. der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
Em seguida, o computador pedirá para você colocar sua smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
senha e redirecionará para uma tela com um pequeno tex- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.
to e dando a opção para escolher uma foto. Escolha uma Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smart-
imagem no seu computador e verifique se a imagem está phones e tablets do setor corporativo. Também estará dis-
correta clicando em “Use this Picture”. Você terá que dese- ponível através do Licenciamento por Volume, oferecendo
nhar três formas em touch ou com o mouse: uma linha reta, as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcio-
um círculo e um ponto. Depois, finalize o processo e sua nalidades direcionadas para o mercado corporativo.
senha estará pronta. Na próxima vez, repita os movimentos Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet
para acessar seu computador. das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que ha-
verá edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile
Internet Explorer no Windows 8 Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos,
Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra- para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será
mentas e menus. destinada para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Micro-
7.2. Windows 10 soft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que • 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.
do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é fi-
car com um visual mais de smart e touch.
MICROSOFT OFFICE 2003/2007/2010
(WORD, EXCEL E POWER POINT):
CONCEITOS, ORGANIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO,
CONFIGURAÇÃO E USO DOS RECURSOS:
GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS, PASTAS,
DIRETÓRIOS, PLANILHAS, TABELAS,
GRÁFICOS, FÓRMULAS, FUNÇÕES,
SUPLEMENTOS, PROGRAMAS E IMPRESSÃO.

O Microsoft Word é um processador de texto que cria


textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofí-
Figura 21:Tela do Windows 10 cios, relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que
atende às necessidades de um usuário doméstico ou de
O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões uma empresa.
(com destaque para as duas primeiras): O Microsoft Word é o processador de texto integrante
Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10, dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares
que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada aplicativos destinados a uso de escritório e usuários do-
para Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Sur- mésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
face 3. Os softwares da Microsoft Office são proprietários e
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en- compatíveis com o sistema operacional Windows.
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
da com o BitLocker, permite a hospedagem de uma Co- 10.1. Word 2003
nexão de Área de Trabalho Remota em um computador, As versões do Microsoft Word era quase sempre a
trabalhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em mesma, e todas elas oriundas do WordPad, a versão 2003
um domínio para realizar conexões a uma rede corporativa. foi a última versão a moda antiga, vamos dizer assim, ela
Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é era formada por menus e uma barra de ferramentas fixa
disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, mais voltada para a parte de formatação de texto, e as de-
voltado a empresas. mais funções ficavam dívidas em menus, conforme mostra
a figura 28.

21
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 28: Tela do Microsoft Word 2003

Também é possível personalizar a sua barra de ferramentas clicando com o botão direito e selecionando novos painéis,
que vão desde Contagem de Palavras e Desenho até Visual Basic e Formulários. O problema é que, conforme você adiciona
novas funções, a interface começa a ficar cada vez mais carregada e desorganizada.
Uma das características foi a mudança do logotipo do Office duas ferramentas que estrearam no Office 2003, foram: In-
foPath e o OneNote. O OneNote é uma caderneta eletrônica de anotações e organizador que toma notas como aplicação
do texto, notas manuscritas ou diagramas, gráficos e de áudio gravado, o Office 2003 foi a primeira versão a usar cores e
ícones do Windows XP.

10.2. Word 2007

O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido
em grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. 
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

22
INFORMÁTICA BÁSICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

23
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo

Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo do
grupo, contendo mais opções de formatação.

As réguas orientam na criação de tabulações e no ajuste de parágrafos, por exemplo.


Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de deslocamento, recuo à esquerda e permitem tabulações esquerda,
direita, centralizada, decimal e barra.
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar o
botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira linha” e arrastá-lo pela régua .
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta selecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha desejada,
pressionar o botão esquerdo do mouse no “Recuo à direita” e arrastá-lo na régua .
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da esquerda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua, como
explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” .
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o res-
tante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, determinar onde o cursor do mouse vai parar quando pressionarmos
a tecla Tab.

Figura 33: Réguas


Grupo edição:

Permite localizar palavras em um documento, substituir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações e sele-
cionar textos e objetos no documento.
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no ícone Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar no
botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digitada no texto. Temos também como realçar a palavra que deseja-
mos localizar para facilitar a visualizar da palavra localizada.
Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão, temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada em
minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e palavra
maiúscula.

- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos localizar
a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa opção não estiver
marcada. Marcando essa opção, apenas a palavra casa, completa, será localizada.

- Usar caracteres curinga: com esta opção marcada, usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o carac-
tere curinga asterisco (*) para procurar uma sequência de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e “término”).

Veja a lista de caracteres que são considerados curinga, retirada do site do Microsoft Office:

24
INFORMÁTICA BÁSICA

Para localizar digite exemplo

Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e


único sonho.

Qualquer * t*o localiza tristonho e


sequência de término.
caracteres
<(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza medo e
O final de uma palavra > cedo, mas não localiza
domínio.

Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e ver


especificados
[r-t]ã localiza rã e sã.
Qualquer caractere [-] Os intervalos devem
único neste intervalo estar em ordem
crescente.
Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
único, exceto [!x-z] forro, mas não
os caracteres no localiza ferro.
intervalo entre
colchetes
Exatamente n ca{2}tinga localiza
ocorrências do {n} caatinga, mas não
caractere ou catinga.
expressão anterior
Pelo menos n
ocorrências do {n,} ca{1,}tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou {n,m} 100 e 1000.
expressão anterior
Uma ou mais
ocorrências do @ ca@tinga localiza
caractere ou catinga e caatinga.
expressão anterior

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

25
INFORMÁTICA BÁSICA

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formata- Grupo Ilustrações:


ções de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e
demais itens presentes na mesma. Além de escolher um
estilo predefinido, podemos alterar a formatação do som-
breamento e das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua
espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Esco-
lher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente.
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar da-
dos.
Figura 35: Bordas e sombreamento
Grupo Links:
Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Defini-
ção”, escolhemos como será a borda da nossa tabela: Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web,
- Nenhuma: retira a borda; uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa; para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela pode se tornar um link dentro do próprio documento.
iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais cam- Referência cruzada: referência tabelas.
pos de opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da Grupo cabeçalho e rodapé:
janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as
bordas internas permanecem iguais. Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas
da tabela, uma cor e uma largura. Grupo texto:
- Visualização: através desse recurso, podemos definir
bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, po-
demos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda
superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e as-
sim colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com
cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.
A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença
é que se trata de criar bordas na página de um documento
e não em uma tabela. Figura 37: Grupo Texto
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
envolve vários tipos de desenhos. das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
Alguns desses desenhos podem ser formatados de textos que podem ser direcionados exatamente onde
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
Podemos aplicar as formatações de bordas da página através de caixas de texto.
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
de página diferentes em um mesmo documento. do.

26
INFORMÁTICA BÁSICA

3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve


como base para a assinatura de um documento.
4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
mento.
5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:
Figura 39: Verificar ortografia e gramática
Figura 38: Grupo revisão de texto
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes- ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé- no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
dias e serviços de tradução. tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou- siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
tro idioma. Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
a correção de ortografia e gramática. sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
caracteres, parágrafos e linhas de um documento. a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte- podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou clicando no botão “Próxima sentença”.
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi-
outro idioma. cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção uma das sugestões propostas se enquadra.
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta: Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala-
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será
substituída e o texto ficará correto.

Grupo comentário:

Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser-


ve como comentário do texto selecionado, onde é possível
realizar exclusão e navegação entre os comentários.

27
INFORMÁTICA BÁSICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações feitas no


documento como formatações, inclusões, exclusões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
separada.

Grupo alterações:

Figura 42: Imprimir

As opções que temos antes de imprimir um arquivo


estão exibidas na imagem acima. Podemos escolher a im-
pressora, caso haja mais de uma instalada no computa-
dor ou na rede, configurar as propriedades da impressora,
podendo estipular se a impressão será em alta qualidade,
Figura 41: Grupo alterações econômica, tom de cinza, preto e branca, entre outras op-
ções.
1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta. Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja,
2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja se desejamos imprimir todo o documento, apenas a pá-
aceita ou rejeitada. gina atual (página em que está o ponto de inserção), ou
3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que um intervalo de páginas. Podemos determinar o número
possa ser rejeitada ou aceita. de cópias e a forma como as páginas sairão na impressão.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave- Por exemplo, se forem duas cópias, determinamos se sai-
gação para aceitação ou rejeição. rão primeiro todas as páginas de número 1, depois as de
número 2, assim por diante, ou se desejamos que a segun-
Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão da cópia só saia depois que todas as páginas da primeira
do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”. forem impressas.
Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso- Word 2013
ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir. Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na
- Impressão Rápida – envia o documento diretamente plataforma Word 2013:
para a impressora configurada como padrão e não abre Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a
opções de configuração. leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença,
- Visualização da Impressão – promove a exibição do pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que
documento na forma como ficará impresso, para que pos- abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia,
samos realizar alterações, caso necessário. ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação.

28
INFORMÁTICA BÁSICA

Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da página
durante a leitura, basta o usuário dar um duplo clique sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será ampliado,
facilitando sua visualização. Como se não bastasse, clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra desco-
nhecida, é possível ver sua definição através do dicionário integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um documento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo, passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos
PDF está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normalmente a colaboração de outras pessoas na criação de um
documento, ou seja, os comentários realizados neste, como se cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é
possível responder diretamente o comentário de outra pessoa clicando no ícone de uma folha, presente no campo de
leitura do mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos comentários, aparece em forma de pequenos balões
à margem documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documentos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office 2013. O responsável por esta apresentação online é o Office
Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresentar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e
edição de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais
fácil e menos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções e/ou títulos do documento, bastando os mesmos
estarem formatados no estilo Títulos (pré-definidos pelo Office). Ao posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma
espécie de triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo referente a ele será ocultado, bastando repetir a
ação para o mesmo reaparecer.
Enfim, além destas novidades apresentadas existem outras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
para a utilização do software em tablets e aparelhos com telas sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
relação online de compartilhamento e boas novidades, a Microsoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de encontro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
A tela de apresentação dos principais programas é ligada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e download
de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word, por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu conteúdo
sincronizado. Até a página em que o documento foi fechado pode ser registrada. 
Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando
uma taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.

Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

29
INFORMÁTICA BÁSICA

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
 
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
 

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

 
O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
 

30
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)

O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.1. Excel 2003

No começo da sua vida, o Excel tornou-se alvo de um processo judicial de marca registrada por outra empresa que já
vendia um pacote de software chamado “Excel” na indústria financeira. Como resultado da disputa, a Microsoft foi solicitada
a se referir ao programa como “Microsoft Excel” em todas as press releases formais e documentos legais. Contudo, com o
passar do tempo, essa prática foi sendo ignorada, e a Microsoft resolveu a questão quando ela comprou a marca registrada
reservada ao outro programa. Ela também encorajou o uso das letras XL como abreviação para o programa; apesar dessa
prática não ser mais comum, o ícone do programa no Windows ainda é formado por uma combinação estilizada das duas
letras, e a extensão de arquivo do formato padrão do Excel até a versão 11 (Excel 2003) é .xls, sendo .xlsx a partir da versão
12, acompanhando a mudança nos formatos de arquivo dos aplicativos do Microsoft Office.
Foi a última versão ao modo antigo com menus e uma caixa de ferramenta fixa como podemos ver na Figura 46

31
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 46: Tela Excel 2003

Uma inovação marcante do Excel 2003 são as células em forma de lista: com elas fica mais fácil analisar e gerenciar
dados relacionados, ordenando-os como preferir com um simples clique do mouse. Para transformar qualquer intervalo de
células em uma lista.

11.2. Excel 2007

Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes
extensões de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office
Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.
O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem
com elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no Botão do Microsoft Office e
clique em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar
Como – Pasta de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o
recurso Salvar Como deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:

• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de
formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo
ou a cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa
que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.

32
INFORMÁTICA BÁSICA

Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências
estruturadas: além de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estrutu-
radas que fazem referência a intervalos nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo or-
ganizar, atualizar e gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito
mais fáceis de usar do que nas versões anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007
oferece uma exibição de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000
itens na lista suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha,
o número de referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o
gerenciamento de memória foi aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel
2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vá-
rios processadores e chipsets multithread.

1 1 . 3 . E xc e l 2 0 1 0 , 2 0 1 3 e d e t a l h e s g e r a i s

  F i g u r a 4 7 : Te l a P r i n c i p a l d o E x c e l 2 0 1 3

Barra de Títulos:

A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar
o programa aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

33
INFORMÁTICA BÁSICA

Faixa de Opções:

Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:

A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:

Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

34
INFORMÁTICA BÁSICA

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status:

Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

35
INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 53: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a
coluna é selecionada.

 Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as
opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem
como mesclagem das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e,
após colada, essa coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recor-
tadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatar as células (será visto detalhadamente
adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessá-
rios para a totalização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no ca-
beçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula A1. Na
Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

 Figura 56: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao
contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar
um “Enter”, o cursor será automaticamente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar.

Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as
planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja trabalhar.

Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho
diferentes, utilizando as guias de planilhas.

Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu
pop up.

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INFORMÁTICA BÁSICA

 Figura 57: Menu Planilhas

As funções deste menu são as seguintes:


-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos
os dados nela contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados im-
portantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal
documento usado no Excel para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha
consiste em células organizadas em colunas e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.)ou da pasta de
trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma
planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É necessário digitar as letras maiúscu-
las e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de pla-
nilhas (trata-se de tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas
juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

 Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de
suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter

38
INFORMÁTICA BÁSICA

sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece uma entrada Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de for-
no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns ma semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no
de uma fórmula. primeiro número, digitamos o sinal de divisão que, para o
Excel é a “/” barra, e depois, clicamos no último valor. No
Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé- próximo exemplo, usaremos a fórmula =B3/B2.
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguin-
tes formas de fazê-lo: Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de
células selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a
maior idade digitada no intervalo de células de A2 até A5.
A função digitada será = máximo(A2:A5).
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – re-
fere-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual
é o maior valor. No caso a resposta seria 10.

 Figura 59: Soma simples Mínimo: Mostra o menor valor existente em um inter-
valo de células selecionadas.
Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4. Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digi-
Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, tado no intervalo de A2 até A5. A função digitada será =
digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência mínimo (A2:A5).
até o último valor. Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
Após a sequência de células a serem somadas, clicar re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é
no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=. o maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
A última forma que veremos é a função soma digi-
tada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é Média: A função da média soma os valores de uma
fundamental: sequência selecionada e divide pela quantidade de valores
dessa sequência.
= nome da função ( Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
1 - Sinal de igual. valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for
2 – Nome da função. pressionada, o resultado será automaticamente colocado
3 – Abrir parênteses. na célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for
Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno alterado, recalculam o valor final.
lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possí-
vel clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo Data: Esta fórmula insere a data automática em uma
a seguir, a função = soma(B2:B4). planilha.
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o
primeiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último
a célula que contém o último valor.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois


valores, por isso não precisamos de uma função espe-
cífica.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos Figura 60: Exemplo função hoje
apenas clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos)
e depois clicar na segunda célula. Usamos na figura a Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
seguir a fórmula = B2-B3. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, pro-
cedemos de forma semelhante à subtração. Clicamos Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
no primeiro número, digitamos o sinal de multiplicação ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
que, para o Excel é o “*” asterisco, e depois, clicamos no bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
último valor. No próximo exemplo, usaremos a fórmula a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
=B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da Arredondar para cima: Com essa função, é possível
seguinte função: arredondar um número com casas decimais para o número
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo mais distante de zero.
valor da célula C2. Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
dígitos)

39
INFORMÁTICA BÁSICA

Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja arredondar núm.

Figura 61: Início da função arredondar para cima

Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o num,
ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para a qual
queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna
C:
A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo conceito.

Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
= mod (núm;divisor)
Onde:
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.

Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o número sem
o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:
=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.

A sintaxe desra função é a seguinte:


=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da
pergunta for falsa, define o resultado
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um
salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.

Assim, temos a condição:

SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RE-
SULTADO NA CÉLULA E3

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”

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INFORMÁTICA BÁSICA

Valor_se_falso: “Abaixo” Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4 =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5 =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6 =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7 =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8 =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10 =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar R$ 1200,00 ou MAIS:
o resultado na célula D16. E também queremos somar os SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR
salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na OU IGUAL A 1200, ENTÃO
célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição: CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
HOMENS:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI- Traduzindo a condição em variáveis teremos:
NO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é
INTERVALO D3 ATÉ D10 onde devemos digitar a fórmula
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
onde devemos digitar a fórmula =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “MASCULINO” MENOS DE R$ 1200,00:
Intervalo para soma: D3:D10 SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR ME-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: NOR QUE 1200, ENTÃO
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MULHERES: MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
NO, ENTÃO Traduzindo a condição em variáveis teremos:
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10 Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17 onde devemos digitar a fórmula

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INFORMÁTICA BÁSICA

Intervalo para análise: C3:C10


Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

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INFORMÁTICA BÁSICA

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pá-
gina, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc

O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet). 
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

 Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).

 Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.1. PowerPoint 2003

Na tela do PowerPoint 2003 o usuário tem a sua disposição: - barra de título, barra de menu, barra de ferramenta, pai-
nel de anotações, painel do slide, barra de status, painel de estrutura de tópicos. Confira a tela do PowerPoint na figura 75:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 75: Tela do PowerPoint 2003

1- Aqui aparecerá o título do PowerPoint e o nome da apresentação que está sendo editada. Caso o arquivo não
tenha nome, aparecerá o nome e o número das apresentações, como no exemplo da figura acima apresentação 1.
2- Esta é a principal ferramenta do PowerPoint, nela você encontrará vários menus. Para acessá-los é só clicar sobre a
mesma, ou através do teclado pressionando a tecla ALT junto coma letra do nome do comando no referido menu. Exemplo:
para acessar o menu arquivo, pressione ALT e a letra A que se encontra sublinhada
3- A barra de ferramentas possui vários botões que servem para acelerar a execução de alguns recursos do Power-
Point
4- Este é o local de trabalho no qual o texto é digitado.
5- Este painel permite adicionar anotações ou informações e até mesmo, elementos gráficos que você deseja com-
partilhar com o público.
6- Com este painel você poderá organizar e desenvolver o conteúdo da apresentação, assim, inserir fotos, desenhos,
clip-arts e muito mais, para que sua apresentação seja mostrada da melhor maneira. Você só tem a ganhar com os recursos
que o PowerPoint dispõe, principalmente para apresentação de trabalhos escolares e trabalhos pessoais.
7- Esta fornece o número de slides, o tipo de visualização e o idioma.
Como existiu a mudança de formato, a versão 2003 foi a última a ser PPT, para poder abrir apresentações feitas na
versão 2007 ou superior, você pode baixar o pacote de compatibilidade do Microsoft gratuitos para Word, Excel e Power-
Point. Seus conversores ajudam que seja possível abrir, editar e salvar uma apresentação que você criou em versões mais
recentes do Office.
Depois que você instalar as atualizações e conversores, todas as apresentações de versões do PowerPoint mais recentes
que 2003 são convertidos automaticamente quando você abri-los, para que você possa editar e salvá-los.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

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INFORMÁTICA BÁSICA

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.
Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.
O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual, diferentemente do seu
antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta UI categoriza grupos e guias relacionados, tor-
nando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização
ao vivo , para rever alterações de formatação antes de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”. 
Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.
A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.
Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

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INFORMÁTICA BÁSICA

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibi-
da uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).

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INFORMÁTICA BÁSICA

Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.
Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.
Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender
às suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.
Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecionado. O tema será aplicado em todos os slides.
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia ‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando cores e
fontes, criando novos temas de cores. Clique na seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mouse sobre cada
tema para visualizar o efeito na apresentação. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com o mouse para aplicá-la
à apresentação.

Figura 85: Variantes de Temas de Design

Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas e ima-
gens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamente a apa-
rência dos objetos.

Layout de Texto:

O primeiro slide criado em nossa apresentação é um ‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da palestra
ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo pois trata-se do slide inicial.
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação. A
apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”.
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adicionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da empresa em
que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao tema da apresentação.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre a
‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso
acontece porque o programa entende que o próximo slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim sucessivamente
pra a criação da sua apresentação.

Layouts de Conteúdo:

Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir figura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de mídia
(que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar.
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a utili-
zação dos recursos de Conteúdo.
Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta lateral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias opções.
Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostrado na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do slide
possui diversas opções de tipo de conteúdo que se pode utilizar.
As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:

• Escolher Elemento Gráfico SmartArt


• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar apre-
sentações muito mais interessantes. O funcionamento de cada item é semelhante aos já abordados.

Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de conteúdo.
Desta forma, você estará aprendendo ainda mais utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.

Animação dos Slides: A animação dos slides é um dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é uma
etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na utilização
dos mesmos, pois além de tornar a apresentação cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo, ao invés de dar
foco ao conteúdo da apresentação, passam a dar fico para as animações.

Transições: A transição dos slides nada mais é que a mudança entre um slide e outro. Você pode escolher entre diver-
sas transições prontas, através da faixa de opções ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apresentação e clique
nesta opção.

Escolha uma das transições prontas e veja o que acontece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clicando
sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do intuito da
apresentação, o exagero pode tornar sua apresentação pouco profissional.

Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao Clicar com
o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você também pode aplicar som durante a transição.

Animações: As animações podem ser definidas para cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apresentação
você pode optar em ir abrindo o texto conforme trabalha os assuntos.

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
 
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
 
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir  - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em obje-
tos e na transição de slides.

54
INFORMÁTICA BÁSICA

PROTOCOLOS, SERVIÇOS, TECNOLOGIAS,


FERRAMENTAS E APLICATIVOS ASSOCIADOS
À INTERNET E AO CORREIO ELETRÔNICO.
CONCEITOS DOS PRINCIPAIS NAVEGADORES
DA INTERNET.

O objetivo inicial da Internet era atender necessidades militares, facilitando a comunicação. A agência norte-americana
ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PROJECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano, na década de 60, criaram
um projeto que pudesse conectar os computadores de departamentos de pesquisas e bases militares, para que, caso um
desses pontos sofresse algum tipo de ataque, as informações e comunicação não seriam totalmente perdidas, pois estariam
salvas em outros pontos estratégicos.
O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma conexão a longa distância e possibilitava que as mensagens fossem
fragmentadas e endereçadas ao seu computador de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da informação pode-
ria ser realizado por várias rotas, assim, caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados poderiam seguir por outro
caminho garantindo a entrega da informação, é importante mencionar que a maior distância entre um ponto e outro, era
de 450 quilômetros.
No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a troca de
informações de computadores de universidades dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET) internacional
(INTER), consequentemente seu nome passa a ser, INTERNET.
A evolução não parava, além de atingir fronteiras continentais, os computadores pessoais evoluíam em forte escala
alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de conectar apenas computadores de universidades, passou a co-
nectar empresas e, enfim, usuários domésticos.
Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica dei-
xando a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai
da internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL
(Protocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que
tornam possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar
informações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto,
som, imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como
se fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

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INFORMÁTICA BÁSICA

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.
Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa
www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).
Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.
Indicaqueo servidorondeesse siteestá
.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália
.pt – Portugal
.ar – Argentina
.cl – Chile
.gr – Grécia

Quando vemos apenas a terminação .com, sabemos que se trata de um site hospedado em um servidor dos Estados
Unidos.
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados sejam transmitidos
através de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do cliente através de certificados
digitais.

-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de transferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder subir os ar-
quivos para um servidor de internet, seus programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla e LeechFTP, ao criar um site,
o profissional utiliza um desses programas FTP ou similares e executa a transferência dos arquivos criados, o manuseio é
semelhante à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Windows Explorer, por exemplo.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Posto dos Correios permite, como o seu nome o indica, recuperar o seu
correio num servidor distante (o servidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas permanentemente à Internet,
para poderem consultar os mails recebidos offline. Existem duas versões principais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos
quais são atribuídas respectivamente as portas 109 e 110, funcionando com o auxílio de comandos textuais radicalmente
diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo de entrada.

IMAP (Internet Message Access Protocol): É um protocolo alternativo ao protocolo POP3, que oferece muitas
mais possibilidades, como, gerir vários acessos simultâneos e várias caixas de correio, além de poder criar mais
critérios de triagem.

-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o protocolo padrão para envio de e-mails através da Internet. Faz a
validação de destinatários de mensagens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do destinatário está corretamente
digitado, se é um endereço existente, se a caixa de mensagens do destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa-
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída.

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INFORMÁTICA BÁSICA

-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que atua Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). Permi- temos uma relação de alguns deles:
te que a apli- cação escreva um datagrama encapsulado - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
num pacote IP e trans- portado ao destino. É muito comum etc.).
lermos que se trata de um protocolo não confiável, isso - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
porque ele não é implementado com regras que garantam - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
tratamento de erros ou entrega. PCX, etc.).
- Negócios e Utilitários
Provedor - Apresentações

O provedor é uma empresa prestadora de serviços que INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a im-
oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces- plantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna
sário conectar-se com um computador que já esteja na In- de uma empresa. As intranets ou Webs corporativas, são re-
ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per- des de comunicação internas baseadas na tecnologia usada
mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet. na Internet. Como um jornal editado internamente, e que
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.
à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e de-
computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link, partamentos, mesclando (com segurança) as suas informações
que é a conexão física que interliga o provedor de acesso particulares dentro da estrutura de comunicações da empresa.
com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como O grande sucesso da Internet, é particularmente da
backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra- World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave- evolução da informática nos últimos anos.
nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos
estão interligadas nesta avenida. interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa-
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos
de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza-
os dados. ram o acesso à informação através de redes de computa-
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de
Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso, que usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de
fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso e um informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi-
endereço eletrônico na Internet. ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe-
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa,
Home Page sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio-
Pela definição técnica temos que uma Home Page é nante explosão na informação disponível na Internet, que
um arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de compu- segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês.
tadores rodando um Navegador (Browser), que permite o Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito,
acesso às informações em um ambiente gráfico e multimí- que tem interessado um número cada vez maior de em-
dia. Todo em hipertexto, facilitando a busca de informações presas, hospitais, faculdades e outras organizações interes-
dentro das Home Pages. sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu
O endereço de Home Pages tem o seguinte formato: advento e disseminação promete operar uma revolução
http://www.endereço.com/página.html tão profunda para a vida organizacional quanto o apare-
Por exemplo, a página principal do meu projeto de cimento das primeiras redes locais de computadores, no
mestrado: final da década de 80.
http://www.ovidio.eng.br/mestrado
O que é Intranet?
PLUG-INS
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de
Os plug-ins são programas que expandem a capacida- 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe-
de do Browser em recursos específicos - permitindo, por rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias
exemplo, que você toque arquivos de som ou veja filmes projetadas para a comunicação por computador entre em-
em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas de soft- presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma
ware vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocidade im- rede privativa de computadores que se baseia nos padrões
pressionante. Maiores informações e endereços sobre plu- de comunicação de dados da Internet pública, baseadas na
g-ins são encontradas na página: tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP,
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre
http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Soft- as razões para este sucesso, estão o custo de implantação
ware/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indi- relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos
ces/ programas de navegação na Web, os browsers.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Objetivo de construir uma Intranet Mecanismos de Buscas

Organizações constroem uma intranet porque ela é Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. forma “adivinhar” o que se passa em sua cabeça, lançar
mão de alguns artifícios para que sua busca seja otimizada
Aplicações da Intranet poupará seu tempo e fará com que você tenha acesso a
resultados mais relevantes.
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu- Os mecanismos de buscas contam com operadores
nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o para filtro de conteúdo. A maior parte desse filtros, no en-
trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala. tanto, pode não interessar e você, caso não seja um prati-
De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet cante de SEO. Contudo alguns são realmente úteis e estão
vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os listados abaixo. Realize uma busca simples e depois apli-
diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas que os filtros para poder ver o quanto os resultados podem
áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: sem mais especializados em relação ao que você procura.
- Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
listas de preços, promoções, planejamento de eventos; -palavra_chave
- Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Retorna um busca excluindo aquelas em que a pa-
Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de lavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma busca
membros das equipes, situações de projetos; por computação, provavelmente encontrarei na relação
- Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste- dos resultados informaçõe sobre “Ciência da computação“.
mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais Contudo, se eu fizer uma busca por computação -ciência ,
de qualidade; os resultados que tem a palavra chave ciência serão omi-
- Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas, tidos.
políticas da companhia, organograma, oportunidades de tra-
balho, programas de desenvolvimento pessoal, benefícios. +palavra_chave
Para acessar as informações disponíveis na Web corpo- Retorna uma busca fazendo uma inclusão forçada de
rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado. uma palavra chave nos resultados. De maneira análoga
Afinal, o esforço de operação desses programas se resume ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do tipo com-
quase somente em clicar nos links que remetem às novas putação, terei como retorna uma gama mista de resulta-
páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi- dos. Caso eu queira filtrar somente os casos em que ciên-
na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa cias aparece, e também no estado de SP, realizo uma busca
complexa e exige a presença de profissionais especializa- do tipo computação + ciência SP.
dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
sua diversidade de funções e a quantidade de informações “frase_chave”
nela armazenadas. Retorna uma busca em que existam as ocorrências dos
A intranet é baseada em quatro conceitos: termos que estão entre aspas, na ordem e grafia exatas
- Conectividade - A base de conexão dos computa- ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma busca do
dores ligados através de uma rede, e que podem transferir tipo “como faser” – sim, com a escrita incorreta da palavra
qualquer tipo de informação digital entre si; FAZER, verá resultados em que a frase idêntica foi empre-
- Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado- gada.
res e sistemas operacionais podem ser conectados de for-
ma transparente; palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
- Navegação - É possível passar de um documento a Mostra resultado para pelo menos uma das palavras
outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que chave citadas. Faça uma busca por facebook OR msn, por
facilitam o acesso não linear aos documentos; exemplo, e terá como resultado de sua busca, páginas re-
- Execução Distribuída - Determinadas tarefas de aces- levantes sobre pelo menos um dos dois temas- nesse caso,
so ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à como as duas palavras chaves são populares, os dois resul-
execução de programas aplicativos, que podem estar no tados são apresentados em posição de destaque.
servidor, ou nos microcomputadores que acessam a rede
(também chamados de clientes, daí surgiu à expressão que filetype:tipo
caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor). Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo de
- A vantagem da intranet é que esses programas são extensão especificada. Por exemplo, em uma busca  fi-
ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida- letype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da palavra
de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran- chave jquery que tiverem como extensão .pdf. Os tipos de
de importância no desenvolvimento de softwares aplicati- extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM, XLS, PPT, DOC
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.

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INFORMÁTICA BÁSICA

palavra_chave_01 * palavra_chave_02 Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo


Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo o * um navegador considerado pelos especialistas e possui uma
indicador de “qualquer conteúdo”, retorna resultados em interface bem bonita, apesar de ser um navegador da
que os termos inicial e final aparecem, independente do Apple existem versões para Windows.
que “esteja entre eles”. Realize uma busca do tipo facebook
* msn e veja o resultado na prática.

15. Navegadores de internet: Internet Explorer, Mozilla


Firefox, Google Chrome.

Navegadores: Navegadores de internet ou browsers


são programas de computador especializados em visuali- Figura 91: Símbolo do Safari
zar e dar acesso às informações disponibilizadas na web,
até pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o na-
e o Netscape, hoje temos uma série de navegadores no vegador padrão do Windows. Como o próprio nome diz,
mercado, iremos fazer uma breve descrição de cada um é um programa preparado para explorar a Internet dando
deles, e depois faremos toda a exemplificação utilizando o acesso a suas informações. Representado pelo símbolo do
Internet Explorer por ser o mais utilizado em todo o mun- “e” azul, é possível acessá-lo apenas com um duplo clique
do, porém o conceito e usabilidade dos outros navegado- em seu símbolo.
res seguem os mesmos princípios lógicos.

Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-


sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o
mais utilizado no meio, tem uma interface simples muito
fácil de utilizar. Figura 92: Símbolo do Internet Explorer

16. Transferência de arquivos pela internet

FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos
Figura 88: Símbolo do Google Chrome para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo
Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente na- texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários
vegador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter – código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans-
mais rápidas e com maior segurança contra hackers. ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou
não-textual (binário).
Um servidor FTP é um computador que roda um pro-
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca-
paz de se comunicar com outro computador na Rede que
Figura 89: Símbolo do Mozilla Firefox o esteja acessando através de um cliente FTP.
  FTP anônimo versus FTP com autenticação existem
Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a
desempenho, porém especialistas em segurança o consi- conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user-
dera o navegador com menos segurança. name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto
é muito importante, porque garante um nível de segurança
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co-
Figura 90: Símbolo do Opera nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten-

59
INFORMÁTICA BÁSICA

ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua Uma forma de atender a necessidade de comunicação
um username e uma password que sejam reconhecidas entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System
pelo sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Nes- Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de
te caso, ao estabelecer uma conexão, o posicionamento usuário e um serviço que o kernel fornece.
é no diretório criado para a conta do usuário – diretório Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada
home, e dali ele poderá percorrer toda a árvore do sistema, direta não pode ser executada; em vez disso, você deve
mas só escrever e ler arquivos nos quais ele possua. utilizar um processo de cruzamento do limite de espaço do
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas usuário/kernel.
hoje em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema No Linux também existem diferentes run levels de ope-
operacional UNIX, que foi o grande percursor e responsá- ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú-
vel pelo sucesso e desenvolvimento da Internet.  mero 2.
Como o Linux também é conhecido por ser um sis-
Algumas dicas tema operacional que ainda usa muitos comandos digi-
1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú- tados, não poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que
mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga é justamente o programa que permite ao usuário digitar
na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de ho- comandos que sejam inteligíveis pelo sistema operacional
rário de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em e executem funções.
horário comercial, e portanto, o FTP anônimo é tempora- No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com,
riamente desativado. através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para
espelhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root,
acessado. aparece como símbolo #.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo Temos também os termos usuário e superusuário. En-
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de
caso de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arqui- comandos simples, ao superusuário é permitido configurar
vos binários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem
Esta prevenção pode evitar perda de tempo. apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja,
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servi- ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa-
dor de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um drão que contém os programas utilizados pelo superusuário
amigo seu consiga acessar o seu computador como um para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin.
servidor remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao /bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá-
número IP, que lhe é atribuído dinamicamente. rios comuns.
/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são
utilizados pelos usuários comuns.
Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE. suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões espe-
ciais de inclusões, exclusões e alterações.
O Linux é um sistema operacional inicialmente basea-
do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Comandos básicos
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- podemos usar no Shell do Linux:
dos, os comandos do Linux ainda são largamente empre- -addgroup - adiciona grupos
gados, sendo importante seu conhecimento e estudo. -adduser - adiciona usuários
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou tex-
ligação entre software e máquina, é a camada de software to
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retor-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um na para home
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que plo: cd /usr/bin/
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel -chfn - altera informação relativa a um utilizador
é capaz de fazer gerenciamentos primários básicos e es- -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretó-
senciais para o funcionamento da máquina, foi necessário rios. É um comando para manipulação de arquivos e dire-
desenvolver módulos específicos para atender várias neces- tórios que muda as permissões para acesso àqueles. por
sidades, como por exemplo um módulo capaz de utilizar exemplo, um diretório que poderia ser de escrita e leitura,
uma placa de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até pode passar a ser apenas leitura, impedindo que seu con-
uma interface gráfica como a que usamos no Windows. teúdo seja alterado.

60
INFORMÁTICA BÁSICA

-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas


(dono)
-clear – limpa a tela do terminal
-cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd)
ao fim do arquivo (txt)
-cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
-df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
arquivos
-dig - testa a configuração do servidor DNs
-dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
-du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
-du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
bytes Figura 24: Prompt “ftp”
-env - mostra variáveis do sistema
-exit – sair do terminal ou de uma sessão de root. -mount – montar partições em algum lugar do sistema.
-/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de confi- -mtr - mostra rota até determinado IP
guração do sistema -mv - move ou renomeia arquivos e diretórios
-/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arqui- -nano – editor de textos básico.
vos para o diretório Home de novos usuários. -nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacio-
-fdisk -l – mostra a lista de partições. nal Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede
-find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3 -netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sis-
-find – busca arquivos no disco rígido. tema.
-halt -p – desligar o computador. -nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais
-head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo atrás de portas abertas.
-history – mostra o histórico de comandos dados no -nslookup - consultas a serviços DNs
terminal. -ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização
-ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as in- -passwd - modifica senha (password) de usuários
for- mações relacionadas a cada uma delas -ps - mostra os processos correntes
-iptraf - analisador de tráfego da rede com interface -ps –aux - mostra todos os processos correntes no sis-
gráfica baseada em diálogos tema
-kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG- -ps -e – lista os processos abertos no sistema.
TErm e sIGKILL encerram o processo. -pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt pa-
-kill -9 xxx – mata o processo de número xxx. drão do Linux exibe apenas o último nome do caminho do
-killall - manda um sinal para todos os processos. diretório atual. para exibir o caminho completo do diretório
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com atual digite o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão
controle do Linux que está sendo usada. help pwd – é o coman-
-ls - listar o conteúdo do diretório do que nos mostrará o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório informação do help nos mostra-nos que pwd imprime o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em nome do diretório atual.
ordem inversa (r) de data (t) -reboot – reiniciar o computador.
-man - mostra informações sobre um comando -recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na 15.. utf8 file_to_change.txt
raiz do Linux para a criação de novos diretórios. -rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretó- -rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
rio chamado “myfolder”. -route - mostra as informações referentes às rotas
-shutdown -r now – reiniciar o computador
-split - divide um arquivo
-smbpasswd - No sistema operacional Linux, na versão
samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpass-
wd (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de
diretórios do samba). os usuários comuns só podem exe-
cutar o comando sem opções. Ele os levará para que sua
senha velha smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua
nova senha duas vezes, para garantir que a senha foi digi-
tada corretamente. Nenhuma senha será mostrada na tela
enquanto está sendo digitada.

61
INFORMÁTICA BÁSICA

-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha) Distribuição Linux é um sistema operacional que uti-
-su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ liza o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Exis-
(é exigida a senha) tem várias versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu,
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um desvantagens. O que torna a escolha de uma distribui-
arquivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua ção bem pessoal.
sintaxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado Distribuições são criadas, normalmente, para aten-
de alguns parâmetros como o -n que mostra o [numero] der razões específicas. Por exemplo, existem distribui-
de linhas do final do arquivo; o – c [numero] que mostra ções para rodar em servidores, redes - onde a segurança
o [numero] de bytes do final do arquivo e o – f que exibe é prioridade - e, também, computadores pessoais.
continuamente os dados do final do arquivo à medida que Assim, não é possível dizer qual é a melhor distri-
são acrescentados. buição. Pois, depende da finalidade do seu computador.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que
“ouve” os pacotes Sistema de arquivos: organização e gerenciamen-
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro- to de arquivos, diretórios e permissões no Linux
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; Dependendo da versão do Linux é possível encon-
também altera data e hora de modificação para agora trar gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo,
-traceroute - traça uma rota do host local até o destino no Linux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite
mostrando os roteadores intermediários a cópia, recorte, colagem, movimentação e organização
-umount – desmontar partições. dos arquivos e pastas. No Linux, vale lembrar que os
-uname -a – informações sobre o sistema operacional dispositivos de armazenamento não são nomeados por
-userdel - remove usuários letras.
-vi - editor de ficheiros de texto Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na
-vim - versão melhorada do editor supracitado máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs,
-which - mostra qual arquivo binário está sendo cha- um será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de
mado pelo shell quando chamado via linha de comando um mesmo sistema da mesma estrutura de pastas.
-who - informa quem está logado no sistema

Não são só comandos digitados via teclado que pode-


mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas cria-
das para o Linux, vamos citar o KDE.

Figura 26: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu

As principais pastas do Linux são:


/etc - possui os arquivos gerais de configuração do
sistema e dos
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório
salvo na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, in-
cluindo configuração do gerenciador de boot e o kernel.
Figura 25: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de /dev – onde ficam as entradas das placas de disposi-
http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_in- tivos como rede, som, impressoras.
terface_gr%C3%A1fica_KDE /lib – bibliotecas do sistema.
/media – possui a instalação de dispositivos como
Um dos motivos que ainda desestimula várias pes- drive de CD, pen drives e outros.
soas a adotarem o Linux como seu sistema operacional é a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
quantidade de programas compatíveis com ele, o que vem /proc – armazena informações sobre o estado atual
sendo solucionado com o passar do tempo. Sua interface do sistema.
familiar, semelhante ao do Windows, tem ajudado a au- /root – diretório do superusuário.
mentar os adeptos ao Linux.

62
INFORMÁTICA BÁSICA

O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, Administração de usuários e grupos no Linux


copiar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que
estamos usando o Nautilus, da seguinte forma: Antes de iniciarmos, entendamos dois termos:
- Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o - superusuário: é o administrador do sistema. Ele
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área tem acesso e permissão para executar todos os coman-
de transferência, mas o original permanecerá no local. dos.
- Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre - usuário comum: tem as permissões configuradas
o arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área pelo superusuário para o grupo em que se encontra.
de transferência, sendo removido do seu local de origem. Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local grupo pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos
desejado e depois em colar. O conteúdo da área de trans- atribuir permissões aos grupos e colocar o usuário que
ferência será colado. desejamos que tenha determinada permissão no grupo
Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar- correspondente.
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressio-
nar o botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado Comandos básicos para grupos
e movê-lo para o destino.
- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo
Instalar, remover e atualizar programas - Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g
nomegrupo nomeusuario
Para instalar ou remover um programa, considerando o - Definir senha para o usuário: sudo password no-
Linux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Re- meusuario
mover Aplicações, que possibilita a busca de drives pela In- - Remover usuário do sistema: sudo userdel no-
ternet. Esta ferramenta é encontrada no menu Aplicações, meusuario
Adicionar/Remover.
Na parte superior da janela encontramos uma linha de Permissões no Linux
busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo dese-
jado. Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem
mostrar apenas os itens suportados pelo Ubuntu. acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros
O lado esquerdo lista todas as categorias de progra- dependem de sua permissão para executar comandos.
mas. Quando uma categoria é selecionada sua descrição é As permissões podem ser sobre tipo do arquivo, per-
mostrada na parte de baixo da janela. Como exemplos de missões do proprietário, permissões do grupo e per-
categorias podemos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, missões para os outros usuários.
Gráficos, Internet, entre outros. Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos
comuns com o ‘-‘.
Manipulação de hardware e dispositivos Alguns dos comandos utilizados em permissões
são:
A manipulação de hardware e dispositivos pode ser ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permis-
feita no menu Locais, Computador, através do qual aces- sões do proprietário do grupo
samos a lista de dispositivos em execução. A maioria dos r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence
dispositivos de hardware instalados no Linux Ubuntu são r- -permissão para os outros usuários
simplesmente instalados. Quando se trata de um pen drive, As permissões do Linux são: leitura, escrita e exe-
após sua conexão física, aparecerá uma janela do geren- cução.
ciador de arquivos exibindo o conteúdo do dispositivo. É - Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas
importante, porém, lembrar-se de desmontar corretamente veja, ou seja, leia o arquivo.
os dispositivos de armazenamento e outros antes de en- - Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode
cerrar seu uso. No caso do pen drive, podemos clicar com criar e alterar arquivos.
o botão direito do mouse sobre o ícone localizado na área - Execução: (x, de eXecution) o usuário pode execu-
de trabalho e depois em Desmontar. tar arquivos.
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, sig-
Agendamento de tarefas nifica que ela não é atribuída ao usuário.

O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realiza- Compactação e descompactação de arquivos


do pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite Comandos básicos para compactação e descom-
estipular horários e intervalos para que tarefas sejam exe- pactação de arquivos:
cutadas. Ele permite detalhar comandos, data e hora que gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos
ficam em um arquivo chamado crontab, arquivo de texto compacta- dos com gzip.
que armazena a lista de comandos a serem aciona- dos no gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis.
horário e data estipulados. gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos.
zcat [opções] [arquivos] descompacta arquivos.

63
INFORMÁTICA BÁSICA

Backup A Segurança da Informação se refere à proteção exis-


tente sobre as informações de uma determinada empresa
Comandos básicos para backups ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
tar agrupa vários arquivos em somente um. vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
compress faz a compressão de arquivos padrão do conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
Unix. ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
uncompress descomprime arquivos compactados ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
pelo com- press. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
zcat permite visualizar arquivos compactados pelo de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
compress. com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
informação.
A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
— representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
Portanto as características básicas, de acordo com os
Figura 27: Centro de controle do KDE imagem obtida padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguin-
de http:// tes:
pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa- - Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
ce_ so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
gr%C3%A1fica_KDE àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.
- Integridade – especificidade que assegura que a in-
formação manipulada mantenha todas as características
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação,
CONCEITOS DE SEGURANÇA DA incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
INFORMAÇÃO APLICADOS A TIC. vida (nascimento, manutenção e destruição).
CÓPIA DE SEGURANÇA (BACKUP): - Disponibilidade – especificidade que assegura que a
CONCEITOS. informação esteja sempre disponível para o uso legítimo,
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo
proprietário da informação.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a
Segurança da informação: procedimentos de segu- informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi
rança alvo de mutações ao longo de um processo.
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que
A Segurança da Informação refere-se às proteções assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a
existentes em relação às informações de uma determi- uma transação feita anteriormente.
nada empresa, instituição governamental ou pessoa. Ou
seja, aplica-se tanto às informações corporativas quanto Mecanismos de segurança
as pessoais.
Entende-se por informação todo e qualquer conteú- O suporte para as orientações de segurança pode ser
do ou dado que tenha valor para alguma corporação ou encontrado em:
pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou Controles físicos: são barreiras que limitam o contato
exposta ao público para consulta ou aquisição. ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as-
Antes de proteger, devemos saber: segura a existência da informação) que a suporta.
- O que proteger; Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
- De quem proteger; tam o acesso à informação, que está em ambiente contro-
- Pontos frágeis; lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria
- Normas a serem seguidas. exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-
tencionado.

64
INFORMÁTICA BÁSICA

Existem mecanismos de segurança que sustentam os   Hoje, a criptografia pode ser considerada um méto-
controles lógicos: do 100% seguro, pois, quem a utiliza para enviar e-mails e
proteger seus arquivos, estará protegido contra fraudes e
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a tentativas de invasão.
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’ são
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e usados para expressar o tamanho da chave, ou seja, quanto
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados mais bits forem utilizados, mais segura será essa criptogra-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- fia.
tografados. A operação contrária é a decifração. Um exemplo disso é se um algoritmo usa um chave de
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usadas para decodi-
fados, agregados a um documento do qual são função, ficar essa informação, pois 2 elevado a 8 é igual a 256. As-
garantindo a integridade e autenticidade do documento sim, um terceiro pode tentar gerar 256 tentativas de combi-
associado, mas não ao resguardo das informações. nações e decodificar a mensagem, que mesmo sendo uma
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- tarefa difícil, não é impossível. Portanto, quanto maior o
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- número de bits, maior segurança terá a criptografia.
rantida a integridade através de comparação do resultado
do teste local com o divulgado pelo autor. Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, simétricas e as chaves assimétricas
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
documento. que usam essa chave, estão:
- Integridade: Medida em que um serviço/informação é - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
autêntico, ou seja, está protegido contra a entrada por intrusos. 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
proposital de simular falhas de segurança de um sistema e elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
obter informações sobre o invasor enganando-o, e fazen- todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.
do-o pensar que esteja de fato explorando uma fraqueza - RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito
daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invaso- utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além
res. O HoneyPot não oferece forma alguma de proteção. disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou-
- Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem tras pelo tamanho das chaves.
um grau de segurança e usam alguns dos mecanismos citados. - EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra-
Mecanismos de encriptação fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de
128bits, 192bits ou 256bits.
A criptografia vem, originalmente, da fusão entre duas - IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um
palavras gregas: algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES.
• CRIPTO = ocultar, esconder. Seu ponto forte é a fácil execução de software.
• GRAFIA= escrever  As chaves simétricas não são absolutamente seguras
Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou em có- quando referem-se às informações extremamente valiosas,
digos. Ou seja, é um conjunto de técnicas que tornam uma principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter
mensagem ininteligível, e permite apenas que o destinatá- o conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a trans-
rio que saiba a chave de encriptação possa decriptar e ler a missão pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a
mensagem com clareza. terceiros.
Permitema transformação reversível dainformação de
forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para isso, Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú-
algoritmos determinados e uma chave secreta para,a partir blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública
de um conjunto de dados não encriptados,produzir uma para codificar e a chave privada para decodificar, conside-
continuação de dados encriptados. A operação inversa é a rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos
desencriptação. utilizados, estão:
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos
Existem dois tipos de chave: a chave pública e a chave de chave assimétrica mais usados, em que dois números
privada. primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por
  eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro
A chave pública é usada para codificar as informações, valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco-
e a chave privada é usada para decodificar.   brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo
Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas para um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili-
‘abrir’ os dados da informação, que aparentemente não zados, será praticamente impossível descobrir o código. A
tem sentido, é preciso da chave privada, que apenas o chave privada do RSA são os números que são multiplica-
emissor e receptor original possui. dos e a chave pública é o valor que será obtido.

65
INFORMÁTICA BÁSICA

- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um problema matemático que o torna mais seguro. É muito usado
em assinaturas digitais.

Segurança na internet; vírus de computadores; Spyware; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Apli-
cativos para segurança (antivírus, firewall e antispyware)

Firewall é uma solução de segurança fundamentada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de
dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se enquadra em
uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados indesejados e liberar
acessos desejados.
Para melhor compreensão, imagine um firewall como sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é necessário
obedecer a determinadas regras, como se identificar, ser esperado por um morador e não portar qualquer objeto que possa
trazer riscos à segurança; para sair, não se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a devida autorização.
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada porta para
se instalar em um computador sem o usuário saber, um programa que envia dados sigilosos para a internet, uma tentativa
de acesso à rede a partir de computadores externos não autorizados, entre outros.
Você já sabe que um firewall atua como uma espécie de barreira que verifica quais dados podem passar ou não. Esta
tarefa só pode ser feita mediante o estabelecimento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo usuário.
Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no computador
ou na rede. O problema é que esta condição isola este computador ou esta rede, então pode-se criar uma regra para que,
por exemplo, todo aplicativo aguarde autorização do usuário ou administrador para ter seu acesso liberado. Esta autoriza-
ção poderá inclusive ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes serão automaticamente permitidos.
Em um modo mais versátil, um firewall pode ser configurado para permitir automaticamente o tráfego de determina-
dos tipos de dados, como requisições HTTP (veja mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras, como conexões
a serviços de e-mail.
Perceba, como estes exemplos, que as políticas de um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princípios: todo trá-
fego é bloqueado, exceto o que está explicitamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o que está explicitamente
bloqueado.
Firewalls mais avançados podem ir além, direcionando determinado tipo de tráfego para sistemas de segurança inter-
nos mais específicos ou oferecendo um reforço extraem procedimentos de autenticação de usuários, por exemplo.
O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias formas. O que define uma metodologia ou outra são fatores
como critérios do desenvolvedor, necessidades específicas do que será protegido, características do sistema operacional
que o mantém, estrutura da rede e assim por diante. É por isso que podemos encontrar mais de um tipo de firewall. A
seguir, os mais conhecidos.

Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras soluções de firewall surgiram na década de 1980 baseando-se em
filtragem de pacotes de dados (packetfiltering), uma metodologia mais simples e, por isso, mais limitada, embora ofereça
um nível de segurança significativo.
Para compreender, é importante saber que cada pacote possui um cabeçalho com diversas informações a seu respeito,
como endereço IP de origem, endereço IP do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Firewall então analisa estas
informações de acordo com as regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja para sair ou para entrar na máquina/
rede), podendo também executar alguma tarefa relacionada, como registrar o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de
log.
O firewall de aplicação, também conhecido como proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma solução
de segurança que atua como intermediário entre um computador ou uma rede interna e outra rede, externa normalmente,
a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de solicitações, fire-
walls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar direta-
mente com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e
a internet. Observe:

66
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 93: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer
regras que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre com-
putadores internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la
no endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante auten-
ticação do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é ca-
paz de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy trans-
parente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy “normal” e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.

Limitações dos firewalls


Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;
- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;
- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou atacantes experientes podem tentar descobrir ou explorar brechas de
segurança em soluções do tipo;
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a internet
em seu computador a partir de uma conexão 3G ( justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o firewall não con-
seguirá interferir.

67
INFORMÁTICA BÁSICA

SISTEMA ANTIVÍRUS.

Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus, spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca precisou
formatar seu computador?
Os vírus representam um dos maiores problemas para usuários de computador. Para poder resolver esses problemas,
as principais desenvolvedoras de softwares criaram o principal utilitário para o computador, os antivírus, que são progra-
mas com o propósito de detectar e eliminar vírus e outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar no sistema.
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de programas de software que são implementados sem o consentimento
(e inclusive conhecimento) do usuário ou proprietário de um computador e que cumprem diversas funções nocivas para
o sistema. Entre elas, o roubo e perda de dados, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e propagação para
outros computadores.
Os antivírus são aplicações de software projetadas como medida de proteção e segurança para resguardar os dados e o
funcionamento de sistemas informáticos caseiros e empresariais de outras aplicações conhecidas comunmente como vírus
ou malware que tem a função de alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos computadores.
Um programa de proteção de vírus tem um funcionamento comum que com frequência compara o código de cada
arquivo que revisa com uma base de dados de códigos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode determinar se trata
de um elemento prejudicial para o sistema. Também pode reconhecer um comportamento ou padrão de conduta típica
de um vírus. Os antivírus podem registrar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como aqueles que procuram
ingressar ou interagir com o mesmo.
Como novos vírus são criados de maneira quase constante, sempre é preciso manter atualizado o programa antivírus
de maneira de que possa reconhecer as novas versões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em execução duran-
te todo tempo que o sistema informático permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de arquivos cada vez que o
usuário exija. Normalmente, o antivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros aplicativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que cum-
prem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.
Então, antivírus são os programas criados para manter seu computador seguro, protegendo-o de programas malicio-
sos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados de seu computador.
Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre escolha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão usando
este mercado para enganar pessoas com falsos softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu computador vul-
nerável aos ataques.
E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos, e
divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de informação.
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados. Alguns
às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço considerável
(que é sempre muito precioso) em seu disco. Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do programa origi-
nal, para não dar a menor pista de sua existência.
Cada vírus possui um critério para começar o ataque propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apagados,
o micro começa a travar, documentos que não são salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram mensagens
chatas, outros mais elaborados fazem estragos muitos grandes.

Existe uma variedade enorme de softwares antivírus no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o sempre
atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para proteger
seu sistema operacional.
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de atualização automática. Abaixo há uma lista com os antivírus
mais conhecidos:
Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br - Possui versão de teste.
McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui versão de teste.
AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e outra gratuita para uso não comercial (com menos funcionali-
dades).
Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.com.br - Possui versão de teste.
É importante frisar que a maioria destes desenvolvedores possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover vírus
específicos. Geralmente, tais softwares são criados para combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.

68
INFORMÁTICA BÁSICA

Figura 94: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a inva-
são de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar fabri-
cado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um aplicati-
vo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se re-
produz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Tro-
jan” deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de
roubar informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a
máquina contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas
e capturadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um com-
putador alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença entre
eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela Internet, seja
por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o problema quando o
computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibilidades de propagação. O
worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema de envio de e-mails) próprios
ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milhares) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os hi-
jackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.

Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

69
INFORMÁTICA BÁSICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
que a informação partiu de uma empresa confiável, como MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
do usuário. Desconsidere a mensagem. 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
CONCEITOS DE AMBIENTE DE REDES DE Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTADORES. des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Redes de Computadores refere-se à interligação por Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
meio de um sistema de comunicação baseado em trans- eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
missões e protocolos de vários computadores com o ob- Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
jetivo de trocar informações, entre outros recursos. Essa para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
ligação é chamada de estações de trabalho (nós, pontos grandes distâncias.
ou dispositivos de rede).
Atualmente, existe uma interligação entre computado- Topologia de Redes
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação Astopologias das redes de computadores são as estru-
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores são
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade entreligados formando um anel e os dados são propagados
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com de computador a computador até a máquina de origem;
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
com objetivo de proteger e enviar de dados. mento é feito em sequencialmente;
Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Alguns tipos de Redes de Computadores estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
Antigamente, os computadores eram conectados em endereçados (unicast, broadcast e multicast).
distâncias curtas, sendo conhecidas como  redes locais.
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne- Cabos
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a  extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de lizados são:
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por
Veja alguns tipos de redes: sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados
Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se em lojas de informática ou produzidos pelo usuário;
comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue- Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância
tooth; maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí-
Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento
que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala, ISA, suporte não encontrado em computadores mais
um prédio ou um campus de universidade; novos;

70
INFORMÁTICA BÁSICA

Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
de difícil instalação. São velozes e imunes a interfe- e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
rências eletromagnéticas. como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
Após montar o cabeamento de rede é necessário OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
realizar um teste através dos testadores de cabos, ad- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas de
quirido em lojas especializadas. Apesar de testar o fun- diferentes fabricantes), identificando e determinando um IP
cionamento, ele não detecta se existem ligações incor- para cada computador que se conecta com a rede.
retas. É preciso que um técnico veja se os fios dos cabos Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de dados
estão na posição certa. na rede e selecionar o melhor caminho. Existem os ro-
teadores estáticos, capaz de encontrar o menor caminho
Sistema de Cabeamento Estruturado para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver conges-
Para que essa conexão não prejudique o ambiente tionada; e os  roteadores dinâmicos que encontram ca-
de trabalho, em uma grande empresa, são necessárias minhos mais rápidos e menos congestionados para o
várias conexões e muitos cabos, sendo necessário o ca- tráfego.
beamento estruturado.
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tem- Modem: Dispositivo responsável por transformar a
po, tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção onda analógica que será transmitida por meio da linha te-
da rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que pos- lefônica, transformando-a em sinal digital original.
sibilitam que vários conectores possam ser inseridos
em um único local, sem a necessidade de serem conec- Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes de
tados diretamente no hub. computadores, como por exemplo, envio de arquivos ou
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado e-mail. Os computadores que acessam determinado servi-
possui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os dor são conhecidos como clientes.
cabos das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um
concentrador de tomadas, favorecendo a manutenção Placa de Rede: Dispositivo que garante a comunicação
das redes. Eles são adaptados e construídos para serem entre os computadores da rede. Cada arquitetura de rede
inseridos em um rack. depende de um tipo de placa específica. As mais utilizadas
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em anel).
do cabeamento de rede, em que a conexão da rede é
pensada de forma a realizar a sua expansão.

Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o ca-


beamento de rede. Ele poderá transformar os sinais re-
cebidos e enviá-los para outros pontos da rede. Ape-
sar de serem transmissores de informações para outros
pontos, eles também diminuem o desempenho da rede,
podendo haver colisões entre os dados à medida que
são anexas outras máquinas. Esse equipamento, nor-
malmente, encontra-se dentro do hub.

Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar


todos os dados da rede e compartilhá-los entre as ou-
tras estações (máquinas). Nesse momento nenhuma ou-
tra máquina consegue enviar um determinado sinal até
que os dados sejam distribuídos completamente. Eles
são utilizados em redes domésticas e podem ter 8, 16,
24 e 32 portas, variando de acordo com o fabricante.
Existem os Hubs Passivos, Ativos, Inteligentes e Empi-
lháveis.

Bridges: É um repetidor inteligente que funciona


como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede,
além de relacionar diferentes arquiteturas.

Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub,


mas que funciona como uma ponte: ele envia os dados
apenas para a máquina que o solicitou. Ele possui mui-
tas portas de entrada e melhor performance, podendo
ser utilizado para redes maiores.

71
INFORMÁTICA BÁSICA

MICROSOFT OFFICE 2016 A interface do office 2016 também recebeu uma sutil
repaginada. As mudanças visuais são quase imperceptíveis,
Microsoft Office é uma suite de aplicações (programas mas o visual está mais plano, seguindo a tendência do win-
de computador) desenvolvida pela Microsoft Corp. (uma dows 10. A porção superior da Ribbon dos aplicativos rece-
empresa norte-americana fundada em 1975). Trata-se de beu uma cor solida, que varia conforme o aplicativo: azul,
um conjunto de programas informáticos/software que rea- verde, roxo etc.
lizam tarefas de escritório, isto é, que permitem automati- Há um cinza bem claro na faixa de opções para separar
zar e otimizar as atividades do dia-a-dia de um escritório. o documento aberto das ferramentas disponíveis na por-
A primeira versão do Microsoft Office foi lançada em ção superior.
1989 com dois packs básicos: um formado pelo Microsoft Em caso de telas sensíveis ao toque, aceita-se a possi-
Word, pelo Microsoft Excel e pelo Microsoft PowerPoint, e bilidade de ajustar a interface dos programas para ser ma-
outro ao qual foram acrescentados os programas Microsoft nipulada pelos dedos. Na verdade, o recurso cria mais es-
Access e Schedule Plus. paçamento entre os botões, para facilitar o toque, mesmo
O Word é um dos programas mais populares que fa- nessa condição, as funcionalidades continuam as mesmas.
zem parte do Microsoft Office. Consiste num processador
de textos que inclui um corretor ortográfico, um dicionário Trabalhar em equipe ficou mais fácil
de sinónimos e a possibilidade de trabalhar com diversas Com o Office 2016, ficou mais fácil compartilhar docu-
fontes (tipos de letras). mentos e trabalhar com outras pessoas ao mesmo tempo.
O Excel, por sua vez, é composto por folhas de cálculo.
Tem por principal característica a possibilidade de realizar Colabore em documentos
cálculos aritméticos de forma automática, facilitando assim Veja as edições das outras pessoas com a coautoria no
o desenvolvimento dos balanços e das demonstrações fi- Word, no PowerPoint e no OneNote. O histórico de versão
nanceiras. foi aperfeiçoado e agora permite conferir os instantâneos
O PowerPoint é o programa do Office que se utiliza das versões anteriores do documento durante o processo
para criar e exibir apresentações visuais. A sua base está no de edição.
desenvolvimento de dispositivos multimídia, que podem Compartilhamento simplificado
incluir texto, imagens, vídeos e som. Compartilhe a partir do próprio documento com ape-
A administração da informação pessoal e as mensa- nas um clique. Se preferir, use os novos anexos modernos
gens de correio electrónico podem ser geridos a partir do do Outlook: é só anexar os arquivos do OneDrive e confi-
Outlook. O seu principal ponto forte é o correio eletrônico, gurar automaticamente a permissão. Você não precisa nem
embora também disponha de um calendário e de um dire- sair do Outlook.
tório de contatos.
O Microsoft Office é um programa que não dispensa Office em todos os seus dispositivos
de licença. Por isso, deve ser comprado pelos utilizadores Revise, edite, analise e apresente documentos do Of-
que pretendam usufruir dos serviços propostos. fice 2016 em qualquer um dos seus dispositivos, seja um
Os programas do pacote office são amplamente utili- PC, um Mac ou telefones e tablets Windows, Apple® e An-
zados no ambiente corporativo, mas na maioria dos com- droid™.
putadores domésticos, você vai encontrar também pelo
menos um processador de texto, um editor de planilhas e Colabora com você
um programa de apresentações, representados pelos po- O Office 2016 colabora com a sua produtividade ofere-
pulares Word, Excel e Powerpoint, respectivamente. cendo jeitos novos e mais rápidos de alcançar os resultados
Dominar o básico destes programas não é difícil, com que você quer.
um pouco de pratica e dedicação, você já consegue criar
documentos, relatórios e planilhas simples, bem como al- Encontre os comandos com o Diga-me
gumas apresentações a partir de modelos prontos. É só dizer para o Word, o Excel ou o PowerPoint o que
quer fazer e o Diga-me leva você até o comando.
OFFICE 2016
Lançado em setembro de 2015, é a versão mais recen- Verifique os fatos usando a Pesquisa Inteligente da pla-
te, que veio a substituir o Office2013. Entre os novos re- taforma Bing
cursos estão a possibilidade de criar, abrir, editar e salvar A Pesquisa Inteligente usa os termos destacados por
arquivos na nuvem diretamente de seu desktop. Há tam- você e outras informações do contexto do documento para
bém o recurso “Diga-me”- uma caixa de busca localiza- mostrar os resultados da pesquisa na Web dentro do pró-
da na porção superior da tela, a partir da qual você pode prio documento.
simplesmente digitar o nome de ferramentas e comandos
para encontrá-los facilmente. Agora os aplicativos do office Ideias a poucos cliques de distância
permitem colaboração de arquivos, com edição em tempo Usando a previsão com um clique, você transforma ra-
real, permitindo que mais de um usuário editem ao mesmo pidamente o histórico de dados em uma análise de ten-
tempo, desde que eles estejam conectados on-line em suas dências futuras. Os novos gráficos ajudam a visualizar da-
contas Microsoft. dos complexos.

72
INFORMÁTICA BÁSICA

O Office acompanha você


Do trabalho à sua lanchonete preferida, acompanhe aquilo que importa: amigos, parentes e projetos, em todos os seus
dispositivos.

Aplicativos do Office otimizados para o toque


Toque para ler, editar, mudar o zoom e navegar. Tome notas ou faça anotações usando a tinta digital.

Tudo em um único lugar com o armazenamento em nuvem do OneDrive


Salve o arquivo no armazenamento em nuvem e troque de dispositivo sem perder o embalo. Os aplicativos do Office
abrem o documento do jeitinho que você deixou, em qualquer um dos seus dispositivos.

Perfeito para o Windows 10


Juntos, o Office 2016 e o Windows 10 formam a solução mais completa do mundo para resolver o que for necessário.

Hello
É só dizer “Hello” uma única vez, e o Windows faz logon no PC e no Office.

Cortana
A Cortana ajuda você a fazer seu trabalho no Office. Integrá-la ao Office 365 facilita diversas tarefas, como a preparação
de reuniões.

Aplicativos móveis do Office


Os aplicativos móveis do Office no Windows 10 são rápidos, fáceis de usar com a tela de toque e otimizados para a
produtividade em praticamente qualquer lugar.

Office pelo melhor preço


Com os planos de assinatura flexíveis do Office 365, você escolhe a opção ideal para as suas necessidades. Assine o
plano individual ou um plano para toda a família.

Instale os aplicativos do Office


O Office 365 vem com os novos aplicativos do Office 2016 para PC e Mac, como Word, Excel, PowerPoint, Outlook e
OneNote.

1 TB de armazenamento em nuvem do OneDrive


O OneDrive deixa ao seu alcance aquilo que é importante, como amigos, parentes, projetos e arquivos, em praticamen-
te qualquer lugar, em qualquer dispositivo.

Acesso ao suporte técnico gratuito


Precisa de ajuda com o Office 2016? Todo assinante do Office 365 recebe suporte técnico gratuito de especialistas
treinados pela Microsoft.

EDITOR DE TEXTO MS WORD 2016

Novidades do Word 2016 para Windows1


O Word 2016 para Windows tem todas as funcionalidades e recursos conhecidos, com alguns aprimoramentos e novos
recursos do Office 2016.
Veja alguns dos novos recursos.
Realize ações rapidamente com o recurso Diga-me
Observe que há uma caixa de texto na Faixa de Opções do Word 2016 com a mensagem O que você deseja fazer. Esse
é um campo de texto no qual você insere palavras ou frases relacionadas ao que deseja fazer e obtém rapidamente os re-
cursos que pretende usar ou as ações que deseja realizar. Se preferir, use o Diga-me para encontrar ajuda sobre o que está
procurando ou para usar a Pesquisa Inteligente para pesquisar ou definir o termo que você inseriu.

1 Fonte: https://support.office.com/pt-br/article/Novidades-do-Word-2016-para-Windows-4219dfb5-23fc-4853-95aa-b13a674a6670?ui=pt-
-BR&rs=pt-BR&ad=BR

73
INFORMÁTICA BÁSICA

Trabalhe em grupo em tempo real


Ao armazenar um documento online no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word
2016 ou Word Online, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o do-
cumento online, clique em Compartilhar para gerar um link ou enviar um convite por email. Quando seus colegas abrem o
documento e concordam em compartilhar automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.

74
INFORMÁTICA BÁSICA

Ideias para o trabalho que está realizando


A Pesquisa Inteligente da plataforma Bing apresenta as pesquisas diretamente no Word 2016. Quando você seleciona
uma palavra ou frase, clica com o botão direito do mouse sobre ela e escolhe Pesquisa Inteligente, o Painel de ideias é
exibido com as definições, os artigos Wiki e as principais pesquisas relacionadas da Web.

75
INFORMÁTICA BÁSICA

Equações à tinta
Incluir equações matemáticas ficou muito mais fácil. Vá até Inserir > Equação > Equação à Tinta sempre que desejar
incluir uma equação matemática complexa em um documento. Se tiver um dispositivo sensível ao toque, use o dedo ou
uma caneta de toque para escrever equações matemáticas à mão, e o Word 2016 vai convertê-las em texto. Caso não tenha
um dispositivo sensível ao toque, use o mouse para escrever. Você pode também apagar, selecionar e fazer correções à
medida que escreve.

Histórico de versões melhorado


Vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento e para acessar versões
anteriores.

Compartilhamento mais simples


Clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no OneDrive ou no One-
Drive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de email diretamente do Word.

Formatação de formas mais rápida


Quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de preenchimentos predefini-
dos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

76
INFORMÁTICA BÁSICA

Interface

Tela de trabalho do MS Word


No cabeçalho de nosso programa temos a barra de títulos do documento ,
que como é um novo documento apresenta como título “Documento1”. Na esquerda temos a Barra de acesso rápido,
que permite acessar alguns comandos mais rapidamente como salvar, desfazer. Você pode personalizar essa
barra, clicando no menu de contexto (flecha para baixo) à direita dela.

Mais à esquerda tem a ABA Arquivo.

77
INFORMÁTICA BÁSICA

Através dessa ABA, podemos criar novos documentos, abrir arquivos existentes, salvar documentos, imprimir, preparar
o documento (permite adicionar propriedades ao documento, criptografar, adicionar assinaturas digitais, etc.).

ABAS

Os comandos para a edição de nosso texto agora ficam agrupadas dentro destas guias. Dentro destas guias temos os
grupos de ferramentas, por exemplo, na guia Página inicial, temos “Fonte”, “Parágrafo”, etc., nestes grupos fica visíveis para
os usuários os principais comandos, para acessar os demais comandos destes grupos de ferramentas, alguns destes grupos
possuem pequenas marcações na sua direita inferior.

78
INFORMÁTICA BÁSICA

O Word possui também guias contextuais quando determinados elementos dentro de seu texto são selecionados, por
exemplo, ao selecionar uma imagem, ele criar na barra de guias, uma guia com a possibilidade de manipulação do elemen-
to selecionado.

Explore a galeria de documentos

A galeria de documentos é o local onde você pode criar um documento em branco ou usar um modelo predefinido. A
galeria fica disponível ao abrir o Word ou você pode acessá-la escolhendo Arquivo > Novo se estiver trabalhando em um
documento existente.

79
INFORMÁTICA BÁSICA

Explorar a faixa de opções

Saiba mais sobre a caixa Diga-me

Diga-Me é uma nova ferramenta de pesquisa e está disponível no Word, no PowerPoint e no Excel 2016. Ela exibe os
comandos necessários quando você digita o que deseja fazer. Por exemplo, digite “configurações de fonte” na janela Diga-
-me o que você quer fazer. Em seguida, escolha uma das sugestões exibidas ou escolha Obter Ajuda sobre “configurações
de fonte” para abrir o visualizador da Ajuda.

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INFORMÁTICA BÁSICA

Faça um tour do Word 2016

Quando o Word abrir, clique em Faça um tour ou digite “Bem-vindo ao Word” na caixa Pesquisar modelos online. O
modelo Bem-vindo ao Word é aberto.
Este documento permite que você explore cinco áreas:
- Usar guias dinâmicas de layout e alinhamento
- Colaborar no Modo de Exibição Marcação Simples
- Inserir Imagens e Vídeos Online
- Desfrutar da Leitura
- Editar conteúdo em PDF no Word

Criando um documento

Quando você abre o Word, a galeria de documentos é exibida, permitindo que você escolha o modelo de documento
em branco ou um dos vários outros modelos.

81
INFORMÁTICA BÁSICA

Utilizando um modelo

Quando você inicia um aplicativo do Office, como o Word, o Excel, o PowerPoint, o Visio ou o Access, a primeira coisa
que você vê é uma lista de modelos que podem ser usados para criar seus arquivos e documentos.
Para encontrar modelos para os aplicativos do Office a qualquer momento, selecione Arquivo > Novo. Veja um exemplo
de como isso é exibido no Word:

Insira uma pesquisa para o tipo de modelo que você está procurando na caixa de pesquisa que diz Procurar modelos
online. Para navegar pelos tipos de modelos populares, selecione qualquer uma das palavras-chave abaixo da caixa de
pesquisa.

Selecione a miniatura de um modelo para ver uma visualização maior de como ele é. Você pode usar as setas em am-
bos os lados da visualização para rolar pelos modelos relacionados. Depois de encontrar um modelo de que você gosta,
selecione Criar.

82
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA : Se você usa um modelo com frequência, pode fixá-lo para que esteja sempre à mão quando você inicia o apli-
cativo do Office. Basta selecionar o ícone de pino que aparece abaixo da miniatura na lista de modelos.

Modos de documento e compatibilidade


Quando você abre um documento no Word 2016, ele se encontra em um destes modos:
- Modo Word 2013-2016
- Modo de Compatibilidade do Word 2010
- Modo de Compatibilidade do Word 2007
- Modo de Compatibilidade do Word 97-2003
Caso você veja o Modo de Compatibilidade na barra de título, saiba como descobrir em que modo você está:
- Clique em Arquivo > Informações.
- Na seção Inspecionar Documento, clique em Verificar Problemas e em Verificar Compatibilidade.

Clique em Selecionar versões a exibir para verificar se há uma marca de seleção exibida ao lado do nome do modo em
que o documento se encontra.

Ajustar recuos e espaçamento no Word


Quando você quiser fazer alterações precisas nos recuos e no espaçamento ou quando quiser fazer várias alterações de
uma só vez, use as configurações na guia Recuos e Espaçamento na caixa de diálogo Parágrafo.
Selecione o texto que deseja ajustar.
Clique em Layout e clique na seta para o iniciador da caixa de diálogo no grupo Parágrafo.

Na guia  Recuos e Espaçamento, escolha as configurações (veja abaixo os detalhes de cada configuração) e clique
em OK.

Opções da caixa de diálogo Parágrafo


Escolha uma destas opções na caixa de diálogo Parágrafo. Na parte inferior da caixa de diálogo, a caixa Visualiza-
ção mostra a aparência das opções antes que você as aplique.

Geral
Escolha À Esquerda para alinhar o texto à esquerda com uma margem
Alinhamento
direita irregular (ou use o atalho de teclado CTRL+L).
EscolhaCentralizar para centralizar o texto com uma borda esquerda e
direita irregulares (CTRL+E).
EscolhaÀ Direita para alinhar o texto à direita com uma margem esquerda
irregular (CTRL+R).
EscolhaJustificar para alinhar o texto à esquerda e à direita, adicionando
espaço entre as palavras (CTRL+J).
O nível no qual o parágrafo aparece no modo de exibição de Estrutura
Nível da estrutura de tópicos
de Tópicos.
Escolha Recolhido por padrão se quiser que o documento seja aberto
com os títulos recolhidos por padrão.

83
INFORMÁTICA BÁSICA

Recuo
Move-se no lado esquerdo do parágrafo de acordo com quantidade que
Para a Esquerda
você escolher.
Move-se no lado direito do parágrafo de acordo com quantidade que você
Para a Direita
escolher.
Especial Escolha Primeira linha > Por para recuar a primeira linha de um parágrafo.
Escolha Deslocamento > Por para criar um recuo deslocado.
Quando você escolher isso, Esquerda e Direita tornam-se Dentro e Fora.
Espelhar recuos
Isso é para impressão de estilo de livro.
Espaçamento
Antes Ajusta a quantidade de espaço antes de um parágrafo.
Depois Ajusta a quantidade de espaço após um parágrafo
Espaçamento entre linhas Escolha Simples para texto com espaçamento simples.
Escolha 1,5 linhas para definir o espaçamento do texto uma vez e meia o do
espaçamento único.
Escolha Duplo para texto com espaçamento duplo.
Escolha Pelo menos > Em para definir a quantidade mínima de espaçamento
necessário para acomodar a maior fonte ou gráfico na linha.
Escolha Exatamente > Em para definir o espaçamento de linha fixa, expresso
em pontos. Por exemplo, se o texto estiver em fonte de 10 pontos, você pode
especificar 12 pontos como o espaçamento entre linhas.
EscolhaMúltiplo > Em para definir o espaçamento de linha como um múltiplo
expresso em números maiores que 1. Por exemplo, definir o espaçamento
entre linhas como 1,15 aumentará o espaço em 15% e definir o espaçamento
entre linhas como 3 aumentará o espaço em 300% (espaçamento triplo).
Escolha Não adicionar espaço entre parágrafos do mesmo estilo quando não
Não adicionar …
quiser espaço adicional entre os parágrafos.

Se você quiser salvar as configurações como padrão, clique em Definir como padrão.

Clicar em Guias… abre a caixa de diálogo Guias, onde você pode definir precisamente as guias.

Inserir imagens
As imagens podem ser inseridas (ou copiadas) a partir de vários locais diferentes, inclusive de um computador, de uma
fonte online como o Bing.com ou de uma página da Web.
Inserir uma imagem a partir de um computador
Clique no local em que deseja inserir a imagem no documento.
Clique em Inserir > Imagens.

Navegue até a imagem que você deseja inserir, selecione-a e clique em Inserir.

OBSERVAÇÃO: Por padrão, o Word insere a imagem em um documento. Mas você pode, de forma alternativa, vincular
seu documento à imagem para reduzir seu tamanho. Para fazê-lo, na caixa de diálogo Inserir Imagem, clique na seta ao lado
de Inserir e clique em Vincular ao Arquivo.

84
INFORMÁTICA BÁSICA

Inserir imagem a partir de uma fonte online


Caso não tenha uma imagem ideal no seu computador, experimente inserir uma a partir de uma fonte online, como o
Bing ou o Flickr.
Clique no local onde deseja inserir a imagem no documento.
Clique em Inserir > Imagens Online.

Na caixa de pesquisa, digite uma palavra ou frase que descreva a imagem desejada e pressione Enter.
Na lista de resultados, clique na imagem desejada e em Inserir.
Inserir uma imagem a partir de uma página da Web
Abra seu documento.
Na página da Web, clique com o botão direito do mouse na imagem que deseja e clique em Copiar.
No seu documento, clique com o botão direito do mouse no local que deseja inserir a imagem e clique em Colar.

Inserir uma tabela


Para inserir rapidamente uma tabela, clique em Inserir > Tabela e mova o cursor sobre a grade até realçar o número
correto de colunas e linhas desejado.

Clique na tabela exibida no documento. Caso seja necessário fazer ajustes, você poderá adicionar colunas e linhas em
uma tabela, excluir linhas ou colunas ou mesclar células.
Quando você clica na tabela, as Ferramentas de Tabela são exibidas.

85
INFORMÁTICA BÁSICA

Use as Ferramentas de Tabela para escolher diferen- Na seção Comportamento de Ajuste Automático, há


tes cores, estilos de tabela, adicionar uma borda a uma três opções para configurar a largura das colunas:
página ou remover bordas de uma tabela. Você pode até Largura fixa da coluna: você pode deixar o Word definir
mesmo inserir uma fórmula para fornecer a soma de uma automaticamente a largura das colunas com Automático
coluna ou linha de números em uma tabela. ou pode definir uma largura específica para todas as co-
Se você tem um texto que ficará melhor em uma tabe- lunas.
la, o Word pode convertê-lo em uma tabela. Ajustar-se automaticamente ao conteúdo: isso cria co-
Inserir tabelas maiores ou tabelas com comportamen- lunas muito estreitas que são expandidas conforme você
tos de largura personalizada adiciona conteúdo.
Para obter tabelas maiores e mais controle sobre as co- Ajustar-se automaticamente à janela: isso mudará au-
lunas, use o comando Inserir Tabela. tomaticamente a largura de toda a tabela para ajustar-se
ao tamanho de seu documento.
Se quiser que as tabelas criadas tenham uma aparência
semelhante à da tabela que você está criando, marque a
caixa Lembrar dimensões para novas tabelas.
Projetar sua própria tabela
Se quiser ter mais controle sobre a forma das colunas e
linhas de sua tabela ou algo diferente de uma grade básica,
a ferramenta Desenhar Tabela ajuda a desenhar exatamen-
te a tabela que você deseja.

Assim, você pode criar uma tabela com mais de dez


colunas e oito linhas, além de definir o comportamento de
largura das colunas.
Clique em Inserir > Tabela > Inserir Tabela.
Defina o número de colunas e linhas.

Você mesmo pode desenhar linhas diagonais e células


dentro das células.
Clique em Inserir > Tabela > Desenhar Tabela. O pon-
teiro é alterado para um lápis.
Desenhe um retângulo para fazer as bordas da tabela.
Depois, desenhe linhas para as colunas e linhas dentro do
retângulo.

86
INFORMÁTICA BÁSICA

Para apagar uma linha, clique na guia Layout de Ferramentas de Tabela, clique em Borracha e clique na linha que você
quer apagar.

Adicionar um cabeçalho ou rodapé


Você pode adicionar muito mais além de números de página aos seus cabeçalhos ou rodapés. Mas para começar, veja
como criar e personalizar um cabeçalho ou rodapé simples.
Clique em Inserir e depois clique em Cabeçalho ou Rodapé.

Dezenas de layouts internos são exibidos. Percorra-os e clique naquele que você deseja.
O espaço de cabeçalho e rodapé será aberto em seu documento, junto com as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé.
Você precisa fechar as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé para poder editar o corpo do seu documento novamente.
Digite o texto desejado no cabeçalho ou no rodapé. A maioria dos cabeçalhos e rodapés tem texto do espaço reservado
(por exemplo, “Título do documento”) que você pode digitar diretamente sobre.
DICA: Escolha entre as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé para adicionar mais ao seu cabeçalho ou rodapé, como
data e hora, uma imagem e o nome do autor ou outras informações do documento. Você também pode selecionar opções
para cabeçalhos diferentes em páginas pares e ímpares, além de indicar que não deseja que o cabeçalho ou rodapé apareça
na primeira página.
Quando terminar, clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé.

87
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA: Sempre que você quiser abrir as Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique duas vezes dentro da área de ca-
beçalho ou rodapé.

Adicionar números de página a um cabeçalho ou rodapé no Word


OBSERVAÇÃO: Se você não tiver um cabeçalho ou rodapé, ou se você tiver um cabeçalho ou rodapé que você não
queira manter, para adicionar rapidamente números de página, clique em Inserir > Número de Página e selecione o tipo de
número da página desejado. Isso substituirá qualquer cabeçalho ou rodapé existente.
Se o documento já tem cabeçalhos ou rodapés, você pode usar o código de campo de Número da Página para adicio-
nar números de página sem substituir os cabeçalhos ou rodapés.
Com mais uma etapa, você poderá exibir o número de página como Página X de Y.
Usar o código Campo de página para adicionar números de página a um cabeçalho ou rodapé
Clique duas vezes na área do cabeçalho ou rodapé (próxima à parte superior da ou inferior da página). Isso abre a
guiaDesign em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé.

Posicione o cursor onde você deseja adicionar o número da página. Para colocar o número da página no centro ou no
lado direito da página, faça o seguinte:
Para colocar o número de página no centro, na guia Design, clique em Inserir Tabulação de Alinhamento >Centrali-
zar > OK.
Para colocar o número de página no lado direito da página, na guia Design, clique em Inserir Tabulação de Alinhamen-
to > Direita > OK.
Na guia Inserir, clique em Partes Rápidas e Campo.

Na lista Nomes de campos, clique em Página e em OK.

OBSERVAÇÕES: Para mostrar os números de página como Página X de Y, faça o seguinte:


Digite de após o número de página que você acabou de adicionar.
Na guia Inserir, clique em Partes Rápidas e Campo.

88
INFORMÁTICA BÁSICA

Na lista Nomes de campos, clique em NumPages e em OK.


Para alterar o formato de numeração, na guia Design (em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé), clique em Número de
Página > Formatar Números de Página.

Para retornar ao corpo do documento, clique em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé > Fechar Cabeçalho e Rodapé.

Adicionar números de página no Word


Clique em Inserir > Número de Página, clique em um local (como o Início da Página) e escolha um estilo. O Word nu-
mera as páginas de forma automática.

Quando concluir, clique em Fechar Cabeçalho e Rodapé ou clique duas vezes em qualquer lugar fora da área do cabe-
çalho ou do rodapé.

DICA : O Word numera as páginas de forma automática, mas você pode alterar essa opção se preferir. Por exemplo, caso
não pretenda exibir o número da página na primeira página do documento, clique duas vezes ou dê um toque duplo na
parte superior ou inferior da página para abrir as ferramentas de cabeçalho e rodapé na guia Design e marque a caixa Pri-
meira Página Diferente. Escolha Inserir > Número da Página > Formatar Números de Página para saber mais.

89
INFORMÁTICA BÁSICA

Salvar um documento no Word 2016


O local escolhido para salvar seu documento depende da forma como você planeja usá-lo. Para acessar um documento
em praticamente qualquer lugar, compartilhá-lo com outras pessoas ou trabalhar em conjunto com outras pessoas em
tempo real, salve-o online. Mas onde você deve salvá-lo? Veja algumas dicas para ajudá-lo a decidir:
Use o site de equipe do OneDrive for Business ou do SharePoint para documentos que serão usados por seus colegas.
Escolha uma pasta pessoal do OneDrive para documentos particulares que somente você pode ver ou que deseja com-
partilhar com seus amigos e familiares.
Se pretende trabalhar com um documento no computador que você está usando atualmente, salve em uma pasta neste
computador.

Decida onde salvar seu documento

Use a tabela a seguir para ajudá-lo a escolher um local para salvar seu documento:

LOCAL PARA
USE ESTE PROCEDIMENTO QUANDO QUISER...
SALVAR
Salvar um documento comercial que você provavelmente desejará compartilhar mais tarde
OneDrive
com parceiros de fora de sua equipe ou organização. As opções de compartilhamento
-Organização
permitem escolher as pessoas que você deseja permitir que exibam ou editem o documento.
Salvar um documento comercial que você deseja compartilhar com sua equipe. Para mantê-
Sites -Organização
lo privado, coloque-o em uma biblioteca que não seja compartilhada com outras pessoas.
Salvar um documento pessoal que você deseja manter privado ou que deseja compartilhar
OneDrive - Pessoal
com amigos e familiares.
Salvar um documento em uma pasta no seu computador. Escolha Este PC e escolha uma
Este PC
pasta.
Adicionar um novo local online. Escolha Adicionar um Local e toque ou clique em SharePoint
adicionar um local
do Office 365ou OneDrive.

90
INFORMÁTICA BÁSICA

Salvando Arquivos
É importante ao terminar um documento, ou durante a digitação do mesmo, quando o documento a ser criado é longo,
salvar seu trabalho. Salvar consiste em armazenar se documento em forma de arquivo em seu computador, pendrive, ou
outro dispositivo de armazenamento. Para salvar seu documento, clique no botão salvar no topo da tela. Será aberta uma
tela onde você poderá definir o nome, local e formato de seu arquivo.

Observe na janela de salvar que o Word procura salvar seus arquivos na pasta Documents do usuário, você pode mudar
o local do arquivo a ser salvo, pela parte esquerda da janela. No campo nome do arquivo, o Word normalmente preenche
com o título do documento, como o documento não possui um título, ele pega os primeiros 255 caracteres e atribui como
nome, é aconselhável colocar um nome menor e que se aproxime do conteúdo de seu texto. “Em Tipo a maior mudança, até
versão 2003, os documentos eram salvos no formato”. DOC”, a partir da versão 2010, os documentos são salvos na versão”.
DOCX”, que não são compatíveis com as versões anteriores. Para poder salvar seu documento e manter ele compatível com
versões anteriores do Word, clique na direita dessa opção e mude para Documento do Word 97-2003.

Observe que o nome de seu arquivo agora aparece na barra de títulos.

91
INFORMÁTICA BÁSICA

Abrindo um arquivo do Word


Para abrir um arquivo, você precisa clicar na ABA Arquivo.

Na esquerda da janela, o botão abrir é o segundo abaixo de novo, observe também que ele mostra uma relação de
documentos recentes, nessa área serão mostrados os últimos documentos abertos pelo Word facilitando a abertura. Ao
clicar em abrir, será necessário localizar o arquivo no local onde o mesmo foi salvo.

Caso necessite salvar seu arquivo em outro formato, outro local ou outro nome, clique no botão Office e escolha Salvar
Como.

Visualização do Documento

Podemos alterar a forma de visualização de nosso documento. No rodapé a direta da tela temos o controle de Zoom.·.
Anterior a este controle de zoom temos os botões de forma de visualização de seu documento, que podem
também ser acessados pela Aba Exibir.

92
INFORMÁTICA BÁSICA

Os cinco primeiros botões são os mesmos que temos Configuração de Documentos


em miniaturas no rodapé.
• Layout de Impressão: Formato atual de seu docu- Um dos principais cuidados que se deve ter com seus
mento é o formato de como seu documento ficará na folha documentos é em relação à configuração da página. A
impressa. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) possui
• Modo de leitura: Ele oculta as barras de seu docu- um manual de regras para documentações, então é comum
mento, facilitando a leitura em tela, observe que no rodapé escutar “o documento tem que estar dentro das normas”,
do documento à direita, ele possui uma flecha apontado não vou me atentar a nenhuma das normas especificas, po-
para a próxima página. Para sair desse modo de visualiza- rém vou ensinar como e onde estão as opções de configu-
ção, clique no botão fechar no topo à direita da tela. ração de um documento.
• Layout da Web: Aproxima seu texto de uma visua- No Word 2016 a ABA que permite configurar sua pági-
lização na Internet, esse formato existe, pois muitos usuá- na é a ABA Layout da Página.
rios postam textos produzidos no Word em sites e blogs
na Internet.
• Estrutura de Tópicos: Permite visualizar seu docu-
mento em tópicos, o formato terá melhor compreensão
quando trabalharmos com marcadores.
• Rascunho: É o formato bruto, permite aplicar di-
versos recursos de produção de texto, porém não visualiza
como impressão nem outro tipo de meio.

O terceiro grupo de ferramentas da Aba exibição per-


mite trabalhar com o Zoom da página. Ao clicar no botão
Zoom o Word apresenta a seguinte janela:

Onde podemos utilizar um valor de zoom predefinido,


ou colocarmos a porcentagem desejada, podemos visuali-
zar o documento em várias páginas. E finalizando essa aba
temos as formas de exibir os documentos aberto em uma
mesma seção do Word.

93
INFORMÁTICA BÁSICA

O grupo “Configurar Página”, permite definir as mar-


gens de seu documento, ele possui alguns tamanhos pré-
-definidos, como também personalizá-las.
Ao personalizar as margens, é possível alterar as mar-
gens superior, esquerda, inferior e direita, definir a orien-
tação da página, se retrato ou paisagem, configurar a fora
de várias páginas, como normal, livro, espelho. Ainda nessa A terceira guia dessa janela chama-se Layout. A primei-
mesma janela temos a guia Papel. ra opção dessa guia chama-se seção. Aqui se define como
será uma nova seção do documento, vamos aprender mais
frente como trabalhar com seções.
Em cabeçalhos e rodapés podemos definir se vamos
utilizar cabeçalhos e rodapés diferentes nas páginas pares
e ímpares, e se quero ocultar as informações de cabeçalho
e rodapé da primeira página. Em Página, pode-se definir o
alinhamento do conteúdo do texto na página. O padrão é
o alinhamento superior, mesmo que fique um bom espaço
em branco abaixo do que está editado. Ao escolher a op-
ção centralizada, ele centraliza o conteúdo na vertical. A
opção números de linha permite adicionar numeração as
linhas do documento.

Colunas

Nesta guia podemos definir o tipo de papel, e fonte de


alimentação do papel.

94
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao clicar em mais Colunas, é possível personalizar as Para adicionar gradiente, textura, padrão ou imagem,
suas colunas, o Word disponibiliza algumas opções pré-de- clique em Efeitos de Preenchimento e, em seguida, clique
finidas, mas você pode colocar em um número maior de nas guias Gradiente, Textura, Padrão ou Imagem para sele-
colunas, adicionar linha entre as colunas, definir a largura cionar as opções desejadas.
e o espaçamento entre as colunas. Observe que se você Os padrões e texturas são replicados (ou organizados
pretende utilizar larguras de colunas diferentes é preciso lado a lado) para preencher a página toda. Se você salvar
desmarcar a opção “Colunas de mesma largura”. Atente um documento como página Web, as texturas serão salvas
também que se preciso adicionar colunas a somente uma como arquivos JPEG e os padrões e gradientes como ar-
parte do texto, eu preciso primeiro selecionar esse texto. quivos PNG.
Remover a cor da tela de fundo
Para remover a cor da página, clique em Design > Cor
da Página > Sem Cor.

Adicionar uma imagem como marca d’água em tela


de fundo no Word 2016 para Windows
Adicionar uma marca d’água de imagem é uma ótima
maneira de aplicar uma marca em seu documento com um
logotipo ou adicionar uma tela de fundo atraente. Para in-
serir uma imagem de tela de fundo rapidamente, adicione-
-o como uma marca d’água personalizada. Se você quiser
mais opções para ajustar a imagem de tela de fundo, insi-
Alterar a cor ou a tela de fundo no Word 2016 para ra-a como um cabeçalho.
Windows
Para aumentar o apelo visual do documento, adicione
uma cor da tela de fundo usando o botão Cor da Página.
Você também pode adicionar uma imagem como marca
d’água de tela de fundo.

Alterar a cor do plano de fundo


Clique em Design > Cor da Página.
Escolha a cor que deseja em Cores do Tema ou Cores
Padrão.

Adicionar uma imagem de tela de fundo como uma


marca d’água
Este método é rápido, mas ele não lhe dá muitas op-
ções para a formatação da imagem.
Clique em Design > Marca D’água.

Caso não veja a cor desejada, clique em Mais Cores e Clique em Marca D’água Personalizada.
escolha a cor desejada usando qualquer uma das opções Clique em Marca d’água de imagem > Selecionar Ima-
da caixa Cores. gem.

95
INFORMÁTICA BÁSICA

Procure (ou pesquise) a imagem desejada e clique em Inserir.


Selecione uma porcentagem em Escala para inserir a imagem com um tamanho específico. Verifique se colocou uma
porcentagem grande o suficiente para preencher a página ou simplesmente selecione Automático.
Marque a caixa de seleção Desbotar para clarear a imagem de modo que não interfira no texto.
Clique em OK.
Adicionar uma imagem de tela de fundo com mais opções de formatação
Inserir uma imagem de tela de fundo como um cabeçalho é um pouco mais complexo, mas oferece mais opções de
ajuste de fotos.
Clique em Inserir > Cabeçalho > Editar Cabeçalho.
Na guia Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé, clique em Imagens.
Vá até a imagem e clique em Inserir.
Na guia Ferramentas de Imagem, clique em Posição e clique na opção centralizada em Com Quebra Automática de
Texto.
Em Ferramentas de Imagem, clique em Quebra de Texto Automática > Atrás do Texto.
Em Ferramentas de Imagem, selecione as opções desejadas no grupo Ajustar. Por exemplo, para dar à imagem uma
aparência desbotada para que ela não compita com o texto, clique em Cor e, em Recolorir, clique na opção Desbotar:

Clique em Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé > Fechar Cabeçalho e Rodapé


Selecionando Textos
Embora seja um processo simples, a seleção de textos é indispensável para ganho de tempo na edição de seu texto.
Através da seleção de texto podemos mudar a cor, tamanho e tipo de fonte, etc.

Selecionando pelo Mouse


Ao posicionar o mouse mais a esquerda do texto, o cursor aponta para a direita.
• Ao dar um clique ele seleciona toda a linha
• Ao dar um duplo clique ele seleciona todo o parágrafo.
• Ao dar um triplo clique seleciona todo o texto
Com o cursor no meio de uma palavra:
• Ao dar um clique o cursor se posiciona onde foi clicado
• Ao dar um duplo clique, ele seleciona toda a palavra.
• Ao dar um triplo clique ele seleciona todo o parágrafo
Podemos também clicar, manter o mouse pressionado e arrastar até onde se deseja selecionar. O problema é que se o

96
INFORMÁTICA BÁSICA

mouse for solto antes do desejado, é preciso reiniciar o processo, ou pressionar a tecla SHIFT no teclado e clicar ao final da
seleção desejada. Podemos também clicar onde começa a seleção, pressionar a tecla SHIFT e clicar onde termina a seleção.
É possível selecionar palavras alternadas. Selecione a primeira palavra, pressione CTRL e vá selecionando as partes do texto
que deseja modificar.

Copiar e Colar
O copiar e colar no Word funciona da mesma forma que qualquer outro programa, pode-se utilizar as teclas de atalho
CTRL+C (copiar), CTRL+X (Recortar) e CTRL+V(Colar), ou o primeiro grupo na ABA Pagina Inicial.

Este é um processo comum, porém um cuidado importante é quando se copia texto de outro tipo de meio como, por
exemplo, da Internet. Textos na Internet possuem formatações e padrões deferentes dos editores de texto. Ao copiar um
texto da Internet, se você precisa adequá-lo ao seu documento, não basta apenas clicar em colar, é necessário clicar na
setinha apontando para baixo no botão Colar, escolher Colar Especial.

Observe na imagem que ele traz o texto no formato HTML. Precisa-se do texto limpo para que você possa manipulá-lo,
marque a opção Texto não formatado e clique em OK.

Localizar e Substituir
Ao final da ABA Pagina Inicial temos o grupo edição, dentro dela temos a opção Localizar e a opção Substituir. Clique
na opção Substituir.

97
INFORMÁTICA BÁSICA

A janela que se abre possui três guias, localizar, Substituir e Ir para. A guia substituir que estamos vendo, permite subs-
tituir em seu documento uma palavra por outra. A substituição pode ser feita uma a uma, clicando em substituir, ou pode
ser todas de uma única vez clicando-se no botão Substituir Tudo.
Algumas vezes posso precisar substituir uma palavra por ela mesma, porém com outra cor, ou então somente quando
escrita em maiúscula, etc., nestes casos clique no botão Mais. As opções são:
• Pesquisar: Use esta opção para indicar a direção da pesquisa;
• Diferenciar maiúsculas de minúsculas: Será localizada exatamente a palavra como foi digitada na caixa localizar.
• Palavras Inteiras: Localiza uma palavra inteira e não parte de uma palavra. Ex: Atenciosamente.
• Usar caracteres curinga: Procura somente as palavras que você especificou com o caractere coringa. Ex. Se você
digitou *ão o Word vai localizar todas as palavras terminadas em ão.
• Semelhantes: Localiza palavras que tem a mesma sonoridade, mas escrita diferente. Disponível somente para pa-
lavras em inglês.
• Todas as formas de palavra: Localiza todas as formas da palavra, não será permitida se as opções usar caractere
coringa e semelhantes estiverem marcadas.
• Formatar: Localiza e Substitui de acordo com o especificado como formatação.
• Especial: Adiciona caracteres especiais à caixa localizar. A caixa de seleção usar caracteres curinga.

Formatação de texto

Um dos maiores recursos de uma edição de texto é a possibilidade de se formatar o texto. No Office 2016 a ABA res-
ponsável pela formatação é a Página Inicial e os grupo Fonte, Parágrafo e Estilo.

Formatação de Fonte

A formatação de fonte diz respeito ao tipo de letra, tamanho de letra, cor, espaçamento entre caracteres, etc., para
formatar uma palavra, basta apenas clicar sobre ela, para duas ou mais é necessário selecionar o texto, se quiser formatar
somente uma letra também é necessário selecionar a letra. No grupo Fonte, temos visível o tipo de letra, tamanho, botões
de aumentar fonte e diminuir fonte, limpar formatação, negrito, itálico, sublinhado, observe que ao lado de sublinhado
temos uma seta apontando para baixo, ao clicar nessa seta, é possível escolher tipo e cor de linha.

98
INFORMÁTICA BÁSICA

Ao lado do botão de sublinhado temos o botão Ta-


chado – que coloca um risco no meio da palavra, botão
subscrito e sobrescrito e o botão Maiúsculas e Minúsculas.

Podemos definir a escala da fonte, o espaçamento en-


tre os caracteres que pode ser condensado ou comprimido,
Este botão permite alterar a colocação de letras maiús- a posição é referente ao sobrescrito e subscrito, permitindo
culas e minúsculas em seu texto. Após esse botão temos que se faça algo como: .
o de realce – que permite colocar uma cor de fundo para
realçar o texto e o botão de cor do texto.

Podemos também clicar na Faixa no grupo Fonte.

A janela fonte contém os principais comandos de for-


matação e permite que você possa observar as alterações
antes de aplica. Ainda nessa janela temos a opção Avan-
çado.

99
INFORMÁTICA BÁSICA

Kerning: é o acerto entre o espaço dentro das palavras, Cor do Preenchimento do Parágrafo.
pois algumas vezes acontece de as letras ficaram com es-
paçamento entre elas de forma diferente. Uma ferramenta
interessante do Word é a ferramenta pincel, pois com ela
você pode copiar toda a formatação de um texto e aplicar
em outro.

Formatação de parágrafos
A principal regra da formatação de parágrafos é que
independentemente de onde estiver o cursor a formatação
será aplicada em todo o parágrafo, tendo ele uma linha
ou mais. Quando se trata de dois ou mais parágrafos será
necessário selecionar os parágrafos a serem formatados. A
formatação de parágrafos pode ser localizada na ABA Pá-
gina Inicial, e os recuos também na ABA Layout da Página.

Bordas no parágrafo.

No grupo da Guia Página Inicial, temos as opções de


marcadores (bullets e numeração e listas de vários níveis),
diminuir e aumentar recuo, classificação e botão Mostrar
Tudo, na segunda linha temos os botões de alinhamentos:
esquerda, centralizado, direita e justificado, espaçamento
entre linhas, observe que o espaçamento entre linhas pos-
sui uma seta para baixo, permitindo que se possa definir
qual o espaçamento a ser utilizado.

Marcadores e Numeração

Os marcadores e numeração fazem parte do grupo


parágrafos, mas devido a sua importância, merecem um
destaque. Existem dois tipos de marcadores: Símbolos e
Numeração.

100
INFORMÁTICA BÁSICA

A opção vários níveis é utilizada quando nosso texto Onde você poderá escolher a Fonte (No caso acon-
tenha níveis de marcação como, por exemplo, contratos e selha-se a utilizar fontes de símbolos como a Winddings,
petições. Os marcadores do tipo Símbolos como o nome já Webdings), e depois o símbolo. Ao clicar em Imagem, você
diz permite adicionar símbolos a frente de seus parágrafos. poderá utilizar uma imagem do Office, e ao clicar no botão
Se precisarmos criar níveis nos marcadores, basta clicar importar, poderá utilizar uma imagem externa.
antes do inicio da primeira palavra do parágrafo e pressio-
nar a tecla TAB no teclado. Bordas e Sombreamento
Podemos colocar bordas e sombreamentos em nosso
texto. Podem ser bordas simples aplicadas a textos e pará-
grafos. Bordas na página como vimos quando estudamos a
ABA Layout da Página e sombreamentos. Selecione o texto
ou o parágrafo a ser aplicado à borda e ao clicar no botão
de bordas do grupo Parágrafo, você pode escolher uma
borda pré-definida ou então clicar na última opção Bordas
e Sombreamento.
Você pode observar que o Word automaticamente Podemos começar escolhendo uma definição de borda
adicionou outros símbolos ao marcador, você pode alte- (caixa, sombra, 3D e outra), ou pode-se especificar cada
rar os símbolos dos marcadores, clicando na seta ao lado uma das bordas na direita onde diz Visualização. Pode-se
do botão Marcadores e escolhendo a opção Definir Novo pelo meio da janela especificar cor e largura da linha da
Marcador. borda. A Guia Sombreamento permite atribuir um preen-
chimento de fundo ao texto selecionado. Você pode es-
colher uma cor base, e depois aplicar uma textura junto
dessa cor.

Data e Hora
O Word Permite que você possa adicionar um campo
de Data e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no
grupo Texto, temos o botão Data e Hora.

Ao clicar em Símbolo, será mostrada a seguinte janela:

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK.


Se precisar que esse campo sempre atualize data, marque
a opção Atualizar automaticamente.

101
INFORMÁTICA BÁSICA

Inserindo Elementos Gráficos

O Word permite que se insira em seus documentos arquivos gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções
de inserção estão disponíveis na ABA Inserir, grupo ilustrações.

Formas

Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir
as suas dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as propriedades para modificar a forma.

SmartArt

O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu documento. Basta selecionar o tipo de organograma a ser
trabalhado e clique em OK.

102
INFORMÁTICA BÁSICA

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele
ainda mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt
Selecione um formato de WordArt e clique sobre ele.

Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Um dos grupos é o Texto, nesse grupo podemos editar o texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No
grupo Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar
e Tamanho.

Controlar alterações no Word


Quando quiser verificar quem está fazendo alterações em seu documento, ative o recurso Controlar Alterações.
Clique em Revisar > Controlar Alterações.

Agora, o Word está no modo de exibição Marcação Simples. Ele marca todas as alterações feitas por qualquer pessoa
no documento e mostra para você onde elas estão, exibindo uma linha ao lado da margem.

103
INFORMÁTICA BÁSICA

O Word mostra um pequeno balão no local em que Remover alterações controladas


alguém fez um comentário. Para ver o comentário, clique IMPORTANTE:  A única maneira de remover alterações
no respectivo balão. controladas de um documento é aceitá-las ou rejeitá-las.
Ao escolherSem Marcação na caixa Exibir para Revisão aju-
da a ver qual será a aparência do documento final, mas isso
apenas oculta temporariamente as alterações controladas.
As alterações não são excluídas e aparecerão novamente
da próxima vez em que o documento for aberto. Para ex-
cluir permanentemente as alterações controladas, aceite-as
ou rejeite-as.
Para ver as alterações, clique na linha próxima à mar- Clique em Revisar > Próxima > Aceitar ou Rejeitar.
gem. Isso alterna para o modo de exibição Toda a Marca-
ção do Word.

O Word aceita a alteração ou a remove e depois passa


Manter o recurso Controlar Alterações ativado para a próxima alteração.
É possível bloquear o recurso Controlar Alterações com Para excluir um comentário, selecione-o e clique
uma senha para impedir que outra pessoa o desative. (Lem- em Revisão > Excluir. Para excluir todos os comentários,
bre-se da senha para poder desativar esse recurso quando clique em Excluir >Excluir Todos os Comentários do Do-
estiver pronto para aceitar ou rejeitar as alterações.) cumento.
Clique em Revisar. DICA:  Antes de compartilhar a versão final do seu do-
Clique na seta ao lado de Controlar Alterações e clique cumento, é uma boa ideia executar o Inspetor de Docu-
em Bloqueio de Controle. mento. Essa ferramenta verifica comentários e alterações
controladas, além de texto oculto, nomes pessoais em pro-
priedades e outras informações que talvez você não que-
ria compartilhar amplamente. Para executar o Inspetor de
Documento,
Imprimir um documento no Word
Antes de imprimir, você pode visualizar o documento e
especificar as páginas que você deseja imprimir.
Visualizar o documento
No menu Arquivo, clique em Imprimir.
Para visualizar cada página, clique nas setas para frente
e para trás, na parte inferior da página.

Digite uma senha e depois digite-a mais uma vez na


caixa Redigite para confirmar.
Clique em OK.
Enquanto as alterações controladas estiverem blo-
queadas, você não poderá desativar o controle de altera-
ções, nem poderá aceitar ou rejeitar essas alterações.
Para liberar o bloqueio, clique na seta ao lado de Con-
trolar Alterações e clique novamente em Bloqueio de Con-
trole. O Word solicitará que você digite sua senha. Depois Quando o texto é pequeno demais e difícil de ler, use
que você digitá-la e clicar em OK, o recurso Controlar Alte- o controle deslizante de zoom na parte inferior da página
rações continuará ativado, mas agora você poderá aceitar para ampliá-lo.
e rejeitar alterações.

Desativar o controle de alterações


Para desativar esse recurso, clique no botão Controlar
Alterações. O Word deixará de marcar novas alterações,
mas todas as alterações já realizadas continuarão marcadas
no documento até que você as remova.

104
INFORMÁTICA BÁSICA

Escolha o número de cópias e qualquer outra opção No menu Arquivo, clique em Imprimir.


desejada e clique no botão Imprimir. Para imprimir apenas determinadas páginas, algumas
das propriedades do documento ou alterações controladas
e comentários, clique na seta em  Configurações, ao lado
de Imprimir Todas as Páginas (o padrão), para ver todas as
opções.

Para imprimir somente determinadas páginas, siga um


destes procedimentos:
Para imprimir a página mostrada na visualização, sele-
cione a opção Imprimir Página Atual.
Para imprimir páginas consecutivas, como 1 a 3, esco-
lha Impressão Personalizada e insira o primeiro e o último
Imprimir páginas específicas número das páginas na caixa Páginas.
Para imprimir páginas individuais e intervalo de pági-
nas (como a página 3 e páginas 4 a 6) ao mesmo tempo,
escolhaImpressão Personalizada e digite os números das
páginas e intervalos separados por vírgulas (por exemplo,
3, 4-6).

Estilos
Os estilos podem ser considerados formatações pron-
tas a serem aplicadas em textos e parágrafos. O Word dis-
ponibiliza uma grande quantidade de estilos através do
grupo estilos.

105
INFORMÁTICA BÁSICA

Para aplicar um estilo ao um texto é simples. Se você clicar em seu texto sem selecioná-lo, e clicar sobre um estilo exis-
tente, ele aplica o estilo ao parágrafo inteiro, porém se algum texto estiver selecionado o estilo será aplicado somente ao
que foi selecionado.

Observe na imagem acima que foi aplicado o estilo Título2 em ambos os textos, mas no de cima como foi clicado so-
mente no texto, o estilo está aplicado ao parágrafo, na linha de baixo o texto foi selecionado, então a aplicação do estilo
foi somente no que estava selecionado. Ao clicar no botão Alterar Estilos é possível acessar a diversas definições de estilos
através da opção Conjunto de Estilos.

Podemos também se necessário criarmos nossos próprios estilos. Clique na Faixa do grupo Estilo.

106
INFORMÁTICA BÁSICA

Será mostrado todos os estilos presentes no documen- Criar um sumário


to em uma caixa à direita. Na parte de baixo da janela exis- O Word usa os títulos no documento para construir um
tem três botões, o primeiro deles chama-se Novo Estilo, sumário automático que pode ser atualizado quando você
clique sobre ele. altera o texto do título, sequência ou nível.
Clique no local que deseja inserir o índice analítico,
normalmente perto do início de um documento.
Clique em Referências > Sumário e escolha um estilo
de Sumário Automático na lista.
OBSERVAÇÃO: Se você usar um estilo de Sumário Ma-
nual, o Word não utilizará os títulos para criar um sumário
e não será possível atualizá-lo automaticamente. Em vez
disso, o Word usará o texto do espaço reservado para criar
um sumário fictício, e você deverá preencher as entradas
manualmente.

No exemplo dei o nome de Citações ao meu estilo,


defini que ele será aplicado a parágrafos, que a base de
criação dele foi o estilo corpo e que ao finalizar ele e iniciar
um novo parágrafo o próximo será também corpo. Abaixo
definir a formatação a ser aplicada no mesmo. Na parte de
baixo mantive a opção dele aparecer nos estilos rápidos e
que o mesmo está disponível somente a este documento.
Ao finalizar clique em OK. Veja um exemplo do estilo apli-
cado:

Criar um sumário no Word 2016


Para criar um sumário que seja fácil de atualizar, apli-
que estilos de título ao texto que deseja incluir no sumário.
Depois disso, o Word vai compilá-lo automaticamente a
partir desses títulos. Caso prefira formatar ou personalizar o sumário, é
Aplicar estilos de título possível fazê-lo. Por exemplo, você pode alterar a fonte, o
Escolha o texto que você deseja incluir no sumário e, número de níveis de título e optar por mostrar linhas pon-
em seguida, na guia Página Inicial, clique em um estilo do tilhadas entre as entradas e os números de página.
título, comoTítulo 1.

Faça isso para todo o texto que você deseja exibir no


sumário.

107
INFORMÁTICA BÁSICA

Verificar ortografia e gramática no Word 2016 para Windows


O Word verifica automaticamente possíveis erros de ortografia e gramaticais à medida que você digita. Se preferir es-
perar para verificar a ortografia e a gramática quando terminar de escrever, você pode desabilitar a verificação ortográfica
e gramatical.
Verificar a ortografia e a gramática ao digitar
O Word verifica e marca automaticamente possíveis erros de ortografia com uma linha ondulada vermelha:

O Word também verifica e marca possíveis erros gramaticais com uma linha ondulada azul:

Se os erros de ortografia e gramática não estiverem marcados, talvez seja necessário habilitar a verificação ortográfica
e gramatical automática.
Quando você vir erros ortográficos ou gramaticais, clique com botão direito do mouse ou mantenha pressionada a
palavra ou a frase e escolha uma das opções para corrigir o erro.
Habilitar (ou desabilitar) a verificação ortográfica e gramatical automática
Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.
Você pode optar por verificar a ortografia e a gramática automaticamente, uma ou outra, ambas ou nenhuma delas, ou
até mesmo outras opções, como a verificação ortográfica contextual

Em Exceções para, você pode optar por ocultar os erros de gramática e de ortografia em seu documento aberto ou, se
deixar as opções desmarcadas mas mantiver qualquer uma das opções acima delas marcada, todos os documentos novos
manterão essas configurações.
Clique em OK para salvar suas alterações.

Verificar a ortografia e a gramática ao mesmo tempo


Verificar a ortografia e a gramática no seu documento é útil quando você quer revisar rapidamente seu texto. Você
pode verificar a existência de possíveis erros e então decidir se concorda com o verificador ortográfico e gramatical.
Clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7) para iniciar o verificador ortográfico e gramatical e veja
os resultados nos painéis de tarefas de Ortografia e Gramática.

108
INFORMÁTICA BÁSICA

Se o Word encontrar um possível erro, um painel de tarefas será aberto e mostrará as opções de ortografia e gramática:

Para corrigir um erro, siga um destes procedimentos:


Use uma das sugestões Para usar uma das palavras sugeridas, selecione a palavra na lista de sugestões e clique em
Alterar. (Você também pode clicar em Alterar tudo, se souber que usou essa palavra incorretamente em todo o documento,
para não precisar corrigi-la toda vez que ela aparecer.)
Adicionar uma palavra ao dicionário     Se a palavra estiver correta e se for uma que você deseja que o Word e TODOS
os programas do Office reconheçam, clique em Adicionar para adicioná-la ao dicionário. Isso só funciona para palavras com
grafia incorreta. Não é possível adicionar uma gramática personalizada ao dicionário.
Ignorar a palavra    Clique em Ignorar para ignorar apenas aquela ocorrência ou clique em Ignorar Tudo para ignorar
todas as ocorrências da palavra.
Depois de corrigir ou ignorar algo marcado como um possível erro, o Word passa para o próximo. Quando o Word
concluir a revisão do documento, você verá uma mensagem informando que a verificação ortográfica ou gramatical foi
concluída.
Clique em OK para retornar ao documento.
Verificar novamente problemas de ortografia e gramática
Você também pode forçar uma nova verificação das palavras e da gramática que anteriormente foram ignoradas.
Abra o documento que você deseja verificar novamente.
Clique em Arquivo> Opções> Revisão de Texto.
Em Ao corrigir ortografia e a gramática no Word, clique em Verificar Documento Novamente.
Quando você vir uma mensagem, clique em Sim e clique em OK para fechar a caixa de diálogo Opções do Word.
Em seguida, no seu documento, clique em Revisão > Ortografia e Gramática (ou pressione F7).

Proteger um documento com senha


Ajude a proteger um documento confidencial contra edições indesejadas atribuindo uma senha. Também é possível
evitar que um documento seja aberto.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Documento > Criptografar com Senha.

109
INFORMÁTICA BÁSICA

Habilitar macros no modo de exibição Backstage


Outra maneira de habilitar macros em um arquivo é pos-
sível pelo modo de exibição Microsoft Office Backstage, o
modo de exibição que aparece depois que você clica na guia
Arquivo,quando a Barra de Mensagens amarela é exibida.
Clique na guia Arquivo.
Na área Aviso de Segurança, clique em Habilitar Con-
teúdo.
Em Habilitar Todo o Conteúdo, clique em Sempre habi-
litar o conteúdo ativo deste documento.
O arquivo se tornará um documento confiável.
A imagem a seguir é um exemplo das opções Habilitar
Conteúdo.

Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e


clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e
clique em OK.
Observações :  Habilitar macros uma vez quando o Aviso de Seguran-
Você sempre pode alterar ou remover sua senha. ça for exibido
As senhas diferenciam maiúsculas de minúsculas. Veri- Use as instruções a seguir para habilitar macros en-
fique se a tecla CAPS LOCK está desativada quando digitar quanto o arquivo permanecer aberto. Quando o arquivo
uma senha pela primeira vez. for fechado e, em seguida, reaberto, o aviso aparecerá no-
Se você perder ou esquecer uma senha, o Word não vamente.
conseguirá recuperar suas informações. Portanto, guarde Clique na guia Arquivo.
uma cópia da senha em um local seguro ou crie uma senha Na área Aviso de Segurança, clique em Habilitar Con-
forte da qual se lembrará. teúdo.
Selecione Opções Avançadas.
Habilitar ou desabilitar macros em arquivos do Of- Na caixa de diálogo Opções de Segurança do Micro-
fice soft Office, clique em Habilitar conteúdo para esta sessão
Uma macro é uma série de comandos que podem ser para cada macro.
usados para automatizar uma tarefa repetida e que po- Clique em OK.
dem ser executados durante a tarefa. Este artigo apresenta
informações sobre os riscos envolvidos no trabalho com Alterar configurações de macro na Central de Confia-
macros, e você poderá saber mais sobre como habilitar ou bilidade
desabilitar macros na Central de Confiabilidade. As configurações de macro estão localizadas na Cen-
tral de Confiabilidade. Entretanto, se você trabalha em uma
Habilitar macros quando a Barra de Mensagens for organização, é possível que o administrador do sistema te-
exibida nha alterado as configurações padrão para impedir a alte-
Quando você abre um arquivo que possui macros, a ração das configurações.
barra de mensagens amarela aparece com um ícone de Importante:  Quando você altera as configurações de
escudo e o botão Habilitar Conteúdo. Se você conhecer macro na Central de Confiabilidade, elas são alteradas ape-
a(s) macro(s) como sendo de uma fonte confiável, use as nas no programa do Office usado no momento. As confi-
instruções a seguir: gurações de macro não são alteradas em todos os progra-
Na Barra de Mensagens, clique em Habilitar Conteúdo. mas do Office.
O arquivo é aberto e se trata de um documento con- Clique na guia Arquivo.
fiável. Clique em Opções.
A imagem a seguir é um exemplo da Barra de Mensa- Clique em Central de Confiabilidade e em Configura-
gens quando há macros no arquivo. ções da Central de Confiabilidade.
Na Central de Confiabilidade, clique em Configurações
de Macro.
Faça as seleções desejadas.
Clique em OK.
A imagem a seguir é a área Configurações de Macro da
Central de Confiabilidade.

110
INFORMÁTICA BÁSICA

Use as informações da seção a seguir para saber mais sobre as configurações de macro.

Configurações de macro explicadas


Desabilitar todas as macros sem notificação     As macros e os alertas de segurança sobre macros serão desabilitados.
Desabilitar todas as macros com notificação     As macros serão desabilitadas, mas os alertas de segurança serão exibi-
dos, se houverem macros. Habilite-as, uma de cada vez.
Desabilitar todas as macros, exceto as digitalmente assinadas     As macros são desabilitadas, mas alertas de segurança
serão apresentados se houver macros. No entanto, se a macro estiver assinada digitalmente por um fornecedor confiável,
ela será executada se você confiar no fornecedor. Se não confiar no fornecedor, você será notificado para habilitar a macro
assinada e confiar no fornecedor.
Habilitar todas as macros (não recomendável, pois pode executar um código potencialmente perigoso)     Todas as ma-
cros serão executadas. Essa configuração deixa seu computador vulnerável a códigos potencialmente mal intencionados.
Confiar no acesso ao modelo de objeto do projeto do VBA     Permitir ou não permitir o acesso programático ao modelo
de objeto do Visual Basic for Applications (VBA) de um cliente de automação. Esta opção de segurança destina-se a código
escrito para automatizar um programa do Office e manipular o ambiente e o modelo de objeto VBA.É uma configuração
definida por usuário e por aplicativo, e nega o acesso por padrão, impedindo que programas não autorizados compilem
código de replicação automática prejudicial. Para que os clientes de automação acessem o modelo de objeto do VBA, o
usuário que executa o código deve conceder acesso. Para ativar o acesso, marque a caixa de seleção.
Observação : O Microsoft Publisher e o Microsoft Access não têm a opção Confiar no acesso ao modelo de objeto do
projeto do VBA.

O que são macros, quem são suas criadoras e qual é o risco de segurança?
As macros automatizam tarefas que são usadas frequentemente para economizar o tempo de pressionamento de teclas
e ações do mouse. Muitas macros foram criadas com o uso do VBA (Visual Basic for Applications) e gravadas por desenvol-
vedores de software. No entanto, algumas macros podem representar um possível risco para a segurança. Um usuário mal-
-intencionado, também conhecido como hacker, pode introduzir uma macro destrutiva em um arquivo que possa espalhar
vírus no computador ou na rede da sua organização.

Criar ou executar uma macro


Para poupar tempo em tarefas que você costuma realizar com frequência, compacte as etapas em uma macro. Em pri-
meiro lugar, grave a macro. Em seguida, você poderá executá-la clicando em um botão da Barra de Ferramentas de Acesso
Rápido ou pressionando uma combinação de teclas. Isso dependerá de como você a configurar.
Vamos começar com a configuração do botão.

111
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique em Exibir > Macros > Gravar Macro. Clique na nova macro (cujo nome é algo do tipo Nor-
mal.NovasMacros.<nome da sua macro>) e clique em Adi-
cionar.

Digite um nome para a macro.

Clique em Modificar.

Para usar essa macro em qualquer novo documento


que você criar, verifique se a caixa Armazenar macro em
exibe Todos os Documentos (Normal.dotm).

Para executar uma macro quando você clicar em um


botão, clique em Botão.

112
INFORMÁTICA BÁSICA

Escolha uma imagem de botão, digite o nome deseja- Clique em Exibir > Macros > Gravar Macro.
do e clique em OK duas vezes.

Digite um nome para a macro.

Agora, chegou a hora de gravar as etapas. Clique nos


comandos ou pressione as teclas para cada etapa na tarefa.
O Word grava seus cliques e pressionamentos de teclas.
Observação : Use o teclado para selecionar texto en-
quanto você grava a macro. Macros não gravam seleções
feitas com o mouse. Para usar essa macro em qualquer novo documento
Para parar de gravar, clique em Exibir > Macros > Parar que você criar, verifique se a caixa Armazenar macro em
Gravação. exibe Todos os Documentos (Normal.dotm).

O botão da sua macro aparece na Barra de Ferramen-


tas de Acesso Rápido.

Para executar sua macro quando você pressionar um


atalho do teclado, clique em Teclado.

Para executar a macro, clique no botão.


Criar uma macro com um atalho do teclado

113
INFORMÁTICA BÁSICA

Digite uma combinação de teclas na caixa Pressione a Clique em Exibir > Macros > Exibir Macros.
nova tecla de atalho.
Verifique se essa combinação já não está atribuída a
outro item. Se estiver, tente uma combinação diferente.
Para usar esse atalho de teclado em qualquer novo do-
cumento criado, verifique se a caixa Salvar alterações em
indica Normal.dotm.
Clique em Atribuir.
Agora, chegou a hora de gravar as etapas. Clique nos
comandos ou pressione as teclas para cada etapa na tarefa.
O Word grava seus cliques e pressionamentos de teclas.
Observação: Use o teclado para selecionar texto en-
quanto você grava a macro. Macros não gravam seleções
feitas com o mouse.
Para parar de gravar, clique em Exibir > Macros > Parar Clique em Organizador.
Gravação.

Para executar a macro, pressione as teclas de atalho do


teclado.

Executar uma macro Clique na macro que você quer adicionar ao modelo
Para executar uma macro, clique no botão na Barra de Normal.dotm e clique em Copiar.
Ferramentas de Acesso Rápido, pressione o atalho de te- Adicionar um botão de macro à faixa de opções
clado ou executar a macro a partir da lista de Macros. Clique em Arquivo > Opções > Personalizar Faixa de
Clique em Exibir > Macros > Exibir Macros. Opções.
Em Escolher comandos de, clique em Macros.
Clique na macro desejada.
Em Personalizar a faixa de opções, clique na guia e no
grupo personalizado onde você quer adicionar a macro.
Se não tiver um grupo personalizado, clique em Novo
Grupo e depois clique em Renomear e digite um nome
para o seu grupo personalizado.
Clique em Adicionar.
Clique em Renomear para escolher uma imagem para
a macro e digitar o nome desejado.
Clique em OK duas vezes.

Na lista em Nome da macro, clique na macro a ser exe-


cutada.
Clique em Executar.
Disponibilizar uma macro em todos os documentos
Para disponibilizar uma macro de um documento em
todos os novos documentos, adicione-a ao modelo Nor-
mal.dotm.
Abra o documento que contém a macro.

114
INFORMÁTICA BÁSICA

Integração com planilhas


A integração entre diversos aplicativos, sempre foi uma das principais características da suíte Office da Microsoft. Na
versão 2016, além de importar documentos prontos, é possível criar pequenas janelas de outros programas e simular sua
funcionalidade plena.
A partir de um documento do Word, por exemplo, você pode criar planilhas usufruindo dos mesmos recursos do Excel,
contando até com a Barra de tarefas do programa. Em vez de abrir dois programas, esta dica permite que você permaneça
na interface do Word, facilitando seu trabalho.
Dentro da aba “Inserir”, clique sobre a opção “Tabela” e escolha “Planilha do Excel”:

Ao invés de uma tabela comum, o que você encontra é uma verdadeira miniatura do Excel com todos os recursos do
aplicativo.

Repare que até a Barra de ferramentas tradicional do Word dá espaço para a o editor de planilhas. Basta selecionar uma
porção do texto ou da planilha para alternar entre as ferramentas de ambos os programas do Office.

Principais Atalhos
CTRL+O Abrir um novo documento em branco
CTRL+A Abrir um arquivo já existente
CTRL+V Colar o texto selecionado ou movido
CTRL+X Recortar o texto selecionado
CTRL+T Selecionar o documento inteiro
CTRL+ENTER Iniciar uma nova página em um mesmo documento
CTRL+N Formata o texto selecionado negrito
CTRL+I Formata o texto selecionado para itálico 
CTRL+S Formata o texto selecionado para sublinhado 
CTRL+J Formata o parágrafo para justificado
CTRL+C Copiar o texto selecionado
CTRL+P Imprimir documento
CTRL+E Formata o parágrafo para centralizado
CTRL+Q Formata o parágrafo para alinhamento à esquerda
CTRL+B ou F12 Salvar como..
CTRL+Z Desfazer a última ação 

115
INFORMÁTICA BÁSICA

CTRL+Y Refazer a última ação  Usar a AutoSoma para adicionar seus dados
CTRL+F10 Maximizar ou restaurar a janela  Ao inserir números em sua planilha, talvez deseje so-
CTRL+D Alterar formatação de caracteres  má-los. Um modo rápido de fazer isso é usar o AutoSoma.
ALT+F4 Sair do Word Selecione a célula à direita ou abaixo dos números que
CTRL+SHIFT+> Aumentar o tamanho da fonte do tex- você deseja adicionar.
to selecionado Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique
CTRL+SHIFT+< Diminuir o tamanho da fonte do texto em AutoSoma no grupo Edição.
selecionado
CTRL+SHIFT+W Aplicar sublinhado somente em pala-
vras
CTRL+ALT+L Aplicar o estilo lista

PLANILHA ELETÔNICA MS EXCEL 2016

Tarefas básicas no Excel2

O Excel é uma ferramenta incrivelmente poderosa para A AutoSoma soma os números e mostra o resultado na
tornar significativa uma vasta quantidade de dados. Mas célula selecionada.
ele também funciona muito bem para cálculos simples e Criar uma fórmula simples
para rastrear de quase todos os tipos de informações. A Somar números é uma das coisas que você poderá fa-
chave para desbloquear todo esse potencial é a grade de zer, mas o Excel também pode executar outras operações
células. As células podem conter números, texto ou fórmu- matemáticas. Experimente algumas fórmulas simples para
las. Você insere dados nas células e as agrupa em linhas e adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir seus valores.
colunas. Isso permite que você adicione seus dados, classi- Escolha uma célula e digite um sinal de igual (=).
fique-os e filtre-os, insira-os em tabelas e crie gráficos in- Isso informa ao Excel que essa célula conterá uma fór-
críveis. Vejamos as etapas básicas para você começar. mula.
Digite uma combinação de números e operadores de
Criar uma nova pasta de trabalho cálculos, como o sinal de mais (+) para adição, o sinal de
Os documentos do Excel são chamados de pastas de menos (-) para subtração, o asterisco (*) para multiplicação
trabalho. Cada pasta de trabalho contém folhas que, nor- ou a barra (/) para divisão.
malmente, são chamadas de planilhas. Você pode adicionar Por exemplo, insira =2+4, =4-2, =2*4 ou =4/2.
quantas planilhas desejar a uma pasta de trabalho ou pode Pressione Enter.
criar novas pastas de trabalho para guardar seus dados se- Isso executa o cálculo.
paradamente. Você também pode pressionar Ctrl+Enter (se você de-
Clique em Arquivo e em Novo. seja que o cursor permaneça na célula ativa).
Em Novo, que em Pasta de trabalho em branco Aplicar um formato de número
Para distinguir entre os diferentes tipos de números,
adicione um formato, como moeda, porcentagens ou da-
tas.
Selecione as células que contêm números que você de-
seja formatar.
Clique na guia Página Inicial e, em seguida, clique na
seta na caixa Geral.

Insira os dados
Clique em uma célula vazia.
Por exemplo, a célula A1 em uma nova planilha. As cé-
lulas são referenciadas por sua localização na linha e na Selecione um formato de número
coluna da planilha, portanto, a célula A1 fica na primeira
linha da coluna A.
Inserir texto ou números na célula.
Pressione Enter ou Tab para se mover para a célula se-
guinte.
2 Fonte: https://support.office.com/pt-br/excel

116
INFORMÁTICA BÁSICA

Clique em Tabelas, mova o cursor para o botão Tabela para


visualizar seus dados e, em seguida, clique no botão Tabela.

Caso você não veja o formato de número que está pro-


curando, clique em Mais Formatos de Número.

Inserir dados em uma tabela


Um modo simples de acessar grande parte dos recur- Clique na seta   no cabeçalho da tabela de uma coluna.
sos do Excel é colocar os dados em uma tabela. Isso per- Para filtrar os dados, desmarque a caixa de seleção Se-
mite que você filtre ou classifique rapidamente os dados. lecionar tudo e, em seguida, selecione os dados que você
Selecione os dados clicando na primeira célula e arras- deseja mostrar na tabela.
tar a última célula em seus dados.
Para usar o teclado, mantenha a tecla Shift pressionada
ao mesmo tempo em que pressiona as teclas de direção
para selecionar os dados.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.

117
INFORMÁTICA BÁSICA

Para classificar os dados, clique em  Classificar de A a Selecione os dados que você deseja examinar mais de-
Z ou Classificar de Z a A. talhadamente.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Explore as opções nas guias  Formatação  e  Minigráfi-
cos para ver como elas afetam os dados.

Por exemplo, selecione uma escala de cores na gale-


ria Formatação para diferenciar as temperaturas alta, média
e baixa.

Quando gostar da opção, clique nela.

Mostrar os dados em um gráfico


A ferramenta Análise Rápida recomenda o gráfico cor-
Clique em OK. reto para seus dados e fornece uma apresentação visual
com apenas alguns cliques.
Mostrar totais para os números Selecione as células contendo os dados que você quer
As ferramentas de Análise Rápida permitem que você mostrar em um gráfico.
totalize os números rapidamente. Se for uma soma, média Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
ou contagem que você deseja, o Excel mostra os resultados direito da seleção.
do cálculo logo abaixo ou ao lado dos números. Clique na guia Gráficos, mova entre os gráficos reco-
Selecione as células que contêm os números que você mendados para ver qual tem a melhor aparência para seus
somar ou contar. dados e clique no que desejar.
Clique no botão Análise Rápida   no canto inferior
direito da seleção.
Clique em Totais, mova o cursos entre os botões para
ver os resultados dos cálculos dos dados e clique no botão
para aplicar os totais.

OBSERVAÇÃO: O Excel mostra diferentes gráficos nesta


galeria, dependendo do que for recomendado para seus
dados.

Salvar seu trabalho


Adicionar significado aos seus dados Clique no botão Salvar na Barra de Ferramentas de
A formatação condicional ou minigráficos podem des- Acesso Rápido ou pressione Ctrl+S.
tacar os dados mais importantes ou mostrar tendências de
dados. Use a ferramenta Análise Rápida para um Visualiza-
ção Dinâmica para experimentar.

118
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA: Você pode localizar asteriscos, pontos de inter-


rogação e caracteres de til (~) nos dados da planilha prece-
dendo-os com um til na caixa Localizar. Por exemplo, para
localizar dados que contenham “?”, use ~? como critério de
Se você salvou seu trabalho antes, está pronto. pesquisa.
Se esta for a primeira vez que você salva este arquivo: Clique em Opções para definir ainda mais a pesquisa e
Em Salvar Como, escolha onde salvar sua pasta de tra- siga um destes procedimentos:
balho e navegue até uma pasta. Para procurar dados em uma planilha ou em uma pasta
Na caixa Nome do arquivo, digite um nome para a pas- de trabalho inteira, na caixa Em, clique em Planilha ou Pas-
ta de trabalho. ta de Trabalho.
Clique em Salvar. Para pesquisar dados em linhas ou colunas, na cai-
xa Pesquisar, clique em Por Linhas ou Por Colunas.
Imprimir o seu trabalho Para procurar dados com detalhes específicos, na cai-
Clique em Arquivo e, em seguida, clique em Impri- xa Examinar, clique em Fórmulas, Valores ou Comentários.
mir ou pressione Ctrl+P. OBSERVAÇÃO: As opções Fórmulas, Valores e Comen-
Visualize as páginas clicando nas setas Próxima Pági- tários só estão disponíveis na guia Localizar, e somente Fór-
na e Página Anterior. mulas está disponível na guia Substituir.
Para procurar dados que diferenciam maiúsculas de
minúsculas, marque a caixa de seleção Diferenciar maiús-
culas de minúsculas.
Para procurar células que contenham apenas os carac-
A janela de visualização exibe as páginas em preto e teres que você digitou na caixa Localizar, marque a caixa de
branco ou colorida, dependendo das configurações de sua seleção Coincidir conteúdo da célula inteira.
impressora. Se você deseja procurar texto ou números que também
Se você não gostar de como suas páginas serão im- tenham uma formatação específica, clique em  Formato  e
pressas, você poderá mudar as margens da página ou adi- faça as suas seleções na caixa de diálogo Localizar Formato.
cionar quebras de página. DICA: Se você deseja localizar células que correspon-
Clique em Imprimir. dam a uma formato específico, exclua qualquer critério da
caixa Localizar e selecione a célula que contenha a formata-
Localizar ou substituir texto e números em uma ção que você deseja localizar. Clique na seta ao lado de For-
planilha do Excel 2016 para Windows mato, clique em Escolher formato da célula e, em seguida,
Localize e substitua textos e números usando curingas clique na célula que possui a formatação a ser pesquisada.
ou outros caracteres. Você pode pesquisar planilhas, linhas, Siga um destes procedimentos:
colunas ou pastas de trabalho. Para localizar texto ou números, clique em Localizar
Em uma planilha, clique em qualquer célula. Tudo ou Localizar Próxima.
Na guia Página Inicial, no grupo Edição, clique em Lo- DICA: Quando você clicar em Localizar Tudo, todas as
ocorrências do critério que você estiver pesquisando serão
calizar e Selecionar.
listadas, e você poderá ir para uma célula clicando nela na
lista. Você pode classificar os resultados de uma pesqui-
sa Localizar Tudo clicando em um título de coluna.
Para substituir texto ou números, digite os caracteres
de substituição na caixa Substituir por (ou deixe essa caixa
em branco para substituir os caracteres por nada) e clique
em Localizar ou Localizar Tudo.
OBSERVAÇÃO: Se a caixa Substituir por não estiver dis-
ponível, clique na guia Substituir.
Siga um destes procedimentos: Se necessário, você poderá cancelar uma pesquisa em
Para localizar texto ou números, clique em Localizar. andamento pressionando ESC.
Para localizar e substituir texto ou números, clique Para substituir a ocorrência realçada ou todas as ocor-
em Substituir. rências dos caracteres encontrados, clique em Substi-
Na caixa Localizar, digite o texto ou os números que tuir ou Substituir tudo.
você deseja procurar ou clique na seta da caixa Localizar e, DICA: O Microsoft Excel salva as opções de formatação
em seguida, clique em uma pesquisa recente na lista. que você define. Se você pesquisar dados na planilha nova-
Você pode usar caracteres curinga, como um asterisco mente e não conseguir encontrar caracteres que você sabe
(*) ou ponto de interrogação (?), nos critérios da pesquisa: que estão lá, poderá ser necessário limpar as opções de
Use o asterisco para localizar qualquer cadeia de carac- formatação da pesquisa anterior. Na caixa de diálogo Loca-
teres. Por exemplo, s*r localizará “ser” e “senhor”. lizar e Substituir, clique na guia Localizar e depois em Op-
Use o ponto de interrogação para localizar um único ções para exibir as opções de formatação. Clique na seta
caractere. Por exemplo, s?m localizará “sim” e “som”. ao lado de Formato e clique em Limpar ‘Localizar formato’.

119
INFORMÁTICA BÁSICA

Alterar a largura da coluna e a altura da linha


Em uma planilha, você pode especificar uma largura
de coluna de 0 (zero) a 255. Esse valor representa o núme-
ro de caracteres que podem ser exibidos em uma célula
formatada com a fonte padrãoTE000127106. A largura de
coluna padrão é 8,43 caracteres. Se a largura da coluna for
definida como 0 (zero), a coluna ficará oculta.
Você pode especificar uma altura de linha de 0 (zero) a
409. Esse valor representa a medida da altura em pontos (1
ponto é igual a aproximadamente 1/72 pol. ou 0,035 cm).
A altura de linha padrão é 12,75 pontos (aproximadamente
1/6 pol. ou 0,4 cm). Se a altura da linha for definida como 0
(zero), a linha ficará oculta. Fazer com que a largura da coluna corresponda à de
Se estiver trabalhando no modo de exibição de Layout da outra coluna
Página (guia Exibir, grupo Modos de Exibição da Pasta de Tra- Selecione uma célula da coluna com a largura desejada.
balho, botão Layout da Página), você poderá especificar uma Pressione Ctrl+C ou, na guia Página Inicial, no gru-
largura de coluna ou altura de linha em polegadas. Nesse modo po Área de Transferência, clique em Copiar.
de exibição, a unidade de medida padrão é polegada, mas você
poderá alterá-la para centímetros ou milímetros (Na guia Arqui-
vo, clique em Opções, clique na categoria Avançado e, em Exibir,
selecione uma opção na lista Unidades da Régua).

Definir uma coluna com uma largura específica


Selecione as colunas a serem alteradas.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.

Clique com o botão direito do mouse na coluna de


destino, aponte paraColar Especial e clique no botão Man-
ter Largura da Coluna Original 

Em Tamanho da Célula, clique em Largura da Coluna.


Na caixa Largura da coluna, digite o valor desejado. Alterar a largura padrão de todas as colunas em uma
Clique em OK. planilha ou pasta de trabalho
DICA: Para definir rapidamente a largura de uma úni- O valor da largura de coluna padrão indica o número
ca coluna, clique com o botão direito do mouse na coluna médio de caracteres da fonte padrão que cabe em uma cé-
selecionada, clique em Largura da Coluna, digite o valor lula. É possível especificar outro valor de largura de coluna
desejado e clique em OK. padrão para uma planilha ou pasta de trabalho.
Alterar a largura da coluna para ajustá-la automatica- Siga um destes procedimentos:
mente ao conteúdo (AutoAjuste) Para alterar a largura de coluna padrão de uma plani-
Selecione as colunas a serem alteradas. lha, clique na guia da planilha.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For- Para alterar a largura de coluna padrão da pasta de tra-
matar. balho inteira, clique com o botão direito do mouse em uma
guia de planilha e, em seguida, clique em Selecionar Todas
as Planilhas no menu de atalhoTE000127572.

Em Tamanho da Célula, clique em Ajustar Largura da


Coluna Automaticamente.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
OBSERVAÇÃO: Para ajustar automaticamente de forma
matar.
rápida todas as colunas da planilha, clique no botão Sele-
cionar Tudo e, em seguida, clique duas vezes em qualquer
limite entre dois títulos de coluna.

120
INFORMÁTICA BÁSICA

Definir uma linha com uma altura específica


Selecione as linhas a serem alteradas.
Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
matar.

Em Tamanho da Célula, clique em Largura Padrão.


Na caixa Largura padrão da coluna, digite uma nova
medida e clique em OK.
DICA: Para definir a largura de coluna padrão de todas
as novas pastas de trabalho ou planilhas, você poderá criar
um modelo de pasta de trabalho ou de planilha e utilizá-lo Em Tamanho da Célula, clique em Altura da Linha.
como base para as novas pastas de trabalho ou planilhas. Na caixa Altura da linha, digite o valor que você deseja
e, em seguida, clique em OK.
Alterar a largura das colunas com o mouse Alterar a altura da linha para ajustá-la ao conteúdo
Siga um destes procedimentos: Selecione as linhas a serem alteradas.
Para alterar a largura de uma coluna, arraste o limite Na guia Página Inicial, no grupo Células, clique em For-
do lado direito do título da coluna até que ela fique do matar.
tamanho desejado.

Em Tamanho da Célula, clique em AutoAjuste da Altura


Para alterar a largura de várias colunas, selecione as da Linha.
colunas desejadas e arraste um limite à direita do título de DICA: Para ajustar automaticamente de forma rápi-
coluna selecionado. da todas as linhas da planilha, clique no botão Selecionar
Para alterar a largura das colunas a fim de ajustá-la ao Tudo e, em seguida, clique duas vezes no limite abaixo de
conteúdo, selecione as colunas desejadas e clique duas ve- um dos títulos de linha.
zes no limite à direita do título de coluna selecionado.
Para alterar a largura de todas as colunas da planilha,
clique no botãoSelecionar Tudo e arraste o limite de qual-
quer título de coluna.

Alterar a altura das linhas com o mouse


Siga um destes procedimentos:
Para alterar a altura de uma linha, arraste o limite abai-
xo do título da linha até que ela fique com a altura dese-
jada.

121
INFORMÁTICA BÁSICA

Para alterar a altura de várias linhas, selecione as linhas Na caixa de diálogo Formatar Células, na lista Catego-
desejadas e arraste o limite abaixo de um dos títulos de ria, clique em Moedaou Contábil.
linha selecionados.
Para alterar a altura de todas as linhas da planilha, cli-
que no botão Selecionar Tudo e arraste o limite abaixo de
qualquer título de linha.

Para alterar a altura da linha a fim de ajustá-la ao con-


teúdo, clique duas vezes no limite abaixo do título da linha.
Na caixa Símbolo, clique no símbolo de moeda dese-
Formatar números como moeda no Excel 2016 jado.
Para exibir números como valores monetários, forma- OBSERVAÇÃO: Se desejar exibir um valor monetário
te-os como moeda. Para fazer isso, aplique o formato de sem um símbolo de moeda, clique em Nenhum.
número Moeda ou Contábil às células que deseja formatar. Na caixa Casas decimais, insira o número de casas de-
As opções de formatação de número estão disponíveis na cimais desejadas para o número.
guia Página Inicial, no grupo Número. Por exemplo, para exibir R$138.691 em vez de colo-
car R$ 138.690,63 na célula, insira 0 na caixa Casas deci-
mais. Conforme você faz alterações, preste atenção ao nú-
mero na caixa Amostra. Ela mostra como a alteração das
casas decimais afetará a exibição de um número.
Na caixa Números negativos selecione o estilo de exi-
bição que você deseja usar para números negativos.
Se não quiser usar as opções existentes para exibir nú-
meros negativos, você pode criar seu próprio formato de
Formatar números como moeda número.
Você pode exibir um número com o símbolo de moe- OBSERVAÇÃO: A caixa Números negativos não está
da padrão selecionando a célula ou o intervalo de célu- disponível para o formato de número Contábil. O motivo
las e clicando em Formato de Número de Contabilização disso é que constitui prática contábil padrão mostrar nú-
no grupo Número da guia Página Inicial. (Se desejar meros negativos entre parênteses.
aplicar o formato Moeda, selecione as células e pressione Para fechar a caixa de diálogo Formatar Células, clique
Ctrl+Shift+$.) em OK.
Alterar outros aspectos de formatação Se o Excel exibir ##### em uma célula depois que você
Selecione as células que você deseja formatar. aplicar formatação de moeda em seus dados, isso signifi-
Na guia Página Inicial, clique no Iniciador de Caixa de cará que talvez a célula não seja suficientemente larga para
Diálogo ao lado deNúmero. exibir os dados. Para expandir a largura da coluna, clique
duas vezes no limite direito da coluna que contém as cé-
lulas com o erro #####. Esse procedimento redimensiona
automaticamente a coluna para se ajustar ao número. Você
também pode arrastar o limite direito até que as colunas
fiquem com o tamanho desejado.

DICA: Você também pode pressionar Ctrl+1 para abrir


a caixa de diálogoFormatar Células.

122
INFORMÁTICA BÁSICA

Remover formatação de moeda DICA : Em vez de digitar as constantes em sua fórmu-


Selecione as células que têm formatação de moeda. la, você pode selecionar as células que contêm os valores
Na guia Página Inicial, no grupo Número, clique na cai- que deseja usar e inserir os operadores entre as células da
xa de listagem Geral. seleção.
As células formatadas com o formato Geral não têm Pressione Enter.
um formato de número específico. Para adicionar valores rapidamente, você pode usar
a AutoSoma em vez de inserir a fórmula manualmente
Operadores e Funções (guia Página Inicial, grupo Edição ).
Para avançar mais uma etapa, você pode usar as refe-
A função é um método utilizado para tornar mais fácil rências de célula e nomes em vez dos valores reais em uma
e rápido a montagem de fórmulas que envolvem cálculos fórmula simples.
mais complexos e vários valores. Existem funções para os Exemplos
cálculos matemáticos, financeiros e estatísticos. Por exem- Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
plo, na função: =SOMA (A1:A10) seria o mesmo que (A1+ le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8+A9+A10), só que com a fun- fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
ção o processo passa a ser mais fácil. Ainda conforme o e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
exemplo pode-se observar que é necessário sempre iniciar ras das colunas para ver todos os dados.
um cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cálculos a
referência de células (A1) e não somente valores. Dados
A quantidade de argumentos empregados em uma 2
função depende do tipo de função a ser utilizada. Os ar-
5
gumentos podem ser números, textos, valores lógicos, re-
ferências, etc... Fórmula Descrição Resultado
Adiciona os valores nas
‘=A2+A3 =A2+A3
Operadores células A1 e A2
Subtrai o valor na célula
‘=A2-A3 =A2-A3
Operadores são símbolos matemáticos que permitem A2 do valor em A1
fazer cálculos e comparações entre as células. Os operado- Divide o valor na célula
res são: ‘=A2/A3 =A2/A3
A1 pelo valor em A2
Multiplica o valor na cé-
‘=A2*A3 =A2*A3
lula A1 pelo valor em A2
Eleva o valor na célula A1
‘=A2^A3 ao valor exponencial es- =A2^A3
pecifi cado em A2
Fórmula Descrição Resultado
‘=5+2 Adiciona 5 e 2 =5+2
‘=5-2 Subtrai 2 de 5 =5-2
‘=5/2 Divide 5 por 2 =5/2
‘=5*2 Multiplica 5 vezes 2 =5*2
Eleva 5 à segunda potên-
Criar uma fórmula simples ‘=5^2 =5^2
cia
Você pode criar uma fórmula simples para adicionar,
subtrair, multiplicar ou dividir valores na planilha. As fór- Usar referências de célula em uma fórmula
mulas simples sempre começam com um sinal de igual (=), Ao criar uma fórmula simples ou uma fórmula que usa
seguido de constantes que são valores numéricos e ope- uma função, você pode fazer referência aos dados das cé-
radores de cálculo como os sinais de mais (+), menos (-), lulas de uma planilha incluindo referências de célula nos
asterisco (*) ou barra (/). argumentos da fórmula. Por exemplo, quando você insere
Por exemplo, quando você inserir a fórmula =5+2*3, o ou seleciona a referência de célula A2, a fórmula usa o valor
Excel multiplicará os últimos dois números e adicionará o dessa célula para calcular o resultado. Você também pode
primeiro número ao resultado. Seguindo a ordem padrão fazer referência a um intervalo de células.
das operações matemáticas, a multiplicação e executada Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
antes da adição.
Na planilha, clique na célula em que você deseja inserir Na barra de fórmulas , digite = (sinal de
a fórmula. igual).
Digite o = (sinal de igual) seguido das constantes e dos Faça o seguinte: selecione a célula que contém o valor
operadores que você deseja usar no cálculo. desejado ou digite sua referência de célula.
Você pode inserir quantas constantes e operadores fo-
rem necessários em uma fórmula, até 8.192 caracteres.

123
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode fazer referência a uma única célula, a um Criar uma fórmula usando uma função
intervalo de células, a um local em outra planilha ou a um Você pode criar uma fórmula para calcular valores
local em outra pasta de trabalho. na planilha usando uma função. Por exemplo, as fórmu-
Ao selecionar um intervalo de células, você pode arras- las =SOMA(A1:A2) e SOMA(A1,A2) usam ambas a função
tar a borda da seleção da célula para mover a seleção ou SOMA para adicionar os valores nas células A1 e A2. As
arrastar o canto da borda para expandir a seleção. fórmulas sempre começam com um sinal de igual (=)
Clique na célula na qual deseja inserir a fórmula.
Para iniciar a fórmula com a função, clique em Inserir
Função .
O Excel insere o sinal de igual (=) para você.
Na caixa Ou selecione uma categoria, selecione Tudo.

1. A primeira referência de célula é B3, a cor é azul e o in-


tervalo de células tem uma borda azul com cantos quadrados.
2. A segunda referência de célula é C3, a cor é verde
e o intervalo de célula tem uma borda verde com cantos
quadrados.
OBSERVAÇÃO : Se não houver um canto quadrado em
uma borda codificada por cor, significa que a referência
está relacionada a um intervalo nomeado.
Pressione Enter.
DICA : Você também pode inserir uma referência a um
intervalo ou célula nomeada.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-
-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fór-
mulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e
pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras
das colunas para ver todos os dados. Use o comando De-
finir Nome (guia Formulas, grupo Nomes Definidos) para
definir “Ativos” (B2:B4) e “Passivos” (C2:C4).
Se você estiver familiarizado com as categorias de fun-
ção, também poderá selecionar uma categoria.
Departamento Ativos Passivos Se você não tiver certeza de qual função usar, poderá
TI 274000 71000 digitar uma pergunta que descreva o que deseja fazer, na
Administrador 67000 18000 caixa Procure por uma função (por exemplo, “adicionar nú-
RH 44000 3000 meros” retorna a função SOMA).
Na caixa Selecione uma função, selecione a função que
Fórmula Descrição Resultado
deseja utilizar e clique em OK.
Retorna o to- Nas caixas de argumento que forem exibidas para a
tal de ativos função selecionada, insira os valores, as cadeias de caracte-
dos três de- res de texto ou referências de célula desejadas.
partamentos Em vez de digitar as referências de célula, você tam-
no nome defi- bém pode selecionar as células que deseja referenciar. Cli-
‘=SOMA(Ativos) nido “Ativos”, =SOMA(Ativos) que em para expandir novamente a caixa de diálogo.
que é defi- Depois de concluir os argumentos para a fórmula, cli-
nido como o que em OK.
intervalo de DICA : Se você usar funções frequentemente, poderá
células B2:B4. inserir suas fórmulas diretamente na planilha. Depois de di-
(385000) gitar o sinal de igual (=) e o nome da função, poderá obter
Subtrai a informações sobre a sintaxe da fórmula e os argumentos
soma do da função pressionando F1.
nome defini- Exemplos
‘=SOMA(Ativos)- do “Passivos” =SOMA(Ativos) Copie a tabela para a célula A1 em uma planilha em
-SOMA(Passivos) da soma do -SOMA(Passivos) branco no Excel para trabalhar com esses exemplos de fór-
nome defini- mulas que usam funções.
do “Ativos”.
(293000)

124
INFORMÁTICA BÁSICA

Dados Barra de Status


Esta é a barra de Status e exibe as informações sobre
5 4
tudo o que você selecionou, se você tiver uma única célula
2 6 ou várias células. Se você com o botão direito na barra de
3 8 Status de uma caixa de diálogo do recurso será pop-out
7 1 exibindo todas as opções que você pode selecionar. Obser-
Fórmula Descrição Resultado ve que ele também exibe valores para o intervalo selecio-
Adiciona todos nado se você tiver esses atributos marcados. 
‘=SOMA(A:A) os números na =SOMA(A:A)
coluna A Usando o Assistente de AutoSoma
A maneira mais fácil de adicionar uma fórmula de soma
Calcula a mé-
à sua planilha é usar o Assistente de AutoSoma. Selecione
dia de todos
uma célula vazia diretamente acima ou abaixo do intervalo
‘=MÉDIA(A1:B4) os números =MÉDIA(A1:B4)
que você quer somar e nas guias página inicial ou fórmula
no intervalo
na faixa de opções, pressione AutoSoma > soma. O Assis-
A1:B4
tente de AutoSoma automaticamente detecta o intervalo
para ser somados e criar a fórmula para você. Ele também
Função Soma
pode trabalhar horizontalmente se você selecionar uma
A função soma , uma das funções matemáticas e trigo-
célula para a esquerda ou à direita do intervalo a serem
nométricas, adiciona os valores. Você pode adicionar valo-
somados.
res individuais, referências de células ou intervalos ou uma
mistura de todos os três.
Este vídeo faz parte de um curso de treinamento cha-
mado Adicionar números no Excel 2013.
Sintaxe: SOMA(número1,[número2],...)
Por exemplo:
=SUM(A2:A10)
= SUM(A2:A10, C2:C10)

Nome do
Descrição
argumento
O primeiro número que você
deseja somar. O número pode
número1   
ser como “4”, uma referência de
(Obrigatório)
célula, como B6, ou um intervalo
de células, como B2:B8.
Este é o segundo número que
número2-255    você deseja adicionar. Você pode
(Opcional) especificar até 255 números des-
sa forma.

Soma rápida com a barra de Status Use o Assistente de AutoSoma para rapidamente os in-
Se você quiser obter rapidamente a soma de um inter- tervalos contíguos de soma
valo de células, tudo o que você precisa fazer é selecionar o A caixa de diálogo de AutoSoma também permite que
intervalo e procure no lado inferior direito da janela do Excel. você selecione outras funções comuns, como:
Média
Contar números
Máx
Min
Mais funções

125
INFORMÁTICA BÁSICA

Exemplo 2 – AutoSoma verticalmente AutoSoma horizontalmente


Exemplo 4 – somar células não-contíguas

AutoSoma verticalmente Somar células não-contíguas


O Assistente de AutoSoma detectou automaticamente O Assistente de AutoSoma geralmente só funcionará
células B2: B5 como o intervalo a serem somados. Tudo o para intervalos contíguos, portanto se você tiver linhas ou
que você precisa fazer é pressione Enter para confirmá-la. colunas vazias no seu intervalo de soma, Excel vai parada o
Se você precisar adicionar/excluir mais células, você pode primeiro espaço. Nesse caso você precisaria soma por sele-
manter a tecla Shift > tecla de direção da sua escolha até ção, onde você pode adicionar os intervalos individuais, um
que corresponde à sua seleção desejado e pressione Enter por vez. Neste exemplo se você tivesse dados na célula B4,
quando terminar. o Excel seria gerar =SUM(C2:C6) desde que ele reconheça
Guia de função Intellisense: a soma (Número1, [núm2]) um intervalo contíguo.
flutuantes marca abaixo a função é o guia de Intellisense. Você pode selecionar rapidamente vários intervalos
Se você clicar no nome de função ou soma, ele se trans- não-contíguas com Ctrl + LeftClick. Primeiro, insira “= soma
formará em um hiperlink azul, que o levará para o tópico (“, selecione seu diferentes intervalos e Excel adicionará au-
de ajuda para essa função. Se você clicar nos elementos tomaticamente o separador de vírgula entre intervalos para
de função individual, as peças representantes na fórmula você. Pressione enter quando terminar.
serão realçadas. Nesse caso somente B2: B5 seria realçadas Dica:  você pode usar ALT + = para adicionar rapida-
como há apenas uma referência numérica nesta fórmula. mente a função soma para uma célula. Tudo o que você
A marca de Intellisense será exibido para qualquer função. precisa fazer é selecionar o intervalo (s).
Observação: você pode perceber como o Excel tem
Exemplo 3 – AutoSoma horizontalmente realçado os intervalos de função diferente por cor, e eles
correspondem dentro da própria fórmula, portanto C2: C3
é azul e C5: C6 é vermelho. Excel fará isso para todas as
funções, a menos que o intervalo referenciado esteja em
uma planilha diferente ou em outra pasta de trabalho. Para
acessibilidade aprimorada com tecnologia assistencial,
você pode usar intervalos nomeados, como “Semana1”,
“Semana2”, etc. e, em seguida, fazer referência a eles, sua
fórmula:
=SUM(Week1,Week2)

Práticas Recomendadas
Esta seção aborda algumas práticas recomendadas
para trabalhar com as funções soma. Grande parte desse
pode ser aplicada a trabalhar com outras funções também.
♣ a = 1 + 2 ou = A + B Method – enquanto você pode
inserir = 1 + 2 + 3 ou = A1 + B1 + C2 e obter resultados
totalmente precisos, esses métodos estão sujeitos a erros
por vários motivos:
Erros de digitação – Imagine tentando inserir valores
mais e/ou muito maiores assim:
= 14598.93 + 65437.90 + 78496.23

126
INFORMÁTICA BÁSICA

Em seguida, tente validar se suas entradas estão cor- SOMA ignora valores de texto
retas. É muito mais fácil colocar esses valores em células #REF! Erro de excluir linhas ou colunas
individuais e usar uma fórmula de soma. Além disso, você
pode formatar os valores quando eles estão nas células,
tornando-as muito mais legível e quando ela estiverem em
uma fórmula.

Se você excluir uma linha ou coluna, a fórmula não se-


rão atualizados para excluir a linha excluída e retornará um
#REF! erro, onde uma função soma atualizará automatica-
mente.

#VALUE! erros de referência de texto em vez de nú-


meros.
Se você usar um fórmula como: Fórmulas não atualizar referências ao inserir linhas ou
= A1 + B1 + C1 ou = A1 + A2 + A3 colunas

= Style A + B fórmulas não os atualizará ao adicionar


Evite usar o = 1 + 2 ou = métodos A + B linhas ou colunas
Sua fórmula pode quebrar se houver quaisquer valores Se você inserir uma linha ou coluna, a fórmula não será
não numéricos (texto) nas células referenciadas, que retor- atualizada para incluir a linha adicionada, onde uma função
narão um #VALUE! erro. SOMA ignorará valores de texto e soma atualizará automaticamente (contanto que você não
lhe dar a soma dos valores numéricos. estiver fora do intervalo referenciado na fórmula). Isso é es-
pecialmente importante se você esperar sua fórmula para
atualizar e não, como ele deixará incompletos resultados
que você não pode capturar.

SOMA com referências de célula individuais versus in-


tervalos

127
INFORMÁTICA BÁSICA

Usando uma fórmula como:


=SUM(A1,A2,A3,B1,B2,B3)
É igualmente erro sujeitos ao inserir ou excluir linhas dentro do intervalo referenciada pelas mesmas razões. É muito
melhor usar intervalos individuais, como:

=SUM(A1:A3,B1:B3)
Qual será atualizada ao adicionar ou excluir linhas.
Usando operadores matemáticos com soma
Digamos que você deseja aplicar uma porcentagem de desconto para um intervalo de células que você já somados.

= SUM(A2:A14) *-25%
Resultará em 25% do intervalo somado, entretanto, que rígido códigos a 25% da fórmula, e pode ser difícil encontrar
mais tarde se precisar alterá-lo. É muito melhor colocar os 25% em uma célula e referenciando que em vez disso, onde ele
está check-out em Abrir e facilmente alterados, assim:
= SUM(A2:A14) * E2
Dividir em vez de multiplicar você simplesmente substitua a “*” com “/”: = SUM(A2:A14)/E2
Adicionando ou retirando de uma soma
i. você pode facilmente adicionar ou subtrair de uma soma usando + ou - assim:
= SUM(A1:A10) + E2
= SUM(A1:A10)-E2

SOMA 3D
Às vezes você precisa somar uma determinada célula em várias planilhas. Pode ser tentador clique em cada planilha e
a célula desejada e use apenas «+» para adicionar a célula valores, mas que é entediante e pode ser propensa, muito mais
assim que apenas tentando construir uma fórmula que faz referência apenas uma única folha.
i = Planilha1! A1 + Plan2! A1 + Planilha3! A1
Você pode fazer isso muito mais fácil com um 3D ou soma 3 dimensionais:

128
INFORMÁTICA BÁSICA

= SUM(Sheet1:Sheet3! A1)
Qual somará a célula A1 em todas as planilhas da planilha 1 para a planilha 3.
Isso é especialmente útil em situações em que você tem uma única folha para cada mês ( janeiro a dezembro) e você
precisa total-las em uma planilha de resumo.

= SUM(January:December! A2)
Qual somará célula A2 em cada planilha de janeiro a dezembro.

Observação: se suas planilhas tem espaços em seus nomes, como “Janeiro vendas”, então você precisa usar um após-
trofo ao fazer referência os nomes de planilha em uma fórmula:
= SUM(‘January Sales:December Sales’! A2)
SOMA com outras funções
Absolutamente, você pode usar soma com outras funções. Aqui está um exemplo que cria um cálculo da média mensal:

=SUM(A2:L2)/COUNTA(A2:L2)
Que usa a soma de A2:L2 dividido pela contagem de células não vazias em A2:L2 (maio a dezembro estão em branco).

129
INFORMÁTICA BÁSICA

Função SE
A função SE é uma das funções mais populares do Excel e permite que você faça comparações lógicas entre um valor
e aquilo que você espera. Em sua forma mais simples, a função SE diz:
SE(Algo for Verdadeiro, faça tal coisa, caso contrário, faça outra coisa)
Portanto, uma instrução SE pode ter dois resultados. O primeiro resultado é se a comparação for Verdadeira, o segundo
se a comparação for Falsa.

Exemplos de SE simples

=SE(C2=”Sim”;1,2)
No exemplo acima, a célula D2 diz: SE(C2 = Sim, a fórmula retorna um 1 ou um 2)

=SE(C2=1;”Sim”;”Não”)
Neste exemplo, a fórmula na célula D2 diz: SE(C2 = 1, a fórmula retorna Sim e, caso contrário, retorna Não)
Como você pode ver, a função SE pode ser usada para avaliar texto e valores. Ela também pode ser usada para avaliar
erros. Você não está limitado a verificar apenas se um valor é igual a outro e retornar um único resultado; você também
pode usar operadores matemáticos e executar cálculos adicionais dependendo de seus critérios. Também é possível aninhar
várias funções SE juntas para realizar várias comparações.
OBSERVAÇÃO : Se você for usar texto em fórmulas, será preciso quebrar o texto entre aspas (por exemplo, “Texto”). A
única exceção é usar VERDADEIRO ou FALSO que o Excel reconhece automaticamente.

Introdução
A melhor maneira de começar a escrever uma instrução SE é pensar sobre o que você está tentando realizar. Que com-
paração você está tentando fazer? Muitas vezes, escrever uma instrução SE pode ser tão simples quanto pensar na lógica
em sua cabeça: “o que aconteceria se essa condição fosse atendida vs. o que aconteceria se não fosse?” Você sempre deve
se certificar de que suas etapas sigam uma progressão lógica; caso contrário, sua fórmula não executará aquilo que você
acha que ela deveria executar. Isso é especialmente importante quando você cria instruções SE complexas (aninhadas).

130
INFORMÁTICA BÁSICA

Mais exemplos de SE

=SE(C2>B2;”Acima do orçamento”;”Dentro do orçamento”)


No exemplo acima, a função SE em D2 está dizendo SE(C2 é maior que B2, retorne “Acima do orçamento”, caso contrá-
rio, retorne “Dentro do orçamento”)

= SE(C2>B2,C2-B2,0)
Na ilustração acima, em vez de retornar um resultado de texto, vamos retornar um cálculo matemático. A fórmula em
E2 está dizendo SE(Valor real for maior que o Valor orçado, subtraia o Valor orçado do Valor real, caso contrário, não retorne
nada).

=SE(E7=”Sim”;F5*0,0825;0)
Neste exemplo, a fórmula em F7 está dizendo SE(E7 = “Sim”, calcule o Valor Total em F5 * 8,25%, caso contrário, nenhum
Imposto sobre Vendas é cobrado, retorne 0)

131
INFORMÁTICA BÁSICA

Práticas Recomendadas - Constantes =SE(D3=””;””;SuaFórmula())


No último exemplo, você vê dois “Sim” e a Taxa de SE(D3 é nada, retorne nada, caso contrário, calcule sua
Imposto sobre Vendas (0,0825) inseridos diretamente na fórmula).
fórmula. Geralmente, não é recomendável colocar constan- Exemplo de SE aninhada
tes literais (valores que talvez precisem ser alterados oca-
sionalmente) diretamente nas fórmulas, pois elas podem
ser difíceis de localizar e alterar no futuro. É muito melhor
colocar constantes em suas próprias células, onde elas fi-
cam fora das constantes abertas e podem ser facilmente
encontradas e alteradas. Nesse caso, tudo bem, pois há
apenas uma função SE e a Taxa de Imposto sobre Vendas
raramente será alterada. Mesmo se isso acontecer, será fácil
alterá-la na fórmula.
Usar SE para verificar se uma célula está em branco
Às vezes, é preciso verificar se uma célula está em bran-
co, geralmente porque você pode não querer uma fórmula Em casos onde uma simples função SE tem apenas dois
exiba um resultado sem entrada. resultados (Verdadeiro ou Falso), as funções se aninhadas
SE podem ter de 3 a 64 resultados.
=SE(D2=1;”SIM”;SE(D2=2;”Não”;”Talvez”))
Na ilustração acima, a fórmula em E2 diz: SE(D2 é igual
a 1, retorne “Sim”, caso contrário, SE(D2 é igual a 2, retorne
“Não”, caso contrário, retorne “Talvez”).

CONT.SE
Use CONT.SE, uma das funções estatísticas, para con-
tar o número de células que atendem a um critério; por
exemplo, para contar o número de vezes que uma cidade
específica aparece em uma lista de clientes.

Sintaxe
Nesse caso, usamos SE com a função ÉCÉL.VAZIA: CONT.SE(intervalo, critério)
=SE(ÉCÉL.VAZIA(D2),”Em branco”,”Não está em bran- Por exemplo:
co”) =CONT.SE(A2:A5;”maçãs”)
Que diz SE(D2 está em branco, retorne “Em branco”, =CONT.SE(A2:A5,A4)
caso contrário, retorne “Não está em branco”). Você tam-
bém poderia facilmente usar sua própria fórmula para a Nome do argumento Descrição
condição “Não está em branco”. No próximo exemplo
O grupo de células que
usamos “” em vez de ÉCÉL.VAZIA. “” basicamente significa
você deseja contar. Inter-
“nada”.
valo pode conter números,
intervalo matrizes, um intervalo no-
(obrigatório) meado ou referências que
contenham números. Valo-
res em branco e texto são
ignorados.
Um número, expressão, re-
ferência de célula ou cadeia
de texto que determina
quais células serão conta-
das.
Por exemplo, você pode
critérios (obrigató- usar um número como 32,
rio) uma comparação, como “>
=SE(D3=””,”Em branco”,”Não está em branco”) 32”, uma célula como B4 ou
Essa fórmula diz SE(D3 é nada, retorne “Em branco”, uma palavra como “maçãs”.
caso contrário, retorne “Não está em branco”). Veja um CONT.SE usa apenas um
exemplo de um método muito comum de usar “” para im- único critério. Use CONT.
pedir que uma fórmula calcule se uma célula dependente SES se você quiser usar vá-
está em branco: rios critérios.

132
INFORMÁTICA BÁSICA

Função SOMASE Porém, quando os argumentos  intervalo  e  intervalo_


Você pode usar a função SOMASE para somar os va- soma na função SOMASE não contêm o mesmo número de
lores em uma intervalo que atendem aos critérios que você células, o recálculo da planilha pode levar mais tempo do
especificar. Por exemplo, suponha que, em uma coluna que que o esperado.
contém números, você quer somar apenas os valores que são
maiores do que 5. Você pode usar a seguinte fórmula: = SO- MÁXIMO (Função MÁXIMO)
MASE (B2:B25,”> 5”). Descrição
Retorna o valor máximo de um conjunto de valores.
Sintaxe Sintaxe
SOMASE(intervalo, critérios, [intervalo_soma]) MÁXIMO(número1, [número2], ...)
A sintaxe da função SOMASE tem os seguintes argumen- A sintaxe da função MÁXIMO tem os seguintes argu-
tos: mentos:
intervalo    Necessário. O intervalo de células a ser avalia- Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números sub-
da por critérios. Células em cada intervalo devem ser números sequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor
ou nomes, matrizes ou referências que contenham números. máximo você deseja saber.
Valores em branco e texto são ignorados. O intervalo selecio- Comentários
nado pode conter datas no formato padrão do Excel (exem- Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes
plos abaixo). ou referências que contenham números.
critérios   Obrigatório. Os critérios na forma de um núme- Os valores lógicos e representações em forma de texto
ro, expressão, referência de célula, texto ou função que defi- de números digitados diretamente na lista de argumentos
ne quais células serão adicionadas. Por exemplo, os critérios são contados.
podem ser expressos como 32, “>32”, B5, “32”, “maçãs” ou Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas
HOJE(). os números nesta matriz ou referência serão usados. Célu-
IMPORTANTE : Qualquer critério de texto ou qualquer cri- las vazias, valores lógicos ou texto na matriz ou referência
tério que inclua símbolos lógicos ou matemáticos deve estar serão ignorados.
entre aspas duplas (“). Se os critérios forem numéricos, as as- Se os argumentos não contiverem números, MÁXIMO
pas duplas não serão necessárias.
retornará 0.
intervalo_soma   Opcional. As células reais a serem adi-
Os argumentos que são valores de erro ou texto que
cionadas, se você quiser adicionar células diferentes das es-
não podem ser traduzidos em números causam erros.
pecificadas no argumento intervalo. Se o argumento interva-
Se você deseja incluir valores lógicos e representações
lo_soma for omitido, o Excel adicionará as células especifica-
de texto dos números em uma referência como parte do
das no argumento intervalo (as mesmas células às quais os
cálculo, utilize a função MÁXIMOA.
critérios são aplicados).
Exemplo
Você pode usar os caracteres curinga – o ponto de in-
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e co-
terrogação (?) e o asterisco (*) – como o argumento critérios.
le-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as
O ponto de interrogação corresponde a qualquer caractere
fórmulas mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2
único; o asterisco corresponde a qualquer sequência de ca-
e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as largu-
racteres. Para localizar um ponto de interrogação ou asterisco
ras das colunas para ver todos os dados.
real, digite um til (~) antes do caractere.
Comentários
A função SOMASE retorna valores incorretos quando você Dados
a utiliza para corresponder cadeias de caracteres com mais de 10
255 caracteres ou para a cadeia de caracteres #VALOR!. 7
O argumento  intervalo_soma  não precisa ter o mesmo 9
tamanho e forma que o argumento intervalo. As células reais 27
adicionadas são determinadas pelo uso da célula na extremi-
2
dade superior esquerda do argumentointervalo_soma como
a célula inicial e, em seguida, pela inclusão das células corres- Fórmula Descrição Resultado
pondentes em termos de tamanho e forma no argumento in- Maior valor no
=MÁXIMO(A2:A6) 27
tervalo. Por exemplo: intervalo A2:A6.
Maior valor no
=MÁXIMO(A2:A6;
Se o intervalo e intervalo_ Então, as células intervalo A2:A6 e 30
30)
for soma for reais serão o valor 30.
A1:A5 B1:B5 B1:B5 MÍNIMO (Função MÍNIMO)
A1:A5 B1:B3 B1:B5 Descrição
A1:B4 C1:D4 C1:D4 Retorna o menor número na lista de argumentos.
A1:B4 C1:C2 C1:D4 Sintaxe
MÍNIMO(número1, [número2], ...)

133
INFORMÁTICA BÁSICA

A sintaxe da função MÍNIMO tem os seguintes argumentos:


Núm1, núm2,...    Núm1 é obrigatório, números subsequentes são opcionais. De 1 a 255 números cujo valor MÍNIMO
você deseja saber.
Comentários
Os argumentos podem ser números, nomes, matrizes ou referências que contenham números.
Os valores lógicos e representações em forma de texto de números digitados diretamente na lista de argumentos são
contados.
Se um argumento for uma matriz ou referência, apenas os números daquela matriz ou referência poderão ser usados.
Células vazias, valores lógicos ou valores de erro na matriz ou referência serão ignorados.
Se os argumentos não contiverem números, MÍNIMO retornará 0.
Os argumentos que são valores de erro ou texto que não podem ser traduzidos em números causam erros.
Se você deseja incluir valores lógicos e representações de texto dos números em uma referência como parte do cálculo,
utilize a função MÍNIMOA.
Exemplo
Copie os dados de exemplo da tabela a seguir e cole-os na célula A1 de uma nova planilha do Excel. Para as fórmulas
mostrarem resultados, selecione-as, pressione F2 e pressione Enter. Se precisar, você poderá ajustar as larguras das colunas
para ver todos os dados.

Dados
10
7
9
27
2
Fórmula Descrição Resultado
O menor dos
=MÍNIMO(A2:A6) números no 2
intervalo A2:A6.
O menor dos
=MIN(A2:A6;0) números no 0
intervalo A2:A6 e 0.

Média
Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte fun-
ção =MEDIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Mesclar células
A mesclagem combina duas ou mais células para criar uma nova célula maior. Essa é uma excelente maneira de criar
um rótulo que se estende por várias colunas. Por exemplo, aqui, as células A1, B1 e C1 foram mescladas para criar o rótulo
“Vendas Mensais” e descrever as informações nas linhas de 2 a 7.

134
INFORMÁTICA BÁSICA

Selecione duas ou mais células adjacentes que você deseja mesclar.


IMPORTANTE : Verifique se os dados que você deseja agrupar na célula mesclada estão contidos na célula superior
esquerda. Os dados nas outras células mescladas serão excluídos. Para preservar os dados das outras células, copie-os em
outra parte da planilha antes de fazer a mesclagem.
Clique em Início > Mesclar e Centralizar.

Se o botão Mesclar e Centralizar estiver esmaecido, verifique se você não está editando uma célula e se as células que
você quer mesclar não estão dentro de uma tabela.
DICA : Para mesclar células sem centralizar, clique na seta ao lado de Mesclar e Centralizar e clique em Mesclar Atra-
vés ou Mesclar Células.
Se você mudar de ideia, é possível dividir as células que foram mescladas.

Criar um gráfico no Excel 2016 para Windows


Use o comando Gráficos Recomendados na guia Inserir para criar rapidamente um gráfico ideal para seus dados.
Selecione os dados que você deseja incluir no seu gráfico.
Clique em Inserir > Gráficos Recomendados.

Na guia Gráficos Recomendados, percorra a lista de tipos de gráficos recomendados pelo Excel para seus dados.
Clique em qualquer tipo de gráfico para ver como os seus dados aparecem naquele formato.

135
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA : Se não vir um tipo de gráfico que agrade você, clique na guia Todos os Gráficos para ver todos os tipos de gráfico
disponíveis.
Quando você encontrar o tipo de gráfico desejado, clique nele e clique emOK.
Use os botões Elementos do Gráfico, Estilos de Gráfico e Filtros de Gráficopróximos ao canto superior direito do gráfico
para adicionar elementos de gráfico como títulos de eixo ou rótulos de dados, para personalizar a aparência do seu gráfi-
co ou alterar os dados exibidos no gráfico.

DICAS : 
Use as opções nas guias Design e Formatar para personalizar a aparência do gráfico.

Se você não vir essas guias, adicione as Ferramentas de gráfico à faixa de opções clicando em qualquer lugar no gráfico.

136
INFORMÁTICA BÁSICA

Criar uma Tabela Dinâmica no Excel 2016 para analisar dados da planilha
A capacidade de analisar todos os dados da planilha pode ajudar você a tomar decisões de negócios melhores. Porém,
às vezes é difícil saber por onde começar, especialmente quando há muitos dados. O Excel pode ajudar, recomendando e,
em seguida, criando automaticamente Tabelas Dinâmicas que são um excelente recurso para resumir, analisar, explorar e
apresentar dados. Por exemplo, veja uma lista simples de despesas:

Aqui estão os mesmos dados resumidos em uma Tabela Dinâmica:

Criar uma Tabela Dinâmica Recomendada


Se você tiver experiência limitada com Tabelas Dinâmicas ou não souber como começar, uma Tabela Dinâmica Reco-
mendada é uma boa opção. Quando você usa este recurso, o Excel determina um layout significativo, combinando os dados
com as áreas mais adequadas da Tabela Dinâmica. Isso oferece um ponto inicial para experimentos adicionais. Depois que
uma Tabela Dinâmica básica é criada, você pode explorar orientações diferentes e reorganizar os campos para obter os
resultados desejados.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica Recomendada.

137
INFORMÁTICA BÁSICA

O Excel cria uma Tabela Dinâmica em uma nova planilha e exibe a Lista de Campos da Tabela Dinâmica.
Siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por pa-
drão, campos não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de
Adicionar um campo
data e hora são adicionadas à área Coluna e os campos numéricos são adicio-
nados à área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para ou-
Mover um campo
tra, por exemplo, de Colunas para Linhas.
Atualizar a Tabela Dinâmica Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.

Criar uma Tabela Dinâmica manualmente


Se você sabe como organizar seus dados, pode criar uma Tabela Dinâmica manualmente.
Abra a pasta de trabalho onde você deseja criar a Tabela Dinâmica.
Clique em uma célula na lista ou tabela que contém os dados que serão usados na Tabela Dinâmica.
Na guia Inserir, clique em Tabela Dinâmica.

Na planilha, os seus dados devem estar envolvidos por uma linha tracejada. Se não estiverem, clique e arraste para
selecionar os dados. Quando você fizer isso, a caixa Tabela/Intervalo será preenchida automaticamente com o intervalo de
células selecionado.
Em Escolher onde deseja que o relatório de tabela dinâmica seja colocado, escolha Nova planilha para colocar a Tabela
Dinâmica em uma nova guia de planilha. Se preferir, clique em Planilha existente e clique na planilha para especificar o local.
DICA : Para analisar várias tabelas em uma Tabela Dinâmica, marque a caixaAdicionar estes dados ao Modelo de Dados.
Clique em OK.

138
INFORMÁTICA BÁSICA

Na Lista de Campos da Tabela Dinâmica, siga um destes procedimentos:

Para Faça isto


Na área NOME DO CAMPO, marque a caixa de seleção para o campo. Por padrão, campos
Adicionar um campo não numéricos são adicionados à áreaLinha, as hierarquias de data e hora são adicionadas à
área Colunae os campos numéricos são adicionados à área Valores.
Remover um campo Na área NOME DO CAMPO, desmarque a caixa de seleção para o campo.
Arraste o campo de uma área da Lista de Campos da Tabela Dinâmica para outra, por exemplo,
Mover um campo
de Colunas para Linhas.
Clique na seta ao lado do campo em Valores > Definições do Campo de Valor e, na caixa Defi-
nições do Campo de Valor, altere o cálculo.

Alterar o cálculo usado


em um campo de valor

Atualizar a Tabela Dinâ-


Na guia Analisar Tabela Dinâmica, clique em Atualizar.
mica

Proteger com senha uma pasta de trabalho


O Excel oferece várias maneiras de proteger uma pasta de trabalho. Você pode solicitar uma senha para abri-la, uma
senha para alterar dados e uma senha para alterar a estrutura do arquivo (adicionar, excluir ou ocultar planilhas). Você pode
também definir uma senha no modo de exibição Backstage para criptografar a pasta de trabalho.
Lembre-se, no entanto, de que esse tipo de proteção nem sempre criptografa os seus dados. Isso só é possível com a
senha criptografada criada no modo de exibição Backstage. Os usuários podem ainda usar ferramentas de terceiros para
ler dados não criptografados.
Vamos começar solicitando senhas para abrir um arquivo e alterar dados.
Clique em Arquivo > Salvar como.
Clique em um local, como Computador ou a página da Web Meu Site.
Clique em uma pasta, como Documentos ou uma das pastas no seu OneDrive, ou clique em Procurar.
Na caixa de diálogo Salvar como, vá até a pasta que você quer usar, abra a lista Ferramentas e clique em Opções Gerais.
Insira a sua senha e clique em OK. Insira a mesma senha para confirmar e clique novamente em OK.
OBSERVAÇÃO:  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.

139
INFORMÁTICA BÁSICA

Você pode digitar uma das duas senhas aqui, uma para abrir o arquivo, outra para mudar o arquivo.

Consulte as anotações abaixo para mais informações.


Para proteger a estrutura da sua pasta de trabalho, faça isto:
Clique em Revisar > Proteger Pasta de Trabalho.
Clique em Estrutura.
Consulte as anotações abaixo para saber mais sobre essa opção e a opçãoWindows.
Digite uma senha na caixa Senha.
Clique em OK e redigite a senha para confirmá-la.
OBSERVAÇÕES : 
Se você digitar a mesma senha para abrir e alterar a pasta de trabalho, os usuários somente precisarão digitar a senha
uma vez.
Se você solicitar somente uma senha para alterar a pasta de trabalho, os usuários podem abrir uma cópia somente
leitura do arquivo, salvá-la com outro nome e alterar seus dados.
Selecionar a opção Estrutura previne outros usuários de visualizar planilhas ocultas, adicionar, mover, excluir ou ocultar
planilhas e renomear planilhas.
Você pode ignorar a opção Windows. Ela está desabilitada nessa versão do Excel.
Sempre é possível saber quando a estrutura da pasta de trabalho está protegida. O botão Proteger Pasta de Traba-
lho acende.

Criptografar a pasta de trabalho com uma senha


No modo de exibição Backstage, você pode definir uma senha para a pasta de trabalho que fornece criptografia.
Clique em Arquivo > Informações > Proteger Pasta de Trabalho >Criptografar com Senha.
Na caixa Criptografar Documento, digite uma senha e clique em OK.
Na caixa Confirmar Senha, digite a senha novamente e clique em OK.
OBSERVAÇÃO :  Para remover uma senha, siga as etapas acima e exclua a senha. Basicamente, basta deixar a senha em
branco. Você pode fazer isso para qualquer tipo de senha usado no Excel.
Por que minha senha desaparece quando salvo no formato do Excel 97-2003?
Você deseja enviar a sua pasta de trabalho protegida por senha para outras pessoas, mas eles ainda estão usando o
Excel 2003, que salva no formato de arquivo Excel 97-2003 (*.xls). Você escolhe “Salvar como” usando o formato 97-2003,
mas então você descobre que a senha definida na pasta de trabalho desapareceu.
Isso acontece porque a sua versão do Excel usa um novo esquema para salvar senhas, e o formato de arquivo anterior
não o reconhece. Como resultado, a senha é descartada ao salvar seu arquivo para o formato do Excel 97-2003. Defina a
senha no arquivo *.xls para proteger a pasta de trabalho novamente.

140
INFORMÁTICA BÁSICA

Proteger uma planilha com ou sem uma senha no Adicionar ou alterar a cor do plano de fundo das
Excel 2016 células
Para ajudar a proteger seus dados de alterações não É possível realçar dados em células utilizando Cor de
intencionais ou intencionais, proteja sua planilha, com ou preenchimento para adicionar ou alterar a cor do plano de
sem senha. Ela impede que outras pessoas removam a pro- fundo ou padrão das células. Veja como:
teção da planilha: a senha deve ser inserida para desprote- Selecione as células que deseja realçar.
ger a planilha. DICAS : Para utilizar uma cor de fundo diferente para
Por padrão, quando você protege uma planilha, o excel a planilha inteira, clique no botão Selecionar Tudo. Isso irá
bloqueia todas as células nessa planilha. Antes de proteger ocultar as linhas de grade, mas é possível melhorar a legi-
a planilha, desbloqueie quaisquer células que desejar alte- bilidade da planilha exibindo bordas ao redor de todas as
rar antes de seguir essas etapas. células.
Clique na guia Revisão e clique em Proteger Planilha.
Verifique se a caixa de seleção Proteger a planilha e o
conteúdo de células bloqueadas está marcada.
Para usar uma senha, digite-a na caixa Senha para des-
proteger a planilha.
Outros usuários podem remover a proteção se você
não usar uma senha.
IMPORTANTE : Anote sua senha e armazene-a em lo-
cal seguro. Nós sinceramente não podemos ajudar você a Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de
recuperar senhas perdidas. Preenchimento .
Se você digitou uma senha na etapa 3, redigite-a para
confirmá-la.

Em Cores do Tema ou Cores Padrão, selecione a cor


desejada.

Marque ou desmarque as caixas de seleção em Permi-


tir que todos os usuários desta planilha possam e clique
em OK.

OBSERVAÇÕES :
Para remover a proteção da planilha, clique em Revi-
são, clique emDesproteger Planilha e digite a senha, se ne-
cessário.
Se uma macro não pode executar na planilha protegi-
da, você verá uma mensagem e a macro será interrompida

Para utilizar uma cor personalizada, clique em Mais Co-


res, e em seguida, na caixa de diálogo Cores, selecione a
cor desejada.

141
INFORMÁTICA BÁSICA

DICA : Para aplicar a cor selecionada mais recentemen- Remover cores de célula, padrões, ou efeitos de
te, clique em Cor de Preenchimento . Você também preenchimento
encontrará até 10 cores personalizadas selecionadas mais Para remover quaisquer cores de fundo, padrões ou
recentemente em Cores recentes. efeitos de preenchimento das células, basta selecioná-las.
Aplicar um padrão ou efeitos de preenchimento. Clique em Página Inicial > seta ao lado de Cor de Preenchi-
Quando você deseja algo mais do que apenas um mento, e então selecione Sem Preenchimento.
preenchimento de cor sólida, experimente aplicar um pa-
drão ou efeitos de preenchimento.
Selecione a célula ou intervalo de células que deseja
formatar.
Clique em Página Inicial > iniciador da caixa de diálo-
go Formatar Células ou pressione Ctrl + Shift + F.

Imprimir cores de célula, padrões ou efeitos de preen-


chimento em cores
Se as opções de impressão estiverem definidas
como Preto e branco ouQualidade de rascunho — seja
propositalmente ou porque a pasta de trabalho contém
Na guia Preenchimento, em Cor de Fundo, selecione a planilhas e gráficos grandes ou complexos que resultaram
cor desejada. na ativação automática do modo de rascunho — não será
possível imprimir as células em cores. Veja aqui como re-
solver isso:
Clique em Layout da Página > iniciador da caixa de diá-
logo Configurar Página.

Na guia Folha, em Imprimir, desmarque as caixas de


seleção Preto e branco e Qualidade de rascunho.
OBSERVAÇÃO : Se você não visualizar cores em sua
planilha, talvez esteja trabalho no modo de alto contraste.
Se não visualizar cores ao visualizar antes de imprimir, tal-
vez nenhuma impressora colorida esteja selecionada.

Principais atalhos
CTRL+Menos (-) — Exibe a caixa de diálogo Excluir
Para utilizar um padrão com duas cores, selecione uma para excluir as células selecionadas.
cor na caixa Cor do Padrão e, em seguida, selecione um CTRL+; — Insere a data atual.
padrão na caixa Estilo do Padrão. CTRL+` — Alterna entre a exibição dos valores da célu-
Para utilizar um padrão com efeitos especiais, clique la e a exibição de fórmulas na planilha.
em Efeitos de Preenchimento, e, em seguida, selecione as CTRL+’ — Copia uma fórmula da célula que está acima
opções desejadas. da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+1 — Exibe a caixa de diálogo Formatar Células.
DICA : Na caixa Amostra, é possível visualizar o plano CTRL+2 — Aplica ou remove formatação em negrito.
de fundo, o padrão e os efeitos de preenchimento selecio- CTRL+3 — Aplica ou remove formatação em itálico.
nados. CTRL+4 — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+5 — Aplica ou remove tachado.
CTRL+6 — Alterna entre ocultar objetos, exibir objetos
e exibir espaços reservados para objetos.
CTRL+8 — Exibe ou oculta os símbolos de estrutura
de tópicos.
CTRL+9 — Oculta as linhas selecionadas.

142
INFORMÁTICA BÁSICA

CTRL+0 — Oculta as colunas selecionadas. CTRL+X — Recorta as células selecionadas.


CTRL+A — Seleciona a planilha inteira. Se a planilha CTRL+Y — Repete o último comando ou ação, se pos-
contiver dados, este comando seleciona a região atual. sível.
Pressionar CTRL+A novamente seleciona a região atual e CTRL+Z — Usa o comando Desfazer para reverter o
suas linhas de resumo. Pressionar CTRL+A novamente se- último comando ou excluir a última entrada digitada.
leciona a planilha inteira. CTRL+SHIFT+Z — Usa o comando Desfazer ou Refazer
CTRL+SHIFT+A — Insere os nomes e os parênteses do para reverter ou restaurar a correção automática quando
argumento quando o ponto de inserção está à direita de Marcas Inteligentes de AutoCorreção são exibidas.
um nome de função em uma fórmula. CTRL+SHIFT+( — Exibe novamente as linhas ocultas
CTRL+N — Aplica ou remove formatação em negrito. dentro da seleção.
CTRL+C — Copia as células selecionadas. CTRL+SHIFT+) — Exibe novamente as colunas ocultas
CTRL+C (seguido por outro CTRL+C) — exibe a Área dentro da seleção.
de Transferência. CTRL+SHIFT+& — Aplica o contorno às células sele-
CTRL+D — Usa o comando Preencher Abaixo para co- cionadas.
piar o conteúdo e o formato da célula mais acima de um CTRL+SHIFT+_ — Remove o contorno das células se-
intervalo selecionado nas células abaixo. lecionadas.
CTRL+F — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi- CTRL+SHIFT+~ — Aplica o formato de número Geral.
tuir com a guia Localizar selecionada. CTRL+SHIFT+$ — Aplica o formato Moeda com duas
SHIFT+F5 — Também exibe essa guia, enquanto SHIF- casas decimais (números negativos entre parênteses)
T+F4 repete a última ação de Localizar. CTRL+SHIFT+% — Aplica o formato Porcentagem sem
CTRL+SHIFT+F — Abre a caixa de diálogo Formatar casas decimais.
CTRL+SHIFT+^ — Aplica o formato de número Expo-
Células com a guia Fonte selecionada.
nencial com duas casas decimais.
CTRL+G — Exibe a caixa de diálogo Ir para. (F5 também
CTRL+SHIFT+# — Aplica o formato Data com dia, mês
exibe essa caixa de diálogo.)
e ano.
CTRL+H — Exibe a caixa de diálogo Localizar e Substi-
CTRL+SHIFT+@ — Aplica o formato Hora com a hora
tuir com a guia Substituir selecionada. e os minutos, AM ou PM.
CTRL+I — Aplica ou remove formatação em itálico. CTRL+SHIFT+! — Aplica o formato Número com duas
CTRL+K — Exibe a caixa de diálogo Inserir Hiperlink casas decimais, separador de milhar e sinal de menos (-)
para novos hiperlinks ou a caixa de diálogo Editar Hiperlink para valores negativos.
para os hiperlinks existentes que estão selecionados. CTRL+SHIFT+*  — Seleciona a região atual em torno
CTRL+N — Cria uma nova pasta de trabalho em branco da célula ativa (a área de dados circunscrita por linhas e
CTRL+O — Exibe a caixa de diálogo Abrir para abrir ou colunas vazias).
localizar um arquivo. CTRL+SHIFT+: — Insere a hora atual.
CTRL+SHIFT+O — Seleciona todas as células que con- CTRL+SHIFT+” –Copia o valor da célula que está acima
têm comentários. da célula ativa para a célula ou a barra de fórmulas.
CTRL+P — Exibe a caixa de diálogo Imprimir. CTRL+SHIFT+Mais (+) — Exibe a caixa de diálogo Inse-
CTRL+SHIFT+P — Abre a caixa de diálogo Formatar rir para inserir células em branco.
Células com a guia Fonte selecionada.
CTRL+R — Usa o comando Preencher à Direita para
copiar o conteúdo e o formato da célula mais à esquerda
de um intervalo selecionado nas células à direita.
CTRL+B — Salva o arquivo ativo com seu nome de ar-
quivo, local e formato atual.
CTRL+T — Exibe a caixa de diálogo Criar Tabela.
CTRL+S — Aplica ou remove sublinhado.
CTRL+SHIFT+S — Alterna entre a expansão e a redu-
ção da barra de fórmulas.
CTRL+V — Insere o conteúdo da Área de Transferência
no ponto de inserção e substitui qualquer seleção. Disponí-
vel somente depois de ter recortado ou copiado um objeto,
texto ou conteúdo de célula.
CTRL+ALT+V — Exibe a caixa de diálogo Colar Especial,
disponível somente depois que você recortar ou copiar um
objeto, textos ou conteúdo de célula em uma planilha ou
em outro programa.
CTRL+W — Fecha a janela da pasta de trabalho sele-
cionada.

143
INFORMÁTICA BÁSICA

Fórmulas básicas
As primeiras fórmulas aprendidas na escola são as de adição, subtração, multiplicação e divisão. No Excel não é dife-
rente.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Para aplicar a fórmula
=SOMA(A1;A2).
de soma você preci-
Dica: Sempre separe a
sa, apenas, selecionar
indicação das células
as células que estarão
com ponto e vírgula (;).
Adição =SOMA(célulaX;célula Y) envolvidas na adição,
Dessa forma, mesmo as
incluindo a sequência
que estiverem em loca-
no campo superior do
lizações distantes serão
programa junto com o
consideradas na adição
símbolo de igual (=)
Segue a mesma lógica
da adição, mas des-
sa vez você usa o sinal
correspondente a con-
Subtração =(célulaX-célulaY) =(A1-A2)
ta que será feita (-) no
lugar do ponto e vírgu-
la (;), e retira a palavra
“soma” da função
Use o asterisco (*) para
Multiplicação = (célulaX*célulaY) indicar o símbolo de = (A1*A2)
multiplicação
A divisão se dá com a
barra de divisão (/) en-
Divisão =(célulaX/célulaY) =(A1/A2)
tre as células e sem pa-
lavra antes da função

Fórmulas bastante requisitadas


Outros algoritmos que são bastante importantes nas planilhas são aqueles que mostram valores de média, máxima e
mínimo. Mas para usar essas funções, você precisa estabelecer um grupo de células.

Cálculo Fórmula Explicação Exemplo


Você deve usar a palavra
“media” antes das células
indicadas, que são sempre
Média =MEDIA(célula X:célulaY) separadas por dois pontos =MEDIA(A1:A10)
(:) e representam o grupo
total que você precisa cal-
cular
Segue a mesma lógica, mas
Máxima =MAX(célula X:célulaY) =MAX(A1:A10)
usa a palavra “max”
Dessa vez, use a expressão
Mínima =MIN(célula X:célulaY) =MIN(A1:A10)
“min”

144
INFORMÁTICA BÁSICA

Função Se
Essa função trata das condições de valores solicitados. Para que entenda, se você trabalhar em uma loja que precisa
saber se os produtos ainda estão no estoque ou precisam de mais unidades, essa é uma excelente ferramenta. Veja por que:

Cálculo Fórmula Exemplo


Função =se(célulaX<=0 ; “O que =se(B1<=0 ; “a ser enviado” ; “no estoque”)
Se precisa saber 1” ; “o que Essa linguagem diz ao Excel que se o conteúdo da célula B1 é menor ou
precisa saber 2”) igual a zero ele deve exibir a mensagem “a ser enviado” na célula que
contem a fórmula. Caso o conteúdo seja maior que zero, a mensagem
que aparecerá é “no estoque”

*Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/informatica/artigos/71948/23-formulas-e-atalhos-que-vao-facilitar-sua-
-vida-no-excel#ixzz48neY9XBW

REDES SOCIAIS

Quando as pessoas ouvem o termo “rede social”, pensam automaticamente em redes sociais online. Também conhe-
cidas como sites de rede social, elas foram uma explosão em termos de popularidade. Sites como MySpace, Facebook e
Linkedln estão entre os sete dos 20 Websites mais visitados no mundo, e o site de relacionamentos criado pelo Google, o
Orkut, acabou virando o predileto dos brasileiros. Para muitos usuários, principalmente aqueles que ficam muito conec-
tados e que fazem parte da chamada Geração Internet, as redes sociais online não são apenas uma maneira de manter
contato, mas um modo de vida.
Muitos dos recursos das redes sociais online são comuns para cada um dos mais de 300 sites de rede social existentes
atualmente. A capacidade de criar e compartilhar um perfil pessoal é o recurso mais básico. Essa página de perfil normal-
mente possui uma foto, algumas informações pessoais básicas (nome, idade, sexo, local) e um espaço extra para que a
pessoa informe suas bandas, livros, programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos.
A maioria das redes sociais na Internet permite postar fotos, vídeos e blogs pessoais na sua página de perfil. Mas o
recurso mais importante das redes sociais online é encontrar e fazer amigos com membros de outro site. Na sua página
de perfil, esses amigos aparecem como links, assim os visitantes podem navegar facilmente na sua rede de amigos online.
Cada rede social online possui regras e métodos diferentes de busca e contato com amigos potenciais. A rede do
MySpace é a mais aberta. No MySpace, você pode buscar e entrar em contato com pessoas em toda a rede, sejam elas
membros afastados da sua rede social ou estranhos. Mas você só vai ter acesso às informações completas de seus perfis se
elas concordarem em aceitar você como amigo e fazer parte da sua rede.

A rede do Facebook, que começou como um aplicativo de rede social de uma faculdade, é muito mais restrita e orien-
tada a grupos. No Facebook, só é possível encontrar pessoas que estão em uma das suas “redes” existentes. Elas podem
incluir a empresa onde você trabalha, a faculdade onde você estudou e até o seu colégio; mas você também pode participar
de várias das centenas de redes menores “groups” criadas por usuários da Facebook, algumas baseadas em organizações
reais, outras que só existem na mente de seus fundadores.
A Linkedln, que é a rede social online mais popular para profissionais de negócios, permite que você busque cada um
dos membros do site, e você também tem acesso aos perfis completos e informações de contato dos seus contatos já exis-
tentes, ou seja, as pessoas que aceitaram o convite para participar da sua rede (ou que convidaram você para participar da
rede delas). No entanto, seus contatos podem apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você duas ou três posições na
rede maior da Linkedln. Ou você pode pagar um adicional para entrar em contato direto com qualquer usuário por meio
de um serviço chamado InMail.
O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre os brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que os
brasileiros acabaram dominando a rede e chegaram a 80% de seus usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuário tinha
uma página pessoal onde podia adicionar, além de seus dados pessoais e profissionais, amigos, amigos dos amigos, amigos
dos amigos dos amigos, criar comunidades online e participar das já existentes, enviar recados para sua rede de contatos
e para quem ainda não faz parte dela, criar álbuns de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o mais importante para grande
parte dos participantes, xeretar a vida das pessoas através das páginas de recados.

Fazendo contatos em uma rede social online


Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de fazer contatos online. Você vai precisar escolher um nome para
login e uma senha. Depois de fazer isso, você vai fornecer algumas informações pessoais básicas, como nome, sexo, idade,
local e alguns hobbies ou interesses específicos.
Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, música ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a imagem
que você está apresentando ao mundo online. Na maioria dos sites você pode ter um controle sobre quem pode visualizar
seu perfil completo.

145
INFORMÁTICA BÁSICA

Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você con- Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um
vidou podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado blog sobre um dos seus projetos atuais na sua página do
de criar seu perfil, você pode começar a procurar amigos e Facebook. Um hacker pode usar essas informações para
fazer contatos. Isso acontece quando você convida amigos fingir ser um funcionário da empresa. Ele sabe seu nome
que estão offline no momento para participar ou procurar e seu cargo na empresa, então você está sujeito a confiar
amigos que já são membros. nele. Assim; ele pode tentar conseguir de você uma senha
Na maioria dos sites de rede social você pode enviar ou informação confidencial para vender aos concorrentes.
um e-mail convidando amigos para participar do Website A segurança da maioria das redes sociais online é que
e fazer parte da sua rede social online. Em alguns casos, somente seus “amigos” ou membros da sua rede podem
como no Facebook ou Linkedln, você pode importar sua ver seu perfil completo. Mas isso só é eficaz se você for ex-
lista de endereços das suas contas de e-mail, como o Goo- tremamente seletivo sobre quem você inclui em sua rede.
gle ou Yahoo. Se você aceita convites de qualquer pessoa, uma delas
Depois de convidar seus amigos atuais, você pode pode ser um hacker.
começar a procurar pessoas que têm interesses parecidos O problema com as redes sociais online é que elas não
com os seus. Por exemplo, se você gosta de ler os livros da possuem um sistema integrado de autenticação para veri-
Jane Austen, você pode procurar outras pessoas que gos- ficar se alguém é realmente quem diz ser [fonte: SearchSe-
tam de Jane Austen e convidá-las para participar da sua curity.com]. Um hacker pode criar um perfil qualquer em
rede. um site como o Linkedln para se encaixar perfeitamente
Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram nos interesses comerciais de seu alvo. Se o alvo aceita o
no mesmo colégio ou faculdade que você, pessoas que hacker como contato, ele pode ter acesso às informações
têm a mesma marca de carro ou que gostam do mesmo de todos os outros contatos de seu alvo. Com essas infor-
tipo de música. Você pode convidar essas pessoas para mações, é possível criar uma elaborada identidade falsa.
também participarem da sua rede, aumentando, assim, a Para lutar contra a engenharia social, a chave é a aten-
sua rede social. ção. Se você sabe que hackers de engenharia social exis-
tem, deve ter mais cuidado com aquilo que vai postar em
Mesmo que tenha a impressão de que conhece as pes-
seus perfis online. Se você está familiarizado com as trapa-
soas que encontra no ciberespaço, você deve ter cuidado
ças mais comuns da engenharia social, vai reconhecer uma
porque a ação de hackers é bastante comum. enquanto ela está acontecendo, e não quando for tarde
demais.
A ação de hackers e as redes sociais
Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em Redes sociais para adultos
redes sociais, elas não estão usando a definição comum de Além de participarem de redes sociais online que antes
hackers, que são aqueles que usam códigos ou brechas em eram dominadas por adolescentes, como o MySpace e o
redes de computadores de forma mal-intencionada, para Facebook, os usuários adultos também estão participando
causar danos aos sistemas ou roubar informações confi- de redes sociais online destinadas a eles. As redes sociais
denciais. A ação dos hackers em redes sociais requer muito para adultos não têm um conteúdo “adulto” especializado
pouca habilidade técnica. Trata-se mais de um jogo psico- (embora também exista). Elas são redes sociais para profis-
lógico: usar informações dos perfis pessoais para ganhar a sionais, e não somente para amigos.
confiança de um estranho. Com mais de 15 milhões de membros, o LinkedIn é a
maior rede social online para profissionais. No LInkedln, as
Este segundo tipo de hacker é chamado de engenheiro
páginas de perfil são mais parecidas com currículos, com
social. A engenharia social usa técnicas psicológicas per-
informações sobre experiência profissional e formação
suasivas para explorar o elo mais fraco do sistema de segu- acadêmica, deixando de fora informações como livros e
rança da informação: as pessoas. Veja alguns exemplos de bandas favoritos. Até pouco tempo atrás, o Linkedln não
engenharia social: permitia que os usuários postassem uma foto em seu perfil,
• chamar um administrador de sistemas fingindo ser temendo que o site estritamente profissional se tornasse
um executivo irritado que esqueceu sua senha e precisa uma desculpa para namoros online.
acessar seu computador imediatamente; Os usuários do Linkedln podem fortalecer os contatos
• fingir ser um funcionário de banco e ligar para um e relacionamentos existentes para encontrar novos empre-
cliente pedindo o número do seu cartão de crédito; gos e parcerias. No Linkedln, por exemplo, você pode fazer
• fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente a uma busca por emprego na sua rede. Se acontecer de o seu
um funcionário para deixar você entrar no escritório. melhor amigo ter estudado com a pessoa que está contra-
Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de segu- tando, isso pode dar a você uma vantagem significativa em
rança em consideração quando criam uma página de perfil relação a outros candidatos.
Os recrutadores de profissionais também estão garim-
em uma rede social. Quanto mais informações pessoais e
pando os enormes bancos de dados profissionais em sites
profissionais você incluir no seu perfil público, mais fácil como o Linkedln. Eles podem pagar um adicional pelo Lin-
será para um hacker explorar essas informações para ga- kedln Corporate Services, um serviço que permite realizar
nhar sua confiança. buscas direcionadas por membros que atendem aos seus

146
INFORMÁTICA BÁSICA

requisitos de experiência e localização. A vantagem de um Há uma boa chance de você já ter usado alguma for-
serviço como o LInkedln é que os recrutadores podem ma de computação em nuvem. Se você tem um conta de
atingir “candidatos passivos,” isto é, profissionais altamente e-mail com um serviço baseado na web, como Hotmail, Ya-
qualificados que não estão necessariamente procurando hoo! ou Gmail, então você já teve experiência com compu-
um novo emprego. Eles são mais atraentes para os empre- tação em nuvem. Em vez de rodar um programa de e-mail
gadores, pois têm sua capacidade provada, já que perma- no seu computador, você se loga numa conta de e-mail
necem em seus cargos. remotamente pela web. O software e o armazenamento da
Várias redes sociais para adultos são dedicadas a pro- sua conta não existem no seu computador - estão na nu-
fissões específicas. De acordo com um artigo do Wall Street
vem de computadores do serviço. 
Journal, médicos estão se encontrando em um site de rede
social para médicos chamado Sermo e executivos de publi-
cidade, marketing e mídia estão trocando dicas e truques Arquitetura da computação em nuvem
em um outro site de rede social chamado AdGabber [fonte: Quando falamos sobre um sistema de computação em
Wall Street Journal]. nuvem, é de grande ajuda dividi-lo em duas seções: o front
Redes do mal end e o back end. Eles se conectam através de uma rede,
As redes sociais tem o lado bom de aproximar pes- geralmente a Internet. O front end é o lado que o usuário
soas de diferentes lugares, mas a facilidade de criar perfis do computador, ou cliente, vê. O back end é a seção “nu-
e comunidades também tem um lado negro. Em março de vem” do sistema.
2008, o Orkut foi obrigado a revelar à polícia os dados de O front end inclui o computador do cliente (ou rede
usuários pedófilos. A Polícia brasileira descobriu uma rede de computadores) e a aplicação necessária para acessar o
de pedofilia infiltrada nas páginas do Orkut e obrigou a sistema de computação em nuvem. Nem todos os sistemas
empresa a revelar os dados dos usuários envolvidos. Em de computação em nuvem tem a mesma interface para o
maio de 2006, a rede social foi obrigada a retirar do ar co- usuário. Serviços baseados na Web, como programas de
munidades consideradas pelas autoridades como crimino- e-mail, aproveitam navegadores de internet já existentes,
sas e racistas. como o Internet Explorer e o Firefox. Outros sistemas têm
aplicações próprias que fornecem acesso à rede aos clientes.
Computação em nuvem No back end do sistema estão vários computadores, servi-
Vamos dizer que você é um executivo de uma grande dores e sistemas de armazenamento de dados que criam a
empresa. Suas responsabilidades incluem assegurar que “nuvem” de serviços de computação. Na teoria, um sistema
todos os seus empregados tenham o software e o hardwa- de computação em nuvem inclui praticamente qualquer
re de que precisam para fazer seu trabalho. Comprar com- programa de computador que você possa imaginar, do
putadores para todos não é suficiente - você também tem processamento de dados aos videogames. Cada aplicação
de comprar software ou licenças de software para dar aos tem seu próprio servidor dedicado.
empregados as ferramentas que eles exigem. Sempre que Um servidor central administra o sistema, monitoran-
você tem um novo contratado, você tem de comprar mais do o tráfego e as demandas do cliente para assegurar que
software ou assegurar que sua atual licença de software tudo funcione tranquilamente. Ele segue um conjunto de
permita outro usuário.  Isso é tão estressante que você tem regras chamadas protocolos e usa um tipo especial de
dificuldade para dormir todas as noites. software chamado middleware. O middleware permite que
Breve, deve haver uma alternativa para executivos computadores em rede se comuniquem uns com os outros.
como você. Em vez de instalar uma suíte de aplicativos em Se uma empresa de computação em nuvem tem mui-
cada computador, você só teria de carregar uma aplicação. tos clientes, é provável que haja uma alta demanda por
Essa aplicação permitiria aos trabalhadores logar-se em um muito espaço de armazenamento. Algumas companhias
serviço baseado na web que hospeda todos os programas requerem centenas de dispositivos de armazenamento
de que o usuário precisa para seu trabalho. Máquinas re- digitais. Sistemas de computação em nuvem precisam de
motas de outra empresa rodariam tudo - de e-mail a pro- pelo menos o dobro do número de dispositivos de arma-
cessador de textos e a complexos programas de análise de zenamento exigidos para manter todas as informações dos
dados. Isso é chamado computação em nuvem e poderia clientes armazenadas. Isso porque esses dispositivos, assim
mudar toda a indústria de computadores. como todos os computadores, ocasionalmente saem do
Em um sistema de computação em nuvem, há uma ar. Um sistema de computação em nuvem deve fazer uma
redução significativa da carga de trabalho. Computadores cópia de toda a informação dos clientes e a armazenar em
locais não têm mais de fazer todo o trabalho pesado quan- outros dispositivos. As cópias habilitam o servidor central
do se trata de rodar aplicações. Em vez disso, a rede de a acessar máquinas de backup para reter os dados que, de
computadores que faz as vezes de nuvem lida com elas. A outra forma, poderiam ficar inacessáveis. Fazer cópias de
demanda por hardware e software no lado do usuário cai. dados como um backup é chamado redundância.
A única coisa que o usuário do computador precisa é ser
capaz de rodar o software da interface do sistema da com- Aplicações da computação em nuvem
putação em nuvem, que pode ser tão simples quanto um As aplicações da computação em nuvem são pratica-
navegador web, e a rede da nuvem cuida do resto. mente ilimitadas. Com o middleware certo, um sistema de
computação em nuvem poderia executar todos os progra-

147
INFORMÁTICA BÁSICA

mas que um computador normal rodaria. Potencialmente, Preocupações com a computação em nuvem
tudo - do software genérico de processamento de textos Talvez as maiores preocupações sobre a computação
aos programas de computador personalizados para um em nuvem sejam segurança e privacidade. A ideia de en-
empresa específica - funcionaria em um sistema de com- tregar dados importantes para outra empresa preocupa
putação em nuvem. algumas pessoas. Executivos corporativos podem hesitar
Por que alguém iria querer recorrer a outro sistema de em tirar vantagem do sistema de computação em nuvem
computador para rodar programas e armazenar dados? porque eles não podem manter a informação de sua com-
Aqui estão algumas razões: panhia guardadas a sete chaves.
O contra-argumento a essa posição é que as empresas
Clientes poderiam acessar suas aplicações e dados de que oferecem serviços de computação em nuvem vivem de
qualquer lugar e a qualquer hora. Eles poderiam acessar o suas reputações. É benéfico para essas empresas ter medi-
sistema usando qualquer computador conectado à inter- das de segurança confiáveis funcionando. Do contrário, ela
net. Os dados não estariam confinados em um disco rígido perderia todos os seus clientes. Portanto, é de seu interesse
no computador do usuário ou mesmo na rede interna da empregar as técnicas mais avançadas para proteger os da-
empresa. dos de seus clientes.
Ela reduziria os custos com hardware. Sistemas de com- Privacidade é um outro assunto. Se um cliente pode lo-
putação em nuvem reduziriam a necessidade de hardware gar-se de qualquer local para acessar aplicações, é possível
avançado do lado do cliente. Você não precisaria comprar que a privacidade do cliente esteja comprometida. Empre-
o computador mais rápido com a maior memória, porque sas de computação em nuvem vão precisar encontrar for-
o sistema de nuvem cuidaria dessas necessidades. Em vez mas de proteger a privacidade do cliente. Uma delas seria
disso, você poderia comprar um terminal de computador usar técnicas de autenticação, como usuário e senha. Outra
baratinho. O terminal poderia incluir teclado, mouse e po- forma é empregar um formato de autorização (níveis de
der de processamento suficiente apenas para conectar seu permissionamento) - cada usuário acessa apenas os dados
computador à nuvem. Você também não precisaria de um e as aplicações que são relevantes para o seu trabalho.
disco rígido grande, porque você armazenaria toda a sua Algumas questões acerca da computação em nuvem
informaçãp em um computador remoto. Esse tipo de ter- são mais filosóficas. O usuário ou a empresa que contrata
o serviços de computação em nuvem é dono dos dados? O
minal é conhecido como “terminal burro”, “thin client” e
sistema de computação em nuvem, que fornece o espaço
“zero client”.
de armazenamento, é o dono? É possível para uma empre-
Empresas que dependem de computadores têm que
sa de computação em nuvem negar a um cliente o acesso
ter certeza de estar com software certo no lugar para atin-
a esses dados? Várias companhias, empresas de advocacia
gir seus objetivos. Sistemas de computação em nuvem dão
e universidades estão debatendo essas e outras questões
a essas empresas acesso às aplicações para toda a corpo-
sobre a natureza da computação em nuvem.
ração. As companhias não têm de comprar um conjunto de
Como a computação em nuvem vai afetar outras in-
softwares ou licenças de software para cada empregado.
dústrias? Há uma preocupação crescente na indústria de
Em vez disso,  a companhia pagaria uma taxa a uma em- TI sobre como a computação em nuvem poderia afetar os
presa de computação em nuvem. negócios de manutenção e reparo de computadores. Se as
Servidores e dispositivos de armazenamento digital empresas trocarem para sistemas de computadores sim-
ocupam espaço. Algumas empresas alugam espaço físico plificados, elas terão poucas necessidades de TI. Alguns
para armazenar servidores e bases de dados porque elas experts da indústria acreditam que a necessidade por em-
não têm espaço disponível no local. A computação em nu- pregos de TI vá migrar de volta para o back end do sistema
vem dá a essas empresas a opção de armazenar dados no de computação em nuvem.
hardware de terceiros, removendo a necessidade de espa-
ço físico no back end.
Empresas podem economizar dinheiro com suporte
técnico. O hardware otimizado poderia, em teoria, ter me-
nos problemas que uma rede de máquinas e sistemas ope-
racionais heterogêneos.
Se o back end do sistema de computação em nuvem
for um sistema de computação em grade, então o clien-
te poderia tirar vantagem do poder de processamento de
uma rede inteira. Frequentemente, os cientistas e pesqui-
sadores trabalham com cálculos tão complexos que levaria
anos para que um computador individual os completasse.
Em um sistema em grade, o cliente poderia  enviar o cálculo
para a nuvem processar. O sistema de nuvem tiraria vanta-
gem do poder de processamento de todos os computado-
res do back end que estivessem disponíveis, aumentando
significativamente a velocidade dos cálculos.

148
INFORMÁTICA BÁSICA

EXERCÍCIOS 5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um com-


putador com o sistema operacional Windows instalado, um
1) (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE funcionário deseja enviar 50 arquivos, que juntos totalizam
ADMINISTRATIVO) Um computador é um equipamento 2 MB de tamanho, anexos em um e-mail. Para facilitar o
capaz de processar com rapidez e segurança grande quan- envio, resolveu compactar esse conjunto de arquivos em
tidade de informações. um único arquivo utilizando um software compactador. Só
Assim, além dos componentes de hardware, os com- não poderá ser utilizado nessa tarefa o software: 
putadores necessitam de um conjunto de softwares deno- a) 7-Zip.
minado: b) WinZip.
a. arquivo de dados. c) CuteFTP.
b. blocos de disco. d) jZip.
c. navegador de internet. e) WinRAR.
d. processador de dados.
e. sistemaoperacional. 6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito)
Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO – AD- guês, é correto afirmar que,
MINISTRATIVA) As características básicas da segurança da a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre
informação — confidencialidade, integridade e disponibi- cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão Classifi-
lidade — não são atributos exclusivos dos sistemas com- car na barra de ferramentas da janela e escolher o modo de
putacionais. exibição desejado.
a. Certo b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele é
b. Errado apagado permanentemente e não pode ser posteriormen-
te recuperado caso tenha sido excluído por engano.
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JU- c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
RÍDICA) São ações para manter o computador protegido, com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a op-
EXCETO: ção Enviar para a lixeira.
a. Evitar o uso de versões de sistemas operacionais d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado entre
b. Excluir spams recebidos e não comprar nada todos os usuários que possuem acesso a essas pastas.
anunciado através desses spams. e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
c. Não utilizar firewall. rígido para uma mídia removível, como um pen drive, ele
d. Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo será copiado.
sempre utilizar um perfil mais restrito.
e. Não clicar em links não solicitados, pois links es- 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
tranhos muitas vezes são vírus. operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado a
manipulação de arquivos é:
4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu- a) kill
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : b) cat
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos c) rm
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. d) cp
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com e) ftp
o Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7.
c) permite que todas as pessoas possam ver o calen- 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
dário de um usuário, mas somente aquelas com e-mail - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
Outlook.com podem agendar reuniões e responder a con- senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
vites. backup em uma aplicação móvel para, de tempos em tem-
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não pos, armazenar dados automaticamente. A classe da API de
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em telefones Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
com Android. a) BkpAgent;
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas b) BkpHelper;
do pacote de webmail Office 356 da Microsoft.] c) BackupManager;
d) BackupOutputData;
e) BackupDataStream.

149
INFORMÁTICA BÁSICA

9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará 15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PRO-
- Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma de GRAMAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e
prevenir perda de informações. Qual é o Backup que só Windows, julgue os itens seguintes.2No sistema operacio-
efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados pelo nal Windows 8, há a possibilidade de integrar-se à denomi-
usuário ou sistema? nada nuvem de computadores que fazem parte da Internet.
a) Backup incremental a)Certo
b) Backup diferencial b)Errado
c) Backup completo
d) Backup Normal 16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTI-
e) Backup diário CA) Alguns programas do computador de Ana estão muito
lentos e ela receia que haja um problema com o hardware
10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departamen- ou com a memória principal. Muitos de seus programas
to) Como é chamado o backup em que o sistema não é falham subitamente e o carregamento de arquivos gran-
interrompido para sua realização? des de imagens e vídeos está muito demorado. Além disso,
a) Backup Incremental. aparece, com frequência, mensagens indicando conflitos
b) Cold backup. em drivers de dispositivos. Como ela utiliza o Windows 7,
c) Hot backup. resolveu executar algumas funções de diagnóstico, que
d) Backup diferencial. poderão auxiliar a detectar as causas para os problemas e
e) Backup normal sugerir as soluções adequadas.
Para realizar a verificação da memória e, em seguida
11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) do hardware, Ana utilizou, respectivamente, as ferramentas:
Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia a a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor de
um computador. Qual é o padrão de conexão que ele deve desempenho.
usar? b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico de
a) RJ11 conflitos do Windows.
b) RGB c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
c) HDMI desempenho de hardware.
d) PS2 d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapea-
e) RJ45 mento de hardware do Windows.
e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnósti-
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Admi- co de hardware do Windows.
nistração) Correspondem, respectivamente, aos elementos
placa de som, editor de texto, modem, editor de planilha e 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXE-
navegador de internet: CUÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório
de advocacia e utiliza um computador com o Windows 7
a) software, software, hardware, software e hardware. Professional em português. Certo dia notou que o compu-
b) hardware, software, software, software e hardware. tador em que trabalha parou de se comunicar com a inter-
c) hardware, software, hardware, hardware e software. net e com outros computadores ligados na rede local. Após
d) software, hardware, hardware, software e software. consultar um técnico, por telefone, foi informada que sua
e) hardware, software, hardware, software e software. placa de rede poderia estar com problemas e foi orienta-
da a checar o funcionamento do adaptador de rede. Para
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) isso, Beatriz entrou no Painel de Controle, clicou na opção
Um computador à venda em um sítio de comércio eletrô- Hardware e Sons e, no grupo Dispositivos e Impressoras,
nico possui 3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa confi- selecionou a opção:
guração indica que: a) Central de redes e compartilhamento.
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. b) Verificar status do computador.
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. c) Redes e conectividade.
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB. d) Gerenciador de dispositivos.
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 e) Exibir o status e as tarefas de rede.
portas USB.
GABARITO
14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da
Informação) São dispositivos ou periféricos de entrada de 1-E/ 2-A/ 3- C/ 4- B/ 5-C/ 6-E / 7-A / 8-C / 9-A /
um computador: 10-C/11-C / 12-E / 13-A / 14-C / 15-A / 16-A / 17-D /
a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner.
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner.
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner.

150
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Noções de Direito Constitucional: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e emendas constitucio-
nais. ............................................................................................................................................................................................................................... 01
Princípios fundamentais......................................................................................................................................................................................... 01
Direitos e garantias fundamentais: Direitos e Deveres Individuais e Coletivos. Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos
Políticos. Partidos Políticos. ................................................................................................................................................................................. 05
Organização do Estado: Organização Político-Administrativa. União. Estados Federados. Municípios. Distrito Fede-
ral. ....................................................................................................................................................................................................................38
Organização dos Poderes...................................................................................................................................................................................... 47
Poder Legislativo: Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Senado Federal........................................................................ 48
Seguridade Social. Saúde. Previdência e Assistência Social.................................................................................................................... 60
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

que esta autoridade possa assegurar a paz interna e a de-


1. NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: fesa comum. Este soberano, que à época da escrita da obra
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA de Hobbes se consolidava no monarca, deveria ser o Levia-
DO BRASIL DE 1988 E EMENDAS tã, uma autoridade inquestionável.
No mesmo direcionamento se encontra a obra de Ma-
CONSTITUCIONAIS.
quiavel2, que rejeitou a concepção de um soberano que
deveria ser justo e ético para com o seu povo, desde que
sempre tivesse em vista a finalidade primordial de manter
o Estado íntegro: “na conduta dos homens, especialmente
Prezado Candidato, devido a não especificação dos príncipes, contra a qual não há recurso, os fins justi-
do edital, abordaremos os principais temas, conforme ficam os meios. Portanto, se um príncipe pretende con-
segue. quistar e manter o poder, os meios que empregue serão
sempre tidos como honrosos, e elogiados por todos, pois
o vulgo atenta sempre para as aparências e os resultados”.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. A concepção de soberania inerente ao monarca se que-
brou numa fase posterior, notadamente com a ascensão do
ideário iluminista. Com efeito, passou-se a enxergar a sobe-
rania como um poder que repousa no povo. Logo, a auto-
ridade absoluta da qual emana o poder é o povo e a legiti-
1) Fundamentos da República midade do exercício do poder no Estado emana deste povo.
O título I da Constituição Federal trata dos princípios Com efeito, no Estado Democrático se garante a so-
fundamentais do Estado brasileiro e começa, em seu arti- berania popular, que pode ser conceituada como “a qua-
go 1º, trabalhando com os fundamentos da República Fe- lidade máxima do poder extraída da soma dos atributos
derativa brasileira, ou seja, com as bases estruturantes do de cada membro da sociedade estatal, encarregado de
Estado nacional. escolher os seus representantes no governo por meio do
Neste sentido, disciplina: sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário”3.
Neste sentido, liga-se diretamente ao parágrafo úni-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela co do artigo 1º, CF, que prevê que “todo o poder emana
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe- do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem ou diretamente, nos termos desta Constituição”. O povo
como fundamentos: é soberano em suas decisões e as autoridades eleitas que
I - a soberania; decidem em nome dele, representando-o, devem estar
II - a cidadania; devidamente legitimadas para tanto, o que acontece pelo
III - a dignidade da pessoa humana; exercício do sufrágio universal.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; Por seu turno, a soberania nacional é princípio geral da
V - o pluralismo político. atividade econômica (artigo 170, I, CF), restando demonstra-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o do que não somente é guia da atuação política do Estado,
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, mas também de sua atuação econômica. Neste sentido, deve-
nos termos desta Constituição. -se preservar e incentivar a indústria e a economia nacionais.
Vale estudar o significado e a abrangência de cada qual 1.2) Cidadania
destes fundamentos. Quando se afirma no caput do artigo 1º que a Repú-
blica Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Di-
1.1) Soberania reito, remete-se à ideia de que o Brasil adota a democracia
Soberania significa o poder supremo que cada nação como regime político.
possui de se autogovernar e se autodeterminar. Este con- Historicamente, nota-se que por volta de 800 a.C. as
ceito surgiu no Estado Moderno, com a ascensão do ab- comunidades de aldeias começaram a ceder lugar para
solutismo, colocando o reina posição de soberano. Sendo unidades políticas maiores, surgindo as chamadas cidades-
assim, poderia governar como bem entendesse, pois seu -estado ou polis, como Tebas, Esparta e Atenas. Inicialmen-
poder era exclusivo, inabalável, ilimitado, atemporal e divi- te eram monarquias, transformaram-se em oligarquias e,
no, ou seja, absoluto. por volta dos séculos V e VI a.C., tornaram-se democracias.
Neste sentido, Thomas Hobbes1, na obra Leviatã, de- Com efeito, as origens da chamada democracia se encon-
fende que quando os homens abrem mão do estado na- tram na Grécia antiga, sendo permitida a participação dire-
tural, deixa de predominar a lei do mais forte, mas para a ta daqueles poucos que eram considerados cidadãos, por
consolidação deste tipo de sociedade é necessária a pre- meio da discussão na polis.
sença de uma autoridade à qual todos os membros devem
render o suficiente da sua liberdade natural, permitindo 2 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro Nassetti. São Pau-
lo: Martin Claret, 2007, p. 111.
1 MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã. Tradução de João Paulo 3 BULOS, Uadi Lammêngo. Constituição federal anotada. São Paulo:
Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. [s.c]: [s.n.], 1861. Saraiva, 2000.

1
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime po- tilação dos valores soberanos da democracia e das liber-
lítico em que o poder de tomar decisões políticas está com dades individuais. O processo de valorização do indivíduo
os cidadãos, de forma direta (quando um cidadão se reúne articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem
com os demais e, juntos, eles tomam a decisão política) ou olvidar que o espectro de abrangência das liberdades in-
indireta (quando ao cidadão é dado o poder de eleger um dividuais encontra limitação em outros direitos fundamen-
representante). tais, tais como a honra, a vida privada, a intimidade, a ima-
Portanto, o conceito de democracia está diretamente gem. Sobreleva registrar que essas garantias, associadas ao
ligado ao de cidadania, notadamente porque apenas quem princípio da dignidade da pessoa humana, subsistem como
possui cidadania está apto a participar das decisões políti- conquista da humanidade, razão pela qual auferiram pro-
cas a serem tomadas pelo Estado. teção especial consistente em indenização por dano moral
Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vín- decorrente de sua violação”5.
culo político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que Para Reale6, a evolução histórica demonstra o domínio
goza de direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser de um valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma
votado (sufrágio universal). ordem gradativa entre os valores; mas existem os valores
Destacam-se os seguintes conceitos correlatos: fundamentais e os secundários, sendo que o valor fonte
a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga é o da pessoa humana. Nesse sentido, são os dizeres de
um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele Reale7: “partimos dessa ideia, a nosso ver básica, de que a
passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. O ho-
de direitos e obrigações. mem, como ser natural biopsíquico, é apenas um indivíduo
b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, entre outros indivíduos, um ente animal entre os demais
unidas pelo vínculo da nacionalidade. da mesma espécie. O homem, considerado na sua objeti-
c) População: conjunto de pessoas residentes no Esta- vidade espiritual, enquanto ser que só realiza no sentido
do, nacionais ou não. de seu dever ser, é o que chamamos de pessoa. Só o ho-
Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido mem possui a dignidade originária de ser enquanto deve
aos nacionais titulares de direitos políticos, permitindo a ser, pondo-se essencialmente como razão determinante
consolidação do sistema democrático. do processo histórico”.
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade
1.3) Dignidade da pessoa humana da pessoa humana como um dos fundamentos da Repúbli-
A dignidade da pessoa humana é o valor-base de in- ca, faz emergir uma nova concepção de proteção de cada
terpretação de qualquer sistema jurídico, internacional ou membro do seu povo. Tal ideologia de forte fulcro huma-
nacional, que possa se considerar compatível com os valo- nista guia a afirmação de todos os direitos fundamentais
res éticos, notadamente da moral, da justiça e da democra- e confere a eles posição hierárquica superior às normas
cia. Pensar em dignidade da pessoa humana significa, aci- organizacionais do Estado, de modo que é o Estado que
ma de tudo, colocar a pessoa humana como centro e norte está para o povo, devendo garantir a dignidade de seus
para qualquer processo de interpretação jurídico, seja na membros, e não o inverso.
elaboração da norma, seja na sua aplicação.
Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou 1.4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
plena, é possível conceituar dignidade da pessoa humana Quando o constituinte coloca os valores sociais do tra-
como o principal valor do ordenamento ético e, por con- balho em paridade com a livre iniciativa fica clara a percep-
sequência, jurídico que pretende colocar a pessoa humana ção de necessário equilíbrio entre estas duas concepções.
como um sujeito pleno de direitos e obrigações na or- De um lado, é necessário garantir direitos aos trabalhado-
dem internacional e nacional, cujo desrespeito acarreta a res, notadamente consolidados nos direitos sociais enume-
própria exclusão de sua personalidade. rados no artigo 7º da Constituição; por outro lado, estes
Aponta Barroso4: “o princípio da dignidade da pessoa direitos não devem ser óbice ao exercício da livre iniciativa,
humana identifica um espaço de integridade moral a ser mas sim vetores que reforcem o exercício desta liberdade
assegurado a todas as pessoas por sua só existência no dentro dos limites da justiça social, evitando o predomínio
mundo. É um respeito à criação, independente da crença do mais forte sobre o mais fraco.
que se professe quanto à sua origem. A dignidade rela- Por livre iniciativa entenda-se a liberdade de iniciar
ciona-se tanto com a liberdade e valores do espírito como a exploração de atividades econômicas no território bra-
com as condições materiais de subsistência”. sileiro, coibindo-se práticas de truste (ex.: monopólio). O
O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do constituinte não tem a intenção de impedir a livre iniciativa,
Tribunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito até mesmo porque o Estado nacional necessita dela para
numa das decisões que relatou: “a dignidade consiste na crescer economicamente e adequar sua estrutura ao aten-
percepção intrínseca de cada ser humano a respeito dos 5 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n.
direitos e obrigações, de modo a assegurar, sob o foco de 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fon-
tan Pereira. Brasília, 05 de setembro de 2012j1. Disponível em: www.
condições existenciais mínimas, a participação saudável e
tst.gov.br. Acesso em: 17 nov. 2012.
ativa nos destinos escolhidos, sem que isso importe des- 6 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002,
4 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constitui- p. 228.
ção. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382. 7 Ibid., p. 220.

2
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

dimento crescente das necessidades de todos os que nele Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-
vivem. Sem crescimento econômico, nem ao menos é pos- cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
sível garantir os direitos econômicos, sociais e culturais afir-
mados na Constituição Federal como direitos fundamentais. 3) Objetivos fundamentais
No entanto, a exploração da livre iniciativa deve se dar O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição
de maneira racional, tendo em vista os direitos inerentes Federal com os objetivos da República Federativa do Brasil,
aos trabalhadores, no que se consolida a expressão “valo- nos seguintes termos:
res sociais do trabalho”. A pessoa que trabalha para aque-
le que explora a livre iniciativa deve ter a sua dignidade Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
respeitada em todas as suas dimensões, não somente no Federativa do Brasil:
que tange aos direitos sociais, mas em relação a todos os I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
direitos fundamentais afirmados pelo constituinte. II - garantir o desenvolvimento nacional; 
A questão resta melhor delimitada no título VI do texto III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
constitucional, que aborda a ordem econômica e financei- desigualdades sociais e regionais;
ra: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de ori-
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames criminação.
da justiça social, observados os seguintes princípios [...]”.
Nota-se no caput a repetição do fundamento republicano 3.1) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. O inciso I do artigo 3º merece destaque ao trazer a
Por sua vez, são princípios instrumentais para a efetivação expressão “livre, justa e solidária”, que corresponde à tríade
deste fundamento, conforme previsão do artigo 1º e do artigo liberdade, igualdade e fraternidade. Esta tríade consolida as
170, ambos da Constituição, o princípio da livre concorrência três dimensões de direitos humanos: a primeira dimensão,
(artigo 170, IV, CF), o princípio da busca do pleno emprego (ar- voltada à pessoa como indivíduo, refere-se aos direitos ci-
tigo 170, VIII, CF) e o princípio do tratamento favorecido para
vis e políticos; a segunda dimensão, focada na promoção
as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasi-
da igualdade material, remete aos direitos econômicos, so-
leiras e que tenham sua sede e administração no País (artigo
ciais e culturais; e a terceira dimensão se concentra numa
170, IX, CF). Ainda, assegurando a livre iniciativa no exercício de
perspectiva difusa e coletiva dos direitos fundamentais.
atividades econômicas, o parágrafo único do artigo 170 prevê:
Sendo assim, a República brasileira pretende garantir a
“é assegurado a todos o livre exercício de qualquer ativida-
preservação de direitos fundamentais inatos à pessoa hu-
de econômica, independentemente de autorização de órgãos
mana em todas as suas dimensões, indissociáveis e inter-
públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
conectadas. Daí o texto constitucional guardar espaço de
1.5) Pluralismo político destaque para cada uma destas perspectivas.
A expressão pluralismo remete ao reconhecimento da
multiplicidade de ideologias culturais, religiosas, econômi- 3.2) Garantir o desenvolvimento nacional
cas e sociais no âmbito de uma nação. Quando se fala em Para que o governo possa prover todas as condições
pluralismo político, afirma-se que mais do que incorporar necessárias à implementação de todos os direitos funda-
esta multiplicidade de ideologias cabe ao Estado nacional mentais da pessoa humana mostra-se essencial que o país
fornecer espaço para a manifestação política delas. se desenvolva, cresça economicamente, de modo que cada
Sendo assim, pluralismo político significa não só res- indivíduo passe a ter condições de perseguir suas metas.
peitar a multiplicidade de opiniões e ideias, mas acima de
tudo garantir a existência dela, permitindo que os vários 3.3) Erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
grupos que compõem os mais diversos setores sociais pos- zir as desigualdades sociais e regionais
sam se fazer ouvir mediante a liberdade de expressão, ma- Garantir o desenvolvimento econômico não basta para
nifestação e opinião, bem como possam exigir do Estado a construção de uma sociedade justa e solidária. É necessá-
substrato para se fazerem subsistir na sociedade. rio ir além e nunca perder de vista a perspectiva da igual-
Pluralismo político vai além do pluripartidarismo ou dade material. Logo, a injeção econômica deve permitir o
multipartidarismo, que é apenas uma de suas consequên- investimento nos setores menos favorecidos, diminuindo
cias e garante que mesmo os partidos menores e com pou- as desigualdades sociais e regionais e paulatinamente er-
cos representantes sejam ouvidos na tomada de decisões radicando a pobreza.
políticas, porque abrange uma verdadeira concepção de O impacto econômico deste objetivo fundamental é
multiculturalidade no âmbito interno. tão relevante que o artigo 170 da Constituição prevê em
seu inciso VII a “redução das desigualdades regionais e so-
2) Separação dos Poderes ciais” como um princípio que deve reger a atividade econô-
A separação de Poderes é inerente ao modelo do Es- mica. A menção deste princípio implica em afirmar que as
tado Democrático de Direito, impedindo a monopolização políticas públicas econômico-financeiras deverão se guiar
do poder e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta pela busca da redução das desigualdades, fornecendo in-
garantida no artigo 2º da Constituição Federal com o se- centivos específicos para a exploração da atividade econô-
guinte teor: mica em zonas economicamente marginalizadas.

3
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

3.4) Promover o bem de todos, sem preconceitos de Na verdade, o próprio compromisso de respeito aos di-
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas reitos humanos traduz a limitação das ações estatais, que
de discriminação sempre devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é um país
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio independente, que não responde a nenhum outro, mas
da igualdade como objetivo a ser alcançado pela República que como qualquer outro possui um dever para com a hu-
brasileira. Sendo assim, a república deve promover o prin- manidade e os direitos inatos a cada um de seus membros.
cípio da igualdade e consolidar o bem comum. Em verda-
de, a promoção do bem comum pressupõe a prevalência 4.2) Prevalência dos direitos humanos
do princípio da igualdade. O Estado existe para o homem e não o inverso. Portanto,
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filósofo toda normativa existe para a sua proteção como pessoa huma-
Jacques Maritain8 ressaltou que o fim da sociedade é o seu na e o Estado tem o dever de servir a este fim de preservação.
bem comum, mas esse bem comum é o das pessoas huma- A única forma de fazer isso é adotando a pessoa humana como
nas, que compõem a sociedade. Com base neste ideário, valor-fonte de todo o ordenamento, o que somente é possível
apontou as características essenciais do bem comum: re- com a compreensão de que os direitos humanos possuem uma
distribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído posição prioritária no ordenamento jurídico-constitucional.
às pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; res- Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada,
peito à autoridade na sociedade, pois a autoridade é ne- mas, em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos são
cessária para conduzir a comunidade de pessoas humanas aqueles inerentes ao homem enquanto condição para sua
para o bem comum; moralidade, que constitui a retidão de dignidade que usualmente são descritos em documentos
vida, sendo a justiça e a retidão moral elementos essenciais internacionais para que sejam mais seguramente garanti-
do bem comum. dos. A conquista de direitos da pessoa humana é, na verda-
de, uma busca da dignidade da pessoa humana.
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º)
O último artigo do título I trabalha com os princípios 4.3) Autodeterminação dos povos
A premissa dos direitos políticos é a autodetermina-
que regem as relações internacionais da República brasi-
ção dos povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha
leira:
obrigações de direito internacional que deve respeitar para
a adequada consecução dos fins da comunidade interna-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas
cional, também tem o direito de se autodeterminar, sendo
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
que tal autodeterminação é feita pelo seu povo.
I - independência nacional;
Se autodeterminar significa garantir a liberdade do
II - prevalência dos direitos humanos;
povo na tomada das decisões políticas, logo, o direito à
III - autodeterminação dos povos; autodeterminação pressupõe a exclusão do colonialismo.
IV - não-intervenção; Não se aceita a ideia de que um Estado domine o outro,
V - igualdade entre os Estados; tirando a sua autodeterminação.
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos; 4.4) Não-intervenção
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; Por não-intervenção entenda-se que o Estado brasilei-
IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu- ro irá respeitar a soberania dos demais Estados nacionais.
manidade; Sendo assim, adotará práticas diplomáticas e respeitará as
X - concessão de asilo político. decisões políticas tomadas no âmbito de cada Estado, eis
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus- que são paritários na ordem internacional.
cará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comu- 4.5) Igualdade entre os Estados
nidade latino-americana de nações. Por este princípio se reconhece uma posição de pari-
dade, ou seja, de igualdade hierárquica, na ordem interna-
De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a cional entre todos os Estados. Em razão disso, cada Estado
compreensão de que a soberania do Estado nacional bra- possuirá direito de voz e voto na tomada de decisões polí-
sileiro não permite a sobreposição em relação à soberania ticas na ordem internacional em cada organização da qual
dos demais Estados, bem como de que é necessário respei- faça parte e deverá ter sua opinião respeitada.
tar determinadas práticas inerentes ao direito internacional
dos direitos humanos. 4.6) Defesa da paz
O direito à paz vai muito além do direito de viver num
4.1) Independência nacional mundo sem guerras, atingindo o direito de ter paz social,
A formação de uma comunidade internacional não sig- de ver seus direitos respeitados em sociedade. Os direitos
nifica a eliminação da soberania dos países, mas apenas e liberdades garantidos internacionalmente não podem
uma relativização, limitando as atitudes por ele tomadas ser destruídos com fundamento nas normas que surgiram
em prol da preservação do bem comum e da paz mundial. para protegê-los, o que seria controverso. Em termos de
8 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. Rio relações internacionais, depreende-se que deve ser sempre
de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 20-22. priorizada a solução amistosa de conflitos.

4
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

4.7) Solução pacífica dos conflitos Os países devem colaborar uns com os outros, o que é
Decorrendo da defesa da paz, este princípio remete possível mediante a integração no âmbito de organizações
à necessidade de diplomacia nas relações internacionais. internacionais específicas, regionais ou globais.
Caso surjam conflitos entre Estados nacionais, estes deve- Em relação a este princípio, o artigo 4º se aprofunda
rão ser dirimidos de forma amistosa. em seu parágrafo único, destacando a importância da coo-
Negociação diplomática, serviços amistosos, bons ofícios, peração brasileira no âmbito regional: “A República Fede-
mediação, sistema de consultas, conciliação e inquérito são os rativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
meios diplomáticos de solução de controvérsias internacio- social e cultural dos povos da América Latina, visando à for-
nais, não havendo hierarquia entre eles. Somente o inquérito mação de uma comunidade latino-americana de nações”.
é um procedimento preliminar e facultativo à apuração da Neste sentido, o papel desempenhado no MERCOSUL.
materialidade dos fatos, podendo servir de base para qual-
quer meio de solução de conflito9. Conceitua Neves10: 4.10) Concessão de asilo político
- “Negociação diplomática é a forma de autocompo- Direito de asilo é o direito de buscar abrigo em outro
sição em que os Estados oponentes buscam resolver suas país quando naquele do qual for nacional estiver sofren-
divergências de forma direta, por via diplomática”; do alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter mo-
- “Serviços amistosos é um meio de solução pacífica de tivos legítimos, como a prática de crimes comuns ou de
conflito, sem aspecto oficial, em que o governo designa um atos atentatórios aos princípios das Nações Unidas, o que
diplomada para sua conclusão”; subverteria a própria finalidade desta proteção. Em suma,
- “Bons ofícios constituem o meio diplomático de so- o que se pretende com o direito de asilo é evitar a con-
lução pacífica de controvérsia internacional, em que um solidação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa
Estado, uma organização internacional ou até mesmo um por parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os
chefe de Estado apresenta-se como moderador entre os governantes e os entes sociais como um todo –, e não pro-
litigantes”; teger pessoas que justamente cometeram tais violações.
- “Mediação define-se como instituto por meio do qual “Sendo direito humano da pessoa refugiada, é obrigação do
uma terceira pessoa estranha à contenda, mas aceita pelos Estado asilante conceder o asilo. Entretanto, prevalece o entendi-
litigantes, de forma voluntária ou em razão de estipulação mento que o Estado não tem esta obrigação, nem de fundamen-
anterior, toma conhecimento da divergência e dos argu- tar a recusa. A segunda parte deste artigo permite a interpretação
mentos sustentados pelas partes, e propõe uma solução no sentido de que é o Estado asilante que subjetivamente enqua-
pacífica sujeita à aceitação destas”; dra o refugiado como asilado político ou criminoso comum”11.
- “Sistema de Consultas constitui-se em meio diplomá-
tico de solução de litígios em que os Estados ou organiza-
ções internacionais sujeitam-se, sem qualquer interferência
pessoal externa, a encontros periódicos com o objetivo de DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS:
compor suas divergências”.
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
4.8) Repúdio ao terrorismo e ao racismo E COLETIVOS. DIREITOS SOCIAIS.
Terrorismo é o uso de violência através de ataques lo- NACIONALIDADE. DIREITOS POLÍTICOS.
calizados a elementos ou instalações de um governo ou PARTIDOS POLÍTICOS.
da população civil, de modo a incutir medo, terror, e assim
obter efeitos psicológicos que ultrapassem largamente o
círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população
do território. O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos
Racismo é a prática de atos discriminatórios baseados e Garantias fundamentais”, gênero que abrange as seguin-
em diferenças étnico-raciais, que podem consistirem vio- tes espécies de direitos fundamentais: direitos individuais e
lência física ou psicológica direcionada a uma pessoa ou a coletivos (art. 5º, CF), direitos sociais (genericamente pre-
um grupo de pessoas pela simples questão biológica her- vistos no art. 6º, CF), direitos da nacionalidade (artigos 12 e
dada por sua raça ou etnia. 13, CF) e direitos políticos (artigos 14 a 17, CF).
Sendo o Brasil um país que prega o pacifismo e que é Em termos comparativos à clássica divisão tridimen-
assumidamente pluralista, ambas práticas são considera- sional dos direitos humanos, os direitos individuais (maior
das vis e devem ser repudiadas pelo Estado nacional. parte do artigo 5º, CF), os direitos da nacionalidade e os
direitos políticos se encaixam na primeira dimensão (direi-
4.9) Cooperação entre os povos para o progresso tos civis e políticos); os direitos sociais se enquadram na se-
da humanidade gunda dimensão (direitos econômicos, sociais e culturais) e
A cooperação internacional deve ser especialmente os direitos coletivos na terceira dimensão. Contudo, a enu-
econômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente meração de direitos humanos na Constituição vai além dos
a plena efetividade dos direitos humanos fundamentais in- direitos que expressamente constam no título II do texto
ternacionalmente reconhecidos. constitucional.
9 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direito 11 SANTOS FILHO, Oswaldo de Souza. Comentários aos artigos XIII e
Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 123. XIV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Univer-
10 Ibid., p. 123-126. sal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 83.

5
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Os direitos fundamentais possuem as seguintes carac- Atenção para o fato de o constituinte chamar os remé-
terísticas principais: dios constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas
a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem de direitos e garantias propriamente ditas apenas de di-
antecedentes históricos relevantes e, através dos tempos, reitos.
adquirem novas perspectivas. Nesta característica se en-
quadra a noção de dimensões de direitos. Direitos e deveres individuais e coletivos
b) Universalidade: os direitos fundamentais perten-
cem a todos, tanto que apesar da expressão restritiva do O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deve-
caput do artigo 5º aos brasileiros e estrangeiros residentes res individuais e coletivos”. Da própria nomenclatura do
no país tem se entendido pela extensão destes direitos, na capítulo já se extrai que a proteção vai além dos direitos
perspectiva de prevalência dos direitos humanos. do indivíduo e também abrange direitos da coletividade. A
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não maior parte dos direitos enumerados no artigo 5º do texto
possuem conteúdo econômico-patrimonial, logo, são in- constitucional é de direitos individuais, mas são incluídos
transferíveis, inegociáveis e indisponíveis, estando fora do alguns direitos coletivos e mesmo remédios constitucio-
comércio, o que evidencia uma limitação do princípio da nais próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.:
autonomia privada. mandado de segurança coletivo).
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não po-
dem ser renunciados pelo seu titular devido à fundamenta- 1) Brasileiros e estrangeiros
lidade material destes direitos para a dignidade da pessoa O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção
humana. conferida pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamen-
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem te, “aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País”.
deixar de ser observados por disposições infraconstitucio- No entanto, tal restrição é apenas aparente e tem sido in-
nais ou por atos das autoridades públicas, sob pena de nu- terpretada no sentido de que os direitos estarão protegi-
lidades. dos com relação a todas as pessoas nos limites da sobera-
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem nia do país.
um único conjunto de direitos porque não podem ser ana- Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode in-
lisados de maneira isolada, separada. gressar com habeas corpus ou mandado de segurança, ou
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não então intentar ação reivindicatória com relação a imóvel
se perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são seu localizado no Brasil (ainda que não resida no país).
sempre exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela Somente alguns direitos não são estendidos a todas as
falta de uso (prescrição). pessoas. A exemplo, o direito de intentar ação popular exi-
h) Relatividade: os direitos fundamentais não po- ge a condição de cidadão, que só é possuída por nacionais
dem ser utilizados como um escudo para práticas ilícitas titulares de direitos políticos.
ou como argumento para afastamento ou diminuição da
responsabilidade por atos ilícitos, assim estes direitos não 2) Relação direitos-deveres
são ilimitados e encontram seus limites nos demais direitos O capítulo em estudo é denominado “direitos e garan-
igualmente consagrados como humanos. tias deveres e coletivos”, remetendo à necessária relação
direitos-deveres entre os titulares dos direitos fundamen-
Vale destacar que a Constituição vai além da proteção tais. Acima de tudo, o que se deve ter em vista é a pre-
dos direitos e estabelece garantias em prol da preservação missa reconhecida nos direitos fundamentais de que não
destes, bem como remédios constitucionais a serem utili- há direito que seja absoluto, correspondendo-se para cada
zados caso estes direitos e garantias não sejam preserva- direito um dever. Logo, o exercício de direitos fundamen-
dos. Neste sentido, dividem-se em direitos e garantias as tais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por
previsões do artigo 5º: os direitos são as disposições de- parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre
claratórias e as garantias são as disposições assecuratórias. relativos.
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo Explica Canotilho13 quanto aos direitos fundamentais:
o direito e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: “é livre “a ideia de deveres fundamentais é suscetível de ser enten-
a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de dida como o ‘outro lado’ dos direitos fundamentais. Como
comunicação, independentemente de censura ou licença” – ao titular de um direito fundamental corresponde um de-
o direito é o de liberdade de expressão e a garantia é a ve- ver por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o
dação de censura ou exigência de licença. Em outros casos, o particular está vinculado aos direitos fundamentais como
legislador traz o direito num dispositivo e a garantia em ou- destinatário de um dever fundamental. Neste sentido, um
tro: a liberdade de locomoção, direito, é colocada no artigo direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia um
5º, XV, ao passo que o dever de relaxamento da prisão ilegal dever correspondente”. Com efeito, a um direito funda-
de ofício pelo juiz, garantia, se encontra no artigo 5º, LXV12. mental conferido à pessoa corresponde o dever de respei-
Em caso de ineficácia da garantia, implicando em vio- to ao arcabouço de direitos conferidos às outras pessoas.
lação de direito, cabe a utilização dos remédios constitu-
cionais. 13 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria
12 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em teleconferência. da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 479.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

3) Direitos e garantias em espécie condições de exercer estes direitos e deveres. Logo, não
Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu é suficiente garantir um direito à igualdade formal, mas
caput: é preciso buscar progressivamente a igualdade material.
No sentido de igualdade material que aparece o direito à
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem igualdade num segundo momento, pretendendo-se do Es-
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- tado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade executar a lei, uma postura de promoção de políticas go-
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à vernamentais voltadas a grupos vulneráveis.
propriedade, nos termos seguintes [...]. Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notá-
veis: o de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um uniforme da lei a todas as pessoas que vivem em socieda-
dos principais (senão o principal) artigos da Constituição de; e o de igualdade material, correspondendo à necessi-
Federal, consagra o princípio da igualdade e delimita as dade de discriminações positivas com relação a grupos vul-
cinco esferas de direitos individuais e coletivos que mere- neráveis da sociedade, em contraponto à igualdade formal.
cem proteção, isto é, vida, liberdade, igualdade, segurança
e propriedade. Os incisos deste artigos delimitam vários Ações afirmativas
direitos e garantias que se enquadram em alguma destas Neste sentido, desponta a temática das ações afirmati-
esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas es- vas,que são políticas públicas ou programas privados cria-
pecíficas que ganham também destaque no texto consti- dos temporariamente e desenvolvidos com a finalidade de
tucional, quais sejam, direitos de acesso à justiça e direitos reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou
constitucionais-penais. de uma hipossuficiência econômica ou física, por meio da
concessão de algum tipo de vantagem compensatória de
- Direito à igualdade tais condições.
Abrangência Quem é contra as ações afirmativas argumenta que,
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o em uma sociedade pluralista, a condição de membro de
constituinte afirmou por duas vezes o princípio da igual- um grupo específico não pode ser usada como critério de
dade: inclusão ou exclusão de benefícios. Ademais, afirma-se que
elas desprivilegiam o critério republicano do mérito (se-
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem gundo o qual o indivíduo deve alcançar determinado cargo
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- público pela sua capacidade e esforço, e não por pertencer
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade a determinada categoria); fomentariam o racismo e o ódio;
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
propriedade, nos termos seguintes [...]. discriminação reversa.
Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro defende que elas representam o ideal de justiça compen-
inciso: satória (o objetivo é compensar injustiças passadas, dívidas
históricas, como uma compensação aos negros por tê-los
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direi-
feito escravos, p. ex.); representam o ideal de justiça dis-
tos e obrigações, nos termos desta Constituição.
tributiva (a preocupação, aqui, é com o presente. Busca-
-se uma concretização do princípio da igualdade material);
Este inciso é especificamente voltado à necessidade de
bem como promovem a diversidade.
igualdade de gênero, afirmando que não deve haver ne-
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a
nhuma distinção sexo feminino e o masculino, de modo
verdadeira igualdade, por exemplo, com as ações afirmati-
que o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e
vas, a proteção especial ao trabalho da mulher e do menor,
obrigações.
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito as garantias aos portadores de deficiência, entre outras
mais do que a igualdade de gêneros, envolve uma pers- medidas que atribuam a pessoas com diferentes condi-
pectiva mais ampla. ções, iguais possibilidades, protegendo e respeitando suas
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores diferenças14. Tem predominado em doutrina e jurisprudên-
de interpretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro cia, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as ações
enfoque que foi dado a este direito foi o de direito civil, afirmativas são válidas.
enquadrando-o na primeira dimensão, no sentido de que a
todas as pessoas deveriam ser garantidos os mesmos direi- - Direito à vida
tos e deveres. Trata-se de um aspecto relacionado à igual- Abrangência
dade enquanto liberdade, tirando o homem do arbítrio dos O caput do artigo 5º da Constituição assegura a prote-
demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria se ção do direito à vida. A vida humana é o centro gravitacio-
falando na igualdade perante a lei. nal em torno do qual orbitam todos os direitos da pessoa
No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que 14 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos artigos I e II. In:
não bastava igualar todos os homens em direitos e deveres BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
para torná-los iguais, pois nem todos possuem as mesmas Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 08.

7
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

humana, possuindo reflexos jurídicos, políticos, econômi- § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas,
cos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade em con- quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na
ceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa pena de detenção de um a quatro anos.
possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se
é o primeiro valor moral inerente a todos os seres huma- resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
nos15. § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de I - se o crime é cometido por agente público;
nascer/permanecer vivo, o que envolve questões como II – se o crime é cometido contra criança, gestante, por-
pena de morte, eutanásia, pesquisas com células-tronco e tador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
aborto; quanto o direito de viver com dignidade, o que anos; 
engloba o respeito à integridade física, psíquica e moral, III - se o crime é cometido mediante sequestro.
incluindo neste aspecto a vedação da tortura, bem como § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função
a garantia de recursos que permitam viver a vida com dig- ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo
nidade. dobro do prazo da pena aplicada.
Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de
nos incisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de graça ou anistia.
um dos direitos mais discutidos em termos jurisprudenciais § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a
e sociológicos. É no direito à vida que se encaixam polêmi- hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regi-
cas discussões como: aborto de anencéfalo, pesquisa com me fechado.
células tronco, pena de morte, eutanásia, etc.
- Direito à liberdade
Vedação à tortura O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro-
De forma expressa no texto constitucional destaca-se teção do direito à liberdade, delimitada em alguns incisos
a vedação da tortura, corolário do direito à vida, conforme que o seguem.
previsão no inciso III do artigo 5º:
Liberdade e legalidade
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem Prevê o artigo 5º, II, CF:
a tratamento desumano ou degradante.
Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou dei-
A tortura é um dos piores meios de tratamento de- xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
sumano, expressamente vedada em âmbito internacional,
como visto no tópico anterior. No Brasil, além da disciplina O princípio da legalidade se encontra delimitado nes-
constitucional, a Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997 define te inciso, prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a
os crimes de tortura e dá outras providências, destacando- fazer ou deixar de fazer alguma coisa a não ser que a lei
-se o artigo 1º: assim determine. Assim, salvo situações previstas em lei,
a pessoa tem liberdade para agir como considerar conve-
Art. 1º Constitui crime de tortura: niente.
I - constranger alguém com emprego de violência ou Portanto, o princípio da legalidade possui estrita rela-
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: ção com o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo
a) com o fim de obter informação, declaração ou confis- à pessoa é lícito. Somente é vedado o que a lei expres-
são da vítima ou de terceira pessoa; samente estabelecer como proibido. A pessoa pode fazer
b) para provocar ação ou omissão de natureza crimi- tudo o que quiser, como regra, ou seja, agir de qualquer
nosa; maneira que a lei não proíba.
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autori- Liberdade de pensamento e de expressão
dade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso O artigo 5º, IV, CF prevê:
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo. Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamen-
Pena - reclusão, de dois a oito anos. to, sendo vedado o anonimato.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de
ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto pensamento e da liberdade de expressão.
em lei ou não resultante de medida legal. Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento.
Afinal, “o ser humano, através dos processos internos de
15 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio Zambitte. Comen-
tários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários
reflexão, formula juízos de valor. Estes exteriorizam nada
à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, mais do que a opinião de seu emitente. Assim, a regra
2008, p. 15. constitucional, ao consagrar a livre manifestação do pensa-

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

mento, imprime a existência jurídica ao chamado direito de Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos
opinião”16. Em outras palavras, primeiro existe o direito de distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberda-
ter uma opinião, depois o de expressá-la. des: a liberdade de crença; a liberdade de culto; e a liber-
No mais, surge como corolário do direito à liberdade dade de organização religiosa.
de pensamento e de expressão o direito à escusa por con- Consoante o magistério de José Afonso da Silva17, entra
vicção filosófica ou política: na liberdade de crença a liberdade de escolha da religião,
a liberdade de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por (ou o direito) de mudar de religião, além da liberdade de
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou não aderir a religião alguma, assim como a liberdade de
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação descrença, a liberdade de ser ateu e de exprimir o agnos-
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação al- ticismo, apenas excluída a liberdade de embaraçar o livre
ternativa, fixada em lei. exercício de qualquer religião, de qualquer crença. A liber-
dade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar
Trata-se de instrumento para a consecução do direito as- os atos próprios das manifestações exteriores em casa ou
segurado na Constituição Federal – não basta permitir que se em público, bem como a de recebimento de contribuições
pense diferente, é preciso respeitar tal posicionamento. para tanto. Por fim, a liberdade de organização religiosa
Com efeito, este direito de liberdade de expressão é refere-se à possibilidade de estabelecimento e organização
limitado. Um destes limites é o anonimato, que consiste na de igrejas e suas relações com o Estado.
garantia de atribuir a cada manifestação uma autoria cer- Como decorrência do direito à liberdade religiosa, as-
ta e determinada, permitindo eventuais responsabilizações segurando o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF:
por manifestações que contrariem a lei.
Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF: Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
tação de assistência religiosa nas entidades civis e mili-
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade inte- tares de internação coletiva.
lectual, artística, científica e de comunicação, indepen-
dentemente de censura ou licença. O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos
prisionais civis e militares, mas também a hospitais.
Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expres- Ainda, surge como corolário do direito à liberdade reli-
são, referente de forma específica a atividades intelectuais, giosa o direito à escusa por convicção religiosa:
artísticas, científicas e de comunicação. Dispensa-se, com
relação a estas, a exigência de licença para a manifestação Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por
do pensamento, bem como veda-se a censura prévia. motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impe- lítica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal
dir a divulgação e o acesso a informações como modo de a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alterna-
controle do poder. A censura somente é cabível quando tiva, fixada em lei.
necessária ao interesse público numa ordem democrática,
por exemplo, censurar a publicação de um conteúdo de Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por
exploração sexual infanto-juvenil é adequado. exemplo, a todos os homens maiores de 18 anos o alis-
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à in- tamento militar, não cabe se escusar, a não ser que tenha
denização (artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapar- fundado motivo em crença religiosa ou convicção filosó-
tida para aquele que teve algum direito seu violado (no- fica/política, caso em que será obrigado a cumprir uma
tadamente inerentes à privacidade ou à personalidade) prestação alternativa, isto é, uma outra atividade que não
em decorrência dos excessos no exercício da liberdade de contrarie tais preceitos.
expressão.
Liberdade de informação
Liberdade de crença/religiosa O direito de acesso à informação também se liga a uma
Dispõe o artigo 5º, VI, CF: dimensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o
artigo 5º, XIV, CF:
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciên-
cia e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à in-
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção formação e resguardado o sigilo da fonte, quando neces-
aos locais de culto e a suas liturgias. sário ao exercício profissional.

Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé Trata-se da liberdade de informação, consistente na
como bem entender dentro dos limites da lei. Não há uma liberdade de procurar e receber informações e ideias por
crença ou religião que seja proibida, garantindo-se que a quaisquer meios, independente de fronteiras, sem interfe-
profissão desta fé possa se realizar em locais próprios. rência.
16 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso 17 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

9
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
passo que a liberdade de expressão tem uma caracterís- na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi-
tica ativa, de forma que juntas formam os aspectos ativo cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que
e passivo da exteriorização da liberdade de pensamento: gera confusões conceituais no sentido do direito de obter
não basta poder manifestar o seu próprio pensamento, é certidões ser dissociado do direito de petição.
preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há necessidade Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX,
de se garantir o acesso ao pensamento manifestado para CF:
a sociedade.
Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicida-
todos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a de dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
respeito de fatos que sejam de seu interesse, notadamente o interesse social o exigirem.
pelos meios de comunicação imparciais e não monopoli-
zados (artigo 220, CF). No entanto, nem sempre é possível Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas
que a imprensa divulgue com quem obteve a informação o será quando a intimidade merecer preservação (ex: pro-
divulgada, sem o que a segurança desta poderia ficar pre- cesso criminal de estupro ou causas de família em geral) ou
judicada e a informação inevitavelmente não chegaria ao quando o interesse social exigir (ex: investigações que pos-
público. sam ser comprometidas pela publicidade). A publicidade é
Especificadamente quanto à liberdade de informação instrumento para a efetivação da liberdade de informação.
no âmbito do Poder Público, merecem destaque algumas
previsões. Liberdade de locomoção
Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF: Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no ar-
tigo 5º, XV, CF:
Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no pra-
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
zo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e
bens.
do Estado.
A liberdade de locomoção é um aspecto básico do di-
A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
reito à liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o
regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do
território do país em tempos de paz (em tempos de guerra
art. 5º, CF, também conhecida como Lei do Acesso à Infor-
é possível limitar tal liberdade em prol da segurança). A
mação.
Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF: liberdade de sair do país não significa que existe um direito
de ingressar em qualquer outro país, pois caberá à ele, no
Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, indepen- exercício de sua soberania, controlar tal entrada.
dentemente do pagamento de taxas: Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liber-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa dade. Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser pre-
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; sa nos casos autorizados pela própria Constituição Federal.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, A despeito da normativa específica de natureza penal, re-
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de in- força-se a impossibilidade de se restringir a liberdade de
teresse pessoal. locomoção pela prisão civil por dívida.
Prevê o artigo 5º, LXVII, CF:
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum-
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívi-
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol- da, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercí- e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
cio contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que infiel.
regulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta
a apreciação de um pedido que um cidadão quer apre- Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo
sentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); Tribunal Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel,
“demora para responder aos pedidos formulados” (admi- qualquer que seja a modalidade do depósito”. Por isso, a
nistrativa e, principalmente, judicialmente) ou “impõe res- única exceção à regra da prisão por dívida do ordenamento
trições e/ou condições para a formulação de petição”, traz é a que se refere à obrigação alimentícia.
a chamada insegurança jurídica, que traz desesperança e
faz proliferar as desigualdades e as injustiças. Liberdade de trabalho
Dentro do espectro do direito de petição se insere, por O direito à liberdade também é mencionado no artigo
exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar 5º, XIII, CF:
cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer tra- Neste sentido, associações são organizações resultan-
balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações tes da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou
profissionais que a lei estabelecer. sem personalidade jurídica, para a realização de um obje-
tivo comum; já cooperativas são uma forma específica de
O livre exercício profissional é garantido, respeitados associação, pois visam a obtenção de vantagens comuns
os limites legais. Por exemplo, não pode exercer a profis- em suas atividades econômicas.
são de advogado aquele que não se formou em Direito Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF:
e não foi aprovado no Exame da Ordem dos Advogados
do Brasil; não pode exercer a medicina aquele que não fez Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser com-
faculdade de medicina reconhecida pelo MEC e obteve o pulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
cadastro no Conselho Regional de Medicina. por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito
em julgado.
Liberdade de reunião
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF: O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja,
a associação deixará de existir para sempre. Obviamente, é
Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamen- preciso o trânsito em julgado da decisão judicial que as-
te, sem armas, em locais abertos ao público, independen- sim determine, pois antes disso sempre há possibilidade
temente de autorização, desde que não frustrem outra re- de reverter a decisão e permitir que a associação continue
união anteriormente convocada para o mesmo local, sendo em funcionamento. Contudo, a decisão judicial pode sus-
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. pender atividades até que o trânsito em julgado ocorra, ou
seja, no curso de um processo judicial.
Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com de- Em destaque, a legitimidade representativa da associa-
mais na defesa de uma causa, apenas possuindo o dever ção quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
de informar tal reunião. Tal dever remonta-se a questões de
segurança coletiva. Imagine uma grande reunião de pes-
Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando ex-
soas por uma causa, a exemplo da Parada Gay, que chega
pressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
a aglomerar milhões de pessoas em algumas capitais: seria
tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o prévio aviso do
poder público para que ele organize o policiamento e a as-
Trata-se de caso de legitimidade processual extraordi-
sistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas
nária, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso
outra(s) pessoa(s) porque a lei assim autoriza.
de armas, totalmente vedado, assim como de substâncias
ilícitas (Ex: embora a Marcha da Maconha tenha sido auto- A liberdade de associação envolve não somente o di-
rizada pelo Supremo Tribunal Federal, vedou-se que nela reito de criar associações e de fazer parte delas, mas tam-
tal substância ilícita fosse utilizada). bém o de não associar-se e o de deixar a associação, con-
forme artigo 5º, XX, CF:
Liberdade de associação
No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a as-
XVII, CF: sociar-se ou a permanecer associado.

Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação - Direitos à privacidade e à personalidade
para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
Abrangência
A liberdade de associação difere-se da de reunião por Prevê o artigo 5º, X, CF:
sua perenidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é
exercida de forma sazonal, eventual, a liberdade de asso- Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida
ciação implica na formação de um grupo organizado que privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
se mantém por um período de tempo considerável, dotado direito a indenização pelo dano material ou moral decorren-
de estrutura e organização próprias. te de sua violação.
Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são asso-
ciações ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem ar- O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo
mas e o ideal de realizar sua própria justiça paralelamente dispositivo legal os direitos à privacidade e à personalidade.
à estatal. Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimida-
O texto constitucional se estende na regulamentação de, ao abordar a proteção da vida privada – que, em resu-
da liberdade de associação. mo, é a privacidade da vida pessoal no âmbito do domicílio
O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza: e de círculos de amigos –, Silva18 entende que “o segredo
da vida privada é condição de expansão da personalidade”,
Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na for- mas não caracteriza os direitos de personalidade em si.
ma da lei, a de cooperativas independem de autorização, 18 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

11
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A união da intimidade e da vida privada forma a pri- Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se
vacidade, sendo que a primeira se localiza em esfera mais necessário o registro. Por ser instrumento que serve como
estrita. É possível ilustrar a vida social como se fosse um pressuposto ao exercício de direitos fundamentais, asse-
grande círculo no qual há um menor, o da vida privada, e gura-se a sua gratuidade aos que não tiverem condição de
dentro deste um ainda mais restrito e impenetrável, o da com ele arcar.
intimidade. Com efeito, pela “Teoria das Esferas” (ou “Teoria Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
dos Círculos Concêntricos”), importada do direito alemão,
quanto mais próxima do indivíduo, maior a proteção a ser Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconheci-
conferida à esfera (as esferas são representadas pela inti- damente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nas-
midade, pela vida privada, e pela publicidade). cimento; b) a certidão de óbito.
“O direito à honra distancia-se levemente dos dois an-
teriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa O reconhecimento do marco inicial e do marco final
tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fa- da personalidade jurídica pelo registro é direito individual,
zem os outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabi- não dependendo de condições financeiras. Evidente, seria
lidade no meio social. O direito à imagem também pos- absurdo cobrar de uma pessoa sem condições a elabora-
sui duas conotações, podendo ser entendido em sentido ção de documentos para que ela seja reconhecida como
objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa, por viva ou morta, o que apenas incentivaria a indigência dos
meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido menos favorecidos.
subjetivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas
pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”19. Direito à indenização e direito de resposta
Com vistas à proteção do direito à privacidade, do di-
Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspon- reito à personalidade e do direito à imagem, asseguram-se
dência dois instrumentos, o direito à indenização e o direito de
Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a invio- resposta, conforme as necessidades do caso concreto.
labilidade do domicílio e o sigilo das correspondências e
Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF:
comunicações.
Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano ma-
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo,
terial, moral ou à imagem.
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do mo-
rador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
“A manifestação do pensamento é livre e garantida
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
em nível constitucional, não aludindo a censura prévia em
O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode nele diversões e espetáculos públicos. Os abusos porventura
entrar sem o consentimento do morador, a não ser EM QUAL- ocorridos no exercício indevido da manifestação do pensa-
QUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o morador foi fla- mento são passíveis de exame e apreciação pelo Poder Ju-
grado na prática de crime e fugiu para seu domicílio) ou de- diciário com a consequente responsabilidade civil e penal
sastre (incêndio, enchente, terremoto...) ou para prestar socorro de seus autores, decorrentes inclusive de publicações inju-
(morador teve ataque do coração, está sufocado, desmaiado...), riosas na imprensa, que deve exercer vigilância e controle
e SOMENTE DURANTE O DIA por determinação judicial. da matéria que divulga”20.
Quanto ao sigilo de correspondência e das comunica- O  direito de resposta é o direito que uma pessoa
ções, prevê o artigo 5º, XII, CF: tem de se defender de críticas públicas no mesmo meio
em que foram publicadas garantida exatamente a mes-
Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência ma repercussão. Mesmo quando for garantido o direito
e das comunicações telegráficas, de dados e das comunica- de resposta não é possível reverter plenamente os da-
ções telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nos causados pela manifestação ilícita de pensamento,
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de razão pela qual a pessoa inda fará jus à indenização.
investigação criminal ou instrução processual penal. A manifestação ilícita do pensamento geralmente cau-
sa um dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que
O sigilo de correspondência e das comunicações está pode ser individual ou coletivo, moral ou material, econô-
melhor regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996. mico e não econômico.
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (ma-
Personalidade jurídica e gratuidade de registro terial ou imaterial) da vítima, podendo ser mensurado fi-
Quando se fala em reconhecimento como pessoa pe- nanceiramente e indenizado.
rante a lei desdobra-se uma esfera bastante específica dos “Dano moral direto consiste na lesão a um interesse
direitos de personalidade, consistente na personalidade ju- que visa a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapa-
rídica. Basicamente, consiste no direito de ser reconhecido trimonial contido nos direitos da personalidade (como a
como pessoa perante a lei. vida, a integridade corporal, a liberdade, a honra, o decoro,
19 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito constitucio- 20 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 26. ed. São
nal. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Paulo: Malheiros, 2011.

12
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

a intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem) Função social da propriedade material


ou nos atributos da pessoa (como o nome, a capacidade, o O artigo 5º, XXII, CF estabelece:
estado de família)”21.
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Có- Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de proprie-
digo Civil: dade.

Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o
administração da justiça ou à manutenção da ordem públi- principal fator limitador deste direito:
ca, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua fun-
pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo ção social.
da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama
ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. A propriedade, segundo Silva23, “[...] não pode mais ser
considerada como um direito individual nem como institui-
- Direito à segurança ção do direito privado. [...] embora prevista entre os direi-
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- tos individuais, ela não mais poderá ser considerada puro
teção do direito à segurança. Na qualidade de direito in- direito individual, relativizando-se seu conceito e significa-
dividual liga-se à segurança do indivíduo como um todo, do, especialmente porque os princípios da ordem econô-
desde sua integridade física e mental, até a própria segu- mica são preordenados à vista da realização de seu fim:
rança jurídica. assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
No sentido aqui estudado, o direito à segurança pes- da justiça social. Se é assim, então a propriedade privada,
soal é o direito de viver sem medo, protegido pela soli- que, ademais, tem que atender a sua função social, fica vin-
dariedade e liberto de agressões, logo, é uma maneira de culada à consecução daquele princípio”.
garantir o direito à vida. Com efeito, a proteção da propriedade privada está li-
Nesta linha, para Silva22, “efetivamente, esse conjunto
mitada ao atendimento de sua função social, sendo este o
de direitos aparelha situações, proibições, limitações e pro-
requisito que a correlaciona com a proteção da dignidade
cedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de
da pessoa humana. A propriedade de bens e valores em
algum direito individual fundamental (intimidade, liberda-
geral é um direito assegurado na Constituição Federal e,
de pessoal ou a incolumidade física ou moral)”.
como todos os outros, se encontra limitado pelos demais
Especificamente no que tange à segurança jurídica,
princípios conforme melhor se atenda à dignidade do ser
tem-se o disposto no artigo 5º, XXXVI, CF:
humano.
Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito ad- A Constituição Federal delimita o que se entende por
quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. função social:

Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroativida- Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urba-
de da lei. no, executada pelo Poder Público municipal, conforme dire-
Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do trizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
Direito Brasileiro: desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar de seus habitantes.
Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e
geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câ-
e a coisa julgada. mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado mil habitantes, é o instrumento básico da política de desen-
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. volvimento e de expansão urbana.
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o
seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua
cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condi- função social quando atende às exigências fundamentais de
ção pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. ordenação da cidade expressas no plano diretor24.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão
judicial de que já não caiba recurso. Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a
propriedade rural atende, simultaneamente, segundo crité-
- Direito à propriedade rios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes
O caput do artigo 5º da Constituição assegura a pro- requisitos:
teção do direito à propriedade, tanto material quanto inte-
lectual, delimitada em alguns incisos que o seguem. 23 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
21 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad civil. Buenos 24 Instrumento básico de um processo de planejamento municipal
Aires: Astrea, 1982. para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando
22 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo... a ação dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001 - Estatuto
Op. Cit., p. 437. da cidade).

13
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

I - aproveitamento racional e adequado; Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento
II - utilização adequada dos recursos naturais disponí- para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
veis e preservação do meio ambiente; por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
III - observância das disposições que regulam as rela- dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
ções de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprie- Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
tários e dos trabalhadores.
Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urba-
Desapropriação nos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
No caso de desrespeito à função social da proprieda-
de cabe até mesmo desapropriação do bem, de modo que Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:
pode-se depreender do texto constitucional duas possibi-
lidades de desapropriação: por desrespeito à função social Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel
e por necessidade ou utilidade pública. como de interesse social, para fins de reforma agrária, auto-
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desa- riza a União a propor a ação de desapropriação.
propriação por desatendimento à função social:
Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público mu- procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano processo judicial de desapropriação.
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado ou não utiliza- A desapropriação por utilidade ou necessidade pública
do, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, deve se dar mediante prévia e justa indenização em dinhei-
sucessivamente, de: ro. O Decreto-lei nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando
I - parcelamento ou edificação compulsórios; o procedimento e conceituando utilidade pública, em seu
artigo 5º:
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial ur-
bana progressivo no tempo;
Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se ca-
III - desapropriação com pagamento mediante títulos
sos de utilidade pública:
da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
a) a segurança nacional;
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
b) a defesa do Estado;
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
c) o socorro público em caso de calamidade;
da indenização e os juros legais25.
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população,
Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por in- seu abastecimento regular de meios de subsistência;
teresse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
que não esteja cumprindo sua função social, mediante minerais, das águas e da energia hidráulica;
prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medici-
prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua nais;
emissão, e cuja utilização será definida em lei26. h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias logradouros públicos; a execução de planos de urbanização;
serão indenizadas em dinheiro. o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua
melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons-
No que tange à desapropriação por necessidade ou trução ou ampliação de distritos industriais;
utilidade pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF: j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservação e conservação dos monumentos históri-
cos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos
25 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de imóvel ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes
urbano por desatendimento à função social é necessário tomar duas
providências, sucessivas: primeiro, o parcelamento ou edificação com-
e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e,
pulsórios; depois, o estabelecimento de imposto sobre a propriedade ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente do-
predial e territorial urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas tados pela natureza;
restarem ineficazes, parte-se para a desapropriação por desatendi- l) a preservação e a conservação adequada de arquivos,
mento à função social. documentos e outros bens moveis de valor histórico ou ar-
26 A desapropriação em decorrência do desatendimento da função tístico;
social é indenizada, mas não da mesma maneira que a desapropriação
m) a construção de edifícios públicos, monumentos co-
por necessidade ou utilidade pública, já que na primeira há violação
do ordenamento constitucional pelo proprietário, mas na segunda
memorativos e cemitérios;
não. Por isso, indeniza-se em títulos da dívida agrária, que na prática n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pou-
não são tão valorizados quanto o dinheiro. so para aeronaves;

14
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natu- Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à
reza científica, artística ou literária; propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
p) os demais casos previstos por leis especiais. dos requisitos relativos a sua função social.

Um grande problema que faz com que processos que Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo
tenham a desapropriação por objeto se estendam é a in- 187:
devida valorização do imóvel pelo Poder Público, que ge-
ralmente pretende pagar valor muito abaixo do devido, Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e exe-
necessitando o Judiciário intervir em prol da correta ava- cutada na forma da lei, com a participação efetiva do setor
liação. de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais,
Outra questão reside na chamada tredestinação, pela bem como dos setores de comercialização, de armazena-
qual há a destinação de um bem expropriado (desapro- mento e de transportes, levando em conta, especialmente:
priação) a finalidade diversa da que se planejou inicial- I - os instrumentos creditícios e fiscais;
mente. A tredestinação pode ser lícita ou ilícita. Será ilícita II - os preços compatíveis com os custos de produção e a
quando resultante de desvio do propósito original; e será garantia de comercialização;
lícita quando a Administração Pública dê ao bem finalidade III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
diversa, porém preservando a razão do interesse público. IV - a assistência técnica e extensão rural;
V - o seguro agrícola;
Política agrária e reforma agrária VI - o cooperativismo;
Enquanto desdobramento do direito à propriedade VII - a eletrificação rural e irrigação;
imóvel e da função social desta propriedade, tem-se ainda VIII - a habitação para o trabalhador rural.
o artigo 5º, XXVI, CF: § 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais.
Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, as- § 2º Serão compatibilizadas as ações de política agríco-
la e de reforma agrária.
sim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decor-
As terras devolutas e públicas serão destinadas confor-
rentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os
me a política agrícola e o plano nacional de reforma agrá-
meios de financiar o seu desenvolvimento.
ria (artigo 188, caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a
concessão, a qualquer título, de terras públicas com área
Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pe-
superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física
quena propriedade será assegurado que permaneça com
ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
ela e a torne mais produtiva.
prévia aprovação do Congresso Nacional”, salvo no caso
A preservação da pequena propriedade em detrimento de alienações ou concessões de terras públicas para fins de
dos grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes- reforma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF).
-guias da regulamentação da política agrária brasileira, que Os que forem favorecidos pela reforma agrária (ho-
tem como principal escopo a realização da reforma agrária. mens, mulheres, ambos, qualquer estado civil) não pode-
Parte da questão financeira atinente à reforma agrária rão negociar seus títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189,
se encontra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF: CF).
Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição
Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física
o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que depen-
montante de recursos para atender ao programa de reforma derão de autorização do Congresso Nacional” (artigo 190,
agrária no exercício. CF).

Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, es- Usucapião
taduais e municipais as operações de transferência de imó- Usucapião é o modo originário de aquisição da pro-
veis desapropriados para fins de reforma agrária. priedade que decorre da posse prolongada por um lon-
go tempo, preenchidos outros requisitos legais. Em outras
Como a finalidade da reforma agrária é transformar palavras, usucapião é uma situação em que alguém tem a
terras improdutivas e grandes propriedades em atinentes à posse de um bem por um tempo longo, sem ser incomo-
função social, alguns imóveis rurais não podem ser abran- dado, a ponto de se tornar proprietário.
gidos pela reforma agrária: A Constituição regulamenta o acesso à propriedade
mediante posse prolongada no tempo – usucapião – em
Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para casos específicos, denominados usucapião especial urbana
fins de reforma agrária: e usucapião especial rural.
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião
em lei, desde que seu proprietário não possua outra; especial urbana:
II - a propriedade produtiva.

15
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana a) Imóvel rural
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para estabelece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, Terra). É possível usucapir áreas menores que o módulo ru-
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou ral? Tem prevalecido o entendimento de que pode, mas é
rural. assunto muito controverso.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de
conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen- outubro de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a
dentemente do estado civil. área é de até 25 hectares sim, pois já havia tal possibilidade
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo pos- antes da CF/88. Se área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
suidor mais de uma vez. d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usu- na área rural.
capião. e) Nenhum outro imóvel.
f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja a área produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os labore”. Dependerá do caso concreto.
seguintes requisitos específicos:
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da locali- Uso temporário
zação, área urbana é a que está dentro do perímetro urba- No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao di-
no. Pela teoria da destinação, mais importante que a locali- reito de propriedade que não possui o caráter definitivo
zação é a sua utilização. Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários da desapropriação, mas é temporária, conforme artigo 5º,
e estiver dentro do perímetro urbana, o imóvel é rural. Para XXV, CF:
fins de usucapião a maioria diz que prevalece a teoria da
localização. Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo públi-
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse co, a autoridade competente poderá usar de propriedade
maior isolar área de 250m² e ingressar com a ação? A juris- particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior,
prudência é pacífica que a posse desde o início deve ficar se houver dano.
restrita a 250m². Predomina também que o terreno deve
ter 250m², não a área construída (a área de um sobrado, Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação
por exemplo, pode ser maior que a de um terreno). de perigo, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar
c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição uma base para capturar um fugitivo), pois o interesse da
Federal de 1988 que criou esta modalidade. E se antes coletividade é maior que o do indivíduo proprietário.
de 05 de outubro de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos
dentro do limite da usucapião urbana? Predominou que Direito sucessório
só corria o prazo a partir da criação do instituto, não só O direito sucessório aparece como uma faceta do di-
porque antes não existia e o prazo não podia correr, como reito à propriedade, encontrando disciplina constitucional
também não se poderia prejudicar o proprietário. no artigo 5º, XXX e XXXI, CF:
d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse,
é preciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança;
ao longo de todo o prazo (não só no início ou no final).
Logo, não cabe acessio temporis por cessão da posse. Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangei-
e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no ros situados no País será regulada pela lei brasileira em be-
Brasil. O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se al- nefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
guém não quiser a usucapião, prova o contrário. Este re- lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
quisito é verificado no momento em que completa 5 anos.
Em relação à previsão da usucapião especial rural, des- O direito à herança envolve o direito de receber – seja
taca-se o artigo 191, CF: devido a uma previsão legal, seja por testamento – bens
de uma pessoa que faleceu. Assim, o patrimônio passa
Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imó- para outra pessoa, conforme a vontade do falecido e/ou
vel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos inin- a lei determine. A Constituição estabelece uma disciplina
terruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não específica para bens de estrangeiros situados no Brasil, as-
superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu segurando que eles sejam repassados ao cônjuge e filhos
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adqui- brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil ou do
rir-lhe-á a propriedade. país estrangeiro).
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiri-
dos por usucapião. Direito do consumidor
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF:
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja
pública, pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da
seguintes requisitos específicos: lei, a defesa do consumidor.

16
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O direito do consumidor liga-se ao direito à proprieda- ca; as conferências, sermões e obras semelhantes; as obras
de a partir do momento em que garante à pessoa que irá cinematográficas e televisivas; as composições musicais;
adquirir bens e serviços que estes sejam entregues e pres- fotografias; ilustrações; programas de computador; coletâ-
tados da forma adequada, impedindo que o fornecedor se neas e enciclopédias; entre outras.
enriqueça ilicitamente, se aproveite de maneira indevida da Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis,
posição menos favorável e de vulnerabilidade técnica do inalienáveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o di-
consumidor. reito de reivindicar a autoria da obra, ter seu nome divul-
O Direito do Consumidor pode ser considerado um gado na utilização desta, assegurar a integridade desta ou
ramo recente do Direito. No Brasil, a legislação que o re- modificá-la e retirá-la de circulação se esta passar a afron-
gulamentou foi promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº tar sua honra ou imagem.
8.078, de 11 de setembro de 1990, conforme determinado Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos
pela Constituição Federal de 1988, que também estabele- artigos 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos
ceu no artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais contados do primeiro ano seguinte à sua morte ou do
Transitórias: falecimento do último coautor, ou contados do primeiro
ano seguinte à divulgação da obra se esta for de natureza
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento audiovisual ou fotográfica. Estes, por sua vez, abrangem,
e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará có- basicamente, o direito de dispor sobre a reprodução, edi-
digo de defesa do consumidor. ção, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases de
dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi que estas modalidades de utilização podem se dar a título
um grande passo para a proteção da pessoa nas relações oneroso ou gratuito.
de consumo que estabeleça, respeitando-se a condição de “Os direitos autorais, também conhecidos como co-
hipossuficiente técnico daquele que adquire um bem ou pyright (direito de cópia), são considerados bens móveis,
faz uso de determinado serviço, enquanto consumidor. podendo ser alienados, doados, cedidos ou locados. Res-
salte-se que a permissão a terceiros de utilização de cria-
Propriedade intelectual ções artísticas é direito do autor. [...] A proteção consti-
Além da propriedade material, o constituinte protege tucional abrange o plágio e a contrafação. Enquanto que
também a propriedade intelectual, notadamente no artigo o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra criada ou
5º, XXVII, XXVIII e XXIX, CF: produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda
configura a reprodução de obra alheia sem a necessária
Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito ex- permissão do autor”27.
clusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; - Direitos de acesso à justiça
A formação de um conceito sistemático de acesso à
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei: justiça se dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apon-
a) a proteção às participações individuais em obras taram três ondas de acesso, isto é, três posicionamentos
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, in- básicos para a realização efetiva de tal acesso. Tais ondas
clusive nas atividades desportivas; foram percebidas paulatinamente com a evolução do Di-
b) o direito de fiscalização do aproveitamento eco- reito moderno conforme implementadas as bases da onda
nômico das obras que criarem ou de que participarem aos anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a emergên-
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações cia de uma nova onda quando superada a afirmação das
sindicais e associativas; premissas da onda anterior, restando parcialmente imple-
mentada (visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao
Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de in- pleno atendimento em todas as ondas).
ventos industriais privilégio temporário para sua utiliza- Primeiro, Cappelletti e Garth28 entendem que surgiu
ção, bem como proteção às criações industriais, à proprie- uma onda de concessão de assistência judiciária aos po-
dade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos bres, partindo-se da prestação sem interesse de remunera-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- ção por parte dos advogados e, ao final, levando à criação
mento tecnológico e econômico do País. de um aparato estrutural para a prestação da assistência
pelo Estado.
Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth29,
que deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto veio a onda de superação do problema na representação
sob o patrimonial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, dos interesses difusos, saindo da concepção tradicional de
a Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os 27 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: teoria
direitos autorais, isto é, “os direitos de autor e os que lhes geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
são conexos”.
28 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à Justiça. Tradução
O artigo 7° do referido diploma considera como obras Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris Editor,
intelectuais que merecem a proteção do direito do autor 1998, p. 31-32.
os textos de obras de natureza literária, artística ou científi- 29 Ibid., p. 49-52

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

processo como algo restrito a apenas duas partes indivi- de direitos e garantias assegurados em lei, mas sim que é
dualizadas e ocasionando o surgimento de novas institui- preciso proporcionar um trâmite que dure nem mais e nem
ções, como o Ministério Público. menos que o necessário para a efetiva realização da justiça
Finalmente, Cappelletti e Garth30 apontam uma terceira no caso concreto.
onda consistente no surgimento de uma concepção mais
ampla de acesso à justiça, considerando o conjunto de ins- - Direitos constitucionais-penais
tituições, mecanismos, pessoas e procedimentos utilizados:
“[...] esse enfoque encoraja a exploração de uma ampla va- Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de ex-
riedade de reformas, incluindo alterações nas formas de ceção
procedimento, mudanças na estrutura dos tribunais ou a Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas ou pa-
raprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores, Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem sen-
modificações no direito substantivo destinadas a evitar li- tenciado senão pela autoridade competente”, consolida o
tígios ou facilitar sua solução e a utilização de mecanismos princípio do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito
privados ou informais de solução dos litígios. Esse enfoque, de conhecer previamente daquele que a julgará no processo
em suma, não receia inovações radicais e compreensivas, em que seja parte, revestindo tal juízo em jurisdição com-
que vão muito além da esfera de representação judicial”. petente para a matéria específica do caso antes mesmo do
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos fato ocorrer.
aspectos podem ser destacados: de um lado, deve criar-se
o Poder Judiciário e se disponibilizar meios para que todas Por sua vez, um desdobramento deste princípio encon-
as pessoas possam buscá-lo; de outro lado, não basta ga- tra-se no artigo 5º, XXXVII, CF:
rantir meios de acesso se estes forem insuficientes, já que
para que exista o verdadeiro acesso à justiça é necessário Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de
que se aplique o direito material de maneira justa e célere. exceção.
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça,
prevê a Constituição em seu artigo 5º, XXXV: Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente
criado para uma situação pretérita, bem como não reco-
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do nhecido como legítimo pela Constituição do país.
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Tribunal do júri
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o prin- A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o
cípio de Direito Processual Público subjetivo, também artigo 5º, XXXVIII, CF:
cunhado como Princípio da Ação, em que a Constituição
garante a necessária tutela estatal aos conflitos ocorrentes Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri,
na vida em sociedade. Sempre que uma controvérsia for com a organização que lhe der a lei, assegurados:
levada ao Poder Judiciário, preenchidos os requisitos de a) a plenitude de defesa;
admissibilidade, ela será resolvida, independentemente de b) o sigilo das votações;
haver ou não previsão específica a respeito na legislação. c) a soberania dos veredictos;
Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos
no que tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos contra a vida.
favorecidos economicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF:
O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que
Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurí- julgam os seus pares. Entende-se ser direito fundamental o
dica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên- de ser julgado por seus iguais, membros da sociedade e não
cia de recursos. magistrados, no caso de determinados crimes que por sua
natureza possuem fortes fatores de influência emocional.
O constituinte, ciente de que não basta garantir o aces- Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto
so ao Poder Judiciário, sendo também necessária a efeti- a defesa técnica e deve ser mais ampla que a denominada
vidade processual, incluiu pela Emenda Constitucional nº ampla defesa assegurada em todos os procedimentos judi-
45/2004 o inciso LXXVIII ao artigo 5º da Constituição: ciais e administrativos.
Sigilo das votações envolve a realização de votações
Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e ad- secretas, preservando a liberdade de voto dos que com-
ministrativo, são assegurados a razoável duração do pro- põem o conselho que irá julgar o ato praticado.
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua trami- A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo,
tação. a soberania dos veredictos veda a alteração das decisões
  dos jurados, não a recorribilidade dos julgamentos do Tri-
Com o tempo se percebeu que não bastava garantir bunal do Júri para que seja procedido novo julgamento
o acesso à justiça se este não fosse célere e eficaz. Não uma vez cassada a decisão recorrida, haja vista preservar
significa que se deve acelerar o processo em detrimento o ordenamento jurídico pelo princípio do duplo grau de
30 Ibid., p. 67-73 jurisdição.

18
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Por fim, a competência para julgamento é dos crimes Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
dolosos (em que há intenção ou ao menos se assume o
risco de produção do resultado) contra a vida, que são: ho- Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafian-
micídio, aborto, induzimento, instigação ou auxílio a sui- çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
cídio e infanticídio. Sua competência não é absoluta e é tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
mitigada, por vezes, pela própria Constituição (artigos 29, terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I). respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem.
Anterioridade e irretroatividade da lei
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza: Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes
termos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que extingue totalmente a punibilidade, a graça e o indulto
o defina, nem pena sem prévia cominação legal. apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais; a
anistia, em regra, atinge crimes políticos, a graça e o in-
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena dulto, crimes comuns; a anistia pode ser concedida pelo
sine praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio Poder Legislativo, a graça e o indulto são de competência
da legalidade (ou reserva legal), na medida em que não há exclusiva do Presidente da República; a anistia pode ser
crime sem lei que o defina, nem pena sem prévia comina- concedida antes da sentença final ou depois da condena-
ção legal, e o princípio da anterioridade, posto que não há ção irrecorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito
crime sem lei anterior que o defina. em julgado da sentença condenatória; graça e o indulto
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem- apenas extinguem a punibilidade, persistindo os efeitos do
-se o artigo 5º, XL, CF: crime, apagados na anistia; graça é em regra individual e
solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar
beneficiar o réu.
que o artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra
crimes de tortura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da ante-
(previstos na Lei nº 8.072 de 25 de julho de 1990). Além
rioridade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha defini-
disso, são crimes que não aceitam fiança.
do um fato como crime e dado certo tratamento penal a este
Ainda, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
fato (ex.: pena de detenção ou reclusão, tempo de pena, etc.)
antes que ele ocorra; por outro lado, se vier uma lei posterior
Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e im-
ao fato que o exclua do rol de crimes ou que confira trata-
mento mais benéfico (diminuindo a pena ou alterando o regi- prescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
me de cumprimento, notadamente), ela será aplicada. Restam contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
consagrados tanto o princípio da irretroatividade da lei penal
in pejus quanto o da retroatividade da lei penal mais benéfica. Por fim, dispõe a CF sobre a possibilidade de extradi-
ção de brasileiro naturalizado caso esteja envolvido com
Menções específicas a crimes tráfico ilícito de entorpecentes:
O artigo 5º, XLI, CF estabelece:
Artigo 5º, LI, CF. Nenhum brasileiro será extraditado,
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais. antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na for-
Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao ma da lei.
princípio da igualdade numa concepção ampla, razão pela
qual práticas discriminatórias não podem ser aceitas. No Personalidade da pena
entanto, o constituinte entendeu por bem prever trata- A personalidade da pena encontra respaldo no artigo
mento específico a certas práticas criminosas. 5º, XLV, CF:
Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF:
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa
Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, es-
nos termos da lei. tendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite
do valor do patrimônio transferido.
A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles O princípio da personalidade encerra o comando de o
não cabe fiança (pagamento de valor para deixar a prisão crime ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu
provisória) e não se aplica o instituto da prescrição (perda turno, a única pessoa passível de sofrer a sanção. Seria fla-
de pretensão de se processar/punir uma pessoa pelo de- grante a injustiça se fosse possível alguém responder pelos
curso do tempo). atos ilícitos de outrem: caso contrário, a reação, ao invés de

19
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

restringir-se ao malfeitor, alcançaria inocentes. Contudo, se Preserva-se a individualização da pena porque é tomada
uma pessoa deixou patrimônio e faleceu, este patrimônio a condição peculiar da presa que possui filho no período
responderá pelas repercussões financeiras do ilícito. de amamentação, mas também se preserva a dignidade da
criança, não a afastando do seio materno de maneira precá-
Individualização da pena ria e impedindo a formação de vínculo pela amamentação.
A individualização da pena tem por finalidade concre-
tizar o princípio de que a responsabilização penal é sempre Vedação de determinadas penas
pessoal, devendo assim ser aplicada conforme as peculia- O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de
ridades do agente. penas, consoante ao artigo 5º, XLVII, CF:
A primeira menção à individualização da pena se en-
contra no artigo 5º, XLVI, CF: Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da termos do art. 84, XIX;
pena e adotará, entre outras, as seguintes: b) de caráter perpétuo;
a) privação ou restrição da liberdade; c) de trabalhos forçados;
b) perda de bens; d) de banimento;
c) multa; e) cruéis.
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos. Em resumo, o inciso consolida o princípio da humani-
dade, pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que
ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e exe- lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados”31 .
cutório, evitando-se a padronização a sanção penal. A in- Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o
dividualização da pena significa adaptar a pena ao conde- constituinte não estabeleceu uma total vedação, autorizan-
do-a nos casos de guerra declarada. Obviamente, deve-se
nado, consideradas as características do agente e do delito.
respeitar o princípio da anterioridade da lei, ou seja, a le-
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe,
gislação deve prever a pena de morte ao fato antes dele ser
com maior ou menor intensidade, a liberdade do condena-
praticado. No ordenamento brasileiro, este papel é cumpri-
do, consistente em permanecer em algum estabelecimento
do pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.001/1969),
prisional, por um determinado tempo.
que prevê a pena de morte a ser executada por fuzilamento
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição
nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes
do patrimônio do indivíduo delituoso.
militares em tempo de guerra.
A prestação social alternativa corresponde às penas
Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quais-
restritivas de direitos, autônomas e substitutivas das penas quer circunstâncias as penas de caráter perpétuo, de traba-
privativas de liberdade, estabelecidas no artigo 44 do Có- lhos forçados, de banimento e cruéis.
digo Penal. No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar
Por seu turno, a individualização da pena deve também que o trabalho obrigatório não é considerado um trata-
se fazer presente na fase de sua execução, conforme se mento contrário à dignidade do recluso, embora o trabalho
depreende do artigo 5º, XLVIII, CF: forçado o seja. O trabalho é obrigatório, dentro das condi-
ções do apenado, não podendo ser cruel ou menosprezar
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabe- a capacidade física e intelectual do condenado; como o
lecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, trabalho não existe independente da educação, cabe in-
a idade e o sexo do apenado. centivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o
trabalho deve se aproximar da realidade do mundo exter-
A distinção do estabelecimento conforme a natureza no, será remunerado; além disso, condições de dignidade e
do delito visa impedir que a prisão se torne uma faculdade segurança do trabalhador, como descanso semanal e equi-
do crime. Infelizmente, o Estado não possui aparato sufi- pamentos de proteção, deverão ser respeitados.
ciente para cumprir tal diretiva, diferenciando, no máximo,
o nível de segurança das prisões. Quanto à idade, desta- Respeito à integridade do preso
cam-se as Fundações Casas, para cumprimento de medida Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
por menores infratores. Quanto ao sexo, prisões costumam
ser exclusivamente para homens ou para mulheres. Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito
Também se denota o respeito à individualização da à integridade física e moral.
pena nesta faceta pelo artigo 5º, L, CF:
Obviamente, o desrespeito à integridade física e mo-
Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas con- ral do preso é uma violação do princípio da dignidade da
dições para que possam permanecer com seus filhos duran- pessoa humana.
te o período de amamentação. 31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal.
16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade Presunção de inocência


estão mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII:
Federal. Em primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura
e de tratamentos desumanos e degradantes (artigo 5º, III, Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado
CF), o que vale na execução da pena. até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF:
Consolida-se o princípio da presunção de inocência,
Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será pelo qual uma pessoa não é culpada até que, em definitivo,
submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses o Judiciário assim decida, respeitados todos os princípios e
previstas em lei. garantias constitucionais.

Se uma pessoa possui identificação civil, não há por- Ação penal privada subsidiária da pública
que fazer identificação criminal, colhendo digitais, fotos, Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:
etc. Pensa-se que seria uma situação constrangedora des-
necessária ao suspeito, sendo assim, violaria a integridade Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos cri-
moral. mes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal.
Devido processo legal, contraditório e ampla defesa
Estabelece o artigo 5º, LIV, CF: A chamada ação penal privada subsidiária da pública
encontra respaldo constitucional, assegurando que a omis-
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou são do poder público na atividade de persecução criminal
de seus bens sem o devido processo legal. não será ignorada, fornecendo-se instrumento para que o
interessado a proponha.
Pelo princípio do devido processo legal a legislação
deve ser respeitada quando o Estado pretender punir al- Prisão e liberdade
guém judicialmente. Logo, o procedimento deve ser livre O constituinte confere espaço bastante extenso no ar-
de vícios e seguir estritamente a legislação vigente, sob tigo 5º em relação ao tratamento da prisão, notadamente
pena de nulidade processual. por se tratar de ato que vai contra o direito à liberdade.
Surgem como corolário do devido processo legal o Obviamente, a prisão não é vedada em todos os casos,
contraditório e a ampla defesa, pois somente um procedi- porque práticas atentatórias a direitos fundamentais impli-
mento que os garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, cam na tipificação penal, autorizando a restrição da liber-
o artigo 5º, LV, CF: dade daquele que assim agiu.
No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em fla-
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a grante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
ela inerentes. autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
O devido processo legal possui a faceta formal, pela lei.
qual se deve seguir o adequado procedimento na aplica-
ção da lei e, sendo assim, respeitar o contraditório e a am- Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante
pla defesa. Não obstante, o devido processo legal tem sua delito (necessariamente antes do trânsito em julgado), ou
faceta material que consiste na tomada de decisões justas, em caráter temporário, provisório ou definitivo (as duas
que respeitem os parâmetros da razoabilidade e da pro- primeiras independente do trânsito em julgado, preen-
porcionalidade. chidos requisitos legais e a última pela irreversibilidade da
condenação).
Vedação de provas ilícitas Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: ao juiz e à família ou pessoa indicada pelo preso:

Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as pro- Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o lo-
vas obtidas por meios ilícitos. cal onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao arti- indicada.
go 157 do CPP, são as obtidas em violação a normas cons-
titucionais ou legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra Não obstante, o preso deverá ser informado de todos
de direito material, constitucional ou legal, no momento os seus direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo
da sua obtenção. São vedadas porque não se pode aceitar entrar em contato com sua família e com um advogado,
o descumprimento do ordenamento para fazê-lo cumprir: conforme artigo 5º, LXIII, CF:
seria paradoxal.

21
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus di- 5) Tratados internacionais incorporados ao ordena-
reitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe mento interno
assegurada a assistência da família e de advogado. Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garan-
tias podem decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados
Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF: internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte”.
Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação Para o tratado internacional ingressar no ordenamen-
dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório to jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento
policial. complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a ne-
gociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura
Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do Presidente da República), submissão do tratado assina-
do depoimento do interrogatório são assinados pelas au- do ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio
toridades envolvidas nas práticas destes atos procedimen- do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação
tais. da obrigação perante a comunidade internacional) e a pro-
Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para mulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo32.
que a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, Notadamente, quando o constituinte menciona os tratados
tanto que assim prevê o artigo 5º, LXV, CF: internacionais no §2º do artigo 5º refere-se àqueles que
tenham por fulcro ampliar o rol de direitos do artigo 5º, ou
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente seja, tratado internacional de direitos humanos.
relaxada pela autoridade judiciária. O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originá-
ria na Constituição Federal, conferindo o caráter de prima-
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previ- zia dos direitos humanos, desde logo consagrando o prin-
são do artigo 5º, LXVI, CF: cípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou princípio da primazia dos direitos humanos nas relações
nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória,
internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os
com ou sem fiança.
tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasilei-
ro e respeitá-los. Implica, também em que as normas vol-
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido
tadas à proteção da dignidade em caráter universal devem
ao princípio da presunção de inocência, entende-se que
ser aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a
ela não deve ser mantida presa quando não preencher os
outras normas”33.
requisitos legais para prisão preventiva ou temporária.
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingres-
Indenização por erro judiciário sam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciá- brasileiro porque somente existe previsão constitucional
rio encontra-se no artigo 5º, LXXV, CF: quanto à possibilidade da equiparação às emendas consti-
tucionais se o tratado abranger matéria de direitos huma-
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado nos. Antes da emenda alterou o quadro quanto aos trata-
por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do dos de direitos humanos, era o que acontecia, mas isso não
tempo fixado na sentença. significa que tais direitos eram menos importantes devido
ao princípio da primazia e ao reconhecimento dos direitos
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação implícitos.
e julgamento de um processo criminal, resultando em con- Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucio-
denação de alguém inocente. Neste caso, o Estado inde- nal nº 45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Consti-
nizará. Ele também indenizará uma pessoa que ficar presa tuição Federal, de modo que os tratados internacionais de
além do tempo que foi condenada a cumprir. direitos humanos foram equiparados às emendas consti-
tucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em
4) Direitos fundamentais implícitos cada Casa do Congresso Nacional e obtivesse a votação
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Fe- em dois turnos e com três quintos dos votos dos respecti-
deral: vos membros:

Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta Art. 5º, § 3º, CF. Os tratados e convenções interna-
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e cionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacio- cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
nais em que a República Federativa do Brasil seja parte. quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalen-
tes às emendas constitucionais. 
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem
32 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e Prisão
estar expressos ou implícitos no texto constitucional. Sen- Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008.
do assim, o rol enumerado nos incisos do artigo 5º é ape- 33 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Públi-
nas exemplificativo, não taxativo. co e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009.

22
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados Direitos sociais


de direitos humanos que ingressarem no ordenamento ju-
rídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos huma- A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no
nos, irão passar por um processo de aprovação semelhante capítulo II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria
ao da emenda constitucional. normas programáticas e que necessitam de uma postura
Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à interventiva estatal em prol da implementação.
possibilidade de considerar como hierarquicamente cons- Os direitos assegurados nesta categoria encontram
titucional os tratados internacionais de direitos humanos menção genérica no artigo 6º, CF:
que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro ante-
riormente ao advento da referida emenda. Tal discussão se Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a
deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José te, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes à maternidade e à infância, a assistência aos desampa-
da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal Federal rados, na forma desta Constituição. 
firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de
direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado
que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não Social de Direito. Em suma, são elencados os direitos huma-
revogaria a Constituição no ponto controverso). nos de 2ª dimensão, notadamente conhecidos como direi-
tos econômicos, sociais e culturais. Em resumo, os direitos
6) Tribunal Penal Internacional sociais envolvem prestações positivas do Estado (diferente
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: dos de liberdade, que referem-se à postura de abstenção
estatal), ou seja, políticas estatais que visem consolidar o
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de princípio da igualdade não apenas formalmente, mas ma-
Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifes- terialmente (tratando os desiguais de maneira desigual).
tado adesão. Por seu turno, embora no capítulo específico do Título
  II que aborda os direitos sociais não se perceba uma in-
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi tensa regulamentação destes, à exceção dos direitos tra-
promulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de se- balhistas, o Título VIII da Constituição Federal, que aborda
tembro de 2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em a ordem social, se concentra em trazer normativas mais
Roma, no dia 17 de julho de 1998, regendo a competência detalhadas a respeitos de direitos indicados como sociais.
e o funcionamento deste Tribunal voltado às pessoas res-
ponsáveis por crimes de maior gravidade com repercussão 1) Igualdade material e efetivação dos direitos so-
internacional (artigo 1º, ETPI). ciais
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja ju- Independentemente da categoria de direitos que este-
risdição é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional ja sendo abordada, a igualdade nunca deve aparecer num
compete o processo e julgamento de violações contra indi- sentido meramente formal, mas necessariamente material.
víduos; e, distintamente dos Tribunais de crimes de guerra Significa que discriminações indevidas são proibidas, mas
da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes existem certas distinções que não só devem ser aceitas,
cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição não está como também se mostram essenciais.
restrita a uma situação específica”34. No que tange aos direitos sociais percebe-se que a
Resume Mello35: “a Conferência das Nações Unidas so- igualdade material assume grande relevância. Afinal, esta
bre a criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida categoria de direitos pressupõe uma postura ativa do Es-
em Roma, em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é perma- tado em prol da efetivação. Nem todos podem arcar com
nente. Tem sede em Haia. A corte tem personalidade inter- suas despesas de saúde, educação, cultura, alimentação e
nacional. Ela julga: a) crime de genocídio; b) crime contra moradia, assim como nem todos se encontram na posição
a humanidade; c) crime de guerra; d) crime de agressão. de explorador da mão-de-obra, sendo a grande maioria da
Para o crime de genocídio usa a definição da convenção população de explorados. Estas pessoas estão numa clara
de 1948. Como crimes contra a humanidade são citados: posição de desigualdade e caberá ao Estado cuidar para
assassinato, escravidão, prisão violando as normas inter- que progressivamente atinjam uma posição de igualdade
nacionais, violação tortura, apartheid, escravidão sexual, real, já que não é por conta desta posição desfavorável que
prostituição forçada, esterilização, etc. São crimes de guer- se pode afirmar que são menos dignos, menos titulares de
ra: homicídio internacional, destruição de bens não justifi- direitos fundamentais.
cada pela guerra, deportação, forçar um prisioneiro a servir Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser
nas forças inimigas, etc.”. alcançada pelo Estado em prol da consolidação da igual-
dade material. Sendo assim, o Estado buscará o crescente
aperfeiçoamento da oferta de serviços públicos com quali-
34 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Público & Direi-
to Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
dade para que todos os nacionais tenham garantidos seus
35 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional direitos fundamentais de segunda dimensão da maneira
Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. mais plena possível.

23
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Há se ressaltar também que o Estado não possui ape- 3) Princípio da proibição do retrocesso
nas um papel direto na promoção dos direitos econômicos, Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que
sociais e culturais, mas também um indireto, quando por uma conquista garantida na Constituição Federal sofra um
meio de sua gestão permite que os indivíduos adquiram retrocesso, de modo que um direito social garantido não
condições para sustentarem suas necessidades pertencen- pode deixar de o ser.
tes a esta categoria de direitos. Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso
deve ser tomada com reservas, até mesmo porque segun-
2) Reserva do possível e mínimo existencial do entendimento predominante as normas do artigo 7º,
Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, CF não são cláusula pétrea, sendo assim passíveis de alte-
notadamente porque estão previstos em normas progra- ração. Se for alterada normativa sobre direito trabalhista
máticas e porque a implementação deles gera um ônus assegurado no referido dispositivo, não sendo o prejuízo
para o Estado. Diferentemente dos direitos individuais, que evidente, entende-se válida (por exemplo, houve alteração
dependem de uma postura de abstenção estatal, os direi- do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores
tos sociais precisam que o Estado assuma um papel ativo agrícolas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é
em prol da efetivação destes. um retrocesso evidente, seja excluindo uma categoria de
A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma direitos (ex.: abolir o Sistema Único de Saúde), seja dimi-
Constituição, a despeito de um instante bem-intencionado nuindo sensivelmente a abrangência da proteção (ex.: ex-
de palavras promovido pelo constituinte, pode levar à ne- cluindo o ensino médio gratuito).
gativa, paradoxal – e, portanto, inadmissível – consequên- Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso:
cia de uma Carta Magna cujas finalidades não condigam se uma decisão judicial melhorar a efetivação de um direito
com seus próprios prescritos, fato que deslegitima o Poder social, ela se torna vinculante e é impossível ao legislador
Público como determinador de que particulares respeitem alterar a Constituição para retirar este avanço? Por um lado,
os direitos fundamentais, já que sequer eles próprios, os a proibição do retrocesso merece ser tomada em conceito
administradores, conseguem cumprir o que consta de seu amplo, abrangendo inclusive decisões judiciais; por outro
lado, a decisão judicial não tem por fulcro alterar a norma,
Estatuto Máximo36.
o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o direito
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar
de prever que aquela decisão judicial não está incorporada
a cláusula da reserva do possível como argumento para a
na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há
não implementação de determinado direito social – seja
entendimento dominante.
pela absoluta ausência de recursos (reserva do possível fá-
tica), seja pela ausência de previsão orçamentária nos ter-
4) Direito individual do trabalho
mos do artigo 167, CF (reserva do possível jurídica).
O artigo 7º da Constituição enumera os direitos indi-
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que
viduais dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos
os direitos sociais “não pode converter-se em promessa individuais tipicamente trabalhistas, mas que não excluem
constitucional inconsequente, sob pena de o Poder Públi- os demais direitos fundamentais (ex.: honra é um direito
co, fraudando justas expectativas nele depositadas pela co- no espaço de trabalho, sob pena de se incidir em prática
letividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de assédio moral).
de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de
infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra
Fundamental do Estado”37. despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do lei complementar, que preverá indenização compensatória,
possível, embora viável, não pode servir de muleta para dentre outros direitos.
que o Estado não arque com obrigações básicas. Neste
viés, geralmente, quando invocada a cláusula é afastada, Significa que a demissão, se não for motivada por justa
entendendo o Poder Judiciário que não cabe ao Estado se causa, assegura ao trabalhador direitos como indenização
eximir de garantir direitos sociais com o simples argumen- compensatória, entre outros, a serem arcados pelo empre-
to de que não há orçamento específico para isso – ele de- gador.
veria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para
atender esta demanda. Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de de-
Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial, semprego involuntário.
que tem por fulcro limitar a discricionariedade político-ad-
ministrativa e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida
a serem seguidas, sob pena de caber a intervenção do Po- do empregador, o trabalhador que fique involuntariamente
der Judiciário em prol de sua efetivação. desempregado – entendendo-se por desemprego invo-
luntário o que tenha origem num acordo de cessação do
contrato de trabalho – tem direito ao seguro-desemprego,
36 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível e mínimo
existencial: a pretensão de eficácia da norma constitucional em face
a ser arcado pela previdência social, que tem o caráter de
da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57. assistência financeira temporária.
37 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO.

24
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de ser- Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior
viço. ao mínimo, para os que percebem remuneração variável.

Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para pro- O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores,
teger o trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é mesmo daqueles que recebem remuneração variável (ex.:
constituído de contas vinculadas, abertas em nome de baseada em comissões por venda e metas);
cada trabalhador, quando o empregador efetua o primei-
ro depósito. O saldo da conta vinculada é formado pelos Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na
depósitos mensais efetivados pelo empregador, equivalen- remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
tes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de
atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador Também conhecido como gratificação natalina, foi ins-
tem a oportunidade de formar um patrimônio, que pode tituída no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o tra-
ser sacado em momentos especiais, como o da aquisição balhador receba o correspondente a 1/12 (um doze avos)
da casa própria ou da aposentadoria e em situações de da remuneração por mês trabalhado, ou seja, consiste no
dificuldades, que podem ocorrer com a demissão sem justa pagamento de um salário extra ao trabalhador e ao apo-
causa ou em caso de algumas doenças graves. sentado no final de cada ano.

Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacio- Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno
nalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades superior à do diurno.
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimenta-
ção, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, trans- O adicional noturno é devido para o trabalho exercido
porte e previdência social, com reajustes periódicos que durante a noite, de modo que cada hora noturna sofre a re-
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- dução de 7 minutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acrés-
ção para qualquer fim. cimo de 12,5% sobre o valor da hora diurna. Considera-se
T noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre
rata-se de uma visível norma programática da Cons- as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte; nas
tituição que tem por pretensão um salário mínimo que atividades rurais, é considerado noturno o trabalho execu-
atenda a todas as necessidades básicas de uma pessoa e tado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas
de sua família. Em pesquisa que tomou por parâmetro o do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00
preceito constitucional, detectou-se que “o salário mínimo horas do dia seguinte.
do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.892,47
em abril para que ele suprisse suas necessidades básicas e Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei,
da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, 07, constituindo crime sua retenção dolosa.
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese)”38. Quanto ao possível crime de retenção de salário, não
há no Código Penal brasileiro uma norma que determina a
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e ação de retenção de salário como crime. Apesar do artigo
à complexidade do trabalho. 7º, X, CF dizer que é crime a retenção dolosa de salário,
o dispositivo é norma de eficácia limitada, pois depende
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de empre- de lei ordinária, ainda mais porque qualquer norma penal
go, seja ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário, incriminadora é regida pela legalidade estrita (artigo 5º,
construtor civil, enfermeiro, recebe um salário base, cha- XXXIX, CF).
mado de Piso Salarial, que é sua garantia de recebimento
dentro de seu grau profissional. O Valor do Piso Salarial é Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resul-
estabelecido em conformidade com a data base da cate- tados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
goria, por isso ele é definido em conformidade com um participação na gestão da empresa, conforme definido em
acordo, ou ainda com um entendimento entre patrão e lei.
trabalhador.
A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o conhecida também por Programa de Participação nos Re-
disposto em convenção ou acordo coletivo. sultados (PPR), está prevista na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) desde a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão de 2000. Ela funciona como um bônus, que é ofertado pelo
redução implique num prejuízo maior, por exemplo, de- empregador e negociado com uma comissão de trabalha-
missão em massa durante uma crise, situações que devem dores da empresa. A CLT não obriga o empregador a forne-
ser negociadas em convenção ou acordo coletivo. cer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.

38 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-minimo-de- Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do


veria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.

25
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Salário-família é o benefício pago na proporção do lhador urbano, rural ou doméstico. Havendo necessidade
respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer de trabalho aos domingos, desde que previamente auto-
condição até a idade de quatorze anos ou inválido de qual- rizados pelo Ministério do Trabalho, aos trabalhadores é
quer idade, independente de carência e desde que o salá- assegurado pelo menos um dia de repouso semanal re-
rio-de-contribuição seja inferior ou igual ao limite máximo munerado coincidente com um domingo a cada período,
permitido. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/ dependendo da atividade (artigo 67, CLT).
MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família será de
R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas
para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal.
receber de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário-
-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de O salário das férias deve ser superior em pelo menos
qualquer idade será de R$ 24,66. um terço ao valor da remuneração normal, com todos os
adicionais e benefícios aos quais o trabalhador tem direi-
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não su- to. A cada doze meses de trabalho – denominado período
perior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, aquisitivo – o empregado terá direito a trinta dias corridos
facultada a compensação de horários e a redução da jorna- de férias, se não tiver faltado injustificadamente mais de
da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias das férias
serão diminuídos de acordo com o número de faltas).
Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraor-
dinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo
normal.
do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
A legislação trabalhista vigente estabelece que a du- dias.
ração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de
8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, O salário da trabalhadora em licença é chamado de
no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho salário-maternidade, é pago pelo empregador e por ele
dos empregados maiores ser acrescida de horas suple- descontado dos recolhimentos habituais devidos à Previ-
mentares, em número não excedentes a duas, no máximo, dência Social. A trabalhadora pode sair de licença a partir
para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo in- do último mês de gestação, sendo que o período de licen-
dividual, acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença ça é de 120 dias. A Constituição também garante que, do
normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade im- momento em que se confirma a gravidez até cinco meses
periosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente após o parto, a mulher não pode ser demitida.
permitido. A remuneração do serviço extraordinário, des-
de a promulgação da Constituição Federal, deverá cons- Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fi-
tar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença xados em lei.
normativa, e será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
superior à da hora normal. O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade
para estar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a
Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o traba- mãe nos processos pós-operatórios.
lho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva. Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da
mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei.
O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 ho-
ras para os turnos ininterruptos de revezamento, expres- Embora as mulheres sejam maioria na população de
samente ressalvando a hipótese de negociação coletiva,
10 anos ou mais de idade, elas são minoria na população
objetivou prestigiar a atuação da entidade sindical. Entre-
ocupada, mas estão em maioria entre os desocupados.
tanto, a jurisprudência evoluiu para uma interpretação res-
Acrescenta-se ainda, que elas são maioria também na po-
tritiva de seu teor, tendo como parâmetro o fato de que
pulação não economicamente ativa. Além disso, ainda há
o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgas-
tante, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisio- relevante diferença salarial entre homens e mulheres, sen-
lógica para o trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito do que os homens recebem mais porque os empregadores
psicossocial já que dificulta o convívio em sociedade e com entendem que eles necessitam de um salário maior para
a própria família. manter a família. Tais disparidades colocam em evidência
que o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido
Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, pre- de forma especial.
ferencialmente aos domingos.
Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tem-
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e po de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos
quatro) horas consecutivas, devendo ser concedido prefe- da lei.
rencialmente aos domingos, sendo garantido a todo traba-

26
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Nas relações de emprego, quando uma das partes de- Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria.
seja rescindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por
prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar à A aposentadoria é um benefício garantido a todo tra-
outra parte, através do aviso prévio. O aviso prévio tem balhador brasileiro que pode ser usufruído por aquele que
por finalidade evitar a surpresa na ruptura do contrato de tenha contribuído ao Instituto Nacional de Seguridade So-
trabalho, possibilitando ao empregador o preenchimento cial (INSS) pelos prazos estipulados nas regras da Previ-
do cargo vago e ao empregado uma nova colocação no dência Social e tenha atingido as idades mínimas previstas.
mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser Aliás, o direito à previdência social é considerado um direi-
trabalhado ou indenizado. to social no próprio artigo 6º, CF.

Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segu- dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida-
rança. de em creches e pré-escolas.

Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias
do trabalho salubre. Fiorillo39 destaca que o equilíbrio do com mais de 16 anos tem a obrigação de oferecer um es-
meio ambiente do trabalho está sedimentado na salubri- paço físico para que as mães deixem o filho de 0 a 6 meses,
dade e na ausência de agentes que possam comprometer enquanto elas trabalham. Caso não ofereçam esse espaço
a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores. aos bebês, a empresa é obrigada a dar auxílio-creche a mu-
lher para que ela pague uma creche para o bebê de até 6
Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as meses. O valor desse auxílio será determinado conforme
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou
lei. convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias
registradas não tem obrigação de conceder o benefício. É
Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, mo- facultativo (ela pode oferecer ou não). Existe a possibilida-
lesto, trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que de de o benefício ser estendido até os 6 anos de idade e
não é perigoso ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção incluir o trabalhador homem. A duração do auxílio-creche
e vigilância acima do comum. Ainda não há na legislação e o valor envolvido variarão conforme negociação coletiva
específica previsão sobre o adicional de penosidade. na empresa.
São consideradas atividades ou operações insalubres
as que se desenvolvem excesso de limites de tolerância Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e
para: ruído contínuo ou intermitente, ruídos de impacto, acordos coletivos de trabalho.
exposição ao calor e ao frio, radiações, certos agentes quí-
micos e biológicos, vibrações, umidade, etc. O exercício de Neste dispositivo se funda o direito coletivo do tra-
trabalho em condições de insalubridade assegura ao traba- balho, que encontra regulamentação constitucional nos
lhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário artigo 8º a 11 da Constituição. Pelas convenções e acor-
base do empregado (súmula 228 do TST), ou previsão mais dos coletivos, entidades representativas da categoria dos
benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalen- trabalhadores entram em negociação com as empresas na
te a 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau defesa dos interesses da classe, assegurando o respeito aos
máximo; 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau direitos sociais;
médio; 10% (dez por cento), para insalubridade de grau
mínimo. Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação,
O adicional de periculosidade é um valor devido ao na forma da lei.
empregado exposto a atividades perigosas. São conside-
radas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco homem, que pode ser feita, notadamente, qualificando o
acentuado em virtude de exposição permanente do tra- profissional para exercer trabalhos que não possam ser de-
balhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; e a sempenhados por uma máquina (ex.: se criada uma má-
roubos ou outras espécies de violência física nas atividades quina que substitui o trabalhador, deve ser ele qualificado
profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor para que possa operá-la).
do adicional de periculosidade será o salário do empre-
gado acrescido de 30%, sem os acréscimos resultantes de Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de tra-
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da em- balho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização
presa. a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem enten-
dimento unânime sobre a possibilidade de cumulação des- Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tra-
tes adicionais. tar do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a
39 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental definição de doenças e acidentes do trabalho. Não se trata
brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21. de legislação específica sobre o tema, mas sim de uma nor-

27
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ma que dispõe sobre as modalidades de benefícios da pre- A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas li-
vidência social. Referida Lei, em seu artigo 19 da preceitua mitações, possui condições de ingressar no mercado de
que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho e não pode ser preterida meramente por conta de
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do traba- sua deficiência.
lho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre traba-
temporária, da capacidade para o trabalho. lho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contri- respectivos.
buição com natureza de tributo que as empresas pagam
para custear benefícios do INSS oriundos de acidente de Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igual-
trabalho ou doença ocupacional, cobrindo a aposentadoria mente relevantes e contribuem todos para a sociedade,
especial. A alíquota normal é de um, dois ou três por cen- não cabendo a desvalorização de um trabalho apenas por
to sobre a remuneração do empregado, mas as empresas se enquadrar numa ou outra categoria.
que expõem os trabalhadores a agentes nocivos químicos,
físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferencia- Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno,
dos. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qual-
atualmente o Ministério da Previdência Social pode alterar quer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
a alíquota se a empresa investir na segurança do trabalho. condição de aprendiz, a partir de quatorze anos.
Neste sentido, nada impede que a empresa seja res-
ponsabilizada pelos acidentes de trabalho, indenizando Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabele-
o trabalhador. Na atualidade entende-se que a possibi- cendo-se uma idade mínima para trabalho e proibindo-se
lidade de cumulação do benefício previdenciário, assim o trabalho em condições desfavoráveis.
compreendido como prestação garantida pelo Estado ao
trabalhador acidentado (responsabilidade objetiva) com Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o tra-
a indenização devida pelo empregador em caso de culpa balhador com vínculo empregatício permanente e o tra-
(responsabilidade subjetiva), é pacífica, estando ampla- balhador avulso.
mente difundida na jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho; Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias em-
presas, mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores
Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultan- de mão-de-obra, possuindo os mesmos direitos que um
tes das relações de trabalho, com prazo prescricional de trabalhador com vínculo empregatício permanente.
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como
limite de dois anos após a extinção do contrato de tra- PEC das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único
balho. do artigo 7º:

Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à cate-
jurisdicional para assegurar direitos violados. Sendo assim, goria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos
há um período de tempo que o empregado tem para re- nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI,
querer seu direito na Justiça do Trabalho. A prescrição tra- XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
balhista é sempre de 2 (dois) anos a partir do término do estabelecidas em lei e observada a simplificação do cum-
contrato de trabalho, atingindo as parcelas relativas aos 5 primento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
(cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante a decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
vigência do contrato de trabalho. previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
a sua integração à previdência social. 
Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários,
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo 5) Direito coletivo do trabalho
de sexo, idade, cor ou estado civil. Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos
dos trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalha-
Há uma tendência de se remunerar melhor homens dores, coletivamente ou no interesse de uma coletivida-
brancos na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo de, quais sejam: associação profissional ou sindical, greve,
patente a diferença remuneratória para com pessoas de substituição processual, participação e representação clas-
diferente etnia, faixa etária ou sexo. Esta distinção atenta sista40.
contra o princípio da igualdade e não é aceita pelo consti- A liberdade de associação profissional ou sindical tem
tuinte, sendo possível inclusive invocar a equiparação sala- escopo no artigo 8º, CF:
rial judicialmente.
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindi-
Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discrimina- cal, observado o seguinte:
ção no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha- 40 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
dor portador de deficiência. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

28
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos em-
a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão pregados, é assegurada a eleição de um representante
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o enten-
intervenção na organização sindical; dimento direto com os empregadores.
II - é vedada a criação de mais de uma organização
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria Nacionalidade
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interes- O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que
sados, não podendo ser inferior à área de um Município; vem a ser corolário dos direitos políticos, já que somente
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes- um nacional pode adquirir direitos políticos.
ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga
questões judiciais ou administrativas; um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em ele passe a integrar o povo daquele Estado, desfrutando
se tratando de categoria profissional, será descontada em assim de direitos e obrigações.
folha, para custeio do sistema confederativo da representa- Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo
ção sindical respectiva, independentemente da contribuição não é a mesma coisa que população. População é o con-
prevista em lei; junto de pessoas residentes no país – inclui o povo, os es-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se trangeiros residentes no país e os apátridas.
filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas 1) Nacionalidade como direito humano fundamen-
negociações coletivas de trabalho; tal
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- Os direitos humanos internacionais são completamen-
tado nas organizações sindicais; te contrários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicali- indivíduo que não possui o vínculo da nacionalidade com
zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção
nenhum Estado. Logo, a nacionalidade é um direito da pes-
ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
soa humana, o qual não pode ser privado de forma arbitrá-
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
ria. Não há privação arbitrária quando respeitados os crité-
grave nos termos da lei.
rios legais previstos no texto constitucional no que tange à
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se
perda da nacionalidade. Em outras palavras, o constituinte
à organização de sindicatos rurais e de colônias de pes-
brasileiro não admite a figura do apátrida.
cadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Contudo, é exatamente por ser um direito que a na-
cionalidade não pode ser uma obrigação, garantindo-se à
O direito de greve, por seu turno, está previsto no ar-
tigo 9º, CF: pessoa o direito de deixar de ser nacional de um país e
passar a sê-lo de outro, mudando de nacionalidade, por
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos um processo conhecido como naturalização.
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em
sobre os interesses que devam por meio dele defender. seu artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacio-
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais nalidade. II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua
e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade”.
da comunidade. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às aprofunda-se em meios para garantir que toda pessoa te-
penas da lei. nha uma nacionalidade desde o seu nascimento ao adotar
o critério do jus solis, explicitando que ao menos a pessoa
A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre terá a nacionalidade do território onde nasceu, quando não
o exercício do direito de greve, define as atividades essen- tiver direito a outra nacionalidade por previsões legais di-
ciais, regula o atendimento das necessidades inadiáveis versas.
da comunidade, e dá outras providências. Enquanto não “Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa
for disciplinado o direito de greve dos servidores públicos, humana. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um
esta é a legislação que se aplica, segundo o STF. indivíduo não pode ficar ao mero capricho de um governo,
O direito de participação é previsto no artigo 10, CF: de um governante, de um poder despótico, de decisões
unilaterais, concebidas sem regras prévias, sem o contra-
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos traba- ditório, a defesa, que são princípios fundamentais de todo
lhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos pú- sistema jurídico que se pretenda democrático. A questão
blicos em que seus interesses profissionais ou previdenciá- não pode ser tratada com relativismos, uma vez que é mui-
rios sejam objeto de discussão e deliberação. to séria”41.
41 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos artigos XV e XVI. In:
Por fim, aborda-se o direito de representação classista BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
no artigo 11, CF: Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 87-88.

29
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e in- No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro nato
ternacional a previsão do direito de asilo, consistente no também pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer dos pais
direito de buscar abrigo em outro país quando naquele do estiver a serviço do Brasil, é considerado brasileiro nato,
qual for nacional estiver sofrendo alguma perseguição. Tal mesmo que nasça em outro país. Se qualquer dos pais não
perseguição não pode ter motivos legítimos, como a práti- estiverem a serviço do Brasil e a pessoa nascer no exte-
ca de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios rior é exigido que o nascido do exterior venha ao território
das Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade brasileiro e aqui resida ou que tenha sido registrado em
desta proteção. Em suma, o que se pretende com o direi- repartição competente, caso em que poderá, aos 18 anos,
to de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos manifestar-se sobre desejar permanecer com a nacionali-
humanos de uma pessoa por parte daqueles que deve- dade brasileira ou não.
riam protegê-los – isto é, os governantes e os entes sociais
como um todo –, e não proteger pessoas que justamente b) Brasileiros naturalizados
cometeram tais violações.
Art. 12, CF. São brasileiros: [...]
2) Naturalidade e naturalização II - naturalizados:
O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
são os nacionais brasileiros, dividindo-os em duas catego- de brasileira, exigidas aos originários de países de língua
rias: natos e naturalizados. Percebe-se que naturalidade é portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto
diferente de nacionalidade – naturalidade é apenas o local e idoneidade moral;
de nascimento, nacionalidade é um efetivo vínculo com o b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, resi-
Estado. dentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze
Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
tanto por ter nascido no território brasileiro quanto por requeiram a nacionalidade brasileira.
voluntariamente se naturalizar como brasileiro, como se
percebe no teor do artigo 12, CF. O estrangeiro, num con- A naturalização deve ser voluntária e expressa.
ceito tomado à base de exclusão, é todo aquele que não é O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a
nacional brasileiro. questão da naturalização em mais detalhes, prevendo no
artigo 112:
a) Brasileiros natos
Art. 12, CF. São brasileiros: Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a con-
I - natos: cessão da naturalização:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam II - ser registrado como permanente no Brasil;
a serviço de seu país; III - residência contínua no território nacional, pelo
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço ao pedido de naturalização;
da República Federativa do Brasil; IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de condições do naturalizando;
mãe brasileira, desde que sejam registrados em reparti- V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à
ção brasileira competente ou venham a residir na Repú- manutenção própria e da família;
blica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, VI - bom procedimento;
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade bra- VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação
sileira. no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja comi-
nada pena mínima de prisão, abstratamente considerada,
Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a superior a 1 (um) ano; e
atribuição da nacionalidade primária – nacional nato –, VIII - boa saúde.
notadamente: ius soli, direito de solo, o nacional nascido
em território do país independentemente da nacionalidade Destaque vai para o requisito da residência contínua.
dos pais; e ius sanguinis, direito de sangue, que não depen- Em regra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos
de do local de nascimento mas sim da descendência de um contínuos, conforme o inciso III do referido artigo 112. No
nacional do país (critério comum em países que tiveram entanto, por previsão constitucional do artigo 12, II, “a”, se
êxodo de imigrantes). o estrangeiro foi originário de país com língua portuguesa
O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce o prazo de residência contínua é reduzido para 1 ano. Daí
no território brasileiro – critério do ius soli, ainda que fi- se afirmar que o constituinte estabeleceu a naturalização
lho de pais estrangeiros, desde que não sejam estrangeiros ordinária no artigo 12, II, “b” e a naturalização extraordiná-
que estejam a serviço de seu país ou de organismo inter- ria no artigo 12, II, “a”.
nacional (o que geraria um conflito de normas). Contudo, Outra diferença sensível é que à naturalização ordiná-
também é possível ser brasileiro nato ainda que não se te- ria se aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, se-
nha nascido no território brasileiro. gundo o qual “a satisfação das condições previstas nesta

30
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Lei não assegura ao estrangeiro direito à naturalização”. Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência
Logo, na naturalização ordinária não há direito subjetivo à permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
naturalização, mesmo que preenchidos todos os requisitos. brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao bra-
Trata-se de ato discricionário do Ministério da Justiça. O sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
mesmo não vale para a naturalização extraordinária, quan-
do há direito subjetivo, cabendo inclusive a busca do Poder É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o
Judiciário para fazê-lo valer42. mesmo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado
de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República Fe-
c) Tratamento diferenciado derativa do Brasil e a República Portuguesa, assinado em
A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou 22 de abril de 2000 (Decreto nº 3.927/2001).
naturalizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste As vantagens conferidas são: igualdade de direitos ci-
sentido, o artigo 12, § 2º, CF: vis, não sendo considerado um estrangeiro; gozo de direi-
tos políticos se residir há 3 anos no país, autorizando-se
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distin- o alistamento eleitoral. No caso de exercício dos direitos
ção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos ca- políticos nestes moldes, os direitos desta natureza ficam
sos previstos nesta Constituição. suspensos no outro país, ou seja, não exerce simultanea-
mente direitos políticos nos dois países.
Percebe-se que a Constituição simultaneamente esta-
belece a não distinção e se reserva ao direito de estabele- 4) Perda da nacionalidade
cer as hipóteses de distinção. Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da nacio-
Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram nalidade do brasileiro que:
enumeradas no parágrafo seguinte. I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença ju-
dicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
os cargos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; lei estrangeira;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangei-
III - de Presidente do Senado Federal; ra, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como con-
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; dição para permanência em seu território ou para o exercício
V - da carreira diplomática; de direitos civis.
VI - de oficial das Forças Armadas;
VII - de Ministro de Estado da Defesa. A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818,
de 18 de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda e
A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa no a reaquisição da nacionalidade, e a perda dos direitos po-
exercício da presidência da República ou de cargo que pos- líticos. No processo deve ser respeitado o contraditório e
sa levar a esta posição provisoriamente deve ser natural do a iniciativa de propositura é do Procurador da República.
país (ausente o Presidente da República, seu vice-presiden- No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo,
te desempenha o cargo; ausente este assume o Presiden- percebe-se a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea
te da Câmara; também este ausente, em seguida, exerce “a” aceita-se que a pessoa tenha nacionalidade brasileira
o cargo o Presidente do Senado; e, por fim, o Presidente e outra se ao seu nascimento tiver adquirido simultanea-
do Supremo pode assumir a presidência na ausência dos mente a nacionalidade do Brasil e outro país; na alínea “b”
anteriores – e como o Presidente do Supremo é escolhido é reconhecida a mesma situação se a aquisição da nacio-
num critério de revezamento nenhum membro pode ser nalidade do outro país for uma exigência para continuar
naturalizado); ou a de que o cargo ocupado possui forte lá permanecendo ou exercendo seus direitos civis, pois se
impacto em termos de representação do país ou de segu- assim não o fosse o brasileiro seria forçado a optar por uma
rança nacional. nacionalidade e, provavelmente, se ver privado da naciona-
Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasi- lidade brasileira.
leiro naturalizado como membro do Conselho da Repúbli-
ca (artigos 89 e 90, CF); impossibilidade de ser proprietário 5) Deportação, expulsão e entrega
de empresa jornalística, de radiodifusão sonora e imagens, A deportação representa a devolução compulsória de
salvo se já naturalizado há 10 anos (artigo 222, CF); possi- um estrangeiro que tenha entrado ou esteja de forma ir-
bilidade de extradição do brasileiro naturalizado que tenha regular no território nacional, estando prevista na Lei nº
praticado crime comum antes da naturalização ou, depois 6.815/1980, em seus artigos 57 e 58. Neste caso, não hou-
dela, crime de tráfico de drogas (artigo 5º, LI, CF). ve prática de qualquer ato nocivo ao Brasil, havendo, pois,
mera irregularidade de visto.
3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses A expulsão é a retirada “à força” do território brasi-
Nos termos do artigo 12, § 1º, CF: leiro de um estrangeiro que tenha praticado atos tipifica-
dos no artigo 65 e seu parágrafo único, ambos da Lei nº
42 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em teleconferência. 6.815/1980:

31
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o es- § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a
trangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a seguran- bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
ça nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
moralidade pública e a economia popular, ou cujo proce- derão ter símbolos próprios.
dimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses na-
cionais. Idioma é a língua falada pela população, que confere
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o es- caráter diferenciado em relação à população do resto do
trangeiro que: mundo. Sendo assim, é manifestação social e cultural de
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou per- uma nação.
manência no Brasil; Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da
b) havendo entrado no território nacional com infração nação e permitem o seu reconhecimento nacional e inter-
à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado nacionalmente.
Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a pre-
para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
visão é feito dentro do capítulo do texto constitucional que
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
aborda o tema.
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei
para estrangeiro.
Direitos políticos
A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos di-
nacional a um tribunal internacional do qual o próprio país reitos políticos, já que somente um nacional pode adquirir
faz parte. É o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil en- direitos políticos. No entanto, nem todo nacional é titular
tregasse um brasileiro para julgamento pelo Tribunal Penal de direitos políticos. Os nacionais que são titulares de direi-
Internacional (competência reconhecida na própria Consti- tos políticos são denominados cidadãos. Significa afirmar
tuição no artigo 5º, §4º). que nem todo nacional brasileiro é um cidadão brasileiro,
mas somente aquele que for titular do direito de sufrágio
6) Extradição universal.
A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão
e da entrega. Extradição é um ato de cooperação interna- 1) Sufrágio universal
cional que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a sobera-
condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. nia popular será exercida pelo sufrágio universal [...]”.
O Brasil, sob hipótese alguma, extraditará brasileiros natos Sufrágio universal é a soma de duas capacidades elei-
mas quanto aos naturalizados assim permite caso tenham torais, a capacidade ativa – votar e exercer a democracia
praticado crimes comuns (exceto crimes políticos e/ou de direta – e a capacidade passiva – ser eleito como represen-
opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois da na- tante no modelo da democracia indireta. Ou ainda, sufrá-
turalização, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito gio universal é o direito de todos cidadãos de votar e ser
de entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF). votado. O voto, que é o ato pelo qual se exercita o sufrágio,
Aplicam-se os seguintes princípios à extradição: deverá ser direto e secreto.
a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangei- Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa,
ro só pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime mas não apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim,
objeto do pedido de extradição. O importante é que o ex- nem toda pessoa que tem capacidade ativa tem também
capacidade passiva, embora toda pessoa que tenha capa-
traditado só seja submetido às penas relativas aos crimes
cidade passiva tenha necessariamente a ativa.
que foram objeto do pedido de extradição.
b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado
2) Democracia direta e indireta
deve ser punível no Estado requerente e no Brasil. Logo,
Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo su-
além do fato ser típico em ambos os países, deve ser puní- frágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
vel em ambos (se houve prescrição em algum dos países, para todos, e, nos termos da lei, mediante:
p. ex., não pode ocorrer a extradição). I - plebiscito;
c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de II - referendo;
um tratado de extradição entre dois países ter sido cele- III - iniciativa popular.
brado após a ocorrência do crime não impede a extradição.
d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos): A democracia brasileira adota a modalidade semidire-
Se o crime for apenado por qualquer das penas vedadas ta, porque possibilita a participação popular direta no po-
pelo artigo 5º, XLVII da CF, a extradição não será autoriza- der por intermédio de processos como o plebiscito, o refe-
da, salvo se houver a comutação da pena, transformação rendo e a iniciativa popular. Como são hipóteses restritas,
para uma pena aceita no Brasil. pode-se afirmar que a democracia indireta é predominan-
temente adotada no Brasil, por meio do sufrágio univer-
7) Idioma e símbolos sal e do voto direto e secreto com igual valor para todos.
Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da Quanto ao voto direto e secreto, trata-se do instrumento
República Federativa do Brasil. para o exercício da capacidade ativa do sufrágio universal.

32
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do refe- I - a nacionalidade brasileira;


rendo é o momento da consulta à população: no plebis- II - o pleno exercício dos direitos políticos;
cito, primeiro se consulta a população e depois se toma a III - o alistamento eleitoral;
decisão política; no referendo, primeiro se toma a decisão IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
política e depois se consulta a população. Embora os dois V - a filiação partidária;
partam do Congresso Nacional, o plebiscito é convocado, VI - a idade mínima de:
ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV, CF), am- a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente
bos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha é da República e Senador;
que os dois são “formas de consulta ao povo para que de- b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de
libere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza Estado e do Distrito Federal;
constitucional, legislativa ou administrativa”43. c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado
Na iniciativa popular confere-se à população o poder Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
de apresentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, d) dezoito anos para Vereador.
mediante assinatura de 1% do eleitorado nacional, distri-
buído por 5 Estados no mínimo, com não menos de 0,3% Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
dos eleitores de cada um deles. Em complemento, prevê o analfabetos.
artigo 61, §2°, CF:
Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à
Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida nacionalidade e à titularidade de direitos políticos. Logo,
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei para ser eleito é preciso ser cidadão.
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacio- O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista
nal, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me- como eleitor e, em regra, é no município onde reside, mas
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. pode não o ser caso analisados aspectos como o vínculo
de afeto com o local (ex.: Presidente Dilma vota em Porto
3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do Alegre – RS, embora resida em Brasília – DF). Sendo assim,
voto para se candidatar a cargo no município, deve ter domicílio
O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, deve
dezoito anos são, em regra, obrigatórios. Há facultativi- ter domicílio eleitoral em um de seus municípios; para se
dade para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os candidatar a cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral
maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. em uma das unidades federadas do país. Aceita-se a trans-
ferência do domicílio eleitoral ao menos 1 ano antes das
Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são: eleições.
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; A filiação partidária implica no lançamento da candi-
II - facultativos para: datura por um partido político, não se aceitando a filiação
a) os analfabetos; avulsa.
b) os maiores de setenta anos; Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisito
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. etário, com faixa etária mínima para o desempenho de cada
uma das funções, a qual deve ser auferida na data da posse.
No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais
brasileiros, já que, nos termos do artigo 14, §2º, CF: 5) Inelegibilidade
Atender às condições de elegibilidade é necessário
Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores para poder ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso
os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obri- não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegi-
gatório, os conscritos. bilidade.
A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na
Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestan- absoluta, são atingidos todos os cargos; nas relativas, são
do serviço militar obrigatório, pois são necessárias tropas atingidos determinados cargos.
disponíveis para os dias da eleição.
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os
4) Elegibilidade analfabetos.
O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de
elegibilidade, ou seja, os requisitos que devem ser preen- O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibili-
chidos para que uma pessoa seja eleita, no exercício de sua dade, que são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser
capacidade passiva do sufrágio universal. elegível é preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm a
faculdade de votar, mas não podem ser votados) e é preci-
Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na so possuir a capacidade eleitoral ativa – poder votar (inalis-
forma da lei: táveis são aqueles que não podem tirar o título de eleitor,
43 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. portanto, não podem votar, notadamente: os estrangeiros
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. e os conscritos durante o serviço militar obrigatório).

33
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Go- São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos,
vernadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e os militares que não podem se alistar ou os que podem,
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mas não preenchem as condições do §8º do artigo 14, CF,
mandatos poderão ser reeleitos para um único período sub- ou seja, se não se afastar da atividade caso trabalhe há me-
sequente. nos de 10 anos, se não for agregado pela autoridade supe-
rior (suspenso do exercício das funções por sua autoridade
Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibili- sem prejuízo de remuneração) caso trabalhe há mais de
dade relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer 10 anos (sendo que a eleição passa à condição de inativo).
das esferas for substituído por seu vice no curso do man-
dato, este vice somente poderá ser eleito para um período Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá ou-
subsequente. tros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a
Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
último ano de governo para concorrer ao Senado Federal e para exercício de mandato considerada vida pregressa do
é substituído pelo seu vice-governador. Se este se candida- candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições con-
tar e for eleito, não poderá ao final deste mandato se ree- tra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício
leger. Isto é, se o mandato o candidato renuncia no início de função, cargo ou emprego na administração direta ou
de 2010 o seu mandato de 2007-2010, assumindo o vice indireta.
em 2010, poderá este se candidatar para o mandato 2011-
2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger para o O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos
mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que aconteceu do artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode
com o ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, estabelecer outros casos, tanto de inelegibilidades absolu-
que assumiu em 2010 no lugar de Aécio Neves o governo tas como de inelegibilidades relativas. Neste sentido, a Lei
do Estado de Minas Gerais e foi eleito governador entre Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, estabelece
2011 e 2014, mas não pode se candidatar à reeleição, con- casos de inelegibilidade, prazos de cessação, e determina
outras providências. Esta lei foi alterada por aquela que fi-
correndo por isso a uma vaga no Senado Federal.
cou conhecida como Lei da Ficha Limpa, Lei Complementar
nº 135, de 04 de junho de 2010, principalmente em seu
Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos,
artigo 1º, que segue.
o Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respecti-
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis:
vos mandatos até seis meses antes do pleito.
I - para qualquer cargo:
a) os inalistáveis e os analfabetos;
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias
os chefes do Executivo que não renunciarem aos seus man- Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Munici-
datos até seis meses antes do pleito eleitoral, antes das pais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infrin-
eleições. Ex.: Se a eleição aconteceu em 05/10/2014, neces- gência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Consti-
sário que tivesse renunciado até 04/04/2014. tuição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de
mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos
Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de ju- Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se rea-
risdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos lizarem durante o período remanescente do mandato para o
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presiden- qual foram eleitos e nos oito anos subsequentes ao término
te da República, de Governador de Estado ou Território, do da legislatura;
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído d) os que tenham contra sua pessoa representação jul-
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular gada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada
de mandato eletivo e candidato à reeleição. em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de
apuração de abuso do poder econômico ou político, para a
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o se- como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
gundo grau ou por adoção, dos Chefes do Executivo ou (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
de quem os tenha substituído ao final do mandato, a não e) os que forem condenados, em decisão transitada em
ser que seja já titular de mandato eletivo e candidato à julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a
reeleição. condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após
o cumprimento da pena, pelos crimes: (Redação dada pela
Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, aten- Lei Complementar nº 135, de 2010)
didas as seguintes condições: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administra-
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afas- ção pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei Com-
tar-se da atividade; plementar nº 135, de 2010)
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o
pela autoridade superior e, se eleito, passará automatica- mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falên-
mente, no ato da diplomação, para a inatividade. cia; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)

34
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído desde o oferecimento de representação ou petição capaz de
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) autorizar a abertura de processo por infringência a dispositi-
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de vo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei
liberdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Muni-
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver cípio, para as eleições que se realizarem durante o período
condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exer- remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8
cício de função pública; (Incluído pela Lei Complementar nº (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído
135, de 2010) pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; l) os que forem condenados à suspensão dos direitos
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade
tortura, terrorismo e hediondos; administrativa que importe lesão ao patrimônio público e
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei cumprimento da pena; (Incluído pela Lei Complementar nº
Complementar nº 135, de 2010) 135, de 2010)
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por
bando; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) decisão sancionatória do órgão profissional competente, em
f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8
com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso
dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar nº
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de 135, de 2010)
cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade in- n) os que forem condenados, em decisão transitada em
sanável que configure ato doloso de improbidade adminis- julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão
trativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou
se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judi- de união estável para evitar caracterização de inelegibilida-
ciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos de, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer
seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se a fraude; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a o) os que forem demitidos do serviço público em decor-
todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de manda- rência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de
tários que houverem agido nessa condição; (Redação dada 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei
h) os detentores de cargo na administração pública di- Complementar nº 135, de 2010)
reta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a ter- p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res-
ceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão
condenados em decisão transitada em julgado ou proferida transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da
por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concor- Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão,
rem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se observando-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído
realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Lei Complementar nº 135, de 2010) q) os magistrados e os membros do Ministério Público
i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento que forem aposentados compulsoriamente por decisão san-
ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de pro- cionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que
cesso de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na
nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, car- pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo
go ou função de direção, administração ou representação, de 8 (oito) anos; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de
enquanto não forem exonerados de qualquer responsabili- 2010)
dade; II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
j) os que forem condenados, em decisão transitada em a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente
julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, de seus cargos e funções:
por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por 1. os Ministros de Estado:
doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha 2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e
ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas militar, da Presidência da República;
eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diplo- 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações
ma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído da Presidência da República;
pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da
do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Na- República;
cional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e
das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos da Aeronáutica;

35
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica; serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder
8. os Magistrados; Público ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que
9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autar- obedeça a cláusulas uniformes;
quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham
fundações públicas e as mantidas pelo poder público; afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao
10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de pleito;
Territórios; I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos
11. os Interventores Federais; órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta
12. os Secretários de Estado; da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e
13. os Prefeitos Municipais; dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder
14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao
Estados e do Distrito Federal; pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos
15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal; integrais;
16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios Distrito Federal;
e as pessoas que ocupem cargos equivalentes; a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-
b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores -Presidente da República especificados na alínea a do inciso
à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se
qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de nomea- tratar de repartição pública, associação ou empresas que
ção pelo Presidente da República, sujeito à aprovação prévia operem no território do Estado ou do Distrito Federal, obser-
do Senado Federal; vados os mesmos prazos;
c) (Vetado); b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente
d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem de seus cargos ou funções:
competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no 1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador
do Estado ou do Distrito Federal;
lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e
e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais,
Zona Aérea;
ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades;
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de as-
e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham
sistência aos Municípios;
exercido cargo ou função de direção, administração ou re-
4. os secretários da administração municipal ou mem-
presentação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da
bros de órgãos congêneres;
Lei n° 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âm-
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
bito e natureza de suas atividades, possam tais empresas a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
influir na economia nacional; os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente
f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do
empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísti- Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para
cas previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na a desincompatibilização;
alínea anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 b) os membros do Ministério Público e Defensoria Públi-
(seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o ca em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores
abuso apurado, do poder econômico, ou de que transferiram, ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais;
por força regular, o controle de referidas empresas ou grupo c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercí-
de empresas; cio no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses ante- V - para o Senado Federal:
riores ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, ad- a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Pre-
ministração ou representação em entidades representativas sidente da República especificados na alínea a do inciso II
de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tra-
impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e tar de repartição pública, associação ou empresa que opere
repassados pela Previdência Social; no território do Estado, observados os mesmos prazos;
h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das fun- b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis
ções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Supe- para os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mes-
rintendente de sociedades com objetivos exclusivos de ope- mas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
rações financeiras e façam publicamente apelo à poupança VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa
e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da empresa e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade
ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer forma, de de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas
vantagens asseguradas pelo poder público, salvo se decor- condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
rentes de contratos que obedeçam a cláusulas uniformes; VII - para a Câmara Municipal:
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações,
hajam exercido cargo ou função de direção, administração os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos
ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a de-
mantenha contrato de execução de obras, de prestação de sincompatibilização;

36
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja,
Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses da interdição da pessoa para a prática de atos da vida civil,
para a desincompatibilização . entre os quais obviamente se enquadra o sufrágio univer-
§ 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da sal.
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da con-
e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos denação criminal, que é a suspensão de direitos políticos.
até 6 (seis) meses antes do pleito. O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação mi-
§ 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Pre- litar ou a prestação substitutiva imposta em caso de escusa
feito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando moral ou religiosa.
os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 O inciso V se refere à ação de improbidade administra-
(seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou tiva, que tramita para apurar a prática dos atos de improbi-
substituído o titular. dade administrativa, na qual uma das penas aplicáveis é a
§ 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titu-
suspensão dos direitos políticos.
lar, o cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o
Os direitos políticos somente são perdidos em dois
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
casos, quais sejam cancelamento de naturalização por
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal,
sentença transitada em julgado (o indivíduo naturalizado
de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6
(seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de man- volta à condição de estrangeiro) e perda da nacionalidade
dato eletivo e candidato à reeleição. brasileira em virtude da aquisição de outra (brasileiro se
§ 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I naturaliza em outro país e assim deixa de ser considera-
deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles do um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos). Nos
definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem demais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de
aos crimes de ação penal privada. (Incluído pela Lei Com- direitos políticos pela prática de atos atentatórios contra a
plementar nº 135, de 2010) Administração Pública por parte do servidor, mas apenas
§ 5º A renúncia para atender à desincompatibilização suspensão.
com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção A cassação de direitos políticos, consistente na retirada
de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea dos direitos políticos por ato unilateral do poder público,
k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao dis- sem observância dos princípios elencados no artigo 5º, LV,
posto nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Comple- CF (ampla defesa e contraditório), é um procedimento que
mentar nº 135, de 2010). só existe nos governos ditatoriais e que é absolutamente
vedado pelo texto constitucional.
6) Impugnação de mandato
Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a im- 8) Anterioridade anual da lei eleitoral
pugnação de mandato.
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará
Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser im- em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à elei-
pugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias ção que ocorra até um ano da data de sua vigência. 
contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo me-
nos 1 ano antes da próxima eleição, sob pena de não se
Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato
aplicar a ela, mas somente ao próximo pleito.
tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Partidos políticos
7) Perda e suspensão de direitos políticos
Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: político e encontra respaldo enquanto direito fundamental,
I - cancelamento da naturalização por sentença transi- já que regulamentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias
tada em julgado; Fundamentais”, capítulo V, “Dos Partidos Políticos”.
II - incapacidade civil absoluta; O caput do artigo 17 da Constituição prevê:
III - condenação criminal transitada em julgado, en-
quanto durarem seus efeitos; Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos funda-
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, mentais da pessoa humana [...].
§ 4º.
Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabe-
O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização, lecendo a Constituição um limite de números de partidos
o que faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, por- políticos que possam ser constituídos, permitindo também
tanto, deixe de ser titular de direitos políticos. que sejam extintos, fundidos e incorporados.

37
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os pre- O pacto federativo brasileiro se afirmou ao inverso do
ceitos a serem observados na liberdade partidária: cará- que os Estados federados geralmente se formam. Trata-se
ter nacional, ou seja, terem por objetivo o desempenho de de federalismo por desagregação – tinha-se um Estado
atividade política no âmbito interno do país; proibição de uno, com a União centralizada em suas competências, e di-
recebimento de recursos financeiros de entidade ou gover- vidiu-se em unidades federadas. Difere-se do denominado
no estrangeiros ou de subordinação a estes, logo, o Poder federalismo por agregação, no qual unidades federativas
Público não pode financiar campanhas eleitorais; prestação autônomas se unem e formam um Poder federal no qual
de contas à Justiça Eleitoral, notadamente para resguardar a se concentrarão certas atividades, tornando o Estado mais
mencionada vedação; e funcionamento parlamentar de acor- forte (ex.: Estados Unidos da América).
do com a lei. Ainda, a lei veda a utilização de organização pa- No federalismo por agregação, por já vir tradicional-
ramilitar por parte dos partidos políticos (artigo 17, §4º, CF). mente das bases do Estado a questão da autonomia das
O respeito a estes ditames permite o exercício do par- unidades federadas, percebe-se um federalismo real na
tidarismo de forma autônoma em termos estruturais e or- prática. Já no federalismo por desagregação nota-se uma
ganizacionais, conforme o §1º do artigo 17, CF: persistente tendência centralizadora.
Prova de que nem mesmo o constituinte brasileiro en-
Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos auto- tendeu o federalismo que estava criando é o fato de ter
nomia para definir sua estrutura interna, organização e fun- colocado o município como entidade federativa autônoma.
cionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime No modelo tradicional, o pacto federativo se dá apenas en-
de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vincu- tre União e estados-membros, motivo pelo qual a doutrina
lação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, afirma que o federalismo brasileiro é atípico.
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer Além disso, pelo que se desprende do modelo de di-
normas de disciplina e fidelidade partidária.  visão de competências a ser estudado neste capítulo, aca-
bou-se esvaziando a competência dos estados-membros,
Os estatutos que tecem esta regulamentação devem ser mantendo uma concentração de poderes na União e distri-
registrados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º, CF).
buindo vasta gama de poderes aos municípios.
Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à
mídia, prevê o §3º do artigo 17 da CF:
Art. 18, caput, CF. A organização político-administra-
tiva da República Federativa do Brasil compreende a União,
Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a re-
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos au-
cursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
tônomos, nos termos desta Constituição.
televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
organização paramilitar. Ainda assim, inegável, pela redação do caput do artigo
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requi- 18, CF, que o Brasil adota um modelo de Estado Federado
sitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato no qual são considerados entes federados e, como tais, au-
e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido tônomos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada cípios. Esta autonomia se reflete tanto numa capacidade de
para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e auto-organização (normatização própria) quanto numa ca-
de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.     (In- pacidade de autogoverno (administrar-se pelos membros
cluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) eleitos pelo eleitorado da unidade federada).

Artigo 18, §1º, CF. Brasília é a Capital Federal.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: ORGANIZAÇÃO Brasília é a capital da República Federativa do Brasil,


POLÍTICO-ADMINISTRATIVA. UNIÃO. sendo um dos municípios que compõem o Distrito Federal.
ESTADOS FEDERADOS. MUNICÍPIOS. O Distrito Federal tem peculiaridades estruturais, não sen-
DISTRITO FEDERAL. do nem um Município, nem um Estado, tanto é que o caput
deste artigo 18 o nomeia em separado. Trata-se, assim, de
unidade federativa autônoma.

Da organização político-administrativa Artigo 18, §2º, CF. Os Territórios Federais integram a


O artigo 18 da Constituição Federal tem caráter genéri- União, e sua criação, transformação em Estado ou reinte-
co e regulamenta a organização político-administrativa do gração ao Estado de origem serão reguladas em lei comple-
Estado. Basicamente, define os entes federados que irão mentar.
compor o Estado brasileiro.
Neste dispositivo se percebe o Pacto Federativo firma- Apesar dos Territórios Federais integrarem a União, eles
do entre os entes autônomos que compõem o Estado bra- não podem ser considerados entes da federação, logo não
sileiro. Na federação, todos os entes que compõem o Es- fazem parte da organização político-administrativa, não
tado têm autonomia, cabendo à União apenas concentrar dispõem de autonomia política e não integram o Estado
esforços necessários para a manutenção do Estado uno. Federal. São meras descentralizações administrativo-ter-

38
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ritoriais pertencentes à União. A Constituição Federal de Artigo 98, CC. São públicos os bens de domínio nacional
1988 aboliu todos os territórios então existentes: Fernando pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno;
de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
Pernambuco, Amapá e Roraima ganham o status integral pertencerem.
de Estados da Federação.
Artigo 99, CC. São bens públicos:
Artigo 18, §3º, CF. Os Estados podem incorporar-se en- I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,
tre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem estradas, ruas e praças;
a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
mediante aprovação da população diretamente interessa- destinados a serviço ou estabelecimento da administração
da, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de
complementar. suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das
Artigo 18, §4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
estadual, dentro do período determinado por Lei Comple- Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, con-
mentar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante sideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas ju-
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após rídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresenta- direito privado.
dos e publicados na forma da lei.
Artigo 100, CC. Os bens públicos de uso comum do
Como se percebe pelos dispositivos retro, é possível povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto con-
criar, incorporar e desmembrar os Estados-membros e os servarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar.
Municípios. No caso dos Estados, exige-se plebiscito e lei
federal. No caso dos municípios, exige-se plebiscito e lei Artigo 101, CC. Os bens públicos dominicais podem ser
estadual. alienados, observadas as exigências da lei.
Ressalta-se que é aceita a subdivisão e o desmembra-
mento no âmbito interno, mas não se permite que uma Artigo 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a
parte do país se separe do todo, o que atentaria contra o usucapião.
pacto federativo.
Artigo 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode
Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido le-
Federal e aos Municípios: galmente pela entidade a cuja administração pertencerem.
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencio-
ná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com Os bens da União estão enumerados no artigo 20 e os
eles ou seus representantes relações de dependência ou bens dos Estados-membros no artigo 26, ambos da Cons-
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de inte- tituição, que seguem abaixo. Na divisão de bens estabele-
resse público; cida pela Constituição Federal denota-se o caráter residual
II - recusar fé aos documentos públicos; dos bens dos Estados-membros porque exige-se que estes
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências en- não pertençam à União ou aos Municípios.
tre si.
Artigo 20, CF. São bens da União:
Embora o artigo 19 traga algumas vedações expressas I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem
aos entes federados, fato é que todo o sistema constitucio- a ser atribuídos;
nal traz impedimento à atuação das unidades federativas II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das
e de seus administradores. Afinal, não possuem liberdade fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
para agirem como quiserem e somente podem fazer o que federais de comunicação e à preservação ambiental, defini-
a lei permite (princípio da legalidade aplicado à Adminis- das em lei;
tração Pública). III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
Repartição de competências e bens sirvam de limites com outros países, ou se estendam a terri-
O título III da Constituição Federal regulamenta a orga- tório estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
nização do Estado, definindo competências administrativas marginais e as praias fluviais;
e legislativas, bem como traçando a estrutura organizacio- IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
nal por ele tomada. com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
Bens Públicos são todos aqueles que integram o pa- e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de
trimônio da Administração Pública direta e indireta, sendo Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público
que todos os demais bens são considerados particulares. e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
Destaca-se a disciplina do Código Civil:

39
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

V - os recursos naturais da plataforma continental e da II - declarar a guerra e celebrar a paz;


zona econômica exclusiva; III - assegurar a defesa nacional;
VI - o mar territorial; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
VIII - os potenciais de energia hidráulica; ou nele permaneçam temporariamente;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar- intervenção federal;
queológicos e pré-históricos; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. material bélico;
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao VII - emitir moeda;
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da VIII - administrar as reservas cambiais do País e fisca-
administração direta da União, participação no resultado lizar as operações de natureza financeira, especialmente as
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros e de previdência privada;
recursos minerais no respectivo território, plataforma conti- IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais
nental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou com- de ordenação do território e de desenvolvimento econô-
pensação financeira por essa exploração. mico e social;
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacio-
largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada nal;
como faixa de fronteira, é considerada fundamental para XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,
defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
serão reguladas em lei. nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos ser-
viços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
Artigo 26, CF. Incluem-se entre os bens dos Estados: institucionais;
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emer- XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
gentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da concessão ou permissão:
lei, as decorrentes de obras da União; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e ima-
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que es- gens;
tiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da b) os serviços e instalações de energia elétrica e o apro-
União, Municípios ou terceiros; veitamento energético dos cursos de água, em articulação
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à com os Estados onde se situam os potenciais hidroener-
União; géticos;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura
da União. aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
Competência material e legislativa da União, Esta- entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que trans-
dos e Municípios ponham os limites de Estado ou Território;
1) Competência organizacional-administrativa ex- e) os serviços de transporte rodoviário interestadual
clusiva da União e internacional de passageiros;
A Constituição Federal, quando aborda a competência f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
da União, traz no artigo 21 a expressão “compete à União” XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis-
e no artigo 22 a expressão “compete privativamente à tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a
União”. Neste sentido, questiona-se se a competência no Defensoria Pública dos Territórios;
artigo 21 seria privativa. Obviamente, não seria comparti- XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia mi-
lhada, pois os casos que o são estão enumerados no texto litar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Fede-
constitucional. ral, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Com efeito, entende-se que o artigo 21, CF, enumera Federal para a execução de serviços públicos, por meio de
competências exclusivas da União. Estas expressões que fundo próprio;
a princípio seriam sinônimas assumem significado diverso. XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatísti-
Privativa é a competência da União que pode ser delegada ca, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
a outras unidades federadas e exclusiva é a competência da XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
União que somente pode ser exercida por ela. diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
O artigo 21, que traz as competências exclusivas da XVII - conceder anistia;
União, trabalha com questões organizacional-administra- XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
tivas. tra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
Artigo 21, CF. Compete à União: XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
I - manter relações com Estados estrangeiros e parti- recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
cipar de organizações internacionais; de seu uso;

40
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba- 2) Competência legislativa privativa da União


no, inclusive habitação, saneamento básico e transportes A competência legislativa da União é privativa e, sendo
urbanos; assim, pode ser delegada. As matérias abaixo relacionadas
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema somente podem ser legisladas por atos normativos com
nacional de viação; abrangência nacional, mas é possível que uma lei comple-
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero- mentar autorizar que determinado Estado regulamente
portuária e de fronteiras; questão devidamente especificada.
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares
de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a Artigo 22, CF. Compete privativamente à União legislar
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a in- sobre:
dustrialização e o comércio de minérios nucleares e seus I - direito civil, comercial, penal, processual, eleito-
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: ral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do tra-
a) toda atividade nuclear em território nacional so- balho;
mente será admitida para fins pacíficos e mediante aprova- II - desapropriação;
ção do Congresso Nacional; III - requisições civis e militares, em caso de iminente
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer- perigo e em tempo de guerra;
cialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e IV - águas, energia, informática, telecomunicações e
usos médicos, agrícolas e industriais; radiodifusão;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, V - serviço postal;
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garan-
igual ou inferior a duas horas; tias dos metais;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde- VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferên-
pende da existência de culpa; cia de valores;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do tra- VIII - comércio exterior e interestadual;
balho; IX - diretrizes da política nacional de transportes;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exer- X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, ma-
cício da atividade de garimpagem, em forma associativa. rítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte;
Envolve a competência organizacional-administrativa XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e me-
da União a atuação regionalizada com vistas à redução das talurgia;
desigualdade regionais, descrita no artigo 43 da Constitui- XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
ção Federal: XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e
Artigo 43, CF. Para efeitos administrativos, a União po- expulsão de estrangeiros;
derá articular sua ação em um mesmo complexo geoeco- XVI - organização do sistema nacional de emprego e
nômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redu- condições para o exercício de profissões;
ção das desigualdades regionais. XVII - organização judiciária, do Ministério Públi-
§ 1º Lei complementar disporá sobre: co do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
I - as condições para integração de regiões em desen- Pública dos Territórios, bem como organização adminis-
volvimento; trativa destes
II - a composição dos organismos regionais que exe- XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de
cutarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos geologia nacionais;
planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da
aprovados juntamente com estes. poupança popular;
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de XX - sistemas de consórcios e sorteios;
outros, na forma da lei: XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias
de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; militares e corpos de bombeiros militares;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades XXII - competência da polícia federal e das polícias ro-
prioritárias; doviária e ferroviária federais;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de XXIII - seguridade social;
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e XXV - registros públicos;
social dos rios e das massas de água represadas ou repre- XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
sáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in- todas as modalidades, para as administrações públicas di-
centivará a recuperação de terras áridas e cooperará com retas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
os pequenos e médios proprietários rurais para o estabele- Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
cimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena para as empresas públicas e sociedades de economia mista,
irrigação. nos termos do art. 173, § 1°, III; 

41
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fe-
marítima, defesa civil e mobilização nacional; deral legislar concorrentemente sobre:
XXIX - propaganda comercial. I - direito tributário, financeiro, penitenciário, eco-
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar nômico e urbanístico;
os Estados a legislar sobre questões específicas das ma- II - orçamento;
térias relacionadas neste artigo. III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
3) Competência organizacional-administrativa V - produção e consumo;
compartilhada VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da nature-
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios za, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
compartilham certas competências organizacional-ad- ambiente e controle da poluição;
ministrativas. Significa que qualquer dos entes federados VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artís-
poderá atuar, desenvolver políticas públicas, nestas áreas. tico, turístico e paisagístico;
Todas estas áreas são áreas que necessitam de atuação in- VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,
tensa ou vigilância constantes, de modo que mediante ges- ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
tão cooperada se torna possível efetivar o máximo possível histórico, turístico e paisagístico;
os direitos fundamentais em casa uma delas. IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência,
Artigo 23, CF. É competência comum da União, dos Es- tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
tados, do Distrito Federal e dos Municípios: X - criação, funcionamento e processo do juizado de
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das pequenas causas;
instituições democráticas e conservar o patrimônio pú- XI - procedimentos em matéria processual;
blico; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
e garantia das pessoas portadoras de deficiência; XIV - proteção e integração social das pessoas porta-
III - proteger os documentos, as obras e outros bens doras de deficiência;
de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as XV - proteção à infância e à juventude;
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das po-
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracte- lícias civis.
rização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, § 1º No âmbito da legislação concorrente, a com-
artístico ou cultural; petência da União limitar-se-á a estabelecer normas
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu- gerais.
cação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; § 2º A competência da União para legislar sobre nor-
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição mas gerais não exclui a competência suplementar dos
em qualquer de suas formas; Estados.
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar Estados exercerão a competência legislativa plena, para
o abastecimento alimentar; atender a suas peculiaridades.
IX - promover programas de construção de moradias § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
e a melhoria das condições habitacionais e de sanea- suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
mento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de O estudo das competências concorrentes permite vis-
marginalização, promovendo a integração social dos seto- lumbrar os limites da atuação conjunta entre União, Esta-
res desfavorecidos; dos e Distrito Federal no modelo Federativo adotado no
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de Brasil, visando à obtenção de uma homogeneidade nacio-
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e nal, com preservação dos pluralismos regionais e locais.
minerais em seus territórios; O cerne da distinção da competência entre os entes
XII - estabelecer e implantar política de educação para federados repousa na competência da União para o esta-
a segurança do trânsito. belecimento de normas gerais. A competência legislativa
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas dos Estados-membros e dos Municípios nestas questões é
para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito suplementar, ou seja, as normas estaduais agregam deta-
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do de- lhes que a norma da União não compreende, notadamente
senvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. trazendo peculiaridades regionais.
No caso do artigo 24, CF, a União dita as normas gerais
4) Competência legislativa compartilhada e as normas suplementares ficam por conta dos Estados,
Além de compartilharem competências organizacio- ou seja, as peculiaridades regionais são normatizadas pelos
nal-administrativas, os entes federados compartilham Estados. As normas estaduais, neste caso, devem guardar
competência para legislar sobre determinadas matérias. uma relação de compatibilidade com as normas federais
Entretanto, excluem-se do artigo 24, CF, os entes federa- (relação hierárquica). Diferentemente da competência co-
dos da espécie Município, sendo que estes apenas legislam mum em que as leis estão em igualdade de condições, uma
sobre assuntos de interesse local. não deve subordinação à outra.

42
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Entretanto, os Estados não ficam impedidos de criar leis § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre
regulamentadoras destas matérias enquanto a União não o seu regimento interno, polícia e serviços administrati-
faça. Sobrevindo norma geral reguladora, perdem a eficácia vos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
os dispositivos de lei estadual com ela incompatível. § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no proces-
so legislativo estadual.
5) Limitações e regras mínimas aplicáveis à com-
petência organizacional-administrativa autônoma dos Artigo 28, CF. A eleição do Governador e do Vice-Go-
Estados-membros vernador de Estado, para mandato de quatro anos, reali-
zar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro
Artigo 25, CF. Os Estados organizam-se e regem-se turno, e no último domingo de outubro, em segundo
pelas Constituições e leis que adotarem, observados os turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
princípios desta Constituição. de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais,
não lhes sejam vedadas por esta Constituição. o disposto no art. 77. 
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou me- § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir ou-
diante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na tro cargo ou função na administração pública direta ou
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público
sua regulamentação.  e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municí- da Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os
pios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
e a execução de funções públicas de interesse comum.
O documento que está no ápice da estrutura norma- 6) Limitações e regras mínimas aplicáveis à com-
tiva de um Estado-membro é a Constituição estadual. Ela
petência organizacional-administrativa autônoma dos
deve guardar compatibilidade com a Constituição Federal,
Municípios
notadamente no que tange aos princípios nela estabeleci-
Os Municípios gozam de autonomia no modelo fede-
dos, sob pena de ser considerada norma inconstitucional.
rativo brasileiro e, sendo assim, possuem capacidade de
A competência do Estado é residual – tudo o que não
auto-organização, normatização e autogoverno.
obrigatoriamente deva ser regulamentado pela União ou
Notadamente, mediante lei orgânica, conforme se extrai
pelos Municípios, pode ser legislado pelo Estado-membro,
do artigo 29, caput, CF, o Município se normatiza, devendo
sem prejuízo da já estudada competência legislativa con-
corrente com a União. esta lei guardar compatibilidade tanto com a Constituição
O §3º do artigo 25 regulamenta a conurbação, que Federal quanto com a respectiva Constituição estadual. O
abrange regiões metropolitanas (um município, a metró- dispositivo mencionado traça, ainda, regras mínimas de es-
pole, está em destaque) e aglomerações urbanas (não há truturação do Poder Executivo e do Legislativo municipais.
município em destaque), e as microrregiões (não conur- Por exemplo, só haverá eleição de segundo turno se o
badas, mas limítrofes, geralmente identificada por bacias município tiver mais de duzentos mil habitantes. Destaca-
hidrográficas). -se, ainda, a exaustiva regra sobre o número de vereadores
A estrutura e a organização dos Poderes Legislativo e e a questão dos subsídios. Incidente, também a regra sobre
Executivo no âmbito do Estado-membro é detalhada na o julgamento do Prefeito pelo Tribunal de Justiça.
Constituição estadual, mas os artigos 27e 28 trazem bases O artigo 29-A, CF, por seu turno, detalha os limites de
regulamentadoras que devem ser respeitadas. despesas com o Poder Legislativo municipal, permitindo a
responsabilização do Prefeito e do Presidente da Câmara
Artigo 27, CF. O número de Deputados à Assembleia por violação a estes limites.
Legislativa corresponderá ao triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de Artigo 29, CF. O Município reger-se-á por lei orgâni-
trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os De- ca, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez
putados Federais acima de doze. dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios esta-
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição belecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, re- Estado e os seguintes preceitos:
muneração, perda de mandato, licença, impedimentos I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
e incorporação às Forças Armadas. para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e si-
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado multâneo realizado em todo o País;
por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabe- primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término
lecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do
o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil
153, § 2º, I. eleitores; 

43
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios
janeiro do ano subsequente ao da eleição; de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; 
observado o limite máximo de:  (Vide ADIN 4307) t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
(quinze mil) habitantes;  5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; 
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de
15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
habitantes;  6.000.000 (seis milhões) de habitantes; 
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de
30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
habitantes;  7.000.000 (sete milhões) de habitantes; 
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios
50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
mil) habitantes;  8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e  
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de
80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 
vinte mil) habitantes;  V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Se-
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de cretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câma-
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cen- ra Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, §
to sessenta mil) habitantes;  4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respec-
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 tivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subse-
(trezentos mil) habitantes;  quente, observado o que dispõe esta Constituição, observa-
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais
dos os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os
de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (qua-
seguintes limites máximos: 
trocentos e cinquenta mil) habitantes; 
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais
máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de
subsídio dos Deputados Estaduais; 
até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; 
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habi-
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (sete-
centos cinquenta mil) habitantes;  trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil ha-
de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
900.000 (novecentos mil) habitantes;  a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil ha-
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um bitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
milhão e cinquenta mil) habitantes;  a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponde-
até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;  rá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes,
de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) ha- cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; 
bitantes;  VII - o total da despesa com a remuneração dos Ve-
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de readores não poderá ultrapassar o montante de cinco por
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitan- cento da receita do Município; 
tes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habi- VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opi-
tantes;  niões, palavras e votos no exercício do mandato e na cir-
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais cunscrição do Município; 
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;  vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Consti-
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de tuição para os membros do Congresso Nacional e na Consti-
mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes tuição do respectivo Estado para os membros da Assembleia
e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- Legislativa; 
tantes;  X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Jus-
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de tiça; 
mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habi- XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras
tantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;  da Câmara Municipal; 

44
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

XII - cooperação das associações representativas no IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a
planejamento municipal;  legislação estadual;
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
específico do Município, da cidade ou de bairros, através de concessão ou permissão, os serviços públicos de interes-
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;  se local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos essencial;
do art. 28, parágrafo único (assumir outro cargo).  VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da
União e do Estado, programas de educação infantil e de
Artigo   29-A, CF.   O total da despesa do Poder Le- ensino fundamental; 
gislativo Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da
e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita população;
tributária e das transferências previstas no § 5o do art. 153 VIII - promover, no que couber, adequado ordenamen-
e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício to territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
anterior:  parcelamento e da ocupação do solo urbano;
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cul-
de até 100.000 (cem mil) habitantes;   (Redação dada pela tural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)   (Pro- federal e estadual.
dução de efeito)
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população A fiscalização dos Municípios se dá tanto no âmbito
entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;  interno quanto no externo. Externamente, é exercida pelo
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com popula- Poder Legislativo com auxílio de Tribunal de Contas. A cons-
ção entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhen- tituição, no artigo 31, CF, veda a criação de novos Tribunais
tos mil) habitantes;  de Contas municipais, mas não extingue os já existentes.
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento)
Artigo 31, CF. A fiscalização do Município será exer-
para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos
cida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante contro-
mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; 
le externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com popu-
Executivo Municipal, na forma da lei.
lação entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exer-
milhões) de habitantes; 
cido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para
ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Con-
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões tas dos Municípios, onde houver.
e um) habitantes.  § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente
§ 1o  A Câmara Municipal não gastará mais de se- sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar,
tenta por cento de sua receita com folha de pagamento, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores.  membros da Câmara Municipal.
§ 2o  Constitui crime de responsabilidade do Prefeito § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta
Municipal:  dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
I - efetuar repasse que supere os limites definidos nes- para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
te artigo;  legitimidade, nos termos da lei.
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou  § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada órgãos de Contas Municipais.
na Lei Orçamentária. 
§ 3o  Constitui crime de responsabilidade do Presiden- 7) Peculiaridades da competência organizacional-
te da Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. -administrativa do Distrito Federal e Territórios
O Distrito Federal não se divide em Municípios, mas
As competências legislativas e administrativas dos mu- em regiões administrativas. Se regulamenta por lei orgâni-
nicípios estão fixadas no artigo 30, CF. Quanto à compe- ca, mas esta lei orgânica aproxima-se do status de Consti-
tência legislativa, é suplementar, garantindo o direito de tuição estadual, cabendo controle de constitucionalidade
legislar sobre assuntos de interesse local. direto de leis que a contrariem pelo Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e dos Territórios.
Artigo 30, CF. Compete aos Municípios: O Distrito Federal possui um governador e uma Câma-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; ra Legislativa, eleitos na forma dos governadores e deputa-
II - suplementar a legislação federal e a estadual no dos estaduais. Entretanto, não tem eleições municipais. O
que couber; Distrito Federal tem 3 senadores, 8 deputados federais e 24
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competên- deputados distritais.
cia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obriga- Quanto aos territórios, não existem hoje no país, mas
toriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos se vierem a existir serão nomeados pelo Presidente da Re-
fixados em lei; pública.

45
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão V - reorganizar as finanças da unidade da Federação
em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em que:
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais
por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. em lei;
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, VI - prover a execução de lei federal, ordem ou deci-
observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distri- são judicial;
tais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Es- VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
taduais, para mandato de igual duração. constitucionais:
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa a) forma republicana, sistema representativo e regi-
aplica-se o disposto no art. 27. me democrático;
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo b) direitos da pessoa humana;
do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo c) autonomia municipal;
de bombeiros militar. d) prestação de contas da administração pública, dire-
ta e indireta.
Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização admi- e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
nistrativa e judiciária dos Territórios. impostos estaduais, compreendida a proveniente de transfe-
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municí- rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
pios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Ca- ações e serviços públicos de saúde”. 
pítulo IV deste Título.
§ 2º As contas do Governo do Território serão submeti- Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municí-
das ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal pios, nem a União nos Municípios localizados em Territó-
de Contas da União. rio Federal, exceto quando:
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil ha- I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
bitantes, além do Governador nomeado na forma desta dois anos consecutivos, a dívida fundada;
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e se- II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
gunda instância, membros do Ministério Público e defenso- III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
res públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
Câmara Territorial e sua competência deliberativa. nas ações e serviços públicos de saúde; 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representa-
Intervenção nos Estados e Municípios ção para assegurar a observância de princípios indicados
A intervenção consiste no afastamento temporário das na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei,
prerrogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos de ordem ou de decisão judicial”.
entes federados, por outro ente federado, prevalecendo a Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá:
vontade do ente interventor. Neste sentido, necessária a I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes),
verificação de: de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Execu-
a) Pressupostos materiais – requisitos a serem verifica- tivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo
dos quanto ao atendimento de uma das justificativas para Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
a intervenção. Judiciário;
b) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato II - no caso de desobediência a ordem ou decisão ju-
da intervenção seja válido, como prazo, abrangência, con- diciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
dições, além da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior
CF). Eleitoral;
A intervenção pode ser federal, quando a União inter- III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de
fere nos Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), ou representação do Procurador-Geral da República, na hipó-
estadual, quando os Estados-membros interferem em seus tese do art. 34, VII (observância de princípios constitucio-
Municípios (artigo 35, CF). nais), e no caso de recusa à execução de lei federal.
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a am-
Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem plitude, o prazo e as condições de execução e que, se cou-
no Distrito Federal, exceto para: ber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação
I - manter a integridade nacional; do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Federação em outra; § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraor-
pública; dinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de decisão/
nas unidades da Federação; lei federal e violação de certos princípios constitucionais),

46
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ou do art. 35, IV (idem com relação à intervenção em mu- Quanto à fonte do poder, diferencia-se, segundo
nicípios), dispensada a apreciação pelo Congresso Nacio- Montesquieu46, do modo como se dará o seu exercício,
nal ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a uma vez que o poder emana do povo, apto a escolher
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida mas inapto a governar, sendo necessário que seu interes-
bastar ao restabelecimento da normalidade. se seja representado conforme sua vontade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autorida- Montesquieu47 estabeleceu como condição do Esta-
des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impe- do de Direito a separação dos Poderes em Legislativo, Ju-
dimento legal. diciário e Executivo – que devem se equilibrar –, servindo
o primeiro para a elaboração, a correção e a ab-rogação
de leis, o segundo para a promoção da paz e da guerra e
a garantia de segurança, e o terceiro para julgar (mesmo
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES. os próprios Poderes).
Ao modelo de repartição do exercício de poder por
intermédio de órgãos ou funções distintas e independen-
tes de forma que um desses não possa agir sozinho sem
A separação de Poderes é inerente ao modelo do Es- ser limitado pelos outros confere-se o nome de sistema
tado Democrático de Direito, impedindo a monopolização de freios e contrapesos (no inglês, checks and balances).
do poder e, por conseguinte, a tirania e a opressão. Resta Neste modelo, o Estado desempenha funções típicas
garantida no artigo 2º da Constituição Federal com o se- e atípicas. Por função típica entenda-se aquela para a
guinte teor: “Art. 2º São Poderes da União, independentes qual o Poder foi criado.
e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judi- a) Função típica do Poder Executivo: administrar –
ciário”. Se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se gerir a coisa pública e aplicar a lei;
legitimar na soberania popular; por outro lado, é necessá- b) Funções típicas do Poder Legislativo: legislar –
ria a divisão de funções das atividades estatais de maneira alterando e criando a ordem jurídica vigente – e fiscalizar
equilibrada, o que se faz pela divisão de Poderes.
o Executivo – fiscalizando a contabilidade, o orçamento,
O constituinte afirma que estes poderes são indepen-
as finanças e o patrimônio do Executivo;
dentes e harmônicos entre si. Independência significa que
c) Função típica do Poder Judiciário: julgar – so-
cada qual possui poder para se autogerir, notadamente
lucionar litígios e fazer valer a lei no caso concreto e,
pela capacidade de organização estrutural (criação de car-
eventualmente, em casos abstratos, como no controle de
gos e subdivisões) e orçamentária (divisão de seus recursos
constitucionalidade.
conforme legislação por eles mesmos elaborada). Harmo-
Funções atípicas são aquelas que tradicionalmente
nia significa que cada Poder deve respeitar os limites de
pertenceriam a outro Poder, mas por ser tal função ine-
competência do outro e não se imiscuir indevidamente em
suas atividades típicas. rente à sua natureza será por ele mesmo desempenhada.
A noção de separação de Poderes começou a tomar for- a) Funções atípicas do Poder Executivo: legislar –
ma com o ideário iluminista. Neste viés, o Iluminismo lan- notadamente quando o Presidente da República adota
çou base para os dois principais eventos que ocorreram no uma medida provisória (art. 62, CF) – e julgar –no que
início da Idade Contemporânea, quais sejam as Revoluções tange a defesas e recursos administrativos;
Francesa e Industrial. Entre os pensadores que lançaram as b) Funções atípicas do Poder Legislativo: se auto-
ideias que vieram a ser utilizadas no ideário das Revoluções -organizar (função executiva) – dispondo sobre organiza-
Francesa e Americana se destacam Locke, Montesquieu e ção, provimento de cargos, concessão de férias e licenças
Rousseau, sendo que Montesquieu foi o que mais trabalhou a seus servidores, etc. – e julgar – a exemplo do julga-
com a concepção de separação dos Poderes. mento do Presidente da República por crime de respon-
Montesquieu (1689 –  1755) avançou nos estudos de sabilidade pelo Senado Federal (art. 52, I, CF);
Locke, que também entendia necessária a separação dos c) Funções atípicas do Poder Judiciário: se auto-or-
Poderes, e na obra O Espírito das Leis estabeleceu em de- ganizar (função executiva) – dispondo sobre organização,
finitivo a clássica divisão de poderes: Executivo, Legislativo estrutura, concessão de férias e licenças a seus servido-
e Judiciário. O pensador viveu na França, numa época em res, etc. – e legislar – elaborando o regimento interno de
que o absolutismo estava cada vez mais forte. seus Tribunais, por exemplo (art. 96, CF).
O objeto central da principal obra de Montesquieu44
não é a lei regida nas relações entre os homens, mas as leis
e instituições criadas pelos homens para reger as relações
entre os homens. Segundo Montesquieu45, as leis criam
costumes que regem o comportamento humano, sendo
influenciadas por diversos fatores, não apenas pela razão.
44 MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O Espírito das Leis. Tradu-
ção Fernando Henrique Cardoso e Leôncio Martins Rodrigues. 2. ed.
São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 25. 46 Ibid., p. 32.
45 Ibid., p. 26. 47 Ibid., p. 148-149.

47
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O artigo 46 da Constituição Federal disciplina a com-


PODER LEGISLATIVO: CONGRESSO posição do Senado Federal nos seguintes termos:
NACIONAL. CÂMARA DOS DEPUTADOS.
SENADO FEDERAL. Artigo 46, CF. O Senado Federal compõe-se de represen-
tantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Se-
nadores, com mandato de oito anos.
1) Do Congresso Nacional
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Fe-
O Legislativo Federal brasileiro adota um sistema bica-
deral será renovada de quatro em quatro anos, alterna-
meral, contando com uma casa representativa do Povo e
damente, por um e dois terços.
uma casa representativa dos Estados-membros. No caso,
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
a Câmara dos Deputados desempenha um papel de re-
presentação do povo; ao passo que o Senado Federal é
responsável pela representação das unidades federadas da O Senado Federal é composto por 81 Senadores, sen-
espécie Estados-membros. do que 78 representam cada um dos Estados brasileiros,
No Congresso Nacional se desempenham as ativida- que são 26, e 3 representam o Distrito Federal. O man-
des legislativas e determinadas atividades fiscalizatórias. dato do Senador é de duas legislaturas, ou seja, 8 anos.
Uma legislatura tem a duração de quatro anos, ao passo No entanto, a cada 4 anos sempre são eleitos Senadores,
que uma sessão legislativa tem duração de um ano, sen- garantindo a alternância no Senado a cada novas eleições.
do esta dividida em dois períodos legislativos cada qual Por isso, nunca vagam as 3 cadeiras no Senado Federal de
com duração de 6 meses. Por seu turno, o Deputado Fe- um Estado para a mesma eleição; alternadamente, vagam 2
deral tem mandato equivalente a uma legislatura (4 anos), cadeiras ou 1 cadeira (ex.: nas eleições de 2014 vagou ape-
ao passo que o Senador tem mandato equivalente a duas nas 1 cadeira no Senado para cada unidade federativa com
legislaturas (8 anos). representação; nas eleições de 2010 vagaram 2 cadeiras).
A respeito, destaca-se o artigo 44 da Constituição Fe- Note que, diferente do que ocorre na Câmara dos De-
deral: putados, não há um maior número de representantes por
ser a unidade federativa mais populosa, o número de ca-
Artigo 44, CF. O Poder Legislativo é exercido pelo Con- deiras é fixo por Estado/Distrito Federal. Adota-se, assim, o
gresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputa- princípio majoritário e não o princípio proporcional.
dos e do Senado Federal. Finalmente, o artigo 47 da Constituição prevê:
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de
quatro anos. Art. 47, CF. Salvo disposição constitucional em contrário,
as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão to-
Por sua vez, o artigo 45 da Constituição Federal expõe madas por maioria dos votos, presente a maioria absolu-
como se dá a composição da Câmara dos Deputados: ta de seus membros.

Artigo 45, CF. A Câmara dos Deputados compõe-se de Logo, em regra, o quórum de instalação de sessão é
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcio- de maioria absoluta dos membros da Casa ou Comissão
nal, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. (metade mais um), ao passo que o quórum de deliberação
§ 1º O número total de Deputados, bem como a repre- é de maioria simples (metade mais um dos membros pre-
sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabe- sentes).
lecido por lei complementar, proporcionalmente à popu-
lação, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano an- 2) Atribuições do Congresso Nacional
terior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades A União, como visto no capítulo anterior, possui com-
da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta petência para legislar sobre determinadas matérias, sendo
Deputados. esta competência por vezes privativa e por vezes concor-
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. rente. A atividade legislativa, por seu turno, em regra será
desempenhada pelo Poder Legislativo, exercido pelo Con-
Nota-se que na Câmara dos Deputados é adotado um gresso Nacional. Neste sentido, a disciplina do artigo 48 da
sistema proporcional de composição – quanto maior a po- Constituição.
pulação de um Estado, maior o número de representantes
que terá, respeitado o limite de setenta deputados; quanto Artigo 48, CF. Cabe ao Congresso Nacional, com a san-
menos a população de um Estado, menor o número de re- ção do Presidente da República, não exigida esta para o
presentantes que terá, respeitado o limite mínimo de oito especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as
deputados. O Distrito Federal recebe o mesmo tratamento matérias de competência da União, especialmente sobre:
de um Estado e por ser menos populoso possui a represen- I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
tação mínima – quatro deputados. Já os Territórios, se exis- II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen-
tentes, teriam cada qual 4 deputados. No total, a Câmara é to anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de
composta por 513 deputados. curso forçado;

48
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Arma- VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presi-
das; dente da República e dos Ministros de Estado, observado o
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
de desenvolvimento; § 2º, I; 
V - limites do território nacional, espaço aéreo e maríti- IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Pre-
mo e bens do domínio da União; sidente da República e apreciar os relatórios sobre a execu-
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de ção dos planos de governo;
áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas As- X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer
sembleias Legislativas; de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da
VII - transferência temporária da sede do Governo Fe- administração indireta;
deral; XI - zelar pela preservação de sua competência legis-
VIII - concessão de anistia; lativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de con-
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério
cessão de emissoras de rádio e televisão;
Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito
Contas da União;
Federal; 
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a
X - criação, transformação e extinção de cargos, empre- atividades nucleares;
gos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
VI, b;  XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da admi- aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
nistração pública;  riquezas minerais;
XII - telecomunicações e radiodifusão; XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, institui- de terras públicas com área superior a dois mil e quinhen-
ções financeiras e suas operações; tos hectares.
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da
dívida mobiliária federal. Com vistas à consecução destas tarefas, o artigo 50 da
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tri- Constituição disciplina providências que podem ser toma-
bunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; das por cada qual das Casas do Congresso Nacional:
150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. 
Artigo 50, CF. A Câmara dos Deputados e o Senado Fe-
Contudo, a competência do Congresso Nacional não é deral, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar
exclusivamente legislativa, de forma que possuem funções Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
atípicas de caráter administrativo, além da função típica de diretamente subordinados à Presidência da República para
controle. prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto pre-
viamente determinado, importando crime de responsabili-
Artigo 49, CF. É da competência exclusiva do Con- dade a ausência sem justificação adequada. 
gresso Nacional: § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer
atos internacionais que acarretem encargos ou compro- de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante enten-
dimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
missos gravosos ao patrimônio nacional;
relevância de seu Ministério.
II - autorizar o Presidente da República a declarar guer-
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
ra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de infor-
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
mações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei com- referidas no caput deste artigo, importando em crime de
plementar; responsabilidade a recusa, ou o não-atendimento, no prazo
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Re- de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
pública a se ausentarem do País, quando a ausência exce-
der a quinze dias; 3) Da Câmara dos Deputados
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção fede- Delimitada a competência do Congresso Nacional, ne-
ral, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma cessário definir a competência de cada uma de suas Casas,
dessas medidas; sendo que o artigo 51 da Constituição cumpre este papel
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que em relação à Câmara dos Deputados.
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delega-
ção legislativa; Artigo 51, CF. Compete privativamente à Câmara dos
VI - mudar temporariamente sua sede; Deputados:
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instau-
e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, ração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;   da República e os Ministros de Estado;

49
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

II - proceder à tomada de contas do Presidente da Re- X - suspender a execução, no todo ou em parte, de


pública, quando não apresentadas ao Congresso Nacional lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; Supremo Tribunal Federal;
III - elaborar seu regimento interno; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República
polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, antes do término de seu mandato;
empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para XII - elaborar seu regimento interno;
fixação da respectiva remuneração, observados os parâme- XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento,
tros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;  polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
V - eleger membros do Conselho da República, nos empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
termos do art. 89, VII. fixação da respectiva remuneração, observados os parâme-
tros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
4) Do Senado Federal XIV - eleger membros do Conselho da República, nos
Na mesma toada do artigo 51, o artigo 52 da Constitui- termos do art. 89, VII.
ção delimita as competências da outra Casa do Congresso XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sis-
Nacional, o Senado Federal. tema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus compo-
nentes, e o desempenho das administrações tributárias da
Artigo 52, CF. Compete privativamente ao Senado Fe- União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. 
deral: Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II,
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Fe-
da República nos crimes de responsabilidade, bem como deral, limitando-se a condenação, que somente será profe-
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do rida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de
conexos com aqueles;  função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tri-
bunal Federal, os membros do Conselho Nacional de
5) Das reuniões
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
O artigo 57 da Constituição descreve os períodos de
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
reuniões do Congresso Nacional e as hipóteses de sessão
União nos crimes de responsabilidade; 
conjunta e de convocação extraordinária, além de outras
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argui-
situações práticas envolvidas no funcionamento do Legis-
ção pública, a escolha de:
lativo Federal:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Consti-
tuição; Artigo 57, CF. O Congresso Nacional reunir-se-á, anual-
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados mente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho
pelo Presidente da República; e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
c) Governador de Território; § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão
d) Presidente e diretores do banco central; transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando
e) Procurador-Geral da República; recaírem em sábados, domingos ou feriados.
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argui- aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
ção em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão di- § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição,
plomática de caráter permanente; a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão
V - autorizar operações externas de natureza finan- em sessão conjunta para:
ceira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, I - inaugurar a sessão legislativa;
dos Territórios e dos Municípios; II - elaborar o regimento comum e regular a criação de
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, li- serviços comuns às duas Casas;
mites globais para o montante da dívida consolidada III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; -Presidente da República;
VII - dispor sobre limites globais e condições para IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
as operações de crédito externo e interno da União, dos § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões pre-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas au- paratórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da
tarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público legislatura, para a posse de seus membros e eleição das res-
federal; pectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente
de garantia da União em operações de crédito externo e subsequente. 
interno; § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida
IX - estabelecer limites globais e condições para o mon- pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos
tante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos
e dos Municípios; equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

50
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Na- § 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é


cional far-se-á: assegurada, tanto quanto possível, a representação pro-
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decre- porcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que
tação de estado de defesa ou de intervenção federal, de participam da respectiva Casa.
pedido de autorização para a decretação de estado de sítio § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua com-
e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice- petência, cabe:
-Presidente da República; I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se
Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requeri- houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
mento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso II - realizar audiências públicas com entidades da so-
de urgência ou interesse público relevante, em todas as ciedade civil;
hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta III - convocar Ministros de Estado para prestar infor-
de cada uma das Casas do Congresso Nacional.  mações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congres- IV - receber petições, reclamações, representações ou
so Nacional somente deliberará sobre a matéria para a queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das au-
qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste toridades ou entidades públicas;
artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou ci-
razão da convocação. dadão;
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data VI - apreciar programas de obras, planos nacionais,
de convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir
elas automaticamente incluídas na pauta da convoca- parecer.
ção.
Merece atenção especial o §3º do artigo 58, CF, que
Vale destacar que durante o recesso o Congresso Na- aborda as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs:
cional não fica isento de qualquer tipo de atividade, pre-
vendo o artigo 58, CF em seu §4º:
Art. 58, §3º, CF. As comissões parlamentares de in-
quérito, que terão poderes de investigação próprios das au-
Art. 58, §4º, CF. Durante o recesso, haverá uma Co-
toridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos
missão representativa do Congresso Nacional, eleita por
das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Depu-
suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo,
tados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamen-
com atribuições definidas no regimento comum, cuja com-
te, mediante requerimento de um terço de seus membros,
posição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade
da representação partidária. para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sen-
do suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Minis-
6) Das comissões tério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
O Poder Legislativo não funciona exclusivamente com criminal dos infratores.
suas Casas, pois a elas seria inviável lidar razoavelmente,
apreciando com a devida profundidade, todas as temáticas Com efeito, as CPIs possuem a particularidade de servi-
de competência deste Poder. Para a apreciação específica rem para a investigação e fiscalização de questões de rele-
e aprofundada de cada uma das iniciativas legislativas são vante interesse nacional, caracterizando-se por:
criadas Comissões. Tais Comissões servem, ainda, para o - Poderes instrutórios – podem apurar fatos tal como é
exercício de outras competências do Legislativo, como a feito pelo Poder Judiciário. A regra somente não vale para
investigatória e fiscalizatória. interceptação telefônica e afins, competência exclusiva de
As comissões podem ser temporárias ou permanentes, magistrado.
conforme o tipo de finalidade para a qual é instituída (ex.: a - Instituição por uma das Casas do Congresso ou por
Comissão de Constituição e Justiça é necessariamente uma ambas, mediante requerimento de um terço de seus mem-
comissão permanente que serve para apreciar a constitu- bros (1/3 dos membros da Câmara ou 1/3 dos membros
cionalidade de todos os projetos que tramitam na Casa; do Senado ou 1/3 dos membros do Congresso Nacional,
a Comissão Parlamentar de Inquérito é necessariamente sendo a última hipótese para comissão conjunta).
temporária, perdurando por prazo determinado fixado - Apuração de fato certo – A constituição não indica o
para a realização de investigação). que é fato determinado, mas o regimento da Câmara dos
Vale destacar que uma Comissão pode ter o poder, nos Deputados, em seu artigo 35, conceitua como sendo “o
termos do regimento, de aprovar o Projeto de Lei sem que acontecimento de relevante interesse para a vida pública
ele nem sequer passe pelo Plenário. e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País,
Nestes termos, o artigo 58, caput e §§ 1º e 2º, CF: que estiver devidamente caracterizado no requerimento de
constituição da Comissão”.
Artigo 58, CF. O Congresso Nacional e suas Casas terão - Prazo determinado – o funcionamento da Comissão
comissões permanentes e temporárias, constituídas na Parlamentar de Inquérito não pode se prolongar irrestrita-
forma e com as atribuições previstas no respectivo regimen- mente no tempo, sendo necessário fixar prazo para a dura-
to ou no ato de que resultar sua criação. ção da CPI, embora este prazo seja prorrogável.

51
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Finalidade de promover a responsabilização civil e Art. 53, §2º, CF. Desde a expedição do diploma, os mem-
criminal de infratores – no entanto, não é a Comissão que bros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo
decidirá sobre tal responsabilização, mas o Poder Judiciário em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
por seu órgão competente. O conteúdo da CPI será, então, serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa res-
encaminhado ao Ministério Público para que tome as de- pectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros,
vidas providências. resolva sobre a prisão. 

7) Prerrogativas parlamentares Ainda, disciplina o §6º do artigo 53 que:


As imunidades e impedimentos parlamentares, ao lado
de questões correlatas, encontram previsão constitucional Art. 53, §6º, CF. Os Deputados e Senadores não serão
dos artigos 53 a 56 da Constituição Federal. obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou
Imunidades parlamentares são prerrogativas que assegu- prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as
ram aos membros do Legislativo ampla liberdade, autonomia e pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
independência no exercício de suas funções, sendo estas tanto
inerentes a um aspecto material (inviolabilidade propriamente Prevê o §7º do artigo 53:
dita) quanto correlatas a um aspecto formal (sujeição a proces-
samento por foro especial – foro por prerrogativa de função). Art. 53, §7º, CF. A incorporação às Forças Armadas de De-
A essência da imunidade parlamentar está descrita no putados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo
caput do artigo 53, CF: de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
 
Art. 53, CF. Os Deputados e Senadores são invioláveis, Destaca-se a perenidade destas imunidades parlamen-
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, pa- tares descritas no artigo 53, porque o §8º do dispositivo
lavras e votos. assegura:

Trata-se da faceta material da imunidade parlamentar, Art. 53, §8º, CF. As imunidades de Deputados ou Sena-
consistente na inviolabilidade civil e penal por opiniões, pa- dores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo
lavras e votos. Entende-se que o parlamentar tem irrestrita ser suspensas mediante o voto de dois terços dos mem-
liberdade de expressão na defesa de seus posicionamentos bros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora
políticos, sob pena de se caracterizar uma ruptura no pró- do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatí-
prio modelo democrático, que exige o debate de ideias.  veis com a execução da medida.
Por seu turno, a principal imunidade parlamentar de  
caráter formal está descrita no §1º do artigo 53, CF: No entanto, ao lado das imunidades, a Constituição Fe-
deral prevê vedações em seu artigo 54:
Art. 53, §1º, CF. Os Deputados e Senadores, desde a ex-
pedição do diploma, serão submetidos a julgamento pe- Artigo 54, CF. Os Deputados e Senadores não poderão:
rante o Supremo Tribunal Federal.  I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
Propriamente, é o denominado foro por prerrogativa direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
de função. Não se trata de privilégio pessoal, que tem a ver economia mista ou empresa concessionária de serviço pú-
com a pessoa do parlamentar, mas de privilégio do cargo, blico, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uni-
inerente ao cargo. formes;
Ainda sobre a questão do julgamento, estendem os §§ b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu-
3º a 5º do mesmo dispositivo: nerado, inclusive os de que sejam demissíveis ‘ad nutum’,
nas entidades constantes da alínea anterior;
Art. 53, §3º, CF. Recebida a denúncia contra o Senador II - desde a posse:
ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Su- a) ser proprietários, controladores ou diretores de
premo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, empresa que goze de favor decorrente de contrato com
por iniciativa de partido político nela representado e pelo pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão remunerada;
final, sustar o andamento da ação. b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
Art. 53, §4º, CF. O pedido de sustação será apreciado ‘ad nutum’, nas entidades referidas no inciso I, ‘a’;
pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. das entidades a que se refere o inciso I, ‘a’;
Art. 53, §5º, CF. A sustação do processo suspende a d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pú-
prescrição, enquanto durar o mandato.  blico eletivo.

Outras imunidades encontram-se descritas nos demais A consequência do desrespeito a estas proibições é
parágrafos do artigo 53. Neste sentido, o §2º do artigo 53 a perda do mandato, conforme o artigo 55, I, CF. Existem
da Constituição aborda o impedimento de prisão, salvo em outras causas de perda de mandato, também descritas no
caso de flagrante por crime inafiançável: artigo 55 da Constituição:

52
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 55, CF. Perderá o mandato o Deputado ou Se- 8) Processo Legislativo


nador: Processo legislativo é o conjunto de atos que devem
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas ser praticados para a adequada elaboração das espécies
no artigo anterior; normativas. O desatendimento das normas de processo le-
II - cujo procedimento for declarado incompatível com gislativo gera inconstitucionalidade formal. O artigo 59 da
o decoro parlamentar; Constituição Federal traz o rol de espécies normativas, sen-
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legisla- do que cada qual exige um processo legislativo específico.
tiva, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que Por seu turno, quanto a estas espécies normativas, o
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; processo legislativo pode adotar um procedimento sumá-
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos polí- rio, ordinário (é a regra, válida como base para todos os
ticos; demais processos legislativos, aplicável às leis ordinárias)
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos ou especial (ex.: emenda constitucional, lei delegada, lei
previstos nesta Constituição; complementar – estabelecem-se variações em relação ao
VI - que sofrer condenação criminal em sentença procedimento ordinário).
transitada em julgado. Destaca-se que a Lei Complementar nº 95, de 26 de
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além fevereiro de 1998, dispõe sobre a elaboração, a redação, a
dos casos definidos no regimento interno, o abuso das alteração e a consolidação das leis, conforme determina o
prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacio- parágrafo único do artigo 59 da Constituição Federal, e es-
nal ou a percepção de vantagens indevidas. tabelece normas para a consolidação dos atos normativos
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do man- que menciona.
dato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provo- Artigo 59, CF. O processo legislativo compreende a ela-
cação da respectiva Mesa ou de partido político representa- boração de:
do no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.  I - emendas à Constituição;
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda II - leis complementares;
será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício III - leis ordinárias;
ou mediante provocação de qualquer de seus membros, IV - leis delegadas;
ou de partido político representado no Congresso Nacional, V - medidas provisórias;
assegurada ampla defesa. VI - decretos legislativos;
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo VII - resoluções.
que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a ela-
deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações boração, redação, alteração e consolidação das leis.
finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
As leis ordinárias são denominadas na Constituição
Por fim, o artigo 56 da Constituição disciplina situa- como “leis”, de modo que o constituinte só utiliza a expres-
ções em que poderia se entender a princípio que caberia a são “lei ordinária” quando quer trazer uma contraposição
perda de mandato, notadamente por incompatibilidade ou com a lei complementar. Tanto é assim que as leis ordi-
afastamento, mas que não geram esta consequência por nárias do país são denominadas apenas como leis (Lei nº
previsão expressa. X); enquanto que as leis complementares são denominadas
como tais (Lei complementar nº Y).
Artigo 56, CF. Não perderá o mandato o Deputado ou A primeira lei ordinária foi elaborada a partir da pro-
Senador: mulgação da Constituição de 1946, enquanto que a primei-
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governa- ra lei complementar foi elaborada a partir da promulgação
dor de Território, Secretário de Estado, do Distrito Fede- da Constituição de 1967. Não há problemas com o fato de
ral, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de existirem leis anteriores à Constituição Federal de 1988, eis
missão diplomática temporária; que se faz presente o fenômeno da recepção.
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de Após enumerar as espécies normativas no artigo 59,
doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse par- a Constituição Federal descreve as peculiaridades de cada
ticular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse uma delas. Somente os decretos legislativos e as resolu-
cento e vinte dias por sessão legislativa. ções não são regulamentados no texto constitucional, mas
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de em regimento interno do Congresso Nacional e de suas
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença Casas.
superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á 8.1) Emenda à Constituição
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses As emendas à Constituição se sujeitam aos limites do
para o término do mandato. poder de reforma, já abordadas quando da temática poder
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador constituinte (artigo 60, §4º, CF). A possibilidade de emen-
poderá optar pela remuneração do mandato. da à Constituição decorre do Poder Constituinte derivado,
investido pelo Poder Constituinte originário quando da

53
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

elaboração do texto constitucional. Sendo assim, a Cons- ao Congresso Nacional, o Poder Constituinte, não serão
tituição Federal pode ser modificada mediante o processo enviadas ao Presidente da República para sanção, promul-
legislativo adequado. gação e publicação. Sendo assim, são promulgadas e re-
Se desrespeitado o processo legislativo adequado, ha- metidas para publicação pelas Mesas das Casas.
verá inconstitucionalidade. Destaca-se que isso responde à
seguinte pergunta: é possível norma constitucional incons- d) Limitações ao poder de reforma – o poder de re-
titucional? A resposta é sim, desde que esta norma consti- forma à Constituição se sujeita a diversos limites temporais,
tucional decorra de uma reforma do texto da Constituição. materiais e circunstanciais, já estudados, descritos notada-
Em hipótese alguma há norma constitucional inconstitu- mente nos §§ 1º, 4º e 5º do artigo 60 da Constituição.
cional na redação originária da Constituição, na norma que
decorra do Poder Constituinte originário. Artigo 60, §1º, CF. A Constituição não poderá ser emen-
Em outras palavras, o procedimento da emenda à dada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
Constituição descrito no artigo 60 deve ser respeitado para ou de estado de sítio.
que a reforma constitucional possa produzir efeitos e ad-
quirir plena vigência. Artigo 60, §4º, CF. Não será objeto de deliberação a pro-
Basicamente, o processo legislativo da emenda consti- posta de emenda tendente a abolir:
tucional é muito parecido com o processo legislativo da lei I - a forma federativa de Estado;
ordinária, diferenciando-se nos seguintes aspectos: II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
a) Iniciativa – como se depreende dos incisos do caput III - a separação dos Poderes;
do artigo 60, a iniciativa para a apresentação de proposta IV - os direitos e garantias individuais.
de emenda constitucional é, em regra, coletiva. Somente
o Presidente da República pode, sozinho, apresentar uma Artigo 60, §5º, CF. A matéria constante de proposta de
PEC. Um deputado federal ou um Senador sozinhos não emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
possuem este poder, precisam da anuência de pelo me- objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
nos um terço da Casa. Nem ao menos uma Assembleia
Legislativa pode apresentar a proposta sozinha, precisa e) Não aplicação do princípio da primazia da deli-
que a maioria dos membros presentes em sessão de vo- beração principal – se um projeto de emenda constitucio-
tação concordem e também necessita estar acompanhada nal for emendado na deliberação revisional, irá voltar para
de mais da metade das Assembleias Legislativas do país a Casa da deliberação principal e, se esta não concordar
(14, no mínimo). A doutrina entende majoritariamente que com a emenda, volta novamente para a Casa da delibera-
cabe a iniciativa popular, mas não se trata de previsão ex- ção revisional, até se decidir sobre qual a redação que irá
pressa do artigo 60 da Constituição. Nota-se que o poder prevalecer. Instaura-se um vai e volta sem fim.
de iniciativa legislativa é bastante diverso do fixado para os
projetos de leis. 8.2) Leis ordinárias
Lei é um ato normativo típico revestido de abstração e
Artigo 60, caput, CF. A Constituição poderá ser emen- generalidade. Por ser ato primário e autônomo, se sujeita
dada mediante proposta: diretamente ao controle de constitucionalidade, verifican-
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara do-se sua conformidade/contrariedade com a Constituição
dos Deputados ou do Senado Federal; Federal.
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas a) Fase introdutória – Iniciativa
das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma de- A iniciativa das leis encontra regulamentação notada-
las, pela maioria relativa de seus membros. mente no caput do artigo 61, CF:

b) Quórum para aprovação – nos termos do §2º do Artigo 61, caput, CF. A iniciativa das leis comple-
artigo 60 da Constituição, “a proposta será discutida e vo- mentares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Co-
tada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois tur- missão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou
nos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
quintos dos votos dos respectivos membros”. Com efeito, Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
para a emenda à Constituição exige-se quórum especial Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma
para a aprovação – 3/5 do total dos membros de cada Casa e nos casos previstos nesta Constituição.
– além da votação em dois turnos – cada Casa vota duas
vezes. A iniciativa pode ser parlamentar quando de membro
ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Fe-
c) Promulgação – segundo o §3º do artigo 60 da deral ou do Congresso Nacional; ou extraparlamentar nos
Constituição, “a emenda à Constituição será promulgada demais casos.
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Fede- Ainda, poderá ser genérica, quando permitir que a ini-
ral, com o respectivo número de ordem”. Comoas emendas ciativa seja exercida quanto a quaisquer projetos de leis
constitucionais decorrem de um poder exclusivo conferido (membro ou Comissão do Congresso ou das Casas, Pre-

54
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

sidente da República, iniciativa popular); ou específica, nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com
quando permitir que apenas se apresentem projetos com não menos de três décimos por cento dos eleitores de
relação a determinadas matérias (Supremo Tribunal Fede- cada um deles.
ral, Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República
e, apesar da não menção expressa, Tribunal de Contas da Extraem-se três requisitos: a) projeto subscrito por ao
União). menos 1% do eleitorado nacional; b) assinaturas distribuí-
O caput do artigo 61 não faz esta distinção expressa- das em ao menos 5 Estados; c) ao menos 0,3% de eleitores
mente, mas ela pode ser depreendida do texto constitucio- em cada Estado.
nal e se mostra de extrema importância prática. É necessá-
rio atenção ao fato de que quando o constituinte confere b) Fase constitutiva – Deliberação
a iniciativa a determinado órgão, esta é somente dele, ou
seja, trata-se de competência reservada (ex.: o artigo 93, - Deliberação principal e deliberação revisional
CF confere ao Supremo Tribunal Federal a iniciativa quanto O Poder Legislativo brasileiro adota um sistema bica-
ao Estatuto da Magistratura e somente por projeto de lei meral, de modo que a deliberação principal é feita por uma
apresentado por este órgão é possível alterá-lo). das Casas e a deliberação revisional é feita pela outra. O
A princípio, não existe um prazo para se exercer o que vai definir se a deliberação principal será feita pela Câ-
poder de iniciativa. Logo, em regra, a iniciativa é um ato mara dos Deputados ou pelo Senado Federal é a porta de
discricionário. No entanto, há casos em que o constituinte entrada do projeto de lei.
obriga a iniciativa num prazo determinado, o que é muito Salvo no caso de projeto proposto por Senador ou Co-
comum no que tange a questões financeiras e orçamen- missão do Senado Federal, o projeto de lei começa na Câ-
tárias, caso em que se denomina a iniciativa de vinculada. mara dos Deputados. Neste sentido, o caput do artigo 64
da Constituição prevê que:
- Iniciativa reservada do Presidente da República
O chefe do Poder Executivo federal possui iniciativa Artigo 64, CF. A discussão e votação dos projetos de lei
reservada quanto a determinados projetos de lei, ou seja, de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribu-
somente ele poderá apresentá-los perante o Congresso nal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câma-
Nacional:
ra dos Deputados.
Artigo 61, §1º, CF. São de iniciativa privativa do Presi-
Assim, em regra, o projeto vai seguir após a deliberação
dente da República as leis que:
principal para a deliberação revisional no Senado Federal,
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
quando será possível a apresentação de emendas. Logo,
II - disponham sobre:
se na deliberação revisional se optar por uma emenda ao
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na
projeto de lei, ele volta para a Casa que fez a deliberação
administração direta e autárquica ou aumento de sua re-
muneração; principal. Esta emenda será votada e, caso se opte por não
b) organização administrativa e judiciária, matéria tri- aceitá-la, predomina a deliberação principal (princípio da
butária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da admi- primazia da deliberação principal).
nistração dos Territórios; A respeito, tem-se o artigo 65 da Constituição:
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime
jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;  Artigo 65, CF. O projeto de lei aprovado por uma Casa
d) organização do Ministério Público e da Defensoria será revisto pela outra, em um só turno de discussão e vo-
Pública da União, bem como normas gerais para a orga- tação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa reviso-
nização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos ra o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis- Casa iniciadora.
tração pública, observado o disposto no art. 84, VI; 
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, - Atuação das Comissões
provimento de cargos, promoções, estabilidade, remunera- Com efeito, após a fase de iniciativa, introdutória, o
ção, reforma e transferência para a reserva.  projeto será deliberado. Entretanto, antes de ir para o Ple-
nário e ser votado, o projeto passa pelas Comissões, o que
- Iniciativa popular acontece tanto na Câmara dos Deputados quanto no Se-
A iniciativa popular é modo de exercício da democracia nado Federal.
direta (artigo 14, III, CF). O cidadão sozinho não pode apre- Aliás, parecer da Comissão de Constituição e Justiça e
sentar projeto de lei, mas é possível fazê-lo em conjunto o parecer da Comissão de Finanças e Tributação possuem
com outros cidadãos, conforme regulamenta o §2º do arti- o caráter terminativo, ou seja, impedem a continuidade do
go 60 da Constituição: projeto com sua remessa ao Plenário ou a outra Comissão.
Todas as Comissões que possuam pertinência temática
Artigo 61, §2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida com o projeto serão envolvidas, sendo que a Comissão de
pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de Constituição e Justiça delibera a respeito de todos eles.
lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado

55
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

- Quórum de instalação Se a iniciativa é do Presidente da República, obviamen-


O quórum para instalação da sessão do Senado ou da te, a deliberação principal sempre será feita pela Câmara e
Câmara é de maioria absoluta, ou seja, presença de ao me- a revisional pelo Senado, sendo que em caso de emenda
nos metade dos membros. voltará para a Câmara que deverá apreciar em 10 dias.

- Limitação ao poder de emenda – vedação ao au- - Reapresentação de projeto


mento de despesa Se um projeto de lei for barrado na fase de deliberação,
O constituinte estabelece no artigo 63 da Constitui- não poderá ser reapresentado na mesma sessão legislativa,
ção a vedação ao aumento de despesa em determinados salvo proposta de maioria absoluta dos membros de qual-
projetos quando passarem pela deliberação no Congresso quer das Casas do Congresso Nacional:
Nacional.
Artigo 67, CF. A matéria constante de projeto de lei re-
Artigo 63, CF. Não será admitido aumento da despesa jeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
prevista: na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da absoluta dos membros de qualquer das Casas do Con-
República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; gresso Nacional.
II - nos projetos sobre organização dos serviços adminis-
trativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos - Deliberação executiva – sanção e veto
Tribunais Federais e do Ministério Público. Se não apresentadas emendas na deliberação revi-
sional, o projeto segue para a deliberação executiva do
- Procedimento sumário Presidente da República. Se apresentadas emendas e vo-
O procedimento sumário está descrito nos §§ 1º a 4º tadas pela Casa da deliberação principal, também segue
do artigo 64 da Constituição Federal, permitindo a solici- para esta deliberação executiva (não importa se a Casa da
tação de urgência na apreciação de projetos de iniciativa deliberação principal votar contra a emenda, porque pre-
do Presidente da República, não somente os de iniciativa
valece a redação original anterior à emenda que foi dada
privativa, mas os de quaisquer matérias. Disciplina o §1º do
pela casa que fez a deliberação principal – é o princípio da
artigo 64 da Constituição:
primazia da deliberação principal). Fala-se em deliberação
executiva porque o Presidente da República tem o poder
Art. 64, §1º, CF. O Presidente da República poderá soli-
de vetar dispositivos de lei.
citar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
Artigo 66, CF. A Casa na qual tenha sido concluída a
Contudo, diante das medidas provisórias, este procedi-
votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República,
mento sumário acabou esvaziado.
Prevê o §2º do artigo 64 da Constituição o seguinte: que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto,
Art. 64, §2º, CF. Se, no caso do § 1º, a Câmara dos De- no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao inte-
putados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a resse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e
cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais delibera- comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente
ções legislativas da respectiva Casa, com exceção das que do Senado Federal os motivos do veto.
tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de
a votação.  artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do
Fica obstruída a pauta, impedindo-se a deliberação de Presidente da República importará sanção.
qualquer outro projeto, salvo votação de medida provisória § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, den-
e projetos de Código. Disciplina, ainda o §4º do artigo 64 tro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo
da Constituição: ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados
e Senadores. 
Art. 64, §4º, CF. Os prazos do § 2º não correm nos perío- § 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado,
dos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos para promulgação, ao Presidente da República.
projetos de código. § 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido
no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão
Nos termos do artigo 64, §3º, CF, imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua vota-
ção final. 
Art. 64, §3º, CF. A apreciação das emendas do Senado
Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de O veto é, assim, a manifestação discordante do Chefe
dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo do Poder Executivo que impede que um Projeto de Lei (em
anterior. parte ou no todo) se torne lei a não ser que seja derrubado
pelo Congresso Nacional.

56
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O veto se caracteriza por ser: expresso (não existe veto I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Públi-
tácito), motivado (deve acompanhar justificativa do Chefe co, a carreira e a garantia de seus membros;
do Executivo), formalizado (pela mensagem de veto, envia- II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políti-
da em até 48 horas ao Congresso Nacional e publicada no cos e eleitorais;
Diário Oficial); supressivo (não pode acrescentar nada, só III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orça-
suprimir a redação integral do dispositivo ou do projeto); mentos.
irretratável (formalizado, o veto é irretratável pelo Presi- § 2º A delegação ao Presidente da República terá a for-
dente da República, ou seja, ele não pode mudar de ideia); ma de resolução do Congresso Nacional, que especificará
superável (o Congresso Nacional pode derrubar o veto em seu conteúdo e os termos de seu exercício.
sessão conjunta pela maioria absoluta dos membros de § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto
cada Casa, sendo que a não apreciação do veto gera obs- pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, ve-
trução de pauta). dada qualquer emenda.
Por seu turno, a sanção, que é o ato de concordância
do Chefe do Poder Executivo com o Projeto apresentado, 8.4) Leis complementares
pode ser expressa (Presidente diz que sanciona) ou tácita A distinção das leis complementares em relação às leis
(decurso do prazo de 15 dias úteis sem que tenha ocorrido ordinárias tem um aspecto formal, pois “as leis comple-
o veto). mentares serão aprovadas por maioria absoluta” (artigo
69, CF) – é preciso a maioria do total de membros, não
c) Fase complementar – Promulgação e publicação bastando a maioria dos presentes; bem como um aspecto
A promulgação é a verificação da regularidade do pro- material, pois o campo material sujeito a lei complementar
cedimento de elaboração, a sua autenticação e o reconhe- é estabelecido pelo próprio constituinte.
cimento de sua potencialidade para produzir efeitos no Existem 3 correntes em resposta ao questionamento
mundo jurídico. Na sanção expressa, promulgação e san- de haver ou não hierarquia entre lei complementar e lei
ção coexistem no mesmo tempo e no mesmo instrumento ordinária:
(se o Presidente diz que sanciona, também promulga). Na
a) Lei complementar está acima de lei ordinária na qua-
sanção tácita e na rejeição de veto também é necessária a
lidade de um gênero interposto entre a Constituição Fede-
promulgação.
ral e a lei ordinária (Manoel Gonçalves Ferreira Filho);
A obrigação de promulgar é do Presidente da Repúbli-
b) Lei complementar está no mesmo patamar de lei
ca, mas se trata de obrigação transmissível, conforme o §7º
ordinária porque o constituinte estabelece uma divisão cri-
do artigo 66 da Constituição:
teriosa entre as matérias que devem ser regulamentadas
por cada qual das espécies (tributaristas, STF);
Art. 66, §7º, CF. Se a lei não for promulgada dentro de
c) Lei complementar está no mesmo patamar de lei
quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos ca-
sos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, ordinária se for uma lei complementar não normativa, ou
se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente seja, se não tiver por fim regulamentar matéria a ser regu-
do Senado fazê-lo. lada por lei ordinária, mas está acima de lei ordinária se
for uma lei complementar normativa (José Afonso da Silva).
Da promulgação decorre a executoriedade da lei, mas
só da publicação decorre a notoriedade da lei. Para a lei 8.5) Medidas provisórias
ser obrigatória, não basta ter executoriedade, é preciso Trata-se de espécie normativa que permite ao Presi-
também notoriedade. A obrigação de publicar é de quem dente da República legislar em situações de relevância e
promulga. urgência. Veio para substituir os Decretos-leis a partir da
Constituição de 1988 porque se entendia que estes seriam
8.3) Leis delegadas um vestígio da ditadura.
Trata-se de espécie normativa em desuso. Nela, o Pre- Com a Emenda Constitucional nº 32/2001, a medida
sidente da República possui iniciativa solicitadora perante provisória passou a ter limitações materiais, eis que esta
o Congresso Nacional, que mediante resolução autoriza emenda incluiu todos os parágrafos do artigo 62 da Cons-
especificando o conteúdo e os termos do exercício da de- tituição (apenas o caput constava em sua redação origi-
legação. Durante a delegação não se inibe a atuação legis- nária). Da mesma forma, com esta emenda se regularam
lativa do Congresso Nacional. detalhes do processo legislativo da medida provisória pe-
rante o Congresso Nacional.
Artigo 68, CF. As leis delegadas serão elaboradas pelo Por seu turno, o caput do artigo 62 da Constituição
Presidente da República, que deverá solicitar a delegação descreve os requisitos para a adoção de medidas provi-
ao Congresso Nacional. sórias – relevância e urgência. São conceitos abertos que
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de compe- remetem a uma discricionariedade do Presidente da Re-
tência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência pública. Em que pese a abertura dos conceitos, o Supremo
privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, Tribunal Federal tem aceito o controle judicial caso a medi-
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação da provisória viole critérios de razoabilidade ou caracteri-
sobre: zem desvio ou excesso de poder.

57
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A vigência do texto da medida provisória é imediata, § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa,
embora o Congresso Nacional vá apreciá-la futuramente. de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha
perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
Artigo 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Pre- § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere
sidente da República poderá adotar medidas provisórias, o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficá-
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Con- cia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
gresso Nacional.  decorrentes de atos praticados durante sua vigência conser-
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre var-se-ão por ela regidas.
matéria:  § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando
I – relativa a:  o texto original da medida provisória, esta manter-se-á in-
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, par- tegralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado
tidos políticos e direito eleitoral;  o projeto. 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério 9) Fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
Público, a carreira e a garantia de seus membros;  Tribunal de Contas.
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orça-
mento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o Estabelece o caput do artigo 70 da Constituição:
previsto no art. 167, § 3º; 
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de pou- Artigo 70, caput, CF. A fiscalização contábil, financei-
pança popular ou qualquer outro ativo financeiro;  ra, orçamentária, operacional e patrimonial da União e
III – reservada a lei complementar;  das entidades da administração direta e indireta, quanto à
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das sub-
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Pre- venções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congres-
sidente da República.  so Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou de controle interno de cada Poder.
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I,
II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro A fiscalização contábil, financeira e orçamentária regu-
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia lada pela Constituição recai sobre as receitas da União e
daquele em que foi editada. demais entidades da administração direta e indireta nesta
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos esfera. Tal fiscalização se dá mediante controle externo, a
§§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem ser exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribu-
convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorro- nal de Contas da União, e mediante controle interno, con-
gável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, soante órgãos instituídos pelo próprio Poder fiscalizado
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto em seu âmbito interno.
legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.  Para que se viabilize esta atividade de fiscalização é
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da pu- necessária a instituição de obrigação de prestar contas, re-
blicação da medida provisória, suspendendo-se durante os gulada no próprio artigo 70, CF em seu parágrafo único:
períodos de recesso do Congresso Nacional.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Con- Artigo 70, parágrafo único, CF. Prestará contas qual-
gresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias quer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
pressupostos constitucionais.  bens e valores públicos ou pelos quais a União responda,
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará pecuniária. 
em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma
das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até a) Controle externo – Tribunal de Contas da União
que se ultime a votação, todas as demais deliberações le- Com efeito, o principal órgão que colabora com o con-
gislativas da Casa em que estiver tramitando. trole externo na fiscalização exercida pelo Congresso Na-
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período cional é o Tribunal de Contas da União. A composição do
a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta Tribunal de Contas da União está regulamentada no artigo
dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação 73 da Constituição Federal, conferindo-se a capacidade de
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. auto-organização e autoadministração assegurada aos ór-
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação inicia- gãos do Poder Judiciário:
da na Câmara dos Deputados. 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Sena- Artigo 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado
dores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro
parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, próprio de pessoal e jurisdição em todo o território na-
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacio- cional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas
nal.  no art. 96.

58
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Execu-
requisitos: tivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco V - fiscalizar as contas nacionais das empresas su-
anos de idade; pranacionais de cujo capital social a União participe, de
II - idoneidade moral e reputação ilibada; forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, eco- VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos re-
nômicos e financeiros ou de administração pública; passados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Fede-
efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos ral ou a Município;
mencionados no inciso anterior. VII - prestar as informações solicitadas pelo Congres-
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão so Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer
escolhidos: das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, fi-
I - um terço pelo Presidente da República, com apro- nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
vação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribu- VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
nal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os cri- de despesa ou irregularidade de contas, as sanções pre-
térios de antiguidade e merecimento; vistas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
II - dois terços pelo Congresso Nacional. multa proporcional ao dano causado ao erário;
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União te- IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote
rão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, as providências necessárias ao exato cumprimento da
vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tri- lei, se verificada ilegalidade;
bunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentado- X - sustar, se não atendido, a execução do ato im-
ria e pensão, as normas constantes do art. 40.  pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Depu-
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá tados e ao Senado Federal;
as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando XI - representar ao Poder competente sobre irregulari-
no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz dades ou abusos apurados.
de Tribunal Regional Federal. § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será ado-
tado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicita-
Por seu turno, as atribuições do Tribunal de Contas da rá, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
União encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição, § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no
envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso Nacional prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas
no controle externo (tanto é assim que o Tribunal não susta no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
diretamente os atos ilegais, mas solicita ao Congresso Na- § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação
cional que o faça): de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,
Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas
da União, ao qual compete: Após, o artigo 72 regulamenta a atuação da Comissão
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre- Mista Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fis-
sidente da República, mediante parecer prévio que deverá calização:
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais res- Artigo 72, CF. A Comissão mista permanente a que se
ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adminis- refere o art. 166, §1º48, diante de indícios de despesas não
tração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas programados ou de subsídios não aprovados, poderá soli-
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregu- citar à autoridade governamental responsável que, no
laridade de que resulte prejuízo ao erário público; prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
48 Disciplina o referido dispositivo: “Art. 166. Os projetos de lei rela-
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na admi- tivos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
nistração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a
para cargo de provimento em comissão, bem como a das uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - exa-
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalva- minar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre
das as melhorias posteriores que não alterem o fundamento as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II
- examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais,
legal do ato concessório;
regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompa-
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos De- nhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
putados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de in- demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
quérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, fi- acordo com o art. 58”.

59
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considera-


dos estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal SEGURIDADE SOCIAL. SAÚDE. PREVIDÊNCIA
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de E ASSISTÊNCIA SOCIAL.
trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Co-
missão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável
ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso TÍTULO VIII
Nacional sua sustação. Da Ordem Social
CAPÍTULO I
b) Controle interno DISPOSIÇÃO GERAL
O controle interno será exercido em todos os Poderes
mediante sistema integrado entre os órgãos do controle Art. 193. A ordem social tem como base o primado do
interno, bem como entre estes e o Tribunal de Contas da trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
União, cuja finalidade está descrita no artigo 74 da Cons- Ordem social é a expressão que se refere à organiza-
tituição. ção da sociedade, proporcionando o bem-estar e a justiça
social. Neste sentido, invariavelmente seus vetores se ligam
Artigo 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Ju- aos direitos econômicos, sociais e culturais, bem como aos
diciário manterão, de forma integrada, sistema de controle direitos difusos e coletivos (notadamente ambiental).
interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no pla- CAPÍTULO II
no plurianual, a execução dos programas de governo e dos DA SEGURIDADE SOCIAL
orçamentos da União; Seção I
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, DISPOSIÇÕES GERAIS
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, fi-
nanceira e patrimonial nos órgãos e entidades da adminis- O título VIII, que aborda a ordem social, traz este
tração federal, bem como da aplicação de recursos públicos tripé no capítulo II, intitulado “Da Seguridade Social”:
por entidades de direito privado; saúde, previdência e assistência social.
III - exercer o controle das operações de crédito, avais
e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua mis- integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
são institucional. sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saú-
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao toma- de, à previdência e à assistência social.
rem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalida- Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos
de, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes
sob pena de responsabilidade solidária. objetivos:
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação I - universalidade da cobertura e do atendimento;
ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denun- II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
ciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal às populações urbanas e rurais;
de Contas da União. III - seletividade e distributividade na prestação dos be-
nefícios e serviços;
c) Simetria quanto aos demais entes federados IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
O artigo 75 da Constituição estabelece normativa mí- V - equidade na forma de participação no custeio;
nima a ser aplicada à fiscalização contábil, financeira e or- VI - diversidade da base de financiamento;
çamentária das demais unidades federativas, respeitando VII - caráter democrático e descentralizado da adminis-
uma simetria constitucional. tração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Go-
verno nos órgãos colegiados. 
Artigo 75, CF. As normas estabelecidas nesta seção apli-
cam-se, no que couber, à organização, composição e fiscali-
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
zação dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, me-
Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas
diante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
dos Municípios.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão
contribuições sociais:
sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integra-
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equi-
dos por sete Conselheiros.
parada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 

60
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

b) a receita ou o faturamento;  § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese


c) o lucro;  de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição in-
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdên- cidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita
cia social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e ou o faturamento. 
pensão concedidas pelo regime geral de previdência social
de que trata o art. 201;  [...]
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de Seção III
quem a lei a ele equiparar.  DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios destinadas à seguridade social constarão dos
Art. 201. A previdência social será organizada sob a
respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da
forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação
União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsá- financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
veis pela saúde, previdência social e assistência social, ten- I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e
do em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de idade avançada; 
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
de seus recursos. III - proteção ao trabalhador em situação de desempre-
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da go involuntário; 
seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependen-
contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios tes dos segurados de baixa renda; 
ou incentivos fiscais ou creditícios. V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher,
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o dis-
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, posto no § 2º. 
obedecido o disposto no art. 154, I. § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferen-
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social ciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiá-
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a corres- rios do regime geral de previdência social, ressalvados os
pondente fonte de custeio total. casos de atividades exercidas sob condições especiais que
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
da publicação da lei que as houver instituído ou modifica- definidos em lei complementar. 
do, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, «b». § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de con-
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade tribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá
social as entidades beneficentes de assistência social que valor mensal inferior ao salário mínimo. 
atendam às exigências estabelecidas em lei. § 3º Todos os salários de contribuição considerados
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatá- para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados,
rio rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos
na forma da lei. 
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de eco-
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
nomia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, con-
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alí-
quota sobre o resultado da comercialização da produção e forme critérios definidos em lei.
farão jus aos benefícios nos termos da lei.  § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdên-
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do cia social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cál- participante de regime próprio de previdência. 
culo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensio-
utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa nistas terá por base o valor dos proventos do mês de de-
ou da condição estrutural do mercado de trabalho.  zembro de cada ano. 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de re- § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de
cursos para o sistema único de saúde e ações de assistên- previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguin-
cia social da União para os Estados, o Distrito Federal e os tes condições: 
Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta
respectiva contrapartida de recursos.  anos de contribuição, se mulher; 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite
artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os
complementar.  que exerçam suas atividades em regime de economia fami-
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica liar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pes-
para os quais as contribuições incidentes na forma dos in- cador artesanal. 
cisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 

61
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágra- § 5º A lei complementar de que trata o parágrafo ante-
fo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor rior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas per-
que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício missionárias ou concessionárias de prestação de serviços
das funções de magistério na educação infantil e no ensino públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de
fundamental e médio.  previdência privada. 
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a con- § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° des-
tagem recíproca do tempo de contribuição na administra- te artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos
ção pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese membros das diretorias das entidades fechadas de previ-
em que os diversos regimes de previdência social se com- dência privada e disciplinará a inserção dos participantes
pensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inte-
em lei. resses sejam objeto de discussão e deliberação. 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente
do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime A previdência social e a assistência social se diferenciam
geral de previdência social e pelo setor privado.  principalmente porque a previdência social volta-se ao paga-
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer mento de aposentadoria e benefícios aos seus contribuintes, ao
título, serão incorporados ao salário para efeito de contri- passo que a assistência social tem por foco a oferta de amparo
buição previdenciária e consequente repercussão em be- mínimo aos que não contribuíram para a seguridade social.
nefícios, nos casos e na forma da lei.  O artigo 201, CF, trabalha com a organização da previ-
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previ- dência social em regime geral, de caráter contributivo e fi-
denciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àque- liação obrigatória, sendo que devem ser adotados critérios
les sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao de preservação de equilíbrio financeiro e atuarial. Nota-se
trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que que todos os trabalhadores ficarão vinculados ao regime e
pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes aces- prestarão contribuição a ele, não havendo a opção de dele
so a benefícios de valor igual a um salário-mínimo.  se desvincular. No mais, são previstas como campos de
atendimento pela previdência: “I - cobertura dos eventos
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de
de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção
que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências in-
à maternidade, especialmente à gestante;  III - proteção
feriores às vigentes para os demais segurados do regime
ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
geral de previdência social. 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes
dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro
complementar e organizado de forma autônoma em relação
e dependentes, observado o disposto no § 2º” (ou seja, não
ao regime geral de previdência social, será facultativo, ba- se aceitando valor inferior ao salário mínimo).
seado na constituição de reservas que garantam o benefício Os critérios para a concessão de aposentadoria são
contratado, e regulado por lei complementar.  unitários, em regra, conforme o §1º do artigo 201, CF.
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo asse- O valor mínimo de benefício com caráter substitutivo
gurará ao participante de planos de benefícios de entida- de salário de contribuição ou rendimento é de 1 salário
des de previdência privada o pleno acesso às informações mínimo (artigo 201, §2º, CF).
relativas à gestão de seus respectivos planos.  Os salários de contribuição serão atualizados (artigo
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios 201, §3º, CF) e os benefícios serão devidamente reajusta-
e as condições contratuais previstas nos estatutos, regu- dos (artigo 201, §4º, CF), tudo com vistas à preservação do
lamentos e planos de benefícios das entidades de previ- valor real da contribuição e do benefício.
dência privada não integram o contrato de trabalho dos Integrante de regime próprio de previdência não pode
participantes, assim como, à exceção dos benefícios conce- se vincular como segurado facultativo, prestando contri-
didos, não integram a remuneração dos participantes, nos buições autônomas, ao regime geral (artigo 201, §5º, CF), o
termos da lei.  que geraria uma indevida cumulação de benefícios.
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de pre- Aposentados e pensionistas também fazem jus ao dé-
vidência privada pela União, Estados, Distrito Federal e cimo terceiro salário, denominado gratificação natalina, a
Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, ser calculado com base no valor dos proventos do mês de
sociedades de economia mista e outras entidades públicas, dezembro de cada ano (artigo 201, §6º, CF). 
salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em O §7º do artigo 201, CF fixa as condições para a apo-
hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder sentadoria pelo regime geral de previdência social. Profes-
a do segurado.  sor de ensino infantil, fundamental e médio, que tenha ex-
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a clusivamente desempenhado estas funções, tem o tempo
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive de contribuição reduzido em 5 anos (30 anos para homem
suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e 25 anos para mulher).
e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto Se uma pessoa contribuir a dois regimes diversos em
patrocinadoras de entidades fechadas de previdência pri- períodos diferentes de sua vida contributiva, estes regimes
vada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência se compensarão, ou seja, o tempo de um se acrescerá no
privada.  outro (artigo 201, §9º, CF).

62
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

A questão de verba destinada à cobertura do risco de 4. (PC/PI - Delegado de Polícia – UESPI/2014) Entre
acidente de trabalho é disciplinada no §10 do artigo 201, os chamados sentidos doutrinariamente atribuídos à Cons-
CF. Atualmente, a Lei nº 6.367/1976 dispõe sobre o seguro tituição, existe um que realiza a distinção entre Constituição
de acidentes do trabalho a cargo do INPS e dá outras pro- e lei constitucional. Assinale a alternativa que o contempla.
vidências. (A) Sentido político
Quanto à incorporação de ganhos habituais ao salário, (B) Sentido sociológico.
prevê o §11 do artigo 201, CF pela incorporação para efeito (C) Sentido jurídico.
de contribuição previdenciária e consequente repercussão (D) Sentido culturalista.
em benefícios, nos casos e na forma da lei. (E) Sentido simbólico.
Sobre o sistema especial de inclusão previdenciária, é a
disciplina do artigo 201, §§ 12 e 13, CF. 5. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Repú-
Por seu turno, o artigo 202, CF volta-se ao regime de blica Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
previdência privada, que pode se organizar de forma autô- dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
noma e possui caráter complementar e facultativo. em Estado Democrático de Direito (art. 1º da CF).
Com efeito, a Lei Complementar nº 109, de 29 de maio Com base no enunciado acima é correto afirmar, exceto:
de 2001, dispõe sobre o Regime de Previdência Comple- (A) são objetivos fundamentais da república federati-
mentar e dá outras providências. va do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e redu-
zir as desigualdades sociais e regionais.
(B) a soberania, a cidadania e o pluralismo político
EXERCÍCIOS não são fundamentos da república federativa do brasil.
(C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
1. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre o conceito de alguma coisa senão em virtude de lei.
Constituição, assinale a alternativa CORRETA. (D) é livre a manifestação de pensamento, sendo ve-
(A) É o estatuto que regula as relações entre Estados dado o anonimato.
soberanos. (E) construir uma sociedade livre, justa e solidária é um
(B) É o conjunto de normas que regula os direitos e dos objetivos fundamentais da república federativa do Brasil.
deveres de um povo.
(C) É a lei fundamental e suprema de um Estado, que 6. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) A Cons-
contém normas referentes à estruturação, à formação dos tituição brasileira inicia com o Título I dedicado aos “prin-
poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos cida- cípios fundamentais”, que são as regras informadoras de
dãos. todo um sistema de normas, as diretrizes básicas do orde-
(D) É a norma maior de um Estado, que regula os di- namento constitucional brasileiro. São regras que contêm
reitos e deveres de um povo nas suas relações. os mais importantes valores que informam a elaboração da
Constituição da República Federativa do Brasil.
2. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Dentre as formas Diante dessa afirmação, analise as questões a seguir e
de classificação das Constituições, uma delas é quanto à assinale a alternativa correta.
origem. I - Nas relações internacionais, a República brasileira
Em relação às características de uma Constituição rege-se, entre outros, pelos seguintes princípios: autode-
quanto à sua origem, assinale a alternativa CORRETA. terminação dos povos, defesa da paz, igualdade entre os
(A) Dogmáticas ou históricas. Estados, concessão de asilo político.
(B) Materiais ou formais. II - Os princípios não são dotados de normatividade,
(C) Analíticas ou sintéticas. ou seja, possuem efeito vinculante, mas constituem regras
(D) Promulgadas ou outorgadas. jurídicas efetivas.
III - Violar um princípio é muito mais grave que trans-
3. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP/2014) Sobre a supremacia gredir uma norma qualquer, pois implica ofensa a todo o
da Constituição da República, assinale a alternativa COR- sistema de comandos.
RETA. IV - São princípios que norteiam a atividade econômica
(A) A supremacia está no fato de o controle da cons- no Brasil: a soberania nacional, a função social da proprie-
titucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo Tri- dade, a livre concorrência, a defesa do consumidor; a pro-
bunal Federal. priedade privada.
(B) A supremacia está na obrigatoriedade de submis- V - A diferença de salários, de critério de admissão por
são das leis aos princípios que norteiam o Estado por ela motivo de sexo, idade, cor ou estado civil a qualquer dos
instituído. trabalhadores urbanos e rurais fere o princípio da igualda-
(C) A supremacia está no fato de a interpretação da de do caput do art. 5º da Constituição Federal.
constituição não depender da observância dos princípios (A) Apenas I, II, III estão corretas.
que a norteiam. (B) Apenas II e IV estão corretas.
(D) A supremacia está no fato de que os princípios e (C) Apenas III e V estão corretas.
fundamentos da constituição se resumam na declaração de (D) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
soberania. (E) Todas as afirmações estão corretas.

63
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

7. (DPE/GO - Defensor Público - UFG/2014) A pro- III - Os direitos e garantias expressos na Constituição
pósito dos princípios fundamentais da República Federa- Federal não excluem outros decorrentes do regime e dos
tiva do Brasil, reconhece-se que: princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
(A) o pluralismo político está inserido entre seus ob- em que o Brasil seja parte.
jetivos. IV - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra
(B) a livre iniciativa é um de seus fundamentos e se e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indeniza-
contrapõe ao valor social do trabalho. ção pelo dano material ou moral decorrente de sua viola-
(C) a dignidade é também do nascituro, o que de- ção.
sautoriza, portanto, a prática da interrupção da gravidez V - É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
quando decorrente de estupro. sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
(D) a promoção do bem de todos, sem preconceito garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
de origem, raça, sexo, cor, idade e qualquer outra forma suas liturgias.
de discriminação, é um de seus objetivos. (A) Apenas I, II e III estão corretas.
(E) o legislativo, o executivo e o judiciário, depen- (B) Apenas II, III e IV estão corretas.
dentes e harmônicos entre si, são poderes da união. (C) Apenas III e V estão corretas.
(D) Apenas IV e V estão corretas.
8. (DPE/DF - Analista - Assistência Judiciária - (E) Todas as questões estão corretas.
FGV/2014) Sobre os Princípios Fundamentais da Repú-
blica Federativa do Brasil, à luz do texto constitucional de 10. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) Os
1988, é INCORRETO afirmar que: remédios constitucionais são as formas estabelecidas pela
(A) a República Federativa do Brasil tem como fun- Constituição Federal para concretizar e proteger os direitos
damentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pes- fundamentais a fim de que sejam assegurados os valores
soa humana, os valores sociais do trabalho e da livre ini- essenciais e indisponíveis do ser humano.
ciativa e o pluralismo político. Assim, é correto afirmar, exceto:
(A) O habeas corpus pode ser formulado sem advo-
(B) a República Federativa do Brasil tem como obje-
gado, não tendo de obedecer a qualquer formalidade pro-
tivos fundamentais: construir uma sociedade livre, justa e
cessual, e o próprio cidadão prejudicado pode ser o autor.
solidária; garantir o desenvolvimento nacional, erradicar
(B) O habeas corpus é utilizado sempre que alguém
a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
sociais e regionais; promover o bem de todos, sem pre-
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
de poder.
outras formas de discriminação.
(C) O autor da ação constitucional de habeas corpus
(C) todo o poder emana do povo, que o exerce uni-
recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do qual
camente por meio de representantes eleitos. se impetra, paciente, podendo ser o mesmo impetrante, e
(D) entre outros, são princípios adotados pela Repú- a autoridade que pratica a ilegalidade, autoridade coatora.
blica Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, (D) Caberá habeas corpus em relação a punições dis-
os seguintes: a independência nacional, a prevalência dos ciplinares militares.
direitos humanos e o repúdio ao terrorismo e ao racismo. (E) O habeas corpus será preventivo quando alguém
(E) a autodeterminação dos povos, a não interven- se achar ameaçado de sofrer violência, ou repressivo,
ção e a defesa da paz são princípios regedores das re- quando for concreta a lesão.
lações internacionais da República Federativa do Brasil. (F)
9. (PC/SC - Agente de Polícia - ACAFE/2014) O art. RESPOSTAS
5º da Constituição Federal trata dos direitos e deveres in-
dividuais e coletivos, espécie do gênero direitos e garan- 1. Resposta: “C”. Constituição é muito mais do que
tias fundamentais (Título II). Assim, apesar de referir-se, um documento escrito que fica no ápice do ordenamen-
de modo expresso, apenas a direitos e deveres, também to jurídico nacional estabelecendo normas de limitação e
consagrou as garantias fundamentais. (LENZA, Pedro. Di- organização do Estado, mas tem um significado intrínseco
reito Constitucional Esquematizado, São Paulo: Saraiva, sociológico, político, cultural e econômico. Independente
2009,13ª. ed., p. 671). do conceito, percebe-se que o foco é a organização do Es-
Com base na afirmação acima, analise as questões a tado e a limitação de seu poder.
seguir e assinale a alternativa correta.
I - Os direitos são bens e vantagens prescritos na nor- 2. Resposta: “D”. Quanto à origem, a Constituição
ma constitucional, enquanto as garantias são os instrumen- pode ser outorgada, quando imposta unilateralmente pelo
tos através dos quais se assegura o exercício dos aludidos agente revolucionário, ou promulgada, quando é votada,
direitos. sendo também conhecida como democrática ou popular.
II - O rol dos direitos expressos nos 78 incisos e pa-
rágrafos do art. 5º da Constituição Federal é meramente 3. Resposta: “B”. A Constituição Federal e os demais
exemplificativo. atos normativos que compõem o denominado bloco de

64
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

constitucionalidade, notadamente, emendas constitucio- da República Federativa brasileira – previsto no artigo 3º,
nais e tratados internacionais de direitos humanos apro- IV, não tem a ver com os princípios fundamentais, mas sim
vados com quórum especial após a Emenda Constitucional com os objetivos.
nº 45/2004, estão no topo do ordenamento jurídico. Sendo
assim, todos os atos abaixo deles devem guardar uma es- 8. Resposta: “C”. A democracia brasileira adota a mo-
trita compatibilidade, sob pena de serem inconstitucionais. dalidade semidireta, porque possibilita a participação po-
Por isso, estes atos que estão abaixo na pirâmide, se sujei- pular direta no poder por intermédio de processos como
tam a controle de constitucionalidade. o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Como são
hipóteses restritas, pode-se afirmar que a democracia indi-
4. Resposta: “A”. Carl Schmitt propõe que o conceito reta é predominantemente adotada no Brasil, por meio do
de Constituição não está na Constituição em si, mas nas sufrágio universal e do voto direto e secreto com igual va-
decisões políticas tomadas antes de sua elaboração. Sen- lor para todos. Contudo, não é a única maneira de se exer-
do assim, o conceito de Constituição será estruturado por cer o poder (artigo 14, CF e artigo 1º, parágrafo único, CF).
fatores como o regime de governo e a forma de Estado
vigentes no momento de elaboração da lei maior. A Cons- 9. Resposta: “E”. “I” está correta porque a principal
tituição é o produto de uma decisão política e variará con- diferença entre direitos e garantias é que os primeiros
forme o modelo político à época de sua elaboração. servem para determinar os bens jurídicos tutelados e as
segundas são os instrumentos para assegurar estes (ex:
5. Resposta: “B”. Todas as alternativas descrevem ca- direito de liberdade de locomoção – garantia do habeas
racterísticas, atributos do Estado Democrático de Direito corpus). “II” está correta, afinal, o próprio artigo 5º prevê
que é a República Federativa brasileira, notadamente: er- em seu §2º que “os direitos e garantias expressos nesta
radicação da pobreza e diminuição de desigualdades (ar- Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
tigo 3º, III, CF); soberania, cidadania e pluralismo político dos princípios por ela adotados, ou dos tratados interna-
(artigo 1º, I, II e V, CF); princípio da legalidade (artigo 5º, II, cionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”,
CF); liberdade de expressão (artigo 5º, IV, CF); construção fundamento que também demonstra que o item “III” está
de sociedade justa, livre e solidária (artigo 3º, I, CF). Sendo correto. O item IV traz cópia do artigo 5º, X, CF, que prevê
assim, incorreta a afirmação de que soberania, cidadania que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e
e pluralismo político não são fundamentos da República a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
Federativa do Brasil, pois estão como tais enumerados no pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”;
artigo 1º, CF, além de decorrerem da própria estrutura de o que faz também o item V com relação ao artigo 5º, VI,
um Estado Democrático de Direito. CF que diz que “é inviolável a liberdade de consciência e
de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
6. Resposta: “D”. O item “I” descreve alguns dos prin- religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
cípios que regem as relações internacionais brasileiras, de culto e a suas liturgias”. Sendo assim, todas afirmativas
enumerados no artigo 4º, CF, estando correto; o item “II” estão corretas.
afasta a normatividade dos princípios, o que é incorreto,
pois os princípios têm forma normativa e, inclusive, po- 10. Resposta: “D”. O habeas corpus é garantia pre-
dem ser aplicados de forma autônoma se não houver lei vista no artigo 5º, LXVIII, CF: “conceder-se-á habeas corpus
específica a respeito ou se esta se mostrar inadequada, por sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
isso mesmo, correta a afirmação do item “III”; os princípios violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
descritos no item “IV” são alguns dos que regem a ordem ilegalidade ou abuso de poder”. A respeito dele, a lei bus-
econômica, enumerados no artigo 170, CF, restando corre- ca torná-lo o mais acessível possível, por ser diretamente
ta; o item “V” traz um exemplo de violação ao princípio da relacionado a um direito fundamental da pessoa humana.
igualdade material, assegurado no artigo 5º, CF e refletido O objeto de tutela é a liberdade de locomoção; a propo-
em todo texto constitucional, estando assim correto. Logo, situra não depende de advogado; o que propõe a ação é
apenas o item “II” está incorreto. denominado impetrante e quem será por ela beneficiado é
chamado paciente (podendo a mesma pessoa ser os dois),
7. Resposta: “D”. O artigo 1º, CF traz os princípios contra quem é proposta a ação é a denominada autoridade
fundamentais (fundamentos) da República Federativa do coatora; e é possível utilizar habeas corpus repressivamen-
Brasil: “I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da te e preventivamente. Por sua vez, a Constituição Federal
pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da prevê no artigo 142, §2º que “não caberá habeas corpus em
livre iniciativa; V - o pluralismo político”. O princípio de “A” relação a punições disciplinares militares”.
se encontra no inciso V; o de “B” no inciso IV; o de “C” no
inciso III, pois viola a dignidade humana da mãe forçá-la a
dar luz à um filho que resulte de estupro; o de “E” decorre
dos incisos I e II e é previsão do artigo 2º, que dispõe que
“são Poderes da União, independentes e harmônicos entre
si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Somente resta a
alternativa “D”, que apesar de realmente trazer um objetivo

65
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

2. Noções de Direito Administrativo: Conceitos. Princípios de Direito Administrativo................................................................ 01


Organização administrativa brasileira.............................................................................................................................................................. 03
Poderes administrativos. Poder Discricionário, Poder Regulamentar.................................................................................................. 12
Responsabilidade civil do Estado....................................................................................................................................................................... 17
Controle da Administração Pública................................................................................................................................................................... 19
Administração Pública direta e indireta; autarquias, fundações, entidades paraestatais. Conceitos e Princípios constitu-
cionais relativos à Administração Pública. Órgãos Públicos.................................................................................................................... 26
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento


2. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATI- imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio
VO: CONCEITOS. PRINCÍPIOS DE DIREITO da moralidade deve se fazer presente não só para com os
ADMINISTRATIVO. administrados, mas também no âmbito interno. Está indis-
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos
princípios éticos regentes da função administrativa. TODO
ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS
Princípios constitucionais expressos
IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios
anteriores.
São princípios da administração pública, nesta ordem:
d) Princípio da publicidade: A administração pública
Legalidade
é obrigada a manter transparência em relação a todos seus
Impessoalidade
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban-
Moralidade
cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e
Publicidade
a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
Eficiência
concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for-
todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da
servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se ne-
Administração Pública. É de fundamental importância um
gar indevidamente a fornecer informações ao administrado
olhar atento ao significado de cada um destes princípios,
caracteriza ato de improbidade administrativa.
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa,
princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho1 e
político-eleitoral:
Spitzcovsky2:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali-
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
proíbe. Contudo, como a administração pública representa
caráter educativo, informativo ou de orientação social,
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex-
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido-
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso
res públicos.
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
Estado deve respeitar as leis que dita.
instrumentos para proteção são o direito de petição e as
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes-
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi-
ses que representa, a administração pública está proibida
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda,
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar
prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú-
Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon-
ticipação do usuário na administração pública direta e
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou
indireta, regulando especialmente:
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida-
I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade,
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi-
interna, da qualidade dos serviços;
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse
II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas,
a informações sobre atos de governo, observado o disposto
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse
no art. 5º, X e XXXIII;
coletivo.
III -  a disciplina da representação contra o exercício ne-
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí-
gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de
nistração pública.
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente
relacionada ao poder público. A administração pública não
e) Princípio da eficiência: A administração pública
atua como um particular, de modo que enquanto o des-
deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti-
controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
pessoas (o concurso público seleciona os mais qualifi-
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
cados ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Mé- seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
todo, 2011. por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de

1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário
procura por produtividade e economicidade. Alcança os da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário,
serviços públicos e os serviços administrativos internos, se é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho
referindo diretamente à conduta dos agentes. adotado pelo administrador. Gasparini5, com respaldo no
art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de
Outros princípios administrativos tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a
motivação para todos os atos nele elencados, compreen-
Além destes cinco princípios administrativo-constitu- dendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os
cionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem vinculados.
ser apontados como princípios de natureza ética relaciona- c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos:
dos à função pública a probidade e a motivação: O Estado assumiu a prestação de determinados serviços,
a) Princípio da probidade:  um princípio constitu- por considerar que estes são fundamentais à coletividade.
cional incluído dentro dos princípios específicos da licita- Apesar de os prestar de forma descentralizada ou mesmo
ção, é o dever de todo o administrador público, o dever delegada, deve a Administração, até por uma questão de
de honestidade e fidelidade com o Estado, com a popu- coerência, oferecê-los de forma contínua e ininterrupta.
lação, no desempenho de suas funções. Possui contornos Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o Es-
mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini3 tado é obrigado a não interromper a prestação dos ser-
alerta que alguns autores tratam veem como distintos os viços que disponibiliza. A respeito, tem-se o artigo 22 do
princípios da moralidade e da probidade administrativa, Código de Defesa do Consumidor:
mas não há características que permitam tratar os mesmos
como procedimentos distintos, sendo no máximo possível Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
afirmar que a probidade administrativa é um aspecto parti- concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra for-
cular da moralidade administrativa. ma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, con-
tínuos.
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pes-
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a
soas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a
causados, na forma prevista neste código.
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro
d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Adminis-
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da
tração Pública: a Administração possui a faculdade de re-
Administração. ver os seus atos, de forma a possibilitar a adequação destes
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicá- à realidade fática em que atua, e declarar nulos os efeitos
vel ao caso concreto e relacionar os fatos que concreta- dos atos eivados de vícios quanto à legalidade. O sistema
mente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos de controle dos atos da Administração adotado no Brasil é
os atos administrativos devem ser motivados para que o o jurisdicional. Esse sistema possibilita, de forma inexorá-
Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo vel, ao Judiciário, a revisão das decisões tomadas no âm-
quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem bito da Administração, no tocante à sua legalidade. É, por-
ser observados os motivos dos atos administrativos. tanto, denominado controle finalístico, ou de legalidade.
Em relação à necessidade de motivação dos atos ad- À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anu-
ministrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um lação dos atos ilegais como a revogação de atos válidos e
único comportamento possível) e dos atos discricionários eficazes, quando considerados inconvenientes ou inopor-
(aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta tunos aos fins buscados pela Administração. Essa forma de
um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um controle endógeno da Administração denomina-se prin-
juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é unís- cípio da autotutela. Ao Poder Judiciário cabe somente a
sona na determinação da obrigatoriedade de motivação anulação de atos reputados ilegais. O embasamento de tais
com relação aos atos administrativos vinculados; todavia, condutas é pautado nas Súmulas 346 e 473 do Supremo
diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos dis- Tribunal Federal.
cricionários.
Meirelles4 entende que o ato discricionário, editado sob Súmula 346. A administração pública pode declarar a
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de nulidade dos seus próprios atos.
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportuni-
dade, não sendo necessária a motivação. No entanto, se Súmula 473. A administração pode anular seus próprios
houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
esta, em razão da necessidade de observância da Teoria deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui-
3 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Sa-
raiva, 2004.
ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Pau- 5 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Sa-
lo: Malheiros, 1993. raiva, 2004.

2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Os atos administrativos podem ser extintos por revo- nistração Pública, porque esta atua por conta de tal interes-
gação ou anulação. A Administração tem o poder de rever se. Com efeito, o exame do princípio é predominantemente
seus próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas feito no caso concreto, analisando a situação de conflito
também pela da revogação. Aliás, não é possível revogar entre o particular e o interesse público e mensurando qual
atos vinculados, mas apenas discricionários. A revogação deve prevalecer.
se aplica nas situações de conveniência e oportunidade,
quanto que a anulação serve para as situações de vício de
legalidade.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: BRASILEIRA.
Razoabilidade e proporcionalidade são fundamentos de
caráter instrumental na solução de conflitos que se esta-
beleçam entre direitos, notadamente quando não há legis-
lação infraconstitucional específica abordando a temática Centralização, descentralização, concentração e
objeto de conflito. Neste sentido, quando o poder público desconcentração
toma determinada decisão administrativa deve se utilizar
destes vetores para determinar se o ato é correto ou não, Em linhas gerais, descentralização significa transferir
se está atingindo indevidamente uma esfera de direitos ou a execução de um serviço público para terceiros que não
se é regular. Tanto a razoabilidade quanto a proporciona- se confundem com a Administração direta; centralização
lidade servem para evitar interpretações esdrúxulas mani- significa situar na Administração direta atividades que, em
festamente contrárias às finalidades do texto declaratório. tese, poderiam ser exercidas por entidades de fora dela;
Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a desconcentração significa transferir a execução de um ser-
mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos. viço público de um órgão para o outro dentro da própria
Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito Administração; concentração significa manter a execução
anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade se origi- central ao chefe do Executivo em vez de atribui-la a outra
na do direito germânico (muito mais metódico, objetivo e autoridade da Administração direta.
organizado), muito embora uma tenha buscado inspiração Passemos a esmiuçar estes conceitos:
na outra certas vezes. Por conta de sua origem, a propor- Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do
cionalidade tem parâmetros mais claros nos quais pode ser
Executivo, do poder de delegar certas atribuições que são
trabalhada, enquanto a razoabilidade permite um processo
de sua competência privativa. Neste sentido, o previsto na
interpretativo mais livre. Evidencia-se o maior sentido jurí-
CF:
dico e o evidente caráter delimitado da proporcionalidade
pela adoção em doutrina de sua divisão clássica em 3 sen-
Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Repúbli-
tidos:
ca poderá delegar as atribuições mencionadas nos inci-
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que
sos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado,
o meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo pre-
tendido; ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida União, que observarão os limites traçados nas respectivas
restritiva de um direito humano ou fundamental somente é delegações.
legítima se indispensável na situação em concreto e se não
for possível outra solução menos gravosa; Neste sentido:
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido
de máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre: 
com relação a cada ato jurídico que recaia sobre um direito a) organização e funcionamento da administração
humano ou fundamental, notadamente verificando se há federal, quando não implicar aumento de despesa nem
uma proporção adequada entre os meios utilizados e os criação ou extinção de órgãos públicos; 
fins desejados. b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos; 
f) Supremacia do interesse público sobre o priva- Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas,
do: Na maioria das vezes, a Administração, para buscar de com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos pú-
em um patamar de superioridade em relação aos particu- blicos federais, na forma da lei; (apenas o provimento é
lares, numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza delegável, não a extinção)
do princípio da supremacia, conjugado ao princípio da in-
disponibilidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa é irre- Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem op-
nunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do ções de delegar parte de suas atribuições privativas para
Poder Público, mas sim “dever” de atuação. os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República
Sempre que houver conflito entre um interesse indi- ou o Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar
vidual e um interesse público coletivo, deve prevalecer o com relação de hierarquia cada uma destas essencialida-
interesse público. São as prerrogativas conferidas à Admi- des dentro da estrutura organizada do Estado. Reforça-se,

3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

desconcentrar significa delegar com hierarquia, pois XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
há uma relação de subordinação dentro de uma estrutura autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
centralizada, isto é, os Ministros de Estado, o Procurador- quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
-Geral da República e o Advogado-Geral da União respon- mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobi-
dem diretamente ao Presidente da República e, por isso, lização nacional;
não possuem plena discricionariedade na prática dos atos XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
administrativos que lhe foram delegados. Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
privativas da Administração pública direta no âmbito mais que forças estrangeiras transitem pelo território nacional
central possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder ou nele permaneçam temporariamente;
Executivo, seja porque não são atribuições delegáveis, seja XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano pluria-
porque se optou por não delegar. nual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as pro-
postas de orçamento previstos nesta Constituição;
Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional,
da República: dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa,
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; as contas referentes ao exercício anterior;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a di- XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais,
reção superior da administração federal; na forma da lei;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos XXVI - editar medidas provisórias com força de lei,
previstos nesta Constituição; nos termos do art. 62;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel Constituição.
execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
Descentralizar envolve a delegação de interesses es-
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
tatais para fora da estrutura da Administração direta, o que
a) organização e funcionamento da administração
é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja,
federal, quando não implicar aumento de despesa nem
a atos administrativos que somente possam ser praticados
criação ou extinção de órgãos públicos; 
pela Administração direta porque se referem a interesses
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
estatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é
vagos; 
uma delegação sem relação de hierarquia, pois é uma
VII - manter relações com Estados estrangeiros e
acreditar seus representantes diplomáticos; delegação de um ente para outro (não há subordinação
VIII - celebrar tratados, convenções e atos interna- nem mesmo quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma
cionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; espécie de tutela ou supervisão por parte dos Ministérios –
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; se trata de vínculo e não de subordinação).
X - decretar e executar a intervenção federal; Basicamente, se está diante de um conjunto de pes-
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Con- soas jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para
gresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislati- prestarem serviços de interesse do Estado. Possuem patri-
va, expondo a situação do País e solicitando as providências mônio próprio e são unidades orçamentárias autônomas.
que julgar necessárias; Ainda, exercem em nome próprio direitos e obrigações,
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiên- respondendo pessoalmente por seus atos e danos.
cia, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar
XIII - exercer o comando supremo das Forças Arma- a descentralização administrativa: outorga e delegação.
das, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade
da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá- e a ela transfere, através de previsão em lei, determinado
-los para os cargos que lhes são privativos;  serviço público e é conferida, em regra, por prazo indeter-
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os minado. Isso é o que acontece quanto às entidades da Ad-
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais ministração Indireta prestadoras de serviços públicos. Nes-
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procura- te sentido, o Estado descentraliza a prestação dos serviços,
dor-Geral da República, o presidente e os diretores do ban- outorgando-os a outras entidades criadas para prestá-los,
co central e outros servidores, quando determinado em lei; as quais podem tomar a forma de autarquias, empresas
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis- públicas, sociedades de economia mista e fundações pú-
tros do Tribunal de Contas da União; blicas.
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta A delegação ocorre quando o Estado transfere, por
Constituição, e o Advogado-Geral da União; contrato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço,
XVII - nomear membros do Conselho da República, para que o ente delegado o preste ao público em seu pró-
nos termos do art. 89, VII; prio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Esta-
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e do. A delegação é geralmente efetivada por prazo determi-
o Conselho de Defesa Nacional; nado. Ela se dá, por exemplo, nos contratos de concessão

4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ou nos atos de permissão, pelos quais o Estado transfere políticas que serão implementadas. É o caso da Presidên-
aos concessionários e aos permissionários apenas a execu- cia da República, órgão complexo composto pelo gabinete,
ção temporária de determinado serviço. pela Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da Repúbli-
Centralizar envolve manter na estrutura da Adminis- ca, pelo Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente
tração direta o desempenho de funções administrativas de da República é o único que toma as decisões).
interesses não essenciais do Estado, que poderiam ser atri- b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do
buídos a entes de fora da Administração por outorga ou poder, com autonomia funcional, porém subordinados po-
delegação. liticamente aos independentes. É o caso de todos os minis-
térios de Estado.
Administração Pública Direta c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia
Administração Pública direta é aquela formada pelos ou independência, sendo plenamente vinculados aos ór-
entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. gãos autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vin-
Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Fede- culada ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamen-
ral e os Municípios. À exceção da União, que é dotada de to da Polícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça.
soberania, todos os demais são dotados de autonomia. d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima
Dispõe o Decreto nº 200/1967: deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos
que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais
Art. 4° A Administração Federal compreende: do MTE.
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas
integrados na estrutura administrativa da Presidência da Re- e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura,
pública e dos Ministérios. sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade,
para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos
A administração direta é formada por um conjunto de não pertencem nem mesmo aos três poderes.
núcleos de competências administrativas, os quais já foram Conforme Carvalho Filho6, “a noção de Estado, como
tidos como representantes do poder central (teoria da re- visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Es-
presentação) e como mandatários do poder central (teoria tado, na verdade, é considerado um ente personalizado,
do mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto seja no âmbito internacional, seja internamente. Quando
Giërke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos ad- se trata de Federação, vigora o pluripersonalismo, porque
ministrativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas além da pessoa jurídica central existem outras internas que
que podem ser organizados por decretos autônomos do compõem o sistema político. Sendo uma pessoa jurídica,
Executivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personali- o Estado manifesta sua vontade através de seus agentes,
dade jurídica própria. ou seja, as pessoas físicas que pertencem a seus quadros.
Assim, os órgãos da Administração direta não possuem Entre a pessoa jurídica em si e os agentes, compõe o Esta-
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome do um grande número de repartições internas, necessárias
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser à sua organização, tão grande é a extensão que alcança e
autor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de man- tamanha as atividades a seu cargo. Tais repartições é que
dado de segurança – tanto como impetrante como quan- constituem os órgãos públicos”.
to impetrado). Já que não possuem personalidade, atuam “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
apenas no cumprimento da lei, não atuando por vontade Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
própria. Logo, órgãos e agentes públicos são impessoais mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí-
quando agem no estrito cumprimento de seus deveres, dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado,
não respondendo diretamente por seus atos e danos. que não tem vontade própria, pode outorgar o mandato”7.
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res- A origem desta teoria está no direito privado, não tendo
ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que como prosperar porque o Estado não pode outorgar man-
estejam exercendo atribuições da Administração direta é dato a alguém, afinal, não tem vontade própria.
denominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, Num momento seguinte, adotou-se a teoria da repre-
que institui o princípio da impessoalidade. sentação: “Posteriormente houve a substituição dessa con-
Quanto se faz desconcentração da autoridade central cepção pela teoria da representação, pela qual a vontade
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do Es-
diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em tado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras jurídicas
simples ou complexos (simples se possuem apenas uma que apontam para representantes dos incapazes. Ocorre
estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede que essa teoria, além de equiparar o Estado, pessoa jurídi-
de estruturas administrativas) e em unitários ou colegia- ca, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa jurídica do-
dos (unitário se o poder de decisão se concentra em uma tada de capacidade plena), não foi suficiente para alicerçar
pessoa, colegiado se as decisões são tomadas em conjunto um regime de responsabilização da pessoa jurídica perante
e prevalece a vontade da maioria):
6 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra-
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
trutura do Estado, gozando de independência para agir e 7 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São
não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as Paulo: Atlas editora, 2010.

5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

terceiros prejudicados nas circunstâncias em que o agente Art. 4° A Administração Federal compreende:
ultrapassasse os poderes da representação”8. Criticou-se a II - A Administração Indireta, que compreende as se-
teoria porque o Estado estaria sendo visto como um su- guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade
jeito incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem condições jurídica própria:
plenas de manifestar, de falar, de resolver pendências; bem a) Autarquias;
como porque se o representante estatal exorbitasse seus b) Empresas Públicas;
poderes, o Estado não poderia ser responsabilizado. c) Sociedades de Economia Mista.
Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giër- d) fundações públicas.
ke, segundo a qual os órgãos são apenas núcleos adminis-
trativos criados e extintos exclusivamente por lei, mas que Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que
podem ser organizados por decretos autônomos do Exe- prestam serviços públicos por delegação, embora não in-
cutivo (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade tegrem os quadros da Administração, quais sejam, os per-
jurídica própria. Com efeito, o Estado brasileiro responde missionários, os concessionários e os autorizados.
pelos atos que seus agentes praticam, mesmo se estes atos Essas quatro pessoas integrantes da Administração
extrapolam das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe indireta serão criadas para a prestação de serviços públi-
assegurado o intocável e assustador direito de regresso. cos ou, ainda, para a exploração de atividades econômicas,
Apresenta-se a classificação dos órgãos: como no caso das empresas públicas e sociedades de eco-
a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis- nomia mista, e atuam com o objetivo de aumentar o grau
tritais e municipais. de especialidade e eficiência da prestação do serviço públi-
b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são co ou, quando exploradoras de atividades econômicas, vi-
aqueles que detêm condição de comando e de direção, sando atender a relevante interesse coletivo e imperativos
e os subordinados, incumbidos das funções rotineiras de da segurança nacional.
execução. Com efeito, de acordo com as regras constantes do
c) Quanto à composição: singulares, quando integra- artigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só po-
derá explorar atividade econômica a título de exceção, em
dos em um só agente, e os coletivos, quando compostos
duas situações, conforme se colhe do caput do referido ar-
por vários agentes.
tigo, a seguir reproduzido:
d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri-
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons-
buições em todo o território nacional, estadual, distrital e
tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
municipal, e os locais, que atuam em parte do território.
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
e) Quanto à posição estatal: são os que representam
de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con-
os poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Ju-
forme definidos em lei.
diciário. Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras cons-
f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compos- titucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao
tos. Os órgãos compostos são constituídos por vários ou- Poder Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta de-
tros órgãos. ferida ao setor privado. Assim, apenas explora atividades
econômicas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto
Administração indireta Constitucional. Quando atuar na economia, concorre em
grau de igualdade com os particulares, e sob o regime do
A Administração Pública indireta pode ser definida artigo 170 da Constituição, inclusive quanto à livre concor-
como um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou rência, submetendo-se ainda a todas as obrigações cons-
privado, criadas ou instituídas a partir de lei específica, que tantes do regime jurídico de direito privado, inclusive no
atuam paralelamente à Administração direta na prestação tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tri-
de serviços públicos ou na exploração de atividades eco- butárias.
nômicas.
“Enquanto a Administração Direta é composta de ór- Autarquias
gãos internos do Estado, a Administração Indireta se com- Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
põe de pessoas jurídicas, também denominadas de entida-
des”9. Em que pese haver entendimento diverso registrado I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com
em nossa doutrina, integram a Administração indireta do personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
Estado quatro espécies de pessoa jurídica, a saber: as Au- executar atividades típicas da Administração Pública, que
tarquias, as Fundações, as Sociedades de Economia Mista e requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi-
as Empresas Públicas. nistrativa e financeira descentralizada.
Dispõe o Decreto nº 200/1967:
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
de natureza administrativa, criadas para a execução de ser-
8 NOHARA, Irene Patrícia. Direito Administrativo – esquematizado,
completo, atualizado, temas polêmicos, conteúdo dos principais con- viços tipicamente públicos, antes prestados pelas entida-
cursos públicos. 3. ed. São Paulo: Atlas editora, 2013. des estatais que as criam. Por serviços tipicamente públicos
9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra- entenda-se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e co-
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. mum monopólio do Estado.

6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

“O termo autarquia significa autogoverno ou governo suais que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro para
próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção semân- contestar e recorrer, além de reexame necessário da causa
tica para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa em situações de condenação acima de certos valores.
com relativa capacidade de gestão dos interesses a seu Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e ex-
cargo, embora sob controle do Estado, de onde se origi- tintas por lei, que podem ser complementadas por atos do
nou. Na verdade, até mesmo em relação a esse sentido, Executivo, notadamente Decretos.
o termo está ultrapassado e não mais reflete uma noção As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais
exata do instituto. [...] Pode-se conceituar autarquia como e municipais, contudo não podem ser interestaduais ou in-
a pessoa jurídica de direito público, integrante da Adminis- termunicipais (não é permitida a associação de unidades
tração Indireta, criada por lei para desempenhar funções federativas para a criação de autarquias).
que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típi- Devem executar atividades típicas do direito público e,
cas do Estado”10. notadamente, serviços públicos de natureza social e ativi-
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo dades administrativas, com a exclusão dos serviços e ativi-
regime jurídico de direito público, podendo, tão-somente, dades de cunho econômico e mercantil.
ser prestadoras de serviços públicos, contando com capital O patrimônio da autarquia é formado por bens públi-
oriundo da Administração direta. O Código Civil, em seu cos, razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas
artigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito regras aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no
público, embora exista controvérsia na doutrina. que se refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de
Carvalho Filho11 classifica quanto ao regime jurídico: “a) oneração e de usucapião.
autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias Os agentes públicos das autarquias são concursados e
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi- estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não à CLT.
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas Já os dirigentes não precisam ser concursados e são nomea-
a uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao dos e destituídos livremente pelo chefe do Executivo.
passo que as últimas seriam regidas por disciplina especí-
fica, cuja característica seria a de atribuir prerrogativas es- Agências reguladoras
peciais e diferenciadas a certas autarquias”. São exemplos São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju-
de autarquias especiais aquelas criadas para serviços espe- rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime
ciais, como autarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com ca-
fiscalização (ex.: CRM e CREA). pacidade administrativa, aplicando-se a elas todas as re-
A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias: gras das autarquias.
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (In- O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas
cra), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departa- a nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que se
mento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conse- baseia nos critérios de conhecimento. Uma vez nomeado,
lho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Departa- o dirigente passa a gozar de mandato com prazo determi-
mento nacional de Registro do Comércio (DNRC), Instituto nado e só pode ser destituído por processo com decisão
Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Brasilei- motivada.
ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução
(Ibama), Banco Central do Brasil (Bacen). de serviços públicos. Elas não executam o serviço propria-
Ainda sobra as autarquias: mente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com típica
Contam com patrimônio próprio, constituído a partir função de controle da prestação dos serviços públicos e do
de transferência pela entidade estatal a que se vinculam, exercício de atividades econômicas, evitando a prática de
portanto, capital exclusivamente público. abusos por parte de entidades do setor privado.
São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejan- São titulares da matéria técnica que regulam, de modo
do seus gastos e compromissos a cada exercício. A propos- que somente elas podem disciplinar as regras e padrões
ta orçamentária é encaminhada anualmente ao chefe do técnicos desta determinada seara.
Executivo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamen- No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscalizar
tária anual. A própria autarquia presta contas diretamente o cumprimento de contratos de concessões e o atingimen-
ao Tribunal de Contas. to de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o atendi-
Podem pagar aos seus credores por meio de precató- mento a consumidores e usuários (inclusive recebendo e
rios e requisição de pequeno valor, tal como a Administra- processando denúncias e reclamações, aplicando penas
ção direta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa administrativas e multas, bem como rescindindo contra-
de seus devedores. tos), definir política tarifária e reajustá-la.
Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a Entre as agências reguladoras inseridas no ordena-
todas unidades da federação. mento brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacional
A elas se conferem as mesmas prerrogativas proces- de Energia Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a ANA-
TEL – Agência Nacional de Telecomunicações, pela Lei nº
10 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010
9.472/1997; e a ANP – Agência Nacional do Petróleo, pela
11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- Lei nº 9.478/1997.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Agências executivas de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer


Agência executiva é a qualificação conferida a autar- por força de contingência ou de conveniência administrativa
quia, fundação pública ou órgão da administração direta podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
que celebra contrato de gestão com o próprio ente polí- direito.
tico com o qual está vinculado. As agências executivas se
distinguem das agências reguladoras por não terem como Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri-
objetivo principal o de exercer controle sobre particulares vado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para
que prestam serviços públicos, que é o objetivo fundamen- a exploração de atividades econômicas, que contam com
tal das agências reguladoras. Assim, a expressão “agências capital exclusivamente público, e são constituídas por qual-
executivas” corresponde a um título ou qualificação atri- quer modalidade empresarial, após autorização legislativa
buída à autarquia ou a fundações públicas cujo objetivo do ente federativo criador.
seja exercer atividade estatal. Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços
públicos, estará submetida a regime jurídico público, ainda
Fundações públicas que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade
econômica, estará submetida a regime jurídico denomina-
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de persona- do pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de
lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada observância, ao menos em suas relações com os adminis-
em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi- trados, das regras atinentes ao regime da Administração, a
mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou exemplo dos princípios expressos no “caput” do artigo 37
entidades de direito público, com autonomia administrativa, da Constituição Federal.
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire- Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre-
ção, e funcionamento custeado por recursos da União e de sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como
outras fontes. o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau-
As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor (ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
para atingir uma finalidade específica, denominadas, em Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen-
latim, universitas bonorum. Entre estas finalidades, desta- ciam das sociedades de economia mista por: não possuí-
cam-se as de escopo religioso, moral, cultural ou de assis- rem fins lucrativos (o capital excedente não se transforma
tência. em lucro, é reinvestido na própria empresa), podem adotar
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive perfis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome cole-
para aquelas que não integram a Administração indireta tivo, S/A), o capital social é formado por recursos públicos
(não-governamentais). No caso das fundações que inte- e só admite sócios públicos (pode ter apenas um sócio –
gram a Administração indireta (governamentais), quando unipessoalidade originária ou inicial).
forem dotadas de personalidade de direito público, serão
regidas integralmente por regras de direito público. Quan- Sociedades de economia mista
do forem dotadas de personalidade de direito privado, se- Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
rão regidas por regras de direito público e direito privado.
Quando as fundações são criadas pelo Estado são co- III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada
nhecidas como fundações públicas, ou autarquias funda- de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei
cionais ou fundações autárquicas. O estatuto da fundação, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de
no caso, terá a forma de lei, cujo escopo será criar e orga- sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten-
nizar a fundação. As fundações públicas são regulamenta- çam em sua maioria à União ou a entidade da Administra-
das por lei complementar. Sendo fundações públicas que ção Indireta.
adotam regime jurídico de direito público, se equiparam às
autarquias e se sujeitam às mesmas regras que elas. As sociedades de economia mista são pessoas jurídi-
Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma fun- cas de Direito Privado criadas para a prestação de servi-
dação pública que adote regime jurídico de direito privado, ços públicos ou para a exploração de atividade econômica,
ou então um regime misto, caso em que seus servidores contando com capital misto e constituídas somente sob a
poderão se sujeitar à CLT, seu patrimônio não será exclu- forma empresarial de S/A.
sivamente oriundo de verbas estatais. A lei autorizadora Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Esta-
deve ser expressa neste sentido. do que participa dela, existem acionistas a ela vinculados.
Entretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do
Empresas públicas direito a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: (se o Estado for sócio, mas não for controlador, trata-se de
empresa comum, não sociedade de economia mista).
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali- Alguns exemplos de sociedade mista:
dade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e - Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil
capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração e Banespa.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.


Metrô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habita-
cional Urbano). Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór-
Estas sociedades de economia mista se caracterizam e cios públicos e dá outras providências.
se diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
lucrativos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
adotam o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social
é formado por recursos públicos e privados, os sócios são Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União,
privados e públicos (Estado). os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem
consórcios públicos para a realização de objetivos de interes-
Empresas públicas e sociedades de economia mista: se comum e dá outras providências.
semelhanças § 1º O consórcio público constituirá associação pública
Embora a Constituição Federal reserve a atividade eco- ou pessoa jurídica de direito privado.
nômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os pa- § 2º A União somente participará de consórcios pú-
péis de integração (integrar o Brasil na economia global), blicos em que também façam parte todos os Estados em
regulação (definindo regras e limites na exploração da ati- cujos territórios estejam situados os Municípios consorcia-
vidade econômica por particulares) e intervenção (fixação dos.
de regras e normas para combater o abuso do poder eco- § 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão
nômico) (conforme artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-se obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o
excepcionalmente que o Estado explore diretamente Sistema Único de Saúde – SUS.
atividades econômicas se houver um relevante interesse
em matérias (serviços públicos em geral) ou atividades de Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de-
soberania. terminados pelos entes da Federação que se consorciarem,
Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por observados os limites constitucionais.
meio de sociedades de economia mista e empresas pú- § 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio
blicas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de público poderá:
direito privado, o que evita que o próprio Estado possa I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na-
abusar do poder econômico. Logo, o Estado não pode dar tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais
às suas próprias empresas benefícios previdenciários, tri- ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo;
butários e trabalhistas. Além disso, em termos processuais, II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú-
não gozam das prerrogativas que as autarquias gozam. blico, promover desapropriações e instituir servidões nos ter-
ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente mos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou
se aplica quando o Estado está explorando atividade eco- interesse social, realizada pelo Poder Público; e
nômica propriamente dita, não quando está ofertando ser- III – ser contratado pela administração direta ou indireta
viços públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação.
pode sobre ele exercer monopólio, o que afasta a neces- § 2º Os consórcios públicos poderão emitir documen-
sidade de regras que impeçam o abuso do poder econô- tos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de ta-
mico. Por exemplo, os Correios são uma empresa pública e rifas e outros preços públicos pela prestação de serviços
possuem isenção fiscal e impenhorabilidade de bens. ou pelo uso ou outorga de uso de bens públicos por eles
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de administrados ou, mediante autorização específica, pelo
economia mista são criadas por lei e a existência delas deve ente da Federação consorciado.
ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam, § 3º Os consórcios públicos poderão outorgar conces-
ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus são, permissão ou autorização de obras ou serviços públi-
bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora cos mediante autorização prevista no contrato de consór-
de serviço público e não exploradora de atividade econô- cio público, que deverá indicar de forma específica o obje-
mica). No entanto, não se sujeitam à falência ou à recupe- to da concessão, permissão ou autorização e as condições
ração judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005). a que deverá atender, observada a legislação de normas
Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório mí- gerais em vigor.
nimo: licitar (exceto no que tange à prestação da ativida-
de-fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato
CLT, são celetistas e não estatutários, mas são contratados cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo
mediante concurso público de provas ou provas e títulos), de intenções.
prestar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de
remuneração (exceto no caso de sociedade de economia Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de inten-
mista que subsista sem qualquer auxílio do governo, ape- ções as que estabeleçam:
nas com seus lucros). I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a
sede do consórcio;
II – a identificação dos entes da Federação consorciados;
III – a indicação da área de atuação do consórcio;

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

IV – a previsão de que o consórcio público é associação § 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que
pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins eco- preveja determinadas contribuições financeiras ou econô-
nômicos; micas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, doação, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou
autorizar o consórcio público a representar os entes da Fede- imóveis e as transferências ou cessões de direitos operadas
ração consorciados perante outras esferas de governo; por força de gestão associada de serviços públicos.
VI – as normas de convocação e funcionamento da as- § 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com
sembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma
modificação dos estatutos do consórcio público; e condições da legislação de cada um.
VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância § 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na
máxima do consórcio público e o número de votos para as imprensa oficial.
suas deliberações;
VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re- Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado
presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamen- com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
te, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação § 1º O contrato de consórcio público, caso assim pre-
consorciado; veja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) par-
IX – o número, as formas de provimento e a remune- cela dos entes da Federação que subscreveram o protocolo
ração dos empregados públicos, bem como os casos de de intenções.
contratação por tempo determinado para atender a neces- § 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que,
sidade temporária de excepcional interesse público; aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorcia-
X – as condições para que o consórcio público celebre mento parcial ou condicional.
contrato de gestão ou termo de parceria; § 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subs-
XI – a autorização para a gestão associada de serviços crição do protocolo de intenções dependerá de homologa-
públicos, explicitando: ção da assembleia geral do consórcio público.
a) as competências cujo exercício se transferiu ao con- § 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste
sórcio público; artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o pro-
b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a tocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação
área em que serão prestados; no consórcio público.
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per-
missão ou autorização da prestação dos serviços; Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade ju-
d) as condições a que deve obedecer o contrato de pro- rídica:
grama, no caso de a gestão associada envolver também a I – de direito público, no caso de constituir associação
prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes pública, mediante a vigência das leis de ratificação do pro-
da Federação consorciados; tocolo de intenções;
e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas II – de direito privado, mediante o atendimento dos re-
e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou quisitos da legislação civil.
revisão; e § 1º O consórcio público com personalidade jurídica de
XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando direito público integra a administração indireta de todos os
adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumpri- entes da Federação consorciados.
mento das cláusulas do contrato de consórcio público. § 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica
§ 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, de direito privado, o consórcio público observará as nor-
considera-se como área de atuação do consórcio público, mas de direito público no que concerne à realização de
independentemente de figurar a União como consorciada, licitação, celebração de contratos, prestação de contas e
a que corresponde à soma dos territórios: admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação
I – dos Municípios, quando o consórcio público for cons- das Leis do Trabalho - CLT.
tituído somente por Municípios ou por um Estado e Municí-
pios com territórios nele contidos; Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal, funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do con-
quando o consórcio público for, respectivamente, constituído sórcio público.
por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e
o Distrito Federal; Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recur-
III – (VETADO) sos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o con- § 1º O contrato de rateio será formalizado em cada
sórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e exercício financeiro e seu prazo de vigência não será su-
V – (VETADO) perior ao das dotações que o suportam, com exceção dos
§ 2º O protocolo de intenções deve definir o número contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos
de votos que cada ente da Federação consorciado possui consistentes em programas e ações contemplados em plano
na assembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada plurianual ou a gestão associada de serviços públicos cus-
ente consorciado. teados por tarifas ou outros preços públicos.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por § 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorren-
meio de contrato de rateio para o atendimento de des- tes da gestão associada de serviços públicos custeados por
pesas genéricas, inclusive transferências ou operações de tarifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos
crédito. aos titulares dos respectivos serviços.
§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, § 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis
bem como o consórcio público, são partes legítimas para por cada obrigação, os entes consorciados responderão
exigir o cumprimento das obrigações previstas no contrato solidariamente pelas obrigações remanescentes, garantin-
de rateio. do o direito de regresso em face dos entes beneficiados ou
§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dos que deram causa à obrigação.
dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio
de 2000, o consórcio público deve fornecer as informações Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con-
necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos trato de programa, como condição de sua validade, as obri-
entes consorciados, todas as despesas realizadas com os gações que um ente da Federação constituir para com outro
recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito
forma que possam ser contabilizadas nas contas de cada de gestão associada em que haja a prestação de serviços
ente da Federação na conformidade dos elementos econô- públicos ou a transferência total ou parcial de encargos,
micos e das atividades ou projetos atendidos. serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos
§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após serviços transferidos.
prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, § 1º O contrato de programa deverá:
em sua lei orçamentária ou em créditos adicionais, as do- I – atender à legislação de concessões e permissões de
tações suficientes para suportar as despesas assumidas por serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo
meio de contrato de rateio. de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos
serviços a serem prestados; e
Art. 9º A execução das receitas e despesas do consór- II – prever procedimentos que garantam a transparência
cio público deverá obedecer às normas de direito financeiro da gestão econômica e financeira de cada serviço em rela-
aplicáveis às entidades públicas. ção a cada um de seus titulares.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fis- § 2º No caso de a gestão associada originar a transfe-
calização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal rência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o con-
Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive trato de programa, sob pena de nulidade, deverá conter
quanto à legalidade, legitimidade e economicidade das des- cláusulas que estabeleçam:
pesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsi-
do controle externo a ser exercido em razão de cada um dos diária da entidade que os transferiu;
contratos de rateio. II – as penalidades no caso de inadimplência em relação
aos encargos transferidos;
Art. 10. (VETADO) III – o momento de transferência dos serviços e os deve-
Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da res relativos a sua continuidade;
gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passi-
obrigações contraídas pelo consórcio público, mas responde- vos do pessoal transferido;
rão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou V – a identificação dos bens que terão apenas a sua ges-
com as disposições dos respectivos estatutos. tão e administração transferidas e o preço dos que sejam
efetivamente alienados ao contratado;
Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e
público dependerá de ato formal de seu representante na avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados
assembleia geral, na forma previamente disciplinada por lei. mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da pres-
§ 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo tação dos serviços.
consorciado que se retira somente serão revertidos ou re- § 3º É nula a cláusula de contrato de programa que
trocedidos no caso de expressa previsão no contrato de atribuir ao contratado o exercício dos poderes de plane-
consórcio público ou no instrumento de transferência ou jamento, regulação e fiscalização dos serviços por ele pró-
de alienação. prio prestados.
§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não § 4º O contrato de programa continuará vigente mes-
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con- mo quando extinto o consórcio público ou o convênio de
tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pa- cooperação que autorizou a gestão associada de serviços
gamento das indenizações eventualmente devidas. públicos.
§ 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi-
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con- co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa
sórcio público dependerá de instrumento aprovado pela as- poderá ser celebrado por entidades de direito público ou
sembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes privado que integrem a administração indireta de qualquer
consorciados. dos entes da Federação consorciados ou conveniados.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o “Art. 112. [...]


deste artigo será automaticamente extinto no caso de o § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação
contratado não mais integrar a administração indireta do da qual, nos termos do edital, decorram contratos adminis-
ente da Federação que autorizou a gestão associada de trativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da
serviços públicos por meio de consórcio público ou de Federação consorciados.
convênio de cooperação. § 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
§ 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as mento da licitação e da execução do contrato.» (NR)
obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer
ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação ou a con- Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992,
sórcio público. passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos:
“Art. 10. [...]
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con- XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges-
sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali-
tão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
quadas.
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob-
servar as formalidades previstas na lei.” (NR)
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e
funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios
pela legislação que rege as associações civis. de cooperação, contratos de programa para gestão associa-
da de serviços públicos ou instrumentos congêneres, que te-
Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10 nham sido celebrados anteriormente a sua vigência.
de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a
seguinte redação: Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabili-
“Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações dade pública que serão observadas pelos consórcios públicos
públicas; [...]” (NR) para que sua gestão financeira e orçamentária se realize na
conformidade dos pressupostos da responsabilidade fiscal.
Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

“Art. 23. [...] Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e


§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o do- 117º da República.
bro dos valores mencionados no caput deste artigo quan-
do formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo,
quando formado por maior número.»
PODERES ADMINISTRATIVOS. PODER
DISCRICIONÁRIO, PODER REGULAMENTAR.
“Art. 24. [...]
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
da Federação ou com entidade de sua administração indire-
ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
O Estado possui papel central de disciplinar a socie-
nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
dade. Como não pode fazê-lo sozinho, constitui agentes
ou em convênio de cooperação.
que exercerão tal papel. No exercício de suas atribuições,
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
são conferidas prerrogativas aos agentes, indispensáveis à
e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para consecução dos fins públicos, que são os poderes admi-
compras, obras e serviços contratados por consórcios públi- nistrativos. Em contrapartida, surgirão deveres específicos,
cos, sociedade de economia mista, empresa pública e por que são deveres administrativos.
autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Os poderes conferidos à administração surgem como ins-
Agências Executivas.” (NR) trumentos para a preservação dos interesses da coletividade.
Caso a administração se utilize destes poderes para fins diver-
“Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 sos de preservação dos interesses da sociedade, estará come-
e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi- tendo abuso de poder, ou seja, incidindo em ilegalidade. Neste
gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, caso, o Poder Judiciário poderá efetuar controle dos atos admi-
e o retardamento previsto no final do parágrafo único do nistrativos que impliquem em excesso ou abuso de poder.
art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) Quanto aos poderes administrativos, eles podem ser
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na colocados como prerrogativas de direito público conferi-
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição das aos agentes públicos, com vistas a permitir que o Esta-
para a eficácia dos atos” (NR). do alcance os seus fins. Evidentemente, em contrapartida a
estes poderes, surgem deveres ao administrador.

12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

“O poder administrativo representa uma prerrogativa comportam solução única. Possui, assim, um espaço para
especial de direito público outorgada aos agentes do Esta- exercer um juízo de valores de conveniência e oportuni-
do. Cada um desses terá a seu cargo a execução de certas dade.
funções. Ora, se tais funções foram por lei cometidas aos
agentes, devem eles exercê-las, pois que seu exercício é Conveniência = condições em que irá agir
voltado para beneficiar a coletividade. Ao fazê-lo, dentro Oportunidade = momento em que irá agir
dos limites que a lei traçou, pode dizer-se que usaram nor- Discricionariedade = oportunidade + conveniência
malmente os seus poderes.
Uso do poder, portanto, é a utilização normal, pe- A discricionariedade pode ser exercida tanto quando o
los agentes públicos, das prerrogativas que a lei lhes ato é praticado quanto, num momento futuro, na circuns-
confere”12. tância de sua revogação.
Neste sentido, “os poderes administrativos são ou- Uma das principais limitações ao poder discricionário
torgados aos agentes do Poder Público para lhes permitir é a adequação, correspondente à adequação da conduta
atuação voltada aos interesses da coletividade. Sendo as- escolhida pelo agente à finalidade expressa em lei. O se-
sim, deles emanam duas ordens de consequência: 1ª) são gundo limite é o da verificação dos motivos14. Neste senti-
eles irrenunciáveis; e 2ª) devem ser obrigatoriamente do, discricionariedade não pode se confundir com arbitra-
exercidos pelos titulares. Desse modo, as prerrogativas riedade – a última é uma conduta ilegítima e quanto a ela
públicas, ao mesmo tempo em que constituem poderes caberá controle de legalidade perante o Poder Judiciário.
para o administrador público, impõem-lhe o seu exercício “O controle judicial, entretanto, não pode ir ao extremo
e lhe vedam a inércia, porque o reflexo desta atinge, em de admitir que o juiz se substitua ao administrador. Vale
última instância, a coletividade, esta a real destinatária de dizer: não pode o juiz entrar no terreno que a lei reservou
tais poderes. Esse aspecto dúplice do poder administra- aos agentes da Administração, perquirindo os critérios de
tivo é que se denomina de poder-dever de agir”13. Per- conveniência e oportunidade que lhe inspiraram a conduta.
cebe-se que, diferentemente dos particulares aos quais, A razão é simples: se o juiz se atém ao exame da legalida-
de dos atos, não poderá questionar critérios que a própria
quando conferido um poder, podem optar por exercê-lo
lei defere ao administrador. [...] Modernamente, os doutri-
ou não, a Administração não tem faculdade de agir, afinal,
nadores têm considerado os princípios da razoabilidade e
sua atuação se dá dentro de objetos de interesse público.
da proporcionalidade como valores que podem ensejar o
Logo, a abstenção não pode ser aceita, o que transforma o
controle da discricionariedade, enfrentando situações que,
poder de agir também num dever de fazê-lo: daí se afirmar
embora com aparência de legalidade, retratam verdadeiro
um poder-dever. Com efeito, o agente omisso poderá ser
abuso de poder. [...] A exacerbação ilegítima desse tipo de
responsabilizado.
controle reflete ofensa ao princípio republicano da separa-
Os poderes da Administração se dividem em: vincula- ção dos poderes”15.
do, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamen- Há quem diga que, por haver tal liberdade, não exis-
tar e de polícia. te o dever de motivação, mas isso não está correto: aqui,
mais que nunca, o dever de motivar se faz presente, de-
Poder vinculado monstrando que não houve arbítrio na decisão tomada
pelo administrador. Basicamente, não é porque o admi-
No poder vinculado não há qualquer liberdade quanto nistrador tem liberdade para decidir de outra forma que
à atividade que deva ser praticada, cabendo ao administra- o fará sem cometer arbitrariedades e, caso o faça, incidirá
dor se sujeitar por completo ao mandamento da lei. Nos em ilicitude. O ato discricionário que ofenda os parâmetros
atos vinculados, o agente apenas reproduz os elementos da razoabilidade é atentatório à lei. Afinal, não obstante a
da lei. Afinal, o administrador se encontra diante de situa- discricionariedade seja uma prerrogativa da administração,
ções que comportam solução única anteriormente prevista o seu maior objetivo é o atendimento aos interesses da
por lei. Portanto, não há espaço para que o administrador coletividade.
faça um juízo discricionário, de conveniência e oportunida-
de. Ele é obrigado a praticar o ato daquela forma, porque a Poder regulamentar
lei assim prevê. Ex.: pedido de aposentadoria compulsória
por servidor que já completou 70 anos; pedido de licença Em linhas gerais, poder regulamentar é o poder confe-
para prestar serviço militar obrigatório. rido à administração de elaborar decretos e regulamen-
tos. Percebe-se que o Poder Executivo, nestas situações,
Poder discricionário exerce força normativa, expedindo normas que se reves-
tem, como qualquer outra, de abstração e generalidade.
Existem situações em que o próprio agente tem a pos- Quando o Poder Legislativo edita suas leis nem sempre
sibilidade de valorar a sua conduta. Logo, no poder discri- possibilita que elas sejam executadas. A aplicação prática
cionário o administrador não está diante de situações que fica a cargo do Poder Executivo, que irá editar decretos
12 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e regulamentos com capacidade de dar execução às leis caráter estritamente técnico da lei ou ato congênere para
editadas pelo Poder Legislativo. Trata-se de prerrogativa outras fontes normativas, com autorização do próprio le-
complementar à lei, não podendo em hipótese alguma gislador. Na verdade, o legislador efetuará uma espécie de
o Executivo alterar o seu conteúdo. Entretanto, poderá o delegação, que não será completa e integral, pois ainda ca-
Executivo criar obrigações subsidiárias, que se impõem berá ao Legislativo elaborar o regramento básico, ocorren-
ao administrado ao lado das obrigações primárias fixadas do a transferência estritamente do aspecto técnico (deno-
na própria lei. mina-se delegação com parâmetros). Há quem diga que
Caso ocorra abuso ao poder regulamentar, caberá ao nestes casos não há poder regulamentar, mas sim poder
Congresso Nacional sustar o ato: “Art. 49, CF. É da compe- regulador. É exemplo do que ocorre com as agências regu-
tência exclusiva do Congresso Nacional: [...] V - sustar os ladoras, como ANATEL, ANEEL, entre outras.
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do po-
der regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”. Abuso de poder
Segundo entendimento majoritário, tanto os decretos
Havendo poderes, naturalmente será possível o abuso
quanto os regulamentos podem ser autônomos (atos de
deles. Abuso de poder é a utilização inadequada por parte
natureza originária ou primária) ou de execução (atos de
dos administradores das prerrogativas a eles conferidas no
natureza derivada ou secundária), embora a essência do âmbito dos poderes da administração, por violação expres-
poder regulamentar seja composta pelos decretos e regu- sa ou tácita da lei.
lamentos de execução. O regulamento autônomo pode ser “A conduta abusiva dos administradores pode decor-
editado independentemente da existência de lei anterior, rer de duas causas: 1ª) o agente atua fora dos limites de
se encontrando no mesmo patamar hierárquico que a lei – sua competência; e 2ª) o agente, embora dentro de sua
por isso, é passível de controle de constitucionalidade. Os competência, afasta-se do interesse público que deve nor-
regulamentos de execução dependem da existência de lei tear todo o desempenho administrativo. No primeiro caso,
anterior para que possam ser editados e devem obedecer diz-se que o agente atuou com ‘excesso de poder’ e no
aos seus limites, sob pena de ilegalidade – deste modo, se segundo, com ‘desvio de poder’”17. Basicamente, havendo
sujeitam a controle de legalidade. abuso de poder é possível que se caracterize excesso de
Nos termos do artigo 84, IV, CF, compete privativa- poder ou desvio de poder. No excesso de poder, o agente
mente ao Presidente da República expedir decretos e re- nem teria competência para agir naquela questão e o
gulamentos para a fiel execução da lei, atividade que não faz. No abuso de poder, o agente possui competência
pode ser delegada, nos termos do parágrafo único. Em que para agir naquela questão, mas não o faz em respeito
pese o teor do dispositivo que poderia dar a entender que ao interesse público, ou seja, desvirtua-se do fim que de-
a existência de decretos autônomos é impedida, o próprio veria atingir o seu ato, por isso o desvio de poder também
STF já reconheceu decretos autônomos como válidos em é denominado desvio de finalidade. A conduta abusiva é
situações excepcionais. Carvalho Filho16, a respeito, afirma passível de controle, inclusive judicial.
que somente são decretos e regulamentos que tipicamen-
te caracterizam o poder regulamentar aqueles que são de EXCESSO DE PODER = INCOMPETÊNCIA
natureza derivada – o autor admite que existem decretos ABUSO DE PODER = COMPETÊNCIA = DESVIO DE
e regulamentos autônomos, mas diz que não são atos do FINALIDADE
poder regulamentar.
A classificação dos decretos e regulamentos em au- “Pela própria natureza do fato em si, todo abuso de
poder se configura como ilegalidade. Não se pode conce-
tônomos e de execução é bastante relevante para fins de
ber que a conduta de um agente, fora dos limites de sua
controle judicial. Em se tratando de decreto de execução, o
competência ou despida da finalidade da lei, possa com-
parâmetro de controle será a lei a qual o decreto está vin-
patibilizar-se com a legalidade. É certo que nem toda ile-
culado, ocorrendo mero controle de legalidade como re- galidade decorre de conduta abusiva; mas todo abuso se
gra – não caberá controle de constitucionalidade por ações reveste de ilegalidade e, como tal, sujeita-se à revisão ad-
diretas de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade, ministrativa ou judicial”18.
mas caberá por arguição de descumprimento de preceito Se é possível o excesso ou o abuso de poder, é claro
fundamental – ADPF, cujo caráter é mais amplo e permite que a legislação não apenas confere poderes ao adminis-
o controle sobre atos regulamentares derivados de lei, tal trador, mas também estabelece deveres.
como será cabível mandado de injunção. Em se tratan-
do de decreto autônomo, o parâmetro de controle sempre Uso do poder e deveres da administração
será a Constituição Federal, possuindo o decreto a mesma
posição hierárquica das demais leis infraconstitucionais, Conforme Carvalho Filho, uso do poder “é a utilização
ocorrendo genuíno controle de constitucionalidade no normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que a lei
caso concreto, por qualquer das vias. lhes confere”19. Significa que se um agente toma suas ati-
Outra observação que merece ser feita se refere ao
17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
conceito de deslegalização. O fenômeno tem origem na
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
França e corresponde à transferência de certas matérias de 18 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-

14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tudes dentro dos limites dos poderes administrativos, está prerrogativas de ação do administrador de caráter geral e
agindo conforme a lei. Um dos principais guias para de- sem prazo determinado para atendimento, inseridas em
terminar se a ação está ou não em conformidade é o dos seu poder discricionário, não autorizam a alegação de ile-
deveres administrativos. galidade por violação do poder-dever de agir. Insere-se
Assim, além de poderes, os agentes administrativos, aqui a denominada reserva do possível – por óbvio sempre
obviamente, detêm deveres, em razão das atribuições que existirão algumas omissões tendo em vista a escassez de
exercem. Dentre os principais, podem ser citados os se- recursos financeiros. Ex.: deixar de reformar a entrada de
guintes, conforme aponta doutrina a respeito do assunto: um edifício, não construir um estabelecimento de ensino.
- Dever de probidade: trata-se de um dos deveres São ilegais, com efeito, as omissões específicas, que são
mais relevantes, correspondendo à obrigação do agen- omissões do poder público mesmo diante de imposição
te público de agir de forma honesta e reta, respeitando a expressa legal e prazo fixado em lei para atendimento.
moralidade administrativa e o interesse público. A violação Nestas situações, caberá até mesmo responsabilização ci-
desse dever caracteriza ato de improbidade, punível, con- vil, penal ou administrativa do agente omisso.
forme artigo 37, §4º, CF e Lei nº 8.429/92, que se sujeita a
diversas penas, como suspensão de direitos políticos, per- Hierarquia: poder hierárquico e suas manifesta-
da da função pública, proibição de contratar com o poder ções.
público, multa, além de restituição ao erário por enriqueci-
mento ilícito e/ou reparação de danos causados ao erário. “Hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos
- Dever de prestar contas: como o que é gerido pelo órgãos e agentes da Administração que tem como objetivo
administrador não lhe pertence, é seu dever prestar contas a organização da função administrativa. E não poderia ser
do que realizou à coletividade, isto é, informar em detalhes de outro modo. Tantas são as atividades a cargo da Admi-
qual o destino dado às verbas e aos bens sob sua gestão. nistração Pública que não se poderia conceber sua normal
Este dever abrange não só aqueles que são agentes públi- realização sem a organização, em escalas, dos agentes e
cos, mas a todos que tenham sob sua responsabilidade di- dos órgãos públicos. Em razão desse escalonamento firma-
nheiros, bens ou interesses públicos, independentemente -se uma relação jurídica entre os agentes, que se denomi-
de serem ou não administradores públicos. na relação hierárquica”21. Nesta relação hierárquica, surge
“A prestação de contas de administradores pode ser para a autoridade superior o poder de comando e para o
realizada internamente através dos órgãos escalonados em seu subalterno o dever de obediência.
Com efeito, poder hierárquico é o poder conferido à
graus hierárquicos, ou externamente. Neste caso, o con-
administração de fixar campos de competência quanto às
trole de contas é feito pelo Poder Legislativo por ser ele o
figuras que compõem sua estrutura. É um poder de auto-
órgão de representação popular. No Legislativo se situa,
-organização. É exercido tanto na distribuição de compe-
organicamente, o Tribunal de Contas, que, por sua espe-
tências entre os órgãos quanto na divisão de deveres entre
cialização, auxilia o Congresso Nacional na verificação de
os servidores que o compõem. Se o ato for praticado por
contas dos administradores”20.
órgão incompetente, é inválido. Da mesma forma, se o for
- Dever de eficiência: a atividade administrativa deve
praticado por servidor que não tinha tal atribuição.
ser célere e técnica, mesclando qualidade e quantidade. Por fim, ressalta-se que do poder hierárquico deriva o
Para tanto, é necessário atribuir competências aos cargos poder de revisão, consistente no poder das autoridades su-
conforme a qualificação exigida para ocupá-los; bem como periores de revisar os atos praticados por seus subordinados.
desempenhar atividades com perfeição, coordenação, ce-
leridade e técnica. Não significa que perfeccionismo em Poder disciplinar.
excesso seja valorizado, pois ele afeta o elemento quan-
titativo do serviço, que também é essencial para que ele Trata-se de decorrência do poder hierárquico, pois é a
seja eficiente. hierarquia que permite aos agentes de nível superior fisca-
- Dever de agir: o administrador possui um poder-de- lizar as ações dos subordinados. Assim, poder disciplinar
ver de agir. Não se trata de mero poder, porque priorizam é o poder conferido à administração para aplicar sanções
atender ao interesse da coletividade e, em razão disso, o aos seus servidores que pratiquem infrações disciplinares.
poder de agir é também um dever, que é irrenunciável e Estas sanções aplicadas são apenas as que possuem
obrigatório. Ao administrador é vedada a inércia. Logo, natureza administrativa, não envolvendo sanções civis ou
poderá ser responsabilizado por omissão ou silêncio, penais. Entre as penas que podem ser aplicadas, destacam-
abrindo possibilidade de obter o ato não realizado: pela via -se a de advertência, suspensão, demissão e cassação de
extrajudicial, notadamente ao exercer o direito de petição; aposentadoria.
ou por via judicial, por intermédio de mandado de segu- Evidentemente que tais punições não podem ser apli-
rança, quando ferir direito líquido e certo do interessado cadas sem alguns requisitos, como a abertura de sindicân-
comprovado de plano, ou por ação de obrigação de fazer. cia ou processo disciplinar em que se garanta o contradi-
ATENÇÃO: nem toda omissão do poder público é ile- tório e a ampla defesa (obs.: existem cargos que somente
gal. As denominadas omissões genéricas, que envolvem são passíveis de demissão por sentença judicial, que são os
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. vitalícios, como os de magistrado e promotor de justiça).
20 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Poder de polícia. Liberdades públicas e poder de Competência


polícia. A competência para exercer o poder de polícia é, a
princípio, da pessoa administrativa que foi dotada de com-
É o poder conferido à administração para limitar, dis- petência no âmbito do poder regulamentar. Se a compe-
ciplinar, restringir e condicionar direitos e atividades tência for concorrente, também o poder de polícia será
particulares para a preservação dos interesses da coleti- exercido de forma concorrente.
vidade. É ainda, fato gerador de tributo, notadamente, a
taxa (artigo 145, II, CF), não podendo ser gerador de tarifa Delegação e transferência
que se caracteriza como preço público e não podendo ser O poder de polícia pode ser exercido de forma origi-
cobrada sem o exercício efetivo do poder de polícia. nária, pelo próprio órgão ao qual se confere a competên-
“A expressão poder de polícia comporta dois sentidos, cia de atuação, ou de forma delegada, mediante lei que
um amplo e um estrito. Em sentido amplo, poder de polícia transfira a mera prática de atos de natureza fiscalizatória
significa toda e qualquer ação restritiva do Estado em (poder de polícia seria de caráter executório, não inovador)
relação aos direitos individuais. [...] Em sentido estrito, o a pessoas jurídicas que tenham vinculação oficial com en-
poder de polícia se configura como atividade administra- tes públicos.
tiva, que consubstancia, como vimos, verdadeira prerroga- Obs.: A transferência de tarefas de operacionalização,
tiva conferida aos agentes da Administração, consistente no âmbito de simples constatação, não é considerada de-
no poder de restringir e condicionar a liberdade e a pro- legação do poder de polícia. Delegação ocorre quando a
priedade”22. atividade fiscalizatória em si é transferida. Por exemplo,
No sentido amplo, é possível incluir até mesmo a ati- uma empresa contratada para operar radares não recebeu
vidade do Poder Legislativo, considerando que ninguém é delegação do poder de polícia, mas uma guarda municipal
obrigado a fazer ou deixar de fazer algo se a lei não impu- instituída na forma de empresa pública com poder de apli-
ser (artigo 5º, II, CF). No sentido estrito, tem-se a atividade car multas recebeu tal delegação.
da polícia administrativa, envolvendo apenas as prerro-
Polícia judiciária e polícia administrativa
gativas dos agentes da Administração.
Uma das mais importantes classificações doutrinárias
Em destaque, coloca-se o conceito que o próprio legis-
corresponde à distinção entre polícia administrativa e po-
lador estabelece no Código Tributário Nacional: “Conside-
lícia judiciária, assim explanada por Carvalho Filho: “ambos
ra-se poder de polícia a atividade da administração pública
se enquadram no âmbito da função administrativa, vale di-
que, limitando o disciplinando direito, interesse ou liber-
zer, representam atividades de gestão de interesses públi-
dade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em ra-
cos. A Polícia Administrativa é atividade da Administra-
zão de interesse público [...]” (art. 78, primeira parte, CTN).
ção que se exaure em si mesma, ou seja, inicia e se com-
A atividade de polícia é tipicamente administrativa, razão pleta no âmbito da função administrativa. O mesmo não
pela qual é estudada no ramo do direito administrativo. ocorre com a Polícia Judiciária que, embora seja atividade
Vale ressaltar, por fim, um dos principais atributos do administrativa, prepara a atuação da função jurisdicional
poder de polícia: a autoexecutoriedade. Neste sentido, a penal, o que a faz regulada pelo Código de Processo Penal
administração não precisa de manifestação do Poder Ju- (arts. 4º ss) e executada por órgãos de segurança (polícia
diciário para colocar seus atos em prática, efetivando-os. civil ou militar), ao passo que a Polícia Administrativa o é
por órgãos administrativos de caráter mais fiscalizador.
Polícia-função e polícia-corporação Outra diferença reside na circunstância de que a Polícia
“Apenas com o intuito de evitar possíveis dúvidas em Administrativa incide basicamente sobre atividades dos
decorrência da identidade de vocábulos, vale a pena real- indivíduos, enquanto a Polícia Judiciária preordena-se ao
çar que não há como confundir polícia-função com po- indivíduo em si, ou seja, aquele a quem se atribui o come-
lícia-corporação: aquela é a função estatal propriamente timento de ilícito penal”24. Além disso, essencialmente, a
dita e deve ser interpretada sob o aspecto material, indi- Polícia Administrativa tem caráter preventivo (busca evi-
cando atividade administrativa; esta, contudo, correspon- tar o dano social), enquanto que a Polícia Judiciária tem
de à ideia de órgão administrativo, integrado nos sistemas caráter repressivo (busca a punição daquele que causou
de segurança pública e incumbido de prevenir os delitos o dano social).
e as condutas ofensivas à ordem pública, razão por que
deve ser vista sob o aspecto subjetivo (ou formal). A polí- Liberdades públicas e poder de polícia
cia-corporação executa frequentemente funções de polícia Evidentemente, abusos no exercício do poder de po-
administrativa, mas a polícia-função, ou seja, a atividade lícia não podem ser tolerados. Por mais que todo direito
oriunda do poder de polícia, é exercida por outros órgãos individual seja relativo perante o interesse público, existem
administrativos além da corporação policial”23. núcleos mínimos de direitos que devem ser preservados,
mesmo no exercício do poder de polícia. Neste sentido, a
faculdade repressiva deve respeitar os direitos do cida-
dão, as prerrogativas individuais e as liberdades públi-
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.
cas que são consagrados no texto constitucional.
23 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- 24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015.

16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Para compreender a questão, interessante suscitar


qual o caráter do poder de polícia, se discricionário ou RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
vinculado. A doutrina de Meirelles25 e Carvalho Filho26 re-
comenda que quando o poder de polícia vai ter os seus
limites fixados há discricionariedade (por exemplo, quan-
do o poder público vai decidir se pode ou não ocorrer O instituto da responsabilidade civil é parte integran-
pesca num determinado rio), mas quando já existem os te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse-
limites o ato se torna vinculado (no mesmo exemplo, não quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera
se pode decidir por multar um pescador e não multar o para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen-
outro por pescarem no rio em que a pesca é proibida, de- to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal,
vendo ambos serem multados). Tal raciocínio é relevante quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano
para verificar, num caso concreto, se houve ou não abuso deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res-
do poder de polícia. Vamos supor que a lei fixe os limites taurando-se o equilíbrio social.
para o ato, mas que na prática tais limites tenham sido A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po-
ignorados: não haverá discricionariedade, então. dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os
Com efeito, os principais limites do Poder de Polícia limites da herança, embora existam reflexos na ação que
são: apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es-
“- Necessidade – a medida de polícia só deve ser ado- fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de
tada para evitar ameaças reais ou prováveis de perturba- autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que
ções ao interesse público; uma absolvição por falta de provas não o faz).
- Proporcionalidade/razoabilidade – é a relação entre A responsabilidade civil do Estado acompanha o racio-
a limitação ao direito individual e o prejuízo a ser evitado; cínio de que a principal consequência da prática de um ato
- Eficácia – a medida deve ser adequada para impedir ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de reparar o
o dano a interesse público. Para ser eficaz a Administra- dano, mediante o pagamento de indenização que se re-
ção não precisa recorrer ao Poder Judiciário para executar fere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam às
as suas decisões, é o que se chama de autoexecutorieda- regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o
de”27. ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo
Importante colocar, como limite, ainda, a necessidade por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado
de garantia de contraditório e ampla defesa ao adminis- tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos
trado. Neste sentido, a súmula nº 312, STJ: “no processo danos que seus agentes causem durante a prestação do
administrativo para imposição de multa de trânsito, são serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação
necessárias as notificações da atuação e da aplicação da aos direitos humanos reconhecidos.
pena decorrentes da infração”. Trata-se de responsabilidade extracontratual porque
não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de
Principais setores de atuação da polícia adminis- elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
trativa pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187
Considerando que todos os direitos individuais são li- e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
mitados pelo interesse da coletividade, já se pode deduzir Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
que o âmbito de atuação do poder de polícia é o mais se encontram no art. 186 do Código Civil:
amplo possível. Entre eles, cabe mencionar, polícia sanitá-
ria, polícia ambiental, polícia de trânsito e tráfego, polícia Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo-
luntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
de profissões (OAB, CRM, etc.), polícia de construções, etc.
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
Neste sentido, será possível atuar tanto por atos nor-
ato ilícito.
mativos (atos genéricos, abstratos e impessoais, como
decretos, regulamentos, portarias, instruções, resoluções,
Este é o artigo central do instituto da responsabilidade
entre outros) e por atos concretos (voltados a um indiví-
civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária
duo específico e isolado, que podem ser determinações,
(agir como não se deve ou deixar de agir como se deve),
como a multa, ou atos de consentimento, como a con-
culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma
cessão ou revogação de licença ou autorização por alva-
violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo
rá). causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e
o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo
agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou ma-
terial, econômico e não econômico).
25 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
Paulo: Malheiros, 1993. É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola
26 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- os direitos, porque o Estado é uma ficção formada por um
trativo. 28. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2015. grupo de pessoas que desempenham as atividades estatais
27 http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/direito-adminis- diversas. Assim, viola direitos o agente que o representa,
trativo/conceito-de-direito-administrativo

17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

fazendo com que o próprio Estado seja responsabilizado cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da socie-
por isso civilmente, pagando pela indenização (reparação dade e a plena cobertura de todas as fatalidades que pos-
dos danos materiais e morais). Sem prejuízo, com relação a sam acontecer em território nacional.
eles, caberá ação de regresso se agiram com dolo ou culpa. Diante de tal premissa, entende-se que a responsabili-
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: dade civil do Estado será objetiva apenas no caso de ações,
mas subjetiva no caso de omissões. Em outras palavras, ve-
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito públi- rifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas condições de
co e as de direito privado prestadoras de serviços públicos não ter se omitido, isto é, ter deixado de agir quando tinha
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualida- plenas condições de fazê-lo, acarretando em prejuízo den-
de, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso tro de sua previsibilidade.
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. São casos nos quais se reconheceu a responsabilidade
omissiva do Estado: morte de filho menor em creche mu-
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí- nicipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa de
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau- assalto a um usuário do metrô resultando em morte, danos
sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela- provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá quando o Estado sabia da problemática e não tomou pro-
ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao vidência para evitá-las, morte de detento em prisão, incên-
qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re- dio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
gresso é justamente o direito de acionar o causador direto
do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, Requisitos para a demonstração da responsabilidade
considerada a existência de uma relação obrigacional que do Estado
se forma entre a vítima e a instituição que o agente com-
põe. 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe-
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é
o dano específico, individualizado, que atinge determina-
te causar aos membros da sociedade, mas se este agen-
da ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ul-
te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do
trapassa os problemas comuns da vida em sociedade (por
que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado
condutas incompatíveis com o comportamento ético dele
não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
esperado.
na circunstância específica possuía o dever de impedir o
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro-
assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado
muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabilida- humano reconhecido).
de civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou omis- 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
são com culpa do servidor que gere dano ao erário (Ad- tro da administração pública, tenha ingressado ou não por
ministração) ou a terceiro (administrado), o servidor terá concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os
o dever de indenizar. Não obstante, agentes públicos que agentes políticos, os servidores públicos em geral (funcio-
pratiquem atos violadores de direitos humanos se sujeitam nários, empregados ou temporários) e os particulares em
à responsabilidade penal e à responsabilidade administra- colaboração (por exemplo, jurado ou mesário).
tiva, todas autônomas uma com relação à outra e à já men- 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta
cionada responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão
da Lei nº 8.112/90: das prerrogativas do cargo, não agindo como um parti-
cular.
Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais e Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
administrativas poderão cumular-se, sendo independentes Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
entre si. mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida.
Assim, não é qualquer dano que permite a responsabili-
Com efeito, no caso da responsabilidade civil, o Estado zação civil do Estado, mas somente aquele que é causado
é diretamente acionado e responde pelos atos de seus ser- por um agente público no exercício de suas funções e que
vidores que violem direitos, cabendo eventualmente ação exceda as expectativas do lesado quanto à atuação do Es-
de regresso contra ele. Contudo, nos casos da responsa- tado.
bilidade penal e da responsabilidade administrativa acio-
na-se o agente público que praticou o ato. Destaca-se a Causas excludentes e atenuantes da responsabilidade
independência entre as esferas civil, penal e administrativa do Estado
no que tange à responsabilização do agente público que
cometa ato ilícito. Não é sempre que o Estado será responsabilizado. Há
Tomadas as exigências de características dos danos excludentes da responsabilidade estatal, aprofundadas
acima colacionadas, notadamente a anormalidade, con- abaixo, notadamente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou
sidera-se que para o Estado ser responsabilizado por um força maior (fato da natureza) fora dos alcances da previsi-
dano, ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não bilidade do dano; b) culpa exclusiva da vítima.

18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Todas estas excludentes geram a exclusão do elemento que tem por base a necessidade de equilíbrio entre os
nexo causal, que é o liame subjetivo entre a ação/omissão Poderes estruturais da República – o Executivo, o Legisla-
e o dano, não do elemento culpa, que envolve o aspecto tivo e o Judiciário. Nesse controle, cujo delineamento se
volitivo da ação/omissão. Afinal, em regra, a responsabili- encontra na Constituição, pontifica o sistema de freios e
dade civil do Estado é objetiva, de modo que a ausência de contrapesos, nele se estabelecendo normas que inibem o
culpa ainda caracteriza a responsabilidade. Logo, caso se crescimento de qualquer um deles em detrimento de outro
esteja diante de uma hipótese de responsabilidade civil do e que permitem a compensação de eventuais pontos de
Estado subjetiva por omissão, também a ausência de culpa debilidade de um para não deixá-lo sucumbir à força de
excluirá o dever de indenizar. outro. São realmente freios e contrapesos dos Poderes po-
líticos. [...] O que ressalta de todos esses casos é a demons-
a) Fortuito tração do caráter que tem o controle político: seu objetivo
Hoje, fortuito e força maior são sinônimos. Trata-se de é a preservação e o equilíbrio das instituições democráticas
fato externo à conduta do agente de natureza inevitável do país. O controle administrativo tem linhas diversas.
(externabilidade + inevitabilidade), conforme artigo 393, Nele não se procede a nenhuma medida para estabilizar
parágrafo único, CC. Imprevisibilidade não é atributo de poderes políticos, mas, ao contrário, se pretende alvejar os
caso fortuito (ex.: terremoto no Japão é previsível, mas é órgãos incumbidos de exercer uma das funções do Esta-
externo e inevitável, logo, o caso é fortuito). do – a função administrativa. Enquanto o controle político
Fortuito interno é diferente de fortuito externo. Fortui- se relaciona com as instituições políticas, o controle admi-
to interno se relaciona com a atividade ordinária do cau- nistrativo é direcionado às instituições administrativas. [...]
sador do dano – há responsabilidade, por exemplo, falha Podemos denominar de controle da Administração Pública
dos freios gerando acidente de ônibus. O fortuito externo o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos
não é introduzido pelo agente, por exemplo, assalto, infar- por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e
to, chuva forte. No fortuito interno o risco é de dentro pra de revisão da atividade administrativa em qualquer das
fora, no fortuito externo é de fora pra dentro. Apenas no esferas de Poder”28.
primeiro há dever de indenizar, isto é, mostra-se necessário O princípio da legalidade e o princípio das políticas
o vínculo com a atividade. administrativas, juntos, fundamentam o Controle da Ad-
Ex.: Para o STF, o banco tem o dever de dar segurança, ministração Pública. Neste sentido, “mais precisamente, a
tudo o que ocorre nele é fortuito interno. Inclusive, o STJ
ideia central, quando se fala em controle da Administração
diz que fazem parte do risco da instituição financeira os
Pública, reside no fato de que o titular do patrimônio pú-
golpes que possa sofrer, por exemplo, subtração fraudu-
blico (material e imaterial) é o povo, e não a Administração,
lenta dos cofres em sua guarda (Informativo nº 468, STJ).
razão pela qual ela se sujeita, em toda a sua atuação, sem
qualquer exceção, ao princípio da indisponibilidade do in-
b) Fato exclusivo da vítima
teresse público”29.
Quem provocou o dano foi a própria vítima.
Fato concorrente – Fenômeno da causalidade múltipla
ou autoria plural – 2 condutas concorrentes para produzir Elementos e natureza jurídica do controle
um único dano. Somente reduz o montante de danos.
Segundo Carvalho Filho30, dois são os elementos bá-
c) Fato de terceiro sicos do controle: a fiscalização e a revisão. “A fiscalização
São casos em que a causa necessária para o dano não e a revisão são os elementos básicos do controle. A fis-
foi nem o comportamento do agente e nem o da vítima. O calização consiste no poder de verificação que se faz so-
agente, na contestação, fará nomeação à autoria – gerando bre a atividade dos órgãos e dos agentes administrativos,
exclusão, não o futuro regresso da denunciação da lide. bem como em relação à finalidade pública que deve servir
Terceiro não identificado – o agente não se responsa- de objetivo para a Administração. A revisão é o poder de
biliza, pois não teve um comportamento – act of God (do corrigir as condutas administrativas, seja porque tenham
inglês, ato de Deus) – fortuito externo. vulnerado normas legais, seja porque haja necessidade de
alterar alguma linha das políticas administrativas para que
melhor seja atendido o interesse coletivo”.
Para o autor, a natureza jurídica do controle é de prin-
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. cípio fundamental da administração pública, conforme
teor do próprio Decreto-lei nº 200/1967, que assegura
também que o controle deve ser exercido em todos níveis
e em todos órgãos.
Controle da Administração Pública é o exercício de vi-
gilância, orientação e revisão sobre a conduta funcional,
exercido por um poder, órgão ou autoridade pública com 28 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-
relação a outro. trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
29 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo
“O controle do Estado pode ser exercido através de Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008.
duas formas distintas, que merecem ser desde logo dife- 30 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-
renciadas. De um lado, temos o controle político, aquele trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.

19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Classificação das formas de controle Conforme o momento a ser exercido


a) Controle prévio ou preventivo: exercido antes do
“O poder-dever de controle é exercitável por todos os início da prática ou antes da conclusão do ato administra-
Poderes da República, estendendo-se a toda a atividade tivo.
administrativa (vale lembrar, há atividade administrativa b) Controle concomitante: exercido durante a reali-
em todos os Poderes) e abrangendo todos os seus agen- zação do ato, verificando a sua validade enquanto ele é
tes. Por esse motivo, diversas são as formas pelas quais o praticado.
controle se exercita, sendo, destarte, inúmeras as denomi- c) Controle posterior ou corretivo: busca rever os
nações adotadas” 31. atos já praticados, corrigindo, desfazendo ou confirmando.
Envolve atos como os de aprovação, homologação, anula-
Conforme o âmbito da administração ção, revogação ou convalidação.
a) Por subordinação: exercido por meio dos patama-
res de hierarquia dentro da mesma Administração. Trata-se Conforme a amplitude ou a natureza do controle
de controle tipicamente interno. a) Controle de legalidade: verifica se o ato foi pratica-
b) Por vinculação: exercido por uma pessoa a qual são do em conformidade com a lei. O controle pode ser interno
atribuídos poderes de fiscalização e revisão em relação a ou externo. O resultado final é a confirmação ou a rejeição
pessoa diversa. Trata-se de controle tipicamente externo. do ato, anulando-o.
b) Controle de mérito: visa verificar a oportunidade e
Conforme a iniciativa a conveniência administrativas do ato controlado. Trata-se
a) De ofício: executado pela própria Administração do controle sobre a atuação discricionária da Administra-
quando está regularmente exercendo as suas funções. Afi- ção Pública, mantendo-o ou revogando-o. Diz-se que o
nal, a Administração tem a prerrogativa da autotutela, que Judiciário não pode fazer este controle, o que é verdade,
a permite invalidar ou revogar suas condutas de ofício (sú- em termos: o Judiciário não pode controlar a atividade dis-
mulas 346 e 473, STF). cricionária que é legítima, mas se ela exceder parâmetros
b) Provocado: ocorre mediante provocação de tercei- de razoabilidade e proporcionalidade pode fazê-lo. Nesta
ro, postulando a revisão do ato administrativo dito ilegal questão se insere a polêmica sobre o controle judicial de
ou inconveniente. políticas públicas.

Conforme a origem ou a extensão do controle É o controle exercido pela Administração quanto aos
a) Controle interno: é aquele realizado pelas autori- seus próprios atos. Ou seja, é o exercido pelo Poder Execu-
dades no âmbito do próprio órgão ou entidade em que tivo, pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário quanto
atuam no âmbito da administração. Exemplo: chefe que aos seus próprios atos, tanto no que tange à legalidade
na repartição controla os seus subordinados; corregedoria quanto em relação à conveniência. É sempre um controle
que faz inspeção em um fórum. interno, que deriva do poder-dever de autotutela.
Basicamente, sempre se está diante de controle interno Entre os meios de controle, destacam-se:
quando um Poder exerce controle sobre ele mesmo, isto - Fiscalização Hierárquica: esse meio de controle é ine-
é, Judiciário fiscalizando Judiciário, Legislativo fiscalizando rente ao poder hierárquico, ocorrendo o exercício dos ór-
Legislativo e Executivo fiscalizando Executivo. gãos superiores em relação aos inferiores;
Quando, no exercício do controle interno, uma auto- - Controle ou Supervisão Ministerial: aplicável nas en-
ridade ocultar uma irregularidade ou ilegalidade da enti- tidades de administração indireta vinculadas a um Ministé-
dade responsável pelo controle externo, notadamente um rio, não havendo subordinação;
Tribunal de Contas, haverá responsabilidade solidária entre - Recursos Administrativos: serve para provocar o ree-
a autoridade que praticou a ocultação e a autoridade que xame do ato administrativo pela própria Administração Pú-
praticou o ilícito. blica.
b) Controle externo: é aquele realizado por um Poder - Direito de petição: é um direito fundamental con-
que é diferente do Poder fiscalizado, exteriorizando um sis- ferido a toda pessoa de defender seus direitos e noticiar
tema de freios e contrapesos. É o caso do controle de atos ilegalidades e abusos (artigo 5º, XXXIV, CF). Pode ser exer-
do Executivo por decisões do Poder Judiciário, ou mesmo cido por diversas vias, como representação (denúncia de
da sustação de ato normativo do Executivo pelo Legislati- irregularidade perante a Administração, Tribunal de Con-
vo, além do julgamento de contas do Presidente da Repú- tas ou outro órgão de controle), reclamação administrativa
blica pelo Congresso Nacional, e de auditorias do Tribunal (oposição expressa a ato administrativo que ofenda direito
de Contas da União quanto ao Executivo federal. ou interesse legítimo, podendo ser interposta perante o
c) Controle externo popular: realizado pelo contri- Supremo Tribunal Federal se o ato administrativo contra-
buinte pelo acesso das contas públicas (artigo 31, §3º, CF; riar súmula vinculante), pedido de reconsideração (solici-
artigo 74, §2º, CF). tação de mudança da decisão pela própria autoridade que
praticou um ato), recurso hierárquico próprio (solicitação
de mudança da decisão por autoridade hierarquicamente
31 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo superior àquela que praticou o ato), recurso hierárquico
Descomplicado. 16. ed. São Paulo: Método, 2008. impróprio (solicitação de mudança da decisão por autori-

20
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dade diversa, com competência especificada em lei, porém gitimidade; excepcionalmente, caso concedido pela autori-
não hierarquicamente superior àquela que praticou o ato), dade competente, terá efeito suspensivo. Vale destacar que
revisão (solicitação de alteração em punição aplicada pela caso o recurso tenha efeito suspensivo, também o prazo
Administração no exercício do poder disciplinar diante do prescricional ficará suspenso, enquanto que se o efeito for
surgimento de fatos novos). apenas devolutivo irá continuar correndo.
- Controle social: é aquele exercido pela própria socie-
dade, em demanda emanada de grupos sociais, no exer- Súmula 429, STF. A existência de recurso administrativo
cício da atividade democrática que tem amparo constitu- com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de
cional notadamente na garantia pelo artigo 37, §3º, CF de segurança contra omissão da autoridade.
edição de lei que regule formas de participação do usuário
na administração direta e indireta. Entre as formas que já Ressalta-se, complementando o teor da súmula, que
são trazidas por algumas leis, como a Lei nº 9.784/1999 nada impede o uso simultâneo das esferas administrati-
sobre o processo administrativo federal, estão as audiên- va e judicial, considerando que são independentes entre
cias e consultas públicas. Neste âmbito do controle social, é si. Aliás, apenas existem duas hipóteses em que o esgo-
possível fixar uma divisão entre controle natural, feito pela tamento dos recursos administrativos é imposto: trata-
população em si, e controle institucional, feito por órgãos -se de demanda perante a justiça desportiva, conforme
em atuação por legitimidade extraordinária, como o Minis- o artigo 217, §1º, CF; se ocorre contrariedade de súmula
tério Público e a Defensoria Pública. vinculante na via administrativa e o administrado pretende
invoca-la mediante reclamação, conforme artigo 7º, §1º,
Recurso de administração Lei nº 11.417/2006. Em todos os demais casos, tal exigên-
Recursos administrativos são meios hábeis que podem cia é proibida.
ser utilizados para provocar o reexame do ato administrativo, Outra questão que merece ser abordada no campo dos
pela PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Conforme concei- recursos administrativos é a da reformatio in pejus, ou
tua Carvalho Filho32, “são os meios formais de controle ad- seja, da reforma da decisão tomada pela administração de
ministrativo, através dos quais o interessado postula, junto a modo a agravar a situação do administrado. Devido a pre-
órgãos da Administração, a revisão de determinado ato ad- visão expressa na Lei nº 9.784/1999, a reformatio in pejus
ministrativo”. É necessário, para recorrer, que o interessado em recurso administrativo modificando a decisão recorri-
tenha tido a sua pretensão contrariada pela administração,
da é permitida, mas o recorrente deverá ter oportunidade
logo, é da essência do recurso a manifestação de inconfor-
de manifestar-se antes dele ocorrer; já em se tratando de
mismo, retratando ilegalidade ou abuso do poder público.
reformatio in pejus em processo de revisão, há vedação.
Os principais recursos de administração são os seguin-
Quanto à possibilidade de gravame na primeira hipótese, a
tes: representação, em que se faz denúncia de irregulari-
doutrina afirma que apenas é permitida a reformatio in pe-
dades feita perante o poder público; reclamação, em que
jus caso o ato inferior tenha sido praticado em desconfor-
há oposição expressa a atos da administração que afetam
midade com a lei, considerados critérios objetivos, sendo
direitos ou interesses legítimos do interessado; pedido de
reconsideração, em que se solicita reexame à mesma au- assim proibida a reformatio in pejus caso seja feita apenas
toridade que praticou o ato; recurso hierárquico próprio, nova avaliação subjetiva.
que se dirige à autoridade ou instância superior do mesmo Último ponto que se coloca tange à coisa julgada ad-
órgão administrativo em que foi praticado o ato; recurso ministrativa, que basicamente é uma “situação jurídica
pela qual determinada decisão firmada pela Administra-
hierárquico impróprio, que se dirige à autoridade ou ór-
gão estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas
ção não mais pode ser modificada
, na via administrativa”33

com competência julgadora expressa; e revisão, em que se embora o possa na via judicial; diferenciando-se da coisa
busca a alteração de punição aplicada pela Administração julgada jurisdicional, cujo caráter definitivo impede a redis-
no exercício do poder disciplinar diante do surgimento de cussão da matéria em qualquer via.
fatos novos, abrindo-se novo processo.
Outra classificação relevante é a que separa os recursos Reclamação
mencionados em duas categorias: recursos incidentais, Segundo Di Pietro34, “a reclamação administrativa é o
que são interpostos quando o processo administrativo está ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor
em curso e o inconformismo é contra um ato nele praticado público, deduz uma pretensão perante a Administração
(enquadram-se aqui o pedido de reconsideração, o recur- Pública, visando obter o reconhecimento de um direito ou
so hierárquico próprio e o recurso hierárquico impróprio); a correção de um erro que lhe cause lesão ou ameaça de
recursos deflagradores ou autônomos, que são aqueles lesão”.
que formalizam a própria abertura de processo (enqua- A primeira referência à reclamação no ordenamento
dram-se aqui a reclamação, a representação e a revisão). está no Decreto nº 20.910/1932, que fixa o prazo de 1 ano
para que ocorra a prescrição:
Vale apontar sobre os efeitos dos recursos administra-
tivos: em regra, terão apenas efeito devolutivo, pois os
33 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis-
atos administrativos têm em seu favor a presunção de le- trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
32 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Adminis- 34 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed.
trativo. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2015. São Paulo: Atlas editora, 2010.

21
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 5º Não tem efeito de suspender a prescrição a de- III - determinará a citação do beneficiário da decisão im-
mora do titular do direito ou do crédito ou do seu represen- pugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar
tante em prestar os esclarecimentos que lhe forem reclama- a sua contestação.
dos ou o fato de não promover o andamento do feito judicial
ou do processo administrativo durante os prazos respectiva- Art. 990.  Qualquer interessado poderá impugnar o pe-
mente estabelecidos para extinção do seu direito à ação ou dido do reclamante.
reclamação.
Art. 991.  Na reclamação que não houver formulado, o
Art. 6º O direito à reclamação administrativa, que Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias,
não tiver prazo fixado em disposição de lei para ser formu- após o decurso do prazo para informações e para o ofereci-
lada, prescreve em um ano a contar da data do ato ou fato mento da contestação pelo beneficiário do ato impugnado.
do qual a mesma se originar.
Art. 992.  Julgando procedente a reclamação, o tribunal
Entretanto, a reclamação se torna um instrumento mais cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará
usual com a fixação em lei da possibilidade de sua apresen- medida adequada à solução da controvérsia.
tação ao Supremo Tribunal Federal se o ato administrativo
contrariar súmula vinculante. As hipóteses de reclamação Art. 993.  O presidente do tribunal determinará o ime-
são ampliadas pelo Código de Processo Civil de 2015: diato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão pos-
teriormente.
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do
Ministério Público para: Logo, a reclamação é uma forma bastante diferenciada
I - preservar a competência do tribunal; de controle da administração porque é exercido tipicamen-
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; te por órgão externo sem superioridade hierárquica, nota-
III – garantir a observância de enunciado de súmula vin- damente, tribunal que componha o Poder Judiciário. Por
culante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em con- isso, autores como Carvalho Filho35 afirmam que se trata
trole concentrado de constitucionalidade; mais de controle jurisdicional do que de controle adminis-
IV – garantir a observância de acórdão proferido em jul- trativo.
gamento de incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de incidente de assunção de competência; Pedido de reconsideração e recurso hierárquico
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer próprio e impróprio
tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional Todos são espécies do gênero direito de petição, que
cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se confere o direito fundamental de toda pessoa buscar pe-
pretenda garantir. rante a administração a alteração de um ato administrativo
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova docu- ou representar a prática de ato ilegal ou abusivo.
mental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e Art. 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, independen-
distribuída ao relator do processo principal, sempre que pos- temente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos
sível. Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a apli- ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em reparti-
cação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos ções públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
que a ela correspondam. situações de interesse pessoal.
§ 5º É inadmissível a reclamação:
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão re- O direito de petição deve resultar em uma manifesta-
clamada; ção do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) uma
II – proposta para garantir a observância de acórdão de questão proposta, em um verdadeiro exercício contínuo
recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida de delimitação dos direitos e obrigações que regulam a
ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraor- vida social e, desta maneira, quando “dificulta a aprecia-
dinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as ins- ção de um pedido que um cidadão quer apresentar” (mui-
tâncias ordinárias. tas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); “demora
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso in- para responder aos pedidos formulados” (administrativa e,
terposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado principalmente, judicialmente) ou “impõe restrições e/ou
não prejudica a reclamação. condições para a formulação de petição”, traz a chamada
insegurança jurídica, que traz desesperança e faz proliferar
Art. 989.  Ao despachar a reclamação, o relator: as desigualdades e as injustiças.
I - requisitará informações da autoridade a quem for Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
prazo de 10 (dez) dias; cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
II - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou 35 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
do ato impugnado para evitar dano irreparável; trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

22
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez sos hierárquicos e do pedido de representação, espécies de
na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públi- recursos administrativos, mas que se diferenciam daqueles
cos em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que por serem autônomos e não incidentais.
gera confusões conceituais no sentido do direito de obter Assim, trata-se de exercício deste direito de forma ori-
certidões ser dissociado do direito de petição. ginária (recurso deflagrador), isto é, o ato administrativo
Nas hipóteses de pedido de reconsideração, recurso ilegal ou abusivo foi praticado e será denunciado pelo ad-
hierárquico próprio e recurso hierárquico impróprio deno- ministrado. Será a primeira vez que a estão será levada à
ta-se que o processo administrativo ainda está em curso, administração para a devida apreciação.
pois uma autoridade tomou uma decisão administrativa Na representação é feita uma denúncia de irregula-
da qual se pretende recorrer (logo, trata-se de recurso in- ridade, ilegalidade ou abuso de poder perante a Admi-
cidental). A diferença entre as três modalidades está na nistração, Tribunal de Contas ou outro órgão de controle,
autoridade que apreciará o pedido de alteração da decisão como o Ministério Público.
administrativa. Na reclamação administrativa se dá uma oposição ex-
pressa a ato administrativo que ofenda direito ou interesse
No pedido de reconsideração, será a própria autori-
legítimo.
dade que praticou um ato, reconsiderando nestes moldes
a decisão que foi tomada.
Responsabilidades do parecerista e do administra-
No recurso hierárquico próprio, será a autoridade
dor público pelas manifestações exaradas
hierarquicamente superior àquela que praticou o ato, tra- Para entender a controvérsia, basta pensar que se, por
tando-se de clássico exercício do poder hierárquico ineren- um lado, se os atos administrativos são apenas aqueles que
te à estrutura escalonada da administração. Esta é a forma exteriorizam uma declaração de vontade do Estado, esta-
típica de se recorrer da decisão administrativa. riam em regra excluídos os atos de juízo, conhecimento e
No recurso hierárquico impróprio, será autoridade opinião; por outro lado, se os atos administrativos abran-
diversa, com competência especificada em lei, porém gem toda declaração do Estado, teoricamente poderiam
não hierarquicamente superior àquela que praticou o ato. ser englobados os atos de juízo, conhecimento e opinião.
Na verdade, a reclamação administrativa perante o STF Os pareceres nada mais são do que atos que exteriorizam
pode ser enquadrada nesta categoria. juízos, conhecimentos ou opiniões.
É possível classificar os pareceres em: parecer faculta-
Prescrição administrativa tivo, quando faculta algo a alguém (geralmente autoridade
Significa perda de prazo para apresentar uma preten- superior a inferior), não sendo obrigatória nem a sua solici-
são perante a Administração. No caso, o administrado não tação e nem que se siga a opinião emanada; parecer técnico,
perde o direito, o que ocorre na decadência, mas sim a pre- que se diferencia do facultativo apenas no aspecto de ema-
tensão de postulá-lo. Pode ocorrer nos casos de perda de nar de um agente especializado, com habilidade técnica es-
prazo para recorrer de decisão tomada ou revisá-la (pres- pecífica, sem relação de hierarquia; parecer obrigatório, cuja
crição correndo contra o administrado e a favor da admi- lei obriga a sua solicitação, mas não há obrigação em se se-
nistração, convalidando seus atos), caso em que se segue a guir a opinião emanada; parecer normativo, cujo caráter se
regra da prescrição quinquenal (5 anos) prevista no artigo torna genérico e abstrato como uma lei; parecer vinculante,
1º do Decreto nº 20.910; ou na hipótese de perda do prazo que nada mais é do que um parecer de solicitação obrigató-
para o exercício do poder punitivo (prescrição correndo a ria e cuja opinião necessariamente deve ser seguida.
favor do administrado e contra a administração, que não Quanto à responsabilização daquele que emitiu o pa-
mais poderá aplicar a punição), que é a típica prescrição recer, deverá ser considerada a natureza do parecer para
determinar se há ou não responsabilidade solidária. No
administrativa, e de perda de prazo para que seja adotada
caso em que o parecer não vincula o administrador, po-
determinada providência administrativa (prescrição cor-
dendo este praticar o ato seguindo ou não o posiciona-
rendo a favor do administrado e contra a administração,
mento defendido e sugerido por quem emitiu o parecer,
que não mais poderá anular seus próprios atos dos quais
este não pode ser considerado responsável solidariamente
decorram efeitos benéficos aos administrados, salvo prova com o agente que possui a competência e atribuição para
de má-fé). o ato administrativo decisório. Contudo, no caso de pare-
- Poder punitivo de polícia – 5 anos (Lei nº 9.873/1999); cer vinculante, há responsabilidade solidária36.
- Poder disciplinar funcional – no âmbito federal, 5 O controle judicial é exercido pelo Judiciário sobre os
anos (infração grave), 2 anos (infração média) ou 180 dias atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo
(infração leve), a contar do conhecimento de sua prática Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciário, quan-
(Lei nº 8.112/1990); do realiza atividades administrativas. Por ele, é possível
- Adoção de providência administrativa – 5 anos (Lei se decretar a anulação de um ato. Não cabe a revogação,
nº 9.784/1999). porque significaria análise de mérito, que o Judiciário não
pode fazer.
Representação e reclamação administrativas
36 CRISTóVAM, José Sérgio da Silva; MICHELS, Charliane. O parecer
As representações e as reclamações administrativas jurídico e a atividade administrativa: Aspectos destacados acerca da
são ambas formas de se exercer o direito de petição (art. natureza jurídica, espécies e responsabilidade do parecerista. Âmbito
5º, XXXIV, CF). Em sentido genérico são, ao lado dos recur- Jurídico, Rio Grande, XV, n. 101, jun. 2012.

23
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

“O controle judicial sobre atos da Administração é ex- injunção, habeas data, habeas corpus e as próprias ações
clusivamente de legalidade. Significa dizer que o Judiciá- do controle de constitucionalidade. Entretanto, não se tra-
rio tem o poder de confrontar qualquer ato administrativo ta de rol taxativo de formas pelas quais é possível exercer
com a lei ou com a Constituição e verificar se há ou não tais pretensões contra a Administração, porque em tese é
compatibilidade normativa. Se o ato for contrário à lei ou possível utilizar qualquer tipo de ação judicial que venha a
à Constituição, o Judiciário declarará a sua invalidação de socorrer adequadamente à inibição de violação ou ameaça
modo a não permitir que continue produzindo efeitos ilíci- a direito pela Administração. Sobre os meios específicos,
tos. [...] O que é vedado ao Judiciário, como correntemente aponta-se:
têm decidido os Tribunais, é apreciar o que se denomina a) Ação popular (artigo 5º, LXXIII, CF): é instrumento
normalmente de mérito administrativo, vale dizer, a ele é de exercício direto da democracia, permitindo ao cidadão
interditado o poder de reavaliar os critérios de conve- que busque a proteção da coisa pública, ou seja, que vise
niência e oportunidade dos atos, que são privativos do assegurar a preservação dos interesses transindividuais.
administrador público”, sob pena de se violar a cláusula Trata-se de ação constitucional, que visa anular ato lesivo
fundamental da separação dos Poderes37. ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado par-
Quanto ao momento em que o controle judicial deve- ticipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
rá ocorrer, a regra impõe que seja feito de forma posterior, patrimônio histórico e cultural. O legitimado ativo deve ser
quando os atos administrativos já estão produzindo efeitos cidadão, ou seja, aquele nacional que esteja no pleno gozo
no mundo jurídico. Em situações excepcionais o controle dos direitos políticos. O legitimado passivo é o ente da Ad-
pode ser prévio, por exemplo, quando a lei autoriza a con- ministração Pública, direta ou indireta, ou então a pessoa
cessão de liminar diante de fumus boni iuris e periculum in jurídica que de algum modo lide com a coisa pública. A
mora. regulação está na Lei nº 4.717/65.
Existem atos que se sujeitam a controle especial, são b) Ação civil pública (artigo 129, III, CF): Busca pro-
eles: teger o patrimônio público e social, o meio ambiente e
a) Atos políticos: não são atos tipicamente adminis- outros direitos difusos e coletivos. A legitimidade ativa é
trativos, mas verdadeiros atos de governo, emanados da do Ministério Público, da Defensoria Pública, das pessoas
cúpula política do país, no exercício de competências or- jurídicas da administração direta e indireta e de associação
ganizacionais-administrativas constitucionais. A peculia- constituída há pelo menos 1 ano em área de pertinência te-
ridade é que o Judiciário não pode controlar os critérios mática. A legitimidade passiva é de qualquer pessoa, física
governamentais que direcionam a edição de atos políticos. ou jurídica, que tenha cometido dano ou tenha colocado
Contudo, o controle de legalidade e o controle de consti- sob ameaça o patrimônio público e social, o meio ambien-
tucionalidade são possíveis. te e outros direitos difusos e coletivos. A regulação está na
b) Atos legislativos típicos: todos os atos que ema- Lei nº 7.437/85.
nam do Poder Legislativo com caráter genérico, abstrato e c) Habeas corpus (artigo 5º, LXXVII, CF): ação que ser-
geral são passíveis de controle. Entretanto, se trata de con- ve para proteger a liberdade de locomoção. Apenas serve à
trole de constitucionalidade, que se sujeita a regras especí- lesão ou ameaça de lesão ao direito de ir e vir. Trata-se de
ficas. O sistema brasileiro adota duas vias de realização de ação constitucional de cunho predominantemente penal,
tal controle, a via da exceção, com caráter difuso, exercida pois protege o direito de ir e vir e vai contra a restrição
incidentalmente sem ação específica; e a via da ação, com arbitrária da liberdade. Pode ser preventivo, para os casos
caráter concentrado, exercida por meio de ações específi- de ameaça de violação ao direito de ir e vir, conferindo-se
cas – ação direta de inconstitucionalidade, ação direta de um “salvo conduto”, ou repressivo, para quando ameaça
constitucionalidade, arguição de descumprimento de pre- já tiver se materializado. Legitimado ativo é qualquer pes-
ceito fundamental. soa pode manejá-lo, em próprio nome ou de terceiro, bem
c) Atos interna corporis: são os atos praticados dentro como o Ministério Público (artigo 654, CPP). Impetrante é o
da competência interna e exclusiva dos diversos órgãos do que ingressa com a ação e paciente é aquele que está sen-
Legislativo e do Judiciário; por exemplo, as competências do vítima da restrição à liberdade de locomoção. As duas
de elaboração de regimentos internos. Como os atos são figuras podem se concentrar numa mesma pessoa. Legiti-
internos e exclusivos, não é possível fazer o controle sobre mado passivo é pessoa física, agente público ou privado.
as razões que levaram à elaboração. Contudo, o controle Está regulamentado nos artigos 647 a 667 do Código de
de vícios de ilegalidade e de inconstitucionalidade é ple- Processo Penal.
namente válido. d) Habeas data (artigo 5º, LXXII, CF): serve para pro-
Conforme prevê o próprio artigo 5º, XXXV, CF, “a lei teção do acesso a informações pessoais constantes de re-
não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou gistros ou bancos de dados de entidades governamentais
ameaça a direito”. Logo, toda ofensa ou ameaça de ofensa ou de caráter público, para o conhecimento ou retificação
a direitos dos administrados é passível de controle judicial. (correção). Trata-se de ação constitucional que tutela o
Ciente disso, o legislador cria inúmeros mecanismos espe- acesso a informações pessoais. Legitimado ativo é pessoa
cíficos para que tal controle seja realizado, como mandado física, brasileira ou estrangeira, ou por pessoa jurídica, de
de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de direito público ou privado, tratando-se de ação personalís-
37 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- sima – os dados devem ser a respeito da pessoa que a pro-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. põe. Legitimados passivos são entidades governamentais

24
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

da Administração Pública Direta e Indireta nas três esferas, e prerrogativas em questão. Assim, visa curar o hábito que
bem como instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídi- se incutiu no legislador brasileiro de não regulamentar as
cas privadas prestadores de serviços de interesse público normas de eficácia limitada para que elas não sejam apli-
que possuam dados relativos à pessoa do impetrante. Está cáveis. Trata-se de ação constitucional que objetiva a regu-
regulado pela Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997. lamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.
e) Mandado de segurança individual (artigo 5º, LXIX, Legitimado ativo é qualquer pessoa, nacional ou estrangei-
CF): Trata-se de remédio constitucional com natureza sub- ra, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize direito
sidiária pelo qual se busca a invalidação de atos de autori- fundamental não materializável por omissão legislativa do
dade ou a suspensão dos efeitos da omissão administrativa, Poder público, bem como o Ministério Público na defesa de
geradores de lesão a direito líquido e certo, por ilegalidade seus interesses institucionais. Não se aceita a legitimidade
ou abuso de poder. São protegidos todos os direitos líqui- ativa de pessoas jurídicas de direito público. Regulamenta-
dos e certos à exceção da proteção de direitos humanos do pela Lei nº 13.300/2016.
à liberdade de locomoção e ao acesso ou retificação de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes Controle parlamentar ou legislativo é a prerrogativa
de registros ou bancos de dados de entidades governa- atribuída ao Poder Legislativo de fiscalizar a Administração
mentais ou de caráter público, ambos sujeitos a instrumen- Pública sob os critérios político e financeiro. Deve se ater
tos específicos. A natureza é de ação constitucional de na- às hipóteses previstas na Constituição. Pode ser exercido
tureza civil, independente da natureza do ato impugnado quanto ao Executivo e ao Judiciário.
(administrativo, jurisdicional, eleitoral, criminal, trabalhista). Entre os meios de controle, destacam-se:
Pode ser preventivo, quando se estiver na iminência de vio- - Controle Político: tem por base a possibilidade de
lação a direito líquido e certo, ou reparatório, quando já fiscalização sobre atos ligados à função administrativa e
consumado o abuso/ilegalidade. Fundamenta-se na exis- organizacional. Conforme artigo 49, X, CF, compete exclu-
tência de direito líquido e certo, que é aquele que pode sivamente ao Congresso Nacional “fiscalizar e controlar,
ser demonstrado de plano mediante prova pré-constituída, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
sem a necessidade de dilação probatória, isto devido à na- Poder Executivo, incluídos os da administração indireta”.
tureza célere e sumária do procedimento. A legitimidade Do poder genérico de controle podem ser depreendidos
ativa é a mais ampla possível, abrangendo não só a pessoa outros poderes, como o poder convocatório, que permite
física como a jurídica, nacional ou estrangeira, residente ou à Câmara ou Senado convocar Ministro de Estado ou au-
não no Brasil, bem como órgãos públicos despersonaliza- toridade relacionada ao Presidente (artigo 50, CF); o poder
dos e universalidades/pessoas formais reconhecidas por de sustação, que permite ao Congresso Nacional “sustar
lei. Legitimado passivo é a autoridade coatora deve ser au- os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício poder regulamentar ou dos limites de delegação legislati-
de atribuições do Poder Público. Neste viés, o art. 6º, §3º, va” (artigo 49, V, CF); e o controle das Comissões Parlamen-
Lei nº 12.016/09, preceitua que “considera-se autoridade tares de Inquérito – CPI (artigo 58, §3º, CF).
coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou - Controle Financeiro: a fiscalização contábil, finan-
da qual emane a ordem para a sua prática”. Encontra-se re- ceira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e
gulamentada pela Lei nº 12.016, de 07 de agosto de 2009. das entidades da administração direta e indireta, quanto
f) Mandado de segurança coletivo (artigo 5º, LXX, à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
CF): Visa a preservação ou reparação de direito líquido e subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Con-
certo relacionado a interesses transindividuais (individuais gresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema
homogêneos ou coletivos), e devido à questão da legitimi- de controle interno de cada Poder.
dade ativa, pertencente a partidos políticos e determinadas Quanto às áreas fiscalizadas, enquadram-se: contábil,
associações. Trata-se de ação constitucional de natureza ci- financeira, orçamentária, operacional e patrimonial no que
vil, independente da natureza do ato, de caráter coletivo. A se refere a legalidade, legitimidade, economicidade, sub-
legitimidade ativa é de partido político com representação venções e renúncia de receitas.
no Congresso Nacional, bem como de organização sindical,
entidade de classe ou associação legalmente constituída e Tribunal de Contas da União
em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa O Tribunal de Contas da União é órgão integrante do
de direitos líquidos e certos que atinjam diretamente seus Congresso Nacional que tem a função de auxiliá-lo no
interesses ou de seus membros. Encontra-se regulamenta- controle financeiro externo da Administração Pública. No
do pelo artigo 22 da Lei nº 12.016/09, que regulamenta o âmbito estadual e municipal, aplicam-se, no que couber,
mandado de segurança individual. aos respectivos Tribunais e Conselhos de Contas, as normas
g) Mandado de injunção (artigo 5º, LXXI, CF): os dois sobre fiscalização contábil, financeira e orçamentária.
requisitos constitucionais para que seja proposto o manda- As atribuições de controle do Tribunal de Contas da
do de injunção são a existência de norma constitucional de União encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição,
eficácia limitada que prescreva direitos, liberdades consti- envolvendo notadamente o auxílio ao Congresso Nacional
tucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe- no controle externo (tanto é assim que o Tribunal não susta
rania e à cidadania; além da falta de norma regulamenta- diretamente os atos ilegais, mas solicita ao Congresso Na-
dores, impossibilitando o exercício dos direitos, liberdades cional que o faça):

25
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E
da União, ao qual compete: INDIRETA; AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES,
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre- ENTIDADES PARAESTATAIS. CONCEITOS E
sidente da República, mediante parecer prévio que deverá
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS RELATIVOS
ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais res- À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ÓRGÃOS
ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da adminis- PÚBLICOS
tração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas
daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregu-
laridade de que resulte prejuízo ao erário público; Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos foi abordado em tópicos anteriores.
atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na admi-
nistração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações EXERCÍCIOS
para cargo de provimento em comissão, bem como a das
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalva- 01. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
das as melhorias posteriores que não alterem o fundamento FCC/2013) Na atuação da Administração Pública Federal,
legal do ato concessório; a segurança jurídica é princípio que;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos De- a) justifica a mantença de atos administrativos inváli-
putados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de in- dos, desde que ampliativos de direitos, independentemen-
quérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, fi- te da boa-fé dos beneficiários.
nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Execu- administrativos inválidos, visto que não há prazos prescri-
tivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II; cionais ou decadenciais para o exercício de autotutela em
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas su- caso de ilegalidade.
pranacionais de cujo capital social a União participe, de c) justifica o usucapião de imóveis públicos urbanos de
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; até duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor da-
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos re- quele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano
passados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou ou rural, exerça a posse sobre tal imóvel por cinco anos,
outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Fede- ininterruptamente e sem oposição, utilizando-o para sua
ral ou a Município; moradia ou de sua família.
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congres- d) impede que haja aplicação retroativa de nova inter-
so Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer pretação jurídica, em desfavor dos administrados.
das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, fi- e) impede que a Administração anule ou revogue atos
nanceira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre que geraram situações favoráveis para o particular, pois tal
resultados de auditorias e inspeções realizadas; desfazimento afetaria direitos adquiridos.
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade
de despesa ou irregularidade de contas, as sanções pre- 02. (SMA-RJ – CONTADOR - FJG-RIO/2013) Segun-
vistas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, do exposição doutrinária, o princípio da impessoalidade
multa proporcional ao dano causado ao erário; não raramente é chamado de princípio da:
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote a) igualdade legal
as providências necessárias ao exato cumprimento da b) razoabilidade dos meios
lei, se verificada ilegalidade; c) finalidade administrativa
X - sustar, se não atendido, a execução do ato im-
d) subjetividade coletiva
pugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Depu-
tados e ao Senado Federal;
03. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
XI - representar ao Poder competente sobre irregulari-
ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013)
dades ou abusos apurados.
Os princípios que regem a Administração pública po-
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será ado-
dem ser expressos ou implícitos. A propósito deles é pos-
tado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicita-
sível afirmar que:
rá, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no a) moralidade, legalidade, publicidade e impessoalida-
prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas de são princípios expressos, assim como a eficiência, hie-
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. rarquicamente superior aos demais.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação b) supremacia do interesse público não consta como
de débito ou multa terão eficácia de título executivo. princípio expresso, mas informa a atuação da Administra-
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, ção pública assim como os demais princípios, tais como
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. eficiência, legalidade e moralidade.

26
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

c) os princípios da moralidade, legalidade, supremacia 08. (TRT - 5ª REGIÃO (BA) - TÉCNICO JUDICIÁRIO
do interesse público e indisponibilidade do interesse públi- - ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) O artigo 37 da
co são expressos e, como tal, hierarquicamente superiores Constituição Federal dispõe que a Administração pública
aos implícitos. deve obediência a uma série de princípios básicos, dentre
d) eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade eles o da legalidade. É correto afirmar que a legalidade,
e indisponibilidade do interesse público são princípios ex- como princípio de administração, significa que o adminis-
pressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos im- trador público, em sua atividade funcional,
plícitos. a) pode fazer tudo que a lei não proíba, porque a Cons-
e) impessoalidade, eficiência, indisponibilidade do tituição Federal garante que “ninguém será obrigado a fa-
interesse público e supremacia do interesse público são zer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
princípios implícitos, mas de igual hierarquia aos princípios lei”.
expressos. b) está vinculado à lei, não aos princípios administra-
tivos.
04. (SESACRE – FISIOTERAPEUTA - FUNCAB/2013) c) deve atuar conforme a lei e o direito, observando,
O princípio administrativo que impõe o controle de resul- inclusive, os princípios administrativos.
tados da Administração Pública, a redução do desperdício d) está adstrito à lei, mas dela poderá afastar-se desde
e a execução do serviço público com rendimento funcional que autorizado a assim agir por norma regulamentar.
é denominado princípio da: e) está adstrito à lei, mas poderá preteri-la desde que
a) legalidade. o faça autorizado por acordo de vontades, porque na Ad-
b) impessoalidade. ministração pública vige o princípio da autonomia da von-
c) eficiência. tade.
d) publicidade.
e) moralidade. 09. (TJ-SP – JUIZ - VUNESP/2013) O princípio da au-
totutela administrativa, consagrado no Enunciado nº 473
05. (PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO - IBFC/2013) A das Súmulas do STF (“473 – a Administração pode anu-
Constituição Federal e o ordenamento jurídico em geral lar seus próprios atos quando eivados de vícios que os
consagram explicitamente alguns princípios orientadores tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
de toda a atividade da Administração Pública. Assinale a revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
alternativa em que os dois princípios citados decorrem im- respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
plicitamente do ordenamento jurídico: os casos, a apreciação judicial”), fundamento invocado pela
a) Proporcionalidade e razoabilidade. Administração para desfazer ato administrativo que afete
b) Finalidade e motivação. interesse do administrado, desfavorecendo sua posição ju-
c) Ampla defesa e contraditório. rídica,
d) Segurança jurídica e interesse público. a) confunde-se com a chamada tutela administrativa.
e) Autotutela e continuidade dos serviços públicos. b) prescinde da instauração de prévio procedimento
administrativo, pois tem como objetivo a restauração da
06. (SEPLAG-MG – DIREITO - IBFC/2013) “O interes- ordem jurídica, em respeito ao princípio da legalidade que
se público, sendo qualificado como próprio da coletivida- rege a Administração Pública.
de, não se encontra à livre disposição de quem quer que c) exige prévia instauração de processo administrativo,
seja, por inapropriáveis. Ao próprio órgão administrativo para assegurar o devido processo legal.
que o representa incumbe apenas guardá-lo e realizá-lo”. d) pode ser invocado apenas em relação aos atos ad-
O texto refere-se ao: ministrativos ilegais.
a) Princípio da Legalidade.
b) Princípio da Eficiência. 10. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
c) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. FCC/2013) No tocante ao regime jurídico aplicável às so-
d) Princípio da Impessoalidade. ciedades de economia mista, que explorem atividade eco-
nômica em sentido estrito, é correto afirmar que;
07. (MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA II - a) dependem de autorização legislativa para alienação
IBFC/2013) O princípio da especialidade decorre dos prin- de bens de seu patrimônio
cípios da: b) gozam de privilégios processuais como o prazo em
a) Legalidade e da impessoalidade. quádruplo para contestar e em dobro para recorrer.
b) Publicidade e da eficiência. c) não estão sujeitas à fiscalização pela Comissão de
c) Moralidade e da publicidade. Valores Mobiliários.
d) Isonomia e da impessoalidade. d) necessitam de autorização legislativa específica para
e) Legalidade e da indisponibilidade do interesse pú- criação de cada subsidiária.
blico. e) são obrigadas a ter em sua estrutura um Conselho
de Administração, assegurada participação aos acionistas
minoritários.

27
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

RESPOSTAS eficiência”. Observe que as letras “A”, “B”, “C” e “D” estão
expressas nesta lei e os que não estão expressos são auto-
01. Resposta: “D”. Para Dirley da Cunha Júnior, “o va- tutela e continuidade dos serviços públicos.
lor segurança jurídica é consagrado por vários outros prin-
cípios: direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, 06. Resposta: “C”. Alexandre Mazza ensina que “O
irretroatividade da lei entre outros. Este princípio enaltece supraprincípio da indisponibilidade do interesse público
a ideia de proteger o passado (relações jurídicas já consoli- enuncia que os agentes públicos não são donos do interes-
dadas) e tornar o futuro previsível, de modo a não infringir  se por eles defendido. Assim, no exercício da função admi-
surpresas desagradáveis ao administrado. Visa à proteção nistrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não
da confiança e a garantia de certeza e estabilidade das re- segundo sua própria vontade, mas do modo determinado
lações e situações jurídicas”. pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade,
não se admite tampouco que os agentes renunciem aos
02. Resposta: “C”. Para Hely Lopes Meirelles, o princí- poderes legalmente conferidos ou que transacionem em
pio da impessoal idade “nada mais é do que o clássico juízo”.
princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador
público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim 07. Resposta: “E”. Maria Sylva Zanela di Pietro leciona:
legal é unicamente aquele que a norma de Direito “Dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do in-
indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, teresse público, decorrem, dentre outros, o da especialida-
de forma impessoal”. de, concernente à ideia de descentralização administrativa.
Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas adminis-
03. Resposta: “B”. Os princípios da Supremacia do trativas - as autarquias - como forma de descentralizar a
Interesse Público e da Indisponibilidade do Interesse Pú- prestação de serviços públicos, com vistas à especialização
blico, apesar de implícitos no ordenamento jurídico, são de função, a lei que cria a entidade estabelece com preci-
tidos como pilares do regime jurídico-administrativo. Isto são as finalidades que lhe incumbe atender, de tal modo
se deve ao fato de que todos os demais princípios da ad- que não cabe aos seus administradores afastar-se dos ob-
ministração pública são desdobramentos desses dois prin- jetivos definidos na lei; isto precisamente pelo fato de não
cípios em questão, cuja relevância é tanta que são conheci- terem a livre disponibilidade dos interesses públicos”.
dos como supraprincípios da administração pública.
Letra “A”: incorreta. Não há hierarquia entre os princí- 08. Resposta: “C”. O administrador está adstrito tanto
pios, eles se resolvem por ponderação. ao princípio da legalidade quanto ao da moralidade, não
Letra “C”: incorreta. O princípio da supremacia do inte- bastando respeitar a lei estrita, sua atitude deve ser guiada
resse público e indisponibilidade do interesse público não pelos demais princípios administrativos.
são expressos. Letra “A”: incorreta. Trata-se da legalidade para o par-
Letra “D”: incorreta. O princípio da indisponibilidade ticular.
do interesse público não é um princípio expresso. Não há Letra “B”: incorreta. A Administração Pública está, sim,
hierarquia entre os princípios expressos em relação aos im- vinculada aos princípios administrativos também.
plícitos. Letra “D” e “E”: incorretas. A Administração não pode
Letra “E”: incorreta. Os princípios da impessoalidade e afastar-se da lei, o que existe é uma certa margem de dis-
eficiência são princípios expressos. cricionariedade que o legislador, às vezes, deixa à Adminis-
OBS: Cuidado porque algumas bancas consideram tração para decidir sobre alguns atos, o que não se con-
princípios expressos apenas o que estão previstos na Cons- funde com arbitrariedade, que é agir com conveniência e
tituição Federal e outras consideram que os princípios ad- oportunidade fora dos limites da lei.
ministrativos que estiverem escritos em lei são explícitos.
Proporcionalidade, razoabilidade, finalidade, motivação, 09. Resposta: “C”. O art. 5º, LV da Constituição Federal
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica e interes- garante o contraditório e ampla defesa aos litigantes em
se público constam expressamente no artigo 2º da Lei nº processo judicial ou administrativo (“aos litigantes, em pro-
9784/99. cesso judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
04. Resposta: “C”. Segundo Alexandre Mazza: “Eco- meios e recursos a ela inerentes”). Cuidado com a palavra
nomicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, “prescinde” muito comum em questões de prova que sig-
produtividade e rendimento funcional são valores encare- nifica “dispensável”.
cidos pelo princípio da eficiência”.
10. Resposta: “E”. O amparo da reposta está no art.
05. Resposta: “E”. Tudo indica que a questão foi reti- 239 da Lei nº 6404/76: “As companhias de economia mista
rada da Lei nº 9784/99. Repare o que diz a Lei nº 9784/99, terão obrigatoriamente Conselho de Administração, asse-
no seu art. 2º: “A Administração Pública obedecerá, dentre gurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros,
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, se maior número não lhes couber pelo processo de voto
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla de- múltiplo”.
fesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

1. Lei nº 1.762, de 14/11/1986;............................................................................................................................................................................ 01


2. Lei nº 2.794, de 06/05/2003;............................................................................................................................................................................ 16
3. Lei nº 3.801, de 29/08/2012;............................................................................................................................................................................ 23
4. Lei nº 4.417, de 29/12/2016;............................................................................................................................................................................ 25
5. Lei n° 3.503 de 12 de maio de 2010............................................................................................................................................................. 37
6. Lei n° 4.029 de 06 de maio de 2014............................................................................................................................................................. 41
7.Lei n° 4.575 de 09 de abril de 2018............................................................................................................................................................... 42
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

TÍTULO II
1. LEI Nº 1.762, DE 14/11/1986; DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS
PÚBLICOS
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI N.º 1.762 DE 14 DE NOVEMBRO DE 1986
DISPÕE sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado do Amazonas. Art. 5.º - São formas de provimento dos cargos públi-
cos:
O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, I - Nomeação;
II - Promoção;
FAÇO SABER a todos os habitantes que a ASSEMBLÉIA III - Acesso;
LEGISLATIVA decretou e eu sanciono a presente IV- Readmissão;
LEI: V- Reintegração;
VI - Reversão;
TÍTULO I VII - Aproveitamento;
CAPÍTULO ÚNICO VIII - Transferência; e
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES IX - Readaptação.
Art. 6.º - Lei ou regulamento estabelecerá as qualifica-
Art. 1.º - Esta Lei dispõe sobre o regime jurídico dos ções para o provimento e as atribuições dos cargos públi-
Funcionários Públicos Civis do Estado do Amazonas. cos em geral.
Parágrafo único - As disposições desta Lei, salvo norma
legal expressa, não se aplicam aos servidores regidos por SEÇÃO II
legislação especial. DA NOMEAÇÃO
Art. 2.º - Para efeito desta Lei:
I- Funcionário é a pessoa legalmente investida em car- Art. 7.º - A nomeação será feita:
go público; I - Em caráter efetivo;
II- Cargo é a designação do conjunto de atribuições e II - Em comissão, quando se tratar de cargo que, por
responsabilidades cometidas a um funcionário, identifican- Lei, assim deva ser provido;
do-se pelas características de criação por lei, denominação III - (Revogado).
própria, número certo e pagamento pelos cofres do Estado; Nota Remissiva
III- Classe é o conjunto de cargos de igual denomi- Inciso III do art. 7º revogado pelo art. 3º da Lei Comple-
nação e com atribuições, responsabilidades e padrões de mentar nº 63/2008. Redação Original
vencimento; III - Em substituição, nos casos de impedimento do
IV- Série de Classes é o conjunto de classes da mes- titular do cargo em comissão.
ma denominação, dispostas, hierarquicamente, de acordo Art. 8.º - A nomeação em caráter efetivo dependerá,
com o grau de complexidade das atribuições, nível de res- sempre, de prévia habilitação em concurso público de pro-
ponsabilidade, e constitui a linha natural de promoção do vas ou de provas e títulos, devendo obedecer, obrigato-
funcionário. riamente, à ordem de classificação dos concursados para
V- Lotação é o numero de cargos e funções gratifi- cada cargo, observados ainda o prazo de validade do con-
cadas fixado para cada repartição, ou ainda o número de curso e o número de vagas existentes.
servidores que devem ter exercício em cada unidade ad- Art. 9.º - Ressalvados os casos previstos em lei, é exi-
ministrativa. gida a idade mínima de dezoito e a máxima de sessenta
Art. 3.º - Ao funcionário não serão atribuídas respon- anos completos, na data do encerramento da inscrição em
sabilidades ou cometidos serviços alheios aos definidos concurso público.
em lei ou regulamento como típicos do seu cargo, exceto Parágrafo único - Não dependerá de limite de idade a
funções gratificadas, comissões ou mandatos em órgãos inscrição em concurso do ocupante de cargo público esta-
de deliberação coletiva do Estado ou de que o Estado par- dual de provimento efetivo.
ticipe. Art. 10 - Dentre os candidatos aprovados, os classifica-
Art. 4.º - É vedada a prestação de serviços gratuítos, dos até o limite de vagas, existentes à época do edital, têm
salvo no desempenho de função transitória de natureza assegurado o direito à nomeação, no prazo de validade do
especial ou na participação em comissões ou grupos de concurso.
trabalho. Parágrafo único - Os demais candidatos aprovados se-
rão nomeados à medida que ocorrerem vagas, dentro do
prazo de validade do concurso.
Art. 11 - O regulamento ou edital do concurso indicará
o respectivo prazo de validade, que não poderá ser supe-
rior a quatro anos, incluídas as prorrogações.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 12 - O cargo em comissão será sempre de livre dade própria do cargo a ser provido, formalidades e con-
escolha do Governador, dos Presidentes dos Poderes Le- dições idênticas às estabelecidas para o concurso público,
gislativo ou Judiciário e dos Tribunais de Contas. exceto limite de idade.
Parágrafo único - Somente poderá inscrever-se, no
SEÇÃO III concurso interno, funcionário com mais de três anos de
DA PROMOÇÃO serviço público estadual, sob regime deste Estatuto, e com
habilitação profissional ou escolaridade exigida para o in-
Art. 13 - Promoção é a forma pela qual o funcionário gresso na classe em concorrência.
progride na série de classes, e consiste na passagem da
referência em que se encontra, para a imediatamente su- SEÇÃO V
perior, observadas as normas constantes de Regulamento DA READMISSÃO
próprio.
Art. 14 - A promoção pode ocorrer mediante avanço Art. 25 - Readmissão é o ato pelo qual o funcionário
horizontal e vertical. exonerado reingressa no serviço público, sem direito a res-
Art. 15 - A promoção horizontal é a mudança de refe- sarcimento de qualquer espécie e sempre por conveniência
rência dentro da mesma classe e independerá da existência da Administração.
de vaga. Parágrafo único - A readmissão dependerá da existên-
Art. 16 - A promoção vertical consiste na passagem de cia de vaga e far-se-á no cargo anteriormente ocupado
referência final de uma classe para a inicial da classe ime- pelo funcionário exonerado ou, se transformado, no cargo
diatamente superior, dentro da mesma série de classes, e resultante da transformação.
dependerá da existência de vaga.
Art. 17 - As promoções obedecerão aos critérios de SEÇÃO VI
antiguidade e de merecimento, alternadamente, sendo a DA REINTEGRAÇÃO
primeira sempre por antiguidade.
Art. 26 - Reintegração é o ato pelo qual o demitido
Art. 18 - A promoção por antiguidade recairá no fun-
reingressa no serviço público, em decorrência de decisão
cionário com mais tempo de efetivo exercício na referência,
administrativa ou judicial transitada em julgado, com o res-
apurado em dias.
sarcimento de todos os direitos e vantagens, bem como
Parágrafo único - Havendo empate, terá preferência
dos prejuízos resultantes da demissão.
sucessivamente, o funcionário:
Art. 27 - Deferido o pedido por decisão administrativa
I - de maior tempo na classe;
ou transitada em julgado a sentença, será expedido o ato
II- de maior tempo na série de classes;
de reintegração.
III- de maior tempo no serviço público estadual; IV - de § 1.º - Se o cargo houver sido transformado, a reinte-
maior tempo no serviço público; gração dar-se-á no cargo resultante da transformação.
V - mais idoso. § 2.º - Se extinto o cargo antes ocupado, a reintegração
Art. 19 - O merecimento obedecerá a critérios pelos ocorrerá no cargo de vencimento equivalente, respeitada a
quais serão aferidos os graus de pontualidade, assiduida- habilitação profissional.
de, eficiência, espírito de colaboração ético-profissional e § 3.º - Se inviáveis as soluções indicadas nos parágrafos
cumprimento dos deveres por parte do funcionário. precedentes, será restabelecido automaticamente o cargo
Art. 20 - O interstício para a promoção horizontal será anterior, no qual se dará a reintegração.
de dezoito meses.
Art. 21 - Para efeito de promoção vertical, o interstício, SEÇÃO VII DA REVERSÃO
na classe, será de vinte e quatro meses.
Art. 22 - Somente por antiguidade será promovido o Art. 28 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado rein-
funcionário em exercício de mandato legislativo. gressa no serviço público, a pedido ou “ex-offício”.
§ 1.º - A reversão «ex-offício” ocorrerá quando insub-
SEÇÃO IV sistentes as razões que determinaram a aposentadoria por
DO ACESSO invalidez.
§ 2.º - A reversão somente poderá se efetivar quando,
Art. 23 - O acesso é o ato pelo qual o funcionário ob- em inspeção médica, ficar comprovada a capacidade para
tém, mediante processo seletivo, elevação de uma série o exercício do cargo.
de classes ou classe singular para outra do mesmo ou de § 3.º - Será tornada sem efeito a reversão «ex-offício”
outro grupo, na jurisdição do mesmo ou de outro órgão e cassada a aposentadoria do funcionário que não tomar
integrante da Administração Direta. posse ou não entrar no exercício dentro de prazo legal.
§ 1.º - Quando se tratar de série de classes, o acesso só Art. 29 - A reversão far-se-á no mesmo cargo ou em
poderá ocorrer para a classe inicial de carreira. cargo resultante da transformação.
§ 2.º - O acesso precederá ao concurso público. Parágrafo único - Em casos especiais, a juízo da Admi-
Art. 24 - O processo seletivo exigirá concurso interno, nistração, poderá o aposentado reverter em outro cargo de
de caráter competitivo e eliminatório no qual serão indis- igual vencimento, respeitados os requisitos para o respec-
pensáveis nível de conhecimento compatível com a ativi- tivo provimento.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

SEÇÃO VIII Art. 39 - A posse em cargo público depende de prévia


DO APROVEITAMENTO inspeção médica, para comprovar se o candidato satisfaz
os requisitos físicos mentais exigidos para o desempenho
Art. 30. O retorno à atividade do servidor em disponi- do cargo.
bilidade far-se-á mediante adequado aproveitamento em Art. 40 - Poderá haver posse mediante procuração
cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o an- quando se tratar de funcionário ausente do Estado, em
teriormente ocupado, se existente vaga e mediante com- missão da Administração ou ainda em casos especiais, a
provação, por junta médica oficial, da capacidade física e juízo da autoridade competente.
mental do aproveitando. Art. 41 - A posse ocorrerá no prazo de trinta dias, con-
Parágrafo único. O aproveitamento de servidor de tados da publicação do ato de provimento do Diário Oficial
que trata este artigo somente ocorrerá, mediante solici- do Estado.
tação devidamente fundamentada do órgão interessado e § 1.º - O prazo previsto neste artigo poderá ser prorro-
autorização expressa do Chefe do Poder Executivo. gado por igual período, a juízo da autoridade competente
Art. 31. Será tornado sem efeito o aproveitamento e para empossar.
cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer- § 2.º - Quando o funcionário não tomar posse no prazo
cício no prazo de trinta dias contados da publicação do ato, legal, o ato de provimento será tornado sem efeito. Art. 42.
salvo doença comprovada por junta médica oficial. São requisitos para a posse:
Art. 32. O aproveitamento precederá a realização de I- nacionalidade brasileira ou estrangeira, esta quando
concurso público destinado ao provimento de cargo que admitida por legislação federal específica;
atenda as condições do artigo 30. II- Idade mínima de dezoito anos;
Art. 33 - Será aposentado no cargo que ocupava o fun- III- Exercício pleno dos direitos políticos;
cionário em disponibilidade que, em inspeção médica, for IV- quitação com o serviço militar, quando o empos-
julgado definitivamente incapaz para o serviço público. sando for do sexo masculino;
V- sanidade física e mental atestada por junta médica
SEÇÃO IX oficial;
DA TRANSFERÊNCIA VI- preenchimento das condições especiais prescritas
para o cargo;
Art. 34 - Transferência é o ato pelo qual o funcionário VII- declaração de bens e valores que constituem o pa-
estável passa de um cargo para outro, de quadro diverso, trimônio do empossando;
ambos de provimento efetivo. § 1º - O servidor, no ato de posse, declarará expressa-
Art. 35 - A transferência ocorrerá a pedido do funcio- mente se ocupa outro cargo ou emprego público, espe-
nário ou “ex-officio”, atendidos, sempre, a conveniência do cificando cada um deles com os respectivos horários, se
serviço e os requisitos necessários ao provimento do cargo. for o caso, ou comprovará haver requerido exoneração ou
Art. 36 - A transferência será feita para cargo de mes- dispensa, na hipótese de acumulação não-permitida.
mo padrão de vencimento ou de igual remuneração, res- § 2º - Na hipótese de o empossando perceber proven-
salvados os casos de transferência a pedido, quando o ven- tos, fará declaração correspondente, indicando o cargo em
cimento ou a remuneração poderá ser inferior. que se deu a inatividade.
§ 2º do art. 42 acrescido pelo art. 7º da Lei nº 2.531/1999.
SEÇÃO X Art. 43 - São competentes para dar posse:
DA READAPTAÇÃO I- O Chefe do Poder Executivo, aos Secretários de Es-
tado e demais autoridades que lhes sejam diretamente
Art. 37 - Readaptação é a investidura em cargo de subordinadas, e o responsável pelo órgão de pessoal, nos
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limi- demais casos;
tação que tenha o funcionário sofrido em sua capacidade II- Quando se tratar de funcionário dos Poderes Legis-
física ou mental, apurada por junta médica oficial. lativo e Judiciário, dos Tribunais de Contas do Estado e dos
Parágrafo único - A redução ou o aumento de Municípios, ou ainda das autarquias, as autoridades desig-
vencimento que acaso decorrer da readaptação serão nadas em regimento interno, lei orgânica ou regulamento.
disciplinados em regulamento. Parágrafo único - A autoridade que empossar verifica-
rá, sob pena de responsabilidade, de forma satisfeitas as
CAPÍTULO II condições legais para a investidura no cargo.
DA POSSE
CAPÍTULO III
Art. 38 - Posse é o ato de investidura em cargo público. DO EXERCÍCIO
§ 1.º - A posse será formalizada com a assinatura do
termo pela autoridade competente e pelo empossado. Art. 44 - Exercício é o desempenho das atribuições do
§ 2.º - Não haverá posse nos casos de promoção, cargo.
acesso, substituição, reintegração, transferência e rea- Art. 45 - O exercício começará no prazo máximo de
daptação. trinta dias, contados da data da posse.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Parágrafo único - Tornar-se-á sem efeito o ato de pro- veitado em outro de atribuições e vencimentos compatí-
vimento, se o funcionário não entrar em exercício no prazo veis com o anteriormente ocupado, se aquele se encontrar
legal. provido.
Art. 46 - O funcionário que deva ter exercício em outro Art. 50 - O servidor público estável só perderá o cargo:
órgão terá quinze dias, contados do desligamento do ór- I- em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
gão de origem, para assumir o cargo. II- mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa;
CAPÍTULO IV III- mediante procedimento de avaliação periódica de
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO E DA ESTABILIDADE desempenho, na forma de lei complementar federal, asse-
SEÇÃO I gurada ampla defesa.
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
CAPÍTULO V
Art. 47. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado DA SUBSTITUIÇÃO
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
probatório, por período de três anos, durante o qual seu Art. 51 - Haverá substituição nos casos de impe-
desempenho será avaliado por comissão especialmente dimento legal ou afastamento de titular de cargo em
constituída para essa finalidade. comissão, função gratificada ou função de confiança.
Parágrafo único - (Suprimido). Parágrafo único - (Revogado).
§ 1.º O estagiário poderá afastar-se do exercício do car- Parágrafo único - A substituição será remunerada,
go em caso de férias, nomeação para cargo de provimento qualquer que seja a natureza do afastamento, por período
em comissão destinado às atribuições de direção, chefia igual ou superior a cinco dias.
e assessoramento superior ou licença para tratamento de § 1º - A substituição de que trata este artigo será re-
saúde. munerada, qualquer que seja a natureza do afastamento,
§ 2.º O servidor público que for nomeado para exer- desde que por período superior a trinta dias consecutivos,
cício de cargo de provimento em comissão, destinado às paga na proporção dos dias de efetiva substituição que ex-
atribuições de direção, chefia e assessoramento superior,
cederem o referido período.
em organismo do Poder Executivo Estadual, ficará, automa-
§ 2º - Em nenhuma hipótese haverá remuneração por
ticamente, à disposição do órgão ou entidade onde tiver
substituição automática, entendida esta como a que inte-
exercício, com ou sem ônus para o órgão de origem, obser-
gra a função própria do cargo de que o servidor for titular.
vadas as regras de opção e limite remuneratórios.
§ 3º - A substituição prevista no caput deste artigo dar-
§ 3.º Quando a nomeação decorrer de ato dos Poderes
-se-á mediante designação do servidor substituto, por ato
Legislativo e Judiciário, do Ministério Público Estadual, do
do dirigente do órgão ou entidade.
Tribunal de Contas do Estado, de outros órgãos ou entida-
des da Administração Federal, de outros Estados, do Dis-
trito Federal ou das Administrações Municipais, as disposi- CAPÍTULO VI DA REMOÇÃO
ções serão concedidas, por ato do Governador, mediante a
satisfação dos seguintes requisitos: Art. 52 - Remoção é o ato pelo qual o funcionário é
I- operar-se-ão, como regra geral, sem quaisquer ônus deslocado de um órgão para outro, dentro da mesma re-
para a repartição de origem e pelo prazo de doze meses, partição.
prorrogável a critério do Chefe do Poder Executivo; Parágrafo único - A remoção do funcionário será feita
II- o ato concessivo somente será editado se a requi- a seu pedido, por permuta, ou “ex-officio”. Art. 53 - A re-
sição se referir ao exercício de cargo de provimento em moção por permuta ocorrerá a pedido escrito de ambos os
comissão destinado às atribuições de direção, chefia e as- interessados.
sessoramento superior ou função de confiança, estabele-
cendo-se, no próprio ato, o compromisso de ressarcimento CAPÍTULO VII DA VACÂNCIA
ao Estado do Amazonas, quando o servidor optar pela re-
muneração de seu cargo efetivo, nos termos do artigo 109, Art. 54 - A vacância de cargo público decorrerá de :
XXIII, da Constituição Estadual, com as alterações promovi- I - Exoneração;
das pela Emenda Constitucional n.º 36, de 13 de dezembro II - Demissão;
de 1999. III - Acesso;
Art. 48. Cumprido satisfatoriamente o estágio proba- IV- Promoção;
tório, o servidor adquirirá estabilidade no serviço público V- Transferência;
após o terceiro ano de efetivo exercício. VI - Readaptação;
VII - Aposentadoria; e
SEÇÃO II VIII - Falecimento.
DA ESTABILIDADE Art. 55 - Dar-se-á exoneração:
I - A pedido do funcionário;
Art. 49. O servidor não aprovado no estágio será exo- II - “Ex-Officio”.
nerado, salvo se já estável no serviço público, hipótese em a)quando se tratar de cargo em comissão e não ocorrer
que será reconduzido ao cargo de que era titular ou apro- a hipótese do item I;

4
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

b)quando o funcionário não entrar em exercício dentro § 3.º - O tempo de serviço será computado à vista de
do prazo legal; documentação expedida na forma da lei, incluindo o pres-
c)quando não satisfeitas as condições do estágio pro- tado à União, Estados, Municípios VETADO, bem como o
batório. relativo a mandato eletivo.
§ 4.º - Somente após verificada a inexistência de docu-
TÍTULO III mentos bastantes na repartição do interessado e no Arqui-
CAPÍTULO ÚNICO vo Geral correspondente, admitir-se-á a comprovação de
DO TEMPO DE SERVIÇO tempo de serviço através de justificação judicial.
Art. 61 - É vedada a acumulação de tempo de serviço
Art. 56 - Será considerado como de efetivo exercício o prestado concorrente e simultaneamente em dois ou mais
afastamento do funcionário em virtude de: cargos ou funções da União, dos Estados, do Distrito Fede-
I - Férias; ral, Territórios, Municípios e Autarquias.
II- Casamento, até oito dias;
III- Falecimento do cônjuge ou parente consanguíneo TÍTULO IV
ou afim, até o segundo grau, não excedente a oito dias; DOS DIREITOS E VANTAGENS
IV - Serviços obrigatórios por lei; CAPÍTULO I
V- Licença, salvo a que determinar a perda do venci- DAS FÉRIAS
mento;
VI- Faltas justificadas, até o máximo de três por mês, na Art. 62 - O funcionário gozará férias anuais de trinta
forma prevista no artigo 86 deste Estatuto; dias, percebendo, sem qualquer prejuízo financeiro, um
VII- Missão ou estudo fora da sede de exercício, valor correspondente a um terço da remuneração mensal.
quando autorizado o afastamento pela autoridade com- Art. 62 - O funcionário gozará férias anuais de trinta
petente; dias, percebendo, sem qualquer prejuzo financeiro, um sa-
VIII- Trânsito em decorrência de mudança da sede de lário correspondente ao seu vencimento mensal, conforme
a Lei n.º 1312, de 22 de dezembro de 1978, obedecendo,
exercício, até quinze dias;
no caso de acumulação de períodos, ao § 2.º do artigo 63
IX- Competições esportivas em que represente o Brasil
deste Capítulo.
ou o Estado do Amazonas;
§ 1.º - Somente depois do primeiro ano de exercício, o
X - Prestação de concurso público;
funcionário terá direito a férias.
XI - Disposição ou exercício de cargo de confiança no
§ 2.º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta
serviço público.
ao serviço.
Art. 57 - O tempo de serviço do funcionário afastado
§ 3.º - O órgão de pessoal de cada repartição organiza-
para exercício de mandato eletivo federal, estadual ou mu-
rá, no mês de novembro, a escala de férias para o exercício
nicipal, será contado para todos os efeitos legais, exceto seguinte.
para promoção por merecimento. § 4.º - Atendida a conveniência do serviço público, ob-
Art. 58 - Para efeito de aposentadoria, disponibilidade servar-se-á na organização da escala, quando possível, o
e adicional, será computado integralmente: interesse do funcionário.
I - O tempo de serviço federal, estadual ou municipal; § 5.º - A escala de férias poderá ser alterada por neces-
II- O tempo de serviço ativo nas Forças Armadas pres- sidade do serviço.
tado durante a paz, computado em dobro quando em ope- Art. 63 - Poderão ser acumuladas até três períodos de
ração de guerra. férias, por imperiosa necessidade do serviço, declarada por
III- O tempo de serviço prestado em autarquia; escrito pelo chefe imediato do funcionário e, quando for o
IV- O tempo de serviço prestado à instituição ou em- caso, reconhecida pelo titular da Secretária de Estado ou
presa de caráter privado, que houver sido transformada em da Autarquia competente, ou ainda, pelo Presidente do Po-
estabelecimento de serviço público VETADO. der Legislativo ou do Judiciário e dos Tribunais de Contas.
V- O tempo de licença especial não gozada, contada § 1.º - A declaração constante do «caput» deste artigo
em dobro; e VI - O tempo de licença para tratamento de será formulada até dez dias antes da data prevista para iní-
saúde. cio do gozo de férias.
Parágrafo único - VETADO. § 2.º - A acumulação de períodos de férias não autoriza
Art. 59 - O tempo em que o funcionário esteve a acumulação do valor das férias anuais remuneradas a que
em disponibilidade ou aposentado será considerado, ex- se refere o «caput» do artigo anterior, que será pago obe-
clusivamente, para nova aposentadoria ou disponibilidade. decendo rigorosamente a escala antes obedecida.
Art. 60 - O cômputo do tempo de serviço será feito em § 3.º - O período de férias acumuladas com base neste
dias. artigo será incluído na escala do ano seguinte, imediata-
§ 1.º - O número de dias será convertido em anos, con- mente após o período normal, VETADO.
siderado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. Art. 64 - Durante as férias o funcionário terá direito a
§ 2.º - Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade, todas as vantagens do cargo, como se em efetivo exer-
a fração do ano superior a cento e oitenta dias será arre- cício estivesse.
dondada para um ano.

5
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO II Parágrafo único - A licença dependerá de inspeção por


DAS LICENÇAS junta médica oficial e será concedida com vencimento ou
SEÇÃO I remuneração integral até um ano, reduzida para dois ter-
DISPOSIÇÕES GERAIS ços quando exceder esse prazo.
§ 1.º A licença dependerá de inspeção pela junta médi-
Art. 65 - Conceder-se-á, nos termos e condições de re- ca oficial, que avaliará e definirá o prazo da concessão, de
gulamento, licença: acordo com a gravidade do caso.
I - Para tratamento de saúde; § 2.º Enquanto perdurar a enfermidade, poderão ser
II - Por motivo de doença em pessoa da família; concedidas prorrogações, precedidas de perícia médica
III - À gestante; oficial, a quem cabe fixar o novo prazo da licença.
IV - Por motivo de afastamento do cônjuge, funcioná- § 3.º Nos casos de tratamento fora do Estado, o
rio civil, militar, ou servidor de autarquia; servidor, para fins de prorrogação da licença, deverá
V - Para tratamento de interesse particular; apresentar laudo do médico responsável para exame da
VI - Para serviço militar obrigatório; e junta médica oficial.
VII - Especial. § 4.º Sobrevindo a cura ou o falecimento do familiar
Ato Relacionado durante licença, o servidor deverá retornar às suas funções,
Art. 66 - A licença, concedida dentro de sessenta dias, observado o disposto no art. 56, III, deste Estatuto, sob
após o término da anterior, será considerada como pror- pena de instauração de processo administrativo disciplinar
rogada. e restituição ao erário dos valores percebidos a títulos de
Parágrafo único - Para efeito do disposto neste arti- remuneração.
go, somente serão levadas em consideração as licenças da § 4º do art. 72 acrescido pelo art. 1º da Lei Comple-
mesma espécie. mentar nº 78/2010.
Art. 67 - O funcionário não poderá permanecer
licenciado por prazo superior a vinte e quatro meses, SEÇÃO IV
DA LICENÇA À GESTANTE
consecutivos, salvo nos casos dos itens IV, V e VI do artigo
65.
Art. 73 - (Revogado).
Nota Remissiva
SEÇÃO I
“Caput” do art. 73 revogado pelo artigo 122 da Lei
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
Complementar nº 30/2001. Redação Original
Art. 73 - Será concedida à funcionária gestante, me-
Art. 68 - A licença para tratamento de saúde depende
diante inspeção médica, licença por quatro meses, com
de inspeção médica e será concedida sem prejuízo da re-
vencimento ou remuneração.
muneração. § 1.º - (Revogado).
Art. 69 - Quando a inspeção médica verificar redução Nota Remissiva
da capacidade física do funcionário, ou estado de saúde § 1º do art. 73 revogado pelo artigo 122 da Lei Com-
a impossibilitar ou desaconselhar o exercício das funções plementar nº 30/2001. Redação Original
inerentes ao seu cargo, e não se configurar necessidade de § 1.º - Salvo parecer médico em contrário, a licença será
aposentadoria nem licença, poderá o funcionário ser rea- concedida a partir do início do oitavo mês de gestação.
daptado na forma do artigo 37. § 2.º - (Revogado).
Art. 70 - O funcionário licenciado para tratamento de § 2.º - No caso de nascimento prematuro, a licença terá
saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade remune- início a partir do dia do parto.
rada, sob pena de imediata suspensão da licença, com per-
da total de vencimento e vantagens, até reassumir o cargo. SEÇÃO V
Art. 71 - (Revogado). DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE

SEÇÃO III Art. 74 - O funcionário terá direito à licença, sem re-


DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PES- muneração, para acompanhar o cônjuge removido ou
SOA DA FAMÍLIA transferido para outro ponto do território nacional ou para
o exterior, ou eleito para exercer mandato eletivo.
Art. 72 - Sem prejuízo de sua remuneração, o servidor Parágrafo único - Existindo no novo local de residência,
poderá obter licença por motivo de doença em parente repartição estadual, o funcionário nele terá exercício, en-
consanguíneo ou afim até segundo grau, e do cônjuge ou quanto perdurar aquela situação.
companheiro, quando provado que a sua assistência pes-
soal é indispensável e não pode ser prestada sem se afastar
da repartição
Parágrafo único - (Suprimido).
Parágrafo único do art. 72 suprimido pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 78/2010. Redação Original

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

SEÇÃO VI c)Para tratamento de interesses particulares;


DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE INTERESSES d)Por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário
PARTICULARES civil ou militar, por prazo superior a sessenta dias, conse-
cutivos ou não.
Art. 75 - A critério da Administração, ao servidor po- § 2.º - Cessada a interrupção prevista neste artigo, re-
derá ser concedida licença para tratar de interesses par- começará a contagem de quinquênio, a partir da data da
ticulares, por período fixado no ato concessivo e sempre reassunção do funcionário ao exercício do cargo.
sem remuneração. § 3.º - As faltas injustificadas ao serviço retardarão a
§ 1º - O servidor aguardará em exercício a concessão concessão da licença prevista neste artigo, na proporção
da licença. de um (01) mês para cada falta.
§ 2º - A licença de que trata este artigo poderá ser in- Art. 79 - O funcionário efetivo, ocupante de cargo em
terrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou a comissão ou função gratificada, terá direito à percepção,
critério da Administração. durante o período de licença especial, das vantagens fi-
§ 3º - A licença poderá ser prorrogada por reque- nanceiras do cargo em comissão ou da função gratificada
rimento do servidor interessado, pessoalmente ou por que ocupar.
procurador com poderes especiais, observado o disposto
no caput deste artigo. CAPÍTULO III
§ 4º - A licença suspende o vínculo do servidor DO VENCIMENTO E A REMUNERAÇÃO
com a Administração, não se computando o tempo SEÇÃO I
correspondente para qualquer efeito, inclusive o de estágio DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
probatório.
Art. 80 - Considera-se:
SEÇÃO VII I- vencimento, a retribuição pecuniária mensal, com
DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓ- valor fixado em lei, devida na Administração Pública Dire-
RIO ta, Autárquica e Fundacional de qualquer dos Poderes do
Estado, pelo efetivo exercício de cargo público;
Art. 76 - Ao funcionário convocado para o serviço mili- II- vencimentos, a soma do vencimento básico com as
tar e outras obrigações de segurança nacional será conce- vantagens permanentes relativas ao cargo público.
dida licença remunerada. Art. 81 - Remuneração é a soma do vencimento com as
§ 1.º - Da remuneração descontar-se-á a importância vantagens criadas por lei, inclusive as de caráter individual
que o funcionário perceber pelo serviço militar. e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
§ 2.º - A licença será concedida à vista de documento Parágrafo único - Em se tratando de cargo comissio-
que prove a incorporação. nado ao qual seja atribuída gratificação distinta da de re-
§ 3.º - Ocorrido o desligamento do serviço militar o presentação, o servidor que o ocupar optará por uma delas
funcionário terá prazo de trinta dias para reassumir o exer-
cício do cargo. Art. 82 - (Revogado).
Art. 77 - Ao funcionário oficial da reserva das Forças I- (Revogado).
Armadas será concedida licença remunerada, durante os II- (Revogado).
estágios previstos pelos regulamentos militares quando § 2.º - (Revogado).
pelo serviço militar não perceber vantagem pecuniária. § 3.º - (Revogado).
Parágrafo único - Quando o estágio for remunerado, § 4.º - (Revogado).
assegurar-se-á ao funcionário o direito de opção. § 5.º - (Revogado).
I- Nomeado para cargo em comissão, salvo se por ele
SEÇÃO VIII optar ou acumular legalmente;
DA LICENÇA ESPECIAL II- Cumprindo mandato eletivo remuneração federal,
estadual ou municipal, ressalvado, em relação ao último,
Art. 78 - Apó s cada quinquênio de efetivo exercício, o o direito de opção ou de acumulação legal;
funcionário fará jus à licença especial de três meses, com III- Licenciado na forma do artigo 65, itens IV e V. Art.
todos os direitos e vantagens do seu cargo efetivo, poden- 84 - O funcionário perderá:
do acumular o período de dois quinquênios. I- O vencimento ou remuneração do dia, se não com-
§ 1.º - Não será concedida licença especial se houver o parecer ao serviço, salvo por motivo legal ou por doença
funcionário, no quinquênio correspondente: comprovada, de acordo com as disposições deste Estatuto;
I - Sofrido pena de multa ou suspensão; II- Um terço do vencimento ou remuneração do dia, se
II - Faltado ao serviço sem justificação; comparecer ao serviço na hora seguinte ao início do expe-
III - Gozado licença: diente ou dele se retirar antes da hora regulamentar, ou ainda,
a)Para tratamento de saúde, por prazo superior a cento ausentar-se, sem autorização, por mais de sessenta minutos;
e oitenta dias, consecutivos ou não; III- Um terço do vencimento ou remuneração durante
b)Para tratamento de saúde em pessoa da família, por o afastamento por motivo de prisão preventiva, pronún-
prazo superior a cento e vinte dias, consecutivos ou não; cia por crime comum ou denúncia por crime funcional, ou,

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

ainda, condenação por crime inafiançável em processo em VIII- Pela participação como membro ou auxiliar de co-
que não haja pronúncia, tendo direito à diferença se ab- missão examinadora de concurso;
solvido; IX- Pela prestação de serviço em regime de tempo in-
IV- Um terço do vencimento ou remuneração, durante tegral ou tempo integral com dedicação exclusiva;
o período de afastamento em virtude de condenação, por X- Pela participação em comissão, grupo de trabalho
sentença definitiva, à pena que não acarrete a perda do ou grupo especial de assessoramento técnico, de caráter
cargo. transitório;
Parágrafo único - Para efeitos deste artigo, serão leva- XI- Pelo exercício em determinadas zonas ou locais; e
das em conta as gratificações percebidas pelo funcionário. XII- Pelo exercício do magistério em cursos especiais
Art. 85 - Nenhum funcionário perceberá vencimento de treinamento de funcionários, se realizado o trabalho
inferior ao salário-mínimo fixado para o Estado do Ama- fora das horas de expediente.
zonas. § 1.º - Os percentuais de atribuição das gratificações
Art. 3º da Lei nº 1.899/1989 previstas nos incisos deste artigo, a serem fixados por ato
Art. 86 - Serão abonadas até três faltas, durante o mês, legal, somente incidirão, para efeito de cálculo das refe-
por motivo de doença comprovada mediante atestado ridas vantagens, sobre o valor do vencimento do cargo
passado por médico ou dentista do serviço oficial ou par- efetivo do funcionário.
ticular. § 2.º - O percentual para percepção da gratificação
Parágrafo único - (Suprimido). pela prestação de serviço em regime de tempo integral ou
§ 1º - Sem prejuízo no disposto do «caput « do presen- tempo integral com dedicação exclusiva, não poderá ser
te artigo 86, todo funcionário que doar sangue à Fundação superior a 60% (sessenta por cento) e a gratificação pela
Hemoam terá direito à folga no dia correspondente à sua participação em comissão, grupo de trabalho ou grupo
doação, desde que, porém, apresente no dia posterior, o especial de assessoramento técnico, de caráter transitório,
respectivo atestado da doação, fornecido pela Hemoam. não poderá ter percentual de atribuição acima de 100%
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, o funcionário apre- (cem por cento).
§ 2.º - O percentual para percepção da gratificação pela
sentará o atestado no primeiro dia em que retornar ao ser-
prestação de serviço em regime de tempo integral com de-
viço.
dicação exclusiva, não poderá ser superior a 60% (sessenta
Art. 87 - O vencimento, as gratificações e os proventos
por cento) e a gratificação pela participação em comissão,
não sofrerão descontos além dos previstos em lei, nem se-
grupo de trabalho ou grupo especial de assessoramento
rão objeto do arresto, sequestro ou penhora, salvo quando
técnico, de caráter transitório, não poderá ter percentual
se tratar de:
de atribuição acima de 100% (cem por cento).
I- Prestação de alimentos determinada judicialmente;
§ 3º - (Revogado).
II- Reposição ou indenização devida à Fazenda do Es- § 3.º - É vedada a percepção cumulativa da gratifica-
tado. ção de produtividade ou de prêmio por produção com a
Art. 88 - As reposições e as indenizações à Fazenda do gratificação pela prestação de serviço em regime de tempo
Estado serão descontadas em parcelas mensais e sucessi- integral com dedicação exclusiva; e a gratificação pela exe-
vas, aquelas não excedentes da décima parte do valor da cução de trabalhos de natureza especial, com risco de vida
remuneração e as outras, em no máximo seis vezes. ou de saúde com a gratificação pelo exercício em determi-
Parágrafo único - (Suprimido). nadas zonas ou locais.
Art. 89 - Os vencimentos e proventos devidos ao fun- Art. 91 - A função gratificada é a vantagem pecu-
cionário falecido não serão considerados herança, deven- niária atribuída pelo exercício de encargos de chefia,
do ser pagos, independentemente de ordem judicial, ao assessoramento ou secretariado e outros julgados neces-
cônjuge ou companheiro ou, na falta deste, aos legítimos sários.
herdeiros. § 1.º - Em havendo recursos orçamentários, o Poder
Executivo poderá criar funções gratificadas, previstas em
SEÇÃO II regulamento próprio, onde se estabelecerá também com-
DAS GRATIFICAÇÕES petência para designação.
Art. 25 do Decreto nº 12.189/1989
Art. 90 - Poderão ser concedidas ao funcionário, na for- § 2.º - A dispensa da função gratificada cabe à autori-
ma regulamentar, as seguintes gratificações: dade competente para a designação.
I - De função; Art. 92 - A gratificação por serviço extraordinário des-
II- De representação; tina-se a remunerar o trabalho executado fora do período
III- (Revogado). normal de expediente.
Art. 4º da Lei nº 2.531/1999 Art. 3º do Decreto nº 19.399/1998
IV- De produtividade ou de prêmio por produção; § 1.º - A gratificação será paga por hora de trabalho,
V- Pela prestação de serviços extraordinários; prorrogado ou antecipado, na mesma razão de cada hora
VI- Pela execução de trabalhos de natureza especial, do período normal de trabalho.
com risco de vida ou de saúde; § 2.º - Ressalvados os casos de convocação de
VII- Pela participação em órgão de deliberação cole- emergência, o serviço extraordinário não excederá de
tiva; noventa horas mensais.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

§ 3.º - É vedado conceder gratificações por serviços § 1.º - Entende-se por sede o lugar onde o funcionário
extraordinários com o objetivo de remunerar outros ser- reside.
viços ou encargos. § 2.º - Não serão pagas diárias ao funcionário re-
§ 4.º - O exercício de cargo em comissão ou função movido ou transferido, quando designado para função
gratificada impede o pagamento de gratificação por servi- gratificada ou nomeado para cargo em comissão.
ços extraordinários. § 3.º - Não caberá pagamento de diárias quando a via-
Art. 93 - Para o serviço extraordinário noturno, o valor gem do funcionário constituir exigência inerente ao cargo
da gratificação será acrescido de vinte e cinco por cento. ou função.
Art. 94 - (Revogado). Art. 101 - Será paga diária especial ao funcionário
Parágrafo único - (Revogado). designado para serviços intensivos de campo, em qual-
quer lugar do Estado.
SEÇÃO III Parágrafo único - A diária especial de campo é devi-
DA AJUDA DE CUSTO da a partir da entrada em serviço, obedecendo seu paga-
mento aos valores fixados por ato governamental.
Art. 95 - A administração pagará ajuda de custo ao fun- Art. 102 - O funcionário que, indevidamente, receber
cionário que, no interesse do serviço, passar a ter exercício diárias, restituirá de uma só vez igual importância, sujeito
em nova sede. ainda à punição disciplinar.
§ 1.º - A ajuda de custo destina-se a indenizar ao fun- Art. 4º da Portaria nº 023/2008 - DIPRE/FVS-AM
cionário as despesas de viagem e de nova instalação. Art. 103 - Será punido com suspensão e, na reincidên-
§ 2.º - O transporte do funcionário, sua família e um cia, com demissão, o funcionário que, indevidamente, con-
serviçal, ocorrerá por conta do Estado. ceder diárias.
§ 3.º - O nomeado para cargo em comissão, que não
seja funcionário do Estado e não resida na sede designa- SEÇÃO V
da, também fará jus aos benefícios deste artigo. DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Art. 96 - A ajuda de custo é calculada sobre a remune-
ração do cargo efetivo ou do cargo em comissão.
Art. 104 - O salário-família é devido por dependente,
Parágrafo único - A ajuda de custo não excederá a
menor de 21 anos, do funcionário, ativo ou inativo.
importância correspondente a três meses de remuneração.
§ 1.º - A cada dependente corresponderá uma cota de
Art. 97 - Não será concedida ajuda de custo:
salário-família.
I- Quando o funcionário for posto à disposição de ou-
§ 2.º - A cota do salário-família destinada a dependen-
tro órgão;
te inválido será paga em dobro.
II- Quando o funcionário for transferido ou removido a
pedido, mesmo por permuta; e Art. 105 - Não será devido o salário-família quando o
III - Quando o funcionário deixar a sede ou voltar em dependente passar a perceber qualquer rendimento, em
virtude de mandato eletivo. importância igual ou superior à do salário-mínimo.
Art. 98 - Restituirá a ajuda de custo, sem prejuízo da Art. 106 - Quando o pai e a mãe forem funcionários e
pena disciplinar cabível: viverem em comum, o salário-família será pago a um deles
I- O funcionário que não se deslocar para a nova sede apenas; se não viverem em comum, será pago ao que tiver
dentro do prazo fixado, salvo por motivo devidamente os dependentes sob sua guarda ou; se ambos os tiverem,
comprovado; será concedido a um e a outro, de acordo com a distribui-
II- Quando retornar ou pedir exoneração antes de ção dos dependentes.
completar cento e oitenta dias de exercício na nova sede. Art. 107 - O salário-família é devido mesmo quando o
Parágrafo único - Se o funcionário regressar por ordem funcionário não receber vencimentos ou proventos.
superior, ou por comprovado motivo de força maior, não Art. 108 - O salário-família não está sujeito a qualquer
haverá restituição. imposto ou taxa, nem servirá de base para qualquer contri-
Art. 99 - O transporte do funcionário inclui as passa- buição, mesmo para a previdência social.
gens e, no limite estabelecido em regulamento próprio, as Art. 109 - (Revogado).
bagagens. Art. 110 - Quando o funcionário, em regime de acu-
Parágrafo único - O funcionário será obrigado a mulação legal, ocupar mais de um cargo , só perceberá o
repor a importância correspondente ao transporte ir- salário-família por um dos cargos.
regularmente requisitado, além de sofrer a pena disciplinar
cabível. SEÇÃO VI
DO AUXÍLIO-DOENÇA
SEÇÃO IV
DAS DIÁRIAS Art. 111 - (Revogado).
Art. 112 - (Revogado).
Art. 100 - O funcionário, que a serviço se deslocar da
sede em caráter eventual e transitório, fará jus a diárias cor-
respondentes ao período de afastamento, para cobrir as
despesas de alimentação e pousada.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

SEÇÃO VII CAPÍTULO VI


DO AUXÍLIO-FUNERAL DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 113 - Será pago auxílio-funeral correspondente a Art. 118 - É assegurado ao funcionário o direito de re-
um mês de vencimento, remuneração ou provento, me- querer, representar, pedir reconsideração e recorrer, desde
diante prova da despesa, a quem providenciou o sepulta- que o faça dentro das normas de urbanidade.
mento do funcionário falecido. Art. 119 - O requerimento é cabível para defesa de di-
§ 1.º - O vencimento, remuneração ou provento cor- reito ou de interesse legítimo e será dirigido à autoridade
responderá àquele do funcionário, no momento do óbito. competente em razão da matéria.
§ 2.º - Em caso de acumulação legal de cargos do Esta- Art. 120 - A representação é cabível contra abuso de
do, o auxílio-funeral corresponderá ao pagamento do car- autoridade ou desvio de poder e, encaminhada pela via
go de maior vencimento ou remuneração do funcionário. hierárquica, será obrigatoriamente apreciada pela autori-
§ 3.º - A despesa com auxílio-funeral correrá à conta dade superior àquela contra a qual é interposta.
da dotação orçamentária própria do cargo, que não será Art. 121 - Caberá pedido de reconsideração dirigido à
provido antes de decorridos trinta dias da vacância. autoridade que houver expedido o ato ou proferido a pri-
meira decisão, quando contiver novos argumentos.
CAPÍTULO IV Parágrafo único - O prazo para apresentação do pedi-
DAS CONCESSÕES do de reconsideração é de quinze dias a contar da ciência
do ato, da decisão ou da publicação oficial.
Art. 114 - Sem prejuízo da remuneração e qualquer Art. 122 - O recurso é cabível contra indeferimento de
outro direito ou vantagem, o funcionário poderá faltar ao pedido de reconsideração e contra decisões sobre recursos
serviço até oito dias consecutivos, por motivo de : sucessivamente interpostos.
I- Casamento; ou Art. 123 - O recurso será dirigido à autoridade imedia-
II- Falecimento do cônjuge ou companheiro, pais, fi- tamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido
lhos ou irmãos. a decisão recorrida.
Art. 115 - Ao funcionário estudante será permitido § 1.º - O recurso será interposto por intermédio da au-
ausentando-se do serviço, sem prejuízo do vencimento, toridade recorrida, que poderá reconsiderar a decisão, ou,
remuneração ou vantagem, para submeter-se a prova ou mantendo-a, encaminhá-la à autoridade superior.
exame, mediante apresentação de atestado fornecido pelo § 2.º - É de trinta dias o prazo para a interposição
estabelecimento de ensino. de recurso, a contar da publicação ou ciência, pelo inte-
Art. 116 - Poderá o servidor público ser autorizado a se ressado, da decisão recorrida.
afastar de suas atividades funcionais para frequentar curso Art. 124 - O direito de pleitear na esfera administrativa
de aperfeiçoamento profissional, pelo prazo máximo de 04 prescreverá:
(quatro) anos, sem prejuízo do vencimento e remuneração. I- Em cinco anos, quando aos atos de demissão, cas-
§ 1.º - A autorização prevista no «caput» deste artigo sação de aposentadoria ou disponibilidade e aos referen-
será concedida por ato do Chefe do Poder Executivo Esta- tes a matéria patrimonial;
dual, mediante indicação do titular do órgão ou entidade, II- Em cento e vinte dias, nos demais casos.
desde que comprovada a pertinência entre a atividade fun- Art. 125 - Os prazos de prescrição estabelecidos no artigo
cional do servidor e o curso pretendido. anterior, contar-se-ão da data da publicação, no órgão oficial,
§ 2.º - O servidor ficará obrigado a prestar serviço ao do ato impugnado, ou da data da ciência pelo interessado.
Estado por período igual ao de seu afastamento, sob pena Art. 126 - Os pedidos de reconsideração e os recursos,
de indenização aos cofres públicos da importância despen- quando cabíveis, e apresentados dentro do prazo, inter-
dida pelo Estado. rompem a prescrição até duas vezes, determinando a con-
§ 3.º O prazo de afastamento previsto no “caput” deste tagem de novos prazos a partir da data da publicação de
artigo poderá ser estendido quando devidamente justifi- despacho denegatório ou restritivo ao pedido.
cado pela Instituição de Ensino e ratificado pelo Titular do Art. 127 - O ingresso em juízo não implica necessa-
órgão ou entidade, que demonstrará a importância para o riamente suspensão, na instância administrativa, de pleito
Estado e a boa-fé do servidor público. formulado pelo funcionário.
§ 4.º Fica expressamente proibido o desvio de finalida-
de, sob as penas da lei, devendo ser observado os termos CAPÍTULO VII
do ato autorizativo. DA DISPONIBILIDADE
§ 5.º Somente será concedida nova autorização para
afastamento, após o cumprimento da obrigação prevista Art. 128 - Disponibilidade é o ato pelo qual o funcioná-
no § 2.º deste artigo. rio estável fica afastado de qualquer atividade, no serviço
público em virtude da extinção ou declaração da desneces-
CAPÍTULO V sidade do seu cargo.
DA ASSISTÊNCIA E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Parágrafo único - O funcionário em disponibilidade
perceberá proventos proporcionais ao seu tempo de ser-
Art. 117 - O Estado prestará assistência ao funcionário viço, mais as vantagens incorporáveis à data da inativação
e à sua família através de instituição própria criada por lei. e o salário-família.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 129 - Restabelecido o cargo, mesmo modificada a Art. 138 - (Revogado).


sua denominação, será nele aproveitado, com prioridade, o Art. 139 - (Revogado).
funcionário em disponibilidade. I - (Revogado).
Art. 130 - O funcionário em disponibilidade poderá ser I - A proventos correspondentes ao vencimento da
aposentado, preenchidos os requisitos legais. classe imediatamente superior;
II- (Revogado).
CAPÍTULO VIII III- (Revogado).
DA APOSENTADORIA Parágrafo único - (Revogado).
Art. 140 - (Revogado).
Art. 131 - (Revogado). I- (Revogado).
I- (Revogado). II- (Revogado).
II- (Revogado). § 1.º - (Revogado).
a) (Revogada). 2.º - (Revogado).
b)(Revogada). Art. 141 - (Revogado).
III- (Revogado). § 1.º - (Revogado).
Art. 132 - (Revogado). § 2.º - (Revogado).
I- (Revogado). Art. 142 - (Revogado).
a)(Revogada). Art. 143 - (Revogado).
b) invalidar-se por acidente ocorrido em serviço, mo-
léstia profissional, ou quando acometido de tuberculose TÍTULO V
ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia ma- DO REGIME DISCIPLINAR
ligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, CAPÍTULO I
hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, pa- DA ACUMULAÇÃO
ralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anqui-
losante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Art. 144 - É vedada a acumulação remunerada de cargo
Paget (osteite deformante), Síndrome de Imonudeficiência com outro cargo, emprego ou função públicos, abrangen-
Adquirida - AIDS, acidente vascular e outras que a lei indi- do a Administração Direta, autarquias, fundações, empre-
car, com base na medicina especializada. sas públicas, sociedades de economia mista, suas subsi-
Alínea “b” do inciso I do art. 132 alterada pelo art. 1º da diárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente,
Lei nº 2.452/1997. pelo poder público, exceto, quando houver compatibilida-
b) Invalidar-se por acidente ocorrido em serviço, por de de horários:
moléstia profissional, ou quando acometido de tuberculo- I- a de dois cargos ou empregos de professor;
se ativa, alienação mental, neoplasia maligna, doença dos II- a de um cargo ou de emprego de professor com
órgãos da visão, com diminuição de acuidade abaixo de outro técnico ou científico;
um décimo, lepra, leucemia, cardiopatia grave, doença de III- a de dois cargos ou empregos privativos de médico.
Parkinson, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, IV- (Suprimido)
acidente vascular e outras moléstias que a lei indicar com § 1.º - (Suprimido).
base nas conclusões da medicina especializada; e § 2.º - (Suprimido).
II- (Revogado). § 3.º - (Suprimido).
Parágrafo único - (Revogado). Parágrafo único - É vedada a percepção simultânea
Parágrafo único - Os proventos proporcionais não de proventos com a remuneração de cargo, emprego ou
serão inferiores a função pública, ressalvadas as hipóteses de acumulação
cinquenta por cento do vencimento e vanta gens per- permitida na atividade, de exercício de mandato eletivo,
cebidas na atividade, e, em caso nenhum inferiores ao sa- de cargo em comissão ou de contrato para a prestação de
lário-mínimo. serviços de natureza técnica ou especializada.
Art. 133 - (Revogado). Art. 145 - O reconhecimento da licitude da acumulação
§ 1.º - (Revogado). de cargos fica condicionado à comprovação da compati-
§ 2.º - (Revogado). bilidade de horários a ser declarada pelo servidor em ato
Art. 134 - (Revogado). próprio perante os órgãos ou entidades a que pertencer.
Art. 135 - (Revogado). Art. 145 - Não se enquadra na proibição de acumular a
Art. 136 - (Revogado). percepção conjunta de:
Art. 136 - A aposentadoria por invalidez será precedi- I- (Suprimido).
da de licença para tratamento de saúde, por período não II- (Suprimido).
excedente a vinte e quatro meses, salvo quando o laudo III- (Suprimido).
médico declarar logo incapacidade definitiva para o serviço Parágrafo único - A qualquer tempo a Administração
público. poderá solicitar declaração do servidor atestando que não
Art. 137 - (Revogado). acumula cargos, empregos ou funções em órgão da União,
Art. 137 - Aposentadoria produzirá efeito com a publi- Estado e Municípios.
cação do ato no órgão oficial.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 146 - As acumulações e a percepção de proventos IV- Retirar, modificar ou substituir, sem prévia autoriza-
vedadas pelo art. 144 serão apuradas em processo sumário, ção, qualquer documento de órgão estadual;
nos termos do artigo 174 deste Estatuto, por meio de co- V- Empregar materiais e bens do Estado em serviço
missão constituída em caráter transitório ou permanente. particular ou, sem autorização superior, retirar objetos de
Parágrafo único - (Suprimido). órgãos oficiais;
Art. 147 - Transitada em julgado a decisão do proces- VI- Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal;
so sumário que concluir pela acumulação ou pela percep- VII- Coagir ou aliciar subordinados com objetivo de na-
ção de proventos vedadas pelo art. 144, o servidor: tureza partidária;
Parágrafo único - (Suprimido). VIII- Receber propinas, comissões, presentes e vanta-
I- optará, no prazo de 05 (cinco) dias, por um dos gens de qualquer espécie, em razão do cargo; IX - Praticar
cargos, empregos ou funções exercidos, ou pelos pro- a usura, em qualquer de suas formas;
ventos, se patenteada a boa fé; X- Promover manifestações de apreço ou desapreço,
II- será demitido do cargo ou cargos estaduais ilegal- mesmo para obsequiar superiores hierárquicos, e fazer cir-
mente ocupados, ou terá cassada a aposentadoria ou a dis- cular ou subscrever lista de donativos na repartição;
ponibilidade, nos casos de má-fé comprovada. XI- Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
Art. 148 - As autoridades que tiverem conhecimento casos previstos em lei, o desempenho de encargos de sua
de qualquer acumulação indevida, comunicarão o fato, sob competência ou de seus subordinados.
pena de responsabilidade, ao órgão de pessoal, para os XII- Participar da diretoria, gerência, administração,
fins indicados no artigo 146. conselho-técnico ou administrativo de empresa ou so-
ciedade:
CAPÍTULO II a)Contratante ou concessionária de serviço público;
DOS DEVERES b)Fornecedora de equipamento ou material de qual-
quer natureza ou espécie, a qualquer órgão estadual;
Art. 149 - Além do exercício das atribuições do cargo, c)Com atividades relacionadas à natureza do cargo ou
são deveres do funcionário: função pública exercida;
I - Lealdade e respeito às instituições constitucionais e XIII- Exercer o comércio ou participar de sociedade
administrativas; comercial, exceto como acionistas, cotistas ou comanditário;
II- Assiduidade e pontualidade; XIV- Entreter-se, nos locais e horas de trabalho, em
III- Cumprimento de ordens superiores, representan- palestras, leituras ou atividades estranhas ao serviço; XV -
do quando manifestamente ilegais; IV - Desempenho, com Atender pessoas estranhas ao serviço no local de trabalho,
zelo e presteza, dos trabalhos de sua incumbência; para tratar de assuntos particulares;
V- Sigilo sobre os assuntos da repartição; XVI - Incitar greves ou delas participar ou praticar atos
VI- Zelo pela economia do material e pela conservação de sabotagem contra o serviço público; XVII - Fundar sindi-
do patrimônio sob sua guarda ou para sua utilização. cato de funcionário ou dele participar; e
VII - Urbanidade com companheiros de serviços e o XVIII - Ausentar-se do Estado, mesmo para estudo ou
público geral; missão oficial de qualquer natureza, com ou sem ônus para
VIII- Cooperação e espírito de solidariedade com os os cofres públicos, sem autorização expressa do Chefe do
companheiros de trabalho; Poder a cujo Quadro de Pessoal integre.
IX- Conhecimento das leis, regulamentos, regimentos,
instruções e ordens de serviços referentes às suas funções; CAPÍTULO IV
e DAS RESPONSABILIDADES
X- Procedimento compatível com a dignidade da fun-
ção pública. Art. 151 - (Revogado).
Art. 152 - A responsabilidade civil decorre de procedi-
CAPÍTULO III mento doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fa-
DAS PROIBIÇÕES zenda Pública ou a terceiros.
§ 1.º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda
Art. 150 - Ao funcionário é proibido: Pública será liquidada mediante desconto em prestações
I- Referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso mensais, não superiores à décima parte do vencimento ou
em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a remuneração, à falta de outros bens que respondam pela
atos da Administração Pública, podendo, parém, em traba- reposição.
lho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da § 2.º - Tratando-se de danos causado a terceiros, res-
organização do serviço; ponderá o funcionário perante a Fazenda Pública, em ação
II- Censurar, por qualquer órgão de divulgação pública, regressiva, proposta depois de transitada em julgado a de-
as autoridades constituídas; cisão que houver condenado a Fazenda a indenizar o pre-
III- Pleitear, como procurador ou intermediário junto judicado.
às repartições públicas, salvo quando se tratar de percep- Art. 153 - A responsabilidade penal abrange os crimes
ção de vencimentos e proventos do cônjuge, companheiro e contravenções imputados ao funcionário, nesta qualida-
ou parente consanguíneo ou afim, até segundo grau; de.

12
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 154 - A responsabilidade administrativa resulta de X- Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-
omissões ou atos praticados no desempenho do cargo ou nio estadual;
função. XI- ocorrência de qualquer das vedações previstas no,
Art. 155 - As sanções civis, penais e disciplinares po- art. 144, se provada a má-fé;
derão acumular-se, umas e outras, independentes entre si, XI - Acumulação proibida de cargo público, se provada
bem assim as instâncias cível, penal e administrativa. a má fé; e
XII- Transgressão de quaisquer dos itens IV, V, VI, VII e
CAPÍTULO V IX do artigo 150.
DAS PENALIDADES § 1.º - Considera-se abandono de cargo a ausência ao
serviço, sem justa causa, por mais de trinta dias consecu-
Art. 156 - São penas disciplinares: tivos.
I - Reprensão; § 2.º - Entende-se comao inassiduidade habitual a falta
II - Suspensão; ao serviço sem causa justificada, por sessenta dias interca-
III - Demissão; e lados durante o período de doze meses.
IV - Cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Art. 162 - O ato de imposição de penalidade mencio-
Art. 157 - Na aplicação das penas disciplinares serão nará sempre a causa da sanção e o fundamento legal. Art.
consideradas a natureza e a gravidade da infração, os da- 163 - São competentes para aplicação das penalidades dis-
nos que dela resultarem para o serviço público e os ante- ciplinares:
cedentes funcionais do culpado. I- Governador;
Art. 158 - A pena de repreensão será aplicada por escri- II- O Secretário de Estado ou autoridade diretamente
to, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos subordinada ao Governador e os dirigentes de autarquias,
deveres funcionais. nos casos de suspensão por mais trinta dias; e
Art. 159 - A pena de suspensão, que não excederá a III- Os chefes de unidades administrativas, na forma regi-
noventa dias, será aplicada em casos de falta grave ou de mental, nos casos de repreensão ou suspensão até trinta dias.
reincidência. Parágrafo único - Quando se tratar de funcionário dos
Parágrafo único - O funcionário suspenso perderá, du- Poderes Legislativo e Judiciário, e dos Tribunais de Contas
rante o período de cumprimento da pena, todos os direi- do Estado e dos Municípios, as penalidades serão aplicadas
tos e vantagens decorrentes do exercício do cargo. pelas autoridades designadas em regimento interno, lei or-
Art. 160 - As penas de repreensão e suspensão até cin- gânica ou regulamento.
co dias serão aplicadas de imediato pela autoridade que Art. 164 - Constarão obrigatoriamente do seu assenta-
tiver conhecimento direto de falta cometida. mento individual as penalidades disciplinares impostas ao
§ 1.º - O ato punitivo será motivado e terá efeito ime- funcionário.
diato, mas provisório, assegurando-se ao funcionário o Art. 165 - Além da pena judicial cabível, serão consi-
direito de oferecer defesa por escrito, no prazo de três dias. deradas como de suspensão os dias em que o funcionário
§ 2.º - A defesa prevista no parágrafo anterior é indepen- deixar de atender, sem motivo justificado, à convocação do
dente de autuação e será apresentada mediante recibo, dire- júri e outros serviços obrigatórios previstos em lei.
tamente pelo funcionário à autoridade que aplicou a pena. Art. 166 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
§ 3.º - As penalidades aplicadas nas condições deste lidade do inativo que praticou, quando em atividade, falta
artigo, somente serão confirmadas mediante novo ato, punível com demissão.
após a apreciação da defesa, ou pelo decurso do prazo Art. 167 - Será cassada a disponibilidade quando o fun-
para tanto estabelecido, se tal direito não for exercido pelo cionário, nessa situação, investiu-se ilegalmente em cargo
funcionário. ou função pública, ou aceitou comissão, emprego ou pen-
§ 4.º - Somente se confirmada a penalidade consta- são de Estado estrangeiro, sem prévia e expressa autoriza-
rá no assentamento individual do funcionário. Art. 161 - A ção do Presidente da República.
pena de demissão será aplicada nos casos de: Parágrafo único - Será igualmente cassada a disponi-
I - Crime contra a administração pública, assim defini- bilidade do funcionário que não assumir no prazo legal o
do na Lei Penal; exercício do cargo em que for aproveitado.
II - Abandono de cargo; Art. 168 - Prescreverá:
III- Inassiduidade habitual; I- Em dois meses, a falta sujeita à repreensão;
IV- Incontinência pública ou escandalosa e prática de II- Em dois anos, a falta sujeita à pena de suspensão; e
jogos proibidos; III- Em cinco anos, a falta sujeita às penas de demissão,
V - Insubordinação grave em serviço; cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Parágrafo
VI- Ofensa física em serviço contra funcionário ou único - Também a falta, prevista em Lei Penal como crime,
particular, salvo em legítima defesa e em estrito cum- prescreverá juntamente com ele.
primento do dever legal; Art. 169 - A prescrição começa a contar da data em que
VII- Aplicação irregular de dinheiro público; a autoridade tomar conhecimento da existência da falta.
VIII- Revelação de fato ou informação de natureza si- Parágrafo único - O curso de prescrição inter-
gilosa que o funcionário conheça em razão do cargo; IX - rompe-se pela abertura do competente procedimento
Corrupção passiva, nos termos da Lei Penal; administrativo.

13
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO VI § 2.º - A averiguação preliminar será cometida a um só


DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA funcionário ou a uma comissão.
SUSPENSÃO PREVENTIVA
SEÇÃO II
Art. 170 - Cabe dentro das respectivas competências DO PROCESSO SUMÁRIO
ao Secretário de Estado e demais chefes de órgãos direta-
mente subordinados ao Governador, ordenar a prisão ad- Art. 174 - Instaura-se o processo sumário quando a
ministrativa, mediante despacho fundamentado, de todo e falta disciplinar, pela gravidade ou natureza, não motivar
qualquer responsável por dinheiro ou valores pertencentes demissão, ressalvado o disposto nos artigos 146 e 160.
à Fazenda Estadual ou que se acharem sob sua guarda, nos Parágrafo único - Concluída a instrução, a decisão do
casos de alcance, remissão ou omissão em efetuar as entra- processo sumário será tomada após 05 (cinco) dias do pra-
das nos devidos prazos. zo para o servidor apresentar a sua defesa.
§ 1.º - Em se tratando de funcionário dos Poderes Le-
gislativo e Judiciário, e dos Tribunais de Contas do Estado SEÇÃO III
e dos Municípios, a prisão administrativa será ordenada DA SINDICÂNCIA
pelas autoridades designadas em regimento interno, lei or-
gânica ou regulamento. Art. 175 - A sindicância constitui a peça preliminar e in-
§ 2.º - Ordenada a prisão, será ela comunicada imedia- formativa do inquérito administrativo, devendo ser instau-
tamente à autoridade judiciária competente. rada quando os fatos não estiverem definidos ou faltarem
§ 3.º - A prisão administrativa não excederá de noventa elementos indicativos da autoria.
dias, podendo, no entanto, ser revogada, a critério da au- Art. 176 - A sindicância não comporta o contraditório e
toridade que a decretou, sem prejuízo do processo disci- tem caráter sigiloso, devendo obrigatoriamente serem ou-
plinar e penas cabíveis, se o funcionário ressarcir os danos vidos, no entanto, os envolvidos nos fatos.
causados ao erário público ou oferecer garantia idônea. Art. 177 - O relatório da sindicância conterá descrição
§ 4.º - No curso do processo disciplinar compete ao
articulada dos fatos e proposta objetiva ante as ocorrências
Presidente da Comissão suscitar a prisão administrativa do
verificadas, recomendando o arquivamento do feito ou a
indiciado, perante a autoridade competente para decretá-
abertura do inquérito administrativo.
-la, nos casos legalmente cabíveis.
Parágrafo único - Quando recomendar abertura do in-
Art. 171 - A suspensão preventiva até trinta dias será orde-
quérito administrativo, o relatório deverá apontar os dispo-
nada pelo chefe da unidade administrativa, mediante despacho
sitivos legais infringidos e a autoria do infrator.
fundamentado, se o afastamento do funcionário for necessário,
Art. 178 - A sindicância deverá estar conclusa dentro
para que não venha a influir na apuração da falta cometida.
§ 1.º - Caberá ao Secretário de Estado ou às autori- de trinta dias, prazo prorrogável mediante justificação fun-
dades designadas em regimento interno, lei orgânica ou damentada.
regulamento, prorrogar, até noventa dias, o prazo de sus-
pensão já ordenada, mas cumprida a penalidade, cessarão SEÇÃO IV
os respectivos efeitos, ainda que o processo disciplinar não DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
esteja concluso.
§ 2.º - A suspensão preventiva do funcionário não im- Art. 179 - Instaura-se inquérito administrativo quando
pede a decretação de sua prisão administrativa. a falta disciplinar, por sua gravidade ou natureza, possa de-
Art. 172 - Durante o período da prisão administrativa terminar a aplicação da penas de suspensão, por mais de
ou da suspensão preventiva, o funcionário perderá um ter- trinta dias, demissão, cassação de aposentadoria ou dispo-
ço do vencimento ou remuneração. nibilidade.
Parágrafo único - Reconhecida sua inocência, o fun- Parágrafo único - No inquérito administrativo é asse-
cionário terá direito à diferença de remuneração e à con- gurado o amplo e irrestrito exercício do direito de defesa.
tagem, para todos os efeitos, do período correspondente à Art. 180 - Além do Governador, dos Presidentes dos
prisão administrativa ou suspensão preventiva. Poderes Legislativo, Judiciário, dos Tribunais de Contas e do
Secretário de Estado, são competentes para determinar a
CAPÍTULO VII instauração do inquérito disciplinar os dirigentes dos órgãos
DO PROCESSO DISCIPLINAR diretamente subordinados ao Chefe do Poder Executivo e os
SEÇÃO I dirigentes de autarquias, respeitadas as atribuições estabe-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS lecidas em regulamento, regimento interno ou lei orgânica.
Art. 181 - O inquérito administrativo será conduzido
Art. 173 - A autoridade que tiver ciência de irregulari- por uma Comissão, permanente ou especial, composta por
dade no serviço público é obrigada a tomar providências cinco funcionários estáveis.
para apurar os fatos e responsabilidades. § 1.º - Entre os membros da Comissão, dois, no mínimo
§ 1.º - As providências de apuração começarão logo serão Bacharéis em Direito.
após o conhecimento dos fatos e serão tomadas na unida- § 2.º - A Comissão obedecerá a regimento próprio e o
de onde eles ocorreram, devendo consistir, no mínimo, em mandato de seus membros será de 02 (dois) anos, admitida
relatório circunstanciado sobre as possíveis irregularidades. a recondução.

14
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

§ 3.º - A Comissão procederá a todas as diligências Art. 191 - No relatório da Comissão serão apreciadas,
necessárias, recorrendo, quando aconselhável, a técnicos em relação a cada indiciado, as irregularidades imputadas,
ou peritos. as provas colhidas e as razões da defesa, justificando-se,
§ 4.º - Os órgãos estaduais responderão com a máxi- com fundamento objetivo, a absolvição ou punição, e in-
ma presteza às solicitações da Comissão, devendo comu- dicando-se, neste caso, a pena cabível e seu embasamento
nicar a impossibilidade de atendimento, em caso de força legal.
maior. Parágrafo único - A Comissão poderá sugerir outras
§ 5.º - Terá caráter urgente e prioritário e expedição de medidas que se fizerem necessárias à defesa do inte-
documentos necessários à instrução do inquérito adminis- resse público.
trativo. Art. 192 - Recebidos os autos com o relatório, a auto-
Art. 182 - O inquérito administrativo começará no pra- ridade competente proferirá a decisão por despacho fun-
zo de cinco dias, contados do recebimento dos autos pela damentado.
Comissão e terminará no prazo de noventa dias. Art. 193 - O funcionário só poderá requerer exonera-
Parágrafo único - O prazo para conclusão do in- ção após a conclusão do processo disciplinar, e se reco-
quérito poderá ser prorrogado, mediante justificação nhecida a sua inocência.
fundamentada e a juízo da autoridade competente. Art. 194 - As decisões serão publicados no Diário Ofi-
Art. 183 - Recebidos os autos, a Comissão formalizará o cial, dentro do prazo de oito dias, a contar da data do des-
indiciamento do funcionário, apontado o dispositivo legal pacho final.
infringido. Art. 195 - Quando ao funcionário se imputar crime pra-
§ 1.º - A citação será pessoal e contará com a transcri- ticado na esfera administrativa, a autoridade que determi-
ção do indiciamento, bem como data, hora e local marca- nou a instauração do inquérito administrativo providencia-
dos para o interrogatório. rá para se instaurar, simultaneamente, o inquérito policial.
§ 2.º - Não sendo encontrado o indiciado, ou ignoran-
do-se o seu paradeiro, a citação será feita por editais, pu- CAPÍTULO VIII
blicados no órgão oficial, durante três dias consecutivos. DA REVISÃO DO PROCESSO
§ 3.º - Se o indiciado não comparecer, será decretada a
sua revelia e designado um defensor dativo, de preferência Art. 196 - A qualquer tempo poderá ser requerida a
Bacharel em Direito, ou funcionário da mesma classe e ca- revisão do processo administrativo de que haja resultado
tegoria, para a promoção da defesa. pena disciplinar, quando forem aduzidos fatos ou circuns-
Art. 184 - Nenhum funcionário será processado sem tâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido.
assistência de defensor habilitado. § 1.º - Não constitui fundamento para revisão a simples
Parágrafo único - Se o funcionário não constituir ad- alegação de injustiça da penalidade.
vogado, ser-lhe-á designado um defensor dativo, na forma § 2.º - A revisão não autoriza a agravação da pena.
do disposto no artigo anterior. § 3.º - Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido
Art. 185 - O indiciado estará presente a todas as dili- de revisão poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente
gências do inquérito e poderá intervir em qualquer ato da até segundo grau.
Comissão. Art. 197 - A revisão processar-se-á apensa ao processo
Art. 186 - Para todas as provas e diligências será inti- original.
mada a defesa, com antecedência mínima de quarenta e Art. 198 - O pedido de revisão será dirigido à autorida-
oito horas. de que tiver proferido a decisão.
Art. 187 - Realizadas as provas da Comissão, a defesa § 1.º - A revisão será realizada por uma Comissão com-
será intimada para apresentar, em três dias, as provas que posta de três funcionários estáveis, de categoria igual ou
pretender produzir. superior à do punido.
Art. 188 - Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao de- § 2.º - Estarão impedidos de integrar a Comissão revi-
fensor para apresentação, por escrito e no prazo de dez sora os funcionários que constituíram a Comissão que con-
dias, das razões de defesa do indiciado. cluiu pela aplicação da penalidade ao requerente.
§ 1.º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será Art. 199 - Conclusos os trabalhos da Comissão, em pra-
comum de vinte dias. zo não excedente a sessenta dias, será o Processo, com o
§ 2.º - O prazo de defesa será prorrogado pelo dobro, respectivo relatório, encaminhado à autoridade competen-
para diligências reputadas imprescindíveis. te para julgamento.
§ 3.º - Compete ao Presidente da Comissão indeferir, Parágrafo único - Caberá, entretanto, aos Chefes dos
mediante despacho fundamentado, as diligências de cará- Poderes o julgamento, quando do processo revisto houver
ter procrastinatório ou manifestamente desnecessárias. resultado pena de demissão, cassação de aposentadoria ou
Art. 189 - As certidões de repartições públicas, necessá- disponibilidade.
rias à defesa, serão fornecidas sem qualquer ônus, a reque- Art. 200 - Julgada procedente a revisão, a autoridade
rimento do defensor, dirigido ao Presidente da Comissão. competente determinará a redução ou anulação da pena.
Art. 190 - Produzida a defesa escrita, a Comissão apre- Parágrafo único - A decisão será sempre fundamenta-
sentará o relatório no prazo de dez dias. da e publicada no órgão oficial do Estado.

15
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 201 - Aplicam-se ao processo de revisão, no que


couberem, as disposições concernentes ao processo disci- 2. LEI Nº 2.794, DE 06/05/2003;
plinar.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
LEI Nº 2.794, DE 06 DE MAIO DE 2003
REGULA o processo administrativo no âmbito da Ad-
Art. 202 - O Dia do Funcionário Público será comemo-
ministração Pública Estadual.
rado a 28 de outubro.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS
Art. 203 - Salvo disposição em contrário, a contagem FAÇO SABER a todos os habitantes que a ASSEMBLÉIA
do tempo e dos prazos previstos neste Estatuto será feita LEGISLATIVA decretou e eu sanciono a presente
em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluin- LEI:
do-se o do seu término.
Parágrafo único - Considerar-se-á prorrogado o prazo CAPÍTULO I
até o primeiro dia útil, se o término coincidir com sábado, DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
domingo, feriado ou dia em que não haja expediente, ou
este não prossiga até a hora normal do encerramento. Art. 1.º - Esta Lei estabelece normas gerais sobre o pro-
Art. 204 - São isentos de quaisquer tributos as cer- cesso administrativo no âmbito da Administração centrali-
tidões e outros documentos relacionados com o serviço zada e descentralizada do Estado do Amazonas, visando,
público e de interesse do funcionário. em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
Art. 205 - O Governador determinará o número de ao melhor cumprimento do interesse público.
horas diárias de trabalho das várias categorias de fun- Parágrafo único - Os preceitos desta Lei aplicam-se, in-
cionários nas repartições estaduais. clusive, aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário do
Parágrafo único - Em se tratando de funcionários dos Estado, quando no desempenho de função administrativa,
Poderes Legislativo e Judiciário, a providência de que trata bem como às pessoas que exploram serviço público esta-
este artigo constará de regulamento administrativo. dual por delegação ou outorga.
Art. 206 - Nos dias úteis somente por decreto do Go- Art. 2.º - A Administração Pública obedecerá, dentre
vernador deixarão de funcionar as repartições públicas es- outros, aos princípios da legalidade, prevalência e indispo-
taduais ou será suspenso o expediente. nibilidade do interesse público, presunção de legitimidade,
Art. 207 - Os atos de provimento de cargos públicos, autotutela, finalidade, impessoalidade, publicidade, moti-
das designações para funções gratificada, bem como to- vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, devi-
dos os demais relativos a direitos, vantagens, concessões do processo legal, ampla defesa, contraditório, segurança
e licenças, só produzirão efeitos após publicados no órgão jurídica, boa-fé e eficiência.
oficial. Parágrafo único - Nos processos administrativos serão
Art. 208 - Para os efeitos desta Lei, e quando nela observados, especialmente, os critérios de:
não definida, é considerada pessoa da família do fun- I - atuação conforme a lei e o Direito;
cionário quem viva às suas expensas e conste de seu assen- II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re-
tamento individual. núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo
Art. 209 - Para fins de percepção dos benefícios pre- autorização em lei;
vistos na legislação, obrigatoriamente são contribuintes da III - objetividade no atendimento do interesse público,
previdência social do Estado os funcionários regidos por vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
este Estatuto, ressalvados os ocupantes de cargo em co- IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de-
missão vinculados a outro sistema previdenciário público. coro e boa-fé;
Art. 210 - (Revogado). V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal-
I- (Revogado). vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
II- (Revogado). VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
§ 1.º - (Revogado). obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
§ 2.º - (Revogado). estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
§ 3.º - (Revogado). VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
Art. 211 - O Poder Executivo expedirá os atos que determinarem a decisão;
complementares necessários à plena execução das dis- VIII - observância das formalidades essenciais à garan-
posições da presente Lei. tia dos direitos dos administrados;
Art. 212 - Ficam revogados o artigo 12 da Lei nº 1221, IX - adoção de formas simples, suficientes para propi-
de 30/12/1976, a Lei nº 701, de 30/12/1967, com suas alte- ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos
rações, e demais disposições em contrário. direitos dos administrados;
Art. 213 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua pu- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresenta-
ção de razões finais, à produção de provas e à interposição
blicação, e terá efeitos a partir de 28 de outubro de 1986.
de recursos, nos processos de que possam resultar sanções
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZO-
e nas situações de litígio;
NAS, em Manaus, 14 de Novembro de 1986.

16
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

XI - proibição de cobrança de despesas processuais, V - colaborar para o esclarecimento dos fatos;


ressalvadas as previstas em lei; VI - não produzir provas nem praticar atos inúteis ou
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, desnecessários à declaração ou defesa de direito;
sem prejuízo da atuação dos interessados; VII - não usar do processo para conseguir objetivo ile-
XIII - interpretação da norma administrativa da forma gal;
que melhor garanta o atendimento do fim público a que VIII - não opor resistência injustificada ao andamento
se dirige; do processo;
XIV - vedação à aplicação retroativa de nova interpre- IX - não provocar incidentes manifestamente infunda-
tação, ressalvados os casos de invalidade. dos.
Art. 3.º - A Administração não iniciará qualquer atuação Art. 7.º - É defeso ao administrado empregar expres-
material relacionada com a esfera jurídica dos particulares sões injuriosas nos escritos apresentados no processo, ca-
sem a prévia expedição do ato administrativo previsto em bendo à autoridade administrativa, de ofício ou a requeri-
lei, que lhe sirva de fundamento, salvo expressa permissão mento do ofendido, mandar riscá-las.
legal. Parágrafo único - Quando as expressões injuriosas fo-
Parágrafo único - Os atos administrativos que julgarem rem proferidas em defesa oral, a autoridade advertirá o ad-
pretensões dos particulares ou importarem na revisão de ministrado que não as use, sob pena de lhe ser cassada a
situações e direitos individuais serão precedidos do proce- palavra.
dimento exigido por lei, sob pena de nulidade.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO II DO INÍCIO DO PROCESSO
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
Art. 8.º - O processo administrativo iniciar-se-á de ofí-
Art. 4.º - O administrado tem os seguintes direitos pe- cio ou a pedido do interessado.
rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe se- Art. 9.º - o requerimento inicial do interessado, ressal-
jam assegurados:
vados os casos em que for admitida solicitação oral, será
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
formulado por escrito e conterá os seguintes dados:
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
cumprimento de suas obrigações;
II - identificação do interessado ou de quem o repre-
II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
sente;
tivos em que tenha a condição de interessado;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento
III - ter vista dos autos dos processos administrativos
de comunicações;
em que tenha a condição de interessado, obter cópias de
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e
documentos neles contidos e recorrer das decisões que lhe
sejam desfavoráveis; de seus fundamentos;
IV - conhecer as decisões proferidas nos processos ad- V - data e assinatura do requerente ou de seu repre-
ministrativos; sentante.
V - formular alegações e apresentar documentos refe- § 1.º - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá
rentes a matéria de fato, antes da decisão, os quais serão recusar-se a protocolar a petição, sob pena de responsabi-
objetos de consideração pelo órgão competente; lidade do agente.
VI - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, § 2.º - É vedada à Administração a recusa imotivada de
salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. recebimento de documentos, devendo o agente orientar
Art. 5.º - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurí- o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
dica, independentemente do pagamento de taxas, o direito § 3.º - Se o requerimento houver sido dirigido a órgão
de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para a incompetente, este providenciará seu encaminhamento à
defesa de direitos. unidade adequada, notificando-se o requerente.
Parágrafo único - Os órgãos e entidades administrati- Art. 10 - Quando os pedidos de uma pluralidade de
vas elaborarão modelos ou formulários padronizados para interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
assuntos que importem pretensões equivalentes. poderão ser formulados em um único requerimento, salvo
preceito legal em contrário.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
Art. 6.º - São deveres do administrado perante a Ad-
ministração, sem prejuízo de outros previstos em ato nor- Art. 11 - São legitimados como interessados no pro-
mativo: cesso administrativo:
I - expor os fatos conforme a verdade; I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como ti-
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; tulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício
III - não agir de modo temerário; do direito de petição ou representação;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas; II - os acusados em geral;

17
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

III - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm Art. 17 - A autoridade ou servidor que incorrer em im-
direitos ou interesses que possam ser afetados pela deci- pedimento comunicará o fato à autoridade competente,
são a ser adotada; abstendo-se de atuar.
IV - os que assim o forem, extraordinariamente, consi- Parágrafo único - A omissão do dever de comunicar
derados na forma da lei. o impedimento constitui falta grave para efeitos discipli-
nares.
CAPÍTULO VI Art. 18 - Poderá ser arguida pelos interessados, na pri-
DA COMPETÊNCIA meira oportunidade de manifestação, a suspeição de auto-
ridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
Art. 12 - A competência é irrenunciável e se exerce pe- notória com algum dos interessados ou com os respecti-
los agentes, órgãos e entidades administrativas a que foi vos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro
atribuída como própria. grau.
Parágrafo único - O titular da competência poderá, se Art. 19 - Do indeferimento da alegação de suspeição
não houver impedimento legal, delegar atribuição que in- caberá recurso sem efeito suspensivo.
tegre a sua competência, quando for conveniente, em ra-
zão de circunstâncias de índole técnica, hierárquica, social, CAPÍTULO VIII
econômica, jurídica ou territorial. DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PRO-
Art. 13 - Não podem ser objeto de delegação, entre CESSO
outras hipóteses decorrentes de normas específicas:
I - a competência para a edição de atos de caráter nor- Art. 20 - Os atos do processo administrativo não de-
mativo; pendem de forma determinada salvo quando a lei expres-
II- a decisão de recursos administrativos; samente a exigir.
III- as atribuições recebidas por delegação, salvo auto- § 1.º - Os atos do processo serão produzidos por escri-
rização expressa e na forma por ela determinada; to, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a
IV - as matérias de competência exclusiva do agente, assinatura da autoridade responsável.
órgão ou entidade; § 2.º - Salvo imposição legal, o reconhecimento de fir-
V - as competências essenciais, que justifiquem a exis- ma somente será exigido quando houver dúvida de auten-
tência do órgão ou entidade. ticidade.
Art. 14 - O ato de delegação e sua revogação serão § 3.º - A autenticação de documentos exigidos em có-
publicados no Diário Oficial do Estado. pia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
§ 1.º - O ato de delegação especificará as matérias e § 4.º - Os autos do processo terão suas páginas nume-
poderes transferidos, a duração, os objetivos, os limites da radas sequencialmente e rubricadas.
atuação do delegado, o recurso cabível, podendo conter Art. 21 - Os atos do processo devem realizar-se em dias
ressalva de exercício da atribuição delegada, inclusive por úteis, no horário normal de funcionamento da repartição
avocação. na qual tramitar o processo.
§ 2.º - O ato de delegação é revogável a qualquer tem- Parágrafo único - Serão concluídos depois do horário
po pela autoridade delegante. normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o
§ 3.º - As decisões proferidas por delegação menciona- curso regular do procedimento ou cause dano ao interes-
rão explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão edi- sado ou à Administração.
tadas pelo delegado. Art. 22 - Os atos do processo devem realizar-se-ão pre-
Art. 15 - Inexistindo competência específica, o proces- ferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o inte-
so administrativo será iniciado e julgado perante a autori- ressado se outro for o local de realização.
dade de menor grau hierárquico para decidir, designada
pelo dirigente do órgão ou entidade. CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 23 - O órgão competente, perante o qual tramita o
processo administrativo, determinará a intimação do inte-
Art. 16 - É impedido de atuar em processo administra- ressado para manifestações, ciência da decisão ou a efeti-
tivo o servidor ou autoridade que: vação de diligências.
I - tenha interesse pessoal, direto ou indireto, na ma- § 1.º - O instrumento de intimação conterá:
téria; I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
II - tenha participado ou venha a participar como peri- dade administrativa;
to, testemunha ou representante, ou se tais situações ocor- II - finalidade da intimação;
rem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins III - data, hora e local em que o intimado deverá com-
até o terceiro grau; parecer;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente IV - se o intimado deverá comparecer pessoalmente ou
com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. fazer-se representar;

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

V - informação da continuidade do processo indepen- Art. 30 - São inadmissíveis no processo administrativo


dentemente do comparecimento do intimado; as provas obtidas por meios ilícitos.
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais perti- Art. 31 - Quando a matéria do processo envolver as-
nentes. sunto de interesse geral, o órgão competente poderá, me-
§ 2.º - A intimação observará a antecedência mínima de diante despacho motivado, abrir período de consulta pú-
cinco dias quanto à data de comparecimento. blica para manifestação de terceiros, antes da decisão do
§ 3.º - Constitui ônus do interessado informar seu en- pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
dereço para correspondência, bem como alterações pos- § 1.º - A abertura da consulta pública será objeto de
teriores. divulgação no Diário Oficial do Estado e jornal de grande
Art. 24 - A intimação poderá ser efetuada por ciência circulação, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam
no processo, por carta com aviso de recebimento ou por examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
outro meio que assegure a certeza da ciência do interes- alegações escritas.
sado. § 2.º - O comparecimento à consulta pública não con-
Art. 25 - A intimação por carta reputar-se-á efetivada fere, por si, a condição de interessado do processo, mas
mediante a entrega do instrumento no endereço do inte- confere o direito de obter da Administração resposta fun-
ressado e assinatura do comprovante de recebimento. damentada, que poderá ser comum a todas as alegações
§ 1.º - Sendo o interessado pessoa jurídica, a intimação substancialmente iguais.
por carta será validamente efetivada por meio de entrega Art. 32 - Antes da tomada de decisão, a juízo da auto-
à pessoa com poderes de gerência geral ou de adminis- ridade, diante da relevância da questão, poderá ser reali-
tração. zada audiência pública para debates sobre a matéria do
§ 2.º - Caso o destinatário se recuse a assinar o com- processo.
provante de recebimento e, no caso de interessados inde- Art. 33 - Os órgãos e entidades, em matéria relevante,
terminados, desconhecidos, com domicílio fora do Estado poderão estabelecer outros meios de participação de ad-
do Amazonas ou no estrangeiro, ou com domicílio incerto ministrados, diretamente ou por meio de organizações e
ou não sabido, a intimação será efetuada por meio de pu- associações reconhecidas na forma da lei.
blicação no Diário Oficial do Estado. Art. 34 - Os resultados da consulta e audiência pública
Art. 26 - As intimações serão nulas quando feitas sem e de outros meios de participação de administrados serão
observância das prescrições legais, mas o comparecimento apresentados com a indicação do procedimento adotado.
do administrado supre sua falta ou irregularidade. Art. 35 - O órgão ou entidade da Administração es-
Art. 27 - O desatendimento da intimação para ofereci- tadual que necessitar de informações de outros órgãos e
mento de defesa não importa o reconhecimento da verda- entidades, para instrução de procedimento administrativo,
de dos fatos nem a renúncia a direito pelo administrado. poderá solicitar diretamente mediante ofício, do qual uma
Parágrafo único - No prosseguimento do processo, cópia será juntada aos autos.
será garantido o direito de ampla defesa ao interessado Parágrafo único - Quando necessária à instrução do
por meio de defensor dativo. processo, a audiência de outros órgãos ou entidades admi-
Art. 28 - Serão objeto de intimação os atos do processo nistrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com
que resultem para o interessado em imposição de deveres, a participação de titulares ou representantes dos órgãos
ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e ativi- competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada
dades e os atos de outra natureza, de seu interesse. aos autos.
Parágrafo único - Quando o particular estiver repre- Art. 36 - Cabe ao interessado a prova dos fatos que
sentado nos autos por procurador, a este serão dirigidas as tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão
intimações, salvo disposição em contrário. competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta
Lei.
CAPÍTULO X Art. 37 - Quando o interessado declarar que fatos e
DA INSTRUÇÃO dados estão registrados em documentos existentes na pró-
pria Administração responsável pelo processo ou em outro
Art. 29 - As atividades de instrução destinadas a averi- órgão administrativo, o órgão competente para a instrução
guar e comprovar os fatos necessários à tomada de deci- proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das res-
são realizar-se-ão de ofício ou mediante impulsão do ór- pectivas cópias.
gão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos Art. 38 - O interessado poderá, na postulação ou no
interessados de propor atuações probatórias. prazo de defesa, juntar documentos e pareceres, requerer
§ 1.º - O órgão competente para a instrução fará cons- diligências e perícias, bem como aduzir alegações referen-
tar dos autos os elementos necessários à decisão do pro- tes à matéria objeto do processo.
cesso. § 1.º - Os elementos probatórios serão considerados na
§ 2.º - Os atos de instrução que exijam a atuação dos motivação da decisão.
interessados realizar-se-ão do modo menos oneroso para § 2.º - Somente poderá ser recusada, mediante decisão
estes. fundamentada, a produção de provas propostas pelos in-
§ 3.º - Durante a instrução, os autos do processo admi- teressados quando sejam ilícitas, impertinentes, desneces-
nistrativo permanecerão na repartição competente. sárias ou protelatórias.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 39 - Quando for necessária a prestação de infor- § 2.º - Na solução de vários assuntos da mesma natu-
mações e esclarecimentos, serão expedidas intimações e reza, poderá ser utilizado meio mecânico que reproduza os
notificações para esse fim, mencionando-se data, prazo, fundamentos das decisões.
forma e condições de atendimento. § 3.º - A motivação das decisões orais constará de ter-
Parágrafo único - Não sendo atendida a intimação ou mo escrito.
notificação, poderá o órgão competente, se entender rele-
vante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo CAPÍTULO XIII
de proferir a decisão. DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO
Art. 40 - Os interessados serão intimados de prova ou DO PROCESSO
diligência ordenada, com antecedência mínima de cinco
dias mencionando-se data, hora e local de realização. Art. 50 - O interessado poderá, mediante manifestação
Art. 41 - Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado
órgão consultivo, o parecer será emitido no prazo máximo ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada ne- § 1.º - Havendo vários interessados, a desistência ou
cessidade de maior prazo. renúncia atinge somente quem a tenha formulado.
Parágrafo único - Se um parecer obrigatório e não vin- § 2.º - A desistência ou renúncia do interessado, con-
culante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo forme o caso, não prejudicará o prosseguimento do pro-
poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispen- cesso, se a Administração considerar que o interesse públi-
sa. co assim o exige.
Art. 42 - Quando, por disposição de ato normativo, Art. 51 - O órgão competente poderá declarar extinto
devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da
administrativos, e estes não cumprirem o encargo no pra- decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
zo assinalado, o órgão responsável pela instrução solicitará superveniente.
laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e ca-
pacidade técnica equivalentes. CAPÍTULO XIV
Art. 43 - Em caso de risco iminente, a Administração DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Pública poderá adotar providências acauteladoras sem a
prévia manifestação do interessado. Art. 52 - A Administração anulará seus próprios atos,
Art. 44 - Os interessados têm direito a obter vista, cer- quando eivados de vício de legalidade, porque deles não
tidões e cópia dos autos, ressalvadas as hipóteses de sigilo. se originam direitos, e poderá revogar os atos discricio-
Art. 45 - Ao advogado é assegurado o direito de retirar nários, por conveniência ou oportunidade, respeitados os
os autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo direitos adquiridos.
para manifestação de seu constituinte, salvo na hipótese Art. 53 - São inválidos os atos administrativos que de-
de prazo comum. satendam os pressupostos legais e regulamentares de sua
Art. 46 - O órgão de instrução que não for competen- edição, ou os princípios da Administração Pública, espe-
te para emitir a decisão final elaborará relatório indicando cialmente nos casos de:
o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente
formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, de que emane;
encaminhando o processo à autoridade competente. II - omissão de formalidades ou procedimento essen-
cial;
CAPÍTULO XI III- ilicitude, impossibilidade ou inexistência do objeto;
DO DEVER DE DECIDIR IV - inexistência ou inadequação do motivo de fato ou
de direito;
Art. 47 - A Administração tem o dever de emitir decisão V - abuso de poder ou desvio de finalidade;
expressa nos processos administrativos em matéria de sua VI - falta ou insuficiência de motivação.
competência. Parágrafo único - Nos atos discricionários, também
Art. 48 - Concluída a instrução de processo adminis- haverá invalidade quando faltar correlação lógica entre o
trativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para motivo e o objeto do ato, tendo em vista a sua finalidade.
decidir, prorrogável por justo motivo. Art. 54 A Administração anulará seus atos inválidos, de
ofício ou por provocação, salvo quando:
CAPÍTULO XII I - forem passíveis de convalidação;
DA MOTIVAÇÃO II - ultrapassado o prazo de cinco (5) anos contados de
sua produção, quando se tratar de ato de que decorram
Art. 49 - Os atos administrativos serão motivados, com efeitos favoráveis aos seus destinatários, exceto compro-
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos. vada má-fé.
§ 1.º - A motivação deverá ser explícita, clara e con- Nota Remissiva
gruente, podendo consistir em declaração de concordância Inciso II do art. 54 alterado pelo art. 1.º da Lei nº
com fundamentos de pareceres, informações, decisões ou 2.961/2005.
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 55 - Em decisão na qual se evidencie não acarre- V - após exaurida a esfera administrativa.
tarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, Parágrafo único - O não conhecimento do recurso não
os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, des-
convalidados pela própria Administração. de que não ocorrida preclusão administrativa.
Art. 66 - O órgão competente para decidir o recurso
CAPÍTULO XV poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
DO RECURSO ADMINISTRATIVO parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
competência.
Art. 56 - Das decisões administrativas caberá recursos, Parágrafo único - Se da aplicação do disposto neste
em face de razões de legalidade e de mérito. artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente,
§ 1.º - O recurso será dirigido à autoridade que proferiu este será cientificado para que formule suas alegações an-
a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco tes da decisão.
dias, o encaminhará à autoridade superior. Art. 67 - Esgotados os recursos, a decisão final toma-
§ 2.º - Salvo exigência legal, a interposição de recurso da em procedimento administrativo regular não poderá
administrativo independe de caução. ser modificada pela Administração, salvo por anulação ou
Art. 57 - O processo administrativo comportará recur- revisão motivada, ou quando o ato, por sua natureza, for
sos por, no máximo, duas instâncias administrativas, salvo revogável.
disposição legal diversa.
Art. 58 - Têm legitimidade para interpor recurso admi- CAPÍTULO XVI
nistrativo: DA REVISÃO
I - os interessados a que se refere o art. 11;
II - os terceiros juridicamente interessados. Art. 68 - Os processos administrativos de que resultem
Art. 59 - Salvo disposição legal específica, é de dez dias sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
o prazo para interposição de recurso administrativo, conta- ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstân-
do a partir do ato de intimação da decisão recorrida.
cias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
§ 1.º - Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
sanção aplicada.
administrativo será decidido em trinta dias, a partir do re-
Parágrafo único - Da revisão do processo não poderá
cebimento dos autos pelo órgão competente.
resultar agravamento da sanção.
§ 2.º - O prazo mencionado no parágrafo anterior po-
derá ser prorrogado por igual período, mediante decisão
CAPÍTULO XVII
motivada.
DOS PRAZOS
Art. 60 - O recurso será interposto por meio de reque-
rimento no qual o recorrente deverá expor os fundamen-
tos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos Art. 69 - Os prazos começam a correr a partir da data
que julgar convenientes. da intimação ou divulgação oficial, excluindo-se da conta-
Parágrafo único - Conhecer-se-á do recurso erronea- gem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
mente designado, quando de seu conteúdo resultar indu- § 1.º - Considera-se prorrogado o prazo até o primei-
vidosa a impugnação do ato. ro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que
Art. 61 - Salvo disposição legal em contrário, o recurso não houver expediente ou este for encerrado antes da hora
não tem efeito suspensivo. normal.
Parágrafo único - Havendo justo receio de prejuízo de § 2.º - Os prazos expressos em dias contam-se de
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au- modo contínuo.
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de § 3.º - Os prazos fixados em meses ou anos contam-se
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
Art. 62 - Quando a norma legal não dispuser de outro equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo
modo, será competente para conhecer do recurso a auto- o último dia do mês.
ridade imediatamente superior àquela que praticou o ato. Art. 70 - Salvo motivo de força maior devidamente
Art. 63 - Das decisões proferidas pelos dirigentes su- comprovado, os prazos processuais não se suspendem.
periores das entidades da Administração descentralizada Art. 71 - Os prazos da Administração previstos nesta
caberá recurso ao órgão a que a entidade esteja vinculada. Lei poderão ser, caso a caso, prorrogados uma vez, por
Art. 64 - Interposto o recurso, o órgão competente igual período, pela autoridade superior, à vista de repre-
para dele conhecer intimará os demais interessados para sentação fundamentada do agente responsável por seu
que, no prazo de cinco dias, apresentem alegações. cumprimento.
Art. 65 - O recurso não será conhecido quando inter- Art. 72 - Inexistindo disposição específica, os atos do
posto: órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos ad-
I - fora do prazo; ministrados que dele participem serão praticados no prazo
II - perante órgão incompetente; de cinco dias, salvo motivo de força maior.
III - por quem não seja legitimado; Parágrafo único - O prazo previsto neste artigo poderá
IV - pela falta de interesse de agir; ser dilatado até o dobro, mediante justificativa expressa.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 73 - A extrapolação dos prazos fixados para a Ad- III - concluída a instrução, serão intimados os interes-
ministração não implica a nulidade do processo. sados para, em sete dias, apresentarem suas razões finais;
IV - fim do o prazo de apresentação das razões finais,
CAPÍTULO XVIII a consultoria jurídica do órgão ou entidade emitirá parecer
DOS PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE conclusivo, em quinze dias, podendo propor, preliminar-
SEÇÃO I mente, diligências complementares, de cujo resultado se-
DO PROCEDIMENTO DE OUTORGA rão intimados os interessados;
V - a autoridade dirigente, após o parecer do órgão
Art. 74 - Regem-se pelo disposto nesta Seção os pedi- jurídico, decidirá em trinta dias, por decisão motivada, do
dos de reconhecimento, de atribuição ou de liberação de qual serão intimadas as partes mediante publicação no
direito. Diário Oficial do Estado.
Art. 75 - A competência para apreciação do requeri- Parágrafo único - É facultado à autoridade dirigente,
mento será do dirigente do órgão ou entidade encarrega- em face da complexidade da matéria, constituir comissão
dos da matéria versada, salvo previsão legal ou regulamen- especial para presidir o processo, composta, na administra-
tar em contrário. ção direta e autárquica, por servidores estáveis, e, nas de-
Art. 76 - O requerimento será dirigido à autoridade mais entidades, preferencialmente por seus empregados.
competente para sua decisão, observado o seguinte na sua Art. 81 - No curso de procedimento de invalidação, a
tramitação: autoridade poderá, de ofício ou em face de requerimento,
I - protocolado o expediente, o órgão que o receber suspender a execução do ato ou contrato, para evitar pre-
providenciará a autuação e seu encaminhamento à reparti- juízos de reparação onerosa ou impossível.
ção competente, no prazo de dois dias; Art. 82 - Invalidado o ato ou contrato, a Administra-
II - o requerimento será desde logo indeferido, se não ção tomará as providências necessárias para desfazer os
atender aos requisitos do art. 9.º, notificando-se o reque- efeitos produzidos, determinando a apuração de eventuais
rente; responsabilidades.
III - a autoridade determinará as providências ade-
quadas à instrução dos autos, ouvindo, em caso de dúvida SEÇÃO III
quanto à matéria jurídica, a Procuradoria Geral do Estado; DO PROCEDIMENTO SANCIONATÓRIO
IV - terminada a instrução, a autoridade proferirá deci-
são motivada nos vinte dias subsequentes. Art. 83 - Nenhuma sanção administrativa será aplicada
Art. 77 - Quando duas ou mais pessoas pretenderem a pessoa física ou jurídica pela Administração Pública, sem
da Administração o reconhecimento ou atribuição de direi- que lhe seja assegurada ampla defesa, em procedimento
tos que se excluam mutuamente, será instaurado procedi- sancionatório.
mento administrativo para a decisão, ditado pelo princípio Parágrafo único - No curso do procedimento ou, em
da impessoalidade, podendo ser deflagrada a licitação, se caso de extrema urgência, antes dele, a Administração po-
for o caso. derá adotar as medidas cautelares estritamente indispen-
Art. 78 - Quando dados, esclarecimentos, atuações ou sáveis à eficácia do ato final.
documentos solicitados ao interessado forem necessários Art. 84 - O procedimento sancionatório observará, sal-
à apreciação do pedido formulado, o não atendimento no vo legislação específica, as seguintes regras:
prazo fixado pela Administração para a respectiva apresen- I - verificada a ocorrência de infração administrativa,
tação implicará arquivamento do processo. será instaurado o respectivo procedimento para sua apu-
ração;
SEÇÃO II II - o ato de instauração, expedido pela autoridade
DO PROCEDIMENTO DE INVALIDAÇÃO competente, indicará os fatos em que se baseia e as nor-
mas pertinentes à infração e à sanção aplicável;
Art. 79 - Rege-se pelo disposto nesta Seção o procedi- III - o acusado será intimado, com cópia do ato de ins-
mento para invalidação de ato ou contrato administrativo tauração, para, em quinze dias, oferecer sua defesa e indi-
e, no que couber, de outros ajustes. car as provas que pretende produzir;
Art. 80 - O procedimento para invalidação será inicia- IV - caso haja requerimento para produção de provas,
do de ofício ou a requerimento, observando as seguintes a autoridade apreciará sua pertinência, em despacho mo-
regras: tivado;
I - o requerimento será dirigido à autoridade dirigente V - o acusado será intimado para acompanhar a produ-
do órgão ou entidade que praticou o ato ou firmou o con- ção das provas e, concluída a instrução, apresentar, em sete
trato, que instaurará, presidirá e julgará o processo; dias, suas razões finais;
II - instaurado o processo, serão intimados os contra- VI - antes da decisão, será ouvido o órgão de consul-
tados ou beneficiários diretos do ato administrativo, para, toria jurídica;
no prazo de quinze dias, apresentarem defesa escrita e, VII - a decisão, devidamente motivada, será proferida
versando a invalidação sobre matéria de fato, indicarem as no prazo máximo de trinta dias, notificando-se o interessa-
provas que pretendam produzir, justificando a sua finali- do por publicação no Diário Oficial do Estado.
dade;

22
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

SEÇÃO IV CAPÍTULO I
DO PROCEDIMENTO DE DENÚNCIA DA CRIAÇÃO E DAS FINALIDADES

Art. 85 - Qualquer pessoa que tiver conhecimento de Art. 1º. Fica criada a AGÊNCIA DE DEFESA AGROPE-
violação da ordem jurídica, praticada por agentes adminis- CUÁRIA E FLORESTAL - ADAF, Autarquia sob regime espe-
trativos, poderá denunciá-la à Administração. cial, integrante da Administração Indireta do Poder Execu-
Art. 86 - A denúncia conterá a identificação do seu au- tivo Estadual, com a finalidade de elaborar, coordenar e
tor, devendo indicar o fato e suas circunstâncias, e se pos- executar a política de defesa agropecuária no Estado do
sível, seus responsáveis ou beneficiários. Amazonas, garantindo a preservação e a sanidade do patri-
Parágrafo único - Quando a denúncia for apresentada mônio animal e vegetal do Estado, bem como promoven-
verbalmente, a autoridade lavrará termo, assinado pelo de- do a idoneidade dos insumos e dos serviços utilizados na
nunciante. agropecuária, a identidade e a segurança higiênico sanitá-
Art. 87 - Instaurado o procedimento administrativo, a ria e tecnológica dos produtos agropecuários finais desti-
autoridade responsável determinará as providências ne- nados aos consumidores.
cessárias à sua instrução, observando-se os prazos legais Parágrafo único. A Autarquia de que trata o caput des-
e as seguintes regras: te artigo, pessoa jurídica de direito público, com autono-
I - manifestação obrigatória do órgão de consultoria mia administrativa e financeira, ficará vinculada à Secretaria
jurídica; de Estado da Produção Rural - SEPROR.
II - o denunciante poderá ser convocado para depor;
III - o resultado da denúncia será comunicado ao autor, CAPÍTULO II
se este assim o solicitar. DAS COMPETENCIAS DA ADAF

CAPÍTULO XIX Art. 2º. Com vistas ao cumprimento de suas finalida-


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS des e sem prejuízo de outras ações e atividades dispostas
em regulamentações próprias, compete à AGÊNCIA DE DE-
Art. 88 - Os processos administrativos que tenham dis- FESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ESTADO DO AMA-
ciplina legal específica continuarão a reger-se por lei pró- ZONAS - ADAF:
pria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os precei- I - elaborar e executar os programas de promoção e pro-
tos desta Lei. teção da saúde animal e vegetal e a educação sanitária, cons-
Art. 89 - O Governador do Estado poderá, em face tituindo-se na autoridade estadual de sanidade agropecuária:
da complexidade da matéria, constituir comissão especial II - fiscalizar a entrada, o trânsito, o comércio e o bene-
composta por servidores públicos estáveis, para presidir os ficiamento de produtos, subprodutos e derivados agrope-
procedimentos de invalidação e sancionatório na Adminis- cuários no território amazonense;
tração Pública centralizada e descentralizada, respeitadas III - levantar, mapear e monitorar as ocorrências zoofi-
as regras de competência decisória estabelecidas nesta Lei. tossanitárias no território amazonense, objetivando o esta-
Art. 90 - Inexistindo órgão de consultoria jurídica no belecimento de ações de prevenção e controle das pragas
órgão ou entidade da Administração Pública ou em caso e doenças dos vegetais e animais;
de alta indagação jurídica o dirigente solicitará manifesta- IV - exercer as atividades de vigilância epidemiológica;
ção da Procuradoria Geral do Estado. V - atuar na profilaxia e controle das pragas e doenças
Art. 91 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- dos animais e vegetais e a qualidade sanitária dos produtos
cação. de origem agropecuária;
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMA- VI - elaborar e propor minutas de normas legais para
ZONAS, em Manaus, 06 de maio de 2.003. assegurar a saúde dos animais e vegetais e a qualidade sa-
nitária dos produtos de origem agropecuária;
VII - modernizar, coordenar e executar as atividades do
Serviço Estadual de Defesa Agropecuária;
3. LEI Nº 3.801, DE 29/08/2012; VIII - cadastrar e fiscalizar pessoas físicas e jurídicas que
produzem, comercializam e distribuem produtos quimio-
terápicos, biológicos, agrotóxicos e produtos afins, bem
como prestadores de serviços zoofdossanitários;
Lei Nº 3801 DE 29/08/2012 IX - aplicar multas e outras sanções aos infratores das
leis, decretos, portarias, e normas de defesa sanitária ani-
Dispõe sobre a criação da Agência de Defesa Agrope- mal e vegetal ou de produtos correlatos, conforme legisla-
cuária e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF, e dá ou- ção aplicável;
tras providências. X - interditar, por descumprimento de medida sanitá-
O Governador do Estado do Amazonas, ria, profilática ou preventiva, estabelecimento público ou
Faço saber a todos os habitantes que a Assembleia Le- particular e proibir o trânsito de animais, vegetais e seus
gislativa decretou e eu sanciono a presente, Lei: subprodutos em desacordo com a regulamentação sani-
tária;

23
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

XI - desenvolver estudos e executar ações objetivando CAPÍTULO IV


o estabelecimento de áreas livres de ocorrência quarente- DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E DOS CARGOS
nária ao negócio agropecuário; DE PROVIMENTO EM COMISSÃO
XII - realizar a identificação e cubagem de madeira;
XIII - comercializar e fomentar produtos para a sanida- Art. 5º. A AGENCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLO-
de animal e vegetal. RESTAL DO ESTADO DO AMAZONAS - ADAF será dirigida
pelo Diretor, com o auxílio de 01 (um) Chefe de Gabinete,
CAPÍTULO III 02 (duas) Assessorias, 02 (dois) Chefes de Departamento,
DO PATRIMÔNIO E DA RECEITA 10 (dez) Gerentes, 05 (cinco) Coordenadores Locais I (re-
gionais) e 29 (vinte e nove) Coordenadores Locais II (unida-
Art. 3º. O patrimônio da AGÊNCIA DE DEFESA AGRO- des locais), vinculada á Secretaria de Estado de Produção
PECUÁRIA E FLORESTAL DO ESTADO DO AMAZONAS - Rural - SEPROR, tem a seguinte estrutura organizacional,
ADAF será constituído pelos bens móveis e imóveis que cujas competências serão definidas Regimento Interno e
lhes foram ou venham a ser transferidos, ou que venha a pela legislação que lhe for aplicável:
adquirir no exercício de suas atividades, inclusive os prove- I - Setor de Assistência Direta
nientes de renda patrimonial, e ainda: a) Gabinete
I - bens móveis, imóveis e direitos do Estado do Ama- b) Assessoria
zonas afetados a Comissão Executiva de Defesa Sanitária II - Setor de Atividade - Meio
Animal e Vegetal - CODESAV/Secretaria de Estado da Pro- a) Departamento Administrativo, Financeiro, Comercia-
dução Rural - SEPROR, cuja incorporação dar-se-á, após a lização e Fomento.
individualização e identificação de cada um deles, por Ter- III - Setor de Atividade - Fim
mo Administrativo de Transferência, os móveis e, por Escri- a) Departamento, de Defesa Agropecuária e Florestal.
tura Pública, os imóveis; Art. 6º. Os cargos de provimento em comissão da
II - doações e contribuições de pessoas físicas e jurídi- Agência de Defesa Agropecuária e Florestal - ADAF são os
cas, públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. especificados no Anexo II desta Lei.
Parágrafo único. Os bens e direitos da AGÊNCIA DE DE-
FESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ESTADO DO AMA- CAPÍTULO V
ZONAS - ADAF serão utilizados exclusivamente na realiza- DA COMPETÊNCIA DA DIRETORIA, ASSESSORIAS E
ção de suas finalidades e, quando considerados disponí- CHEFIA DE GABINETE
veis, temporária ou definitivamente, poderão ser alienados,
locados ou permutados, respeitadas as disposições legais Art. 7º. Além das atribuições que lhe forem delegadas
pertinentes. pelo Secretário de Estado da Produção Rural, compete ao
Art. 4º. Constituem fontes de Receita da AGÊNCIA Diretor-Presidente da Agência de Defesa Agropecuária e
DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ESTADO DO Florestal - ADAF representar a autarquia em juízo e fora
AMAZONAS - ADAF: dele, analisar, discutir e decidir junto ao Secretário de Es-
I - os recursos que lhe forem transferidos em decor- tado da Produção Rural, as matérias de competência da
rência de dotações consignadas no Orçamento Geral do Agência.
Estado, em créditos adicionais, transferências ou repasses; Art. 8º. Cabe às Assessorias auxílio ao Diretor-Presi-
II - os recursos provenientes de convênios, acordos e dente em assuntos técnicos, administrativos e de comuni-
contratos celebrados com entidades, organismos e empre- cação; assessoramento aos gestores principais da Pasta em
sas; matéria jurídica, por meio de orientação ou mediante emis-
III - as doações, legados, subvenções e outros recursos são de pareceres ou elaboração de outros documentos, em
que lhe forem destinados; processos ou procedimentos pertinentes às finalidades e
IV - os decorrentes de decisão judicial; competências da Agência, com vistas ao controle prévio da
V - os valores apurados com a venda ou aluguel de conformidade à lei dos atos a serem por eles praticados;
bens móveis de sua propriedade, ou sob sua administração assessoramento nos assuntos relacionados à divulgação
e gerência; dos trabalhos realizados pela Agência, bem como apoiar as
VI - os rendimentos resultantes de aplicações financei- atividades de divulgação das Feiras Agropecuárias, Agro-
ras e de capitais; negócios e outros assuntos inerentes à Pasta.
VII - recursos provenientes de leis especificas; VIII - re- Parágrafo único. Os cargos a que se refere este artigo
cursos de prestação de serviços; serão ocupados, preferencialmente, por servidores da Co-
IX - o produto do recolhimento das Taxas dos Serviços missão Executiva Permanente de Defesa Sanitária Animal e
de Defesas Animal e Vegetal, Inspeção Animal, Agrotóxicos Vegetal - CODESAV.
e Insumos Veterinários e Organismos Aquáticos; (Inciso Art. 9º. Compete à Chefia de Gabinete: programação,
acrescentado pela Lei Nº 4417 DE 29/12/2016). coordenação, supervisão e execução das atividades de re-
X - quaisquer outras receitas operacionais. (Antigo in- presentação política, administrativa e social do Diretor-Pre-
ciso IX, renumerado pela Lei Nº 4417 DE 29/12/2016). sidente.

24
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO VI ANEXO I
DA COMPETÊNCIA DOS DEPARTAMENTOS ANEXO II
CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO
Art. 10º. Os Departamentos integrantes da estrutura
organizacional da Agência de Defesa Agropecuária e Flo- QUANT. CARGO SIMBOLOGIA
restal - ADAF têm as seguintes competências, sem prejuízo
de outras ações e atividades previstas no seu Regimento 01 Diretor DIRETOR
Interno. 01 Chefe de Gabinete AD-1
I - Departamento de Defesa Agropecuária e Florestal:
Planejar, coordenar, executar e fiscalizar os programas de 02 Assessor I
produção, de saúde, de defesa sanitária animal e vegetal,
02 Chefe de Departamento
de inspeção, de segurança alimentar, educação sanitária,
agrotóxicos e insumos veterinários, especial atendimento 05 Coordenador Local I AD-2
à suspeita, de enfermidades emergenciais e tecnologia da 10 Gerente
madeira, por meio das gerências (defesa animal, defesa ve-
getal, inspeção animal, agrotóxicos e insuetos veterinários, 29 Coordenador Local II AD-3
organismos aquáticos) e coordenações locais I e II.
II - Departamento Administrativo, Financeiro, Co-
mercialização e Fomento: Programar, avaliar, coordenar, 4. LEI Nº 4.417, DE 29/12/2016;
acompanhar, controlar, executar e autorizar os assuntos e
serviços relativos à contabilidade, prestação de contas, re-
cursos humanos, patrimônio, transporte, comercialização,
fomento, manutenção e compras da Agência, por meio das
gerências (contabilidade e prestação de contas, recursos Lei Nº 4417 DE 29/12/2016
humanos, patrimônio, transporte e compras, fomento, co-
mercialização). Dispõe sobre a criação das Taxas dos Serviços de Defesas
Animal e Vegetal, Inspeção Animal, Agrotóxicos e Insumos
CAPÍTULO VII Veterinários e Organismos Aquáticos, no Estado do Amazo-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS nas e dá outras providências.
O Governador do Estado do Amazonas
Art. 11º. A ADAF submeterá a execução do contrato Faço saber a todos os habitantes que a Assembléia Le-
de gestão à fiscalização do Tribunal de Contas do Estado e gislativa decretou a eu sanciono a presente
atenderá a qualquer tempo às suas determinações quanto Lei:
à adoção das medidas que julgar necessárias para corrigir
eventuais falhas ou irregularidades. CAPÍTULO I
Art. 12. Os servidores de Quadro Efetivo (Permanente, DAS TAXAS
Suplementar e Adicional) da SEPROR (lotados na CODE-
SAV) serão incorporados à ADAF por ato de relotação. (Re- Art. 1º Ficam criadas as Taxas dos Serviços de Defesas
dação do artigo dada pela Lei Nº 4029 DE 06/05/2014). Animal e Vegetal, Inspeção Animal, Agrotóxicos e Insumos
Art. 13º. O Regimento da ADAF será aprovado por De- Veterinários e Organismos Aquáticos, em conformidade
creto, no prazo de 60 (sessenta) dias após sua instalação, com o disposto na Lei Estadual nº 3.801 , de 29 de agosto
observando o disposto nesta Lei. de 2012, assim como as Leis Estaduais nºs 2.923, de 27 de
Art. 14º. As despesas decorrentes da execução des- outubro de 2004, 3.097, de 27 de novembro de 2006, 3.803,
ta Lei correrão à conta das dotações consignadas no Or- de 29 de agosto de 2012 e 4.223, de 08 de outubro de
çamento do Poder Executivo para a AGÊNCIA DE DEFESA 2015, e seus respectivos Decretos Regulamentadores nºs
AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO ESTADO DO AMAZO- 25.583, de 28 de dezembro de 2005, 36.108, de 06 de agos-
NAS - ADAF. to de 2015 e 36.107, de 06 de agosto de 2015.
Art. 15º. Revogadas as disposições em contrário, esta Parágrafo único. As taxas previstas nesta Lei têm como
Lei entra em vigor na data da sua publicação. fato gerador o exercício regular do poder de polícia ad-
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMA- ministrativa, mediante realização de diligências, exames,
ZONAS, em Manaus, 29 de agosto de 2012. inspeções, vistorias, controle, fiscalização e outros atos ad-
OMAR JOSÉ ABDEL AZIZ ministrativos referentes à proteção, promoção e preserva-
Governador do Estado ção das atividades de Defesas Animal e Vegetal, Inspeção
RAUL ARMONIA ZAIDAN Animal, Agrotóxicos e Insumos Veterinários e Organismos
Secretário de Estado Chefe da Casa Civil Aquáticos, bem como a utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao con-
tribuinte ou postes a sua disposição, no âmbito da Agência
de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazo-
nas - ADAF.

25
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 2º Os valores das taxas previstas nesta Lei encon- Seção II


tram-se definidos nos Anexos I, II, III, IV e V. Do Sujeito Passivo

CAPÍTULO II Art. 6º O contribuinte da taxa é a pessoa física ou jurí-


DA TAXA DE SERVIÇOS RELATIVOS À DEFESA VE- dica sujeita a inspeção, fiscalização e controle fitossanitário
GETAL da produção, e trânsito de vegetais, assim como suas par-
Seção I tes, seus produtos, subprodutos, e resíduos de valor eco-
Do Fato Gerador e Incidência nômico.
Subseção I Seção III
Da Taxa de Emissão de Documentos Fitossanitá- Do Lançamento
rios
Art. 7º A taxa de serviços relativos à Defesa Vegetal
Art. 3º A taxa de emissão de documentos fitossanitá- será lançada após fiscalização, pelo órgão competente, da
rios tem como fato gerador o desempenho, pelo órgão documentação, estabelecimentos, produtos, subprodutos,
competente, da inspeção, fiscalização e controle fitossani- e resíduos de valor econômico, sobre os quais incidem esta
tário da produção e trânsito de vegetais, assim como suas Lei e constatando-se a adequação às legislações vigentes.
partes, seus produtos, subprodutos, e resíduos de valor
econômico. CAPÍTULO III
§ 1º O trânsito de vegetais no Estado do Amazonas DA TAXA DE REGISTRO DE ESTABELECIMENTO
só é permitido acompanhado da Permissão de Trânsito de COMERCIAL DE AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES
Vegetais - PTV ou quaisquer outros documentos fitossani- E AFINS.
tários em conformidade com as medidas de Defesa Vegetal Seção I
previstas em legislação fitossanitária. Do Fato Gerador e Incidência
§ 2º O controle do trânsito de plantas, partes de vege-
tais ou produtos de origem vegetal envolve os transportes Art. 8º A taxa de registro de estabelecimento comercial
rodoviário, aéreo, hidroviário e ferroviário. de agrotóxicos, seus componentes e afins tem como fato
gerador a fiscalização exercida sobre a localização, insta-
Subseção II lação, funcionamento e atividade do estabelecimento.§ 1º
Da Taxa de Cadastro de Estabelecimentos Entende-se por estabelecimento comercial de agrotóxicos,
seus componentes e afins, nos termos desta Lei, qualquer
Art. 4º A taxa de cadastro de estabelecimentos tem instalação ou local que comercializar agrotóxicos, seus
como fato gerador o cadastro e/ou o registro de viveiros componentes e afins.§ 2º Nenhum estabelecimento que
e estabelecimentos comerciais, assim como a renovação comercialize agrotóxicos, seus componentes e afins poderá
ou alteração destes.Parágrafo único. Entende-se por esta- funcionar sem prévio registro no órgão competente.
belecimento qualquer instalação, imóvel urbano ou rural,
no qual são propagados, recebidos, manipulados, produ- Seção II
zidos, multiplicados, elaborados, transformados, fraciona- Do Sujeito Passivo
dos, preparados, conservados, depositados, armazenados,
acondicionados, embalados, rotulados ou transportados Art. 9º O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju-
com finalidade industrial ou comercial, vegetais, solo, com- rídica sujeita a fiscalização exercida sobre a localização,
postos ou quaisquer materiais, artigos, máquinas, ferra- instalação, funcionamento e atividade do estabelecimento.
mentas, utensílios ou implementos utilizados na atividade
agrícola, capazes ou potencialmente capazes de propagar, Seção III
disseminar, conduzir ou portar organismos em qualquer Do Lançamento
estagio de desenvolvimento, considerado praga.
Art. 10. A taxa de registro de estabelecimento comer-
Subseção III cial de agrotóxicos, seus componentes e afins será lançada
Da Taxa de Outros Serviços Concernentes à Defesa uma única vez, após requerimento da pessoa física ou jurí-
Vegetal dica interessada em registrar o seu estabelecimento junto
ao órgão competente.
Art. 5º A taxa de outros serviços concernentes à De-
fesa Vegetal tem como fato gerador o credenciamento de
Responsável Técnico - RT, coleta de amostras, taxa de ins-
crição em curso de Certificado Fitossanitário de Origem e
Consolidado - CFO/CFOC, habilitação de profissionais, re-
novação de habilitação de profissionais emissores de CFO/
CFOC, inscrição de Unidade Produtiva - UP e Unidade de
Consolidação-UC.

26
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO IV CAPÍTULO VI
DA TAXA DE REGISTRO DE PRESTADOR DE SERVI- DA TAXA DE ALTERACAO DE REGISTRO DE PRES-
ÇOS NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS COMPONEN- TADOR DE SERVIÇOS NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXI-
TES E AFINS COS, SEUS COMPONENTES E AFINS
Seção I Seção I
Do Fato Gerador e Incidência Do Fato Gerador e Incidência

Art. 11. A taxa de registro de prestador de serviços na Art. 17. A taxa de alteração de registro de prestador de
aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins tem serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e
como fato gerador a fiscalização exercida sobre a atividade afins tem como fato gerador a alteração, pelo contribuinte,
dos prestadores de serviços na aplicação de agrotóxicos, da atividade da prestação de serviços na aplicação de agro-
seus componentes a afins.Parágrafo único. Entende-se por tóxicos, seus componentes e afins.
prestador de serviços na aplicação de agrotóxicos, seus
componentes e afins, nos termos desta Lei, qualquer pes- Seção II
soa física ou jurídica habilitada a executar trabalhos na apli- Do Sujeito Passivo
cação de agrotóxicos, seus componentes e afins.
Art. 18. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju-
Seção II rídica prestadora de serviços na aplicação de agrotóxicos,
Do Sujeito Passivo seus componentes e afins, já registrada no órgão compe-
tente.
Art. 12. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou jurídi- Seção III
ca sujeita à fiscalização exercida sobre a prestação de serviço Do Lançamento
de aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins.
Art. 19. A taxa de alteração de registro de prestador de
Seção III serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e
Do Lançamento afins será lançada após requerimento da pessoa física ou
jurídica interessada junto ao órgão competente.
Art. 13. A taxa de registro de prestadores de serviços
na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins será CAPÍTULO VII
lançada uma única vez, após requerimento da pessoa física DA TAXA DE CADASTRO DE PRODUTOS AGROTÓ-
ou jurídica interessada junto ao órgão competente. XICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS
Seção I
CAPÍTULO V Do Fato Gerador e Incidência
DA TAXA DE ALTERAÇÃO DE REGISTRO DE ESTA-
BELECIMENTO COMERCIAL DE AGROTÓXICOS, SEUS Art. 20. A Taxa de Cadastro de Produtos Agrotóxicos,
COMPONENTES E AFINS seus componentes e afins tem, como fato gerador o de-
Seção I sempenho, pelo órgão competente, da fiscalização exer-
Do Fato Gerador e Incidência cida sobre agrotóxicos, seus componentes e afins destina-
dos a comercialização, ao armazenamento, ao transporte,
Art. 14. A taxa de alteração de registro de estabeleci- a manipulação, a produção e utilização desses produtos no
mento comercial de agrotóxicos, seus componentes e afins território do Estado do Amazonas graduados pelas seguin-
tem como fato gerador a alteração, pelo contribuinte, da tes classes toxicológicas:
localização, instalação, funcionamento e/ou da atividade I - Classe I: extremamente tóxico;
exercida pelo estabelecimento. II - Classe II: altamente tóxico,
III - Classe III: medianamente tóxico; e
Seção II IV - Classe IV: pouco tóxico.
Do Sujeito Passivo
Seção II
Art. 15. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju- Do Sujeito Passivo
rídica que possua estabelecimento comercial de agrotóxi-
cos, seus componentes e afins, já registrado junto ao órgão Art. 21. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju-
competente. rídica que produz, importa, manipula, embala agrotóxicos,
Seção III seus componentes e afins.
Do Lançamento

Art. 16. A taxa de alteração de registro de estabeleci-


mento comercial de agrotóxicos, seus componentes e afins
será lançada após requerimento da pessoa física ou jurídica
interessada junto ao órgão competente.

27
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Seção III Seção III


Do Lançamento Do Lançamento

Art. 22. A Taxa de Cadastro de Produtos Agrotóxicos, Art. 28. A taxa de renovação de registro de estabeleci-
seus componentes e afins será lançada após requerimento mento comercial de agrotóxicos, seus componentes e afins
da pessoa física ou jurídica interessada em cadastrar pro- será lançada após requerimento da pessoa física ou jurídica
dutos agrotóxicos junto ao órgão competente. interessada junto ao órgão competente.

CAPÍTULO VIII CAPÍTULO X


DA TAXA DE ALTERAÇÃO DE CADASTRO DE PRO- DA TAXA DE RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE PRES-
DUTOS AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS- TADOR DE SERVIÇOS NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXI-
Seção I COS, SEUS COMPONENTES E AFINS
Do Fato Gerador e Incidência Seção I
Do Fato Gerador e Incidência
Art. 23. A Taxa de Alteração de Cadastro de Produtos
Agrotóxicos, seus componentes e afins tem como fato ge- Art. 29. A taxa de renovação de registro de prestador
rador a alteração, pelo contribuinte, do cadastro dos pro- de serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentes
dutos descritos no artigo 20 desta Lei. e afins tem como fato gerador o decurso do prazo estabe-
lecido no § 3º do artigo 6º do Decreto nº 36.107 , de 06 de
Seção II agosto de 2015, que regulamenta a Lei nº 3.803 , de 29 de
Do Sujeito Passivo agosto de 2012.

Art. 24. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju- Seção II


rídica que produz, importa, manipula, embala agrotóxico, Do Sujeito Passivo
seus componentes e afins.
Art. 30. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju-
Seção III rídica prestadora de serviços na aplicação de agrotóxicos,
Do Lançamento seus componentes e afins, já registrada no órgão compe-
tente, cujo registro tenha vencido por decurso do prazo, na
Art. 25. A Taxa de Alteração de Cadastro de Produtos forma do artigo anterior.
Agrotóxicos, seus componentes e afins, será lançada após
requerimento da pessoa física ou jurídica interessada em Seção III
alterar o cadastro de produtos agrotóxicos junto ao órgão Do Lançamento
competente.
Art. 31. A taxa de alteração de registro de prestador de
CAPÍTULO IX serviços na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e
DA TAXA DE RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE ESTA- afins será lançada após requerimento da pessoa física ou
BELECIMENTO COMERCIAL DE AGROTÓXICOS, SEUS jurídica interessada junto ao órgão competente.
COMPONENTES E AFINS
Seção I CAPÍTULO XI
Do Fato Gerador e Incidência DA TAXA DE RENOVAÇÃO DE CADASTRO DE PRO-
DUTOS AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS-
Art. 26. A Taxa de Renovação de Registro de Estabele- Seção I
cimento Comercial de Agrotóxicos, seus Componentes e Do Fato Gerador e Incidência
afins tem como fato gerador o decurso do prazo de 01
(um) ano, estabelecido no § 3º do artigo 6º do Decreto nº Art. 32. A taxa de renovação de cadastro de agrotóxi-
36.107 de 06 de agosto de 2015, que regulamenta a Lei nº cos, seus componentes e afins tem como fato gerador o
3.803 , de 29 de agosto de 2012. decurso do prazo de 01 (um) ano, estabelecido no pará-
grafo único do artigo 3º do Decreto nº 36.107 , de 06 de
Seção II agosto de 2015, que regulamenta a Lei nº 3.803 , de 29 de
Do Sujeito Passivo agosto de 2012.

Art. 27. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju- Seção II


rídica que possua estabelecimento comercial de agrotóxi- Do Sujeito Passivo
cos, seus componentes e afins, já registrado junto ao órgão
competente, cujo registro tenha vencido por decurso do Art. 33. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou ju-
prazo, na forma do artigo anterior. rídica que produz, importa, manipula, embala agrotóxico,
seus componentes e afins.

28
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Seção III Art. 40. A taxa de fiscalização e utilização de serviços


Do Lançamento zoossanitários será lançada após fiscalização, pelo órgão
competente, da documentação, produtos, subprodutos,
Art. 34. A taxa de renovação de cadastro de produtos materiais biológicos e resíduos de valor econômico, veri-
agrotóxicos, seus componentes e afins, será lançada após ficando a comprovação de origem e destino da partida, e
requerimento da pessoa física ou jurídica interessada em ca- constatando-se a adequação às legislações vigentes.
dastrar produtos agrotóxicos junto ao órgão competente.
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XII DA TAXA DE INDENIZAÇÃO DE DEFESA SANITÁRIA
DA TAXA DE DEFESA ANIMAL ANIMAL
Seção I Seção I
Do Fato Gerador e IncidênciaSubseção I - Da Taxa Do Fato Gerador e Incidência
de Permissão de Trânsito Animal
Art. 41. A taxa de indenização de Defesa Sanitária Ani-
Art. 35. A taxa de permissão de trânsito animal tem mal tem como fato gerador investimentos e custeio das
como fato gerador o desempenho, pelo órgão competen- ações de Defesa Sanitária Animal e indenizações pelo sa-
te, da inspeção, fiscalização e controle sanitário da pro- crifício de animais.
dução, comércio e trânsito de animais, assim como suas
partes, seus produtos, subprodutos, materiais biológicos e Seção II
resíduos de valor econômico. Do Sujeito Passivo
§ 1º O trânsito de animais no Estado do Amazonas só
é permitido acompanhado do documento zoossanitário e Art. 42. A Taxa de Indenização de Defesa Sanitária Ani-
demais documentos em conformidade com as medidas de mal será devida pelo proprietário de animais quando da
Defesa Animal previstas em legislação sanitária. emissão de Guia de Trânsito Animal - GTA, conforme Anexo
§ 2º O controle do transito de animais, assim como suas III desta Lei.
partes, seus produtos, subprodutos, materiais biológicos e Art. 43. Será isento da Taxa de Indenização de Defe-
resíduos de valor econômico que envolve os transportes a sa Sanitária Animal o contribuinte que, espontaneamente,
pé, rodoviário, aéreo, hidroviário e ferroviário. contribua para o Fundo de Defesa Agropecuário do Estado
do Amazonas - FUNDEPEC/AM, para o trânsito de bovinos
Subseção II bubalinos, suínos, caprinos e ovinos, na forma e no valor
Da Taxa de Fiscalização e Utilização de Serviços por ele fixado, mediante comprovação do correspondente
Públicos Zoossanitários pagamento competente
Art. 44. Fica isento da cobrança da Taxa de Indeniza-
Art. 36. A taxa de fiscalização e utilização de serviços ção de Defesa Sanitária Animal quando da emissão de GTA
públicos zoossanitários tem como fato gerador o exercício para transporte intraestadual de bovinos, bubalinos, suí-
do poder de polícia e dos serviços públicos previstos no nos, caprinos e ovinos, para o produtor identificado através
Anexo III desta Lei. do mesmo CNPJ ou CPF, desde que tenha finalidade de
cria, recria e engorda dos animais.
Seção II Art. 45. Os proprietários recolherão a Taxa de Indeniza-
Do Sujeito Passivo ção de Defesa Sanitária Animal, mediante guia de recolhi-
mento da ADAF.
Art. 37. O contribuinte da taxa é a pessoa física ou jurí- Art. 46. A emissão de Guia de Transito Animal - GTA
dica sujeita a inspeção, fiscalização e controle sanitário da fica condicionada a apresentação prévia do comprovante
produção, comércio e trânsito de animais, assim como suas de pagamento da Taxa de Indenização de Defesa Sanitá-
partes, seus produtos, subprodutos, materiais biológicos e ria Animal, podendo ser substituída pelo comprovante da
resíduos de valor econômico contribuição recolhida em favor do Fundo de Defesa Agro-
.Art. 38. São sujeitos passivos as pessoas físicas ou ju- pecuário do Estado do Amazonas - FUNDEPEC/AM.
rídicas que exerçam atividades sujeitas à vigilância, à fisca-
lização e à inspeção, no âmbito da Defesa Agropecuária. Seção III
Do Lançamento
Seção III
Do Lançamento Art. 47. A Taxa de Indenização de Defesa Sanitária Ani-
mal será lançada após opção da pessoa física ou jurídica
Art. 39. A taxa de permissão de trânsito animal será interessada em contribuir com as ações de defesa sanitária
lançada após fiscalização, pelo órgão competente, da do- animal e indenizações pelo sacrifício de animais.
cumentação, produtos, subprodutos, materiais biológicos
e resíduos de valor econômico, verificando a comprovação
de origem e destino da partida, e constatando-se a ade-
quação às legislações vigentes.

29
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

CAPÍTULO XIV c) em estabelecimento de produção ou comércio de


DA TAXA DE INSPEÇÃO ANIMAL animais aquáticos, que falam uso de produtos veteriná-
Seção I rios e/ou substancias químicas e biológicas com finalidade
Do Fato Gerador e Incidência profilática ou terapêutica para uso em aquicultura;
II - manutenção de registros e cadastros, vistoria, ins-
Art. 48. A Taxa de Inspeção Animal tem como fato gera- peção, fiscalização e certificação de recursos pesqueiros e
dor a obrigatoriedade da previa inspeção industrial e sani- aquícolas em:
tária de produtos de origem animal, produzidos no Estado a) empreendimentos aquícolas e pesqueiros;
do Amazonas e destinados ao consumo, nos limites de sua b) embarcações pesqueiras; e
área geográfica. c) infraestrutura de desembarque de pescado.
III - fiscalização, controle, registro, habilitação e certi-
Seção II ficação de pessoa física ou jurídica prestadora de serviços
Do Sujeito Passivo afins à defesa agropecuária aquícola:a) em laboratório de
análises e pesquisas aquícolas e pesqueiras; e
Art. 49. São sujeitos passivos as pessoas físicas ou ju- b) Profissional Responsável Técnico (RT), ou seja, pes-
rídicas que exerçam atividades relativas ao escopo deste soa física prestadora de serviços com formação profissio-
capítulo, quais sejam, estabelecimentos industriais espe- nal legalmente compatível com a natureza da atividade
cializados no abate de animais e no preparo ou na indus- aquícola e/ou pesqueira.
trialização de seus subprodutos, sob qualquer forma, en- Art. 52. O agricultor familiar, o empreendedor familiar
trepostos, nas industries de laticínios, nos postos de refri- rural e os empreendimentos de pequeno porte são isentos
geração de leite e nas usinas de leite, entrepostos de ovos do pagamento das Taxas de Fiscalização Sanitária envol-
e nas indústrias de produtos deles derivados; entrepostos vendo animais aquáticos - TFSAA de que trata o artigo 51,
de recebimento e de distribuição de pescado e nas indús- caput desta Lei.
trias que o beneficiem; entrepostos de mel e nas indústrias Parágrafo único. A comprovação da condição de agri-
de produtos deles derivados; postos e entrepostos que cultor familiar e de empreendedor familiar rural se fará
recebem, manipulem, armazenem, conservem ou acondi- mediante apresentação da Carteira de Produtor Rural emi-
cionem produto, subproduto ou matéria-prima de origem tida pelo órgão oficial de assistência técnica e extensão
animal; propriedade rurais que produzam ou manipulem rural, e para empreendimentos de porte pequeno, das
produto de origem animal ou produto dele derivado, sujei- condições definidas em lei.
tas à inspeção, no âmbito da inspeção animal.
Seção I
Seção III Do Fato Gerador e Incidência
Do Lançamento
Art. 53. As Taxas de Fiscalização Sanitária Envolvendo
Art. 50. A Taxa de Inspeção Animal será lançada pelo Animais Aquáticos - TFSAA tem como fato gerador o de-
órgão competente após requerimento da pessoa física ou sempenho pelo órgão competente de ações de prevenção,
jurídica interessada junto ao órgão competente de fiscali- do controle e da erradicação de doenças nos empreendi-
zação, da documentação, produtos, subprodutos, materiais mentos aquícolas e a sanidade da matéria prima obtida a
biológicos e resíduos de valor econômico, e constatando- partir da atividade de pesca e aquicultura.
-se a adequação às legislações vigentes.
Seção II
CAPÍTULO XV Do Sujeito Passivo
DA TAXA DE FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA ENVOL-
VENDO ANIMAIS AQUÁTICOS - TFSAA Art. 54. O contribuinte das Taxas de Fiscalização Sa-
nitária Envolvendo Animais Aquáticos - TFSAA e a pessoa
Art. 51. Institui as Taxas de Fiscalização Sanitária envol- física ou jurídica sujeita ao poder de polícia administrativa
vendo Animais Aquáticos - TFSAA, detalhados no Anexo V de vigilância e fiscalização sanitária exercida sobre a lo-
da presente Lei, referentes a: calização, instalação, funcionamento e atividade dos em-
I - vigilância sanitária de animais aquáticos, fiscaliza- preendimentos aquícolas e pesqueiros, infraestrutura de
ção, inspeção, controle, habilitação, credenciamento, auto- desembarque de pescado e embarcações pesqueiras, ou a
rização, renovação, alteração e manutenção de registros e qual o serviço foi prestado ou estiver disponível.
cadastros, rastreabilidade, prestação de serviços e certifica-
ção em saúde de animais aquáticos: Seção III
a) relacionadas ao cultivo, produção, a comercialização Do Lançamento
de animais aquáticos, produtos e subprodutos ou resíduos
de importância sanitária; Art. 55. As Taxas de Fiscalização Sanitária Envolvendo
b) em feiras, exposições, leilões e qualquer outro even- Animais Aquáticos - TFSAA serão lançadas de ofício me-
to que concentre animais aquáticos; e diante a prestação de qualquer dos serviços previstos,

30
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

bem como após fiscalização, pelo órgão competente, da documentação, dos empreendimentos aquícolas e laboratoriais,
dos animais aquáticos, dos seus produtos, subprodutos e materiais biológicos, constatando-se a adequação às legislações
vigentes.

CAPÍTULO XVI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 56. A receita proveniente do recolhimento das taxas dispostas na presente Lei será recolhida diretamente em conta
corrente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF, através de guia específica, desti-
nados ao custeio e investimentos inerentes às suas finalidades.
Art. 57. Em razão do disposto no artigo anterior, o artigo 4º da Lei nº 3.801 , de 29 de agosto de 2012, que “DISPÕE
sobre a criação da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF, e dá outras providências.”,
passa a vigorar com a transformação do inciso IX em inciso X, passando o inciso IX a vigorar com a seguinte redação:“
Art. 4º .....IX - o produto do recolhimento das Taxas dos Serviços de Defesas Animal e Vegetal, Inspeção Animal, Agro-
tóxicos e Insumos Veterinários e Organismos Aquáticos;X - quaisquer outras receitas operacionais.”
Art. 58. As taxas podem ser lançadas de forma isolada ou em conjunto, desde que devidamente discriminadas e indi-
vidualizadas.
Art. 59. O lançamento e o pagamento das taxas não importam no reconhecimento da regularidade da atividade exercida.
Art. 60. O valor das custas será expresso em reais, e corrigido de acordo com a variação da taxa SELIC (Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia).
Art. 61. A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF poderá firmar convênios com
instituições públicas e privadas, estipulando a fixação dos objetivos e finalidades de apoio às ações de defesa agropecuária
no Estado, objetivando o fortalecimento do Fundo de Defesa Agropecuária.
Art. 62. Revogadas as disposições em contrário, respeitado o disposto no artigo 150, inciso III, alíneas “b” e “c” da Cons-
tituição Federal de 1988 , esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, em Manaus, 29 de dezembro de 2016.
JOSÉ MELO DE OLIVEIRA
Governador do estado
JOSÉ ALVES PACÍFICO
Secretário de Estado Chefe da Casa Civil

ANEXO I
TAXAS DE DEFESA VEGETAL

FATO GERADOR VALOR (R$) UNIDADE


1 EMISSÃO DE DOCUMENTO
1.1 Permissão de Trânsito de Vegetais - PTV 30,00 PERMISSÃO
1.2 Outros documentos fitossanitários 20,00 UNIDADE
2 CADASTRO    
2.1 Cadastro de Viveiro 110,00 UNIDADE
2.2 Cadastro ou registro de estabelecimentos comerciais 150,00 UNIDADE
2.3 Renovação de cadastro ou registro de estabelecimentos comerciais e de viveiro 100,00 UNIDADE
2.4 Alteração de cadastro ou registro de estabelecimentos comerciais e de viveiro 60,00 UNIDADE
3 OUTROS SERVIÇOS    
3.1 Credenciamento de Responsável Técnico - RT 50,00 UNIDADE
3.2 Coleta de amostras 30,00 UNIDADE
3.3 Taxa de inscrição em curso de Certificado Fitossanitário de Origem e Consolidado 200,00 UNIDADE
- CFO/CFOC/habilitação de profissionais
3.4 Renovação de habilitação de profissionais - CFO/CFOC (de 5 em 5 anos) 150,00 UNIDADE
3.5 Inscrição de Unidade Produtiva - UP 50,00 UNIDADE
3.6 Inscrição de Unidade de Consolidação 100,00 UNIDADE

31
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

ANEXO II
TAXAS DE AGROTÓXICOS E INSUMOS VETERINÁRIOS

FATO GERADOR VALOR (R$) UNIDADE


1 REGISTRO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL DE AGROTÓXICOS, SEUS 220,00 REGISTRO
COMPONENTES E AFINS
2 REGISTRO DE PRESTADOR DE SERVIÇOS NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS, SEUS 220,00 REGISTRO
COMPONENTES E AFINS
3 ALTERAÇÃO DE REGISTRO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL DE AGROTÓXICOS, 100,00 ALTERAÇÃO
SEUS COMPONENTES E AFINS
4 ALTERAÇÃO DE REGISTRO DE PRESTADOR DE SERVIÇOS NA APLICAÇÃO DE 100,00 ALTERAÇÃO
AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS
5 RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL DE AGROTÓXICOS, R$ 110,00 RENOVAÇÃO
SEUS COMPONENTES E AFINS
6 RENOVAÇÃO DE REGISTRO DE PRESTADOR DE SERVIÇOS NA APLICAÇÃO DE R$ 110,00 RENOVAÇÃO
AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS
7 CADASTRO DE PRODUTOS AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS - -
7.1 Classe Toxicológica I: Extremamente Tóxico 700,00 CADASTRO
7.2 Classe Toxicológica II: Altamente Tóxico 650,00 CADASTRO
7.3 Classe Toxicológica III: Medianamente Tóxico 550,00 CADASTRO
7.4 Classe Toxicológica IV: Pouco Tóxico 500,00 CADASTRO
8 ALTERAÇÃO DE CADASTRO DE PRODUTOS AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES 180,00 ALTERAÇÃO
E AFINS
9 RENOVAÇÃO DE CADASTRO DE PRODUTOS AGROTÓXICOS, SEUS COMPONENTES 350,00 RENOVAÇÃO
E AFINS

ANEXO III
TAXAS DE DEFESA ANIMAL

FATO GERADOR VALOR (R$) UNIDADE


1 EMISSÃO DA GUIA DE TRÂNSITO ANIMAL - GTA - -
1.1 Emissão GTA (por documento) 5,00 Por documento
1.2 Para bovino e bubalino, destinados a abate 1,00 Por animal + emissão GTA
1.3 Para bovino e bubalino, CPF ou CNPJ para outros CPF 1,00 Por animal + emissão GTA
ou CNPJ
1.4 Para bovino e bubalino, CPF ou CNPJ para mesmo CPF - Isento
ou CNPJ
1.5 Para equídeos, destinados a qualquer finalidade 1,00 Por animal +emissão GTA
1.6 Para ovinos e caprinos, destinados a abate 1,00 Por lote de 05 cabeças ou fração +
emissão GTA
1.7 Para ovinos e caprinos, CPF ou CNPJ para outro CPF 1,00 Por lote de 05 cabeças ou fração +
ou CNPJ emissão GTA
1.8 Para ovinos e caprinos, CPF ou CNPJ para mesmo CPF - Isento
ou CNPJ
1.9 Para suídeos, destinados a abate 1,00 Por lote de 05 cabeças ou fração +
emissão GTA
1.10 Para suídeos, CPF ou CNPJ para outro CPF ou CNPJ 1,00 Por lote de 05 cabeças ou fração +
emissão GTA

32
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

1.11 Para suídeos, CPF ou CNPJ para mesmo CPF ou CNPJ - Isento
1.12 Para aves de produção, destinados ao abate 5,00 Por lote de 500 cabeças ou fração +
emissão GTA
1.13 Para aves de produção, CPF ou CNPJ para outro CPF 5,00 Por lote de 500 cabeças ou fração +
ou CNPJ emissão GTA
1.14 Para aves de produção, CPF ou CNPJ para mesmo CPF 5,00 Independente da quantidade de
ou CNPJ animais + emissão GTA
1.15 Para pintos de um dia e ovos férteis, CPF ou CNPJ para 5,00 Por lote de 500 ou fração + emissão
outro CPF ou CNPJ GTA
1.16 Para pintos de um dia e ovos férteis, CPF ou CNPJ para 5,00 Independente da quantidade de
mesmo CPF ou CNPJ animais + emissão GTA
1.17 Para larvas, alevinos e peixes, CPF ou CNPJ para outro 5,00 Por lote de 1000 ou fração + emissão
CPF ou CNPJ GTA
1.18 Para larvas, alevinos e peixes, CPF ou CNPJ para mesmo 5,00 Independente da quantidade de
CPF ou CNPJ animais + emissão GTA
1.19 Para animais silvestres, destinados a qualquer finalidade 1,00 Por animal + emissão GTA
1.20 Para peixes ornamentais, destinados a qualquer 15,00 Independente da quantidade de
finalidade animais + emissão GTA
1.21 Para emissão de GTA para saída de eventos - Isento
agropecuários
1.22 Transferência de animais (Termo de Transferência) 5,00 Por documento
2 AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DE EVENTOS 100,00 Por dia de evento
AGROPECUÁRIOS
2.1 Quando se tratar de evento beneficente - Isento
3 DESINFECÇÃO 5,00 Por veículo
4 COLETA DE MATERIAL PARA DIAGNÓSTICO DE ANEMIA 10,00 Por solicitação ou de interesse
INFECCIOSA EQUINA especifico do proprietário
5 COLETA DE MATERIAL PARA DIAGNÓSTICO DE 5,00 Por solicitação ou de interesse
BRUCELOSE especifico do proprietário
6 ENVIO DE AMOSTRAS 100,00 Por lote de 50 ou fração e por
solicitação ou de interesse especifico
do proprietário
7 CERTIFICADO DE INSPEÇÃO SANITÁRIA - MODELO E/ - -
CIS
7.1 Para subprodutos de origem animal por tonelada 10,00 Por tonelada
7.2 Animais embarcados por unidade 2,00 Por unidade
7.3 Por animal tangido 1,00 Por animal tangido
8 CERTIFICADO DE VACINAÇÃO CONTRA A BRUCELOSE - -
8.1 Animais embarcados 2,00 Por unidade de transporte
8.2 Animais Tangidos 1,00 Por animal
9 DESINFECÇÃO DE VEÍCULOS TRANSPORTADORES DE - -
ANIMAIS
9.1 Veículo de grande porte 15,00 Por veículo
9.2 Veículo de médio porte 12,00 Por veículo
9.3 Veículo de pequeno porte 10,00 Por veículo
10 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS - -

33
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

10.1 Anemia infecciosa equina 15,00 Por animal


10.2 Raiva dos herbívoros e carnívoros 10,00 Por animal
10.3 Brucelose (prova lenta) 4,00 Abaixo de 200 cabeças, por animal
10.4 Brucelose (prova lenta) 3,00 Acima de 200 cabeças, por animal
10.5 Brucelose, prova do Mercaptoetanol 10,00 Por amostra
10.6 Febre aftosa (sorológico) 10,00 Por amostra
10.7 Febre aftosa (probang) 20,00 Por amostra
10.8 Bacteriológico 12,00 Por amostra
10.9 Parasitológico (grandes animais) 8,00 Por amostra
10.10 Parasitológico (pequenos animais) 9,00 Por amostra
10.11 Leptospirose 4,00 Por macroaglutinação
10.12 Tuberculose (prova simples) 6,00 Abaixo de 200 animais, por animal
10.13 Tuberculose (prova simples) 5,00 Acima de 200 animais, por animal
10.14 Tuberculose (prova comparada) 10,00 Abaixo de 200 animais, por animal
10.15 Tuberculose (prova comparada) 8,00 Acima de 200 animais, por animal
10.16 Outros tipos de diagnósticos que forem incorporados 12,00 Por Animal
às práticas laboratoriais
11 TAXA DE INDENIZAÇÃO DE DEFESA SANITÁRIA - -
ANIMAL
11.1 Bovinos e bubalinos 1,00 Por Animal
11.2 Ovinos, caprinos, suínos 1,00 Por lote ou fração de 03 animais

ANEXO IV
TAXAS DE INSPEÇÃO ANIMAL

FATO GERADOR VALOR (R$) UNIDADE


1 TAXAS REFERENTES À OBTENÇÃO DO SIE/AM - -
1.1 Vistoria prévia de terreno ou estabelecimento e emissão de 50,00 Por Vistoria
Laudo
1.2 Aprovação de projeto de construção ou reforma e ampliação e 130,00 Por Projeto
emissão de Laudo
1.3 Aprovação e registro de produto e rótulo 50,00 Por Produto
1.4 Vistoria final e emissão de Laudo 50,00 Por Vistoria
1.5 Coleta oficial de água de abastecimento 40,00 Por Amostra
1.6 Emissão do título de registro de SIE-AM (validade 12 meses) 400,00 Por Titulo
2 RENOVAÇÃO DE REGISTRO NO SIE-AM 250,00 Por Titulo
3 ALTERAÇÃO DE RAZÃO SOCIAL 250,00 Por Alteração
4 COLETA OFICIAL DE AMOSTRA DOS PRODUTOS 30,00 Por Produto
5 INSPEÇÃO NO ABATE DE BOVINOS E BUBALINOS - -
5.1 De 01 a 50 cabeças 2,70 Por cabeça
5.2 De 51 a 100 cabeças 2,30 Por cabeça
5.3 Acima de 100 cabeças 1,00 Por cabeça
6 INSPEÇÃO NO ABATE DE SUINOS, OVINOS E CAPRINOS 0,50 Por cabeça
7 INSPEÇÃO NO ABATE DE AVES E COELHOS 0,15 Por cabeça

34
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

8 INSPEÇÃO DE PRODUTOS CÁRNEOS E DERIVADOS - -


8.1 Salgados e dessecados, salsichas, embutidos e não embutidos, 1,90 Por 100 kg e fração
conservas, semiconservas e outros proporcional em cada 100 kg
8.2 Farinha, sebo, graxa branca, peles e outros subprodutos não 1,90 Por 100 kg e fração
comestíveis proporcional em cada 100 kg
9 INSPEÇÃO DE LEITE E DERIVADOS - -
9.1 Leite pasteurizado ou esterilizado 0,80 Por 100 litros e fração
proporcional acima de 100
litros
9.2 Leite aromatizado e fermentado 0,80 Por 100 litros e fração
proporcional acima de 100
litros
9.3 Leite desidratado - concentrado, evaporado, condensado e doce 1,60 Por 100 kg e fração
de leite proporcional em cada 100 kg
9.4 Queijos, todos os tipos e requeijão 8,00 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
9.5 Manteiga 1,60 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
9.6 Creme de mesa 8,00 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
9.7 Margarina 1,60 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
9.8 Caseína, lactose, soro de queijo em pó 1,60 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
10 INSPEÇÃO DE PESCADO E DERIVADOS - -
10.1 Peixes, moluscos, mamíferos frescos e outras espécies aquáticas 5,00 Por 100 kg e fração
ou em qualquer processo de conservação proporcional em cada 100 kg
10.2 Subprodutos não-comestíveis pescados e derivados 1,50 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
11 INSPEÇÃO DE OVOS E DERIVADOS - -
11.1 Ovos de aves 1,60 Por 100 dúzias e fração
proporcional em cada 100 kg
11.2 Ovo líquido pasteurizado 0,80 Por 100 litros e fração
proporcional acima de 100
litros
12 INSPEÇÃO DE MEL E DERIVADOS - -
12.1 Cera de abelha e produtos à base de mel de abelha 8,50 Por 100 kg e fração
proporcional em cada 100 kg
13 INSPEÇÃO DE FRACIONADOS E FATIADOS 8,00 Por 100 (kg/l) e fração
proporcional em cada 100
(kg/1)

35
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

ANEXO V
TAXAS DE DEFESA SANITÁRIA DE ORGANISMOS AQUÁTICOS

FATO GERADOR VALOR (R$) UNIDADE


1 Serviço: Certificação sanitária - -
1.1 Certificação da qualidade sanitária de alevinos 10,00 Certificação/lote
1.2 Certificação de propriedade livre de parasitoses 250,00 Propriedade
1.3 Certificação de controle higiênico sanitário de embarcações pesqueiras 150,00 Certificação
1.4 Certificação de controle higiênico sanitário de infraestrutura de desembarque 150,00 Certificação
de pescado
1.5 Renovação de certificação 100,00 Certificação
2 Serviço: Cadastro - -
2.1 Cadastro anual de propriedades rurais com cultivo de animais aquáticos 20,00 Acréscimo por
lâmina d’água/5,0
hectares
2.2 Cadastramento de estações de alevinagem 100,00 Cadastro
2.3 Cadastramento de estabelecimentos de engorda e/ou ciclo completo 100,00 Cadastro
2.4 Cadastramento de estabelecimentos de pesca desportiva 100,00 Cadastro
2.5 Cadastramento de produtores de peixes ornamentais com finalidade 150,00 Cadastro
comercial
2.6 Cadastramento de carcinocultura de água doce 100,00 Cadastro
2.7 Cadastramento de ranicultura 100,00 Cadastro
2.8 Cadastramento de propriedades de produção de animais aquáticos não 100,00 Cadastro
especificados anteriormente
2.9 Cadastro ou registro de estabelecimentos destinados a aglomeração e 100,00 Cadastro
exposição de animais aquáticos
2.10 Cadastro de laboratórios de análise e pesquisa aquícola 150,00 Cadastro
2.11 Renovação de cadastro ou registro de estabelecimentos aquícolas 100,00 Cadastro
2.12 Alteração de cadastro ou registro de estabelecimentos aquícolas 50,00 Cadastro
3 Serviço: Outros Serviços - -
3.1 Credenciamento de Responsável Técnico - RT 50,00 Unidade
3.2 Coleta de material para exame laboratorial oficial 80,00 A cada 500g
3.3 Coleta oficial de água para exames 40,00 Amostra
3.4 Envio de amostras interestadual 550,00 Envio
3.5 Autorização de despesca 20,00 Autorização
3.6 Registro de produtos de uso veterinário e as substâncias químicas e biológicas 200,00 Registro
utilizadas com finalidade profilática ou terapêutica para uso em aquicultura
3.7 Destruição/sacrifício de animal 10,00 A cada 500g/
animal
3.8 Desinfecção sanitária de veículo transportador de animais aquáticos 5,00 Veículo.

36
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

§ 3.º Sem prejuízo de outras parcelas de remuneração


5. LEI N° 3.503 DE 12 DE MAIO DE 2010. dispostas em Lei e regulamentadas por ato do Chefe do
Poder Executivo, é assegurado aos ocupantes de cargos de
provimento efetivo dos Servidores da SEPROR e do IDAM:
I- a percepção da remuneração fixada na forma dos
§§ 1.º e 2.º;
CAPÍTULO I
II- o recebimento pelos integrantes do quadro de pes-
DAS DISPOSIÇÕES INTRODUTÓRIAS
soal da SEPROR e IDAM de:
Art. 1.º Fica instituído, na forma do disposto nesta Lei a)Gratificação de Curso;
e seus anexos, o PLANO DE CARGOS, CARREIRA E REMU- b)Gratificação de Desenvolvimento e Produção Rural
NERAÇÃO dos Servidores da Secretaria de Estado de Pro- – GRADPR;
dução Rural – SEPROR e do Instituto de Desenvolvimento c)Gratificação de Produtividade Autárquica – GRAPA.
Agropecuário e Florestal Sustentável - IDAM, destinado § 4.º Fica criada, no âmbito da Secretaria de Estado de
a prover os recursos humanos necessários ao desen- Produção Rural – SEPROR e do Instituto de Desenvol-
volvimento das Políticas Públicas do Governo do Estado do vimento Agropecuário e Florestal Sustentável – IDAM,
Amazonas. a Gratificação de Extensão e de Defesa Sanitária
Art. 2.º Fundamentado na valorização profissional e – GEDS, a ser atribuída aos ocupantes de cargos do
qualidade de desempenho das atividades desenvolvidas, Quadro de Pessoal do Grupo Ocupacional de Nível
o PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E REMUNERAÇÃO insti- Superior, Médio e Fundamental, domiciliados e em efe-
tuído por esta Lei, objetiva organizar o sistema de cargos tivo exercício de suas atribuições em municípios do
e carreiras da SEPROR e do IDAM, devendo ser observados interior do Estado, nos seguintes valores:
na sua implantação: I- Nível Superior: R$ 800,00 (oitocentos reais);
I- os princípios básicos da legalidade, impessoalidade, II- demais servidores: R$ 500,00 (quinhentos reais).
moralidade, publicidade e eficiência; § 5.º A definição dos percentuais e demais requisi-
II- a profissionalização e a competência no desempe- tos necessários a atribuição das gratificações previstas
nho de atividades, objetivando a eficiência, qualidade e no inciso II do § 3.º deste artigo são as especificadas no
a transparência dos serviços; Capítulo IV desta Lei.
III- o compromisso dos profissionais com a missão, § 6.º A descrição dos cargos de provimento efetivo e
os objetivos, as metas, a responsabilidade social e am- a tabela de transposição de cargos são as constantes,
biental do Governo; respectivamente, dos Anexos III e IV desta Lei, conside-
IV- a manutenção permanente de uma programação rando-se para efeito do disposto no parágrafo anterior a
sistemática de capacitação, aperfeiçoamento e qualificação correspondência das transposições, incluídos os servido-
do servidor; res inativos, na forma do § 8.º do artigo 40 da Constitui-
V- a garantia de incentivos remuneratórios mediante ção Federal de 1988 e artigo 7.º da Emenda Constitucional
progressão funcional, nos termos desta Lei; Federal n.º 41, de 19 de dezembro de 2003.
VI- a normatização e regularização da situação fun- § 7.º A importância relativa ao Adicional por Tempo
cional dos seus servidores, norteando-se pelo Plano de Serviço, extinto pelo artigo 4º da Lei nº 2.531,
objeto desta Lei; de 16 de abrilde 1999, passa a constituir vantagem
VII- a universalidade, considerando a integração no nominalmente identificada, sujeita exclusivamente à
Plano de todos os servidores que participam do proces- atualização decorrente da revisão geral da remuneração
so de trabalho desenvolvido pelo Quadro de Pessoal da dos servidores públicos estaduais.
SEPROR e do IDAM.
Parágrafo único. As regras estabelecidas e os princípios CAPÍTULO II
observados no presente Plano de Cargos, objeto desta Lei, DAS DEFINIÇÕES GERAIS
encontram-se em consonância com as regras estabele-
cidas pelo Estatuto dos Servidores Públicos do Estado Art. 4º. Para os efeitos desta Lei, são adotadas as se-
do Amazonas, Constituições Federal e Estadual. guintes definições:
Art. 3.º O Quadro Permanente de Pessoal da SEPROR e I - SERVIDOR: é a pessoa legalmente investida em car-
do IDAM é constituído de cargos de provimento efetivo go público;
constantes do Anexo I desta Lei. II- CARGO: é designação do conjunto de atribuições,
§ 1.º A remuneração dos ocupantes de cargos do qua- deveres e responsabilidades cometidas a um servidor,
dro de pessoal da SEPROR e do IDAM será composta de identificando-se pelas características de criação por Lei,
Vencimento e Gratificação, conforme os valores fixados no denominação própria, número certo e pagamento
Anexo II desta Lei. pelos cofres do Estado;
§ 2.º A remuneração dos ocupantes de cargos de
III- CLASSE: é o conjunto de cargos de igual denomi-
Procurador Autárquico será composta de Vencimento
nação e com iguais atribuições, deveres e responsabili-
e Gratificação de Produtividade Autárquica, conforme os
dades e padrões de vencimentos;
valores fixados em Lei própria.

37
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

IV- CARREIRA OU SÉRIE DE CLASSES: é o conjunto XX- ENQUADRAMENTO: é a modificação funcional


de classes de igual denominação, dispostas, hierarqui- do servidor em decorrência de sua classificação no Pla-
camente, de acordo com o grau de complexidade das no de Cargos, a partir da correspondência estabelecida na
atribuições, nível de responsabilidade e constitui a linha Tabela de Transposição de Cargos, conferindo-lhe direito
natural de promoção do servidor; ao vencimento correspondente;
V- GRUPO OCUPACIONAL: compreende classes ou XXI- QUADRO SUPLEMENTAR: é o conjunto de car-
séries de classes que dizem respeito a atividades gos de provimento efetivo cujo enquadramento se
profissionais correlatas ou afins, quanto à natureza torne inexequível para seus ocupantes, tendo em vista a
dos respectivos trabalhos ou ao ramo de conheci- extinção do cargo que ocupa no Órgão lotado ou o
mentos aplicados ao seu desempenho; não preenchimento dos requisitos do cargo no ato do en-
VI- SERVIÇO: é a justaposição de Grupos Ocupacio- quadramento, podendo ser relotado em outros órgãos do
nais, tendo em vista a identidade, a similaridade ou a Poder Executivo Estadual, para enquadramento em Quadro
conexidade das respectivas atividades funcionais; Permanente de Pessoal específico;
VII- PLANO DE CARGOS: é a aglutinação de todos XXII- QUADRO ADICIONAL: é o conjunto de cargos
os Serviços e Grupos Ocupacionais que compõem as oriundos de Decretos, Portarias e outros Atos Gover-
diversas atividades da Administração Direta, Fundações e namentais de enquadramento efetuado pelo Governo do
Autarquias do Governo do Estado do Amazonas; Estado do Amazonas.
VIII- QUADRO DE PESSOAL: é o conjunto de cargos, Parágrafo único. O regime semanal de trabalho dos
classes e séries de classes da SEPROR e do IDAM; Servidores da SEPROR e do IDAM será conforme disciplina
IX- FUNÇÃO: é o conjunto de atribuições e responsabi- estabelecida em regulamento específico do Órgão.
lidades de um cargo ou as atividades específicas, a serem
desempenhadas pelo servidor quando investido em cargo CAPÍTULO III
público; DOS CARGOS E DAS CARREIRAS DO QUADRO DE
X- VENCIMENTO: é a retribuição pecuniária pelo exer- PESSOAL
cício de cargo público, com valor fixado em Lei;
Art. 5.º Os cargos que compõem o Quadro de
XI- REMUNERAÇÃO: é o somatório do vencimento
Pessoal da SEPROR e IDAM integram os grupos ocu-
do cargo com a Gratificação correlata estabelecida na
pacionais superior, médio e fundamental.
forma da Lei, nestas incluídas as vantagens pessoais;
Art. 6.º A descrição de cargos de provimento efetivo
XII- VANTAGEM PESSOAL: é o valor pecuniário de-
dos Servidores da SEPROR e do IDAM, consideradas as
corrente do direito adquirido pelo servidor com base
respectivas classes e carreiras, é a estabelecida no Anexo III
na legislação vigente em determinada época, nominal-
desta Lei, compreendendo os seguintes elementos:
mente identificado e somente reajustável mediante
I- denominação;
a aplicação dos percentuais gerais de reposição estabe- II- especificação de classes;
lecidos em Lei; III - qualificação necessária;
XIII- JORNADA: é a atividade exercida continuada- IV - natureza do trabalho, importando a descrição sin-
mente num mesmo dia, com duração fixada em razão tética das atribuições e responsabilidades;
das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res- V - atividades típicas compreendendo exemplos de ta-
peitadas as condições e limites determinados em Lei, refas.
aplicando-se aos servidores o que estabelece o Parágrafo Art. 7.º O código disposto para cada classe indicará
único deste artigo; a retribuição pecuniária do seu ocupante, de acordo
XIV- EXERCÍCIO: é a execução das atribuições estipula- com as tabelas de Remuneração composta de vencimento
das para os cargos, segundo as normas legais e regu- e gratificação fixada na forma desta Lei.
lamentares aplicáveis; Parágrafo único. O provimento das vagas remanes-
XV- PROMOÇÃO HORIZONTAL: é a mudança de centes dos cargos constantes deste plano e das que
referência dentro da mesma classe e independerá da vierem a vagar, dar-se-á mediante habilitação em concur-
existência de vaga; so público de Provas e/ou Provas e títulos e nomeação
XVI- PROMOÇÃO VERTICAL: consiste na passagem de do Chefe do Poder Executivo, na classe e referência inicial
referência final de uma classe para a inicial da classe ime- da carreira, onde deverá permanecer o Servidor até a
diatamente superior, dentro da mesma série de classes, e conclusão do estágio probatório.
dependerá da existência de vaga;
XVII- VACÂNCIA: tempo durante o qual um cargo per- CAPÍTULO IV
manente não está preenchido; DA REMUNERAÇÃO
XVIII- LOTAÇÃO: compreende o número de servido-
res de cada carreira e de cargos isolados que deva Art. 8.º A Remuneração dos titulares dos Cargos do
ter exercício em cada unidade da estrutura organizacional Quadro de Pessoal da SEPROR e do IDAM é composta de
da SEPROR e do IDAM; Vencimento e Gratificação constantes da Tabela do Anexo
XIX- PROVIMENTO: é o preenchimento de cargo públi- II desta Lei.
co, na forma prevista em Lei;

38
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 9.º A remuneração dos ocupantes de cargos de CAPÍTULO V


Procurador Autárquico será composta de Vencimento DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
e Gratificação de Produtividade Autárquica, conforme os
valores fixados em Lei própria. Art. 12. Ao ingressar no Quadro de Pessoal da
Parágrafo único. O abono de que trata o Decreto nº SEPROR e do IDAM, o servidor cumprirá estágio proba-
22.081, de 28 de agosto de 2.001, não poderá ser conce- tório nos termos da legislação vigente, e será considerado:
dido aos servidores beneficiados pelos Arts. 8.º e 9.º desta I- aprovado, portanto estável no serviço público, se
Lei. obtiver no resultado final média igual ou superior a 70
Art. 10. Aos Servidores ocupantes de cargo do Quadro % (setenta por cento) dos pontos possíveis;
de Pessoal da SEPROR e do IDAM, em efetivo exercício II- reprovado quando:
de suas funções, são devidas as seguintes gratificações, na a)vencidas todas as etapas da avaliação de desempe-
forma a seguir especificada: nho, não alcançar a média de que trata o inciso anterior;
I- Gratificação de Extensão e de Defesa Sanitária – b)independentemente de ter alcançado a média
GEDS: atribuída aos ocupantes de cargos do Quadro necessária para sua aprovação, contar, durante período
de Pessoal do Grupo Ocupacional de Nível Superior, de 12 (doze) meses, com mais de 12 (doze) faltas não jus-
Médio e Fundamental, domiciliados e em efetivo tificadas, intercaladas ou não.
exercício de suas atribuições em municípios do interior do Art. 13. O resultado do estágio probatório será homo-
Estado, conforme valores definidos nos incisos I e II do logado em ato próprio do titular da pasta, publicado no
§ 4º do artigo 3º; DOE.
II- Gratificação de Curso: atribuída aos servidores Art.14.Areprovaçãonoestágioprobatórioresultaexone-
ocupantes de cargos do Quadro de Pessoal do Grupo ração,após apuração dos fatos em processo administrativo,
Ocupacional de Nível Superior, que possua a capacitação no qual se garanta defesa do avaliado.
necessária ao exercício em determinada área de espe- Art. 15. Suspendem a contagem do prazo do estágio
cialidade, de acordo com a Legislação vigente no País, probatório:
respeitando os interesses do serviço Público bem como I - a licença:
a área de atuação, nos seguintes percentuais não cumulati- a)por motivo de afastamento do cônjuge ou compa-
vos, calculados sobre o vencimento base dos cargos: nheiro;
a)Curso de Especialista: 25% (vinte e cinco por cento); b)para o serviço militar;
b)Curso de Mestrado: 30% (trinta por cento); c)para tratamento da própria saúde por período supe-
c)Curso de Doutorado: 35% (trinta e cinco por cento). rior a 180 (cento e oitenta) dias;
III- Gratificação de Desenvolvimento e Produção d)motivo de doença em pessoa da família, por período
Rural – GRADPR: Atribuída a todos os Servidores do superior a 90 (noventa) dias;
Quadro de Pessoal da SEPROR e do IDAM; e)para tratar de interesses particulares; II - a disposição
IV- Gratificação de Produtividade Autárquica – ou o afastamento para:
GRAPA: Atribuída exclusivamente aos ocupantes do a)exercício de cargo na União, Estados, Distrito Fe-
Cargo de Procurador Autárquico. deral, Municípios, ou para o Legislativo Estadual, obe-
§ 1.º As Gratificações citadas nos incisos III e IV não decido os critérios fixados em normas específicas;
poderão ser percebidas cumulativamente entre si, bem b)exercício de mandato eletivo;
como com a Gratificação de Atividade Técnico-Administra- c)exercício de mandato classista;
tiva de que cuida a Lei nº 3.300, de 08 de outubro de d)estudo, no Brasil ou no exterior por prazo superior a
2008, ou com outras de mesma natureza. 120 (cento e vinte) dias, ininterruptos ou não;
§ 2.º Em razão do disposto no parágrafo anterior, III- o período transcorrido entre a exoneração ou
fica garantido aos servidores da ativa que fizerem jus demissão do servidor e a correspondente reintegração
à Gratificação de Atividades Técnico-Administrativas - por força de decisão administrativa ou judicial.
GATA, observados os critérios e condições previstos Art. 16. Sem prejuízo do disposto neste Capítulo,
no artigo 5.º da Lei n.º 3.300, de 08 de outubro de 2008, aplica-se aos servidores da SEPROR e do IDAM, as normas
o direito de optar, dentre a GATA e a gratificação ine- relativas ao estágio probatório constantes da Lei nº. 1.762,
rente ao cargo, pela percepção daquela que lhe for mais de 14 de novembro de 1986.
vantajosa.
§ 3.º Para fins de aposentadoria, serão considera- CAPÍTULO VI
dos no cálculo dos proventos dos servidores abrangi- DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIO-
dos por esta Lei, os valores referentes à gratificação ine- NAL
rente ao cargo.
§ 4.º Independentemente da opção efetuada pelo Art. 17. O Plano de Desenvolvimento Institucional, no
servidor abrangido por esta Lei, a contribuição previden- âmbito do Plano de Cargos objeto desta Lei, deverá conter:
ciária incidirá sobre a gratificação inerente ao cargo. I - Programa Institucional de Qualificação;
Art. 11. Os servidores investidos em cargos de provi- II - Sistema de Avaliação de Desempenho.
mento em comissão, não farão jus à percepção das gra- Art. 18. O Plano de Desenvolvimento Institucional de-
tificações dispostas nos incisos III e IV do artigo anterior. verá garantir:

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

I- um programa de integração institucional para os ser- IV- em Licença Para Tratamento de Interesse Particular.
vidores recém admitidos; Art. 24. O enquadramento de que trata este capítulo
II- as condições institucionais para uma qualificação obedecerá aos seguintes critérios: I - o cumprimento da
e avaliação que propiciem a realização profissional e qualificação necessária estabelecida no Anexo III desta Lei;
o pleno desenvolvimento das potencialidades dos servi- II - o tempo de serviço em efetivo exercício na
dores; classe inicial, para efeito de classificação em cada re-
III- a qualificação dos servidores da SEPROR e do ferência da nova classe.
IDAM para o implemento do desenvolvimento organi- Parágrafo único. O enquadramento, resultante da
zacional e de sua correspondente função social; e aplicação dos critérios estabelecidos neste Plano, re-
IV- a criação de mecanismos que estimulem o cresci- sultará de proposta formalizada por uma comissão
mento funcional e favoreçam a motivação dos servidores. especialmente constituída pelo gestor da Secretaria de
Art. 19. O Programa Institucional de Qualificação de- Produção Rural – SEPROR e do Instituto de Desenvol-
verá conter os instrumentos necessários à consecução dos vimento Agropecuário e Florestal Sustentável - IDAM,
seguintes objetivos: cujo ato constitutivo definirá a metodologia a ser ado-
I- a conscientização do servidor, visando sua atua- tada e os instrumentos necessários a sua aplicação, as-
ção no âmbito da Administração Pública e o exercício segurada a representação Sindical na referida comissão.
pleno de sua cidadania, para propiciar ao usuário um ser-
viço de qualidade; CAPÍTULO VIII
II- o desenvolvimento integral do cidadão servidor; e, DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
III - a otimização da capacidade técnica dos servidores.
Art. 20. A promoção do Programa Institucional de Qua- Art. 25. A partir do enquadramento autorizado por
lificação para os servidores deve considerar: esta Lei, a evolução funcional dos ocupantes dos car-
I - identificação das necessidades de capacitação; gos da SEPROR e do IDAM, constantes do Anexo I desta
II- capacitação para o desenvolvimento de ações de Lei, dar-se-á sob as formas de promoção vertical e horizon-
gestão pública voltadas para a qualidade socialmente re-
tal, compreendendo:
ferenciada;
I - PROMOÇÃO VERTICAL: consiste na passagem de
III- capacitação para o exercício de atividades de forma
referência final de uma classe para a inicial da classe
articulada com a função social da Instituição.
imediatamente superior, dentro da mesma série de classes,
Art. 21.O Sistema de Avaliação de Desempenho
e dependerá da existência de vaga, com interstício na
deverá constituir-se em um processo pedagógico e
classe de 24 (vinte e quatro) meses, de acordo com os cri-
participativo, abrangendo, de forma integrada, a avaliação:
térios de antiguidade e merecimento;
I - das atividades dos servidores;
II - das atividades da instituição. II - PROMOÇÃO HORIZONTAL: é a mudança de re-
Art. 22. O processo de avaliação e os instrumentos ferência dentro da mesma classe e independerá da
utilizados para avaliar o desempenho deverão ser es- existência de vaga, com interstício mínimo de 18 (dezoito)
truturados com base no disposto em regulamentação pró- meses de acordo com os critérios de antiguidade e mere-
pria, assegurada a participação das entidades de classe na cimento.
definição do instrumento de avaliação. Parágrafo único. O servidor da SEPROR e do IDAM, que
estiver cumprindo o estágio probatório não fará jus à
CAPÍTULO VII Promoção Vertical e Horizontal.
DO ENQUADRAMENTO
CAPÍTULO IX
Art. 23. Os atuais servidores estatutários da SEPROR DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
e do IDAM serão enquadrados nos diversos cargos
descritos no Anexo I desta Lei por ato do Chefe do Poder Art. 26. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei
Executivo, decorrendo a nova situação funcional: correrão à conta das dotações específicas consignadas no
I- em relação à classe: na classe inicial; orçamento do Poder Executivo para a Secretaria de Pro-
II- em relação à referência: na referência inicial. dução Rural – SEPROR e do Instituto de Desenvolvimento
Parágrafo único. O servidor da SEPROR e do IDAM Agropecuário e Florestal Sustentável - IDAM do Governo
será enquadrado neste artigo somente ao reassumir o do Estado do Amazonas.
correspondente exercício no âmbito dos diferentes órgãos Art. 27. Os servidores abrangidos pela Lei n.º 2.624,
que compõem a Administração Pública, se na data do de 22 de dezembro de 2000, não serão enquadra-
enquadramento estiver: dos nos cargos constantes deste PCCR, permanecendo os
I - à disposição de Órgão ou Entidade não integrante mesmos em Quadro Suplementar.
da estrutura do Poder Executivo Estadual; II - exercendo Art. 28. A Remuneração dos servidores constantes
cargo de provimento em comissão em outro Órgão do Po- do Decreto n.º 21.712, de 23 de fevereiro de 2001,
der Executivo Estadual; que regulamentou a Lei acima citada, será equivalente
III- exercendo atribuições do seu cargo efetivo em à praticada neste PCCR, tendo como base a Classe e
outro Órgão do Poder Executivo Estadual que não o a Referência inicial do cargo equivalente, sendo extintos a
seu de origem; medida que vagarem.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 29. Os Servidores constantes dos Decretos, Art. 3.º Por consequência da incorporação dos car-
Portarias e outros Atos Governamentais de enqua- gos promovida pela Lei n. 3.801, de 29 de agosto
dramento, que não estejam abrangidos pela Regra Cons- de 2012, operadas por Ato de Relotação, o quantitativo
titucional não serão enquadrados nos cargos constantes de vagas do Quadro Permanente da SEPROR, previsto
deste PCCR, permanecendo os mesmos em Quadro no Anexo I - Quadro Permanente, Parte I - Secretaria de
Adicional, nos mesmos cargos atualmente por estes Estado de Produção Rural - SEPROR, passa a vigorar na
ocupados, sendo extintos à medida que vagarem. forma do Anexo IIII desta Lei.
Art. 30. A Remuneração dos servidores constan- Art. 4.º A Casa Civil promoverá, com o auxílio da
tes dos Decretos, Portarias e outros Atos Gover- ADAF, a republicação da Lei n. 3.801, de 29 de agosto
namentais, citados no artigo anterior serão equivalentes de 2012, e da Lei n. 3.503, de 12 de maio de 2010, com
à praticada neste PCCR, tendo como base a Classe e a texto consolidado em face das alterações promovidas
Referência inicial do cargo equivalente. pelo presente diploma legal.
Parágrafo único. Fica assegurada aos servidores a que Art. 5.º As despesas decorrentes da execução desta Lei
se refere o caput deste artigo a qualidade de benefici correrão à conta das dotações consignadas no Orça-
ários do Programa de Previdência estabelecido pela Lei mento do Poder Executivo para a ADAF.
Complementar n.º 30, de 27 de dezembro de 2001, na con- Art. 6.º Revogadas as disposições em contrário, as alte-
dição de segurados. rações de que tratam esta Lei, retroagem seus efeitos
Art. 31. Fica garantida a mobilidade do Servidor den- a 29 de agosto de 2012.
tro dos Órgãos e Entidades da Administração Direta e
Indireta do Governo do Estado do Amazonas, respeitan- ANEXO I
do as áreas específicas, condicionada à existência do
cargo no Quadro de Pessoal do órgão pleiteado. (INCLUSÃO na Lei n. 3.503/10, do ANEXO I - Quadro
Art. 32. Fica estabelecido o dia 1.º de maio de cada ano Permanente - Parte III - Agência de Defesa Agropecuária
como a data base para o reajuste da remuneração dos e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF)
servidores abrangidos por este PCCR, a ser promovido
mediante lei específica, conforme disposto no art. 37, SERVIÇO GRUPO OCUPACIONAL CARGO
inciso X, da Constituição Federal de 1988. CLASSE QUANT. CÓDIGO REFERÊNCIA
Art. 33. Fica revogados o Decreto n.º 18.881, de 02 de NÍVEL SUPERIOR Fiscal Agropecuário 1.ª 15 F.AGRO-I A
julho de 1998 e Decreto n.º 18.979, de 21 de julho de 1998. B C D E 2.ª 20 F.AGRO-II A B C D E 3.ª 24 F.AGRO-III A B
Art. 34. As despesas decorrentes da execução desta Lei C D E Médico Veterinário 1.ª 1 MED.V-I A B C D E 2.ª 1
correrão à conta das dotações específicas consignadas no MED.V-II A B C D E 3.ª 2 MED.V-III A B C D E NÍVEL
Orçamento do Poder Executivo para a Secretaria de Estado MÉDIO Técnico em Agropecuária 1.ª 25 T.AG-I A B C D E
de Produção Rural – SEPROR e do Instituto de Desen- 2.ª 30 T.AG-II A B C D E 3.ª 39 T.AG-III A B C D E Agente
volvimento Agropecuário e Florestal Sustentável – IDAM. Agropecuário 1.ª 3 AG.AGRO-I A B C D E 2.ª 5 AG.AGRO-II
Art. 35. Revogadas as disposições em contrário, esta Lei A B C D E 3.ª 7 AG.AGRO-III A B C D E Assistente Técnico
entra em vigor na data de sua publicação 1.ª 1 A.TEC-I A B C D E 2.ª 1 A.TEC-II A B C D

E 3.ª 1 A.TEC-III A B C D E NÍVEL FUNDA-


MENTAL Auxiliar Agropecuário 1.ª 30 AUX.AGRO-I A B
6. LEI N° 4.029 DE 06 DE MAIO DE 2014. C D E 2.ª 35 AUX.AGRO-II A B C D E 3.ª 38 AUX.AGRO-III
ABCDE

ANEXO II
Art. 1.º A Lei n. 3.801, de 29 de agosto de 2012, passa a
vigorar com a alteração do artigo 12 nos termos desta Lei. (INCLUSÃO na Lei n.º 3.503/10, do ANEXO II - Ta-
“Art. 12. Os servidores de Quadro Efetivo (Permanen- bela de Remuneração - Agência de Defesa Agropecuá-
te, Suplementar e Adicional) da SEPROR (lotados na ria e Florestal do Estado do Amazonas - ADAF)
CODESAV) serão incorporados à ADAF por ato de relota-
ção.” CARGO CLASSE REFERÊNCIAS A B C D E VEN-
Art. 2.º A Lei n. 3.503, de 12 de maio de 2010, passa CIMENTO GRAPDR REMUN. VENCIMENTO GRAPDR
a vigorar com a inclusão da ADAF para os efeitos REMUN. VENCIMENTO GRAPDR REMUN. VEN-
da Lei, do Anexo I - Quadro Permanente, Parte III - CIMENTO GRAPDR REMUN. VENCIMENTO GRAPDR
AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA E FLORESTAL DO REMUN.
ESTADO DO AMAZONAS - ADAF, e do Anexo II - Tabela NÍVEL SUPERIOR
de Remuneração - AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA FISCAL AGROPECUÁRIO E MÉDICO VETERINÁRIO
E FLORESTAL DO ESTADO DO AMAZONAS - ADAF, nos 1ª 1.336,50 3.007,12 4.343,62 1.349,87 3.037,19
termos dos Anexos I e II desta Lei. 4.387,06 1.363,37 3.067,57 4.430,94 1.376,99 3.098,24
4.475,23 1.390,76 3.129,23 4.519,99
2ª 1.271,63 2.861,17 4.132,80 1.284,35 2.889,79

41
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

4.174,14 1.297,20 2.918,68 4.215,88 1.310,17 2.947,87 A B C D E AGENTE AGROPECUÁRIO 1ª 1 AG.AGRO - I A B


4.258,04 1.323,27 2.977,35 4.300,62 C D E 2ª 2 AG.AGRO – II A B C D E 3ª 3 AG.AGRO - III A B
3ª 1.209,92 2.722,31 3.932,23 1.222,01 C D E TOPÓGRAFO 1ª 1 TPG - I A B C D E 2ª 3 TPG - II A
2.749,53 3.971,55 1.234,23 2.777,03 4.011,27 B C D E 3ª 5 TPG - III A B C D E LABORATORISTA 1ª 1 LAB
1.246,58 2.804,80 4.051,38 1.259,04 2.832,85 4.091,89 - I A B C D E 2ª 1 LAB - II A B C D E 3ª 1 LAB - III A B C D E
CADISTA 1ª 1 CAD - I A B C D E 2ª 1 CAD - II A B C D E 3ª
NÍVEL MÉDIO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA E AGENTE 3 CAD - III A B C D E ASSISTENTE TÉCNICO 1ª 2 A.TEC
AGROPECUÁRIO -I A B C D E 2ª 10 A.TEC - II A B C D E 3ª 19 A.TEC - III A
1ª 801,90 1.202,85 2.004,75 809,92 1.214,88 BCDE
2.024,79 818,02 1.227,02 2.045,05 826,20 1.239,29
2.065,49 834,45 1.251,69 2.086,15 PRODUÇÃO RURAL FUNDAMENTAL AUXILIAR
2ª 762,98 1.144,47 1.907,46 770,61 1.155,92 AGROPECUÁRIO 1ª 10 AUX.AGRO - I A B C D E 2ª 12
1.926,52 778,31 1.167,47 1.945,79 786,09 1.179,15 AUX.AGRO - II A B C D E
1.965,24 793,96 1.190,94 1.984,90 3ª 16 AUX.AGRO - III A B C D E AUXILIAR ADMI-
3ª 725,95 1.088,92 1.814,87 733,21 1.099,81 NISTRATIVO 1ª 1 AUX.ADM - I A B C D E 2ª 1 AUX.ADM - II
1.833,02 740,54 1.110,81 1.851,35 747,95 1.121,92 A B C D E 3ª 1 AUX.ADM - III A B C D E AUXILIAR DE SERVI-
1.869,86 755,42 1.133,13 1.888,56 ÇOS GERAIS 1ª 1 AUX.S.G. - I A B C D E 2ª 3 AUX.S.G. - II A B
C D E 3ª 6 AUX.S.G. - III A B C D E MOTORISTA 1ª 1 MOT - I
ASSISTENTE TÉCNICO A B C D E 2ª 3 MOT - II A B C D E 3ª 6 MOT - III A B C D E
1ª 801,90 1.136,03 1.937,92 809,92 1.147,39 MOTORISTA FLUVIAL 1ª 2 M.FLU - I A B C D E 2ª 3 M.FLU
1.957,30 818,02 1.158,86 1.976,88 826,20 - II A B C D E 3ª 5 M.FLU - III A B C D E VIGIA 1ª 1 VIG
1.170,45 1.996,65 834,45 1.182,15 2.016,60 - I A B C D E 2ª 1 VIG - II A B C D E 3ª 2 VIG - III A B C D E
2ª 762,98 1.080,89 1.843,87 770,61 1.091,69
1.862,30 778,31 1.102,62 1.880,93 786,09 1.113,64
1.899,74 793,96 1.124,77 1.918,73 7. LEI N° 4.575 DE 09 DE ABRIL DE 2018.
3ª 725,95 1.028,43 1.754,38 733,21 1.038,71
1.771,92 740,54 1.049,11 1.789,65 747,95 1.059,60 1.807,54
755,42 1.070,18 1.825,60
LEI N. 4.575, DE 9 DE ABRIL DE 2018.
NÍVEL FUNDAMENTAL
AUXILIAR AGROPECUÁRIO
ALTERA, na forma que especifica, a Lei n. 3.503, de 12
1ª 681,62 588,06 1.269,67 688,43 593,94 de maio de 2010, que “INSTITUI o Plano de Cargos, Carrei-
1.282,37 695,31 599,88 1.295,19 702,27 605,87 ras e Remuneração dos Servidores da Secretaria de Estado
1.308,14 709,29 611,94 1.321,23 de Produção Rural - SEPROR e do Instituto de Desenvolvi-
2ª 648,54 559,51 1.208,05 655,02 589,31 1.244,34 mento Agropecuário e Florestal Sustentável - IDAM”, com
661,57 570,77 1.232,34 668,19 576,48 1.244,66 674,84 as alterações promovidas pela Lei n. 4.029 de 6 de maio de
582,24 1.257,08 2014, e dá outras providências.
3ª 617,06 532,36 1.149,42 623,23 537,69 A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO AMAZO-
1.160,91 629,46 543,06 1.172,52 635,75 548,49 1.184,24 NAS DECRETA:
642,11 553,98 1.196,10 Art. 1.º A Lei n. 3.503, de 12 de maio de 2010, passa a
vigorar com as seguintes modificações:
ANEXO III I - alteração do caput do artigo 10, que passa a vigorar
com a seguinte redação:
(ALTERAÇÃO NO ANEXO I DA LEI N. 3.503/10 - QUA- “Art. 10. Aos servidores ocupantes de cargo do Quadro
DRO PERMANENTE - PARTE I - SEPROR) SERVIÇO GRUPO de Pessoal da SEPROR, do IDAM e da ADAF, em efetivo
OCUPACIONAL CARGO CLASSE QUANT. CÓDIGO R E F E - exercício de suas funções, são devidas as seguintes gratifi-
RÊNCIA cações, na forma a seguir especificada:
..............................................................................................................
PRODUÇÃO RURAL SUPERIOR ENGENHEIRO 1ª 2 ...............
ENG - I A B C D E 2ª 13 ENG - II A B C D E 3ª 24 ENG - III II - inclusão do inciso V ao caput do artigo 10, com a
A B C D E ENGENHEIRO OPERACIONAL 1ª 1 ENG.OP - I A seguinte redação:
B C D E 2ª 1 ENG.OP - II A B C D E 3ª 1 ENG.OP - III A B C “Art. 10. ............................................................................................
DE FISCAL AGROPECUÁRIO 1ª 2 F.AGRO I A B C D E 2ª ..................
2 F.AGRO II A B C D E 3ª 2 F.AGRO III A B C D E MÉDICO V - Gratificação de Fiscalização Agropecuária e Flores-
VETERINÁRIO 1ª 2 MED.V - I A B C D E 2ª 2 MED.V - II A B tal - GRADAF: atribuída a todos os servidores do quadro
C D E 3ª 2 MED.V - III A B C D E TÉCNICO DE NÍVEL SU- permanente da ADAF.
PERIOR 1ª 2 TNS - I A B C D E 2ª 8 TNS - II A B C D E 3ª 15 ..............................................................................................................
TNS - III A B C D E MÉDIO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA 1ª ................
1 T.AG -I A B C D E 2ª 1 T.AG - II A B C D E 3ª 1 T.AG - III

42
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

Art. 2.º O Anexo I, Parte III e o Anexo II da Lei n. 3.503,


de 12 de maio de 2010, com as alterações promovidas pela ANOTAÇÕES
Lei n. 4.029, de 6 de maio de 2014, relativos ao Quadro Per-
manente e à Tabela de Remuneração da Agência de Defesa
Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas ___________________________________________________
- ADAF, passam a vigorar na forma dos Anexos I e II
desta Lei. ___________________________________________________
Art. 3.º O Anexo II da Lei n. 3.503, de 12 de maio de
___________________________________________________
2010, na parte relativa à Tabela de Remuneração dos car-
gos da Secretaria de Estado de Produção Rural - SEPROR e ___________________________________________________
do Instituto de Desenvolvimento Agropecuária do Estado
do Amazonas - IDAM, passa a vigorar na forma do Anexo ___________________________________________________
III desta Lei.
Art. 4.º Os cargos de Fiscal Agropecuário, que com- ___________________________________________________
põem a carreira do Quadro Permanente da ADAF, ficam ___________________________________________________
transformados em Fiscal Agropecuário Médico Veterinário,
Fiscal Agropecuário Engenheiro Agrônomo e Fiscal Agro- ___________________________________________________
pecuário Engenheiro Florestal.
§1.º Os atuais servidores ocupantes dos cargos trans- ___________________________________________________
formados por este artigo serão enquadrados, após a publi-
cação da presente Lei, nos cargos correspondentes, por ato ___________________________________________________
do Chefe do Poder Executivo, decorrendo a nova situação ___________________________________________________
funcional da qualificação necessária exigida pelo edital do
concurso público em que foram aprovados. ___________________________________________________
§2.º A descrição dos cargos de Fiscal Agropecuário
Médico Veterinário, Fiscal Agropecuário Engenheiro Agrô- ___________________________________________________
nomo e Fiscal Agropecuário Engenheiro Florestal são as
___________________________________________________
constantes do Anexo IV desta Lei, que passam a integrar o
Anexo III da Lei n. 3.503, de 12 de maio de 2010. ___________________________________________________
Art. 5.º Os cargos de Técnico em Agropecuária, Agen-
te Agropecuário e Auxiliar Agropecuário, que compõem ___________________________________________________
o quadro permanente da ADAF, ficam transformados em
Técnico de Fiscalização Agropecuária, Agente de Fiscaliza- ___________________________________________________
ção Agropecuária e Auxiliar de Fiscalização Agropecuária, ___________________________________________________
respectivamente.
§1.º Os atuais servidores ocupantes dos cargos trans- ___________________________________________________
formados por este artigo serão enquadrados, após a publi-
cação da presente Lei, nos cargos correspondentes, por ato ___________________________________________________
do Chefe do Poder Executivo.
§2.º A descrição dos cargos de Técnico de Fiscaliza- ___________________________________________________
ção Agropecuária, Agente de Fiscalização Agropecuária e ___________________________________________________
Auxiliar de Fiscalização Agropecuária são as constantes do
Anexo V desta Lei, que passam a integrar o Anexo III da Lei ___________________________________________________
n. 3.503, de 12 de maio de 2010.
Art. 6.º A Casa Civil promoverá, com o auxílio da SE- ___________________________________________________
PROR, IDAM e ADAF, a republicação da Lei n. 3.503, de 12
___________________________________________________
de maio de 2010, com texto consolidado em face das alte-
rações promovidas pelo presente diploma legal. ___________________________________________________
Art. 7.º As despesas decorrentes da execução desta Lei
correrão à conta das dotações consignadas no Orçamento ___________________________________________________
do Poder Executivo para a SEPROR, IDAM e ADAF.
Art. 8.º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei ___________________________________________________
entra em vigora na data de sua publicação. ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

43
LEGISLAÇÃO ESTADUAL ESPECÍFICA

ANOTAÇÕES

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44
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de
palavras), P.A. (progressão aritmética), P.G. (progressão geométrica). .............................................................................................. 01
Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos............ 19
RACIOCÍNIO LÓGICO

40 – 9 x 4 + 23
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO 40 – 36 + 23
FRAÇÕES, CONJUNTOS, PORCENTAGENS, 4 + 23
SEQUÊNCIAS (COM NÚMEROS, COM 27
FIGURAS, DE PALAVRAS), P.A. (PROGRESSÃO
ARITMÉTICA), P.G. (PROGRESSÃO Exemplo 3
GEOMÉTRICA). 25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Inteiros
Números Naturais Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
Os números naturais são o modelo matemático neces- números naturais, o conjunto dos opostos dos números
sário para efetuar uma contagem. naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
Começando por zero e acrescentando sempre uma Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
unidade, obtemos o conjunto infinito dos números naturais Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}

- Todo número natural dado tem um sucessor 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
a) O sucessor de 0 é 1. Z+={0, 1, 2, ...}
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Z-={...-3, -2, -1}
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode
ser expresso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer,
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
com b≠0
antecessor (número que vem antes do número dado).
São exemplos de números racionais:
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
de zero. -12/51
a) O antecessor do número m é m-1. -3
b) O antecessor de 2 é 1. -(-3)
c) O antecessor de 56 é 55. -2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex- Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos: decimais

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so- vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

Exemplo 2

1
RACIOCÍNIO LÓGICO

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números 100x = 112,1212... .
irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
com o denominador seguido de zeros. - A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma cional é sempre um número irracional.
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.
2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
Exemplo: . = = 7 é um número racional.
tão como podemos transformar em fração?

Exemplo 1 Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-


mero natural, se não inteira, é irracional.
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi- Números Reais
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
RACIOCÍNIO LÓGICO

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

Intervalo:{a,b[ 2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Conjunto {x∈R|a≤x<b} número.

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que


a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,
INTERVALOS IIMITADOS resulta em um número positivo.

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números


reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b}
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números par, resulta em um número negativo.
reais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
RACIOCÍNIO LÓGICO

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas- 5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na podemos elevar separados.
base. 

Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o


valor do expoente, o resultado será igual a zero. 

Técnica de Cálculo
Propriedades A determinação da raiz quadrada de um número torna-
se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado em
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de números primos. Veja: 
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes-


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-


se” um e multiplica.
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-
tiplica-se os expoentes. 1 1
Exemplos: 1

(52)3 = 52.3 = 56 Observe: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5


De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:
n
a.b = n a .n b

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- O radical de índice inteiro e positivo de um produto
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
mo expoente. dos fatores do radicando.
(4.3)²=4².3²

4
RACIOCÍNIO LÓGICO

Raiz quadrada de frações ordinárias Adição e subtração

1 1
2 2 2 2 2
2 Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.
Observe: =  = 1 =
3 3 3
32

De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi- Caso tenha:
ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.

Racionalização de Denominadores

Normalmente não se apresentam números irracionais


com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Operações minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Multiplicação

Exemplo 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Divisão
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
rença de quadrados no denominador:

Exemplo

5
RACIOCÍNIO LÓGICO

Questões Seguindo esse padrão e colocando os números ade-


quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível Supe- expressão será
rior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há 150 candida-
tos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio. (A) 1 111 111.
Sabe-se que: (B) 11 111.
• dentre os candidatos, 82 são homens; (C) 1 111.
• o número de candidatos homens de nível superior é igual (D) 111 111.
ao de mulheres de nível médio; (E) 11 111 111.
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
O número de candidatos homens de nível médio é 06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um
(A) 42. treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
(B) 45. comercial informou que, nos cinquenta anos de existência
(C) 48. do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas
(D) 50. situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
(E) 52. do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas,
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di-
02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - MS- ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e geradas por displicência,
José foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o compe-
tidor que obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam − 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade-
incrementados 6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” quadamente;
com 1 falta, Maria Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” − 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;
com 2 faltas, Raoni fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 fal- − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e
ta. Verificando a colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:
− as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(A) José
(B) Isabella
De acordo com esses dados, ao longo da existência
(C) Maria Eduarda
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(D) Raoni
risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
responde à
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - MS-
CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: (A) 3/20.
(A) 0,2222... (B) 1/4.
(B) 0,6666... (C) 13/60.
(C) 0,1616... (D) 1/5.
(D) 0,8888... (E) 1/60.

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-
e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, então o divi- sinale a alternativa que apresenta o valor da expressão
dendo é
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110. (A) 1.
(E) 101. (B) 2.
(C) 4.
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expressões (D) 8.
numéricas abaixo apresentam resultados que seguem um pa- (E) 16.
drão específico:

1ª expressão: 1 x 9 + 2 08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017) Qual o resultado de ?
2ª expressão: 12 x 9 + 3
(A) 3
3ª expressão: 123 x 9 + 4 (B) 3/2
(C) 5
... (D) 5/2

7ª expressão: █ x 9 + ▲

6
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 05. Resposta: E.


sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b . A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:


(A) 1; 06. Resposta: D.
(B) 2;
(C) 3;
(D) 4;
(E) 6. Gerado por descuidos ao cozinhar:

10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1-1/13)
homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
dessa equipe saíram para um atendimento externo.

Desses que foram para o atendimento externo, a fração


de mulheres é
(A) 3/4; 07.Resposta: C.
(B) 8/9;
(C) 5/7;
(D) 8/13;
(E) 9/17.

Respostas

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 08. Resposta: D.
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio.

02. Resposta: D.
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o 09. Resposta: C.
vencedor. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
4N=12
03. Resposta: B. N=3
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444.... 10. Resposta: E.


10x=4,444... Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
9x=4

Dos homens que saíram:

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

7
RACIOCÍNIO LÓGICO

Porcentagem (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala


de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu o menor valor possível para x é igual a
símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a en- (A) 8.
contramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, em (B) 15.
máquinas de calcular, etc. (C) 10.
(D) 6.
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
(E) 12.
que ajuda muito na resolução do exercício.
Resolução
Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determi- 45------100%
nado valor, podemos calcular o novo valor apenas multipli- X-------60%
cando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se X=27
o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por O menor número de meninas possíveis para ter gripe
diante. Veja a tabela abaixo: é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
meninas estão.
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10
15% 1,15
20% 1,20
47% 1,47 Resposta: C.
67% 1,67
 
Questões
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: 
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
Desconto com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplica- levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
ção será: vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
    Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
forma decimal) ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
    Veja a tabela abaixo: (A) R$1120,00
Fator de (B) R$1056,00
Desconto
Multiplicação (C) R$960,00
10% 0,90 (D) R$864,00
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40 02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe
90% 0,10 de segurança de um Tribunal conseguia resolver mensal-
    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te- mente cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimô-
mos:  nio nas cercanias desse prédio, identificando os crimino-
sos e os encaminhando às autoridades competentes. Após
uma reestruturação dos procedimentos de segurança, a
mesma equipe conseguiu aumentar o percentual de re-
Chamamos de lucro em uma transação comercial de solução mensal de ocorrências desse tipo de crime para
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o preço cerca de 63%. De acordo com esses dados, com tal rees-
de custo. truturação, a equipe de segurança aumentou sua eficácia
Lucro=preço de venda -preço de custo no combate ao dano ao patrimônio em
(A) 35%.
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de (B) 28%.
duas formas: (C) 63%.
(D) 41%.
(E) 80%.

8
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diaman- tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
te. A tia especificou em testamento que as joias não deve- estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
riam ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
ficar com uma delas, mas não especificou qual deveria ser sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
dada a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada ções, qual será o lucro obtido por unidade?
(A) R$ 4,20.
um recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles acha-
(B) R$ 5,46.
vam que as joias tinham valores diferentes entre si e, além
(C) R$ 10,70.
disso, tinham diferentes opiniões sobre seus valores. En-
(D) R$ 12,60.
tão, decidiram fazer a partilha do seguinte modo: (E) R$ 18,00.
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um 06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
valor total da herança. um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas (A) R$ 120,00 reais
avaliações. (B) R$ 112,50 reais
(C) R$ 127,50 reais
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles (D) R$ 97,50 reais
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da (E) R$ 90 reais
herança toda ou mais.
07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
joias foi a seguinte: de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
2018 é, em milhões de reais, igual a
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari- (A) 200.
ce recebessem, respectivamente, (B) 203.
(A) o bracelete, os brincos e o colar. (C) 195.
(B) os brincos, o colar e o bracelete. (D) 190.
(C) o colar, o bracelete e os brincos. (E) 198.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete. 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço:
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação Aproveite a Promoção!
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas Forno Micro-ondas
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser De R$ 720,00
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e Por apenas R$ 504,00
passou a ser 3/ 4 da largura original.
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo Nessa oferta, o desconto é de:
original, a área do novo retângulo: (A) 70%.
(A) foi aumentada em 50%. (B) 50%.
(B) foi reduzida em 50%. (C) 30%.
(C) aumentou em 25%. (D) 10%.
(D) diminuiu 25%.
(E) foi reduzida a 15%.

9
RACIOCÍNIO LÓGICO

09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- 06. Resposta: D.


dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$ Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 150⋅0,65=97,50
no preço dessa caixa de bombom foi de:
(A) 30%. 07. Resposta: C.
(B) 25%. Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(C) 20%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(D) 15% previsão de
180-----90%
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De- x---------100
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava x=200
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
12 tanques menores, idênticos e cheios. 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% 380----95
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque x----100
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de x=400 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
(C) 7 tanques menores 780/4trimestres=195 milhões
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores
08. Resposta: C.

Respostas

01. Resposta:B.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
30%.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
960⋅1,1=1056 errar conforme a pergunta feita.

02. Resposta: E. 09. Resposta: B.


63/35=1,80 8,6(1+x)=10,75
Portanto teve um aumento de 80%. 8,6+8,6x=10,75
8,6x=10,75-8,6
8,6x=2,15
03. Resposta: D. X=0,25=25%
Clarice obviamente recebeu o brinco.
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
acima de 30% e André recebeu o bracelete. 10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
Quantidade de tanque: x
04. Resposta: B. A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
A=b⋅h ques
1,5x=12
Portanto foi reduzida em 50% X=8

05. Resposta: D.
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
valor:
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
42⋅1,3=54,60
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60

10
RACIOCÍNIO LÓGICO

P.A. (progressão aritmética), Termo Geral da PA


P.G. (progressão geométrica). Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
seguinte forma:
Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se-
gundo por a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao pri-
meiro número de razões r igual à posição do termo menos uma
Algumas sequências podem ser expressas mediante
unidade.
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição.
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n)
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Progressão Aritmética Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência 6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA.

Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos


extremos é igual à soma dos extremos.
Exemplo
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: Soma dos Termos
Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite
calcular a soma dos n primeiros termos de uma progressão arit-
mética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior. Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último
é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o ter-
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é mo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais
igual à soma dos extremos. 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados para solu-
cionar a questão:

11
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sabemos também que a soma de dois termos equidis- Termo Geral da PG


tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
termos, então o termo central tem exatamente o valor de tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
metade da soma dos extremos. igual à posição do termo menos uma unidade.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

Assim sendo: 2º Caso: q≠1


O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
Exemplo
plicando o anterior por uma constante q, chamada razão
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
da PG.
a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16)
mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an-
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1. b)
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto
ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

12
RACIOCÍNIO LÓGICO

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
Infinita dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a (C) 32
série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- 05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
rie é divergente de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
3º Caso: havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Também não possui soma finita, portanto divergente 374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri-
sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por
13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-
(C) 33.
trica?
(D) 39.
(E) 36.
(A) 1
(B) 3
(C) 27 07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
(D) 39 – IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(E) 40 (23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para (A) 137
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (B) 455
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (C) 500
o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
(A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
(B) 2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(C) 2018; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(D) 2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(E) 2022. seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:

13
RACIOCÍNIO LÓGICO

(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias. Para a sequência par:
(E) 61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- 2n=2016
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir N=1008
determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69.
(E) 49. 1018081-1017072=1009
2⋅1009=2018
Respostas

01.Resposta: A. 04. Resposta: A.


Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 pri-


meiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos o 4º termo.
PA
(12,16,...)
02. Resposta: B. R=16-12=4
Para ser uma PA:
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
X²-1-4x+1=x-4-x²+1
X²+x²-4x-x-3=0 =48
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1
05. Resposta: E.

A1=374-320
A1=54

03. Resposta: C.
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os 06. Resposta: B.
números ímpares. Observe os números em negrito:
Os termos pares formam uma PA de razão -2 9, 11, 13, 15,...
Vamos descobrir quantos termos há: São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
meros.
2017=1+(n-1)⋅2 Ou seja, o 9 está na posição 5
2017=1+2n-2 O 11 está na posição 10 e assim por diante.
2017=-1+2n O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
2n=2018 Seguindo os termos:
n=1009 25º termo é o 17
30º termo é 19
Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
des
O 31º termo é o 17.
14+17=31

14
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. Resposta: D. E agora para essa nova sequência?


Observe a razão: 29-23=6 Se somarmos 9, não teremos uma sequência, então
A83=a1+82r não é soma.
A83=23+82⋅6 O próximo que tentamos é a multiplicação,9x2=18
A83=23+492 18x2=36
A83=515 36x2=72
Opa, deu certo?
Progressão geométrica de razão 2.
08. Resposta: C.
Q=2 -Incremento em Progressão
1 2 4 7

Observe que estamos somando 1 a mais para cada nú-


mero.
1=1=2
2+2=4
09. Resposta: C.
1000=21+17(n-1) 4+3=7
1000=21+17n-17
1004=17n -Série de Fibonacci
N=59 1 1 2 3 5 8 13
Cada termo é igual à soma dos dois anteriores.

10. Resposta: C. -Números Primos


A sequência tem como base os quadrados perfeitos 2 3 5 7 11 13 17
14, 13, 12, 11, 10, 9 Naturais que possuem apenas dois divisores naturais.
Portanto o 6º termo é o 9²=81 -Quadrados Perfeitos
1 4 9 16 25 36 49
SEQUËNCIA LÓGICA Números naturais cujas raízes são naturais.

As sequências lógicas aparecem com frequências nas Exemplo 1


provas de concurso. São vários tipos: números, letras, figu-
ras, baralhos, dominós e como é um assunto muito abran- (UFPB – Administrador – IDECAN/2016) Considere a
gente, e pode ser pedido de qualquer forma, o que ajudará sequência numérica a seguir:
nos estudos serão as práticas de exercícios e algumas dicas 3, 6, 3, 3, 2, 5/3, 11/9. . .
que darei. Em cada exemplo, darei algumas dicas para toda
vez que você visualizar esse tipo de questão já ajude a ana- Sabendo-se que essa sequência obedece uma regra de
lisar que tipo será. Vamos lá? formação a partir do terceiro termo, então o denominador
do próximo termo da sequência é:
Sequência de Números (A) 9.
Pode ser feita por soma, subtração, divisão, multipli- (B) 11.
cação.
(C) 26.
Mas lembre-se, se estamos falando de SEQUÊNCIA, ela
(D) 27.
vai seguir um padrão, basta você achar esse padrão, alguns
serão mais difíceis, outro beeem fácil e não se assuste se
Resolução
achar rápido, não terá uma “PEGADINHA”, será isso e pon-
to. Quando há uma sequência que não parece progressão
Vamos ver alguns tipos de sequências: aritmética ou geométrica, devemos “apelar” para soma os
dois anteriores, soma 1, e assim por diante.
-Progressão Aritmética No caso se somarmos os dois primeiros para dar o ter-
2 5 8 11 ceiro: 3+6=9
Para dar 3, devemos dividir por 3: 9/3=3
Progressão aritmética sempre terá a mesma razão. Vamos ver se ficará certo com o restante
No nosso exemplo, a razão é 3, pois para cada número 6+3=9
seguinte, temos que somar 3. 9/3=3
3+2=5
-Progressão Geométrica 5/3
9 18 36 72 Opa...parece que deu certo

15
RACIOCÍNIO LÓGICO

Então: A 2016ª e a 2017ª letras dessa sequência são, respectiva-


mente:
(A) BG;
(B) GE;
(C) EG;
(D) GB;
(E) BI.

Resposta: D. Resposta: E.

Sequência de Letras É uma sequência com 6


Sobre a sequência de Letras, fica um pouco mais difícil Cada letra equivale a sequência
de falar, pois podem ser de vários tipos. I=1
B=2
Às vezes temos que substituir por números, outras
G=3
analisar o padrão de como aparecem. Vamos ver uns exem-
E=4
plos? G=5
B=0
Exemplo 1
(AGERIO – Analista de Desenvolvimento – FDC/2015) 2016/6=336 resta 0
Considerando a sequência de vocábulos: 2017/6=336 resta 1
galo - pato - carneiro - X - cobra – jacaré Portanto, 2016 será a letra B, pois resta 0, será equivalente
a última letra
A alternativa lógica que substitui X é:
E 2017 será a letra I, pois resta 1 e é igual a primeira letra.
(A) boi
(B) siri Sequência de Figuras
(C) sapo Do mesmo modo que a sequência de letras, é um tema
(D) besouro abrangente, pois a banca pode pedir a figura que convém.
(E) gaivota
Resolução (FACEPE – Assistente em Gestão de Ciência e Tecno-
Primeiro tentamos número de sílabas ou letras. logia – UPENET/2015) Assinale a alternativa que contém a
Letras já não deu certo. próxima figura da sequência.

Galo=4
Pato=4
Carneiro=8
Cobra=4
Jacaré=6 (A)
Não tem um padrão

Número de sílabas
Está dividido em 2 e 3 e sem padrões (B)

Começadas com as letras dos meses?não...


Difícil...
São animais, então:
(C)
Galo e pato são aves
Cobra e jacaré são répteis
O carneiro é mamífero, se estão aos pares, devemos
procurar outro mamífero que no caso é o boi (D)
Resposta: A.

Exemplo 2
(IBGE - Técnico em Informações Geográficas e Esta-
tísticas – FGV/2016) Considere a sequência infinita (E)

IBGEGBIBGEGBIBGEG...

16
RACIOCÍNIO LÓGICO

Resposta: B. Mantido o padrão de construção acima descrito, o nú-


Primeiro risco vai na parte de baixo, depois do lado mero de triângulos pretos existentes na etapa 7 é
E depois 2 riscos e assim por diante. (A) 729.
Então nossa figura terá que ter 3 riscos, mas a B ou D? (B) 1.024.
É a B, pois o risco de cima, tem que ser o maior de todos. (C) 2.187.
(D) 4.096.
Questões (E) 6.561.

01. ( TRE/RJ - Técnico Judiciário - Operação de Com- 04. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Ob-
putadores – CONSULPLAN/2017) Os termos de uma deter- serve a sequência: 43, 46, 50, 55, 61, ...
minada sequência foram sucessivamente obtidos seguindo O próximo termo é o:
um determinado padrão: (A) 65.
(B) 66.
(5, 9, 17, 33, 65, 129...) (C) 67.
(D) 68.
O décimo segundo termo da sequência anterior é um (E) 69.
número
05. (TRT 24ª REGIÃO – Analista Judiciário –
(A) menor que 8.000. FCC/2017) Na sequência 1A3E; 5I7O; 9U11A; 13E15I;
(B) maior que 10.000. 17O19U; 21A23E; . . ., o 12° termo é formado por algaris-
(C) compreendido entre 8.100 e 9.000. mos e pelas letras
(D) compreendido entre 9.000 e 10.000. (A) EI.
(B) UA.
02. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITUTO (C) OA.
AOCP/2017) Uma máquina foi programada para distribuir
(D) IO.
senhas para atendimento em uma agência bancária alternan-
(E) AE.
do algarismos e letras do alfabeto latino, no qual estão inclu-
sas as letras K, W e Y, sendo a primeira senha o número 2, a
06. (EBSERH – Assistente Administrativo –
segunda a letra A, e sucessivamente na seguinte forma: (2; A;
IBFC/2017) Considerando a sequência de figuras @, % , &,
5; B; 8; C; ...). Com base nas informações mencionadas, é cor-
# , @, %, &, #,..., podemos dizer que a figura que estará na
reto afirmar que a 51ª e a 52ª senhas, respectivamente, são:
117ª posição será:
(A) 69 e Z.
(B) 90 e Y. (A) @
(C) T e 88. (B) %
(D) 77 e Z. (C) &
(E) Y e 100. (D) #
(E) $
03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
figura abaixo, encontram-se representadas três etapas da 07. (IF/PE – Técnico em Eletrotécnica – IFPE/0217)
construção de uma sequência elaborada a partir de um triân- Considere a seguinte sequência de figuras formadas por
gulo equilátero. círculos:

Continuando a sequência de maneira a manter o mes-


mo padrão geométrico, o número de círculos da Figura 18 é:
(A) 334.
(B) 314.
(C) 342.
Na etapa 1, marcam-se os pontos médios dos lados do (D) 324.
triângulo equilátero e retira-se o triângulo com vértices nes- (E) 316.
ses pontos médios, obtendo-se os triângulos pretos. Na eta-
pa 2, marcam-se os pontos médios dos lados dos triângulos 08. (CODEBA – Guarda Portuário – FGV/2016) Para
pretos obtidos na etapa 1 e retiram-se os triângulos com vér- passar o tempo, um candidato do concurso escreveu a sigla
tices nesses pontos médios, obtendo-se um novo conjunto CODEBA por sucessivas vezes, uma após a outra, formando
de triângulos pretos. A etapa 3 e as seguintes mantêm esse a sequência:
padrão de construção. C O D E B A C O D E B A C O D E B A C O D ...

17
RACIOCÍNIO LÓGICO

A 500ª letra que esse candidato escreveu foi: 05. Resposta: D.


(A) O A partir do 5º termo começa a repetir as letras, portanto:
(B) D 12/5=2 e resta 2
(C) E Assim, será igual ao segundo termo, IO.
(D) B
(E) A 06. Resposta: A.
117/4=29 e resta 1
09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VUNESP/2016) Portanto, é igual a figura 1 @
A sequência ((3, 5); (3, 3, 3); (5; 5); (3, 3, 5); ...) tem como termos
sequências contendo apenas os números 3 ou 5. Dentro da 07. Resposta: D.
lógica de formação da sequência, cada termo, que também é Figura 1:1
uma sequência, deve ter o menor número de elementos possí- Figura 2:4
vel. Dessa forma, o número de elementos contidos no décimo Figura 3:9
oitavo termo é igual a: Figura 4:16
(A) 5. O número de círculos é o quadrado da posição
(B) 4. Figura 18: 18²=324
(C) 6.
(D) 7. 08. Resposta: A.
(E) 8. É uma sequência com 6 letras:
500/6=83 e resta 2
10. (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) A sequên- C=1
cia numérica (99; 103; 96; 100; 93; 97; ...) possui determinada O=2
lógica em sua formação. O número correspondente ao décimo D=3
elemento dessa sequência é: E=4
B=5
A=0
(A) 91
Como restaram 2, então será igual a O.
(B) 88.
(C) 87
09. Resposta: A.
(D) 84
Vamos somar os números:
3+5=8
3+3+3=9
Respostas 5+5=10
3+3+5=11
01. Resposta: C. Observe que
Os termos tem uma sequência começando por 2²+1 os termos formam uma PA de razão 1.
Portanto, para sabermos o 12º termo, fazemos 213+1=8193 a18=?
a18=a1+17r
02. Resposta: D. a18=8+17
A 51ª senha segue a sequência ímpar que são: (2, 5, 8,...) a18=25
51/2=25 e somamos 1, para saber qual posição ocupará na Para dar 25, com o menor número de elementos possíveis,
sequência. Portanto será a 26 devemos ter (5,5,5,5,5)
A26=a1+25r
A26=2+25⋅3 10. Resposta: A.
A26=2+75=77 A princípio, queremos ver a sequência com os termos se-
guidos mesmo, o que seria:
A 52ª senha ocupará a posição 26 também, mas na se- 99+4=103
quência par, ou seja, a 26ª letra do alfabeto que é a letra Z. 103-7=96
96+4=100
03 Resposta:C 100-7=93
É uma PG de razão 3 e o a1 também é 3. Alternando essa sequência, mas se conseguirmos visualizar
uma outra maneira, ficará mais fácil.
Observe que os termos ímpares (a1,a3,a5...)formam uma PA
de razão r=-3
Os termos pares (a2,a4,a6..) formam uma PA de razão também r=-3
04. Resposta: D. Como a10 é par, devemos tomar como base a sequência
Observe que de 43 para 46 são 3 par, mas para isso, vamos lembrar que se estamos tratando ape-
50-46=4 nas dela, a10=a5
55-50=5 Pois, devemos transformar o a2 em a1 e assim por diante.
61-55=6 A5=a1+4r
Portanto, o próximo será somando 7 A5=103-12
61+7=68 A5=31

18
RACIOCÍNIO LÓGICO

Valor Lógico das Proposições


RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO: Definição: Chama-se valor lógico de uma proposição a
PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA verdade, se a proposição é verdadeira (V), e a falsidade, se
E IMPLICAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS a proposição é falsa (F).
VÁLIDOS.
Exemplo
p: Thiago é nutricionista.
V(p)= V essa é a simbologia para indicar que o valor
Proposição lógico de p é verdadeira, ou
Definição: Todo o conjunto de palavras ou símbolos V(p)= F
que exprimem um pensamento de sentido completo.
Basicamente, ao invés de falarmos, é verdadeiro ou fal-
Nossa professora, bela definição! so, devemos falar tem o valor lógico verdadeiro, tem valor
Não entendi nada! lógico falso.

Vamos pensar que para ser proposição a frase tem que Classificação
fazer sentido, mas não só sentido no nosso dia a dia, mas
também no sentido lógico. Proposição simples: não contém nenhuma outra pro-
Para uma melhor definição dentro da lógica, para ser posição como parte integrante de si mesma. São geral-
proposição, temos que conseguir julgar se a frase é verda- mente designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r,s...
deira ou falsa. E depois da letra colocamos “:”

Exemplos: Exemplo:
(A) A Terra é azul. p: Marcelo é engenheiro
Conseguimos falar se é verdadeiro ou falso? Então é q: Ricardo é estudante
uma proposição.
(B) >2 Proposição composta: combinação de duas ou mais
proposições. Geralmente designadas pelas letras maiúscu-
Como ≈1,41, então a proposição tem valor lógico las P, Q, R, S,...
falso.
Exemplo:
Todas elas exprimem um fato. P: Marcelo é engenheiro e Ricardo é estudante.
Q: Marcelo é engenheiro ou Ricardo é estudante.
Agora, vamos pensar em uma outra frase:
O dobro de 1 é 2? Se quisermos indicar quais proposições simples fazem
Sim, correto? parte da proposição composta:
Correto. Mas é uma proposição?
Não! Porque sentenças interrogativas, não podemos P(p,q)
declarar se é falso ou verdadeiro.
Se pensarmos em gramática, teremos uma proposição
Bruno, vá estudar. composta quando tiver mais de um verbo e proposição
É uma declaração imperativa, e da mesma forma, não simples, quando tiver apenas 1. Mas, lembrando que para
conseguimos definir se é verdadeiro ou falso, portanto, não ser proposição, temos que conseguir definir o valor lógico.
é proposição.
Conectivos
Passei! Agora vamos entrar no assunto mais interessante: o
Ahh isso é muito bom, mas infelizmente, não podemos que liga as proposições.
de qualquer forma definir se é verdadeiro ou falso, porque Antes, estávamos vendo mais a teoria, a partir dos co-
é uma sentença exclamativa. nectivos vem a parte prática.
Vamos ver alguns princípios da lógica:
Definição
Palavras que se usam para formar novas proposições,
I. Princípio da não Contradição: uma proposição não
a partir de outras.
pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
II. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição
Vamos pensar assim: conectivos? Conectam alguma
“ou” é verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se
coisa?
sempre um desses casos e nunca um terceiro caso.
Sim, vão conectar as proposições, mas cada conetivo
terá um nome, vamos ver?

19
RACIOCÍNIO LÓGICO

-Negação -Condicional
Extenso: Se...,então..., É necessário que, Condição ne-
cessária
Símbolo: →

Exemplo Exemplos
p: Lívia é estudante. p→q: Se chove, então faz frio.
~p: Lívia não é estudante. p→q: É suficiente que chova para que faça frio.
p→q: Chover é condição suficiente para fazer frio.
q: Pedro é loiro. p→q: É necessário que faça frio para que chova.
¬q: É falso que Pedro é loiro. p→q: Fazer frio é condição necessária para chover.

r: Érica lê muitos livros. -Bicondicional


~r: Não é verdade que Érica lê muitos livros. Extenso: se, e somente se, ...
Símbolo:↔
s: Cecilia é dentista.
¬s: É mentira que Cecilia é dentista. p: Lucas vai ao cinema
q: Danilo vai ao cinema.
-Conjunção
p↔q: Lucas vai ao cinema se, e somente se, Danilo vai
ao cinema.

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemá-
tica – São Paulo: Nobel – 2002.
Nossa, são muitas formas de se escrever com a con-
junção.
Não precisa decorar todos, alguns são mais usuais: “e”,
“mas”, “porém” Questões

Exemplos 01. (IFBAIANO – Assistente em Administração –


p: Vinícius é professor. FCM/2017) Considere que os valores lógicos de p e q são
q: Camila é médica. V e F, respectivamente, e avalie as proposições abaixo.
p∧q: Vinícius é professor e Camila é médica. I- p → ~(p ∨ ~q) é verdadeiro
p∧q: Vinícius é professor, mas Camila é médica. II- ~p → ~p ∧ q é verdadeiro
p∧q: Vinícius é professor, porém Camila é médica. III- p → q é falso
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q é falso
- Disjunção
Está correto apenas o que se afirma em:

(A) I e III.
(B) I, II e III.
p: Vitor gosta de estudar. (C) I e IV.
q: Vitor gosta de trabalhar (D) II e III.
(E) III e IV.
p∨q: Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de traba- 02. (TERRACAP – Técnico Administrativo – QUA-
lhar. DRIX/2017) Sabendo-se que uma proposição da forma
“P→Q” — que se lê “Se P, então Q”, em que P e Q são pro-
- Disjunção Exclusiva posições lógicas — é Falsa quando P é Verdadeira e Q é Fal-
sa, e é Verdadeira nos demais casos, assinale a alternativa
Extensa: Ou...ou... que apresenta a única proposição Falsa.
Símbolo: ∨
(A) Se 4 é um número par, então 42 + 1 é um número
p: Vitor gosta de estudar. primo.
q: Vitor gosta de trabalhar (B) Se 2 é ímpar, então 22 é par.
(C) Se 7 × 7 é primo, então 7 é primo.
p∨q Ou Vitor gosta de estudar ou Vitor gosta de tra- (D) Se 3 é um divisor de 8, então 8 é um divisor de 15.
balhar. (E) Se 25 é um quadrado perfeito, então 5 > 7.

20
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. (IFBAIANO – Assistente Social – FCM/2017) 06. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS-
Segundo reportagem divulgada pela Globo, no dia CONCURSOS/2017) Qual das seguintes sentenças é classifi-
17/05/2017, menos de 40% dos brasileiros dizem praticar cada como uma proposição simples?
esporte ou atividade física, segundo dados da Pesquisa Na-
cional por Amostra de Domicílios (Pnad)/2015. Além disso, (A) Será que vou ser aprovado no concurso?
concluiu-se que o número de praticantes de esporte ou de (B) Ele é goleiro do Bangu.
atividade física cresce quanto maior é a escolaridade. (C) João fez 18 anos e não tirou carta de motorista.
(Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/menos- (D) Bashar al-Assad é presidente dos Estados Unidos.
de-40-dos-brasileiros-dizem-praticar-esporte-ou-ativida-
de-fisica-futebol-e-caminhada-lideram-praticas.ghtml. 07.(EBSERH – Assistente Administrativo – IBFC/2017)
Acesso em: 23 abr. 2017). Assinale a alternativa incorreta com relação aos conectivos ló-
Com base nessa informação, considere as proposições gicos:
p e q abaixo:
(A) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos,
então a conjunção entre elas têm valor lógico falso.
p: Menos de 40% dos brasileiros dizem praticar esporte
(B) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos,
ou atividade física
então a disjunção entre elas têm valor lógico falso.
q: O número de praticantes de esporte ou de atividade (C) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos,
física cresce quanto maior é a escolaridade então o condicional entre elas têm valor lógico verdadeiro.
(D) Se os valores lógicos de duas proposições forem fal-
Considerando as proposições p e q como verdadeiras, sos, então o bicondicional entre elas têm valor lógico falso.
avalie as afirmações feitas a partir delas. (E) Se os valores lógicos de duas proposições forem falsos,
então o bicondicional entre elas têm valor lógico verdadeiro.
I- p ∧ q é verdadeiro
II- ~p ∨ ~q é falso 08. (DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de di-
III- p ∨ q é falso reito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua
IV- ~p ∧ q é verdadeiro própria legenda, na qual identificava, por letras, algumas afir-
mações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava
Está correto apenas o que se afirma em: por meio de sentenças (proposições). No seu vocabulário par-
ticular constava, por exemplo:
(A) I e II.
(B) II e III. P: Cometeu o crime A.
(C) III e IV. Q: Cometeu o crime B.
(D) I, II e III. R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão
(E) II, III e IV. no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
04. (UFSBA - Administrador – UFMT /2017) Assinale
a alternativa que NÃO apresenta uma proposição. Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recor-
dar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
(A) Jorge Amado nasceu em Itabuna-BA. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o
(B) Antônio é produtor de cacau. item que se segue.
A proposição “Caso tenha cometido os crimes A e B,
(C) Jorge Amado não foi um grande escritor baiano.
não será necessariamente encarcerado nem poderá pagar
(D) Queimem os seus livros.
fiança” pode ser corretamente simbolizada na forma (P∧-
Q)→((~R)∨(~S)).
( )Certo ( )Errado
05. (EBSERH – Médico – IBFC/2017) Sabe-se que p,
q e r são proposições compostas e o valor lógico das pro- 09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Administrador
posições p e q são falsos. Nessas condições, o valor lógico - PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere-se a seguin-
da proposição r na proposição composta {[q v (q ^ ~p)] v r} te proposição: “Se chove, então Mariana não vai ao deserto”.
cujo valor lógico é verdade, é: Com base nela é logicamente correto afirmar que:
(A) Chover é condição necessária e suficiente para Maria-
(A) falso na ir ao deserto.
(B) inconclusivo (B) Mariana não ir ao deserto é condição suficiente para
(C) verdade e falso chover.
(D) depende do valor lógico de p (C) Mariana ir ao deserto é condição suficiente para cho-
(E) verdade ver.
(D) Não chover é condição necessária para Mariana ir ao
deserto.

21
RACIOCÍNIO LÓGICO

10. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi- 03. Resposta: A.


nistração – PREF. DE RIO DE JANEIRO/2016) Considere- p∧q é verdadeiro
se a seguinte proposição: ~p∨~q
F∨F
P: João é alto ou José está doente. F
p∨q
O conectivo utilizado na proposição composta P cha- V∨V
ma-se: V
(A) disjunção
(B) conjunção ~p∧q
(C) condicional F∧V
(D) bicondicional F

04. Resposta: D.
RESPOSTAS
As frases que você não consegue colocar valor lógico
(V ou F) não são proposições.
01. Resposta: D. Sentenças abertas, frases interrogativas, exclamativas,
I- p → ~(p ∨ ~q) imperativas
(V) →~(V∨V)
V→F
F 05. Resposta: E.
Sabemos que p e q são falsas.
II- ~p → ~p ∧ q q∧~p =F
F→F∧V q∨( q∧~p)
F→F F∨F
V F
Como a proposição é verdadeira, R deve ser verdadeira
III- p → q para a disjunção ser verdadeira.
V→F
F
06. Resposta: D.
IV- ~(~p ∨ q) → p ∧ ~q A única que conseguimos colocar um valor lógico.
~(F∨F) →V∧V A C é uma proposição composta.
V→V
→V
07. Resposta: D.
Observe que as alternativas D e E são contraditórias,
02. Resposta:.E. portanto uma delas é falsa.
Vamos fazer por alternativa: Se as duas proposições têm o mesmo valor lógico, a
(A) V→V bicondicional é verdadeira.
V
08. Resposta: Errado.
(B) F→V
“...encarcerado nem poderá pagar fiança”.
V
“Nem” é uma conjunção(∧)
(C)V→V
V 09. Resposta: D.
Não pode chover para Mariana ir ao deserto.
(D) F→F
V
10. Resposta: A.
(E) V→F O conectivo ou chama-se disjunção e também é repre-
F sentado simbolicamente por ∨

22
RACIOCÍNIO LÓGICO

Tabela-verdade - Conjunção
Com a tabela-verdade, conseguimos definir o valor
lógico de proposições compostas facilmente, analisando Eu comprei bala e chocolate, só vou me contentar se eu
cada coluna. tiver as duas coisas, certo?
Se eu tiver só bala não ficarei feliz, e nem se tiver só
Se tivermos uma proposição p, ela pode ter V(p)=V ou chocolate.
V(p)=F E muito menos se eu não tiver nenhum dos dois.
p
V p q p ∧q
V V V
F V F F
F V F
Quando temos duas proposições, não basta colocar só F F F
VF, será mais que duas linhas.

p q -Disjunção
V V
V F Vamos pensar na mesma frase anterior, mas com o co-
F V nectivo “ou”.
F F Eu comprei bala ou chocolate.
Eu comprei bala e também comprei o chocolate, está
certo pois poderia ser um dos dois ou os dois.
Observe, a primeira proposição ficou VVFF Se eu comprei só bala, ainda estou certa, da mesma
E a segunda intercalou VFVF. forma se eu comprei apenas chocolate.
Vamos raciocinar, com uma proposição temos 2 possi- Agora se eu não comprar nenhum dos dois, não dará
bilidades, com 2 proposições temos 4, tem que haver um certo.
padrão para se tornar mais fácil!
As possibilidades serão 2n, p q p ∨q
Onde:
n=número de proposições V V V
V F V
p q r F V V
V V V F F F
V F V
V V F -Disjunção Exclusiva
V F F
F V V Na disjunção exclusiva é diferente, pois OU comprei
chocolate OU comprei bala.
F F V
Ou seja, um ou outro, não posso ter os dois ao mesmo
F V F tempo.
F F F
p q p∨q
V V F
A primeira proposição, será metade verdadeira e me- V F V
tade falsa. F V V
A segunda, vamos sempre intercalar VFVFVF. F F F
E a terceira VVFFVVFF.
Agora, vamos ver a tabela verdade de cada um dos
operadores lógicos?

-Negação
p ~p
V F
F V

Se estamos negando uma coisa, ela terá valor lógico


oposto, faz sentido, não?

23
RACIOCÍNIO LÓGICO

-Condicional Princípio da não Contradição: uma proposição não


pode ser verdadeira “e” falsa ao mesmo tempo.
Se chove, então faz frio.
P ~p p∧~p ~(p∧p)
Se choveu, e fez frio V F F V
Estamos dentro da possibilidade.(V) F V F V
Choveu e não fez frio A proposição p∨ ~p é tautológica, pelo princípio do
Não está dentro do que disse. (F) Terceiro excluído.
Não choveu e fez frio.. Princípio do Terceiro Excluído: toda proposição “ou” é
Ahh tudo bem, porque pode fazer frio se não chover, certo?(V) verdadeira “ou” é falsa, isto é, verifica-se sempre um desses
casos e nunca um terceiro caso.
Não choveu, e não fez frio
Ora, se não choveu, não precisa fazer frio. (V)
P ~p p∨~p
V F V
p q p →q
F V V
V V V
V F F Esses são os exemplos mais simples, mas normalmente
F V V conseguiremos resolver as questões com base na tabela
F F V verdade, por isso insisto que a tabela verdade dos opera-
dores, têm que estar na “ponta da língua”, quase como a
tabuada da matemática.
-Bicondicional
Veremos outros exemplos
Ficarei em casa, se e somente se, chover.
Exemplo 1
Estou em casa e está chovendo.
Vamos pensar nas proposições
A ideia era exatamente essa. (V)
P: João é estudante
Q: Mateus é professor
Estou em casa, mas não está chovendo.
Se João é estudante, então João é estudante ou Mateus
Você não fez certo, era só pra ficar em casa se chovesse. (F)
é professor.
Eu sai e está chovendo. Em simbologia: p→p∨q
Aiaiai não era pra sair se está chovendo. (F)
Não estou em casa e não está chovendo. P Q pVq p→p∨q
Sem chuva, você pode sair, ta? (V) V V V V
V F V V
p q p ↔q F V V V
V V V F F F V
V F F
A coluna inteira da proposição composta deu verda-
F V F
deiro, então é uma tautologia.
F F V

Tentei deixar de uma forma mais simples, para entender a Exemplo 2


tabela verdade de cada conectivo, pois sei que será difícil para
decorar, mas se você lembrar das frases, talvez fique mais fácil. Com as mesmas proposições anteriores:
Bons estudos! Vamos às questões! João é estudante ou não é verdade que João é estu-
dante e Mateus é professor.
Tautologia p∨~(p∧q)

Definição: Chama-se tautologia, toda proposição compos- P Q p∧q ~(p∧q) p∨~(p∧q)


ta que terá a coluna inteira de valor lógico V. V V V F V
Podemos ter proposições SIMPLES que são falsas e se a V F F V V
coluna da proposição composta for verdadeira é tautologia. F V F V V
Vamos ver alguns exemplos. F F F V V

A proposição ~(p∧p) é tautologia, pelo Princípio da não Novamente, coluna deu inteira com valor lógico verda-
contradição. Está lembrado? deiro, é tautologia.

24
RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo 3 Completando a tabela, se necessário, assinale a opção


Se João é estudante ou não é estudante, então Mateus é que mostra, na ordem em que aparecem, os valores lógicos
professor. na coluna correspondente à proposição S, de cima para baixo.
(A) V / V / F / F / F / F / F / F
P Q ~p p∨~p p∨~p→q (B) V / V / F / V / V / F / F / V
V V F V V (C) V / V / F / V / F / F / F / V
V F F V F (D) V / V / V / V / V / V / V / V
F V V V V (E) V / V / V / F / V / V / V / F
F F V V V
03. (UTFPR – pedagogo – UTFPR/2017) A operação ló-
Deu uma falsa e agora? gica descrita pela tabela verdade da função Z, cujos operan-
Não é tautologia. dos são p e q, é:

Referências
ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática –
São Paulo: Nobel – 2002.

Questões

01. (TRT 7ªREGIÃO – Conhecimentos Básicos – CES- (A) Conjunção.


PE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P (B) Disjunção.
A empresa alegou ter pago suas obrigações previdenciárias, (C) Disjunção exclusiva.
mas não apresentou os comprovantes de pagamento; o juiz jul-
(D) Implicação.
gou, pois, procedente a ação movida pelo ex-empregado.
(E) Bicondicional.
A quantidade mínima de linhas necessárias na tabela-ver-
dade para representar todas as combinações possíveis para os
valores lógicos das proposições simples que compõem a propo- 04. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017) Con-
sição P do texto CB1A5AAA é igual a: sidere a tabela-verdade abaixo, em que nas duas primeiras
colunas encontram-se os valores-verdade de duas proposi-
(A) 32. ções A e B. Considere que V é usado para proposição verda-
(B) 4. deira e F para proposição falsa.
(C) 8.
(D) 16.

02. (SERES/PE – Agente de Segurança Penitenciária –


CESPE/2017) A partir das proposições simples P: “Sandra foi
passear no centro comercial Bom Preço”, Q: “As lojas do centro
comercial Bom Preço estavam realizando liquidação” e R: “San-
dra comprou roupas nas lojas do Bom Preço” é possível formar a
proposição composta S: “Se Sandra foi passear no centro comer-
cial Bom Preço e se as lojas desse centro estavam realizando li-
quidação, então Sandra comprou roupas nas lojas do Bom Preço Assinale a sequência que completa correta e respectiva-
ou Sandra foi passear no centro comercial Bom Preço”. Conside- mente a tabela com os valores-verdade de x, y, z, t.
rando todas as possibilidades de as proposições P, Q e R serem
verdadeiras (V) ou falsas (F), é possível construir a tabela-verdade (A) V, F, V, V
da proposição S, que está iniciada na tabela mostrada a seguir. (B) V, F, F, F
(C) F, V, V, F
(D) F, V, F, V

05. (AGREBRA – Técnico em Regulação – IBFC/2017)


Assinale a alternativa correta. O valor lógico do bicondicional
entre duas proposições é falso se:
(A) os valores lógicos das duas proposições forem falsos .
(B) o valor lógico de cada uma das proposições for ver-
dade.
(C) o valor lógico da primeira proposição for falso.
(D) o valor lógico da segunda proposição for falso.
(E) somente uma das proposições tiver valor lógico falso.

25
RACIOCÍNIO LÓGICO

06. (PREF. DE SÃO JOSÉ DO CERRITO/SC – Assitente 11. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere as
Social – IESES/2017) Assinale a alternativa INCORRETA so- seguintes proposições:
bre lógica proposicional:
I) p ∧ ~p
(A) A disjunção inclusiva é falsa apenas quando ambas II) p → ~p
as proposições são falsas. III) p ∨ ~p
(B) A negação de uma proposição é falsa se ela for ver- IV) p →~q
dadeira, e vice-versa.
(C) A conjunção é verdadeira apenas quando ambas as Assinale a alternativa correta.
proposições são verdadeiras.
(D) A implicação ou condicional é falsa quando ambas (A) Somente I e II são tautologias.
as proposições são falsas. (B) Somente II é tautologia.
(C) Somente III é tautologia.
07. (PREF. DE TANGUÁ/RJ – Fiscal de Tributos – MS- (D) Somente III e a IV são tautologias.
CONCURSOS/2017) A tabela-verdade da proposição (p (E) Somente a IV é tautologia.
->q) ^r <->(p^~r) possui:

(A) 4 linhas 12 (FUNDAÇÃO HEMOCENTRO DE BRASILIA/DF – Ad-


(B) 8 linhas ministração – IADES/2017) Assinale a alternativa que apre-
(C) 16 linhas senta uma tautologia.
(D) 32 linhas
(A) p∨(q∨~p)
(DPU – Analista – CESPE/2016) Um estudante de di- (B) (q→p) →(p→q)
reito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou (C) p→(p→q∧~q)
sua própria legenda, na qual identificava, por letras, algu- (D) p∨~q→(p→~q)
mas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e (E) p∨q→p∧q
as vinculava por meio de sentenças (proposições). No seu
vocabulário particular constava, por exemplo:
Respostas
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B. 01. Resposta: C.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclu- P: A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
são no regime fechado. denciárias.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança. Q: apresentou os comprovantes de pagamento.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não R: o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo
recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafian- ex-empregado.
çável. Número de linhas: 2³=8.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue


os itens que se seguem. 02. Resposta: D.
08. A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre ver- A proposição S é composta por: (p∧q)→(r∨p)
dadeira, independentemente das valorações de P e Q como P Q R p∧q r∨p S(p∧q)→(r∨p)
verdadeiras ou falsas.
( )certo V V V V V V
( )errado V V F V V V
V F V F V V
V F F F V V
09. Tendo como referência essa situação hipotética,
julgue o item que se segue. F V V F V V
A sentença P→S é verdadeira. F V F F F V
( )certo F F V F V V
( )errado
F F F F F V

10. Tendo como referência essa situação hipotética,


julgue o item que se segue. 03. Resposta: A.
A sentença Q→R é falsa. É uma conjunção, pois só é verdadeira quando as duas
( )certo proposições são verdadeiras.
( )errado

26
RACIOCÍNIO LÓGICO

04. Resposta:A. 10. Resposta: Errado.


A B ¬A ¬A ou B Se temos V(Q)=V
V V F V Para a proposição Q→R ser falsa, R deve ser falso.
V F F F Mas, se o crime B é inafiançável, então R é verdadeiro,
F V V V tornando Q→R verdadeira, por isso está errado.
F F V V
11. Resposta: C.
05. Resposta: E. P ou a própria negação é tautologia.
p q p ↔q
V V V
12. Resposta: A.
V F F
Antes de entrar em desespero que tenha que fazer to-
F V F
das as tabela verdade, vamos analisar:
F F V
Provavelmente terá uma alternativa que tenha uma
proposição com conectivo de disjunção e a negação:
06. Resposta: D. p∨~p
A condicional é falsa, apenas quando a primeira for Logo na alternativa A, percebemos que temos algo pa-
verdadeira e a segunda falsa. recido.
Para confirmar, podemos fazer a tabela verdade:

07. Resposta: B. P Q ~p q∨~p p∨(q∨~p)


São três proposições: 2³=8 V V F V V
V F F F V
F V V V V
08. Resposta: Certo. F F V V V
Analisando as duas tabelas, qualquer valor lógico que
colocarmos dará verdadeiro.
Exemplo:
V(P)=V EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS
V(Q)=V
V(~P)=F Diz-se que uma proposição P(p,q,r..) é logicamente
V(~Q)=F equivalente ou equivalente a uma proposição Q(p,r,s..) se as
V(P→Q)=V tabelas-verdade dessas duas proposições são IDÊNTICAS.
V(~Q→~P)=V Para indicar que são equivalentes, usaremos a seguinte
V((P→Q)↔((~Q→(~P))==V notação:
P(p,q,r..) ⇔ Q(p,r,s..)

-Condicional Essa parte de equivalência é um pouco mais chatinha,


p q p →q mas conforme estudamos, vou falando algumas dicas.
V V V
Regra da Dupla negação
V F F
~~p⇔p
F V V
F F V
p ~p ~~p
V F V
-Bicondicional F V F
p q p ↔q
V V V São iguais, então ~~p⇔p
V F F
F V F Regra de Clavius
F F V
~p→p⇔p

09. Resposta: Errado p ~p ~p→p


Apesar da tendência de falar que é verdadeira, pois fala V F V
que o crime B é inafiançável, logo A é pode optar por pagar F V F
a fiança, não é correto, pois não sabemos sobre o crime A,
se ele é inafiançável ou não.

27
RACIOCÍNIO LÓGICO

Regra de Absorção c) p ∨ q ⇔ q p
p→p∧q⇔p→q p q p∨q q∨p
V V F F
p q p∧q p→p∧q p→q V F V V
V V V V V F V V V
V F F F F F F F F
F V F V V
F F F V V d) p ↔ q ⇔ q ↔ p
p q p↔q q↔p
V V V V
Condicional V F F F
F V F F
Gostaria da sua atenção aqui, pois as condicionais são as F F V V
mais pedidas nos concursos
A condicional p→q e a disjunção ~p∨q, têm tabelas-ver-
dades idênticas Equivalências notáveis:

p ~p q p∧q p→q ~p∨q 1 - Distribuição (equivalência pela distributiva)


V F V V V V a) p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
V F F F F F
F V V F V V q p ∧ (q p∧ p (p ∧ q) ∨ (p
p q r
F V F F V V ∨r ∨ r) q ∧r ∧ r)
V V V V V V V V
Exemplo
V V F V V V F V
p: Coelho gosta de cenoura
q: Coelho é herbívoro. V F V V V F V V
V F F F F F F F
p→q: Se coelho gosta de cenoura, então coelho é herbí- F V V V F F F F
voro. F V F V F F F F
~p∨q: Coelha não gosta de cenoura ou coelho é herbívoro F F V V F F F F
F F F F F F F F
A condicional ~p→~q é equivalente a disjunção p∨~q
b) p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)
p q ~p ~q ~p→~q p∨~q
q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∧ (p
V V F F V V p q r
∧r ∧ r) q ∨r ∨ r)
V F F V V V V V V V V V V V
F V V F F F V V F F V V V V
F F V V V V V F V F V V V V
Equivalência fundamentais (Propriedades Fundamen- V F F F V V V V
tais): a equivalência lógica entre as proposições goza das pro- F V V V V V V V
priedades simétrica, reflexiva e transitiva. F V F F F V F F
F F V F F F V F
1 – Simetria (equivalência por simetria) F F F F F F F F
a) p ∧ q ⇔ q ∧ p
p q p∧q q∧p
2 - Associação (equivalência pela associativa)
V V V V a) p ∧ (q ∧ r) ⇔ (p ∧ q) ∧ (p ∧ r)
V F F F
F V F F q p ∧ (q p (p ∧ q) ∧ (p
p q r p∧q
F F F F ∧r ∧ r) ∧r ∧ r)
V V V V V V V V
b) p ∨ q ⇔ q ∨ p V V F F F V F F
p q p∨q q∨ p V F V F F F V F
V V V V V F F F F F F F
V F V V F V V V F F F F
F V V V F V F F F F F F
F F F F F F V F F F F F
F F F F F F F F

28
RACIOCÍNIO LÓGICO

b) p ∨ (q ∨ r) ⇔ (p ∨ q) ∨ (p ∨ r) 3º caso: (p → ~q) ⇔ (q → ~p)

q p ∨ (q p∨ p (p ∨ q) ∨ (p p q ~q p → ~q ~p q → ~p
p q r
∨r ∨ r) q ∨r ∨ r) V V F F F F
V V V V V V V V V F V V F V
V V F V V V V V F V F V V V
V F V V V V V V F F V V V V
V F F F V V V V
F V V V V V V V
F V F V V V F V 5 - Pela bicondicional
F F V V V F V V
F F F F F F F F a) (p ↔ q) ⇔ (p → q) ∧ (q → p), por definição

p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p)


3 – Idempotência V V V V V V
a) p ⇔ (p ∧ p) V F F F V F
Para ficar mais fácil o entendimento, vamos fazer duas
F V F V F F
colunas com p:
F F V V V V
p p p∧p
V V V b) (p ↔ q) ⇔ (~q → ~p) ∧ (~p → ~q)
F F F
p
b) p ⇔ (p ∨ p) ~q → ~p → (~q → ~p) ∧
p q ↔ ~q ~p
~p ~q (~p → ~q)
q
p p p ∨p V V V F F V V V
V V V V F F V F F V F
F F F F V F F V V F F
F F V V V V V V

4 - Pela contraposição: de uma condicional gera-se c) (p ↔ q) ⇔ (p ∧ q) ∨ (~p ∧ ~q)


outra condicional equivalente à primeira, apenas inverten-
do-se e negando-se as proposições simples que as com- p p
~p ∧ (p ∧ q) ∨ (~p
põem. p q ↔ ∧ ~p ~q
~q ∧ ~q)
q q
Da mesma forma que vimos na condicional mais acima, V V V V F F F V
temos outros modos de definir a equivalência da condicio- V F F F F V F F
nal que são de igual importância F V F F V F F F
F F V F V V V V
1º caso – (p → q) ⇔ (~q → ~p)

p q ~p ~q p→q ~q → ~p 6 - Pela exportação-importação


V V F F V V
V F F V F F [(p ∧ q) → r] ⇔ [p → (q → r)]
F V V F V V
F F V V V V p q r p∧q (p ∧ q) → r q→r p → (q → r)
V V V V V V V
V V F V F F F
2º caso: (~p → q) ⇔ (~q → p) V F V F V V V
V F F F V V V
p q ~p ~p → q ~q ~q → p F V V F V V V
V V F V F V F V F F V F V
V F F V V V F F V F V V V
F V V V F V F F F F V V V
F F V F V F

29
RACIOCÍNIO LÓGICO

Proposições Associadas a uma Condicional (se, en- 04. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário – FGV/2017)
tão) Considere a sentença: “Se Pedro é torcedor do Avaí e Marcela
não é torcedora do Figueirense, então Joana é torcedora da
Chama-se proposições associadas a p → q as três pro- Chapecoense”.
posições condicionadas que contêm p e q: Uma sentença logicamente equivalente à sentença dada é:
– Proposições recíprocas: p → q: q → p (A) Se Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
– Proposição contrária: p → q: ~p → ~q do Figueirense, então Joana não é torcedora da Chapecoense.
– Proposição contrapositiva: p → q: ~q → ~p (B) Se Pedro não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora
do Figueirense, então Joana não é torcedora da Chapecoense.
Observe a tabela verdade dessas quatro proposições: (C) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora
do Figueirense ou Joana é torcedora da Chapecoense.
q (D) Se Joana não é torcedora da Chapecoense, então Pedro
p→ ~p → ~q → não é torcedor do Avaí e Marcela é torcedora do Figueirense.
p q ~p ~q →
q ~q ~p (E) Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora do
p
V V F F V V V V Figueirense e Joana é torcedora da Chapecoense.
V F F V F V V F
F V V F V F F V 05. (IBGE – Analista Censitário – FGV/2017) Considere
F F V V V V V V como verdadeira a seguinte sentença: “Se todas as flores são
vermelhas, então o jardim é bonito”.
Observamos ainda que a condicional p → q e a sua É correto concluir que:
recíproca q → p ou a sua contrária ~p → ~q NÃO SÃO (A) se todas as flores não são vermelhas, então o jardim
EQUIVALENTES. não é bonito;
(B) se uma flor é amarela, então o jardim não é bonito;
(C) se o jardim é bonito, então todas as flores são verme-
Questões lhas;
(D) se o jardim não é bonito, então todas as flores não são
01. (TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário - VU- vermelhas;
NESP/2017) Uma afirmação equivalente para “Se estou (E) se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor
feliz, então passei no concurso” é: não é vermelha.

(A) Se passei no concurso, então estou feliz. 06. (POLITEC/MT – Papiloscopista – UFMT/2017) Uma
(B) Se não passei no concurso, então não estou feliz. proposição equivalente a Se há fumaça, há fogo, é:
(C) Não passei no concurso e não estou feliz. (A) Se não há fumaça, não há fogo.
(D) Estou feliz e passei no concurso. (B) Se há fumaça, não há fogo.
(E) Passei no concurso e não estou feliz. (C) Se não há fogo, não há fumaça.
(D) Se há fogo, há fumaça.
02. (UTFPR – Pedagogo – UTFPR/2017) Considere a
frase: 07. (DPE/RR – Técnico em Informática – INAZ DO
Se Marco treina, então ele vence a competição. PARÁ/2017) Diz-se que duas preposições são equivalentes
A frase equivalente a ela é: entre si quando elas possuem o mesmo valor lógico. A senten-
ça logicamente equivalente a: “ Se Maria é médica, então Victor
(A) Se Marco não treina, então vence a competição. é professor” é:
(B) Se Marco não treina, então não vence a competição. (A) Se Victor não é professor então Maria não é médica
(B) Se Maria não é médica então Victor não é professor
(C) Marco treina ou não vence a competição.
(C) Se Victor é professor, Maria é médica
(D) Marco treina se e somente se vence a competição.
(D) Se Maria é médica ou Victor é professor
(E) Marco não treina ou vence a competição.
(E) Se Maria é médica ou Victor não é professor
03. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES-
08. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador – PREF.
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho-
DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma proposição logicamente
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o
equivalente a “se eu não posso pagar um táxi, então vou de
próximo item.
ônibus” é a seguinte:
Do ponto de vista da lógica sentencial, a proposição P
(A) se eu não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
é equivalente a “Se pode mais, o indivíduo chora menos”. (B) se eu posso pagar um táxi, então não vou de ônibus
( ) Certo (C) se eu vou de ônibus, então não posso pagar um táxi
( ) Errado (D) se eu não vou de ônibus, então não posso pagar um
táxi

30
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. (PREF. DO RIO DE JANEIRO – Agente de Admi- 05. Resposta: E.


nistração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Uma pro- Equivalência: p→q⇔~q→~p
posição logicamente equivalente a “todo ato desonesto é Para negar Todos:
passível de punição” é a seguinte: Pelo menos faz o contrário, ou seja, no nosso caso, pelo
menos uma flor não é vermelha
(A) todo ato passível de punição é desonesto. ~p: Pelo menos uma flor não é vermelha
(B) todo ato não passível de punição é desonesto. Se o jardim não é bonito, então pelo menos uma flor não
(C) se um ato não é passível de punição, então não é é vermelha.
desonesto.
(D) se um ato não é desonesto, então não é passível 06. Resposta: C.
de punição. Nega as duas e troca de lado.
Se não há fogo, então não há fumaça.
10. (TJ/PI – Analista Judiciário – FGV/2015) Conside-
re a sentença: “Se gosto de capivara, então gosto de javali”. 07. Resposta: A.
Uma sentença logicamente equivalente à sentença Nega as duas e troca de lado.
dada é: Se Victor não é professor, então Maria não é medica.
(A) Se não gosto de capivara, então não gosto de javali.
(B) Gosto de capivara e gosto de javali. 08. Resposta: A.
(C) Não gosto de capivara ou gosto de javali. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p
(D) Gosto de capivara ou não gosto de javali. ~p∨q
(E) Gosto de capivara e não gosto de javali. Nesse caso, como temos apenas condicional nas alternativas.
Nega as duas e troca
p: não posso pagar um táxi
Respostas q: vou de ônibus
~p: Posso pagar um táxi
~q: Não vou de ônibus
01. Resposta: B.
Se não vou de ônibus, então posso pagar um táxi
p→q⇔~q→~p
p: Estou feliz
09. Resposta: C.
q: passei no concurso
Vamos pensar da seguinte maneira:
A equivalência ficaria:
Se todo ato é desonesto, então é passível de punição
Se não passei no concurso, então não estou feliz.
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
“~p∨q”
Nesse caso, as alternativas nos mostram condicional.
02. Resposta: E. Se um ato não é passível de punição, então não é desonesto.
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou
“~p∨q” 10. Resposta: C.
P: Marcos treina Lembra da tabela da teoria??
Q: ele vence a competição
p q p→q ~p ~p∨q
Marcos não treina ou ele vence a competição
V V V F V
V F F F F
03. Resposta: Certo. F V V V V
Uma dica é que normalmente quando tem vírgula é F F V V V
condicional, não é regra, mas acontece quando você não
Então
acha o conectivo.
p: Gosto de capivara
q: Gosto de javali
04. Resposta: C. Temos p→q e a equivalência pode ser ~q→~p, mas não
Temos p→q e a equivalência pode ser: “~q→~p” ou temos essa opção.
“~p∨q” Portanto, deve ser ~p∨q
~p: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torce- Não gosto de capivara ou gosto de javali.
dora do Figueirense
~q→~p: Se Joana não é torcedora da Chapecoense,
então Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é torcedora Referências
do Figueirense ALENCAR FILHO, Edgar de – Iniciação a lógica matemática
~p∨q: Pedro não é torcedor do Avaí ou Marcela é – São Paulo: Nobel – 2002.
torcedora do Figueirense ou Joana é torcedora da Chape- CABRAL, Luiz Cláudio Durão; NUNES, Mauro César de Abreu
coense. - Raciocínio lógico passo a passo – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

31
RACIOCÍNIO LÓGICO

LEIS DE DE MORGAN

Negação de uma proposição composta


Definição: Quando se nega uma proposição composta primitiva, gera-se outra proposição também composta e equi-
valente à negação de sua primitiva.
Ou seja, muitas vezes para os exercícios teremos que saber qual a equivalência da negação para compor uma frase, por
exemplo.

Negação de uma conjunção (Lei de Morgan)


Para negar uma conjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo conjunção pelo conectivo disjunção.

~(p ∧ q) ⇔ (~p ∨ ~q)

p q ~p ~q p∧q ~(p ∧ q) ~p ∨ ~q
V V F F V F F
V F F V F V V
F V V F F V V
F F V V F V V

Negação de uma disjunção (Lei de Morgan)


Para negar uma disjunção, basta negar as partes e trocar o conectivo-disjunção pelo conectivo-conjunção.

~(p ∨ q) ⇔ (~p ∧ ~q)

p q ~p ~q p∨q ~(p ∨ q) ~p ∧ ~q
V V F F V F F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V F V V

Resumindo as negações, quando é conjunção nega as duas e troca por “ou”


Quando for disjunção, nega tudo e troca por “e”.
Negação de uma disjunção exclusiva

~(p ∨ q) ⇔ (p ↔ q)

p q p∨q ~( p∨q) p↔q


V V F V V
V F V F F
F V V F F
F F F V V

Negação de uma condicional


Famoso MANE
Mantém a primeira e nega a segunda.

~(p → q) ⇔ (p ∧ ~q)

p q p→q ~q ~(p → q) p ∧ ~q
V V V F F F
V F F V V V
F V V F F V
F F V V F F

32
RACIOCÍNIO LÓGICO

Negação de uma bicondicional


~(p ↔ q) = ~[(p → q) ∧ (q → p)] ⇔ [(p ∧ ~q) ∨ (q ∧ ~p)]
~[(p → q) ∧ [(p ∧ ~q) ∨
P Q p ↔ q p → q q → p p → q) ∧ (q → p)] p ∧ ~q q ∧ ~p
(q → p)] (q ∧ ~p)]
V V V V V V F F F F
V F F F V F V V F V
F V F V F F V F V V
F F V V V V F F F F

Dupla negação (Teoria da Involução)


De uma proposição simples: p ⇔ ~ (~p)

P ~P ~ (~p)
V F V
F V F

b) De uma condicional: Definição: A dupla negação de uma condicional dá-se da seguinte forma: nega-se a 1ª parte da
condicional, troca-se o conectivo-condicional pela disjunção e mantém-se a 2a parte.
Demonstração: Seja a proposição primitiva: p → q nega-se pela 1a vez: ~(p → q) ⇔ p ∧ ~q nega-se pela 2a vez: ~(p
∧ ~q) ⇔ ~p ∨ q
Conclusão: Ao negarmos uma proposição primitiva duas vezes consecutivas, a proposição resultante será equivalente
à sua proposição primitiva. Logo, p → q ⇔ ~p ∨ q

Questões

01. (CORREIOS – Engenheiro de Segurança do Trabalho Júnior – IADES/2017) Qual é a negação da proposição
“Engenheiros gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.”?
(A) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(B) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos gostam de exatas.
(C) Engenheiros não gostam de biológicas ou médicos gostam de exatas.
(D) Engenheiros gostam de biológicas ou médicos não gostam de exatas.
(E) Engenheiros não gostam de biológicas e médicos não gostam de exatas.

02. (ARTES - Agente de Fiscalização à Regulação de Transporte - Tecnologia de Informação - FCC/2017) A afirma-
ção que corresponde à negação lógica da frase ‘Vendedores falam muito e nenhum estudioso fala alto’ é:
(A) ‘Nenhum vendedor fala muito e todos os estudiosos falam alto’.
(B) ‘Vendedores não falam muito e todos os estudiosos falam alto’.
(C) ‘Se os vendedores não falam muito, então os estudiosos não falam alto’.
(D) ‘Pelo menos um vendedor não fala muito ou todo estudioso fala alto’.
(E) ‘Vendedores não falam muito ou pelo menos um estudioso fala alto’

03. (IGP/RS – Perito Criminal 0 FUNDATEC/2017) A negação da proposição “Todos os homens são afetuosos” é:
(A) Toda criança é afetuosa.
(B) Nenhum homem é afetuoso.
(C) Todos os homens carecem de afeto.
(D) Pelo menos um homem não é afetuoso.
(E) Todas as mulheres não são afetuosas.

04. (TRT – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma afirmação que corresponda à negação lógica da afirmação: todos os
programas foram limpos e nenhum vírus permaneceu, é:
(A) Se pelo menos um programa não foi limpo, então algum vírus não permaneceu.
(B) Existe um programa que não foi limpo ou pelo menos um vírus permaneceu.
(C) Nenhum programa foi limpo e todos os vírus permaneceram.
(D) Alguns programas foram limpos ou algum vírus não permaneceu.
(E) Se algum vírus permaneceu, então nenhum programa foi limpos.

33
RACIOCÍNIO LÓGICO

05. (TRF 1ª REGIÃO – cargos de nível superior – CES- 09. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
PE/2017) Em uma reunião de colegiado, após a aprovação mação:
de uma matéria polêmica pelo placar de 6 votos a favor e 5 Ontem trovejou e não choveu.
contra, um dos 11 presentes fez a seguinte afirmação: “Bas- Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
ta um de nós mudar de ideia e a decisão será totalmente ta afirmação é
modificada.” (A) se ontem não trovejou, então não choveu.
Considerando a situação apresentada e a proposição (B) ontem trovejou e choveu.
correspondente à afirmação feita, julgue o próximo item. (C) ontem não trovejou ou não choveu.
(D) ontem não trovejou ou choveu.
A negação da proposição pode ser corretamente ex-
(E) se ontem choveu, então trovejou.
pressa por “Basta um de nós não mudar de ideia ou a deci-
são não será totalmente modificada”.
Certo Errado 10. (DPE/RS – Analista – FCC/2017) Considere a afir-
mação:
06. (TRF 1ª REGIÃO – Cargos de nível médio – CES- Se sou descendente de italiano, então gosto de macar-
PE/2017) A partir da proposição P: “Quem pode mais, cho- rão e gosto de parmesão.
ra menos.”, que corresponde a um ditado popular, julgue o Uma afirmação que corresponde à negação lógica des-
próximo item. ta afirmação é
A negação da proposição P pode ser expressa por (A) Sou descendente de italiano e, não gosto de macar-
“Quem não pode mais, não chora menos” rão ou não gosto de parmesão.
Certo Errado (B) Se não sou descendente de italiano, então não gos-
to de macarrão e não gosto de parmesão.
07. (CFF – Analista de Sistema – INAZ DO PARÁ/2017) (C) Se gosto de macarrão e gosto de parmesão, então
Dizer que não é verdade que “Todas as farmácias estão não sou descendente de italiano.
abertas” é logicamente equivalente a dizer que: (D) Não sou descendente de italiano e, gosto de ma-
carrão e não gosto de parmesão.
(A) “Toda farmácia está aberta”. (E) Se não gosto de macarrão e não gosto de parme-
são, então não sou descendente de italiano.
(B) “Nenhuma farmácia está aberta”.
(C) “Todas as farmácias não estão abertas”.
(D) “Alguma farmácia não está aberta”.
Respostas
(E) “Alguma farmácia está aberta”.
01. Resposta: A.
08. (TRT 7ª REGIÃO – Conhecimentos básicos cargos Nega as duas e muda o conectivo para ou
1, 2, 7 e 8 – CESPE/2017) Texto CB1A5AAA – Proposição P |Engenheiros não gostam de biológicas OU médicos
A empresa alegou ter pago suas obrigações previden- não gostam de exatas.
ciárias, mas não apresentou os comprovantes de paga-
mento; o juiz julgou, pois, procedente a ação movida pelo 02. Resposta: E.
ex-empregado. Nega as duas e coloca ou.
Proposição Q: A empresa alegou ter pago suas obriga- Vendedores não falam muito
ções previdenciárias, mas não apresentou os comprovantes Para negar nenhum, devemos colocar pelo menos e a
de pagamento. afirmativa
A proposição Q, anteriormente apresentada, está pre- Pelo menos um estudioso fala muito.
sente na proposição P do texto CB1A5AAA. OBS: Se fosse Todos a negação seria pelo menos 1 es-
A negação da proposição Q pode ser expressa por: tudioso não fala muito.

(A) A empresa não alegou ter pago suas obrigações 03. Resposta: D.
Para negar todos, colocamos pelo menos um...
previdenciárias ou apresentou os comprovantes de paga-
E negamos a frase.
mento.
Pelo menos um homem não é afetuoso.
(B) A empresa alegou ter pago suas obrigações previ-
denciárias ou não apresentou os comprovantes de paga- 04. Resposta:B.
mento. Negação de Todos: Pelo menos um (existe um, alguns)
(C)A empresa alegou ter pago suas obrigações previ- e a negação:
denciárias e apresentou os comprovantes de pagamento. Pelo menos um programa não foi limpo.
(D) A empresa não alegou ter pago suas obrigações Negação de nenhum : pelo menos um e a afirmação.
previdenciárias nem apresentou os comprovantes de pa- Pelo menos um vírus permaneceu.
gamento. Ou
Alguns vírus permaneceram.

34
RACIOCÍNIO LÓGICO

05. Resposta: Errado. Argumentos


CUIDADO!
O basta traz sentido de condicional. Um argumento é um conjunto finito de premissas (pro-
Se um de nós mudar de ideia, então a decisão será posições ), sendo uma delas a consequência das demais.
totalmente modificada. Tal premissa (proposição), que é o resultado dedutivo ou
Portanto, mantém a primeira e nega a segunda (MANÈ) consequência lógica das demais, é chamada conclusão. Um
Basta um de nós mudar de ideia e a decisão não será argumento é uma fórmula: P1 ∧ P2 ∧ ... ∧ Pn → Q
totalmente modificada. OBSERVAÇÃO: A fórmula argumentativa P1 ∧ P2 ∧ ...
∧ Pn → Q, também poderá ser representada pela seguinte
06. Resposta: Errado. forma:
Negação de uma condicional: mantém a primeira e
nega a segunda.

07. Resposta: D.
Para negar todos: pelo menos uma, alguma, existe uma
Alguma farmácia não está aberta.

08. Resposta: A.
Nega as duas e troca por “e” por “ou” Argumentos válidos
A empresa não alegou ter pago suas obrigações previ-
denciárias ou apresentou os comprovantes de pagamento. Um argumento é válido quando a conclusão é verda-
deira (V), sempre que as premissas forem todas verdadeiras
09. Resposta: D. (V). Dizemos, também, que um argumento é válido quando
Negação de ontem trovejou: ontem não trovejou a conclusão é uma consequência obrigatória das verdades
Negação de não choveu: choveu de suas premissas.
Ontem não trovejou ou choveu.
Argumentos inválidos
10. Resposta: A.
Negação de condicional: mantém a primeira e nega a Um argumento é dito inválido (ou falácia, ou ilegítimo
segunda. ou mal construído), quando as verdades das premissas são
Negação de conjunção: nega as duas e troca “e” por insuficientes para sustentar a verdade da conclusão. Caso a
“ou” conclusão seja falsa, decorrente das insuficiências geradas
Vamos fazer primeiro a negação da conjunção: gosto pelas verdades de suas premissas, tem-se como conclusão
de macarrão e gosto de parmesão. uma contradição (F).
Não gosto de macarrão ou não gosto de parmesão. Métodos para testar a validade dos argumentos
(IFBA – Administrador – FUNRIO/2016) Ou João é cul-
Sou descendente de italiano e não gosto de macarrão pado ou Antônio é culpado. Se Antônio é inocente então
ou não gosto de parmesão. Carlos é inocente. João é culpado se e somente se Pedro é
inocente. Ora, Pedro é inocente. Logo:

(A) Pedro e Antônio são inocentes e Carlos e João são


culpados.
(B) Pedro e Carlos são inocentes e Antônio e João são
culpados.
(C) Pedro e João são inocentes e Antônio e Carlos são
culpados.
(D) Antônio e Carlos são inocentes e Pedro e João são
culpados.
(E) Antônio, Carlos e Pedro são inocentes e João é cul-
pado.

Resposta: E.
Vamos começar de baixo pra cima.

Ou João é culpado ou Antônio é culpado.


Se Antônio é inocente então Carlos é inocente
João é culpado se e somente se Pedro é inocente
Ora, Pedro é inocente
(V)

35
RACIOCÍNIO LÓGICO

Sabendo que Pedro é inocente, 03. (PC/AC – Agente de Polícia Civil – IBADE/2017)
João é culpado se e somente se Pedro é inocente Sabe-se que se Zeca comprou um apontador de lápis azul,
João é culpado, pois a bicondicional só é verdadeira se então João gosta de suco de laranja. Se João gosta de suco
ambas forem verdadeiras ou ambas falsas. de laranja, então Emílio vai ao cinema. Considerando que
Emílio não foi ao cinema, pode-se afirmar que:
João é culpado se e somente se Pedro é inocente (A) Zeca não comprou um apontador de lápis azul.
(V) (V) (B) Emílio não comprou um apontador de lápis azul.
Ora, Pedro é inocente (C) Zeca não gosta de suco de laranja.
(V) (D) João não comprou um apontador de lápis azul.
(E) Zeca não foi ao cinema.
Sabendo que João é culpado, vamos analisar a primeira
premissa 04. (UFSBA – Administrador – UFMT/2017) São da-
Ou João é culpado ou Antônio é culpado. dos os seguintes argumentos:
Então, Antônio é inocente, pois a disjunção exclusiva só ARGUMENTO 1
é verdadeira se apenas uma das proposições for.
P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é so-
Se Antônio é inocente então Carlos é inocente teropolitana.
Carlos é inocente, pois sendo a primeira verdadeira, a P2: Iracema é soteropolitana.
condicional só será verdadeira se a segunda proposição C:
também for.
ARGUMENTO 2
Então, temos: P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é pro-
Pedro é inocente, João é culpado, Antônio é inocente e dutora de cacau.
Carlos é inocente. P2: Aurélia não é ilheense.
C:
Questões
ARGUMENTO 3
P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista.
01. (PREF. DE SALVADOR – Técnico de Nível Supe-
P2: Lucíola não é bailarina.
rior – FGV/2017) Carlos fez quatro afirmações verdadeiras
C:
sobre algumas de suas atividades diárias:
▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda.
▪ Almoço, ou vou à academia. ARGUMENTO 4
▪ Vou ao restaurante, ou não almoço. P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá.
▪ Visto bermuda, ou não vou à academia. P2: Cecília não gosta de vatapá.
C:
Certo dia, Carlos vestiu uma calça pela manhã.
Pode-se inferir que
É correto concluir que Carlos: (A) Lucíola é turista.
(B) Cecília é baiana.
(A) almoçou e foi à academia. (C) Aurélia é produtora de cacau.
(B) foi ao restaurante e não foi à academia. (D) Iracema gosta de acarajé.
(C) não foi à academia e não almoçou.
(D) almoçou e não foi ao restaurante. 05. (COPERGAS/PE – Auxiliar Administrativo –
(E) não foi à academia e não almoçou. FCC/2016) Considere verdadeiras as afirmações a seguir:
I. Laura é economista ou João é contador.
02. (TRT 12ª REGIÃO – Analista Judiciário- II. Se Dinorá é programadora, então João não é con-
FGV/2017) Sabe-se que: tador.
III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro.
• Se X é vermelho, então Y não é verde. IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista.
• Se X não é vermelho, então Z não é azul.
• Se Y é verde, então Z é azul. A partir dessas informações é possível concluir, corre-
tamente, que :
Logo, deduz-se que:
(A) Beatriz é digitadora.
(A) X é vermelho; (B) João é contador.
(B) X não é vermelho; (C) Dinorá é programadora.
(C) Y é verde; (D) Beatriz não é digitadora.
(D) Y não é verde; (E) João não é contador.
(E) Z não é azul.

36
RACIOCÍNIO LÓGICO

06. (MPE/RJ – Analista do Ministério Público – Assim, uma conclusão necessariamente verdadeira é a
FGV/2016) Sobre as atividades fora de casa no domingo, seguinte:
Carlos segue fielmente as seguintes regras: (A) André não gosta de chuchu se, e somente se, Daniel
- Ando ou corro. gosta de cenoura.
- Tenho companhia ou não ando. (B) Se André não gosta de chuchu, então Daniel gosta
- Calço tênis ou não corro. de cenoura.
Domingo passado Carlos saiu de casa de sandálias. (C) Ou André gosta de chuchu ou Daniel não gosta de
É correto concluir que, nesse dia, Carlos: cenoura.
(A) correu e andou; (D) André gosta de chuchu ou Daniel gosta de cenoura.
(B) não correu e não andou;
(C) andou e não teve companhia; 10. (DPU – Agente Administrativo – CESPE/2016)
(D) teve companhia e andou; Considere que as seguintes proposições sejam verdadeiras.
(E) não correu e não teve companhia.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema.
07. (PREF. DE SÃO PAULO – Assistente de Gestão de • Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
Políticas Públicas – CESPE/2016) As proposições seguin- • Quando Cláudio sai de casa, não faz frio.
tes constituem as premissas de um argumento. • Quando Fernando está estudando, não chove.
• Durante a noite, faz frio.
• Bianca não é professora.
• Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é Tendo como referência as proposições apresentadas,
professora. julgue o item subsecutivo.
• Se Ana não trabalha na área de informática, então Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estu-
Paulo é técnico de contabilidade. dando.
• Carlos é especialista em recursos humanos, ou Ana ( ) certo
não trabalha na área de informática, ou Bianca é professora. ( ) errado

Assinale a opção correspondente à conclusão que tor-


na esse argumento um argumento válido. Respostas
(A) Carlos não é especialista em recursos humanos e
Paulo não é técnico de contabilidade.
(B) Ana não trabalha na área de informática e Paulo é 01. Resposta: B.
técnico de contabilidade. ▪ De manhã, ou visto calça, ou visto bermuda.
(C) Carlos é especialista em recursos humanos e Ana ▪ Almoço, ou vou à academia.
trabalha na área de informática. V f
(D) Bianca não é professora e Paulo é técnico de con- ▪ Vou ao restaurante, ou não almoço.
tabilidade. V F
(E) Paulo não é técnico de contabilidade e Ana não tra- ▪ Visto bermuda, ou não vou à academia.
balha na área de informática. F V

08. (PREF. DE SÃO GONÇALO – Analista de Contabi-


lidade – BIORIO/2016) Se Ana gosta de Beto, então Beto 02. Resposta: D.
ama Carla. Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz. Vamos tentar fazendo que X é vermelho para ver se
Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora. Mas todos vão ter valor lógico correto.
Luiz não briga com Débora. Assim:
(A) Ana gosta de Beto e Beto ama Carla. • Se X é vermelho, então Y não é verde.
(B) Débora não ama Luiz e Ana não gosta de Beto. V V
(C) Débora ama Luiz e Ana gosta de Beto. • Se Y é verde, então Z é azul.
(D) Ana não gosta de Beto e Beto não ama Carla. F F/V
(E) Débora não ama Luiz e Ana gosta de Beto. • Se X não é vermelho, então Z não é azul.
F F/V
09. (PREF. DE RIO DE JANEIRO – Administrador –
PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Considerem-se verda- Se x não é vermelho:
deiras as seguintes proposições: • Se X é vermelho, então Y não é verde.
F V
P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be- • Se Y é verde, então Z é azul.
terraba. F F
P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos-
ta de jiló. • Se X não é vermelho, então Z não é azul.
P3: Carlos gosta de jiló e Daniel não gosta de cenoura. V V

37
RACIOCÍNIO LÓGICO

03. Resposta: A. 06. Resposta: D.


Considerando que Emílio não foi ao cinema: - Calço tênis ou não corro.
F V
Se João gosta de suco de laranja, então Emílio vai ao cinema.
F F - Ando ou corro.
Zeca comprou um apontador de lápis azul, então João gosta V F
de suco de laranja. - Tenho companhia ou não ando.
F F V F
Resumindo: ele calçou sandálias, andou e teve com-
panhia.
04. Resposta: A.
Vamos analisar por alternativa, pois fica mais fácil que anali-
sar cada argumento.
07. Resposta: C.
OBS: Como a alternativa certa é a A, analisarei todas as alter-
• Bianca não é professora.(V)
nativas, para mostrar o porquê de ser essa a correta.
• Se Paulo é técnico de contabilidade, então Bianca é
professora.
(A) Lucíola é turista.
Eu acho mais fácil fazer sempre com as premissas verdadei- F F
ras. • Se Ana não trabalha na área de informática, então
ARGUMENTO 3 Paulo é técnico de contabilidade.
P1: Lucíola é bailarina ou Lucíola é turista. F F
F V • Carlos é especialista em recursos humanos,
P2: Lucíola não é bailarina.(V) V
ou Ana não trabalha na área de informática, ou Bianca
(B) Cecília é baiana é professora.
P1: Se Cecília é baiana, então Cecília gosta de vatapá. F F
V F
P2: Cecília não gosta de vatapá.
08. Resposta: D.
Mas se Cecília não gosta de vatapá a P2 seria incorreta, por Sabendo que Luiz não briga com Débora
isso não é essa alternativa. Se Débora não ama Luiz, então Luiz briga com Débora.
F F
(C) Aurélia é produtora de cacau . Se Beto ama Carla, então Débora não ama Luiz
P1: Se Aurélia não é ilheense, então Aurélia não é produtora F F
de cacau. Se Ana gosta de Beto, então Beto ama Carla.
F F F V
P2: Aurélia não é ilheense.
Aurélia seria ilheense.
09 Resposta: C.
(D) Iracema gosta de acarajé. Vamos começar pela P3, pois é uma conjunção, assim
P1: Iracema não gosta de acarajé ou Iracema não é sotero-
é mais fácil definirmos o valor lógico de cada proposição.
politana.
Para a conjunção ser verdadeira, as duas proposições
F V
devem ser verdadeiras.
P2: Iracema é soteropolitana.(F)
Portanto:
Também entrou em contradição.
Carlos gosta de jiló.
Daniel não gosta de cenoura.
05. Resposta: B. P2: Se Bruno gosta de beterraba, então Carlos não gos-
Começamos sempre pela conjunção. ta de jiló.
IV. Roberto é engenheiro e Laura não é economista. Carlos não gosta de jiló. (F)
V V e par a condicional ser verdadeira a primeira também
deve ser falsa.
I. Laura é economista ou João é contador. Bruno gosta de beterraba. (F)
F V
P1: André não gosta de chuchu ou Bruno gosta de be-
II. Se Dinorá é programadora, então João não é contador. terraba.
F F A segunda é falsa, e para a disjunção ser verdadeira, a
primeira é verdadeira.
III. Beatriz é digitadora ou Roberto é engenheiro. André não gosta de chuchu. (V).
V/F V

38
RACIOCÍNIO LÓGICO

Vamos enumerar as verdadeiras: Quando “todo A é B” é verdadeira, vamos ver como


1- Carlos gosta de jiló. ficam os valores lógicos das outras?
2-Daniel não gosta de cenoura. Pensemos nessa frase: Toda criança é linda.
3-Bruno não gosta de beterraba
4-André não gosta de chuchu Nenhum A é B é necessariamente falsa.
(A) na bicondicional, as duas deveriam ser verdadeiras, Nenhuma criança é linda, mas eu não acabei de falar
ou as duas falsas que TODA criança é linda? Por isso é falsa.
(B) como a primeira proposição é verdadeira, a segun-
da também deveria ser. Algum A é B é necessariamente verdadeira
(D) Como a primeira é falsa, a segunda deveria ser ver- Alguma Criança é linda, sim, se todas são 1, 2, 3...são
dadeira. lindas.

Algum A não é B necessariamente falsa, pois A está


10.Resposta: Errado
contido em B.
Alguma criança não é linda, bem como já vimos impos-
• Durante a noite, faz frio.
sível, pois todas são.
V

• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Nenhum A é B.


F F
A e B não terão elementos em comum.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema.
V V

• Quando chove, Maria não vai ao cinema.


F F

• Quando Fernando está estudando, não chove.


V/F V
Portanto, Se Maria foi ao cinema, então Fernando es-
tava estudando.
Não tem como ser julgado.

Diagramas Lógicos Quando “nenhum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
As questões de Diagramas lógicos envolvem as pro-
posições categóricas (todo, algum, nenhum), cuja solução Frase: Nenhum cachorro é gato. (sim, eu sei. Frase ex-
requer que desenhemos figuras, os chamados diagramas. trema, mas assim é bom para entendermos..hehe)
Definição das proposições Todo A é B é necessariamente falsa.
Todo cachorro é gato, faz sentido? Nenhum, não é?
Todo A é B.
Algum A é B é necessariamente falsa.
O conjunto A está contido no conjunto B, assim todo
Algum cachorro é gato, ainda não faz sentido.
elemento de A também é elemento de B.
Podemos representar de duas maneiras:
Algum A não é B necessariamente verdadeira.
Algum cachorro não é gato, ah sim espero que todos
não sejam mas, se já está dizendo algum vou concordar.

Algum A é B.

Quer dizer que há pelo menos 1 elemento de A em


comum com o conjunto B.

39
RACIOCÍNIO LÓGICO

Temos 4 representações possíveis: Quando “algum A é B” é verdadeira, vamos ver como


ficam os valores lógicos das outras?
a) os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen- Frase: Algum copo é de vidro.
tos em comum.
Nenhum A é B é necessariamente falsa
Nenhum copo é de vidro, com frase fica mais fácil né?
Porque assim, conseguimos ver que é falsa, pois acabei de
falar que algum copo é de vidro, ou seja, tenho pelo menos
1 copo de vidro.

Todo A é B , não conseguimos determinar, podendo ser


verdadeira ou falsa (podemos analisar também os diagra-
mas mostrados nas figuras a e c)
Todo copo é de vidro.
Pode ser que sim, ou não.
b) Todos os elementos de A estão em B.
Algum A não é B não conseguimos determinar, poden-
do ser verdadeira ou falsa(contradiz com as figuras b e d)
Algum copo não é de vidro, como não sabemos se to-
dos os copos são de vidros, pode ser verdadeira.

Algum A não é B.
O conjunto A tem pelo menos um elemento que não
pertence ao conjunto B.

Aqui teremos 3 modos de representar:

a) Os dois conjuntos possuem uma parte dos elemen-


tos em comum

c) Todos os elementos de B estão em A.

b) Todos os elementos de B estão em A.

d) O conjunto A é igual ao conjunto B.

40
RACIOCÍNIO LÓGICO

c) Não há elementos em comum entre os dois conjun- Representação de uma proposição quantificada
tos
(∀x)(x ∈ N)(x + 3 > 15)
Quantificador: ∀
Condição de existência da variável: x ∈ N .
Predicado: x + 3 > 15.

(∃x)[(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)]
Quantificador: ∃
Condição de existência da variável: não há.
Predicado: “(x + 1 = 4) ∧ (7 + x = 10)”.
Quando “algum A não é B” é verdadeira, vamos ver como
ficam os valores lógicos das outras? Negações de proposições quantificadas ou funcionais
Vamos fazer a frase contrária do exemplo anterior Seja uma sentença (∀x)(A(x)).
Frase: Algum copo não é de vidro. Negação: (∃x)(~A(x))
Nenhum A é B é indeterminada (contradição com as fi- Exemplo
guras a e b) (∀x)(2x-1=3)
Nenhum copo é de vidro, algum não é, mas não sei se Negação: (∃x)(2x-1≠3)
todos não são de vidro.

Todo A é B , é necessariamente falsa Seja uma sentença (∃x)(Q(x)).


Todo copo é de vidro, mas eu disse que algum copo não Negação: (∀x)(~Q(x)).
era. (∃x)(2x-1=3)
Negação: (∀x)(2x-1≠3)
Algum A é B é indeterminada
Algum copo é de vidro, não consigo determinar se tem
algum de vidro ou não.
Questões
Quantificadores são elementos que, quando associados
01. (UFES - Assistente em Administração –
às sentenças abertas, permitem que as mesmas sejam avalia-
UFES/2017) Em um determinado grupo de pessoas:
das como verdadeiras ou falsas, ou seja, passam a ser qualifi-
cadas como sentenças fechadas.
• todas as pessoas que praticam futebol também pra-
O quantificador universal ticam natação,
• algumas pessoas que praticam tênis também prati-
O quantificador universal, usado para transformar sen- cam futebol,
tenças (proposições) abertas em proposições fechadas, é in- • algumas pessoas que praticam tênis não praticam
dicado pelo símbolo “∀”, que se lê: “qualquer que seja”, “para natação.
todo”, “para cada”.
É CORRETO afirmar que no grupo
Exemplo:
(∀x)(x + 2 = 6) (A) todas as pessoas que praticam natação também
Lê-se: “Qualquer que seja x, temos que x + 2 = 6” (falsa). praticam tênis.
É falso, pois não podemos colocar qualquer x para a afir- (B) todas as pessoas que praticam futebol também pra-
mação ser verdadeira. ticam tênis.
(C) algumas pessoas que praticam natação não prati-
O quantificador existencial cam futebol.
(D) algumas pessoas que praticam natação não prati-
O quantificador existencial é indicado pelo símbolo “∃” cam tênis.
que se lê: “existe”, “existe pelo menos um” e “existe um”. (E) algumas pessoas que praticam tênis não praticam
futebol.
Exemplos:
(∃x)(x + 5 = 9) 02. (TRT - 20ª REGIÃO /SE - Técnico Judiciário –
Lê-se: “Existe um número x, tal que x + 5 = 9” (verdadeira). FCC/2016) que todo técnico sabe digitar. Alguns desses
Nesse caso, existe um número, ahh tudo bem...claro que técnicos sabem atender ao público externo e outros desses
existe algum número que essa afirmação será verdadeira. técnicos não sabem atender ao público externo. A partir
dessas afirmações é correto concluir que:
Ok?? Sem maiores problemas, certo?

41
RACIOCÍNIO LÓGICO

(A) os técnicos que sabem atender ao público externo 06. (EMSERH - Auxiliar Administrativo – FUN-
não sabem digitar. CAB/2016) Considere que as seguintes afirmações são
(B) os técnicos que não sabem atender ao público ex- verdadeiras:
terno não sabem digitar.
(C) qualquer pessoa que sabe digitar também sabe “Algum maranhense é pescador.”
atender ao público externo. “Todo maranhense é trabalhador.”
(D) os técnicos que não sabem atender ao público ex-
terno sabem digitar. Assim pode-se afirmar, do ponto de vista lógico, que:
(E) os técnicos que sabem digitar não atendem ao pú-
blico externo. (A) Algum maranhense pescador não é trabalhador
(B) Algum maranhense não pescar não é trabalhador
03. (COPERGAS – Auxiliar Administrativo – (C) Todo maranhense trabalhadoré pescador
FCC/2016) É verdade que existem programadores que não (D) Algum maranhense trabalhador é pescador
gostam de computadores. A partir dessa afirmação é cor- (E) Todo maranhense pescador não é trabalhador.
reto concluir que:

(A) qualquer pessoa que não gosta de computadores é 07. (PREF. DE RIO DE JANEIRO/RJ – Assistente Ad-
um programador. ministrativo – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2015) Em certa
(B) todas as pessoas que gostam de computadores não comunidade, é verdade que:
são programadores.
(C) dentre aqueles que não gostam de computadores, - todo professor de matemática possui grau de mestre;
alguns são programadores. - algumas pessoas que possuem grau de mestre gos-
(D) para ser programador é necessário gostar de com- tam de empadão de camarão;
putador. - algumas pessoas que gostam de empadão de cama-
(E) qualquer pessoa que gosta de computador será um rão não possuem grau de mestre.
bom programador.
Uma conclusão necessariamente verdadeira é:
04. (COPERGAS/PE - Analista Tecnologia da Infor-
mação (A) algum professor de matemática gosta de empadão
- FCC/2016) É verdade que todo engenheiro sabe ma- de camarão.
temática. É verdade que há pessoas que sabem matemática (B) nenhum professor de matemática gosta de empa-
e não são engenheiros. É verdade que existem administra- dão de camarão.
dores que sabem matemática. A partir dessas afirmações é (C) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
possível concluir corretamente que: gosta de matemática.
(D) alguma pessoa que gosta de empadão de camarão
(A) qualquer engenheiro é administrador. não é professor de matemática.
(B) todos os administradores sabem matemática.
(C) alguns engenheiros não sabem matemática.
(D) o administrador que sabe matemática é engenheiro. 08. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
(E) o administrador que é engenheiro sabe matemática. NESP/2015) Se todo estudante de uma disciplina A é tam-
bém estudante de uma disciplina B e todo estudante de
05. (CRECI 1ª REGIÃO/RJ – Advogado – MSCON- uma disciplina C não é estudante da disciplina B, e ntão é
CURSOS/2016) Considere como verdadeiras as duas pre- verdade que:
missas seguintes:
(A) algum estudante da disciplina A é estudante da dis-
I – Nenhum professor é veterinário; ciplina C.
II – Alguns agrônomos são veterinários. (B) algum estudante da disciplina B é estudante da dis-
ciplina C.
A partir dessas premissas, é correto afirmar que, neces- (C) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
sariamente: disciplina C.
(A) Nenhum professor é agrônomo. (D) nenhum estudante da disciplina B é estudante da
(B) Alguns agrônomos não são professores. disciplina A.
(C) Alguns professores são agrônomos. (E) nenhum estudante da disciplina A é estudante da
(D) Alguns agrônomos são professores. disciplina B.

42
RACIOCÍNIO LÓGICO

09. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- 03. Resposta: C.


NESP/2015) Considere verdadeira a seguinte afirmação:
“Todos os primos de Mirian são escreventes”.
Dessa afirmação, conclui­se corretamente que
(A) se Pâmela não é escrevente, então Pâmela não é
prima de Mirian.
(B) se Jair é primo de Mirian, então Jair não é escre-
vente.
(C) Mirian é escrevente
(D) Mirian não é escrevente.
(E) se Arnaldo é escrevente, então Arnaldo é primo de
Mirian

10. (DPE/MT – Assistente Administrativo –


FGV/2015) Considere verdadeiras as afirmações a seguir.
• Existem advogados que são poetas. 04. Resposta: E.
• Todos os poetas escrevem bem.
Com base nas afirmações, é correto concluir que
(A) se um advogado não escreve bem então não é poeta.
(B) todos os advogados escrevem bem.
(C) quem não é advogado não é poeta.
(D) quem escreve bem é poeta.
(E) quem não é poeta não escreve bem.

Respostas

01. Resposta: E.

05. Resposta: B.
Alguns agrônomos são veterinários e podem ser só
agrônomos.

02. Resposta: D.
Podemos excluir as alternativas que falam que não sa-
bem digitar, pois todos os técnicos sabem digitar.

06. Resposta: D.

43
RACIOCÍNIO LÓGICO

07. Resposta: D. 10. Resposta: A.


Se o advogado não escreve bem, ele faz parte da área
hachurada, portanto ele não é poeta.

Podemos ter esses dois modelos de diagramas:

(A) não está claro se os mestres que gostam de empa-


dão são professores ou não.
(B) podemos ter o primeiro diagrama Referências
(C) pode ser o segundo diagrama. Carvalho, S. Raciocínio Lógico Simplificado. Série Pro-
vas e Concursos, 2010.
08. Resposta: C.
O diagrama C deve ficar para fora, pois todo estudante
de C não é da disciplina B, ou seja, não tem ligação nenhu-
ma.

Assim, os estudantes da disciplina A, também não fa-


zem disciplina C e vice-versa.

09. Resposta: A.

Como Pâmela não é escrevente, ela está em um diagra-


ma a parte, então não é prima de Mirian.
Analisando as alternativas erradas:
(B) Todos os primos de primo são escrevente.
(C) e (D) Não sabemos se Mirian é escrevente ou não.
(E) Não necessariamente, pois há pessoas que são es-
creventes, mas não primos de Mirian.

44
RACIOCÍNIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

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RACIOCÍNIO LÓGICO

ANOTAÇÕES

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46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
1. Conhecimentos Básicos em Administração: características básicas das organizações, natureza, finalidade, evolução,
níveis e departamentalização; Funções do processo administrativo: planejamento, organização, direção e controle... 01
2. Técnicas de arquivo e controle de documentos: classificação, codificação, catalogação e arquivamento de documen-
tos................................................................................................................................................................................................................................... 11
3. Relações Humanas no Trabalho e Liderança: O papel do gestor, estilos de liderança, elementos da comunicação na
organização, fatores que influenciam na motivação (hierarquia de necessidades de Maslow e fatores higiênicos e moti-
vacionais de Herzberg............................................................................................................................................................................................ 35
4 . Elementos de Redação Oficial: aspectos gerais da redação oficial, o padrão ofício (partes do documento, aviso e
ofício, memorando), exposição de motivos, mensagem, correio eletrônico, parecer; orientações do Manual de Redação
da Presidência da República................................................................................................................................................................................. 45
5. Conhecimentos básicos em Administração de Patrimônio, Materiais e Logística: compras e contratações públicas
(legislação sobre licitações), coleta de preços, gestão e controle de estoque, distribuição de material, inventário de bens
patrimoniais. .............................................................................................................................................................................................................. 67
6. Administração Financeira e Orçamentária: o processo orçamentário (plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias,
lei orçamentária anual, lei de responsabilidade fiscal); classificação das receitas e despesas públicas................................. 76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Para Marcial (2008), cenários são ferramentas que têm
1. CONHECIMENTOS BÁSICOS EM por objetivo melhorar o processo decisório, com base no
ADMINISTRAÇÃO: CARACTERÍSTICAS estudo de possíveis ambientes futuros. De acordo com a
BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES, NATUREZA, autora, o estudo de cenários representa a ferramenta mais
adequada para a definição de estratégias em ambientes
FINALIDADE, EVOLUÇÃO, NÍVEIS E
turbulentos e incertos. Embora a prospectiva não se pro-
DEPARTAMENTALIZAÇÃO; FUNÇÕES
ponha eliminar essas incertezas, aponta meios de reduzi-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO: -las, possibilitando tomadas de decisão fundamentadas em
PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO futuros hipotéticos.
E CONTROLE.
O APERFEIÇOAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
BLICA
A partir de meados do século XX, a grande acelera-
Papel fundamental atribuído às organizações públicas ção das relações sociais e econômicas inviabilizou a con-
no mundo moderno é a de ampliar de forma sistêmica e tinuidade de uma administração pública essencialmente
integrada as oportunidades dos cidadãos. O Estado tem o burocrática. O modelo burocrático, na sua concepção, é
dever de estimular o desenvolvimento e a incorporação de dominado pelo determinismo e pela linearidade, em con-
novas tecnologias e inovações no setor público para que sequência disso é um modelo mais adaptado a um am-
sejam criadas as condições necessárias ao atendimento biente relativamente estável, de poucas transformações e
crescente das demandas sociais. mudanças razoavelmente previsíveis.
Para cumprir bem sua função, a administração pública O mundo globalizado, de mudanças constantes e im-
– órgãos e entidades – deve possuir os recursos adequa- previsíveis, bem como os avanços tecnológicos, impôs bar-
dos e o capital humano necessário de modo a atuar com reiras ao modelo burocrático. A gestão pública passou a
eficiência, eficácia e efetividade em benefício da sociedade. exigir maior agilidade, descentralizada, e controle de re-
Assim, para atuar de forma positiva em favor da sociedade, sultados. Surge então a necessidade de uma administração
é necessária a adoção de ferramentas que orientem a ad- pública gerencial.
ministração na melhoria de seu desempenho. A sociedade, por sua vez, clama por moralidade, pro-
A elaboração de um plano estratégico tem como ob- fissionalismo e excelência da administração pública, bem
jetivo principal fornecer direcionamento comum a ser se- como por melhor qualidade de vida e redução das desi-
guido por toda a organização, identificando responsabili- gualdades sociais. O cidadão vem deixando, gradualmen-
dades, garantindo alinhamento e oferecendo meios para te, de ser sujeito passivo e passa a exigir, em níveis pro-
medição do sucesso da estratégia de modo focado, visan- gressivos, melhores serviços, respeito à cidadania e mais
do o alcance dos objetivos institucionais e a maximização transparência, honestidade, economicidade e efetividade
dos resultados. no uso dos recursos públicos. Nesse aspecto, a busca pelo
Diante das rápidas e constantes mudanças que ocor- aperfeiçoamento e pela profissionalização da administra-
rem atualmente, a preocupação com o futuro tomou acen- ção pública assume papel fundamental na medida em que
tuada importância no mundo contemporâneo. No campo procura minimizar o desempenho do Estado brasileiro,
aproximando-o dos anseios da sociedade.
estratégico é consenso que o pensamento futuro é ele-
Papel fundamental atribuído às organizações públicas
mento fundamental para a manutenção das organizações
no mundo moderno é a de ampliar de forma sistêmica e
e de seus negócios.
integrada as oportunidades dos cidadãos. O Estado tem o
As organizações em geral, assim como as instituições
dever de estimular o desenvolvimento e a incorporação de
públicas sempre planejaram olhando para o passado e
novas tecnologias e inovações no setor público para que
para os resultados pretéritos.
sejam criadas as condições necessárias ao atendimento
Porter (1985) destaca que cenários constituem impor-
crescente das demandas sociais.
tante ferramenta para considerar o futuro no campo estra-
Para cumprir bem sua função, a administração pública –
tégico. Segundo o autor as técnicas de cenários permitem órgãos e entidades – deve possuir os recursos adequados e
a criação de visões de futuro consistentes. o capital humano necessário de modo atuar com eficiência,
Segundo Schwartz (2003) o objetivo da ferramenta de eficácia e efetividade em benefício da sociedade. Assim, faz-
cenários é tomar decisões estratégicas que sejam aceitá- -se necessário a mudança do um paradigma essencialmente
veis para todas as situações futuras possíveis. Não impor- burocrático para um gerencial focado em resultados.
ta o resultado futuro, a organização terá mais chances de O novo modelo de administração – gerencial focado
estar preparada para ele e possivelmente influenciá-lo se em resultados, surgiu como estratégia para reduzir custos
trabalhou e pensou seriamente sobre cenários. e tornar mais eficiente a administração dos recursos sob a
Ainda, segundo o autor, cenários prospectivos diz res- responsabilidade do Estado. No novo modelo de adminis-
peito a um processo continuado de pensar o futuro e de tração pública gerencial, o Estado tem o papel de assegurar
identificar elementos para melhorar a tomada de decisão, no interesse do cidadão-usuário, maior eficiência e quali-
levando-se em consideração suas inter-relações com o am- dade dos serviços públicos e não verificar exclusivamente
biente e suas variáveis incontroláveis. o cumprimento da legislação em vigor.

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
A nova administração pública tem como foco o atendimento das necessidades do cidadão. Para tanto, são empregados
diversas ferramentas gerenciais, entre elas a mudança na postura estratégica das organizações públicas.
A compreensão dos objetivos institucionais por parte dos servidores e o alinhamento de toda organização com as
estratégias traçadas são fatores preponderantes para garantir o sucesso e a sobrevivência da organização. Implementar
práticas que assegurem a utilização do capital intelectual de forma alinhada com a missão, objetivos estratégicos, valores
organizacionais e metas da instituição, visando à maximização dos resultados e a coerência com os princípios que devem
nortear as ações do setor público, são iniciativas necessárias e indispensáveis ao desenvolvimento de uma cultura orientada
a resultados.
Para atuar de forma positiva em favor da sociedade são essenciais a construção, a compreensão e a comunicação de
estratégias corporativas que assegurem resultados capazes de atender às expectativas do cidadão em relação à atuação e
ao papel conferido, ao longo da história, aos órgãos públicos brasileiros.
A busca da excelência organizacional deve nortear a administração pública, por meio do desempenho aprimorado das
funções administrativas. Pensar no aprimoramento dessas funções é pensar no conjunto das organizações do Setor Público
e de forma sistêmica. Reconhecer que ações de aprimoramento deve envolver todos os níveis organizacionais, todas as
unidades administrativas de modo a obter um comprometimento estratégico.

Sob o ponto de vista formal, uma organização empresarial consiste em um conjunto de encargos funcionais e hie-
rárquicos, orientados para o objetivo econômico de produzir bens ou serviços. A estrutura orgânica deste conjunto de
encargos está condicionada à natureza do ramo de atividade, aos meios de trabalho, às circunstâncias sócio-econômicas
da comunidade e à maneira de conceber a atividade empresarial. As principais características da organização formal são:
• 1. Divisão do Trabalho;
• 2. Especialização;
• 3. Hierarquia;
• 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade;
• 5. Racionalismo.

1. Divisão do Trabalho
O objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo de organização é a produção. Para ser eficiente, a pro-
dução deve basear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira pela qual um processo complexo pode
ser decomposto em uma série de pequenas tarefas. O procedimento de dividir o trabalho começou a ser praticado mais
intensamente com o advento da Revolução Industrial, provocando uma mudança radical no conceito de produção, prin-
cipalmente no fabrico maciço de grandes quantidades através do uso da máquina, substituindo o artesanato, e o uso do
trabalho especializado na linha de montagem. O importante era que cada pessoa pudesse produzir o máximo de unidades
dentro de um padrão aceitável, objetivo que somente poderia ser atingido automatizando a atividade humana ao repetir
a mesma tarefa várias vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível dos operários com a Administração Científica no
começo deste século.

2. Especialização
A especialização do trabalho proposta pela Administração Científica constitui uma maneira de aumentar a eficiência e
de diminuir os custos de produção. Simplificando as tarefas, atribuindo a cada posto de trabalho tarefas simples e repetiti-
vas que requeiram pouca experiência do executor e escassos conhecimentos prévios, reduzem-se os períodos de aprendi-
zagem, facilitando substituições de uns indivíduos por outros, permitindo melhorias de métodos de incentivos no trabalho
e, consequentemente, aumentando o rendimento de produção.

3. Hierarquia
Uma das consequências do princípio da divisão do trabalho é a diversificação funcional dentro da organização. Porém,
uma pluralidade de funções desarticuladas entre si não forma uma organização eficiente. Como decorrência das funções
especializadas, surge inevitavelmente a de comando, para dirigir e controlar todas as atividades para que sejam cumpridas
harmoniosamente. Portanto, a organização precisa, além de uma estrutura de funções, de uma estrutura hierárquica, cuja
missão é dirigir as operações dos níveis que lhes estão subordinados. Em toda organização formal existe uma hierarquia.
Esta divide a organização em camadas ou escalas ou níveis de autoridade, tendo os superiores autoridade sobre os inferio-
res. À medida que se sobe na escala hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo.

4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade


A hierarquia na organização formal representa a autoridade e a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por toda
a organização, existem pessoas cumprindo ordens de outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas posições
relativas, bem como o grau de autoridade em relação às demais. A autoridade é, pois, o fundamento da responsabilidade,
dentro da organização formal, ela deve ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a generalidade do direito de
comandar diminui à medida que se vai do alto para baixo na estrutura hierárquica.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens e o poder de exigir obediência, conceituando-a, ao mesmo
tempo, como poder formal e poder legitimado. Assim, como a condição básica para a tarefa administrativa, a autoridade
investe o administrador do direito reconhecido de dirigir subordinados, para que desempenhem atividades dirigidas pra a
obtenção dos objetivos da empresa. A autoridade formal é sempre um poder, uma faculdade, concedidos pela organização
ao indivíduo que nela ocupe uma posição determinada em relação aos outros.

5. Racionalismo da Organização Formal


Uma das características básicas da organização formal é o racionalismo. Uma organização é substancialmente um
conjunto de encargos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas de comportamento todos os seus membros
se devem sujeitar. O princípio básico desta forma de conceber uma organização é que, dentro de limites toleráveis, os seus
membros se comportarão racionalmente, isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento prescritas para cada
um deles. Dito de outra forma, a formulação orgânica de um conjunto lógico de encargos funcionais e hierárquicos está
baseada no princípio de que os homens vão funcionar efetivamente de acordo com tal sistema racional.
De qualquer forma, via de regra, toda organização se estrutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando com a sua
estrutura organizacional a minimização de esforços e a maximização do rendimento. Em outras palavras, o maior lucro, pelo
menor custo, dentro de um certo padrão de qualidade. A organização, portanto, não é um fim, mas um meio de permitir à
empresa atingir adequadamente determinados objetivos.

O modelo de excelência em gestão pública


A compreensão de que um dos maiores desafios do setor público brasileiro é de natureza gerencial fez com que se
buscasse um modelo de excelência em gestão focado em resultados e orientado para o cidadão. Este modelo tem por ob-
jetivo guiar as organizações públicas em busca de transformação gerencial rumo a excelência e, ao mesmo tempo, permitir
avaliações comparativas de desempenho entre organizações públicas brasileiras e estrangeiras.
O modelo de excelência é a representação de um sistema de gestão que visa aumentar a eficiência, a eficácia e a efeti-
vidade das ações executadas. É constituído por elementos integrados, que orientam a adoção de práticas de excelência em
gestão com a finalidade de levar as organizações públicas brasileiras a padrões elevados de desempenho e de qualidade. O
modelo foi concebido a partir da premissa de que a administração pública tem que ser excelente sem deixar de considerar
as peculiaridades inerentes à sua natureza.
A adoção de um modelo específico para a gestão pública tem como propósito considerar os princípios, os conceitos
e a linguagem que caracterizam a natureza pública das organizações e que impactam na sua gestão. Trata-se de entender,
respeitar e considerar os principais aspectos inerentes à natureza das instituições públicas e que as diferenciam das orga-
nizações da iniciativa privada, sem prejuízo do entendimento de que devem ser excelentes e eficientes.

Planejamento Estratégico
O planejamento estratégico é um processo utilizado para formulação de estratégia organizacional de longo prazo no
qual se busca o conhecimento do ambiente ao qual a organização está inserida. Confere maior racionalidade às ações da
instituição no alcance da sua visão de futuro e no cumprimento da sua missão institucional. Segundo Peter Drucker, citado
por Chiavenato (2003), planejamento estratégico é “o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimen-
to possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvem riscos; organizar sistematicamente as atividades neces-
sárias à execução dessas decisões; e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas
decisões em confronto com as expectativas alimentadas”.
O planejamento tem por objetivo o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas que possibili-
tem avaliar as implicações futuras de decisões presentes de modo a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório
e, consequentemente, aumentar a probabilidade de alcance dos objetivos e desafios estabelecidos para a organização,
maximizando resultados e minimizando deficiências.

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Planejamento estratégico está relacionado com os objetivos estratégicos de médio e longo prazos que afetam os ru-
mos da organização. Entretanto, aplicado isoladamente, é insuficiente, pois, em regra, não contempla ações imediatas e
operacionais. Assim, é preciso que sejam considerados no processo de planejamento, de maneira integrada e articulada,
todos os planos da organização, estratégicos, táticos e operacionais, conforme demonstrado na figura 2.
Sua elaboração, preferencialmente, deve contar com a participação de toda a equipe de gerentes. O processo de ela-
boração contempla a realização de reuniões para diagnóstico e análise de ambiente e para elaboração dos elementos cons-
tituintes do plano estratégico. Esse processo pressupõe questionamentos sobre: onde estamos; onde queremos chegar; o
que fazer; por quê; como; quando; quanto; para quem; por quem; e onde.
No que diz respeito ao aspecto participativo, Segundo Albuquerque (2002), as organizações estão descobrindo as
vantagens de ter mais colaboradores participando da formulação da estratégia: o desenvolvimento de um planejamento
de alta qualidade; o comprometimento das pessoas responsáveis pela implementação; e a profunda compreensão das
estratégias em todos os níveis da organização.
A participação de colaboradores de diferentes níveis no processo de formulação da estratégia organizacional é adotada como
forma de tornar esse processo mais interativo e contínuo, estimulando a comunicação, o aprendizado e o comprometimento.
Ao fim desse processo, o plano estratégico, produto principal do processo de planejamento estratégico, responde a
essa série de questionamentos, explicitando o rumo maior a ser seguido pela organização e priorizando as ações estraté-
gicas a serem empreendidas. Na fase de formulação do plano estratégico, são delineados os objetivos institucionais para
se cumprir a missão e alcançar a visão de futuro da organização, a partir de questões identificadas numa detalhada análise
de ambiente e de cenários. Assim, um plano estratégico claro e prático deve contemplar os objetivos estratégicos, suas
relações de causa e efeito, as iniciativas estratégicas, bem como a análise de cenários e dos ambientes interno e externo e
o referencial estratégico da organização (missão, visão de futuro e valores organizacionais).

Estratégia e Gestão Estratégica


Segundo Mintzberg, funcionamos melhor quando podemos conceber algumas coisas como certas, ao menos por
algum tempo. E este, segundo o autor, é um papel importante da estratégia nas organizações: ela resolve as grandes ques-
tões para que as pessoas possam cuidar dos pequenos detalhes.
A estratégia organizacional consiste em um conjunto de mudanças competitivas e abordagens que precisam ser exe-
cutadas para se atingir o melhor desempenho da organização, buscando reforçar sua posição no mercado, promover a
satisfação dos clientes e atingir seus objetivos de desempenho.
A estratégia diz respeito à utilização dos recursos existentes na organização – pessoas, tecnológicos e financeiros – com
o intuito de alavancar os melhores resultados possíveis em um cenário de constantes mudanças. Desta forma, a estratégia
não deve ser considerada como um plano fixo ou determinado, mas um processo de orientação dentro de um cenário
mutável.

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
A estratégia pode ser conceituada como o caminho pré-definido a ser seguido para garantir a legitimidade e sobre-
vivência da organização no longo prazo. É o conjunto de ações necessárias ao cumprimento da missão institucional e ao
alcance da visão de futuro da organização. Assim, pode-se afirmar que a visão de futuro cria a imagem de destino e a es-
tratégia define a lógica de concretização dessa visão.
A estratégia organizacional refere-se à forma como a instituição se comporta frente aos diversos fatores que a afetam,
ou seja, o ambiente que a circunda. A estratégia procura potencializar as forças internas e as oportunidades externas e,
ainda, neutralizar ou mitigar fraquezas internas e ameaças externas.
A estratégia é um organismo vivo, um curso de ação a ser revisto e redefinido de acordo com as mudanças nas condi-
ções do ambiente. A estratégia serve para múltiplas funções, entre elas a de dar rumo, permitir a concentração dos esforços
e servir como fonte de coerência interna. A divergência entre a ambição de uma estratégia e o desempenho está na ausên-
cia de vínculos entre a formulação da estratégia, a missão e os valores, e a sua execução.
No caso das empresas privadas a estratégia é determinada em relação a demonstrativos financeiros. No caso das orga-
nizações públicas, geralmente, a estratégia decorre da possibilidade de alocação do orçamento.
Se a estratégia refere-se ao caminho para o alcance da visão de futuro, é necessário que se gerencie essa estratégia,
surgindo daí o conceito de gestão estratégica, que é o conjunto de decisões que determinam o desempenho da organi-
zação no longo prazo. Esse tipo de gestão inclui a formulação de um referencial estratégico, uma análise dos ambientes
interno e externo e de cenários, e a formulação, implementação, avaliação e controle da estratégia.

Surge, assim, a necessidade de definir sistemas de gestão que suportem a elaboração, implementação, avaliação e
controle da estratégia, de modo que a sua formulação não seja apenas um evento pontual, mas sim um verdadeiro guia
rumo à visão de futuro da organização.
Dentre os sistemas de gestão existentes, serão abordados no presente trabalho com as devidas adaptações, o méto-
do Grumbach de cenários prospectivos, para auxiliar na definição da estratégia; o Balanced Scorecard (BSC) para suporte
ao planejamento de longo prazo; e a Gestão de Melhorias e/ou Gestão de Projetos, para o planejamento de curto prazo
(anual).

Porque Planejar?
A primeira coisa que vem à mente das pessoas quando se fala em planejamento é que ele é realizado por um grupo
de pessoas extremamente burocratas que passam o tempo todo envolvidos com planilhas, gráficos e reuniões sem fim que
não levam a lugar nenhum. A realidade, porém, se mostra diferente. Planejar é algo comum que é realizado frequentemente
por todos.
Planejar faz parte do cotidiano do ser humano. Planeja-se o nascimento de filhos, entrar na faculdade, casamento, férias
(quanto tempo ficar-se-á afastado de casa, para qual lugar ir, quanto gastar, qual o meio de transporte etc).
A grande diferença entre o planejamento individual e o organizacional está no processo de planejamento. Referindo-se
ao indivíduo, em se tratando da vida particular, geralmente o planejamento depende de uma única pessoa e é mais simpli-
ficado, nas organizações, ele envolve um número maior de pessoas e precisa ser formalizado.
Referindo-se às organizações, elas buscam no planejamento uma série de respostas para diversas situações institucio-
nais:
a) Estabelecer foco e prioridades: assim elas conseguem otimizar a alocação de recursos nos pontos que são realmente
importantes e que vão resultar em maiores agregações de valor;
b) Identificar oportunidades de melhoria: para poder corrigir rumos, e quando possível implementar soluções;
c) Buscar sinergia organizacional: envolver todos os colaboradores da organização;
d) Alcançar a visão de futuro: com isso atender a expectativa do cliente, o que garantirá a perpetuação da organização.

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
O planejamento nas organizações públicas Pode uma organização se tornar bem sucedida e per-
Não há consenso entre os diversos autores de plane- manecer assim por várias décadas? É possível lidar com a
jamento quanto à sequência das etapas de elaboração de gama de alterações que ela sofrerá no decorrer de sua exis-
um plano estratégico organizacional, assim, no presente tência? Existe uma fórmula padrão? A resposta é simples,
trabalho será adotado as seguintes etapas: não existe uma fórmula ou padrão para criar na organiza-
ção uma certeza de sucesso perene, mas é possível que
1. Definição da identidade institucional: as organizações trabalhem em prol da manutenção de seu
a. Missão; negócio.
b. Visão; e A estratégia é um organismo vivo, um curso de ação
c. Valores institucionais. a ser revisto e redefinido de acordo com as mudanças nas
condições do ambiente. A estratégia serve para múltiplas
2. Análise de ambiente: funções, sendo elas a de dar rumo, permitir a concentração
d. Diagnóstico interno; e dos esforços e servir como fonte de coerência interna. A
e. Diagnóstico externo. divergência entre a ambição de uma estratégia e o desem-
penho está na ausência de vínculos entre a formulação da
3. Construção de cenários (Método Grumbach) estratégia, a missão e os valores, e a sua execução.
Uma organização de alto desempenho é aquela em
4. Definição de objetivos estratégicos constante e ininterrupto desenvolvimento e inovação. É
aquela que constantemente se renova de maneira coeren-
5. Definição de indicadores de desempenho te com seu ambiente, seus colaboradores e principalmente
seus clientes.
6. Definição de iniciativas estratégicas Em meio a um ambiente caracterizado por mudanças
rápidas e incessantes, muitas organizações costumam pro-
7. Definição de plano de ação/projetos telar as providências necessárias para mudar suas políticas,
até mergulharem definitivamente em uma crise. O proces-
8. Avaliação e controle da estratégia so de planejamento é na verdade um processo de aprendi-
zado. Ele precisa de interação, reflexão e desenvolvimento
Almeida (2001) ensina que a organização que não prio- cooperativo.
riza o processo de constante inovação do seu modelo de O processo de planejamento define mudanças e novas
negócio para aproveitar as oportunidades que venham a regras de gestão. O planejamento estratégico requer que
surgir num futuro não muito distante, está fadada na me- se aprenda com a construção de modelos até chegar à fase
lhor das hipóteses à estagnação ou ao consequente desa- de tomada de decisão. Ele exige de todos: inovação, cola-
parecimento. boração, engajamento, foco em competências essenciais,
A estratégia, segundo o autor, serve para múltiplas otimização, adaptabilidade, integração organizacional, se-
funções, sendo elas a de dar rumo, permitir a concentração leção de funções e de processos e, principalmente, “encan-
dos esforços, definir a organização e servir como fonte de tar o cliente”.
coerência interna. O planejamento estratégico é utilizado Após a definição da identidade organizacional, a análi-
até mesmo para conferir consistência e demonstrar con- se de ambiente e a elaboração de cenários futuros, deve-se
fiança para com fornecedores, oferecendo uma perspectiva decidir o que representa a melhor opção para a organiza-
de resultados de longo prazo. ção e identificar qual o melhor caminho a seguir.
Tomando como exemplo o caso da Gol Linhas Aéreas, O alinhamento organizacional é fator determinante
o sucesso da sua estratégia é resultado da concepção de para o alcance da estratégia definida. A interação entre as
diferenciados elementos, destacando-se a visão e o con- áreas é fundamental para o alcance dos diversos objetivos
ceito de negócio. Esses elementos são amplamente difun- estratégicos e eles devem ser bem especificados para que
didos e permitem que a empresa diferencie-se dos concor- todas as áreas importantes ao funcionamento e sustenta-
rentes, conferindo cultura própria e mostrando-se, de fato, ção da organização estejam envolvidas.
como a causa básica do sucesso duradouro. As organizações crescem e se firmam quando têm su-
Nota-se que o sucesso de uma organização se apóia, cesso no alcance de seus objetivos estratégicos. No caso
de fato, nas capacidades essenciais de compreender a rea- das instituições públicas, quando criam valor para o clien-
lidade corretamente e de executar um plano com base nes- te-cidadão, ou seja, quando cumprem com louvor o motivo
sa percepção. O plano operacional, marco inicial das ativi- pelo qual foram criadas: sua missão.
dades organizacionais contribui nesse aspecto. A formulação da estratégia é tarefa importantíssima,
A organização deve possuir a liderança capaz de con- porém quase sempre ela para antes de sua implementação.
duzir suas equipes aos objetivos definidos pela sua estra- Sem o “fazer acontecer”, por mais que a estratégia tenha
tégia de negócio. A missão e os valores devem ser reais e sido bem elaborada, não há como ela ser bem sucedida,
concretos o suficiente de modo a reforçarem e contribuí- pois ela não será executada. A implementação da estraté-
rem para a realização da estratégia. A franqueza em expec- gia organizacional é tarefa de todos, para tanto ela deve
tativas e desempenhos devem estar presentes e aplicados fazer parte da tarefa cotidiana da instituição.
na formulação de estratégias.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Para que seja possível sua execução a estratégia requer todos os indivíduos que executam funções semelhantes
consenso, conhecimento, informação, motivação e, princi- ficam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal
palmente, liderança. Deve-se ter em mente que a estraté- de contabilidade, todo o pessoal de secretaria, todas as en-
gia é sempre um processo de mudança organizacional. Um fermeiras, e assim por diante.
processo contínuo. A Departamentalização funcional pode ocorrer em
Compreender a estratégia em vigor em uma organi- qualquer nível e é normalmente encontrada muito próxi-
zação colabora com a escolha da melhor estratégia futura. mo à cúpula.
Caso o processo de planejamento não leve em considera-
ção a estratégia atual, a organização perderá todo o esfor- Vantagens: As vantagens principais da abordagem fun-
ço e recursos aplicados na sua execução e poderá ocasio- cional são:
nar uma descontinuidade na gestão. • Mantém o poder e o prestígio das funções prin-
No caso das organizações públicas esse ponto é fun- cipais
damental, pois geralmente, ocorrem trocas com as mudan- • Cria eficiência através dos princípios da especia-
ças de governo e caso não seja levado em consideração o lização.
planejamento anterior corre-se o risco de todo o trabalho • Centraliza a perícia da organização.
feito ser perdido, ainda, pode causar descomprometimento • Permite maior rigor no controle das funções pela
dos colaboradores com a nova estratégia. Em última instân- alta administração.
cia a organização deixa de ter planejamento de longo prazo, • Segurança na execução de tarefas e relacionamen-
pois as estratégias são descartadas em todo troca de direção. to de colegas.
O que importa é escolher “um futuro” e por ele tra- • Aconselhada para empresas que tenham poucas
balhar com perseverança e flexibilidade. De certa forma, linhas de produtos.
isso se assemelha à velha lição válida para organizações em
geral: quem não traça suas próprias estratégias se dispõe a Desvantagens: Existem também muitas desvantagens
deixar que seja incluído nas estratégias dos outros.1 na abordagem funcional.
Entre elas podemos dizer:
DEPARTAMENTALIZAÇÃO • A responsabilidade pelo desempenho total está
É uma divisão do trabalho por especialização dentro da somente na cúpula.
estrutura organizacional da empresa. • Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita
Departamentalização é o agrupamento, de acordo com • O treinamento de gerentes para assumir a posição
um critério específico de homogeneidade, das atividades e no topo é limitado.
correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais • A coordenação entre as funções se torna comple-
e equipamentos) em unidades organizacionais. xa e mais difícil quanto à organização em tamanho e am-
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as orga- plitude.
nizações decidem sobre a configuração organizacional que • Muita especialização do trabalho.
será usada para agrupar as várias atividades. O processo
organizacional de determinar como as atividades devem Departamentalização De Produto: É feito de acordo
ser agrupadas chama-se Departamentalização. com as atividades inerentes a cada um dos produtos ou
serviços da empresa.
Formas de Departamentalizar: Exemplos de Departamentalização de produto:
• Função 1- Lojas de departamentos
• Produto ou serviço 2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford,
• Território Mercury e Lincoln Continental.
• Cliente 3- Um hospital pode estar agrupado por serviços pres-
• Processo tados, como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana.
• Projeto
• Matricial Vantagens: Algumas das vantagens da Departamenta-
• Mista lização de produtos são:
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de
Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organi- produtos ou serviços.
zações usa uma abordagem da contingência à Departa- • A coordenação de funções ao nível da divisão de
mentalização: isto é, a maioria usará mais de uma destas produto torna-se melhor.
abordagens usadas em algumas das maiores organizações. • Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quan-
A maioria usa a abordagem funcional na cúpula e outras to ao lucro.
nos níveis mais baixos. • Facilita a coordenação de resultados.
• Propicia a alocação de capital especializado para
Departamentalização Por Funções: A Departamenta- cada grupo de produto.
lização funcional agrupa funções comuns ou atividades se- • Propicia condições favoráveis para a inovação e
melhantes para formar uma unidade organizacional. Assim criatividade.
1 Fonte: www.portal2.tcu.gov.br - Por Daniel Luiz de Souza

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Desvantagens: Departamentalização Por Projeto: Aqui as pessoas
• Exige mais pessoal e recursos de material, po- recebem atribuições temporárias, uma vez que o projeto
dendo daí resultar duplicação desnecessária de recursos e tem data de inicio e término. Terminado o projeto as pes-
equipamento. soas são deslocadas para outras atividades. Por exemplo:
• Pode propiciar o aumento dos custos pelas dupli- uma firma contábil poderia designar um sócio (como admi-
cidades de atividade nos vários grupos de produtos. nistrador de projeto), um contador sênior, e três contadores
• Pode criar uma situação em que os gerentes de juniores para uma auditoria que está sendo feita para um
produtos se tornam muito poderosos, o que pode desesta- cliente. Uma empresa manufatureira, um especialista em
bilizar a estrutura da empresa. produção, um engenheiro mecânico e um químico pode-
riam ser indicados para, sob a chefia de um administrador
Departamentalização Territorial: Algumas vezes de projeto, completar o projeto de controle de poluição.
mencionadas como regional, de área ou geográfica. É Em cada um destes casos, o administrador de projeto seria
o agrupamento de atividades de acordo com os lugares designado para chefiar a equipe, com plena autoridade so-
onde estão localizadas as operações. Uma empresa de bre seus membros para a atividade específica do projeto.
grande porte pode agrupar suas atividades de vendas em
áreas do Brasil como a região Nordeste, região Sudeste, e Departamentalização De Matriz: A Departamentali-
região Sul. Muitas vezes as filiais de bancos são estabeleci- zação de matriz é semelhante à de projeto, com uma exce-
das desta maneira. ção principal. No caso da Departamentalização de matriz, o
As vantagens e desvantagens da Departamentalização administrador de projeto não tem autoridade de linha so-
territorial são semelhantes às dadas para a Departamenta- bre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização
lização de produto. Tal grupamento permite a uma divisão do administrador de projeto é sobreposta aos vários de-
focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exi- partamentos funcionais, dando a impressão de uma matriz.
ge coordenação e controle da administração de cúpula em A organização de matriz proporciona uma hierarquia
cada região. que responde rapidamente às mudanças em tecnologia.
Por isso, é tipicamente encontrada em organização de
Departamentalização Por Cliente: A Departamenta-
orientação técnica, também é usada por empresas com
lização de cliente consiste em agrupar as atividades de tal
projetos de construção complexos
modo que elas focalizem um determinado uso do produ-
to ou serviço. A Departamentalização de cliente é usada
Vantagens:
principalmente no grupamento de atividade de vendas ou
• Permitem comunicação aberta e coordenação de
serviços.
atividades entre os especialistas funcionais relevantes.
• Capacita a organização a responder rapidamente
A principal vantagem:
• a adaptabilidade uma determinada clientela. à mudança.
Desvantagens: • São abordagens orientadas para a tecnologia.
• Dificuldade de coordenação.
• Subutilização de recursos e concorrência entre os Desvantagens:
gerentes para concessões especiais em benefício de seus • Pode haver choques resultantes das prioridades.
próprios clientes.
Departamentalização Mista - É o tipo mais frequen-
Departamentalização por Processo ou Equipamen- te, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se
to: É o agrupamento de atividades que se centralizam nos adapte à sua realidade organizacional.
processos de produção ou equipamento. É encontrada
com mais frequência em produção. As atividades de uma A melhor forma de departamentalizar
fábrica podem ser grupadas em perfuração, esmerilamen- Para evitar problemas na hora de decidir como depar-
to, soldagem, montagem e acabamento, cada qual em seu tamentalizar, pode-se seguir certos princípios:
departamento. • Princípio do maior uso – o departamento que faz
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
Vantagens: • Principio do maior interesse – o departamento que
• Maior especialização de recursos alocados. tem maior interesse pela atividade deve supervisiona-la.
• Possibilidade de comunicação mais rápida de in- • Principio da separação e do controle – As ativi-
formações técnicas. dades do controle devem estar separadas das atividades
controladas.
Desvantagens: • Principio da supressão da concorrência – Eliminar
• Possibilidade de perda da visão global do anda- a concorrência entre departamentos, agrupando atividades
mento do processo. correlatas no mesmo departamento.
• Flexibilidade restrita para ajustes no processo. Outro critério básico para departamentalização está
baseado na diferenciação e na integração, os princípios
são:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ativi- A descentralização é um estado de espírito, criado pela
dades diferentes devem ficar em departamentos separa- administração estratégica que formula os limite dentro dos
dos. A diferenciação ocorre quando: quais se desenvolve e que assegura as comunicações ne-
• O fator humano é diferente, cessárias e a formação dos homens que o praticam. A po-
• A tecnologia e a natureza das atividades são di- lítica de descentralização e frequentemente revista, deven-
ferentes, do ser dinâmica, não podendo ser reduzida a formulários
• Os ambientes externos são diferentes, e/ou instruções imutáveis.
• Os objetivos e as estratégias são diferentes. A descentralização normalmente ocorre nas seguintes
situações:
Integração – Quanto mais atividades trabalham integra- • A carga de trabalho de alta administração esta vo-
das, maior razão para ficarem no mesmo departamento. lumosa e/ou demasiadamente complexa.
• Pela maior ênfase que a empresa quer dar à rela-
CENTRALIZAÇÃO ção produto-mercado.
Uma empresa é centralizada, quando a maioria das • Para encorajar o desenvolvimento gerencial de
decisões são tomadas pelas chefias posicionadas nos seus seus executivos lotados na média e baixa administração.
níveis hierárquicos superiores, ocorrendo uma redução dos • Para proporcionar maior participação e motivação
centros decisórios. • O grande volume de trabalho de alta administra-
A centralização ocorre normalmente nas seguintes si- ção provoca morosidade no processo decisório.
tuações básicas: Para que o processo de descentralização seja efetivado
• Manter maior nível de integração da empresa; algumas questões devem ser observadas, tais como:
• Manter uniformidade de decisões e ações; • Nível de treinamento e preparo da chefia;
• Melhor administrar as urgências; • Grau de confiança dos chefes sobre os subordi-
• Quando o empresário não quer um segundo ho- nados;
mem que lhe faça sombra; • Capacidade do subordinado de lidar com as suas
• Quando a estrutura organizacional da empresa responsabilidades;
não possibilita a descentralização. • A forma de atuação das unidades organizacionais
• Aumentar o nível de controle das atividades da de assessoria.
empresa.
Algumas vantagens da descentralização:
Existem decisões que são centralizadas na grande • Rapidez nas decisões pela proximidade do lugar
maioria das empresas, destacando-se: onde surgem os problemas.
• Decisões sobre diretrizes que a empresa traçará • Aumento do moral e da experiência dos jovens
para atingir suas metas, gerando uma política de uniformi- executivos.
dade de ação para toda instituição. • Diminuição da esfera de controle do principal exe-
• Decisões que envolvam custos muito altos, não só cutivo.
em termos financeiros, como também em termos de con- • Tendência a maior número de idéias inovadoras.
ceito da empresa, seu posicionamento no mercado etc. • Possibilidade de maior participação e motivação.
• Maior tempo à alta administração para outras ati-
Principais vantagens da centralização: vidades.
• Menor número de níveis hierárquicos • Maior desenvolvimento da capacitação gerencial
• Melhor uso dos recursos humanos, materiais, e profissional.
equipamentos e financeiros
• Melhor possibilidade de interação no processo de Algumas desvantagens da descentralização:
planejamento, controle e avaliação • Inadequada utilização dos especialistas centrais.
• Maior uniformidade em termos de processos téc- • Maior necessidade de controle e de coordenação.
nicos e administrativos • Maior dificuldade de normatização e de padroni-
• Decisões estratégicas mais rápidas zação.
• Maior segurança nas informações • Pouca flexibilidade da organização frente a situa-
É bom lembrar que organizações que têm sistemas de ções excepcionais.
comunicações excelentes e rápidos tendem a favorecer a • Necessidade de contar com dirigentes treinados
centralização da autoridade. Em situações nas quais não há para a descentralização.
disponibilidade de pessoal adequado, a organização tende • O custo das comunicações tende a aumentar.
para a autoridade centralizada. • Maior dificuldade de coordenação de atividades
que envolvem alto nível de interdependência.
DESCENTRALIZAÇÃO
A descentralização administrativa existe quando a Pode-se dizer que a descentralização deve ser conside-
maioria das decisões processa-se nos níveis hierárquicos rada como os demais problemas organizacionais, em ter-
inferiores, ou seja, a descentralização coloca os centros de- mos de conveniência administrativa. Sempre que uma de-
cisórios o mais próximo possível dos órgãos de execução. cisão puder ser mais bem tomada ao nível operativo, com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
maior rapidez e favorecendo o completo exame dos vários  DIREÇÃO
fatores em causa, pode-se proceder logo a uma descentra- Está relacionada com a maneira pela qual os objetivos
lização da função respectiva. devem ser alcançados através da atividade das pessoas e
A descentralização esta intimamente associada à ideia da aplicação dos recursos que compõem a organização.
de se alterar o regimento interno da organização e os do- Direção é a atividade consistente em conduzir e coor-
cumentos decorrentes, para que a decisão relativa aos as- denar o pessoal na execução de um plano previamente ela-
suntos descentralizados passe a ser competência dos níveis borado. Assim, dirigir uma organização pública ou privada
inferiores. significa dominar a habilidade de conseguir que os seus
A descentralização tem caráter permanente e é impes- subordinados executem as tarefas para as quais foram de-
soal, onde a autoridade passa para o nível subordinado as signados por força do cargo (setor público) ou por força do
atribuições e responsabilidades. contrato de trabalho (setor privado).
Os meios normalmente utilizados para o desempenho
ORGANIZAÇÃO de uma direção eficaz são: a) ordens e instruções, b) moti-
A palavra organização pode assumir vários significa- vação, c) comunicação e d) liderança, sendo que um bom
dos: gestor sabe que os melhores resultados de gestão surgirão
a) Organização como uma entidade social: Uma or- do uso combinado delas.
ganização social dirigida para objetivos específicos e de- Ou seja, não basta dar ordens e instruções, é preciso
liberadamente estruturada. A organização é uma entidade saber motivar seus subordinados na execução das tare-
social porque é constituída por pessoas. É dirigida para ob- fas. E isso se faz, por exemplo, através de uma comunica-
jetivos porque é desenhada para alcançar resultados, como ção eficiente entre chefe e subordinado. É preciso dizer à
gerar lucros, proporcionar satisfação social, etc. É delibera- equipe o motivo pelo qual aquele determinado trabalho
damente estruturada pelo fato que o trabalho é dividido e é importante para a organização. Estes conceitos, apesar
seu desempenho é atribuído aos membros da organização. de simples, são comumente esquecidos pelos dirigentes de
Nesse sentido, a palavra organização significa qualquer organizações públicas e privadas, trazendo-lhes sérios pre-
empreendimento humano moldado intencionalmente par juízos financeiros e operacionais a curto prazo sem falar na
atingir determinados objetivos. Essa definição é aplicável perda da credibilidade do trabalho executado pelo gestor
a todos os tipos de organizações, sejam elas lucrativas ou perante seus subordinados, pares e superiores.
não, como empresas, bancos, financeiras, hospitais, clubes,  
igrejas etc. Dentro desse ponto de vista, a organização CONTROLE
pode ser visualizada sob dois aspectos distintos: Controlar significa garantir que o planejamento seja
• Organização formal: É a organização baseada em bem executado e que os objetivos estabelecidos sejam al-
uma divisão de trabalho racional que especializa órgãos e cançados da melhor maneira possível.
pessoas em determinadas atividades. É, portanto, a orga-  A função administrativa de controle está relacionada
nização planejada ou a organização que está definida no com a maneira pela qual os objetivos devem ser alcan-
organograma, sacramentada pela direção e comunicada a çados através da atividade das pessoas que compõem a
todos por meio dos manuais de organização. É a organiza- organização. O planejamento serve para definir os obje-
ção formalizada oficialmente. tivos, traçar as estratégias para alcançá-los e estabelecer
• Organização Informal: É a organização que emerge os planos de ação. A organização serve para estruturar as
espontânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam pessoas e recursos de maneira a trabalhar de forma orga-
posições na organização formal e a partir dos relaciona- nizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as
mentos humanos como ocupantes de cargos. Forma-se a pessoas para que utilizem os recursos da melhor maneira
partir das relações de amizade e do surgimento de grupos possível. Por fim, o controle serve para que todas as coisas
informais que não aparecem no organograma ou em qual- funcionem da maneira certa e no tempo certo.
quer outro documento formal.  O controle verifica se a execução está de acordo com
b) Organização como função administrativa e parte in- o que foi planejado: quanto mais completos, definidos e
tegrante do processo administrativo: Nesse sentido, orga- coordenados forem os planos, mais fácil será o controle.
nização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os
recursos e os órgãos incumbidos de sua administração e es-
tabelecer as relações entre eles e as atribuições de cada um.
Trataremos da organização sob o segundo ponto de vista, ou
seja, a organização como a segunda função administrativa e
que depende do planejamento, da direção e do controle para
formar o processo administrativo. Organizar consiste em:
• Determinar as atividades específicas necessárias ao
alcance dos objetivos planejados (especialização).
• Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (de-
partamentalização).
• Designar as atividades às específicas posições e pes-
soas (cargos e tarefas).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

2. TÉCNICAS DE ARQUIVO E CONTROLE


DE DOCUMENTOS: CLASSIFICAÇÃO,
CODIFICAÇÃO, CATALOGAÇÃO E
ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS.

Segundo estudiosos, a origem da palavra arquivo tem duas vertentes: a primeira diz que é originária do grego arché
(palácio dos magistrados), passando depois a se chamar archeion (local utilizado para guardar e depositar documentos); e
a segunda, que é originária do latim, archivum, quer dizer: local de guarda de documentos e outros títulos.
O art. 2º da Lei nº 8.159/91 que: “dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras
providências”, traz a seguinte definição:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públi-
cos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como
por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
Outras definições de arquivo:
“designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pú-
blica ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus
sucessores, para fins de prova ou informação”, CONARQ.
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer
de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (cita-
do por PAES, Marilena Leite, 1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso
de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.”
(PAES, Marilena Leite, 1986).
Obs.: O termo arquivo, em suas várias acepções, também é usado para designar: entidade; mobiliário; setor; repartição;
conjunto documental; local físico designado para conservar o acervo; órgão do governo; título de periódicos, etc.

Finalidade e Função do Arquivo


A principal finalidade do arquivo é servir como fonte de consulta à administração, pois, constitui-se em sua essência,
em documentos produzidos e/ou recebidos pela entidade mantenedora do acervo, podendo, com o passar do tempo,
servir de base para o conhecimento da História.
O arquivo tem como função principal: tornar acessível/disponível a informação contida no acervo documental sob sua
guarda aos diversos consulentes e, como função básica: armazenar, guardar e conservar os documentos.

Características do arquivo
a) o arquivo possui essência funcional/administrativa, constituindo-se na maioria das vezes de um único exemplar ou
de um limitado número de cópias;
b) conteúdo exclusivamente formado por documentos produzidos e/ou recebidos por uma entidade, família, setor,
repartição, pessoa, organismo ou instituição;
c) tem origem no desempenho das atividades que o gerou (servindo de prova) e;
d) possui caráter orgânico, ou seja, relação entre documentos de arquivo pertencentes a um mesmo conjunto (um
documento possui muito mais valor quando está integrado ao conjunto a que pertence do que quando está desagregado
dele).
Obs.: Segundo PAES, “não se considera arquivo uma coleção de manuscritos históricos, reunidos por uma pessoa”.
Arquivo, biblioteca e museu, respectivamente vinculados à Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia, embora se-
jam ramificações da Ciência da Informação, distingue-se basicamente pelos seguintes aspectos:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

O “boom” da informação, consequência do progresso científico e tecnológico (século XIX), possibilitou o surgimento
de diversas profissões, especializações, descobertas, invenções etc., resultando na criação/produção de novos documentos
e seus variados suportes. Originou-se a partir daí os chamados Centros de Documentação ou Centros de Informação
(órgãos responsáveis pela reunião, análise, tratamento técnico, classificação, seleção, armazenamento e disseminação de
todo e qualquer tipo de documento e informação). Neles se reúnem documentos de arquivo, biblioteca e museu, ou seja,
são centros formados por elementos pertencentes as três entidades citadas.

Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II, que dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados e dá outras providências:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por
órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrati-
vas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua docu-
mentação à instituição arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Atenção! Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de
caráter público – mediante delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da
esfera de governo.
Ex: Arquivos Públicos das esferas: federal, estadual, distrito federal e municipal.
Obs.: Conforme o art. 175 inserido na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: “Incumbe ao Poder Pú-
blico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação
de serviços públicos”, ou seja, a titularidade dos serviços públicos é do poder público, mas, estes serviços, poderão ser
exercidos indiretamente pelo particular (entidades privadas) mediante concessão ou permissão.

Arquivos Privados
Segundo o art. 11 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991: “Consideram-se arquivos privados os conjuntos de do-
cumentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.”
Para elucidar possíveis dúvidas na definição do referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se refere diz res-
peito à pessoa jurídica de direito privado, não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica de direito público, pois
os órgãos que compõe a administração indireta da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, são também pessoas
jurídicas, destituídas de poder político e dotadas de personalidade jurídica própria, porém, de direito público.
Exemplos:
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc.
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.
• Comercial: companhias, empresas, etc.2
2 Fonte: www.editorajuspodivm.com.br – Texto adaptado de George Melo Rodrigues

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Arquivístiva Desde o desenvolvimento da Arquivologia como dis-
A arquivística é uma ciência que estuda as funções do ciplina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez
arquivo, e também os princípios e técnicas a serem obser- nada tenha sido tão revolucionário quanto o desenvolvi-
vados durante a atuação de um arquivista sobre os arqui- mento da concepção teórica e dos desdobramentos prá-
vos. É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as ticos da gestão.
informações que possam ser registradas em documentos
de arquivos. Para tanto, utiliza-se de princípios, normas, PRINCÍPIOS:
técnicas e procedimentos diversos, que são aplicados nos Os princípios arquivísticos constituem o marco principal
processos de composição, coleta, análise, identificação, da diferença entre a arquivística e as outras “ciências” do-
organização, processamento, desenvolvimento, utilização, cumentárias. São eles:
publicação, fornecimento, circulação, armazenamento e re-
cuperação de informações. Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do do-
O arquivista é um profissional de nível superior, com cumento, relativamente a seu produtor. Por este princípio,
formação em arquivologia ou experiência reconhecida os arquivos devem ser organizados em obediência à com-
pelo Estado. Ele pode trabalhar em instituições públicas petência e às atividades da instituição ou pessoa legitima-
ou privadas, centros de documentação, arquivos privados mente responsável pela produção, acumulação ou guarda
ou públicos, instituições culturais etc. É o responsável pelo dos documentos. Arquivos originários de uma instituição
gerenciamento da informação, gestão documental, conser- ou de uma pessoa devem manter a respectiva individuali-
vação, preservação e disseminação da informação contida dade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não
nos documentos. Também tem por função a preservação devendo ser mesclados a outros de origem distinta.
do patrimônio documental de uma pessoa (física ou jurí-
dica), institução e, em última instância, da sociedade como Princípio da Organicidade: As relações administra-
um todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação tivas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A
e da elaboração de instrumentos de pesquisa, observan- organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos es-
pelham a estrutura, funções e atividades da entidade pro-
do as três idades dos arquivos: corrente, intermediária e
dutora/acumuladora em suas relações internas e externas.
permanente.
O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estu-
Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero,
dos e técnicas de organização sistemática e conservação
tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu
de arquivos, na elaboração de projetos e na implantação
caráter único, em função do contexto em que foram pro-
de instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamen-
duzidos.
to da informação e na programação e organização de ati-
vidades culturais que envolvam informação documental
Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os
produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma grande fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão,
dificuldade é que muitas organizações não se preocupam mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição
com seus arquivos, desconhecendo ou desqualificando o indevida.
trabalho deste profissional, delegando a outros profissio-
nais as atividades específicas do arquivista. Isto provoca Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma for-
problemas quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, mação progressiva, natural e orgânica.
direta ou indiretamente, depende dela.
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou re- Gestão e Organização
cebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que os Administrar, organizar e gerenciar a informação é, hoje,
mantém ordenadamente como fonte de informação para uma preocupação entre as empresas e entidades públicas
a execução de suas atividades. Os documentos preserva- e privadas de pequeno, médio e grande porte de diversos
dos pelo arquivo podem ser de vários tipos e em vários segmentos, que encontram na Tecnologia da Gestão de
suportes. As entidades mantenedoras de arquivos podem Documentos uma poderosa aliada para a tomada de deci-
ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Municipal), institu- sões e um facilitador para a gestão de suas atividades.
cionais, comerciais e pessoais. A Gestão de Documentos é também um caminho se-
Um documento (do latim documentum, derivado de guro, rápido e eficiente para as empresas se destacarem
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo dos seus concorrentes e conquistarem certificações.
gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão A Gestão de Documentos contribui no processo de
ou a verdade de uma afirmação etc. No meio jurídico, do- Acreditação e Certificação ISO, porque assegura que a in-
cumentos são frequentemente sinônimos de atos, cartas formação produzida e utilizada será bem gerenciada, ga-
ou escritos que carregam um valor probatório. rantindo a confidencialidade e a rastreabilidade das infor-
Documento arquivístico: Informação registrada, inde- mações, além de proporcionar benefícios como: raciona-
pendente da forma ou do suporte, produzida ou recebida lização dos espaços de guarda de documentos, eficiência
no decorrer da atividade de uma instituição ou pessoa e e rapidez no desenvolvimento das atividades diárias e o
que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes para controle do documento desde o momento de sua produ-
servir de prova dessa atividade. ção até a destinação final.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Com relação à Acreditação, a Gestão de Documentos É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos cor-
é fator determinante também para cumprir a Resolução rentes podem exercer funções de protocolo (recebimento,
1.639/2002, do Conselho Federal de Medicina, onde é de- registro, distribuição, movimentação e expedição de do-
finido que os prontuários médicos são de guarda definitiva cumentos), daí a denominação comum de alguns órgãos
e, portanto, não podem ser descartados sem o devido pla- como Protocolo e Arquivo. No entanto, pode acontecer de
nejamento de como garantir a preservação das informa- as pessoas que lidam com o recebimento de documentos
ções. não saberem, ou mesmo não serem orientadas sobre como
Administrar e gerenciar documentos, a partir de con- proceder para que o documento cumpra a sua função na
ceitos da Gestão Documental, proporciona às empresas instituição.
privadas e entidades públicas maior controle sobre as in- Como alternativa para essa questão, sistemas de base
formações que produzem e recebem. de dados podem ser utilizados, de forma que se faça o re-
A implantação da Gestão de Documentos associada gistro dos documentos assim que eles cheguem às repar-
ao uso adequado da microfilmagem e das tecnologias do tições.
GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos) deve ser Algumas rotinas devem ser adotadas no registro do-
efetiva visando à garantia no processo de atualização da cumental, afim de que não se perca o controle, bem como
documentação, interrupção no processo de deterioração administrar problemas que facilmente poderiam ser des-
dos documentos e na eliminação do risco de perda do taca-se:
acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas Receber as correspondências, separando as de caráter
que permitam acesso à informação pela internet e intranet. oficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter
A eficiente gestão dos arquivos públicos municipais particular a seus destinatários.
contribui para uma melhor administração dos recursos das Separar as correspondências de caráter ostensivo das
cidades e municípios, além de resguardar os mesmos de de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos
penalidades civis e administrativas, que estes estão sujeitos seus respectivos destinatários;
se não cumprirem a legislação em vigor ou ainda, se des- Tomar conhecimento das correspondências de caráter
ostensivos por meio da leitura, requisitando a existência de
truírem documentos de valor permanente ou de interesse
antecedentes, se existirem;
público e social.
Classificar o documento de acordo com o método da
A Gestão de Documentos no âmbito da administração
instituição, carimbando-o em seguida;
pública atua na elaboração dos planos de classificação dos
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao
documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental) e
protocolo.
comissão permanente de avaliação. Desta forma é asse-
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando
gurado o acesso rápido à informação e preservação dos
a segunda via da ficha ao documento;
documentos.
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora
com os dados das fichas de protocolo;
Protocolo: recebimento, registro, distribuição, tramita- Arquivar as fichas de protocolo.
ção e expedição de documentos. A tramitação de um documento dentro de uma ins-
Para que todo esse processo acima seja desenvolvido tituição depende diretamente se as etapas anteriores fo-
é necessário trabalhar com a gestão de documentos, que ram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com
nada mais é que um conjunto de procedimentos e opera- o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus
ções técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, dados principais, como data de entrada, setores por que
avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, já passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas fun-
visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda ções dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da
permanente. instituição, acelerando assim, processos que anteriormente
Protocolo é a denominação geralmente atribuída a se- encontravam dificuldades, como a não localização de do-
tores encarregados do recebimento, registro, distribuição cumentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de
e movimentação dos documentos em curso. É de conhe- valor probatório, por exemplo.
cimento comum o grande avanço que a humanidade teve Após cumprirem suas respectivas funções, os docu-
nos últimos anos, avanços esses que contribuíram para o mentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eli-
aumento da produção de documentos. Cabe ressaltar que minação ou recolhimento. É nesta etapa que a expedição
tal aumento teve sua importância para a área da arquivísti- de documentos torna-se importante, pois por meio dela,
ca, no sentido de ter despertado nas pessoas a importância fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, poden-
dos arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por do-se assim decidir de uma forma mais confiável, o destino
falta de conhecimento, a acumulação de massas documen- do documento. Dentre as recomendações com relação à
tais desnecessárias foi um problema que foi surgindo. Essas expedição de documentos, destacam-se:
massas acabam por inviabilizar que os arquivos cumpram Receber a correspondência, verificando a falta de ane-
suas funções fundamentais. Para tentar sanar esse e outros xos e completando dados;
problemas, que é recomendável o uso de um sistema de Separar as cópias, expedindo o original;
protocolo. Encaminhar as cópias ao Arquivo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
É importante citar que essas rotinas são apenas su-  Não existe seleção de termos. Especificidade.
gestões, afinal, cada instituição desenvolverá os processos  A descrição do conteúdo traduz, o mais próximo
próprios, no entanto, a aplicação dessas rotinas inquestio- possível, a informação que o documento contém;
navelmente facilita todo o processo de protocolo e arquivo.  Não se utilizam termos de indexação demasiados
genéricos ou demasiado específicos, relativamente aos
Sistemas de Classificação conceitos expressos no documento.
Os principais Sistemas ou Tipos de classificação utiliza-
dos em arquivos são: b)  Uniformidade
 É um parâmetro muito importante ligado a quali-
 Classificação Alfabética dade da indexação;
 Classificação Numérica  Procura anular a sinonímia (palavras de significa-
 Classificação Alfa-numérica ção idêntica ou parecida, mas não tem o mesmo valor e
 Classificação Cronológica emprego), representando para um mesmo conceito a es-
 Classificação Geográfica colha de um mesmo termo;
 Classificação Ideológica  Utiliza, sempre que possível, termos de estrutura
 Classificação Decimal idêntica para a representação de conceitos análogos.
 Classificação Decimal Universal (CDU)
 Classificação Automática c)  Coerência
 Aplicação dos mesmos princípios e critérios de es-
A indexação é a operação que consiste em descrever colha para a resolução de casos análogos, implicando uma
e caracterizar um documento com o auxilio de represen- uniformidade intrínseca ao próprio sistema.
tações dos conceitos contidos nesses documentos, isto é,
em transcrever para linguagem documental os conceitos d) Pertinência
depois de terem sido extraídos dos documentos por meio  A indexação deve ser feita sempre em função do
de uma análise dos mesmos. A indexação permite uma
utilizador.
pesquisa eficaz das informações contidas no acervo docu-
mental.
e) Eficácia
A indexação conduz ao registro dos conceitos contidos
 Capacidade de um sistema de informa-
num documento de uma forma organizada e facilmente
ção recuperar a informação relevante, nele armazenada de
acessível, mediante a constituição de instrumentos de pes-
uma forma eficaz e com o mínimo de custo. A qualidade
quisa documental como índices e catálogos alfabéticos de
num processo de indexação é influenciada pelos seguintes
matérias. A informação contida num documento é repre-
sentada por um conjunto de conceitos ou combinações de parâmetros:
conceitos. • Características dos instrumentos de indexação uti-
lizados;
A indexação processa-se em duas fases: • Características do indexador:
a. Reconhecimento dos conceitos que contêm infor-
mação: • Pessoais: objetividade, imparcialidade, espírito de
• Apreensão do conteúdo total do documento; análise, capacidade de síntese, desenvolvimento intelec-
• Identificação dos conceitos que representam esse tual, sociabilidade, cultura geral, cultura específica e outras.
conteúdo; • Profissionais: conhecimento técnicos que permi-
• Seleção dos conceitos necessários para uma pes- tam decisões acertadas, conhecimentos profundos acerca
quisa posterior. do sistema de indexação em que está integrado.

b. Representação dos conceitos em linguagem do- Plano de Classificação


cumental com o auxílio dos instrumentos de indexação: O objetivo primordial de uma eficaz estruturação dos
• Servem ao indexador para indexar o documento; arquivos consiste na criação de condições para a recupe-
• Servem ao utilizador para recuperar a informação; ração da informação de forma rápida, segura e eficaz. Por
• Contribuem para a uniformidade e consistência da esta razão, se deve estabelecer no início de funcionamento
indexação; de um arquivo, o plano de classificação ou plano do arquivo.
O conceito de classificação e o respectivo sistema clas-
Nos arquivos e centros, ou serviços de documentação, sificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva
utilizam-se, normalmente, a indexação coordenada e a in- na elaboração de um plano de classificação que permita
dexação por temas. um bom funcionamento do arquivo. É uma tarefa muito
importante, primordial, difícil e morosa e deve ser elabora-
Os parâmetros a ter em conta para realizar tarefa de da com o máximo cuidado de forma a não se cometerem
indexação são: erros que se repercutirão na estrutura e bom funcionamen-
a) Exaustividade to do arquivo.
 Todos os assuntos (conceitos) de que trata o do- Um bom plano de classificação deve possuir as seguin-
cumento estão representados na indexação; tes características:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
• Satisfazer as necessidades práticas do serviço, A classificação deve ser realizada por servidores treina-
adotando critérios que potenciem a resolução dos proble- dos, de acordo com as seguintes operações.
mas. Quanto mais simples forem as regras de classificação a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a
adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da docu- fim de verificar sob que assunto deverá ser classificado e
mentação; quais as referências cruzadas que lhe corresponderão. A
• A sua construção deve estar de acordo com as referência cruzada é um mecanismo adotado quando o
atribuições do organismo (divisão de competências) ou em conteúdo do documento se refere a dois ou mais assuntos.
última análise, focando a estrutura das entidades de onde b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código cor-
provém a correspondência; respondente ao assunto de que trata o documento.
• Deverá ter em conta a evolução futura das atribui-
ções do serviço deixando espaço livre para novas inclusões; Rotinas correspondentes às operações de classifica-
• Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou ção
classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização
sempre que se entender conveniente. 1. Receber o documento para classificação;
2. Ler o documento, identificando o assunto principal e
A função da gestão de documentos e arquivos nos sis- o(s) secundário(s) de acordo com seu conteúdo;
temas nacionais de informação, segundo o qual um pro- 3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação
grama geral de gestão de documentos, para alcançar eco- de documentos de arquivo, utilizando o índice, quando ne-
nomia e eficácia, envolve as seguintes fases: cessário;
- produção: concepção e gestão de formulários, 4. Anotar o código na primeira folha do documento;
preparação e gestão de correspondência, gestão de infor- 5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os assun-
mes e diretrizes, fomento de sistemas de gestão da infor- tos secundários.
mação e aplicação de tecnologias modernas a esses pro-
cessos; A avaliação constitui-se em atividade essencial do ci-
- utilização e conservação: criação e melhoramen- clo de vida documental arquivístico, na medida em que
to dos sistemas de arquivos e de recuperação de dados, define quais documentos serão preservados para fins ad-
gestão de correio e telecomunicações, seleção e uso de ministrativos ou de pesquisa e em que momento poderão
equipamento reprográfico, análise de sistemas, produção e ser eliminados ou destinados aos arquivos intermediário
manutenção de programas de documentos vitais e uso de e permanente, segundo o valor e o potencial de uso que
automação e reprografia nestes processos; apresentam para a administração que os gerou e para a
- destinação: a identificação e descrição das séries sociedade.
documentais, estabelecimento de programas de avaliação Os primeiros atos legais destinados a disciplinar a ava-
e destinação de documentos, arquivamento intermediário, liação de documentos no serviço público datam do final do
eliminação e recolhimento dos documentos de valor per- século passado, em países da Europa, nos Estados Unidos
manente às instituições arquivísticas. e no Canadá. No Brasil, a preocupação com a avaliação de
documentos públicos não é recente, mas o primeiro passo
O código de classificação de documentos de arquivo é para sua regulamentação ocorreu efetivamente com a lei
um instrumento de trabalho utilizado para classificar todo federal nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que em seu artigo
e qualquer documento produzido ou recebido por um ór- 9º dispõe que “a eliminação de documentos produzidos
gão no exercício de suas funções e atividades. A classifica- por instituições públicas e de caráter público será realizada
ção por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os mediante autorização de instituição arquivística pública, na
documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua específica esfera de competência”.
sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacio- O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técni-
nadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, co sob o título Orientação para avaliação e arquivamento
recolhimento e acesso a esses documentos, uma vez que intermediário em arquivos públicos, do qual constam dire-
o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo trizes gerais para a realização da avaliação e para a elabo-
do documento, o qual reflete a atividade que o gerou e ração de tabelas de temporalidade. Em 1986, iniciaram-se
determina o uso da informação nele contida. A classifica- as primeiras atividades de avaliação dos acervos de caráter
ção define, portanto, a organização física dos documentos intermediário sob a guarda da então Divisão de Pré-Ar-
arquivados, constituindo-se em referencial básico para sua quivo do Arquivo Nacional, desta vez com a preocupação
recuperação. de estabelecer prazos de guarda com vista à eliminação
No código de classificação, as funções, atividades, es- e, consequentemente, à redução do volume documental e
pécies e tipos documentais genericamente denominados racionalização do espaço físico.
assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de A metodologia adotada à época envolveu pesquisas
acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo na legislação que regula a prescrição de documentos ad-
órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos ministrativos, e entrevistas com historiadores e servidores
numéricos, os quais refletem a hierarquia funcional do ór- responsáveis pela execução das atividades nos órgãos pú-
gão, definida através de classes, subclasses, grupos e sub- blicos, que forneceram as informações relativas aos valores
grupos, partindo-se sempre do geral para o particular. primário e secundário dos documentos, isto é, ao seu po-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
tencial de uso para fins administrativos e de pesquisa, res- plo, os métodos alfabético e geográfico, que estudaremos
pectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda que restrito à nesta aula. Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é
documentação já depositada no arquivo intermediário do um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são
Arquivo Nacional, foi constituída, em 1993, uma Comissão os métodos numéricos. Existe ainda outro sistema, chama-
Interna de Avaliação que referendou os prazos de guarda e do semidireto, que não aparece em provas, mas que serve
destinação propostos. apenas para agregar o método alfanumérico, que estuda-
Com o objetivo de elaborar uma tabela de tempora- remos adiante. Este método se caracteriza pela ―neces-
lidade para documentos da então Secretaria de Planeja- sidade parcial da utilização de instrumentos de pesquisa.
mento, Orçamento e Coordenação (SEPLAN), foi criado, Por exemplo, precisamos de uma tabela para localizar uma
em 1993, um grupo de trabalho composto por técnicos estante, mas não para localizar uma gaveta ou prateleira: a
do Arquivo Nacional e daquela secretaria, cujos resulta- partir da localização da estante, a prateleira será localizada
dos, relativos as atividade-meio, serviriam de subsídio ao deforma direta.
estabelecimento de prazos de guarda e destinação para
os documentos da administração pública federal. A tabela, A tabela de temporalidade deverá contemplar as
elaborada com base nas experiências já desenvolvidas pe- atividades-meio e atividades-fim de cada órgão público.
los dois órgãos, foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral Desta forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade e
do Arquivo Nacional para aprovação. destinação dos documentos relativos às suas atividades es-
Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos pecíficas, complementando a tabela básica. Posteriormen-
(Conarq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras, te, esta deverá ser encaminhada à instituição arquivística
a Câmara Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para pública para aprovação e divulgação, por meio de ato legal
dar suporte às atividades do conselho. Sua primeira tarefa que lhe confira legitimidade.
foi analisar e discutir a tabela de temporalidade elabora- A tabela de temporalidade é um instrumento arquivís-
da pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/SEPLAN, com tico resultante de avaliação, que tem por objetivos definir
o objetivo de torná-la aplicável também aos documentos prazos de guarda e destinação de documentos, com vista
produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e a garantir o acesso à informação a quantos dela necessi-
municipal, servindo como orientação a todos os órgãos tem. Sua estrutura básica deve necessariamente contem-
participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). plar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por
O modelo ora apresentado constitui-se em instrumen- uma instituição no exercício de suas atividades, os prazos
to básico para elaboração de tabelas referentes as ativi- de guarda nas fases corrente e intermediária, a destina-
dade-meio do serviço público, podendo ser adaptado de ção final – eliminação ou guarda permanente, além de um
acordo com os conjuntos documentais produzidos e rece- campo para observações necessárias à sua compreensão e
bidos. Vale ressaltar que a aplicação da tabela deverá estar aplicação.
condicionada à aprovação por instituição arquivística pú-
blica na sua específica esfera de competência. Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utiliza-
ção do instrumento:
Arquivamento e ordenação de documentos
1. Assunto: Neste campo são apresentados os con-
O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedi- juntos documentais produzidos e recebidos, hierarquica-
mentos que visa ao acondicionamento e armazenamento mente distribuídos de acordo com as funções e atividades
dos documentos no arquivo. Devemos considerar duas for- desempenhadas pela instituição. Para possibilitar melhor
mas de arquivamento: A horizontal e a vertical. identificação do conteúdo da informação, foram emprega-
Arquivamento Horizontal: os documentos são dispos- das funções, atividades, espécies e tipos documentais, ge-
tos uns sobre os outros, ―deitados‖, dentro do mobiliário. nericamente denominados assuntos, agrupados segundo
É indicado para arquivos permanentes e para documentos um código de classificação, cujos conjuntos constituem o
de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras nos referencial para o arquivamento dos documentos.
mesmos. Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice,
Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeti-
uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para camente para agilizar a sua localização na tabela.
arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade
na disposição dos documentos. Para o arquivamento e 2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário
ordenação dos documentos no arquivo, devemos consi- para arquivamento dos documentos nas fases corrente
derar tantos os métodos quanto os sistemas. Os Sistemas e intermediária, visando atender exclusivamente às ne-
de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou cessidades da administração que os gerou, mencionado,
não de recuperação da informação sem o uso de instru- preferencialmente, em anos. Excepcionalmente, pode ser
mentos. Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou expresso a partir de uma ação concreta que deverá neces-
não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro sariamente ocorrer em relação a um determinado conjunto
semelhante) para localizar um documento em um arquivo. documental. Entretanto, deve ser objetivo e direto na de-
Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sis- finição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até
tema direto de busca e/ou recuperação, como por exem- homologação da aposentadoria; e até quitação da dívida.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
O prazo estabelecido para a fase corrente relaciona-se ao pela preservação dos documentos e pelo acesso às infor-
período em que o documento é frequentemente consul- mações neles contidas. Outras instituições poderão manter
tado, exigindo sua permanência junto às unidades orga- seus arquivos permanentes, seguindo orientação técnica
nizacionais. A fase intermediária relaciona-se ao período dos arquivos públicos, garantindo o intercâmbio de infor-
em que o documento ainda é necessário à administração, mações sobre os respectivos acervos.
porém com menor frequência de uso, podendo ser trans-
ferido para depósito em outro local, embora à disposição 4. Observações: Neste campo são registradas informa-
desta. ções complementares e justificativas, necessárias à correta
A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto
formas de concentração dos arquivos, seja ao nível da ad- à alteração do suporte da informação e aspectos elucidati-
ministração (fases corrente e intermediária), seja no âmbito vos quanto à destinação dos documentos, segundo a par-
dos arquivos públicos (permanentes ou históricos). Assim, ticularidade dos conjuntos documentais avaliados.
a distribuição dos prazos de guarda nas fases corrente e A necessidade de comunicação é tão antiga como a for-
intermediária foi definida a partir das seguintes variáveis: mação da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia de se
I – Órgãos que possuem arquivo central e contam com perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar suas ob-
serviços de arquivamento intermediário: servações, seu pensamento, para legá-los às gerações futuras.
Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada
enquadram nesta variável, há necessidade de redistribui- mais é do que registrar e guardar. Por sua vez, no seu sen-
ção dos prazos, considerando-se as características de cada tido mais simples, guardar é arquivar.
fase, desde que o prazo total de guarda não seja alterado, Por muito tempo reinou uma completa confusão sobre
de forma a contemplar os seguintes setores arquivísticos: o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. Indis-
- arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao cutivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram
arquivo da unidade organizacional); mais ou menos o mesmo objetivo. Eram elas depósitos de
- arquivo central (fase intermediária I, que corresponde tudo o que se produzira a mente humana, isto é, do resul-
ao setor de arquivo geral/central da instituição); tado do trabalho intelectual e espiritual do homem.
- arquivo intermediário (fase intermediária II, que cor- O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens,
responde ao depósito de arquivamento intermediário, ge- evita repetição desnecessárias de experiências, diminui a
ralmente subordinado à instituição arquivística pública nas
duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito,
esferas federal, estadual e municipal).
o que já foi feito e os resultados obtidos. Constitui fonte de
II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam
pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o
com serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos
administrador a tomada de decisões.
situados nesta variável, as unidades organizacionais são
responsáveis pelo arquivamento corrente e o arquivo cen-
Acondicionamento, Armazenamento, Preservação
tral funciona como arquivo intermediário, obedecendo aos
e Conservação de Documentos de Arquivo
prazos previstos para esta fase e efetuando o recolhimento
ao arquivo permanente. Nos processos de produção, tramitação, organização e
III – Órgãos que não possuem arquivo central e contam acesso aos documentos, deverão ser observados procedi-
com serviços de arquivamento intermediário: Nesta variá- mentos específicos, de acordo com os diferentes gêneros
vel, as unidades organizacionais também funcionam como documentais, com vistas a assegurar sua preservação du-
arquivo corrente, transferindo os documentos – depois de rante o prazo de guarda estabelecido na tabela de tempo-
cessado o prazo previsto para esta fase – para o arquivo ralidade e destinação.
intermediário, que promoverá o recolhimento ao arquivo Alguns documentos, conforme as normas vigentes de-
permanente. verão ser produzidos em formatos padronizados. Os docu-
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem mentos identificados nas tabelas de temporalidade e des-
contam com serviços de arquivamento intermediário: tinação como de valor permanente deverão ser produzidos
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as unidades em papéis alcalinos.
organizacionais são igualmente responsáveis pelo arquiva- Cabe acrescentar que:
mento corrente, ficando a guarda intermediária a cargo das - Os papéis das capas de processos devem ser alcali-
mesmas ou do arquivo público, o qual deverá assumir tais nos;
funções. - As presilhas devem ser em plástico ou metal não oxi-
dável;
3. Destinação final: Neste campo é registrada a desti- - As práticas de grampear e de colar documentos de-
nação estabelecida que pode ser a eliminação, quando o vem ser evitadas;
documento não apresenta valor secundário (probatório ou - Os dossiês, processos e volumes devem ser arquiva-
informativo) ou a guarda permanente, quando as informa- dos em pastas suspensas ou em caixas, de acordo com suas
ções contidas no documento são consideradas importan- dimensões.
tes para fins de prova, informação e pesquisa. Todos os documentos devem ser preservados em con-
A guarda permanente será sempre nas instituições ar- dições adequadas ao seu uso, pelos prazos de guarda es-
quivísticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos públicos tabelecidos nas tabelas de temporalidade e destinação de
estaduais, do Distrito Federal e municipais), responsáveis documentos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
A informação deve estar adequadamente identificada, - evitar tubulações hidráulicas, caixas d’água e quadros
classificada e controlada, para que a localização e a devolu- de energia elétrica sobre as áreas de depósito;
ção ao local de depósito sejam realizadas de forma ágil e sem - evitar todo tipo de material que possa promover risco
riscos de danos ou extravios. Para que esses procedimentos de propagação de fogo ou formação de gases, como ma-
sejam efetivos e possam assegurar a manutenção das condi- deiras, pinturas e revestimentos;
ções de acesso, eles devem ser regularmente revistos. - aumentar a resistência térmica ou a estanqueidade
É importante que os registros relativos aos documen- das paredes externas, em especial daquelas sujeitas à ação
tos sejam incorporados a um sistema de informações, direta de raios solares, por meio de isolamento térmico e/
como um banco de dados, e que os sistemas de recupera- ou pintura de cor clara, de efeito reflexivo. Além dos recur-
ção sejam amplamente compatíveis. sos construtivos utilizados para amenizar as temperaturas
internas, sempre que for possível, posicionar os depósitos
Áreas de Armazenamento nos prismas de menor insolação;
Todos os documentos devem ser armazenados em lo- - promover a ventilação dos ambientes de forma natu-
cais que apresentem condições ambientais apropriadas às ral ou artificial com soluções de baixo custo, inclusive com
suas necessidades de preservação, pelo prazo de guarda a disposição adequada do mobiliário, de forma a facilitar o
estabelecido em tabela de temporalidade e destinação. fluxo do ar;
- evitar a presença de pessoas em trabalho ou consulta
Áreas Externas em tais ambientes;
A localização de um depósito de arquivo deve prever - manter suprimento elétrico de emergência.
facilidades de acesso e de segurança contra perigos imi- Nas áreas de depósito, os documentos devem ser ar-
nentes, evitando-se, por exemplo: mazenados separadamente, de acordo com o seu suporte
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de e suas especificidades, a saber:
inundações, como margens de rios e subsolos; - documentos textuais, como manuscritos e impressos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de - documentos encadernados;
combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e cons- - documentos textuais de grande formato;
truções irregulares; - documentos cartográficos, como mapas e plantas ar-
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices quitetônicas;
de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo; - documentos iconográficos, como desenhos, gravuras
- áreas próximas a instalações estratégicas, como in- e cartazes;
dústrias e depósitos de munições, de material bélico e ae- - documentos em meio micrográficos;
roportos. - documentos fotográficos;
- documentos sonoros;
Áreas Internas - documentos cinematográficos;
As áreas de trabalho e de circulação de público deve- - documentos em meios magnéticos e ópticos.
rão atender às necessidades de funcionalidade e conforto,
enquanto as de armazenamento de documentos devem Os filmes em bases de nitrato e de acetato de celulose
ser totalmente independentes das demais. O manual Reco- devem ser armazenados separadamente, de acordo com
mendações para a construção de arquivos, publicado pelo sua base e condição de preservação.
CONARQ em 2000, reúne as indicações para a construção,
reforma e adequação de edifícios de arquivos. Condições Ambientais
• Áreas de Depósito Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa
Nas áreas de depósito, os cuidados devem ser dirigi- e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das
dos a: áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também devem
- evitar, principalmente, os subsolos e porões, em ra- se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades es-
zão do grande risco de inundações, dando preferência a pecíficas de preservação para cada tipo de suporte.
terrenos mais elevados, distanciados do lençol freático. No
caso de depósitos em andares térreos, prever pisos mais Recomenda-se um estudo prévio das condições climá-
elevados em relação ao solo e com boas condições de dre- ticas da região, nos casos de se elaborar um projeto de cons-
nagem deste, pelas mesmas razões; trução ou reforma, com vistas a obter os melhores benefícios,
- prever condições estruturais de resistência a cargas, com baixo custo, em favor da preservação dos acervos.
de acordo com as Recomendações para a construção de ar- A deterioração natural dos suportes dos documen-
quivos, do CONARQ; tos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que
- a área dos depósitos não deve exceder a 200m2. Se são aceleradas por flutuações e extremos de temperatura
necessário, os depósitos deverão ser compartimentados. e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes
Os compartimentos devem ser independentes entre si, atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente dos
separados por corredores, com acessos equipados com raios ultravioleta.
portas corta-fogo e, de preferência, também com sistemas A adoção dos parâmetros recomendados por diferen-
independentes de energia elétrica, de aeração ou de cli- tes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade
matização; relativa entre 45% e 60%) exige, nos climas quentes e úmi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
dos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resul- Os documentos de valor permanente que apresentam
tando em altos custos de investimento em equipamentos, grandes formatos como mapas, plantas e cartazes, devem
manutenção e energia. ser armazenados horizontalmente, em mapotecas adequa-
Os índices muito elevados de temperatura e umidade das às suas medidas, ou enrolados sobre tubos confeccio-
relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação nados em cartão alcalino e acondicionados em armários ou
promovem a ocorrência de infestações de insetos e o de- gavetas. Nenhum documento deve ser armazenado direta-
senvolvimento de microorganismos, que aumentam as mente sobre o chão.
proporções dos danos. As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de
Com base nessas constatações, recomenda-se: computador, devem ser armazenadas longe de campos
- armazenar todos os documentos em condições am- magnéticos que possam causar a distorção ou a perda de
bientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de dados. O armazenamento será preferencialmente em mo-
guarda estabelecido, isto é, em temperatura e umidade re- biliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito an-
lativa do ar adequadas a cada suporte documental;
tiestático.
- monitorar as condições de temperatura e umidade
As embalagens protegem os documentos contra a
relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de meto-
poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas
dologia previamente definida;
de temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo di-
recionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade danos por água e fogo em casos de desastre.
relativa estabilizados na média, evitando variações súbitas; As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manu-
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos seio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de
quando os equipamentos de climatização não puderem ser ser empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições
mantidos em funcionamento sem interrupção; de conservação e limpeza, de forma a proteger os docu-
- proteger os documentos e suas embalagens da inci- mentos.
dência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem res-
cortinas; peitar formatos padronizados, e devem ser sempre supe-
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das riores às dos documentos que irão abrigar.
radiações ultravioleta; Todos os materiais usados para o armazenamento de
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpa- documentos permanentes devem manter-se quimicamente
das fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quais-
ou às luminárias; quer reações que afetem a preservação dos documentos.
- promover regularmente a limpeza e o controle de in- Os papéis e cartões empregados na produção de cai-
setos rasteiros nas áreas de armazenamento; xas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às ex-
- manter um programa integrado de higienização do pectativas de preservação dos documentos.
acervo e de prevenção de insetos; No caso de caixas não confeccionados em cartão alca-
- monitorar as condições do ar quanto à presença de lino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel
poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo os con- alcalino, para evitar o contato direto de documentos com
taminantes, utilizando cortinas, filtros, bem como realizan- materiais instáveis.
do o fechamento e a abertura controlada de janelas;
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios Manuseio e Transporte
magnéticos e ópticos em condições climáticas especiais, O manuseio requer cuidados especiais, tanto pelos téc-
de baixa temperatura e umidade relativa, obtidas por meio
nicos, durante o tratamento dos documentos, quanto pelos
de equipamentos mecânicos bem dimensionados, sobre-
usuários, merecendo recomendações afixadas nas salas de
tudo para a manutenção da estabilidade dessas condições,
trabalho e de consulta, a saber:
a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± 1ºC e UR
- manusear os documentos originais com mãos limpas,
35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5%
filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%. de preferência fazendo uso de luvas. Além de luvas, os téc-
nicos devem também utilizar guarda-pós, e máscaras para
Acondicionamento o manuseio de documentos.
Os documentos devem ser acondicionados em mobiliá- Esta recomendação atende à saúde de usuários e téc-
rio e invólucros apropriados, que assegurem sua preservação. nicos, considerando-se que no passado foi frequente o uso
A escolha deverá ser feita observando-se as caracte- de inseticidas, que em muitos casos ainda preservam ele-
rísticas físicas e a natureza de cada suporte. A confecção e vados níveis de toxidez.
a disposição do mobiliário deverão acatar as normas exis- Esporos de microorganismos também podem ser fato-
tentes sobre qualidade e resistência e sobre segurança no res de contaminação e toxidez;
trabalho. - utilizar também luvas e máscaras ao manusear foto-
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, grafias, filmes, microfilmes, discos e suportes magnéticos e
promove a proteção contra danos físicos, químicos e me- ópticos, considerando-se a fragilidade desses materiais e a
cânicos. Os documentos devem ser guardados em arqui- necessidade de proteção dos usuários;
vos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados a cada - manusear documentos de grandes formatos em me-
suporte e formato. sas de grandes dimensões;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
- utilizar escadas seguras, especialmente desenhadas Uma vez elaborados, os planos de emergência irão re-
para a retirada de documentos das estantes, bem como querer recursos materiais e humanos, sendo interessante
carrinhos, para o seu transporte entre o depósito e a sala poder organizá-los de forma cooperativa, entre instituições
de consulta, visando à segurança no trabalho e à integrida- de uma mesma cidade ou região.
de dos documentos; Um plano de emergência contém as providências ne-
- transportar documentos entre seções, para expo- cessárias para o salvamento dos documentos. Entre os
sições ou para empréstimos externos ou serviços de ter- preparativos estão os de minimizar ao máximo os riscos
ceiros, como microfilmagem e conservação, seguindo de fogo, por meio de sistemas de alarmes e supressão au-
procedimentos padronizados de embalagem, transporte tomática, e todos os outros riscos potenciais, como vimos,
e manuseio, visando à preservação e segurança dos do- por meio de vistorias e manutenção periódicas.
cumentos. Acervos de grande importância para a instituição deve-
rão ser identificados com antecedência. O ideal é que este
Segurança procedimento inclua uma planta baixa que indique clara-
Toda instituição arquivística deve contar com um Plano mente a localização dos acervos prioritários para efeito de
de Emergência escrito, direcionado para a prevenção con- resgate.
tra riscos potenciais e para o salvamento de acervos em O plano de emergência contará com uma equipe téc-
situações de calamidade com fogo, água, insetos, roubo e nica e uma administrativa com atribuições específicas, para
vandalismo. as várias atividades que irão demandar a pronta resposta
Este plano deve incluir: e a recuperação dos acervos atingidos, no caso de algum
Um programa de manutenção do edifício, partindo de sinistro.
um diagnóstico prévio do prédio e de sua localização, para Cada instituição deverá ter o seu próprio coordenador
identificar: de emergência, mesmo que esteja organizada em um pla-
- riscos geográficos e climáticos que possam ameaçar no cooperativo.
o prédio e o acervo; a) Coordenador – tomará as decisões e irá interagir
- vulnerabilidades do edifício, quanto à sua função de
com os demais membros do grupo, com as equipes de
proteger os acervos;
resgate técnica e administrativa e com as áreas técnicas e
- níveis de vulnerabilidade dos materiais que compõem
administrativas da instituição;
o acervo;
b) Agentes de comunicação – farão contato com:
- vulnerabilidades administrativas (ex.: seguro, segu-
- autoridades policiais, Corpo de Bombeiros ou Defesa
rança).
Civil;
- áreas técnicas da instituição;
Um plano de metas concretas e cronograma de prio-
- demais instituições, imprensa;
ridades para a eliminação do maior número possível de
riscos: - empresas fornecedoras de materiais.
- inspecionar regularmente o prédio; c) Especialistas de conservação, para os diferentes ti-
- manter em perfeitas condições de funcionamento os pos de acervo, que poderão ser da própria instituição ou
sistemas elétrico, hidráulico e de esgoto do prédio; externos, dentro de um programa de cooperação entre
- implantar um programa integrado contra pragas; instituições.
- instalar sistemas confiáveis de detecção e combate d) Equipe técnica substituta – quando os integrantes
de incêndio e de suprimento elétrico de emergência; da equipe titular não conseguirem chegar ao local a tempo.
- manter todo o acervo documental identificado e in- Esta equipe deverá participar de todos os treinamentos e
ventariado; simulações.
- implantar procedimentos de segurança e de limpeza O plano deve ser testado e revisto em intervalos regu-
periódica nos depósitos. lares, e todo o pessoal da instituição precisa estar familiari-
zado com ele, seja tendo participado de sua elaboração, ou
Um plano de salvamento e de segurança humanos: pelo treinamento nos procedimentos de emergência.
- formar e treinar periodicamente a brigada de incêndio;
- utilizar sinalização de segurança e de escape para ca- Preservação e conservação de documentos de ar-
sos de emergência; quivo
- efetuar treinamentos e simulações periódicas de
emergência. Preservação: é um conjunto de medidas e estratégias
de ordem administrativa, política e operacional que contri-
Um plano de salvamento de acervos (plano de emer- buem direta ou indiretamente para a preservação da inte-
gência): gridade dos materiais.
As instituições depositárias de acervos deverão ter um Conservação: é um conjunto de ações estabilizadoras
plano de emergência escrito para salvamento do acervo que visam desacelerar o processo de degradação de do-
em casos de calamidade, atendendo às especificidades de cumentos ou objetos, por meio de controle ambiental e
seu acervo e às condições de localização do mesmo em de tratamentos específicos (higienização, reparos e acon-
suas dependências. dicionamento).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Restauração: é um conjunto de medidas que objetivam Num levantamento cuidadoso das condições de con-
a estabilização ou a reversão de danos físicos ou químicos servação dos documentos de um acervo, é possível iden-
adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do uso, tificar facilmente as consequências desses fatores, quando
intervindo de modo a não comprometer sua integridade e não controlados dentro de uma margem de valores acei-
seu caráter histórico. tável.
Todos fazem parte do ambiente e atuam em conjunto.
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE ARQUI- Sem a pretensão de aprofundar as explicações científi-
VOS cas de tais fatores, podemos resumir suas ações da seguinte
Conhecendo-se a natureza dos materiais componen- forma:
tes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar 1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor e a umi-
elementos nocivos e traçar políticas de conservação para dade contribuem significativamente para a destruição dos
minimizá-los. documentos, principalmente quando em suporte-papel. O
Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O ca-
constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte, lor acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações
revistas, manuscritos etc., que utilizam, em grande parte, químicas, inclusive as de deterioração, é dobrada a cada
o papel como suporte da informação, além de tintas das aumento de 10°C. A umidade relativa alta proporciona as
mais diversas composições. condições necessárias para desencadear intensas reações
O papel, por mais variada que possa ser sua com posi- químicas nos materiais. Evidências de temperatura e umida-
ção, é formado basicamente por fibras de celulose prove- de relativa altas são detectadas com a presença de colônias
nientes de diferentes origens. de fungos nos documentos, sejam estes em papel, couro,
Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam tecido ou outros materiais.
oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da Umidade relativa do ar e temperatura muito baixas
maioria dos documentos, que é o papel. transparecem em documentos distorcidos e ressecados.
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar
A degradação da celulose ocorre quando agentes no-
são muito mais nocivas do que os índices superiores aos
civos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fa-
considerados ideais, desde que estáveis e constantes. To-
zendo com que se agreguem a elas novos componentes
dos os materiais encontrados nos acervos são higroscópi-
que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam rea-
cos, isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente e,
ções químicas que levam ao rompimento das cadeias ce-
portanto, se expandem e se contraem com as variações de
lulósicas.
temperatura e umidade relativa do ar.
A acidez e a oxidação são os maiores processos de
Essas variações dimensionais aceleram o processo de
deterioração química da celulose. Também há os agentes
deterioração e provocam danos visíveis aos documentos,
físicos de deterioração, responsáveis pelos danos mecâni- ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos
cos dos documentos. Os mais frequentes são os insetos, os papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos nas
roedores e o próprio homem. emulsões de fotos etc..
Resumindo, podemos dizer que consideramos agen- O mais recomendado é manter a temperatura o mais
tes de deterioração dos acervos de bibliotecas e arquivos próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a
aqueles que levam os documentos a um estado de insta- 50%, evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C
bilidade física ou química, com comprometimento de sua de temperatura e 10% de umidade relativa.
integridade e existência. O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qual-
Embora, com muita frequência, não possamos elimi- quer projeto de mudança, é feito através do termo higrô-
nar totalmente as causas do processo de deterioração dos metro (aparelho medidor da umidade e temperatura simul-
documentos, com certeza podemos diminuir consideravel- taneamente).
mente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o A circulação do ar ambiente representa um fator bas-
manuseio, as intervenções e a higiene, entre outros. tante importante para amenizar os efeitos da temperatura e
Antes de citar os principais fatores de degradação, tor- umidade relativa elevada.
na-se indispensável dizer que existe estreita ligação entre
eles, o que faz com que o processo de deterioração tome 1.2 Radiação da luz: Toda fonte de luz, seja ela natural
proporções devastadoras. ou artificial, emite radiação nociva aos materiais de acervos,
Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos nos provocando consideráveis danos através da oxidação. O pa-
acervos podemos classificar os agentes de deterioração pel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido. As
em Fatores Ambientais, Fatores Biológicos, Intervenções tintas desbotam ou mudam de cor, alterando a legibilidade
Impróprias, Agentes Biológicos, Furtos e Vandalismo. dos documentos textuais, dos iconográficos e das encader-
nações. O componente da luz que mais merece atenção é a
1. Fatores ambientais radiação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à luz, mesmo
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo e
existem no ambiente físico do acervo: Temperatura, Umi- irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artifi-
dade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. cial, proveniente de lâmpadas incandescentes (tungstênio)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz na- reproduzem através de esporos e de forma muito intensa e
tural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes geradoras rápida dentro de determinadas condições. Como qualquer
de UV. A intensidade da luz é medida através de um apare- outro ser vivo, necessitam de alimento e umidade para so-
lho denominado luxímetro ou fotômetro. breviver e proliferar. O alimento provém dos papéis, ami-
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos (colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é
dos acervos: fator indispensável para o metabolismo dos nutrientes e
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou per- para sua proliferação. Essa umidade é encontrada na at-
sianas que bloqueiem totalmente o sol; essa medida tam- mosfera local, nos materiais atacados e na própria colônia
bém ajuda no controle de temperatura, minimizando a ge- de fungos. Além da umidade e nutrientes, outras condições
ração de calor durante o dia. contribuem para o crescimento das colônias: temperatura
- Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no elevada, falta de circulação de ar e falta de higiene.
controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quan- Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando
to em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de o suporte, causam manchas de coloração diversas e inten-
vida limitado). sas de difícil remoção. A proliferação se dá através dos es-
- Cuidados especiais devem ser considerados em ex- poros que, em circunstâncias propícias, se reproduzem de
posições de curto, médio e longo tempo: forma abundante e rápida.
- não expor um objeto valioso por muito tempo; Se as condições, entretanto, forem adversas, esses es-
- manter o nível de luz o mais baixo possível; poros se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando
- não colocar lâmpadas dentro de vitrines; as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como,
- proteger objetos com filtros especiais; por exemplo, a umidade relativa do ar com índices baixos.
- certificar-se de que as vitrines sejam feitas de mate- Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, por-
riais que não danifiquem os documentos. tanto, não se reproduzem nem atacam os documentos.
Esse estado, porém, é reversível; se as condições forem
1.3 Qualidades do ar: O controle da qualidade do ar ideais, os esporos revivem e voltam a crescer e agir, mesmo
é essencial num programa de conservação de acervos. Os que tenham sido submetidos a congelamento ou secagem.
poluentes contribuem pesadamente para a deterioração Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em
de materiais de bibliotecas e arquivos. Há dois tipos de todos os lugares, em todas as salas, em cada peça do acer-
poluentes – os gases e as partículas sólidas – que podem vo e em todas as pessoas, mas não é tão difícil controlá-los.
ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os As medidas a serem adotadas para manter os acervos
gerados no próprio ambiente. Os poluentes externos são sob controle de infestação de fungos são:
principalmente o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de ni- - estabelecer política de controle ambiental, principal-
trogênio (NO e NO2) e o Ozônio (O3). São gases que pro- mente temperatura, umidade relativa e ar circulante, man-
vocam reações químicas, com formação de ácidos que cau- tendo os índices o mais próximo possível do ideal e evitan-
sam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica do oscilações acentuadas;
quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora. - praticar a higienização tanto do local quanto dos do-
As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes, cumentos, com metodologia e técnicas adequadas;
agem como abrasivos e desfiguram os documentos. Agen- - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
tes poluentes podem ter origem no próprio ambiente do manuseio dos documentos e regras de higiene do local;
acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, - manter vigilância constante dos documentos con-
adesivos, tintas etc., que podem liberar gases prejudiciais à tra acidentes com água, secando-os imediatamente caso
conservação de todos os materiais. ocorram.

2. Agentes biológicos: Os agentes biológicos de dete- Observações importantes:


rioração de acervos são, entre outros, os insetos (baratas, - O uso de fungicidas não é recomendado; os danos
brocas, cupins), os roedores e os fungos, cuja presença causados superam em muito a eficiência dos produtos so-
depende quase que exclusivamente das condições am- bre os documentos.
bientais reinantes nas dependências onde se encontram os - Caso se detecte situação de infestação, chamar pro-
documentos. Para que atuem sobre os documentos e pro- fissionais especializados em conservação de acervos.
liferem, necessitam de conforto ambiental e alimentação. O - Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar,
conforto ambiental para praticamente todos os seres vivos eleva a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação
está basicamente na temperatura e umidade relativa eleva- de colônias de fungos.
das, pouca circulação de ar, falta de higiene etc. - Na higienização do ambiente, é recomendado o uso
de aspirador.
2.1 Fungos: Os fungos representam um grupo grande Alguns conselhos para limpeza de material com fun-
de organismos. São conhecidos mais de 100.000 tipos que gos:
atuam em diferentes ambientes, atacando diversos subs- - Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aven-
tratos. No caso dos acervos de bibliotecas e arquivos, são tais, toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilida-
mais comuns aqueles que vivem dos nutrientes encontra- de alérgica).
dos nos documentos. Os fungos são organismos que se - Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
2.2 Roedores Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e buscar a ajuda de um profissional especializado.
arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Ten- A providência a ser tomada é identificar o documento ata-
tar obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos cado e, se possível, isolá-lo até tratamento. A higienização de
acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para que infestados por brocas deve ser feita em lugar distante, devido
surtam efeito devem ser definidas por especialistas em ao risco de espalhar ovos ou muitas larvas pelo ambiente.
zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não pro- Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por
voque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz mais que se higienize o ambiente e se removam as larvas
nos mesmos moldes citados acima: temperatura e umida- e resíduos, corre-se o risco de não eliminar totalmente os
de relativa controladas, além de higiene periódica. ovos. Portanto, após a higienização, os documentos devem
2.3 Ataques de insetos: Baratas – Esses insetos atacam ser revistos de tempos em tempos.
tanto papel quanto revestimentos. A variedade também é Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por pro-
fissionais especializados, pois o uso de qualquer produto
grande. O ataque tem características bem próprias, reve-
químico pode acarretar danos intensos aos documentos.
lando-se principalmente por perdas de superfície e man-
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só
chas de excrementos. As baratas se reproduzem no próprio
para as coleções como para o prédio em si.
local e se tornam infestação muito rapidamente, caso não
Vivem em sociedades muito bem organizadas, repro-
sejam combatidas. São atraídas pelos mesmos fatores já duzem-se em ninhos e a ação é devastadora onde quer
mencionados: temperatura e umidade elevadas, resíduos que ataquem. Na grande maioria das vezes, sua presença
de alimentos, falta de higiene no ambiente e no acervo. só é detectada depois de terem causado grandes danos.
Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, tubu-
instalada a infestação, devemos buscar a orientação de lações, conduteis de instalações elétricas, rodapés, baten-
profissionais. tes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos dos nossos olhos.
imensos em acervos, principalmente em livros. Chegam aos acervos em ataques massivos, através de
A sua presença se dá principalmente por falta de pro- estantes coladas às paredes, caixas de interruptores de luz,
grama de higienização das coleções e do ambiente e ocor- assoalhos etc.
re muitas vezes por contato com material contaminado, Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar dentro
cujo ingresso no acervo não foi objeto de controle. Exigem dos edifícios das bibliotecas e arquivos.
vigilância constante, devido ao tipo de ataque que exer- Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na
cem. Os sintomas desse ataque são claros e inconfundíveis. base de árvores ou outros prédios.
Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua natureza Com muita frequência, quando os cupins atacam o
e comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em qua- acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da mesma
tro fases: ovos – larva – pupa – adulta. forma que os outros agentes citados anteriormente, os
A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se cupins se instalam em ambientes com índices de tempe-
reproduz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo. ratura e umidade relativa elevados, ausência de boa circu-
Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados, lação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos
como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e to- documentos.
dos os materiais à base de celulose. No caso de ataque de cupim, não há como solucionar
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um pro-
fissional especializado na área de conservação de acervos
materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala
para cuidar dos documentos atacados e outro profissional
e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete.
capacitado para cuidar do extermínio dos cupins que estão
As brocas precisam encontrar condições especiais que,
na parte física do prédio. O tratamento recomendado para
como todos os outros agentes biológicos, são temperatura
o extermínio dos cupins ou para prevenção contra novos
e umidade relativa elevadas, falta de ar circulante e falta de ataques é feito mediante barreiras químicas adequada-
higienização periódica no local e no acervo. mente projetadas.
A característica do ataque é o pó que se encontra na
estante em contato com o documento. 3. Intervenções inadequadas nos acervos
Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos Chamamos de intervenções inadequadas todos os pro-
de cola, papel etc. Em geral as brocas vão em busca do cedimentos de conservação que realizamos em um con-
adesivo de amido, instalando-se nos papelões das capas, junto de documentos com o objetivo de interromper ou
no miolo e no suporte do miolo dos livros. As perdas são melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com a
em forma de orifícios bem redondinhos. boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que re-
A higienização metódica é a única forma de se fazer o sultam em danos ainda maiores.
controle das condições de conservação dos documentos e, Nos acervos formados por livros, fotografias, docu-
assim, detectar a presença dos insetos. Uma medida que mentos impressos, documentos manuscritos, mapas, plan-
deve ser obedecida sempre é a higienização e separação tas de arquitetura, obras de arte etc., é preciso ver que,
de todo exemplar que for incorporado ao acervo, seja ele segundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas,
originário de doação, aquisição ou recolhimento. pigmentos, estruturas etc. completamente diferentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Qualquer tratamento que se queira aplicar exige um Na devolução dos documentos, é preciso que o fun-
conhecimento das características individuais dos docu- cionário faça uma vistoria geral em cada um.
mentos e dos materiais a serem empregados no proces-
so de conservação. Todos os profissionais de bibliotecas 5. Fatores de deterioração - conclusão
e arquivos devem ter noções básicas de conservação dos Como podemos ver, os danos são intensos e mui-
documentos com que lidam, seja para efetivamente exe- tos são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos
cutá-la, seja para escolher os técnicos capazes de fazê-lo, custos de uma política de conservação, existem medidas
controlando seu trabalho. Os conhecimentos de conserva- que podemos tomar sem despender grandes somas de
ção ajudam a manter equipes de controle ambiental, con- dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos desses
trole de infestações, higienização do ambiente e dos docu- agentes.
mentos, melhorando as condições do acervo. Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos,
Pequenos reparos e acondicionamentos simples po- a começar por:
dem ser realizados por aqueles que tenham sido treinados • treinamento dos profissionais na área da conserva-
nas técnicas e critérios básicos de intervenção. ção e preservação;
• atualização desses profissionais (a conservação é
4. Problemas no manuseio de livros e documentos: O uma ciência em desenvolvimento constante e a cada dia
manuseio inadequado dos documentos é um fator de de- novas técnicas, materiais e equipamentos surgem para fa-
gradação muito frequente em qualquer tipo de acervo. O cilitar e melhorar a conservação dos documentos);
manuseio abrange todas as ações de tocar no documento, • monitoração do ambiente – temperatura e umidade
sejam elas durante a higienização pelos funcionários da relativa em níveis aceitáveis;
instituição, na remoção das estantes ou arquivos para uso • uso de filtros e protetores contra a luz direta nos
do pesquisador, nas foto-reproduções, na pesquisa pelo documentos;
usuário etc. O suporte-papel tem uma resistência deter- • adoção de política de higienização do ambiente e
minada pelo seu estado de conservação. Os critérios para dos acervos;
higienização, por exemplo, devem ser formulados median- • contato com profissionais experientes que possam
te avaliação do estado de degradação do documento. Os assessorar em caso de necessidade.
limites devem ser obedecidos. Há documentos que, por
mais que necessitem de limpeza, não podem ser manipu- Conservação: critérios de intervenção para a estabili-
lados durante um procedimento de higienização, porque o zação de documentos
tratamento seria muito mais nocivo à sua integridade, que Os documentos que sofrem algum tipo de dano apre-
é o item mais importante a preservar, do que a eliminação sentam um processo de deterioração que progressiva-
da sujidade. mente vai levá-los a um estado de perda total. Para evitar
esse desfecho, interrompe-se o processo através de inter-
4.1 Furto e vandalismo: Um volume muito grande de venções que levam à estabilização do documento.
documentos em nossos acervos é vítima de furtos e van- Estabilizar um documento é, portanto, interromper
dalismo. um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus
A falta de segurança e nenhuma política de controle agregados, através de procedimentos mínimos de inter-
são a causa desse desastre. venção. Por exemplo: estabilizar por higienização significa
Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterio-
quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia. ração. No capítulo anterior, vimos os fatores de deteriora-
Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata ção e seus efeitos nos documentos. O segundo passo será
muito tempo depois. É necessário implantar uma política a intervenção nesse processo de deterioração, através de
de proteção, mesmo que seja através de um sistema de estabilização dos documentos danificados.
segurança simples. Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer
Durante o período de fechamento das instituições, a a critérios de prioridade estabelecidos no tratamento dos
melhor proteção é feita com alarmes e detectores internos. acervos: de coleções gerais ou de obras raras, no caso de
O problema é durante o horário de funcionamento, que é bibliotecas, de documentos antigos ou mais recentes, no
quando os fatos acontecem. caso de arquivos.
O recomendado é que se tenha uma só porta de entra- Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é
da e saída das instalações onde se encontra o acervo, para se nós somos capazes de executá-la.
ser usada tanto pelos consulentes/pesquisadores quanto Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não.
pelos funcionários. Esse é o primeiro critério a seguir.
As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. Caso não nos julguemos com conhecimentos neces-
Nas áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa sários, a solução é buscar algum especialista da área ou
ter uma visão de todas as mesas, permanecendo no local acondicionar o documento enquanto aguardamos o mo-
durante todo o horário de funcionamento. As chaves das mento oportuno de intervir.
salas de acervo e o acesso a elas devem estar disponíveis
apenas a um número restrito de funcionários.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
6. Características gerais dos materiais empregados em fície. Nesse processo, não se usam solventes. A limpeza de
conservação: superfície é uma etapa independente de qualquer trata-
Nos projetos de conservação/preservação de acervos mento mais intenso de conservação; é, porém, sempre a
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas primeira etapa a ser realizada.
o uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daque-
les materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente 8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do acervo:
estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em re- • A sujidade escurece e desfigura o documento, preju-
lação aos documentos onde são aplicados, distinguem-se dicando-o do ponto de vista estético.
pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e inércia. Os • As manchas ocorrem quando as partículas de poei-
materiais não enquadrados nessa classificação não podem ra se umedecem, com a alta umidade relativa ou mesmo
ser usados, pois apresentam problemas de instabilidade, por ataque de água, e penetram rapidamente no papel. A
reagem com o tempo e decompõem-se em outras subs- sujeira e outras substâncias dissolvidas se depositam nas
tâncias que vão deteriorar os documentos com os quais margens das áreas molhadas, provocando a formação de
estão em contato. Além disso, são de natureza irreversível, manchas. A remoção dessas manchas requer a intervenção
ou seja, uma vez aplicados aos documentos não podem ser de um restaurador.
removidos. • Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos e,
Dentro das especificações positivas, encontramos vá- portanto, extremamente nocivos ao papel. São rapidamen-
rios materiais: os papéis e cartões alcalinos, os poliésteres te absorvidos, alterando seriamente o pH do papel.
inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os papéis orien-
tais, borrachas plásticas etc., usados tanto para pequenas 8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo
intervenções sobre os documentos como para acondicio- Cada objeto deve ser avaliado individualmente para
namento. determinar se a higienização é necessária e se pode ser
realizada com segurança. No caso de termos as condições
7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais abaixo, provavelmente o tratamento não será possível:
para a conservação de acervos: • Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas
Como já enfatizamos anteriormente, é muito impor- finas, perdas, rasgos intensos podem estar muito frágeis
tante ter conhecimentos básicos sobre os materiais que para limpeza. Áreas com manchas e áreas atacadas por
integram nossos acervos para que não corramos o risco de fungos podem não resistir à limpeza: o suporte torna-se
lhes causar mais danos. escuro, quebradiço, manchado e, portanto, muito facil-
Vários são os procedimentos que, apesar de simples, mente danificado.
são de grande importância para a estabilização dos docu- Quando o papel se degrada, até mesmo um suave
mentos. contato com o pó de borracha pode provocar a fragmen-
tação do documento.
8. Higienização: • Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar
A sujidade é o agente de deterioração que mais afeta os borracha nesses materiais, pois a remoção das partículas
documentos. A sujidade não é inócua e, quando conjugada residuais com pincel se torna difícil:
a condições ambientais inadequadas, provoca reações de - papel japonês;
destruição de todos os suportes num acervo. Portanto, a - papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos
higienização das coleções deve ser um hábito de rotina na (que degradam a celulose, consumindo a encolagem);
manutenção de bibliotecas ou arquivos, razão por que é - papel molhado (que perde a encolagem e, após a se-
considerada a conservação preventiva por excelência. cagem, torna-se frágil).
Durante a higienização de documentos, procedemos
também de forma simultânea a um levantamento de da- 8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície:
dos sobre suas condições de conservação, para efeitos de A remoção da sujidade superficial (que está solta so-
futuras intervenções. É hora Durante a higienização de do- bre o documento) é feita através de pincéis, flanela macia,
cumentos, procedemos também de forma simultânea a um aspirador e inúmeras outras ferramentas que se adaptam
levantamento de dados sobre suas condições de conserva- à técnica.
ção, para efeitos de futuras intervenções. É hora também Como já foi dito anteriormente, essa etapa é obrigató-
de executar os primeiros socorros para que um processo ria e sempre se realiza como primeiro tratamento, quais-
de deterioração em andamento seja interrompido, mesmo quer que sejam as outras intervenções previstas.
que não possa ser sanado no momento. • Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados na
limpeza mecânica, de diferentes formas, tamanhos, quali-
8.1 Processos de higienização: dade e tipos de cerdas (podem ser usados com carga es-
8.1.1 Limpeza de superfície: tática atritando as cerdas contra o nylon, material sintético
O processo de limpeza de acervos de bibliotecas e ar- ou lã);
quivos se restringe à limpeza de superfície e, portanto, é • Flanela: serve para remover sujidade de encaderna-
mecânica, feita a seco. A técnica é aplicada com o objetivo ções, por exemplo;
de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações, resíduos • Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e
de excrementos de insetos ou outros depósitos de super- com potência de sucção controlada;

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
• Outros materiais usados para a limpeza: bisturi, pinça, 8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de hi-
espátula, agulha, cotonete; gienização
• Materiais de apoio necessários para limpeza mecâ- - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,
nica: pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado
- raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil; da encadernação;
- fita-crepe; - Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
- lápis de borracha; lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel,
- luvas de látex ou algodão; limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é
- máscaras; a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujei-
- papel mata-borrão; ra está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente,
- pesos; aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço de
- poliéster (mylar); carpete sem uso;
- folhas de papel siliconado; - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,
- microscópios; numa primeira higienização;
Os livros, além do suporte-papel, exigem também tra- - Oxigenar as folhas várias vezes.
tamento de revestimento. Assim, o couro(inclui-se aqui o Num programa de manutenção, pode-se limpar a en-
pergaminho), tecidos e plastificados fazem parte dos ma- cadernação, cortes e aproximadamente as primeiras e últi-
teriais pertencentes aos livros. mas 15 folhas, que são as mais sujeitas a receber sujidade,
Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de diferen- devido à estrutura das encadernações. Nos livros mais frá-
tes tamanhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores de baixa geis, deve-se suportar o volume em estruturas adequadas
potência com proteção de boca, pinças, espátulas de me- durante a operação para evitar danos na manipulação e
tal, entre outros materiais. tratamento.
Na limpeza do couro, é recomendável somente a utili- Todo o documento que contiver gravuras ou outra téc-
zação de pincel e flanela macia, caso o couro esteja íntegro. nica de obra de arte no seu interior necessita um cuidado
redobrado. Antes de qualquer intervenção com pincéis,
Não se deve tratá-lo com óleos e solventes.
trinchas, flanelas, é necessário examinar bem o documento,
A encadernação em pergaminho não necessita do
pois, nesse caso, só será recomendada a limpeza de super-
mesmo tratamento do couro. Como é muito sensível à
fície se não houver nenhum risco de dano.
umidade, o tratamento aquoso deve ser evitado. Para sua
No caso dos documentos impressos como os livros,
limpeza, apresenta bons resultados o uso de algodão em-
existe uma grande margem de segurança na resistência
bebido em solvente de 50% de água e álcool. O algodão
das tintas em relação ao pincel. Mesmo assim, devemos
precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre buscar traba-
escolher o pincel de maciez adequada para cada situação.
lhar o suporte em pequenas áreas de cada vez. Nessa lim- Em relação às obras de arte, as técnicas são tão variadas e
peza, é importante ter muito cuidado com os pergaminhos as tintas de composições tão diversas que, de modo algum,
muito ressecados e distorcidos. A fragilidade é intensa e se deve confiar na sua estabilidade frente à ação do pincel
o documento pode desintegrar-se. A estabilização de per- ou outro material.
gaminhos, nesse caso, requer os serviços de especialistas.
Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing para 8.3 Higienização de documentos de arquivo:
a hidratação dos couros. Os componentes das diversas Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmen-
fórmulas do produto variam muito (óleos, graxas, gordu- te quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso
ras) e, se mal aplicados, podem causar sérios problemas se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante
de conservação ao couro. A fórmula do British Museum é do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições de
a mais usada e recomendada. O uso deve ser criterioso e armazenamento e o excesso de manuseio também contri-
não indiscriminado. Em casos específicos de livros novos buem para a degradação dos materiais. Tais documentos
de coleções de bibliotecas, pode ser apropriado o seu uso têm que ser higienizados com muito critério e cuidado.
como parte integrante de um programa de manutenção.
No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de 8.3.1 Documentos manuscritos:
trincha ou aspirador é recomendável, caso sua integridade Os mesmos cuidados para com os livros devem ser to-
o permita. mados em relação aos manuscritos. O exame dos docu-
Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser uti- mentos, testes de estabilidade de seus componentes para
lizado pó de borracha ou diretamente a borracha, caso a o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de in-
integridade do papel e das tintas não fique comprometida tervenção devem ser cuidadosamente realizados.
com essa ação. As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir
E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), um documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuida-
deve-se usar apenas uma flanela seca e bem macia. do é pouco para manusear esses documentos. As espessas
Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel tintas encontradas em partituras de música, por exemplo,
macio, sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de podem estar soltas ou em estado de pó.
agredir as tintas, o resíduo de borracha é permanente e de Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de “bor-
difícil remoção. Os resíduos agem como abrasivos e per- rar”, ao mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado
manecerão em contato com o suporte para sempre. para isso é fino e quebradiço, tornando o manuseio mui-

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
to arriscado e a limpeza de superfície desaconselhável. As - espátula de osso;
áreas ilustradas e decorativas dos manuscritos iluminados - pincel chato;
são desenhadas com tintas à base de água que podem es- - pincel fino;
tar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nesses ca- - filme de poliéster.
sos, deve ser evitada.
EPIs – Equipamentos de Proteção Individual - São os
8.3.2 Documentos em grande formato: dispositivos de uso pessoal destinados a resguardar a saú-
Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura de e a integridade física do trabalhador. Devemos traba-
(no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de lhar sempre protegidos com avental, luva, máscara, toucas,
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotonete - óculos de proteção e pró-pé/bota.
bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis à água, A não-utilização de EPIs durante a realização do traba-
esses papéis podem ter distorções causadas pela umidade lho, pode acarretar diversas manifestações alérgicas, como
que são irreversíveis ou de difícil remoção. rinite, irritação ocular, problemas respiratórios.
Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são
muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica. Eliminação de documentos
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acon- A eliminação de documentos é definida após a análise
dicionamento. da Subcomissão de Avaliação, que julga os valores primário
Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma e secundário dos documentos, seguindo os critérios indica-
atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde dos neste manual e os prazos de arquivamento da Tabela
que em boas condições, o pó de borracha pode ser aplica- de Temporalidade.
do para tratar grandes áreas. Os grandes mapas impressos, Segundo a Resolução Federal nº 7, de 20/05/1997, de-
muitas vezes, têm várias folhas de papel coladas entre si finida pelo CONARQ – Conselho.
nas margens, visando permitir uma impressão maior. Ao Nacional de Arquivos, o registro dos documentos a se-
fazer a limpeza de um documento desses, o cuidado com rem eliminados deverá ser efetuado por meio dos seguin-
tes instrumentos, que são de guarda permanente:
as emendas deve ser redobrado, pois nessas, geralmen-
§ Listagem de Eliminação de Documentos. Tem por
te, ocorrem descolamentos que podem reter resíduos de
objetivo registrar informações pertinentes aos documentos
borracha da limpeza, gerando degradação. Outros mapas
a serem eliminados. Esta deve ser aprovada pela Comissão
são montados em linho ou algodão com cola de amido. O
da Avaliação de Documentos – CAD.
verso desses documentos retém muita sujidade. Recomen-
§ Edital de Ciência de Eliminação de Documentos.
da-se remover o máximo com aspirador de pó (munido das
Tem por objetivo tornar público, em periódicos oficiais, o
devidas proteções em seu bocal e no documento).
ato de eliminação dos acervos arquivísticos. O modelo do
Edital de Ciência de Eliminação de Documentos baseia-se
9. Pequenos reparos: na Resolução Federal nº 5, de 30/09/1996, definida pelo
Os pequenos reparos são diminutas intervenções que CONARQ, que dispõe sobre o assunto e dá outras provi-
podemos executar visando interromper um processo de dências. (Formulário II).
deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções § Termo de Eliminação de Documentos. Tem por ob-
devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e jetivo registrar as informações relativas ao ato de elimina-
têm a função de melhorar o estado de conservação dos ção. (Formulário III).
documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o
risco de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes Os documentos que aguardam aprovação para sua eli-
de caráter irreversível. minação devem ser acondicionados em caixas-box, identi-
Os livros raros e os documentos de arquivo mais an- ficadas com lombadas específicas.
tigos devem ser tratados por especialistas da área. Os
demais documentos permitem algumas intervenções, de Para algumas vias do documento, a eliminação pode
simples a moderadas. Os materiais utilizados para esse fim ser efetuada no próprio arquivo corrente, pelos servidores
devem ser de qualidade arquivística e de caráter reversí- daquela unidade, sob orientação da comissão ou grupo de
vel. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer avaliação.
a técnicas e procedimentos reversíveis. Isso significa que, De alguns documentos são eliminadas todas as vidas,
caso seja necessário reverter o processo, não pode existir por não possuírem qualquer interesse para a guarda per-
nenhum obstáculo na técnica e nos materiais utilizados. manente ou porque suas informações são importantes,
Os procedimentos e técnicas para a realização de re-
paros em documentos exigem os seguintes instrumentos: Como classificar os documentos para eliminar
- mesa de trabalho; Para os documentos que serão avaliados para destina-
- pinça; ção final também se utiliza o assunto como critério classifi-
- papel mata-borrão; cador, devendo proceder da seguinte maneira:
- entretela sem cola;
- placa de vidro; 1. Separar os documentos por assunto;
- peso de mármore; 2. Localizar o assunto no Código de Classificação de
- espátula de metal; Documentos;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
3. Anotar o Código/Assunto em folha A4 ou planilha, Devido à natureza complexa de um ambiente tec-
que será a folha de rosto dos documentos agrupados; nológico de rápidas mudanças e de elevados custos de
4. Acondicionar esses documentos utilizando uma cai- implementação e manutenção para a obtenção de uma
xa arquivo para cada assunto/código pois será quantifica- qualidade arquivística é recomendável atuar em projetos
do no momento do preenchimento do formulário de elimi- cooperativos, onde as entidades custodiadoras de acervos
nação (Ver modelo de lombada nos anexos); a serem digitalizados interajam com outras organizações
5. Colar nesta caixa a etiqueta padrão para Eliminação; possuidoras de infra-estrutura tecnológica e pessoal téc-
6. Caso o documento não pertença mais ao arquivo nico especializado, que sirvam como repositórios digitais
corrente, mas está em uma caixa aguardando avaliação, ou de segurança e preservação a longo prazo, tendo ainda al-
seja, a definição de sua temporalidade, ele deverá ser agru- gumas a finalidade de oferecer apropriada estrutura para
pado com os outros do mesmo código e acondicionado acesso aos representantes digitais.
em caixa arquivo com etiqueta padrão; Finalmente, um projeto de digitalização de docu-
7. O documento que já cumpriu a fase intermediária e mentos arquivísticos de valor permanente deve procurar
é de guarda permanente, será higienizado e acondicionado atingir requisitos não apenas para as necessidades atuais,
para futuro tratamento. mas também para o futuro, requisitos estes que garantam
uma fidelidade maior e melhor ao original, formatos digi-
Digitalização e controle de qualidade tais abertos, capacidade de interoperabilidade, evitando-
Essa recomendação visa auxiliar as instituições detento- -se também em momento muito próximo a necessidade
ras de acervos arquivísticos de valor permanente, na concep- de refazer a digitalização, além de conseguir a satisfação
ção e execução de projetos e programas de digitalização. dos usuários finais apresentando um produto que esteja de
O processo de digitalização pode desempenhar função acordo com as suas necessidades.
essencial no acesso aos documentos de arquivo e como
auxílio à sua preservação, constituindo-se como instru- Entendemos a digitalização como é um processo de
mento capaz de dar acesso simultâneo local ou remoto aos conversão dos documentos arquivísticos para formato di-
gital, e que consiste em unidades de dados binários, deno-
representantes digitais de diferentes gêneros documen-
minadas de bits, com os quais os computadores criam, re-
tais, como os documentos textuais, cartográficos e icono-
cebem, processam, transmitem e armazenam dados. Todo
gráficos em suportes convencionais.
o tipo de documento que contenha textos, imagens (fixas
A digitalização de acervos é uma das ferramentas es-
ou em movimento) e áudio pode ser convertido para um
senciais ao acesso e à difusão dos acervos arquivísticos,
formato digital similar, o que significa que o resultado des-
além de contribuir para a sua preservação, uma vez que
sa conversão não é igual ao original.
restringe o manuseio aos originais. Entretanto, não se pode
De acordo com a natureza do documento arquivísti-
privilegiar ações de digitalização em detrimento das ações co original, diversos dispositivos tecnológicos (hardware)
de conservação convencional dos acervos físicos custo- e programas de computadores (software) serão utilizados
diados em instituições arquivísticas, pois os originais são para converter em dados binários o documento original
únicos e insubstituíveis, quanto ao seu conteúdo como em para diferentes formatos digitais.
seus elementos materiais. Representantes digitais dos documentos permanentes
A adoção de um processo de digitalização implica no não os substituem como originais e que devem ser preser-
conhecimento não só dos princípios da arquivologia, mas vados. A digitalização, portanto é dirigida para o acesso,
também das questões relacionadas à escolha e ao geren- difusão e preservação do acervo documental.
ciamento do ambiente tecnológico em que se inserem os
representantes digitais. Isto quer dizer que os gestores das Por que digitalizar:
instituições arquivísticas e os demais profissionais envolvi- ·Contribuir para o amplo acesso aos documentos ar-
dos deverão levar em consideração os custos de implan- quivísticos.
tação do projeto de digitalização, compreendendo que ·Incrementar a preservação e segurança dos documen-
um processo como este exige necessariamente um pla- tos arquivísticos originais em outros suportes.
nejamento de longo prazo, com previsão orçamentária e ·Permitir o intercâmbio de acervos e de instrumentos
financeira capaz de garantir a atualização e a aquisição de de pesquisa por meio de redes informatizadas.
novas versões de software e hardware, seleção de formatos ·Promover a difusão e reprodução dos acervos arqui-
digitais e a adoção de requisitos mínimos, que garantam a vísticos não digitais, em formatos e apresentações diferen-
preservação e a acessibilidade a curto, médio e longo pra- ciados do formato original.
zo dos representantes digitais.
É fundamental reconhecer que um projeto de digitali- Projeto de digitalização
zação envolve a captura digital, o processamento, o arma- Pressupõe-se que a organização arquivística dos docu-
zenamento e a distribuição, bem como o gerenciamento do mentos e o estabelecimento de um programa de avaliação
ambiente tecnológico em que está inserido. A tomada de e seleção dos conjuntos documentais a serem digitaliza-
decisão relativa à adoção da tecnologia digital deve prever dos, já tenham sido desenvolvidos, e o acervo arquivístico
a infra-estrutura para a implantação e sustentabilidade do selecionado deve, previamente, estar higienizado, identifi-
projeto em longo prazo, além dos recursos orçamentários cado e organizado (arranjo, descrição e indexação) antes
e financeiros para a sua manutenção. do processo de digitalização.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Com a identificação das espécies documentais e das É necessário que os equipamentos utilizados possibi-
características físicas do acervo, do seu estado de conser- litem a captura digital de um documento arquivístico de
vação, dos tipos e a quantificação será determinado, em forma a garantir a geração de um representante digital que
primeiro lugar, o menor caractere (linha, traço, ponto, man- reproduza, no mínimo, a mesma dimensão física do ori-
cha de impressão) a ser digitalizado, a fim de se determinar ginal em escala 1:1, sem qualquer tipo de processamento
o tipo de equipamento, e a resolução a serem utilizados posterior através de softwares. Recomendamos a adoção de
para a captura digital, oferecendo a criação de um repre- resolução entre 300 a 600 dpi, sendo a resolução de 300 dpi a
sentante digital com qualidade satisfatória para o uso que menor possível para a obtenção de um representante digital
se pretende dar (acesso, reprodução). Em segundo lugar com capacidade de reproduzir o original em escala 1:1.
serão definidos os equipamentos de captura digital que Deve-se fazer a consulta aos Cadernos Técnicos do
devem estar adequados às características físico-químicas CBPA, de nº 51 do CBPA: Requisitos de resolução digital
de cada tipo de documento, de modo a não oferecer riscos para textos: métodos para o estabelecimento de critérios
a integridade física do original. de qualidade de imagem, e o Caderno Técnico de nº 44 O
Como os documentos arquivísticos originais a serem básico sobre o processo de digitalizar imagens, e a reco-
digitalizados devem possuir as condições de conservação e mendação do National Archives and Records Administration
manuseio que permitam, sem causar danos aos mesmos, o (NARA). Technical Guidelines for Digitizing Archival Materials
processo de captura digital, recomenda-se a consulta aos for Electronic Access: Creation ofProduction Master Files –
Cadernos Técnicos do Projeto de Conservação Preventiva Raster Images For the Following Record Types- Textual, Gra-
de Bibliotecas e Arquivos - CPBA, de nºs 1 a 9: Armazena- phicIllustrations/Artwork/Originals, Maps, Plans, Oversized,
gem e Manuseio; 10 a 12: Procedimentos de Conservação, Photographs, Aerial Photographs,and Objects/Artifacts.
13 - Manual de Pequenos Reparos emLivros, nº 39 - Preser-
vação de fotografias: métodos básicos para salvaguardar Parâmetros para a obtenção de qualidade da ima-
suas coleções e, nº 41 - Indicações para o cuidado e a iden- gem digital
tificação da base de filmes fotográficos. A qualidade da imagem digital é o resultado dos se-
guintes fatores: da resolução de escaneamento adotada,
O processo de digitalização deverá ser realizado, pre-
da profundidade de bit, dos processos de interpolação
ferencialmente, nas instalações das instituições detentoras
(quando utilizados) e dos níveis de compressão, além, das
do acervo documental, evitando seu transporte e manu-
características dos próprios equipamentos e técnicas utili-
seio inadequados, e a possibilidade de danos causados por
zadas nos procedimentos que resultam na imagem digital:
questões ambientais, roubo ou extravio.
A resolução linear é determinada pelo número de pi-
Recomenda-se a digitalização de conjuntos documen-
xels utilizados para apresentar a imagem, e expressa em
tais integrais, como fundos/coleções, ou séries. No entanto
pontos por polegada (dpi) ou pixels por polegada (ppi) da
é possível digitalizar itens documentais isolados, devido à vertical e horizontal da imagem digital (eixo X,Y). Quanto
constatação de alta frequência de acesso e uso, alto valor maior o número de pixels utilizados no processo de captu-
intrínseco6, estado de conservação, necessidade de incre- ra digital de imagem, mais elevada será a resolução linear
mentar a segurança sem, entretanto, descontextualizá-los e, portanto, a possibilidade de representar a imagem origi-
do conjunto a que pertencem. nal com a riqueza de detalhes do documento original.
A profundidade de bit é uma forma de mensuração para
Captura da imagem o número de bits utilizados para definir cada pixel. Quanto
O processo de captura da imagem deverá ser realizado maior o numero de bits para compor cada pixel, maior será
com o objetivo de garantir o máximo de fidelidade entre o a escala de tonalidades de cinza (greyscale) – onde há um bit
representante digital e o documento original, levando em por pixel para as cores (modo de cores) a serem apresenta-
consideração suas características físicas, estado de conser- das. Quando só se utiliza um bit por pixel denominamos de
vação e finalidade de uso do representante digital. bitonal, ou seja, há apenas o preto ou o branco.
No processo de captura digital dos documentos arqui- A interpolação em imagens digitais consiste na adição,
vísticos, deve-se observar os parâmetros que possam sig- por meio de software, de novos pixels, a partir dos pixels
nificar riscos ao documento original, desde as condições de existentes. Seu propósito é fazer com que uma imagem
manuseio, a definição dos equipamentos de captura, o tipo digital pareça sido capturada originalmente com maior re-
de iluminação, o estado de conservação e o valor intrínseco solução. É para uso, por exemplo, em imagens pequenas,
do documento. como thumbnails em sítios da internet é um recurso que
A definição de metodologia de processamento deve não pode ser utilizado para a geração de matrizes digitais.
garantir a maior e melhor fidelidade do representante di- A compressão de formato de imagem digital é um re-
gital em relação ao documento original e registrar os me- curso amplamente utilizado, tanto para armazenamento
tadados técnicos a respeito do ambiente tecnológico (do quanto para a transmissão de dados, e muitos formatos di-
original, da captura digital, do formato digital) e as caracte- gitais e softwares de imagem permitem a sua compressão,
rísticas físicas dos documentos originais. Para manter uma o que os tornam menores em bits. Existem formatos de
desejável fidelidade visual do representante digital em re- compressão sem perdas (lossless), ou de compressão com
lação ao documento original, recomenda-se que sejam di- perdas (lossy). A compressão não deve afetar a qualidade
gitalizadas as capas, contracapas e envoltórios, bem como da imagem digital em relação a sua fidelidade visual em
páginas sem impressão. relação ao original na escala 1:1.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Modelo de verificação da qualidade do representante digital
Essa lista de verificação é para se obter um indicativo de qualidade da captura digital e da criação dos representantes
digitais. Matriz digital e das derivadas.

1. A imagem tem o tamanho/resolução pretendido?

a. Matriz Digital
b. Matriz Digital com Processamento da Imagem (opcional)
c. Formatos de Acesso
d. Thumbnail
e. Outros formatos derivados de acesso
2. O nome da imagem digital esta correto?
a. Matriz Digital
b. Matriz Digital com Processamento da Imagem (opcional).
c. Formatos de Acesso
d. Thumbnail
e. Outros formatos derivados de acesso
3. O Formato Digital da imagem está correto?
a. Matriz Digital
b. Matriz Digital com Processamento de Imagem (opcional)
c. Formatos de Acesso
d. Thumbnail
e. Outros formatos derivados de acesso
4. Verificação de Qualidade Digital com comparação com o documento original
a. A imagem esta correta no modo de cor
b. Recorte correto
c. Sem rotação
d. Sem inversão
e. Sem inclinação
f. Perda de nitidez/ excesso de nitidez
g. Presença de interferência em imagens com linhas - Padrão Moiré
h. Não pixelado
i. Predominância de uma das cores da imagem
j. Histograma
k. Sem alto contraste / sem alta luminosidade
l. Valores tonais desiguais / reflexos
n. Aspecto granulado
m. Observações gerais1

Confira os benefícios:
• Diminuição do espaço necessário para guardar documentos e custos de locação, manutenção, segurança, etc.
• Segurança contra perda. A digitalização previne a perda de documentos devido à deterioração ou acontecimentos
como enchentes, incêndios ou até um acidente banal como rasgar um documento durante o manuseio ou derrubar uma
xícara de café naquele relatório importante que estava sobre a mesa.
• Controle de acesso. Somente usuários autorizados podem acessar a informação com diferentes níveis de acesso.

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
• Rapidez no acesso a informação. A rapidez para Um sistema de GED é uma forma extremamente se-
conseguir informações é essencial na tomada de decisões gura de acesso aos arquivos, todo o movimento digital
estratégicas nos dias de hoje. é gravado, e pode-se saber, quem, quantas vezes, hora e
• Preservação do Meio Ambiente. Reduzir a quanti- data que arquivo foi acessado. Há um registro completo do
dade de documentos físicos também reduz o impacto na tráfego do seu documento.
produção de papel por exemplo. Até impactos indiretos Os arquivos de uma empresa têm diversos graus de
como custos com transporte são diminuídos. confidencialidade e esse sistema assegura que apenas
usuários autorizados possam acessar os documentos digi-
A era das soluções rápidas talizados. Existe usuário, senha e níveis de permissão para
Entender o sentido do processo de digitalização é sim- cada pessoa.
ples, basta identificar as necessidades de soluções rápidas A questão da segurança contra Hackers também é
dos dias de hoje. pensada e criada especificamente. Os documentos estão
Atualmente as fontes de buscas rápidas são concentra- salvos, porém em um sistema criptografado, que não per-
das em sites de busca (Google, Bing, Yahoo), que pesqui- mite que o Hacker consiga a informação completa do ar-
sam a partir de uma palavra-chave e oferecem resultados quivo.
instantâneos de assuntos, arquivos e documentos relevan- Se ele consegue o acesso, que já é pouco provável,
tes para o usuário. ele não consegue o acesso ao documento completo. Além
Este processo de transformação de documentos em desses sistemas de segurança, há muitos outros facilitado-
papel para imagens digitais (escaneadas) vem sendo a ma- res pensados especificamente para a segurança e pratici-
neira mais eficaz e prática para a rápida localização das dade no acesso aos documentos.
informações. Mas a segurança não deve ser pensada somente no
que diz respeito ao acesso não autorizado. Perdas de da-
Introdução ao GED – Produtividade e custo-benefí- dos também podem acontecer em meios digitais por mo-
cio tivos diversos, como defeitos nos equipamentos ou falhas
O armazenamento de documentos digitalizados é mais operacionais.
seguro e organizado e o crescimento do processo de digi- É imprescindível ter uma política de cópias de segu-
talização se dá pela iniciativa das empresas, que a cada dia rança (back up) do seu acervo de documentos. Esta cópia
observam o aumento da produtividade dos escritórios por previne perdas ou documentos corrompidos de forma di-
conta do rápido acesso as informações e ótimo custo-be- gital.
nefício. Sistemas de GED devem estar configurados para efe-
Dada a redução de espaço para armazenamento de do- tuar as cópias automaticamente e de forma periódica.
cumentos e também a redução de custos com impressões,
cópias e funcionários, essa mudança para digital não vem Como escolher o melhor equipamento para sua ne-
sendo só uma mudança operacional, mas também cultural. cessidade
 GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos O principal equipamento necessário para a digitali-
Prevê a diminuição da necessidade de arquivos em fo- zação de documentos é o Scanner. Você pode utilizar um
lhas de papel onde as buscas pelos documentos são ex- scanner profissional de maior volume ou um equipamento
tremamente trabalhosas, cansativas e desperdiçam muito multifuncional
tempo. Atualmente existem disponíveis no mercado diversos
O GED é uma revolução em velocidade e ganho de tipos de equipamento de captura digital para imagens, que
produtividade para as empresas. Com um software de digi- se aplicam aos diversos tipos de documentos arquivísticos.
talização e poucos cliques você já acha o documento pro- A definição do equipamento de captura digital a ser utili-
curado. zado só poderá ser realizada após o minucioso exame do
Toda empresa tem gestão de documentos que preci- suporte original, considerando suas características físicas e
sam atender a normas fiscais e legais e o GED é uma forma estado de conservação, de forma a garantir aos represen-
de ter esses documentos organizados em um data-center, tantes digitais a melhor fidelidade visual em relação aos
que inclui todo um sistema de segurança nesse aspecto, documentos originais, e sem comprometer seu estado de
por exemplo, sistemas criptografados. conservação.
Além da facilidade e velocidade de organização do Para escolha dos equipamentos pessoais ou para em-
GED, uma diferença importante dessa evolução tecnoló- presas, deve-se considerar as necessidades de digitaliza-
gica, é a questão do documento de papel estar sempre ção. Há diferentes scanners, com diferentes funções e essa
exposto ao meio; a tinta se apaga com o tempo, envelhe- escolha depende basicamente dos fatores abaixo:
ce, amassa, existe a exposição e risco de queimar, molhar, • Quantidade de documentos a serem digitalizados
rasgar, etc. A perda total de documentos de papel é muito e ciclo diário: a quantidade que será digitalizada no dia a
fácil. dia.
Proteja seus documentos. Segurança de dados e • Formato dos arquivos (A3, A4, fotos, filmes, car-
back up automatizados tões, etc).
O GED pode incluir os documentos já criados digital- • Velocidade de digitalização.
mente, ou seja, que não vieram de documentos físicos. • Tamanho dos arquivos a serem armazenados.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
• Disponibilidade dos equipamentos (uso em redes, O documento microfilmado tem o mesmo valor do do-
departamentos, etc). cumento original. Isso permite que após a microfilmagem,
Para melhor custo-benefício da empresa ou pessoa a empresa possa eliminar o documento em papel, restando
física, a escolha do Scanner depende da necessidade de apenas os rolos compactos de microfilme.
cada um, já há variações de modelos de Scanners que se
adaptam as necessidades do usuário. Conclusão – O mundo acompanha a tecnologia
Hoje existem Scanners disponíveis que digitalizam até É preciso estar atualizado e rever as necessidades para
210 folhas por minuto (os Scanners para Produção) e Scan- melhor adaptação à era tecnológica. O digital é o futuro
ners de mesa que digitalizam até 100 páginas por minuto no presente, novos conceitos e mudanças, não só opera-
(os Scanners Profissionais de Alta Velocidade), como tam- cionais, mas principalmente culturais.
bém existem scanners portáteis e compactos que funcio- O mundo digital só é implantado para melhora de ve-
nam sem fonte de alimentação e que digitalizam até 20 locidade nos processos feitos com folhas de papel, porque
páginas por minuto frente e verso. hoje, em qualquer parte do planeta, o mundo dos negócios
Scanners de rede permitem que usuários de médios e de exige agilidade. “Tempo é dinheiro”.
grandes escritórios compartilhem o mesmo equipamento. As tecnologias estão a cada dia otimizando os aspec-
A escolha de um scanner profissional se destaca pela tos de rapidez de acesso às informações e observando
compactação de arquivos digitais e imagens sem perder cada vez mais o aumento da produtividade. A adaptação
a qualidade, ajuste de brilho automático e digitalização ao processo digital é mais que essencial, afinal ninguém
frente e verso (duplex) também automática dentre outras quer parar a evolução e nem ficar pra trás.3
funcionalidades.
Além da diferença de velocidade e softwares comple- Legislação Arquivística
tos e específicos para a ação de digitalização, os scanners
se destacam por não precisarem de tanta frequência na
limpeza e nas trocas dos consumíveis. Papel da Legislação
 Normatizar a atuação do arquivista;
 Regulamentar a atuação profissional e as ativida-
Compartilhamento e nuvem – A tecnologia da velo-
des do arquivista junto aos documentos e aos arquivos;
cidade e praticidade
 Apresentar diretrizes para a gestão de arquivos
Atualmente no mercado, além dos scanners, também
 Estabelecer padrões para o desenvolvimento de
existem multifuncionais avançadas que sincronizam ta-
atividades de arquivo;
blets, celulares ou notebooks, com as funções de impres-
 Garantir o desempenho de atividades conforme
são e digitalização.
normas gerais e disposições específicas para alguns tipos
Esta tecnologia permite operar os pedidos de impres-
de instituição;
são e digitalização de qualquer um dos diversos aparelhos,  Recomendar ações rotineiras e preventivas junto
via rede sem fio. Muitas vezes sem a necessidade de um aos documentos de arquivo
computador de mesa.
O sistema permite sincronizar os arquivos digitalizados LEGISLAÇÃO
com a nuvem (cloud computing), ou imprimir arquivos da
nuvem, sem necessidade da conexão de cabos. Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991
 O armazenamento automático na nuvem, só facilita a LEI Nº 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991
segurança e organização dos arquivos e diminui a necessi- Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos
dade de espaço para armazenamento em seu computador e privados e dá outras providências.
ou rede. Decreto nº 4.073, de 03.01.02, regulamenta a Lei
Vários outros aplicativos podem ser compatíveis com 8.159/91
essas multifuncionais, por exemplo: Facebook, Flicker, Pica- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
sa, Googles docs, Evernote e Dropbox. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Microfilmagem – A tecnologia da preservação CAPÍTULO I


A microfilmagem é o processo que transfere o con- Disposições Gerais
teúdo de um documento em papel, ou de outros tipos de
documentos para imagens em microfilme (filme fotográfi- Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental
co) com qualidade arquivística de até 500 anos. e a de proteção especial a documentos de arquivos, como
Uma área interessante que está inteiramente ligada ao instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desen-
processo de microfilmagem é a de Arquivologia. volvimento científico e como elementos de prova e infor-
Esta área têm como finalidade a restauração de livros, mação.
desenhos, etc. e com a microfilmagem é possível guardar e Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta lei,
organizar os documentos recuperados de forma compacta, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por
reduzindo a necessidade de espaço para armazenamento órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades
desses documentos. 3 http://netscandigital.com

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
privadas, em decorrência do exercício de atividades espe- CAPÍTULO III
cíficas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o Dos Arquivos Privados
suporte da informação ou a natureza dos documentos.
Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjun- Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos
to de procedimentos e operações técnicas referentes à sua de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físi-
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em cas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou Art. 12. Os arquivos privados podem ser identifica-
recolhimento para guarda permanente. dos pelo Poder Público como de interesse público e social,
Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públi- desde que sejam considerados como conjuntos de fontes
cos informações de seu interesse particular ou de interesse relevantes para a história e desenvolvimento científico na-
coletivo ou geral, contidas em documentos de arquivos, cional.
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon- Art. 13. Os arquivos privados identificados como de
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescin- interesse público e social não poderão ser alienados com
dível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à dispersão ou perda da unidade documental, nem transferi-
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e dos para o exterior.
da imagem das pessoas. Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder
Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta Público exercerá preferência na aquisição.
aos documentos públicos na forma desta lei. Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos priva-
Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dos identificados como de interesse público e social pode-
dano material ou moral decorrente da violação do sigilo, rá ser franqueado mediante autorização de seu proprietá-
sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa. rio ou possuidor.
Art. 15. Os arquivos privados identificados como de
CAPÍTULO II interesse público e social poderão ser depositados a título
Dos Arquivos Públicos revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades
Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de docu-
religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código
mentos produzidos e recebidos, no exercício de suas ativi-
Civil ficam identificados como de interesse público e social.
dades, por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do
Distrito Federal e municipal em decorrência de suas fun-
CAPÍTULO IV
ções administrativas, legislativas e judiciárias.
Da Organização e Administração de Instituições
§ 1º São também públicos os conjuntos de documen-
Arquivísticas Públicas
tos produzidos e recebidos por instituições de caráter pú-
blico, por entidades privadas encarregadas da gestão de
serviços públicos no exercício de suas atividades. Art. 17. A administração da documentação pública ou
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas de caráter público compete às instituições arquivísticas fe-
e de caráter público implica o recolhimento de sua docu- derais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.
mentação à instituição arquivística pública ou a sua trans- § 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do
ferência à instituição sucessora. Poder Executivo, e os arquivos do Poder Legislativo e do
Art. 8º Os documentos públicos são identificados Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder Exe-
como correntes, intermediários e permanentes. cutivo os arquivos do Ministério da Marinha, do Ministério
§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles em das Relações Exteriores, do Ministério do Exército e do Mi-
curso ou que, mesmo sem movimentação, constituam ob- nistério da Aeronáutica.
jeto de consultas frequentes. § 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Exe-
§ 2º Consideram-se documentos intermediários aque- cutivo, o arquivo do Poder Legislativo e o arquivo do Poder
les que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, Judiciário.
por razões de interesse administrativo, aguardam a sua eli- § 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Po-
minação ou recolhimento para guarda permanente. der Executivo, o Arquivo do Poder Legislativo e o arquivo
§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de do- do Poder Judiciário.
cumentos de valor histórico, probatório e informativo que § 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Exe-
devem ser definitivamente preservados. cutivo e o arquivo do Poder Legislativo.
Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por § 5º Os arquivos públicos dos Territórios são organiza-
instituições públicas e de caráter público será realizada dos de acordo com sua estrutura político-jurídica.
mediante autorização da instituição arquivística pública, na Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o re-
sua específica esfera de competência. colhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo
Art. 10. Os documentos de valor permanente são ina- Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar o
lienáveis e imprescritíveis. acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e
implementar a política nacional de arquivos.
Parágrafo único. Para o pleno exercício de suas fun-
ções, o Arquivo Nacional poderá criar unidades regionais.

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Art. 19. Competem aos arquivos do Poder Legisla-
tivo Federal a gestão e o recolhimento dos documentos 3. RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO
produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal no E LIDERANÇA: O PAPEL DO GESTOR,
exercício das suas funções, bem como preservar e facul- ESTILOS DE LIDERANÇA, ELEMENTOS
tar o acesso aos documentos sob sua guarda. DA COMUNICAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO,
Art. 20. Competem aos arquivos do Poder Judiciá-
FATORES QUE INFLUENCIAM NA
rio Federal a gestão e o recolhimento dos documentos
MOTIVAÇÃO (HIERARQUIA DE
produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no
exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos NECESSIDADES DE MASLOW E FATORES
de cartórios e secretarias, bem como preservar e facultar HIGIÊNICOS E MOTIVACIONAIS DE
o acesso aos documentos sob sua guarda. HERZBERG.
Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e
municipal definirá os critérios de organização e vincu-
lação dos arquivos estaduais e municipais, bem como a
Se você quer atingir êxito nas atividades que irá de-
gestão e o acesso aos documentos, observado o disposto
senvolver no ambiente empresarial precisa saber que em
na Constituição Federal e nesta lei.
todo momento irá lidar com pessoas. Seres humanos com
opiniões, reações e crenças diferentes, mas que precisam
CAPÍTULO V conviver diariamente e executar tarefas que poderão ser
Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos divididas por duas ou mais pessoas em diversas situações
de trabalho.
§ 3º O acesso aos documentos sigilosos referente A convivência humana é difícil e desafiante, porque
à honra e à imagem das pessoas será restrito por um cada um reage de maneira diferente quando está inseri-
prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da sua data do em um grupo de trabalho. Profissionais competentes
de produção. individualmente podem render muito abaixo de sua capa-
cidade por influência do grupo e das situações de trabalho.
Disposições Finais “Pessoas convivem e trabalham com pessoas e por-
tam-se como pessoas, isto é, reagem às outras pessoas
Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil com as quais entram em contato: comunicam-se, simpa-
e administrativa, na forma da legislação em vigor, aquele tizam, e sentem atrações, antipatizam e sentem aversões,
que desfigurar ou destruir documentos de valor perma- aproximam-se, afastam-se, entram em conflito, competem,
nente ou considerado como de interesse público e social. colaboram, desenvolvem afeto. O processo de interação
Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos humana é constituído através dessas reações voluntárias
(Conarq), órgão vinculado ao Arquivo Nacional, que de- ou involuntárias, intencionais ou não- intencionais.”
finirá a política nacional de arquivos, como órgão central É importante deixar claro que você precisa dominar os
de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar). conhecimentos técnicos necessários, ou seja, é indispensá-
§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido vel ser competente em sua área específica de atividade. A
pelo Diretor-Geral do Arquivo Nacional e integrado por grande questão é como saber trabalhar bem com os ou-
representantes de instituições arquivísticas e acadêmicas, tros para que seu desempenho seja satisfatório, produtivo
públicas e privadas. e consiga colocar em prática todo conhecimento em prol
§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado do crescimento da empresa com desempenho e serviços
neste artigo serão estabelecidos em regulamento. de alta qualidade.
Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publi- Se você é aquele tipo de pessoa que gosta de resol-
cação. ver tudo sozinho e não gosta de interagir e trabalhar com
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário. pessoas não se desespere, porque a competência inter-
pessoal pode ser desenvolvida. E para que isso aconteça,
destacamos algumas dicas valiosas que podem colaborar
na convivência com pessoas diferentes e evitar problemas
desnecessários:

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS


Abordagem Humanística da Administração
Abordagem Humanística ocorre com o aparecimento
da Teoria das Relações Humanas, nos EUA, a partir da dé-
cada de 1930.
Surgiu graças ao desenvolvimento das ciências sociais,
notadamente da Psicologia e, em particular, a Psicologia do
Trabalho, que por sua vez, desenvolveu-se em duas etapas:
1. A análise do trabalho ;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
2. A adaptação do trabalhador ao trabalho e vice versa.

Sobre a TRH:
Surgiu nos EUA, como consequência das conclusões da Experiência Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e colabo-
radores.
Foi um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica da Administração.
Buscou Humanizar e democratizar a Administração
Segundo ELTON GEORGE MAYO:
O trabalho é uma atividade tipicamente grupal.
O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um grupo social.
A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar...
O ser humano é motivado pela necessidade de “estar junto”, de “ser reconhecido”, de receber adequada comunicação.
A civilização industrializada traz como consequência a desintegração dos grupos primários da sociedade...

ABORDAGEM CLÁSSICA ABORDAGEM HUMANÍSTICA


Organização como uma máquina Organização como grupo de pessoas
Ênfase nas tarefas Ênfase nas pessoas
Inspirada na Engenharia Inspirada na Psicologia
Autoridade Centralizada Autoridade Delegada
Especialidade Técnica Autonomia do empregado
Divisão de regras e regulamentos Abertura por confiança
Separação entre linha e staff Dinâmica grupal e interpessoal
Eficiência para a produtividade Cooperação para a produtividade

A TRH mostra o esmagamento do homem pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada.


A cooperação humana não é o resultado das determinações legais ou da lógica organizacional.

Deficiências e atualidades das Relações Humanas


Muito se tem falado sobre as deficiências nas Relações Humanas no ambiente de trabalho. Profissionais despreparados
para atuar num mercado competitivo e altamente exigente apresentam-se diariamente tanto aos empresários em busca de
emprego, como também aos clientes no comércio varejista brasileiro.
 A baixa escolaridade, a falta de bons modos e de traquejo social tem contribuído para isso. O fenômeno da globaliza-
ção trouxe mudanças significativas tanto para as pessoas quanto para as corporações. No meio organizacional, hoje, se ob-
servam investimentos destinados não apenas às novas tecnologias, como também em ações voltadas ao desenvolvimento
do capital humano e das atitudes comportamentais.
Mas por que motivo as empresas voltaram suas atenções para as competências relacionadas ao comportamento dos
profissionais? A resposta surge da necessidade de encontrar um diferencial significativo para o negócio. E essa busca cul-
mina nas pessoas.
O desenvolvimento de competências comportamentais passou a ser trabalhado, na prática, em treinamentos dinâmi-
cos que abordam as relações humanas e aplicam técnicas de sensibilização, onde o colaborador faz uma reflexão sobre
seus relacionamentos pessoais e profissionais, e uma análise em relação às escolhas feitas todos os dias e que nortearão
suas vidas, tanto na organização como fora dela. O assunto “relações humanas” está vinculado ao Respeito Pessoal – que
compreende promover o relacionamento profissional baseado na ética, respeito e reconhecimento das diferenças de cada
pessoa.
Com esses treinamentos os resultados se evidenciam na melhoria no desempenho das pessoas; aumento do orgulho
pessoal em pertencer à empresa; crescimento da satisfação dos colaboradores; maior retenção de talentos; aumento na
participação no mercado; progresso na qualidade dos serviços e atendimento; melhoria da imagem institucional; expansão
dos negócios da empresa; aumento da eficácia organizacional; equipes mais inspiradas para superação de metas e a moti-
vação das pessoas em busca de objetivos.
Lembramos abaixo alguns aspectos dos treinamentos comportamentais e as regras de boa convivência funcional e que
devem ser trabalhadas com superiores, subordinados e colegas:

Mandamentos das Relações Humanas na Empresa


Respeite o seu colega de trabalho. Pratique a empatia!
Dê atenção com quem fala com você. Evite interromper a palavra; espere sua vez.
Controle suas reações agressivas. Esqueça a indelicadeza e ironia.
Sempre que precisar resolver algum problema procure seu chefe imediato. Não pule hierarquia!
Conheça melhor as pessoas com quem irá trabalhar com o intuito de compreendê-los e se adaptar as suas caracterís-
ticas individuais

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
O sorriso nos lábios desarma qualquer pessoas: con- Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e in-
quiste-as! Lembre-se que acionamos 72 músculos para fluência sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas
franzir a testa e somente 14 para sorrir. organizações. É uma atividade que, se bem feita, mantém
Seja prestativo na medida certa para não ser mal in- a saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito
terpretado. importante essa atenção dada aos fundamentos da psico-
Procure as causas da sua antipatia, afim de vencê-las e logia.
não contaminar seu ambiente de trabalho. A liderança não deve ser confundida com direção nem
Quando estiver participando de discussões em grupo, com gerência. Um bom administrador deve ser necessaria-
defina bem o sentido das palavras para evitar duplo senti- mente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder
do e mal-entendidos. é um administrador. Na verdade, os líderes devem estar
Seja cauteloso ao criticar. Fale o que pensa sem ma- presentes no nível institucional, intermediário e operacio-
goar as pessoas que estão ao seu redor. nal das organizações. Todas as organizações precisam de
Respeitar o chefe imediato, colegas, subordinados e líderes em todos os seus níveis e em todas as suas áreas
clientes - Quem respeita, sempre será respeitado. de atuação.
Não cortar a palavra de quem fala - Falar pouco e com A liderança é um fenômeno tipicamente social que
segurança agrada mais aos clientes e colegas. ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organiza-
Ser claro na comunicação - Falar somente o necessário. ções. Podemos definir liderança como uma influência in-
Saber ouvir é uma arte! terpessoal exercida numa dada situação e dirigida através
Cuidar para não ferir o outro com reações agressivas – do processo de comunicação humana para a consecução
Controlar emoções é fundamental. de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que
Procurar a causa das antipatias para vencê-las – Co- caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influên-
nhecer a si mesmo e procurar ser compatível com colegas cia, a situação, o processo de comunicação e os objetivos
e chefia são básicos para o trabalho harmonioso e rentável. a alcançar.
Nunca dizer categoricamente: “Não concordo! Você A liderança envolve o uso da influência e todas as re-
lações interpessoais podem envolver liderança. Todas as
está errado” - Dizer a mesma coisa com outros termos. A
relações dentro de uma organização envolvem líderes e
maneira como você diz é mais importante do que aquilo
liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as relações
que você diz.
entre linha e assessoria, supervisores e subordinados etc.
Aprender a enaltecer as qualidades positivas das pes-
Outro elemento importante no conceito de liderança é a
soas, através do elogio – Esta é a melhor arma para quem
comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação afe-
quer conquistar e cativar amigos.
tam o comportamento e o desempenho dos liderados. A
Usar normas de etiqueta social, aplicando-as correta-
dificuldade de comunicar é uma deficiência que prejudica
mente, como: dizer obrigado, por favor, com licença, etc.
a liderança. O terceiro elemento é a consecução de metas.
Ter sempre um semblante alegre e sorridente - O sor- O líder eficaz terá de lidar com indivíduos, grupos e metas.
riso contagia favoravelmente o ambiente. A simpatia atrai A eficácia do líder é geralmente considerada em termos de
amizades. grau de realização de uma meta ou combinação de me-
Mostrar interesse pelos outros - As pessoas gostam de tas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar
receber atenção. Amigos sim; íntimos não! o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação
Dar importância ao outro, por mais humilde que seja - decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a
Valorizar cada pessoa é uma questão de respeito. aceitação das diretrizes e comandos de um líder apoia-se
Lembrar sempre que ninguém nasce sabendo - Apren- muito nas expectativas dos liderados de que suas respos-
der é descobrir as suas próprias ignorâncias; dialogar é tas favoráveis os levarão a bons resultados. Nesse caso, o
uma arte! líder serve ao grupo como um instrumento para ajudar a
Gostar do que faz é gostar de si. Gostar do outro e alcançar objetivos.
amar seu trabalho são ingredientes de sucesso nas relações
humanas. Teorias sobre Liderança

Uma característica essencial das organizações é que Teorias de Traços de Personalidade


elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que As mais antigas teorias sobre liderança se preocupa-
entra o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas vam em identificar os traços de personalidade capazes de
é um modelo geral de como as organizações se relacionam caracterizar os líderes. O pressuposto era que se poderia
com as pessoas. encontrar um número finito de características pessoais, in-
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, telectuais, emocionais e físicas que identificassem os líde-
e há na organização também o subsistema técnico. A inte- res de sucesso, como:
ração da gestão de pessoas com outros subsistemas, espe- • Habilidade de interpretar objetivos e missões;
cialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacio- • Habilidade de estabelecer prioridades;
nais e individuais. • Habilidade de planejar e programar atividades da
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem equipe;
sofrido mudanças e transformações nos últimos anos. • Facilidade em solucionar problemas e conflitos;

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
• Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; que elas são capazes de assumir responsabilidades, com
• Habilidade de delegar responsabilidades para os autocontrole e autodireção no seu comportamento. Esse
outros. estilo de administrar tende a criar um ambiente demo-
As críticas à teoria de traços de personalidade residem crático de trabalho e oportunidades para que as pessoas
em dois aspectos principais. O primeiro é que as caracterís- possam satisfazer suas necessidades pessoais mais eleva-
ticas de personalidade são geralmente medidas de maneira das através do alcance dos objetivos organizacionais. Pes-
pouco precisa. O segundo é que essa teoria não considera soas que trabalham com respeito, confiança e participação
a situação dentro da qual atua a liderança, ou seja, os ele- tendem a responder com iniciativa, prazer em trabalhar,
mentos do ambiente que são importantes para determinar dedicação, envolvimento pessoal, entusiasmo e elevada
quem será um líder eficaz. Alguns traços de personalidade produtividade em seu trabalho. A situação impulsionado-
são importantes em certas situações, mas não em outras. ra do administrador provoca uma reação empreendedora
Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa. das pessoas. Quanto mais ele impulsiona, tanto mais elas
Muitas vezes é a situação que define um líder. Quando a tendem a tomar iniciativa e responsabilidade no trabalho.
situação se modifica, a liderança passa para outras mãos. Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar?
Essa questão é simples. Em um modelo burocrático, pro-
Teoria Sobre Estilos de Liderança vavelmente a teoria X seria a mais indicada como estilo
Um dos mais populares expoentes da teoria comporta- de liderança para submeter rigidamente todas as pessoas
mental, Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em às regras e regulamentos vigentes. Porém, na medida em
que procura mostrar com simplicidade que cada adminis- que se adota um modelo adaptativo, a teoria Y torna-se
trador possui uma concepção própria a respeito da nature- imprescindível para o sucesso organizacional. Contudo,
za das pessoas que tende a moldar o seu comportamento independentemente do modelo organizacional, o mundo
em relação aos subordinados. Ele chegou à conclusão de moderno está abandonando a teoria X e trocando-a defi-
que há duas maneiras diferentes e antagônicas de encarar nitivamente pela teoria Y.
a natureza humana. Uma delas é antiga e negativa, basea-
da na desconfiança nas pessoas. A outra é moderna e posi-
Comportamentos de Liderança
tiva, baseada na confiança nas pessoas. McGregor denomi-
A abordagem comportamental tenta identificar o que
nou-as, respectivamente, Teoria X e Teoria Y.
fazem os líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer
com que as tarefas sejam cumpridas ou em manter seus
Teoria X
seguidores felizes? Na abordagem comportamental, as ca-
O administrador que pensa e age de acordo com a
racterísticas pessoais são consideradas menos importan-
Teoria X tende a dirigir e controlar os subordinados de ma-
tes que o real comportamento exibido pelos líderes.
neira rígida e intensiva, fiscalizando seu trabalho, pois con-
Três categorias gerais do comportamento de liderança
sidera que as pessoas são passivas, indolentes, relutantes e
sem qualquer iniciativa pessoal. Nesse estilo de liderança, o receberam atenção particular: comportamentos relaciona-
administrador pensa que não se deve confiar nas pessoas, dos ao desempenho de tarefas, à manutenção do grupo
porque elas não têm ambição e evitam a responsabilidade. e à participação do empregado nas tomadas de decisão.
Ele não lhes delega responsabilidades porque acredita que
elas são dependentes e preferem ser dirigidas. Com todas Desempenho de Tarefas
essas restrições, o administrador cria um ambiente auto- A liderança exige fazer com que as tarefas sejam de-
crático de trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância sempenhadas. Os comportamentos de desempenho de
e controle coercitivo que não estimula ninguém a traba- tarefas são os esforços do líder para garantir que a unida-
lhar. Pessoas tratadas dessa maneira tendem naturalmente de de trabalho ou a organização atinjam suas metas. Essa
a responder com falta de interesse e de estímulo, aliena- dimensão é às vezes mencionada como preocupação com
ção, desencorajamento, pouco esforço pessoal e baixa pro- produção, liderança diretiva, estrutura iniciadora ou pro-
dutividade, situação que vai reforçar o ponto de vista do ximidade de supervisão. Inclui o enfoque na velocidade,
administrador, fazendo-o aumentar ainda mais a pressão, a qualidade e precisão do trabalho, quantidade de produção
vigilância e a fiscalização. A ação constrangedora do admi- e na obediência às regras.
nistrador provoca reação acomodada das pessoas. Quanto
mais ele obriga, tanto mais elas tendem a se alienar em Manutenção do Grupo
relação ao trabalho. Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo,
os líderes agem para garantir a satisfação dos membros
Teoria Y do grupo, para desenvolver e manter relações harmonio-
Já o administrador que pensa e age de acordo com a sas de trabalho e preservar a estabilidade social do grupo.
teoria Y, tende a dirigir as pessoas com maior participação, Essa dimensão é algumas vezes chamada de preocupação
liberdade e responsabilidade no trabalho, pois considera com as pessoas, liderança de apoio ou consideração. In-
que elas são aplicadas, gostam de trabalhar e têm inicia- clui enfoque nos sentimentos e no bem-estar das pessoas,
tiva própria. Ele tende a delegar e a ouvir opiniões, pois apreciação por elas e redução do estresse.
acredita que as pessoas sejam criativas e habilidosas. Com-
partilha com elas os desafios do trabalho, porque pensa

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Líderes positivos e negativos te do líder e só trabalhavam quando ele estava presente.
Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líde- Quando o líder se afastava do grupo, o trabalho não pro-
res focalizam a motivação das pessoas. Se o enfoque en- gredia com a mesma intensidade. Nas frustrações, esses
fatiza recompensas – econômicas ou outras – o líder usa grupos tendem a se dissolver, através de recriminações e
a liderança positiva. Quanto melhor for a educação do acusações pessoais.
empregado, maior é a sua solicitação de independência,
e outros fatores trabalham a favor da motivação, mais de- Líderes democráticos
pendente da liderança positiva. Se a ênfase é colocada em Os líderes participativos ou democráticos descentrali-
penalidades, o líder está se utilizando da liderança negati- zam a autoridade. As decisões participativas não são unila-
va. Este enfoque pode conseguir um desempenho aceitável terais, como no caso do estilo autocrata, pois elas saem da
em suas situações, mas tem custos humanos altos. Líderes consulta aos subordinados, bem como de sua participação.
de estilo negativo agem de forma a dominarem e serem O líder e seus subordinados atuam como uma unidade so-
superiores às pessoas. Para conseguirem que um trabalho cial. Os empregados são informados sobre as condições
seja feito, eles submetem o seu pessoal a personalidades que afetam seu trabalho e encorajados a expressar suas
tais como perda do emprego, reprimendas frente a outros ideias, bem como a fazer sugestões. A tendência geral é no
e descontos de dias trabalhados. Exibem sua autoridade a sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois
partir da falsa crença que podem amedrontar todos para elas são consistentes com os modelos de apoio colegiado
que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que do comportamento organizacional.
líderes. Existe um contínuo de estilo de liderança que clas- O líder é extremamente comunicativo, encoraja a par-
sifica desde o fortemente positivo até o fortemente negati- ticipação das pessoas e se preocupa igualmente com o tra-
vo. Quase todos os gerentes usam ambos os estilos indica- balho e com o grupo. O líder atua como um facilitador para
dos em algum lugar do contínuo todos os dias, mas o estilo orientar o grupo, ajudando-o na definição dos problemas
dominante deve afirmar-se com o grupo. O estilo está rela- e nas soluções, coordenando atividades e sugerindo ideias.
cionado com o modelo de comportamento organizacional Os grupos submetidos à liderança democrática apresenta-
da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o estilo ram boa quantidade de trabalho e qualidade surpreenden-
chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma for- temente melhor, acompanhadas de um clima de satisfação,
ma positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são cla- integração grupal, responsabilidade e comprometimento
ramente positivos. A liderança positiva geralmente atinge das pessoas.
níveis mais altos de satisfação no trabalho e desempenho. Na liderança democrática ou participativa, o líder tra-
balha e toma decisões em conjunto com os subordinados,
Líderes autocráticos ouvindo, orientando e impulsionando os membros.
O líder centraliza totalmente a autoridade e as deci- Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem
sões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de amigavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às ta-
escolha. O líder autocrático é dominador, emite ordens refas. As relações com o chefe são mais espontâneas e li-
e espera obediência plena e cega dos subordinados. Os vres. O trabalho progredia de maneira suave e espontânea,
grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram o mesmo quando o chefe está ausente. Sob frustrações, ori-
maior volume de trabalho produzido, com evidentes sinais ginadas na situação de trabalho, responde o grupo através
de tensão, frustração e agressividade. O líder é temido pelo de ataques organizados às dificuldades.
grupo, que só trabalha quando ele está presente. A lideran-
ça autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático Líderes liberais
é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a
punições: mas também podem ser positivos, como foi de- responsabilidade. Eles dependem muito do grupo, quan-
monstrado no caso de um autocrata benevolente que faz to ao estabelecimento dos seus próprios objetivos e reso-
escolhas para dar algumas recompensas a seus subordi- lução dos seus próprios problemas. São os membros do
nados. grupo que treinam a si mesmos e promovem suas próprias
Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática motivações. O líder tem apenas um papel secundário. Na
é que ele geralmente satisfaz como líder, favorece deci- liderança do tipo rédeas soltas a contribuição do líder é
sões rápidas, utiliza favoravelmente os subordinados me- ignorada aproximadamente da mesma forma que na lide-
nos competentes, oferecendo segurança e base estruturais rança do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa for-
para os empregados. A maior desvantagem é que a maio- ma de liderança tende a permitir que diferentes unidades
ria dos subordinados não gosta desse estilo, especialmente da organização elaborem objetivos cruzados, e que pode
se for usado de maneira extrema a ponto de criar medo e degenerar num caos. Por essa razão normalmente não é
frustração. usada como um estilo dominante, mas mostra-se útil na-
Na liderança autocrática, o líder centraliza o poder e quelas situações nas quais o líder pode deixar as escolhas
mantém o controle de tudo e de todos em suas mãos. inteiramente por conta do grupo.
Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressi- O líder permite total liberdade para a tomada de de-
vo e briguento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia cisões individuais ou grupais, participando delas apenas
a ser dirigida aos outros membros do grupo e não ao líder. quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder
Alguns indivíduos passaram a depender completamen- é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à liderança

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
liberal não se saíram bem, nem quanto à quantidade nem víduos motivados tendem a ter um melhor desempenho, o
quanto à qualidade do trabalho, com fortes sinais de indi- que faz com que a organização invista em estímulos para
vidualismo, desagregação do grupo, insatisfação, agressi- promover essa motivação.
vidade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem
grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. dúvida, a solução inovadora para que se pudesse com-
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação preender melhor o comportamento humano na sua va-
fluir à vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos aconte- riedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que
cimentos. atendem a uma necessidade, ora busca satisfazer outras.
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia de- Tudo depende da sua carência naquele momento. Duas
sordenadamente e pouco. Embora houvesse considerável pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objeti-
atividade, a maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se vo no mesmo momento. O problema das diferenças indivi-
um tempo considerável em discussões e conversas sobre duais assume importância preponderante quando falamos
assuntos meramente pessoais entre os componentes do de motivação.
grupo.
Um líder usa todos três tipos de estilos durante um Razões da Motivação
período de tempo, mas um deles tende a ser dominante.
Os pesquisadores notaram diferença na atmosfera de tra- Razões empresariais
balho, no comportamento dos elementos do grupo e nas • concorrência
realizações no desempenho dos três grupos. • produtos e preços
• fidelização
Como um Líder Deve Agir
A gestão situacional é a habilidade de mudar a situa- Razões Pessoais
ção, quando for necessário. E para realizar essa mudança, • empregabilidade
deve o líder ter uma variedade de comportamentos para • motivos p/ servir
adaptar-se à situação. Esse fato chama-se residência de es-
* (ordem material = cliente =lucro)
tilo, que é a capacidade de manter um estilo adequado a
* (ordem intelectual = interação / troca / oportunida-
cada situação.
de)
Já o repertório de estilos consiste na habilidade do
* (ordem espiritual = crescimento pessoal)
gerente (ou líder) em variar seu próprio estilo básico de
comportamento.
O indivíduo precisa suprir suas necessidades para mo-
tivar-se e alcançar seus objetivos. Podemos identificar os
Comportamento do líder seguintes tipos de motivação:
As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a • Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas ta-
observar duas estruturas gerais de comportamento do lí- refas por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determina-
der. Vejamos: ções para que essa pessoa cumpra. É a forma mais “primi-
• Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa tiva” de motivação, baseada na hierarquia e normalmente
estrutura de comportamento, o líder (gerente) dirige os utilizando as punições como fator principal de motivação.
seus esforços e o de seus subordinados para a tarefa, vi- Trata-se de “fazer o ordenado para não ser punido”, “cum-
sando iniciar, organizar e dirigir um trabalho. prir ordens”.
• Líder orientado para as relações interpessoais • Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque
(OR). O gerente (líder) voltado para essa orientação tem outras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas
relações pessoais mais amplas no trabalho, caracterizado sim, para acompanhar um grupo e cumprir as expectativas
por ouvir, confiar e encorajar. de outras pessoas. Aqui, estamos falando de “fazer o que
Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro com- os outros fazem para ser aceito, fazer parte do grupo”.
binações de estilos de liderança. • Automotivação: a pessoa automotivada age por ini-
• Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao ge- ciativa própria, em função de objetivos que escolheu. A au-
rente baixa orientação para o trabalho e pouca orientação tomotivação é a convicção que a pessoa tem de que deseja
para as relações humanas. os frutos das suas ações. É “fazer o que creio ser adequado
• Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para aos meus objetivos”.
as relações humanas. Não existe motivação “certa”. Em situações de emer-
• Líder integrado: Possui uma elevada orientação gência, por exemplo, provavelmente a simples obediência
para o trabalho e também interesses altos; é voltado para seja a ação mais indicada. O sucesso de uma ação coletiva
as relações humanas. pode depender da conformidade das ações individuais à
• Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para orientação do grupo. Por outro lado, uma pessoa pode ser
o trabalho. fortemente auto motivada a objetivos destrutivos, como
uma ambição excessiva.
Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de
a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual motivação; pessoas auto motivadas atuando em grupos
como pelo contexto em que essa pessoa se encontre. Indi- coesos, com orientação clara, sólida e coerente.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstá-
culos, é ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos, cons-
cientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em alguém. Sendo assim
Motivação está intimamente ligado aos Motivos que segundo o dicionário é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade. 
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida , e seus motivos são pessoais , in-
transferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus motivos são abstratos e só têm significado
pra você , por isso motivação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro.
A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica
os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de
cada pessoa de forma particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo.
Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação é uma força
intrínseca, ou seja, interior e o emprego desse prefixo deve ser descartado.
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de forma hierárquica.
Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma:

- Autorrealização
- Autoestima
- Sociais
- Segurança
- Fisiológicas

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades
fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das que está
executando ou abaixo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim flexível.
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motivação é alcançada através de dois fatores:
 Fatores higiênicos que são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não
consegue motivá-los.

 Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do
reconhecimento e da autorrealização gerada através de seus atos.

Já David McClelland identificou três necessidades que seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e reali-
zação.
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status
e outras sensações que o ser humano gosta de sentir.

Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de
Processo, onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas:
necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessida-
des de autorrealização.

 Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisiológi-
cas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima.
(social) e o componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o compo-
nente externo da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

 Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os
fatores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg,
eles podem causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a
motivação. Exemplos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política
e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem
causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso,
responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

 Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas
(construção conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

 Teoria da equidade:
 Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção
de igualdade e justiça existente no ambiente profissional.

 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um
determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la
como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção,

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de proba-
bilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai ser despendido no
evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que o indivíduo
irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

 Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresen-
tava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam
de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto:
diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente
para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e neces-
sidades de auto realização.

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Quanto às implicações dessas teorias:

Implicações aos Administradores:


As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
 Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser
adequadas aos indivíduos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas
desejam;
 Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados têm
que ter para serem recompensados;
 Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados acharem
que o que foi determinado é difícil ou impossível;
 Ligar as recompensas ao desempenho;
 Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pequenas significam motivações fracas.
Implicações para a Organização:
A expectativa da motivação também traz várias implicações para a organização:
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recompensa e não o que desejam - o sistema de recompensas
devem ser projetados para motivar os comportamentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção.
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensador - se forem projetados para atender as necessidades
mais elevadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o trabalho pode ser motivador por si mesmo.
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e organizações é garantir que os subordinados tenham os
recursos necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da organização.

Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um ob-
jetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional.

O Ciclo Motivacional

O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, cau-
sando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Esse estado de tensão leva o indivíduo a um com-
portamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o comportamento ‘for
eficaz o indivíduo encontrará a satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por ela’. Satisfeita a
necessidade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento ao ambiente.
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provocam com-
portamentos. Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), os comportamentos tornam-se gradativamente mais
eficazes na satisfação, de certas necessidades. E quando uma necessidade é satisfeita ela não é mais motivadora de com-
portamento já que não causa tensão ou desconforto.
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustra-
da (quando a satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfação é transferida para objeto). Muitas vezes
a tensão provocada pelo surgimento da necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua liberação. Não en-
contrando a saída normal, a tensão represada no organismo procura um meio indireto de saída, seja por via psicológica

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
(agressividade, descontentamento, tensão emocional, apa-
tia, indiferença etc.) seja por via fisiológica (tensão nervosa, 4 . ELEMENTOS DE REDAÇÃO OFICIAL:
insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.). Outras ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL, O
vezes, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas é PADRÃO OFÍCIO (PARTES DO DOCUMENTO,
transferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfa-
AVISO E OFÍCIO, MEMORANDO), EXPOSIÇÃO
ção de outra necessidade reduz ou aplaca a intensidade de
uma necessidade que não pode ser satisfeita. DE MOTIVOS, MENSAGEM, CORREIO
A satisfação de alguma necessidade é temporal e pas- ELETRÔNICO, PARECER; ORIENTAÇÕES DO
sageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA
pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase REPÚBLICA.
um processo de resolução de problemas, de satisfação de
necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os Conceito
seres humanos estão continuamente engajados no ajusta-
mento a uma variedade de situações, no sentido de satis- Entende-se por Redação Oficial o conjunto de normas
fazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional. e práticas que devem reger a emissão dos atos normati-
Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal vos e comunicações do poder público, entre seus diversos
ajustamento não se refere somente à satisfação das neces- organismos ou nas relações dos órgãos públicos com as
sidades de pertencer a um grupo social de estima e de auto entidades e os cidadãos.
realização. É a frustração dessas necessidades que causa A Redação Oficial inscrevese na confluência de dois
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação universos distintos: a forma regese pelas ciências da lin-
dessas necessidades superiores depende muito de outras guagem (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o
pessoas, particularmente daquelas que estão em posições conteúdo submetese aos princípios jurídicoadministrati-
de autoridade, torna-se importante para a administração vos impostos à União, aos Estados e aos Municípios, nas
compreender a natureza do ajustamento e do desajusta- esferas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
mento das pessoas. Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti- Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva,
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um clara, correta e eficaz.
continuum e pode ser definido em vários graus, mas do Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder
que em tipos. Um bom ajustamento denota “saúde men- público, essa modalidade de redação ou de texto subordi-
tal”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é des- nase aos princípios constitucionais e administrativos apli-
crever as características de pessoas mentalmente sadias. As cáveis a todos os atos da administração pública, conforme
características básicas de saúde mental são: estabelece o artigo 37 da Constituição Federal:
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pes- “A administração pública direta e indireta de qualquer
soas; dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as deman- Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
das da vida. soalidade, moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”.

A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem con-


vergir na produção dos textos dessa natureza, razão pela
qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro.
Indicamse, a seguir, alguns pressupostos de como devem
ser redigidos os textos oficiais.

Padrão culto do idioma

A redação oficial deve observar o padrão culto do


idioma quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (es-
trutura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia,
acentuação gráfica etc.).
Por padrão culto do idioma devese entender a língua
referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situa-
ções formais de comunicação. Devemse excluir da Redagão
Oficial a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares
que criam entraves inúteis à compreensão do significado.
Não faz sentido usar “perfunctório” em lugar de “superfi-

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
cial” ou “doesto” em vez de “acusação” ou “calúnia”. São - Cacófato: Som desagradável, resultante da junção
descabidos também as citações em língua estrangeira e os de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um
latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os manuais prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e
de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, porcada).
são unânimes em desaconselhar a utilização de certas for-
mas sacramentais, protocolares e de anacronismos que - Pleonasmo: Informação desnecessariamente redun-
ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20 dante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro,
de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor vivem na miséria; Os moralistas, que se preocupam com a
Jesus Cristo”, que permanecem nos registros cartorários moral, vivem vigiando as outras pessoas.
antigos.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialis- A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador
mos, neologismos, regionalismos, bordões da fala e da lin- linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma
guagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas articulação verbal minimamente compatíveis com o regis-
comuns na comunicação eletrônica. tro médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jor- neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências
nalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito cognitivas de leitores precariamente alfabetizados.
estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe unifor- Como exceção, citamse as campanhas e comunicados
midade, sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de destinados a públicos específicos, que fazem uma aproxi-
se obter a maior compreensão possível com o mínimo de mação com o registro linguístico do públicoalvo. Mas esse
recursos expressivos necessários. Portarias lavradas sob é um campo que refoge aos objetivos deste material, para
forma poética, sentenças e despachos escritos em versos se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da per-
rimados pertencem ao “folclore” jurídicoadministrativo e suasão.
são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao ní-
inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, pro- vel de compreensão de leitores precariamente equipados
quanto à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabe-
vocados por descuido ou ignorância, que constituem des-
tização e a capacidade de apreensão de enunciados são
vios das normas da línguapadrão. Enumeramse, a seguir,
condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeira-
alguns desses vícios:
mente cidadão se não consegue ler e compreender o que
leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à
- Barbarismos: São desvios:
vida em sociedade.
- da ortografia: “ advinhar” em vez de adivinhar; “exces-
são” em vez de exceção.
Impessoalidade e Objetividade
- da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica.
- da morfologia: “interviu” em vez de interveio. Ainda que possam ser subscritos por um ente público
- da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez (funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão
de despercebido (não percebido, sem ser notado). do poder público e é em nome dele que o emissor se co-
- pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do fran- munica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela funda-
cês): “miseenscène” em vez de encenação; anglicismo (do mentados.
inglês): “delivery” em vez de entrega em domicílio. Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do
- Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões “eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimen-
anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, tos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifes-
depressa. tase em primeira pessoa, em formas verbais comuns como:
declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos
- Neologismos: Palavras novas que, apesar de forma- termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que
das de acordo com o sistema morfológico da língua, ainda exerce que se identifica e se manifesta.
não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez O que interessa é aquilo que se comunica, é o con-
de imóvel, que não se pode mexer; “talqualmente” em vez teúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui
de igualmente. para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade
da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria
- Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser: suscetível de inúmeras interpretações.
- de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O
sobraram. adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juí-
- de regência: os comerciantes visam apenas “o lucro” zo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a
em vez de ao lucro. pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou
- de colocação: “não tratavase” de um problema sério o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como
em vez de não se tratava. índices do envolvimento emocional do redator com aquilo
que está escrevendo.
- Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o
O desconhecido faloume de sua mãe. (Mãe de quem? Do estilo individual é estimulado e serve como diferencial das
desconhecido? Do interlocutor?) qualidades autorais, a função pública impõe a despersona-

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
lização do sujeito, do agente público que emite a comuni- a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
cação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualiza- Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo
doras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de
elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação, Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan,
pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que mestres da linguagem altamente concentrada.
essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática” Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e
ao discurso. “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos ofi-
Reafirmase que a intermediação entre o emissor e o ciais, como o exemplo risível e caricato que segue:
receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, den-
tro do padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”, “Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se
referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em faz que nos valhamos do ensejo para congratularmonos com
situações formais, acima das diferenças individuais, regio- Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à
nais, de classes sociais e de níveis de escolaridade. apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde
servidor público, para abordar questões de tamanha com-
Formalidade e Padronização plexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e
exegetas.
As comunicações oficiais impõem um tratamento poli- Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das
do e respeitoso. Na tradição iberoamericana, afeita a títulos causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempes-
e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua tivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável
posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imedia-
tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, tos, posto que estes antecedentes necessariamente antece-
“Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em al- dem os consequentes”.
gumas instâncias do poder, tornaramse inevitáveis. Enten-
da-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a Observe que absolutamente nada foi dito ou informa-
função pública, e não a pessoa de seu exercente. do.
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obri-
gatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito As Comunicações Oficiais
comuns construções como “Vossa Excelência sois bondo-
so(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”. A redação das comunicações oficiais obedece a pre-
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com ceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade,
que os textos oficiais procuravam revestirse de um tom so- formalidade, padronização e correção gramatical.
lene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrô- Além dessas, há outras características comuns à comu-
nica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envol- nicação oficial, como o emprego de pronomes de trata-
vendo tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição mento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspon-
retórica de Rui Barbosa e seus seguidores. dência e a forma de identificação do signatário, conforme
Outro aspecto das formalidades requeridas na Reda- define o Manual de Redação da Presidência da República.
ção Oficial é a necessidade prática de padronização dos Outros órgãos e instituições do poder público também
expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação, possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos
espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos ine- Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações
vitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e ou- Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciá-
tros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o rio etc.
andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.
É também por essa razão que quase todos os órgãos Pronomes de Tratamento
públicos editam manuais com os modelos dos expedientes
que integram sua rotina burocrática. A Presidência da Re- A regra diz que toda comunicação oficial deve ser for-
pública, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribunais mal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gra-
Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e Ju- maticais, como também às normas de educação e corte-
diciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e sia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de
documentos que lhes são pertinentes. tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de
Concisão e Clareza acordo com o destinatário e as regras gramaticais.
Embora os pronomes de tratamento se refiram à se-
Houve um tempo em que escrever bem era escrever gunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concor-
“difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocá- dância é feita em terceira pessoa.
bulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enu-
merações, gradações, repetições enfáticas já foram consi- Concordância verbal:
derados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que Vossa Senhoria falou muito bem.
se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja,

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Concordância pronominal: A Sua Excelência o Senhor
Pronomes de tratamento concordam com pronomes Fulano de Tal
possessivos na terceira pessoa. Ministro de Estado da Justiça
Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vos- 70064900 Brasília. DF
so...”).
A Sua Excelência o Senhor
Concordância nominal: Senador Fulano de Tal
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a Senado Federal
que se refere o pronome de tratamento. 70165900 Brasília. DF
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher) A Sua Excelência o Senhor
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem) Fulano de Tal
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher) Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123
Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela). 01010000 São Paulo. SP
Vossa Excelência - com quem se fala (você)
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em
Emprego dos Pronomes de Tratamento comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignida-
As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação de é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo públi-
da Presidência da República. co, sendo desnecessária sua repetida evocação”.

Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento emprega-
seguintes autoridades: do para as demais autoridades e para particulares. O vo-
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vi- cativo adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana
ce-presidenIe da República; Ministros de Estado; Governa- de Tal.
dores e vicegovernadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Se- No envelope, deve constar do endereçamento:
cretáriosexecutivos de Ministérios e demais ocupantes de Ao Senhor
cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Go- Fulano de Tal
vernos Estaduais; Prefeitos Municipais. Rua ABC, nº 123
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Sena- 70123-000 – Curitiba.PR
dores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Conforme o Manual de Redação da Presidência, em
Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas comunicações oficiais “fica dispensado o emprego do su-
Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. perlativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o
- Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Supe- tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É sufi-
riores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça ciente o uso do pronome de tratamento Senhor. O Manual
Militar. também esclarece que “doutor não é forma de tratamento,
e sim título acadêmico”. Por isso, recomenda-se empregá-
Vocativos -lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas que te-
nham concluído curso de doutorado. No entanto, ressal-
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi- va-se que “é costume designar por doutor os bacharéis,
das aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina”.
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigi-
Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo do a reitores de universidade. Correspondelhe o vocativo:
Tribunal Federal. Magnífico Reitor.
As demais autoridades devem ser tratadas com o vo- Vossa Santidade: É o pronome de tratamento emprega-
cativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo: do em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo corres-
Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora pondente é: Santíssimo Padre.
Juiza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governa- Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima:
dor / Senhora Governadora. São os pronomes empregados em comunicações dirigidas
a cardeais. Os vocativos correspondentes são: Eminentís-
Endereçamento simo Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo
Senhor Cardeal.
De acordo com o Manual de Redação da Presidência, Nas comunicações oficiais para as demais autoridades
no envelope, o endereçamento das comunicações dirigi- eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima
das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vos-
a seguinte forma: sa Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
superiores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, Padrões e Modelos
clérigos e demais religiosos).
O Padrão Ofício
Fechos para Comunicações
O Manual de Redação da Presidência da República lista
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das três tipos de expediente que, embora tenham finalidades
comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e
arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o Memorando. A diagramação proposta para esses expe-
fecho é a maneira de quem expede a comunicação despe- dientes é denominada padrão ofício.
dirse de seu destinatário. O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as se-
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do guintes partes:
atual Manual de Redação da Presidência da República, havia
15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Ma- - Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
nual simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para to- órgão que o expede. Exemplos:
das as modalidades de comunicação oficial. São eles:
Of. 123/2002-MME
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclu- Aviso 123/2002-SG
sive o presidente da República. Mem. 123/2002-MF
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierar-
quia ou de hierarquia inferior. - Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen-
to à direita. Exemplo:
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações diri-
gidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e Brasília, 20 de maio de 2011
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual
de Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
Manual de Redação da Presidência da República.
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atencio- Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
samente” é recomendada para os mesmos casos pelo Ma- Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa-
nual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros dores.
manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou
informais ficam a critério do remetente, com preferência - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a corres- dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí-
pondência de forma polida e sucinta. do também o endereço.

Identificação do Signatário - Texto. Nos casos em que não for de mero encami-
nhamento de documentos, o expediente deve conter a se-
Conforme o Manual de Redação da Presidência do Re- guinte estrutura:
pública, com exceção das comunicações assinadas pelo Introdução: que se confunde com o parágrafo de
presidente da República, em todas as comunicações ofi- abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a
ciais devem constar o nome e o cargo da autoridade que as comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”,
expede, abaixo de sua assinatura. A forma da identificação “Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”,empregue
deve ser a seguinte: a forma direta;
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se
(espaço para assinatura) o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas
Nome devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere
Chefe da SecretariaGeral da Presidência da República maior clareza à exposição;
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea-
(espaço para assinatura) presentada a posição recomendada sobre o assunto.
Nome
Ministro de Estado da Justiça Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto
“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as- nos casos em que estes estejam organizados em itens ou
sinatura em página isolada do expediente. Transfira para títulos e subtítulos.
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”, Quando se tratar de mero encaminhamento de docu-
alerta o Manual. mentos, a estrutura deve ser a seguinte:
Introdução: deve iniciar com referência ao expedien-
te que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do do-
cumento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a in-
formação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
indicando a seguir os dados completos do documento en-

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
caminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de - todos os tipos de documento do padrão ofício devem
que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0
segundo a seguinte fórmula: cm;
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril arquivo Rich Text nos documentos de texto;
de 2010, do Departamento Geral de Administração, que tra- - dentro do possível, todos os documentos elaborados
ta da requisição do servidor Fulano de Tal.” devem ter o arquivo de texto preservado para consulta pos-
terior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
ou - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos de-
vem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa + número do documento + palavraschave do conteúdo.
cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Exemplo:
Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a res-
peito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na “Of. 123 relatório produtividade ano 2010”
região Nordeste.”
Aviso e Ofício (Comunicação Externa)
Desenvolvimento: se o autor da comunicação dese-
jar fazer algum comentário a respeito do documento que São modalidades de comunicação oficial praticamen-
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvi- te idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é
mento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvol- expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para
vimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento. autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
- Fecho. como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór-
- Assinatura. gãos da Administração Pública entre si e, no caso do ofício,
- Identificação do Signatário
também com particulares.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo
Forma de Diagramação
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o
destinatário, seguido de vírgula. Exemplos:
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à se-
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
guinte forma de apresentação:
Senhora Ministra,
Senhor Chefe de Gabinete,
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
de rodapé; Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
- para símbolos não existentes na fonte Times New Ro- seguintes informações do remetente:
man, poderseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings; - nome do órgão ou setor;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o - endereço postal;
número da página; - telefone e endereço de correio eletrônico.
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser Obs: Modelo no final da matéria.
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas Memorando ou Comunicação Interna
páginas pares (“margem espelho”);
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de O Memorando é a modalidade de comunicação entre
distância da margem esquerda; unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível di-
no mínimo 3,0 cm de largura; ferente. Tratase, portanto, de uma forma de comunicação
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 eminentemente interna.
cm; Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser em-
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as li- pregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc.
nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor a serem adotados por determinado setor do serviço público.
de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
em branco; do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, subli- Para evitar desnecessário aumento do número de comu-
nhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bor- nicações, os despachos ao memorando devem ser dados
das ou qualquer outra forma de formatação que afete a no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
elegância e a sobriedade do documento; folha de continuação. Esse procedimento permite formar
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas transparência a tomada de decisões, e permitindo que se
para gráficos e ilustrações; historie o andamento da matéria tratada no memorando.

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo - Síntese do problema ou da situação que reclama pro-
do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário vidências;
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: - Soluções e providências contidas no ato normativo
ou na medida proposta;
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração - Alternativas existentes às medidas propostas. Men-
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos. cionar:
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
Obs: Modelo no final da matéria. - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
- outras possibilidades de resolução do problema.
Exposição de Motivos - Custos. Mencionar:
- se a despesa decorrente da medida está prevista na
É o expediente dirigido ao presidente da República ou lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
ao vice-presidente para: custeála;
- informá-lo de determinado assunto; - se a despesa decorrente da medida está prevista na
- propor alguma medida; ou lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
- submeter a sua consideração projeto de ato norma- custeála;
tivo. - valor a ser despendido em moeda corrente;
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi- somente se o ato proposto for medida provisória ou proje-
dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos to de lei que deva tramitar em regime de urgência). Men-
em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, cionar:
a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os - se o problema configura calamidade pública;
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de - por que é indispensável a vigência imediata;
interministerial. - se se trata de problema cuja causa ou agravamento
Formalmente a exposição de motivos tem a apresenta- não tenham sido previstos;
ção do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apre- - se se trata de desenvolvimento extraordinário de si-
senta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela tuação já prevista.
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para - Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato
a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ou medida proposta possa vir a tê-lo)
ato normativo. - Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim- - Síntese do parecer do órgão jurídico.
plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi-
dente da República, sua estrutura segue o modelo antes Com base em avaliação do ato normativo ou da medi-
referido para o padrão ofício. da proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração A falta ou insuficiência das informações prestadas pode
do Presidente da República a sugestão de alguma medida acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da
a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato nor- Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para
mativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofí- que se complete o exame ou se reformule a proposta.
cio, além de outros comentários julgados pertinentes por O preenchimento obrigatório do anexo para as expo-
seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar: sições de motivos que proponham a adoção de alguma
- na introdução: o problema que está a reclamar a medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
adoção da medida ou do ato normativo proposto; - permitir a adequada reflexão sobre o problema que
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela me- se busca resolver;
dida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar - ensejar mais profunda avaliação das diversas causas
o problema, e eventuais alternativas existentes para equa- do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da me-
cionálo; dida ou a edição do ato, em consonância com as questões
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser to- que devem ser analisadas na elaboração de proposições
mada, ou qual ato normativo deve ser editado para solu- normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.)
cionar o problema. - conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex-
posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo Dessa forma, ao atender às questões que devem ser
com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do
4.1760, de 28 de março de 2010. Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do anexo complementam-se e formam um todo coeso: no
Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de
______________ de 201_. toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pro-
vidência ou a edição de um ato normativo; o problema a
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus
efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstra- nhamento dirigemse aos membros do Congresso Nacional,
ção da necessidade da providência proposta: por que deve e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secre-
ser adotada e como resolverá o problema. tário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Consti-
Nos casos em que o ato proposto for questão de tuição impõe a deliberação congressual sobre as leis finan-
pessoal (nomeação, promoção, ascenção, transferência, ceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, re- do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso
condução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, dis- Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constitui-
ponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encami- ção, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas.
nhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. As mensagens aqui tratadas coroam o processo desen-
Ressalte-se que: volvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange mi-
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento ju- nucioso exame técnico, jurídico e econômicofinanceiro das
rídico não dispensa o encaminhamento do parecer com- matérias objeto das proposições por elas encaminhadas.
pleto; Tais exames materializamse em pareceres dos diversos
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de mo- órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles
tivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das pro-
extensão dos comentários a serem alí incluídos. postas, as análises necessárias constam da exposição de
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente motivos do órgão onde se geraram, exposição que acom-
que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial panhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao
(clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padroni- Congresso.
zação e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redo-
brada. A exposição de motivos é a principal modalidade - Encaminhamento de medida provisória: Para dar
de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Pre-
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encami- sidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
nhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secre-
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo tário do Senado Federal, juntando cópia da medida provi-
ou em parte. sória, autenticada pela Coordenação de Documentação da
Presidência da República.
Mensagem
- Indicação de autoridades: As mensagens que sub-
É o instrumento de comunicação oficial entre os Che- metem ao Senado Federal a indicação de pessoas para
fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en- ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribu-
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo nais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores
para informar sobre fato da Administração Pública; expor o do Banco Central, ProcuradorGeral da República, Chefes
plano de governo por ocasião da abertura de sessão legis- de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constitui-
lativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que de- ção, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do
pendem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; en- Congresso Nacional competência privativa para aprovar a
fim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente as-
de interesse dos poderes públicos e da Nação. sinado, acompanha a mensagem.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias - Pedido de autorização para o presidente ou o vice-
caberá a redação final. presidente da República se ausentarem do País por mais
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con- de 15 dias: Tratase de exigência constitucional (Constitui-
gresso Nacional têm as seguintes finalidades: ção, art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência
privativa do Congresso Nacional. O presidente da Repúbli-
- Encaminhamento de projeto de lei ordinária, com- ca, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por
plementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa
complementar são enviados em regime normal (Constitui- do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas.
ção, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a
4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob - Encaminhamento de atos de concessão e renova-
o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensa- ção de concessão de emissoras de rádio e TV: A obri-
gem, com solicitação de urgência. gação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem- Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição.
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com avi- Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renova-
so do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao ção da concessão após deliberação do Congresso Nacional
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a
tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o §
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamen- Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a
tos anuais e créditos adicionais), as mensagens de encami- mensagem o correspondente processo administrativo.

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
- Encaminhamento das contas referentes ao exer- - pedido de autorização para decretar o estado de sítio
cício anterior: O Presidente da República tem o prazo de (Constituição, art. 137);
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para en- - relato das medidas praticadas na vigência do esta-
viar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exer- do de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo
cício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e único);
parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. - proposta de modificação de projetas de leis financei-
166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar ras (Constituição, art. 166, § 5º);
a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi- - pedido de autorização para utilizar recursos que fi-
mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno. carem sem despesas correspondentes, em decorrência de
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela anual (Constituição, art. 166, § 8º);
deve conter o plano de governo, exposição sobre a situa- - pedido de autorização para alienar ou conceder ter-
ção do País e solicitação de providências que julgar neces- ras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
sárias (Constituição, art. 84, XI). 188, § 1º); etc.
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
Presidência da República. Esta mensagem difere das de- As mensagens contêm:
mais porque vai encadernada e é distribuída a todos os - a indicação do tipo de expediente e de seu número,
congressistas em forma de livro. horizontalmente, no início da margem esquerda:

- Comunicação de sanção (com restituição de au- Mensagem nº


tógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do
Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro - vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e
Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da mar-
se informa o número que tomou a lei e se restituem dois gem esquerda:
exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Pre-
sidente da República terá aposto o despacho de sanção. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do - o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;


Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem - o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do
informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai margem direita. A mensagem, como os demais atos assi-
publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrá- nados pelo Presidente da República, não traz identificação
rio das demais mensagens, cuja publicação se restringe à de seu signatário.
notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
Obs: Modelo no final da matéria.
- Outras mensagens: Também são remetidas ao Legis-
lativo com regular frequência mensagens com: Telegrama
- encaminhamento de atos internacionais que acarre-
tam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar
art. 49, I); os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de
- pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de
às operações e prestações interestaduais e de exportação telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação
(Constituição, art. 155, § 2º, IV); dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente supe-
- proposta de fixação de limites globais para o mon- rada, deve restringirse o uso do telegrama apenas àquelas
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); situações que não seja possível o uso de correio eletrônico
- pedido de autorização para operações financeiras ex- ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também
ternas (Constituição, art. 52, V); e outros. em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
deve pautarse pela concisão.
Entre as mensagens menos comuns estão as de: Não há padrão rígido, devendose seguir a forma e a
- convocação extraordinária do Congresso Nacional estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
(Constituição, art. 57, § 6º); Correios e em seu sítio na Internet.
- pedido de autorização para exonerar o Procurador-
Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º); Obs: Modelo no final da matéria.
- pedido de autorização para declarar guerra e decretar
mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX); Fax
- pedido de autorização ou referendo para celebrara
paz (Constituição, art. 84, XX); O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é
- justificativa para decretação do estado de defesa ou uma forma de comunicação que está sendo menos usada
de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º); devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
transmissão de mensagens urgentes e para o envio ante- Em caso de publicação do ato administrativo originá-
cipado de documentos, de cujo conhecimento há premên- rio, a apostila deve ser publicada com a menção expressa
cia, quando não há condições de envio do documento por do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comuni-
meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue caçao oficial no qual o ato administrativo foi originalmente
posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário publicado, a fim de que se preserve a data de validade.
o arquivamento, devese fazêlo com cópia xerox do fax e
não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se Obs: Modelo no final da matéria.
deteriora rapidamente.
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e ATA
a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio,
juntamente com o documento principal, de folha de rosto, É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos
isto é, de pequeno formulário com os dados de identifica- fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou
ção da mensagem a ser enviada. assembleia. Estrutura:
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas se-
Correio Eletrônico quencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou
sessão, em caixaalta.
O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e - Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação es-
celeridade, transformouse na principal forma de comuni- pacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos
cação para transmissão de documentos. abordados e de suas decisões, com indicação das persona-
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô- lidades envolvidas, se for o caso; Fecho termo de encerra-
nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma mento com indicação, se necessário, do redator, do horário
rígida para sua estrutura. Entretanto, devese evitar o uso de encerramento, de convocação de nova reunião etc.
de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
O campo assunto do formulário de correio eletrôni- A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os pre-
sentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, de-
co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
pendendo das exigências regimentais do órgão.
organização documental tanto do destinatário quanto do
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, de-
remetente.
vese, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili-
informação correta a ser registrada. No caso de omissão de
zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
informações ou de erros constatados após a redação, usase
que encaminha algum arquivo deve trazer informações
a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
mínimas sobre seu conteúdo.
informações corretas.
Sempre que disponível, devese utilizar recurso de con-
firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar Obs: Modelo no final da matéria.
da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa- Carta
gem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é,
para que possa ser aceita como documento original, é ne- É a forma de correspondência emitida por particular,
cessário existir certificação digital que ateste a identidade ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo
do remetente, na forma estabelecida em lei. com o memorando (correspondência interna) ou o ofício
(correspondência externa), nos quais a autoridade que as-
Apostila sina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua,
mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte
É o aditamento que se faz a um documento com o dos casos da correspondência enviada por deputados, de-
objetivo de retificação, atualização, esclarecimento ou fi- vese usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o
xar vantagens, evitandose assim a expedição de um novo parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de
título ou documento. Estrutura: sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara
- Título: APOSTILA, centralizado. dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando
- Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimen- ou ofício apenas como titular de função oficial específica
to, atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se (presidente de comissão ou membro da Mesa, por exem-
for o caso, onde o documento foi publicado. plo). Estrutura:
- Local e data. - Local e data.
- Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade - Endereçamento, com forma de tratamento, destina-
que constatou a necessidade de efetuar a apostila. tário, cargo e endereço.
- Vocativo.
Não deve receber numeração, sendo que, em caso de - Texto.
documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos - Fecho.
textos ou no verso do documento. - Assinatura: nome e, quando necessário, função ou
cargo.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá nu- - Preâmbulo e fundamentação: denominação da au-
merálas. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no toridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação da
padrão básico de diagramação. legislação pertinente ou por força das prerrogativas do
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da corres- cargo, seguida da palavra “resolve”.
pondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser di-
a exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar vidido em itens, incisos, alíneas etc.
relação de proximidade ou igualdade de posição entre os - Assinatura: nome da autoridade competente e indi-
correspondentes. cação da função.
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém
Obs: Modelo no final da matéria. possui caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essen-
cialmente, a otimização e a racionalização de serviços.
Declaração
Obs: Modelo no final da matéria.
É o documento em que se informa, sob responsabili-
dade, algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura: Parecer
- Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
- Texto: exposição do fato ou situação declarada, com É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal
finalidade, nome do interessado em destaque (em maiús- ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido
culas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais. submetido para análise e competente pronunciamento.
- Local e data. Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. Estrutura:
- Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso - Número de ordem (quando necessário).
de autoridade, função ou cargo. - Número do processo de origem.
- Ementa (resumo do assunto).
A declaração documenta uma informação presta- - Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (intro-
da por autoridade ou particular. No caso de autoridade, dução); Parecer (desenvolvimento com razões e justificati-
a comprovação do fato ou o conhecimento da situação vas); Fecho opinativo (conclusão).
declarada deve serem razão do cargo que ocupa ou da - Local e data.
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
função que exerce.
Declarações que possuam características específicas
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado,
podem receber uma qualificação, a exemplo da “declara-
existe o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como
ção funcional”.
tal, definido no art. 126 do Regimento Interno da Câmara
dos Deputados.
Obs: Modelo no final da matéria.
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em
tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem ao pare-
Despacho
cerista para o fim de melhor organizar o assunto, imprimin-
dolhe clareza e didatismo.
É o pronunciamento de autoridade administrativa em
petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento Obs: Modelo no final da matéria.
do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de ex-
pediente. Estrutura: Portaria
- Nome do órgão principal e secundário.
- Número do processo. É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabe-
- Data. lece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata
- Texto. da organização e do funcionamento de serviços dentro de
- Assinatura e função ou cargo da autoridade. sua esfera de competência. Estrutura:
- Título: PORTARIA, numeração e data.
O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma - Ementa: síntese do assunto.
expressão ou de um texto mais longo. - Preâmbulo e fundamentação: denominação da auto-
ridade que expede o ato e citação da legislação pertinente,
Obs: Modelo no final da matéria. seguida da palavra “resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser di-
Ordem de Serviço vidido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indi-
É o instrumento que encerra orientações detalhadas cação do cargo.
e/ou pontuais para a execução de serviços por órgãos su-
bordinados da Administração. Estrutura: Certas portarias contêm considerandos, com as razões
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. que justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem
depois deles.

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
A ementa justificase em portarias de natureza norma- - Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do re-
tiva. querente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qua-
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de lificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documen-
nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-se a emen- to de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins
ta. de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei
10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor
Obs: Modelo no final da matéria. da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil
deve ser colocado o número do registro funcional e a lo-
Relatório tação); Exposição do pedido, de preferência indicando os
fundamentos legais do requerimento e os elementos pro-
É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funciona- batórios de natureza fática.
mento de uma instituição, do exercício de atividades ou - Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
acerca do desenvolvimento de serviços específicos num - Local e data.
determinado período. Estrutura: - Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
- Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
- Texto registro em tópicos das principais atividades Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, rei-
desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados par- vindicação ou manifestação, o documento utilizado será
ciais e totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos um abaixoassinado, com estrutura semelhante à do reque-
positivos e negativos do período abrangido. O cronogra- rimento, devendo haver identificação das assinaturas.
ma de trabalho a ser desenvolvido, os quadros, os dados A Constituição Federal assegura a todos, independen-
estatísticos e as tabelas poderão ser apresentados como temente do pagamento de taxas, o direito de petição aos
anexos. Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegali-
- Local e data. dade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) re- o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de
lator(es). requerimento. No que concerne especificamente aos servi-
dores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece
No caso de Relatório de Viagem, aconselhase registrar que o requerimento deve ser dirigido à autoridade compe-
uma descrição sucinta da participação do servidor no even- tente para decidilo e encaminhado por intermédio daquela
to (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando o a que estiver imediatamente subordinado o requerente (Lei
período e o trecho compreendido. Sempre que possível, nº 8.112/90, art. 105).
o Relatório de Viagem deverá ser elaborado com vistas ao
aproveitamento efetivo das informações tratadas no even- Obs: Modelo no final da matéria.
to para os trabalhos legislativos e administrativos da Casa.
Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve- Protocolo
se atentar para os seguintes procedimentos:
- absterse de transcrever a competência formal das O registro de protocolo (ou simplesmente “o proto-
unidades administrativas já descritas nas normas internas; colo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático)
- relatar apenas as principais atividades do órgão; em que são transcritos progressivamente os documentos e
- evitar o detalhamento excessivo das tarefas execu- os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade
tadas pelas unidades administrativas que lhe são subordi- (público ou privado). Este registro, se obedecerem a nor-
nadas; mas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em
- priorizar a apresentação de dados agregados, gran- casos de controvérsia jurídica.
des metas realizadas e problemas abrangentes que foram O termo protocolo tem um significado bastante amplo,
solucionados; identificando-se diretamente com o próprio procedimen-
- destacar propostas que não puderam ser concreti- to. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também
zadas, identificando as causas e indicando as prioridades um trâmite a ser seguido para alcançar determinado obje-
para os próximos anos; tivo (“seguir o protocolo”).
- gerar um relatório final consolidado, limitado, se pos- A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma
sível, ao máximo de dez páginas para o conjunto da Dire- repartição determinada, que recebe o material documen-
toria, Departamento ou unidade equivalente. tário do sujeito que o produz em saída e em entrada e os
anota num registro (atualmente em programas informáti-
Obs: Modelo no final da matéria. cos), atruibuindo-lhes um número e também uma posição
de arquivo de acordo com suas características.
Requerimento (Petição) O registro tem quatro elementos necessários e obri-
gatórios:
É o instrumento por meio do qual o interessado requer - Número progressivo.
a uma autoridade administrativa um direito do qual se jul- - Data de recebimento ou de saída.
ga detentor. Estrutura: - Remetente ou destinatário.
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), - Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da cor-
ou seja, da autoridade competente. respondência.

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Ofício

(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício nº 524/1991/SG-PR

Brasília, 20 de maio de 2011

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70160-900 – Brasília – DF
3 cm 297 mm
1,5 cm
Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de


24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em
sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas
pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído
pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que –
na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto
no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último
aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão
encaminhas as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade
civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio
serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e
das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os
limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos
necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária
transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome)
(cargo)

210 mm

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Aviso

Aviso nº 45/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 2011

A Sua Excelência o Senhor


(Nome e cargo)
297 mm

3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro


Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser
realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta
capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das
Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído
pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
(cargo do signatário)

210 mm

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Memorando

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa


Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos
e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo

5 cm

EM nº 00146/1991-MRE

5 cm Brasília, 24 de maio de 2011

3 cm 1,5 cm

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

2,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois
por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em
condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram sua
postura da maioria dos quarenta países participantes do processo negociador,
inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a ser
concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)
1 cm
2,5 cm
Atenciosamente,
2,5 cm

(Nome)
(cargo)

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Mensagem

5 cm

Mensagem nº 118

4 cm

297 mm

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

2 cm 1,5 cm

3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

Brasília, 28 de março de 2011

210 mm

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Telegrama
[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
____________________________________________________________________


Exemplo de Apostila
APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal


declara que o servidor José da Silva, nomeado pela Portaria CDCC-RQ001/2004, publicada no
Suplemento ao Boletim Administrativo de 30 de março de 2004, teve sua situação funcional
alterada, de Secretário Parlamentar Requisitado, ponto n. 123, para Secretário Parlamentar sem
vínculo efetivo com o serviço público, ponto n. 105.123, a partir de 11 de abril de 2004, em face de
decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2011

Maria da Silva
Diretora

Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da


Silva, Diretora da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que
foi aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão
do item “Projetos Concluídos”, sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra
o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de Marketing, que apresentou um breve relato das atividades
desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos
Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos enviados para publicação
estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando a todos pelos resultados alcançados.
Com relação aos projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos mantiveram-se dentro do
cronograma de trabalho preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na próxima semana.
Às 11h45min a Diretora encerrou os trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de junho,
quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu,
Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRASECRETARIA

Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70
do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos
das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


PrimeiroSecretário

Exemplo de Ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2010

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas


atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com deputados,
consultores e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação de
Serviços Gerais.
................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte
ordem de preferência:
1 reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 reuniões de trabalho da diretoria;
111 reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ..................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da
Coordenação de Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).


(assinatura)
(nome)
(cargo)

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Exemplo de Portaría

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIAGERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2010

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas requisições


de passagens aéreas e diárias de viagens, autorizadasem
processos administrativos no âmbito da Câmara dos
Deputados e assinadas pelo DiretorGeral.

O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral,
para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de
segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


DiretorGeral

Modelo de Relatório
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
.................................................................................. ....

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................

3. Considerações finais
.........................................................................................................................

Brasília, ............................ de de 201...

Nome
Função ou Cargo

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Modelo de Requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

.................................... (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer .................
............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... de .................. ���������������������������������������������������������� de 201.....

Nome
Cargo ou Função

Questões

01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas.

A redação do documento acima indica tratar-se


(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento.
(C) de trecho do corpo de um ofício.
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.

02. A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é:


(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em
vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais.
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais
para os departamentos que foram recentemente criados.
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, muito inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas
do sistema de informatização de seu gabinete.
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltaram um número grande de
servidores para os andamentos do serviço.
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais providências vão ser tomadas para resolver essa
confusão que foi criado pelos manifestantes.

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
03. A frase cuja redação está inteiramente correta e E - Errada
apropriada para uma correspondência oficial é: C - Correta
(A) É com muito prazer que encaminho à V. Exª. Os
convites para a reunião de gala deste Conselho, em que
se fará homenagens a todos os ilustres membros dessa di- Respostas
retoria, importantíssima na execução dos nossos serviços.
(B) Por determinação hoje de nosso Excelentíssimo 01-C / 02-B / 03-C / 04-E / 05-C (correta)
Chefe do Setor, nos dirigimos a todos os de vosso gabine-
te, para informar de que as medidas de austeridade reco-
mendadas por V. Sa. já está sendo tomadas, para evitar-se
os atrasos dos prazos. 5. CONHECIMENTOS BÁSICOS EM
(C) Estamos encaminhando a V. Sa. os resultados a que ADMINISTRAÇÃO DE PATRIMÔNIO,
chegaram nossos analistas sobre as condições de funcio- MATERIAIS E LOGÍSTICA: COMPRAS E
namento deste setor, bem como as providências a serem
CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (LEGISLAÇÃO
tomadas para a consecução dos serviços e o cumprimento
dos prazos estipulados. SOBRE LICITAÇÕES), COLETA DE PREÇOS,
(D) As ordens expressas a todos os funcionários é de GESTÃO E CONTROLE DE ESTOQUE,
que se possa estar tomando as medidas mais do que im- DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAL, INVENTÁRIO
portantes para tornar nosso departamento mais eficiente, DE BENS PATRIMONIAIS.
na agilização dos trâmites legais dos documentos que pas-
sam por aqui.
(E) Peço com todo o respeito a V. Exª., que tomeis pro-
vidências cabíveis para vir novos funcionários para esse
nosso setor, que se encontra em condições difíceis de agi- Atividade que planeja, executa e controla, nas condi-
lizar todos os documentos que precisamos enviar. ções mais eficientes e econômicas, o fluxo de material, par-
tindo das especificações dos artigos e comprar até a entre-
04. A respeito dos padrões de redação de um ofício, é ga do produto terminado para o cliente. (FRANCISCHINI &
INCORRETO afirmar que: GURGEL, 2002).
(A) Deve conter o número do expediente, seguido da É um sistema integrado com a finalidade de prover a
sigla do órgão que o expede. administração, de forma contínua, recursos, equipamentos
(B) Deve conter, no início, com alinhamento à direita, e informações essenciais para a execução de todas as ativi-
o local de onde é expedido e a data em que foi assinado. dades da Organização.
(C) Deverá constar, resumidamente, o teor do assunto Evolução da Administração de Recursos Materiais e Pa-
do documento. trimoniais
(D) O texto deve ser redigido em linguagem clara e Segundo Francischini & Gurgel (2002), a evolução da
direta, respeitando-se a formalidade que deve haver nos Administração de Materiais processou-se em várias fases:
expedientes oficiais. A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da
(E) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez, como empresa, pois comprar era a essência do negócio;
por exemplo: Agradeço a V. Sª. a atenção dispensada. Atividades de compras como apoio às atividades pro-
dutivas se, portanto, integradas à área de produção;
05. Haveria coerência com as ideias do texto e respei- Condenação dos serviços envolvendo materiais, come-
taria as normas de redação de documentos oficiais se o çando com o planejamento das matérias-primas e a entre-
texto apresentado fosse incluído como parágrafo inicial em ga de produtos acabados, em uma organização indepen-
um ofício complementado pelo parágrafo final e os fechos dente da área produtiva;
apresentados a seguir. Agregação à área logística das atividades de suporte à
Solicita-se, portanto, a divulgação desses dados junto área de marketing.
aos órgãos competentes. Com a mecanização, racionalização e automação, o ex-
cedente de produção se torna cada vez menos necessário,
e nesse caso a Administração de Materiais é uma ferramen-
ta fundamental para manter o equilíbrio dos estoques, para
que não falte a matéria-prima, porém não haja excedentes.
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo
dessas fases produtivas baseou-se principalmente, pela ne-
cessidade de produzir mais, com custos mais baixos. Atual-
mente a Administração de Materiais tem como função
principal o controle de produção e estoque, como também
a distribuição dos mesmos.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
As Três Fases da Administração de Recursos Mate- Preço;
riais e Patrimoniais Condições de pagamento.
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em preju- Qualidade do Material
dicar outras áreas da Organização. Busca pela eficácia. O material deverá apresentar qualidade tal que possi-
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par bilite sua aceitação dentro e fora da empresa (mercado).
atender bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efeti-
vidade. Quantidade
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as neces-
Visão Operacional e Visão Estratégica sidades da produção e estoque, evitando a falta de mate-
Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada rial para o abastecimento geral da empresa bem como o
a atividades específicas. Melhorar algo que já existe. excesso em estoque.
Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as
coisas de um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a Prazo de Entrega
alta performance de maneira sistêmica. Ou seja, envolven- Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor
do toda a organização de maneira inter relacional. atendimento aos consumidores e evitar falta do material. 
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do
autor era, conforme sua época, garantir a melhoria quanti- Menor Preço
tativa das ações dos empregados. Aqueles q mantêm uma O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo
padronização de tarefas (em todos os outonos deve-se em posição da concorrência no mercado, proporcionando
dobrar o esforço para se ter comida) são recompensados à empresa um lucro maior.
pela Organização (natureza). Na moderna interpretação da
Fábula a autora passa a ideia de que precisamos além de Condições de pagamento
trabalhar investir no nosso talento de maneira diferencial. Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa
Assim, poderemos não só garantir a sustentabilidade da
tenha maior flexibilidade na transformação ou venda do
Organização para os diversos invernos como, também, fa-
produto.
zê-los em Paris.
Diferença Básica entre Administração de Materiais e
Historicamente, a administração de recursos materiais
Administração Patrimonial
e patrimoniais tem seu foco na eficiência de processos – vi-
A diferença básica entre Administração de Materiais
são operacional. Hoje em dia, a administração de materiais
e Administração Patrimonial é que a primeira se tem por
passa a ser chamada de área de logística dentro das Or-
produto final a distribuição ao consumidor externo e a área
ganizações devido à ênfase na melhor maneira de facilitar
patrimonial é responsável, apenas, pela parte interna da lo-
o fluxo de produtos entre produtores e consumidores, de
forma a obter o melhor nível de rentabilidade para a orga- gística. Seu produto final é a conservação e manutenção
nização e maior satisfação dos clientes. de bens.
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão
Estratégica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INO- Fonte: https://docs.google.com/document/d/1t-
VAÇÃO e não baseado na melhor no que já existe. A partir D1_0...f.../e
da visão estratégica a Administração de Recursos Materiais
e Patrimoniais passa ser conhecida por LOGISTICA. A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto
Sendo assim: de origem ao ponto de consumo requer de maneira se-
quencial, o planejamento, a programação e o controle de
um conjunto de atividades que reúnem: insumos básicos
VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA (matérias-primas); materiais em processamento; materiais
EFICIENCIA EFETIVIDADE acabados; serviços e informações disponíveis. Como resul-
ESPECIFICA SISTEMICA tado da administração destas atividades gera-se o movi-
mento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário),
QUANTITATIVA E havendo como decorrência a geração das chamadas utili-
QUANTITATIVA
QUALTAITIVA dades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores
MELHORAR O QUE JÁ fundamentais para as funções logísticas. Para a administra-
INOVAÇÃO ção pública, tanto recursos quanto o público-alvo organi-
EXISTE
zacional estão espalhados em áreas de distintos tamanhos,
QUANTO QUANDO
além da diversidade sócio cultural dos residentes locais.
Esse é o problema que a logística têm a missão de resol-
Princípios da Administração de Recursos Materiais e
ver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo
Patrimoniais
de transformação da organização e a demanda, de modo
Qualidade do material;
que os consumidores (cidadão-cliente/sociedade/usuário)
Quantidade necessária;
tenham bens e serviços quando e onde quiserem, na con-
Prazo de entrega
dição que desejarem, e com o menor custo.

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Na organização pública, a missão do gestor é estabele- Pode ser utilizado para a constituição de novos bens, me-
cer o nível de atividades logísticas necessário para atender lhoria ou adições complementares de bens em utilização
ao público-alvo organizacional no tempo certo, no local (sendo classificado como 4.4.90.30), ou para a reposição de
certo e nas condições e formas desejadas, de forma eco- peças para manutenção do seu uso normal que contenham
nomicamente eficaz, eficiente e efetiva no uso dos recursos a mesma configuração (sendo classificado como 3.3.90.30);
públicos. - Critério de Transformabilidade: se foi adquirido para
fim de transformação.
As áreas da logística Se um material de consumo for considerado como de
A logística realiza a integração da administração de uso duradouro, devido à durabilidade, quantidade utilizada
materiais (suprimentos) com a logística organizacional, ou valor relevante, deve ser controlado por meio de rela-
com a distribuição física e/ou prestação de serviços, e com ção-carga e incorporado ao patrimônio da entidade.
as atividades relativas ao retorno/descarte de materiais.
Logística de entrada (administração de materiais/logís- Logística organizacional (operacional)
tica de suprimentos) É a integração das atividades de um sistema organiza-
É o conjunto de operações associadas ao fluxo de ma- cional, em função do seu modelo de transformação, des-
teriais e informações necessários ao modelo de transfor- de o planejamento e obtenção dos insumos necessários,
mação da organização. passando pelo processo produtivo até a distribuição para
Para a organização pública, têm-se os seguintes enten- o consumidor (intermediário/final), atendendo as necessi-
dimentos sobre Material e Serviços com seus respectivos dades do público-alvo a custos reduzidos, com qualidade e
embasamento legal. uso adequado de recursos. O instrumento legal de criação
No campo da Ciência Contábil o termo MATERIAL da instituição pública e seu regimento interno norteiam es-
compreende todos os itens contabilizáveis que participam sas atividades na organização.
diretamente ou indiretamente na constituição do bem/ser-
viço de uma organização. Logística de saída (distribuição física do bem/prestação
Na gestão pública, temos a classificação de Material do serviço)
por natureza de despesa em Material Permanente e Mate- É o conjunto de operações associadas à transferência
rial de Consumo, discorrendo os seguintes conceitos: do resultado objeto de uma transação desde o local de ori-
a. Material Permanente é aquele que, em razão de seu
gem até o local designado no destino e no fluxo de infor-
uso corrente, não perde a sua identidade física e/ou tem
mação associado, devendo garantir que chegue ao destino
durabilidade superior a dois anos.
nas condições desejadas, oportunamente e com uso maxi-
Se um material for adquirido como permanente e ficar
mizado dos recursos disponíveis. A missão da organização
comprovado que possui custo de controle superior ao seu
constante no dispositivo de sua criação e as atribuições
benefício, deve ser controlado de forma simplificada, por
funcionais inerentes ao cargo desempenhado orientam os
meio de relação-carga, que mede apenas aspectos qualita-
gestores públicos na execução dessas operações.
tivos e quantitativos, não havendo necessidade de controle
por meio de número patrimonial. No entanto, esses bens
deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da Logística Reversa:
entidade. Para o autor PIRES, duas premissas básicas impõem a
Isso deve ao fato de obedecer ao Princípio da Econo- necessidade de gestão da logística reversa: a agregação
micidade previsto no de valor e a responsabilidade pela sucata e/ou lixo indus-
Art. 70 da CF/88 que se traduz na relação custo-bene- trial. A agregação de valor, considerando o aumento do
fício. Ou seja, os controles devem ser simplificados quando comércio global, está relacionada à importância na gestão
se apresentam como meramente formais ou cujo custo seja dos recipientes (pallets, containers, etc.) e das embalagens,
evidentemente superior ao risco. envolvendo processos logísticos complexos e estando su-
b. Material de Consumo é aquele que, em razão de seu jeitos a restrições legais e sanitárias, dentre outras. A res-
uso corrente, perde normalmente sua identidade física e/ ponsabilidade pela sucata e/ou lixo industrial diz respeito
ou tem sua utilização limitada a dois anos. Deve atender a à gestão dos materiais após o término de suas vidas úteis,
pelo menos um dos critérios a seguir: passando a vigorar cada vez mais a regra de que “quem
- Critério de Durabilidade: se em uso normal perde ou produz é o responsável pelo produto após a sua vida útil”.
tem reduzidas as suas condições de funcionamento no pra- Para a organização pública, essa preocupação e/ou exi-
zo máximo de dois anos; gência sócio ambiental pode ser observada na INSTRUÇÃO
- Critério de Fragilidade: se sua estrutura for quebra- NORMATIVA Nº 205, DE 08 DE ABRIL DE 1988 expressa no
diça, deformável ou danificável, caracterizando sua irrecu- item 1. Material que: “a designação genérica de equipa-
perabilidade e perda de sua identidade ou funcionalidade; mentos, componentes, sobressalentes, acessórios, veícu-
- Critério de Perecibilidade: se está sujeito a modifi- los em geral, matérias-primas e outros itens empregados
cações químicas ou físicas, ou se deteriora ou perde sua ou passíveis de emprego nas atividades das organizações
característica pelo uso normal; públicas federais, independente de qualquer fator, bem
- Critério de Incorporabilidade: se está destinado à como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem,
incorporação a outro bem, e não pode ser retirado sem aparas, acondicionamentos, embalagens e resíduos eco-
prejuízo das características físicas e funcionais do principal. nomicamente aproveitáveis (grifo meu)”, dando impor-

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
tância à logística reversa nas organizações públicas com o vidades-chave são: Transporte, Manutenção de Estoques,
objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso Processamento de Pedidos. Constituem o “ciclo crítico de
de material através de técnicas modernas que atualizam e atividades logísticas”.
enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de O resultado final é prover o cidadão (cliente final)
operacionalidade, no emprego do material nas diversas quando e onde necessitar, com a melhor alocação de re-
atividades. cursos (menor custo).
a. A função logística primária de transportes
As funções logísticas Para a maioria das organizações, o transporte é a ati-
As atividades administrativas a serem geridas, em qual- vidade logística mais importante simplesmente porque ela
quer organização, podem incluir todo ou parte do seguin- absorve, em média, de um a dois terços dos custos logís-
te: transportes, manutenção de estoques, processamento ticos. É uma atividade essencial, pois nenhuma instituição
de pedidos, compras (obtenção), armazenagem, manuseio pode operar sem providenciar a movimentação de seu pro-
de materiais, embalagem, padrões de serviços e programa- duto (bem/serviço) de alguma forma. Implica na utilização
ção do processo de produtivo. dos modais de transporte para se movimentar bens. Este
Devido à característica sistêmica da logística, as ativi- movimento é realizado pelos modais de transporte: aero-
dades administrativas organizacionais passam a ser abor- viário, dutoviário, ferroviário, hidroviário; rodoviário, inter-
dadas de forma diferente da tradicional distinção em ativi- modalidade e multimodalidade. Os transportes adicionam
dades fim e atividades meio. valor de “lugar” ao produto.
Essa nova abordagem vem sendo provocada pela ne- b. A função logística primária de manutenção de es-
cessidade das organizações em direcionar seus esforços toques
para o foco do seu negócio, terceirizando aquelas ativi- Para se atingir um grau razoável de disponibilidade
dades que são economicamente melhor desempenhadas de bens, é necessário manter estoques, que agem como
por outras organizações que as tem como produto do seu “amortecedores” entre a disponibilidade e a necessidade
trabalho e que, consequentemente, passam a serem par- (oferta e demanda). O estoque agrega valor de “tempo”.
ceiros no negócio da empresa. Um exemplo clássico é o Na administração pública, a Instrução Normativa Nr.
da indústria automotiva, formando uma cadeia produtiva.
205, de 08 de Abril de 1988, da Secretaria de Administra-
Para a organização pública não está sendo diferen-
ção Pública da Presidência da República (SEDAP/PR), trata
te. Hoje se tem, por exemplo, serviços como segurança,
do assunto no item DA AQUISIÇÃO:
manutenção e limpeza realizados por terceiros e que até
- “As compras de material, para reposição de estoques
pouco tempo eram realizados pela organização com um
e/ou para atender necessidade específica de qualquer
quadro próprio de servidores. Como a prática administra-
unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do
tiva na organização pública precisa de uma base jurídica, a
Departamento de Administração, ou de unidade com atri-
Instrução Normativa Nº 02 de 30 de Abril de 2008 dispõe
sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, buições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes re-
continuados ou não, definindo, em seu partições que, no território nacional, sejam projeções dos
Art. 6º, que os serviços continuados que podem ser órgãos setoriais ou seccionais, (delegacias, distritos, etc.)”.
contratos por terceiros são aqueles que apoiam a realiza- Uma questão importante é saber qual o nível de es-
ção de atividades essenciais ao cumprimento da missão toque mais adequado para a organização. Para isso, cres-
institucional do órgão ou entidade. Essas atividades mate- cem em importância para a gestão de estoques as variáveis
riais acessórias, instrumentais ou complementares aos as- “quantidade” e “tempo”. Essas variáveis compõem os cha-
suntos que constituem área de competência legal do órgão mados fatores de ressuprimento.
ou entidade poderão ser objeto de execução indireta ( Art. POZO expressa que uma das técnicas utilizadas para a
1º do Decreto 2.271/97). avaliação dos níveis de estoques é o enfoque da dimensão
É interessante observar os seguintes conceitos relati- do “lote econômico” para a manutenção de níveis de es-
vos à logística: toques satisfatórios e que é denominado de “sistema má-
- Função logística é a reunião, sob uma única designa- ximo-mínimo”. O funcionamento do sistema consiste na
ção, de um conjunto de atividades logísticas afins, correla- necessidade nas seguintes informações básicas para cada
tas ou de mesma natureza. material:
- Atividade logística é um conjunto de tarefas afins, re- - Estoque mínimo ou de segurança que se deseja man-
unidas segundo critérios de relacionamento, interdepen- ter (EMin/ESeg);
dência ou de similaridade. - O momento em que nova quantidade de material
- Tarefa logística é um trabalho específico e limitado deve ser adquirida, o Ponto do Pedido (PP);
no tempo, que agrupa passos, atos ou movimentos inter- - O tempo necessário para repor o material (TR);
ligados segundo uma determinada sequência e visando à - A quantidade de material que deve ser adquirida, ou
obtenção de um resultado definido. seja, o Lote de Compra ou Ressuprimento (LC); e
- Quando o material é recebido e aceito pela organiza-
As funções logísticas primárias (o ciclo crítico) ção, tem-se o estoque máximo (EMax).
O conceito de logística identifica aquelas funções ou A IN 205/88, no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, em-
atividades que são de importância primária para atingir os prega essas variáveis quando expressa que o acompanha-
objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Estas ati- mento dos níveis de estoque e as decisões de “quando” e

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
“quanto” comprar deverão ocorrer em função da aplica- No item SANEAMENTO DE MATERIAL, a IN 205/88 ex-
ção de fatores de ressuprimento e suas respectivas fórmu- pressa que essa atividade visa a otimização física dos ma-
las constantes no dispositivo legal e aplicáveis à gerência teriais em estoque ou em uso decorrente da simplificação
de estoques. Os fatores de ressuprimento são: Tempo de de variedades, reutilização, recuperação e movimentação
Aquisição, Intervalo de Aquisição, Ponto de Pedido, Con- daqueles considerados ociosos ou recuperáveis, bem como
sumo Médio Mensal, Estoque Mínimo, Estoque Máximo e a alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis”; “Os es-
Quantidade a Ressuprir. Como pode-se inferir esses fatores toques devem ser objeto de constantes Revisões e Aná-
constituem o sistema máximo-mínimo com o enfoque da lises. Essas atividades são responsáveis pela identificação
dimensão do lote econômico para a manutenção de níveis dos itens ativos e inativos”.
de estoques satisfatórios. c. A função logística primária de processamento de pe-
didos
Tempo de Aquisição (T) É a atividade que inicializa a movimentação de bens e
Conforme consta no item RENOVAÇÃO DE ESTOQUE, a prestação de serviços. Sua importância deriva do tempo
da IN 205/88, é entendido como o período decorrido entre necessário para levar bens e serviços aos consumidores.
a emissão do pedido de compra e o recebimento do ma- Para a organização pública, o início dessa atividade
terial no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês). pode ser considerado por ocasião do levantamento das
necessidades organizacionais, no ano vigente, a serem in-
Intervalo de Aquisição (I) cluídas na previsão orçamentária para o exercício financei-
Compreende o período entre duas aquisições normais ro do ano seguinte. Após a liberação orçamentária no início
e sucessivas (IN 205/88). do ano em exercício é que as instituições podem começar a
realizar seus processos de licitações e contratos.
Ponto de Pedido (Pp) Essa consideração visa esclarecer uma prática bastan-
É o nível de estoque que, ao ser atingido, determina te comum nas organizações públicas quanto à solicitação
imediata emissão de um pedido de compra, visando com- de material feita pelas áreas demandantes. É comum o en-
tendimento equivocado de que o pedido de material feito
pletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque
pela área demandante é para efetuar a compra, ou seja,
Mínimo (Em) o produto do Consumo Médio Mensal (c)
um “pedido de compra”. O pedido realizado é para “for-
pelo Tempo de Aquisição (T) (IN 205/88).
necimento” através de uma requisição ou tabela de pro-
visão (IN 205/88). A definição do “quanto comprar” já deve
Consumo Médio Mensal (c)
ter sido realizada por ocasião do processo de previsão do
É a média aritmética do consumo nos últimos 12 meses
orçamento no ano anterior, e a consequente liberação or-
(IN 205/88).
çamentária no ano vigente para a decisão dos gestores em
Estoque Mínimo (Em)
relação ao “quando comprar”, com os ajustes, se for o caso,
na definição do “quanto comprar”. Esse esclarecimento é
É a menor quantidade de material a ser mantida em es- importante pois visa valorizar o planejamento na instituição.
toque capaz de atender a um consumo superior ao estima- É importante destacar que a descrição do material para
do para certo período ou para atender a demanda normal o Pedido de Compra deverá ser elaborada através do mé-
em caso de entrega da nova aquisição. Obtém-se multipli- todo Descritivo, que identifica com clareza o item através
cando o Consumo Médio Mensal (c) por uma fração (f) do da enumeração de suas características físicas, mecânicas,
tempo de aquisição (T) que deve, em princípio, variar de de acabamento e de desempenho, possibilitando sua per-
0,25 de T a 0,50 de T (IN 205/88). Essa fração (f) do Tempo feita caracterização para a boa orientação do processo
de Aquisição (T) é o chamado fator de risco que a organi- licitatório e deverá ser utilizada com absoluta prioridade,
zação está disposta a assumir com relação à ocorrência de sempre que possível. E pelo método Referencial, que iden-
falta de estoque. É básico para o adequado estabelecimen- tifica indiretamente o item, através do nome do material,
to do Ponto de Pedido (Pp). aliado ao seu símbolo ou número de referência estabele-
cido pelo fabricante, não representando necessariamente
Estoque Máximo (EM) preferência de marca (IN 205/88).
É a maior quantidade de material admissível em esto- As necessidades de uma organização pública são aten-
que, suficiente para o consumo em certo período, deven- didas por BENS contratados por meio de atividades de
do-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade COMPRAS, por SERVIÇOS que são contratados para a sua
financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de PRESTAÇÃO, e por OBRAS que são contratadas para a sua
aquisição, perecimento, obsoletismo, etc. Obtém-se so- EXECUÇÃO.
mando ao Estoque Mínimo (Em) o produto do Consumo Esses contratos são oriundos de um procedimento ad-
Médio Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88). ministrativo formal chamado de LICITAÇÃO, em que o ór-
gão público convoca, por meio de condições estabelecidas
Quantidade a Ressuprir (Q) em ato próprio (edital/convite) as empresas interessadas.
É o número de unidades a adquirir para recompor o Es- Tem por objetivos a observância do princípio constitucional
toque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio da ISONOMIA e a seleção da PROPOSTA MAIS VANTAJOSA
Mensal (c) pelo Intervalo de Aquisição (I) (IN 205/88). para a administração pública.

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
As funções logísticas de apoio lhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas,
Apoiam as atividades primárias: Armazenagem, Ma- de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão
nuseio de Materiais, Embalagem de Proteção, Obtenção, decorrente, o arejamento (distância de 70 cm aproximada-
Programação de Produtos e Manutenção de Informação. mente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes)”.
a. A função logística de apoio de armazenagem c. A função logística de apoio de embalagem de pro-
Uma questão básica do gerenciamento logístico nas teção
organizações públicas é como estruturar sistemas de dis- Destina-se a movimentar bens sem danificá-los. No
tribuição/prestação capazes de atender, otimizando a governo, a IN 205/88, disponível no sítio eletrônico do
aplicação de recursos, o cidadão-cliente geograficamente “comprasnet”, apresenta, no item ARMAZENAGEM, as
disperso das fontes de distribuição/prestação de um bem/ atividades a serem realizadas pelo gestor público nesta
serviço, oferecendo níveis de serviço cada vez mais altos função logística: “os materiais devem ser conservados nas
em termos de disponibilidade de estoque e tempo de embalagens originais e somente abertos quando houver
atendimento. necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da
A Instrução Normativa Nr. 205, de 08 de Abril de 1988, utilização”; “a arrumação dos materiais deve ser feita de
trata do assunto no item RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO de modo a manter voltada para o lado de acesso ao local de
materiais para as entidades públicas. Expressa que o re- armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) conten-
cebimento é o ato pelo qual o material encomendado é do a marcação do item, permitindo a fácil e rápida leitura
entregue ao órgão público no local previamente desig- de identificação e das demais informações registradas”.
nado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a d. A função logística de apoio de obtenção
responsabilidade pela guarda e conservação do material, A função obtenção é também tratada como suprimen-
do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos almoxa- tos e aquisição. Independente do termo usado é basica-
rifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali mente uma função de compras. O termo “compras”, para
ser estocado ou recebido, caso em que a entrega se fará o órgão ou entidade pública, deve ser entendido como
nos locais designados. Qualquer que seja o local de rece- toda aquisição remunerada de bens para o fornecimento
bimento, o registro de entrada do material será sempre no de uma só vez ou parceladamente ( Art. 6º da Lei 8.666/93).
almoxarifado. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos Segundo BALLOU a “obtenção ou aquisição” refere-se
sistêmicos, decorrerá de: compra, cessão, doação, permuta, àquelas atividades que ocorrem entre a organização e os
transferência, produção interna. seus fornecedores e, geralmente, dá a impressão de tratar-
No item ARMAZENAGEM expressa que essa atividade -se de “compras”. Para o autor existem três variáveis-chave
compreende a guarda, localização, segurança e preserva- no processo de fornecimento para a organização: o preço, a
ção do material adquirido, a fim de suprir adequadamente qualidade e a disponibilidade ou entrega do produto. É a ati-
as necessidades operacionais das unidades integrantes da vidade que deixa o BEM disponível para o sistema produtivo
estrutura do órgão ou entidade. organizacional. Devem-se considerar as seguintes decisões:
b. A função logística de apoio de manuseio de mate- quantidades a serem obtidas; programação de compras; lo-
riais calização de fornecedores e a forma física das mercadorias:
Diz respeito à movimentação do bem no local de es- As quantidades a serem obtidas envolvem decisões
tocagem. São atividades: de seleção do equipamento de sobre “o que deve ser comprado” de fontes externas e so-
movimentação e balanceamento da carga de trabalho. bre “o que pode ser produzido” pela empresa. Por sua vez,
No setor público, pode-se inferir que essa função logís- as quantidades a serem compradas devem ser abordadas
tica está caracterizada na Instrução Normativa Nr. 205/88, pelo total a ser comprado e pelo tamanho do lote indivi-
no item ARMAZENAGEM, onde se verifica: “os materiais dual de entrega e/ou de compra.
devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil ins- A programação de compras envolve os aspectos de
peção e um rápido inventário”; “os materiais que possuem volume e da frequência das compras. A determinação do
grande movimentação devem ser estocados em lugar de “tempo certo” é uma questão-chave.
fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material A localização de fornecedores envolve a “variável dis-
que possui pequena movimentação deve ser estocado na tância” que implica no tempo para a entrega do suprimen-
parte mais afastada das áreas de expedição”; “os materiais to. Fontes próximas têm vantagens, pois a entrega pode ser
jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. mais rápida e há menor risco de interrupções no transporte.
É preciso utilizar corretamente os acessórios de estocagem A forma física das mercadorias influencia o fluxo de
para os proteger”; “a arrumação dos materiais não deve materiais entre o fornecedor e o comprador, sendo essen-
prejudicar o acesso as partes de emergência, aos extintores cial para a eficiência da movimentação no que se refere ao
de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para uso de equipamentos adequados para a movimentação, à
combater a incêndio (Corpo de Bombeiros)”; “os materiais conversão de um para outro tipo de acondicionamento da
da mesma classe devem ser concentrados em locais adja- mercadoria, ao volume e/ou peso do material e no modal
centes, a fim de facilitar a movimentação e inventário”; “os de transporte mais apropriado.
materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados Ainda segundo BALLOU, a “aquisição ou obtenção” é
nas partes inferiores das estantes e porta-estrados, elimi- vista como uma extensão da programação do processo
nando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a produtivo organizacional, pois é onde são geradas as in-
movimentação”; e “quando o material tiver que ser empi- formações de QUANDO e QUANTO “comprar” (grifo meu).

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Para a organização pública, podemos observar a ne- programação de produto) cujo resultado será o estabele-
cessidade dessas informações na IN 205/88 em seu item cimento do nível de serviço desejado, possível e adequado
RENOVAÇÃO DE ESTOQUE onde expressa que o acompa- às características do público-alvo organizacional. A neces-
nhamento dos níveis de estoque e as decisões de QUAN- sidade de informação sobre essas áreas agrega valor às
DO e QUANTO “comprar” (grifo meu) deverá ocorrer em atividades administrativas organizacionais, permitindo me-
função da aplicação de fórmulas constantes na referida lhor coordenação entre os envolvidos no negócio público,
Instrução Normativa. configurando uma engrenagem logística.
Ainda na IN 205/88, pode ser encontrado no item DA Enfim, para a organização pública, a importância da Lo-
REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: “A guia de remessa de ma- gística está no fato de que ela permite administrar o fluxo
terial (ou nota de transferência), além de outros dados in- dos bens/serviços de onde eles são transformados para o
formativos julgados necessários, deverá conter: descrição local certo de consumo, na forma desejada, no tempo certo
padronizada do material; quantidade; unidade de medida; e com o emprego adequado dos recursos públicos dispo-
preços (unitário e total); número de volumes; peso; acondi- níveis, proporcionando o nível de serviço desejado pela so-
cionamento e embalagem; e grau de fragilidade ou pereci- ciedade. Um sistema logístico eficiente permite uma região
bilidade do material”. geográfica explorar suas vantagens inerentes pela especia-
No setor público, pode-se considerar a aplicação do lização de seus esforços produtivos naqueles produtos que
conceito de AQUISIÇÃO ou OBTENÇÃO na IN 205/88 no ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às
item DA AQUISIÇÃO onde descreve que as “compras” de outras regiões.
material, para reposição de estoques e/ou para atender Pelo exposto, pode-se verificar que aplicar a técnica
necessidade específica de qualquer unidade, deverão, em logística nas atividades administrativas de uma organiza-
princípio, ser efetuadas através do Departamento de Ad- ção pública é estabelecer uma relação entre os dispositivos
ministração, ou de unidade com atribuições equivalentes legais e normativos vigentes para o setor público com os
ou ainda, pelas correspondentes repartições que, no ter- conceitos e procedimentos logísticos aplicáveis às ativida-
ritório nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou des funcionais do gestor público e aos processos adminis-
trativos de sua instituição com vistas: a uma convergência
seccionais.
aos padrões internacionais de logística aplicados a uma or-
e. A função logística de apoio de programação do pro-
ganização (pública ou privada); a adoção de procedimen-
duto
tos e práticas que permitam o reconhecimento, a mensu-
Não diz respeito à programação detalhada da produ-
ração, a avaliação e a evidenciação das funções logísticas
ção, executada diariamente pelos programadores de pro-
nas atividades administrativas públicas; a configuração de
dução. Lida com a distribuição de bens e/ ou prestação de
um sistema logístico no âmbito da organização, valendo-se
serviço. Trata do fluxo de saída.
dos instrumentos administrativos existentes; e a caracteri-
Nas organizações públicas, a missão institucional esta- zação e a consolidação das informações de natureza logís-
belece o produto organizacional e o seu regimento interno tica constantes nos sistemas estruturadores do governo e
regula as atividades administrativas a serem desenvolvidas nos dispositivos legais e normativos para a administração
para a consecução de metas e objetivos estabelecidos para pública.
atender as necessidades do público-alvo organizacional,
caracterizando essa função logística. Custos Logísticos
f. A função logística de apoio de manutenção de infor- Muitas pessoas que estudam e trabalham com logística
mação às vezes tem dificuldade em definir o que é a logística, e o
Segundo, CHOPRA e MEINDL, a informação é crucial que compõe o processo logístico. Quando se está em uma
para o desempenho das funções logísticas em qualquer or- empresa, é essencial saber para onde o dinheiro está indo
ganização porque disponibiliza fatos e dados para o gestor (ou por onde está saindo!), e compreender quais são os
agrupá-los e analisá-los a fim de tomar decisões adminis- componentes dos custos logísticos é essencial nessa área.
trativas organizacionais. A função mais conhecida da logística são os transpor-
Como toda organização integra uma ou várias cadeias tes, e eles representam o maior percentual dos custos lo-
de suprimentos a informação se torna ainda mais impor- gísticos para a maioria das empresas. Considerando que
tante porque permite que a gerência tome decisões so- a matriz de transporte brasileira, que utiliza fundamental-
bre um amplo escopo que abrange interação de funções e mente o transporte rodoviário mesmo para longas distân-
interação com outras instituições, sendo influenciada por cias, faz com que os custos de transportes sejam muito
fatores do ambiente externo à organização, tais como: eco- elevados, o que influencia o custo final dos produtos e a
nômico, político-legal, sociocultural, tecnológico, fisiográ- competitividade de nossas empresas. Assim, o custo de
fico e ecológico. transporte é composto por custos fixos e variáveis. Os fixos
Para realizar a integração das funções logísticas, o incluem depreciação da frota, salários, manutenção. Os va-
gestor público deve se valer de informações, além daque- riáveis incluem: combustíveis, pneus, lubrificantes, dentre
las sobre os objetivos da análise dos fatores ambientais, outros. Caso o transporte seja terceirizado, então todo o
as relativas ao fornecedor, às funções logísticas críticas custo é pago na forma de frete.
(transporte, manutenção de estoque e processamento de Outro fator importante na composição dos custos lo-
pedidos) e as funções logísticas de apoio (armazenagem, gísticos são os estoques. Se o transporte é rápido e fre-
manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção, quente, então podemos manter níveis de estoques baixos,

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
mas pagaremos caro pelo transporte. Por outro lado, se prende-se ao fato da empresa ter em estoque o mesmo
os lotes são grandes (grandes volumes, pouca frequência), produto adquirido em datas distintas, com custos unitários
então o estoque médio será alto e custo de estocagem será diferentes.
elevado. O custo do estoque é composto por diversos ele- Se a empresa conseguir identificar qual unidade foi
mentos: (1) o próprio valor do estoque que poderia estar vendida e quais unidades ficaram em estoque no final do
investido rendendo juros e pela oportunidade do capital; período, a mensuração do custo das mercadorias vendidas
(2) manter o estoque também custa dinheiro: seguros, ob- e do estoque final não apresenta problemas. A semelhança
solescência, perdas e outros riscos associados; (3) durante física entre unidades de alguns produtos, entretanto, cria
a operação de transportes, um pouco do estoque fica in- dificuldades para a identificação de quais unidades foram
disponível dentro dos caminhões – assim, o estoque em vendidas e quais ficaram em estoque. Mesmo quando
trânsito também compõe este custo; (4) finalmente, caso avanços na tecnologia permitem que a empresa acompa-
os estoques não sejam bem gerenciados, a empresa terá nhe cada item de seu estoque, ela pode preferir não fazê-lo,
uma falta de produtos, e este custo é difícil de ser mensu- dados os custos envolvidos. (STICKNEY, 2001, p.339). Desta
rado. forma, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser
O local onde é feita a armazenagem também compõe atribuído a tais estoques na data do balanço. Favaro et al.
o custo logístico. Assim, o custo com armazenagem envol- (1997, p.219), destaca que: “o importante é que de acordo
ve impostos, luz, conservação (ou aluguel caso o armazém com os princípios contábeis (do custo original como base
seja alugado); para manusear os produtos são necessários de valor), deve se trabalhar com os valores de aquisição
equipamentos de movimentação e armazenagem, além de (entradas) das mercadorias, o que pode variar é o critério
salários (e encargos) dos funcionários. adotado para sua valoração”. Considerando esse ponto de
Um pouco menores, mas também importantes de se- vista são varias as possibilidades de atribuição desse va-
rem considerados, estão os custos do pedido: custos rela- lor. Qualquer um dos métodos de valoração dos estoques,
cionados ao material utilizado (papel, materiais de escritó- quando utilizados nas mesmas condições de quantidades e
rio, computadores), custos de pessoal (salários e encargos) preços, manterá a situação real das empresas nas mesmas
e os custos indiretos (luz, telefone, dentre outros). igualdades, com a mesma quantidade de estoque, porém
segundo Favaro et al. (1997, p.253), os resultados são in-
fluenciados pelos diferentes critérios de valoração de seus
GESTÃO DE ESTOQUE
estoques, que provocam diferença no custo das mercado-
rias vendidas interferindo assim na obtenção do lucro bruto
Um dos itens mais importantes do Ativo de uma em-
na Demonstração de Resultado do Exercício. Isso quer dizer
presa comercial é o estoque. Essa importância advém não
que os resultados obtidos são diferentes, em consequência
só de sua alta participação percentual no total do Ativo,
dos critérios de atribuição de custos utilizados, embora to-
mas também do fato de ser a partir dele que se determi-
dos tenham como base o mesmo custo de aquisição.
na o custo das mercadorias ou produtos vendidos. O es-
toque representa o custo das mercadorias possuídas por
Alguns critérios de avaliação de estoques:
uma empresa numa data especifica. Ou seja, é uma conta - Método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai),
que registra os bens adquiridos para serem revendidos ou do inglês, FIFO (first-in, first-out), ou seja, os primeiros ar-
transformados. tigos a entrarem no estoque, serão aqueles que sairão em
O tipo de estoque que uma empresa possui, depende primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve
do seu objetivo social: se for uma empresa que comercia- ser considerado pelo valor de compra desses primeiros ar-
liza produtos, ela compra e vende os mesmos produtos e tigos. O estoque apresenta uma relação forte com o custo
seu estoque é constituído de mercadorias. Assim sendo, a de reposição, pois esse estoque representa os preços pa-
venda de estoques gera receita de vendas, custo de mer- gos recentemente, adotar este método, faz com que haja
cadorias ou produtos vendidos e estoque final. O termo oscilação dos preços sobre os resultados, pois as saídas
Custo de Mercadorias entende-se que é o preço pago pela são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta
mercadoria, acrescido de outras despesas para movimen- uma das principais razões pelas quais alguns se mostram
tação do estoque, deduzido os impostos recuperáveis e o contrários a este método. As vantagens o desse método
valor de mercado. consistem no controle preciso dos materiais, pois são orde-
O princípio básico é que o custo das mercadorias ad- nados em uma base contínua de acordo com sua entrada,
quiridas deve compreender todos os gastos que a empre- o que é importante, quando se trata de produtos sujeitos a
sa realiza para adquiri-las e colocá-las em condições de mudança de qualidade, decomposição, deterioração etc.; o
serem vendidas. Para uma empresa que compra e vende resultado obtido revela o custo real dos artigos específicos
mercadorias, tais custos incluem o preço de compra e os utilizados nas saídas; os artigos utilizados são retirados do
gastos com transporte, recepção, inspeção e colocação nas estoque e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira
prateleiras, além de custos administrativos associados ao sistemática e lógica.
controle dos estoques. (STICKNEY, 2001, P.340). Diante da - Método UEPS (último a entrar, primeiro a sair), do
existência do custo das mercadorias e do valor de mercado, inglês LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar esto-
surge a necessidade de escolher o menor valor para avaliar que bastante discutido. O custo do estoque é obtido como
o estoque. O problema para se chegar a essa conclusão, se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últi-

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
mas a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saí- O ato de comprar deve ser sempre precedido de um
das). Pressupõe-se, deste modo, que o estoque final con- bom planejamento. A compra de mercadorias envolve a
siste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo das colocação do pedido, o recebimento e a inspeção das mer-
mesmas. Segue-se que, de acordo com o método UEPS, cadorias encomendadas e o registro da compra. Rigorosa-
o custo dos artigos vendidos (saídas) tende a refletir no mente, o comprador de uma mercadoria somente deveria
custo dos artigos comprados mais recentemente (compra- registrar a compra quando a propriedade legal da merca-
dos ou produzidos). Também permite reduzir os lucros lí- doria adquirida passasse do vendedor para o comprador.
quidos expostos. As vantagens de utilização deste método Caracterizar quando isso acontece envolve tecnicalidades
consistem na apuração correta de seus custos correntes; o legais associadas ao contrato entre as duas partes. E para
estoque é avaliado em termos do nível de preço da época que isso aconteça, é de grande importância a elaboração
em que o UEPS foi introduzido; é uma forma de se custear de uma previsão de compras. Nas empresas comerciais,
os artigos consumidos de uma maneira realista e sistemá- essa previsão é complicada, pois o numero de mercado-
tica; em períodos de alta de preços, os preços maiores das rias comercializadas é muito grande. As empresas preferem
compras mais recentes, são ajustados mais rapidamente vender tanto quanto possível, com um numero mínimo de
às produções, reduzindo o lucro. No entanto, não é aceito capital empatado em estoque. Por isso, a previsão deve ser
pela legislação brasileira. elaborada pelos diversos setores funcionais da empresa,
- Custo Médio é o método utilizado nas empresas bra- observando-se as características e peculiaridades do mer-
sileiras para atendimento à legislação fiscal. Empresas mul- cado fornecedor e do comportamento das vendas (STICK-
tinacionais com operações no Brasil frequentemente têm NEY, 2001).
de avaliar o estoque segundo o método da matriz, e tam- É aconselhável que sejam feitas previsões individuais
bém segundo o custo médio para atendimento à legislação para cada setor ou departamento e reuni-las posterior-
brasileira. Esse método permite que as empresas realizem mente em uma só, facilitando o planejamento das com-
um controle permanente de seus estoques, e que a cada pras. Depois de preparada a previsão de compras, esta
aquisição, o seu preço médio dos produtos seja atualizado, deve ser ajustada ás condições financeiras da empresa. Isso
pelo método do custo médio ponderado. deve ser feito em reunião com os encarregados de com-
Geralmente as empresas que não possuem uma boa pras, os encarregados de vendas e os encarregados pelo
política de estocagem e vivem um dilema: quanto a em- controle financeiro para que se encontre um equilíbrio en-
presa deve estocar para que seus interesses e os dos seus tre os setores.
clientes sejam atendidos de forma satisfatória? A esse res- A empresa que não faz a previsão de compras encontra
peito, o Planejamento é um dos principais instrumentos dificuldades para manter seus estoques de forma equili-
para o estabelecimento de uma política de estocagem efi- brada. Acabam comprando mercadorias de acordo com as
ciente. Pois, o departamento de vendas deseja um estoque necessidades surgidas correndo o risco de não ter produ-
elevado para atender melhor o cliente e a área de produ- tos em épocas que o volume de vendas cresce. Perden-
ção prefere também trabalhar com uma maior margem de do dessa forma, oportunidade de aumentar suas vendas,
segurança de estoque. perdendo clientes e, consequentemente, diminuído o lucro
Em contrapartida, o departamento financeiro quer es- da empresa. E não tendo a previsão correta de compras,
toques reduzidos para diminuir o capital investido e me- ele pode comprar um volume inadequado de mercadorias
lhorar seu fluxo de caixa. Segundo Erasmo (2006), planejar aumentando o custo de manutenção dos estoques. Para
esta atividade é fundamental, porque de um bom plane- Stickney (2001, p.362): “Manter estoques – ou como tam-
jamento virão, por exemplo, uma menor necessidade de bém se diz, carregar estoques - gera custos”. Isso ocorre,
capital de giro e uma margem de lucro maior”. Por esse porque quanto maior a quantidade de mercadorias estoca-
motivo, os empresários devem estar atentos aos objetivos das, maior será o espaço físico necessário para guardá-las,
maior o número de funcionários necessários e maiores os
da empresa para definir as quantidades corretas de cada
gastos para controle do estoque. Além disso, o mesmo au-
mercadoria que deve estar no estoque em um determina-
tor destaca que pelo menos uma pequena quantidade de
do período de tempo, para que a empresa não sofra ne-
mercadorias precisa ser mantida em estoque para satisfazer
nhum prejuízo.
às necessidades dos clientes à medida que elas apareçam.
E, já que o alto custo do dinheiro não permite imobilizar
grandes quantias em estoque e que manter uma empresa
com uma boa variedade de produtos exige uma imobiliza-
ção elevada de capital de giro, ele deve saber exatamente
o equilíbrio entre a quantidade de compras suficiente para
um determinado período de vendas e a variedade de ar-
tigos para que os clientes tenham opção de escolha. Para
que isso aconteça, é importante que o empresário levante
periodicamente a média mensal de compras para compa-
rá-las com as vendas e, com isso, saber se o investimento
em mercadorias está tendo o retorno desejado.

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório
6. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA o Governo planejar todas as suas ações e também seu or-
E ORÇAMENTÁRIA: O PROCESSO çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas,
ORÇAMENTÁRIO (PLANO PLURIANUAL, somente devendo efetuar investimentos em programas
estratégicos previstos na redação do PPA para o período
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS,
vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa
LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL, LEI privada volte suas ações de desenvolvimento para as áreas
DE RESPONSABILIDADE FISCAL); abordadas pelo plano vigente.
CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS E DESPESAS O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano
PÚBLICAS. deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável
pela execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de con-
clusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que
represente a situação que o plano visa alterar, (vi) a ne-
O orçamento público brasileiro compreende a elabora- cessidade de bens e serviços para a correta efetivação do
ção e a execução de três leis básicas: (i) o Plano Plurianual previsto, (vii) a regionalização do plano, etc.
(“PPA”), (ii) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) e a Cada um desses planos (ou programas) será designa-
Lei de Orçamento Anual (“LOA”), que em conjunto mate- do a uma unidade responsável competente, mesmo que
rializam o planejamento e a execução das políticas públicas durante a execução dos trabalhos várias unidades da es-
de cada ente da Federação (União, Estados, Municípios e fera pública sejam envolvidas. Também será designado um
Distrito Federal). Nesse capítulo, analisaremos cada uma gerente específico para cada ação prevista no Plano Plu-
das leis, buscando demonstrar a sua função no sistema or- rianual, por determinação direta da Administração Pública.
çamentário brasileiro, e de que forma respeitam os orça- O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o
PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das vá-
mentários pátrios.
rias esferas do poder público (federal, estadual e munici-
pal), e também destas com o setor privado.
PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do pro-
cesso de andamento das medidas a serem desenvolvidas
O Plano plurianual está previsto na constituição no ar-
durante o período quadrienal – não só apresentando a si-
tigo a seguir:
tuação atual dos programas, mas também sugerindo for-
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabele-
mas de evitar o desperdício de dinheiro público em ações
cerão: não significativas. Com base nesta avaliação é que serão
I - o plano plurianual; traçadas as bases para a elaboração do orçamento anual.
II - as diretrizes orçamentárias; A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos
III - os orçamentos anuais. para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, pública, quando viáveis.
de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam
administração pública federal para as despesas de capital e importantes e necessários para o desenvolvimento socioe-
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas conômico do ente, dentro do mesmo devem ser estabe-
de duração continuada. lecidos projetos que detêm de maior prioridade na sua
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e realização.
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO
Congresso Nacional. FEDERAL.
A Lei das Diretrizes Orçamentárias está prevista na
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no arti- constituição no artigo a seguir:
go 165 da Constituição Federal de 1988, e regulamentado Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
pelo Decreto nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compati- lecerão:
bilidade com o princípio do orçamento investimento, es- I - o plano plurianual;
tabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos II - as diretrizes orçamentárias;
pela Administração ao longo de um período (exercício) de III - os orçamentos anuais.
quatro anos. § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá
É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos as metas e prioridades da administração pública federal,
diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo incluindo as despesas de capital para o exercício financei-
ano de um mandato do Poder Executivo até o final do pri- ro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária
meiro ano do mandato seguinte. anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
Nele se prevê a atuação do Governo, durante o perío- estabelecerá a política de aplicação das agências financei-
do mencionado, em programas de duração continuada já ras oficiais de fomento.
instituídos ou a instituir no médio prazo, buscando o cum- § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após
primento do princípio da continuidade da prestação do o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
serviço público, em prol do interesse público. execução orçamentária.

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e ferirem e para os dois exercícios seguintes; (ii) a avaliação
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; (iii) o
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e
Congresso Nacional. metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pre-
tendidos, comparando-as com as fixadas nos três últimos
A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS exercícios, evidenciando a consistência delas com as pre-
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) tem a fina- missas e os objetivos da política vigente; (iv) o demons-
lidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos trativo da evolução do patrimônio líquido nos últimos três
fiscal e da seguridade social e de investimento das empre- exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos
sas estatais. Busca sincronizar a Lei Orçamentária Anual obtidos com a alienação de ativos; (v) a avaliação financei-
(“LOA”) com as diretrizes, objetivos e metas da administra- ra e atuarial de todos os fundos e programas de natureza
ção pública, estabelecidas no PPA, em estrita observância atuarial; (vi) o demonstrativo da estimativa e compensa-
aos princípios do orçamento investimento e da unidade ção da renúncia de receita e da margem de expansão das
orçamentária. despesas obrigatórias de caráter continuado; (vii) a ava-
De acordo com o parágrafo 2º, do art. 165, da Consti- liação dos passivos contingentes e outros riscos capazes
tuição Federal de 1988, a LDO (i) deverá trazer as metas e de afetar as contas, informando as providências, caso se
prioridades da administração pública, incluindo as despe- concretizem, como por exemplo, é importante verificar os
sas de capital para o exercício financeiro subsequente, (ii) processos judiciais de devolução de tributos questionáveis,
orientará a elaboração da LOA, (iii) disporá sobre as alte- ou demanda de reivindicações salariais não concedidas.
rações na legislação tributária e (iv) estabelecerá a política Enfim, o Anexo de Metas Fiscais compreenderá: (i) a
de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. previsão trienal da receita, da despesa, estimando, assim,
Em observância do princípio da anualidade orçamentá- os resultados nominal e primário; (ii) a previsão trienal do
ria, a LDO será elaborada, anualmente, pela Administração estoque da dívida pública, considerando os passivos fi-
e aprovada pelo Poder Legislativo que, após aprovação, nanceiro e permanente; (iii) a avaliação do cumprimento
devolverá ao Executivo para sanção. É importante destacar das metas do ano anterior; (iv) a evolução do patrimônio
que a Constituição de 1988 não prevê a possibilidade de líquido ou passivo real descoberto (resultado patrimonial
rejeição do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, uma negativo); (v) a avaliação financeira e atuarial dos fundos
vez que prescreve, em seu art. 57, §2º, que a sessão legis- de previdência dos servidores públicos; (vi) a Estimativa de
lativa não será interrompida sem a aprovação do projeto, compensação da renúncia de receitas (anistias, remissões,
logo, o projeto após entregue pelo Executivo deverá ser isenções, subsídios etc.) e da margem de expansão das
analisado e encaminhado para aprovação. despesas obrigatórias de caráter continuado.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº
101, de 04.05.2000) ampliou a importância da LDO, deter- A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL
minando a previsão de várias outras situações, além das A Lei Orçamentária Anual (“LOA”) ou orçamento anual
previstas na Constituição. São elas (i) estabelecer os crité- visa concretizar os objetivos e metas propostas no PPA, se-
rios para o congelamento de dotações, quando as recei- gundo as diretrizes estabelecidas pela LDO, em conformi-
tas não evoluírem de acordo com a estimativa orçamen- dade com o princípio da unidade do orçamento público. É
tária; (ii) estabelecer controles operacionais e suas regras uma lei, em sentido formal, elaborada pelo Poder Executivo
de atuação para avaliação das ações desenvolvidas ou em e aprovada pelo Poder Legislativo, que estabelece as des-
desenvolvimento; (iii) estabelecer as condições de ajudar pesas e as receitas que serão realizadas em determinado
ou subvencionar financeiramente instituições privadas, ano (princípio da anualidade do orçamento). A Constitui-
fornecendo o nome da instituição, valor a ser concedido, ção determina que o Orçamento deve ser votado e apro-
objetivo etc., sendo importante ressaltar que serão nulas vado até o final de cada Legislatura, sendo competência do
as subvenções não previstas na LDO, excluindo casos de Chefe do Poder Executivo de cada ente público enviar ao
emergência; (iv) estabelecer condições para autorizar os órgão legislativo a proposta do orçamento.
entes a auxiliar o custeio de despesas próprias de outros A proposta da LOA compreende os três tipos distin-
entes, como por exemplo, gastos de quartel da Polícia Mi- tos de orçamentos, a saber: (i) o Orçamento Fiscal, que
litar, de Cartório Eleitoral, Recrutamento Militar, de ativi- compreende os poderes da União, dos Estados, do Distrito
dades da Justiça etc.; (v) estabelecer critérios para o início Federal e dos Municípios, os Fundos, Órgãos, Autarquias,
de novos projetos, após o adequado atendimento dos que inclusive as especiais, e Fundações instituídas e mantidas
estão em andamento; (vi) estabelecer critérios de progra- pelo ente público; abrange, também, as empresas públicas
mação financeira mensal; (vii) estabelecer o percentual da e sociedades de economia mista em que o Poder Público,
receita corrente líquida a ser retido na peça orçamentária, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
como Reserva de Contingência. com direito a voto e que recebam desta quaisquer recur-
Além do estabelecimento e definição dos itens acima, sos que não sejam provenientes de participação acioná-
a LDO deverá ser acompanhada dos chamados Anexos ria, pagamentos de serviços prestados, transferências para
de Metas Fiscais. Esses Anexos deverão conter: (i) metas aplicação em programas de financiamento atendendo ao
anuais para receitas, despesas, resultados nominal e pri- disposto na alínea “c” do inciso I do art. 159 da CF e refi-
mário e montante da dívida para o exercício a que se re- nanciamento da dívida externa; (ii) o Orçamento de Seguri-

77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
dade Social, que compreende todos os órgãos e entidades Todo esse processo ocorre observando, estritamente,
a quem compete executar ações nas áreas de saúde, pre- os princípios constitucionais orçamentários, bem como
vidência e assistência social, quer sejam da Administração aqueles que regem a Administração Pública, dentre eles a
Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações insti- moralidade, a publicidade e a eficiência, de modo que o
tuídas e mantidas pelo Poder Público; compreende, ainda, interesse público seja sempre garantido.
os demais subprojetos ou subatividades, não integrantes
do Programa de Trabalho dos Órgãos e Entidades men- ESTRUTURA PROGRAMÁTICA.
cionados, mas que se relacionem com as referidas ações,
tendo em vista o disposto no art. 194 da CF; e (iii) o Or- Identificação dos produtos finais de uma organização,
çamento de Investimento das Empresas Estatais: previsto representados pelos seus programas e subprogramas, fixa-
no inciso II, parágrafo 5º do art. 165 da CF, que abrange dos a partir dos objetivos constantes dos planos de gover-
as empresas públicas e sociedades de economia mista em no, além da determinação dos recursos reais e financeiros
que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria exigidos e das medidas de coordenação e compatibilização
do capital social com direito a voto. requeridas.
De grande importância para a compreensão do orça-
Execução Orçamentária mento são os critérios de classificação das contas públicas.
A execução orçamentária ocorre concomitantemente As classificações são utilizadas para facilitar e padronizar
com a financeira. Esta afirmativa tem como sustentação o as informações que se deseja obter. Pela classificação é
fato de que a execução tanto orçamentária como finan- possível visualizar o orçamento por Poder, por Instituição,
ceira estão atreladas uma a outra. Havendo orçamento e por Função de Governo, por Subfunção, por Programa, por
não existindo o financeiro, não poderá ocorrer a despesa. Projeto, Atividade e/ou Operação Especial, ou, ainda, por
Por outro lado, havendo recurso financeiro, mas não se categoria econômica.
podendo gastá-lo, não há que se falar em disponibilidade
orçamentária. Várias são as razões pelas quais deve existir um bom
sistema de classificação no orçamento. Podemos citar al-
Em consequência, pode-se definir execução orçamen-
gumas:
tária como sendo a utilização dos créditos na LOA. Já a
1) facilitar a formulação de programas;
execução financeira, por sua vez, representa a utilização
2) proporcionar uma contribuição efetiva para o acom-
de recursos financeiros, visando atender à realização dos
panhamento da execução do orçamento;
projetos e/ou atividades atribuídas às Unidades Orçamen-
3) determinar a fixação de responsabilidades e
tárias pelo Orçamento.
4) possibilitar a análise dos efeitos econômicos das
Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer
ações governamentais.
a distinção entre as palavras crédito e recursos. O primeiro
termo designa o lado orçamentário e o segundo, o lado fi- Dependendo do critério de classificação, alguns aspec-
nanceiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma tos das contas poderão ser evidenciados. A Lei estabelece
moeda. O crédito é a dotação ou autorização de gasto ou a obrigatoriedade de classificação segundo vários critérios,
sua descentralização, e o recurso é o dinheiro ou saldo de encontrados na Classificação por Categoria Econômica.
disponibilidade bancária.
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de Classificação por Categoria Econômica
execução orçamentária e de programação financeira para A classificação por categoria econômica é importante
o exercício, e lançadas as informações orçamentárias, cria- para o conhecimento do impacto das ações de governo
-se o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início na conjuntura econômica do país. Ela possibilita que o or-
da execução orçamentária propriamente dita. çamento constitua um instrumento de importância para a
Executar o orçamento é, portanto, realizar as despesas análise e ação de política econômica, de maneira a ser uti-
públicas nele previstas, ressaltando que para que qualquer lizado no fomento ao desenvolvimento nacional, no con-
utilização de recursos públicos seja efetuada, a primeira trole do déficit público, etc. Por esse critério, o orçamento
condição é que esse gasto tenha sido legal e oficialmente se divide em dois grandes grupos: as Contas Correntes e
previsto e autorizado pelo Poder Legislativo e que sejam Contas de Capital.
seguidos à risca os três estágios da execução das despesas
previstos na Lei nº 4.320/64, isto é, (i) o empenho, (ii) a Classificação Funcional
liquidação e (iii) o pagamento – atualmente se encontra A classificação funcional-programática representou um
em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo grande avanço na técnica de apresentação orçamentária.
esses estágios, já que, após o recebimento do crédito or- Ela permitiu a vinculação das dotações orçamentárias a ob-
çamentário e antes do seu comprometimento para a rea- jetivos de governo, que por sua vez eram viabilizados pelos
lização da despesa, existe uma fase geralmente demorada programas de governo. Esse enfoque permitiu uma visão
de licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e de ‘o que o governo fazia’, o que tinha significado bastante
serviços que impõe a necessidade de se assegurar o crédi- diferenciado do enfoque tradicional, que visualizava ‘o que
to até o término do processo licitatório. o governo comprava’.

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
Para o orçamento do ano 2000, diversas modificações tabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos
foram estabelecidas na classificação vigente, procurando- pela Administração ao longo de um período (exercício) de
-se privilegiar o aspecto gerencial do orçamento, com ado- quatro anos.
ção de práticas simplificadoras e descentralizadoras. É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos
O eixo principal dessas modificações foi a interligação diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo
entre o planejamento (PPA) e o orçamento (LOA), por in- ano de um mandato do Poder Executivo até o final do pri-
termédio de programas que são gerenciados por um res- meiro ano do mandato seguinte.
ponsável e orientados para a consecução dos objetivos Nele se prevê a atuação do Governo, durante o perío-
estratégicos definidos pelo governo. Esses objetivos são do mencionado, em programas de duração continuada já
viabilizados por meio de projetos e atividades que têm instituídos ou a instituir no médio prazo, buscando o cum-
produto (bem/serviço) específico. Assim, uma vez defini- primento do princípio da continuidade da prestação do
do o programa, com suas respectivas ações, classifica-se a serviço público, em prol do interesse público.
despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório
e produto, em uma subfunção, independente de sua rela- o Governo planejar todas as suas ações e também seu or-
ção institucional. Em seguida será feita a associação com a çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas,
função, voltada à área de atuação característica do órgão/ somente devendo efetuar investimentos em programas
unidade em que as despesas estão sendo efetuadas. Dessa estratégicos previstos na redação do PPA para o período
forma, a classificação orçamentária para 2000 apresenta: vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa
1) Um rol de funções, que representa o maior nível de privada volte suas ações de desenvolvimento para as áreas
agregação das diversas áreas da despesa que competem abordadas pelo plano vigente.
ao setor público. Dentre elas existe a função “Encargos Es- O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano
peciais”, que engloba despesas não associadas a um bem deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável
ou serviço gerado no processo produtivo, como: dívida, pela execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de con-
ressarcimento, indenização, entre outros. clusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que
2) Um rol de subfunções, que representa uma parti- represente a situação que o plano visa alterar, (vi) a ne-
ção da função, agregando um determinado subconjunto cessidade de bens e serviços para a correta efetivação do
de despesas do setor público. Cabe ressaltar que a classifi- previsto, (vii) a regionalização do plano, etc.
cação funcional ora introduzida preservou a matricialidade Cada um desses planos (ou programas), será designa-
da funcional-programática, ou seja, as subfunções poderão do a uma unidade responsável competente, mesmo que
ser combinadas com funções diferentes daquelas a que es- durante a execução dos trabalhos várias unidades da es-
tejam vinculadas. fera pública sejam envolvidas. Também será designado um
3) Um rol de programas, que representa um conjunto gerente específico para cada ação prevista no Plano Plu-
de ações que concorrem para um objetivo preestabeleci- rianual, por determinação direta da Administração Pública.
do. Os programas são definidos de acordo com a estrutura O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o
de cada nível de governo, de maneira a adequar a solu- PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das vá-
ção de problemas identificados. O programa é entendido rias esferas do poder público (federal, estadual e munici-
como módulo integrador entre planejamento e orçamento, pal), e também destas com o setor privado.
solucionando assim a difícil compatibilização dessas duas A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do pro-
estruturas. cesso de andamento das medidas a serem desenvolvidas
4) Um rol de projetos, que são os instrumentos de pro- durante o período quadrienal – não só apresentando a si-
gramação para alcançar os objetivos de um programa, en- tuação atual dos programas, mas também sugerindo for-
volvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, mas de evitar o desperdício de dinheiro público em ações
das quais resulta um produto que concorre para a expan- não significativas. Com base nesta avaliação é que serão
são ou o aperfeiçoamento da ação do governo. traçadas as bases para a elaboração do orçamento anual.
5) Um rol de atividades, que são os instrumentos de A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos
programação para alcançar os objetivos de um programa, para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação
envolvendo um conjunto de operações, que se realizam de pública, quando viáveis.
modo contínuo e permanente, das quais resulta um produ- Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam
to necessário à manutenção da ação do governo. 6) Um rol importantes e necessários para o desenvolvimento socioeco-
de operações especiais, que representam ações que não nômico do ente, dentro do mesmo devem ser estabelecidos
contribuem para a manutenção das ações de governo, das projetos que detêm de maior prioridade na sua realização.
quais não resulta um produto e não geram contrapresta-
ção direta sob a forma de bens e serviços. LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE
2000.
O PLANO PLURIANUAL
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no arti- Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
go 165 da Constituição Federal de 1988, e regulamentado responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
pelo Decreto nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compati-
bilidade com o princípio do orçamento investimento, es-

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o c)  na União, nos Estados e nos Municípios, a contri-
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei buição dos servidores para o custeio do seu sistema de
Complementar: previdência e assistência social e as receitas provenientes
da compensação financeira citada no  § 9º do art. 201 da
CAPÍTULO I Constituição.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES § 1o Serão computados no cálculo da receita corrente
líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas de Complementar no  87, de 13 de setembro de 1996, e do
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na ges- fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições Consti-
tão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Cons- tucionais Transitórias.
tituição. § 2o Não serão considerados na receita corrente líqui-
§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a da do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Rorai-
ação planejada e transparente, em que se previnem riscos ma os recursos recebidos da União para atendimento das
e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das con- despesas de que trata o inciso V do § 1o do art. 19.
tas públicas, mediante o cumprimento de metas de resul- § 3o  A receita corrente líquida será apurada soman-
tados entre receitas e despesas e a obediência a limites do-se as receitas arrecadadas no mês em referência e nos
e condições no que tange a renúncia de receita, geração onze anteriores, excluídas as duplicidades.
de despesas com pessoal, da seguridade social e outras,
dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, in- CAPÍTULO II
clusive por antecipação de receita, concessão de garantia e DO PLANEJAMENTO
inscrição em Restos a Pagar. Seção I
§ 2o As disposições desta Lei Complementar obrigam a Do Plano Plurianual
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3o Nas referências: Art. 3o (VETADO)
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
nicípios, estão compreendidos: Seção II
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abran- Da Lei de Diretrizes Orçamentárias
gidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Minis-
tério Público; Art. 4o A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o dis-
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autar- posto no § 2o do art. 165 da Constituição e:
quias, fundações e empresas estatais dependentes; I - disporá também sobre:
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Fe- a) equilíbrio entre receitas e despesas;
deral; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de efetivada nas hipóteses previstas na alínea  b  do inciso II
Contas da União, Tribunal de Contas do Estado e, quando deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
houver, Tribunal de Contas dos Municípios e Tribunal de c) (VETADO)
Contas do Município. d) (VETADO)
Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, enten- e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação
de-se como: dos resultados dos programas financiados com recursos
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito dos orçamentos;
Federal e cada Município; f) demais condições e exigências para transferências
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do ca- de recursos a entidades públicas e privadas;
pital social com direito a voto pertença, direta ou indireta- II - (VETADO)
mente, a ente da Federação; III - (VETADO)
III - empresa estatal dependente: empresa controlada § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamen-
que receba do ente controlador recursos financeiros para tárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em ge- metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas
ral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles prove- a receitas, despesas, resultados nominal e primário e mon-
nientes de aumento de participação acionária; tante da dívida pública, para o exercício a que se referirem
IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tri- e para os dois seguintes.
butárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agro- § 2o O Anexo conterá, ainda:
pecuárias, de serviços, transferências correntes  e outras I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao
receitas também correntes, deduzidos: ano anterior;
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Mu- II - demonstrativo das metas anuais, instruído com
nicípios por determinação constitucional ou legal, e as con- memória e metodologia de cálculo que justifiquem os re-
tribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II sultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos
do art. 195, e no art. 239 da Constituição; três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios delas com as premissas e os objetivos da política econô-
por determinação constitucional; mica nacional;

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últi- § 6o Integrarão as despesas da União, e serão incluídas
mos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos na lei orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas
recursos obtidos com a alienação de ativos; a pessoal e encargos sociais, custeio administrativo, inclu-
IV - avaliação da situação financeira e atuarial: sive os destinados a benefícios e assistência aos servidores,
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos e a investimentos.
servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; § 7o (VETADO)
b) dos demais fundos públicos e programas estatais Art. 6o (VETADO)
de natureza atuarial; Art. 7o O resultado do Banco Central do Brasil, apurado
V - demonstrativo da estimativa e compensação da re- após a constituição ou reversão de reservas, constitui re-
núncia de receita e da margem de expansão das despesas ceita do Tesouro Nacional, e será transferido até o décimo
obrigatórias de caráter continuado. dia útil subsequente à aprovação dos balanços semestrais.
§ 3o  A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo § 1o O resultado negativo constituirá obrigação do Te-
de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contin- souro para com o Banco Central do Brasil e será consigna-
gentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, do em dotação específica no orçamento.
informando as providências a serem tomadas, caso se con- § 2o  O impacto e o custo fiscal das operações reali-
cretizem. zadas pelo Banco Central do Brasil serão demonstrados
§ 4o A mensagem que encaminhar o projeto da União trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de dire-
apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas trizes orçamentárias da União.
monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros § 3o Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil
e as projeções para seus principais agregados e variáveis, conterão notas explicativas sobre os custos da remunera-
e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente. ção das disponibilidades do Tesouro Nacional e da manu-
tenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua car-
Seção III teira de títulos, destacando os de emissão da União.
Da Lei Orçamentária Anual
Seção IV
Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado
Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das
de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de
Metas
diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Com-
plementar:
Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos orçamentos,
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibili-
nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias
dade da programação dos orçamentos com os objetivos
e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o
e metas constantes do documento de que trata o § 1o do
art. 4o; Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o
II - será acompanhado do documento a que se refere cronograma de execução mensal de desembolso. (Vide De-
o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas creto nº 4.959, de 2004) (Vide Decreto nº 5.356, de 2005)
de compensação a renúncias de receita e ao aumento de Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a
despesas obrigatórias de caráter continuado; finalidade específica serão utilizados exclusivamente para
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de uti- atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercí-
lização e montante, definido com base na receita corrente cio diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentá- Art. 9o  Se verificado, ao final de um bimestre, que a
rias, destinada ao: realização da receita poderá não comportar o cumprimen-
a) (VETADO) to das metas de resultado primário ou nominal estabeleci-
b) atendimento de passivos contingentes e outros ris- das no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério
cos e eventos fiscais imprevistos. Público promoverão, por ato próprio e nos montantes ne-
§ 1o Todas as despesas relativas à dívida pública, mobi- cessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de em-
liária ou contratual, e as receitas que as atenderão, consta- penho e movimentação financeira, segundo os critérios
rão da lei orçamentária anual. fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2o O refinanciamento da dívida pública constará se- § 1o No caso de restabelecimento da receita prevista,
paradamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos em-
§ 3o  A atualização monetária do principal da dívida penhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às
mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do reduções efetivadas.
índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, § 2o  Não serão objeto de limitação as despesas que
ou em legislação específica. constituam obrigações constitucionais e legais do ente,
§ 4o  É vedado consignar na lei orçamentária crédito inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da
com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5o A lei orçamentária não consignará dotação para § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o
investimento com duração superior a um exercício finan- Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
ceiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei estabelecido no  caput, é o Poder Executivo autorizado a
que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1o do limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados
art. 167 da Constituição. pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
§ 4o Até o final dos meses de maio, setembro e feverei- Seção II
ro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimen- Da Renúncia de Receita
to das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência
pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da Cons- Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou be-
tituição  ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e nefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de
municipais. receita deverá estar acompanhada de estimativa do impac-
§ 5o No prazo de noventa dias após o encerramento de to orçamentário-financeiro no exercício em que deva ini-
cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em ciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto
reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das
Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos obje- seguintes condições: (Vide Medida Provisória nº 2.159, de
tivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, 2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001)
evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações I - demonstração pelo proponente de que a renúncia
e os resultados demonstrados nos balanços. foi considerada na estimativa de receita da lei orçamen-
Art. 10. A execução orçamentária e financeira identifi- tária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas
cará os beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de
por meio de sistema de contabilidade e administração fi- diretrizes orçamentárias;
nanceira, para fins de observância da ordem cronológica II - estar acompanhada de medidas de compensação,
determinada no art. 100 da Constituição. no período mencionado no  caput, por meio do aumento
de receita, proveniente da elevação de alíquotas, amplia-
CAPÍTULO III ção da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou
DA RECEITA PÚBLICA contribuição.
Seção I § 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsí-
Da Previsão e da Arrecadação dio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter
não geral, alteração de alíquota ou modificação de base
Art. 11.  Constituem requisitos essenciais da respon-
de cálculo que implique redução discriminada de tributos
sabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva
ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a
arrecadação de todos os tributos da competência constitu-
tratamento diferenciado.
cional do ente da Federação.
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo
Parágrafo único. É vedada a realização de transferên-
ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da
cias voluntárias para o ente que não observe o disposto
condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vi-
no caput, no que se refere aos impostos.
gor quando implementadas as medidas referidas no men-
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas téc-
cionado inciso.
nicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legisla-
ção, da variação do índice de preços, do crescimento econômi- § 3o O disposto neste artigo não se aplica:
co ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos
de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma
projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da do seu § 1º;
metodologia de cálculo e premissas utilizadas. II - ao cancelamento de débito cujo montante seja in-
§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legis- ferior ao dos respectivos custos de cobrança.
lativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de
ordem técnica ou legal. CAPÍTULO IV
§ 2o  O montante previsto para as receitas de opera- DA DESPESA PÚBLICA
ções de crédito não poderá ser superior ao das despesas Seção I
de capital constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide Da Geração da Despesa
ADIN 2.238-5)
§ 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à dispo- Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregula-
sição dos demais Poderes e do Ministério Público, no míni- res e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa
mo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento ou assunção de obrigação que não atendam o disposto
de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimati- nos arts. 16 e 17.
vas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da Art. 16.  A criação, expansão ou aperfeiçoamento de
corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo. ação governamental que acarrete aumento da despesa
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas pre- será acompanhado de:
vistas serão desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
bimestrais de arrecadação, com a especificação, em sepa- exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subse-
rado, quando cabível, das medidas de combate à evasão e quentes;
à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas II - declaração do ordenador da despesa de que o au-
para cobrança da dívida ativa, bem como da evolução do mento tem adequação orçamentária e financeira com a lei
montante dos créditos tributários passíveis de cobrança orçamentária anual e compatibilidade com o plano pluria-
administrativa. nual e com a lei de diretrizes orçamentárias.

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se: § 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação
I - adequada com a lei orçamentária anual, a despe- daquela criada por prazo determinado.
sa objeto de dotação específica e suficiente, ou que esteja
abrangida por crédito genérico, de forma que somadas to- Seção II
das as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar, Das Despesas com Pessoal
previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassa- Subseção I
dos os limites estabelecidos para o exercício; Definições e Limites
II - compatível com o plano plurianual e a lei de dire-
trizes orçamentárias, a despesa que se conforme com as Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, enten-
diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses de-se como despesa total com pessoal: o somatório dos
instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições. gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e
§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, fun-
acompanhada das premissas e metodologia de cálculo uti- ções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder,
lizadas. com quaisquer espécies remuneratórias, tais como venci-
§ 3o  Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa mentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos
considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
de diretrizes orçamentárias. gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qual-
§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para: quer natureza, bem como encargos sociais e contribuições
I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
bens ou execução de obras; § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-
II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere -de-obra que se referem à substituição de servidores e
o § 3o do art. 182 da Constituição. empregados públicos serão contabilizados como «Outras
Despesas de Pessoal».
Subseção I § 2o A despesa total com pessoal será apurada soman-
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
do-se a realizada no mês em referência com as dos onze
imediatamente anteriores, adotando-se o regime de com-
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continua-
petência.
do a despesa corrente derivada de lei, medida provisória
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da
ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a
Constituição, a despesa total com pessoal, em cada perío-
obrigação legal de sua execução por um período superior
do de apuração e em cada ente da Federação, não poderá
a dois exercícios.
exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de
discriminados:
que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa
prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dos I - União: 50% (cinquenta por cento);
recursos para seu custeio. II - Estados: 60% (sessenta por cento);
§ 2o  Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
acompanhado de comprovação de que a despesa criada § 1o Na verificação do atendimento dos limites defini-
ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais dos neste artigo, não serão computadas as despesas:
previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo seus I - de indenização por demissão de servidores ou em-
efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensa- pregados;
dos pelo aumento permanente de receita ou pela redução II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
permanente de despesa. III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do
§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento perma- § 6o do art. 57 da Constituição;
nente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, IV - decorrentes de decisão judicial e da competência
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tri- de período anterior ao da apuração a que se refere o §
buto ou contribuição. 2o do art. 18;
§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do
proponente, conterá as premissas e metodologia de cálcu- Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos
lo utilizadas, sem prejuízo do exame de compatibilidade da pela União na forma dos  incisos XIII e XIV do art. 21 da
despesa com as demais normas do plano plurianual e da lei Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
de diretrizes orçamentárias. VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo
§ 5o A despesa de que trata este artigo não será exe- específico, custeadas por recursos provenientes:
cutada antes da implementação das medidas referidas no a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
§ 2o, as quais integrarão o instrumento que a criar ou au- b) da compensação financeira de que trata o § 9o do
mentar. art. 201 da Constituição;
§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas des- c) das demais receitas diretamente arrecadadas por
tinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de re- fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da
muneração de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu supe-
Constituição. rávit financeiro.

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as des- § 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos
pesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do in-
incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido ciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e redu-
no art. 20. zidos em 0,4% (quatro décimos por cento).
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não § 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a
poderá exceder os seguintes percentuais: entrega dos recursos financeiros correspondentes à despe-
I - na esfera federal: sa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aque-
o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União; les fixados na lei de diretrizes orçamentárias.
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; § 6o (VETADO)
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento)
para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para Subseção II
as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem
Do Controle da Despesa Total com Pessoal
os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31
da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma pro-
Art. 21.  É nulo de pleno direito o ato que provoque
porcional à média das despesas relativas a cada um des-
aumento da despesa com pessoal e não atenda:
tes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida,
verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Comple-
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; (Vide mentar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do
Decreto nº 3.917, de 2001) art. 169 da Constituição;
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Pú- II - o limite legal de comprometimento aplicado às
blico da União; despesas com pessoal inativo.
II - na esfera estadual: Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido
Tribunal de Contas do Estado; nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites es-
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos tabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada
Estados; quadrimestre.
III - na esfera municipal: Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal ex-
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o ceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são ve-
Tribunal de Contas do Município, quando houver; dados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Execu- incorrido no excesso:
tivo. I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou ade-
§ 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada es- quação de remuneração a qualquer título, salvo os deri-
fera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de for- vados de sentença judicial ou de determinação legal ou
ma proporcional à média das despesas com pessoal, em contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art.
percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três 37 da Constituição;
exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da pu- II - criação de cargo, emprego ou função;
blicação desta Lei Complementar. III - alteração de estrutura de carreira que implique
§ 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
aumento de despesa;
I - o Ministério Público;
IV - provimento de cargo público, admissão ou contra-
II - no Poder Legislativo:
tação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas
decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores
da União;
b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de das áreas de educação, saúde e segurança;
Contas; V - contratação de hora extra, salvo no caso do dis-
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal posto no  inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as
de Contas do Distrito Federal; situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.
d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou
Contas do Município, quando houver; órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos
III - no Poder Judiciário: no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Consti- art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos
tuição; dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um ter-
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando ço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências
houver. previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição.
§ 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder § 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Consti-
Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. tuição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção
21 da Constituição, serão estabelecidos mediante aplica- de cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles
ção da regra do § 1o. atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de c) observância dos limites das dívidas consolidada e
trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipa-
horária. (Vide ADIN 2.238-5) ção de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa
§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e total com pessoal;
enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá: d) previsão orçamentária de contrapartida.
I - receber transferências voluntárias; § 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; finalidade diversa da pactuada.
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as des- § 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão
tinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que de transferências voluntárias constantes desta Lei Comple-
visem à redução das despesas com pessoal. mentar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educa-
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se ção, saúde e assistência social.
a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro
quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de CAPÍTULO VI
Poder ou órgão referidos no art. 20. DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O
SETOR PRIVADO
Seção III
Das Despesas com a Seguridade Social Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indire-
tamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits
Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguri- de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específi-
dade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem ca, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes
a indicação da fonte de custeio total, nos termos do § 5o do orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus
art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exigências do créditos adicionais.
art. 17. § 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administra-
§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 ção indireta, inclusive fundações públicas e empresas esta-
o aumento de despesa decorrente de: tais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as
I - concessão de benefício a quem satisfaça as condi- instituições financeiras e o Banco Central do Brasil.
ções de habilitação prevista na legislação pertinente; § 2o Compreende-se incluída a concessão de emprés-
II - expansão quantitativa do atendimento e dos ser- timos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as res-
viços prestados; pectivas prorrogações e a composição de dívidas, a con-
III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a cessão de subvenções e a participação em constituição ou
fim de preservar o seu valor real. aumento de capital.
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federa-
serviço de saúde, previdência e assistência social, inclusive ção a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu con-
os destinados aos servidores públicos e militares, ativos e trole direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões
inativos, e aos pensionistas. e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos
em lei ou ao custo de captação.
CAPÍTULO V Parágrafo único. Dependem de autorização em lei es-
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS pecífica as prorrogações e composições de dívidas decor-
rentes de operações de crédito, bem como a concessão
Art. 25.  Para efeito desta Lei Complementar,  enten- de empréstimos ou financiamentos em desacordo com
de-se por transferência voluntária a entrega de recursos o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na
correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título lei orçamentária.
de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser
decorra de determinação constitucional, legal ou os desti- utilizados recursos públicos, inclusive de operações de cré-
nados ao Sistema Único de Saúde. dito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Na-
§ 1o São exigências para a realização de transferência cional, ainda que mediante a concessão de empréstimos
voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orça- de recuperação ou financiamentos para mudança de con-
mentárias: trole acionário.
I - existência de dotação específica; § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a
II - (VETADO) cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas
III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da
Constituição; lei.
IV - comprovação, por parte do beneficiário, de: § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tribu- do Brasil de conceder às instituições financeiras operações
tos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente trans- de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezen-
feridor, bem como quanto à prestação de contas de recur- tos e sessenta dias.
sos anteriormente dele recebidos;
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à
educação e à saúde;

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
CAPÍTULO VII II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO limites para o montante da dívida mobiliária federal a que
Seção I se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição, acompa-
Definições Básicas nhado da demonstração de sua adequação aos limites fi-
xados para a dívida consolidada da União, atendido o dis-
Art. 29.  Para os efeitos desta Lei Complementar, são posto no inciso I do § 1o deste artigo.
adotadas as seguintes definições: § 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante suas alterações conterão:
total, apurado sem duplicidade, das obrigações financei- I - demonstração de que os limites e condições guar-
ras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, dam coerência com as normas estabelecidas nesta Lei
contratos, convênios ou tratados e da realização de ope- Complementar e com os objetivos da política fiscal;
rações de crédito, para amortização em prazo superior a II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a
doze meses; cada uma das três esferas de governo;
II - dívida pública mobiliária: dívida pública represen- III - razões de eventual proposição de limites diferen-
tada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco ciados por esfera de governo;
Central do Brasil, Estados e Municípios; IV - metodologia de apuração dos resultados primário
III - operação de crédito: compromisso financeiro as- e nominal.
sumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e § 2o  As propostas mencionadas nos incisos I e II
aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento do caput também poderão ser apresentadas em termos de
antecipado de valores provenientes da venda a termo de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de
bens e serviços, arrendamento mercantil e outras opera- sua apuração.
ções assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos fi- § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput se-
nanceiros; rão fixados em percentual da receita corrente líquida para
IV - concessão de garantia: compromisso de adim- cada esfera de governo e aplicados igualmente a todos
plência de obrigação financeira ou contratual assumida por os entes da Federação que a integrem, constituindo, para
ente da Federação ou entidade a ele vinculada; cada um deles, limites máximos.
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de § 4o Para fins de verificação do atendimento do limite,
títulos para pagamento do principal acrescido da atualiza- a apuração do montante da dívida consolidada será efe-
ção monetária. tuada ao final de cada quadrimestre.
§ 1o  Equipara-se a operação de crédito a assunção, § 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da Repú-
o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da blica enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional,
Federação, sem prejuízo do cumprimento das exigências conforme o caso, proposta de manutenção ou alteração
dos arts. 15 e 16. dos limites e condições previstos nos incisos I e II do caput.
§ 2o  Será incluída na dívida pública consolidada da § 6o Sempre que alterados os fundamentos das pro-
União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade postas de que trata este artigo, em razão de instabilida-
do Banco Central do Brasil. de econômica ou alterações nas políticas monetária ou
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as cambial, o Presidente da República poderá encaminhar ao
operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas Senado Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de
receitas tenham constado do orçamento. revisão dos limites.
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliá- § 7o  Os precatórios judiciais não pagos durante a
ria não excederá, ao término de cada exercício financeiro, execução do orçamento em que houverem sido incluídos
o montante do final do exercício anterior, somado ao das integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos
operações de crédito autorizadas no orçamento para este limites.
efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização
monetária. Seção III
Da Recondução da Dívida aos Limites
Seção II
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Fede-
Crédito ração ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadri-
mestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25%
desta Lei Complementar, o Presidente da República sub- (vinte e cinco por cento) no primeiro.
meterá ao: § 1o  Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o houver incorrido:
montante da dívida consolidada da União, Estados e Mu- I - estará proibido de realizar operação de crédito in-
nicípios, cumprindo o que estabelece o inciso VI do art. 52 terna ou externa, inclusive por antecipação de receita, res-
da Constituição, bem como de limites e condições relativos salvado o refinanciamento do principal atualizado da dívi-
aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo; da mobiliária;

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
II - obterá resultado primário necessário à recondução II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere
da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, li- o inciso I for concedido por instituição financeira controla-
mitação de empenho, na forma do art. 9o. da pelo ente da Federação, o valor da operação será dedu-
§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, zido das despesas de capital;
e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também im- III - (VETADO)
pedido de receber transferências voluntárias da União ou § 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado
do Estado. Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazen-
§ 3o  As restrições do § 1o  aplicam-se imediatamente da efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado
se o montante da dívida exceder o limite no primeiro qua- das dívidas públicas interna e externa, garantido o acesso
drimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder público às informações, que incluirão:
Executivo. I - encargos e condições de contratação;
§ 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas con-
a relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das solidada e mobiliária, operações de crédito e concessão de
dívidas consolidada e mobiliária. garantias.
§ 5o As normas deste artigo serão observadas nos ca- § 5o Os contratos de operação de crédito externo não
sos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária e conterão cláusula que importe na compensação automáti-
das operações de crédito internas e externas. ca de débitos e créditos.
§ 6o O prazo de validade da verificação dos limites e
Seção IV das condições de que trata este artigo e da análise reali-
Das Operações de Crédito zada para a concessão de garantia pela União será de, no
Subseção I mínimo, 90 (noventa) dias e, no máximo, 270 (duzentos e
Da Contratação setenta) dias, a critério do Ministério da Fazenda. (Incluído
pela Lei Complementar nº 159, de 2017)
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumpri- Art. 33. A instituição financeira que contratar operação
mento dos limites e condições relativos à realização de ope-
de crédito com ente da Federação, exceto quando relativa à
rações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das
dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de
empresas por eles controladas, direta ou indiretamente.
que a operação atende às condições e limites estabelecidos.
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito funda-
§ 1o  A operação realizada com infração do disposto
mentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídi-
nesta Lei Complementar será considerada nula, proceden-
cos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse
do-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do prin-
econômico e social da operação e o atendimento das se-
cipal, vedados o pagamento de juros e demais encargos
guintes condições:
I - existência de prévia e expressa autorização para a financeiros.
contratação, no texto da lei orçamentária, em créditos adi- § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de
cionais ou lei específica; ingresso dos recursos, será consignada reserva específica
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais na lei orçamentária para o exercício seguinte.
dos recursos provenientes da operação, exceto no caso de § 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amorti-
operações por antecipação de receita; zação, ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções pre-
III - observância dos limites e condições fixados pelo vistas nos incisos do § 3o do art. 23.
Senado Federal; § 4o Também se constituirá reserva, no montante equi-
IV - autorização específica do Senado Federal, quando valente ao excesso, se não atendido o disposto no inciso
se tratar de operação de crédito externo; III do art. 167 da Constituição, consideradas as disposições
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 do § 3o do art. 32.
da Constituição;
VI - observância das demais restrições estabelecidas Subseção II
nesta Lei Complementar. Das Vedações
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal
autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da
adicionais, serão objeto de processo simplificado que aten- dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta
da às suas especificidades. Lei Complementar.
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, conside- Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito
rar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos entre um ente da Federação, diretamente ou por intermé-
de operações de crédito nele ingressados e o das despesas dio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal de-
de capital executadas, observado o seguinte: pendente, e outro, inclusive suas entidades da administra-
I - não serão computadas nas despesas de capital as ção indireta, ainda que sob a forma de novação, refinancia-
realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a mento ou postergação de dívida contraída anteriormente.
contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as
tendo por base tributo de competência do ente da Fede- operações entre instituição financeira estatal e outro ente
ração, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus da Federação, inclusive suas entidades da administração
deste; indireta, que não se destinem a:

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
I - financiar, direta ou indiretamente, despesas cor- § 2o As operações de crédito por antecipação de re-
rentes; ceita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas
II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria mediante abertura de crédito junto à instituição financeira
instituição concedente. vencedora em processo competitivo eletrônico promovido
§ 2o O disposto no caput não impede Estados e Muni- pelo Banco Central do Brasil.
cípios de comprar títulos da dívida da União como aplica- § 3o  O Banco Central do Brasil manterá sistema de
ção de suas disponibilidades. acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto
Art. 36.  É proibida a operação de crédito entre uma e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções
instituição financeira estatal e o ente da Federação que a cabíveis à instituição credora.
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe ins- Subseção IV
tituição financeira controlada de adquirir, no mercado, tí- Das Operações com o Banco Central do Brasil
tulos da dívida pública para atender investimento de seus
clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para apli- Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o
cação de recursos próprios. Banco Central do Brasil está sujeito às vedações constantes
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão do art. 35 e mais às seguintes:
vedados: I - compra de título da dívida, na data de sua coloca-
I - captação de recursos a título de antecipação de ção no mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo;
receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de
não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7o do instituição financeira ou não, de título da dívida de ente da
art. 150 da Constituição; Federação por título da dívida pública federal, bem como a
II - recebimento antecipado de valores de empresa em operação de compra e venda, a termo, daquele título, cujo
que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a efeito final seja semelhante à permuta;
maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e III - concessão de garantia.
dividendos, na forma da legislação;
§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao
III - assunção direta de compromisso, confissão de dí-
estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Espe-
vida ou operação assemelhada, com fornecedor de bens,
cial, existente na carteira das instituições financeiras, que
mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval
pode ser refinanciado mediante novas operações de venda
de título de crédito, não se aplicando esta vedação a em-
a termo.
presas estatais dependentes;
§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar dire-
IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamen-
tamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívi-
tária, com fornecedores para pagamento a  posteriori de
da mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira.
bens e serviços.
§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser reali-
Subseção III zada à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão
Das Operações de Crédito por Antecipação de Re- público.
ceita Orçamentária § 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da
dívida pública federal existentes na carteira do Banco Cen-
Art. 38. A operação de crédito por antecipação de re- tral do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo
ceita destina-se a atender insuficiência de caixa durante o para reduzir a dívida mobiliária.
exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas
no art. 32 e mais as seguintes: Seção V
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do Da Garantia e da Contragarantia
início do exercício;
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos Art. 40.  Os entes poderão conceder garantia em
incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; operações de crédito internas ou externas, observados o
III - não será autorizada se forem cobrados outros en- disposto neste artigo, as normas do art. 32 e, no caso da
cargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoria- União, também os limites e as condições estabelecidos
mente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à pelo Senado Federal.
que vier a esta substituir; § 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento
IV - estará proibida: de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garan-
a) enquanto existir operação anterior da mesma natu- tia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a plei-
reza não integralmente resgatada; tear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor e
b) no último ano de mandato do Presidente, Governa- às entidades por este controladas, observado o seguinte:
dor ou Prefeito Municipal. I - não será exigida contragarantia de órgãos e entida-
§ 1o As operações de que trata este artigo não serão des do próprio ente;
computadas para efeito do que dispõe o inciso III do art. II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou
167 da Constituição, desde que liquidadas no prazo defini- Município, ou pelos Estados aos Municípios, poderá con-
do no inciso II do caput. sistir na vinculação de receitas tributárias diretamente ar-

88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
recadadas e provenientes de transferências constitucionais, CAPÍTULO VIII
com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e em- DA GESTÃO PATRIMONIAL
pregar o respectivo valor na liquidação da dívida vencida. Seção I
§ 2o No caso de operação de crédito junto a organismo Das Disponibilidades de Caixa
financeiro internacional, ou a instituição federal de crédito
e fomento para o repasse de recursos externos, a União só Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Fe-
prestará garantia a ente que atenda, além do disposto no § deração serão depositadas conforme estabelece o § 3o do
1o, as exigências legais para o recebimento de transferên- art. 164 da Constituição.
cias voluntárias. § 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previ-
§ 3o (VETADO) dência social, geral e próprio dos servidores públicos, ain-
§ 4o (VETADO) da que vinculadas a fundos específicos a que se referem
§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixa- os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em
dos pelo Senado Federal. conta separada das demais disponibilidades de cada ente
§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, e aplicadas nas condições de mercado, com observância
inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, conce- dos limites e condições de proteção e prudência financeira.
der garantia, ainda que com recursos de fundos. § 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que
§ 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de trata o § 1o em:
garantia por: I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem
I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, como em ações e outros papéis relativos às empresas con-
nem à prestação de contragarantia nas mesmas condições; troladas pelo respectivo ente da Federação;
II - instituição financeira a empresa nacional, nos ter- II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados
mos da lei. e ao Poder Público, inclusive a suas empresas controladas.
§ 8o  Excetua-se do disposto neste artigo a garantia
prestada: Seção II
I - por instituições financeiras estatais, que se subme- Da Preservação do Patrimônio Público
terão às normas aplicáveis às instituições financeiras priva-
das, de acordo com a legislação pertinente;
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital deri-
II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de
vada da alienação de bens e direitos que integram o patri-
natureza financeira por ela controladas, direta e indireta-
mônio público para o financiamento de despesa corrente,
mente, quanto às operações de seguro de crédito à expor-
salvo se destinada por lei aos regimes de previdência so-
tação.
cial, geral e próprio dos servidores públicos.
§ 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei
de garantia prestada, a União e os Estados poderão con-
orçamentária e as de créditos adicionais só incluirão no-
dicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento
vos projetos após adequadamente atendidos os em an-
daquele pagamento.
§ 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido hon- damento e contempladas as despesas de conservação do
rada pela União ou por Estado, em decorrência de garantia patrimônio público, nos termos em que dispuser a lei de
prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a diretrizes orçamentárias.
novos créditos ou financiamentos até a total liquidação da Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente en-
mencionada dívida. caminhará ao Legislativo, até a data do envio do projeto de
lei de diretrizes orçamentárias, relatório com as informa-
Seção VI ções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo,
Dos Restos a Pagar ao qual será dada ampla divulgação.
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação
Art. 41. (VETADO) de imóvel urbano expedido sem o atendimento do dispos-
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido to no § 3o  do art. 182 da Constituição, ou prévio depósito
no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, judicial do valor da indenização.
contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida
integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem Seção III
pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente dispo- Das Empresas Controladas pelo Setor Público
nibilidade de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de
de caixa serão considerados os encargos e despesas com- gestão em que se estabeleçam objetivos e metas de de-
promissadas a pagar até o final do exercício. sempenho, na forma da lei, disporá de autonomia geren-
cial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto
no inciso II do § 5o do art. 165 da Constituição.
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em
seus balanços trimestrais nota explicativa em que informa-
rá:

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, § 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20,
com respectivos preços e condições, comparando-os com incluídos autarquias, fundações públicas, empresas estatais
os praticados no mercado; dependentes e fundos, do ente da Federação devem utili-
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer títu- zar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira,
lo, especificando valor, fonte e destinação; mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada
III - venda de bens, prestação de serviços ou conces- a autonomia. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de
são de empréstimos e financiamentos com preços, taxas, 2016)
prazos ou condições diferentes dos vigentes no mercado. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do
parágrafo único do art. 48, os entes da Federação dispo-
CAPÍTULO IX nibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO informações referentes a: (Incluído pela Lei Complementar
Seção I nº 131, de 2009).
Da Transparência da Gestão Fiscal I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas
unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão momento de sua realização, com a disponibilização míni-
fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em ma dos dados referentes ao número do correspondente
meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamen- processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pes-
tos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de con- soa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando
tas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluído
Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
versões simplificadas desses documentos. II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de
§ 1o A transparência será assegurada também median- toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a
te: (Redação dada pela Lei Complementar nº 156, de 2016) recursos extraordinários. (Incluído pela Lei Complementar
I – incentivo à participação popular e realização de nº 131, de 2009).
audiências públicas, durante os processos de elaboração
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder
e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e
Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no
orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de
respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsá-
2009).
vel pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanha-
cidadãos e instituições da sociedade.
mento da sociedade, em tempo real, de informações por-
Parágrafo único. A prestação de contas da União con-
menorizadas sobre a execução orçamentária e financeira,
terá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências
em meios eletrônicos de acesso público; e (Redação dada
pela Lei Complementar nº 156, de 2016) financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional
III – adoção de sistema integrado de administração de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os
financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qua- empréstimos e financiamentos concedidos com recursos
lidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e,
disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar nº no caso das agências financeiras, avaliação circunstanciada
131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, de 2010) do impacto fiscal de suas atividades no exercício.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios disponibilizarão suas informações e dados contábeis, Seção II
orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e Da Escrituração e Consolidação das Contas
sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade
da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrô- Art. 50. Além de obedecer às demais normas de con-
nico de amplo acesso público. (Incluído pela Lei Comple- tabilidade pública, a escrituração das contas públicas ob-
mentar nº 156, de 2016) servará as seguintes:
§ 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios en- I - a disponibilidade de caixa constará de registro pró-
caminharão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na pe- prio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo
riodicidade a serem definidos em instrução específica des- ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados
te órgão, as informações necessárias para a constituição de forma individualizada;
do registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas II - a despesa e a assunção de compromisso serão re-
públicas interna e externa, de que trata o § 4o do art. 32. gistradas segundo o regime de competência, apurando-se,
(Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016) em caráter complementar, o resultado dos fluxos financei-
§ 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará ros pelo regime de caixa;
as penalidades previstas no § 2o do art. 51. (Incluído pela Lei III - as demonstrações contábeis compreenderão, iso-
Complementar nº 156, de 2016) lada e conjuntamente, as transações e operações de cada
§ 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, órgão, fundo ou entidade da administração direta, autár-
para todos os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal quica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente;
e os Municípios cumprem o dever de ampla divulgação a IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apre-
que se refere o caput. (Incluído pela Lei Complementar nº sentadas em demonstrativos financeiros e orçamentários
156, de 2016) específicos;

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a § 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo
Pagar e as demais formas de financiamento ou assunção de sujeita o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51.
compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demons-
de modo a evidenciar o montante e a variação da dívida trativos relativos a:
pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e I - apuração da receita corrente líquida, na forma de-
o tipo de credor; finida no inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará previsão de seu desempenho até o final do exercício;
destaque à origem e ao destino dos recursos provenientes II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere
da alienação de ativos. o inciso IV do art. 50;
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se- III - resultados nominal e primário;
-ão as operações intragovernamentais. IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art.
§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das con- 4o;
tas públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão re-
enquanto não implantado o conselho de que trata o art. 67. ferido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentos reali-
§ 3o A Administração Pública manterá sistema de cus- zados e o montante a pagar.
tos que permita a avaliação e o acompanhamento da ges- § 1o O relatório referente ao último bimestre do exercí-
tão orçamentária, financeira e patrimonial. cio será acompanhado também de demonstrativos:
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167
dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por esfera da Constituição, conforme o § 3o do art. 32;
de governo, das contas dos entes da Federação relativas II - das projeções atuariais dos regimes de previdência
ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio social, geral e próprio dos servidores públicos;
eletrônico de acesso público. III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação
§ 1o  Os Estados e os Municípios encaminharão suas de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
contas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos: § 2o Quando for o caso, serão apresentadas justifica-
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do tivas:
respectivo Estado, até trinta de abril; I - da limitação de empenho;
II - Estados, até trinta e um de maio. II - da frustração de receitas, especificando as medidas
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste ar- de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a
tigo impedirá, até que a situação seja regularizada, que o adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.
ente da Federação receba transferências voluntárias e con-
trate operações de crédito, exceto as destinadas ao refi- Seção IV
nanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. Do Relatório de Gestão Fiscal

Seção III Art. 54.  Ao final de cada quadrimestre será emitido


Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária pelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
da Constituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério I - Chefe do Poder Executivo;
Público, será publicado até trinta dias após o encerramento II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora
de cada bimestre e composto de: ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos in-
I - balanço orçamentário, que especificará, por catego- ternos dos órgãos do Poder Legislativo;
ria econômica, as: III - Presidente de Tribunal e demais membros de Con-
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a rea- selho de Administração ou órgão decisório equivalente,
lizar, bem como a previsão atualizada; conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Judi-
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a ciário;
dotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo; IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Es-
II - demonstrativos da execução das: tados.
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especifi- Parágrafo único. O relatório também será assinado pe-
cando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercí- las autoridades responsáveis pela administração financeira
cio, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e pelo controle interno, bem como por outras definidas por
e a previsão a realizar; ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.
b) despesas, por categoria econômica e grupo de na- Art. 55. O relatório conterá:
tureza da despesa, discriminando dotação inicial, dotação I - comparativo com os limites de que trata esta Lei
para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bi- Complementar, dos seguintes montantes:
mestre e no exercício; a) despesa total com pessoal, distinguindo a com ina-
c) despesas, por função e subfunção. tivos e pensionistas;
§ 1o  Os valores referentes ao refinanciamento da dí- b) dívidas consolidada e mobiliária;
vida mobiliária constarão destacadamente nas receitas de c) concessão de garantias;
operações de crédito e nas despesas com amortização da d) operações de crédito, inclusive por antecipação de
dívida. receita;

91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o; § 1o  No caso de Municípios que não sejam capitais
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo
adotar, se ultrapassado qualquer dos limites; será de cento e oitenta dias.
III - demonstrativos, no último quadrimestre: § 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta enquanto existirem contas de Poder, ou órgão referido no
e um de dezembro; art. 20, pendentes de parecer prévio.
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desem-
1) liquidadas; penho da arrecadação em relação à previsão, destacando
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atende- as providências adotadas no âmbito da fiscalização das re-
rem a uma das condições do inciso II do art. 41; ceitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como
do saldo da disponibilidade de caixa; as demais medidas para incremento das receitas tributárias
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e e de contribuições.
cujos empenhos foram cancelados;
c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alí- Seção VI
nea b do inciso IV do art. 38. Da Fiscalização da Gestão Fiscal
§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados
nos incisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as infor- Art. 59.  O Poder Legislativo, diretamente ou com o
mações relativas à alínea  a  do inciso I, e os documentos auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle
referidos nos incisos II e III. interno de cada Poder e do Ministério Público, fiscalizarão
§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após o o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com
encerramento do período a que corresponder, com amplo ênfase no que se refere a:
acesso ao público, inclusive por meio eletrônico. I - atingimento das metas estabelecidas na lei de dire-
§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § trizes orçamentárias;
2  sujeita o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51.
o II - limites e condições para realização de operações
§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão de crédito e inscrição em Restos a Pagar;
III - medidas adotadas para o retorno da despesa total
ser elaborados de forma padronizada, segundo modelos
com pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22
que poderão ser atualizados pelo conselho de que trata o
e 23;
art. 67.
IV - providências tomadas, conforme o disposto no
art. 31, para recondução dos montantes das dívidas conso-
Seção V
lidada e mobiliária aos respectivos limites;
Das Prestações de Contas
V - destinação de recursos obtidos com a alienação
de ativos, tendo em vista as restrições constitucionais e as
Art. 56.  As contas prestadas pelos Chefes do Poder
desta Lei Complementar;
Executivo incluirão, além das suas próprias, as dos Presi- VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legis-
dentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do lativos municipais, quando houver.
Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais § 1o  Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou
receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo órgãos referidos no art. 20 quando constatarem:
Tribunal de Contas. I - a possibilidade de ocorrência das situações previs-
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas tas no inciso II do art. 4o e no art. 9o;
no âmbito: II - que o montante da despesa total com pessoal ul-
I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal trapassou 90% (noventa por cento) do limite;
Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos III - que os montantes das dívidas consolidada e mobi-
respectivos tribunais; liária, das operações de crédito e da concessão de garantia
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de se encontram acima de 90% (noventa por cento) dos res-
Justiça, consolidando as dos demais tribunais. pectivos limites;
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas IV - que os gastos com inativos e pensionistas se en-
será proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão contram acima do limite definido em lei;
mista permanente referida no  § 1o do art. 166 da Cons- V - fatos que comprometam os custos ou os resulta-
tituição  ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e dos dos programas ou indícios de irregularidades na ges-
municipais. tão orçamentária.
§ 3o  Será dada ampla divulgação dos resultados da § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar
apreciação das contas, julgadas ou tomadas. os cálculos dos limites da despesa total com pessoal de
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio cada Poder e órgão referido no art. 20.
conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do § 3o  O Tribunal de Contas da União acompanhará o
recebimento, se outro não estiver estabelecido nas consti- cumprimento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
tuições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
CAPÍTULO X I - serão suspensas a contagem dos prazos e as dispo-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS sições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;
II - serão dispensados o atingimento dos resultados
Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites fiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.
inferiores àqueles previstos nesta Lei Complementar para Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso
as dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e de estado de defesa ou de sítio, decretado na forma da
concessão de garantias. Constituição.
Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devida- Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70
mente escriturados em sistema centralizado de liquidação serão duplicados no caso de crescimento real baixo ou ne-
e custódia, poderão ser oferecidos em caução para garan- gativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou
tia de empréstimos, ou em outras transações previstas em estadual por período igual ou superior a quatro trimestres.
lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Mi- § 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de va-
nistério da Fazenda. riação real acumulada do Produto Interno Bruto inferior a
Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio 1% (um por cento), no período correspondente aos quatro
de despesas de competência de outros entes da Federação últimos trimestres.
se houver: § 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fun-
I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na dação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro
lei orçamentária anual; órgão que vier a substituí-la, adotada a mesma metodolo-
II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme gia para apuração dos PIB nacional, estadual e regional.
sua legislação. § 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas
Art. 63. É facultado aos Municípios com população in- as medidas previstas no art. 22.
ferior a cinquenta mil habitantes optar por: § 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas
I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao na condução das políticas monetária e cambial, reconheci-
final do semestre; das pelo Senado Federal, o prazo referido no caput do art.
II - divulgar semestralmente:
31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.
a) (VETADO)
Art. 67.  O acompanhamento e a avaliação, de forma
b) o Relatório de Gestão Fiscal;
permanente, da política e da operacionalidade da gestão
c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
fiscal serão realizados por conselho de gestão fiscal, cons-
III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano pluria-
tituído por representantes de todos os Poderes e esferas
nual, o Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais
de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas
da lei de diretrizes orçamentárias e o anexo de que trata o
representativas da sociedade, visando a:
inciso I do art. 5o a partir do quinto exercício seguinte ao da
I - harmonização e coordenação entre os entes da Fe-
publicação desta Lei Complementar.
§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos de- deração;
verá ser realizada em até trinta dias após o encerramento II - disseminação de práticas que resultem em maior
do semestre. eficiência na alocação e execução do gasto público, na ar-
§ 2o  Se ultrapassados os limites relativos à despesa recadação de receitas, no controle do endividamento e na
total com pessoal ou à dívida consolidada, enquanto per- transparência da gestão fiscal;
durar esta situação, o Município ficará sujeito aos mesmos III - adoção de normas de consolidação das contas
prazos de verificação e de retorno ao limite definidos para públicas, padronização das prestações de contas e dos re-
os demais entes. latórios e demonstrativos de gestão fiscal de que trata esta
Art. 64. A União prestará assistência técnica e coope- Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os
ração financeira aos Municípios para a modernização das pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao
respectivas administrações tributária, financeira, patrimo- controle social;
nial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das nor- IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
mas desta Lei Complementar. § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá for-
§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e mas de premiação e reconhecimento público aos titulares
desenvolvimento de recursos humanos e na transferência de Poder que alcançarem resultados meritórios em suas
de tecnologia, bem como no apoio à divulgação dos ins- políticas de desenvolvimento social, conjugados com a
trumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico de prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta
amplo acesso público. Lei Complementar.
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de fun-
de bens e valores, o financiamento por intermédio das ins- cionamento do conselho.
tituições financeiras federais e o repasse de recursos oriun- Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado
dos de operações externas. o Fundo do Regime Geral de Previdência Social, vinculado
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhe- ao Ministério da Previdência e Assistência Social, com a fi-
cida pelo Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas nalidade de prover recursos para o pagamento dos benefí-
Assembléias Legislativas, na hipótese dos Estados e Muni- cios do regime geral da previdência social.
cípios, enquanto perdurar a situação: § 1o O Fundo será constituído de:

93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Fe-
Nacional do Seguro Social não utilizados na operacionali- deral e os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habi-
zação deste; tantes; (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre
adjudicados ou que lhe vierem a ser vinculados por força 50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (In-
de lei; cluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
III - receita das contribuições sociais para a seguridade III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham
social, previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. até 50.000 (cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei
195 da Constituição; Complementar nº 131, de 2009).
IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste arti-
física ou jurídica em débito com a Previdência Social; go serão contados a partir da data de publicação da lei
V - resultado da aplicação financeira de seus ativos; complementar que introduziu os dispositivos referidos
VI - recursos provenientes do orçamento da União. no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº
§ 2o  O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do 131, de 2009).
Seguro Social, na forma da lei. Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a prazos previstos no art. 73-B, das determinações contidas
instituir regime próprio de previdência social para seus ser- nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art.
vidores conferir-lhe-á caráter contributivo e o organizará 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do
com base em normas de contabilidade e atuária que pre- art. 23. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
servem seu equilíbrio financeiro e atuarial. Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja des- da sua publicação.
pesa total com pessoal no exercício anterior ao da publi- Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de
cação desta Lei Complementar estiver acima dos limites maio de 1999.
estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no res- Brasília, 4 de maio de 2000; 179o da Independência e
pectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso,
112o da República.
gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinquenta
por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das
medidas previstas nos arts. 22 e 23.
QUESTÕES
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput,
no prazo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no §
01. No que se refere ao gerenciamento da informação
3o do art. 23.
e à gestão de documentos, julgue os itens subsequentes.
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da
Constituição, até o término do terceiro exercício financei-
ro seguinte à entrada em vigor desta Lei Complementar, a Por atenderem a necessidades especiais, os documen-
despesa total com pessoal dos Poderes e órgãos referidos tos do arquivo corrente podem permanecer distantes de
no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita cor- seus usuários diretos.
rente líquida, a despesa verificada no exercício imediata- ( ) Certo ( ) Errado
mente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento), se
esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20. 02. O arquivo constituído por documentos que são de
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Po- uso exclusivo da unidade que os gerou ou recebeu, deno-
deres e órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, mina-se
em percentual da receita corrente líquida, a do exercício (A) ostensivo.
anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o (B) sigiloso.
término do terceiro exercício seguinte. (C) permanente.
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Com- (D) intermediário.
plementar serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, (E) corrente.
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079,
de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei no 201, de 27 de fe- 03. Com relação à gestão de documentos, julgue o
vereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e item que se segue.
demais normas da legislação pertinente. Para facilitar o acesso rápido ao material, recomenda-
Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, asso- -se que arquivos correntes sejam armazenados em caixas-
ciação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao -arquivo.
respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do ( ) Certo ( ) Errado
Ministério Público o descumprimento das prescrições esta-
belecidas nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Com- 04. Em relação ao arquivo corrente, NÃO se pode afir-
plementar nº 131, de 2009). mar que:
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos (A) Tem valor primário.
para o cumprimento das determinações dispostas nos in- (B) Abrange apenas documentos em tramitação.
cisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48-A: (C) Abrange documentos em tramitação ou não.
(Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). (D) É objeto de consultas frequentes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico
05. Os documentos correntes são de acesso restrito e
devem ficar próximos aos servidores que são seus usuários ANOTAÇÕES
diretos.
( ) Certo ( ) Errado
___________________________________________________
06. Quando o documento de arquivo tem uma grande
possibilidade de uso, ele deve ser considerado como docu- ___________________________________________________
mento do arquivo corrente.
___________________________________________________
( ) Certo ( ) Errado
___________________________________________________
07. No que se refere ao gerenciamento da informação
e à gestão de documentos, julgue o item subsequente. ___________________________________________________
Após passarem pelos arquivos correntes, os documen-
tos de arquivo podem ser eliminados, ser encaminhados ao ___________________________________________________
arquivo intermediário, ou, ainda, ser recolhidos aos arqui-
___________________________________________________
vos permanentes.
( ) Certo ( ) Errado ___________________________________________________

08. Considere os nomes a seguir: ___________________________________________________

1. Alberto Soares Júnior ___________________________________________________


2. João Castelo Branco 3. Everaldo Santo Cristo ___________________________________________________
4. Dr.Alexandre Silva
5. Maria Cardoso Silva ___________________________________________________

O nome arquivado corretamente, segundo o método ___________________________________________________


alfabético, é:
___________________________________________________
(A) Júnior, Alberto Soares
(B) Branco, João Castelo ___________________________________________________
(C) Santo Cristo, Everaldo
(D) Silva, Dr.Alexandre ___________________________________________________
(E) Cardoso Silva, Maria
___________________________________________________
09. O método de arquivamento alfanumérico, que con-
___________________________________________________
siste na combinação de letras e números, pertence ao sis-
tema indireto. ___________________________________________________
( ) Certo ( ) Errado
___________________________________________________

GABARITO ___________________________________________________

___________________________________________________
(01-Errado)
(02-E) ___________________________________________________
(03-Errado)
(04-B) ___________________________________________________
(05-Certo)
___________________________________________________
(06-Certo)
(07-Certo) ___________________________________________________
(08-C)
(09-Errado) ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Técnico

ANOTAÇÕES

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