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Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus


Título deste volume: Despenseiros dos mistérios de Deus
Todos os direitos reservados à Editora Árvore da Vida
Proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem autorização escrita dos editores.
Editora Árvore da Vida
Av. Corifeu de Azevedo Marques, 137 - Butantã
05581 - 000 - São Paulo - SP
Fone: (11) 3723 6000
www.arvoredavida.org.br
Impresso no Brasil
As citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida,
2ª Edição e Nova Almeida Atualizada.
Para a composição deste volume do Alimento Diário também foram incluídas as mensagens ministradas pelos irmãos
Miguel Ma e André Dong.
Assim que se levantar, antes de qualquer outra coisa,
faça uma respiração da vida, invocando profundamente o
nome do Senhor Jesus!
Ao fazê-lo, jogue fora todos os temores, medos, tristezas e
pecados, e receba o Senhor Jesus como vida, alegria, paz
e encorajamento. Invoque: “Ó Senhor Jesus!” várias
vezes, durante todo o dia.
BOM DESFRUTE!
INDIVIDUALMENTE
1. Encontre-se com o Senhor de manhã cedo.
2. Leia os versículos propostos para cada dia a fim de ter uma ideia completa
do assunto a ser comentado. Lembre-se de que a Bíblia explica a Bíblia; por
isso, você poderá encontrar citações de muitos outros livros da Bíblia, além
daquele que estamos apresentando neste Alimento Diário.
3. Leia com oração o versículo proposto para cada dia. Para isso, cada palavra
deve ser repetida, enfatizada e proclamada sem pressa, como se a estivesse
mastigando. Não leia o versículo todo rapidamente, mas gaste tempo em
cada palavra. Não se preocupe em entender o versículo, mas em “comê-lo”,
em tomá-lo pela fé como alimento espiritual.
4. Sublinhe as frases e palavras que mais o impressionaram no texto
explicativo. Procure resumir o texto do dia em poucas palavras, se possível,
em uma só. Essa palavra, ou palavras, funcionará como uma chave que lhe
abrirá o significado espiritual do texto. “Rumine-a” durante o dia, repetindo-
a e proclamando-a para si mesmo. Desse modo, o texto que você leu pela
manhã servirá de alimento espiritual todo o dia.
5. Compartilhe aquilo que você ganhou com as pessoas com as quais se
relaciona em casa, na escola, no trabalho etc. Elas precisam da vida que
você recebeu por meio da Palavra.
BOM DESFRUTE!
NOS GRUPOS FAMILIARES
1. O Alimento Diário é um excelente instrumento para que pequenos grupos
familiares se reúnam, a fim de estudar a Bíblia. Nós os chamamos de grupos
familiares por terem um caráter informal e de cuidado mútuo entre seus
participantes.
2. Um grupo familiar pode ser formado por familiares, vizinhos ou por
amigos que morem próximos a você, ou por seus colegas de faculdade, de
escola ou de trabalho.
3. Procure reunir-se periodicamente com os membros de seu grupo familiar
para lerem juntos o Alimento Diário.
4. Em conjunto, leiam as passagens sugeridas para cada dia, e leiam com
oração o versículo do dia.
5. Compartilhem entre si o ponto-chave de cada um, e procurem aplicar essa
palavra à sua vida cotidiana, às suas dificuldades, à sua vida familiar e
profissional. Torne a Palavra de Deus prática para você. Dessa maneira,
todos participam ativamente e são edificados mutuamente.
6. Aproveitem a oportunidade para orarem juntos por necessidades ou
problemas pessoais.
7. Sempre que possível traga convidados para a reunião do grupo familiar.
Dessa maneira, mais pessoas poderão ser supridas pela Palavra de Deus.
Que todos recebam vida em abundância!
Os editores
P.S.: Não se esqueça de dar uma olhada na leitura de apoio, sugerida no início

de cada semana. Ela lhe será muito útil.


LAVOURA DE DEUS E EDIFÍCIO DE DEUS – (1 CO 3:9-10)

Semana 1 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 15:8, 16; At 18:9-10; Ef 6:17-18
Ler com oração:
De Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós (1
Co 3:9).

Desfrutar Cristo é a solução


Nesta semana concluiremos o terceiro capítulo da Primeira Epístola de
Paulo aos Coríntios. Trata-se de uma porção bastante densa, com muitos
assuntos importantes. Portanto veremos: a igreja como a lavoura de Deus e o
edifício de Deus; os materiais adequados para a edificação de Deus; e o
resultado da edificação de cada um, de acordo com o material utilizado.
Nós, a igreja, de forma coletiva, somos a lavoura de Deus. A lavoura
implica crescimento e indica que a semente da vida divina foi semeada em
nós. Contudo Deus deseja que essa semente germine, brote, cresça, floresça e
frutifique. Seu maior anseio é que essa lavoura produza frutos permanentes
para a Sua glória. Foi para esse fim que Ele nos escolheu e designou (Jo 15:8,
16).
Esses frutos se manifestam como consequência de nosso crescimento na
lavoura de Deus. Em nosso viver diário estamos perdendo nossas
preferências e escolhas naturais, nossos costumes do velho homem e tudo o
mais que nos impede de ter a vida coletiva da igreja. À medida que a vida
divina cresce em nós, somos transformados no edifício de Deus juntamente
com todos os outros irmãos e irmãs na igreja. Isso é maravilhoso!
Portanto o mais importante no viver da igreja é desfrutar Cristo. Ele é a
solução para todos os nossos problemas. É comum recebermos queixas de
irmãos a respeito de outros irmãos ou irmãs. Se não tomarmos cuidado, nos
envolveremos com a situação e passaremos também a nos queixar. No
entanto, se nossa atitude for diferente e, em vez de nos queixar, voltarmos à
Palavra de Deus em oração com esse irmão, todos seremos transformados.
Podemos tomar um versículo em oração, enchendo-nos do Espírito e, assim,
o problema será resolvido pelo desfrute de Cristo. Aleluia!
A prática de ler a Palavra de Deus com oração é de grande importância.
Devemos empenhar-nos em penetrar em cada versículo, extraindo dele todas
as riquezas de Deus, por meio da oração no espírito (Ef 6:17-18). Para isso, a
leitura não pode ser rápida e descuidada, e a oração não deve ser superficial.
É preciso “mastigar” cada palavra, tomando-a como inspiração para orar. Não
devemos fazê-lo rapidamente, como um cão que recebe um pedaço de carne e
o engole em segundos, sem sequer degustar o suculento bife com que foi
presenteado. Quando lemos um trecho da Palavra com oração, penetramos no
sentimento do Espírito Santo, naquela porção; enchemo-nos do próprio Deus
e somos salvos pela Sua vida, contida na Palavra.
Em nossas reuniões de oração devemos usar a Palavra para orar dessa
maneira. Há casos em que a reunião toda poderá basear-se em um único
versículo. Certa vez, um grupo de irmãos estava muito preocupado com o
pequeno número de novos convertidos em suas reuniões. Então, reuniram-se
com o intuito de orar pela pregação do evangelho em sua cidade. Nessa
reunião, tomaram em oração as palavras que Paulo recebeu do Senhor: “Não
temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e
ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9b-
10). Inspirados por essa passagem, os irmãos e irmãs oraram: “Senhor, muda
a nossa sorte. Senhor, vai à nossa frente e nos leva a nos multiplicar em
número. Senhor Jesus, Tu tens muito povo nesta cidade; não é possível
somente nós ficarmos aqui, leva-nos a essas pessoas. Abençoa o evangelho
em nossa cidade”. Esses versículos fizeram toda a diferença nas orações
naquela reunião.
Portanto devemos degustar a Palavra de Deus. Assim, ganharemos mais da
vida divina, seremos enchidos do Espírito Santo e nossos problemas serão
superados pelo desfrute de Cristo. Aleluia!
Pergunta: Como você tem solucionado seus problemas?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“O viver cristão nos tempos finais” – cap. 6 – Miguel Ma.
“A humanidade perfeita” – cap. 3 – Pedro Dong.
“Ser como Deus em vida e em natureza” – cap. 1 – Dong Yu Lan.
Semana 1 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 3:7, 11; Ef 4:11-12
Ler com oração:
Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como
prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como
edifica (1 Co 3:10).

Todos temos parte na edificação de Deus


O apóstolo Paulo tinha consciência de que era a graça de Deus que o
qualificava para servi-Lo e não a sua própria capacidade. Ele sempre
agradecia a Deus por isso. Segundo ele, foi de acordo com essa graça que
lançou o firme fundamento para o edifício de Deus: Cristo Jesus (1 Co 3:11).
Uma vez lançado o fundamento, outro poderia edificar sobre ele. No caso da
igreja em Corinto, Paulo havia plantado a igreja naquela cidade e Apolo a
regou, de modo que Deus concedeu a ela crescimento (v. 7).
O fundamento da igreja é Cristo e, uma vez estabelecido, já não se pode
lançar outro. O que se deve fazer é edificar sobre esse fundamento. Essa
palavra foi enfatizada por Paulo nesse capítulo por causa da condição da
igreja em Corinto. Ali, uns diziam ser de Cefas, outros de Apolo e outros do
próprio apóstolo Paulo. Esses grupos estavam substituindo Cristo ao tomar
esses irmãos como seu fundamento, o que causou divisão na igreja.
Isso é uma séria advertência para todos nós. Qualquer coisa que é enfatizada
demais na igreja pode se tornar outro fundamento, substituindo Cristo. Uma
vez que Cristo foi lançado por Paulo como o firme e correto fundamento da
igreja, todos podemos edificar sobre Ele.
Paulo alerta os coríntios de que cada um deve ver como edifica sobre o
fundamento, indicando que todos nós temos parte nessa edificação (1 Co
3:10). Essa palavra nos encoraja a nos comprometer com a edificação da
igreja, não tendo uma atitude passiva. Alguém que sempre chega após o
início das reuniões e vai embora antes de seu término não terá qualquer
incômodo ou responsabilidade e estará alheio à edificação da igreja. Além
disso, a parte que lhe compete na edificação do edifício de Deus estará
comprometida. Todos podemos e devemos edificar.
Deus concedeu à igreja alguns irmãos para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento de todos nós na obra do ministério, para que todos
participemos da edificação do Corpo de Cristo (Ef 4:11-12). Nenhum de nós
pode escusar-se, pois todos fomos chamados para edificar a igreja. Para isso é
necessário sermos aperfeiçoados!
O viver normal da igreja sem dúvida nos aperfeiçoa para a edificação do
edifício de Deus. Nesse viver há ainda oportunidade de consagrarmos um
tempo exclusivo ao Senhor e recebermos aperfeiçoamento de forma mais
intensa. Um lugar para isso são as unidades do CEAPE – Centro de
Aperfeiçoamento para Propagação do Evangelho, que são centros de
formação de obreiros e missionários. Os alunos do CEAPE têm oportunidade
de experimentar circunstâncias em que terão de depender apenas do Senhor
Jesus. Assim, aprendem a se voltar a Ele em oração, passando a confiar em
Deus e a receber Dele toda a virtude. Essa é uma oportunidade
extraordinária!
Todos nós podemos ser aperfeiçoados e cooperar na edificação de Deus.
Basta que tenhamos essa disposição e recebamos a ajuda daqueles que o
Senhor concedeu à igreja para nosso aperfeiçoamento e crescimento.
Pergunta: Como você pode aumentar o grau de comprometimento que tem hoje com a
edificação de Deus?
Meu ponto-chave:
Semana 1 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 3:6; Ef 1:9-10; 1 Pe 2:4-5
Ler com oração:
Habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e
alicerçados em amor (Ef 3:17).

Crescimento e edificação
Aqueles irmãos e irmãs que crescem na vida divina espontaneamente
passam a participar da obra do Senhor, pregando o evangelho e levando o
viver da igreja às pessoas de seu convívio e também a outras cidades além
daquela onde vivem. Com todos os irmãos e irmãs envolvidos, o aumento em
número de irmãos nas igrejas ocorre de maneira natural.
Em uma condição normal, convidamos as pessoas de nosso convívio para as
reuniões dos grupos familiares de que participamos. Elas vêm e são salvas. O
segredo nessas reuniões é praticarmos o que Paulo falou: um planta, outro
rega e, então, Deus pode dar o crescimento (1 Co 3:6). Com a cooperação de
todos os irmãos e irmãs nos grupos familiares, esses novos irmãos são
acolhidos e Deus lhes concede o crescimento, firmando-os no viver da igreja.
Em razão do acréscimo de novos convertidos, os grupos familiares se
multiplicam, alcançando cada vez mais pessoas, que são introduzidas no
viver normal da igreja. Esse cuidado contínuo realizado pelos grupos
familiares é capaz de produzir irmãos crescidos na vida divina, a ponto de se
tornarem líderes na igreja. Portanto nenhum de nós pode permanecer passivo.
Devemos dispor-nos, ir diante do Senhor e exercer nossa função para a
edificação do Corpo de Cristo. Por meio da justa cooperação de cada parte,
experimentaremos o aumento nas igrejas e nos alegraremos com o Senhor.
A edificação do edifício de Deus é o mistério da Sua vontade que nos está
sendo revelado. Ela é realizada pelo encabeçamento de todas as coisas em
Cristo (Ef 1:9-10). O Senhor Jesus é a pedra que vive e nós também nos
tornamos pedras vivas, quando O recebemos ao crer. Estamos sendo
edificados casa espiritual, a qual se tornará o santuário de Deus (1 Pe 2:4-5).
Ele está buscando a edificação dessas pedras vivas.
Hoje, vemos todos os materiais dessa edificação ainda espalhados e
desordenados. Contudo nosso Deus deseja trazer todos a Cristo para que tudo
seja encabeçado por Ele. Quando a ordem for restabelecida no universo e
tudo for encabeçado em Cristo, Deus ficará satisfeito por ver cumprido o bom
prazer da Sua vontade.
Para que isso ocorra, primeiramente Cristo precisa encabeçar a igreja. Uma
vez que a igreja seja encabeçada em Cristo, então o Senhor terá forte base
para encabeçar tudo o mais. Que o Senhor nos conduza sempre à obediência
para que o encabeçamento de Cristo sobre a igreja seja uma realidade em
nossos dias.
Tanto o crescimento na vida divina como a edificação de todos os irmãos e
irmãs, ocorrem simultaneamente em amor no viver da igreja. Para crescermos
e sermos edificados, precisamos estar enraizados em Cristo e também
alicerçados Nele. Continuemos a viver e a praticar o amor de Deus para que
Sua lavoura amadureça, produzindo, assim, os muitos materiais para a
edificação da igreja.
Pergunta: Qual deve ser a nossa atitude para que a igreja tenha acréscimo de novos
irmãos e irmãs?
Meu ponto-chave:
Semana 1 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Êx 25:5, 8, 10-11; 30:12-13; Rm 8:36; Tg 1:17; 1 Pe 1:6-7
Ler com oração:
Se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um (1
Co 3:12-13a).

Cada um veja como edifica


Uma vez que cremos no Senhor Jesus e temos Cristo como fundamento,
precisamos ter a consciência de que todos estamos edificando algo na igreja.
Ainda que nada façamos, nossa atitude implicará a edificação de algo. Por
isso Paulo advertiu os coríntios de que deveriam ver como edificavam sobre
o fundamento. Ele apresentou duas categorias de material: ouro, prata e
pedras preciosas, que representam o próprio Deus Triúno, e madeira, feno e
palha, que representam a natureza humana corrompida pelo pecado e as obras
deste homem caído (1 Co 3:12-13).
No Antigo Testamento, os utensílios do tabernáculo eram feitos da nobre
madeira de acácia (Êx 25:5, 8). Ainda assim, todos os utensílios deveriam ser
recobertos com ouro para que pudessem ser utilizados no serviço a Deus (vs.
10-11). Na Bíblia, o ouro representa a natureza divina e a madeira, a natureza
humana. Neste detalhe vemos que o princípio de Deus é trabalhar a Sua
natureza divina em nós, independentemente de quantas qualidades nossa
humanidade possua. Não podemos edificar a igreja com o nosso ser natural.
Somente revestidos de “ouro” edificaremos o edifício de Deus.
Não importa a aparência da obra que realizamos na igreja, pois Deus usa o
fogo para testá-la. O que é do nosso homem natural se queimará, de modo
que, no dia em que o Senhor Jesus voltar, nossa obra será revelada. Assim, se
edificarmos com ouro, prata e pedras preciosas, quanto mais fogo houver,
mais refinamento nossa obra receberá e seremos recompensados pelo Senhor.
As provações pelas quais passamos hoje não devem ser motivo de tristeza,
pois podemos aproveitar cada uma delas para que o valor da nossa fé seja
confirmado, assim como o ouro é apurado por fogo (1 Pe 1:6-7). É
maravilhoso saber que não precisamos esperar a volta do Senhor para ter
nossa obra purificada, mas podemos aproveitar as situações que nos
sobrevêm, no viver da igreja, para arrepender-nos e ser purificados. Se
passarmos pelo fogo hoje, o que edificarmos será ouro, prata e pedras
preciosas, sendo aprovado naquele dia, e receberemos louvor, glória e honra
na revelação de Jesus Cristo. Isso é a grande graça e misericórdia do Senhor
que podemos experimentar hoje. Aleluia!
O ouro representa a natureza divina, pois é um metal que não se corrompe,
permanecendo sempre o mesmo. Assim é o nosso Deus: eterno, sempre novo
e jamais muda. Nós não somos confiáveis, porque mudamos muitas vezes.
Mas podemos confiar em Deus, porque Ele é fiel e imutável. Nele não pode
existir variação nem sombra de mudança (Tg 1:17). Ele é o ouro puro e
indelével que permeia nossa humanidade, tornando-nos úteis em Sua
edificação.
A prata, por sua vez, representa a obra da redenção de Cristo. No Antigo
Testamento, eram usados siclos de prata para resgatar alguém (Êx 30:12-13).
O Senhor Jesus nos redimiu, livrando-nos do lago de fogo por Sua morte na
cruz. Resgatou-nos e nos trouxe de volta a Deus. Na prata está incluído o
conceito do elemento da morte de Cristo para aniquilar o nosso velho
homem. Paulo escreveu que, por amor de Cristo, somos entregues à morte o
dia todo e fomos considerados como ovelhas para o matadouro (Rm 8:36).
Esse é o efeito da cruz de Cristo para aniquilar nosso homem natural
diariamente. Sempre que nosso velho homem se manifestar, podemos usar a
prata, ou seja, a cruz de Cristo, para aniquilá-lo. Assim, podemos edificar o
edifício de Deus.
Por fim, as pedras preciosas representam a obra do Espírito Santo em nós.
Fisicamente, elas adquirem valor pela ação do tempo e da alta temperatura e
pressão a que são submetidas. Estamos sendo transformados de lavoura de
Deus em Seu edifício pela ação do Espírito Santo em nosso interior. Aleluia!
Pergunta: Como podemos obter os materiais adequados para a edificação de Deus?
Meu ponto-chave:
Semana 1 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 8:6; 12:1-2; 2 Co 3:18; Ef 2:22
Ler com oração:
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo,
Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce
para santuário dedicado ao Senhor (Ef 2:20-21).

Somos a habitação de Deus no espírito


Nesta semana, estamos nos aprofundando nas palavras de Paulo aos
coríntios sobre sermos a lavoura e o edifício de Deus. Esse edifício é
constituído de cada um de nós, que cremos no Senhor Jesus, como pedras
vivas, e está crescendo até que se torne santuário dedicado ao Senhor (Ef
2:21). Essa edificação se dá por meio do ensinamento dos apóstolos, que nos
direciona e ensina a edificar sobre Cristo como nosso fundamento. Quando
recebemos o ensinamento dos apóstolos, somos levados a crescer na vida
divina e, assim, ocorre a edificação.
Paulo não se referia a um edifício físico, cuja edificação ocorre com uma
pedra sobre a outra, mas a um edifício espiritual, do qual Jesus Cristo é tanto
o fundamento como a pedra angular. À medida que a vida e a natureza
divinas são acrescentadas à nossa pessoa e amadurecemos no viver da igreja,
esse edifício cresce.
O crescimento contínuo na vida divina nos leva a ser habitação de Deus no
espírito (Ef 2:22). Isso é um fato maravilhoso: a habitação de Deus está em
nosso espírito. Todos temos Deus em nosso espírito! Diante disso, devemos
considerar qual o grau de liberdade que Ele possui em nosso interior. Ele de
fato habita ou é apenas um visitante? Devemos abrir-Lhe todos os
compartimentos de nosso ser e dar-Lhe plena liberdade.
Todos temos segredos que guardamos em um cômodo bem reservado em
nosso interior. Lembremos que Deus perscruta todas as coisas. O melhor a
fazer é abrir-Lhe todo o nosso coração e deixar que Ele entre e faça uma
limpeza em nossa alma, ainda cheia de vontades, preferências e escolhas
nocivas a nós e ao plano de Deus.
Deus deseja passar de inquilino a proprietário de nosso ser. Mas quem deve
dar-Lhe essa liberdade somos nós. Devemos orar: “Senhor Jesus, não quero
que Tu habites apenas o meu espírito, mas que tome conta de todo o meu ser.
Abro todo o meu coração e minha vida a Ti”. Se todos nós vivermos no
espírito, permitindo que Cristo tome posse de nosso ser, Deus terá Seu
edifício! Aleluia!
A edificação de Deus ocorre quando estamos no espírito. Para isso, devemos
sempre sujeitar nossa mente ao espírito. Quando isso ocorre, ela é renovada, e
nós somos transformados (Rm 8:6; 12:1-2). Todas as vezes em que nos
voltamos ao nosso espírito para contemplar a glória do Senhor Jesus, somos
transformados (2 Co 3:18). Todos precisamos praticar isso diariamente.
Jamais devemos pensar que estar na presença do Senhor dessa maneira é
apenas para um grupo especial de pessoas. Todos podemos contemplá-Lo em
nosso espírito, invocando o nome do Senhor Jesus e lendo Sua Palavra com
oração. Quanto mais o fizermos, mais transformados seremos!
Tenhamos o mesmo coração do rei Davi, ao compor o salmo: “Uma coisa
peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os
dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu
templo” (27:4). Naquele tempo, estar na casa do Senhor era no máximo estar
no templo físico. Mas, hoje, Deus está mesclado com o nosso espírito. A
qualquer momento podemos contemplar Sua beleza. Se você estiver triste,
contemple-O e a tristeza o deixará. Quanto mais nos aproximamos do Senhor,
mais transformados somos, de um nível a outro nível de glória. Essa é a obra
de transformação do Espírito. Todos estamos nesse processo hoje e chegará o
dia em que seremos totalmente glorificados.
Pergunta: O que você pode fazer hoje para buscar crescimento e edificação?
Meu ponto-chave:
Semana 1 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Ez 47:1-9; Jo 4:14; Rm 8:14; 1 Co 3:12; Ap 21:21; 22:1-2
Ler com oração:
Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de
água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os
que nele cressem (Jo 7:38-39a).

O fluir do Espírito e a edificação de Deus


Os materiais para a edificação de Deus podem ser encontrados por toda a
Bíblia e nos são apresentados já no segundo capítulo de Gênesis: “E saía um
rio do Éden para regar o jardim e dali se dividia, repartindo-se em quatro
braços. O primeiro chama-se Pisom; é o que rodeia a terra de Havilá, onde há
ouro. O ouro dessa terra é bom; também se encontram lá o bdélio e a pedra de
ônix” (vs. 10-12). No Novo Testamento também encontramos o ouro e as
pedras preciosas. Estas, em Gênesis, são representadas pela pedra de ônix. O
bdélio, por sua vez, corresponde à prata mencionada na Primeira Epístola de
Paulo aos Coríntios e à pérola, encontrada nas portas da nova Jerusalém, em
Apocalipse (1 Co 3:12; Ap 21:21).
É maravilhoso ver que há um rio que flui por toda a Bíblia, trazendo até nós
os materiais para a edificação de Deus. Seu braço principal, no jardim do
Éden, chama-se Pisom e nele estão os elementos do Deus Triúno. O ouro
representa o Pai, com Sua natureza imutável; o bdélio, o Filho, que nos dá
vida em abundância; e a pedra de ônix, o Espírito, que nos transforma.
Amado leitor, deixe que o Espírito, como o rio da água da vida, passe por sua
vida e trabalhe em você todos os elementos divinos. Se permanecer em sua
correnteza, certamente você será transformado hoje e edificado com os
irmãos e irmãs no edifício de Deus e, no futuro, na nova Jerusalém (Jo 4:14;
7:38-39; Ap 22:1-2).
Vemos um quadro maravilhoso desse fluir no livro de Ezequiel, que nos
apresenta um rio que corre de debaixo do limiar do templo e cuja
profundidade vai aumentando à medida que ele corre. Na visão do profeta,
um homem saiu na direção em que o rio seguia com um cordel de medir em
sua mão. Após medir mil côvados, fez com que o profeta passasse pelas
águas, que davam no tornozelo. Medidos mais mil côvados, a água dava
pelos joelhos e após mais mil, na cintura. Por fim, após medir mais mil
côvados, tornou-se um rio impossível de se atravessar andando, porque suas
águas haviam crescido muito. Esse rio descia em direção ao Mar Morto e não
só tornava suas águas saudáveis, como fazia tudo viver, por onde quer que
passasse (Ez 47:1-9).
Esse quadro revela que quanto mais experimentamos o fluir do Espírito em
nossa vida, menos liberdade nosso homem natural caído terá para agir.
Embora no início de nossa experiência cristã ele tivesse muita liberdade,
como alguém que entra no leito de um rio que dá nos tornozelos, à medida
que crescemos na vida divina, nosso velho homem vai sendo cada vez mais
restringido.
Portanto, se permitirmos que o rio da água da vida corra cada vez mais em
nossa vida, permaneceremos vivendo pela vida de Cristo em nós, desfrutando
Sua presença e alimentando-nos de Sua Palavra. Por meio desse suprimento
da vida divina, o nível desse rio subirá até ao ponto de sermos levados por
sua correnteza. Quando chegarmos a esse estágio, nosso velho homem já não
terá liberdade para agir, pois seremos guiados pelo Espírito de Deus (Rm
8:14). Louvado seja o Senhor!
Pergunta: Como podemos medir o crescimento da vida divina em nós?
Meu ponto-chave:
Semana 1 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Co 3:12-15; 2 Tm 2:19-21; Ap 4:2-3; 21:1-2, 17-21
Ler com oração:
Se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra,
santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra
(2 Tm 2:21).

Tornar-se útil para toda boa obra


A edificação do edifício de Deus que ocorre hoje no viver da igreja,
resultará na nova Jerusalém, que descerá do céu da parte de Deus após o
reino milenar vindouro. Os elementos divinos que encontramos em Gênesis
são trabalhados espiritualmente nos filhos de Deus hoje, fazendo com que
Seu edifício cresça até se tornar essa cidade, com as características divinas. A
estrutura de sua muralha será de jaspe, uma pedra preciosa de cor verde
escuro, indicando que ela estará repleta da vida divina (Ap 4:2-3). A cidade
propriamente dita, com suas ruas, será de ouro puro, semelhante a vidro
límpido, ou seja, transparente. Seus fundamentos serão adornados com toda
espécie de pedras preciosas e cada uma de suas doze portas será formada de
uma só pérola (Ap 21:1-2, 17-21).
Na descrição da nova Jerusalém encontramos o ouro e as pedras preciosas,
mas não encontramos a prata, mencionada por Paulo como material para a
edificação (1 Co 3:12). A prata representa a redenção de Cristo, que sofreu
como homem e foi à cruz para nos redimir de nossos pecados. A pérola é
formada quando um grão de areia entra em uma ostra e a fere. Em vez de
expelir o grão que a faz sofrer, ela o envolve com uma substância orgânica,
cujas camadas acumuladas ao longo do tempo formam a pérola. Isso
representa o trabalhar de Cristo em nós. Uma vez que estamos em Cristo,
somos continuamente envolvidos por Seu Espírito e vida. Assim, Sua
natureza é transmitida a nós, o que resultará em pérolas para a nova
Jerusalém.
Nossa obra realizada no viver da igreja hoje será provada pelo fogo. Se
aquilo que alguém edificou sobre o fundamento permanecer, esse receberá
recompensa na volta do Senhor (1 Co 3:14). Uma recompensa é dada
mediante labor. Se alguém nada faz, não deve esperar algum prêmio. Isso
serve de encorajamento a todos os que se envolvem com o serviço ao Senhor
na igreja. Não devemos reclamar quando mais uma oportunidade de servi-Lo
surge em nossa vida. Não pense que a incumbência que o Senhor lhe confiou
é muito pesada, e que outros deveriam assumir essa responsabilidade. Creia
que este sacrifício terá galardão.
Não há serviço com excelência que não exija sacrifício daquele que serve.
Certamente, ao abrir a casa para as reuniões de grupo familiar, o casal
anfitrião sofrerá restrição. É preciso sacrifício para articular a realização da
reunião, chamar todos os irmãos e convidados, preparar o ambiente e,
finalmente, receber a todos. Contudo, quando edificamos a igreja com ouro,
prata e pedras preciosas é certo que receberemos galardão.
Contudo, se a obra de alguém não for aprovada, na vinda do Senhor este
sofrerá dano (1 Co 3:15). Isso significa que enquanto aqueles que forem
aprovados por Deus estiverem desfrutando a recompensa de reinar com
Cristo na manifestação do reino dos céus, os que servirem ao Senhor em seu
velho homem sofrerão a disciplina do Senhor e ficarão fora da esfera do
reino, no milênio. Isso não significa que eles perderão a salvação, pois, uma
vez salvos, o serão por toda a eternidade. Eles perderão a recompensa e
sofrerão a disciplina do Senhor, mas serão salvos, “todavia, como que através
do fogo” e estarão na nova Jerusalém
Se nossa obra não tem sido feita com o material adequado, devemos
arrepender-nos para mudar nossa condição. O Senhor conhece a todos os que
lhe pertencem e garante que, quando invocamos Seu nome, nos apartamos da
injustiça. Jamais pensemos que estamos destinados ao fracasso. Se nos
arrependermos, nossa vida e nossa obra terão uma virada, seremos úteis na
edificação de Deus e estaremos preparados para toda boa obra (2 Tm 2:19-
21).
Pergunta: Como mudar o material com que estamos edificando hoje?
Meu ponto-chave:
DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DE DEUS – (1 CO 4:1-2)

Semana 2 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 1:2, 24; 2:8, 10; 3:11; 5:7; 10:3-4; 11:3; 15:20, 23, 45, 47; Ef 3:8
Ler com oração:
Vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção (1 Co 1:30).

O Cristo todo-inclusivo é a solução dos nossos problemas


Deus é cheio de riquezas e deseja compartilhá-las com Seus filhos. Para que
isso tenha êxito, Ele precisa de despenseiros, ou seja, daqueles que levam
essas riquezas como canais. É a respeito desses despenseiros que
desenvolveremos o conteúdo desta semana. Veremos suas características,
objetivos, experiências e, principalmente, que Deus chama cada um de nós
para ser Seu despenseiro, Seu ministro. Que, ao ouvir o Seu chamado,
digamos sim e amém!
Em sua Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo fala de itens muito
específicos sobre Cristo e a igreja. Apesar de destacar problemas que podem
ocorrer no viver da igreja, sua ênfase está em Cristo como a solução para
tudo. Isso nos mostra que a nossa necessidade é atentarmos mais para Cristo
e não para as dificuldades cotidianas que a vida nos impõe. Precisamos
enxergar que Cristo é a porção que nos foi dada como desfrute (1 Co 1:2), o
poder e a sabedoria de Deus (v. 24), nossa justiça, santificação e redenção (v.
30). Cristo é o Senhor da glória (2:8) e também as profundezas de Deus (v.
10). Cristo é o fundamento do edifício de Deus (3:11) e também nosso
Cordeiro pascal (5:7). Somente Ele é o pão sem fermento (v. 8) e, sem Ele, o
nosso viver é cheio de contaminação. Cristo é nosso alimento e bebida
espiritual e nossa rocha espiritual (10:3-4). Cristo é a Cabeça do Corpo
(11:3), o próprio Corpo (12:12), as primícias da ressurreição (15:20, 23), o
segundo homem (v. 47), o último Adão (v. 45) e o Espírito que dá vida (v.
45).
Contudo, para conhecer esse Cristo, precisamos ser simples e não nos
considerar sábios segundo este século (1 Co 3:18). Sim, é de vital
importância termos conhecimento, especialmente sobre a Bíblia, a Palavra de
Deus, mas esse conhecimento precisa ser vivo, subjetivo e cheio de
experiências. Esse é o desejo de Deus. Por exemplo, podemos conhecer
muito sobre os vários tipos de peixes, mas, se não gostamos de comer peixe,
nosso conhecimento será apenas teórico e não levará ninguém a apreciar
peixe. Em contrapartida, se considerarmos um pescador que não tenha todo
esse conhecimento e que não fale tão bem, sua experiência e apreço por
peixes com certeza nos fará desejar ir a um restaurante de frutos do mar para
comer peixe. Assim também com respeito a Cristo, quando partilhamos com
as pessoas aquilo que desfrutamos Dele, elas serão estimuladas a conhecer
mais de Cristo, com suas riquezas insondáveis (Ef 3:8). Apesar de
precisarmos de conhecimento para servir a Deus com excelência, nossa real
necessidade é desfrutar de Cristo. Quando desfrutar de Cristo não é o centro
de nosso viver, corremos o risco de substituí-Lo por filosofias, ideologias ou
técnicas de persuasão.
Na Primeira aos Coríntios, o apóstolo nos exorta: “Portanto, ninguém se
glorie nos homens; porque tudo é vosso” (3:21). Isso foi dito porque os
crentes em Corinto estavam dividindo-se em nome de homens. Uns se
declaravam de Paulo, outros de Apolo, ou então de Pedro por esse ter sido o
primeiro apóstolo chamado pelo Senhor. E ainda havia aqueles que
desprezavam os demais declarando-se ser de Cristo (1:12). Se tomamos essa
atitude, isto significa que nos gloriamos nos homens. Às vezes não o fazemos
declaradamente, mas lá em nosso subconsciente podemos alimentar
preferências. Não podemos exaltar ninguém, tampouco escolher um em
detrimento de outro, mesmo que sejam grandes servos de Deus. Lembremos
que os problemas na igreja surgem por causa de preferências. Que não
caiamos nessa armadilha!
Outro motivo para não termos preferência por homens é o fato de tudo
pertencer à igreja. Paulo declara aos coríntios: “Seja Paulo, seja Apolo, seja
Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes,
sejam as futuras, tudo é vosso” (1 Co 3:22). Aqueles que servem como
líderes, na verdade são da igreja, e estão dispostos a se sacrificar e fazer o que
for necessário para servir como escravos de Jesus Cristo, ministrando a
palavra profética, orientando e cuidando de todos com amor e excelência.
Além disso, não somente as coisas boas são da igreja, até mesmo o mundo
pertence à igreja. Nossa tendência é rejeitar as coisas negativas afastando-nos
dos problemas. Quando passamos por situações difíceis na igreja, logo
desejamos afastar-nos ou mesmo mudar-nos para outro lugar porque achamos
que ali a igreja é melhor. Ledo engano! Onde quer que estivermos
encontraremos várias dificuldades. Precisamos perceber que a melhor igreja é
a da cidade onde moramos, o melhor cônjuge é o nosso cônjuge, os melhores
filhos são os nossos filhos. Os sofrimentos que enfrentamos com aqueles que
convivem conosco, na verdade, são exatamente o que precisamos para
amadurecer. Deus é sábio e sabe o que faz conosco!
Amado leitor, aprendamos a agradecer a Deus! Tudo é nosso! Seja o mundo,
seja a vida, seja a morte, seja o irmão Paulo, seja o irmão Apolo, o irmão
Cefas, tudo é nosso. Agradeçamos ao Senhor! Tudo é para nos ajudar a
crescer em vida e amadurecer.
Pergunta: Qual é a nossa principal necessidade?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“O servo fiel e prudente” – caps. 3 e 4 – Dong Yu Lan.
“Os grandes diamantes da Bíblia” – caps. 36 e 37 – Dong Yu Lan.
Semana 2– TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 1:10; 3:8-10; Cl 2:2; 1 Tm 1:4
Ler com oração:
A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos
gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3:8).

Ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus


Na Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo escreve: “Assim, pois, importa
que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos
mistérios de Deus” (4:1). “Ministros”, nesse versículo, também denota servos
de Cristo, e, despenseiros dos mistérios de Deus, aqueles que cooperam com
Ele em Seu plano. É relevante e encorajador quando somos considerados
pelos amigos, vizinhos e parentes como tais, e ouvimos: “Lá está um servo de
Cristo e despenseiro dos mistérios de Deus”. Aleluia!
Mas, o que é um despenseiro? O termo “despenseiro” provém da palavra
grega oikonomia, que na Bíblia é geralmente traduzida por dispensação ou
serviço, mas literalmente é traduzida por economia (cf. Ef 1:10; 1 Tm 1:4).
No grego, a palavra oikonomia é formada por oikos, que significa casa, e
nomos, que significa lei. Portanto, economia se refere à lei de uma casa ou às
regras dentro de um lar. No passado, as casas eram muito grandes e ali
costumavam morar várias gerações, desde avós até netos, e, em razão da
grande quantidade de pessoas, era necessário haver muitos criados e também
alguém responsável por administrar as necessidades de cada integrante da
família. Essa pessoa era chamada ecônomo, despenseiro ou mordomo. Ele
administrava os bens, o dinheiro, os alimentos, as roupas e inclusive a
educação das crianças; tudo estava debaixo de sua administração. Ele deveria
certificar-se de que todas as pessoas da casa receberiam cuidado, alimento,
remédios e roupas, ou seja, ele cuidava da economia da casa.
Hoje, a palavra “economia” é usada para referir-se à administração de um
país. Quando mencionamos a economia de um país, referimo-nos ao seu
plano econômico, que consiste na administração de suas riquezas. Dizemos
que um país tem boa economia quando suas riquezas são multiplicadas e bem
distribuídas. O resultado é que o número de pessoas na zona de pobreza
diminui e a maioria dos cidadãos passa a estar na classe média ou média alta.
A casa de Deus também tem sua economia e a riqueza de Sua casa é Cristo
com Suas riquezas insondáveis (Ef 3:8). Tudo o que a Bíblia revela, seja no
Antigo ou no Novo Testamento, é Cristo. Sendo assim, podemos ver que o
desejo de Deus é distribuir as riquezas de Cristo a cada um de Seus filhos. É
isso que nos torna alegres e saudáveis espiritualmente.
Contudo, assim como um presidente só governa bem se contar com
ministros, Deus só executa Sua economia se puder contar com Seus
ministros, com Seus despenseiros. Por esse motivo, no capítulo quarto da
Primeira aos Coríntios, Paulo deixa de falar sobre Cristo e a igreja e passa a
falar sobre os ministros de Cristo e despenseiros de Deus, ou seja, da nossa
pessoa. Por isso devemos perguntar-nos: “Será que as pessoas nos
reconhecem como um servo, um ministro de Cristo? Será que as pessoas nos
reconhecem como um despenseiro dos mistérios de Deus? Sou alguém que
distribui as riquezas de Cristo às pessoas?”. Deus tem uma economia, mas
Sua economia não terá êxito caso não haja em Sua casa milhares e milhares
de despenseiros para distribuir as riquezas de Cristo às pessoas. Por exemplo,
a cozinha de um restaurante pode estar repleta de pratos deliciosos, mas, se
não houver garçons que sirvam as pessoas com esses pratos, toda essa comida
irá permanecer onde está. Hoje, no viver da igreja, estamos no “grande
restaurante de Deus”. O que fazemos nesse restaurante? Comemos, bebemos
e nos fartamos de Cristo! Que cada um de nós seja esse garçom que serve as
insondáveis riquezas de Cristo às pessoas. Aleluia! Isso é pregar o evangelho.
Não é algo maçante e tampouco limitado a falar verdades e doutrinas, mas é
alimentar as pessoas com Jesus!
Além disso, como despenseiros, revelamos às pessoas o que estava oculto
em Deus: “Falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual
Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória” (1 Co 2:7). Mistério
é algo que está escondido, mas que pode ser revelado. No universo existem
três mistérios principais. Primeiro, o mistério do universo é Deus. Segundo, o
mistério de Deus é Cristo (Cl 2:2). E, terceiro, o mistério de Cristo é a igreja
(Ef 3:3-4, 10). Isso significa que, se alguém quiser conhecer a Deus, precisa
conhecer o Seu mistério, que é Cristo. E, se alguém quiser conhecer a Cristo,
também precisa conhecer o Seu mistério, a igreja.
Pergunta: Quais são as atribuições dos despenseiros dos mistérios de Deus? Você é um
deles?
Meu ponto-chave:
Semana 2 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 3:13; 4:2-3; 2 Co 5:10
Ler com oração:
Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor confiou os seus
conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? (Mt 24:45).

Ser fiel para com Deus e resiliente diante das críticas


O desejo de Deus é que sejamos ministros que executem Sua economia,
suprindo as pessoas com as insondáveis riquezas de Cristo. Essas riquezas
são insondáveis porque Cristo não tem fim. Quando achamos que O
conhecemos, há ainda muito mais para conhecer. Nossa experiência de Cristo
pode ser comparada a uma sonda marítima utilizada antigamente, que
consistia em um peso amarrado em uma longa corda. Essa sonda era lançada
ao mar a fim de se verificar sua profundidade; quanto mais fundo, mais a
sonda mergulhava até chegar ao limite. Mas com Cristo é diferente: podemos
“lançar nossa sonda” o mais profundo e ainda assim não chegaremos ao
fundo, sempre haverá mais e mais. Quando conhecemos as profundezas de
Cristo, tocamos em Suas riquezas e deixamos de lado nossas “picuinhas” que
só trazem conflitos e confusões.
Diante disso vemos em Paulo um ministro cujo principal objetivo era
apresentar Cristo às pessoas. Ele mesmo declarou: “A mim, o menor de todos
os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das
insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3:8).
Na Primeira aos Coríntios, o apóstolo nos apresenta as características de um
despenseiro: “O que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja
encontrado fiel” (4:2). A fidelidade é crucial, pois o despenseiro serve a
Deus, que é fiel e cumpre a Sua palavra. Portanto, sempre que Deus precisar
de nós, devemos ser achados diante Dele. Além da fidelidade, é-lhe
necessário suportar críticas: “Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser
julgado por vós ou por tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim
mesmo” (v. 3). Isso nos mostra que um despenseiro precisa ser alguém que
suporta críticas. É certo que todo aquele que é fiel a Deus será criticado ou,
em outras palavras, será julgado por tribunal humano. Quando Paulo fala em
ser julgado por tribunal humano, a expressão em grego significa ser julgado
por dia humano. Isso está em contraste com: “Manifesta se tornará a obra de
cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e
qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará” (1 Co 3:13) [grifo
nosso]. Esse Dia se refere ao tribunal de Cristo, pelo qual todos os cristãos
haverão de passar (2 Co 5:10). Isso nos mostra que Paulo não estava
preocupado em justificar-se diante dos homens. Ele nem mesmo ousava
julgar a si mesmo, mas entregava todo julgamento ao Senhor.
Pessoalmente pude testemunhar o exemplo do servo de Deus, Dong Yu Lan.
Ele foi alguém que praticou essa palavra, pois mesmo diante de duras críticas
e de acusações injustas não se justificava, tampouco revidava; antes, sempre
que necessário, estava disposto a ceder e sofrer o dano a fim de que Deus
pudesse continuar Sua obra por meio dele. Diante disso ressaltamos que
quem serve a Deus, sem dúvida, será criticado, seja por pessoas de fora, por
parentes, familiares, amigos e, muitas vezes, até mesmo por irmãos da igreja.
Na Epístola de Paulo aos Romanos lemos: “Quem és tu que julgas o servo
alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque
o Senhor é poderoso para o suster” (14:4). Isso nos mostra que é provável
haver críticas no viver da igreja. Prosseguindo: “Tu, porém, por que julgas
teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante
o tribunal de Deus” (v. 10). Infelizmente, uma das atitudes mais comuns no
viver da igreja é o julgamento entre irmãos. Alguns se preocupam em
demasia, a ponto de desistir quando são criticados; já outros se irritam e não
aceitam. Qual deve ser a atitude adequada? Como despenseiros de Deus, não
podemos ser abalados pelas críticas. Precisamos estar cientes de que seremos
julgados e isso não nos pode afetar, do contrário nos desgastaremos ao tentar
administrar os sentimentos gerados pelas críticas. Nosso olhar deve estar no
Senhor que é poderoso para nos suster. Amém!
Pergunta: Qual a postura correta de um despenseiro diante de Deus e das críticas?
Meu ponto-chave:
Semana 2 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 3:8; 4:2-6; 2 Co 10:18
Ler com oração:
Pois, se o nosso coração nos acusar, certamente, Deus é maior do que o
nosso coração e conhece todas as coisas (1 Jo 3:20).

Deus é quem nos julga


Ontem, aprendemos uma importante lição: se servimos ao Senhor como
Seus despenseiros, sendo ativos, certamente seremos criticados. Se nada
fizermos, também o seremos. Não há como escapar de críticas! Diante disso,
como agir? Devemos buscar a Cristo e Este crucificado. Isso aumenta nossa
capacidade de suportar críticas. Não tenhamos medo de errar; caso erremos,
devemos arrepender-nos, pedir perdão, corrigir nosso erro e avançar. Quando
o servo de Deus, Dong Yu Lan, estava conosco, era nosso “guarda-chuva” e
estávamos sob ele, ou seja, ele sofria toda a pressão das críticas sobre si. Hoje
o nosso anelo é ser o “guarda-chuva” dos demais irmãos. Por isso, amado
leitor, contamos com suas orações. É em razão dessa atitude de cooperação e
apoio que podemos desfrutar de um ambiente de unanimidade, onde temos o
mesmo falar, “remando” na mesma direção.
Uma advertência que a Primeira aos Coríntios evidencia é que se deve evitar
autoexaminar-se em demasia, especialmente aqueles que ministram
mensagens (cf. 4:3). A tendência de examinar-se é constante, especialmente
após proferir a palavra de Deus, procurando observar qual é a reação da
audiência, se gostaram ou não do que foi falado, se logo compartilharão a
respeito, comparando com a reação das pessoas diante dos demais
pregadores. Não devemos ter essa atitude, pois, se formos muito subjetivos,
seremos prejudicados em nosso serviço ao Senhor. Por outro lado, isso não
significa que não devemos buscar aperfeiçoamento; antes, como o amado
irmão Dong Yu Lan nos recomendava, devemos levar as críticas diante do
Senhor buscando ser iluminados. O mais importante ao ministrarmos é
exercitar nosso espírito fervorosamente e nos alimentar da Palavra.
Na Primeira aos Coríntios já abordamos duas características de um
despenseiro: ser fiel (4:2) e suportar críticas (v. 3). Vejamos outra
característica: “Porque de nada me argui a consciência; contudo, nem por isso
me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor” (v. 4). Aqui vemos a
importância de servirmos no temor do Senhor, sabendo que um dia seremos
julgados por Ele. “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o
Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas
também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o
seu louvor da parte de Deus” (1 Co 4:5). Um despenseiro dos mistérios de
Deus deve buscar o louvor de Deus e não de homens, pois é Ele quem
conhece os segredos dos homens. Ainda na Epístola aos Romanos lemos:
“Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do
coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos
homens, mas de Deus” (2:29). O objetivo de um despenseiro não é agradar a
homens, mas sim a Deus. Devemos lembrar-nos que o nosso galardão vem de
Deus, é Ele quem nos julga; mesmo que outros ou nós mesmos consideremos
louvável nosso próprio serviço, não significa que ele está aprovado (1 Co 3:8;
2 Co 10:18).
Outra característica de um despenseiro é ser modelo para os demais, alguém
que pode ensinar não apenas com palavras, mas com atitudes. “Estas coisas,
irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa,
para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está
escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento
de outro” (1 Co 4:6).
O apóstolo Paulo, ao discorrer sobre as características de um despenseiro, na
Primeira aos Coríntios, aplicou-as figuradamente a si e a Apolo como
exemplos a fim de instruir os coríntios. “Quem é Apolo? E quem é Paulo?
Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada
um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (3:5-6). Com
isso Paulo estava ensinando aos coríntios como ele e Apolo apresentaram
seus serviços a Deus.
Pergunta: Qual deve ser o objetivo de um despenseiro?
Meu ponto-chave:
Semana 2 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 18:27b-28; 1 Co 2:1-5; 3:4-5
Ler com oração:
Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos
Exércitos (Zc 4:6b).

Não usar de eloquência, mas demonstração do Espírito


Quando recebemos ajuda dos servos de Deus, precisamos estar atentos a não
gerar preferências. Na Primeira aos Coríntios, Paulo nos dá a entender que ele
e Apolo cuidaram dos santos ali e que, por estes serem carnais e imaturos,
estavam criando partidos em seus nomes (3:4-5).
Sobre Apolo lemos: “Nesse meio tempo, chegou a Éfeso um judeu, natural
de Alexandria, chamado Apolo, homem eloquente e poderoso nas Escrituras”
(At 18:24). A eloquência de Apolo impressionava as pessoas, que o preferiam
a Paulo. Alguns seguiram Paulo porque ele os havia gerado, outros, Pedro por
ele ter sido o primeiro apóstolo e outros, Apolo por causa de sua eloquência.
Apolo foi muito ajudado por Priscila e Áquila, pois conhecia apenas o
batismo de João Batista. Em seguida foi encorajado a ajudar os discípulos na
região da Acaia: “Tendo chegado, auxiliou muito aqueles que, mediante a
graça, haviam crido; porque, com grande poder, convencia publicamente os
judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é Jesus” (At 18: 27b-
28).
Fica evidente, nessas passagens da Bíblia, o contraste entre Paulo e Apolo.
Apolo usava de muita eloquência, enquanto Paulo não. Apesar de ser muito
culto, Paulo pôde testificar aos coríntios: “Eu, irmãos, quando fui ter
convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação
de linguagem ou de sabedoria” (1 Co 2:1). Ele poderia falar com eloquência,
mas sua decisão foi a de nada saber, a não ser Jesus Cristo, e Este crucificado
(v. 2). Além disso, ao servir, Paulo não se preocupava em ostentar força,
antes esteve em fraqueza e grande temor entre os coríntios (v. 3). Essa
postura nos mostra a necessidade que temos de depender do Espírito. Se
quisermos ser despenseiros dos mistérios de Deus, precisamos aprender a
depender do Senhor e não de nossa capacidade. Apesar de Deus usar nossa
capacidade humana, Ele somente o fará após passarmos por “morte e
ressurreição”. O nosso desejo é que cada irmão, irmã e, principalmente, os
jovens sirvam com sua energia, vitalidade e conhecimento, contudo não se
apoiem em sua capacidade, antes a submetam à cruz de Cristo, do contrário
sua utilidade será muito limitada.
Ao falar aos coríntios, Paulo continua: “A minha palavra e a minha pregação
não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2:4). Diante dessa palavra, como
intérprete do servo de Deus, Dong Yu Lan, posso testificar que ele não era
um homem eloquente, mas sua pregação era cheia de demonstração de
espírito e de poder e, em razão disso, a Palavra de Deus avançava aonde quer
que ele fosse. Apesar de ter conhecimento, a prioridade desse servo de Deus
era sempre seguir o Espírito. Quando o interpretávamos éramos contagiados
pelo poder do Espírito que fluía dele. Portanto podemos constatar que o que
leva a obra de Deus adiante não é nossa eloquência, mas sim a demonstração
do Espírito a fim de que a fé das pessoas não se baseie em sabedoria humana,
mas no poder de Deus (v. 5).
O erro dos coríntios foi ter preferência por Paulo e por Apolo em detrimento
da unidade e unanimidade da igreja. Paulo adverte: “Estas coisas, irmãos,
apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que
por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de
que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro” (1 Co
4:6). “Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas
recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras
recebido?” (v. 7). Sobressair é distinguir-se dos demais e aparecer com mais
evidência, outro erro dos coríntios. Paulo, porém, os lembra de que tudo o
que tinham na verdade foi dado por ele. O apóstolo ainda declara: “Já estais
fartos, já estais ricos; chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para
que também nós viéssemos a reinar convosco” (v. 8). Os coríntios, depois de
alguns anos e após terem adquirido conhecimento, achavam que eram
independentes, que não precisavam mais de Paulo. Esse é um sintoma de uma
igreja que está satisfeita com o próprio sucesso, que diz não mais precisar da
palavra profética dos apóstolos e que irá seguir a própria direção baseando-se
em preferências humanas.
Diante desse quadro, Paulo lhes disse: “Porque a mim me parece que Deus
nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à
morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a
homens” (1 Co 4:9). O apóstolo usou uma metáfora, um exemplo, a fim de
comparar a sua situação com a situação dos coríntios. No tempo do império
romano, havia espetáculos com gladiadores e feras. Na primeira parte do
espetáculo, havia luta entre os gladiadores, porém, na última fase, além de os
gladiadores matarem-se uns aos outros, escravos e criminosos condenados à
morte eram lançados nas arenas para que as feras os devorassem vivos. Com
esse exemplo, Paulo queria demonstrar que os coríntios estavam em uma
situação bem melhor do que a dos apóstolos. Estes seriam expostos a fim de
que todos os ridicularizassem. Foi isso que aconteceu com o amado irmão
Dong Yu Lan. De muitos modos ele foi motivo de acusações, seja
presencialmente, seja por meio da internet, e, apesar de tanta ridicularização e
dor, ele continuava a ministrar com alegria e entusiasmo.
Que o Senhor nos conceda a mesma graça para que suportemos as provas
mesmo quando expostos como espetáculo ao mundo. Ó Senhor Jesus!
Pergunta: O que significa servir a Deus em fraqueza, temor e grande tremor?
Meu ponto-chave:
Semana 2 – SÁBADO
Leitura bíblica:
At 18:1-3; 1 Co 4:10-12
Ler com oração:
Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta
das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja
(Cl 1:24).

Ser um com o Senhor em meio aos sofrimentos


O apóstolo Paulo era alguém que conhecia a Deus de modo muito íntimo.
Isso nos orienta a importar-nos mais com quem somos do que com o que
fazemos diante de Deus. Paulo tinha tanta intimidade com Deus que podia
falar: “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se
separe do marido” (1 Co 7:10). Isso mostra que ele era um com o Senhor e
que, por sua união ser tão intensa, ele podia falar em nome do Senhor. Essa
união também pode ser vista no versículo 12: “Aos mais digo eu, não o
Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com
ele, não a abandone”. Por causa de sua intimidade com o Senhor, ele tinha
ousadia em saber que mesmo ele falando e não o Senhor, sua fala seria
legitimada por Deus.
De fato, Paulo era um despenseiro de Deus e estava sempre disposto a sofrer
por causa de sua comissão: “Levando sempre no corpo o morrer de Jesus,
para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que
vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que
também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que,
em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida” (2 Co 4:10-12). Por esses
versículos podemos ver que como despenseiros de Deus devemos sempre ter
conosco a experiência da cruz, a fim de que possamos levar vida aos demais.
Se não passarmos pela morte, a vida não pode manifestar-se aos outros.
Em Romanos Paulo testifica: “Como está escrito: Por amor de ti, somos
entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o
matadouro” (8:36). Isso significa que, ao sermos criticados, julgados, mal
compreendidos, vituperados ou difamados, na verdade estamos sendo
entregues à morte como ovelhas para o matadouro. Por vezes seremos
considerados loucos por causa de Cristo e tidos como fracos e desprezíveis (1
Co 4:10). Ser considerado louco é na verdade ser considerado tolo, e ser fraco
para os outros, na verdade, para nós é depender do Senhor. Quanto a sermos
considerados desprezíveis significa sermos vistos como lixo do mundo, como
uma carga dispensável ou a sujeira que é descartada como escória.
Outro sofrimento de Paulo é que mesmo servindo aos santos ele trabalhava
com as próprias mãos: “Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez;
e somos esbofeteados, e não temos morada certa, e nos afadigamos,
trabalhando com as nossas próprias mãos” (1 Co 4:11-12a). Paulo, muitas
vezes, teve de exercer o seu ofício de fazer tendas juntamente com Áquila e
Priscila, pois não podia contar com o suprimento dos santos em Corinto (At
18:1-3).
Foi com essa disposição que o amado irmão Dong Yu Lan também serviu a
Deus. Em certa ocasião, ao chegar a um país com o fim de ministrar a
Palavra, não lhe foi servida refeição, nem mesmo cama, e mesmo assim ele
continuava a servir com alegria. Em outro momento, um grupo de irmãos de
origem indígena foi ganho porque ele não se recusou a sentar no chão com
eles e comer daquilo que lhe era oferecido.
Vemos, portanto, que para ser despenseiros precisamos estar dispostos a
suportar sofrimentos e privações. Apesar disso, um despenseiro percebe que
sofrer por causa do nome do Senhor é algo glorioso, pois estes que são
considerados lixo do mundo e escória de todos é que multiplicarão os frutos
do reino de Deus!
Pergunta: Como despenseiro de Deus, você está disposto a ser desprezado pelos outros?
Meu ponto-chave:
Semana 2 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Co 11:16; 14:33; 16:1; 1 Tm 1:1-2; 2 Tm 1:1-2
Ler com oração:
Ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo,
muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus (1 Co 4:15).

Ser como pai para os irmãos


Ao escrever aos coríntios, Paulo afirmou: “Não vos escrevo estas coisas
para vos envergonhar; pelo contrário, para vos admoestar como a filhos meus
amados. Porque, ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não
teríeis, contudo, muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo
Jesus” (1 Co 4:14-15). Aqui o apóstolo se coloca na posição de um pai, em
contraste com a figura de um preceptor, ou seja, de um tutor que
simplesmente educa e acompanha os filhos de outros. Quando Paulo se
mostra como um pai aos coríntios, ele deseja mostrar que entre eles havia um
vínculo de vida. Esse vínculo também é demonstrado para com os gálatas:
“Meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós” (Gl 4:19); e também para com Timóteo (1 Tm 1:1-2; 2 Tm
1:1-2).
Sendo assim, quando Paulo recomendou Timóteo aos coríntios, seu intuito
era também de que Timóteo lhes lembrasse os caminhos em que Paulo os
havia instruído: “Por esta causa, vos mandei Timóteo, que é meu filho amado
e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo Jesus,
como, por toda parte, ensino em cada igreja” (1 Co 4:17). Nesse versículo
vemos um princípio muito importante: as igrejas de que Paulo cuidava
deveriam estar sob a mesma orientação, ou seja, sob a mesma palavra
profética: “Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um
conforme Deus o tem chamado. É assim que ordeno em todas as igrejas”
(7:17). Paulo ordenava até mesmo questões com respeito às ofertas aos santos
e não admitia contendas com respeito à orientação apostólica que as igrejas
deviam seguir (cf. 1 Co 11:16; 14:33; 16:1).
Paulo reconhecia a importância da sua presença nas igrejas: “Alguns se
ensoberbeceram, como se eu não tivesse de ir ter convosco; mas, em breve,
irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e, então, conhecerei não a palavra, mas o
poder dos ensoberbecidos. Porque o reino de Deus consiste não em palavra,
mas em poder. Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e
espírito de mansidão?” (1 Co 4:18-21). Nesse trecho podemos extrair quatro
lições. Primeira, o despenseiro de Deus anda em união com Deus; segunda, a
presença do despenseiro pode mudar a situação da igreja; terceira, o reino de
Deus não consiste em palavras, mas em poder; e quarta, o despenseiro de
Deus é alguém espiritual. Isso significa que seus sentimentos são sempre
moderados, mesmo que se irritem, não o fazem além da medida e tampouco
mantêm a sua ira. Podemos ver que Paulo, do mesmo modo que repreendia os
coríntios, também os tratava com a mansidão de um pai.
Como despenseiros de Deus, precisamos aprender a fazer tudo no espírito,
até mesmo em nossos passatempos ou atividades diárias. Esse é um caminho
seguro e sobremodo excelente! Aleluia!
Pergunta: Em nossa vida espiritual, qual a diferença entre um tutor e um pai?
Meu ponto-chave:
CRISTO, NOSSO CORDEIRO PASCAL – (1 CO 5:7-8)

Semana 3 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 2:14-16; 3:21-22; 4:1-3, 14-15; Ef 4:11-12
Ler com oração:
Sabeis, ainda, de que maneira, como pai a seus filhos, a cada um de vós,
exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de
Deus, que vos chama para o seu reino e glória (1 Ts 2:11-12).

A maneira adequada de lidar com problemas na igreja


Na mensagem desta semana, que tem como título “Cristo, nosso Cordeiro
pascal”, abordaremos o quinto capítulo da Primeira Epístola de Paulo aos
Coríntios. Veremos que: 1) a falta de sensibilidade ao pecado da parte dos
irmãos dessa igreja estava na raiz de vários problemas que ela enfrentava; 2)
somente tendo uma vida cheia do Espírito, os cristãos conseguem ter
discernimento daquilo que desagrada a Deus; 3) quando não há esse
discernimento, é necessária a disciplina que tenha como alvo o
arrependimento e, por fim; 4) ao tomarmos Cristo como nosso Cordeiro
pascal, precisamos lançar fora todo o fermento de nossa vida. Agora, com
base na síntese da mensagem anterior, veremos quais as características e
habilidades que tornam um servo de Deus apto para lidar com situações de
pecado na igreja.
Nunca podemos esquecer que nós, servos de Deus, temos o Espírito: “Ora,
nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de
Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1
Co 2:12). Por isso, precisamos andar e viver no espírito para ter
discernimento e uma percepção diferente daqueles que vivem em seu homem
natural (vs. 14-15). Enquanto alguns diziam: “Eu sou de Paulo, e eu de
Apolo, e eu de Cefas” (1:12), Paulo disse: “Nós é que somos de vocês” (cf.
3:21-22). A visão do homem espiritual é contrária à do homem natural. Deus
concedeu os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres para o
Corpo (Ef 4:11-12). O Corpo não lhes foi dado, mas eles foram dados ao
Corpo. Deus quer dar tudo para o Corpo de Cristo. Deus quer dar-nos tudo.
Louvado seja o Senhor!
Vimos que um ministro de Cristo e despenseiro dos mistérios de Deus está
disposto a servir e a ser criticado (1 Co 4:1-3). Ele não serve com uma visão
mundana. No mundo, reis, governadores, ministros dominam e reinam sobre
as pessoas. Mas o verdadeiro ministro de Cristo não se vê como aquele que
veio para mandar e ser servido, mas para ser um servo, de maneira especial,
um servo com coração de pai, não como professor (1 Co 4:14-15).
Um genuíno servo de Deus precisa cuidar e admoestar seus conservos como
um pai faz a seus filhos. Tanto o pai como o professor ensinam, mas o
professor tem um horário marcado para isso e não tem a responsabilidade de
acompanhar o estudante nos problemas e desafios pelos quais passa ao longo
da vida, enquanto o pai acompanha seu filho por toda a vida. Além disso, no
momento de admoestá-lo, seu objetivo não é expulsá-lo de casa, mas ajudá-lo
a superar suas dificuldades e restaurar os laços que porventura tenham sido
quebrados com os membros da família.
Portanto é esse sentimento e essas características que precisamos ter para
ajudar a igreja nos problemas pelos quais porventura esteja passando.
Devemos agir como homens espirituais que têm uma percepção e
discernimento da situação segundo a visão de Deus (1 Co 2:15-16); agir
como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus (4:1-2), sendo
fiéis e sabendo que estamos aqui para servir os irmãos, o Corpo de Cristo.
Devemos conduzir-nos como pais que têm o desejo de solucionar o problema
dos filhos e que, mesmo quando veem a necessidade de aplicar uma
disciplina, seu objetivo não é o castigo em si, mas a restauração da comunhão
com Deus e com os irmãos em Cristo que porventura tenha sido perdida.
Deus abençoe cada um de nós na prática dessa palavra. Aleluia!
Pergunta: Como deve ser o sentimento de seu coração para ajudar a resolver os
problemas na igreja?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Herdeiro de Deus” – cap. 4 – Editora Árvore da Vida.
Semana 3 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ef 5:3-11
Ler com oração:
Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém,
reprovai-as (Ef 5:11).

A falta da sensibilidade ao pecado


No quinto capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo lida com um
problema muito sério na igreja: a imoralidade. Ele admoesta a igreja com as
seguintes palavras: “Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e
imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se
atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. E, contudo, andais vós
ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso
meio quem tamanho ultraje praticou?” (vs. 1-2). Temos uma situação
específica, da qual podemos obter alguns princípios para exemplificar como
um ministro de Cristo lida com problemas dessa natureza na igreja.
Vemos aqui um irmão que praticou um pecado bastante grosseiro, pois se
atreveu a possuir a mulher de seu próprio pai. Uma situação triste e
lamentável! Mas a admoestação de Paulo aos coríntios nesses versículos
iniciais é: “Vocês sabiam dessa situação e não lidaram com ela?”. A atitude
passiva daquela igreja diante da situação passa a impressão de que não
consideravam aquele pecado como algo grosseiro e condenável. Portanto isso
nos revela algo muito importante sobre a igreja em Corinto: eles haviam
perdido a sensibilidade ao pecado! Por isso não consideraram a seriedade e a
gravidade daquele problema. Isso acontece todas as vezes que passamos a
olhar para o pecado com olhos humanos, e não do ponto de vista de Deus.
Conforme vimos em semanas anteriores, a cidade de Corinto ficava na
Grécia e recebia influência dos costumes, filosofia e cultura gregas. Para
muitos sábios e filósofos gregos, o comportamento daquele pecador não seria
condenável, mas para Deus sim. Querido leitor, você já percebeu o quanto
isso se tem tornado um perigo nos dias atuais? Cada vez mais os sábios e
estudiosos deste mundo têm dito que o importante na vida é “ser feliz”,
mesmo que o meio usado na busca da felicidade seja algo contrário à vontade
de Deus. Se não vivermos intensamente a Palavra do Senhor e não nos
voltarmos ao Espírito, poderemos tomar o mesmo caminho da igreja em
Corinto: achar todo tipo de situação “normal” e permitir que elas entrem na
igreja.
Qual a visão que você tem do mundo hoje? Em Apocalipse, lemos: “Então,
exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a grande Babilônia e se
tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e
esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações
têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os
reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua
luxúria” (18:2-3). Esses versículos nos revelam a visão de Deus sobre o nosso
mundo. Deus vê o mundo como morada de demônios, covil de toda a espécie
de espírito imundo e esconderijo de toda ave imunda e detestável. Isso é o
que a Palavra de Deus nos diz sobre a forma como Deus vê o mundo; mas
nós temos essa percepção? Temos ou não essa mesma visão?
Graças a Deus! Ele tem um chamamento para aqueles que estão envolvidos
com o que há no mundo: “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela,
povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não
participardes dos seus flagelos” (Ap 18:4). Esse é o chamamento de Deus
para Seu povo porque este estava misturado com toda essa realidade que há
no mundo. O povo de Deus se tinha tornado cúmplice dessas obras. Hoje,
alguns pensam ser normal olhar pornografia sob a desculpa de que “todo
mundo vê”. Outros, que nunca pensaram em separação no casamento, já
falam na possibilidade com o discurso de que “todo mundo se separa, pois o
importante é ser ‘feliz’”. Esse é um sério sinal de que o mundo tem
influenciado os irmãos na igreja. Não nos vamos tornar cúmplices dessas
obras, antes, vamos reprová-las (Ef 5:3-11)! Deus seja louvado.
Pergunta: O que aos olhos de Deus é pecado, mas nossa sociedade não mais considera
tomo tal?
Meu ponto-chave:
Semana 3 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 1:1-2, 9; 5:1-13; Ef 5:8, 11
Ler com oração:
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns
com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado
(1 Jo 1:7).

Como ter discernimento do que é pecado


A igreja em Corinto se deixou misturar com a cultura e costumes que eram
próprios da sociedade em que viviam. Isso fez com que perdessem a
sensibilidade ao pecado, pois não havia neles um sentimento de reprovação.
Simplesmente aceitaram aquele pecado como algo sem importância. Eles não
tinham luz para ver como Deus via aquela situação (1 Co 5:1-13). Precisamos
da luz do Senhor! Hoje vamos ver alguns princípios básicos para lidar com
esse tipo de problema. Como ter discernimento do que é pecado? Como não
nos tornarmos cúmplices das obras infrutíferas das trevas?
Em primeiro lugar, nossa comunhão não é mais com o mundo, mas com o
Pai: “O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que
vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é
com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos
para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo 1:3-4). Amado leitor, a Primeira
Epístola aos Coríntios começa falando que fomos chamados para ser santos
com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo (1:1-2). Creia! Você foi chamado, separado e hoje pertence a Deus!
Chamados à comunhão de Seu Filho (v. 9) e não à comunhão do mundo.
Muitos filhos de Deus têm achado normais as coisas mundanas porque têm
tido comunhão com o mundo. Se a Palavra de Deus expõe coisas contra as
quais Deus se posiciona, como temos a coragem de dizer que não somos
contra elas? A nossa comunhão deve ser com o Pai, com Seu Filho e com os
irmãos, não com o mundo!
Em segundo lugar, para discernirmos o pecado, precisamos andar como
filhos da luz: “Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos
anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se
dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas,
mentimos e não praticamos a verdade” (1 Jo 1:5-6). Atentemos para o fato de
que, logo após falar de comunhão, o Senhor fala sobre andarmos. Como você
tem andado? Se dissermos que temos comunhão com Ele e andarmos nas
trevas, a Palavra de Deus diz que estamos mentindo. Portanto basta de
sermos coniventes com o pecado e cúmplices nas obras das trevas! Vamos
posicionar-nos e andar como filhos da luz (Ef 5:8, 11)!
O resultado desse andar será termos discernimento do pecado: “Se, porém,
andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo
1:7). O sangue purifica porque reconhecemos que pecamos. E, ao reconhecer
o pecado, por meio da comunhão com o Pai e da comunhão com a igreja,
arrependemo-nos e podemos aplicar o sangue de Jesus para sermos
purificados de toda e qualquer impureza. Essa é uma experiência que dia após
dia todo cristão deve ter.
Por fim, em terceiro lugar, precisamos saber que quem nos traz o
discernimento do pecado é o Espírito: “Eu vos digo a verdade: convém-vos
que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se,
porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da
justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o
príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16:7-11). Lembre-se: todo filho de
Deus tem o Espírito. E, segundo essa porção, quando o Espírito chega, Ele
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Isso significa que, se
estou no espírito, tenho discernimento a respeito do pecado, discernimento a
respeito daquilo que Deus determinou para mim (Sua justiça) e discernimento
a respeito do dia em que estarei diante do tribunal de Cristo (o juízo).
Portanto o caminho para termos cada vez mais discernimento do pecado é
intensificar nossa comunhão com o Pai e com o Corpo de Cristo, andar como
filhos da luz e nos encher cada dia mais do Espírito! Essa era a necessidade
da igreja em Corinto. Essa é a nossa necessidade hoje. Jesus é o Senhor!
Pergunta: Como ter discernimento daquilo que é pecado?
Meu ponto-chave:
Semana 3 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Lc 5:32; Jo 12:47; 16:7-11; 1 Co 5:1-5; 2 Co 5:10; Hb 12:9-11
Ler com oração:
Eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus,
porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes
da sua santidade (Hb 12:10).

A disciplina na igreja (1)


Ao que tudo indica, muitos irmãos da igreja em Corinto se misturaram com
a cultura e costumes da sociedade em que viviam. Isso lhe trouxe sérios
problemas, como o pecado da imoralidade (1 Co 5:1-2). Hoje, percebemos
muitos problemas no meio cristão. Qual a causa? É a influência da cultura e
práticas mundanas sobre alguns filhos de Deus e sobre algumas igrejas.
Alguns não consideram que determinadas práticas imorais sejam pecado.
Dizem: “É comum. Todo mundo faz isso”. Isso demonstra que eles não estão
no espírito, pois, quando o Espírito está presente, Ele convence o homem do
pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:7-11). Uma pessoa no espírito discerne
aquilo que é pecado, preocupa-se com a vontade de Deus e se prepara para
estar diante do tribunal de Cristo (2 Co 5:10). E você, querido leitor? Tem-se
preparado para esse Dia? Eis a importância de todos os dias usar e exercitar o
espírito, de invocar o nome do Senhor e estar na comunhão com o Senhor e
com a igreja.
Dessa forma, quando Deus enviar Sua luz e expuser qualquer pecado entre
os Seus filhos, essa exposição será para salvação, e não para condenação!
Lembre-se: Ele não quer condenar, mas salvar o pecador e conduzi-lo ao
arrependimento (Lc 5:32; Jo 12:47b). Vejamos como Paulo lida com esse
problema de imoralidade da igreja em Corinto. Primeiro, ele relata a situação
e aponta o pecado (1 Co 5:1). Em seguida, mostra que a igreja estava
insensível àquela situação e que deveriam lidar com o problema (v. 2). Mas
como fazer isso? A resposta vem em sequência. Tudo o que formos fazer na
igreja, devemos fazer no espírito: “Eu, na verdade, ainda que ausente em
pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente,
que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o
meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor” (vs. 3-4).
Vamos atentar para os princípios que podemos aprender com essa disciplina
aplicada por Paulo. Ele diz: “em nome do Senhor Jesus”, depois, “reunidos
vós e o meu espírito” e ainda “com o poder de Jesus, nosso Senhor”.
Precisamos tratar os pecados na igreja, mas devemos sempre lembrar que um
ministro de Cristo não lida com esse tipo de problema na carne. Ele usa o
espírito! E não somente isso, como também leva os irmãos a usarem seu
espírito, fazendo isso no nome do Senhor e com o poder do Senhor. Por quê?
Porque toda disciplina tem uma motivação e um objetivo, conforme lemos no
livro de Hebreus: “E estais esquecidos da exortação que, como a filhos,
discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do
Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige
a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que
perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não
corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado
participantes, logo, sois bastardos e não filhos” (12:5-8). Prestemos atenção a
que o objetivo da disciplina não é o castigo, mas conduzir o filho ao
arrependimento. E a motivação da disciplina é o amor, porque Deus
disciplina a quem ama! Ao final da disciplina, o Senhor espera que Seus
filhos sejam mais participantes de Sua santidade (vs. 9-10). Portanto a
disciplina é necessária para despertar o pecador e conduzi-lo ao
arrependimento, mesmo que ela não seja vista com alegria no momento em
que for aplicada (v. 11). Mas fiquemos atentos: devemos sempre aplicá-la no
espírito, conduzindo os irmãos para o espírito, em nome de Jesus e em Seu
poder. Que o Senhor nos conduza sempre em Seus caminhos. Glória a Deus!
Pergunta: Como deve ser aplicada a disciplina sobre um filho de Deus que tenha caído
em pecado?
Meu ponto-chave:
Semana 3 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jo 3:17; 1 Co 5:1-5
Ler com oração:
Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se
arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento (Lc 15:7).

A disciplina na igreja (2)


A aplicação de uma disciplina exige muita sensibilidade e discernimento no
espírito, pois necessita da consideração de duas questões: o grau de disciplina
e a sua duração. Tudo deve ser segundo o espírito, pois o tempo da disciplina
é determinado pelo Senhor. Portanto os irmãos que têm de fazer isso devem
ter essa sensibilidade no espírito e consultar ao Senhor: “Senhor, qual é a
disciplina? Qual a duração dessa disciplina?”.
Quando Paulo aplicou a disciplina sobre aquele que estava numa situação de
imoralidade na igreja em Corinto, ele a estabeleceu no espírito, em nome do
Senhor e no poder de Jesus (1 Co 5:3-5). Mesmo assim, o apóstolo
considerou se o grau daquela disciplina teria sido forte demais: “Ora, se
alguém causou tristeza, não o fez apenas a mim, mas, para que eu não seja
demasiadamente áspero, digo que em parte a todos vós; basta-lhe a punição
pela maioria. De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo,
para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza. Pelo que vos
rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (2 Co 2:5-8). O pecado
daquele irmão gerou tristeza não somente em Paulo, mas em toda a igreja,
ainda assim, por mais que isso tenha acontecido, por mais que a disciplina
tenha sido forte, ele pediu que a igreja confirmasse o seu amor para com
aquele irmão. Portanto, querido leitor, aprendemos nessa passagem uma lição
fundamental sobre a aplicação da disciplina: ela não existe para
descarregarmos a raiva sobre o irmão que tenha cometido sua falha, mas para
trazer essa pessoa de volta ao Senhor.
Na Palavra, também vemos que existem tempo e graus diferentes de
arrependimento. Observamos isso no Evangelho de Mateus: “Passou, então,
Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo
fato de não se terem arrependido: Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós
se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e
cinza” (٢١-١١:٢٠). Quando Jesus diz que Tiro e Sidom já se teriam
arrependido caso tivessem visto os milagres que naquele momento fazia em
Corazim e Betsaida, Ele revela que as pessoas das duas primeiras cidades
teriam se arrependido muito mais rápido que as pessoas que estavam nas duas
últimas. Por outro lado, quando afirma que as pessoas de Tiro e Sidom se
teriam arrependido com “pano de saco e cinza”, Ele se refere ao grau do
arrependimento que, neste caso, seria muito profundo. Portanto Deus
considera tanto o tempo que levamos para nos arrepender quanto o grau de
nosso arrependimento.
Querido leitor, se hoje você está em alguma situação negativa, em alguma
situação de pecado, a pergunta que lhe fazemos é: até quando vai resistir,
deixando de se arrepender? E qual o grau do seu arrependimento? Quando
alguém comete algo que seja digno de arrependimento e essa pessoa diz “Ah,
eu pequei, é verdade, me desculpa aí, foi mal”, você acha que ela de fato se
arrependeu? Quando um irmão provoca um dano material a outra pessoa e se
comporta dessa mesma maneira, podemos dizer que houve arrependimento?
Cremos que não, pois um genuíno arrependimento não se resume a meras
palavras, mas sempre produzirá frutos: “Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento” (Mt 3:8). Por isso, devemos considerar não somente o grau
e o tempo do arrependimento, como também o grau e o tempo da disciplina!
Lembrem-se: o Senhor não nos quer condenar, Ele nos quer salvar (Jo
3:17)! Essa é a visão que precisamos ter. Nosso desejo é que realmente
tenhamos a realidade de uma igreja santa e, para isso, temos de lidar com as
situações irregulares que possam contaminar a irmandade. Contudo, jamais
devemos fazer isso com ira, mas cheios de amor. O objetivo da disciplina é
levar o pecador ao arrependimento cabal e restaurar a comunhão com o
Senhor e com o Corpo de Cristo. Louvado seja Deus!
Pergunta: Que deve ser considerado na aplicação da disciplina?
Meu ponto-chave:
Semana 3 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Êx 12:7-8; 1 Co 5:3-5, 13; 2 Co 2:5-11
Ler com oração:
Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de
fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado
(1 Co 5:7).

Lançai fora o fermento (1)


Temos abordado alguns princípios espirituais e práticos no quinto capítulo
da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios. Vimos que as situações
irregulares da igreja devem ser resolvidas para que não contaminem toda a
irmandade. Foi justamente esse o sentimento do apóstolo Paulo quando
decidiu em seu espírito, junto com o espírito dos irmãos, no nome do Senhor
e no poder de Jesus que o irmão que estava numa situação de imoralidade
fosse removido da igreja (vs. 3-5, 13). Graças ao Senhor, a disciplina
exercida por Paulo, por mais que tenha sido severa, gerou o resultado
esperado: o arrependimento (2 Co 2:5-11). Aquele irmão se arrependeu, foi
perdoado, readmitido na igreja e confortado pelos irmãos. Que vitória!
Isso nos mostra que não podemos fechar os olhos para os problemas que
surgirem na igreja. A preocupação de Paulo era que situações como essas
influenciassem negativamente toda a irmandade: “Não é boa a vossa
jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1 Co
5:6). Esse tipo de pecado é como um fermento. Se existir um determinado
problema e não for resolvido, os demais irmãos da igreja podem achar que
aquela situação é normal. Um pequeno “errinho”, pecado sem
arrependimento, sobretudo entre aqueles que servem e estão mais à frente da
obra de Deus, pode ferir a consciência de toda uma igreja. Precisamos
lembrar que basta um pouquinho de fermento para levedar toda uma massa.
A igreja não deve ter fermento: “Lançai fora o velho fermento, para que
sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo,
nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1 Co 5:7). Querido leitor, devemos
perceber que o tipo de vida que levamos ou as palavras que saem da nossa
boca podem provocar um sério dano à igreja. Vamos tirar o fermento do
nosso meio para nos tornar nova massa!
E por que Paulo fala de Cristo como nosso Cordeiro pascal justamente no
versículo em que nos encoraja a lançar fora o fermento? Na noite em que foi
estabelecida a Páscoa, um cordeiro deveria ser morto e seu sangue aplicado
nas ombreiras e verga das portas e então os israelitas comeriam a carne
assada no fogo com pães asmos e ervas amargas (Êx 12:7-8). Era uma
sombra do sacrifício de Cristo na cruz por nós. Eles deveriam comê-lo de
“lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-lo-eis à pressa; é
a Páscoa do SENHOR” (v. 11). Isso quer dizer que, ao alimentar-se daquele
cordeiro, seriam libertos e deveriam estar prontos a deixar o Egito para trás e
começar uma nova vida, uma vida em que retirariam o fermento de suas casas
para se alimentarem de pães asmos: “Sete dias comereis pães asmos. Logo ao
primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas, pois qualquer que comer
coisa levedada, desde o primeiro dia até ao sétimo dia, essa pessoa será
eliminada de Israel” (v. 15).
Amado leitor, por que há tantos problemas nas famílias dos cristãos? Porque
não tiram os fermentos de suas casas! Por exemplo: diante do televisor, do
computador ou do smartphone, nós nos alimentamos de pão com fermento ou
sem fermento? Muitos se acostumam tanto a ver novelas e séries que passam
a reproduzir o comportamento dos personagens a que estão assistindo. Veem
com constância casos de traição entre casais. Pouco depois, podem começar a
pensar: “Ah, eu não sou feliz com meu cônjuge. Quero me separar, pois
também tenho o direito de ser feliz”. Pensamentos assim procedem de
alguém que está comendo pão com fermento!
Vamos tirar o fermento das nossas casas! É para isto que nos alimentamos
de Cristo como nosso Cordeiro pascal: obtermos forças para abandonar todo
fermento, todo pecado, e dar início a uma nova vida! Louvado seja o Senhor!
Pergunta: Em sua casa existe algum tipo de fermento que precisa ser lançado fora?
Meu ponto-chave:
Semana 3 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Mt 23:3; Mc 6:18, 20; Lc 20:27; At 23:8; 1 Co 5:9-11
Ler com oração:
Posto que miríades de pessoas se aglomeraram, a ponto de uns aos outros
se atropelarem, passou Jesus a dizer, antes de tudo, aos seus discípulos:
Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia (Lc 12:1).

Lançai fora o fermento (2)


No domingo, primeiro dia da semana, na maioria das igrejas celebramos a
ceia do Senhor. Esse pão que partimos neste dia é um pão sem fermento.
Assim devemos proceder no restante da semana e nos alimentar somente de
pão sem fermento. Em Êxodo lemos: “Disse Moisés ao povo: Lembrai-vos
deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão
forte o SENHOR vos tirou de lá; portanto, não comereis pão levedado” (13:3).
Nós temos de nos lembrar de que Cristo morreu para nos salvar! Ele nos
libertou! Tirou-nos da casa da servidão!
Agora, é a nossa vez de lançar fora o fermento de dentro de nossas casas:
“Sete dias comerás pães asmos; e, ao sétimo dia, haverá solenidade ao
SENHOR. Sete dias se comerão pães asmos, e o levedado não se encontrará
contigo, nem ainda fermento será encontrado em todo o teu território.
Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo: É isto pelo que o SENHOR
me fez, quando saí do Egito” (Êx 13:6-8). Falando aos pais: acreditem, vocês
têm testemunhos para dar! Falem para seus filhos das maravilhas que o
Senhor tem feito desde o dia em que decidiram se posicionar por Ele. Mas,
primeiro, lancem fora o fermento de suas casas. Caso contrário, os primeiros
a perceber que vocês apreciam um alimento cheio de fermento serão
justamente seus filhos. Que o Senhor abençoe a cada um de vocês!
Até aqui vimos que fermento podem ser pecados, mas, a partir de agora,
veremos que fermento também podem ser comportamentos e determinados
tipos de ensinamentos. Na Primeira Epístola aos Coríntios lemos: “Por isso,
celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da
maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (5:8).
O fermento aqui está em oposição à sinceridade e à verdade, está associado
aos ensinamentos hipócritas dos fariseus e doutrinas modernistas dos
saduceus (cf. Mt 16:6, 12). O Senhor nos diz claramente: “Acautelai-vos do
fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12:1b). O fermento dos fariseus
é a hipocrisia, uma vida fingida. Todo cristão deveria refletir sobre a vida que
leva. Como é nossa vida? A vida que manifestamos aos irmãos é uma vida
real ou uma vida fingida? Se é vida fingida, é fermento.
O fermento dos saduceus está ligado ao modernismo, pois estes declaravam
não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito (Lc 20:27; At 23:8). As
ideologias de hoje, os pensamentos modernos, estão ligados ao fermento dos
saduceus. Até que ponto isso nos contamina? Estamos comendo esses pães
com fermento? Por isso, devemos lançar fora esse fermento e comer os pães
asmos da sinceridade e da verdade!
Existe ainda outro tipo de fermento: “Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede,
guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (Mc 8:15).
Herodes era um rei que havia cometido muitas coisas erradas no campo da
política e da moral, como tomar a mulher de seu irmão. Ele temia a João
Batista, apreciava ouvi-lo, mas não mudava de vida (Mc 6:18, 20). Aplicando
aos nossos dias, são aqueles cristãos que chegam às reuniões da igreja,
ouvem e apreciam a palavra, mas depois que retornam para suas casas,
continuam a ser as mesmas pessoas. Esse é o fermento de Herodes, um mero
apreciador da palavra. Isso parece um pouco com outro tipo de fermento:
aqueles que falam palavras bonitas para os outros, mas eles mesmos não as
praticam (Mt 23:3). A direção que recebemos do Senhor é: não nos devemos
associar com pessoas assim (1 Co 5:9-11).
Portanto como vimos, o Senhor lida com o pecado com muita seriedade.
Não vamos ser indiferentes a todas essas questões. Nunca podemos esquecer:
a disciplina tem como alvo o arrependimento. Deus nos ama. Vamos celebrar
Cristo como nossa Páscoa e ter um viver comendo pão sem fermento! Que o
Senhor nos abençoe nesse propósito! Louvado seja Ele por Seu amor!
Pergunta: Quais os tipos de fermento que não podemos ter em nosso viver?
Meu ponto-chave:
AQUELE QUE SE UNE AO SENHOR É UM ESPÍRITO COM ELE –
(1 CO 6:17)

Semana 4 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Jó 12:10; Gl 5:16
Ler com oração:
Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos
em honra uns aos outros (Rm 12:10).

A origem dos problemas na igreja


O tema desta semana é: “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com
Ele”, baseado na Primeira aos Coríntios 6:17. Louvamos ao Senhor por Ele
nos ter dado um espírito (Jó 12:10). Jamais podemos esquecer que em nosso
interior há um espírito humano. Além disso, a obra redentora que o Senhor
Jesus realizou na cruz, além de nos salvar, tem como objetivo fazer-nos
receber o Espírito em nosso espírito humano a fim de que Ele opere uma
salvação orgânica em nosso ser.
O apóstolo Paulo, ao escrever a Primeira Epístola aos Coríntios, não apenas
lista uma série de problemas presentes na igreja em Corinto, mas foca
principalmente a solução de todos eles. Os versículos propostos para leitura
mostram que a solução para os problemas de uma igreja está, por um lado, no
Senhor e, por outro, em nosso espírito.
Os problemas com que Paulo lida nessa epístola expõem nossas fraquezas.
Talvez nossos pecados e problemas não sejam exatamente os mesmos ali
descritos, tais como os do quinto capítulo, mas podem ser semelhantes a eles.
Seja qual for o tipo de pecado que praticamos, o princípio de como lidar com
eles é o mesmo.
Lemos na Primeira Epístola aos Coríntios: “Vós mesmos fazeis a injustiça e
fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos!” (6:8). Esse versículo expõe o fato
de um irmão cometer injustiça e causar dano a outros irmãos. Não sabemos
qual o seu parecer a respeito disso, mas o fato é que, embora no mundo seja
comum as pessoas enganarem as outras, essa não deve ser a prática entre os
filhos de Deus na igreja.
Às vezes estamos tomados de um sentimento tão forte de autoproteção que
acabamos ignorando princípios básicos de relacionamento entre irmãos e
cometemos injustiça contra eles. Isso ocorre na igreja, ainda que muitos nem
percebam que agiram dessa forma. Surgem daí os que cometem a injustiça e
os que sofrem a injustiça. É assim que se iniciam os conflitos na igreja.
Mas, qual a verdadeira origem dos problemas na igreja onde irmãos
cometem injustiça e causam dano a outros irmãos? A resposta está no fato de
não viverem no espírito (Gl 5:16). Quando não vivemos no espírito, nosso
ego passa a influenciar fortemente as nossas ações, fazendo com que não
pensemos no próximo, mas tão somente em nós mesmos.
Uma vez, quando pregava o evangelho em certo país, uma irmã me pediu
para fazer um câmbio de moeda comigo. Depois que realizei essa operação
financeira, descobri que havia perdido cerca de 30% do valor original por
causa da desvalorização da moeda local. Provavelmente aquela irmã tinha
conhecimento da desvalorização pela qual passaria a moeda, mas ainda assim
aproveitou para lucrar. Não procurei reaver o dinheiro, pois sei que Deus me
retribuiria de outra forma. Às vezes agimos do mesmo modo. Por pensar
somente em nosso bem-estar, acabamos cometendo injustiça e causamos
dano aos próprios irmãos da fé. Essa é a origem de vários conflitos na igreja.
Que possamos aprender a viver no espírito e cultivar a honra e o respeito
mútuos entre nós a fim de não causar problemas aos irmãos e
consequentemente ao Corpo de Cristo.
Pergunta: Qual a influência do ego no relacionamento entre irmãos na igreja?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Herdeiro de Deus” – cap. 3 – Editora Árvore da Vida.
“Os grandes diamantes da Bíblia” – cap. 11 – Dong Yu Lan.
“Venha o Teu reino” – cap. 27 – Dong Yu Lan.
Semana 4 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 2:15; 6:1-9
Ler com oração:
Enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas
principalmente aos da família da fé (Gl 6:10).

Não envergonhar o nome do Senhor


“Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-la a juízo
perante os injustos e não perante os santos? Ou não sabeis que os santos hão
de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso,
indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos de julgar os
próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” (1 Co 6:1-3). Esses
versículos demonstram que a expectativa de Deus em relação a nosso futuro é
que sejamos reis e sacerdotes. Mas, conforme vimos ontem, como reinaremos
com Cristo cometendo injustiça e causando dano aos irmãos?
Quando os problemas entre os irmãos são levados para serem julgados em
tribunal mundano, isso envergonha o nome do Senhor. Se há problema entre
os irmãos, busquemos resolvê-lo “dentro de casa”, levando as situações
conflituosas para serem resolvidas por irmãos que tenham maturidade e
discernimento espiritual. Certamente eles buscarão o Senhor e a Sua Palavra
para resolver todos os problemas na igreja.
O apóstolo continua a dizer: “Entretanto, vós, quando tendes a julgar
negócios terrenos, constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma
aceitação na igreja” (1 Co 6:4). A Palavra de Deus nos diz que o homem
espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém
(2:15). Nenhum homem no mundo, por mais capaz que seja, pode julgar as
questões espirituais surgidas entre irmãos, pois não possuem discernimento
espiritual. Sempre que nos depararmos com problemas na igreja, sejamos
sensatos e busquemos o auxílio de homens espirituais.
O apóstolo Paulo ainda escreve: “O só existir entre vós demandas já é
completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por
que não sofreis, antes, o dano?” (1 Co 6:7). É preferível sofrermos o dano a
permitir que o nome do Senhor seja difamado entre os homens. Não podemos
colocar os nossos direitos acima do nome do Senhor. Levar vantagem sobre
irmãos pode resultar na perda do reino. Talvez alguém peça dinheiro
emprestado a um irmão e se esqueça de pagar, chegando a pensar: “Ah,
somos irmãos, ele não vai me processar. Devo, não nego, e pago quando
puder”. Isso é vergonhoso. “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o
reino de Deus?” (v. 9a).
O Senhor quer limpar situações como essa da vida da igreja, pois
envergonham o Seu nome. Ele faz assim porque nos quer salvar e nos tornar
aptos a reinar com Ele. Se um irmão deve a outro e não possui recursos para
quitar sua dívida, ele deve informar-lhe que não se esqueceu da sua
responsabilidade e que pretende quitá-la tão logo seja possível. O mesmo se
aplica às coisas que foram pedidas emprestadas e ainda não foram
devolvidas. Questões como essas podem criar sérios problemas entre irmãos.
Que o Senhor nos ilumine para que tenhamos novo começo com respeito ao
nosso relacionamento com os santos na igreja.
Pergunta: Quais as duas lições que pudemos aprender no dia de hoje?
Meu ponto-chave:
Semana 4 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 6:9-11; 1 Pe 1:2
Ler com oração:
Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia,
ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo
(Tt 3:5).

O lavar regenerador e transformador do Espírito


Lidar com questões não resolvidas do passado é fundamental para que
sigamos em paz em nossa jornada cristã. O tempo por si só não resolve os
problemas. Por isso, eles devem ser tratados de forma específica e pontual.
Sobre esse assunto, certa vez, uma irmã estrangeira que vivia no Brasil ficou
doente, o que a levou a uma profunda comunhão com o Senhor, perguntando-
lhe: “Senhor, mostre-me por que eu fiquei doente?”. Foi então que o Senhor a
fez lembrar de uma situação envolvendo um casal, ocorrida há trinta anos e
que ainda não havia sido resolvida. Embora não soubesse a localização do
casal, mas movida por um forte sentimento de clarificar o passado, a irmã
recebeu orientação de sua mãe de que deveria pedir perdão a ele e reparar a
pendência. Tempos depois, em uma conferência com cerca de trinta mil
pessoas, numa ida fortuita ao banheiro, a filha desta irmã encontrou o casal
no caminho e lhes transmitiu a mensagem de sua mãe. Eles, por sua vez, após
terem ouvido a mensagem, disseram à filha que estava tudo resolvido e que
sua mãe poderia seguir em paz. Quando o Senhor pede que você resolva o
assunto, Ele criará a situação adequada para você fazê-lo. O que podemos
aprender dessa história é que devemos ter a disposição de resolver as
questões pendentes do passado. Situações mal resolvidas nos amarram e
roubam a paz. Se houver alguma situação do passado ainda pendente, vá
diante do Senhor e Ele o iluminará quanto ao que você deve fazer para
resolver tudo. Isso lhe trará paz.
“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem
roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos
lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do
Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6:9-11). Os aspectos
apresentados nesses versículos não são objetivos, mas subjetivos. Eles se
relacionam à nossa experiência de aplicar a Palavra em nosso viver. De um
lado, Cristo já cumpriu tudo isso por nós, de outro, precisamos aplicar Seus
feitos em nosso cotidiano pelo lavar regenerador do Espírito.
Vamos considerar um trecho da Epístola de Paulo a Tito, seu cooperador:
“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o
seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas
segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e
renovador do Espírito Santo” (Tt 3:4-5). Esse lavar não é o lavar com o
sangue de Cristo, o qual visa purificar-nos dos nossos pecados, antes, é o
lavar da vida, o qual lida com a nossa pessoa. Por isso, estar debaixo do lavar
do Espírito é o mesmo que ser transformado.
Por fim, na Primeira Epístola de Pedro, lemos: “Eleitos, segundo a
presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a
aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”
(1:2). A santificação possui dois aspectos: o objetivo e o subjetivo. O
primeiro aspecto diz respeito a nossa posição em Cristo Jesus. O segundo,
por sua vez, está relacionado com o operar do Espírito em nós, que trabalha
Sua natureza divina em nosso ser, transformando nossa natureza pela vida
divina. A justificação também possui dois aspectos, o objetivo e o subjetivo.
O primeiro se relaciona com a obra redentora de Cristo e o segundo diz
respeito a nossos atos de justiça. Tudo isso mostra a importância de vivermos
no espírito. Para experimentarmos em nosso viver diário o lavar regenerador
e transformador do Espírito Santo, precisamos estar no espírito. Para isso é
importante praticar o invocar o nome do Senhor. Quanto mais invocamos este
nome: Ó Senhor Jesus; mais nos uniremos a Ele e seremos salvos, lavados,
santificados e justificados pelo operar do Espírito em nós. Que estejamos
convencidos da importância de usarmos o espírito, pois, quando o deixamos
de lado, nos tornamos causadores de problemas para nós e os irmãos. Que
possamos viver mais no espírito!
Pergunta: Por que o viver no espírito é tão importante para o viver da igreja?
Meu ponto-chave:
Semana 4 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 8:4-5, 12-23
Ler com oração:
Se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo
Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis (Rm 8:13).

Viver no espírito para desfrutar da condição de filho de Deus


O livro de Romanos nos traz revelações importantes, como podemos ler a
seguir: “A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (8:4). Note que a escolha
de andar segundo a carne ou o espírito é estritamente nossa. No versículo
seguinte, lemos: “Os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da
carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito” (v. 5).
Essa inclinação também é de nossa responsabilidade e está relacionada com
aquilo que pensamos ao longo do dia. Nesse sentido, a prática de invocar o
nome do Senhor é vital para que nos mantenhamos no espírito. Ao invocar
esse nome, automaticamente colocamos nossa mente no espírito e ele passa a
governá-la. Quando estiver cogitando das coisas da carne e não tiver forças
para se voltar ao espírito, invoque o nome do Senhor e esse nome aquietará a
sua mente e passará a exercer influência sobre ela.
“Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos
a viver segundo a carne” (Rm 8:12). Por vezes, vivemos como se devêssemos
algo à carne. Contudo, precisamos dar-nos conta do quão nocivo é viver na
carne: “Se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo
Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (8:13). Não
pense que viver na carne não seja tão ruim assim. Na verdade, a carne pode
levar-nos à morte. Quando, porém, exercitamos o espírito, ele anula as
intenções e feitos de nosso corpo carnal. Por isso insistimos em dizer que
devemos restaurar o hábito de viver no espírito.
Finalmente, uma importante percepção espiritual é-nos apresentada: “Todos
os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não
recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados,
mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai”
(Rm 8:14-15). Será que temos tido experiências de ser guiados pelo Espírito
de Deus? Quando exercitamos nosso espírito, tocamos numa realidade
espiritual importantíssima para a vida cristã, qual seja, temos um Pai e Ele
cuida de nós. Mas só conseguiremos desfrutar dessa realidade quando
estivermos no espírito. Talvez ainda não consigamos perceber de forma
ampla a realidade de ser um filho de Deus, porém, se vivermos no espírito,
mais e mais perceberemos quão maravilhoso isso é. Como filhos, podemos
chamar Deus de Pai. E, por fim, o versículo 23 diz: “Não somente ela, mas
também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em
nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo”.
Que busquemos viver mais no espírito a fim de sermos salvos das inclinações
de nossa carne e que mais da realidade de ser um filho de Deus possa
manifestar-se em nós. Essa é a nossa esperança.
Pergunta: Quais realidades espirituais acessamos quando estamos no espírito?
Meu ponto-chave:
Semana 4 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 6:11, 19-20; 1 Pe 2:20-23
Ler com oração:
Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e
paz (Rm 8:6).

A quem nos dirigimos: À carne ou ao espírito?


Quando exercitamos nosso espírito, não fazemos o que nós queremos, mas o
que Deus quer. Não percebemos, entretanto, que, por trás disso, há uma luta
espiritual. Em Gálatas, lemos: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais
satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito,
e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o
que, porventura, seja do vosso querer” (5:16-17). Todos os dias nossa carne
milita contra o espírito.
Vamos considerar a seguinte ilustração para entendermos essa batalha:
Digamos que um dia você encontre um cachorro bonitinho na rua e, em
seguida, você utilize suas redes sociais para anunciar que achou o cachorro, a
fim de que seu verdadeiro dono o encontre. Porém duas pessoas diferentes se
apresentam afirmando serem o dono do cachorro. Uma diz: “O cachorro é
meu”, enquanto a outra replica: “Não, ele é meu”. Qual é a melhor maneira
de saber quem é o verdadeiro dono do cachorro? É colocar as duas pessoas
diante do cachorro e pedir que ambas o chamem, dizendo: “Vem, vem,
vem!”. Nesse momento o cachorro correrá para os braços de seu verdadeiro
dono.
De forma semelhante, todos os dias, a carne e o Espírito nos chamam,
dizendo: “Vem, vem, vem”. Ao ouvirmos tal chamado, na direção de quem
nós caminhamos? Talvez num primeiro momento, alguns respondam
veementemente que pulam nos braços do Espírito, mas, se forem sinceros,
perceberão que essa não é a realidade. Todos os dias a carne nos chama para
vivermos segundo as suas paixões. E, de igual forma, o Espírito também nos
chama para vivermos Nele. Onde temos colocado a nossa mente? A quem
nos entregamos? Temos exercitado nosso espírito? Essa é uma questão séria e
digna de reflexão.
Ainda que, por algum tempo, alguns de nós tenhamos caminhado em
direção à carne, conforme está escrito na Primeira aos Coríntios, “tais fostes
alguns de vós” (6:11), hoje, porém, não podemos mais ser assim, porque já
fomos lavados, santificados e justificados no nome do Senhor Jesus e no
Espírito do nosso Deus. Devemos aplicar esses fatos espirituais em nossa
experiência a fim de experimentarmos sua realidade. Essa é a realidade do
viver da igreja (1 Co 6:19-20).
Que possamos dedicar-nos mais à prática de invocar o nome do Senhor e
permitir mais do operar da cruz em nossa vida. Se fizermos assim, não mais
gastaremos energia para lutar pelos nossos direitos e interesses, mas nos
entregaremos às mãos Daquele que julga retamente (1 Pe 2:20-23).
Pergunta: Como saber a quem nos dirigimos diariamente?
Meu ponto-chave:
Semana 4 – SÁBADO
Leitura bíblica:
1 Co 6:12-16; Gl 5:1, 13
Ler com oração:
Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade
para dar ocasião à carne (Gl 5:13a).

O nosso corpo é membro de Cristo


Na Primeira Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo discorre sobre o uso da
liberdade, dizendo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm”
(6:12a). Embora todas as coisas nos sejam lícitas, nem todas elas são
proveitosas. Por isso ele continua dizendo: “Todas as coisas me são lícitas,
mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (vs. 12b). Se não
formos prudentes no uso de nossa liberdade cristã, correremos o risco de dar
ocasião à carne. Não podemos, baseados em nossos direitos, fazer uso
equivocado da liberdade que temos em Deus.
Essa questão também pode ser vista em Gálatas, onde se lê: “Vós, irmãos,
fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à
carne” (5:13a). Também nos é dito que: “Para a liberdade foi que Cristo nos
libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão” (5:1). Esse assunto é bastante sensível e requer a nossa atenção.
Por um lado, Cristo nos libertou do jugo da lei, mas, por outro, não podemos
abusar dessa liberdade. Infelizmente alguns pensam da seguinte maneira: “Na
igreja não há lei e por isso podemos fazer o que quisermos”. Tal forma de
pensar é absurda e conveniente à carne. Ainda que na igreja não estejamos
debaixo da influência da lei, temos o Espírito em nosso interior que nos
governa. Cristo nos libertou da lei para que Ele habitasse em nosso espírito e
a partir daí governasse nossas ações. Hoje, temos o Senhor como o Espírito
reinando em nossa vida e por isso não podemos deixar que nada nos domine.
Quando não nos submetemos à direção do Espírito em nosso interior,
ficamos à mercê das nossas vontades, o que nos leva a abusar da liberdade
em nome de nossas satisfações pessoais. O que, todavia, não percebemos é
que depois de algum tempo, passamos a ser dominados por essas vontades. É
dessa forma que alguns irmãos começam a ficar viciados em novelas,
seriados e outras formas de entretenimento. Há pessoas que passam horas
assistindo a esse tipo de coisa, mas, para as questões espirituais como: ler a
Bíblia, reunir-se, orar, servir à igreja, nunca dispõem de tempo. É assim que o
pecado domina o homem, controlando-o pelas ações da carne.
Quando nos damos conta das necessidades da obra de Deus, da quantidade
de pessoas que precisam do evangelho e de oração, ficamos surpresos.
Contudo, mesmo impressionados com todas essas demandas, alguns não
conseguem reagir e se apresentar para servir a Deus. Por que isso ocorre?
Porque estão cheios de conteúdo mundano e não podem apresentar-se dessa
maneira para a obra de Deus. Falta-lhes poder. Que possamos reavaliar essas
questões e ter um novo começo diante do Senhor.
Ainda na Primeira Epístola aos Coríntios, Paulo discorre sobre a
importância do nosso corpo para Deus. Ele diz: “Os alimentos são para o
estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tantos estes
como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o
Senhor, para o corpo” (6:13). Note que o problema não está na comida em si,
mas no estômago, indicando a grande preocupação que o Senhor tem com o
nosso corpo. Então, o que estamos fazendo com o nosso corpo? Ele deve ser
para o Senhor. Mesmo depois que dormirmos no Senhor, um dia Deus
ressuscitará o nosso corpo com o Seu poder (v. 14).
Mas, por que Deus se preocupa tanto com nosso corpo? Porque ele é
membro do Corpo de Cristo. “Não sabeis que os vossos corpos são membros
de Cristo?” (v. 15a). Você já olhou para seu corpo sob essa ótica? Ele é um
membro de Cristo. Por isso devemos ser muito zelosos com o uso que
fazemos dele. Paulo continua: “E eu, porventura, tomaria os membros de
Cristo e os faria membros de meretriz?” (v. 15b). Você teria coragem de
tomar um membro de Cristo e torná-lo membro de meretriz?
“Absolutamente, não” (v. 15c), disse Paulo. Quando estamos no espírito,
passamos a dar valor a nosso corpo porque percebemos quão importante para
Deus ele é.
Por fim, o versículo 16 diz: “Ou não sabeis que o homem que se une à
prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois
uma só carne”. Preste atenção, amado irmão e irmã. Deus nos deu o alimento
para comermos a fim de sobrevivermos. Quando, porém, abusamos do direito
de comer, isso se torna um problema. O mesmo se refere ao sexo: ele foi
abençoado por Deus e dado ao homem para sua satisfação, constituição de
família e multiplicação, porém, se abusamos do direito e da liberdade na área
sexual, pecamos contra Deus. Que possamos compreender o sentido de
termos um corpo e de sua finalidade diante de Deus. A falta de clareza nessas
questões pode ser trágica na vida de um cristão.
Pergunta: Por que Deus dá tanto valor a nosso corpo?
Meu ponto-chave:
Semana 4 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Co 2:9, 12; 6:17-20; Ap 22:17
Ler com oração:
Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele (1 Co 6:17).

Unir-nos ao Senhor diariamente é uma escolha nossa


A forma como lidamos com nosso corpo é extremamente importante para
Deus. Paulo detalha muito bem essa questão em sua primeira Epístola aos
Coríntios: “Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa
cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o
próprio corpo” (6:18). Infelizmente, muitos jovens acabam praticando sexo
fora do casamento e isso é imoral diante de Deus. Esse quadro produz
bastante tristeza e Deus quer mudar essa situação. Nosso sentimento é que a
luz do Senhor brilhe no interior de todos nós e digamos: “Até hoje eu fui essa
pessoa, mas, de hoje em diante quero entregar-me ao Senhor”.
“Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados,
mas fostes justificados” (1 Co 6:11a). Embora esse versículo afirme todas
essas coisas boas a nosso respeito, por que alguns ainda caem no erro de fazer
mau uso de seu corpo? Isso ocorre por causa das influências mundanas, das
ideologias malignas do presente século, que são como fermento que leveda o
pão (5:6-7). Quando nos alimentamos dessas coisas, nosso senso de
responsabilidade com nosso corpo é afetado e passamos a ser dominados por
nossos direitos e vontades.
“Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora
do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.
Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está
em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1
Co 6:18-19). Precisamos conscientizar-nos de que nosso corpo é propriedade
do Espírito Santo. A falta dessa percepção leva-nos a nos entregar às paixões
carnais. Embora no mundo exista a corrente de pensamento de que as pessoas
são “donas do próprio nariz”, não podemos pensar assim, pois somos do
Senhor, que é quem tem direito sobre nós.
Mas, em que se baseia o direito do Senhor sobre nós? “Porque fostes
comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (1 Co
6:20). Nosso corpo foi comprado por um alto preço. Na cruz, Jesus derramou
Seu sangue em nosso favor. Ele nos redimiu para que fôssemos Dele.
Portanto nosso corpo deve ser exclusivamente para glorificar a Deus.
Contudo, quando não vivemos no espírito, ficamos sujeitos à carne e
passamos a satisfazê-la. Esse tipo de viver a alimenta e a fortalece e faz com
que ela usurpe o domínio do nosso corpo, tornando-o um instrumento do
pecado. Acaso percebemos quão perigoso é viver na carne?
Em Romanos, lemos: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada
disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (13:14). Isso
significa que tudo é uma questão de escolha. Nós é quem escolhemos se
vamos alimentar nossa carne ou nosso espírito. Se alimentarmos a carne, ela
ficará cada vez mais forte e se tornará um monstro que nos dominará. Porém,
se alimentarmos o espírito, ele se fortalecerá, nos governará e influenciará
nosso corpo a servir a Deus como instrumento de justiça. Então, qual será
nossa escolha? A quem iremos alimentar? Tudo depende dessa escolha.
Por fim, voltando à Primeira Epístola aos Coríntios, podemos ver um
versículo maravilhoso que diz: “Mas aquele que se une ao Senhor é um
espírito com ele” (6:17). Todos nós podemos unir-nos ao Senhor pelo
espírito. Mas, o que teremos ao nos unir a Ele? “Nem olhos viram, nem
ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito”
(2:9-10a). Além disso, o versículo 12 também nos diz: “Ora, nós não temos
recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que
conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente”. Louvado seja o
Senhor! Nós podemos escolher ser um espírito com o Senhor. Lembremos
que, todos os dias, tanto a carne, quanto o Espírito nos chamarão: “Vem,
vem, vem”. O universo inteiro nos observará para saber que lado
escolheremos. “O Espírito e a noiva dizem: Vem!” (Ap 22:17a). Corramos
para os braços do Espírito.
Façamos a seguinte oração: “Senhor Jesus, quero agradecer-Te por teres
morrido por mim. Obrigado por ter-me dado a Tua vida. Hoje eu tenho o
Espírito dentro do meu espírito. Querido Deus, quero usar o meu espírito para
Te contatar. Quero invocar mais o Teu nome, viver em comunhão Contigo.
Senhor, estou cansado de viver na carne e experimentar a morte, embora a
vida e a paz sejam o que Tu, ó Deus, preparaste para mim. Peço-Te perdão
pelos meus pecados e por ter-Te entristecido tanto. Estou aqui diante do Teu
trono. Recebe-me mais uma vez. Senhor, exercito meu espírito para me unir a
Ti. Meu destino é ser um Contigo, e não ser um com o mundo e com a carne.
Amado Deus, quero glorificar-Te com o meu corpo. Hoje eu me entrego em
Tuas mãos. Obrigado, Senhor Jesus. Amém!”.
Pergunta: Por que nós, cristãos, não podemos afirmar que somos donos do nosso próprio
nariz?
Meu ponto-chave:
O CASAMENTO NA VIDA DA IGREJA (1) – (1 CO 7:17, 24)

Semana 5 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 16:25-26; 2 Pe 1:19
Ler com oração:
Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de
Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus (1 Co 4:1).

Ministros e despenseiros de Deus


A Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios nos apresenta a vida da igreja na
cidade de Corinto. Ao abordar essa epístola, nosso foco não estará nos
problemas dessa igreja, e sim no Cristo crucificado e em Sua cruz, como a
solução de todos os problemas. É com esse foco que desenvolveremos o tema
desta semana: “O casamento na vida da igreja (1)”. É muito comum, diante
de problemas, buscarmos, na sabedoria humana, técnicas para solucioná-los.
Contudo, não deve ser assim entre os cristãos, pois a igreja está relacionada à
esfera celestial. Como humanos, temos muitas falhas e, por vezes, mesmo já
sendo regenerados pela vida de Deus, agimos pela velha natureza e, por isso,
temos tantos problemas. Nessa epístola, Paulo nos apresenta a cruz de Cristo
como a solução para os problemas na igreja.
Quando Cristo morreu, Ele levou para a cruz todas as coisas negativas do
universo: o pecado — a natureza pecaminosa, os pecados — os atos
pecaminosos, Satanás, o mundo, o velho homem — o homem natural, a velha
criação. Ele também levou à cruz um grande problema das igrejas: as
ordenanças, ou seja, as regras criadas por homens, de acordo com o jeito,
com a forma como fomos criados e a maneira como aprendemos as coisas, ou
seja, as regras que criamos para tudo. Trazemos essa bagagem para a igreja e,
por não termos experiência de aplicar a cruz de Cristo em nossa vida, nos
deixamos guiar por essas coisas, as quais travam nosso viver na igreja.
Grande parte dos embates e desentendimentos na igreja surgem em
decorrência disso. Satanás usa essa bagagem de hábitos, conceitos e cultura
que herdamos para gerar conflitos e nos distrair, ocupando o tempo que
deveria ser investido na pregação do evangelho, no apascentamento e na
edificação da igreja. Não desperdicemos tempo discutindo, brigando e
formando grupos e partidarismo; essas coisas atrapalham o avanço da igreja.
A solução que Paulo apresenta para tudo isso é aplicar a cruz de Cristo em
nosso viver social, familiar e na comunhão com os irmãos. Negar a vida da
alma com suas opiniões, ideias e vontades, ou seja, não impor o que achamos
melhor, trará paz e porá fim a vários litígios entre irmãos.
Negando a nós mesmos, daremos oportunidade para o Senhor nos tornar
pessoas adequadas, ministros de Deus. Ele deseja produzir servos de Cristo e
despenseiros dos mistérios de Deus (1 Co 4:1). Esses mistérios estavam
ocultos há séculos e, agora, nos últimos tempos, o Senhor está revelando por
intermédio da palavra profética (Rm 16:25-26; 2 Pe 1:19). Esse mistério
revelado é Cristo e a igreja. Para viver essas revelações, precisamos de
unidade e unanimidade. Assim, não olhando para diferenças e coisas
negativas, estabeleceremos o testemunho da unidade da igreja em todas as
cidades. Deus deseja aperfeiçoar-nos na Palavra e nos ensinamentos dos
apóstolos para que sejamos Seus despenseiros, pessoas adequadas, que
pregam o evangelho e geram muitos frutos.
Os ensinamentos dos apóstolos são primordiais para haver unidade e bênção
nas igrejas. Esses ensinamentos estão na Bíblia e compõem a economia
neotestamentária de Deus. É incumbência dos ministros de Deus dispensá-los
às pessoas, dando-lhes a direção divina e encargo espiritual atualizados. Uma
igreja bem alimentada com as palavras saudáveis mantém o foco na comissão
de Deus e produz casais engajados no serviço ao Senhor. Nossa meta não é
apenas gerar irmãos felizes e prósperos; Deus deseja obter casais que vivam o
evangelho, que façam a diferença, que orem pelas pessoas, que O sirvam. O
Senhor deseja levantar ministros que abram sua casa para apascentamento e
que multipliquem o número de irmãos nas igrejas. Os casais que servirem ao
Senhor dessa maneira serão muito mais felizes e prósperos espiritualmente.
Pergunta: Qual é o resultado de aplicar a palavra profética no viver diário?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“O casamento dos sonhos... de Deus!” – Editora Árvore da Vida.
“Casamento e família” – caps. 1 e 2 – Dong Yu Lan.
“Casamento – investir ou desistir?” – Editora Árvore da Vida.
Semana 5 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 8:28; 1 Co 7:1; 16:17; 2 Ts 2:7; Ap 13:16
Ler com oração:
Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher;
mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada
uma, o seu próprio marido (1 Co 7:1-2).

Casamento versus ideologias modernas


A Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios parece ter sido escrita para
responder às dúvidas dos irmãos daquela igreja. Provavelmente os irmãos
Estéfanas, Fortunato e Acaico, ao visitar o apóstolo, devem ter apresentado
algumas perguntas (1 Co 16:17), e Paulo as respondeu. Isso pode ser
percebido no capítulo sétimo dessa epístola: “Quanto ao que me escrevestes”
(v. 1a). Com base nas perguntas encaminhadas pelos irmãos, ele escreveu
todo esse capítulo para sanar dúvidas relacionadas ao casamento na igreja. A
igreja em Corinto era composta de gregos, povo culto e com educação
elevada e filosófica, e de judeus, povo acentuadamente religioso.
Em várias passagens, Paulo afirma que os judeus buscavam sinais, como
hoje muitas pessoas o fazem. Infelizmente vários grupos cristãos estão atrás
apenas de milagres, curas e sinais, mas pode faltar-lhes profundidade no
relacionamento com Deus e Sua Palavra. Há uma carência muito grande do
nome do Senhor e da cruz de Cristo. Por outro lado, no mundo, têm-se
difundido ideologias que propagam casamento contrário ao que Deus
determinou. Essas ideologias modernas estão relacionadas ao mistério da
iniquidade (2 Ts 2:7), que já opera no mundo, pois defendem a união de
pessoas de maneira contrária ao que Deus determinou, a liberdade sexual, e
até a poligamia e famílias mistas. Essas ideologias que estão sendo colocadas
na mente das pessoas podem estar ligadas à marca da besta, descrita no livro
de Apocalipse (13:16). Devido à falta de leitura, o córtex cerebral pré-frontal
está sendo desativado, tornando as pessoas vulneráveis à implantação de
muitas ideologias maléficas à sociedade e à família.
Atualmente, muitos não gostam de ler. Rogamos a todos que leiam a Bíblia!
Também sugerimos a leitura dos livros espirituais, como os publicados pela
Editora Árvore da Vida, os quais trazem conteúdo bastante profundo e
esclarecedor sobre o propósito eterno de Deus, a Sua economia. A salvação
da humanidade vem por meio da Palavra de Deus! Quando uma pessoa evita
a leitura da Bíblia e livros espirituais e somente é estimulada por vídeos e
áudios, o córtex pré-frontal é pouco ativado, e a pessoa fica com opinião
própria fraca e altamente influenciável. Assim, o inimigo pode facilmente
colocar ideologias nocivas na mente dessa pessoa, pois esta perde a
capacidade crítica e de discernimento, perde a convicção e torna-se uma
pessoa massificada mentalmente, que acompanha a multidão. Os jovens, para
serem aceitos e se sentirem incluídos, submetem-se ao controle psicológico,
perdem a identidade própria e são massificados com facilidade. Os pais
devem ler a Bíblia e livros espirituais infantis, e até mesmo livros infantis
seculares, com conteúdo educativo e moral, com os filhos, para que eles
cresçam apreciando a Palavra de Deus e o gosto pela leitura.
Com relação ao casamento, está acontecendo a mesma coisa, há uma
pressão contra os princípios deixados por Deus. A sociedade atual não difere
muito da sociedade grega da época de Paulo. Os gregos se destacavam quanto
à educação filosófica e tinham suas ideias e práticas mundanas relacionadas
ao casamento. Hoje, isso está se tornando comum: pessoas buscam satisfação
sexual fora do casamento e o número de divórcios aumentou muito,
principalmente entre as classes mais cultas. Estas preferem viver regidas pela
cultura humana e não pela luz da revelação da Palavra divina. Os filhos de
Deus não podem aceitar essas influências culturais e mundanas, devem
preservar sua identidade como cristãos tendo a Bíblia como padrão. Querido
leitor, se você é casado, tenha o desfrute do Senhor no seu casamento! Não
reclame do cônjuge. Saiba que o seu cônjuge é a melhor pessoa que Deus lhe
deu e você precisa dela para ser um vencedor. Todas as coisas cooperam para
o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28)! Agradeça ao Senhor pelo seu
cônjuge, pois Deus o preparou especialmente para você.
Pergunta: De que maneira se pode evitar a má influência das ideologias atuais?
Meu ponto-chave:
Semana 5 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 7:1-5
Ler com oração:
Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de
três dobras não se rebenta com facilidade (Ec 4:12).

O viver matrimonial na vida da igreja


Paulo expressa o desejo de que todos fossem absolutos pela vontade de
Deus e que estivessem livres de preocupações para servir ao Senhor, por isso
ele escreve: “Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque
em mulher” (1 Co 7:1). Ele aconselha aos irmãos que não se casem: “Quero
que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um
tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de
outro” (v. 7). Paulo havia recebido de Deus o dom para ser solteiro. Cada
pessoa tem o seu próprio dom, não casar não é questão de uma simples
decisão, e sim de ter esse dom da parte de Deus.
A grande maioria das pessoas não recebeu esse dom e precisa casar-se: “Por
causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu
próprio marido” (1 Co 7:2). Para que não haja fornicação, relação sexual
ilícita, fora do casamento, cada homem deve ter a sua própria esposa e cada
mulher o seu próprio marido. Algumas pessoas acham que o sexo é algo
imundo e perverso. Isso está incorreto, pois tanto o casamento como o sexo
no casamento foram criados por Deus. Hoje em dia, existem ideologias que
afirmam que tanto o gênero como o casamento são conceitos construídos
socialmente, e que discriminam e oprimem as pessoas, e, sendo assim, cada
um deveria fazer sua opção de acordo com sua vontade. Isso é algo satânico.
Vamos voltar-nos à Palavra de Deus, ao princípio divino, e não permitir que
essas coisas diabólicas, do tempo do fim, entrem em nossa mente.
O sexo, no casamento, é santo. Deus criou o homem com várias
necessidades: o sexo é uma delas. Ninguém se condena por sentir sede ou
fome. Entretanto, ao sentir sede e fome, a pessoa não tem o direito de entrar
em um restaurante e roubar comida ou no pomar do vizinho e roubar-lhe as
frutas. Ter fome não é pecado, mas roubar sim. O desejo sexual não é pecado,
por isso Deus deu o casamento como a esfera adequada para que homem e
mulher satisfaçam o desejo e necessidade sexuais e vivam felizes. Quando o
sexo é praticado fora do casamento, isso é pecado. Não há espaço para o
pensamento mundano de “buscar felicidade” satisfazendo-se fora do
casamento.
A Bíblia afirma expressamente: “Por causa da impureza, cada um tenha a
sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. O marido conceda à
esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu
marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e
também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio
corpo, e sim a mulher. Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo
consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente,
vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (1
Co 7:2-5). Se acontecer de marido e mulher entrarem em conflito, e se
privarem um ao outro, por muito tempo, por mais espirituais que sejam,
abrirão brecha para o inimigo usar a fraqueza humana. Para evitar situações
de pecado, marido e mulher devem conceder um ao outro o que é devido a
cada um.
Se o casal, por mútuo consentimento, privar-se por uma necessidade
especial de oração e jejum, por uma situação muito difícil pela qual o casal,
ou a igreja, esteja passando, dedique-se à oração. Depois de cumprir o
propósito, devem juntar-se novamente, para que não sejam tentados por
Satanás, por causa da incontinência. A palavra incontinência no grego é
“falta de domínio próprio”. Diante da privação, pode-se abrir porta ao
pecado.
A palavra grega para dedicardes à oração é “estar livre para oração”. Além
do marido e da mulher orarem sozinhos diante de certas circunstâncias, na
vida da igreja, os casais têm também a prática de orar juntos, e o resultado
dessa prática é muito saudável. Não se conforme ao viver diário da correria
da vida moderna; separe tempo para desfrutar da Palavra, ler um livro e orar
junto com seu cônjuge. Os resultados são maravilhosos!
Pergunta: Como o casal deve orar diante das situações difíceis?
Meu ponto-chave:
Semana 5 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 7:7-9, 32-40
Ler com oração:
Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto,
cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo;
outro, de outro (1 Co 7:7).

Não peca aquele que se casa


Como vimos ontem, Paulo não se casou. Ele tinha convicção sobre sua
condição: “Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no
entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um
modo; outro, de outro” (1 Co 7:7). O apóstolo queria que todos os irmãos
servissem integralmente ao Senhor, sem as distrações da vida de casado e que
estivessem livres de preocupações.
Em certa ocasião, Jesus foi questionado em relação ao divórcio. O Senhor
indicou que se devia tomar a Palavra de Deus e seus princípios como base, e
que, diante de Deus, ao se tornarem uma só carne, homem e mulher não
deveriam mais ser separados, não deveriam divorciar-se. Então os discípulos
responderam que seria melhor não se casar. “Jesus, porém, lhes respondeu:
Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é
dado. Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram
tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos
céus. Quem é apto para o admitir admita” (Mt 19:11-12). Não se casar é um
dom que algumas pessoas receberam, porém, a grande maioria não tem esse
dom, e, portanto, deve casar-se.
Paulo recebeu dom para permanecer solteiro por causa do reino dos céus.
Ele desejava que mais irmãos seguissem seu modelo, para que se
preocupassem apenas com os interesses de Deus, pois os casados cuidam de
agradar ao cônjuge e, assim, estão divididos (1 Co 7:8, 32-33). Muitos
maridos trabalham secularmente e também servem ao Senhor, buscam
agradar-Lhe, estudam a Palavra de Deus a semana inteira; à noite, ao
chegarem em casa, ainda separam um tempo para orar e preparar a mensagem
que falarão à igreja no fim de semana; além disso participam de reuniões,
pregam o evangelho, apascentam pessoas e estão inscritos em escalas de
serviços nas igrejas onde se reúnem. Mas, se no meio da semana a esposa
pedir para ir ao restaurante, para agradar-lhe e não gerar brigas, o marido
ainda precisa arrumar tempo para atendê-la. Paulo queria que os irmãos
servissem ao Senhor desimpedidamente, sem distrações, sem preocupações;
por isso sugeriu que se mantivessem solteiros (v. 35).
A Bíblia mostra claramente que não é uma questão de decidir ser solteiro.
Quem não recebeu esse dom não suportará a pressão e, por fim, se casará. E
“com respeito às virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém dou
minha opinião, como tendo recebido do Senhor a misericórdia de ser fiel [...].
Todavia, ela será mais feliz se permanecer viúva, segundo a minha opinião; e
penso que também eu tenho o Espírito de Deus” (1 Co 7:25, 40). Por causa da
pressão dos dias presentes, no trabalho, na família, diante das enfermidades,
insegurança e outras coisas mais, seria melhor o irmão ou irmã permanecer
como está (v. 26). O apóstolo aconselha aos solteiros e viúvas que
permaneçam como estão. Isso ele escreveu no início de seu ministério.
Tempos depois, quando havia atingido a maturidade e obtido mais
experiências da parte de Deus, e havia percebido as dificuldades dos irmãos,
ele escreveu a Timóteo: “Mas rejeita viúvas mais novas, porque, quando se
tornam levianas contra Cristo, querem casar-se, tornando-se condenáveis por
anularem o seu primeiro compromisso. Além do mais, aprendem também a
viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda
tagarelas e intrigantes, falando o que não devem. Quero, portanto, que as
viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não
deem ao adversário ocasião favorável de maledicência. Pois, com efeito, já
algumas se desviaram, seguindo a Satanás” (1 Tm 5:11-15). A maturidade de
vida levou-o a mudar de parecer diante do que viu acontecer nas igrejas,
ordenando mais tarde que as jovens viúvas se casassem.
Questões relacionadas a casamento não são tão simples. O que devemos
reter são os princípios básicos apresentados nas epístolas. Paulo realizou
alguns ajustes devido a situações especiais ao longo de seu ministério. “Caso,
porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver
abrasado” (1 Co 7:9). Quem não recebeu o dom, como Paulo, para
permanecer solteiro, que se case, para não se abrasar, não viver queimando
interiormente com muitas tentações e desejos. O casamento nos resguarda.
Pergunta: Que fez Paulo mudar de parecer quanto ao casamento?
Meu ponto-chave:
Semana 5 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Ml 2:14-16; Mt 5:32; 19:9; Rm 7:2-3; 1 Co 7:10-11, 39
Ler com oração:
Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher,
e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me
refiro a Cristo e à igreja (Ef 5:31-32).

O que Deus Ajuntou


O apóstolo Paulo deixa claro que não há divórcio na igreja: “Ora, aos
casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do
marido” (1 Co 7:10). Essas palavras não se aplicam apenas às mulheres,
também são para os homens: “E o marido não se separe da mulher” (v. 11).
Em um casamento, os convidados testemunham a união e assinam os papéis,
mas, talvez, alguns casais não saibam que o Senhor também se fez presente
como testemunha no seu casamento: “E perguntais: Por quê? Porque o
SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade” (Ml
2:14a). Por isso, Deus não aceita dissolução: “Porque o SENHOR, Deus de
Israel, diz que odeia o repúdio” (Ml 2:16a). “Repúdio” aqui é literalmente
“divórcio”. Deus abomina o divórcio.
Quando Jesus foi posto à prova e questionado pelos fariseus em relação ao
divórcio, Ele respondeu: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio,
os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e
mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que
já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não
o separe o homem” (Mt 19:4-6). O Senhor Jesus mostra a necessidade de
voltar à Palavra, aos princípios de Deus, por meio da leitura da Bíblia. Ele
mostra que casamento é entre homem e mulher. As ideologias modernas
querem subverter os princípios divinos, mas na igreja seguimos o que Deus
falou. Seguimos os princípios de Deus e acatamos o que Ele ordenou: “O que
Deus ajuntou, não o separe o homem”.
Os fariseus “replicaram-lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de
divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso
coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi
assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não
sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete
adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]” (Mt 19:7-9). O
homem mudou a lei de Deus, entretanto Jesus quer levar-nos de volta ao
princípio. A Bíblia nos ensina, de modo geral, que há apenas três razões para
a separação: a morte de um dos cônjuges, o adultério e quando um dos
cônjuges, sendo incrédulo, pede o divórcio.
A primeira é a morte: quando um dos cônjuges falece, a outra parte está
livre para casar-se novamente (Rm 7:2-3; 1 Co 7:39).
A segunda razão pela qual é permitido o divórcio é em caso de adultério (Mt
5:32; 19:9). Nesse caso, a parte ofendida pode separar-se. Entretanto, há
muitos casos em que houve arrependimento genuíno do ofensor, e Deus o
perdoou. E também, pelo suprimento da graça de Deus, a parte ofendida
também o perdoou, e o resultado foi a reconciliação do casal. Havendo
arrependimento, Deus tem caminho e pode haver reconciliação. Contudo, se a
parte ofendida não tiver graça suficiente, pode separar-se. O princípio
governante na Bíblia é: o que Deus ajuntou não o separe o homem (Mt 19:6).
Amanhã falaremos sobre a terceira razão pela qual se permite separação do
casal, conforme a Bíblia.
Pergunta: Como um casal com problemas de imoralidade e adultério pode dar caminho
para Deus restaurá-lo?
Meu ponto-chave:
Semana 5 – SÁBADO
Leitura bíblica:
1 Co 7:12-24; 1 Tm 4:3-5
Ler com oração:
Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme
Deus o tem chamado. É assim que ordeno em todas as igrejas (1 Co 7:17).

Permaneça na vocação em que foi chamado


A questão de casamento é extremamente importante e complexa na igreja.
Se no ambiente familiar o casal tiver um viver cristão normal e equilibrado,
vivendo a vida da igreja, ele terá um papel fundamental na edificação e
cuidado de irmãos por meio dos grupos familiares. Em alguns casos, a
família não está integralmente envolvida com a igreja, uma vez que há um
cônjuge incrédulo. E as orientações do apóstolo abrangem essas situações:
“Se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele,
não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em
viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado
no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do
marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora,
são santos” (1 Co 7:12b-14). Essa porção não trata de salvação e sim de
santificação. Quanto a isso, vejamos os seguintes versículos: “Pois qual é
maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro? [...]. Pois qual é maior: a
oferta ou o altar que santifica a oferta?” (Mt 23:17, 19). Essas passagens
tratam de santificação posicional. O ouro, fora do santuário, é comum, mas,
quando colocado no santuário, torna-se santo. Também é comum o animal
quando está no campo. Entretanto, quando o animal é oferecido em sacrifício
sobre o altar, torna-se santo. Tanto o ouro quanto o animal, quando colocados
sobre o altar, são santificados posicionalmente. Assim também o incrédulo,
pelo convívio com o cônjuge crente, é santificado. Pois mediante a Palavra e
a oração tudo é santificado (1 Tm 4:3-5).
Por meio do convívio com o crente, o cônjuge incrédulo é santificado.
Contudo, “se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos, não
fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à
paz” (1 Co 7:15). Precisamos de muita sabedoria para abordar esses
versículos. Se alguém tem cônjuge incrédulo, e este é uma pessoa de difícil
convivência; aquele que crê no Senhor Jesus, o crente, pode ver nesse ponto
uma chance ou desculpa para separar-se. Mas não é assim que se deve
proceder. O cristão tem de dar bom testemunho, não deve provocar situações
para que ocorra o divórcio, não deve gerar situações difíceis no viver familiar
para suscitar uma separação. Se, por outro lado, o descrente, realmente, não
quiser viver com o crente, este deve permitir que aquele vá embora, e o crente
não permanecerá sujeito à servidão, estando livre para casar-se novamente,
porque foi abandonado. Essa é a terceira razão para a separação do casal, de
acordo com a Bíblia.
Em alguns casos, o descrente quer viver com o cônjuge crente; o incrédulo,
sendo santificado pelo viver do crente, pode vir a se converter ao Senhor. Há
muitos vivendo sob essa expectativa de conversão do cônjuge: “Como sabes,
ó mulher, se salvarás teu marido? Ou, como sabes, ó marido, se salvarás tua
mulher?” (1 Co 7:16). Se essa possibilidade, por meio de oração e
dependência do Senhor, se concretiza, os dois podem servir a Deus como um
casal. Aleluia!
O crente não deve dar início à separação; tem de permitir que Deus seja a
origem de todas as coisas: “Ande cada um segundo o Senhor lhe tem
distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado. É assim que ordeno em
todas as igrejas” (1 Co 7:17). Paulo apresenta uma orientação que deve reger
o viver cristão em todas as igrejas: guardar a Palavra, as ordenanças de Deus
e permanecer naquilo em que foi chamado. Se alguém foi chamado sendo
circunciso, assim permaneça; sendo incircunciso, não faça circuncisão. O que
foi chamado escravo é livre no Senhor; e o que foi chamado livre é escravo
de Cristo (vs. 18-22).
Na igreja, não temos liberdade para fazer o que muitos incrédulos fazem,
pois somos escravos do Senhor: “Por preço fostes comprados; não vos torneis
escravos de homens. Irmãos, cada um permaneça diante de Deus naquilo em
que foi chamado” (1 Co 7:23-24). Estamos sob a vontade soberana de Deus;
não se preocupem quanto a casar, ou não casar, cada um deve ter paz. Em
nosso meio, vários casais se formaram devido à orientação e ajuda de irmãos
mais maduros. Às vezes, o irmão é muito tímido e precisa de que alguém faça
intermediação para apresentá-lo a uma irmã. Os cooperadores estão
realizando reuniões especiais com esse intuito e muitos casamentos já
ocorreram. As igrejas devem oferecer esse tipo de cuidado aos solteiros. Por
outro lado, os santos devem reduzir o nível de exigências para poderem
casar-se – não existe ninguém perfeito. Se surgir uma oportunidade, siga a
direção do Espírito e a providência divina. Tudo deve ser feito segundo a
direção do Espírito, para a alegria de Deus e de Seus filhos.
Pergunta: O que significa santificação posicional, aplicada ao casamento?
Meu ponto-chave:
Semana 5 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Mt 24:8, 19, 21; 1 Co 7:25-40; 1 Tm 5:14
Ler com oração:
Digo isto em favor dos vossos próprios interesses; não que eu pretenda
enredar-vos, mas somente para o que é decoroso e vos facilite o consagrar-
vos, desimpedidamente, ao Senhor (1 Co 7:35).

O casamento que coopera com o Senhor


Paulo apresenta algumas recomendações referentes a virgens, aos que não se
casaram: “Com respeito às virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém
dou minha opinião, como tendo recebido do Senhor a misericórdia de ser fiel.
Considero, por causa da angustiosa situação presente, ser bom para o homem
permanecer assim como está” (1 Co 7:25-26). No texto grego, não há
referência a gênero na palavra “virgens”, e sim apenas àqueles que não se
casaram, homem ou mulher. Uma melhor tradução desse trecho seria: “Com
respeito a virgens”, pois, mais à frente, Paulo diz que seria melhor ao homem
permanecer como está, virgem, em face da pressão da situação presente.
Portanto, “virgens”, nessa passagem, se aplica tanto aos homens, quanto às
mulheres.
Tendo em vista a grande tribulação que virá (Mt 24:8, 19, 21), Paulo
recomendou aos solteiros não procurarem casamento, e aos casados não se
separarem. Uma vez que o tempo do fim está próximo, os santos deveriam
viver livres de distrações para melhor servir ao Senhor (1 Co 7:27-32). Hoje,
no viver da igreja, cremos que o casamento não é uma distração, pelo
contrário, é um reforço para que marido e esposa sirvam juntos, da melhor
maneira possível. Na igreja há solteiros que desejam casar-se para servir ao
Senhor, bem como há os que perderam o cônjuge e se tornaram viúvos e
viúvas, mas querem casar-se novamente. A meta do casal deve ser agradar ao
Senhor. Marido e esposa devem cooperar um com o outro nesse sentido.
Assim, sem distrações, elevaremos o nível do casamento para um patamar
mais elevado. Nossa oração é que os santos sejam aperfeiçoados e possam
servir desimpedidamente. No passado, alguns solteiros bastante fervorosos
casaram-se com irmãs cheias de encargo pelas coisas de Deus. Mas, para
nossa surpresa, após o casamento, ao invés de o encargo e o fervor
aumentarem, foram praticamente anulados. Os irmãos regrediram e
desapareceram após o casamento. Isso não deveria acontecer, pois o
casamento é para reforçar nossa utilidade ao Senhor. Diante disso,
aconselhamos que ninguém seja precipitado nessa questão, antes ore, busque
o Senhor, procure orientação dos pais, dos presbíteros e dos cooperadores,
pois o casamento é algo muito importante na vida pessoal e na vida da igreja.
O casal é a unidade básica para o serviço na igreja, para a pregação do
evangelho e para o apascentamento no grupo familiar.
Se algum jovem, já passando a flor da idade, considera que não tem dom
para permanecer virgem, e sente necessidade de casar-se, não peca se se
casar. Entretanto, aquele que decidir firmemente, em seu coração, possuir
domínio sobre seu próprio arbítrio e não sentir necessidade alguma em
relação a casar-se, permaneça virgem. Fará bem se não se casar (1 Co 7:36-
37). Assim Paulo orienta que o jovem sirva ao Senhor sem distração.
Quanto às viúvas, o apóstolo diz: “A mulher está ligada enquanto vive o
marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser,
mas somente no Senhor. Todavia, será mais feliz se permanecer viúva,
segundo a minha opinião; e penso que também eu tenho o Espírito de Deus”
(1 Co 7:39-40). Se falecer o esposo, a viúva está livre para se casar com novo
marido, desde que este seja um cristão. Ela não deve casar-se com incrédulo.
Na Primeira a Timóteo, Paulo orienta que as viúvas mais jovens se casem
para não dar ocasião à maledicência (5:14). O apóstolo amadureceu e mudou
seu parecer, pois verificou que seria melhor que as viúvas mais novas se
casassem para não serem enredadas por Satanás nem ficarem tagarelando de
casa em casa. Os casais devem perceber sua importância na igreja e buscar
fortalecimento para servir ao Senhor. Que haja muitos casais que façam a
diferença nas igrejas. Aleluia!
Pergunta: Como um casal pode servir ao Senhor?
Meu ponto-chave:
O CASAMENTO NA VIDA DA IGREJA (2) – (1 CO 7:6, 10, 12, 25, 29,
35, 40)

Semana 6 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Nm 27:1-7; 2 Cr 1:10; Mt 19:9; 1 Co 7; 1 Ts 4:1
Ler com oração:
Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se
separe do marido (1 Co 7:10).

Assuntos práticos sobre o casamento


Daremos prosseguimento ao tema que iniciamos na semana passada “O
casamento na vida da igreja” (1 Co 7:6, 10, 12, 25, 29, 35, 40). Ao longo
desta semana, extrairemos as seguintes lições: a importância de obter
sabedoria para lidar com vários assuntos práticos a respeito do casamento, os
princípios do matrimônio na igreja, a questão da união civil, o
aperfeiçoamento de líderes para auxiliar os filhos de Deus quanto ao
casamento, o objetivo do casamento e o fato de as abordagens do apóstolo
Paulo se terem tornado parte do ensinamento dos apóstolos.
Na igreja, precisamos viver por modo digno de Deus, a fim de agradar-Lhe.
Deus deseja nosso progresso contínuo, sempre em direção ao próximo nível
(1 Ts 4:1). Os casais devem almejar isso, consagrando certo tempo para
participar do CEAPE — Centro de Aperfeiçoamento para a Propagação do
Evangelho. No CEAPE, somos aperfeiçoados nas verdades bíblicas, no
caráter, e na pregação do evangelho. Uma das ferramentas recentes do
evangelho que tem sido muito abençoada pelo Senhor e tem trazido
resultados encorajadores é a colportagem dinâmica: saímos à rua para orar
pelas pessoas, falar da salvação do Senhor Jesus e apresentar-lhes nossos
livros espirituais para que sejam ajudadas. Além disso, o casal poderá
aprender lições sobre liderança. Marido e mulher, assim como os demais
membros do Corpo de Cristo, devem exercitar o espírito para desenvolver
seus dons, a fim de produzir frutos aos cachos, em grande quantidade, para
Deus. A consequência será uma igreja abençoada, com novas famílias
frequentando as reuniões.
A revelação da palavra profética é de extrema importância para
compreendermos o sétimo capítulo da Primeira Epístola de Paulo aos
Coríntios. Essa passagem trata de assuntos práticos sobre o casamento.
Talvez muitos tenham conceitos equivocados sobre o matrimônio. Por
exemplo, com relação à separação, ao divórcio, a orientação precisa ser
adequada à luz da Bíblia. Todos nós precisamos conhecer as Escrituras,
principalmente os líderes das igrejas, para orientar o povo de Deus (2 Tm
3:16-17). Segundo o apóstolo Paulo, a mulher não deve separar-se do marido,
e este não deve se apartar de sua esposa (1 Co 7:10-11).
Jesus afirmou que a separação no casamento deve ocorrer somente em casos
de relações sexuais ilícitas (Mt 19:9) e em situações de viuvez (1 Co 7:39;
Rm 7:2-3). O princípio bíblico é que não haja separação no casamento.
Contudo, vivemos em um mundo complexo, onde há, por exemplo, casos de
violência familiar, em que a parte agredida corre risco de vida. Na maioria
das vezes, é o marido que agride física e psicologicamente a esposa. A esse
respeito, a liderança da igreja precisa prostrar-se e orar diante de Deus para
obter Sua sabedoria, a fim de lidar com essa situação (Tg 1:5). Geralmente,
aconselha-se a separação física para garantir o bem-estar da esposa, e,
posteriormente, será decidido sobre a continuação do matrimônio. Há casos
em que o marido necessita de aconselhamento espiritual e acompanhamento
profissional. Precisamos receber a sabedoria do Senhor e levar cada caso
problemático do casamento a Cristo, pois estamos lidando com pessoas que
têm sentimentos e que estão vulneráveis a determinados tipos de situações em
dado momento do relacionamento.
O caso das filhas de Zelofeade mostra que necessitamos da direção do
Espírito para lidar com cada situação problemática (Nm 27:1-7). De acordo
com a determinação da lei, cada família de Israel (exceto os levitas) tinha sua
herança, a qual era transmitida ao filho varão que levasse adiante o nome da
família. Zelofeade, porém, teve quatro filhas e nenhum filho. Assim, quando
ele faleceu, suas filhas, por causa da lei estabelecida por Deus, ficariam sem
herança, e seu nome seria eliminado do meio da família. Então, elas levaram
essa questão a Moisés, alegando que o pai nunca se rebelara contra o SENHOR
(vs. 3-4). Moisés, por sua vez, levou a causa delas perante o SENHOR, que
atendeu ao pedido das filhas de Zelofeade por achá-lo justo e permitiu que
recebessem a porção da herança que lhes cabia, prescrevendo esse direito
como norma a ser aplicada para casos semelhantes entre os filhos de Israel
(vs. 5-11).
Deus é justo e amoroso. Ele abriu uma exceção e decretou que, nos casos
em que a família não tivesse filho, a filha ficaria com a herança. Precisamos
conhecer a Palavra de Deus para saber os princípios básicos e, ao mesmo
tempo, atentar para os diferentes fatos que envolvem os casais nos diversos
conflitos conjugais. Sejamos como Salomão e peçamos sabedoria a Deus para
conduzir Seu povo (2 Cr 1:10). Jesus Cristo é o Senhor!
Pergunta: Por que é importante buscar sabedoria da parte de Deus para tratar de
assuntos problemáticos relativos ao casamento?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Casamento: Raízes de amor? Ou raízes de amargura?” – cap. 7 – Editora Árvore da
Vida.
“Os grandes diamantes da Bíblia” – cap. 16 – Dong Yu Lan.
“A Palavra e a oração na vida cristã” – caps. 2 e 4 – Dong Yu Lan.
Semana 6 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 2:22-24; 1 Co 7:8, 12, 14, 20, 26-40
Ler com oração:
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e,
tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-
a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de
vida, para que não se interrompam as vossas orações (1 Pe 3:7).

Princípios sobre o casamento na igreja


Na Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, capítulo sétimo, o apóstolo, ao
responder às perguntas dos coríntios sobre o casamento, expõe vários
princípios espirituais. Mais importante que as respostas é a pessoa de Paulo.
Em sua exposição, demonstrou ser alguém que era um com o Senhor,
submisso a Ele, comprometido com Ele, absoluto para Ele, que aceitava o
arranjo divino, não forçando nenhuma mudança que não tivesse sido
originada no Senhor. Enfim, demonstrou ser uma pessoa que era um espírito
com o Senhor. Mesmo ao expressar seu ponto de vista pessoal, tinha a
convicção de que estava sendo um com o Senhor. Relacionamos abaixo o
resumo de alguns princípios já abordados anteriormente.
Ele começa o capítulo sétimo expressando a opinião de que seria bom que o
homem não tocasse em mulher (v. 1). Mas essa decisão de não tocar em
mulher precisa vir do Espírito Santo, pois depende do dom dado por Deus a
certas pessoas. Quem tem esse dom consegue se consagrar totalmente à obra
do Senhor, para servi-Lo sem distrações. Trata-se de alguém cujo viver é
normal, contudo obteve essa graça, da parte de Deus, de não se casar, assim
como Paulo (v. 7). Para a grande maioria das pessoas, o casamento é uma
escolha normal. Deus criou o casamento, logo, o primeiro princípio é que,
numa situação normal, as pessoas se casem (Gn 2:22-24).
O segundo princípio é dedicar um tempo específico à oração (1 Co 7:5).
Tanto o marido como a esposa devem ter seus momentos privados de oração.
Mas queremos encorajar a prática de orar juntos, como casal. Isso é algo que
precisa ser restaurado nos casamentos. É algo que o inimigo de Deus odeia e
mais teme na vida dos casais: a oração.
O terceiro princípio é não se privar um ao outro, salvo por mútuo
consentimento, por algum tempo, para dedicar-se à oração (1 Co 7:5). O casal
pode escolher dedicar algum tempo exclusivamente à oração. Nesse caso,
optam por não ter contato íntimo. Devido à fraqueza da carne, os casais não
devem privar-se um ao outro por muito tempo, para não dar ocasião a
Satanás. A privação prolongada motivada por brigas no dia a dia pode ser
uma porta aberta para as tentações fora do casamento.
Os varões, especialmente, precisam buscar discernimento espiritual diante
de Deus para entender que homem e mulher são diferentes. As mulheres
precisam da atenção do marido, independentemente se trabalham fora ou não.
O trabalho das esposas que ficam em casa, cuidando dos filhos, é muito
extenuante. Por isso, cabe ao marido viver também a vida comum do lar com
discernimento, com consideração pela sua esposa, tratando-a com dignidade,
pois ambos são herdeiros da mesma graça de vida (1 Pe 3:7). Se o marido, ao
chegar em casa, ignora a esposa e fica sentado no sofá somente assistindo ao
noticiário, enquanto a esposa se desdobra nas atividades domésticas, correrá
o risco de prejudicar o relacionamento com a esposa e, consequentemente, a
vida íntima do casal poderá ser afetada. Essa situação pode ocorrer mesmo
ele sendo um irmão “espiritual” na igreja. Deus deseja que sejamos
praticantes de Sua palavra, a começar pelo nosso lar (Tg 1:22; 1 Tm 5:8).
O quarto princípio descreve a orientação de Paulo sobre as pessoas
permanecerem solteiras (1 Co 7:8, 26-27, 40). Esse era seu sentimento.
Contudo, o próprio Paulo, mais tarde, já no final de seu ministério, quando
escreveu sua primeira carta a Timóteo, mudou seu modo de pensar,
afirmando que era melhor as viúvas mais novas se casarem (1 Tm 5:14).
O quinto princípio refere-se ao fato de uma pessoa não conseguir se dominar
sendo solteira. Nesse caso é melhor se casar (1 Co 7:9). Não se casar para
dedicar-se exclusivamente a servir a Deus é um dom divino (v. 7) só para
alguns, não é para todos.
O sexto princípio diz que se algum irmão tem mulher incrédula, e esta
consente em morar com ele, não a abandone. O mesmo se aplica à irmã com
marido incrédulo. Isso para possibilitar que a pessoa incrédula seja salva (vs.
12-14, 16).
O sétimo princípio fala de cada um permanecer na condição em que foi
chamado (vs. 17, 20, 24). Se você está insatisfeito com seu casamento, não
tente mudar à força a situação.
O oitavo princípio refere-se a cuidar dos interesses do Senhor. Mesmo que
estejamos casados, quando temos a visão de Cristo e a igreja, devemos
investir nosso tempo em favor da vontade de Deus, pois o tempo se abrevia
(1 Co 7:29-31).
O nono princípio é semelhante ao anterior, ou seja, os casados e os solteiros
devem consagrar-se desimpedidamente ao Senhor (v. 35).
O décimo princípio diz que, se um dos cônjuges vier a falecer, a outra parte
ficará livre para casar-se novamente com quem quiser, se assim o desejar,
mas somente no Senhor (v. 39).
Que Deus abençoe todos os casais e os use em Sua obra. Amém!
Pergunta: Quando o casal se torna verdadeiramente feliz em seu casamento?
Meu ponto-chave:
Semana 6 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 12:18; 1 Co 6:9-11; 7:24
Ler com oração:
Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns
com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
[...] Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1:7, 9).

O casamento civil na igreja


O casamento foi instituído por Deus (Gn 2:22-24). Sendo assim, no tempo
devido, homem e mulher se unem para constituir família. Os jovens, no
momento oportuno, com a idade certa e um trabalho que dê para sustentar a
própria casa, estão livres para se casar. Os adolescentes, que ainda estão em
fase de transição e sequer concluíram os estudos, não devem pensar em
casamento, pois ainda não é chegada a hora. Esses são aspectos que devem
ser considerados diante de Deus, e a liderança das igrejas deve auxiliar os
jovens na decisão sobre o casamento. Por consequência, não haverá escolhas
precipitadas e relacionamentos precoces, que podem resultar em experiências
traumáticas como o divórcio.
No momento de decidir com quem se casar, é aconselhável verificar se há
compatibilidade e afinidade espiritual e humana mútuas. Um bom exemplo é
com relação ao desejo de ter filhos. Caso um dos dois não tenha esse
sentimento, o casamento poderá ter problemas. Portanto, não se deixe levar
por questões como beleza externa ou a ilusão de que a paixão sempre irá
prevalecer. Princípios de compatibilidade, como do exemplo acima, devem
ser pesados na balança no momento da escolha.
Outro tema em evidência é sobre casais amasiados, isto é, pessoas que se
uniram sem vínculo legal, sem ser casadas no papel. Por exemplo: um casal
nessa condição, que tem três filhos, se converte e passa a frequentar as
reuniões da igreja. Eles se amam e vivem a vida conjugal e familiar de
maneira normal. Só lhes falta formalizar o matrimônio. Embora não seja a
condição ideal, à luz da Bíblia, eles devem ser acolhidos na igreja e ajudados
a regularizar a sua situação. Hoje, devido à lei dos homens e da consciência
dos irmãos, o casamento deve ser firmado em cartório. E, por vivermos na
sociedade atual, submetemo-nos às leis do país, e cumprimos a lei para
legalizar nossa vida, dando assim bom testemunho diante dos homens (Rm
12:18).
É bom reforçar que a liderança das igrejas deve estar preparada e
aperfeiçoada para ajudar os membros do Corpo de Cristo nessas questões. Se
um casal ainda não se casou no regime civil, deve ser ajudado pelos irmãos,
na comunhão diante do Senhor. Caso haja necessidade, a igreja pode ajudar
nos custos do processo de documentação em cartório. Há ainda situações de
homens e mulheres, que, quando mais jovens, se casaram e, posteriormente,
se separaram. Mais adiante, casaram-se novamente e tiveram filhos. Um dia,
se converteram e começaram a reunir-se na igreja. À luz da Bíblia, não há
necessidade de desfazer o atual matrimônio e retornar ao primeiro. Pois caso
isso ocorresse, como ficaria a situação dos filhos? O que fizeram na
ignorância no passado, seja quando eram incrédulos, seja por não
conhecerem a Palavra de Deus, é apagado pelo sangue precioso de Cristo
quando entram na igreja. Cada um deve permanecer diante de Deus na
condição em que foi chamado (1 Co 7:17, 20, 24). Se o casal se converteu
desta maneira, deve permanecer assim.
Quanto aos que se divorciaram, precisamos ver caso a caso. É necessário
analisar a razão do divórcio. Se o divórcio foi devido à caso de fornicação ou
adultério, a parte lesada está livre para casar-se de novo. Se uma pessoa
divorciada se converte, arrependendo-se de seu passado, e passa a frequentar
as reuniões da igreja, e encontra alguém na igreja com quem quer casar-se, há
algum impedimento? O princípio aqui é que, ao receber o Senhor Jesus, todos
os atos do passado são perdoados pelo Senhor e purificados pelo Seu sangue
precioso. “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos
comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de
todo pecado. [...] Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1:7, 9). E,
ainda: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já
passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5:17).
Se levássemos em conta as ações equivocadas que todos nós cometemos no
passado, creio que ninguém estaria qualificado para servir a Deus. Se alguém
produz fruto de arrependimento e está com boa consciência, e tem bom
testemunho diante dos irmãos, Deus nos dá a oportunidade de O servir.
Temos irmãos que eram dependentes químicos, outros que cometeram
pecados atrozes quando eram incrédulos, mas hoje são um testemunho vivo
de que a vida do Senhor tem poder para transformar-nos. “Ou não sabeis que
os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros,
nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões,
nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o
reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes
santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no
Espírito do nosso Deus” (1 Co 6:9-11).
Louvado seja o nome maravilhoso do Senhor Jesus, pois cada caso pode ser
levado diante de Deus e, sob muita oração e comunhão da igreja,
devidamente abordado e resolvido. Amém!
Pergunta: Por que, no momento da escolha do cônjuge, é fundamental checar se há
compatibilidade e afinidade espiritual e humana?
Meu ponto-chave:
Semana 6 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Rm 15:7; 2 Tm 3:16; Hb 4:12; 13:17b
Ler com oração:
Digno de honra entre todos seja o matrimônio (Hb 13:4a).

Lideranças aperfeiçoadas para lidar com assuntos sobre o casamento na


igreja
Nos dias atuais, a liderança da igreja precisa saber lidar com as várias
situações no casamento. Anos atrás, era muito raro haver separação de casais
na vida da igreja. Porém, quando esse tipo de situação ocorre, cabe à
liderança da igreja não julgar, e sim levar o fato diante de Deus. A Bíblia, que
é a Palavra de Deus, precisa ser ensinada e mostrada às pessoas (2 Tm 3:16).
A liderança da igreja não pode controlar a vida dos casais, e o objetivo não é
exercer controle. Se determinado casal está decidido a divorciar-se, não há o
que fazer. No entanto, diante de Deus, os irmãos devem estar tranquilos pelo
fato de a palavra sobre esse assunto ter sido pregada e ensinada a todos os
membros do Corpo de Cristo. A liderança da igreja não deve omitir-se. Caso
contrário, terá de prestar contas a Deus (Hb 13:17b).
Por exemplo, um casal na igreja se separa, e ambos param de se reunir, pois
o ambiente se tornou pesado para os dois. Anos depois, o homem retorna com
uma nova esposa. E, em seguida, a mulher regressa às reuniões da igreja com
um novo marido. Cada cenário deve ser analisado à luz de Deus. Se o casal
citado acima de fato se arrependeu e se dispôs a retornar à igreja, mesmo que
seja nas novas circunstâncias, não há como não os acolher (Rm 15:7). A
igreja acolhe pecadores ao arrependimento. Se acolhemos incrédulos que
querem conhecer a salvação de Deus, como não acolher ovelhas que se
extraviaram e querem agora regressar ao rebanho? “Digo-vos que, assim,
haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por
noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15:7).
Contudo, a questão do serviço na igreja é outra questão. Uma coisa é
acolher tais irmãos de volta ao seio da igreja. Outra é eles se envolverem no
serviço da igreja. Se o serviço de irmãos nessa situação ofende a consciência
dos demais irmãos e os faz tropeçar, então é melhor que não se envolvam em
servir. Mas se, com o tempo, produziram frutos de arrependimento, e mantêm
bom testemunho, e os irmãos da igreja já têm paz em sua consciência, esses
irmãos, se assim quiserem, poderão ser incluídos no serviço da igreja.
Não existe uma regra. Depende da consciência dos irmãos da igreja. Pode
ocorrer o fato de o casal ter saído da igreja em situação de rebeldia, mesmo
sendo recomendado que não se separassem. Caso um deles, ou ambos,
voltem à igreja, na situação que seja, se a saída deles em condições de
rebeldia ainda fere a consciência dos irmãos e os faz tropeçar, não é
recomendável que nenhum deles, ao voltar às reuniões, sirva na igreja. A
questão do casamento é séria (Hb 13:4a). Há duas coisas em nossa vida em
que devemos pensar seriamente antes de tomar qualquer decisão. Uma delas
é o casamento, pois define o resto de nossa vida. A outra é a escolha da
profissão. Precisamos orar sobre essas questões para obter a bênção do
Senhor. Os jovens, em especial, devem casar-se obedecendo às orientações
apresentadas no dia de ontem.
Devemos estar esclarecidos de que uma coisa é o acolhimento na igreja e a
outra é o serviço. Talvez alguns que tropeçaram e se arrependeram possam
retornar a algum tipo de serviço, porém não devem participar de serviços que
estão em evidência. Sendo assim, servir na recepção, no ministério da
palavra, no serviço de crianças, entre outros serviços públicos, deve ser algo
ponderado diante de Deus, pois pode ocorrer de a consciência dos irmãos
ainda continuar golpeada pelos fatos ocorridos. Não haveria tanto problema
servir, por exemplo, na manutenção, na limpeza, que são serviços mais
ocultos. Portanto, é de bom termo que o serviço seja sem “holofotes”.
Essas abordagens que o apóstolo Paulo faz no sétimo capítulo da Primeira
Epístola aos Coríntios é um verdadeiro aperfeiçoamento às lideranças das
igrejas. Os líderes precisam ler a Bíblia, pois ela traz esclarecimento para a
maioria dos fatos que ocorrem na igreja (Hb 4:12). Em casos que necessitam
de maior esclarecimento, deve-se buscar comunhão com líderes mais
maduros e experientes na obra de Deus. A comunhão para buscar o
sentimento do Espírito Santo é fundamental. Louvado seja Deus pela
sabedoria que Seu Espírito concede às igrejas e às lideranças para levar cada
caso a bom termo. Amém!
Pergunta: Qual é a diferença entre acolhimento e serviço?
Meu ponto-chave:
Semana 6 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
1 Co 7:39c; 2 Co 6:14-15; 2 Pe 1:19
Ler com oração:
A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e:
Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lc 10:27).

O objetivo do casamento
O casamento foi instituído por Deus e deve ser levado a sério, conforme
temos visto nessas duas últimas semanas. Outro fato que deve ser abordado é
sobre a união de um cristão com uma pessoa incrédula. Escolher unir-se a
uma pessoa incrédula trará sofrimentos. É como colocar dois animais sob a
mesma canga. A Bíblia proíbe lavrar com junta de boi e jumento (Dt 22:10).
A orientação da Bíblia é para não haver comunhão entre a luz e as trevas (2
Co 6:14). O casamento e, também, a sociedade nos negócios com uma pessoa
que não crê no Senhor Jesus e não tem a visão da igreja, devem ser evitados.
Por exemplo, você deseja ofertar e fazer as coisas conforme a lei, mas seu
sócio não. No casamento, a esposa deseja ir a uma festa social, mas o esposo
quer ir para a reunião da igreja. Como os filhos serão criados com esse jugo
desigual? A questão do jugo desigual deve ser considerada seriamente diante
de Deus. A Bíblia afirma a respeito do casamento: “Somente no Senhor” (1
Co 7:39c). Devemos casar-nos preferencialmente com aqueles que têm a
“mesma canga”. Uma coisa é a paixão antes do casamento, outra é a vida
conjugal no dia a dia.
O casamento visa servir a Cristo e à igreja. Não é apenas para ser um “casal
feliz para sempre”, com um viver voltado somente para seu bem-estar. Há
muitos cursos no meio secular e no meio cristão que promovem a felicidade
no casamento. No entanto, é necessário, acima de tudo, valorizar a palavra
profética de Deus, que tem brilhado em lugar tenebroso e resplandecido em
nosso coração até se tornar dia perfeito (2 Pe 1:19). O casamento
verdadeiramente feliz é resultado de servir a Deus e a Seu povo!
O Senhor Jesus precisa de casais produtivos, que sirvam juntos em oração,
na pregação do evangelho e nas reuniões de grupo familiar. Os casais
necessitam dobrar os joelhos a fim de dar frutos para Deus, até mesmo “em
cachos”, multiplicando as pessoas que estão sob seu cuidado. Devem abrir
seus lares às reuniões da igreja. Casais com essa característica ajudarão a
igreja a crescer espiritualmente e em número. Haverá multiplicação pela
prática desses casais em obediência à palavra profética. Uma igreja com vinte
irmãos pode chegar a mais de cem em pouco tempo, caso haja essa realidade!
Haverá reuniões todos os dias no local de reuniões da igreja! Que bênção
maravilhosa!
Deus se alegra ao ver casais que O servem unidos e com o propósito de
fazer Sua boa, agradável e perfeita vontade. E, quanto aos solteiros,
separados, divorciados e viúvos, também há oportunidade de servir a Deus.
Não deixe sua condição influenciar seu serviço a Ele. Há irmãs que perderam
seus maridos. Irmãs, vocês são muito úteis a Deus. Deus precisa de vocês.
Deus removerá toda sua tristeza e fará de vocês servas de Deus, para, por um
lado, servi-Lo e, por outro, consolar outras pessoas que passam pela mesma
situação. A parte humana é importante, porém, ter somente uma vida feliz na
terra não preencherá o casamento com o real sentido. A felicidade humana
traz ao casal ânimo e disposição para servir a Cristo e à igreja.
O apóstolo Paulo, ao falar sobre casamento, demonstrou ainda três pontos
importantíssimos. O primeiro é ser absoluto para o Senhor. Paulo optou por
não se casar para ficar livre de distrações. Ele tinha esse dom especial da
parte de Deus (1 Co 7:7). Veja: o casamento não é uma distração, no entanto,
corre-se o risco de haver distrações se o coração não estiver focado em servir
a Cristo e à igreja. Devemos amar a Deus de todo o coração, alma, força e
entendimento, e amar ao próximo (Lc 10:27). Deus quer tudo! O serviço a
Deus precisa estar no nosso “sangue”, nas fibras de nosso corpo. Que os
casais respirem a vontade de Deus! O segundo princípio é deixar que Deus
resolva tudo, ou seja, devemos seguir o exemplo de Paulo, que, no sétimo
capítulo da Primeira aos Coríntios, colocou vários assuntos práticos sobre o
casamento nas mãos de Deus. E o terceiro é aceitar as circunstâncias
submetidas à vontade soberana do Senhor. Creiamos no Senhor Jesus! Ele é o
Senhor!
Pergunta: O que o Senhor Jesus espera encontrar nos casais da igreja?
Meu ponto-chave:
Semana 6 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Is 10:24; 50:1; Jr 2:2; Ez 2:4; Mt 6:9-10, 33; 1 Co 15:45; 2 Co 3:17
Ler com oração:
E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão
e nas orações (At 2:42).

A importância do ensinamento dos apóstolos (1)


O sétimo capítulo da Primeira aos Coríntios é um dos mais longos desta
epístola. Nele, o apóstolo Paulo ensina vários princípios e aborda assuntos de
total importância a respeito do casamento, que se tornaram parte do
ensinamento dos apóstolos. O trecho final do versículo 17 registra: “É assim
que ordeno em todas as igrejas”. No livro de Atos está escrito que os
discípulos perseveravam, diariamente, no ensinamento e na comunhão dos
apóstolos (2:42). Dessa maneira, destacaremos sete princípios a respeito do
ensinamento dos apóstolos.
O primeiro refere-se ao fato de Deus, no Novo Testamento, trabalhar e atuar
por meio do Espírito. Cristo se tornou o Espírito que dá vida, e o Senhor hoje
é o Espírito (1 Co 15:45; 2 Co 3:17a). Temos, assim, o princípio da
encarnação, em que o homem e Deus trabalham juntos, Deus e o homem, o
homem e Deus se tornam um. Ou seja, quando um homem de Deus fala,
Deus fala. No Novo Testamento, não vemos a expressão “assim diz o
SENHOR”. Na época de Jeremias, Isaías e Ezequiel, era o SENHOR quem falava
por intermédio deles (Is 10:24; 50:1; Jr 2:2; Ez 2:4), mas não a partir do
espírito deles, porque Deus ainda não se havia tornado o Espírito. Contudo,
no Novo Testamento, quando ministramos, é Deus quem fala. A presente era
é a do Espírito, na qual temos o falar de Deus por meio do homem. Esta é a
palavra profética.
Atualmente, existem muitos líderes cristãos famosos que pregam muito bem
e até divertem a plateia com abordagens engraçadas. São palavras
inspirativas, mas que carecem de revelação divina. Precisamos apegar-nos
com mais firmeza às verdades ouvidas, a respeito da palavra atual de Deus,
que nos tira da superficialidade e do imediatismo. Não estamos na igreja para
buscar nosso próprio interesse, e sim para fazer a vontade de Deus e trazer
Seu reino à terra (Mt 6:9-10, 33). Muitos oram o “Pai nosso”. Contudo,
quantos rogam ao Senhor de coração puro: “Venha o Teu reino!”? Os casais
devem orar assim: “Venha o Teu reino por meio de nosso casamento”. Todos
na igreja, sem exceção, devem aprofundar-se na Palavra de Deus e levar essa
revelação divina às pessoas.
Precisamos destacar o fato de que, quando Paulo falava, era Deus que falava
por ele. Quando abrimos a boca, devemos saber que é Deus que fala. Para
isso, precisamos ter intimidade com o Senhor, invocar o nome do Senhor.
No sexto versículo, do sétimo capítulo da Primeira aos Coríntios, vemos o
segundo princípio. Nesse versículo, o ensino de Paulo era uma concessão, e
não um mandamento. Ou seja, seu ensino era uma concessão, uma
autorização, que se tornou disponível da parte de Deus por meio dele.
E, no versículo 10, temos o terceiro princípio: “Ora, aos casados, ordeno,
não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido”. Esse princípio
mostra que a ordem dele, na verdade, era a ordem de Deus. Paulo era um com
o Senhor (1 Co 6:17; Gl 2:20). Lembremos sempre que estamos na era do
Espírito! Os que ministram a palavra profética nas igrejas precisam ter
convicção de que, ao ministrarem, é o próprio Deus que Se dispensa a Seu
povo. Jesus Cristo é o Senhor!
Pergunta: Qual a diferença entre o falar de Deus no Antigo e no Novo Testamento?
Meu ponto-chave:
Semana 6 – DOMINGO
Leitura bíblica:
1 Co 6:17; 7:12, 25, 29, 35, 40; 1 Tm 5:14
Ler com oração:
Quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém,
temos a mente de Cristo (1 Co 2:16).

A importância do ensinamento dos apóstolos (2)


Daremos prosseguimento ao sétimo capítulo da Primeira aos Coríntios.
Veremos agora o quarto princípio relativo ao ensinamento dos apóstolos. Em
alguns assuntos, Paulo esclarece que era ele que dizia, ele que falava, e não o
Senhor. Os versículos 29 e 35 expõem o quarto item, com as frases “isto,
porém, vos digo”, e “digo isto em favor dos vossos próprios interesses” (1 Co
7:12, 29, 35). Paulo tinha muita comunhão com Deus. Ele vivia e andava no
Espírito (Gl 5:16, 25), a tal ponto de manifestar, com ousadia, sua opinião.
Deus não falou certas coisas, no entanto, o apóstolo tinha certeza de que,
quando ele falava, era o que estava no coração de Deus.
O quinto princípio é que Paulo não tinha mandamento nenhum da parte do
Senhor sobre certos assuntos, mas dava sua opinião, e tinha confiança de que
era também a opinião de Deus, pois ele tinha a mente de Cristo (1 Co 2:16).
Os irmãos das lideranças precisam ser um com o Senhor, precisam ter a
mente de Cristo! Foi o que ocorreu com Paulo no versículo 25 do sétimo
capítulo, quando disse que não tinha mandamento de Deus com respeito às
virgens, no entanto deu sua opinião, pois tinha recebido do Senhor a
misericórdia de ser fiel. Essa opinião de Paulo expressou a mente de Cristo!
O sexto princípio do ensinamento dos apóstolos é que Paulo pensava que
também tinha o Espírito de Deus (1 Co 7:40). Paulo era um servo de Deus,
humano e humilde. O fato de ter dito que pensava ter o Espírito de Deus
mostra que ele não era arrogante. Nesse versículo, ele destacou que as viúvas
seriam mais felizes se permanecessem na condição de viúva. No entanto, em
outro trecho da Bíblia, já com a idade mais avançada, Paulo recomendou que
as viúvas se casassem e fossem boas donas de casa, não dando ocasião
favorável de maledicência ao adversário (1 Tm 5:14).
O sétimo princípio do ensinamento dos apóstolos é que, no Novo
Testamento, a Palavra de Deus está dentro de nós, em nosso espírito. É uma
dispensação diferente da Antiga Aliança, em que o profeta não tinha o que
falar e, de repente, a palavra do Senhor chegava à sua boca e ele começava a
falar. Na Nova Aliança, somos um espírito com o Senhor e, quando abrimos
nossa boca, Sua palavra é dispensada, gerando Espírito e vida naqueles que a
ouvem. Isto é Deus e o homem, o homem e Deus tornando-se um (1 Co
6:17)!
Louvado seja o Senhor! O ensinamento do apóstolo Paulo tornou-se a
Palavra de Deus, isto é, o ensinamento dos apóstolos no Novo Testamento.
Diante de Deus, não temos resposta para tudo, assim como Paulo. Contudo,
precisamos conhecer a Palavra de Deus, para que, ao abrir nossa boca, ela
saia baseada no princípio da encarnação, de sermos um com o Senhor.
Busquemos o viver de um verdadeiro despenseiro fiel na casa de Deus, em
favor dos interesses do Senhor. Não se trata de memorizar. Porém, os irmãos
que ministram a palavra profética nas reuniões devem tê-la em sua corrente
sanguínea. Deve ser sua respiração. E essa palavra se tornará “a sua palavra”.
Quando o ministro de Deus fala, é Deus quem fala! As irmãs também podem
ter essa experiência no ministério que exercem, por exemplo, em congressos
cristãos para mulheres. Por meio das irmãs, muitas mulheres serão salvas. E,
por intermédio delas, os filhos e o marido também serão ganhos. Na igreja,
contudo, cabe aos varões liberar o ensinamento da palavra profética (1 Tm
2:12a).
Que Deus abençoe todos os casais, os solteiros e as solteiras, os viúvos e as
viúvas e aqueles que estão reconstruindo sua vida após a separação ou
divórcio. As questões de todos esses estão incluídas no ensinamento dos
apóstolos, registrado no sétimo capítulo da Primeira Epístola de Paulo aos
Coríntios! Deus deseja fortemente que todos sejam frutíferos, para que Sua
vontade se cumpra na terra por meio da igreja. Jesus Cristo é o Senhor!
Amém!
Pergunta: Por que Paulo tinha certeza de que sua opinião estava no coração de Deus?
Meu ponto-chave:
OS GREGOS BUSCAM SABEDORIA – (1 CO 1:21-24)

Semana 7 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 16:24-25; 1 Co 3:3
Ler com oração:
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e,
tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-
a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de
vida, para que não se interrompam as vossas orações (1 Pe 3:7).

O segredo da bênção do Senhor para a igreja


A mensagem desta semana aborda o seguinte tema: “Os gregos buscam
sabedoria”. Para discorrer sobre esse assunto, vamos fazer uma
contextualização histórica das características sociais, políticas e culturais da
Grécia antiga, no período em que Paulo esteve em Atenas e Corinto. Essas
características vão-nos ajudar a compreender os problemas que essas igrejas
enfrentavam, visto que muitos problemas foram resultado direto da influência
e da mistura de elementos da cultura grega nas igrejas daquela região. Isso
serve de alerta para todos nós e, sobretudo, para a liderança das igrejas:
precisamos vigiar constantemente para não permitir que a cultura mundana
passe a influenciar as igrejas. Mas, antes de entrar nesse assunto, vamos
revisar alguns princípios que aprendemos em mensagens anteriores a respeito
do casamento.
Tanto os casados como aqueles que pretendem casar-se devem saber que
Deus nos concedeu essa oportunidade a fim de vivermos a realidade da vida
da igreja no lar e, junto ao nosso cônjuge, servirmos ao Senhor. Se não
conseguirmos conviver bem com a pessoa que amamos, como conseguiremos
viver a vida normal da igreja com pessoas de costumes, pensamentos e
caráter tão diferentes dos nossos? Jamais conseguiríamos praticar a unidade.
Querido leitor, espiritualmente falando, Deus nos dá a experiência do
casamento para que aprendamos a amar o nosso cônjuge, a cuidar um do
outro, a fim de que possamos viver a vida da igreja numa dimensão muito
maior que o nosso núcleo familiar.
Não é normal alguém aparentar espiritualidade, convivendo bem com os
irmãos da igreja, e tratar com indiferença seu cônjuge na vida comum do lar.
O normal é fazer da sua casa uma miniatura da vida da igreja, isto é, um lugar
de oração e de comunhão, um ambiente cheio da presença de Deus, de paz e
de amor, onde o marido, a esposa e os filhos aprendem a viver e andar no
espírito.
Conforme vimos em semanas anteriores, uma característica do homem que
vive na carne é a contenda, o ciúme e a divisão (1 Co 3:3). O homem natural
tem facilidade em se separar, pois isso é próprio de sua natureza. Ao menor
sinal de dificuldade no casamento, sua atitude segue no sentido da separação,
e não da solução do conflito conjugal. É justamente nessas horas que
precisamos voltar o nosso coração ao Senhor, negar a nós mesmos, tomar a
cruz, negar a vida da alma e seguir o Senhor (Mt 16:24-25).
De acordo com a cultura do mundo, muitas vezes ocorre o fato de as
mulheres, que dependem financeiramente de seus maridos, serem
maltratadas, sofrerem pressões psicológicas, agressões verbais e, às vezes, até
mesmo físicas, o que faz com que tenham uma vida infeliz. Mas, na vida
normal da igreja, o marido não deve agir assim com a esposa; pelo contrário,
deve tratá-la com a máxima consideração e respeito, conferindo-lhe
dignidade, porque ambos são herdeiros da mesma graça de vida (1 Pe 3:7). E,
como herdeiros, devem tomar posse da herança. Embora o galardão seja
atribuído, individualmente, esperamos que ambos possam cooperar,
mutuamente, a fim de obter a recompensa de reinar com o Senhor no reino
vindouro.
Que o Senhor abençoe os casais entre nós e que os casamentos sejam para o
reino de Deus. Os casais mais felizes são aqueles que servem ao Senhor na
igreja. Esse é o segredo da bênção para toda a igreja e para a obra do Senhor.
O casamento só tem sentido se o casal servir a Deus. Eu peço a bênção do
Senhor sobre todos os casamentos. Aleluia!
Pergunta: Qual o motivo de Deus instituir o casamento?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Os grandes diamantes da Bíblia” – caps. 13 a 18 – Dong Yu Lan.
“40 lições essenciais para a vida cristã” – volume 2 – lições 1 a 12 – Editora Árvore da
Vida.
Semana 7 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 20:1-16; 22:1-14; Rm 8:14, 17
Ler com oração:
Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a
vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto
permaneça (Jo 15:16a).

Que espera Deus de Seus escolhidos?


Deus quer ter filhos maduros que se tornem Seus herdeiros e coerdeiros com
Cristo (Rm 8:14, 17). Estes são Seus escolhidos. Sabemos que muitos são os
chamados, poucos os escolhidos (Mt 20:16). Os que são chamados recebem a
salvação eterna, mas os escolhidos receberão o galardão, quando o Senhor
voltar (22:1-14). Somos os trabalhadores da última hora que foram chamados
pelo Senhor para trabalhar na Sua vinha (20:1-16). E o que Deus espera
desses trabalhadores? Ele espera que o seu trabalho Lhe renda muito fruto. É
isso o que Deus espera de Seus escolhidos: que Lhe deem fruto, e que esse
fruto permaneça. Por isso o Senhor disse: “Não fostes vós que me escolhestes
a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15:16a).
Em Romanos, Paulo apresenta a vida do Corpo (12). É por meio do viver
corporativo da igreja que alcançamos maturidade, o crescimento de vida
necessário para obtermos a condição de herdeiros de Deus. É na esfera da
igreja que conseguimos produzir frutos.
A única maneira de produzir frutos é viver a vida da igreja, servir
juntamente com os irmãos e negar a nós mesmos. Em nosso homem natural,
somos individualistas, temo-nos em alta conta, não abrimos mão de nossa
opinião, somos cheios de preferências, temos dificuldade de conviver com
outras pessoas e de servir com aqueles que são diferentes de nós. Mas Deus
nos colocou juntos justamente para aprendermos a viver a vida do Corpo. No
Corpo, aprendemos a considerar os outros superiores a nós, preferindo-os em
honra. Mesmo com diferentes opiniões, temos certeza de que precisamos uns
dos outros.
Nesse novo momento da igreja, não há mais espaço para disputas entre
aqueles que servem. Embora no passado tenha havido disputas por posição,
quem “fala melhor” e quem “fala pior” ou “quem é o primeiro” e “quem é o
segundo”, agora já não há mais isso, pois estamos ocupados em preparar a
vinha do Senhor para que ela dê muitos frutos.
Precisamos ter consciência de que somos membros uns dos outros. Por isso,
cuidemos uns dos outros, oremos pelos irmãos, suportando-os em amor.
Perdoemo-nos mutuamente. Não deixemos o ressentimento corroer nosso
coração nem crescer raiz da amargura. Esse tipo de viver edifica a igreja, o
Corpo de Cristo. Dessa forma daremos frutos que permaneçam e seremos
escolhidos para receber o galardão. Aleluia!
Pergunta: Como podemos gerar frutos que permaneçam na igreja?
Meu ponto-chave:
Semana 7 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Gn 10:8-10; 11:1-9; At 17:15; 18:1; 1 Co 1:1
Ler com oração:
Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o
próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as coisas que eles
sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero
que vos torneis associados aos demônios (1 Co 10:19-20).

Contextualização histórica: a idolatria na Grécia


A partir de hoje veremos a contextualização histórica e a consolidação das
verdades apresentadas por Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios. Por meio
da contextualização histórica, passamos a conhecer o ambiente em que Paulo
esteve. Isso nos dá a perfeita visão da situação em que essa carta foi escrita. É
como se conseguíssemos entrar na história e viver no ambiente daquela
época. Na linguagem técnica de engenheiro, é como se pudéssemos ver a
planta de um imóvel, mas em perspectiva, isto é, por meio de imagens que
nos permitam imaginar-nos dentro do imóvel. Esse é o meu encargo. Que,
por meio da contextualização histórica, você se sinta no ambiente em que
Paulo esteve.
Paulo foi chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo (1 Co 1:1). Um
apóstolo é um enviado de Deus. Deus quer fazer a Sua vontade por meio
dele. Nessa condição, Paulo esteve em Corinto, região da Acaia, atual Grécia.
Antes de chegar a Corinto, Paulo passou por Atenas, uma das principais
cidades da Grécia Antiga (At 17:15; 18:1). A Grécia é o berço da cultura do
mundo ocidental. Naquele tempo, a Grécia não era um país da forma como
entendemos hoje, mas um ajuntamento de várias cidades-estado que eram
vinculadas por uma cultura comum. Cada cidade-estado, chamada pólis, tinha
autonomia política e governo próprio. Portanto, o que hoje chamamos de
Grécia era uma região com várias dessas pólis, muitas delas rivais umas das
outras, mas que falavam a mesma língua e professavam a religião politeísta,
em que se acreditava nos mesmos deuses. A unificação da língua e da
religião fortaleceu a cultura grega, fazendo a Grécia antiga ocupar lugar de
vanguarda nas áreas da ciência e da filosofia, influenciando, até hoje, o
mundo ocidental.
Como dissemos, os gregos tinham a religião politeísta, pois eles acreditavam
em vários deuses. Os primeiros filósofos gregos discorriam sobre a origem da
natureza, do cenário natural formado pelos mares, montanhas etc. Eles
filosofavam em que medida aquele universo material afetava a vida do
homem daquela época. Ao meditar sobre vários itens da natureza, passaram a
acreditar na existência de deuses, e que cada um desses itens tinha o seu
próprio deus. Na verdade, a origem da idolatria remete à época de Ninrode
(Gn 10:8), que viveu durante a civilização denominada pós-dilúvio. Naquele
tempo o homem declarou sua independência de Deus ao edificar a torre de
Babel (Gn 11:1-9). E por querer ser bem-sucedido, criou ídolos. Ao adorá-
los, o homem buscava alcançar prosperidade. Essa é a origem dos deuses da
Grécia antiga.
Enquanto Paulo esteve em Atenas, seu espírito se inquietava: “Enquanto
Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria
dominante na cidade” (At 17:16).
Se as pessoas desejavam cura para determinada doença, conduziam o doente
até o templo do deus Asclépio. Ali, faziam oferendas e suplicavam o favor
daquele deus. Se fosse curada, entendiam que o deus havia ouvido o pedido.
O templo desse deus era o que os gregos chamavam de hospital. Em sua
concepção, o homem estava à mercê dos deuses. Por isso era comum ver nas
cidades gregas altares para todos os deuses. Eram muitos: Zeus era
considerado o deus dos deuses; Hera, a deusa do matrimônio, da família;
Poseidon, deus dos mares, dos rios e dos oceanos; Apolo, deus do sol, das
artes, da música, da poesia; Artêmis, deusa da lua, da caça e dos animais;
Afrodite, deusa da beleza, do amor, dos prazeres e do pecado carnal etc.
Em Corinto, um dos principais templos era dedicado a Afrodite, deusa da
beleza, que promovia a luxúria, os prazeres carnais. Nesse templo, havia as
chamadas sacerdotisas que no final da tarde desciam para a cidade para
vender os seus corpos, praticando a prostituição. É por isso que Paulo exorta
a igreja em sua epístola: “Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta
forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só
carne” (1 Co 6:16).
Eram muitos os deuses a que os gregos procuravam agradar almejando todo
tipo de favor. Esses deuses em nada se comparam ao nosso Deus, que é
verdadeiro, que está acima de tudo e de todos, e é perfeito em todos os Seus
caminhos. Paulo chegou a esse ambiente para pregar a Palavra e revelar o
verdadeiro Deus. Isso veremos amanhã. Louvado seja Deus!
Pergunta: Por que não devemos adorar ídolos?
Meu ponto-chave:
Semana 7 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 17:17-18; 1 Co 15:32-34
Ler com oração:
A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem
persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder (1
Co 2:4).

Contextualização histórica: a filosofia grega


Em Atenas, Paulo pregava na sinagoga e na praça (At 17:17). Isso que a
Bíblia traduz como praça, na verdade é a ágora, o centro cultural, político e
social de todas as cidades-estado, de todas as pólis gregas. Era o espaço
público em que se praticavam eloquentes debates que deram origem à
democracia. A democracia surgiu na Grécia e, naquele espaço da ágora, cada
cidadão tinha direito de expor suas opiniões acerca de questões que
envolvessem a vida da cidade e também tinha direito a dar seu voto na
tomada de decisões. Era um lugar bem movimentado, onde havia um
mercado em que se negociavam produtos em geral, e também um teatro, onde
eram realizadas várias atividades culturais. Mas era principalmente um
espaço de cidadania utilizado para discursos públicos, por meio dos quais os
filósofos gregos declaravam seus pensamentos. Tudo isso nos serve de base,
de pano de fundo, para melhor compreender a Primeira Epístola aos
Coríntios. Foi nesse contexto que Paulo disse: “A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2:4).
Nesse ambiente Paulo pregou a Palavra e foi questionado pelos filósofos
epicureus e estoicos (At 17:18). O grupo filosófico dos epicureus foi
inspirado no filósofo Epicuro, que defendia uma linha de pensamento
materialista. Não reconhecia o Criador nem a Sua providência divina. Eles
acreditavam que a felicidade seria alcançada por meio da busca de prazeres.
Em primeiro lugar, os prazeres da razão, do intelecto e, depois, a busca pelos
prazeres do corpo, tais como beber e comer. Sendo assim, para eles, uma
pessoa feliz é aquela que sabe ser senhora de si, sem necessidade de prestar
contas a ninguém.
Dirijo-me agora aos jovens: recebam essa palavra como um alerta do Senhor
a vocês! Quando chegarem ao ensino superior, vocês se depararão com
muitos ensinamentos que pregam justamente as ideias que estão por trás
desse pensamento filosófico: “Não há Deus, por isso todos devem aproveitar
os prazeres da vida, pois um dia todos morreremos. Então, vamos aproveitar
enquanto podemos”. Jovens, não acreditem nesse discurso. Sabemos que
Deus existe. E também sabemos que um dia, todos nós compareceremos
“perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o
mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5:10). Pessoas que defendem
essas ideologias têm por deus o seu ventre; não caiamos nessas mentiras:
“Muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora,
vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é
a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto
que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus,
de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:18-
20). A vida não termina aqui! Por causa de ideologias como essas, que
influenciaram a igreja em Corinto, Paulo teve de elevar o tom e ser bem
enérgico com os irmãos (1 Co 15:32-34).
Os estoicos, que também discutiram com Paulo em Atenas, exerciam forte
influência sobre toda aquela região. Surgiram a partir dos ensinamentos do
filósofo Zenão, que fazia a defesa de um tipo de vida resignada, que aceitava
passivamente a fatalidade oriunda dos deuses. Eram panteístas e diziam que
para ser feliz era necessário não lutar contra aquilo que procedia da natureza,
não lutar contra a vontade dos deuses. Viviam uma vida de submissão aos
acontecimentos.
Querido leitor, muitos desses princípios filosóficos se tornaram as
ideologias que são anunciadas por personalidades, professores, intelectuais,
estudiosos, que dizem não haver Deus, nem mesmo um dia em que todos nós
seremos julgados, e que precisamos buscar ser felizes fazendo aquilo que nos
gera prazer. Não vamos dar ouvidos a esse tipo de sabedoria humana, pois
Cristo é não somente o poder de Deus para transformar nossa vida como
também a sabedoria de que precisamos para ter uma vida bem-aventurada!
Louvado seja o Senhor!
Pergunta: Que cuidados precisamos tomar para não ser influenciados pelas ideologias
contrárias a Deus?
Meu ponto-chave:
Semana 7 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 17:18-34; 1 Co 1:24; Hb 1:3
Ler com oração:
Tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós
pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os
gentios (1 Co 1:22-23).

Contextualização histórica: os gregos buscam sabedoria


Enquanto pregava na ágora, a praça onde estava o centro político, cultural e
social de Atenas, Paulo sofria oposição dos filósofos epicuristas e estoicos
(At 17:18). Os demais ouvintes, intrigados com aquelas palavras, retiraram-
no da ágora, lugar de debates e de expressão de pensamentos, e o conduziram
até o tribunal que funcionava a céu aberto no outeiro de Marte, local mais
reservado, chamado Areópago (vs. 19-21). Ali, iniciou sua fala referindo-se a
um altar que tinha visto em Atenas erguido em homenagem “AO DEUS
DESCONHECIDO”. Conta-se que esse altar revelava o temor dos atenienses
em ofender a algum deus não adorado por eles por esquecimento. Temiam ser
castigados. Esse fato deu a Paulo a oportunidade de pregar o evangelho,
anunciando o verdadeiro Deus: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele
existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por
mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa
precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”
(vs. 24-25).
Os gregos não tinham o conceito de um único Deus criador que tem controle
sobre todas as coisas, que não habita em santuário feito por mãos humanas e
que a todos dá vida. Mas nós cremos nesse Deus, que não somente criou
todas as coisas, mas que sustenta todas elas pela palavra do Seu poder (Hb
1:3). Sustenta o universo e tudo o que nele há. Esse é o Deus a quem
servimos! Paulo continuou sua pregação ao falar que Deus “estabeleceu um
dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão” (At
17:31). Esse varão é Jesus, que Deus ressuscitou dentre os mortos. Como
resultado, alguns creram, outros rejeitaram; e logo em seguida, Paulo deixou
Atenas e seguiu para Corinto (17:32–18:1).
Os filósofos gregos, por meio da palavra, expressavam a sabedoria humana.
“Palavra”, para os gregos, é logos, um termo da filosofia que diz respeito à
lógica por trás do argumento. É a técnica empregada para persuadir uma dada
audiência por meio de argumentos lógicos. Essa técnica é usada tanto na
linguagem escrita como na retórica. A retórica significa “a arte da
eloquência”, de bem argumentar por meio da palavra falada. Os cidadãos
gregos buscavam aperfeiçoar-se nessa técnica a fim de externar a sabedoria
humana. Por meio dos debates de ideias, queriam promover a democracia.
Esse é o contexto que precisamos conhecer para compreender o conteúdo da
Primeira Epístola aos Coríntios. Entendemos agora por que Paulo precisou
escrever: “Não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho;
não com sabedoria de palavra [logos], para que se não anule a cruz de Cristo”
(1 Co 1:17).
A sociedade atual segue pelo mesmo caminho da sabedoria humana,
discutindo questões próprias do comportamento, da ética e da moral, enfim,
do sentido da vida. O pensador Sócrates (470-399 a.C.), um dos fundadores
da filosofia ocidental, enveredou por esse caminho. Atribui-se a ele a
seguinte frase: “Só sei que nada sei”. Após ter uma vida dedicada ao
conhecimento, concluiu, simplesmente, que quanto mais estudava sobre a
razão da existência humana, menos sabia. Já se passaram centenas de anos de
discussões baseadas em argumentos filosóficos da sabedoria humana, e a
pergunta a que precisamos responder é: o homem melhorou?
Por isso, na igreja e na obra do Senhor, esqueça a eloquência! Esqueça a
linguagem persuasiva de sabedoria para convencer alguém com a
argumentação lógica. Nós só pregamos a Cristo, e Este crucificado (1 Co
1:22-23). Pode ser loucura para muitos, mas para nós, que fomos chamados, é
o poder de Deus e sabedoria de Deus (v. 24). Louvado seja o Senhor!
Pergunta: De onde você tem retirado princípios para conduzir sua família, vida
profissional e seu serviço na igreja? De técnicas humanas ou da Palavra de Deus?
Meu ponto-chave:
Semana 7 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Js 6:1-21; 2 Cr 20:1-25; 1 Co 1:22-25; 3:12-13
Ler com oração:
Para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a
Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus (1 Co 1:24).

Sabedoria de homens x dependência de Deus


É verdade que as lideranças das igrejas abrem espaço para os mais jovens
servirem. Quando isso ocorrer, irmãos mais maduros precisam acompanhar
seus trabalhos, pois muitas vezes os jovens tendem a usar a sabedoria do
mundo para inovar no serviço ao Senhor. Hoje se tornou comum utilizar-se
técnicas de coaching e outros artifícios humanos. Diante desse quadro, é bom
que a liderança da igreja corrija a rota dos jovens. Nossa linha não é a da
sabedoria humana, mas a de Cristo, e Este crucificado (1 Co 1:22-24). Em
algumas situações reais, pedimos àqueles que coordenam os jovens que
fizessem certos ajustes naquilo que estão promovendo. Alguns líderes
manifestaram um pouco de receio, temendo com isso desmotivar os jovens e
até mesmo comprometer o sucesso do evento que estariam preparando.
Então, dissemos a eles: “o sucesso de um evento é sempre menos importante
que o aperfeiçoamento na vida dos mais jovens”.
Querido leitor, não estamos na linha da eloquência, da sabedoria e dos
artifícios humanos. Podemos até ter bons resultados se a utilizarmos, mas
podem não passar de madeira, feno e palha, isto é, algo que apresenta muito
volume, mas que não permanecerá quando passar pelo fogo do juízo do
Senhor (1 Co 3:12-13). Quando afirmamos que não seguimos a linha dos
artifícios humanos, mas a cruz de Cristo, queremos dizer que confiamos
totalmente no Senhor. Na cruz, não há espaço para o homem, mas para a
dependência do poder e sabedoria de Deus (1:24-25). Deus é quem faz todas
as coisas!
Foi isso que Deus mostrou a Moisés no Monte Horebe: “Apascentava
Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o
rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a
Horebe. Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de
uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se
consumia” (Êx 3:1-2). As temperaturas elevadas de um deserto ressecam a
vegetação, possibilitando incêndios. Mas o fogo que ardia na sarça não a
queimava. Por meio desse sinal, Deus quis mostrar a Moisés que ele era
como aquela sarça e que o poder de queimar não provém da sarça, mas de
Deus. Deus usou a sarça como mero suporte para o fogo, que representa o
Seu poder. Aqui temos um importante princípio: por melhor que você seja,
você é apenas um suporte para Deus usar. O seu melhor, a sua capacidade de
planejar e de fazer as coisas bem feitas, nada mais são do que “sarça” para
Deus manifestar o Seu poder. Não confiemos em nós mesmos, em nossa
capacidade! O que temos e o que somos é como um suporte para Deus
manifestar o Seu poder. Essa deve ser a atitude de quem serve a Deus.
A conquista da cidade de Jericó é um exemplo do que estamos falando.
Ninguém saía daquela cidade ou nela entrava; suas muralhas eram
intransponíveis (Js 6:1). Mas Deus mandou o povo rodeá-la por seis dias e,
no sétimo, dar sete voltas e depois gritar (vs. 2-5). Humanamente falando,
isso não é uma boa técnica de guerra para transpor as barreiras do adversário.
Mas a grande questão é esta: não confiar em técnicas humanas, mas na
Palavra de Deus e do seu profeta. Por serem obedientes, Deus agiu e as
muralhas de Jericó vieram abaixo (vs. 6-21). Em outro momento descrito na
Palavra, na peleja dos filhos de Moabe e Amom contra o rei Josafá, este não
tinha como vencer (2 Cr 20:1, 12). Mas, como ele escolheu depender de
Deus, o Senhor lhe disse, por meio do profeta: “Não temais, nem vos
assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de
Deus. [...] Neste encontro, não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e
vede o salvamento que o SENHOR vos dará, ó Judá e Jerusalém” (vs. 15b, 17a).
Por fim, o inimigo se autodestruiu (v. 23). Esse é o significado de confiarmos
em Deus e não em técnicas humanas. Precisamos apenas tomar posição, crer
nos profetas e depender totalmente do Senhor. É assim que vamos prosperar
naquilo que fazemos (vs. 20, 22-25). Louvado seja o Senhor!
Pergunta: Como você faz para resolver seus problemas: busca técnicas da sabedoria
humana ou toma posição e confia totalmente no Senhor?
Meu ponto-chave:
Semana 7 – DOMINGO
Leitura bíblica:
At 18:24-28; 1 Co 1:30; 3:3-4
Ler com oração:
Não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com
sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo (1 Co 1:17).

Cristo: sabedoria de Deus!


A influência da cultura grega penetrou na igreja em Corinto desencadeando
preferências. Havia irmãos que admiravam aqueles que tinham a arte da
eloquência, a capacidade de persuadir seus ouvintes. Essa circunstância gerou
partidos na igreja, causando divisão entre os irmãos. É o que depreendemos
do seguinte trecho: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões;
antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo
parecer. [...] Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e
eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo” (1 Co 1:10, 12). O sentido da
expressão “inteiramente unidos”, é o de juntar algo que foi quebrado, para
que a unidade seja restaurada. Isso é voltar a ter a “mesma disposição mental”
e o “mesmo parecer”. Quem era Apolo? Era um homem eloquente e poderoso
nas Escrituras, que esteve em Corinto e, “com grande poder, convencia
publicamente os judeus, provando, por meio das Escrituras, que o Cristo é
Jesus” (At 18:28).
Essa palavra “eloquente”, no grego, significa logios, alguém versado em
logos, em palavras persuasivas, de grande eloquência e de convencimento
pela lógica. Assim como os gregos, Apolo estava acostumado a debater, a
discutir e convencer os outros pela persuasão e pela lógica. Essa condição
gerou preferências na igreja; surgiu o partido daqueles que apreciavam Apolo
(1 Co 3:3-4). Não devemos permitir haver preferências e partidarismos na
igreja. Paulo afirmou: “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para
pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra [logos, no grego, sabedoria
que vem da arte da eloquência], para que se não anule a cruz de Cristo.
Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós,
que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos
sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o
escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca
a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o
conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela
loucura da pregação” (1 Co 1:17-21).
Querido leitor, nós cremos na loucura da pregação! Não fomos convencidos
por uma boa eloquência! Em algum momento, alguém chegou até nós e disse:
“Você precisa, pela fé, receber o Senhor Jesus como seu Salvador. Assim,
seus pecados serão perdoados e você se tornará um filho de Deus”. Dessa
forma cremos e fomos salvos! Não precisamos de linguagem persuasiva de
sabedoria humana, mas da loucura da pregação da cruz. “Porque tanto os
judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a
Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas
para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo,
poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia
do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1
Co 1:22-25).
Cristo se tornou sabedoria de Deus para nós (1 Co 1:30). Por essa sabedoria,
Deus enviou seu Filho. Ele se encarnou, viveu como homem, morreu na cruz
por nós e fomos salvos. Por essa sabedoria, estamos sendo santificados,
transformados e conformados à imagem do Seu Filho. Por essa sabedoria,
seremos glorificados para ser herdeiros de Deus. Isso pode ser loucura para o
mundo, mas, para nós, é a sabedoria Deus! Há milagre maior do que esse?
Certamente não!
Essa sabedoria é pregada pelo apóstolo Paulo (1 Co 1:24). Não nos
deixemos impressionar por eloquência humana. Precisamos saber quem nos
gerou em Cristo, quem são os nossos pais e quem cuida de nós. “Porque
ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo,
muitos pais; pois eu, pelo evangelho, vos gerei em Cristo Jesus” (1 Co 4:15).
Pode ser que apareça em nosso meio alguém tão eloquente quanto Apolo e
sejamos tentados a segui-lo. Lembremos: devemos reconhecer aquele que nos
gerou e que cuida de nós. Não vamos cair no erro de ficar avaliando quem é
melhor ou pior. Precisamos saber quais servos foram encarregados por Deus
de nos conduzir, não com palavra de sabedoria humana, mas por meio da
palavra da cruz. Quais servos foram comissionados por Deus com a palavra
profética, que ministram alimento sólido e mostram qual é a nossa missão.
Essa é a preocupação de um verdadeiro pai que não busca na eloquência um
meio de sobressair-se, mas que se preocupa em fazer a vontade de Deus.
Precisamos reconhecer aqueles que, por todos esses anos, têm sido esses pais
para nós. Que Deus nos abençoe!
Pergunta: Você tem o costume de ficar avaliando os irmãos na igreja na perspectiva
daqueles que são melhores ou piores? Qual o erro desse tipo de avaliação?
Meu ponto-chave:
OS JUDEUS PEDEM SINAIS – (1 CO 1:21-24; 2:4)

Semana 8 – SEGUNDA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 17:21
Ler com oração:
Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como
os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a
vinda do Dia de Deus (2 Pe 3:11-12a).

O avanço da tecnologia e suas consequências


No decorrer desta semana, veremos que os enviados de Deus não devem ser
influenciados pelo mundo, mas procurar aproveitar as situações do dia a dia
para cooperar com Deus. Veremos, ainda, que não basta termos visão
espiritual de Cristo e a igreja, mas devemos buscar ganhar mais de Cristo,
para que não caiamos no erro do povo de Israel de, mesmo vendo tantos
sinais e milagres que o Senhor realizara, tornarem-se independentes e alheios
à Sua vontade. Por fim, abordaremos sobre as credenciais de um verdadeiro
apóstolo e o selo de seu apostolado.
O contexto em que Paulo vivia estava repleto de filosofias, especialmente da
filosofia grega. Naquele tempo, a Grécia era formada por cidades-estado
independentes, chamadas pólis. Essas cidades praticavam a democracia como
regime político e, para aperfeiçoar esse regime, os filósofos e pensadores
eram bastante valorizados. Eles, com o intuito de trazer benefícios à
democracia, tinham liberdade de expressar seus pensamentos em cada uma
dessas cidades a fim de contribuir para a compreensão e melhorias da vida
humana, da moral, da ética e do comportamento humano. Em Atos lemos
sobre essa prática: “Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de
outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades” (17:21).
Os habitantes de Atenas eram, na sua maioria, aristocratas e, portanto, não
trabalhavam, pois seus serviços eram feitos pelos escravos, que cuidavam dos
negócios e rendimentos financeiros. A ocupação dos aristocratas era ouvir os
discursos sobre novas filosofias, buscando obter sabedoria humana.
Olhando para nossa sociedade, as projeções indicam que chegará um
momento em que a humanidade voltará a ficar ociosa e, assim, terá
necessidade de filósofos que ensinem como viver essa situação. Um sinal
disso é a intensa robotização da indústria e, com o advento da internet e dos
computadores quânticos, a rapidez desse processo será aumentada.
Já existem robôs que se atualizam sem depender de intervenção humana,
reprogramando-se para melhorar seu desempenho e produzir mais. No Brasil,
há indústrias em que as empilhadeiras estão funcionando sem que haja
operador e todo trabalho ocorre automaticamente. Diante dessa
modernização, o resultado é que cada vez menos homens serão empregados
na indústria. Há quem diga que chegará a época em que o homem precisará
trabalhar apenas três ou quatro horas por dia para sobreviver, e que o governo
arrecadará impostos de royalties enquanto as máquinas e robôs trabalham.
Isso levará os cidadãos a trabalhar cada vez menos. Nesse momento, o
homem precisará de filósofos para o ajudar a viver nessa nova fase da
sociedade.
Contudo, amado leitor, nossa principal ocupação deve ser a pregação do
evangelho. Precisamos aproveitar o nosso tempo e não nos ocupar com tantas
coisas que este século nos oferece. O desejo de Deus é que cooperemos com
Ele, pregando o evangelho do reino, como muitos já estão fazendo, seja por
meio da colportagem dinâmica, do Projeto Avança, Jovem, do CEAPE ou do
Expolivro. Consagremo-nos ao Senhor para servi-Lo e compartilhemos do
Seu urgente desejo de completar a Sua obra.
Vamos encerrar esta era antes que a modernização esfrie os relacionamentos
humanos por completo. Devemos valorizar o contato humano e os
relacionamentos saudáveis que o viver da igreja nos oferece, negando a nossa
vida da alma, orando uns pelos outros e dando suporte uns aos outros em
amor.
Pergunta: Qual deve ser nossa principal ocupação?
Meu ponto-chave:
Leitura de apoio:
“Como extrair vida da Bíblia?” – caps. 2 e 3 – Dong Yu Lan.
“Nossa atitude para com as verdades” – caps. 2 e 3 – Dong Yu Lan.
“O viver dos filhos de Deus” – cap. 5 – Dong Yu Lan.
Semana 8 – TERÇA-FEIRA
Leitura bíblica:
Mt 16:18; At 8:1b; Rm 3:20; 1 Co 1:2a; Ef 4:4; Cl 1:18
Ler com oração:
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as
coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo (Fp 3:8).

Considerar tudo como perda por causa de Cristo e da igreja


O evangelho que pregamos não deve basear-se em sabedoria humana, mas,
sim, na experiência da cruz. Para isso, tudo o que precisamos é conhecer a
Cristo e Este crucificado. Necessitamos trilhar o caminho da cruz. Foi esse
caminho que Paulo percorreu, abrindo mão de tudo que adquirira no
judaísmo: “Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro
pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia,
da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei,
fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei,
irrepreensível. Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por
causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da
sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual
perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp
3:4-8).
Quando o Cristo crucificado apareceu a Paulo, tudo mudou em sua vida.
Aquilo que ele tanto valorizava tornou-se refugo, ou seja, as tradições de seus
pais, o que ele aprendera aos pés de Gamaliel e a justiça decorrente das obras
da lei. Ele descobriu que o homem, na verdade, nada pode fazer para se
justificar, pois ninguém será justificado por obras da lei (cf. Rm 3:20), mas
sim, pela justiça que é decorrente da fé em Cristo Jesus. Diante dessa visão,
Paulo descartou tudo aquilo que considerava de grande valor, e considerou
tudo como refugo, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo.
Todos os que creram no evangelho e ganharam a visão de Cristo e da igreja
também abriram mão de muitas coisas. Isso significa que essa visão possui
muito valor, por isso jamais devemos abrir mão dela.
O Pai deseja revelar Seu Filho em nós, e Cristo deseja revelar-nos a igreja, a
qual é uma só em todo o universo e se expressa como uma única igreja em
cada cidade (cf. Mt 16:18; At 8:1b; 1 Co 1:2a; Ef 4:4; Cl 1:18). Por causa
dessa verdade, nós também largamos tudo e passamos a buscar a Cristo no
viver da igreja. Pessoalmente foi essa a minha experiência. Apesar de haver
oportunidade de elevar o grau de estudo após a graduação superior, abri mão
disso a fim de cuidar das igrejas. Ainda que eu tivesse inúmeras atribuições
na obra do Senhor e também na profissão, servir a Deus tornou-se minha
alegria porque havia recebido a visão de Cristo e da igreja. Por fim, o Senhor
chamou-me insistentemente para O servir em tempo integral e, devido a essa
visão, rendi-me a Ele. Mesmo com uma família para sustentar, renunciei à
boa remuneração que a profissão me proporcionava a fim de viver somente
para Cristo e a igreja.
Amado leitor, a minha oração é que, quando o Senhor o chamar, você
atenda a Sua voz e não se apegue às coisas da terra. Deus é fiel, posso
testemunhar isso. Ele irá sustentá-lo! Aleluia!
Pergunta: Qual a maneira de ganhar mais de Cristo?
Meu ponto-chave:
Semana 8 – QUARTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Êx 3:1-2; Fp 2:5-11; Ap 12:1-6
Ler com oração:
Considero tudo como perda [...] para o conhecer, e o poder da sua
ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele
na sua morte (Fp 3:8a, 10).

O caminho para a ressurreição


Quando temos a visão de Cristo e a igreja, sem dúvida, isso muda nossa
vida. Contudo, apenas ter a visão não é suficiente. Muitos filhos de Deus,
apesar de terem ganho essa visão, por fim esfriaram espiritualmente e se
afastaram da comunhão com a igreja. Além de enxergar a sublimidade do
conhecimento de Cristo Jesus, é preciso prosseguir em ganhar mais de Cristo.
Se você parar apenas na visão e entregar a ela toda a sua vida, mas não
continuar buscando ganhar mais de Cristo, tudo se perderá.
Sendo assim, talvez você se pergunte: o que é ganhar a Cristo? Ganhar a
Cristo, amado leitor, é experimentar os sofrimentos de Cristo e conformar-se
à Sua morte. Por essa razão é que pregamos Cristo e Este crucificado. Isso é
algo relacionado à experiência e não à doutrina. Se quisermos permanecer
solidamente no caminho do Senhor até que Ele volte, precisamos ter uma
visão que nos faça largar tudo. Necessitamos ter a visão da economia de
Deus, de Cristo e da igreja, mas ainda assim é necessário que prossigamos em
ganhar mais de Cristo.
Como prosseguir para ganhar a Cristo? Ganhamos mais de Cristo
experimentando a Sua cruz, experimentando a Sua morte: “Sim, deveras
considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as
considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo
justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a
justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua
ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele
na sua morte” (Fp 3:8-10).
Isso é o que devemos buscar: conhecer mais a Cristo. Esse conhecimento
não é apenas teórico, mas um conhecimento real e subjetivo, provindo da
experiência. Portanto a única maneira que temos de conhecer a Cristo
verdadeiramente é experimentar a comunhão dos Seus sofrimentos,
conformando-nos com Ele na Sua morte. É assim que seremos cheios do
poder da ressurreição a fim de prosseguir no viver da igreja. É com esse
poder que Deus executa Sua obra por meio de nós.
Se quisermos ser verdadeiramente úteis nas mãos do Senhor, não devemos
buscar eloquência, sabedoria humana ou palavras de persuasão. Mesmo que
outros nos louvem e elogiem, nosso falar não possui valor espiritual genuíno.
Antes precisamos continuar aprofundando-nos em conhecer a Cristo.
Lembre-se de que Jesus não buscou glória para Si, mas, sim, fazer a vontade
do Pai; Ele a Si mesmo Se humilhou, Se esvaziou, tornando-se obediente até
à morte e morte de cruz. Por causa disso é que o Pai O exaltou sobremaneira
(Fp 2:5-11). Esse deve ser o nosso caminho no viver da igreja, ou seja, o
caminho da cruz, o caminho de tomar os sofrimentos de Cristo e de
conformar-nos à Sua morte. É assim que o poder da ressurreição nos encherá!
Foi esse poder que o amado irmão Dong Yu Lan experimentou. Mesmo
sendo franzino, de baixa estatura, sem eloquência e com uma cultura
totalmente diferente, ele revolucionou este continente, trazendo-nos o
ministério de Espírito e vida. Deus o usou poderosamente porque ele
experimentava o poder da ressurreição e não se apoiava na persuasão da
eloquência humana. Era alguém que tomava a cruz todos os dias,
conformando-se à morte de Cristo para que o poder da ressurreição se
manifestasse nele. Que, assim como esse servo de Deus, todos trilhemos o
caminho de ser apenas uma “sarça” em quem Deus pode manifestar o Seu
poder (cf. Êx 3:1-2).
Se dependermos de nossa eloquência e sabedoria, Deus não poderá
manifestar Seu poder em nós. Assim como Paulo, devemos estar cientes
desse princípio. Escrevendo aos coríntios, ele os advertiu: “Irmãos, reparai,
pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo
a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo
contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os
sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e
Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que
não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na
presença de Deus” (1 Co 1:26-29). Diante dos poderosos e sábios desta
época, não temos prestígio algum, contudo, mesmo assim, Deus conta
conosco para cumprir a Sua vontade: gerar o Filho Varão e preparar um
deserto para refúgio dos demais filhos de Deus (cf. Ap 12:1-6).
Mas, para que isso ocorra por nosso intermédio, devemos tomar a cruz dia a
dia, a começar nas questões que envolvem nosso casamento e viver familiar.
Se estivermos dispostos a negar a nós mesmos e tomar a cruz,
experimentaremos o poder da ressurreição em cada situação. Aleluia!
Pergunta: De acordo com a leitura de hoje, qual o caminho para experimentarmos o
poder da ressureição de Cristo?
Meu ponto-chave:
Semana 8 – QUINTA-FEIRA
Leitura bíblica:
At 18:1-11
Ler com oração:
Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram
têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho (Fp 1:12).

Usar as situações do dia a dia para pregar o evangelho


O livro de Atos nos mostra que Paulo gerou a igreja em Corinto em meio às
situações do dia a dia. No capítulo 18, lemos: “Depois disto, deixando Paulo
Atenas, partiu para Corinto. Lá, encontrou certo judeu chamado Áquila,
natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher,
em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma.
Paulo aproximou-se deles. E, posto que eram do mesmo ofício, passou a
morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas. E
todos os sábados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como
gregos” (vs. 1-4). Foi em sua segunda viagem, após passar pela Grécia e
alcançar a província da Acaia, que Paulo chegou a Corinto (vide mapa na
página seguinte).
A cidade de Corinto localizava-se próxima a Atenas e possuía muita
importância naquele tempo, pois estava situada em um istmo, ou seja, em
uma estreita faixa de terra que liga duas grandes regiões. Por causa dessa
configuração, o istmo, no qual se situava a cidade de Corinto, banhado pelo
Mar Jônico ao norte e pelo Mar Adriático e Egeu ao sul, estabelecia uma
importante ligação entre a Península Itálica e o Mar Mediterrâneo próximo à
Ásia. Essa ligação ocorria por meio de dois portos que ali havia
(posteriormente, em 1893, foi inaugurado o Canal de Corinto). Isso
possibilitava que as mercadorias vindas da Ásia, bem como da Península
Itálica, passassem por Corinto, tornando-a uma cidade muito próspera. Ali
eram realizados os chamados Jogos Ístmicos, que possuíam o mesmo
prestígio que os conhecidos Jogos Olímpicos. A importância dos Jogos
Ístmicos dava-se porque reunia pessoas de muitos lugares diferentes.
Provavelmente foi em um momento como esses que Paulo esteve em Corinto,
e, diante da grande necessidade de hospedagem, ele, Áquila e Priscila
passaram a trabalhar juntos fazendo tendas para as pessoas que vinham para
Corinto, em razão desses jogos. Foi esse o contexto em que Paulo conheceu o
casal, e se tornaram companheiros não apenas de ofício, mas também na
pregação do evangelho.
Somente quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia para Corinto, é
que Paulo se entregou totalmente à Palavra: “Testemunhando aos judeus que
o Cristo é Jesus. Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e
disse-lhes: Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo e,
desde agora, vou para os gentios. Saindo dali, entrou na casa de um homem
chamado Tício Justo, que era temente a Deus; a casa era contígua à sinagoga.
Mas Crispo, o principal da sinagoga, creu no Senhor, com toda a sua casa;
também muitos dos coríntios, ouvindo, criam e eram batizados. Teve Paulo
durante a noite uma visão em que o Senhor lhe disse: Não temas; pelo
contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará
fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade. Ali ele permaneceu um ano
e seis meses, ensinando entre eles a Palavra de Deus” (At 18:5b-11).
Foi dessa maneira que começou o trabalho desse enviado de Deus em
Corinto. Com isso vemos que um apóstolo é alguém que prega a Palavra,
levanta igrejas e cuida delas. Que o Senhor faça de cada um de nós um
enviado por meio de quem o evangelho chega até as pessoas.
Pergunta: Você tem usado as situações do dia a dia para pregar o evangelho?
Meu ponto-chave:
Semana 8 – SEXTA-FEIRA
Leitura bíblica:
Nm 32:16-18; Jo 5:30-36; 6:29; At 2:41; 4:4; 8:1b; 11:22, 26
Ler com oração:
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio (Jo 20:21).

As credenciais de um verdadeiro apóstolo


Ainda falando sobre a igreja, precisamos ter clareza de que a igreja pertence
a Deus e não pode estar fundamentada em homens nem tampouco estar
restrita a uma doutrina ou prática. Outra verdade é que há apenas uma igreja
em todo o universo, e essa unidade é expressa por meio de uma igreja em
cada cidade. Por exemplo, no caso dos coríntios que creram no evangelho,
eles representavam a igreja de Deus na cidade de Corinto (1 Co 1:2). Isso diz
respeito à base da unidade da igreja, ao terreno sobre o qual ela é edificada.
Essa base é importante, pois quem se encontra nela representa os filhos de
Deus naquela cidade. Caso edifiquemos a igreja tomando uma base menor
que uma cidade, estaremos divididos em relação a alguns cristãos que
colocamos fora do limite dessa base. Mas, se os limites da igreja forem do
tamanho da cidade, não estaremos excluindo ninguém. Por isso o limite da
cidade é o terreno adequado para ser a base da igreja, que leva apenas o nome
da cidade em que ela está. Assim, temos a igreja de Deus que está em
Corinto, nada mais; não é necessário colocar nome na igreja.
Por maior que seja o número de irmãos, tem-se apenas uma igreja em uma
cidade, assim como o era com a igreja em Jerusalém ou Antioquia (At 2:41;
4:4; 8:1b; 11:22, 26). Tomar a base da unidade é o que permite a Deus nos
confiar Sua palavra profética, pois Ele sabe que não a reteremos somente
conosco, mas que a levaremos a todos os demais filhos de Deus.
Assim como as tribos de Israel ajudavam umas às outras e compartilhavam
da terra de Canaã, precisamos ajudar todos os filhos de Deus (Nm 32:16-18).
É por esse motivo que praticamos a colportagem dinâmica e publicamos as
mensagens ministradas nos canais de mídia do Instituto Vida para Todos.
Assim, tudo o que recebemos da parte de Deus pode chegar a todos os Seus
filhos.
Diante de tão grande encargo, precisamos ser esclarecidos sobre o que
identifica um apóstolo, um enviado de Jesus Cristo. Vemos, à luz da Bíblia,
que não há uma “carteira” que comprove o apostolado de ninguém. No
capítulo quinto do Evangelho de João, lemos o relato em que Jesus foi
questionado pelos fariseus quanto à Sua comissão. No versículo 30, Ele
declara: “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo.
O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a
daquele que me enviou”. A primeira característica de um apóstolo, portanto, é
que ele não procura a própria vontade, tampouco depende de sua própria
capacidade para fazer a obra de Deus, mas depende totalmente do Senhor.
Na sequência, lemos: “Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu
testemunho não é verdadeiro. Outro é o que testifica a meu respeito, e sei que
é verdadeiro o testemunho que ele dá de mim” (Jo 5:31-32). Jesus nos mostra
que um apóstolo não pode autodesignar-se, mas precisa que outro testifique a
respeito dele. Contudo, ainda assim pode haver incerteza quanto ao seu
apostolado, pois ainda há brechas para que um falso testemunho seja forjado.
Portanto, devido à possibilidade de sermos enganados, Jesus não aceitou o
testemunho de João Batista a Seu respeito (vs. 33-34) e, em seguida, ensinou
como de fato reconhecer um enviado de Deus: “Ele [João Batista] era a
lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes, por algum tempo, alegrar-vos
com a sua luz. Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as
obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço
testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou” (vs. 35-36). Com isso
Jesus estava dizendo que o que daria testemunho a respeito Dele seriam as
obras que o Pai Lhe havia confiado, elas é que provariam Seu apostolado
como sendo verdadeiro, uma vez que o próprio Pai é Quem operaria Suas
obras Nele e por intermédio Dele.
Vemos, portanto, que as credenciais de um verdadeiro enviado de Deus, de
um verdadeiro apóstolo são as obras que Deus lhe entregou. Se essas obras
são executadas pelo apóstolo, Deus mesmo as confirmará. Além disso, um
genuíno enviado de Deus possui fé, pois a obra de Deus só é feita por aqueles
que Nele creem, ou seja, se cremos no Senhor, a Sua obra chega até nós e por
meio de nós será executada (cf. Jo 6:29).
Pergunta: Como podemos identificar um verdadeiro apóstolo?
Meu ponto-chave:
Semana 8 – SÁBADO
Leitura bíblica:
Jo 5:36
Ler com oração:
Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que
me enviou e realizar a sua obra. Não dizeis vós que ainda há quatro meses
até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já
branquejam para a ceifa (Jo 4:34-35).

A obra de Deus está sendo feita


Recentemente temos testemunhado acerca dos milagres que Deus realiza a
fim de confirmar a Sua obra (Jo 5:36). Desde setembro de 2018, ganhamos da
parte de Deus o intuito de revitalizar o projeto evangelístico Expolivro. Ao
apresentar esse projeto às igrejas, obtivemos uma resposta muito positiva,
contudo ainda não havia meios de colocá-lo em prática. Começamos a orar
mais intensamente sobre a questão, e a proprietária de um conjunto de três
carretas, sabendo o objetivo do projeto e, sendo tocada por Deus, negociou as
carretas conosco de uma maneira inacreditável de modo que pudemos
adquiri-las. De fato, foi o Senhor que agiu poderosamente. Com essa
experiência, reconhecemos o princípio de que a própria obra que Deus nos
confiou é quem testemunhará a nosso respeito.
Outro testemunho diz respeito às equipes para realização da colportagem
dinâmica. Solicitamos apenas 25 equipes, mas a quantidade de irmãos que se
apresentaram superou quatro vezes mais, cerca de 101 equipes foram
montadas ao final. Esses testemunhos nos mostram que Deus deseja cumprir
a Sua obra o mais rápido possível. Por isso precisamos ser ativos, usando
cada ferramenta que Ele nos deu. O mais importante de tudo isso são nossas
orações, pois é por meio delas que Deus vai operar e mudar todas as situações
para que a Sua obra prossiga na terra. Devemos orar pelos países em que os
filhos de Deus sofrem perseguição e por aqueles onde a pregação do
evangelho se encontra ameaçada, como a Venezuela e Angola.
A Venezuela, por exemplo, enfrenta uma crise no abastecimento de energia
elétrica. Em razão disso, pessoas estão morrendo nos hospitais, pois os
aparelhos médicos são mantidos desligados. Já em Angola, o governo
decretou uma série de normas que dificultam o estabelecimento de igrejas,
uma vez que deseja ter controle total sobre a população, impedindo assim a
expansão do evangelho. Oremos neste momento para que o Senhor exerça a
Sua autoridade sobre esses países, livrando nossos irmãos e removendo todo
impedimento à pregação do evangelho.
Pergunta: Como podemos cooperar com Deus em Sua obra?
Meu ponto-chave:
Semana 8 – DOMINGO
Leitura bíblica:
Êx 2:23-25; 14:15-31; 19:4-8; Sl 126:5-6; Rm 7:15-18
Ler com oração:
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus e não de nós (2 Co 4:7).

A excelência do poder é de Deus


Quando nos oferecemos a Deus para servi-Lo, precisamos ver que temos um
tesouro em um vaso de barro para que a excelência do poder seja de Deus e
não de nós (2 Co 4:7). Quem deve ser honrado é Deus e não nós, pois
somente Ele é poderoso. Somos simples homens pecadores que Deus
resgatou.
Apesar disso, Seu desejo é usar-nos em Sua obra. Que jamais nos
esqueçamos dos grandes feitos de Deus em nossa vida! Quando o povo de
Israel estava vivendo no Egito, escravizado, na servidão de Faraó, incapaz de
salvar-se, clamou ao Senhor e Ele o ouviu. Deus agiu com mão poderosa e
libertou Seu povo (Êx 2:23-25). Isso nos mostra que somente Deus pode
salvar-nos da escravidão do mundo. É Ele quem encerra o mundo e seu
príncipe, assim como fez com o exército de Faraó no Mar Vermelho, o que
tipifica o nosso batismo (1 Co 10:1-12). Depois de sermos salvos e batizados,
passamos a viver para Deus e nos tornamos Sua propriedade exclusiva, assim
como Ele desejou para o povo de Israel (Êx 14:15-31; 19:4-6).
Que não caiamos no mesmo erro deles que, apesar de serem salvos em “asas
de águia” e verem tantos sinais, tornaram-se independentes de Deus.
Lembremo-nos de que, quando supomos ter capacidade de cumprir a lei
como o povo de Israel tentou, somos derrotados (Êx 19:7-8; Rm 7:15-18).
Foi essa mesma independência que Jesus encontrou ao viver entre eles e, por
causa disso, Deus cessou de Se revelar e, então, chamou a igreja para ser Seu
povo exclusivo, um reino de sacerdotes (1 Pe 2:9).
Portanto devemos ter cuidado, pois, se dependermos de nossa própria
sabedoria e capacidade, Deus também cessará de agir em nosso meio. Mas, se
continuarmos tendo um coração dependente, Deus realizará grandes milagres
entre nós, dentre os quais o maior será a Sua salvação em nossa vida. Assim,
cooperando com o propósito do Senhor, surgirão novas igrejas, os vencedores
serão produzidos e o refúgio para os filhos de Deus que virão para a América
do Sul nos tempos finais será preparado.
Não desanimemos, pois, mesmo que plantemos com lágrimas, colheremos
com júbilo (Sl 126:5-6). Deus é poderoso! Se houver doenças, Ele curará, se
houver problemas, Ele resolverá. Não é um assunto relativo a nos curar
apenas para ficarmos bem, mas nos curar para que façamos a Sua vontade e
frutifiquemos abundantemente! Aleluia!
Pergunta: De onde vem o poder em nossas vidas?
Meu ponto-chave:
Sumário
LAVOURA DE DEUS E EDIFÍCIO DE DEUS – (1 CO
3:9-10)
Semana 1 – SEGUNDA-FEIRA
Desfrutar Cristo é a solução
Semana 1 – TERÇA-FEIRA
Todos temos parte na edificação de Deus
Semana 1 – QUARTA-FEIRA
Crescimento e edificação
Semana 1 – QUINTA-FEIRA
Cada um veja como edifica
Semana 1 – SEXTA-FEIRA
Somos a habitação de Deus no espírito
Semana 1 – SÁBADO
O fluir do Espírito e a edificação de Deus
Semana 1 – DOMINGO
Tornar-se útil para toda boa obra
DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DE DEUS – (1 CO
4:1-2)
Semana 2 – SEGUNDA-FEIRA
O Cristo todo-inclusivo é a solução dos nossos problemas
Semana 2– TERÇA-FEIRA
Ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus
Semana 2 – QUARTA-FEIRA
Ser fiel para com Deus e resiliente diante das críticas
Semana 2 – QUINTA-FEIRA
Deus é quem nos julga
Semana 2 – SEXTA-FEIRA
Não usar de eloquência, mas demonstração do Espírito
Semana 2 – SÁBADO
Ser um com o Senhor em meio aos sofrimentos
Semana 2 – DOMINGO
Ser como pai para os irmãos
CRISTO, NOSSO CORDEIRO PASCAL – (1 CO 5:7-8)
Semana 3 – SEGUNDA-FEIRA
A maneira adequada de lidar com problemas na igreja
Semana 3 – TERÇA-FEIRA
A falta da sensibilidade ao pecado
Semana 3 – QUARTA-FEIRA
Como ter discernimento do que é pecado
Semana 3 – QUINTA-FEIRA
A disciplina na igreja (1)
Semana 3 – SEXTA-FEIRA
A disciplina na igreja (2)
Semana 3 – SÁBADO
Lançai fora o fermento (1)
Semana 3 – DOMINGO
Lançai fora o fermento (2)
AQUELE QUE SE UNE AO SENHOR É UM ESPÍRITO
COM ELE – (1 CO 6:17)
Semana 4 – SEGUNDA-FEIRA
A origem dos problemas na igreja
Semana 4 – TERÇA-FEIRA
Não envergonhar o nome do Senhor
Semana 4 – QUARTA-FEIRA
O lavar regenerador e transformador do Espírito
Semana 4 – QUINTA-FEIRA
Viver no espírito para desfrutar da condição de filho de
Deus
Semana 4 – SEXTA-FEIRA
A quem nos dirigimos: À carne ou ao espírito?
Semana 4 – SÁBADO
O nosso corpo é membro de Cristo
Semana 4 – DOMINGO
Unir-nos ao Senhor diariamente é uma escolha nossa
O CASAMENTO NA VIDA DA IGREJA (1) – (1 CO
7:17, 24)
Semana 5 – SEGUNDA-FEIRA
Ministros e despenseiros de Deus
Semana 5 – TERÇA-FEIRA
Casamento versus ideologias modernas
Semana 5 – QUARTA-FEIRA
O viver matrimonial na vida da igreja
Semana 5 – QUINTA-FEIRA
Não peca aquele que se casa
Semana 5 – SEXTA-FEIRA
O que Deus Ajuntou
Semana 5 – SÁBADO
Permaneça na vocação em que foi chamado
Semana 5 – DOMINGO
O casamento que coopera com o Senhor
O CASAMENTO NA VIDA DA IGREJA (2) – (1 CO 7:6,
10, 12, 25, 29, 35, 40)
Semana 6 – SEGUNDA-FEIRA
Assuntos práticos sobre o casamento
Semana 6 – TERÇA-FEIRA
Princípios sobre o casamento na igreja
Semana 6 – QUARTA-FEIRA
O casamento civil na igreja
Semana 6 – QUINTA-FEIRA
Lideranças aperfeiçoadas para lidar com assuntos sobre o
casamento na igreja
Semana 6 – SEXTA-FEIRA
O objetivo do casamento
Semana 6 – SÁBADO
A importância do ensinamento dos apóstolos (1)
Semana 6 – DOMINGO
A importância do ensinamento dos apóstolos (2)
OS GREGOS BUSCAM SABEDORIA – (1 CO 1:21-24)
Semana 7 – SEGUNDA-FEIRA
O segredo da bênção do Senhor para a igreja
Semana 7 – TERÇA-FEIRA
Que espera Deus de Seus escolhidos?
Semana 7 – QUARTA-FEIRA
Contextualização histórica: a idolatria na Grécia
Semana 7 – QUINTA-FEIRA
Contextualização histórica: a filosofia grega
Semana 7 – SEXTA-FEIRA
Contextualização histórica: os gregos buscam sabedoria
Semana 7 – SÁBADO
Sabedoria de homens x dependência de Deus
Semana 7 – DOMINGO
Cristo: sabedoria de Deus!
OS JUDEUS PEDEM SINAIS – (1 CO 1:21-24; 2:4)
Semana 8 – SEGUNDA-FEIRA
O avanço da tecnologia e suas consequências
Semana 8 – TERÇA-FEIRA
Considerar tudo como perda por causa de Cristo e da igreja
Semana 8 – QUARTA-FEIRA
O caminho para a ressurreição
Semana 8 – QUINTA-FEIRA
Usar as situações do dia a dia para pregar o evangelho
Semana 8 – SEXTA-FEIRA
As credenciais de um verdadeiro apóstolo
Semana 8 – SÁBADO
A obra de Deus está sendo feita
Semana 8 – DOMINGO
A excelência do poder é de Deus

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