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“No âmbito do conhecimento, as imagens fazem que a sociedade e seu território sejam
colocados em posição de exterioridade: como um bernardo-eremita, a sociedade
citadina move-se num construído que não é o seu.” (140)
As imagens usadas como analogias para “facilitar” na solução dos descompassos
leva-nos a desconsiderar a ligação da sociedade com seu território, ou seja,
separamos os sujeitos da sua cidade.
“Legado em quase todos os aspectos pelas gerações passadas, o espaço urbano parece
então a restringir seus novos ocupantes e modelar seus modos de fazer.” (140).
Parece que a cidade – que tem aspectos deixados pelas gerações passadas –
restringe seus novos ocupantes e modelam seus modos de fazer e de ser, nessa
visão encadeada por imagens do direito e da informática.
“Não se deu aos usos sociais da cidade a mesma atenção classificatória que se dedicou
às formas urbanas. Mas sabe-se que são sujeitos a mudanças.” (140).
Não se deu atenção aos usos sociais da cidade como foi dada às suas formas;
Sabe-se que os usos sociais da cidade também estão sujeitos a mudanças.
“As estruturas temporais constituem um fator que deve ser explicitamente levado em
conta pelo planejamento urbano, e as modalidades complexas de articulação do tempo e
do espaço urbanos constituem, por si sós, um programa de trabalho.” (143)
Pensamento sansimonsita (Saint-Simons) imaginando sociedades que praticam o
nomadismo urbano (evitando o inchamento da urbe) fornecia as primeiras
sugestões para um enfoque sistemático.
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O tecido urbano, o comportamento dos citadinos, as políticas de planificação urbanísticas, economia
ou social desenvolvem-se segundo cronologias diferentes.
“Dadas a multiplicidade das formas antigas de organização do espaço e a diversidade
das temporalidades nas quais elas se inscrevem, o problema está menos em associar
uma trajetória histórica e uma evolução futura do que estudar as modalidades de
presentificação dos passados.” (147).
Dada a multiplicidade das formas antigas de organização do espaço e a
diversidade das temporalidades nas quais elas se inscrevem o problema é
estudar as modalidades de presentificação dos passados.
“Aplicada aos textos enquanto discursos registrados pela escrita, a análise hermenêutica
organiza-se com base em dois pontos de tensão” (150)
Análise hermenêutica organiza-se com base em dois pontos de tensão.
Explicação e interpretação.
A explicação é interna e pode desenvolver-se segundo as regas da
análise estrutural que a linguística aplica à língua.
Não busca a intenção do autor, mas a do texto.
Atentar para as relações entra e forma da cidade e a do discurso.
O texto não é fechado.
“Não só „abre um caminho de pensamento‟ – para retomar uma expressão de
Paul Ricoeur – como também convoca e espera a leitura, que fornece a sua
interpretação.”
Institui a atualização de uma das possibilidades semânticas de um
texto, conferindo-lhe significação no mundo do leitor.
“Ao mesmo tempo, a conduta hermenêutica explora a própria distância temporal.” (151)
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Relacionar com Pesavento (Cidades sensíveis, visíveis e imaginárias) e com d’Assunção Barros (Imagens
da cidade).